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Universidade Lúrio

Faculdade De Engenharia

Departamento De Engenharia Geológica

Departamento De Engenharia Informática

Departamento De Engenharia Mecânica

Projecto de Pesquisa

Discentes:

Arifa Selemane
Atija Siza Rogério
Deroy Fazenda
Domingos Lucas Joanqueiro
Edmilson Ferrão
Docentes:

Irene Vahocha, PhD.

Ruby Muinde, MSc

Pemba, setembro 2023


Universidade Lúrio

Faculdade De Engenharia

Departamento De Engenharia Geológica

Departamento De Engenharia Informática

Departamento De Engenharia Mecânica

Projecto de Pesquisa

Discentes:

Arifa Selemane
Atija Siza Rogério
Deroy Fazenda Trabalho de caracter avaliativo a ser
Domingos Lucas Joanqueiro apresentado na disciplina de metodologia
Edmilson Ferrão de investigação científica dos cursos de
Licenciatura em Engenharia Informática,
Geológica e Civil da Universidade Lúrio

Docentes:

Irene Vahocha, PhD.

Ruby Muinde, MSc

Pemba, setembro 2023


Índice

Introdução ....................................................................................................................... 5

1. Projecto de Pesquisa ............................................................................................. 6

1.1. Características de um projeto de pesquisa ........................................................ 7

1.2. Finalidades de um Projecto de Pesquisa ........................................................... 8

1.3. Tema e sua delimitação ..................................................................................... 8

2. Estrutura de um projecto de pesquisa ................................................................... 8

2.1. Elementos Pré-textuais .................................................................................... 10

2.1.1. Capa .......................................................................................................... 10

2.1.2. Folha de rosto ........................................................................................... 11

2.1.3. Sumário /Índice ........................................................................................ 11

2.2. Elementos textuais .......................................................................................... 12

2.2.1. Problemática ............................................................................................. 12

2.2.2. Hipóteses .................................................................................................. 12

2.2.3. Objectivos ................................................................................................. 13

2.2.4. Justificativa............................................................................................... 15

2.2.5. Metodologia.............................................................................................. 16

2.2.6. Embasamento teórico (fundamentação teórica) ....................................... 17

2.2.7. Cronograma .............................................................................................. 17


2.2.8. Orçamento ou recursos ............................................................................. 18

2.3. Elementos pós-textuais.................................................................................... 19

2.3.1. Referências bibliográficas ........................................................................ 19

2.3.2. Apêndice e Anexos ................................................................................... 20

Conclusão ...................................................................................................................... 21

Referências .................................................................................................................... 22
Introdução

Sempre que uma entidade, singular ou plural, se depara com um problema científico e
toma a decisão de resolvê-lo, esta toma como ferramenta para resolução do mesmo, o projeto
de pesquisa. Assim é feito, porque o Projecto de pesquisa é fundamental para direcionar e
organizar a pesquisa de forma eficiente, em outras palavras, o projeto deve ser um guia norteador
das etapas que compõem a pesquisa e também instigador de novos estudos. Sem um projeto de
pesquisa, os pesquisadores lançam-se a um trabalho inseguro, desorientado, redundando em
desperdício de esforços e recursos. O Projeto de Pesquisa é um projeto e, portanto, é redigido
antes de realizar a pesquisa. Um bom projeto de pesquisa deve conter apenas as linhas básicas
da pesquisa que se tem em mente, não havendo necessidade de se estender em minúcias, de
salientar que a pesquisa científica colabora para o engrandecimento da sociedade, afinal, uma
pessoa que investiga os processos de transformação, sejam eles sociais, econômicos, humanos
ou químicos, e a partir dessa investigação constrói conhecimentos que são essenciais para o
desenvolvimento de uma nação, daí a importância de obter conhecimentos sólidos sobres este
assunto.

O trabalho em questão tem como objetivo geral obter conhecimentos sobre um projeto
de pesquisa e a sua estrutura, e tem como objetivos específicos conceituar, indicar e descrever
as características, e explanar os diferentes elementos que se encontram na estrutura de um
projeto de pesquisa.

A metodologia adotada para a realização deste trabalho foi a pesquisa bibliográfica, em


que basicamente se fez uma busca por livros, apostilas, artigos e documentos de websites que
abordassem o tema supracitado.

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1. Projecto de Pesquisa

Segundo (Mazucato, et al., 2018)), o projecto de pesquisa consiste num instrumento


essencial para qualquer pesquisador, pois serve de guia de orientação para a realização da
pesquisa propriamente dita. É, um documento em que o pesquisador (estudante ou profissional)
estabelece quais as diretrizes básicas que orientarão a pesquisa, caso o projecto venha a ser
empreendido.

Por outro lado, Gil (2002, p.19) citado por (Cunha, 2018) afirma que o projeto de
pesquisa “É o documento explicitador das ações a serem desenvolvidas ao longo do processo
de pesquisa”. Posgraduando (2015), apud (Cunha, 2018), está de acordo com essa ideia ao
afirmar que o referido trabalho acadêmico é “o planejamento detalhado de uma pesquisa que se
pretende realizar. Além de facilitar o trabalho e antecipar dificuldades, o projeto proporciona ao
pesquisador a chance de ver a sua pesquisa como um todo antes mesmo de começá-la”.

(Etecé, 2023) trazendo uma visão mais sumativa do assunto, diz que projeto de pesquisa
é um texto que explica os procedimentos, técnicas e instrumentos que serão utilizados para
responder a um problema de pesquisa previamente definido.

Colocando os autores supracitados em conversação, pode-se concluir que um projeto de


pesquisa é um texto que explica os procedimentos, técnicas e instrumentos que serão utilizados
para responder a um problema de pesquisa previamente definido, ou seja, um roteiro para o
trabalho que está por vir, devendo responder basicamente a três questões: o que pesquisar; por
que pesquisar; e como pesquisar.

Para (Matias-Pereira, 2019), argumenta que uma elaboração adequada de um projecto


de pesquisa requer uma definição precisa do problema. Ele enfatiza que somente após uma
definição clara do problema é possível estabelecer os rumos, fases e procedimentos necessários
para conduzir a pesquisa. Além disso, o autor destaca que nem todos os problemas que se
pretende investigar se qualificam como "problemas científicos". Isso ressalta a importância de
distinguir problemas que são apropriados para pesquisa científica daqueles que não o são antes
de iniciar um projecto de pesquisa.
6
O autor supracitado também enfatiza a importância de distinguir problemas que são
apropriados para pesquisa científica daqueles que não são antes de iniciar um projecto de
pesquisa.

1.1.Características de um projeto de pesquisa

De acordo com (Etecé, 2023), um projeto de pesquisa deve ter as seguintes


características:

• Um problema de pesquisa claramente delimitado.


• Uma revisão da literatura sobre o tema específico a ser estudado e que precede a
pesquisa.
• Uma sólida base teórica em termos da disciplina de estudo que está sendo abordada.
• Uma clara exposição dos objetivos a serem alcançados pela pesquisa e sua utilidade
concreta.
• Uma descrição dos procedimentos e métodos que serão usados para coletar e analisar as
informações.
• Um plano de trabalho especificando os tempos e datas de duração de cada fase do
processo de pesquisa.
• Um modelo para a apresentação de citações, referências e bibliografia.

Mostrando uma abordagem um pouco diferente, (Bowden, n.d) diz que o Projeto de
Pesquisa deve ser um roteiro para a elaboração de pesquisa em uma determinada área, que
possibilita a produção do conhecimento e sua sistematização sobre o tema específico a ser
abordando. O tema abordado deve constituir-se no objeto de estudo da pesquisa. O Projeto de
pesquisa deve ser escrito de forma tal que pessoas não especialistas no tema, tais como as
equipes das agências financiadoras ou organismos de política de pesquisa possam compreender
os argumentos apresentados. Se for necessário utilizar termos muito especializados, estes devem
ser definidos. Evitar uma linguagem pesada que dificulte a compreensão das ideias
desenvolvidas pelo proponente.

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Em suma, o problema do projeto de pesquisa deve ser claramente delimitado de modo a
facilitar a exposição dos objetivos a serem alcançados pela pesquisa e sua utilidade concreta. O
Projeto de Pesquisa deve ser um guia para a elaboração de pesquisa em uma determinada área,
que possibilita a produção do conhecimento e sua sistematização sobre o tema específico a ser
abordado. O projecto de pesquisa deve ser escrito com linguagem clara e objectiva e de fácil
compreensão.

1.2. Finalidades de um Projecto de Pesquisa

As finalidades do projecto de pesquisa, na perspetiva proposta por Deslandes (1996)


citado por (dos Reis & Frota, n.d), são as seguintes:

• Mapear o caminho a ser seguido durante a investigação;


• Orientar o pesquisador durante o percurso de investigação;
• Comunicar os propósitos da pesquisa para a comunidade científica.

1.3. Tema e sua delimitação

O tema é o assunto que desejamos provar ou desenvolver. Pode surgir de uma dificuldade
prática enfrentada pelo pesquisador, da sua curiosidade científica, de desafios encontrados na
leitura de outros trabalhos ou da própria teoria. Pode ter surgido pela entidade responsável,
portanto, “encomendado”, o que, porém, não lhe tira o carácter científico (Pradanov & De
Freitas, 2013).

O processo de delimitação do tema só é dado por concluído quando se faz a sua limitação
geográfica e espacial, com vistas na realização da pesquisa. Muitas vezes, as verbas disponíveis
determinam limitação maior do que o desejado pelo coordenador, mas, se se pretende um
trabalho cinético, é preferível o aprofundamento à extensão (Lakatos & Marconi, 2017).

2. Estrutura de um projecto de pesquisa

(Mazucato, et al., 2018) citando Rudio (2015) e Costa & Costa (2015), diz que não existe
um modelo universal ou uma regra geral quanto aos itens de um projecto de pesquisa. O que é
8
mais comum é que o projecto apresente os elementos que já faziam parte do pré-projecto
(definição da questão de pesquisa, enunciação da hipótese, indicação do objecto e delimitação
deste objecto), e que seja incluída uma discussão sobre a teoria já existente que trata sobre esta
questão, que se exponha a justificativa (relevância) e o objectivo (meta) da pesquisa, que se
detalhe a metodologia e se apresente um cronograma de execução (conforme espera-se executar
as diversas etapas da pesquisa) e, se houver necessidade, que sejam indicados quais recursos são
necessários (humanos, materiais, financeiros) e que se incluam as referências bibliográficas já
utilizadas e que foram mencionadas ao longo do projecto.

Em contrapartida, (Lakatos & Marconi, 2017), afirma que o projecto de pesquisa


apresenta a seguinte estrutura:

• Apresentação: Capa e relação do pessoal técnico;


• Objectivos: tema, delimitação do tema, objectivo geral e objectivos específicos;
• Justificativa;
• Objeto: problema, hipóteses básicas, hipóteses secundarias e variáveis;
• Metodologia: método de abordagem, método de procedimento, técnicas, delimitação do
universo (descrição da população) e tipo de amostragem;
• Embasamento teórico: teoria de base e revisão da bibliográfica e definição dos termos;
• Cronograma;
• Orçamento;
• Instrumento (s) de pesquisa;
• Bibliografia.

Trazendo um ponto de vista diferente dos autores acima, (Gois & Maia, 2016) divide o
projecto de pesquisa da seguinte forma:

• Elementos pré-textuais: capa e folha de rosto;


• Elementos textuais: tema, problema, hipótese, objectivos, justificativa, referencial
teórico, metodologia, recursos e cronograma;
• Elementos pós-textuais: referencias, apêndices e anexos.

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Deste modo, conclui-se que o projecto de pesquisa possui a seguinte estrutura:

• Elementos pré-textuais (Capa, folha de rosto e sumário/índice);


• Elementos textuais (Problemática, hipóteses, objetivos, justificativa, metodologia,
embasamento teórico, cronograma e recursos);
• Elementos pós-textuais (referências bibliográficas, apêndices e anexos).

2.1.Elementos Pré-textuais
2.1.1. Capa

Segundo (Lakatos & Marconi, 2017), a apresentação do projecto de pesquisa,


respondendo à questão quem? inicia-se com a capa, onde são indicados os elementos essenciais
à compreensão do estudo que se pretende realizar, sob os auspícios de quem ou para quem e ao
conhecimento do responsável pelo trabalho.

O autor ainda afirma que a capa inclui o nome da entidade (instituição, organização,
empresa, escola), O título, acompanhado ou não por subtítulo que difere do tema, o responsável
pela pesquisa, o local que se refere à cidade em que se encontra sediada a entidade ou a equipe
de pesquisa, tendo o coordenador precedência sobre ela e por último a data que refere-se apenas
ao ano em que o projecto é apresentado; é supérflua a indicação do mês.

Na mesma visão, (Mazucato, et al., 2018, p. 82) diz que na capa deve constar: nome da
instituição, curso, autor, título do trabalho (subtítulo, se houver), cidade e ano.

Com base nas perspetivas dos autores citados acima, ambos concordam que a capa de
um projecto de pesquisa deve incluir informações importantes, como o nome da instituição,
autor (ou autores), título do trabalho, cidade e ano. A diferença principal entre eles é a inclusão
ou exclusão de detalhes específicos, como o nome do coordenador (Lakatos & Marconi) ou o
curso (Mazucato et al.). No entanto, todos concordam sobre os elementos essenciais a serem
apresentados na capa.

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2.1.2. Folha de rosto

Segundo (Gois & Maia, 2016, p. 11), a folha de rosto inclui o autor ou autores; título
(subtítulo); tipo de projecto de pesquisa e nome da entidade a que o projeto deve ser submetido;
cidade; ano.

De forma similar, (Mazucato, et al., 2018) diz que a folha de rosto inclui nome do autor,
título do trabalho (subtítulo, se houver), cidade, ano e nota descritiva que deve explicitar o tipo
de relatório (ex. trabalho de conclusão de curso), o curso e instituição em que foi realizado e o
nome do orientador.

Por outro lado, para Lakatos e Marconi (2017, p. 232), depois da capa a página seguinte
é dedicada à relação do pessoal técnico. Inicia-se com a repetição do nome da entidade, seguido
de seu endereço completo, incluindo telefone(s), precedido(s) do prefixo da cidade para
contactos pelo sistema de DDD, quando necessário. O mesmo cuidado deve ser seguido na
indicação do endereço do coordenador, que é o responsável direto por contactos com entidades
às quais ou à qual o projecto é dirigido. A seguir, vem a relação completa do pessoal técnico,
discriminando os cargos, seguidos do nome, endereço e telefone de cada um.

Com base nas indicações acima citadas, pode-se concluir que a folha de rosto
diferentemente da capa, começa com o nome do autor, título do projecto, tipo de projecto, cidade
e ano, ou seja, enquanto a capa se concentra na apresentação inicial e visual do trabalho, a folha
de rosto fornece detalhes adicionais e informativos sobre o projecto ou documento, incluindo
informações institucionais, orientação e tipo de relatório. Ambos são elementos importantes na
formatação e apresentação de trabalhos académicos.

2.1.3. Sumário /Índice

Antes de mais nada, convém estabelecer a distinção entre Sumário e Índice. O Sumário,
também chamado Tábua de Matérias, é constituído dos títulos e subtítulos do trabalho, isto é, as
partes, os capítulos, os itens e subitens, com a indicação da página inicial. Os títulos e subtítulos

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mais importantes devem ser escritos em maiúsculas; os itens e subitens terão apenas as letras
iniciais em maiúsculas (de Andrade , 2010).

O autor subracitado, prosseguiu dizendo que o Índice é um indicador da página onde se


encontra tal matéria, por exemplo: índice de tabelas ou de ilustrações etc. Atualmente, costuma-
se organizar, no final dos livros publicados, um índice de assuntos ou índice remissivo, para
facilitar a consulta bibliográfica. Os trabalhos cuja extensão não atinge o mínimo de dez páginas
podem prescindir de Sumário e de Índice. Embora não seja obrigatório nos trabalhos de
graduação, caso haja subtítulos, organiza-se o sumário, e se houver figuras, tabelas, ilustrações,
deve-se indicar as respectivas páginas no Índice.

2.2.Elementos textuais
2.2.1. Problemática

De acordo com (Lakatos & Marconi, 2017), A formulação do problema prende-se ao


tema proposto: ela esclarece a dificuldade Específica com a qual se defronta e que se pretende
resolver por intermédio da pesquisa.

2.2.2. Hipóteses
2.2.2.1.Hipótese básica

(Lakatos & Marconi, 2017) diz que é constituída pelo ponto básico do tema,
individualizado e especificado na formulação do problema; ela apresenta uma resposta,
provável, suposta e provisória a uma dificuldade sentida, compreendida e definida. A principal
resposta é denominada hipótese básica, podendo ser complementada por outras, que recebem a
denominação de secundárias. Entre as diferentes formas de hipóteses, temos:

• As que afirmam, em dada situação, a presença ou ausência de certos fenómenos.


• As que se referem à natureza ou características de determinados fenómenos, em uma
situação específica.
• As que apontam a existência ou não de determinadas relações entre fenómenos.

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• As que preveem variação concomitante, direta ou inversa, entre certos fenómenos.
Etc.

2.2.2.2.Hipóteses secundárias

São afirmações (toda hipótese é uma afirmação) complementares da básica, podendo:

• Abarcar em detalhes o que a hipótese básica afirma em geral.


• Englobar aspetos não especificados na básica. Indicar relações deduzidas da
primeira.
• Decompor em pormenores a afirmação geral.
• Apontar outras relações que sejam possíveis de ser encontradas etc.

2.2.3. Objectivos

Segundo (Mazucato, et al., 2018, p. 48), o objectivo da pesquisa refere-se aos resultados
que se pretende alcançar ao empreender a pesquisa (uma fórmula simples consiste em tentar
responder à pergunta: quais os conhecimentos que se deseja obter?).

(Pradanov & De Freitas, 2013), por outro lado, diz que os objectivos devem ser sempre
expressos em verbos de ação.

Complementando o pensamento acima, Santos (1999) apud Gonsalvez (2011), citado


por (Mazucato, et al., 2018) , apresenta uma selecção destes verbos de acordo com o estágio da
pesquisa:

• Estágio de conhecimento – Se expressa em verbos como apontar, citar, classificar,


conhecer, definir, descrever, identificar, reconhecer, relatar.
• Estágio de compreensão – Em verbos como compreender, concluir, deduzir,
demonstrar, determinar, diferenciar, discutir, interpretar, localizar, reafirmar.
• Estágio de aplicação – Em verbos como aplicar, desenvolver, empregar, estruturar,
operar, organizar, praticar, selecionar, traçar.

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• Estágio de análise – Em verbos como analisar, comparar, criticar, debater, diferenciar,
discriminar, examinar, investigar, provar.
• Estágio de síntese – Em verbos como compor, construir, documentar, especificar,
esquematizar, formular, produzir, propor, reunir, sintetizar.
• Estágio de avaliação – Em verbos como argumentar, avaliar, contrastar, decidir,
escolher, estimar, julgar, medir, selecionar.

Desta forma, os objectivos indicam o que se pretende conhecer, ou provar no decorrer


da pesquisa, ou seja, as metas que se deseja alcançar. Os objectivos de pesquisa são os resultados
que se almeja alcançar com a pesquisa e devem ser formulados de forma clara, usando verbos
de ação adequados para cada estágio da investigação. Esses objectivos orientam a condução da
pesquisa e definem o que o pesquisador busca alcançar em termos de conhecimento e ação.

2.2.3.1.Objectivo geral

Para (Lakatos & Marconi, 2017, p. 233), o objectivo geral está ligado a uma visão global
e abrangente do tema. Relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenómenos e eventos,
quer das ideias estudadas.

Enquanto isso, (Gois & Maia, 2016, p. 13), afirma que o objectivo geral deve responder
à questão, que impactos podem ser gerados a partir da utilização do projecto?

E por fim, (Pradanov & De Freitas, 2013), diz que o objectivo geral relaciona-se com
o conteúdo intrínseco, quer dos fenómenos e eventos, quer das ideias estudadas.

Com base na visão dos autores acima destacados, se pode concluir que o objectivo geral
de uma pesquisa deve ser formulado de maneira abrangente, considerando tanto a visão global
do tema quanto os elementos inerentes, como fenómenos e ideias estudadas. Além disso, todos
destacam a importância de que o objectivo geral não seja apenas uma declaração abstrata, mas
também leve em consideração os impactos práticos e as consequências que a pesquisa pode ter.

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2.2.3.2.Objectivos específicos

Apresentam carácter mais concreto. Têm função intermediária e instrumental,


permitindo, de um lado, atingir o objectivo geral e, de outro, aplicá-lo a situações particulares
(Lakatos & Marconi, 2017, p. 234).

Em concordância como autor acima, (Pradanov & De Freitas, 2013), afirma que os
objectivos específicos apresentam carácter mais concreto. Têm função intermediária e
instrumental, permitindo, de um lado, atingir o objectivo geral e, de outro, aplicar este a
situações particulares.

Estes objectivos na visão de (Gois & Maia, 2016), indicam o que e como se pretende
esclarecer as problemáticas levantadas, até mesmo as perguntas secundárias que o pesquisador
deverá responder.

Portanto, pode-se entender que os objectivos específicos procuram descrever acções ou


aspetos detalhados procurando responder as questões secundárias, ou seja, os objectivos
específicos desempenham um papel importante na pesquisa, pois fornecem detalhes concretos
sobre como atingir o objectivo geral, esclarecem as problemáticas identificadas e orientam o
pesquisador na aplicação prática da pesquisa em situações específicas.

2.2.4. Justificativa

Para (Gois & Maia, 2016), a justificativa apresenta a relevância do projecto, evidencia a
contribuição do projecto para o conhecimento e para a sociedade e ajuda a compreender a
magnitude do problema.

Na visão de (Lakatos & Marconi, 2017), a justificativa é o único item do projecto que
apresenta respostas à questão por quê? De suma importância, geralmente é o elemento que
contribui mais diretamente na aceitação da pesquisa pela(s) pessoa(s) ou entidades que vão
mencioná-la.

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Por outro lado, (Pradanov & De Freitas, 2013) diz que a justificativa consiste em uma
exposição sucinta, porém completa, das razões de ordem teórica e dos motivos de ordem prática
que tornam importante a realização da pesquisa.

Portanto, a justificativa é uma exposição onde destaca-se a relevância do projecto para a


sociedade. Justificativa em um projecto de pesquisa desempenha um papel crucial ao explicar
por que a pesquisa é relevante, tanto do ponto de vista teórico quanto prático. Ela ajuda a
contextualizar o problema de pesquisa, destacar sua importância e fornecer razões para a
realização do estudo.

2.2.5. Metodologia

De acordo com (Mazucato, et al., 2018), enfatiza a importância de especificar os recursos


metodológicos, como métodos e técnicas, na metodologia do projecto de pesquisa. É necessário
esclarecer a escolha feita entre as opções disponíveis e justificar essa escolha com base no objeto
e nas questões de pesquisa, mantendo coerência no projecto.

De forma similar ao autor supracitado, (Gois & Maia, 2016), define a metodologia como
um processo de busca de um conhecimento a partir de instrumentos e procedimentos
controláveis e que possam ser repetidos. Somente são tidas como respostas legítimas, aquelas
que sigam um instrumental e um método predefinido.

Por outro lado, (Lakatos & Marconi, 2017)afirmam que a especificação da metodologia
da pesquisa é a que abrange maior número de itens, pois responde, a um só tempo, às questões
como? com quê? onde? quanto?

Com isso pode-se entender como metodologia, o estudo sequencial dos métodos e
técnicas científicas a serem executadas durante a pesquisa. Os autores concordam que a seção
de metodologia em um projecto de pesquisa é fundamental e abrange a escolha de métodos,
técnicas, recursos e procedimentos a serem utilizados na pesquisa. Essa seção deve ser detalhada
e coerente com os objectivos e questões de pesquisa, fornecendo informações claras sobre como
a pesquisa será conduzida e justificando as escolhas metodológicas feitas.

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2.2.6. Embasamento teórico (fundamentação teórica)

Segundo (Gois & Maia, 2016), o referencial teórico expõe os pressupostos do


pesquisador com relação à pesquisa proposta. A abordagem teórica orienta o caminho da análise
e, em grande medida, condiciona os resultados. Traduz uma linha de pensamento por um
conjunto delimitado de autores.

2.2.6.1.Revisão bibliográfica

Nessa etapa, como o próprio nome indica, analisa-se as mais recentes obras científicas
disponíveis que tratem do assunto ou que deem embasamento teórico e metodológico para o
desenvolvimento do projecto de pesquisa. É aqui também que são explicitados os principais
conceitos e termos técnicos a serem utilizados na pesquisa. O autor ainda afirma que, a revisão
da literatura demonstra que o pesquisador está atualizado nas últimas discussões no campo de
conhecimento em investigação (Pradanov & De Freitas, 2013, p. 131).

2.2.7. Cronograma

A elaboração do cronograma responde à pergunta quando? A pesquisa deve ser dividida


em partes, fazendo-se a previsão do tempo necessário para passar de uma fase a outra. Não
esquecer que, se determinadas partes podem ser executadas simultaneamente, pelos vários
membros da equipe, existem outras que dependem das anteriores, como é o caso da análise e
interpretação, cuja realização depende da codificação e tabulação, só possíveis depois de
colhidos os dados (Lakatos & Marconi, 2017).

Mostrando um pensando similar, (Mazucato, et al., 2018) diz que no cronograma, devem
ser apontadas e descritas as diversas etapas que serão contempladas no desenvolvimento da
pesquisa, levando-se em consideração o tempo máximo disponível para a realização de toda a
pesquisa (tente responder à questão: quantos meses/semestres tenho à disposição para realizar
esta pesquisa? – a resposta a esta questão remete ao tempo total de que se dispõe para a
realização da pesquisa.

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Na mesma linha, (Gois & Maia, 2016), afirma que o cronograma apresenta o
planeamento de como se imagina que o trabalho será desenvolvido em cada uma de suas etapas,
no tempo disponível para a execução da pesquisa.

Na visão dos autores, o cronograma apresentará todas actividades que serão feitas
durante a pesquisa e o tempo necessário para a realização de cada uma das actividades propostas.
o cronograma em um projecto de pesquisa é fundamental para responder à pergunta quando? e
planejar o tempo necessário para cada fase do projecto. Ele ajuda a organizar o trabalho,
estabelecer prioridades e controlar o progresso da pesquisa ao longo do tempo disponível para
sua realização.

2.2.8. Orçamento ou recursos

Para (Lakatos & Marconi, 2017), respondendo à questão com quanto? o orçamento
distribui os gastos que devem necessariamente ser separados. Inclui:

a) Pessoal: inclui do coordenador aos pesquisadores de campo; todos os elementos devem


ter computados os seus ganhos, quer globais, mensais, semanais quer por
hora/actividade, incluindo os programadores de computador.
b) Material: subdividido em Elementos consumidos no processo de realização da pesquisa,
como papel, caneta, lápis, cartões ou plaquetas de identificação dos pesquisadores de
campo hora/computador, dactilografia, xerox, encadernação etc., e em Elementos
permanentes, cuja posse pode retornar à entidade financiadora, ou que possam ser
alugados.

Por outro lado, (Pradanov & De Freitas, 2013), diz que o orçamento distribui os gastos
previstos com a pesquisa tanto em relação ao pessoal quanto com material (também contempla
a fase da elaboração do projecto, a execução da pesquisa e a elaboração do trabalho de
conclusão.

Portanto, é na tabela de orçamento onde o pesquisador apresenta todos os gastos


previstos para a realização da pesquisa, ou seja, o orçamento ou recursos em um projecto de

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pesquisa envolve a distribuição dos gastos necessários para a pesquisa, abrangendo tanto custos
relacionados ao pessoal quanto a materiais. É importante detalhar todos os aspetos financeiros
do projecto, desde os gastos com pessoal até o material utilizado, e, quando aplicável, indicar a
fonte de recursos financeiros, especialmente em projetos que não contam com financiamento
externo.

2.3.Elementos pós-textuais
2.3.1. Referências bibliográficas

De acordo com (Mazucato, et al., 2018), neste tópico do projecto deverão ser inseridas
todas as referências bibliográficas que foram mencionadas no projecto, respeitando-se a regra
da ordem alfabética por sobrenome dos autores e, caso se tenha mais de uma referência de um
mesmo autor, deverá prevalecer a ordem cronológica (títulos mais antigos do mesmo autor
devem ser mencionados primeiramente).

Por outro lado, (Gois & Maia, 2016), diz que as referências bibliográficas indicam, de
forma pormenorizada, cada uma das fontes utilizadas para elaborar o projecto de pesquisa

De forma mais ampla, (Pradanov & De Freitas, 2013) afirma que as referências
abrangem livros, artigos, periódicos, jornais, monografias, CDs, sites etc., publicações utilizadas
para o desenvolvimento do projecto e embasamento teórico da pesquisa. Podemos incluir, ainda,
o material bibliográfico que será lido no decorrer do processo de pesquisa.

Na visão dos autores as referências bibliográficas são todos documentos ou publicações


mencionadas no projecto, isto é, que foram utilizadas para o desenvolvimento do projecto. As
referências bibliográficas em um projecto de pesquisa são fundamentais para indicar todas as
fontes consultadas e utilizadas na elaboração do projecto. Elas devem seguir uma organização
alfabética por sobrenome dos autores e, em caso de múltiplas referências do mesmo autor, a
ordem deve ser cronológica. As referências abrangem uma variedade de tipos de publicações e
servem como base teórica e de pesquisa para o projecto.

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2.3.2. Apêndice e Anexos

Segundo (Gois & Maia, 2016), apêndices são textos ou documentos elaborados pelo
pesquisador a fim de complementar a argumentação desenvolvida no projecto. O mesmo autor
define anexos como textos ou documentos de autoria diversa inseridos com a finalidade de
fundamentar, comprovar ou ilustrar o desenvolvido no trabalho.

Por outro lado, (Pradanov & De Freitas, 2013, p. 158) anuncia o seguinte:

• apêndice: materiais ilustrativos elaborados pelo autor do relatório;


• anexos: materiais ilustrativos não elaborados pelo autor do relatório.

Na mesma visão, (Lakatos & Marconi, 2017) define:

• Apresentando tabelas, quadros, gráficos e outras ilustrações que não figuram no texto;
assim como o(s) instrumento(s) de pesquisa, o apêndice é composto de material
trabalhado pelo próprio pesquisador;
• Constituídos de elementos esclarecedores de outra autoria, devem ser limitados,
incluindo apenas o estritamente necessário à compreensão do projecto.

Assim, os apêndices são ferramentas (textos, gráficos, tabelas, etc.) elaborados pelo
autor do projecto. Os anexos são ferramentas elaboradas por outros autores que devem ser
referenciados.

Com base nas perspetivas dos autores sobre apêndices e anexos em um projecto de
pesquisa, entende-se que apêndices são materiais complementares elaborados pelo autor do
projecto, como tabelas, gráficos, ou instrumentos de pesquisa. Já os anexos são materiais
ilustrativos de autoria diversa que são inseridos com o propósito de fundamentar, comprovar ou
ilustrar o trabalho, e devem ser referenciados adequadamente. Ambos os apêndices e anexos
servem para enriquecer a pesquisa e fornecer informações adicionais aos leitores.

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Conclusão

Os objetivos gerais e específicos previamente estabelecidos neste trabalho foram alcançados,


apesar de que houve certa dificuldade na estruturação de um projeto de pesquisa, uma vez que
cada autor estruturava de forma diferente do outro, alegando que não existe um modelo
universal, mas conservando sempre os elementos base de um projeto de pesquisa.

O presente trabalho permitiu concluir que a introdução estabelece contexto e relevância,


identificando problemas a serem abordados, os objectivos guiam o trabalho (seguir objetivos
evitam o desperdício de tempo e diminui o custo elevado da pesquisa), a justificativa descreve
o motivo da pesquisa e procura demonstrar a relevância diante do problema a ser estudado, e a
metodologia detalha métodos de coleta e análise de dados para garantir validade e
confiabilidade. Permitiu concluir também que a pesquisa científica depende da formulação
adequada do problema, isto porque objetiva buscar sua solução. O projeto de pesquisa define os
rumos tomados pelo pesquisador contendo as questões de estudo, uma maneira de abordar a
realidade.

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