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7.

A ética do advogado

 7.1. O Código de Ética da OAB:

A advocacia é uma das primeiras profissões a se preocupar com


sua ética profissional. Concebia-se ética, àquela altura, como a parte da
filosofia disciplinadora da moralidade dos atos humanos. Para Rafael
Bielsa, “o atributo do advogado é sua moral. É o substrato da profissão.
A advocacia é um sacerdócio; a reputação do advogado se mede por
seu talento e por sua moral”. “A ética profissional do advogado consiste,
portanto, na persistente aspiração de amoldar sua conduta, sua vida,
aos princípios básicos dos valores culturais de sua missão e seus fins,
em todas as esferas de suas atividades”.
O codificador da ética profissional dos advogados entendeu ser
conveniente a enunciação dos vários preceitos aplicáveis à categoria.
“Os cânones de ética profissional justificam-se por si mesmos. A adoção
de regras positivadas num ordenamento propicia ao profissional
condições de balizar a própria conduta diante das exigências morais,
constituindo-se em parâmetro valioso de atuação. Vive-se um momento
trágico nas carreiras jurídicas.
A síntese dos deveres desses profissionais, considerados pelo
constituinte como essenciais à administração da justiça. O rol dos
deveres e vedações foram substancialmente alterados, para incluir a
tópica dos episódios que chegaram à apreciação dos Tribunais de Ética
e Disciplina da OAB.

 7.2. Deveres para consigo mesmo:

Quem procura um advogado está quase sempre em situação de


angústia e desespero. Quem escolhe a profissão de advogado deve ser
probo.
A probidade, ao invocar o magistério de João Monteiro, completa
que o primeiro dever do advogado é “ser probo, diligente, delicado e
discreto”.
O domínio do idioma constitui empreitada complexa e reclama
incessante empenho de qualquer profissional, para o advogado essa
obrigação é enfatizada. No momento em que se constata a existência de
imensa percentagem de analfabetos funcionais a cursar direito, fica
difícil acreditar que haja recuperação próxima dos níveis de utilização do
português.
O processo de globalização em que todos se encontram
submersos impõe ainda proficiência ao menos em mais um idioma. Para
o brasileiro, o inglês serve como língua universal, qual o esperanto.
Quem não lê e não escreve, não tem condições de pensar. Todos
merecem igual proteção da justiça, e, se o advogado é essencial à
administração dela, deverá se comportar de idêntica forma em todos os
feitos em que atuar.
O advento das novas tecnologias faz com que o advogado
também tenha desenvoltura na utilização da Internet, das infovias, das
redes e de todo o acervo posto à disposição do direito nesta era. A
Justiça convencional só poderá tornar-se o serviço público eficiente que
dela se requer se houver familiaridade do profissional com suas
técnicas.
O único óbice é permitir que as informações impliquem na oferta
de serviços ou representem forma de captação de clientela. Postula a
ética advocatícia que o advogado, quando nomeado, conveniado ou
dativo, desempenhe suas funções com o mesmo zelo com que as
exerce na condição de contratado.

 7.3. Das relações com o cliente:


O advogado está, em primeiro lugar, a serviço da Justiça, mas,
direta e secundariamente, a serviço de quem o constitui. O primeiro
dever posto pelo Código de Ética é informar o cliente, de forma clara e
inequívoca, em relação aos eventuais riscos da sua pretensão e das
consequências que poderão advir da demanda.
Pode-se pensar que o advogado, por depender de trabalho,
deverá estimular quem o procure a iniciar um processo judicial. Muitas
vezes isso é de fato necessário. Ninguém pode ser aconselhado a
desistir da defesa de seus direitos.
O advogado não pode garantir ao cliente que o seu direito será
reconhecido e, se o for, na plenitude pretendida. E esse dever da
verdade há de ser conciliado com o dever de aconselhar o cliente a não
ingressar em aventura judicial e estimular a conciliação e a mediação
entre os litigantes, evitando, sempre que possível, a instauração de
litígios, conforme já examinado.

A pessoa que se considera injustiçada não percebe o quão


cansativo é, para o profissional, ouvir relatos minuciosos, plenos de
detalhes insignificantes. Ela perde a noção das conveniências. Torna-se
muitas vezes irritante. O advogado também pode renunciar ao patrocínio
independentemente de motivo, responsabilizando-se por eventuais
danos causados a clientes ou terceiros. Em tempos de “Lava Jato”,
quando se respira no ar brasílico uma ira que alguns consideram
saudável, outros excessiva, paira uma dúvida sobre a defesa propiciada
a denunciados de terem perpetrado infrações de verdadeira lesa pátria.

 7.4. Do sigilo profissional:

O cliente não deveria guardar reserva alguma para com seu


advogado. Ao contrário, precisaria confiar plenamente nele. Afinal, o
escolheu. Sabe que o sigilo profissional é inerente à profissão e o
advogado tem o dever de guardar sigilo dos fatos de que tome
conhecimento no exercício da profissão.
Indispensável para a sua defesa e exibir no caso os documentos
que aquele lhe haja confiado”. De qualquer forma, a revelação sempre
estará restrita ao interesse da causa. Interessante a questão sobre a
quebra do sigilo telefônico do advogado. Já se decidiu que “a quebra de
sigilo telefônico é medida extrema e excepcionalíssima, que só deve ser
adotada quando fica demonstrada a sua indispensabilidade e de modo a
não ofender as prerrogativas do profissional do direito, com as cautelas
necessárias.

As confidências que este fizer ao advogado só podem ser


utilizadas no limite da necessidade da defesa e desde que autorizado
pelo constituinte. Mesmo as comunicações epistolares – aqui incluídas
as transmitidas por telegrama, telex, fac-símile ou por qualquer outro
meio eletrônico ou informatizado – entre advogado e cliente são
consideradas confidenciais. Em regra, os processos são públicos e
qualquer advogado tem acesso às suas peças.
Sigilo absoluto é uma utopia. Principalmente quando a
desenvoltura dos hackers invade qualquer casamata protetiva de
informações. A previsão do sigilo está sempre na teleologia, na ordem
do dever ser, que é um dos pilares dogmáticos da ciência jurídica.
Todavia, “em casos imperiosos, o sigilo profissional poderá ser
flexibilizado sem que haja configuração de infração ética, afinal, seria
inadmissível o direito de defesa do profissional que esteja injustamente
sendo acusado, ser tolhido ou diminuído em relação aos demais
cidadãos, em razão de preceitos éticos absolutos”.

 7.5. Da publicidade:

A sociedade de massa, também considerada a sociedade da


informação e da comunicação, fortaleceu os meios de divulgação das
profissões. Em relação à advocacia, é necessária uma postura
prudencial.
A contratação do causídico está sempre vinculada à ameaça ou
efetiva lesão de um bem da vida do constituinte. Ele precisa de um
profissional que atue tecnicamente, mas em quem confie
suficientemente para entregar a ele informações íntimas sobre a família,
bens e haveres, honra e deslizes. Entre essas, práticas afrontosas da
ética, da administração, do direito civil e do direito criminal. Não está o
advogado proibido de anunciar os seus serviços. Mas precisa fazê-lo
com discrição e moderação.
Os escritórios podem se utilizar de placas, painéis luminosos e
inscrições em suas fachadas, desde que respeitadas as diretrizes da
discrição e sobriedade, evitando-se captação de clientela ou
mercantilização da profissão. É óbvio que a presença contínua nos
jornais físicos ou eletrônicos induz o leitor que aprecia as manifestações
do advogado a procurá-lo se necessitar.
O Código torna admissíveis o patrocínio de eventos ou
publicações de caráter científico ou cultural, assim como a divulgação de
boletins por meio físico ou eletrônico, sobre matéria cultural de interesse
dos advogados, desde que sua circulação fique adstrita a clientes e a
interessados do meio jurídico. Seria interessante que os grandes
escritórios se valessem dessa prerrogativa para alavancar iniciativas
culturais que viessem a contribuir para o aprimoramento da cidadania.
O reconhecimento espontâneo nem sempre surge. Mas quando é
provocado pelo próprio interessado, não deveria revestir valor algum.
Apenas serviria a refletir, melancolicamente, a vulnerabilidade do ser
humano vaidoso. O advogado que convida clientes, por meio de mala
direta, com exaltação do escritório e de seus merecimentos, transgrede
regras básicas de discrição e moderação e incorre na inculcação ou
captação desleal de clientela, vedadas expressamente pelo Código de
Ética e Disciplina da OAB.
Deve prevalecer o bom senso, o bom gosto, a moderação, a
elegância. Propaganda agressiva pode até sugerir ao destinatário que a
qualidade dos préstimos profissionais deixa a desejar.

 7.6. Dos honorários profissionais:

O advogado é um profissional que trabalha e precisa receber por


seus préstimos. “Não há critérios definitivos que possam delimitar a
fixação dos honorários advocatícios, porque flutuam em função de vários
fatores, alguns de forte densidade subjetiva, tais como o prestígio
profissional, a qualificação, a reputação na comunidade, o tempo de
experiência, a titulação acadêmica, a dificuldade da matéria, os recursos
do cliente, o valor da demanda etc.
A missão do advogado não consiste na venda dos seus
conhecimentos, por um preço chamado honorários, senão na luta diária
pela atuação da justiça nas relações humanas! Esta missão não tem
equivalente pecuniário e, por ela, a remuneração que se paga não é o
preço da paz que se procura, senão o das necessidades de quem se
consagra a tal nobre forma de vida”.
Os honorários de sucumbência, devidos a quem perde a causa,
não excluem os valores contratados. No acerto final hão de ser levados
em conta, tendo sempre presente o que se ajustou na aceitação da
causa. Não é conveniente que o advogado faça compensação ou
desconto dos honorários com os valores que devam ser entregues ao
constituinte.
É comum que a parte, depois de resolvido o problema, considere
singela a sua causa e exagerada a pretensão remuneratória do
advogado.
O Código de Ética e Disciplina teve de prever que todo advogado
deverá observar o valor mínimo, inclusive aquele referente às diligências
do Oficial de Justiça, sob pena de se caracterizar o aviltamento de
honorários. O advogado vive dessa remuneração. Muitos deles são, na
verdade, assalariados, de onde não advém desonra alguma. Já no início
do século passado observava Alcântara Machado: “Repugna a certos
espíritos a equiparação dos opera libera-lhes aos serviços manuais, e há
quem não se conforme com a ideia de constituírem ofícios mercenários
as profissões de cunho intelectual.
Os Tribunais de Ética enfrentaram inúmeras questões derivadas
de desentendimento entre o cliente e o advogado contratado. Muitas
delas têm pertinência com a cobrança de honorários

 7.7. Relações com os colegas:

O Código de Ética e Disciplina da OAB de 1995 dedicava apenas


um dispositivo para as relações do advogado com os colegas, que estão
colocados ao lado do público, autoridades e funcionários do juízo. Esse
preceito abrigava o dever de o advogado tratar todas essas pessoas
com respeito, discrição e independência, exigindo igual tratamento e
zelando pelas prerrogativas a que tem direito.
A crônica das decisões dos Tribunais de Ética e também a
jurisprudência em várias Justiças impôs a edição de um dispositivo de
eloquência autoexplicativa: “No caso de ofensa à honra do advogado ou
à imagem da instituição, adotar-se-ão as medidas cabíveis, instaurando-
se processo ético-disciplinar e dando-se ciência às autoridades
competentes para apuração de eventual ilícito penal”.
Os advogados não devem competir entre si, menos ainda se
referir desairosamente à atuação do colega. Nesse ponto, era mais
preciso o Código de Ética do Instituto dos Advogados de São Paulo, cujo
art. 50 dispunha: “Devem os advogados observar, na discussão dos
pleitos, a mais perfeita cortesia e urbanidade, abstendo-se de alusões à
vida privada ou a peculiaridades do patrono adverso, bem como de tudo
quanto possa distrair o debate para o terreno pessoal”.

 7.8. Relações com o juiz:

O advogado não pode perder de vista que o juiz é responsável


por milhares de processos, não se resumindo a impulsionar e a decidir
aquele de seu interesse. Nem sempre o juiz é o culpado único pela
lentidão do Judiciário, chaga contra a qual pouco se tem feito de efetivo.
Não existe hierarquia entre juiz, promotor e advogado. Isso não significa
estar o advogado liberado de se portar de maneira respeitosa em
relação ao titular da função estatal de dizer o direito.
Com a implementação do processo eletrônico, tudo fica ainda
mais artificial. Mensagens chegam nas telas e são estas que recebem a
resposta judicial. O acúmulo de processos, quantos deles repetitivos,
mas que demandam estudo porque pode existir uma ínfima fímbria de
distinção em cotejo com outros similares, mas não inteiramente
idênticos, faz com que o juiz prescinda da presença física do advogado.
Este, quando insiste em conversar, em entregar o memorial, em
“esclarecer pontos duvidosos” naquilo que a Magistratura chama de
“sustentação auricular privativa”, gera não pouco desconforto.
A advocacia brasileira tem sido sempre lhana com a magistratura,
como que atenta à antiga peroração de Pedro Lessa: “Tratai bem os
juízes, tendo sempre em mente as contínuas injustiças com que eles
são julgados, devido às paixões e aos interesses contrariados pelas
sentenças, e a leviandade e precipitações que presidem as apreciações
dos interessados”. A severidade para com os juízes procede antes da
mídia do que dos advogados, agora talvez desavisados da continuidade
da recomendação: “Mas, quando verificadas com segurança, com o
espírito perfeitamente isento de todos os elementos subjetivos que
perturbam a exata visão da realidade, que as suas decisões foram
inspiradas pela amizade, pela gratidão, pela vingança, pelo ódio, pelo
interesse ou pela subserviência aos poderes, zurzi-os
desapiedadamente, sede implacáveis, sede cruéis, por amor à Justiça”.
Da mesma forma, os advogados familiares de juízes devem se
abster de propalar a condição, seja com vistas a evitar a ideia de que
estejam a captar clientela ou a se imporem perante os demais
magistrados, seja para não causarem constrangimento aos próprios
familiares invocados. Houve um tempo em que o juiz era tão próximo ao
advogado que não hesitava em solicitar a ele para que servisse como ad
hoc em algumas audiências ou se encarregasse do patrocínio de causas
dos desvalidos sem condições de custear um profissional da postulação.

 7.9. Relações com o Ministério Público:

Entre as instituições brasileiras, aquela que mais se desenvolveu


neste século foi o Ministério Público. Também considerada essencial à
administração da justiça, a instituição viu suas atribuições dilatadas pelo
constituinte. Tornou-se responsável por parcela imensa de direitos
difusos, coletivos e homogêneos e ocupou espaço considerável na cena
judicial. Tornou-se a instituição mais poderosa e a mais temida na
República.
O promotor de justiça merece o mesmo respeito devotado ao juiz
e a tais operadores a advocacia deve idêntica postura de consideração.
O advogado, não raro, tem no Ministério Público parceiro qualificado,
auxiliando com argumentos tecnicamente consistentes o seu pleito.
O advogado não deve se imbuir do mesmo espírito das partes
que represente no processo – grandes infratores ambientais ou os
notórios ímprobos – e deve manter um tratamento lhano, respeitoso,
polido e cordial. Civilizado, enfim, com o Ministério Público. Laborar
tecnicamente, acreditando que alguém, em alguma das instâncias e num
dos atalhos das vicissitudes a que os jurisdicionados estão sujeitos,
venha a ler, a refletir e a considerar sua argumentação.

 7.10. Relações com a polícia:

A sabedoria popular caracteriza com algum menoscabo a figura


do advogado de porta de cadeia. O relacionamento da advocacia com a
polícia precisa se pautar por parâmetros éticos também irrepreensíveis,
para resgate da imagem dessa instituição e preservação do prestígio
dos causídicos especializados em processo criminal.
O advogado tem o dever de libertar seu patrocinado, fazendo-o
mediante recurso aos instrumentos previstos na lei, assim como tem o
dever de reagir juridicamente contra quem lhe solicite ou sugira atuar de
forma não condigna com o seu parâmetro ético.
Não existe possibilidade de redução de nível de uma sem que a
outra também venha com isso a perder. Os policiais militares são
recrutados mediante seleção que leva em conta não apenas os atributos
físicos, mas os intelectuais.

 7.11. Relações com os:

O perito é um profissional sempre necessário à realização da


justiça. Na era da especialização e do aprofundamento científico em
áreas cada vez mais reduzidas do conhecimento, especialistas em
determinados campos precisam ser chamados para esclarecer o juiz. O
advogado nunca deve procurar o perito do juízo, tentando com isso
obter laudo favorável às suas pretensões. Toda proposta de auxílio
deverá ser feita mediante petição despachada pelo juízo e inserta nos
autos, para conhecimento da parte adversa. Nem deve converter o seu
assistente técnico em profissional que, no afã de satisfazer quem o
remunera, deixa de lado o caráter científico do trabalho para se
converter em mera peça de persuasão judicial.

 7.12. Relações com os cartorários:

O servidor da justiça – notadamente o da esquecida Justiça


Estadual, a mais ampla das Justiças – é um funcionário público hoje mal
remunerado, desestimulado pela ausência de uma carreira racional e
ainda designado cartorário, o que não é pouco num país em que cartório
e cartorialismo passaram a revestir significado pejorativo. A massificação
do Judiciário, a criação de inúmeras novas unidades judiciais e o
crescimento vegetativo do quadro funcional mudaram os atributos do
pessoal recrutado O funcionário a que se confere um trato humano e
digno portar-se-á também humana e dignamente. Nem se mencione a
falta ética – resvalando até para o campo da criminalidade

 7.13. Relação do advogado com o estagiário:

O advogado que aceitar estagiário assume a responsabilidade de


ser um formador do futuro colega. Tem de ter paciência para esclarecer
suas dúvidas, aceitar seus erros ou equívocos. Saber que o início é
difícil para todos.
Os estagiários pertencem à geração Y, aquela que já nasceu com
chip e tem inegável desenvoltura para o manejo da informática, da
eletrônica, da cibernética, da telemática e de tudo aquilo que ciência e
tecnologia nos propiciam. Em inúmeros escritórios, são os estagiários
que ensinam os advogados seniores a se servirem com proficiência dos
aplicativos, das funcionalidades dos mobiles, do uso inteligente de tudo
aquilo que transformou a nossa vida e que transformará ainda mais, pois
irreversivelmente mergulhados nesta era mágica e surpreendente.

 7.14. A punição do advogado faltoso:

O poder de punir disciplinarmente os inscritos na OAB compete


exclusivamente ao Conselho Seccional em cuja base tenha ocorrido a
infração, salvo se a falta for cometida perante o Conselho Federal. O
poder disciplinar se fundamenta na teoria da instituição.
O processo disciplinar se instaura de ofício ou mediante
representação – não anônima – de interessado. É nomeado um relator
que pode propor arquivamento sumário da representação, quando
desconstituída dos pressupostos de admissibilidade.
Essa possibilidade era prevista para a hipótese em que o infrator
primário, dentro do prazo de 120 dias, passasse a frequentar e
concluísse, comprovadamente, curso, simpósio, seminário ou atividade
equivalente sobre Ética Profissional do Advogado, realizado por entidade
de notória idoneidade.
O comportamento moralmente idôneo é uma prática a ser
continuamente estimulada. Converter ao ideário ético todos os
profissionais deve ser o objetivo da pregação deontológica.
Os deveres éticos consignados no Código não são
recomendações de bom comportamento, mas normas jurídicas dotadas
de obrigatoriedade que devem ser cumpridas com rigor, sob pena de
cometimento de infração disciplinar punível com a sanção de censura
(art. 36 do EOAB) se outra mais grave não for aplicável. Portanto, as
regras deontológicas são regras providas de força normativa; a lei (o
Estatuto), o Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina e os
provimentos são suas fontes positivas, às quais se agregam, como
fontes secundárias, a tradição, a interpretação jurisprudencial e
administrativa, a doutrina, os costumes profissionais”.

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