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DIDÁTICA
BELO HORIZONTE / MG
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SUMÁRIO
REFERÊNCIAS
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UNIDADE II - Didática do Ensino Superior
................................................................................ 39
Tópico 1. Considerações Gerais sobre didática
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Objetivos de aprendizagem:
• Conceituar didática;
• Identificar a importância da didática para o sistema do ensino aprendizagem;
• Analisar a relação entre didática e pedagogia.
PLANO DE ESTUDO
Conversa Inicial
Querido (a) aluno (a), neste módulo abordaremos as questões relacionadas com a
didática. É importante que você se dedique ao estudo, pois a didática de ensino é entendida,
em síntese, como um processo pedagógico que estuda os objetos, as condições do processo
de ensino, os meios e o cenário educacional. E, deve-se, portanto, pensar na didática como
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Nesse sentido, para que seja possível compreender os elementos que se referem ao
sistema apresentado pela didática, faz-se necessário observar os seguintes instrumentos
técnicos, quais sejam:
Desse modo, esperamos que você, através deste módulo, adquira ainda mais
conhecimentos acerca dos elementos que constituem a compreensão adequada sobre a
didática!
Bons estudos e sucesso!
INTRODUÇÃO
Olá, caro (a) aluno (a)! Que prazer estarmos juntos para mais essa unidade de
estudos, sob o título de Didática. Antes de tudo, precisaremos compreender a conceituação
de didática, onde será possível apreender que vem a ser uma disciplina pedagógica que
estuda os objetos, as condições do processo de ensino, os meios e o cenário educacional.
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Intervenção mental
A ação de ensinar, mais do que “passar conteúdo”,
consiste em intervir no processo mental de
formação de conceitos por parte dos alunos, com
base na matéria ensinada.
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Não é de hoje que a formação de professores tem sido interpelada, a começar pela
própria área, a responder mais enfaticamente às exigências relativas ao trabalho docente.
Diante de contextos sociais e culturais diversificados, professores em formação e em atuação
são instados ao cumprimento de sua responsabilidade profissional à frente de processos de
formação humana, habilitando os seus alunos à compreensão do mundo e ao agir social. Tal
demanda se dá em um cenário social, cultural e educacional diverso, porém desigual e
instável, e, por isso, exigente de intervenções pedagógicas favorecedoras de aprendizagens
efetivas tanto cognitivas quanto sócio afetivas (CRUZ, 2018).
Para ler mais sobre Didática e formação de professores acessarem o texto de autora
de Giseli Barreto da Cruz através do endereço indicado no link
http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1100.pdf
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Brasil: 50% dos professores não tem didática para tudo que ensinam.
“Quatro em cada dez professores brasileiros não tiveram formação para a prática de
sala de aula para todas as matérias que ensinam durante a faculdade. Isso significa que eles
não aprenderam a lidar com problemas de indisciplina ou como trabalhar com adolescentes,
por exemplo, com adolescentes, por exemplo.”.
Leia reportagem completa de Karina Yamamoto através do link através do endereço:
https://educacao.uol.com.br/noticias/2014/06/25/brasil-50-dos-professoresnaotemdidatica-
para-tudo-que-ensinam.htm.
Através do ensino, podemos compreender que o ato de aprender é o ato no qual
assimilamos mentalmente os fatos e as relações da natureza e da sociedade. Esse processo
de assimilação de conhecimentos é resultado da reflexão proporcionada pela percepção
prático-sensorial e pelas ações mentais que caracterizam o pensamento. Entendida como
fundamental no processo de ensino a assimilação ativa desenvolve no indivíduo a capacidade
de lógica e raciocínio, facilitando o processo de aprendizagem do aluno (LIBÂNEO, 2002).
O ensino pode ser visto como uma sequência de tomadas de decisões pelo professor.
E esse ato de decidir representa um momento muito importante da atividade do professor. Por
esta razão a problemática da tomada de decisões pelo professor desperta cada vez mais o
interesse de pesquisadores da área da educação e, em particular, de Didática (KRÜGER;
ENSSLIN, 2013).
Dessa maneira, podemos compreender que a educação compreende o conjunto dos
processos, influências, estruturas, ações, que intervêm no desenvolvimento humano de
indivíduos e grupos na sua relação ativa com o meio natural e social, num determinado
contexto de relações entre grupos e classes sociais, visando à formação do ser humano, pois
é uma prática social, que modifica os seres humanos nos seus estados físicos, mentais,
espirituais, culturais, que dá uma configuração à nossa existência humana individual e grupal
(LIBANEO, 2002).
Por isso, torna-se de substancial importância o papel do educador, pois irá apresentar
de maneira adequada o conteúdo para o aluno em sala de aula. Por isso, as estratégias no
sentido de alcançar o objetivo final, qual seja, a compreensão do conteúdo, se tornam
essenciais.
A reflexão-na-ação é um processo de extraordinária riqueza na formação do
profissional prático. Pode considerar-se o primeiro espaço de confrontação empírica com a
realidade problemática, a partir de um conjunto de esquemas teóricos e de convicções
implícitas do profissional. Quando o profissional se revela flexível e aberto ao cenário
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A sala de aula não pode ser o espaço apenas de instruir, isto é, transmitir
conhecimento, formar o erudito, mas sim ensinar, marcar profundamente com sinais e chegar
a um verdadeiro educar. Para o aluno ser educado, é necessário que realize as qualidades
que perfazem seu próprio eu, que realize valores dentro de si. Educar é despertar no
educando aqueles elementos positivos que nele se acham adormecidos, como verdade,
justiça, amor, solidariedade e liberdade (BERTAN; ROCHA e BECHARA, 2000).
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4. Dignidade Valor absoluto que tem cada ser humano. A pessoa é fim, não meio. A
da pessoa pessoa tem valor, não preço.
humana
5. Igualdade de Valor inspirado no princípio segundo o qual todos os homens são
direitos submetidos à lei e gozam dos mesmos direitos e obrigações.
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8. Respeito mútuo Valor que leva alguém a tratar outrem com grande atenção, profunda
deferência, consideração e reverência. A reação de outrem será no
mesmo nível: o respeito mútuo.
9. Solidariedade Valor que se manifesta no compromisso pelo qual as pessoas se
ajudam umas às outras e, cada uma delas, a todas, particularmente
diante dos pobres, dos desprotegidos, dos que sofrem, dos
injustiçados, com o intuito de confortar, consolar e oferecer ajuda.
10. Tolerância Valor que se manifesta na tendência a admitir, nos outros, maneiras
de pensar, de agir e de sentir diferentes ou mesmo diametralmente
opostas às nossas.
Fonte: http://www.construirnoticias.com.br/pratica-de-valores-na-escola/
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Ensinar e aprender são como as duas faces de uma mesma moeda. Dessa forma, o
ensino, que é o objeto de estudo da Didática, não pode ser tratado apenas levando em
consideração o professor, mas também, deve-se considerar a aprendizagem por parte do
aluno. A Didática é o estudo do processo de ensino e aprendizagem e, portanto, enfatiza a
relação professor aluno (HAYDT, 2006).
A Didática é uma disciplina que estuda o processo de ensino no seu conjunto, no qual
os objetivos, conteúdos, métodos e formas organizativas da aula se relacionam entre si de
modo a criar as condições e os modos de garantir aos alunos uma aprendizagem significativa.
Ela ajuda o professor na direção e orientação das tarefas do ensino e da aprendizagem,
fornecendo-lhe segurança profissional (LIBÂNEO, 2002).
Essa segurança ou competência profissional é muito importante, mas é insuficiente.
Além dos objetivos da disciplina, dos conteúdos, dos métodos e das formas de organização
do ensino, é preciso que o professor tenha clareza das finalidades que tem em mente na
educação das crianças (LIBÂNEO, 2002).
O papel do professor, portanto é o de planejar, selecionar e organizar os conteúdos,
programar tarefas, criar condições de estudo dentro da classe, incentivar os alunos, ou seja,
o professor dirige as atividades de aprendizagem dos alunos a fim de que estes se tornem
sujeitos ativos da própria aprendizagem. Não há ensino verdadeiro se os alunos não
desenvolvem suas capacidades e habilidades mentais, se não assimilam pessoal e
ativamente os conhecimentos ou se não dão conta de aplica-los, seja nos exercícios e
verificações feitos em classe, seja na prática da vida (LIBÂNEO, 2002).
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A evolução histórica da Didática nos mostra que até o início do século XIX,
predominou-se na prática escolar uma aprendizagem do tipo passivo e receptivo, ou seja,
aprender era basicamente memorizar. Essa forma de ensino baseava-se na concepção de
que o aluno era como um papel em branco sem nada escrito onde tudo podia ser impresso.
O importante nessa forma de aprendizagem era que o aluno reproduzisse literalmente as
frases e palavras decoradas (HAYDT, 2006).
Ao longo dos séculos, os filósofos e educadores visando tornar o ensino mais
estimulante e adaptado aos interesses dos alunos, criaram algumas teorias que tentavam
explicar como o ser humano é capaz de apreender e assimilar o mundo que o circunda. Com
base nessas teorias do conhecimento, alguns princípios didáticos foram formulados, tais
como: Sócrates (século V a.C.) acreditava que o saber, o conhecimento, é uma descoberta
que a própria pessoa realiza, portanto, a função do mestre é apenas ajudar o discípulo
descobrir, por si mesmo, a verdade; Comenius (1592-1670) valorizava o processo indutivo
como sendo a melhor forma de chegar ao conhecimento generalizado; Pestalozzi (1746-
1827) defendia a doutrina dos naturalistas que acreditava que o ser humano nascia bom e
que o caráter de um homem era formado pelo ambiente que o rodeia. Comenius (15921670)
Pestalozzi (1746-1827) Herbart (1776-1841) dizia que a característica fundamental do ser
humano era a sua capacidade de assimilação, portanto, ao nascer o ser humano não é bom
e nem mal, mas irá desenvolver para um lado ou para o outro a partir das influências externas,
das representações formadas e de suas combinações; Dewey (1859-1952) mostra que o
conhecimento e o ensino devem estar intimamente relacionados à ação, à vida prática, à
experiência, ou seja, o saber é um meio para ajudar o homem na sua existência, na sua vida
prática (HAYDT, 2006).
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Sócrates
(Século V a.C.)
Pestalozzi
Dewey
(1746 -1827) (18591952)
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A pedagogia e suas práticas são da ordem das práxis; assim, ocorrem em meio a
processos que estruturam a vida e a existência. A pedagogia caminha por entre culturas,
subjetividades, sujeitos e práticas. Caminha pela escola, mas a antecede, acompanha-a e
caminha além. A didática possui uma abrangência menor, mais focada nos processos
escolares dentro das salas de aula. A pedagogia coloca intencionalidades, projetos alargados;
a didática compromete-se a dar conta daquilo que se instituiu chamar de “saberes escolares”.
A lógica da didática é a lógica da produção da aprendizagem (nos alunos), a partir de
processos de ensino previamente planejados. A prática da didática é, portanto, uma prática
pedagógica. A prática pedagógica inclui a didática e a transcende (FRANCO, 2015).
Planeja-se o ensino na intencionalidade da aprendizagem futura do aluno. No entanto,
o grande desafio da didática tem sido a impossibilidade de controle ou previsão da qualidade
e da especificidade das aprendizagens que decorrem de determinadas situações de ensino
(FRANCO, 2015).
A contradição sempre está posta nos processos educativos: o ensino só se concretiza
nas aprendizagens que produz. E as aprendizagens, em seu sentido alargado e bem
estudadas pelos pedagogos cognitivistas, decorrem de sínteses interpretativas realizadas nas
relações dialéticas do sujeito com seu meio. Não são imediatas, não são previsíveis, ocorrem
por interpretação do sujeito, dos sentidos criados, das circunstâncias atuais e antigas. Enfim,
não há correlação direta entre ensino e aprendizagem. Quase que se pode dizer que as
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aprendizagens ocorrem sempre para além, ou para aquém do planejado; ocorrem nos
caminhos tortuosos, lentos, dinâmicos das trajetórias dos sujeitos (FRANCO, 2015).
As aprendizagens ocorrem entre os múltiplos ensinos que estão presentes,
inevitavelmente, nas vidas das pessoas e que competem ou potencializam o ensino escolar.
Há sempre concomitâncias de ensino. Aí está o desafio da tarefa pedagógica hoje: tornar o
ensino escolar tão desejável e vigoroso quanto outros ensinos que invadem a vida dos alunos.
Dessa forma, podemos perceber o perigo que ronda os processos de ensino quando este se
torna excessivamente técnico, planejado e avaliado apenas em seus produtos finais. A
educação se faz em processo, em diálogos, nas múltiplas contradições que são inexoráveis
entre sujeitos e natureza, que mutuamente se transformam. Medir apenas resultados e
produtos de aprendizagens como forma de avaliar o ensino pode se configurar como uma
grande falácia (FRANCO, 2015).
As práticas pedagógicas devam se estruturar como instâncias críticas das práticas
educativas, na perspectiva de transformação coletiva dos sentidos e significados das
aprendizagens (FRANCO, 2015).
O trabalho pedagógico requer espaço de ação sobre e de análise do não planejado,
do imprevisto, da desordem aparente. Isso deve pressupor a ação coletiva, dialógica e
emancipatória entre alunos e professores. Toda ação educativa tem em seu fazer uma carga
de intencionalidade que integra e organiza sua práxis, confluindo, de maneira dinâmica e
histórica, tanto as características do contexto sociocultural como as necessidades e
possibilidades do momento as concepções teóricas e a consciência das ações cotidianas, em
um amalgamar provisório que não permite que uma parte seja analisada sem referência ao
todo, nem que este seja visto como síntese provisória das circunstâncias parciais do momento
(FRANCO, 2015).
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Disponível: https://novaescola.org.br/conteudo/11897/como-as-metodologias-ativas-
favorecem-o-aprendizado
de cada uma dessas matérias, quanto aos objetivos, conteúdos e métodos conforme os níveis
de escolarização. A Prática de Ensino é o processo e o resultado da formação profissional
propiciada por essas duas disciplinas, pelo currículo do curso em seu conjunto, pela unidade
teórica metodológica da instituição formadora (ANDRÉ, 2006).
Há uma unidade e um vínculo recíproco entre a Didática e as Metodologias
específicas, assim como ambas são disciplinas pedagógicas. Neste sentido, compreende-se
a Didática como campo de estudos unitário, unidade que é assegurada pela Pedagogia, que
é o campo de conhecimento que investiga finalidades e meios do processo educativo.
Com efeito, na prática educativa, em decorrência de seu caráter histórico-social,
conteúdos e formas não existem por si mesmos, mas referidos a finalidades educativas, ou
seja, a propósitos pedagógicos que orientam a ação escolar dentro de um determinado
contexto de interesses sociais (METZNER, 2011).
A didática estabelece uma conexão entre a teoria pedagógica e a prática educativa
escolar. Inclui, portanto a reflexão teórica proporcionada pela teoria pedagógica e os
elementos científicos e características do processo de ensino no seu conjunto e das suas
peculiaridades conforme cada matéria de ensino (METZNER, 2011).
As tarefas da Didática incluem as Metodologias específicas, porém as extrapola.
Primeiro, porque as lógicas das ciências, que se convertem em lógica das matérias de ensino,
não são idênticas a lógica do processo didático. Segundo, porque sendo teoria da instrução
e do ensino, generaliza leis, princípios e procedimentos obtidos na investigação das próprias
disciplinas específicas e nas demais ciências que explicam as conexões entre ensino e
aprendizagem. Verifica-se, assim, que a Didática e as Metodologias são mutuamente
referidas, uma dependendo da outra, ainda que guardem cada uma sua especialidade
(METZNER, 2011).
A Didática, assim como as Metodologias, envolve teoria enquanto um sistema
relativamente autônomo de conhecimentos reproduzidos na lógica dos conceitos. A lógica
objetiva dos fenômenos e processos da realidade envolvem a prática como a atividade
humana real, efetiva, base da ação recíproca que mantem com a teoria. É evidente que
quando falo de prática não estou me restringindo à prática de ensino apenas, mas também à
prática social em todas as suas implicações com o processo educativo escolar (METZNER,
2011).
O mundo contemporâneo exige dos educadores novos objetivos, novas habilidades
cognitivas, mais capacidade de pensamento abstrato e flexibilidade de raciocínio, capacidade
de percepção de mudanças. Portanto, é necessário que esses profissionais tenham uma
formação geral e profissional para além de suas especialidades, ou seja, deve-se estar
presente nos currículos de formação inicial e continuada disciplinas voltadas ao repensar dos
processos de aprendizagem e das formas do aprender a aprender (METZNER, 2011).
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NOSSO RESUMO
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REFERÊNCIAS
BENETTE, Tereza Sanchez Benette; COSTA, Leila Pessoa da Costa. Indisciplina na sala
de aula: algumas reflexões. 2008. Disponível em:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2186-8.pdf, Acesso em 2 de
outubro de 2018.
BERTAN, Levino; ROCHA, Márcia Santos da; BECHARA, Zuleika Toledo Bechara.
Sala de aula: espaço de libertação ou domesticação? Unopar Cient., Ciênc. Hum. Educ.,
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<http://clipartartists.com/ctsankov> Acesso em 02 de outubro de 2018.
DAVIS, Cláudia; OLIVEIRA, Zilma. Psicologia na educação. 2a. ed. São Paulo: Cortez,
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FONSECA, João José Saraiva Fonseca; FONSECA, Sônia. Didática Geral. Sobral
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GIL, Antonio Carlos. Didática do ensino superior. São Paulo: Atlas, 2008.
HAYDT, Regina Célia Cazaux. Curso de didática geral. São Paulo: Ática, 2006.
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que deve ser o curso de Pedagogia. In: PIMENTA, Selma Garrido (org.). Pedagogia e
Pedagogos: Caminhos e perspectivas. São Paulo: Cortez, 2006.
MARTINS, Cairo Amarildo Batist; DIAS, Renata Flávia Nobre Canela; SILVA, Erika
Pereira A importância da didática na prática educativa e na formação docente.
Rev. Triang. v. 9, no. 1: 68-79, jan./Jun. 2016.
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SANTO, Eniel do Espírito, LUZ, Luiz Carlos Sacramento da. Didática no ensino superior:
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SANTOS, Elieide Pereira dos; BATISTA, Isleide Carvalho; SOUZA, Mayane Leite da
Silva. O processo didático educativo: uma análise reflexiva sobre o processo de
ensino e a aprendizagem. 2014. DISPONÍVEL em:
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/processodidaticoeducativoanalise-
reflexiva-sobre-processo-ensino-aprendizagem.htm. Acesso em 02 de outubro de 2018.
SOUZA, Dalva Inês de. Manual de orientações para projetos de pesquisa/ Dalva
Inês de Souza et al. – Novo Hamburgo: FESLSVC, 2013. Disponível em
http://www.liberato.com.br/sites/default/files/manual_de_orientacoes_para_projetos
_ de_pesquisa.pdf. Acesso em 02 de outubro de 2018.
TAVARES, Rosilene Horta, Didática Geral. Belo Horizonte: Editora, UFMG, 2011.
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Objetivos de aprendizagem:
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Conversa Inicial
Querido (a) aluno (a), neste módulo abordaremos as questões relacionadas com a
didática e os desafios enfrentados no ensino superior. É importante que você se dedique ao
estudo, pois apesar de saber que a didática é um instrumento de substancial importância para
a realização das atividades de ensino e aprendizagem, identifica-se, no entanto, uma certa
dificuldade por parte do sistema educacional do ensino superior, em virtude justamente da
deficiência do material humano, no que diz respeito a educação de base e, ainda na falta de
formação dos professores, afastando, portanto, a possibilidade de atuação através de
métodos tradicionais de ensino.
Sendo assim, para que seja possível desenvolver os estudos propostos no presente
módulo, a especificação do objetivo geral e dos objetivos específicos é de substancial
importância.
Desse modo, esperamos que você, através deste módulo, adquira ainda mais
conhecimentos acerca dos elementos que constituem a compreensão adequada sobre a
didática e os desafios enfrentados no ensino superior!
Bons estudos e sucesso!
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INTRODUÇÃO
Olá, caro aluno, cara aluna! Que prazer estarmos juntos para mais essa unidade de
estudos, sob o título de O uso da didática no ensino superior. Antes de tudo, precisaremos
compreender o conceito e a funcionalidade que giram em torno da didática. Será possível
observar que a didática é um mecanismo facilitar das atividades que serão desenvolvidas no
meio ambiente de sala de aula.
No início desta unidade, você terá a oportunidade de conhecer um pouco mais a
respeito dos conceitos de didática e, ainda, um pouco da realidade brasileira no que diz
respeito a proliferação de universidades, bem como aprender um pouco mais sobre o perfil
do estudante universitário no Brasil. Ademais, será possível também analisar um pouco dos
desafios enfrentados pela didática no que diz respeito ao ensino superior no Brasil.
Dessa maneira, você poderá observar durante o presente módulo uma construção
tanto conceitual no que se refere a didática, além do estudo da evolução histórica, quanto
também a didática aplicada a sala de aula, a partir de elementos que podem ser encontrados
corriqueiramente em sala de aula, na relação com os alunos. Será observada também a
realidade dos cursos noturnos das universidades brasileiras e, por fim, serão apresentados
métodos disponíveis para auxiliar o professor no processo de realização do sistema de ensino
e aprendizagem.
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Sudeste (48,7%) e baixo acesso na Região Norte, com apenas 6,5% das matrículas
(BARROS, 2015).
Em dez anos, as matrículas em cursos superiores (presenciais e a distância) mais que
dobraram: de 3.036.113, em 2001, passaram para 6.379.299, em 2010. Apesar do aumento
significativo de Instituições de Ensino Superior (IES) e de matrículas ocorrido a partir dos anos
de 1990, a taxa de escolarização líquida da população brasileira de 18 a 24 anos continua
muito baixa: 14,4%, segundo o Censo da Educação Superior de 2010. Além disso, 74% de
todas as matrículas de graduação estão no setor privado, respondendo o setor público por
apenas 26%. (BARROS, 2015).
Iniciativas como o Programa Universidade para Todos (ProUni), o Programa de
Financiamento Estudantil (Fies), o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e
Expansão das Universidades Federais (Reuni), o aumento da oferta de cursos superiores a
distância e as políticas de cotas vêm exercendo papel importante, porém limitado na
redistribuição de oportunidades (BARROS, 2015).
E, muito embora existam políticas destinadas a expansão das universidades e, ainda,
elementos que apresentem o interesse na inserção do indivíduo no ensino superior, observa-
se que existe uma dificuldade enorme no ingresso por parte dos indivíduos no ensino superior,
em virtude de várias questões, nomeadamente, o turno do funcionamento dos cursos (nas
instituições públicas, há a predominância do período diurno, enquanto que nas instituições
privadas, se identifica a existência do período noturno), os valores praticados pelas
instituições, a quantidade de vagas oferecidas, os cortes ocorridos nos programas de
financiamento para o ensino nas instituições privadas e, por fim, um elemento bastante grave:
a falta de formação na educação básica, que dificulta a continuação dos estudos por parte do
indivíduo, visto que a complexidade do ensino superior impossibilita, muitas vezes, que o
aluno acompanhe o planejamento em sala.
Dessa maneira, apesar de haver o interesse por parte do indivíduo, muitas vezes ele
não consegue ingressar por questões de logística, preços e indisponibilidade de horário e,
ainda, não consegue dar continuidade aos estudos por motivos de deficiência na educação
básica.
Nessa perspectiva, observa-se, portanto, a necessidade de o professor do ensino
superior, apreender mecanismos diferenciados que venham a ser capazes de minimizar os
danos causados no ato do ingresso no ensino superior. A verdade é que o professor deverá
dispor, não apenas, de aperfeiçoamento técnico, mas também dispor de sensibilidade técnica,
sobre as necessidades básicas dos alunos, para conseguir atingir os objetivos destacados no
ensino e aprendizagem. E, por isso, o uso da didática se torna de substancial importância
para a aplicação das técnicas de conhecimento.
cursos de qualidade bastante questionável. Além disso, essa história retrata a luta dos
trabalhadores por oportunidades de estudar, mesmo trabalhando oito horas diárias ou mais
(OLIVEIRA; BITTAR 2010).
O Ensino Médio brasileiro não forma pessoas em quantidade suficiente para alimentar
a expansão que o Ensino Superior vem tendo. Por isso, mesmo levando em conta que não
existe uma aderência perfeita da oferta atual à demanda existente, os números apresentados
confirmam que desde 2003 há menos concluintes do Ensino Médio que vagas ofertadas no
nível superior (BARROS, 2015).
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salários mínimos ultrapassa os 60%, o que desmistifica a crença de que os menos favorecidos
é que frequentam a instituição privada (MARTINS, 2002).
Para saber um pouco mais sobre a evolução do ensino superior no Brasil, sugere-se
a leitura do artigo intitulado de ensino superior no brasil: da descoberta aos dias atuais
cuja autoria é de Antônio Carlos Pereira Martins encontra-se disponível em
http://www.scielo.br/pdf/acb/v17s3/15255.pdf.
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A palavra didática origina- se do grego didaktiké e tem sido usualmente traduzida por
‘a arte de ensinar’. Pode- se definir didática como um conjunto de atividades organizadas pelo
docente visando favorecer a construção do conhecimento pelo estudante, sem caráter
normativo ou mesmo prescritivo, a justando-se ao projeto educativo de uma sociedade. Já o
didata é o profissional de ensino que tanto desenvolve como reflete sobre sua prática numa
disciplina específica do conhecimento (SANTO; LUZ, 2013).
Até o século XIX a didática aparece no campo da educação fundamentando-se nos
estudos da filosofia, tendo-se difundido especialmente a partir do livro de Jan Amos
Comenius (1592-1670) intitulado “Didática Magna” ou ‘Tratado da arte universal de
ensinar tudo a todos’, publicado em 1657 (SANTO; LUZ, 2013).
Todavia, a partir do início do século XX a didática passou a receber aportes
significativos de outras ciências como a Biologia e Psicologia, impulsionando muitos
movimentos de reforma escolar que admitiam a falência didática do modelo tradicional e
buscavam uma educação que considerasse os aspectos psicológicos relacionados com o
processo de ensino e aprendizagem (SANTO; LUZ, 2013).
Com as ideias tecnicistas de meados do século XX, a didática assumiu um conceito
instrumental que enfatizava tão somente a elaboração de planos de ensinos, elaboração de
objetivos, seleção de conteúdos e técnicas de ensino, confundindo-se assim com a
metodologia de ensino. (GIL, 2008).
A prática da didática na abordagem tradicional resume-se em aulas expositivas
ministradas pelo professor especialista e na consequente memorização dos conteúdos pelos
alunos, cabendo ao docente a tarefa de verificar se os conteúdos transmitidos em sala de aula
foram reproduzidos rigorosamente em seus poucos instrumentos de avaliação de
aprendizagens (SANTO; LUZ, 2013; FREIRE, 2007).
Embora tais conceitos tradicionais não se coadunem com as concepções da
contemporaneidade, infelizmente ainda percebemos que é frequentemente assumida por
professores universitários na condução de suas práxis docentes, visto que tendem a
reproduzir os métodos tradicionais a que foram submetidos durante a sua própria formação
acadêmica (FREIRE, 2007); (GIL, 2008).
Na abordagem comportamentalista ou behaviorista a aprendizagem é fruto da
experiência, como resposta aos estímulos do docente que modela ou reforça o
comportamento desejado. De acordo com Santo et al (2013) é no século XX que o
comportamentalismo tem o seu ápice, especialmente entre as décadas de 20 e 50, com os
estudos de Pavlov, Watson, Guthrie e Skinner (SANTO; LUZ, 2013).
A teoria behaviorista visualiza a mente humana como uma ‘caixa preta’ em que as
respostas aos estímulos são mensuradas quantitativamente, ignorando-se a possibilidade de
um processo. Também propõe que os comportamentos humanos são determinados pelas
condições do meio, ou seja, no tocante à aprendizagem o estudante é um ser passivo que
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reage aos estímulos do meio, através da associação do estímulo resposta; assim, nesta
abordagem o elemento principal da aprendizagem são os estímulos do ambiente e não o
próprio sujeito, uma vez que ao se manipular as condições do meio ambiente gera-se
mudanças nos educandos (SANTO, LUZ, 2013).
No tocante a prática didática, a abordagem comportamentalista pressupõe que o
docente seja o responsável pela instrução programada visto que parte do princípio que o ser
humano, como produto do meio, pode ser manipulado ou controlado e o papel do professor é
manter este controle, independente da interação do aluno (GIL, 2008).
Trata-se do modelo de professor técnico muito comum nas instituições técnicas
profissionalizantes em que a formação ocorre pela aprendizagem imitativa; o instrutor é um
prático experiente e estabelece o modelo, pois domina as competências técnicas
(PERRENOUD, 2000).
Durante muito tempo prevaleceu no âmbito do Ensino Superior a crença de que, para
se tornar um bom professor neste nível, bastaria dispor de comunicação fluente e sólidos
conhecimentos relacionados à disciplina que pretendesse lecionar. A justificativa dessa
afirmação fundamentava-se no fato de o corpo discente do ensino básico, constituído por
crianças e adolescentes. Assim, esses alunos não necessitariam do auxílio de pedagogos
(FILHO; NERY, 2011).
Aliás, o próprio termo pedagogia tem sua origem relacionada à palavra criança (grego:
paidos = criança; gogein = conduzir). Os estudantes universitários, por já possuírem uma
“personalidade formada” e por saberem o que pretendem não exigiriam de seus professores
mais do que competência para transmitir os conhecimentos e para sanar suas dúvidas
(FILHO; NERY, 2011).
Diversas são as funções que fazem parte do trabalho do professor universitário, como
por exemplo: o estudo e a pesquisa; à docência, sua organização e o aperfeiçoamento de
ambas; a comunicação de suas investigações; a inovação e a comunicação das inovações
pedagógicas; a orientação e a avaliação dos alunos; a avaliação da docência e da
investigação; o estabelecimento de relações com o mundo do trabalho, da cultura etc. (FILHO;
NERY, 2011).
Desse modo, observou-se, durante muito tempo que, um bom professor para o ensino
superior deveria ter competências significativas no âmbito da pesquisa. Entretanto, a atitude
do professor em sala de aula se afastava dos critérios mínimos para expor o conteúdo, ou
seja, o professor não estava preocupado com os mecanismos para apresentar o conteúdo
aos alunos, ele sequer, estava preparado para o processo de ensino aprendizagem. Por isso,
aquele reconhecimento de quanto mais pesquisa o professor tem, maior competência técnica
para ministrar conteúdo em sala de aula ele teria, torna-se questionável.
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Sendo assim, tendo em vista essa multiplicidade de funções e as mudanças que vêm
ocorrendo no mundo contemporâneo, assim como das alterações nos campos das diversas
ciências, inclusive da educação, elas também levam à necessidade de focar em uma
formação/capacitação de qualidade destinada aos professores universitários, a fim de melhor
realizarem sua função primordial, ministrar boas aulas (FRONZA-MARTINS, 2009).
Hoje são poucas as pessoas envolvidas com as questões educacionais que aceitam
uma justificativa desse tipo. O professor universitário, como o de qualquer outro nível,
necessita não apenas de sólidos conhecimentos na área em que pretende lecionar, mas
também de habilidades pedagógicas suficientes para tornar o aprendizado mais eficaz. Além
disso, o professor universitário precisa ter uma visão de mundo, de ser humano, de ciência e
de educação compatível com as características de sua função (FILHO; NERY, 2011).
As deficiências na formação do professor universitário ficam claras nos levantamentos
que são realizados com estudantes ao longo dos cursos. Nestes é comum verificar que a
maioria das críticas em relação aos professores refere-se à “falta de didática”. Por essa razão
é que muitos professores e postulantes à docência em cursos universitários vem realizando
cursos de Didática do Ensino Superior, que são oferecidos em nível de pós-graduação, com
uma frequência cada vez maior, por instituições de Ensino Superior (FILHO; NERY, 2011).
A formação tanto do professor quanto a do aluno para quem ele leciona deve ser
encarada como um processo permanente, integrado no dia-a-dia. As instituições de ensino
superior precisam ampliar as ofertas de cursos de especialização na área pedagógica, para
contemplar um número maior de professores. Para possibilitar a formação contínua, propor
projetos pedagógicos que envolvam os docentes em grupos de estudos na busca de reflexão
sobre o corpo docente (NÓVOA, 1991).
Para além da ampliação dos cursos de pós-graduação, onde seja possível a busca
pelo aperfeiçoamento incessante dos profissionais da educação, é importante que as
instituições de ensino superior desenvolvam atividades com o intuito especifico de formar,
renovar e incentivar os docentes. E, quando se observa o cotidiano desgastante da sala de
aula, identifica-se a necessidade real de existir elementos que possam construir um processo
motivacional no âmbito institucional.
Quando nos referimos às necessidades dos estudos didáticos dirigidos ao ensino de
nível superior, a sua aplicação e investigação aos problemas pedagógicos deve levar cada
docente a fazer uma autocrítica e a tomar consciência de suas responsabilidades, e
principalmente buscar a melhor forma de desempenhar suas funções e por sua vez fazer
experiências pedagógicas que vise aperfeiçoar os diversos tipos de atividades que
caracterizam tais funções, em particular podemos citar as voltadas à sistematização e
transmissão do conhecimento, sem deixar em segundo plano ou de lado as responsabilidades
propriamente educativas (BORBA; SILVA, 2016).
Por isso, pode-se afirmar que a didática está ligada com o processo ensino
aprendizagem, no qual, professor e aluno, devem estabelecer uma relação muito boa para
que a mesma surta um efeito esperado, podendo assim acontecer uma troca de ideias que
favoreça e desenvolvimento intelectual de ambos, uma vez, que na educação há uma
interação de conhecimentos entre todos, se utilizando dos meios educacionais de acordo com
as necessidades da clientela atendida e de uma avaliação de qualidade (BORBA; SILVA,
2016).
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A grande maioria dos alunos que conclui o ensino médio possui sérias dificuldades de
leitura, escrita e resolução de exercícios matemáticos elementares. Sem uma formação
científica mínima e com conhecimentos bastante fragmentados, a grande maioria encontra
grandes dificuldades para conseguir aprovação nos processos seletivos das universidades de
melhor qualidade (BARROS, 2015).
O ingresso no ensino superior é certamente uma parte visível desse funil de
seletividade social, perpassado por processos de seleção excludentes adotados pelas IES,
especialmente as públicas. Processos que aniquilam o ideário, o sonho, a igualdade real de
oportunidade dos estudantes que buscam, no ensino superior, uma oportunidade de
conquistar um espaço na carreira acadêmica e profissional. O esforço é ainda maior para os
estudantes universitários que estão matriculados nos cursos noturnos, pois, para a grande
maioria, isso acontece depois de uma jornada de trabalho diária de oito horas (OLIVEIRA;
BITTAR, 2010).
A frustração do aluno pode vir de várias formas nessa trajetória: evadir-se por não
conseguir pagar as mensalidades; não acompanhar o curso devido à fragilidade da formação
anterior; concluir o curso e descobrir que pouco ou quase nada foi agregado de valor à
formação, devido a qualidade do curso; não conseguir inserir-se profissionalmente no
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mercado de trabalho; e, finalmente, não conseguir a melhoria da qualidade de vida que tanto
desejava (OLIVEIRA; BITTAR, 2010).
Diante deste delicado panorama, saber lidar com alunos em sala de aula, manter a
harmonia no ambiente, concentração nas disciplinas ministradas e assimilação dos conteúdos
são uma tarefa desafiadora para o professor. Isso por que a globalização, acompanhada da
tecnologia, traz um envolvimento de distração ao discente em relação às atividades em sala
de aula (OLIVEIRA; BITTAR, 2010).
Cabe ao professor buscar as ferramentas adequadas para atrair a atenção do aluno,
despertando nele a vontade de aprender e continuar aprendendo. Os equipamentos
audiovisuais auxiliam muito nesse caso, no entanto, não são suficientes. O planejamento, a
metodologia, o diálogo, são essenciais para o sucesso da aula (OLIVEIRA; BITTAR, 2010).
Outra forma de atrair o aluno a participar dessa dialética ensino/aprendizagem é
envolvê-lo na aula, perguntando sobre assuntos anteriores, fatos ocorridos na aula passada,
falas colocadas em ênfase e argumentos convincentes ou não. Estimular nos alunos o desejo
de assistir as próximas aulas, já antecipando algo interessante é fundamental, pois serve
como aperitivo, despertando nele a vontade de participar da próxima discussão (OLIVEIRA;
BITTAR, 2010).
O fenômeno educativo não é uma realidade acabada capaz de ser identificada clara e
precisamente em seus múltiplos aspectos. Por ser um fenômeno humano e histórico, tende a
ser abordado sob diferentes óticas (MIZUKAMI, 1986).
Segundo Mizukami (1986) existem cinco abordagens que podem ser feitas no
processo de ensino, nomeadamente a: tradicional, comportamentalista, humanista,
cognitivista e sociocultural, que são apresentadas a seguir:
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até pesquisas que traçam o perfil tanto do profissional docente, quanto do estudante
universitário. Outro foco de acalorados debates tem sido a busca de como se trabalhar de
maneira mais eficaz e eficiente com esse contingente de alunos cada vez maior. Atualmente,
surge ainda a discussão sobre a utilização das novas tecnologias da comunicação e
informação utilizadas como recursos didáticos neo contemporâneos. (FRONZA-MARTINS,
2009).
A prática do professor “abarca ações que nem sempre podem ser descritas em livros
e que tampouco podem ser prescritas em manuais”. Por isso, não basta compreender quais
atividades são importantes para o desenvolvimento dos alunos, mas é preciso conhecer
diferentes metodologias, saber selecionar conteúdos coerentes, criar estratégias, utilizar
recursos diversificados, conseguir elaborar uma sequência lógica de atividades, vivenciar e
observar outros profissionais da área, discutir sobre a relação teoria-prática, conseguir refletir
sobre a sua prática pedagógica e etc., visando um ensino eficiente e de qualidade (BORGES,
1998).
São necessárias reformas aplicáveis no contexto educacional em todas as suas
esferas, principalmente no âmbito da educação especial inclusiva, visando a melhoria do
ensino. Acredita-se que o desenvolvimento deste trabalho possa servir como ferramenta para
influenciar mudanças na Educação para relações mais éticas e justas, com indivíduos,
independentemente de suas limitações e potencialidades (BARDIN, 1995).
As dificuldades e desafios enfrentados por professores no ensino de alunos com
necessidades educacionais especiais foi o foco da categoria temática. Os resultados
mostraram que os entrevistados têm a preocupação de que o tema da inclusão deva ser
melhor discutido desde a formação de modo que o professor possa ter o contato não só teórico
sobre as necessidades especiais, mas sim a oportunidade de desde a graduação terem
contato com esta realidade (BARDIN, 1995).
A ausência dessa formação teórica e vivencia na prática, durante a graduação, através
da atuação nos estágios em instituições especializadas nos diversos tipos de deficiências e
transtornos psíquicos, levaria o profissional da área de educação a interpretar corretamente a
realidade do que é inclusão e especialmente dentro de uma dimensão existencialista,
humanista, onde se pudesse posteriormente desenvolver a educação especial no espaço das
escolas regulares contribuindo para formação da cidadania e atuação desses alunos incluídos
na sociedade (BARDIN, 1995).
NOSSO RESUMO
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estudantes tanto a sua formação básica quanto à questão que o acompanha durante a
realização do curso são obstáculos reais para o sucesso do ensino superior.
Foi possível abordar que a ação de ensinar é sobretudo uma intenção e indica que na
maior parte das vezes há um longo caminho entre o propósito e sua realização, por isso
entram em cena procedimentos ditos didáticos, visando um encontro entre o ensinar e o
aprender frente às dificuldades enfrentadas no ensino superior.
E, diante da necessidade de atravessar o longo caminho do ensino e aprendizagem,
faz-se necessário que o conhecimento gerado dentro das Universidades se aproxime da
prática do professor fornecendo alternativas aos problemas do dia-a-dia escolar.
E, esse caminho, só poderá ser vencido quando o professor do ensino superior,
apreender mecanismos diferenciados que venham a ser capazes de minimizar os danos
causados no ato do ingresso no ensino superior. A verdade é que o professor deverá dispor,
não apenas, de aperfeiçoamento técnico, mas também dispor de sensibilidade técnica, sobre
as necessidades básicas dos alunos, para conseguir atingir os objetivos destacados no ensino
e aprendizagem. E, por isso, o uso da didática se torna de substancial importância para a
aplicação das técnicas de conhecimento.
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REFERÊNCIAS
FILHO, Armando; NERY, Ana Clara Bortoleto. Ensino superior noturno no Brasil:
história, atores e políticas. Revista Brasileira de Política e Administração da
Educação [S.l.], v. 25, n. 1, mar. 2011. ISSN 2447-4193. Disponível em:
<http://seer.ufrgs.br/rbpae/article/view/19327 /11227>. Acesso em: 21 set. 2018.
doi:https://doi.org/10.21573/vol25n12009.19327.
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FREIRE, P., Educação e mudança. 30ª ed.; Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007.
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SANTO, Eniel do Espírito; LUZ, Luiz Carlos Sacramento da. Didática no Ensino Superior:
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em: <http://www.periodicos.ufrn.br/saberes/article/view/2201/ 3366>. Acessado em
setembro de 2018.
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