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UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz
Prof.ª Tathyane Lucas Simão
Prof.ª Kelly Luana Molinari Corrêa
Prof. Ivan Tesck
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2017
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
UNIASSELVI – Indaial.
510.7
D162d Damm, Henriette
Didática da matemática / Henriette Damm.
Indaial : UNIASSELVI, 2017.
108 p. : il.
ISBN 978-85-69910-39-8
Impresso por:
Henriette Damm
APRESENTAÇÃO.......................................................................7
CAPÍTULO 1
Conceitos de Didática da Matemática ...................................9
CAPÍTULO 2
Referências da Didática da Matemática ..............................35
CAPÍTULO 3
A Especificidade da Matemática e
da Didática da Matemática......................................................61
CAPÍTULO 4
Questões Metodológicas e a Engenharia Didática...........87
APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a)! A Didática da Matemática é uma das tendências
teóricas da Educação Matemática, e para entender melhor o trabalho da Didática
da Matemática, precisamos contextualizar a Educação Matemática, ou seja,
entender esta como uma grande área de pesquisa educacional, sendo sua
consolidação relativamente recente.
Assim, buscamos com este material, analisar conceitos criados por autores
que atuam no campo da Educação Matemática, especificamente, da Didática da
Matemática e passar a questionar se o ensino da Matemática pode se resumir à
apresentação de uma sequência de axiomas, definições e teoremas.
A autora.
C APÍTULO 1
Conceitos de Didática da Matemática
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Capítulo 1 CONCEITOS DE DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
ConteXtualiZaÇÃo
O homem sempre se encontrou envolvido com Matemática. Procurando
atender às necessidades de suas condições de vida, ele conta, mede e calcula.
Agindo sobre o meio em que vive, o homem faz sua própria Matemática ao buscar
soluções para os problemas do cotidiano, produzindo novos conhecimentos e
aplicando-os, refinando e sofisticando os conceitos matemáticos.
EducaÇÃo matemática
Assim como em diversas áreas do conhecimento, também na área da
Matemática os alunos têm um caminho percorrido e é justamente o professor
quemtem a função de mediar esse passo do conhecimento construído num
ambiente diferente ao da escola e o vai conectar ao que ele encontra na escola.
Com a organização desses conhecimentos no sistema educativo se entende que
tudo que ele aprendeu é válido e vai se moldurando para ser falado de um jeito
particular no meio escolar. Essa ideia vem ao encontro do que afirma Freire.
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Didática da Matemática
O que tenho dito sem cansar, e redito, é que não podemos deixar
Não podemos de lado, desprezado como elo imprestável, o que educandos,
deixar de lado o sejam crianças chegando à escola ou jovens e adultos a
que educandos centros de educação popular, traz consigo de compreensão do
traz consigo de mundo, nas mais variadas dimensões de sua prática na prática
compreensão do social de que fazem parte. Sua fala, sua forma de contar, de
mundo. calcular, seus saberes em torno do chamado outro mundo,
sua religiosidade, seus saberes em torno da saúde, do corpo,
da sexualidade, da vida, da morte, da força dos santos, dos
conjuros (FREIRE, 2003, p.85-86).
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Capítulo 1 CONCEITOS DE DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
Outro tema transversal, mencionado nos PCN (BRASIL, 1997), que podemos
explorar é o meio ambiente, porque além de trazer muitas concepções na
Matemática, é um assunto que podemos trabalhar na interdisciplinaridade com
outras matérias como: ciências, geografia, história, artes, sociologia e, assim,
por diante. É o meio onde acontece um incontável número de situações,nas
quaispodemos mergulhar para aprofundar e vincular os conhecimentos e formar
cidadãos críticos e solidários. Alguns desses conceitos na Matemática poderiam
ser médias, áreas, volumes, proporcionalidade, assim como procedimentos
matemáticos,como formulação de hipóteses, realização de cálculos, coleta,
organização e interpretação de dados estatísticos, prática da argumentação,
assim como, é indicado nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997).
Nessa base também podemos usar temas como saúde, já fazendo relação
com meio ambiente e avançando para outro patamar e, depois, seguindo superar
o preconceito que se tem com a Matemática tanto com a sua dificuldade de
aprendizagem quanto ser exclusiva de áreas específicas do conhecimento e
limitada a algumas classes sociais, especificamente.
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Didática da Matemática
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Capítulo 1 CONCEITOS DE DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
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Didática da Matemática
Didática da Matemática
Quando preparamos uma aula de Matemática, além dos objetivos,
habilidades e competências que queremos desenvolver, fazemos a proposta de
como essa aula irá acontecer, quais os exemplos que iremos fornecer, quais as
realidades que iremos abordar para trazer o conceito em estudo à tona e tudo isso
forma parte da didática pedagógica da aula que será ministrada.
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Capítulo 1 CONCEITOS DE DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
Atividade de Estudos:
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Didática da Matemática
Sistema Didático
O Sistema Didático é uma estrutura composta de nove elementos
O Sistema
Didático é uma (PAIS, 2008) principais: professor, aluno, conhecimento, planejamento,
estrutura composta objetivos, recursos didáticos, instrumentos de avaliação, uma concepção
professor, aluno, de aprendizagem e metodologia de ensino. A interação entre esses
conhecimento, elementos é extremamente necessária para a condução da prática
planejamento, pedagógica. O professor é o maestro dessa orquestra, é por isso, que
objetivos, recursos
ele é o responsável por fazer acontecer tanto à comunicação dele com
didáticos,
instrumentos de seus alunos quanto fornecer exercícios e momentos de discussão
avaliação, uma entre os alunos sobre o assunto estudado para que venha a ocorrer à
concepção de mediação entre os próprios colegas.
aprendizagem e
metodologia de Muitos desses elementos são trabalhados prévio às aulas
ensino.
como o planejamento, relacionado a cada aula que vai ser ministrada
relacionando os conteúdos que serão estudados com o objetivo de
aprendizagem e sua contextualização. A escolha da metodologia está intimamente
ligada aos recursos didáticos como o quadro, o livro didático, os recursos
audiovisuais,que o professor possa utilizar ou que possa recrear no caso tenha
carência de alguns recursos na instituição educativa onde trabalhe. O professor
com tempo introduz também os recursos de contexto da realidade dos alunos em
que pode ser aplicado o conteúdo e as novas concepções de aprendizagem, o
diálogo com outras disciplinas, o próprio conhecimento e uma sequência didática
que leve a obter o sucesso do objetivo alcançado.
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Capítulo 1 CONCEITOS DE DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
Atividade de Estudos:
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Didática da Matemática
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TransposiÇÃo Didática
A transposição didática se revela uma ideia centralizadora da Educação
Matemática ao estar associada a vários outros conceitos. Lembramos que
a transposição nos leva a uma ideia de deslocamento e alteração. Assim, a
transposição didática permite, por exemplo, interpretar as diferenças que ocorrem
entre a origem de um conceito da Matemática, como ele encontra-se proposto
nos livros didáticos, e a intenção de ensino do professor e os resultados obtidos
em sala de aula. E nesse movimento acontece uma transposição. Aprofundamos
mais um pouco com base em Chevallard.
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Capítulo 1 CONCEITOS DE DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
Atividade de Estudos:
OBstáculos Didáticos
Quando pensamos em obstáculo, logo fazemos uma ligação com a ideia de
alguma coisa que dificulta, impede ou simplesmente atrapalha a execução de uma
ação desejada. Assim, Bachelard (2003) discute o tema obstáculos, no sentido de
obstáculos epistemológicos, que são obstáculos que os professores devem evitar,
de maneira a garantir o sucesso do ensino-aprendizagem. Para isso, é necessário
estar atento e identificar esses obstáculos sem seu modo de ensinar, no ambiente
da sala de aula e nos recursos didáticos usados. O professor precisa estar ciente
do que cada um trata, pois somente assim, poderá desvendá-los e superá-los, ou
ainda, ajudar os seus alunos a vencê-los.
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Capítulo 1 CONCEITOS DE DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
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Didática da Matemática
SituaÇões Didáticas
A teoria de Brousseau (1996) sobre as situações didáticas busca estudar as
relações epistemológicas, cognitivas e sociais do ensino da matemática, ou seja,
Brousseau (1996) se preocupa além da relação professor-aluno, em entender
também o contexto em que essa relação ocorre. A Teoria das Situações Didáticas
desenvolvida por ele se baseia no princípio de que "cada conhecimento ou saber
pode ser determinado por uma situação", entendida como uma ação entre duas
ou mais pessoas.
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Capítulo 1 CONCEITOS DE DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
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Didática da Matemática
que pode e deve ocorrer durante toda a aula, durante todo o período letivo.
Devemos estar atentos nesse aspecto e em nossas atitudes durante nossas
aulas, pois muitos professores consideram que essa prática só é possível
quando trabalhamos com projetos, mas não. Ela é possível também em
aulas tradicionais, pois o que torna um professor mediador, é ele não dar as
respostas prontas, mas sim, proporcionar ao aluno situações que lhe permitam
construir conceitos.
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Capítulo 1 CONCEITOS DE DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
Esse deve ser tomado como sinal de que o processo ensino- Esse deve ser
aprendizagem já iniciou e que nesse caminho ele não é considerado tomado como
derrotado/fracassado, não há porque punir o aluno e ele não deve sinal de que o
processo ensino-
temer ou evitar cometê-lo. Ao contrário, deve ser utilizado como parte
aprendizagem já
da construção do conhecimento, uma peça que vai em outro lugar iniciou e que nesse
e não onde está sendo colocado, se deve encorajar e parabenizar caminho ele não
aquele estudante que mostrou o erro, porque isso ajuda a ele próprio é considerado
e aos seus colegas avançar na construção dos novos conceitos. Cabe derrotado/
então, ao professor, ajudar seus alunos a analisarem a adequação do fracassado, não há
porque punir o aluno
procedimento selecionado, encaminhando-os na busca de condutas
e ele não deve temer
mais ricas, complexas e diversificadas. ou evitar cometê-lo.
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Didática da Matemática
Figura 5 –Ensino-aprendizagem
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Capítulo 1 CONCEITOS DE DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
Atividade de Estudos:
Contrato Didático
Proposta por Guy Brousseau (2006), no início da década de 1980, a ideia
de contrato didático pretende estabelecer um conjunto de fatores referentes à
relação didática entre professor e aluno, que procura definir as responsabilidades
e os comportamentos que cada sujeito deve ter perante o outro nas práticas que
possibilitam a construção do saber.
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Didática da Matemática
Atividades de Estudos:
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Capítulo 1 CONCEITOS DE DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
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Algumas ConsideraÇões
A Didática da Matemática, é uma das tendências teóricas da Educação
Matemática. No Brasil, esta tendência teve forte influência dos autores franceses,
alguns dos quais, apresentamos e apresentaremos nos próximos capítulos
as teorias que têm sido utilizadas como suporte em diversos trabalhos de
pesquisadores matemáticos brasileiros.
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Didática da Matemática
Referências
BACHELARD, G. (1928). Ensaio sobre o conhecimento aproximado. Rio de
Janeiro, RJ: Contraponto, 2004, 316p.
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Capítulo 1 CONCEITOS DE DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
______. Os diferentes papéis doprofessor. In: PARRA, C.; SAIZ, I. (org). Didática
da Matemática: Reflexões Psicológicas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996b.
Cap. 4. p. 48-72.
______. Educação como prática da liberdade. 29. ed. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 2006.
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Didática da Matemática
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C APÍTULO 2
Referências da Didática da
Matemática
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Capítulo 2 REFERÊNCIAS DA DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
ConteXtualiZaÇÃo
Quando falamos em referências, poderíamos pensar em autores ou diretrizes
sobre o estudo da Didática da Matemática, no entanto, o que desejamos fazer é
tornar claras as referências fundamentais que servem para compor uma didática
mais relevante no âmbito educacional e científico. Nesse sentido, abordamos
as questões das escolhas que realizam os professores no seu trabalho,
cuja abrangência é a partir de seus conhecimentos e propostas de ensino, os
conteúdos que terão que trabalhar vinculados ao saber, aos tipos de obstáculos
que podem enfrentar no processo ensino-aprendizagem envolvendo tanto o
próprio professor quanto o aluno com sua intelectualidade e com a valorização do
seu contexto. Além disso, o professor não só trabalha os significados do próprio
conceito, mas leva essas variáveis mencionadas conjugadas no fazer do professor
na realidade escolar. Nesse capítulo, abordamos as referências da Didática da
Matemática, dialogamos com Brousseau (1986a) e realizamos uma análise do
saber matemático levado à esfera escolar.
O SaBer Matemático
Ao pensar em saber matemático, as primeiras ideias que ocorrem são
abstratas, características próprias da matemática. Consideramos, aqui, que a
natureza do saber matemático procedente de um lugar acadêmico irá afetar a
prática na escola desse professor, levando sua concepção das ideias matemáticas
à sala de aula. Cada professor terá sua própria concepção de acordo com a
formação que teve e da sua história pessoal e acadêmica. Lembramos que existe
diversidade de concepções filosóficas e isso traz diferentes práticas educativas.
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Didática da Matemática
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Capítulo 2 REFERÊNCIAS DA DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
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Didática da Matemática
b) Formalismo
c) Construtivismo
Nesta corrente, considera-se que “os objetos matemáticos não podem ser
considerados existentes, se não forem dados por uma construção, em número
finito de procedimentos, partindo dos números naturais. Não é suficiente mostrar
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Capítulo 2 REFERÊNCIAS DA DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
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Didática da Matemática
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Capítulo 2 REFERÊNCIAS DA DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
Atividades de Estudos:
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Didática da Matemática
O TraBalho do Professor de
Matemática
Iniciamos diferenciando o papel do matemático em relação ao papel
O matemático do professor de matemática. O matemático tem como objeto de estudo o
tem como objeto
próprio saber matemático, mas para o professor de matemática, o aluno
de estudo o
próprio saber é prioridade no que diz respeito à matemática quanto saber escolar
matemático, mas que serve para a educação do mesmo. O primeiro, o pesquisador,
para o professor precisa eliminar as variáveis relacionadas ao contexto do objeto de
de matemática, o pesquisa, enquanto o professor deve considerar todo o contexto
aluno é prioridade em que o aluno se encontra inserido para precisamente viabilizar o
no que diz respeito
melhor entendimento dos conceitos matemáticos em estudo e manter
à matemática
quanto saber contextualizando os conteúdos associados ao ensino-aprendizagem.
escolar que serve Para melhor compreendermos o trabalho do professor de matemática
para a educação do se faz necessário conhecer sobre a epistemologia do docente.
mesmo.
Falar de epistemologia é falar de alguma maneira em teoria do
conhecimento, ela aborda o saber no estudo da evolução das ideias
Epistemologia que a formam e a correspondente metodologia aplicada para a ciência
da matemática em estudo com seus valores e objetos que a formam. A noção de
trata do estudo epistemologia se remete, segundo Émile Meyerson (1859-1933), a
do progresso de
ressaltar a compreensão sobre a evolução da ideia científica enquanto
seus conceitos da
disciplina científica estudo da ideia central da filosofia das ciências dedicado à formação
matemática. de conceitos. Assim, a epistemologia da matemática trata do estudo do
progresso de seus conceitos da disciplina científica matemática.
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Capítulo 2 REFERÊNCIAS DA DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
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Didática da Matemática
Os OBstáculos e a Matemática
No Capítulo 1 deste caderno, já falamos genericamente dos obstáculos
didáticos e, neste momento, retomaremos a temática de forma mais aprofundada
bem como, buscaremos interligar esta ao processo ensino-aprendizagem da
matemática.
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Capítulo 2 REFERÊNCIAS DA DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
da matemática para criar os novos conceitos emergidos das novas ideias e que
harmonizam com os paradigmas dessa área científica. Pais (2008) observa
que os obstáculos são mais evidenciados na fase de aprendizagem e síntese
do conhecimento. Isso nos permite perceber que no processo de ensino-
aprendizagem levamos a vantagem de que aqueles obstáculos que apareceram
na formulação dos conceitos como erros, dúvidas, avanços e retrocesso, foram
superados a partir do momento em que encontramos o texto pronto para ser
estudado.
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Didática da Matemática
Os OBstáculos Epistemológicos e
Didáticos
Temos dialogado sobre obstáculos e acabamos de mencionar os obstáculos
epistemológicos. Um dos primeiros estudiosos a trazer a noção de “obstáculo
epistemológico” foi Bachelard na sua obra publicada em 1938. Ele explica que
na evolução histórica dos conceitos, há toda uma área de estudos e de ideias
que se manifestam para formar conceitos e que esse grupo de ideias passa pela
fina peneira do saber científico antes mesmo de escrever a primeira palavra
sobre um conceito, um teorema ou uma demonstração. Todo esse estudo,
discussões, análises de ideias são os obstáculos epistemológicos que se opõem
à desconstrução de conceitos de determinada ciência. Todo esse processo fica
velado após os novos conceitos evolutivos a serem aceitos.
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Capítulo 2 REFERÊNCIAS DA DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
Além disso, por exemplo, 0,7 × 0,8 = 0,56 é menor do que cada
um dos fatores. O professor chama de “multiplicação” ou “divisão”
novas operações e gostaria que os estudantes as “reconhecessem”
e assimilassem às anteriores.
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Didática da Matemática
Fonte: A autora.
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Capítulo 2 REFERÊNCIAS DA DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
Atividade de Estudos:
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Didática da Matemática
Uma das vias que estudamos para refletir as condições de como acontece
e como se facilita a aprendizagem conceitual por parte do aluno é a teoria dos
Campos Conceituais, trazida e definida por Vergnaud (1994, p. 75), como: “um
conjunto de situações cujo tratamento implica esquemas, conceitos e teoremas
em estreita relação, assim como representações linguísticas e simbólicas que
podem utilizar-se para simbolizá-los”.
O autor delimita essa teoria indicando que ela respeita a estrutura progressiva
da elaboração de conceitos e sua aplicação vai além da Educação Matemática.
Uma das características da teoria dos Campos Conceituais é que dá um realce ao
tratamento do saber escolar de uma maneira diferente àquela do saber científico
e, aqui, encontra lugar o saber escolar visualizando-o entre o saber cotidiano
e o saber científico. Nesse sentido, entra o importante papel da didática para
proporcionar ao aluno a oportunidade de elaborar os conceitos, que geralmente
não vêm sozinhos, mas atrelados a outras noções que, dada a situação problema,
o aluno resolve o problema passando por uma sucessão de adaptações até a
compreensão dos conceitos e vinculação com as experiências do seu contexto.
Pais (2008, p.53) afirma que,
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Capítulo 2 REFERÊNCIAS DA DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
Essa ação necessita de uma reflexão para que se direcione para a formação e
desenvolvimento. Para a formação de um conceito, faz-se necessário interagir
com ele numa variedade de situações, entendendo que o conhecimento é fruto
de uma maturação do indivíduo, de sua experiência e de sua prática. A teoria
dos campos conceituais permite a análise de competências e dificuldades dos
alunos, pois o processo cognitivo envolvido não tem nenhum vínculo com o uso
de aprendizagem mecânica ou memorizadora de repetição seja de modelos,
fórmulas ou qualquer outra maneira de automatizar uma aprendizagem.
Para Vergnaud (1993) um conceito não pode ser reduzido à sua definição
quando a prioridade é o ensino e a aprendizagem significativa, pois um conceito
somente adquire significado para o aluno, através da linguagem e dos símbolos
envolvidos.
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Didática da Matemática
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Capítulo 2 REFERÊNCIAS DA DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
Atividades de Estudos:
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Didática da Matemática
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Algumas ConsideraÇões
O professor de matemática que se forma nesse século XXI já não é mais
aquele teórico dedicado exclusivamente ao saber matemático, nem mesmo
aquele que tinha que escrever tudo o que sabia no quadro da sala de aula sem
mesmo nem saber sobre a natureza e contexto social de seus alunos.
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Capítulo 2 REFERÊNCIAS DA DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
pelo conhecimento chegar a ter sentido mais concreto nas aplicações do saber
matemático.
Referências
ALMOULOUD, S. A. (2007). Fundamentos da Didática da Matemática.
Curitiba: UFPR, 2007.
BARALDI, I.M. Matemática na escola: que ciência é esta? Bauru: Edusc, 1999.
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Didática da Matemática
______. Educação como prática da liberdade. 29. ed. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 2006.
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Capítulo 2 REFERÊNCIAS DA DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2010. xvii, 420 p, il.
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Didática da Matemática
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C APÍTULO 3
A Especificidade da Matemática e da
Didática da Matemática
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Capítulo 3 A ESPECIFICIDADE DA MATEMÁTICA E
DA DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
ConteXtualiZaÇÃo
No processo da construção do saber, este é concebido, validado e
comunicado. À Didática cabe analisar e discutir as variações, no processo ensino-
aprendizagem, desses três aspectos.
Uma vez que o saber foi concebido e validado, é a vez de ser comunicado.
Enquanto professores, sabemos que ao preparar um assunto, que implica a
explicação de um saber, o fato de ser comunicado passa antes por um estágio
de assentamento. Esse assentamento do saber permite o encontro de estratégias
para que seja comunicado, questionarmos de que maneira seria mais efetiva
a estratégia da comunicação, além de sobrepor às prenoções dos saberes já
adquiridos que em muitos casos atrapalham para o novo saber ser aceito.
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Didática da Matemática
fazemos para que esse processo seja bem-sucedido, tanto para o estudante
quanto para o educador. Temos o que se apresenta como conjunturas didáticas,
que se refere a circunstâncias dentro do momento em que acontece a construção
do conhecimento que vincula, de alguma maneira, os fatores que estão no meio
do acontecer desse processo e que chamamos de situação didática. Pais (2008)
explica como Brousseau (1988) diferencia conhecimento de saber e que isso é
explicado com a teoria das situações didáticas e aponta que segundo o tipo da
situação didática será mais apropriado ou falar em conhecimento ou em saber.
Nesse quesito, acudimos a lembrarmos do que trata a teoria das situações
didáticas.
Uma situação Conforme Pais (2008, p. 65): [...] uma situação didática é formada
didática é pelas múltiplas relações pedagógicas estabelecidas entre o professor,
formada pelas os alunos e o saber, com a finalidade de desenvolver atividades voltadas
múltiplas relações para o ensino e para a aprendizagem de um conteúdo específico.
pedagógicas
estabelecidas entre
Professor, aluno e saber, componentes de uma situação didática,
o professor, os
alunos e o saber. esses três elementos formam o chamado triângulo didático e eles são a
essência da sala de aula, mas não são suficientes para que possamos
entender/analisar a complexidade do processo cognitivo. Além desses três fatores,
temos o ambiente em que esta situação didática acontece o que formaria o quarto
membro do que influencia numa situação didática quando está em execução, o
processo ensino-aprendizagem.
Podemos ver como esclarece Brousseau (1988), que falou sobre polígonos
da didática e além dos elementos citados professor, aluno e saber, acrescentou o
que ele chamou de “milieu” nome dado ao ambiente em que acontece o processo
de ensino-aprendizagem. Contudo, esse autor ainda achou que não estaria sendo
considerada a variável referente à bagagem de conhecimento que traz cada
aluno, mesmo assim, considerando entre as variáveis o ambiente ou “milieu” já
ficaria mais próximo a um ajuste da realidade contextualizada no espaço escolar,
chamado por Brousseau (1988) como quadrilátero da didática.
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Capítulo 3 A ESPECIFICIDADE DA MATEMÁTICA E
DA DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
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Didática da Matemática
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Capítulo 3 A ESPECIFICIDADE DA MATEMÁTICA E
DA DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
Atividades de Estudos:
1) Uma situação didática tem vários elementos que devem ser
considerados, mas os fundamentais são três. Eles são:
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A Especificidade Educacional do
SaBer Matemático
A maior parte da sociedade, especialmente a escola, considera o saber
matemático como um conhecimento imutável e verdadeiro, que o aluno deve
assimilar. O professor “ensina” e o aluno “aprende”. Contudo, não há uma só
concepção sobre as ideias matemáticas e suas práticas educativas.
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Didática da Matemática
exemplos e situações que se apresentam nas explicações aos alunos tem que ter
contextualização de situações reais.
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Capítulo 3 A ESPECIFICIDADE DA MATEMÁTICA E
DA DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
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Didática da Matemática
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Capítulo 3 A ESPECIFICIDADE DA MATEMÁTICA E
DA DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
Atividade de Estudos:
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Didática da Matemática
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Capítulo 3 A ESPECIFICIDADE DA MATEMÁTICA E
DA DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
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Didática da Matemática
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Capítulo 3 A ESPECIFICIDADE DA MATEMÁTICA E
DA DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
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Didática da Matemática
Cabe ao professor Assim, não podemos deixar de destacar que o conjunto de regras
planejar sua ação do contrato didático é resultado de uma ampla fonte de influências, ou
e verificar em
seja, o cotidiano, o espaço da sala de aula, a instituição escolar, os
que condições as
situações didáticas alunos, bibliografias, entre outros.
foram efetivadas
pelos alunos. O Cabe ao professor planejar sua ação e verificar em que condições
contrato didático as situações didáticas foram efetivadas pelos alunos. Avaliar se
se rompe e implica a aprendizagem ocorreu e, em caso de negativa, redirecionar as
na desistência de
atividades de forma adequada ao nível cognitivo dos alunos. Não
engajamento no
processo de ensino. havendo esse processo, o contrato didático se rompe e implica na
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Capítulo 3 A ESPECIFICIDADE DA MATEMÁTICA E
DA DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
Atividades de Estudos:
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Didática da Matemática
Silva (2008) destaca que muitas das dificuldades dos alunos têm sua causa
em contratos didáticos que podem ser considerados como mal dimensionados
(quanto à comunicação e entendimento). Tanto professor quanto alunos têm
objetivos e expectativas que precisam se encontrar para que ocorra o processo
ensino-aprendizagem. E ambos deverão estar cientes no transcurso do período
letivo sobre as características e os assuntos vinculados no contrato didático.
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Capítulo 3 A ESPECIFICIDADE DA MATEMÁTICA E
DA DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
É verdade que nos dias de hoje encontra-se tudo na Internet, mas nem
tudo é verdade e nem tudo é transformado em conhecimento para o aluno. Aqui
se pode também ressaltar que o professor também tem que estar atento nas
facilidades que hoje se têm na Internet e nas redes sociais e que têm de ser bem
administradas no entorno educativo.
Para Brousseau (2003), são cinco os efeitos didáticos: efeito Topázio, efeito
Jourdain, efeito da Analogia, deslize metacognitivo e efeito Dienes. Mas o que
determina e diferencia cada um deles? É o que passaremos a estudar agora.
79
Didática da Matemática
a) Efeito Topázio
b) Efeito Jourdain
Para isso o professor deve ser humilde quando não conhece uma situação
e virar o jogo ao fazer a proposta de uma nova pesquisa no assunto, deixar para
outra aula em que ele tem tempo de se preparar melhor e os alunos também e,
desse jeito, existe benefício tanto do aluno quanto do professor.
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Capítulo 3 A ESPECIFICIDADE DA MATEMÁTICA E
DA DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
Em uma situação onde ocorre o efeito Jourdain, o aluno trata de uma situação
deslocada do significado matemático e o professor admite o fato como suficiente
para considerar a aprendizagem satisfatória.
c) Efeito da Analogia
Para que uma analogia obtenha uma resposta efetiva no processo ensino-
aprendizagem, deve ser acompanhada de uma vigilância criteriosa por parte do
professor, para ao final não chegar a conclusões reducionistas sobre os conceitos
envolvidos. Assim, o uso inadequado de analogias, pode desencadear em um
efeito Topázio, que por sua vez, pode terminar em um efeito Jourdain.
81
Didática da Matemática
e) Efeito Dienes
Para deixar ainda mais claro, os efeitos dos fenômenos didáticos ficam
resumidos no quadro a seguir, que apresenta as características de cada um dos
fenômenos.
Efeito Caracterização
Apresenta-se uma situação, onde, após um problema proposto, num mo-
Topázio mento determinado, o professor percebe a dificuldade do aluno, então, tenta
acelerar a aprendizagem, antecipando o resultado.
Apresenta-se uma situação em que o professor reconhece uma resposta
Jourdain
simples do aluno como a expressão de um conhecimento científico.
Da Analogia Acontece quando o professor incorre no uso inadequado de uma analogia.
Deslize Circunstância onde o professor toma suas próprias explicações como objeto
Metagognitivo de estudo no lugar do verdadeiro conhecimento matemático.
Situação em que o professor com suas concepções (epistemológicas) tenta
Dienes
aproximar o saber científico do saber ensinado.
Fonte: A autora.
Atividade de Estudos:
a) Efeito Jourdain.
b) Efeito Metacognitivo.
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Didática da Matemática
c) Efeito da Analogia.
d) Efeito Topázio.
e) Efeito Dienes.
Algumas ConsideraÇões
A sala de aula é um espaço complexo que envolve muitas variáveis, mas
que se fundamentam na relação professor, aluno e saber. A relação didática
estabelecida traz consigo negociações e expectativas que necessitam ser
dialogadas e acordadas, caracterizando a importância do contrato didático no
processo ensino-aprendizagem.
Para Brousseau (2003) mais importante que explicitar todas as regras que
compõem um contrato didático, é delinear possíveis pontos de ruptura e, em
ambas as situações nos defrontamos com uma difícil situação, ou seja, tratar com
questões implícitas, subjetivas, que não são totalmente previsíveis.
Referências
ALMOULOUD, S. A. (2007). Fundamentos da Didática da Matemática.
Curitiba: UFPR, 2007. Brasil. Ministério da Educação e Cultura. Fundação
Nacional de Material Escolar (1973). Desenho 2: plano – espaço. Brasília: MEC.
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Capítulo 3 A ESPECIFICIDADE DA MATEMÁTICA E
DA DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
______. Educação como prática da liberdade. 29. ed. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 2006.
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Didática da Matemática
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C APÍTULO 4
Questões Metodológicas e a
Engenharia Didática
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Capítulo 4 QUESTÕES METODOLÓGICAS E A ENGENHARIA DIDÁTICA
ConteXtualiZaÇÃo
Ao pensarmos sobre a engenharia de qualquer coisa, uma das primeiras
imagens relacionadas é a do conhecimento científico aplicado, isto é, o que
científicamente conhecemos desse “assunto” e o aplicamos na prática. No nosso
caso, o conhecimento científico que estudamos é sobre a Didática da Matemática,
então, passamos a explorar os estudos em que podemos aplicar o conhecimento
de uma maneira prática e através da metodologia científica.
Os assuntos que temos discutido até este ponto nos fornecem bases teóricas,
as quais são, atualmente, utilizadas para estudos de pesquisas e que usam a
metodologia da Engenharia Didática. Esta tem um procedimento diferenciado cujo
ponto de partida é a conjugação da dimensão teórica com a dimensão prática.
Mas, de que forma? Qual o caminho escolhido para tal fim? Veremos a seguir as
noções da Engenharia Didática que nos auxiliarão neste quesito.
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Didática da Matemática
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Capítulo 4 QUESTÕES METODOLÓGICAS E A ENGENHARIA DIDÁTICA
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Didática da Matemática
Fonte: A autora.
Cabe salientar que as quatro fases podem não ocorrer de forma linear
e estanque. A elaboração da Engenharia Didática necessita, em alguns
momentos, da articulação, da antecipação e até da superposição dos elementos
caracterizadores destas quatro fases.
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Didática da Matemática
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Capítulo 4 QUESTÕES METODOLÓGICAS E A ENGENHARIA DIDÁTICA
Segunda fase é a da
Podemos, então afirmar, que esta segunda fase é a da concepção concepção e análise
e análise a priori das situações didáticas nas quais o professor/ a priori das situações
pesquisador definirá as variáveis que estarão sob controle e onde o didáticas nas
quais o professor/
comportamento esperado do aluno é o foco principal da análise. É a fase
pesquisador
em que se realiza uma análise preliminar de variáveis designadas pelo definirá as variáveis
professor/pesquisador como aquelas que afetam significativamente que estarão sob
o objeto de estudo. A partir da identificação e escolha das primeiras controle e onde o
variáveis acontece à análise a priori propriamente dita que determina comportamento
quais dessas variáveis é possível controlar, de alguma maneira, e esperado do aluno
é o foco principal da
associar atividades com conteúdo trabalhado em sala, através das
análise.
quais se viabilize a apropriação dos conceitos estudados.
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Didática da Matemática
3ª fase - Da experimentação
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Didática da Matemática
Assim, por meio do confronto das análises a priori, com base no referencial
teórico constituído, e da análise a posteriori, realizada sobre os dados recolhidos
quando da ação efetiva dos alunos, é realizada a validação das hipóteses da
pesquisa. A principal diferença entre as pesquisas realizadas dentro de uma
Metodologia da Engenharia Didática e outras, é a busca de um confronto das
análises iniciais com os dados sobre os procedimentos e desempenhos dos
alunos, analisados posteriormente, validando assim, as hipóteses da pesquisa.
Podemos, então, resumir esta fase como aquela em que nos debruçamos
sobre os dados registrados, relacionando-os com a teoria para assim, analisar e
ponderar sobre o objeto de estudo. Além disso, nessa etapa se complementam
os dados já obtidos com uso de outros recursos como diálogos, gravações
adicionais, filmagens e similares. Com todos os dados armazenados e tratados,
nos debruçamos sobre a análise para alcançar a realidade de produção dos
alunos, usando as ferramentas cognitivas e metodológicas com o objetivo de
conseguir perceber os procedimentos de raciocínio dos alunos.
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Capítulo 4 QUESTÕES METODOLÓGICAS E A ENGENHARIA DIDÁTICA
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Didática da Matemática
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Capítulo 4 QUESTÕES METODOLÓGICAS E A ENGENHARIA DIDÁTICA
valorização da interação do aluno com o meio em que está inserido bem como,
de sua autonomia no processo ensino-aprendizagem. Isto requer por parte do
professor, um trabalho reflexivo e coletivo, em que a dialética da teoria com a
prática, possa contribuir para formar um cidadão com uma cultura matemática
mais significativa.
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Didática da Matemática
Após o conhecimento das teorias que têm sido utilizadas como bases atuais
na pesquisa em Didática da Matemática, podemos analisá-la, segundo três
dimensões: os valores, os conceitos e as questões metodológicas.
Mas como pensar nesta relação, sem priorizar conceitos didáticos que
venham com a finalidade maior de fornecer uma fundamentação para a Educação
Matemática?
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Didática da Matemática
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Capítulo 4 QUESTÕES METODOLÓGICAS E A ENGENHARIA DIDÁTICA
Proposta por Guy Brousseau (2006), no início da década de 1980, A função do contrato
a ideia de contrato didático pretende estabelecer um conjunto de fatores didático é equilibrar
referentes à relação didática entre professor e aluno, que procura definir questões implícitas e
as responsabilidades e os comportamentos que cada sujeito deve ter explícitas, buscando
perante o outro nas práticas que possibilitam a construção do saber. A criar um espaço de
diálogo e troca entre
função do contrato didático é equilibrar questões implícitas e explícitas,
professor e alunos,
buscando criar um espaço de diálogo e troca entre professor e alunos, tendo em vista que
tendo em vista que a comunicação tem sentido diferente para ambos a comunicação tem
os atores. Deve haver um espaço de significações em relação ao sentido diferente
saber onde, nada é comum ou preestabelecido. Na escola, o contrato para ambos os
didático é, pois, fundamental, pois dá responsabilidade ao aluno atores.
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Didática da Matemática
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Capítulo 4 QUESTÕES METODOLÓGICAS E A ENGENHARIA DIDÁTICA
Algumas ConsideraÇões
Podemos observar que existe uma dialética entre o conhecimento escolar
e o acadêmico, mas, apresentam tensões que precisam ser debatidas junto a
formação inicial e formação continuada de professores. Há de se atentar para
a especificidade do conhecimento matemático escolar e do conhecimento
matemático científico que o professor necessita para lidar com a sala de aula.
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Didática da Matemática
Referências
ARAÚJO, P. C. de; IGLIORI, S. B. C. O método na pesquisa em educação
matemática. V Seminário internacional de pesquisa em educação matemática.
Petrópolis, RJ. Anais... Petrópolis: 2012. Disponível em: <http://www.sbem.com.
br/files/v_sipem/PDFs/GT04/CC16516613591_A.pdf>0. Acesso em: 14 nov.
2016.
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