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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO


CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE BIOLOGIA

METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

Estudante: Aucéntia Arlindo Nganhane


Código: 31240550

Zavala, Março de 2024


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED
FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE BIOLOGIA

METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Ensino de Biologia da UnISCED.

Tutor:

Estudante: Aucéntia Arlindo Nganhane


Código: 31240550

Zavala, Março de 2024


1. Introdução
A pesquisa é o cerne da actividade científica, possibilitando uma imersão na
realidade investigada e proporcionando subsídios para intervenções fundamentadas. Conduz-
se por meio de sucessivas aproximações à realidade, culminando na produção de
conhecimento robusto e confiável. Contudo, para que uma pesquisa seja reconhecida como
válida e cientificamente aceitável, é imperativo que se baseie em metodologias de pesquisa
científica, as quais constituem não apenas um conjunto de técnicas e procedimentos, mas sim
um guia essencial que orienta os passos dos pesquisadores em sua busca pelo saber.
As metodologias de investigação científica representam a essência do método
científico, fornecendo uma estrutura sistemática para a condução de estudos rigorosos e
confiáveis. Desde a formulação precisa da pergunta de pesquisa até a interpretação cuidadosa
dos resultados, essas metodologias proporcionam um arcabouço sólido que sustenta todo o
processo de investigação.
Ao longo deste estudo, iremos abordar a importância vital das metodologias de
investigação científica, explorando não apenas sua definição e características fundamentais,
mas também destacando sua relevância inestimável no avanço das diversas áreas do
conhecimento humano. Ao compreendermos melhor as metodologias de investigação
científica, estaremos mais bem preparados para enfrentar os desafios e aproveitar as
oportunidades que surgem no estimulante mundo da pesquisa científica.
Este trabalho aspira a ser um recurso valioso para a formação e o aprimoramento
acadêmico e profissional dos estudantes, servindo como um guia confiável na jornada da
pesquisa científica.

2. Objectivo geral
 Analisar as metodologias de investigação científica, explorando suas
características e aplicações em diversas áreas do conhecimento.

2.1.Objetivos específicos
 Definir as metodologias de investigação científica, destacando sua relevância
no processo de geração de conhecimento científico;
 Classificar as principais metodologias de pesquisa científica elucidando suas
particularidades e aplicações;
 Descrever as principais características fundamentais das diferentes
metodologias de pesquisa científica.

3. Metodologia de trabalho
Para alcançar os objectivos estabelecidos acima, foi essencial realizar uma pesquisa
bibliográfica abrangente. Seguindo a definição de Lakatos e Marconi (2017, p. 27), a pesquisa
bibliográfica envolve a análise de toda a bibliografia disponível sobre o tema em estudo,
incluindo publicações diversas como livros, artigos de revistas, monografias, teses, entre
outros. O propósito dessa abordagem é permitir que o pesquisador tenha acesso directo a todo
o conhecimento previamente produzido e documentado sobre o assunto em questão.

4. Pesquisa científica
A pesquisa científica é um processo sistemático e metódico de investigação que visa
ampliar o conhecimento de um fenómeno específico por meio da observação, experimentação
e análise crítica. Segundo Andrade (2003, p. 121), esse processo inclui uma série de
procedimentos sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, com o intuito de encontrar
soluções para os problemas propostos utilizando métodos científicos.
Essa definição destaca a importância da abordagem sistemática e do rigor lógico na
pesquisa, não apenas para responder a questões específicas, mas também para contribuir com
o avanço do conhecimento em uma área determinada.
Além disso, Silveira & Córdova (2015, p. 33) conceituam pesquisa como um
procedimento sistemático e intensivo, assemelhando-se a uma inquisição, que busca descobrir
e interpretar factos inseridos em uma determinada realidade. Nesse contexto, a pesquisa
científica surge como resultado de um minucioso exame, realizado com o propósito de
resolver problemas, utilizando métodos científicos rigorosos.
No nosso entender, os autores destacam a busca por soluções por meio do uso de
métodos científicos rigorosos. Além disso, descrevem a pesquisa como um processo que
envolve a formulação de hipóteses, a colecta e análise de dados, a interpretação dos resultados
e a comunicação das descobertas.

5. Método científico
Marconi e Lakatos (2011, p. 69) descrevem o método como um processo para
avançar ao longo do caminho; como uma maneira de organizar técnicas; e como uma
abordagem para avaliar opções na prática científica.
O método científico é essencial para qualquer pesquisa científica, pois proporciona
diretrizes claras para validar os resultados obtidos e estabelece um caminho a ser seguido.
De acordo com Marconi e Lakatos (2019, p. 39), ele consiste em ações sistemáticas
que promovem a produção de conhecimentos válidos, enquanto Gil (2019, p. 98) o descreve
como um processo organizado para adquirir conhecimento confiável, minimizando a
subjectividade e priorizando a objectividade empírica. Oliveira (2018, p. 47) ressalta o papel
crucial do método científico na validação do conhecimento empírico, estabelecendo critérios
rigorosos para garantir a confiabilidade das conclusões.
Em nosso entendimento, as definições dos autores convergem para evidenciar a
importância do método científico na pesquisa, fortalecendo a credibilidade dos resultados e
impulsionando o progresso do conhecimento em diversas áreas.

5.1.Classificação dos métodos de investigação científica


Segundo Gil (2008, pp. 27-30), os métodos podem ser classificados em três
abordagens: método indutivo, método dedutivo e método hipotético-dedutivo.
O método dedutivo, conforme a abordagem clássica, opera do geral para o particular,
partindo de princípios estabelecidos como verdadeiros e inquestionáveis para prever casos
específicos por meio da lógica. Gil (2008, p. 9) destaca que o método dedutivo “parte de
princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e possibilita chegar a conclusões de
maneira puramente formal, isto é, em virtude unicamente de sua lógica.”
Já o método indutivo caracteriza-se pela generalização, iniciando-se pelo particular e
expandindo para uma questão mais ampla. Lakatos e Marconi (2007, p. 86) definem a indução
como um processo mental que parte de dados particulares confirmados para inferir uma
verdade geral ou universal não contida nas partes examinadas. Conforme Gil (2008, p. 10)
ressalta, “o método indutivo procede inversamente ao dedutivo: parte do particular e coloca a
generalização como um produto posterior do trabalho de colecta de dados particulares.”
Por fim, o método hipotético-dedutivo é uma abordagem científica que começa com
a identificação de problemas ou lacunas no conhecimento científico, seguida pela formulação
de hipóteses e pela utilização de inferência dedutiva para testar a predição de fenómenos
relacionados às hipóteses. Conforme Prodanov e Freitas (2013, p. 18), quando há diversos
fenómenos, leis ou hipóteses a serem explicados ou unificados, são formuladas uma ou mais
hipóteses. Estas são desenvolvidas através do raciocínio dedutivo, testadas e ajustadas
conforme necessário. Em um sentido mais amplo, todas as inferências indutivas são reduzidas
ao método hipotético-dedutivo, conforme apontado por Mattar (2017, p. 28).

6. Tipo de pesquisa
A pesquisa é essencial para gerar conhecimento em várias áreas. Ela ajuda os
pesquisadores a entenderem fenómenos, testarem teorias, resolverem problemas e
progredirem em suas disciplinas. Uma forma de classificar pesquisas é por meio de quatro
categorias: abordagem, natureza, objectivos e procedimentos.

6.1.Quanto à abordagem
O método de abordagem é um conjunto de procedimentos utilizados na pesquisa para
buscar a verdade, diferenciando objetivos científicos de não científicos. Conforme Prodanov e
Freitas (2013), os métodos de abordagem fornecem ao pesquisador diretrizes genéricas nessa
distinção. Existem três tipos principais de pesquisa: qualitativa, quantitativa e mista.
Segundo Knechtel (2014, p. 41), a abordagem qualitativa busca compreender os
fenômenos humanos, focando no significado e nos processos sociais, enquanto a quantitativa
se baseia na avaliação de teorias, utilizando variáveis quantificadas e análise estatística.
Por sua vez, Uassitela (2017, p. 34) caracteriza a pesquisa qualitativa como uma
tentativa de compreensão detalhada dos significados e características situacionais, enquanto a
quantitativa emprega técnicas estatísticas para tratar as informações colectadas.
O método misto combina abordagens qualitativas e quantitativas, utilizando
questionários, entrevistas e observação para colectar dados. Conforme indicado por Vergara
(2000, p. 29), essas abordagens podem ser categorizadas em dois tipos fundamentais:
qualitativas e quantitativas, além de uma abordagem mista que combina ambas.
6.2.Quanto a natureza
No que diz respeito à natureza, a pesquisa pode ser aplicada ou básica
A pesquisa aplicada tem como finalidade gerar conhecimentos para aplicação prática,
dirigida à solução de problemas específicos que envolvem fatos verídicos – reais vividos em
contexto. Além disso, este tipo de pesquisa, segundo Zanella (2013, p. 21), busca entender a
forma correta de lidar com os problemas que a humanidade enfrenta e procurar respostas para
resolvê-los.
A pesquisa básica objetiva gerar conhecimentos científicos novos para avanço da
ciência sem alguma aplicação prática prevista. É uma pesquisa puramente teórica, que requer
obrigatoriamente uma revisão bibliográfica (Gil, 2019, p. 77).

6.3.Quanto aos objectivos


No que se refere aos objetivos, apresentamos três categorias de estudos,
nomeadamente: “Pesquisa Exploratória, Pesquisa Descritiva e Pesquisa Explicativa” (Gil,
2008, p. 45).
Segundo o autor, a pesquisa exploratória tem como objetivo principal aumentar a
compreensão do problema e gerar hipóteses. Tipicamente, envolve revisão bibliográfica,
entrevistas com indivíduos que possuem experiência prática com o problema e análise de
exemplos ilustrativos. De acordo com Silva & Menezes (2017, p. 34), esse tipo de pesquisa
visa oferecer uma compreensão mais profunda do problema, facilitando a formulação de
hipóteses e contribuindo para obter respostas para as perguntas iniciais, especialmente em
estudos de campo e em diversas áreas linguísticas. Ambos os autores ressaltam a importância
da pesquisa exploratória para compreender melhor um problema e formular hipóteses.
Na perspectiva de Gil (2007, p. 43) citado por Zanella (2013, p. 26), a pesquisa
descritiva elucidativa o fenômeno investigado, destacando suas características; essa
explicação é realizada com minúcia, visando proporcionar um entendimento mais detalhado
da realidade.
A pesquisa explicativa tem como objectivo identificar os elementos que influenciam
os fenómenos e explicar suas causas. De acordo com Gil (2007, p. 43), uma pesquisa
explicativa pode ser vista como uma extensão da pesquisa descritiva, já que a identificação
dos factores que determinam um fenómeno requer uma descrição abrangente e detalhada
desse fenómeno.
6.4.Quanto aos procedimentos
Há duas categorias principais de delineamentos: aqueles que se baseiam em fontes
escritas e os que obtêm dados directamente de pessoas. No primeiro grupo, destacam-se a
pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental. No segundo grupo, encontramos a pesquisa
experimental, a pesquisa ex-post facto, o levantamento e o estudo de caso. Além disso, há
abordagens controversas, como a pesquisa-acção e a pesquisa participante, que também
podem ser consideradas dentro deste último conjunto (Gil, 2002, p. 43).
A pesquisa bibliográfica, conforme Gil (2008, p.122), envolve a exploração de teorias
publicadas em diversas fontes, como livros, artigos e meios eletrônicos, para analisar um
problema. Essa abordagem é essencial para compreender as contribuições teóricas relevantes
sobre um tema específico. Por outro lado, a pesquisa documental, de acordo com Gil (2007, p.
45), utiliza materiais não analisados previamente, enquanto a pesquisa bibliográfica se baseia
em materiais já publicados.
Na pesquisa experimental, segundo Gil (2007, p. 45), o objectivo é seleccionar
variáveis que possam influenciar um objeto e definir métodos de controle e observação dos
efeitos dessas variáveis.
A pesquisa ex-postfacto, conforme Alves-Mazzotti (2006, p. 640), investiga relações
de causa e efeito entre um evento passado e um fenômeno subsequente, sendo caracterizada
pela coleta de dados após os eventos ocorrerem.
O levantamento, utilizado em estudos exploratórios e descritivos, pode ser realizado
por meio de amostras ou censo, utilizando questionários ou entrevistas para coletar dados,
como indicado por Gil (2007, p. 52).
O estudo de caso, segundo Yin (2005), citado por Pinto (2012, p.87), consiste na
investigação empírica de um fenômeno contemporâneo em seu contexto real, utilizando dados
empíricos da população-alvo para fundamentar as conclusões do estudo.
Por fim, a pesquisa de campo, conforme Gonsalves (2001, p. 67), envolve a coleta
direta de informações junto à população pesquisada, permitindo o contato direto com o
público-alvo.
7. Considerações finais
Nesta pesquisa, conduzimos uma análise minuciosa dos métodos de pesquisa
científica, respeitando as orientações acadêmicas estabelecidas. Por meio de uma revisão
bibliográfica criteriosa, exploramos os fundamentos e aplicações dos métodos científicos,
conforme discutido por uma variedade de autores ao longo do trabalho.
Destacamos a importância da pesquisa científica como um processo meticuloso e
sistemático, visando expandir o conhecimento por meio da observação, experimentação e
análise crítica. O método científico, fundamental para orientar a pesquisa, fornece um
conjunto claro de princípios para validar os resultados e impulsionar o progresso do
conhecimento em diversas áreas.
Ao classificar os métodos de investigação científica, identificamos três abordagens
principais: método indutivo, método dedutivo e método hipotético-dedutivo. Cada abordagem
apresenta suas próprias características e aplicações específicas, oferecendo informações
valiosas para a compreensão e resolução de problemas de pesquisa.
Além disso, exploramos os diferentes tipos de pesquisa, considerando aspectos como
abordagem, natureza, objectivos e procedimentos. Essa análise nos permitiu compreender as
nuances de cada tipo de pesquisa e suas implicações na condução de estudos científicos.
Portanto, esta pesquisa proporcionou uma visão abrangente dos métodos de pesquisa.
A análise dos métodos de investigação científica não apenas enriqueceu nosso conhecimento
actual, mas também apontou para novas direcções de pesquisa e possíveis áreas de
aprofundamento. Dessa forma, a pesquisa não apenas contribuiu para o avanço contínuo do
conhecimento em nossa área de interesse, mas também inspirou uma investigação mais ampla
e aprofundada no futuro.
8. Referências Bibliográficas
Almeida, M. B. (2017). Noções básicas sobre Metodologia de pesquisa cientifica.
Universidade Federal de Minas Gerais.
Alves, D.V. (2017). Métodos, instrumentos e técnicas de recolha de dados. Ciência e
Educação. Disponível em: https://cienciaeeducacao.com/2017/11/24/metodos-
instrumentos-e-tecnicas-de-recolha-de-dado/. Acesso no dia 22 de Março de 2024 às
11h.
Alves-Mazzotti, A.J.; Gewandsznajder, F. (2006). O método nas ciências naturais e sociais:
pesquisa quantitativa e qualitativa. São Paulo: Pioneira.
Gil, A.C. (2007). Métodos e técnicas de pesquisa social. (5ª ed.). São Paulo: Atlas.
Gil, A.C. (2008). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. (6ª ed.). Editora Atlas.
Gil, Antonio Carlos. (2019). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. (8ª ed.). São Paulo:
Atlas.
Knechtel, M.R. (2014). Metodologia da pesquisa em educação: uma abordagem teórico-
prática dialogada. Curitiba: Intersaberes.
Lakatos, E.M. & Marconi, M. de A. (2011). Fundamentos de Metodologia Científica. (5ª ed.).
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Marconi, M.A. & Lakatos, E.M. (2017). Fundamentos de Metodologia Científica. (5ª ed.).
São Paulo: Atlas.
Marconi, M.A. & Lakatos, E.M. (2019). Metodologia Científica. (7ª ed.). São Paulo: Atlas.
Mattar, J. (2017). Metodologia Científica na Era Digital. (4a ed.). São Paulo: Saraiva.
Oliveira, M.F.De, (2011). Metodologia científica: um manual para a realização de pesquisas
em Administração. Catalão: UFG.
Oliveira, M.M. (2018). Como Fazer Pesquisa Qualitativa. (7ª ed.). Petrópolis, RJ: Vozes.
Prodanov, C. C., & Freitas, E. C. de F. (2013). Metodologia do Trabalho Científico: métodos
e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. (2a ed.). Novo Hamburgo: Feevale.
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Yin, R. (2005). Estudo de Caso. Planejamento e Métodos. Bookman. Disponível em:
http://www.google.com/url?sa=source=web&rtc=j&url=https://saudeglobaldotorg1.fi
les.wordpress.com/. Acesso no dia 23 de Março de 2024, às 13h.
Zanella, L.C.H. (2013). Metodologia de Pesquisa. UFSC, Departamento de Ciência de
Administração. Disponível em: http://arquivos.eadadm.ufsc.br/EaDADM/UAB. pdf.
Acesso no dia 23 de Março de 2024 às 10h.

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