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SUMÁRIO
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 35
UNIDADE II - Didática do Ensino Superior ................................................................................ 39
Tópico 1. Considerações Gerais sobre didática ..................................................................... 39
Objetivos de aprendizagem:
• Conceituar didática;
• Identificar a importância da didática para o sistema do ensinoaprendizagem;
• Analisar a relação entre didática e pedagogia.
PLANO DE ESTUDO
3
Conversa Inicial
Nesse sentido, para que seja possível compreender os elementos que se referem
ao sistema apresentado pela didática, faz-se necessário observar os seguintes
instrumentos técnicos, quais sejam:
Desse modo, esperamos que você, através deste módulo, adquira ainda mais
conhecimentos acerca dos elementos que constituem a compreensão adequada sobre a
didática!
4
INTRODUÇÃO
Olá, caro (a) aluno (a)! Que prazer estarmos juntos para mais essa unidade de
estudos, sob o título de Didática. Antes de tudo, precisaremos compreender a conceituação
de didática, onde será possível apreender que vem a ser uma disciplina pedagógica que
estuda os objetos, as condições do processo de ensino, os meios e o cenário educacional.
Por isso, será parte da presente unidade o desenvolvimento dos estudos sobre a
relação da didática, o ensino e a pedagogia. E, por fim, serão apresentado também, os
elementos essenciais para a construção da relação entre didática e professor, visto que, o
professor para além da compreensão do conteúdo, deverá ter também o entendimento
acerca dos caminhos que deve buscar para atingir o objetivo.
5
Tópico 1. Os aspectos gerais essenciais
para a compreensão da didática
Pois, sem esta noção, tornam-se inábil para desenvolver didáticas articuladas e
contextualizadas com os problemas, desafios, questões relacionadas aos conteúdos e
condições para se conseguir uma aprendizagem significativa. A metodologia do ensino é
uma questão metodológica e também a inserção do professor na prática escolar, mediante
a pesquisa-ação (MARIN, 2011).
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A ação didática ocorre na relação ensino e aprendizagem, para melhor
compreensão e aplicação, são necessários subsídios teóricos e práticos, pois, ao tratar da
ação docente, a didática compreende também métodos que sugerem organização de
estratégias para o ensino. O professor, ao lançar mão de uma determinada técnica para
desenvolver o processo de ensinar, não está trazendo para a sua sala de aula apenas
técnica, mas toda uma teoria que a sustenta (SOUZA; SANTO, 2013).
9
Brasil: 50% dos professores não tem didática
para tudo que ensinam.
“Quatro em cada dez professores brasileiros não tiveram formação para a prática
de sala de aula para todas as matérias que ensinam durante a faculdade. Isso significa que
eles não aprenderam a lidar com problemas de indisciplina ou como trabalhar com
adolescentes, por exemplo, com adolescentes, por exemplo.”.
O ensino pode ser visto como uma sequência de tomadas de decisões pelo
professor. E esse ato de decidir representa um momento muito importante da atividade do
professor. Por esta razão a problemática da tomada de decisões pelo professor desperta
cada vez mais o interesse de pesquisadores da área da educação e, em particular, de
Didática (KRÜGER; ENSSLIN, 2013).
10
realidade problemática, a partir de um conjunto de esquemas
teóricos e de convicções implícitas do profissional. Quando o
profissional se revela flexível e aberto ao cenário complexo
de interações da prática, a reflexão-na-ação é o melhor instrumento de aprendizagem. No
contato com a situação prática, não só se adquirem novas teorias, esquemas e conceitos,
como se aprende o próprio processo dialético da aprendizagem (GOMES, 1997).
A atividade docente tem a ver diretamente com o “para quê educar”, pois a
educação se realiza numa sociedade formada por grupos sociais que têm uma visão
distinta de finalidades educativas. Há grupos que se identificam com as necessidades e
aspirações do povo que desejam uma educação que contribua para formar crianças e
jovens capazes de compreender criticamente as realidades sociais e de se colocarem como
sujeitos ativos na tarefa de construção de uma sociedade mais humana e mais igualitária
(LIBÂNEO, 2002).
11
de interrupção ou seja, criação de obstáculos que venham a
descontruir o processo de assimilar o conteúdo por parte dos
Estratégias interpessoais.
alunos.
Sugere-se que, para alcançar uma solução adequada, você analise o infográfico
a seguir e tente compreender as estratégias que o professor deve utilizar para realização
de um adequado sistema de gestão de sala de aula.
Infográfico elaborado pela autora a partir de informações coletadas de (GAZOLA, sd) disponíveis em:
https://www.lendo.org/como-lidar-indisciplina-escolar/
13
Fonte: elaborado pela autora, 2018.
14
O conhecimento que a pessoa carrega influencia a
aprendizagem de novos
conceitos e informações, como também, voltando o que foi
dito, a forma com que o material será organizado e contextualizado para o ensino. Pois é
muito mais simples recordar de um acontecimento feliz de nossa infância que aconteceu a
vários anos, por exemplo, uma brincadeira com amigos que era prazerosa e estimulante,
do que a aula de línguas da semana passada. Isso se dá pela forma que sucedeu e pelo
prazer sentido (MARTINS; DIAS e SILVA, 2016).
A didática vem dar apoio ao focar no prazer educativo, ou melhor dizendo, a forma
de envolver o discente pelo sentimento e importância do aprender, desde o momento em
que enfrenta o seu assento dentro da sala de aula, até quando retorna pra casa com
vontade e busca por aprender mais (MARTINS; DIAS e SILVA, 2016).
A sala de aula não pode ser o espaço apenas de instruir, isto é, transmitir
conhecimento, formar o erudito, mas sim ensinar, marcar profundamente com sinais e
chegar a um verdadeiro educar. Para o aluno ser educado, é necessário que realize as
qualidades que perfazem seu próprio Eu, que realize valores dentro de si. Educar é
despertar no educando aqueles elementos positivos que nele se acham adormecidos, como
verdade, justiça, amor, solidariedade e liberdade (BERTAN; ROCHA e BECHARA, 2000).
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PARA VOCÊ SABER MAIS
Para saber um pouco mais sobre a prática dos valores na escola, acesse o
conteúdo da Construir Notícias pelo endereço através do link
http://www.construirnoticias.com.br/pratica-de-valores-na-escola/.
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10. Tolerância Valor que se manifesta na tendência a admitir, nos outros, maneiras
de pensar, de agir e de sentir diferentes ou mesmo diametralmente
opostas às nossas.
Fonte: http://www.construirnoticias.com.br/pratica-de-valores-na-escola/
A sociedade atual tem produzido indivíduos que não possuem apreço e respeito
à vida. A violência não tem como autores somente criminosos de classes excluídas, existem
pessoas de camadas sociais elevadas que promovem deploráveis atos dessa natureza
(FREITAS, 2014).
Ensinar e aprender são como as duas faces de uma mesma moeda. Dessa forma,
o ensino, que é o objeto de estudo da Didática, não pode ser tratado apenas levando em
consideração o professor, mas também, deve-se considerar a aprendizagem por parte do
aluno. A Didática é o estudo do processo de ensino e aprendizagem e, portanto, enfatiza a
relação professor aluno (HAYDT, 2006).
18
Fonte: banco de imagens, 2018.
A evolução histórica da Didática nos mostra que até o início do século XIX,
predominou-se na prática escolar uma aprendizagem do tipo passivo e receptivo, ou seja,
aprender era basicamente memorizar. Essa forma de ensino baseava-se na concepção de
que o aluno era como um papel em branco sem nada escrito onde tudo podia ser impresso.
O importante nessa forma de aprendizagem era que o aluno reproduzisse literalmente as
frases e palavras decoradas (HAYDT, 2006).
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intimamente relacionados à ação, à vida prática, à
experiência, ou seja, o saber é um meio para ajudar o homem
na sua existência, na sua vida prática (HAYDT, 2006).
Sócrates
(século V a.C.)
Dewey
Pestalozzi
(1746-1827) (18591952)
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analisando os seus mecanismos básicos. Para realizar sua
proposta, a Psicologia interage com outras ciências tais como
a Medicina, a Biologia, a Filosofia, a Genética, a Antropologia,
a Sociologia, além da Pedagogia. Estes ramos do conhecimento estão imbricados uns nos
outros, de tal forma que, muitas vezes, é difícil saber em que domínio se está atuando. [...]
Ao se dedicar ao estudo de tantos e diferentes aspectos, a Psicologia acaba por
desenvolver campos de investigação mais específicos e delimitados. Importam, para a
Educação, os conhecimentos advindos da Psicologia do desenvolvimento e da
aprendizagem, áreas específicas da ciência psicológica (DAVIS; OLIVEIRA, 1997).
21
Fonte: banco de imagens, 2018.
22
sentido, podemos entender a Didática como a disciplina que
define a direção do processo de ensinar e unifica a atividade
teórica e a atividade prática (METZNER, 2011).
23
Por intermédio de um conjunto de métodos, o
educador busca melhor transmitir os conteúdos,
ensinamentos e conhecimentos de uma disciplina, utilizando-se dos recursos disponíveis e
das habilidades que possui para infundir no aluno o desejo pelo saber (SANTOS et al,
2014).
A pedagogia e suas práticas são da ordem das práxis; assim, ocorrem em meio a
processos que estruturam a vida e a existência. A pedagogia caminha por entre culturas,
subjetividades, sujeitos e práticas. Caminha pela escola, mas a antecede, acompanha-a e
caminha além. A didática possui uma abrangência menor, mais focada nos processos
escolares dentro das salas de aula. A pedagogia coloca intencionalidades, projetos
alargados; a didática compromete-se a dar conta daquilo que se instituiu chamar de
“saberes escolares”. A lógica da didática é a lógica da produção da aprendizagem (nos
alunos), a partir de processos de ensino previamente planejados. A prática da didática é,
portanto, uma prática pedagógica. A prática pedagógica inclui a didática e a transcende
(FRANCO, 2015).
25
individuais e coletivas advindos das atividades essenciais da
prática social e em contextos do estudante (BORGES;
ALENCAR, 2014).
O professor deve adotar e abrir a perspectiva dos alunos, deve acolher seus
pensamentos, sentimentos e ações, sempre que manifestados, e apoiar o seu
desenvolvimento motivacional e capacidade para autorregular-se (BERBEL, 2011).
26
Disponível: https://novaescola.org.br/conteudo/11897/como-as-metodologias-ativas-favorecem-o-aprendizado
28
Professor Contemporâneo
Capacidade de percepção de
mudanças/ raciocínio abstrato e
flexibilidade
Clipart elaborado pela autora, 2018.
29
Sendo assim, mesmo considerando-se o risco de
simplificar o conceito em
demasia, por estar inserido num complexo e dinâmico campo interdisciplinar,
podese buscar os indícios para a sua fundamentação através das proposições de
(MIZUKAMI, 1986 apud GIL, 2008) que apresenta pelo menos cinco abordagens
distintas para explicar o processo de aprendizagem e suas consequentes proposições
didáticas, a saber, tradicional, comportamentalista, humanista, cognitivista e
sociocultural.
Para a ratificação dessa relação apontada por Paulo Freire se constitui com
elementos primordiais a compreensão da utilização da didática como instrumento da prática
docente, a seriedade na construção dos planos de aula, compromisso na interação
com os discentes, a necessidade da formação contínua e a quebra a superioridade
da pesquisa em detrimento do ensino e da extensão, práticas comuns na educação
brasileira (SANTO; LUZ, 2013).
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PARA VOCÊ LER MAIS
O bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade
do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de
ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas
de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas (FREIRE,
1996).
NOSSO RESUMO
31
E, por isso, a didática inclui a teoria e a prática do
processo de ensino, ou seja, não apenas o conteúdo que
deve ser dominado pelo professor, mas também a maneira como o conteúdo é exposto e,
nesse caso, pode ser incluído os objetivos e métodos, onde será levado em consideração
os níveis de escolarização. E quando se observa essa conexão entre teoria e prática,
identifica-se um resultado concreto do processo de formação profissional. Já que os
elementos destinados ao ensino foram executados de maneira adequada, ou seja, através
de métodos equilibrados para exposição do conteúdo.
REFERÊNCIAS
32
BENETTE, Tereza Sanchez Benette; COSTA, Leila
Pessoa da Costa. Indisciplina na sala de aula:
algumas reflexões. 2008. Disponível em:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2186-8.pdf, Acesso em 2
de outubro de 2018.
BERTAN, Levino; ROCHA, Márcia Santos da; BECHARA, Zuleika Toledo Bechara.
Sala de aula: espaço de libertação ou domesticação? Unopar Cient., Ciênc. Hum. Educ.,
Londrina, v. 1, n. 1, p. 123-131, jun. 2000
CLIPART ARTISTS. Featured Clipart by Hit Toon (ctsankov) Artist #37. Disponível em:
<http://clipartartists.com/ctsankov> Acesso em 02 de outubro de 2018.
DAVIS, Cláudia; OLIVEIRA, Zilma. Psicologia na educação. 2 a. ed. São Paulo: Cortez,
1997.
FONSECA, João José Saraiva Fonseca; FONSECA, Sônia. Didática Geral. Sobral
2016. Disponível em: http://md.intaead.com.br/geral/didatica/pdf/Did%C3%A1tica
%20Geral.pdf. Acesso em 8 de outubro de 2018.
33
FREITAS, Eduardo. Os valores humanos na escola.
2014. Disponível em:
https://educador.brasilescola.uol.com.br/orientacoes/os-valores-
humanosnaescola.htm. Acesso em 02 de outubro de 2018.
GIL, Antonio Carlos. Didática do ensino superior. São Paulo: Atlas, 2008.
HAYDT, Regina Célia Cazaux. Curso de didática geral. São Paulo: Ática, 2006.
________, José Carlos. Velhos e novos temas. São Paulo: Edição do autor, 2002.
________, José Carlos. Ainda as perguntas: o que é pedagogia, quem é o pedagogo, o
que deve ser o curso de Pedagogia. In: PIMENTA, Selma Garrido (org.). Pedagogia e
Pedagogos: Caminhos e perspectivas. São Paulo: Cortez, 2006.
34
MARTINS, Cairo Amarildo Batist; DIAS, Renata Flávia
Nobre Canela; SILVA, Erika Pereira A importância da
didática na prática educativa e na formação docente.
o
Rev. Triang. v. 9, n . 1: 68-79, jan./Jun. 2016.
SANTO, Eniel do Espírito, LUZ, Luiz Carlos Sacramento da. Didática no ensino
superior: perspectivas e desafios. Saberes, Natal – RN, v. 1, n.8, ago. 2013, 58 – 72.
SANTOS, Elieide Pereira dos; BATISTA, Isleide Carvalho; SOUZA, Mayane Leite da
Silva. O processo didático educativo: uma análise reflexiva sobre o processo de ensino
e a aprendizagem. 2014. DISPONÍVEL em:
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/processo-
didaticoeducativoanalise-reflexiva-sobre-processo-ensino-aprendizagem.htm. Acesso
em 02 de outubro de 2018.
SOBRAL, Osvaldo José. Contribuições da Psicologia da Educação para a Didática e
a Prática de Ensino. Revista Científica FacMais, Volume. X, Número 3. Setembro.
Ano 2017.
SOUZA, Dalva Inês de. Manual de orientações para projetos de pesquisa/ Dalva
Inês de Souza et al. – Novo Hamburgo: FESLSVC, 2013. Disponível em
http://www.liberato.com.br/sites/default/files/manual_de_orientacoes_para_projetos_
de_pesquisa.pdf. Acesso em 02 de outubro de 2018.
TAVARES, Rosilene Horta, Didática Geral. Belo Horizonte: Editora, UFMG, 2011.
UNIDADE II
- Didática do Ensino Superior
Objetivos de aprendizagem:
36
PLANO DE ESTUDO
Conversa Inicial
37
Objetivo Geral Analisar os elementos necessários para a compreensão
das questões que se referem a didática do ensino superior
e os desafios enfrentados no ensino superior.
Desse modo, esperamos que você, através deste módulo, adquira ainda mais
conhecimentos acerca dos elementos que constituem a compreensão adequada sobre a
didática e os desafios enfrentados no ensino superior!
INTRODUÇÃO
Olá, caro aluno, cara aluna! Que prazer estarmos juntos para mais essa unidade
de estudos, sob o título de O uso da didática no ensino superior. Antes de tudo,
precisaremos compreender o conceito e a funcionalidade que giram em torno da didática.
Será possível observar que a didática é um mecanismo facilitar das atividades que serão
desenvolvidas no meio ambiente de sala de aula.
Dessa maneira, você poderá observar durante o presente módulo uma construção
tanto conceitual no que se refere a didática, além do estudo da evolução histórica, quanto
também a didática aplicada a sala de aula, a partir de elementos que podem ser
encontrados corriqueiramente em sala de aula, na relação com os alunos. Será observada
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também a realidade dos cursos noturnos das universidades
brasileiras e, por fim, serão apresentados métodos
disponíveis para auxiliar o professor no processo de
realização do sistema de ensino e aprendizagem.
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Tópico 1: A expansão do ensino superior
Esta crescente demanda pela qualificação de nível superior tem elevado a procura
por docentes universitários nas mais diferentes áreas de competência. No caso específico
do Brasil podem atuar no nível de ensino superior professores que tenham concluído no
mínimo um curso de pós-graduação lato sensu e que possuam aderência na sua formação
acadêmica e/ou profissional com as disciplinas que porventura ministrarem (SANTO; LUZ,
2013).
40
Fonte: elaborado pela autora, 2018.
41
Expansão das Universidades Federais (Reuni), o aumento da
oferta de cursos superiores a distância e as políticas de cotas
vêm exercendo papel importante, porém limitado na
redistribuição de oportunidades (BARROS, 2015).
Dessa maneira, apesar de haver o interesse por parte do indivíduo, muitas vezes
ele não consegue ingressar por questões de logística, preços e indisponibilidade de horário
e, ainda, não consegue dar continuidade aos estudos por motivos de deficiência na
educação básica.
42
De acordo com a lei n. 9.394 de 20 de dezembro de 1996 – Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB) –, a educação nacional está organizada em educação básica
(educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) e educação superior. Na educação
superior, há os cursos de graduação, sequenciais, de extensão e de pós-graduação, esses
últimos subdivididos em stricto sensu (mestrado acadêmico, mestrado profissional e
doutorado) e lato sensu, que são os cursos de especialização, incluindo os MBAs (RUIZ,
2004).
Esta mesma lei estabelece, em seu art. 4º, inciso VI, que um dos deveres do
Estado para com a garantia da educação escolar pública é a “oferta de ensino noturno
regular, adequado às condições do educando”. No capítulo específico sobre a educação
superior esta lei define que as instituições deverão manter os cursos de graduação no
período noturno nos mesmos padrões de qualidade dos cursos do período diurno, “sendo
obrigatória a oferta noturna nas instituições públicas” (FILHO; NERY, 2011).
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O predomínio do período noturno no ensino é
reflexo da situação econômica vivenciada pelo país nas
últimas décadas, pois permite mais facilmente que o
estudante exerça uma atividade profissional remunerada (não necessariamente associada
à sua área de interesse) enquanto cursa alguma graduação, de forma a obter recursos
financeiros para automanutenção, como, por exemplo, o pagamento da faculdade e ou
ainda, apoiar economicamente sua família.
O aluno típico, quase sempre como um trabalhador; o aluno que trabalha durante
o dia e que, portanto, normalmente, chega cansado à escola. É geralmente, de idade média
superior à idade média de seu colega de cursos diurnos, e também, supostamente, mais
maduro. [...] o curso noturno é procurado como fator de melhoria das condições de trabalho,
de emprego, de remuneração e de ascensão social. [...] ele prevalece entre os
estabelecimentos da rede particular [...] as universidades comparecem invariavelmente
com números mais modestos; a área de Humanidades presta-se, notoriamente, mais que
a de Ciências para cursos noturnos, e a concentração geográfica destes torna-se mais
nítida na região Sudeste (MENDES, 1986).
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Fonte: acervo da autora (2018).
Pesquisa similar conduzida por Terribili Filho e Raphael (2005, p. 124) junto a 166
estudantes do período noturno de duas instituições privadas na cidade de São Paulo
apontou que 91% dos respondentes eram trabalhadores. Os percentuais elevados não são
mais características exclusivas de capitais estaduais ou das grandes cidades. Um
levantamento efetuado por Terribili Filho (2005), junto a 113 estudantes de direito de um
curso noturno em cidade paulista na região de Campinas que tem população de 77 mil
habitantes, indicou: 79% dos respondentes trabalham. Em outra cidade do interior paulista,
localizada na região de Araçatuba, com população aproximada de 94 mil habitantes, foi
realizado um levantamento similar junto a 113 estudantes do período noturno de diversos
cursos, que apontou que 87% dos estudantes são trabalhadores.
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Tópico 2: A didática do ensino superior
A teoria behaviorista visualiza a mente humana como uma ‘caixa preta’ em que
as respostas aos estímulos são mensuradas quantitativamente, ignorando-se a
possibilidade de um processo. Também propõe que os comportamentos humanos são
determinados pelas condições do meio, ou seja, no tocante à aprendizagem o estudante é
um ser passivo que reage aos estímulos do meio, através da associação do
estímuloresposta; assim, nesta abordagem o elemento principal da aprendizagem são os
estímulos do ambiente e não o próprio sujeito, uma vez que ao se manipular as
condições do meio ambiente gera- se mudanças nos educandos (SANTO, LUZ, 2013).
50
Durante muito tempo prevaleceu no âmbito do
Ensino Superior a crença de que, para se tornar um bom
professor neste nível, bastaria dispor de comunicação fluente
e sólidos conhecimentos relacionados à disciplina que pretendesse lecionar. A justificativa
dessa afirmação fundamentava-se no fato de o corpo discente do ensino básico, constituído
por crianças e adolescentes. Assim, esses alunos não necessitariam do auxílio de
pedagogos (FILHO; NERY, 2011).
Aliás, o próprio termo pedagogia tem sua origem relacionada à palavra criança
(grego: paidos = criança; gogein = conduzir). Os estudantes universitários, por já possuírem
uma “personalidade formada” e por saberem o que pretendem não exigiriam de seus
professores mais do que competência para transmitir os conhecimentos e para sanar suas
dúvidas (FILHO; NERY, 2011).
Desse modo, observou-se, durante muito tempo que, um bom professor para o
ensino superior deveria ter competências significativas no âmbito da pesquisa. Entretanto,
a atitude do professor em sala de aula se afastava dos critérios mínimos para expor o
conteúdo, ou seja, o professor não estava preocupado com os mecanismos para apresentar
o conteúdo aos alunos, ele sequer, estava preparado para o processo de ensino-
aprendizagem. Por isso, aquele reconhecimento de quanto mais pesquisa o professor tem,
maior competência técnica para ministrar conteúdo em sala de aula ele teria, torna-se
questionável.
A formação tanto do professor quanto a do aluno para quem ele leciona deve ser
encarada como um processo permanente, integrado no dia-a-dia. As instituições de ensino
superior precisam ampliar as ofertas de cursos de especialização na área pedagógica, para
contemplar um número maior de professores. Para possibilitar a formação contínua, propor
projetos pedagógicos que envolvam os docentes em grupos de estudos na busca de
reflexão sobre o corpo docente (NÓVOA, 1991).
Para além da ampliação dos cursos de pós-graduação, onde seja possível a busca
pelo aperfeiçoamento incessante dos profissionais da educação, é importante que as
instituições de ensino superior desenvolvam atividades com o intuito especifico de formar,
renovar e incentivar os docentes. E, quando se observa o cotidiano desgastante da sala
de aula, identifica-se a necessidade real de existir elementos que possam construir um
processo motivacional no âmbito institucional.
Por isso, pode-se afirmar que a didática está ligada com o processo ensino
aprendizagem, no qual, professor e aluno, devem estabelecer uma relação muito boa para
que a mesma surta um efeito esperado, podendo assim acontecer uma troca de ideias que
favoreça e desenvolvimento intelectual de ambos, uma vez, que na educação há uma
interação de conhecimentos entre todos, se utilizando dos meios educacionais de acordo
com as necessidades da clientela atendida e de uma avaliação de qualidade (BORBA;
SILVA, 2016).
52
técnica dos profissionais das universidades. Dessa maneira,
observa-se que a qualificação dos profissionais de ensino
superior seria instrumento de substancial importância para o
aperfeiçoamento do processo ensino-aprendizagem.
53
Fonte: elaborado pela autora com base em shuterstock, 2018.
E após a formação, vivem a ausência das entradas profissionais para que lhes possibilitem
evolução no enquadramento profissional.
A grande maioria dos alunos que conclui o ensino médio possui sérias dificuldades
de leitura, escrita e resolução de exercícios matemáticos elementares. Sem uma formação
científica mínima e com conhecimentos bastante fragmentados, a grande maioria encontra
grandes dificuldades para conseguir aprovação nos processos seletivos das universidades
de melhor qualidade (BARROS, 2015).
55
grande maioria, isso acontece depois de uma jornada de
trabalho diária de oito horas (OLIVEIRA; BITTAR, 2010).
A frustração do aluno pode vir de várias formas nessa trajetória: evadir-se por
não conseguir pagar as mensalidades; não acompanhar o curso devido à fragilidade da
formação anterior; concluir o curso e descobrir que pouco ou quase nada foi agregado de
valor à formação, devido a qualidade do curso; não conseguir inserir-se profissionalmente
no mercado de trabalho; e, finalmente, não conseguir a melhoria da qualidade de vida que
tanto desejava (OLIVEIRA; BITTAR, 2010).
Diante deste delicado panorama, saber lidar com alunos em sala de aula, manter
a harmonia no ambiente, concentração nas disciplinas ministradas e assimilação dos
conteúdos são uma tarefa desafiadora para o professor. Isso por que a globalização,
acompanhada da tecnologia, traz um envolvimento de distração ao discente em relação às
atividades em sala de aula (OLIVEIRA; BITTAR, 2010).
Fonte:
elaborado
1. Fazer Revisão da
pela
aula anterior autora,
O professor deve: 2. Problematizar 2018.
3. Atualidades
56
Segundo Mizukami (1986) existem cinco
abordagens que podem ser feitas no processo de ensino,
nomeadamente a: tradicional, comportamentalista,
humanista, cognitivista e sociocultural, que são apresentadas a seguir:
57
Tradicional
Comportamental
Humanista
Cognitiva
Sociocultural
Fonte: elaborado pela autora, 2018.
Sim!
Obrigada,
professor.
59
PARA VOCÊ REFLETIR
A prática do professor “abarca ações que nem sempre podem ser descritas em
livros e que tampouco podem ser prescritas em manuais”. Por isso, não basta compreender
quais atividades são importantes para o desenvolvimento dos alunos, mas é preciso
conhecer diferentes metodologias, saber selecionar conteúdos coerentes, criar estratégias,
utilizar recursos diversificados, conseguir elaborar uma sequência lógica de atividades,
vivenciar e observar outros profissionais da área, discutir sobre a relação teoria-prática,
conseguir refletir sobre a sua prática pedagógica e etc., visando um ensino eficiente e de
qualidade (BORGES, 1998).
60
A ausência dessa formação teórica e vivencia na
prática, durante a graduação, através da atuação nos
estágios em instituições especializadas nos diversos tipos de
deficiências e transtornos psíquicos, levaria o profissional da área de educação a interpretar
corretamente a realidade do que é inclusão e especialmente dentro de uma dimensão
existencialista, humanista, onde se pudesse posteriormente desenvolver a educação
especial no espaço das escolas regulares contribuindo para formação da cidadania e
atuação desses alunos incluídos na sociedade (BARDIN, 1995).
NOSSO RESUMO
Foi possível abordar que a ação de ensinar é sobretudo uma intenção e indica
que na maior parte das vezes há um longo caminho entre o propósito e sua realização, por
isso entram em cena procedimentos ditos didáticos, visando um encontro entre o ensinar e
o aprender frente às dificuldades enfrentadas no ensino superior.
61
SUA ATIVIDADE
a) V; V; F; F.
b) F; V; F; V.
c) V; F; V; F.
d) F; F; V; V.
62
b. O educador não deverá apresentar de maneira adequada
o conteúdo para o aluno em sala de aula.
c. O educador irá apresentar de maneira inadequada o
conteúdo para o aluno em sala de aula.
d. Cada aluno percebe da mesma maneira os conteúdos ministrados pelo educador
que usa o mesmo método.
a. O ensino pode ser visto como uma sequência de tomadas de decisões pelo
professor.
b. Esse ato de decidir, representa um momento muito importante da atividade do
professor.
c. Por esta razão, a problemática da tomada de decisões pelo professor desperta cada
vez mais o interesse de pesquisadores da área de Educação e, em particular, de
Didática.
d. A didática se refere à capacidade de aprendizado do aluno frente ás questões
propostas pelas adversidades, meio e sociedade.
63
c. A educação compreende o conjunto dos processos,
influências, mas não as estruturas, ações, que intervêm
no desenvolvimento humano de indivíduos e grupos.
d. A educação compreende o conjunto dos processos, influências, mas não as
estruturas, ações, que intervêm no desenvolvimento humano de indivíduos e
grupos.
6- Assinale a alternativa correta:
a. A prática pedagógica não é uma prática social, que modifica os seres humanos
nos seus estados físicos, mentais, espirituais, culturais, que dá uma
configuração à nossa existência humana individual e grupal.
b. A prática pedagógica não é uma prática social, que modifica os seres humanos
nos seus estados físicos, mentais, espirituais, culturais, que dá uma
configuração à nossa existência humana individual e grupal.
c. A prática pedagógica não é uma prática social, que modifica os seres humanos
nos seus estados físicos, mentais, espirituais, culturais, que dá uma
configuração à nossa existência humana individual e grupal.
d. O planejamento do ensino deve começar com hipóteses sobre as formalidades
do ensino na preparação dos docentes para a vida social.
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d. O conhecimento não acontece quando o estudante
transita pelos caminhos do saber, tendo como
protagonismo deste processo o conjunto
ensino/aprendizagem.
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REFERÊNCIAS
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superior noturno no Brasil: história, atores e políticas.
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