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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE CARATINGA – FUNEC

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA – UNEC


PRÓ
PRÓ-REITORIA DE ENSINO

Parte II

CARATINGA
2020
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA
MÓDULO: METODOLOGIA DA PESQUISA
CIENTÍFICA

4 TIPOS DE PESQUISA CONFORME A SUA CLASSIFICAÇÃO

De acordo com artigo METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA: DIRETRI-


ZES PARA A ELABORAÇÃO DE UM PROTOCOLO DE PESQUISA de Fontelles et
al. (2009) publicando em https://cienciassaude.medicina.ufg.br/up/150/o/Anexo_C8_NONAME.pdf,
“para um pesquisador que pretende planejar um experimento, a sequência
correta do raciocínio é: primeiro ele deve escolher, entre os diversos tipos
de pesquisa, aquele que melhor se enquadra na população a ser estudada
e que melhor atende aos seus objetivos; segundo, definir o melhor deline-
amento a ser empregado para que os objetivos possam ser alcançados.
Com base neste princípio, podemos observar que um mesmo tipo de pes-
quisa pode ser delineado de diferentes maneiras. Tomemos, com exemplo,
um estudo observacional (tipo de pesquisa). Este pode ser delineado como
um estudo de coorte ou como um estudo caso controle, ambos definidos
como delineamentos de características diferentes. Assim, como vimos, exis-
tem várias maneiras de classificar uma pesquisa, e os autores não são unâ-
nimes quanto à padronização desta classificação. Por esse motivo, propo-
mos uma maneira mais simples e mais objetiva”

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Seguindo o raciocínio de Fontelles et al. (2009), as pesquisas científicas po-


dem ser classificadas de acordo com o Quadro 1 abaixo:

Quadro 1 – Tipos de pesquisa conforme a sua classificação.


Classificação Tipos de pesquisa
Quanto à finalidade • Pesquisa básica ou fundamental
• Pesquisa aplicada ou tecnológica
Quanto à natureza • Pesquisa observacional
• Pesquisa experimental
Quanto à forma de abordagem • Pesquisa qualitativa
• Pesquisa quantitativa – Descritiva – Analítica
Quanto aos objetivos • Pesquisa exploratória
• Pesquisa explicativa
Quanto aos procedimentos técnicos • Pesquisa bibliográfica
• Pesquisa documental
• Pesquisa de laboratório
• Pesquisa de campo
Quanto ao desenvolvimento no tempo • Pesquisa transversal
• Pesquisa longitudinal
• Pesquisa prospectiva
Fonte: Fontelles et al. (2009)

4.1 Quanto à finalidade

Como já estudado na parte I a primeira divisão de uma pesquisa é ser básica


(pura) ou aplicada. Relembrando então:

4.1.1 Pesquisa básica ou fundamental

É aquela cujo objetivo é adquirir conhecimentos novos que contribuam para o


avanço da ciência, sem que haja uma aplicação prática prevista. Neste tipo de pes-
quisa, o investigador acumula conhecimentos e informações que podem, eventual-
mente, levar a resultados acadêmicos ou aplicados importantes. Há autores que in-
cluem, neste tipo, as pesquisas acadêmicas, aquelas realizadas na instituição de

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ensino superior como parte das atividades de ensino-aprendizagem, tal como nos
trabalhos de conclusão de curso.

4.1.2 Pesquisa aplicada ou tecnológica

É o tipo de pesquisa cujo objetivo é produzir conhecimentos científicos para


aplicação prática voltada para a solução de problemas concretos, específicos da vi-
da moderna. É a pesquisa que, além de produzir conhecimento, gera novos proces-
sos tecnológicos e novos produtos, com resultados práticos imediatos em termos
econômicos e na melhoria da qualidade de vida.

4.2 Quanto à natureza

4.2.1 Pesquisa observacional

Neste tipo de estudo, o investigador atua meramente como expectador de fe-


nômenos ou fatos, sem, no entanto, realizar qualquer intervenção que possa interfe-
rir no curso natural e/ou no desfecho dos mesmos, embora possa, neste meio tem-
po, realizar medições, análises e outros procedimentos para coleta de dados. As
pesquisas observacionais podem ser conduzidas sob a forma de quatro tipos de es-
tudo, conforme o delineamento. São eles: série de casos, estudo de corte transver-
sal, estudo de coorte e estudo caso-controle.

Fonte: https://www.dreamstime.com/
4.2.2 Pesquisa experimental

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É toda pesquisa que envolve algum tipo de experimento. Neste tipo de estu-
do, o pesquisador participa ativamente na condução do fenômeno, processo ou do
fato avaliado, isto é, ele atua na causa, modificando-a, e avalia as mudanças no des-
fecho. Neste tipo de pesquisa, o investigador seleciona as variáveis que serão estu-
dadas, define a forma de controle sobre elas e observa os efeitos sobre o objeto de
estudo, em condições pré-estabelecidas. Assim, pelo fato das variáveis, ou da variá-
vel, poderem ser manipuladas pelo pesquisador, equívocos e vieses praticamente
desaparecem, sendo, por esta razão, considerada como o melhor tipo de pesquisa
científica, pois proporciona maior confiabilidade em seus resultados. Os mais tradi-
cionais tipos de delineamento da pesquisa experimental são os estudos controlados
(duplo-cego, randomizado, não-randomizado, autocontrolado e com controle exter-
no) e não-controlados.

Fonte: https://www.dreamstime.com/

4.3 Quanto à forma de abordagem

4.3.1 Pesquisa qualitativa

É o tipo de pesquisa apropriada para quem busca o entendimento de fenô-


menos complexos específicos, em profundidade, de natureza social e cultural, medi-
ante descrições, interpretações e comparações, sem considerar os seus aspectos
numéricos em termos de regras matemáticas e estatísticas. Diferente da quantitati-

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va, a pesquisa qualitativa é mais participativa, porém menos controlável e, por esta
razão, tem sido questionada quanto a sua validade e confiabilidade.

4.3.2 Pesquisa quantitativa

É aquela que trabalha com variáveis expressas sob a forma de dados numér
numéri-
cos e emprega rígidos recursos e técnicas estatísticas para classificá
classificá-los e analisá-
los, tais como a porcentagem, a média, o desvio padrão, o coeficiente de correlação
e as regressões,
s, entre outros. Em razão de sua maior precisão e confiabilidade, os
estudos quantitativos são mais indicados para o planejamento de ações coletivas,
pois seus resultados são passíveis de generalização, principalmente quando as a-
mostras pesquisadas represe
representam,
ntam, com fidelidade, a população de onde foram reti-
ret
radas. De acordo com a complexidade da apresentação e da análise dos dados,
uma pesquisa quantitativa pode ser classificada em descritiva ou analítica.

4.3.3 Pesquisa descritiva

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É aquela que visa apenas a observar, registrar e descrever as características


de um determinado fenômeno ocorrido em uma amostra ou população, sem, no en-
tanto, analisar o mérito de seu conteúdo. Geralmente, na pesquisa quantitativa do
tipo descritiva, o delineamento escolhido pelo pesquisador não permite que os dados
possam ser utilizados para testes de hipóteses, embora hipóteses possam ser for-
muladas a posteriori, uma vez que o objetivo do estudo é apenas descrever o fato
em si. Os estudos descritivos podem ser de incidência ou prevalência. São utilizados
para alcançar dois objetivos principais: identificar grupos de risco, o que informa so-
bre as necessidades e as características dos segmentos que poderiam beneficiar-se
de alguma forma de medida saneadora – daí a íntima relação da epidemiologia com
a prevenção de doenças e planejamento de saúde; sugerir explicações para as vari-
ações de frequência, o que serve de base ao prosseguimento de pesquisas sobre o
assunto, por meio de estudos analíticos.

4.3.4 Pesquisa analítica

É o tipo de pesquisa quantitativa que envolve uma avaliação mais aprofunda-


da das informações coletadas em um determinado estudo, observacional ou expe-
rimental, na tentativa de explicar o contexto de um fenômeno no âmbito de um gru-
po, grupos ou população. É mais complexa do que a pesquisa descritiva, uma vez
que procura explicar a relação entre a causa e o efeito. Este tipo de pesquisa é o
tipo principal utilizado em pesquisas epidemiológicas.

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O que realmente diferencia um estudo descritivo de um analítico é a capaci-


dade do estudo analítico de fazer predições para a população de onde a amostra foi
retirada, e fazer inferências estatísticas pela aplicação de testes de hipótese. As
pesquisas analíticas podem ser conduzidas sob a forma de três tipos de estudos
principais, conforme o delineamento. São eles: estudo de coorte, estudo caso-
controle e estudo transversal

4.3.4.1 Estudo de coorte

Parte-se da “causa” em direção ao “efeito”. Neste estudo não há alocação a-


leatória da “exposição”. Os grupos são formados por “observação” das situações na
vida real. No estudo de coorte faz-se a comparação de incidência de casos, nos
grupos de expostos e não-expostos.
Como vantagens: produz medidas diretas de risco (risco relativo); alto poder
analítico; simplicidade do desenho; facilidade de análise; não há problemas éticos
quanto a decisões de expor as pessoas a fatores de risco; a cronologia dos eventos
é facilmente determinada; muitos desfechos clínicos podem ser investigados etc.
Como desvantagem: é inadequado para doenças de baixas frequências
(pois teria que ser acompanhado um grande contingente de pessoas); alto custo re-
lativo, longo tempo de acompanhamento; vulnerável a perdas; pode ser afetado por
mudanças de critérios diagnósticos, por mudanças administrativas e por mudança
nos grupos (indivíduos que mudam de hábitos) devido ao longo tempo de seguimen-
to, presença de variáveis confundidoras etc.

Fonte: https://ptmedbook.com/

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Exemplo de estudo de coorte: investigação sobre a associação entre exer-


cício físico e mortalidade por coronariopatia em adultos de meia-idade.

Atividade Física Óbitos Total Taxa de mortalidade por mil


Sim Não
Sedentário 400 4.600 5.000 80
Não sedentário 80 1.920 2.000 40
Total 480 6.520 7.000 69
Risco relativo = 80/40 = 2

4.3.4.2 Estudos de caso-controle

A investigação do tipo caso-controle parte do “efeito” para chegar as “causas”.


É, portanto, uma pesquisa etiológica retrospectiva. Busca-se quantificar a proporção
de expostos, nos grupos de casos e de controles.
Neste tipo de investigação, o risco relativo é estimado pelo cálculo do odds ra-
tio, também denominado “razão dos produtos cruzados”.
Como vantagens: baixo custo relativo; alto potencial analítico; adequado pa-
ra estudar doenças raras, os resultados são obtidos rapidamente etc.
Como desvantagens: dificuldade de formar o grupo controle; vulnerável a
inúmeros vieses; os cálculos das taxas de incidência não podem ser feitos direta-
mente (o pesquisador que determina o número de casos a estudar) e o risco tem
que ser estimado indiretamente (odds ratio); complexidade analítica etc.

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Fonte: http://portalarquivos.saude.gov.br/

Exemplo de estudo de caso-controle: investigação sobre a associação en-


tre zika vírus e microcefalia em recém-nascidos.

Microcefalia
Sorologia para o zika vírus Sim Não
Positivo 45 15
Negativo 255 285
Total 300 300
Risco pelo odds ratio = (45 x 285)/(15 x 255) = 3,35

4.3.4.3 Estudo transversal

Neste estudo “causa” e “efeito” são detectados simultaneamente. Ao contrário


dos métodos anteriores, é somente a análise dos dados que permite identificar os
grupos de interesse, os “expostos”, os não-expostos”, os “doentes” e os “sadios”, de
modo a investigar a associação entre exposição e doença. · A associação é feita

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como no risco relativo, porém denomina-se razão de prevalência (relação entre a


prevalência entre expostos e entre não-expostos); pode ser feito o cálculo também
pelo odds ratio.
Como vantagens: baixo custo; alto potencial descritivo (subsídio ao planeja-
mento de saúde); simplicidade analítica; rapidez; objetividade na coleta dos dados;
facilidade de obter amostra representativa da população etc.
Como desvantagens: vulnerabilidade a vieses (especialmente de seleção);
baixo poder analítico (inadequado para testar hipóteses causais); os pacientes cura-
dos ou falecidos não aparecem na amostra o que mostra um quadro incompleto da
doença (viés da prevalência); a relação cronológica dos eventos pode não ser facil-
mente detectável; não determina risco absoluto (incidência) etc.

Exemplo de estudo transversal: infecção por Clamídia e a sua relação com


o uso de anticoncepcionais orais.

Sorologia para Clamídia Uso de anticoncepcionais Total Taxa de prevalência por 100
Sim Não
Povitivo 18 282 300 6
Negativo 21 679 700 3
Total 39 961 1.000
Risco relativo = 6/3 = 2 e odds ratio = (18 x 679)/(282 x 21) = 2

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O que significa risco relativo?

O risco relativo é uma medida usada para expressar a força da associação


entre dois eventos.

Um risco relativo “igual a 1” indica incidência do agravo à saúde igual nos dois
grupos comparados; portanto, a exposição não tem efeito detectável e conclui-se
que não existe risco para a saúde, ou, não há associação entre fator e doença.
 Um risco relativo “maior que 1” revela que a exposição constitui-se em “fator
de risco” para a saúde. Quanto mais se afasta do 1 maior é o risco e a chance
de a associação ser causal
 Um risco relativo ‘menor que 1” informa que a exposição é benéfica, ela cons-
titui-se em “fator de proteção” para a saúde.

O que significa odds ratio?

Em estudos de casos-controle, o risco relativo não pode ser calculado direta-


mente; ele é estimado indiretamente pelo cálculo denominado odds ratio.
 Odds em inglês significa chance e ratio, razão. “Razão de chances” e razão
de produtos cruzados são os nomes empregados em português. Esta última
denominação advém da maneira como são feitos os cálculos nos estudos de
caso-controle.

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 Quando a doença (ou morte) é pouco frequente (menos de 5% para alguns


autores ou 10% para outros, o odds ratio é uma boa estimativa do risco relati-
vo).

4.4 Quanto aos objetivos

4.4.1 Pesquisa exploratória

Este tipo de pesquisa visa a uma primeira aproximação do pesquisador com o


tema, para torná-lo mais familiarizado com os fatos e fenômenos relacionados ao
problema a ser estudado. No estudo, o investigador irá buscar subsídios, não ape-
nas para determinar a relação existente, mas, sobretudo, para conhecer o tipo de
relação.

4.4.2 Pesquisa explicativa

Tem por objetivo central explicar os fatores determinantes para a ocorrência


de um fenômeno, processo ou fato, ou seja, visa explicar o “porquê” das coisas. É
uma consequência lógica da pesquisa exploratória.

4.5 Quanto aos procedimentos técnicos

4.5.1 Pesquisa bibliográfica

Sua base é a análise de material já publicado. É utilizada para compor a fun-


damentação teórica a partir da avaliação atenta e sistemática de livros, periódicos,
documentos, textos, mapas, fotos, manuscritos e, até mesmo, de material disponibi-
lizado na internet etc. Este tipo de pesquisa fornece o suporte a todas as fases de
um protocolo de pesquisa, pois auxilia na escolha do tema, na definição da questão
da pesquisa, na determinação dos objetivos, na formulação das hipóteses, na fun-
damentação da justificativa e na elaboração do relatório final.

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4.5.2 Pesquisa documental

É o tipo de pesquisa que tem o levantamento de documentos como base. É


uma valiosa técnica de coleta de dados qualitativos. Assemelha-se à pesquisa bibli-
ográfica, a qual utiliza a contribuição fornecida por diversos autores sobre um deter-
minado assunto, enquanto na pesquisa documental, a coleta de informações é reali-
zada em materiais que não receberam qualquer tipo de análise crítica. Neste tipo de
pesquisa, os documentos consultados são, geralmente, classificados como fontes
primárias e fontes secundárias. No primeiro caso, são as fontes cuja origem remonta
à época que se está pesquisando, ainda não analisadas e que, frequentemente, fo-
ram produzidas pelas próprias pessoas estudadas, tais como correspondências, diá-
rios, textos literários e outros documentos mantidos em órgãos públicos e institui-
ções privadas de qualquer natureza; no segundo, correspondem às fontes cujos tra-
balhos escritos se baseiam na fonte primária, e tem como característica o fato de
não produzir informações originais, mas, apenas, uma análise, ampliação e compa-
ração das informações contidas na fonte original.

4.5.3 Pesquisa laboratorial

A principal característica é a sua realização em ambiente controlado, seja um la-


boratório ou não. Estas pesquisas, que geralmente são experimentais, adotam am-
bientes de simulação para reproduzir o fenômeno objeto do estudo, além de utilizar-
se de instrumentos específicos e precisos de coleta e análise de material.

4.5.4 Pesquisa de campo

Uma pesquisa de campo procura coletar dados que lhe permitam responder
aos problemas relacionados a grupos, comunidades ou instituições, com o objetivo
de compreender os mais diferentes aspectos de uma determinada realidade, sendo
mais frequentemente utilizada pelas áreas das ciências humanas e sociais, median-

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te técnicas observacionais e com a utilização de questionários para a coleta de da-


dos.

4.6 Quanto ao desenvolvimento no tempo

4.6.1 Pesquisa transversal e longitudinal

A diferença entre as duas é o intervalo de tempo que o pesquisador utiliza pa-


ra a condução da pesquisa. No estudo transversal (ou seccional), a pesquisa é reali-
zada em um curto período de tempo, em um determinado momento, ou seja, em um
ponto no tempo, tal como agora, hoje. Mais dinâmica que a transversal, a pesquisa
longitudinal pode ser classificada como prospectiva e retrospectiva e tem como sub-
tipos o estudo caso-controle e o estudo de coorte prospectivo.

4.6.2 Pesquisa prospectiva e retrospectiva

Nesta classificação, a diferença é o sentido da condução da pesquisa em re-


lação ao tempo de sua realização. Na pesquisa prospectiva, o estudo é conduzido a
partir do momento presente e caminha em direção ao futuro, já na retrospectiva, o
estudo é desenhado para explorar fatos do passado, podendo ser delineado para
retornar, do momento atual até um determinado ponto no passado, há vários anos,
por exemplo, como ocorre nos estudos caso-controle, ou o pesquisador pode marcar
um ponto no passado e conduzir a pesquisa até o momento presente, pela análise
documental, é óbvio, tal como acontece no estudo do tipo coorte retrospectivo (coor-
te histórica).

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