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DIDÁTICA

DIDÁTICA

BELO HORIZONTE / MG

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DIDÁTICA

SUMÁRIO

TÓPICO 1. Os aspectos gerais essenciais para a compreensão da didática


........................ 4
Tópico 1. Os aspectos gerais essenciais para a compreensão da didática
.......................... 7
Aula 1. As considerações conceituais sobre didática
......................................................... 7
Aula 2. Do processo ensino-aprendizagem
........................................................................ 11
Aula 3. A importância da
didática......................................................................................... 16
Tópico 2: O essencial da didática e o trabalho de professor
.............................................. 20
Aula 1. A didática e o ensino
................................................................................................ 20
Aula 2. A linha histórica da didática
..................................................................................... 21
Aula 3. A Influência da psicologia da educação nas práticas didáticas
........................... 22
TÓPICO 3: A unidade entre a didática, as metodologias específicas das
disciplinas e a
prática de ensino
................................................................................................................. 26 Aula 1. As
práticas de ensino .................................................................................................... 26
Aula 2. As metodologias ativas
................................................................................................ 28
Aula 3. A unidade entre didática, metodologia e as práticas de ensino
........................... 29

REFERÊNCIAS
........................................................................................................................... 35
UNIDADE II - Didática do Ensino Superior
................................................................................ 39
Tópico 1. Considerações Gerais sobre didática
..................................................................... 39

• Aula 1. Considerações gerais sobre a expansão do ensino superior


....................................... 39
INTRODUÇÃO
............................................................................................................................. 41

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DIDÁTICA

Tópico 1: A expansão do ensino superior


.............................................................................. 42
Aula 1. Considerações gerais sobre a expansão do ensino superior
............................... 42
Aula 2. O perfil do novo aluno no ensino superior
.............................................................. 43
Aula 3. O ensino superior noturno
........................................................................................ 44
Tópico 2: A didática do ensino superior
.................................................................................. 51
Aula 1. Considerações sobre didática
.................................................................................. 51
Aula 2. A importância da didática no ensino superior
........................................................ 53
Aula 3. Sugestões hipotéticas de comportamento do docente no ensino
superior ....... 55
Tópico 3: Os desafios da didática no ensino superior
......................................................... 58
Aula 1. A deficiência do ensino de base
.............................................................................. 58
Aula 2. A abordagem no processo de ensino
.................................................................... 59
Aula 3. Aperfeiçoamento dos métodos
................................................................................. 61
NOSSO RESUMO
.................................................................................................................... 64

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DIDÁTICA

UNIDADE I - Didática geral

Objetivos de aprendizagem:
• Conceituar didática;
• Identificar a importância da didática para o sistema do ensino aprendizagem;
• Analisar a relação entre didática e pedagogia.

PLANO DE ESTUDO

TÓPICO 1. Os aspectos gerais essenciais para a compreensão da didática

• Aula 1. O conceito de didática


• Aula 2. Do processo ensino e aprendizagem
• Aula 3. A importância da didática

TÓPICO 2: O essencial da didática e o trabalho de professor

• Aula 1. A didática e o ensino


• Aula 2. A linha histórica da didática
• Aula 3. A Influência da psicologia da educação nas práticas didáticas

TÓPICO 3: A unidade entre a didática, as metodologias específicas das disciplinas e


a prática de ensino

• Aula 1. As práticas de ensino


• Aula 2. As metodologias ativas
• Aula 3. A unidade entre didática, metodologia e as práticas de ensino

Conversa Inicial

Querido (a) aluno (a), neste módulo abordaremos as questões relacionadas com a
didática. É importante que você se dedique ao estudo, pois a didática de ensino é entendida,
em síntese, como um processo pedagógico que estuda os objetos, as condições do processo
de ensino, os meios e o cenário educacional. E, deve-se, portanto, pensar na didática como

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elemento de substancial importância para o desenvolvimento das atividades no âmbito da


educação.

Nesse sentido, no momento em que há disposição para o processo de construção do


conhecimento através da relação ensino-aprendizagem, buscar-se-á a compreensão dos
mecanismos para a aplicação do conhecimento apreendido. E, sendo assim, o referido
processo só será possível de ser construído através da compreensão dos caminhos que se
destinam a construção do ensino-aprendizagem. E, portanto, observa-se, que o professor não
poderá se limitar apenas ao conhecimento do conteúdo, mas também, deverá dominar o
processo de transferência de conhecimento, questão que só pode ser apresentada a partir da
compreensão da didática.

Nesse sentido, para que seja possível compreender os elementos que se referem ao
sistema apresentado pela didática, faz-se necessário observar os seguintes instrumentos
técnicos, quais sejam:

Objetivo Geral Analisar os elementos necessários para a compreensão


das questões que se referem à didática geral.

Objetivos Conceituar didática;


Específicos Identificar a importância da didática para o sistema do
ensino aprendizagem;
Analisar a relação entre didática e pedagogia.

Desse modo, esperamos que você, através deste módulo, adquira ainda mais
conhecimentos acerca dos elementos que constituem a compreensão adequada sobre a
didática!
Bons estudos e sucesso!

INTRODUÇÃO

Olá, caro (a) aluno (a)! Que prazer estarmos juntos para mais essa unidade de
estudos, sob o título de Didática. Antes de tudo, precisaremos compreender a conceituação
de didática, onde será possível apreender que vem a ser uma disciplina pedagógica que
estuda os objetos, as condições do processo de ensino, os meios e o cenário educacional.

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No início desta unidade, você terá a oportunidade de conhecer um pouco mais a


respeito da didática como elemento de substancial importância para o desenvolvimento das
atividades ensino-aprendizagem.
Nosso foco, como se pode apreender do título, é o conhecimento e aplicação dos
conceitos sobre Didática e, além de conhecer mais profundamente a respeito dos elementos
pedagógicos, observa-se também a importância da didática no processo de ensino e
aprendizagem.
Por isso, será parte da presente unidade o desenvolvimento dos estudos sobre a
relação da didática, o ensino e a pedagogia. E, por fim, serão apresentados também, os
elementos essenciais para a construção da relação entre didática e professor, visto que, o
professor para além da compreensão do conteúdo, deverá ter também o entendimento acerca
dos caminhos que deve buscar para atingir o objetivo.

Tópico 1. Os aspectos gerais essenciais para a compreensão da didática

Na presente aula inicia-se o processo de reflexão acentuada acerca das relações


instrumentais inerentes ao processo da didática. Observa-se que, o processo de didática
como instrumento a ser utilizado pelo docente em sala de aula, instrui e apresenta caminhos
adequados para o desenvolvimento das atividades pelo docente.
Portanto, será importante partir de um estudo que se deriva da etimologia da palavra
didática a partir dos seguintes passos: conceituar a didática a partir de elementos
caracterizadores que irão nortear a compreensão, funcionalidade e objetivo do instrumento
didático, no sentido de compreender a importância do uso da didática no desenvolvimento
das atividades acadêmicas.

Aula 1. As considerações conceituais sobre didática

A Didática é uma disciplina pedagógica que estuda os objetos, as condições do


processo de ensino, os meios e o cenário educacional. Porque os conteúdos da disciplina de
ensino decorrem da ciência que lhes servem de base. A disciplina de ensino implica numa
seleção de conhecimentos pautada por critérios pedagógicos e didáticos; do mesmo modo,
os métodos da ciência e os métodos de ensino são conexos, não idênticos, porque a atividade
de ensino implica uma relação pedagógica que lhe é peculiar, distinguindo-se daquela que
ocorre na atividade científica (LIBÂNEO, 1994).
O ensino está associado ao processo de transmissão de saberes, cabe à Didática
adequar os elementos do planejamento de ensino e os procedimentos e técnicas necessários
para ensinar. Não basta conhecer bem a ciência, nem os conhecimentos a serem
transmitidos, porque o método de ensino decorre do conteúdo e da forma de investigação da
ciência que é ensinada. Esta posição mostra um reducionismo do campo de estudos da

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Didática, tomando-a como disciplina prescritiva de métodos e técnicas (FONSECA;


FONSECA, 2016).
A ciência da educação constitui uma tarefa da pedagogia para conhecer e explicitar as
diversas configurações que a educação se manifesta, enquanto prática social, bem como, a
contribuição que ela pode dar visando definir rumos para a sociedade. Surge a Didática
enquanto ciência, que tem como objeto de estudo o ensino e aprendizagem (FRONZA-
MARTINS, 2009).
O foco da didática incide no estudo do conhecimento, dos processos de ensino e
aprendizagem, na investigação de possibilidades, de estruturação e funcionamento das
diferentes dimensões dos conhecimentos, com objetivo de criar probabilidades de ensinar e
aprender (MARIN, 2011).
Compreender o objeto de estudo da didática, envolve a interiorização de quaisquer
propostas didáticas que, implicitamente ou explicitamente partem de duas concepções
básicas. Por um lado, uma concepção de ensino e aprendizagem que relacione e articule as
dimensões: humana técnica e político-social e por outro lado, uma concepção que valorize as
diferentes maneiras de ensinar que integram o saber, o fazer e o ser; a racionalidade e a
sensibilidade; a teoria e o tecnológico de que resultam em novos modos de pensar e de
aprender. O desafio da didática na atualidade é superar a uma dimensão técnica propondo
alterações na maneira de agir e pensar do docente (MARIN, 2011).
Nesse sentido, cabe ao professor tentar compreender as percepções inerentes a
condição humana, ou seja, o professor deverá ter conhecimento da maneira como irá trabalhar
dentro das perspectivas de comunicação do indivíduo.
Pois, sem esta noção, tornam-se inábil para desenvolver didáticas articuladas e
contextualizadas com os problemas, desafios, questões relacionadas aos conteúdos e
condições para se conseguir uma aprendizagem significativa. A metodologia do ensino é uma
questão metodológica e também a inserção do professor na prática escolar, mediante a
pesquisa-ação (MARIN, 2011).
E, em virtude da educação, ser considerada como um objeto de substancial
importância dentro da prática da pedagogia, visto que é elemento essencial para o
desenvolvimento da sociedade, pois vislumbra o caminho seguro para a formação elementar
da população, a didática se transforma no vetor indisponível para atingir o objetivo de uma
educação de qualidade através de métodos de ensino e aprendizagem.
Suponha que a professora Maria, doutora em psicologia da aprendizagem é contratada
por uma Universidade para lecionar a disciplina de formação de professores. No processo de
contratação da referida professora, o meio utilizado para selecionar a candidata, foi tão
somente a análise curricular dos candidatos, deixando, portanto de se utilizar da aula como
averiguação dos dotes didáticos que devem ser apresentados pelo professor.
E, sabendo que a Didática, segundo Marin (2011) é um elemento exclusivo da
pedagogia que se refere ao conteúdo do ensino e aos processos próprios para a construção
do conhecimento, pode ser observado, portanto, um equívoco por parte da comissão de
seleção, visto que a contratação se deu, tão somente através da análise dos métodos
curriculares e, não, analisando amplamente as competências da professora.

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Dessa maneira, para evitar a dissonância entre o plano do ensino e da aprendizagem,


a partir de uma possibilidade em que o professor não dispõe de competência procedimental
para desenvolver as atividades intrínsecas a condição do professor, se limitando apenas aos
critérios materiais, ou seja, a competência material é importante que não apenas Maria, mas
todas as pessoas que desejam desenvolver a atividade docente tenham ou busquem o
aperfeiçoamento profissional.

Figura 01- Relação em Construção: Professor x Aluno.

Fonte: banco de imagens, 2018.

PARA VOCÊ REFLETIR

O PROCESSO DE INTERIORIZAÇÃO OU APROPRIAÇÃO TEM AS SEGUINTES


CARACTERÍSTICAS

Desenvolvimento mental dos alunos Dependem da transmissão-apropriação de


conhecimentos, habilidades, valores, que vão
sendo constituídos na história da humanidade

Propiciar aos alunos os meios de Modos próprios de pensar e de atuar da matéria


domínio dos conceitos ensinada, de modo a formar capacidades
intelectuais com base nos procedimentos lógicos e
investigativos da ciência ensinada

Intervenção mental
A ação de ensinar, mais do que “passar conteúdo”,
consiste em intervir no processo mental de
formação de conceitos por parte dos alunos, com
base na matéria ensinada.

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Objetivos e razões pessoais As relações intersubjetivas na sala de aula


implicam, necessariamente, a compreensão dos
motivos dos alunos

Situações de Chance de formular e opera com conceitos


cooperação/interlocução/diálogo

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

A ação didática ocorre na relação ensino e aprendizagem, para melhor compreensão


e aplicação, são necessários subsídios teóricos e práticos, pois, ao tratar da ação docente, a
didática compreende também métodos que sugerem organização de estratégias para o
ensino. O professor, ao lançar mão de uma determinada técnica para desenvolver o processo
de ensinar, não está trazendo para a sua sala de aula apenas técnica, mas toda uma teoria
que a sustenta (SOUZA; SANTO, 2013).

PARA VOCÊ LER MAIS

Não é de hoje que a formação de professores tem sido interpelada, a começar pela
própria área, a responder mais enfaticamente às exigências relativas ao trabalho docente.
Diante de contextos sociais e culturais diversificados, professores em formação e em atuação
são instados ao cumprimento de sua responsabilidade profissional à frente de processos de
formação humana, habilitando os seus alunos à compreensão do mundo e ao agir social. Tal
demanda se dá em um cenário social, cultural e educacional diverso, porém desigual e
instável, e, por isso, exigente de intervenções pedagógicas favorecedoras de aprendizagens
efetivas tanto cognitivas quanto sócio afetivas (CRUZ, 2018).
Para ler mais sobre Didática e formação de professores acessarem o texto de autora
de Giseli Barreto da Cruz através do endereço indicado no link
http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1100.pdf

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PARA VOCÊ SABER

Brasil: 50% dos professores não tem didática para tudo que ensinam.

“Quatro em cada dez professores brasileiros não tiveram formação para a prática de
sala de aula para todas as matérias que ensinam durante a faculdade. Isso significa que eles
não aprenderam a lidar com problemas de indisciplina ou como trabalhar com adolescentes,
por exemplo, com adolescentes, por exemplo.”.
Leia reportagem completa de Karina Yamamoto através do link através do endereço:
https://educacao.uol.com.br/noticias/2014/06/25/brasil-50-dos-professoresnaotemdidatica-
para-tudo-que-ensinam.htm.
Através do ensino, podemos compreender que o ato de aprender é o ato no qual
assimilamos mentalmente os fatos e as relações da natureza e da sociedade. Esse processo
de assimilação de conhecimentos é resultado da reflexão proporcionada pela percepção
prático-sensorial e pelas ações mentais que caracterizam o pensamento. Entendida como
fundamental no processo de ensino a assimilação ativa desenvolve no indivíduo a capacidade
de lógica e raciocínio, facilitando o processo de aprendizagem do aluno (LIBÂNEO, 2002).

Aula 2. Do processo ensino-aprendizagem

O ensino pode ser visto como uma sequência de tomadas de decisões pelo professor.
E esse ato de decidir representa um momento muito importante da atividade do professor. Por
esta razão a problemática da tomada de decisões pelo professor desperta cada vez mais o
interesse de pesquisadores da área da educação e, em particular, de Didática (KRÜGER;
ENSSLIN, 2013).
Dessa maneira, podemos compreender que a educação compreende o conjunto dos
processos, influências, estruturas, ações, que intervêm no desenvolvimento humano de
indivíduos e grupos na sua relação ativa com o meio natural e social, num determinado
contexto de relações entre grupos e classes sociais, visando à formação do ser humano, pois
é uma prática social, que modifica os seres humanos nos seus estados físicos, mentais,
espirituais, culturais, que dá uma configuração à nossa existência humana individual e grupal
(LIBANEO, 2002).
Por isso, torna-se de substancial importância o papel do educador, pois irá apresentar
de maneira adequada o conteúdo para o aluno em sala de aula. Por isso, as estratégias no
sentido de alcançar o objetivo final, qual seja, a compreensão do conteúdo, se tornam
essenciais.
A reflexão-na-ação é um processo de extraordinária riqueza na formação do
profissional prático. Pode considerar-se o primeiro espaço de confrontação empírica com a
realidade problemática, a partir de um conjunto de esquemas teóricos e de convicções
implícitas do profissional. Quando o profissional se revela flexível e aberto ao cenário
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complexo de interações da prática, a reflexão-na-ação é o melhor instrumento de


aprendizagem. No contato com a situação prática, não só se adquirem novas teorias,
esquemas e conceitos, como se aprende o próprio processo dialético da aprendizagem
(GOMES, 1997).
A Didática é uma disciplina que estuda o processo de ensino no seu conjunto, no qual
os objetivos, conteúdos, métodos e formas organizativas da aula se relacionam entre si de
modo a criar as condições e os modos de garantir aos alunos uma aprendizagem significativa.
Ela ajuda o professor na direção e orientação das tarefas do ensino e da aprendizagem,
fornecendo-lhe segurança profissional. Essa segurança ou competência profissional é muito
importante, mas é insuficiente. Além dos objetivos da disciplina, dos conteúdos, dos métodos
e das formas de organização do ensino, é preciso que o professor tenha clareza das
finalidades que tem em mente na educação das crianças (LIBÂNEO, 2002).
A atividade docente tem a ver diretamente com o “para quê educar”, pois a educação
se realiza numa sociedade formada por grupos sociais que têm uma visão distinta de
finalidades educativas. Há grupos que se identificam com as necessidades e aspirações do
povo que desejam uma educação que contribua para formar crianças e jovens capazes de
compreender criticamente as realidades sociais e de se colocarem como sujeitos ativos na
tarefa de construção de uma sociedade mais humana e mais igualitária (LIBÂNEO, 2002).
A Didática, portanto, trata dos objetivos, condições e meios de realização do processo
de ensino, ligando meios pedagógico-didáticos a objetivos sócio-políticos. Não há técnica
pedagógica sem uma concepção de homem e de sociedade, como não há concepção de
homem e sociedade sem uma competência técnica para realizá-la educacionalmente. Por
isso, o planejamento do ensino deve começar com propósitos claros sobre as finalidades do
ensino na preparação dos alunos para a vida social: que objetivos mais amplos queremos
atingir com o nosso trabalho, qual o significado social das matérias que ensinamos, o que
pretendemos fazer para que meus alunos reais e concretos possam tirar proveito da escola
etc. As finalidades ou objetivos gerais que o professor deseja atingir vão orientar a seleção e
organização de conteúdos e métodos e das atividades propostas aos alunos. Essa função
orientadora dos objetivos vai aparecer a cada aula, perpassando todo o ano letivo (LIBÂNEO,
2002).

PARA VOCÊ REFLETIR

Uma das maiores dificuldades do professor em sala de aula é conseguir envolver o


aluno no processo de ensino e aprendizagem e, portanto, afastar qualquer possibilidade de
interrupção, ou seja, criação de obstáculos que venham a descontruir o processo de assimilar
o conteúdo por parte dos alunos.

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Entretanto, nem sempre a turma está aberta para a concretização do processo de


ensino e aprendizagem, gerando, de certa forma, um desconforto significativo não apenas
para o professor, visto se sentir desafiado a buscar métodos mais adequados que possam
surtir efeitos mais significativos, mas também para os alunos, pois eles poderão construir uma
aversão à disciplina ministrada e, ainda, a própria figura do professor. Destaca-se, portanto,
uma pergunta problema: Como combater a indisciplina em sala de aula?
Sugere-se que, para alcançar uma solução adequada, você analise o infográfico a
seguir e tente compreender as estratégias que o professor deve utilizar para realização de um
adequado sistema de gestão de sala de aula.
Infográfico elaborado pela autora a partir de informações coletadas de (GAZOLA, sd)
disponíveis em: https://www.lendo.org/como-lidar-indisciplina-escolar/

PARA VOCÊ SABER MAIS

A indisciplina é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos educadores para


desenvolverem o trabalho pedagógico. Os conflitos em sala de aula caracterizam-se pelo
descumprimento de ordens e pela falta de limites como, por exemplo: falar durante as aulas
o tempo todo, não levar material necessário, ficar em pé, interromper o professor, gritar, andar
pela sala, jogar papeizinhos nos colegas e no professor, dentre outras atitudes que impedem
os docentes de ministrar aulas mais qualidade (BENETTE; COSTA, 2008).
Disciplinar significaria educar tanto para o adestramento pessoal como no alargamento
das possibilidades de assimilação dos bens culturais. As normas disciplinares são dadas
como conquista da civilização e disciplina escolar como aquele que se propõe a manter a
ordem e garantir o aproveitamento dos alunos (FONSECA; FONSECA, 2016).

Dessa maneira, para se combater a indisciplina, o professor deve se utilizar de


estratégias de gestão para se identifique a solução adequada. A figura representativa abaixo
apresenta os métodos que devem ser utilizados para a gestão da disciplina em sala de aula.

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Infográfico produzido pela autora a partir de informações de (AVANZI, 2009) disponíveis


em: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/695/estrategias-para-vencer-a-indisciplina

A indisciplina identificada em sala de aula pode ser combatida através de intervenções


com medidas positivas, ou seja, o reforço positivo. Nesse sentido, cabe ao professor valorar
de maneira significativa o bom comportamento do aluno, mesmo que mínimo e, contornar
implicitamente o comportamento que não condiz com às necessidades de uma sala de aula.
Sendo assim, o referido reforço positivo se torna mais favorável do que a intervenção punitiva.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

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No processo ensino-aprendizagem o professor precisa ficar atento à sua metodologia


no ensinar. A metodologia científica é capaz de proporcionar uma compreensão e análise do
mundo através da construção do conhecimento. O conhecimento só acontece quando o
estudante transita pelos caminhos do saber, tendo como protagonismo deste processo o
conjunto ensino/aprendizagem. Pode-se relacionar então metodologia com o “caminho de
estudo a ser percorrido” e ciência com “o saber alcançado” (PRAÇA, 2015).

Aula 3. A importância da didática

Se a atividade de ensino-aprendizagem (instrução) é a que promove e amplia o


desenvolvimento das capacidades intelectuais dos alunos, trata-se de buscar tais
capacidades nos procedimentos lógicos e investigativos que deram origem ao conhecimento
científico do qual deriva a matéria ensinada. [...] A culminância da aprendizagem é a
consolidação do método de pensar por conceitos teóricos das ciências, o que é possibilitado
aos alunos por um ensino que leve ao processo de interiorização desses conceitos como
meios da sua atividade interna para lidar com a realidade (MARTINS; DIAS e SILVA, 2016).
O conhecimento que a pessoa carrega influencia a aprendizagem de novos conceitos
e informações, como também, voltando o que foi dito, a forma com que o material será
organizado e contextualizado para o ensino. Pois é muito mais simples recordar de um
acontecimento feliz de nossa infância que aconteceu a vários anos, por exemplo, uma
brincadeira com amigos que era prazerosa e estimulante, do que a aula de línguas da semana
passada. Isso se dá pela forma que sucedeu e pelo prazer sentido (MARTINS; DIAS e SILVA,
2016).
A didática vem dar apoio ao focar no prazer educativo, ou melhor dizendo, a forma de
envolver o discente pelo sentimento e importância do aprender, desde o momento em que
enfrenta o seu assento dentro da sala de aula, até quando retorna para casa com vontade e
busca por aprender mais (MARTINS; DIAS e SILVA, 2016).
O verdadeiro educador é aquele que através de qualquer que seja a metodologia e/ou
método utilizado elucida seu educando o que ele precisa saber para se tornar individualmente
um cidadão de caráter. Portanto, não é só tentar impor e impregnar as pessoas de
informações e preceitos, mas sim, contribuir para o crescimento pessoal do educando, com o
objetivo de conseguir através do ensino a evolução do homem (MARTINS; DIAS e SILVA,
2016).

PARA VOCÊ REFLETIR

A sala de aula não pode ser o espaço apenas de instruir, isto é, transmitir
conhecimento, formar o erudito, mas sim ensinar, marcar profundamente com sinais e chegar
a um verdadeiro educar. Para o aluno ser educado, é necessário que realize as qualidades
que perfazem seu próprio eu, que realize valores dentro de si. Educar é despertar no
educando aqueles elementos positivos que nele se acham adormecidos, como verdade,
justiça, amor, solidariedade e liberdade (BERTAN; ROCHA e BECHARA, 2000).

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A educação em valores, que se desenvolve na vida familiar, na convivência humana,


no trabalho, nas escolas, nas manifestações culturais, nos movimentos e nas organizações
sociais, é uma questão fundamental da sociedade atual, imersa numa rede complexa de
situações e fenômenos que exige, a cada dia, intervenções sistemáticas e planejadas dos
profissionais da educação escolar (CONSTRUIR, 2013).
Entre as diferentes ambiências humanas, a escola tem sido, historicamente, a
instituição escolhida pelo Estado e pela família como o melhor lugar para o ensino–
aprendizagem dos valores, de modo a cumprir, em se tratando de educação para a vida em
sociedade, a finalidade do pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício
da cidadania e sua qualificação para o mundo do trabalho (CONSTRUIR, 2013).

PARA VOCÊ SABER MAIS

A educação em valores está presente em todas as disciplinas do currículo escolar.


Para educar em valores, é necessário que o professor organize seu plano de ensino em
atividades lúdicas, reflexivas e conceituais sobre temas transversais. Apontaremos, na tabela
da página seguinte, dez temas transversais, por ordem alfabética, com seus conceitos
básicos, que podem ser trabalhados na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e no
Ensino Médio.
Para saber um pouco mais sobre a prática dos valores na escola, acesse o conteúdo
da Construir Notícias pelo endereço através do link
http://www.construirnoticias.com.br/pratica-de-valores-na-escola/.

1. Autonomia Refere-se ao valor que reconhece o direito de um indivíduo tomar


decisões livremente, ter sua liberdade, independência moral ou
intelectual. É a capacidade apresentada pela vontade humana de se
autodeterminar segundo uma norma moral por ela mesma
estabelecida, livre de qualquer fator estranho ou externo.

2. Capacidade de Valor que desenvolve no educando a capacidade de viver em


convivência comunidade, na escola, na família, nas igrejas, nos parques, enfim,
em todos os lugares onde se concentram pessoas, de modo a garantir
uma coexistência interpessoal harmoniosa.

3. Diálogo Valor que reconhece na fala um momento de interação entre dois ou


mais indivíduos, em busca de um acordo.

4. Dignidade Valor absoluto que tem cada ser humano. A pessoa é fim, não meio. A
da pessoa pessoa tem valor, não preço.
humana
5. Igualdade de Valor inspirado no princípio segundo o qual todos os homens são
direitos submetidos à lei e gozam dos mesmos direitos e obrigações.

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DIDÁTICA

6. Justiça Entre os temas transversais, é o valor mais forte. No educando,


manifesta-se quando o mesmo é capaz de perceber ou avaliar aquilo
que é direito, que é justo. É princípio moral em nome do qual o direito
deve ser respeitado.
7. Participação Valor que se desenvolve no educando à medida que o torna parte da
social vida em sociedade e leva-o a compartilhar com os demais membros
da comunidade conflitos, aflições e aspirações comuns.

8. Respeito mútuo Valor que leva alguém a tratar outrem com grande atenção, profunda
deferência, consideração e reverência. A reação de outrem será no
mesmo nível: o respeito mútuo.
9. Solidariedade Valor que se manifesta no compromisso pelo qual as pessoas se
ajudam umas às outras e, cada uma delas, a todas, particularmente
diante dos pobres, dos desprotegidos, dos que sofrem, dos
injustiçados, com o intuito de confortar, consolar e oferecer ajuda.

10. Tolerância Valor que se manifesta na tendência a admitir, nos outros, maneiras
de pensar, de agir e de sentir diferentes ou mesmo diametralmente
opostas às nossas.

Fonte: http://www.construirnoticias.com.br/pratica-de-valores-na-escola/

A SOLIDARIEDADE É UM DOS PRINCIPAIS VALORES HUMANOS.


Em um mundo cada vez mais violento e individualizado, a escola e o corpo docente
tem o dever de tentar promover uma reflexão com os alunos sobre os valores humanos, que
andam esquecidos pela maioria da sociedade, especialmente pelos jovens. Esse tipo de
reflexão pode ser feito por qualquer professor, seja qual for sua formação (FREITAS, 2014).
A sociedade atual tem produzido indivíduos que não possuem apreço e respeito à vida.
A violência não tem como autores somente criminosos de classes excluídas, existem pessoas
de camadas sociais elevadas que promovem deploráveis atos dessa natureza (FREITAS,
2014).
Diante dessa realidade, os educadores podem trabalhar temas em sala como o
respeito à: vida, natureza, raças, etnias, cultura, origem, entres outras; destacando que as
pessoas são diferentes, mas que cada uma possui sua identidade e carrega consigo uma
história de vida. Outro tema a ser abordado é a equidade, termo que está vinculado à
igualdade e justiça entre todas as camadas sociais, até porque grande parte das constituições
dos países espalhados pelo mundo afirma que todos são iguais perante a lei (FREITAS,
2014).
A didática é considerada arte e ciência do ensino, ela não objetiva apenas conhecer
por conhecer, mas procura aplicar seus princípios com a finalidade de desenvolver no
indivíduo as habilidades cognitivas para torná-los críticos e reflexivos (SANTOS et al, 2014).

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É dever de o professor garantir uma relação didática entre ensino e aprendizagem,


tendo em mente a formação individual da personalidade do aluno. Por meio da aula o docente
organiza esse processo de ensino e transmite aos alunos o conhecimento adquirido durante
seu processo de formação (SANTOS et al, 2014).
O trabalho docente é parte integral do processo educativo aos quais os indivíduos são
preparados para viver em sociedade, o educador deve formar alunos que sejam cidadãos
ativos, reflexivos, críticos e participativos na sociedade em que vivem. A didática tem grande
relevância no processo educativo de ensino e aprendizagem, pois ela auxilia o docente a
desenvolver métodos que favoreça o desenvolvimento de habilidades cognoscitivas tornando
mais fácil o processo de aprendizagem dos indivíduos (SANTOS et al, 2014).

Tópico 2: O essencial da didática e o trabalho de professor

Aula 1. A didática e o ensino

Ensinar e aprender são como as duas faces de uma mesma moeda. Dessa forma, o
ensino, que é o objeto de estudo da Didática, não pode ser tratado apenas levando em
consideração o professor, mas também, deve-se considerar a aprendizagem por parte do
aluno. A Didática é o estudo do processo de ensino e aprendizagem e, portanto, enfatiza a
relação professor aluno (HAYDT, 2006).
A Didática é uma disciplina que estuda o processo de ensino no seu conjunto, no qual
os objetivos, conteúdos, métodos e formas organizativas da aula se relacionam entre si de
modo a criar as condições e os modos de garantir aos alunos uma aprendizagem significativa.
Ela ajuda o professor na direção e orientação das tarefas do ensino e da aprendizagem,
fornecendo-lhe segurança profissional (LIBÂNEO, 2002).
Essa segurança ou competência profissional é muito importante, mas é insuficiente.
Além dos objetivos da disciplina, dos conteúdos, dos métodos e das formas de organização
do ensino, é preciso que o professor tenha clareza das finalidades que tem em mente na
educação das crianças (LIBÂNEO, 2002).
O papel do professor, portanto é o de planejar, selecionar e organizar os conteúdos,
programar tarefas, criar condições de estudo dentro da classe, incentivar os alunos, ou seja,
o professor dirige as atividades de aprendizagem dos alunos a fim de que estes se tornem
sujeitos ativos da própria aprendizagem. Não há ensino verdadeiro se os alunos não
desenvolvem suas capacidades e habilidades mentais, se não assimilam pessoal e
ativamente os conhecimentos ou se não dão conta de aplica-los, seja nos exercícios e
verificações feitos em classe, seja na prática da vida (LIBÂNEO, 2002).

17
DIDÁTICA

Figura: O professor como um dos protagonistas em sala.

Fonte: banco de imagens, 2018.

Aula 2. A linha histórica da didática

A evolução histórica da Didática nos mostra que até o início do século XIX,
predominou-se na prática escolar uma aprendizagem do tipo passivo e receptivo, ou seja,
aprender era basicamente memorizar. Essa forma de ensino baseava-se na concepção de
que o aluno era como um papel em branco sem nada escrito onde tudo podia ser impresso.
O importante nessa forma de aprendizagem era que o aluno reproduzisse literalmente as
frases e palavras decoradas (HAYDT, 2006).
Ao longo dos séculos, os filósofos e educadores visando tornar o ensino mais
estimulante e adaptado aos interesses dos alunos, criaram algumas teorias que tentavam
explicar como o ser humano é capaz de apreender e assimilar o mundo que o circunda. Com
base nessas teorias do conhecimento, alguns princípios didáticos foram formulados, tais
como: Sócrates (século V a.C.) acreditava que o saber, o conhecimento, é uma descoberta
que a própria pessoa realiza, portanto, a função do mestre é apenas ajudar o discípulo
descobrir, por si mesmo, a verdade; Comenius (1592-1670) valorizava o processo indutivo
como sendo a melhor forma de chegar ao conhecimento generalizado; Pestalozzi (1746-
1827) defendia a doutrina dos naturalistas que acreditava que o ser humano nascia bom e
que o caráter de um homem era formado pelo ambiente que o rodeia. Comenius (15921670)
Pestalozzi (1746-1827) Herbart (1776-1841) dizia que a característica fundamental do ser
humano era a sua capacidade de assimilação, portanto, ao nascer o ser humano não é bom
e nem mal, mas irá desenvolver para um lado ou para o outro a partir das influências externas,
das representações formadas e de suas combinações; Dewey (1859-1952) mostra que o
conhecimento e o ensino devem estar intimamente relacionados à ação, à vida prática, à
experiência, ou seja, o saber é um meio para ajudar o homem na sua existência, na sua vida
prática (HAYDT, 2006).

18
DIDÁTICA

Esses educadores e filósofos, bem como outros pensadores, defenderam a


necessidade de se rever os processos de ensino e aprendizagem, por isso suas obras
representam verdadeiros marcos que repercutiram diretamente no campo da Didática,
principalmente, pelo fato de todos esses educadores tentarem fazer com que a reforma do
ensino não ficasse restrita a uma elite, mas fosse estendida a parcelas cada vez maiores da
população. Ou seja, eles acreditavam na educação popular (HAYDT, 2006).
Para que a concepção de Educação ou de Didática não envelheçam, é preciso
analisar, constantemente, sob nova luz, os conceitos conhecidos e a prática social atual, ou
seja, é preciso refletir regularmente a respeito das ações e estratégias desenvolvidas no
cotidiano escolar, tendo como referência as mudanças percebidas na sociedade (LIBÂNEO,
2006).
De acordo com Penin (2006), o mundo contemporâneo exige dos educadores novos
objetivos, novas habilidades cognitivas, mais capacidade de pensamento abstrato e
flexibilidade de raciocínio, capacidade de percepção de mudanças. (PENIN, 2006).

Sócrates
(Século V a.C.)

Pestalozzi
Dewey
(1746 -1827) (18591952)

Fonte: elaborada pela autora, 2018.

Aula 3. A Influência da psicologia da educação nas práticas didáticas

O papel da Psicologia é investigar as modificações que ocorrem nos processos


envolvidos na relação do indivíduo com o mundo (cognitivos, emocionais, afetivos etc.),
analisando os seus mecanismos básicos. Para realizar sua proposta, a Psicologia interage
com outras ciências tais como a Medicina, a Biologia, a Filosofia, a Genética, a Antropologia,
a Sociologia, além da Pedagogia. Estes ramos do conhecimento estão imbricados uns nos
outros, de tal forma que, muitas vezes, é difícil saber em que domínio se está atuando. [...].
Ao se dedicar ao estudo de tantos e diferentes aspectos, a Psicologia acaba por desenvolver
campos de investigação mais específicos e delimitados. Importam, para a Educação, os

19
DIDÁTICA

conhecimentos advindos da Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem, áreas


específicas da ciência psicológica (DAVIS; OLIVEIRA, 1997).

Os processos didático-pedagógicos e metodológicos envolvidos na organização do


currículo e planejamento de ensino do conhecimento sistematizado pelas escolas e IES –
Instituições de Ensino Superior, a serem mediados pelo professor, não podem prescindir das
contribuições da Psicologia da Educação, e todos os seus fundamentos a respeito da relação
entre desenvolvimento e aprendizagem, pensamento e linguagem, dentre outros, do aluno,
bem como do professor (SOBRAL, 2017).
Os conteúdos relacionados à Psicologia da Educação contribuem com a didática e
prática de ensino do professor na medida em que informam a ele sobre os processos de
desenvolvimento e aprendizagem dos seres humanos, isto é, o seu próprio processo e os de
seus alunos, possibilitando uma capacidade de autoconhecimento pessoal e profissional. Tal
fato tem a chance de promover a identificação do docente com sua profissão e,
consequentemente, uma ampliação e um aprimoramento de suas atividades pedagógicas
(SOBRAL, 2017).

Figura 04 – Ambientes de aprendizado.

Fonte: banco de imagens, 2018.

PARA VOCÊ REFLETIR

A multidimensionalidade do processo ensino-aprendizagem, ressaltando a


necessidade de articular as dimensões humana, técnica e sociopolítica do fenômeno
educativo; b) a contextualização da prática pedagógica; c) a explicação e análise dos
pressupostos que fundamentam as diferentes abordagens de ensino; e d) a reflexão sobre
experiências concretas, procurando trabalhar continuamente a relação teoria-prática
(ANDRÉ, 2006).

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DIDÁTICA

Ensino Didática Aprendiz agem

Fonte: elaborada pela autora com base em ANDRE (2006)

PARA VOCÊ SABER MAIS

A Didática é uma disciplina eminentemente pedagógica e opera a interligação entre


teoria e prática. Ela tem como objeto de estudo o processo de ensino na sua globalidade, ou
seja, envolvem condições e meios de direção, princípios, finalidades, conteúdos, objetivos,
métodos e organização do ensino e da aprendizagem. Nesse sentido, podemos entender a
Didática como a disciplina que define a direção do processo de ensinar e unifica a atividade
teórica e a atividade prática (METZNER, 2011).
O processo de ensino deve estimular o desejo e o gosto pelo estudo, mostrando assim
a importância do conhecimento para a vida e o trabalho, (LIBÂNEO, 1994).
Nesse processo o professor deve criar situações que estimule o indivíduo a pensar,
analisar e relacionar os aspectos estudados com a realidade que vive. Essa realização
consciente das tarefas de ensino e aprendizagem é uma fonte de convicções, princípios e
ações que irão relacionar as práticas educativas dos alunos, propondo situações reais que
faça com que os indivíduos reflitam e analise de acordo com sua realidade (TAVARES, 2011).

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DIDÁTICA

A aula é a forma predominante pela qual é organizado o processo de ensino e


aprendizagem. É o meio pelo qual o professor transmite aos seus alunos os conhecimentos
adquiridos no seu processo de formação, experiências de vida, conteúdos específicos para a
superação de dificuldades e meios para a construção de seu próprio conhecimento, nesse
sentido sendo protagonista de sua formação humana e escolar (SANTOS et al, 2014).
É ainda o espaço de interação entre o professor e o indivíduo em formação
constituindo um espaço de troca mútua. A aula é o ambiente propício para se pensar, criar,
desenvolver e aprimorar conhecimentos, habilidades, atitudes e conceitos, é também onde
surgem os questionamentos, indagações e respostas, em uma busca ativa pelo
esclarecimento e entendimento acerca desses questionamentos e investigações (SANTOS et
al, 2014).
Por intermédio de um conjunto de métodos, o educador busca melhor transmitir os
conteúdos, ensinamentos e conhecimentos de uma disciplina, utilizando-se dos recursos
disponíveis e das habilidades que possui para infundir no aluno o desejo pelo saber (SANTOS
et al, 2014).

TÓPICO 3: A unidade entre a didática, as metodologias específicas das disciplinas e


a prática de ensino

Aula 1. As práticas de ensino

A pedagogia e suas práticas são da ordem das práxis; assim, ocorrem em meio a
processos que estruturam a vida e a existência. A pedagogia caminha por entre culturas,
subjetividades, sujeitos e práticas. Caminha pela escola, mas a antecede, acompanha-a e
caminha além. A didática possui uma abrangência menor, mais focada nos processos
escolares dentro das salas de aula. A pedagogia coloca intencionalidades, projetos alargados;
a didática compromete-se a dar conta daquilo que se instituiu chamar de “saberes escolares”.
A lógica da didática é a lógica da produção da aprendizagem (nos alunos), a partir de
processos de ensino previamente planejados. A prática da didática é, portanto, uma prática
pedagógica. A prática pedagógica inclui a didática e a transcende (FRANCO, 2015).
Planeja-se o ensino na intencionalidade da aprendizagem futura do aluno. No entanto,
o grande desafio da didática tem sido a impossibilidade de controle ou previsão da qualidade
e da especificidade das aprendizagens que decorrem de determinadas situações de ensino
(FRANCO, 2015).
A contradição sempre está posta nos processos educativos: o ensino só se concretiza
nas aprendizagens que produz. E as aprendizagens, em seu sentido alargado e bem
estudadas pelos pedagogos cognitivistas, decorrem de sínteses interpretativas realizadas nas
relações dialéticas do sujeito com seu meio. Não são imediatas, não são previsíveis, ocorrem
por interpretação do sujeito, dos sentidos criados, das circunstâncias atuais e antigas. Enfim,
não há correlação direta entre ensino e aprendizagem. Quase que se pode dizer que as

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DIDÁTICA

aprendizagens ocorrem sempre para além, ou para aquém do planejado; ocorrem nos
caminhos tortuosos, lentos, dinâmicos das trajetórias dos sujeitos (FRANCO, 2015).
As aprendizagens ocorrem entre os múltiplos ensinos que estão presentes,
inevitavelmente, nas vidas das pessoas e que competem ou potencializam o ensino escolar.
Há sempre concomitâncias de ensino. Aí está o desafio da tarefa pedagógica hoje: tornar o
ensino escolar tão desejável e vigoroso quanto outros ensinos que invadem a vida dos alunos.
Dessa forma, podemos perceber o perigo que ronda os processos de ensino quando este se
torna excessivamente técnico, planejado e avaliado apenas em seus produtos finais. A
educação se faz em processo, em diálogos, nas múltiplas contradições que são inexoráveis
entre sujeitos e natureza, que mutuamente se transformam. Medir apenas resultados e
produtos de aprendizagens como forma de avaliar o ensino pode se configurar como uma
grande falácia (FRANCO, 2015).
As práticas pedagógicas devam se estruturar como instâncias críticas das práticas
educativas, na perspectiva de transformação coletiva dos sentidos e significados das
aprendizagens (FRANCO, 2015).
O trabalho pedagógico requer espaço de ação sobre e de análise do não planejado,
do imprevisto, da desordem aparente. Isso deve pressupor a ação coletiva, dialógica e
emancipatória entre alunos e professores. Toda ação educativa tem em seu fazer uma carga
de intencionalidade que integra e organiza sua práxis, confluindo, de maneira dinâmica e
histórica, tanto as características do contexto sociocultural como as necessidades e
possibilidades do momento as concepções teóricas e a consciência das ações cotidianas, em
um amalgamar provisório que não permite que uma parte seja analisada sem referência ao
todo, nem que este seja visto como síntese provisória das circunstâncias parciais do momento
(FRANCO, 2015).

Aula 2. As metodologias ativas

Podem-se entender Metodologias Ativas como formas de desenvolver o processo do


aprender que os professores utilizam na busca de conduzir a formação crítica de futuros
profissionais nas mais diversas áreas. A utilização dessas metodologias pode favorecer a
autonomia do educando, despertando a curiosidade, estimulando tomadas de decisões
individuais e coletivas advindos das atividades essenciais da prática social e em contextos do
estudante (BORGES; ALENCAR, 2014).

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DIDÁTICA

Ao tratar das metodologias ativas de ensino e aprendizagem, entende-se que a função


o professor deixa de ter uma ação de “transmissão da informação” e passa a ser aquela de
mediador do processo de aprendizagem, modificando as suas próprias formas de pensar e
também aquela dos alunos, em função da experiência do aprender, estimulando a
autoaprendizagem e a co-aprendizagem, como forma de aquisição de conhecimentos,
habilidades, valores e atitudes (MELO, 2017).
O professor deve adotar e abrir a perspectiva dos alunos, deve acolher seus
pensamentos, sentimentos e ações, sempre que manifestados, e apoiar o seu
desenvolvimento motivacional e capacidade para autorregular-se (BERBEL, 2011).
Nas metodologias ativas estimula-se a educação continuada, despertando a
curiosidade do aluno, fazendo com que ele desenvolva a capacidade de analisar situações
diversas, enfatizando a solução de problemas ou o alcance de objetivos de aprendizagem,
em consonância com o perfil psicossocial da comunidade na qual está inserido (MELO, 2017).
As metodologias ativas de ensino podem abrir caminho para novas formas de se
pensar a educação no nível superior, discutindo pontos tensionais como o que significa
conhecer, quem produz conhecimento e por que, quem define quais conhecimentos são
considerados mais válidos que outros, o que uma sociedade faz com o conhecimento, quem
o controla, dentre outros (MELO, 2017).
A intenção em se trabalhar com metodologias ativas é equilibrar as interações entre
professor e alunos, colocando esses últimos no centro das atenções no processo de ensino-
aprendizagem (MELO, 2017).

Disponível: https://novaescola.org.br/conteudo/11897/como-as-metodologias-ativas-
favorecem-o-aprendizado

Aula 3. A unidade entre didática, metodologia e as práticas de ensino


A Didática é uma disciplina unitária, incluindo em seu campo de estudos as
Metodologias Especificas de ensino das matérias (as também denominadas “didáticas
especiais) ”. Segundo: a Prática de Ensino não deve ser tratada como disciplina isolada, uma
vez que é parte integrante do conteúdo da Didática e das Metodologias específicas, o mesmo
acontecendo com o Estágio Supervisionado (ANDRÉ, 2006).
Dessa maneira, didática é a teoria e a prática do processo de ensino. As Metodologias
específicas das matérias têm como objeto de estudo as peculiaridades do processo de ensino
24
DIDÁTICA

de cada uma dessas matérias, quanto aos objetivos, conteúdos e métodos conforme os níveis
de escolarização. A Prática de Ensino é o processo e o resultado da formação profissional
propiciada por essas duas disciplinas, pelo currículo do curso em seu conjunto, pela unidade
teórica metodológica da instituição formadora (ANDRÉ, 2006).
Há uma unidade e um vínculo recíproco entre a Didática e as Metodologias
específicas, assim como ambas são disciplinas pedagógicas. Neste sentido, compreende-se
a Didática como campo de estudos unitário, unidade que é assegurada pela Pedagogia, que
é o campo de conhecimento que investiga finalidades e meios do processo educativo.
Com efeito, na prática educativa, em decorrência de seu caráter histórico-social,
conteúdos e formas não existem por si mesmos, mas referidos a finalidades educativas, ou
seja, a propósitos pedagógicos que orientam a ação escolar dentro de um determinado
contexto de interesses sociais (METZNER, 2011).
A didática estabelece uma conexão entre a teoria pedagógica e a prática educativa
escolar. Inclui, portanto a reflexão teórica proporcionada pela teoria pedagógica e os
elementos científicos e características do processo de ensino no seu conjunto e das suas
peculiaridades conforme cada matéria de ensino (METZNER, 2011).
As tarefas da Didática incluem as Metodologias específicas, porém as extrapola.
Primeiro, porque as lógicas das ciências, que se convertem em lógica das matérias de ensino,
não são idênticas a lógica do processo didático. Segundo, porque sendo teoria da instrução
e do ensino, generaliza leis, princípios e procedimentos obtidos na investigação das próprias
disciplinas específicas e nas demais ciências que explicam as conexões entre ensino e
aprendizagem. Verifica-se, assim, que a Didática e as Metodologias são mutuamente
referidas, uma dependendo da outra, ainda que guardem cada uma sua especialidade
(METZNER, 2011).
A Didática, assim como as Metodologias, envolve teoria enquanto um sistema
relativamente autônomo de conhecimentos reproduzidos na lógica dos conceitos. A lógica
objetiva dos fenômenos e processos da realidade envolvem a prática como a atividade
humana real, efetiva, base da ação recíproca que mantem com a teoria. É evidente que
quando falo de prática não estou me restringindo à prática de ensino apenas, mas também à
prática social em todas as suas implicações com o processo educativo escolar (METZNER,
2011).
O mundo contemporâneo exige dos educadores novos objetivos, novas habilidades
cognitivas, mais capacidade de pensamento abstrato e flexibilidade de raciocínio, capacidade
de percepção de mudanças. Portanto, é necessário que esses profissionais tenham uma
formação geral e profissional para além de suas especialidades, ou seja, deve-se estar
presente nos currículos de formação inicial e continuada disciplinas voltadas ao repensar dos
processos de aprendizagem e das formas do aprender a aprender (METZNER, 2011).

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DIDÁTICA

Clipart elaborado pela autora, 2018.

PARA VOCÊ REFLETIR

Diante do que se observa não se indica colocar as metodologias específicas e a


didática em grupos separados, pois o processo de ensino e aprendizagem seria reduzido de
maneira significativa a elementos meramente técnicos (LIBÂNEO,2002).
Dessa maneira, a exclusão do caráter finalista da prática educativa pela afirmação da
objetividade do conhecimento tende a tomar a prática educativa como ação neutra,
desprovida de aspectos valorativos (LIBÂNEO,2002).
Não é outra a razão pela qual a influência norte-americana na educação brasileira nos
legou, desde o movimento da escola nova e passando pela tecnologia educacional, a teoria
de currículo e as metodologias de ensino para substituir a teoria pedagógica e a Didática
(LIBÂNEO,2002).
Compreender como ocorre o processo de aprendizagem é crucial se havemos de obter
êxito nas estratégias de transposição didática. Não obstante, o conceito de aprendizagem
encontrar - se entre um dos mais difusos e controversos, pois no decorrer do tempo tem
recebido influências de diferentes doutrinas filosóficas e psicológicas, bem como do próprio
patamar em que se encontra o conhecimento científico. (REBOLLO; SCAFO, 1994).
Sendo assim, mesmo considerando-se o risco de simplificar o conceito em
demasia, por estar inserido num complexo e dinâmico campo interdisciplinar, pode-se
buscar os indícios para a sua fundamentação através das proposições de (MIZUKAMI,
1986 apud GIL, 2008) que apresenta pelo menos cinco abordagens distintas para explicar
o processo de aprendizagem e suas consequentes proposições didáticas, a saber,
tradicional, comportamentalista, humanista, cognitivista e sociocultural.

26
DIDÁTICA

Figura: Aprendizado Social e Aprendizado Pessoal.

Figura: Acervo da autora (2018).

PARA VOCÊ SABER MAIS

É oportuno relembrar às ideias de Freire (1996) ao apontar a relação de mão dupla,


onde o professor, que além de educador, também aprende no processo de ensino e
aprendizagem. Assim, torna-se mister a necessidade constante da reflexão docente no que
diz respeito a sua arte de ensino a fim de propor movimentos emancipatório e pedagógicos
para a formação de um aprendizado que respeite as especificidades dos adultos (SANTO;
LUZ, 2013).
Para a ratificação dessa relação apontada por Paulo Freire se constitui com elementos
primordiais a compreensão da utilização da didática como instrumento da prática docente, a
seriedade na construção dos planos de aula, compromisso na interação com os discentes, a
necessidade da formação contínua e a quebra a superioridade da pesquisa em detrimento do
ensino e da extensão, práticas comuns na educação brasileira (SANTO; LUZ, 2013).

PARA VOCÊ LER MAIS

Para compreender um pouco mais sobre a influência das metodologias ativas no


processo de ensino e aprendizagem, sugere-se ler o artigo de opinião intitulado de como as
metodologias ativas favorecem o aprendizado cuja autoria é de Débora Garofalo que está
disponível no link https://novaescola.org.br/conteudo/11897/como-as-metodologias-
ativasfavorecemoaprendizado.
O bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do
movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar.
Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu
pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas (FREIRE, 1996).

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DIDÁTICA

PARA VOCÊ SABER MAIS

O educador é um ser complexo que assume dimensões diversas, especialmente a de


ser professor. Mas começa que o educador não tem uma tarefa profissional em sentido estrito:
suas funções básicas se desenvolvem intrinsecamente entre o agir, acionando fins, valores e
objetos, e o fazer, modificando o homem concreto. O professor se torna educador não ao lidar
com os conteúdos programáticos necessários, mas na medida em que possibilita o fazer e o
ser do aluno (LINS, [s.d.])

NOSSO RESUMO

Nesta unidade destacamos a questão da didática como sendo um elemento exclusivo


da Pedagogia e que se refere ao conteúdo do ensino e aos processos próprios para a
construção do conhecimento. Observou-se, portanto, que a Pedagogia é conceituada como a
ciência e a arte da educação, enquanto que a Didática é definida como a ciência e a arte do
ensino.
Como observado, a Didática é uma disciplina unitária, incluindo em seu campo de
estudos as metodologias especificas de ensino das matérias. Por isso, não é adequado que
a metodologia seja tratada como uma disciplina isolada, mas como elemento dentro do
sistema da didática, já que o processo de ensino aprendizagem passa pela maneira como se
expõe o conteúdo em sala de aula.
E, por isso, a didática inclui a teoria e a prática do processo de ensino, ou seja, não
apenas o conteúdo que deve ser dominado pelo professor, mas também a maneira como o
conteúdo é exposto e, nesse caso, pode ser incluído os objetivos e métodos, onde será levado
em consideração os níveis de escolarização. E quando se observa essa conexão entre teoria
e prática, identifica-se um resultado concreto do processo de formação profissional. Já que os
elementos destinados ao ensino foram executados de maneira adequada, ou seja, através de
métodos equilibrados para exposição do conteúdo.
E, muito embora exista uma conexão estreita entre didática e metodologia, a
autonomia de cada ramo é deveras importante, pois enquanto sistema relativamente
independente, os conhecimentos serão reproduzidos a partir de elementos reproduzidos na
lógica de cada conceito a partir do desenvolvimento das vivências/experiências apreendidas
no ato da exploração das atividades.

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DIDÁTICA

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2006.

PRAÇA, Fabíola Silva Garcia. Metodologia da pesquisa científica: organização estrutural


e os desafios para redigir o trabalho de conclusão. 08, nº 1, p. 72-87.
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REBOLLO, Maria Antonieta; SCAFFO, Sonia. El aprendizaje. Montevidéu: Prensa Médica


Latinoamérica, 1994.

31
DIDÁTICA

SANTO, Eniel do Espírito, LUZ, Luiz Carlos Sacramento da. Didática no ensino superior:
perspectivas e desafios. Saberes, Natal – RN, v. 1, n.8, ago. 2013, 58 – 72.

SANTOS, Elieide Pereira dos; BATISTA, Isleide Carvalho; SOUZA, Mayane Leite da
Silva. O processo didático educativo: uma análise reflexiva sobre o processo de
ensino e a aprendizagem. 2014. DISPONÍVEL em:
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/processodidaticoeducativoanalise-
reflexiva-sobre-processo-ensino-aprendizagem.htm. Acesso em 02 de outubro de 2018.

SOBRAL, Osvaldo José. Contribuições da Psicologia da Educação para a Didática e


a Prática de Ensino. Revista Científica FacMais, Volume. X, Número 3. Setembro.
Ano 2017.

SOUZA, Dalva Inês de. Manual de orientações para projetos de pesquisa/ Dalva
Inês de Souza et al. – Novo Hamburgo: FESLSVC, 2013. Disponível em
http://www.liberato.com.br/sites/default/files/manual_de_orientacoes_para_projetos
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UPRM. Disponível em: < https://www.uprm.edu/portada/> Acesso em 20 de setembro


de 2018 Construir notícias. Prática de valores na
escola. In: http://www.construirnoticias.com.br/pratica-de-valores-na-escola/. Acesso
em 2 de outubro de 2018.

32
DIDÁTICA

UNIDADE II - Didática do Ensino Superior

Objetivos de aprendizagem:

• Considerações gerais sobre a expansão do ensino superior;


• Identificação da importância da didática no ensino superior;
• Apresentar os desafios da didática no ensino superior.

PLANO DE ESTUDO

Tópico 1. Considerações Gerais sobre didática

• Aula 1. Considerações gerais sobre a expansão do ensino superior


• Aula 2. O perfil do novo aluno no ensino superior
• Aula 3. O ensino superior noturno

Tópico 2. A importância da didática no ensino superior

• Aula 1 Considerações sobre didática


• Aula 2 A importância da didática no ensino superior
• Aula 3 Sugestões hipotéticas de comportamento do docente no ensino superior

Tópico 3. Os desafios da didática no ensino superior

• Aula 1. A deficiência do ensino de base


• Aula 2 A abordagem no processo de ensino
• Aula 3. Aperfeiçoamento dos métodos

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DIDÁTICA

Conversa Inicial

Querido (a) aluno (a), neste módulo abordaremos as questões relacionadas com a
didática e os desafios enfrentados no ensino superior. É importante que você se dedique ao
estudo, pois apesar de saber que a didática é um instrumento de substancial importância para
a realização das atividades de ensino e aprendizagem, identifica-se, no entanto, uma certa
dificuldade por parte do sistema educacional do ensino superior, em virtude justamente da
deficiência do material humano, no que diz respeito a educação de base e, ainda na falta de
formação dos professores, afastando, portanto, a possibilidade de atuação através de
métodos tradicionais de ensino.
Sendo assim, para que seja possível desenvolver os estudos propostos no presente
módulo, a especificação do objetivo geral e dos objetivos específicos é de substancial
importância.

Objetivo Geral Analisar os elementos necessários para a compreensão das


questões que se referem a didática do ensino superior e os
desafios enfrentados no ensino superior.

Objetivos Específicos Conceituar didática dentro do contexto do ensino superior


Identificar a importância da didática na aplicação das atividades
do ensino superior

Analisar os desafios apresentados no sistema do ensino


superior

Desse modo, esperamos que você, através deste módulo, adquira ainda mais
conhecimentos acerca dos elementos que constituem a compreensão adequada sobre a
didática e os desafios enfrentados no ensino superior!
Bons estudos e sucesso!

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DIDÁTICA

INTRODUÇÃO

Olá, caro aluno, cara aluna! Que prazer estarmos juntos para mais essa unidade de
estudos, sob o título de O uso da didática no ensino superior. Antes de tudo, precisaremos
compreender o conceito e a funcionalidade que giram em torno da didática. Será possível
observar que a didática é um mecanismo facilitar das atividades que serão desenvolvidas no
meio ambiente de sala de aula.
No início desta unidade, você terá a oportunidade de conhecer um pouco mais a
respeito dos conceitos de didática e, ainda, um pouco da realidade brasileira no que diz
respeito a proliferação de universidades, bem como aprender um pouco mais sobre o perfil
do estudante universitário no Brasil. Ademais, será possível também analisar um pouco dos
desafios enfrentados pela didática no que diz respeito ao ensino superior no Brasil.
Dessa maneira, você poderá observar durante o presente módulo uma construção
tanto conceitual no que se refere a didática, além do estudo da evolução histórica, quanto
também a didática aplicada a sala de aula, a partir de elementos que podem ser encontrados
corriqueiramente em sala de aula, na relação com os alunos. Será observada também a
realidade dos cursos noturnos das universidades brasileiras e, por fim, serão apresentados
métodos disponíveis para auxiliar o professor no processo de realização do sistema de ensino
e aprendizagem.

35
DIDÁTICA

Tópico 1: A expansão do ensino superior

Aula 1. Considerações gerais sobre a expansão do ensino superior

Desde a última década do século XX temos observado ampla expansão das


instituições de nível superior que buscam suprir a demanda por profissionais cada vez mais
qualificados (SANTO; LUZ, 2013).
Somente no Brasil o número de alunos universitários quase que dobrou no período de
2001 a 2010, alcançando o notável montante de 6,5 milhões de ingressos nos cursos de
graduação e 173 mil na pós-graduação, conforme demonstram os dados do Censo da
Educação Superior naquele país (SANTO; LUZ, 2013).
Esta crescente demanda pela qualificação de nível superior tem elevado a procura por
docentes universitários nas mais diferentes áreas de competência. No caso específico do
Brasil podem atuar no nível de ensino superior professores que tenham concluído no mínimo
um curso de pós-graduação lato sensu e que possuam aderência na sua formação acadêmica
e/ou profissional com as disciplinas que porventura ministrarem (SANTO; LUZ, 2013).
Todavia, diferente dos cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado)
que frequentemente incluem nos seus currículos disciplinas relacionadas com a formação
docente, os cursos de pós-graduação lato sensu são especializações em áreas distintas do
saber que raramente oferecem qualificação pedagógica, apesar de também habilitarem seus
egressos para o magistério superior (SANTO; LUZ, 2013).

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

Aula 2. O perfil do novo aluno no ensino superior

O número de alunos nas universidades e faculdades ainda está distante da proporção


da população nas regiões. As diferenças de acesso compõem o cenário geral do Ensino
Superior brasileiro na modalidade presencial. De fato, a distribuição das matrículas dos cursos
de graduação ratifica as disparidades, com maior concentração de matrículas na Região

36
DIDÁTICA

Sudeste (48,7%) e baixo acesso na Região Norte, com apenas 6,5% das matrículas
(BARROS, 2015).
Em dez anos, as matrículas em cursos superiores (presenciais e a distância) mais que
dobraram: de 3.036.113, em 2001, passaram para 6.379.299, em 2010. Apesar do aumento
significativo de Instituições de Ensino Superior (IES) e de matrículas ocorrido a partir dos anos
de 1990, a taxa de escolarização líquida da população brasileira de 18 a 24 anos continua
muito baixa: 14,4%, segundo o Censo da Educação Superior de 2010. Além disso, 74% de
todas as matrículas de graduação estão no setor privado, respondendo o setor público por
apenas 26%. (BARROS, 2015).
Iniciativas como o Programa Universidade para Todos (ProUni), o Programa de
Financiamento Estudantil (Fies), o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e
Expansão das Universidades Federais (Reuni), o aumento da oferta de cursos superiores a
distância e as políticas de cotas vêm exercendo papel importante, porém limitado na
redistribuição de oportunidades (BARROS, 2015).
E, muito embora existam políticas destinadas a expansão das universidades e, ainda,
elementos que apresentem o interesse na inserção do indivíduo no ensino superior, observa-
se que existe uma dificuldade enorme no ingresso por parte dos indivíduos no ensino superior,
em virtude de várias questões, nomeadamente, o turno do funcionamento dos cursos (nas
instituições públicas, há a predominância do período diurno, enquanto que nas instituições
privadas, se identifica a existência do período noturno), os valores praticados pelas
instituições, a quantidade de vagas oferecidas, os cortes ocorridos nos programas de
financiamento para o ensino nas instituições privadas e, por fim, um elemento bastante grave:
a falta de formação na educação básica, que dificulta a continuação dos estudos por parte do
indivíduo, visto que a complexidade do ensino superior impossibilita, muitas vezes, que o
aluno acompanhe o planejamento em sala.
Dessa maneira, apesar de haver o interesse por parte do indivíduo, muitas vezes ele
não consegue ingressar por questões de logística, preços e indisponibilidade de horário e,
ainda, não consegue dar continuidade aos estudos por motivos de deficiência na educação
básica.
Nessa perspectiva, observa-se, portanto, a necessidade de o professor do ensino
superior, apreender mecanismos diferenciados que venham a ser capazes de minimizar os
danos causados no ato do ingresso no ensino superior. A verdade é que o professor deverá
dispor, não apenas, de aperfeiçoamento técnico, mas também dispor de sensibilidade técnica,
sobre as necessidades básicas dos alunos, para conseguir atingir os objetivos destacados no
ensino e aprendizagem. E, por isso, o uso da didática se torna de substancial importância
para a aplicação das técnicas de conhecimento.

Aula 3. O ensino superior noturno

A história do ensino noturno e, em particular, do ensino superior é bastante penosa


no Brasil, sobretudo por duas razões: de um lado, está associada ao ideal de democratização
do acesso dos estudantes trabalhadores e, de outro, está relacionada com as condições mais
precárias de ensino e de aprendizagem, sobretudo em IES privadas que oferecem, em geral,
37
DIDÁTICA

cursos de qualidade bastante questionável. Além disso, essa história retrata a luta dos
trabalhadores por oportunidades de estudar, mesmo trabalhando oito horas diárias ou mais
(OLIVEIRA; BITTAR 2010).

De acordo com a lei n. 9.394 de 20 de dezembro de 1996 – Diretrizes e Bases da


Educação Nacional (LDB) –, a educação nacional está organizada em educação básica
(educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) e educação superior. Na educação
superior, há os cursos de graduação, sequenciais, de extensão e de pós-graduação, esses
últimos subdivididos em stricto sensu (mestrado acadêmico, mestrado profissional e
doutorado) e lato sensu, que são os cursos de especialização, incluindo os MBAs (RUIZ,
2004).
Esta mesma lei estabelece, em seu art. 4º, inciso VI, que um dos deveres do Estado
para com a garantia da educação escolar pública é a “oferta de ensino noturno regular,
adequado às condições do educando”. No capítulo específico sobre a educação superior esta
lei define que as instituições deverão manter os cursos de graduação no período noturno nos
mesmos padrões de qualidade dos cursos do período diurno, “sendo obrigatória a oferta
noturna nas instituições públicas” (FILHO; NERY, 2011).

O predomínio do período noturno no ensino é reflexo da situação econômica


vivenciada pelo país nas últimas décadas, pois permite mais facilmente que o estudante
exerça uma atividade profissional remunerada (não necessariamente associada à sua área
de interesse) enquanto cursa alguma graduação, de forma a obter recursos financeiros para
38
DIDÁTICA

automanutenção, como, por exemplo, o pagamento da faculdade e ou ainda, apoiar


economicamente sua família.
O estudante que é trabalhador, do sexo masculino ou feminino, busca sobretudo, no
curso de graduação, sua formação profissional. A agregação de conhecimentos obtidos
durante o curso superior, o diploma, a riqueza da vivência pessoal e os relacionamentos
estabelecidos com colegas e professores, podem propiciar ao estudante maior facilidade para
participar do mercado de trabalho após a conclusão do curso. Como decorrência da situação
do estudante do curso noturno na condição de trabalhador, Mendes (1986) caracteriza-o, em
geral, como sendo supostamente mais maduro que o estudante do curso diurno, qualificando-
o, também, como mais cansado, pelo fato de vir de uma longa jornada de trabalho (FILHO;
NERY, 2011).
O aluno típico, quase sempre como um trabalhador; o aluno que trabalha durante o
dia e que, portanto, normalmente, chega cansado à escola. É geralmente, de idade média
superior à idade média de seu colega de cursos diurnos, e também, supostamente, mais
maduro. [...] o curso noturno é procurado como fator de melhoria das condições de trabalho,
de emprego, de remuneração e de ascensão social. [...] ele prevalece entre os
estabelecimentos da rede particular [...] as universidades comparecem invariavelmente com
números mais modestos; a área de Humanidades presta-se, notoriamente, mais que a de
Ciências para cursos noturnos, e a concentração geográfica destes torna-se mais nítida na
região Sudeste (MENDES, 1986).
Os estudantes precisam, assim, conciliar trabalho e estudo, na maioria das vezes sem
apoio financeiro do Estado, acreditando que o estudo poderá melhorar a sua condição de
vida. Todavia, dado as condições objetivas, boa parte dos estudantes do ensino superior
noturno, sobretudo privado, acaba se tornando inadimplentes, evadindo ou mesmo concluindo
um curso em condições que não permitem agregar maior valor à formação e à qualificação
para o mundo do trabalho, assim como para o desenvolvimento pessoal e preparo para o
exercício da cidadania (OLIVEIRA; BITTAR 2010).

Figura 05 – Desafio do Trabalho x Educação.

Fonte: acervo da autora (2018).

Para o estudante-trabalhador e o trabalhador-estudante, o curso superior representa


um investimento de vulto não apenas financeiro, pois produz impactos no lazer e no repouso,
39
DIDÁTICA

pela necessidade de conciliar trabalho e estudo. O autor justifica que o investimento é


considerado compensador, uma vez que qualifica a força de trabalho, com possibilidade de
melhor remuneração, valorização social e realização pessoal (FILHO; NERY, 2011).

PARA VOCÊ REFLETIR

Embora não existam estatísticas oficiais acerca da caracterização do estudante do


ensino superior noturno, é notório, pela observação prática, que a maioria é formada por
estudantes-trabalhadores. Pesquisa conduzida por Terribili Filho (2005) junto a 244
estudantes do período noturno de um curso de administração de empresas de uma instituição
privada situada na zona norte da cidade de São Paulo apontou que 95% eram trabalhadores.
Pesquisa similar conduzida por Terribili Filho e Raphael (2005, p. 124) junto a 166
estudantes do período noturno de duas instituições privadas na cidade de São Paulo apontou
que 91% dos respondentes eram trabalhadores. Os percentuais elevados não são mais
características exclusivas de capitais estaduais ou das grandes cidades. Um levantamento
efetuado por Terribili Filho (2005), junto a 113 estudantes de direito de um curso noturno em
cidade paulista na região de Campinas que tem população de 77 mil habitantes, indicou: 79%
dos respondentes trabalham. Em outra cidade do interior paulista, localizada na região de
Araçatuba, com população aproximada de 94 mil habitantes, foi realizado um levantamento
similar junto a 113 estudantes do período noturno de diversos cursos, que apontou que 87%
dos estudantes são trabalhadores.
O Inep divulgou, neste censo, o acompanhamento da trajetória dos alunos que
ingressaram em 2010 no ensino superior, levando em conta dados de permanência e de
conclusão até 2015. Os números são alarmantes: dos alunos que entraram na graduação em
2010, 11% desistiram já no primeiro ano. Até 2014, quase metade (49%) dos estudantes
saíram dos cursos que haviam optado em 2010. O Diretor de Estatísticas Educacionais do
Ministério da Educação (MEC), Carlos Eduardo Moreno Sampaio, afirmou em coletiva de
imprensa na quinta-feira (6) que, em comparação com o cenário internacional, o principal
problema do Brasil é o baixo número de alunos concluintes, ou seja, aqueles que chegam ao
fim dos cursos. “Nos países da OCDE, a estatística de ingressantes é muito parecida com a
de concluintes. Já no Brasil, o número de concluintes é em torno da metade [de ingressantes]”
(SANTOS, 2016). A busca pelo conhecimento e a formação de qualidade são os elementos
que motivam os jovens a buscar as universidades, pois desejam uma preparação profissional
para enfrentar um mercado bastante seleto.

PARA SABER MAIS

O Ensino Médio brasileiro não forma pessoas em quantidade suficiente para alimentar
a expansão que o Ensino Superior vem tendo. Por isso, mesmo levando em conta que não
existe uma aderência perfeita da oferta atual à demanda existente, os números apresentados
confirmam que desde 2003 há menos concluintes do Ensino Médio que vagas ofertadas no
nível superior (BARROS, 2015).

40
DIDÁTICA

Para saber mais sobre a expansão da educação superior no Brasil: limites e


possibilidades cuja autoria é de Aparecida da Silva Xavier Barros intitulado de expansão da
educação superior no brasil: limites e possibilidades acesse o endereço através do link
http://www.scielo.br/pdf/es/v36n131/1678-4626-es-36-131-00361.pdf.

Realidade O desejo de todo jovem

Figura 07 – Desafios da educação.

Fonte: acervo da autora (2018).

PARA VOCÊ LER MAIS

Uma das principais transformações do ensino superior no século XX consistiu no fato


de destinarem-se também ao atendimento à massa e não exclusivamente à elite. Num dos
estudos da década de 1990, observou-se que no ensino superior, estudantes oriundos de
famílias com renda de até 6 salários mínimos representavam aproximadamente 12% dos
matriculados em instituições privadas e 11% em instituições públicas. Tanto no setor privado,
quanto no público, a proporção de estudantes oriundos de famílias com renda acima de 10

41
DIDÁTICA

salários mínimos ultrapassa os 60%, o que desmistifica a crença de que os menos favorecidos
é que frequentam a instituição privada (MARTINS, 2002).
Para saber um pouco mais sobre a evolução do ensino superior no Brasil, sugere-se
a leitura do artigo intitulado de ensino superior no brasil: da descoberta aos dias atuais
cuja autoria é de Antônio Carlos Pereira Martins encontra-se disponível em
http://www.scielo.br/pdf/acb/v17s3/15255.pdf.

PARA VOCÊ SABER MAIS

O levantamento de dados sobre os alunos da rede federal, iniciativa do Fórum Nacional


de Pró-reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (Fonaprace), tem a finalidade de traçar
o perfil socioeconômico e cultural dos mais de um milhão de estudantes da graduação pública
federal. Desse diagnóstico, segundo o Fonaprace, serão formuladas diretrizes e políticas
públicas de atendimento aos universitários e de defesa da educação pública, gratuita com
qualidade acadêmica e científica (SANTO; LUZ, 2013).
A última pesquisa realizada pelo fórum foi em 2010 e teve a participação de estudantes
de 56 instituições federais de ensino superior. Naquele ano, a pesquisa constatou que 43,74%
dos alunos das universidades federais pertenciam às classes C, D e E; e que o percentual de
estudantes de raça/cor/etnia preta aumentou de 5,9% em 2004 (período da pesquisa anterior)
para 8,7%, em 2010 (SANTO; LUZ, 2013).
No espaço da educação superior, a qualidade é inexoravelmente reconstruída em
função de um conjunto de especificidades das instituições de educação, tais como autonomia
acadêmica e aspectos impeditivos de formalização das atividades acadêmicas e científicas.
Portanto, no âmbito da educação superior não se pode adotar plenamente os conceitos e os
programas de qualidade originários da indústria e da iniciativa privada (BERTOLIN, 2007).

Figura 08 – Qualidade de Ensino.

Fonte: acervo da autora (2018).

42
DIDÁTICA

Tópico 2: A didática do ensino superior

Aula 1. Considerações sobre didática

A palavra didática origina- se do grego didaktiké e tem sido usualmente traduzida por
‘a arte de ensinar’. Pode- se definir didática como um conjunto de atividades organizadas pelo
docente visando favorecer a construção do conhecimento pelo estudante, sem caráter
normativo ou mesmo prescritivo, a justando-se ao projeto educativo de uma sociedade. Já o
didata é o profissional de ensino que tanto desenvolve como reflete sobre sua prática numa
disciplina específica do conhecimento (SANTO; LUZ, 2013).
Até o século XIX a didática aparece no campo da educação fundamentando-se nos
estudos da filosofia, tendo-se difundido especialmente a partir do livro de Jan Amos
Comenius (1592-1670) intitulado “Didática Magna” ou ‘Tratado da arte universal de
ensinar tudo a todos’, publicado em 1657 (SANTO; LUZ, 2013).
Todavia, a partir do início do século XX a didática passou a receber aportes
significativos de outras ciências como a Biologia e Psicologia, impulsionando muitos
movimentos de reforma escolar que admitiam a falência didática do modelo tradicional e
buscavam uma educação que considerasse os aspectos psicológicos relacionados com o
processo de ensino e aprendizagem (SANTO; LUZ, 2013).
Com as ideias tecnicistas de meados do século XX, a didática assumiu um conceito
instrumental que enfatizava tão somente a elaboração de planos de ensinos, elaboração de
objetivos, seleção de conteúdos e técnicas de ensino, confundindo-se assim com a
metodologia de ensino. (GIL, 2008).
A prática da didática na abordagem tradicional resume-se em aulas expositivas
ministradas pelo professor especialista e na consequente memorização dos conteúdos pelos
alunos, cabendo ao docente a tarefa de verificar se os conteúdos transmitidos em sala de aula
foram reproduzidos rigorosamente em seus poucos instrumentos de avaliação de
aprendizagens (SANTO; LUZ, 2013; FREIRE, 2007).
Embora tais conceitos tradicionais não se coadunem com as concepções da
contemporaneidade, infelizmente ainda percebemos que é frequentemente assumida por
professores universitários na condução de suas práxis docentes, visto que tendem a
reproduzir os métodos tradicionais a que foram submetidos durante a sua própria formação
acadêmica (FREIRE, 2007); (GIL, 2008).
Na abordagem comportamentalista ou behaviorista a aprendizagem é fruto da
experiência, como resposta aos estímulos do docente que modela ou reforça o
comportamento desejado. De acordo com Santo et al (2013) é no século XX que o
comportamentalismo tem o seu ápice, especialmente entre as décadas de 20 e 50, com os
estudos de Pavlov, Watson, Guthrie e Skinner (SANTO; LUZ, 2013).
A teoria behaviorista visualiza a mente humana como uma ‘caixa preta’ em que as
respostas aos estímulos são mensuradas quantitativamente, ignorando-se a possibilidade de
um processo. Também propõe que os comportamentos humanos são determinados pelas
condições do meio, ou seja, no tocante à aprendizagem o estudante é um ser passivo que
43
DIDÁTICA

reage aos estímulos do meio, através da associação do estímulo resposta; assim, nesta
abordagem o elemento principal da aprendizagem são os estímulos do ambiente e não o
próprio sujeito, uma vez que ao se manipular as condições do meio ambiente gera-se
mudanças nos educandos (SANTO, LUZ, 2013).
No tocante a prática didática, a abordagem comportamentalista pressupõe que o
docente seja o responsável pela instrução programada visto que parte do princípio que o ser
humano, como produto do meio, pode ser manipulado ou controlado e o papel do professor é
manter este controle, independente da interação do aluno (GIL, 2008).
Trata-se do modelo de professor técnico muito comum nas instituições técnicas
profissionalizantes em que a formação ocorre pela aprendizagem imitativa; o instrutor é um
prático experiente e estabelece o modelo, pois domina as competências técnicas
(PERRENOUD, 2000).

Aula 2. A importância da didática no ensino superior

Durante muito tempo prevaleceu no âmbito do Ensino Superior a crença de que, para
se tornar um bom professor neste nível, bastaria dispor de comunicação fluente e sólidos
conhecimentos relacionados à disciplina que pretendesse lecionar. A justificativa dessa
afirmação fundamentava-se no fato de o corpo discente do ensino básico, constituído por
crianças e adolescentes. Assim, esses alunos não necessitariam do auxílio de pedagogos
(FILHO; NERY, 2011).
Aliás, o próprio termo pedagogia tem sua origem relacionada à palavra criança (grego:
paidos = criança; gogein = conduzir). Os estudantes universitários, por já possuírem uma
“personalidade formada” e por saberem o que pretendem não exigiriam de seus professores
mais do que competência para transmitir os conhecimentos e para sanar suas dúvidas
(FILHO; NERY, 2011).
Diversas são as funções que fazem parte do trabalho do professor universitário, como
por exemplo: o estudo e a pesquisa; à docência, sua organização e o aperfeiçoamento de
ambas; a comunicação de suas investigações; a inovação e a comunicação das inovações
pedagógicas; a orientação e a avaliação dos alunos; a avaliação da docência e da
investigação; o estabelecimento de relações com o mundo do trabalho, da cultura etc. (FILHO;
NERY, 2011).
Desse modo, observou-se, durante muito tempo que, um bom professor para o ensino
superior deveria ter competências significativas no âmbito da pesquisa. Entretanto, a atitude
do professor em sala de aula se afastava dos critérios mínimos para expor o conteúdo, ou
seja, o professor não estava preocupado com os mecanismos para apresentar o conteúdo
aos alunos, ele sequer, estava preparado para o processo de ensino aprendizagem. Por isso,
aquele reconhecimento de quanto mais pesquisa o professor tem, maior competência técnica
para ministrar conteúdo em sala de aula ele teria, torna-se questionável.

44
DIDÁTICA

Sendo assim, tendo em vista essa multiplicidade de funções e as mudanças que vêm
ocorrendo no mundo contemporâneo, assim como das alterações nos campos das diversas
ciências, inclusive da educação, elas também levam à necessidade de focar em uma
formação/capacitação de qualidade destinada aos professores universitários, a fim de melhor
realizarem sua função primordial, ministrar boas aulas (FRONZA-MARTINS, 2009).
Hoje são poucas as pessoas envolvidas com as questões educacionais que aceitam
uma justificativa desse tipo. O professor universitário, como o de qualquer outro nível,
necessita não apenas de sólidos conhecimentos na área em que pretende lecionar, mas
também de habilidades pedagógicas suficientes para tornar o aprendizado mais eficaz. Além
disso, o professor universitário precisa ter uma visão de mundo, de ser humano, de ciência e
de educação compatível com as características de sua função (FILHO; NERY, 2011).
As deficiências na formação do professor universitário ficam claras nos levantamentos
que são realizados com estudantes ao longo dos cursos. Nestes é comum verificar que a
maioria das críticas em relação aos professores refere-se à “falta de didática”. Por essa razão
é que muitos professores e postulantes à docência em cursos universitários vem realizando
cursos de Didática do Ensino Superior, que são oferecidos em nível de pós-graduação, com
uma frequência cada vez maior, por instituições de Ensino Superior (FILHO; NERY, 2011).
A formação tanto do professor quanto a do aluno para quem ele leciona deve ser
encarada como um processo permanente, integrado no dia-a-dia. As instituições de ensino
superior precisam ampliar as ofertas de cursos de especialização na área pedagógica, para
contemplar um número maior de professores. Para possibilitar a formação contínua, propor
projetos pedagógicos que envolvam os docentes em grupos de estudos na busca de reflexão
sobre o corpo docente (NÓVOA, 1991).
Para além da ampliação dos cursos de pós-graduação, onde seja possível a busca
pelo aperfeiçoamento incessante dos profissionais da educação, é importante que as
instituições de ensino superior desenvolvam atividades com o intuito especifico de formar,
renovar e incentivar os docentes. E, quando se observa o cotidiano desgastante da sala de
aula, identifica-se a necessidade real de existir elementos que possam construir um processo
motivacional no âmbito institucional.
Quando nos referimos às necessidades dos estudos didáticos dirigidos ao ensino de
nível superior, a sua aplicação e investigação aos problemas pedagógicos deve levar cada
docente a fazer uma autocrítica e a tomar consciência de suas responsabilidades, e
principalmente buscar a melhor forma de desempenhar suas funções e por sua vez fazer
experiências pedagógicas que vise aperfeiçoar os diversos tipos de atividades que
caracterizam tais funções, em particular podemos citar as voltadas à sistematização e
transmissão do conhecimento, sem deixar em segundo plano ou de lado as responsabilidades
propriamente educativas (BORBA; SILVA, 2016).
Por isso, pode-se afirmar que a didática está ligada com o processo ensino
aprendizagem, no qual, professor e aluno, devem estabelecer uma relação muito boa para
que a mesma surta um efeito esperado, podendo assim acontecer uma troca de ideias que
favoreça e desenvolvimento intelectual de ambos, uma vez, que na educação há uma
interação de conhecimentos entre todos, se utilizando dos meios educacionais de acordo com
as necessidades da clientela atendida e de uma avaliação de qualidade (BORBA; SILVA,
2016).
45
DIDÁTICA

Sobre a má qualidade do ensino superior no Brasil, acesso o endereço através do link


http://www.leiaja.com/coluna/2012/ma-qualidade-do-ensino-superiorbrasileiro e leia o artigo
de autoria de Rafael Braga intitulado de a Má qualidade do ensino superior no Brasil.
A quantidade de alunos em sala de aula no ensino superior é inversa à qualidade
técnica dos profissionais das universidades. Dessa maneira, observa-se que a qualificação
dos profissionais de ensino superior seria instrumento de substancial importância para o
aperfeiçoamento do processo ensino-aprendizagem.
Entretanto, a má qualidade apresentada pelos profissionais do ensino superior acaba
por desmotivar os alunos no decorrer das atividades do ensino superior.

Aula 3. Sugestões hipotéticas de comportamento do docente no ensino superior

A didática aplicada no ensino superior apresenta muitos desafios, especialmente


quando consideramos a pouca qualificação do docente universitário nas questões
pedagógicas, a incipiente contribuição que as faculdades de pedagogia oferecem nesta área
e, ainda, a deficiência de conteúdo dos alunos ao ingressar no ensino superior.
As especificidades de aprendizagem relacionadas com o estudante adulto nos
induzem a constantemente refletir sobre a nossa própria eficácia didática enquanto arte de
ensino. Não obstante as dificuldades que se apresentam, o docente universitário tem à sua
frente excelentes oportunidades para buscar qualificar-se qual professor reflexivo, no sentido
de compreender o processo de renovação de técnicas e de conteúdo (SANTO; LUZ, 2013).
O docente vive sujeito às influências do meio, para atender as expectativas e
exigências do novo perfil profissional, devendo este atentar para sua qualificação. Mesmo
assim, existem outros desafios que envolvem esse profissional, devido a tamanha
complexidade de suas atribuições.
Ele tem o papel fundamental de interagir com a realidade através do conhecimento,
tendo como objetivo maior formar alunos com consciência crítica, que saibam utilizar o que
aprenderam e que se tornem cidadãos conscientes. Para que isso aconteça, o docente deve
ter a capacidade de fazer a mediação do conhecimento histórico elaborado e relevante para
formação do corpo discente.
Tendo como pressuposto as dificuldades inerentes a condição do professor de ensino
superior em sala de aula, torna-se essencial a prática de algumas questões eminentemente
essenciais para a realização do processo de ensino aprendizagem no ensino superior, a
saber: investigar as condições e formas que vigoram

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DIDÁTICA

Fonte: elaborado pela autora com base em shuterstock, 2018.

PARA VOCÊ REFLETIR

A didática é uma das disciplinas da Pedagogia que estuda o processo de ensino


através de seus componentes – os conteúdos escolares, o ensino e aprendizagem – para,
com o embasamento numa teoria da educação formular diretrizes orientadoras da atividade
profissional dos professores e, por isso, a didática tem por objeto investigar as condições e
formas que vigoram no ensino e, ao mesmo tempo, os fatores reais (sociais, políticos,
culturais, psicossociais) condicionantes das relações entre docência e aprendizagem
(LIBÂNEO, 1999).

PARA VOCÊ SABER MAIS

A prática da didática necessita ser vivenciada pelos educadores e não somente


descrita como um importante instrumento pedagógico, desse modo, compreendemos que a

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DIDÁTICA

utilização da didática assim como suas adequações na sociedade do conhecimento é uma


condição indispensável para a garantia de uma boa educação (SANTO; LUZ, 2013).
No sentido de compreender um pouco mais sobre a importância da didática do ensino
superior, acesse o endereço através do link https://youtu.be/yGdAJjIhra4.
A profissão de professor hoje no Brasil, em sua grande maioria, é mais procurada por
pessoas de baixa renda e com idade um pouco mais avançada, como forma de salto na vida
profissional. Que embora imbuídos de motivação, a maioria destes alunos ingressam no
Ensino Superior, marcados por uma discrepância em sua formação e a visto que a
universidade, não consegue suprir essas deficiências, acabam sendo esquecidos durante a
graduação e se deparam com grandes obstáculos por conta das dificuldades de linguagem e
compreensão de leituras de inúmeros teóricos, pela ausência do hábito de ler, além da
questão pedagógica, os mais interessados acabam apoiando-se no autodidatismo.
E após a formação, vivem a ausência das entradas profissionais para que lhes
possibilitem evolução no enquadramento profissional.
Acredita-se que a prática do ensinar e aprender sempre esteve presente na espécie
humana através da observação dos mais velhos e a transmissão de culturas por parte destes
aos mais jovens, por meio da oralidade e reprodução de costumes. Ensinar e aprender sempre
estiveram interligados. A educação, portanto, implica uma relação não de dependência, mas
de ajuda e trocas mutuas dos seres sociais com suas particularidades (NOVOA, 1992).

Tópico 3: Os desafios da didática no ensino superior

Aula 1. A deficiência do ensino de base

A grande maioria dos alunos que conclui o ensino médio possui sérias dificuldades de
leitura, escrita e resolução de exercícios matemáticos elementares. Sem uma formação
científica mínima e com conhecimentos bastante fragmentados, a grande maioria encontra
grandes dificuldades para conseguir aprovação nos processos seletivos das universidades de
melhor qualidade (BARROS, 2015).
O ingresso no ensino superior é certamente uma parte visível desse funil de
seletividade social, perpassado por processos de seleção excludentes adotados pelas IES,
especialmente as públicas. Processos que aniquilam o ideário, o sonho, a igualdade real de
oportunidade dos estudantes que buscam, no ensino superior, uma oportunidade de
conquistar um espaço na carreira acadêmica e profissional. O esforço é ainda maior para os
estudantes universitários que estão matriculados nos cursos noturnos, pois, para a grande
maioria, isso acontece depois de uma jornada de trabalho diária de oito horas (OLIVEIRA;
BITTAR, 2010).
A frustração do aluno pode vir de várias formas nessa trajetória: evadir-se por não
conseguir pagar as mensalidades; não acompanhar o curso devido à fragilidade da formação
anterior; concluir o curso e descobrir que pouco ou quase nada foi agregado de valor à
formação, devido a qualidade do curso; não conseguir inserir-se profissionalmente no

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DIDÁTICA

mercado de trabalho; e, finalmente, não conseguir a melhoria da qualidade de vida que tanto
desejava (OLIVEIRA; BITTAR, 2010).
Diante deste delicado panorama, saber lidar com alunos em sala de aula, manter a
harmonia no ambiente, concentração nas disciplinas ministradas e assimilação dos conteúdos
são uma tarefa desafiadora para o professor. Isso por que a globalização, acompanhada da
tecnologia, traz um envolvimento de distração ao discente em relação às atividades em sala
de aula (OLIVEIRA; BITTAR, 2010).
Cabe ao professor buscar as ferramentas adequadas para atrair a atenção do aluno,
despertando nele a vontade de aprender e continuar aprendendo. Os equipamentos
audiovisuais auxiliam muito nesse caso, no entanto, não são suficientes. O planejamento, a
metodologia, o diálogo, são essenciais para o sucesso da aula (OLIVEIRA; BITTAR, 2010).
Outra forma de atrair o aluno a participar dessa dialética ensino/aprendizagem é
envolvê-lo na aula, perguntando sobre assuntos anteriores, fatos ocorridos na aula passada,
falas colocadas em ênfase e argumentos convincentes ou não. Estimular nos alunos o desejo
de assistir as próximas aulas, já antecipando algo interessante é fundamental, pois serve
como aperitivo, despertando nele a vontade de participar da próxima discussão (OLIVEIRA;
BITTAR, 2010).

Fonte: elaborado pela autora, 2018

Aula 2. A abordagem no processo de ensino

O fenômeno educativo não é uma realidade acabada capaz de ser identificada clara e
precisamente em seus múltiplos aspectos. Por ser um fenômeno humano e histórico, tende a
ser abordado sob diferentes óticas (MIZUKAMI, 1986).
Segundo Mizukami (1986) existem cinco abordagens que podem ser feitas no
processo de ensino, nomeadamente a: tradicional, comportamentalista, humanista,
cognitivista e sociocultural, que são apresentadas a seguir:

Abordagem tradicional: Esta abordagem privilegia os professores no controle que


fornecem todas as informações definidas com os objetivos de aprendizagem avaliados de

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DIDÁTICA

acordo com a quantidade de conceitos memorizados, onde o aluno é considerado como o


receptor da informação e conhecimento e a função do aluno é adaptar-se às características
de aprendizagem e de ordem estabelecida tradicional ou memorial A palavra chave era
memorizar. A teoria subjacente da aprendizagem era um associacionismo ingênuo, de acordo
com o armazenamento de dados, ideias e partes da realidade que eram empilhadas juntas
sem estabelecer relações especiais entre elas.

Abordagem comportamentalista: Para a comportamentalista ou behavioristas, o


conhecimento é resultado direto da experiência. A abordagem cognitivo-comportamental
considera que os comportamentos são aprendidos de várias maneiras. Através de nossa
própria experiência, a observação de outros, processos de condicionamento clássico ou
operante, linguagem... Todas as pessoas desenvolvem aprendizado ao longo de suas vidas
que são incorporadas em suas biografias e podem ser problemáticas ou funcionais.

Abordagem humanista: Esta abordagem foca predominantemente o


desenvolvimento da personalidade dos indivíduos e tem Carl Rogers como um de seus
principais teóricos. Os humanistas defendem que cada pessoa tem, de uma maneira inata,
um potencial que lhes permite crescer, evoluir e se auto realizar e que a patologia aparece
quando essas habilidades são bloqueadas. Eles consideram que o indivíduo deve aprender a
ser, saber e fazer, e que é a pessoa que deve encontrar as soluções por conta própria,
deixando-lhe total liberdade para decidir. Os distúrbios patológicos são renúncias ou perdas
dessa liberdade que não lhe permitem continuar seu processo de crescimento vital.

Abordagem cognitivista: Esta abordagem é fundamentalmente interacionista. De


acordo com a teoria cognitiva de Bruner, no processo de conhecer e aprender, os seres
humanos tentam categorizar os eventos e elementos da realidade em conjuntos de itens
equivalentes. Assim, vivenciamos as experiências e a realidade percebida, criando conceitos
a partir da discriminação dos diferentes estímulos (BRUNER, 1966).

Abordagem sociocultural: só opera quando a criança interage com outras pessoas


e em colaboração com seus pares "(Vygotsky, 1978). Em ambientes virtuais, o aspecto social
é de grande importância de onde a aprendizagem colaborativa é representada, somos seres
sociais por natureza e, portanto, precisamos estar em contato com os outros, essa interação
estimula o aprendizado do outro, apoiando o outro, promovendo a motivação para o
aprendizado e o reconhecimento do outro dentro do processo educacional, favorecendo as
habilidades pessoais e de grupo. A aprendizagem colaborativa está em sintonia com o
construtivismo social, onde, segundo Vygotsky (1978), "todas as funções superiores se
originam como relações reais entre indivíduos".

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DIDÁTICA

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

Aula 3. Aperfeiçoamento dos métodos

Atualmente, pesquisadores e educadores debruçam-se a elucidar que didática é a


análise da forma de ensino e aprendizagem que emprenham tipos de organização do ensino,
postura do professor, controle e a avaliação da aprendizagem e essencialmente objetivos
político-pedagógicos e críticos sobre o ensino.
A aplicação do espírito de investigação aos problemas pedagógicos deve levar cada
docente a fazer uma autocrítica, a tomar consciência de suas responsabilidades, a repensar
a maneira como desempenha suas funções e a fazer experiências pedagógicas que visem
aperfeiçoar os diversos tipos de atividades que caracterizam tais funções, em particular, as
voltadas à sistematização e transmissão do saber, sem esquecer as responsabilidades
propriamente educativas (KOURGANOFF, 1990).
Por esta razão, é particularmente urgente melhorar o preparo pedagógico dos
docentes. O número de seminários e outras atividades similares sobre o ensino universitário
é pequeno quando comparado com o número de outras iniciativas da mesma natureza
dirigidas às diferentes especialidades da investigação. Como recomenda o “Rapport of
Berkeley”, alguns seminários pedagógicos apropriados aos diferentes tipos de disciplinas
deveriam formar parte da rotina de cada docente universitário. Uma das preocupações de tais
encontros deveria ser um inventário pedagógico internacional dos melhores métodos já
utilizados nos diversos países (KOURGANOFF, 1990).

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DIDÁTICA

O pacto primário da didática é com a busca da qualidade cognitiva das aprendizagens,


associada dessa forma à aprendizagem do pensar. Assim, cabe ao professor universitário
busca dentro de suas capacidades, como auxiliar os alunos a se tornarem sujeitos pensantes
e críticos, habilitados a pensar e lidar com conceitos, questionar, argumentar com os percalços
que a vida coloca dia após dia (DOBARRO, 2010).
Diante do exposto, fica clara a necessidade da didática em incorporar as investigações
mais novas a respeito dos modos de ensinar e aprender e, principalmente, sobre a
responsabilidade do professor na preparação dos alunos para pensar, colocando-se entre o
aluno e o conhecimento possibilitando desta forma as condições e os meios de aprendizagem
(DOBARRO, 2010).
Faz-se necessário que o educador em busca do aperfeiçoamento de sua didática,
aprenda dia-a-dia como operar com a subjetividade dos alunos em suas percepções,
linguagem e prática de vida. Caso não houver este intento, será inábil ao colocar desafios,
problemas, relacionados com os conteúdos, premissa importante para alcançar uma
aprendizagem relevante. É imprescindível pesquisar em como ajudar os alunos a se
desenvolverem como sujeitos pensantes, ao se depararem com as dubiedades e problemas
da vida prática. Desta forma, trabalhar no sentido de exortar as capacidades investigadoras
dos alunos ajudando-os a expandir competências e habilidades mentais (DOBARRO, 2010).

Figura 12 – Interação Professora x Aluno, Intermediação do conhecimento.

Fonte: acervo da autora (2018)

PARA VOCÊ REFLETIR

Tendo em vista essa multiplicidade de funções e as mudanças que vêm ocorrendo no


mundo contemporâneo, assim como das alterações nos campos das diversas ciências,
inclusive da educação, elas também levam à necessidade de focar em uma
formação/capacitação de qualidade destinada aos professores universitários, a fim de melhor
realizarem sua função primordial, ministrar boas aulas. No ensino superior apresentam-se
questões que ressaltam desde a importância de um acesso maior de pessoas a esse setor,
52
DIDÁTICA

até pesquisas que traçam o perfil tanto do profissional docente, quanto do estudante
universitário. Outro foco de acalorados debates tem sido a busca de como se trabalhar de
maneira mais eficaz e eficiente com esse contingente de alunos cada vez maior. Atualmente,
surge ainda a discussão sobre a utilização das novas tecnologias da comunicação e
informação utilizadas como recursos didáticos neo contemporâneos. (FRONZA-MARTINS,
2009).

PARA VOCÊ SABER MAIS

A prática do professor “abarca ações que nem sempre podem ser descritas em livros
e que tampouco podem ser prescritas em manuais”. Por isso, não basta compreender quais
atividades são importantes para o desenvolvimento dos alunos, mas é preciso conhecer
diferentes metodologias, saber selecionar conteúdos coerentes, criar estratégias, utilizar
recursos diversificados, conseguir elaborar uma sequência lógica de atividades, vivenciar e
observar outros profissionais da área, discutir sobre a relação teoria-prática, conseguir refletir
sobre a sua prática pedagógica e etc., visando um ensino eficiente e de qualidade (BORGES,
1998).
São necessárias reformas aplicáveis no contexto educacional em todas as suas
esferas, principalmente no âmbito da educação especial inclusiva, visando a melhoria do
ensino. Acredita-se que o desenvolvimento deste trabalho possa servir como ferramenta para
influenciar mudanças na Educação para relações mais éticas e justas, com indivíduos,
independentemente de suas limitações e potencialidades (BARDIN, 1995).
As dificuldades e desafios enfrentados por professores no ensino de alunos com
necessidades educacionais especiais foi o foco da categoria temática. Os resultados
mostraram que os entrevistados têm a preocupação de que o tema da inclusão deva ser
melhor discutido desde a formação de modo que o professor possa ter o contato não só teórico
sobre as necessidades especiais, mas sim a oportunidade de desde a graduação terem
contato com esta realidade (BARDIN, 1995).
A ausência dessa formação teórica e vivencia na prática, durante a graduação, através
da atuação nos estágios em instituições especializadas nos diversos tipos de deficiências e
transtornos psíquicos, levaria o profissional da área de educação a interpretar corretamente a
realidade do que é inclusão e especialmente dentro de uma dimensão existencialista,
humanista, onde se pudesse posteriormente desenvolver a educação especial no espaço das
escolas regulares contribuindo para formação da cidadania e atuação desses alunos incluídos
na sociedade (BARDIN, 1995).

NOSSO RESUMO

A presente unidade versou sobre as dificuldades identificadas na realização dos


cursos superiores no Brasil, pois apesar do país atravessar uma expansão tanto no âmbito
público como no privado, enfrenta dificuldades significativas, visto que a realidade dos

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DIDÁTICA

estudantes tanto a sua formação básica quanto à questão que o acompanha durante a
realização do curso são obstáculos reais para o sucesso do ensino superior.
Foi possível abordar que a ação de ensinar é sobretudo uma intenção e indica que na
maior parte das vezes há um longo caminho entre o propósito e sua realização, por isso
entram em cena procedimentos ditos didáticos, visando um encontro entre o ensinar e o
aprender frente às dificuldades enfrentadas no ensino superior.
E, diante da necessidade de atravessar o longo caminho do ensino e aprendizagem,
faz-se necessário que o conhecimento gerado dentro das Universidades se aproxime da
prática do professor fornecendo alternativas aos problemas do dia-a-dia escolar.
E, esse caminho, só poderá ser vencido quando o professor do ensino superior,
apreender mecanismos diferenciados que venham a ser capazes de minimizar os danos
causados no ato do ingresso no ensino superior. A verdade é que o professor deverá dispor,
não apenas, de aperfeiçoamento técnico, mas também dispor de sensibilidade técnica, sobre
as necessidades básicas dos alunos, para conseguir atingir os objetivos destacados no ensino
e aprendizagem. E, por isso, o uso da didática se torna de substancial importância para a
aplicação das técnicas de conhecimento.

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DIDÁTICA

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