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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distância

Importância Da Organização Dos Conteúdos Escolares No Processo Ensino e


Aprendizagem e Critérios organizacionais

Estudante: Anifa Ali Deremane


Código:708214628

Trabalho de carácter a avaliativo


recomendado na cadeira Práticas
Pedagógicas II no 2o ano do curso de
Licenciatura em Ensino de Matemática no
departamento de Ensino à distância.

Tutor: Dr. Jonito João Anguacheiro

Pemba, Agosto de 2022


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Critérios de avaliação (disciplinas teóricas)

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação Subto
do
máxima tal
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura  Discussão 0.5
organizacionais
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
Referências  Rigor e coerência das
6ª edição em
Bibliográfica citações/referências 2.0
citações e
s bibliográficas
bibliografia
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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor


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Índice

1.1 Introdução....................................................................................................................5
2.1. A Importância Da Organização Dos Conteúdos Escolares No Processo Ensino e
Aprendizagem e Critérios organizacionais........................................................................6
3.1. Organização do conteúdo e critérios básicos de seleção............................................7
4.1. Conclusão.................................................................................................................13
5.1. Referências bibliográficas........................................................................................14
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1.1. Introdução
Este trabalho tem como tema: A Importância Da Organização Dos Conteúdos
Escolares No Processo Ensino e Aprendizagem e Critérios organizacionais.
Contextualização:
Os conteúdos escolares podem assumir diferentes orientações, conforme as
várias teorias da educação que foram construídas historicamente.
A importância de organizar e selecionar os conteúdos é indiscutível. Alguns
educadores acreditam que a organização do conteúdo se constitui numa só unidade, em
que teoria e prática se fundem. Ou seja, no fazer gera-se o saber. Outros procuram
redefinir os conteúdos a partir de um determinado ponto de vista daclasse. E existem
aqueles que colocam a sistematização do conhecimento a partir de problemas postos
pelaprática social.
Em suma, podemos nos balizar em teóricos que definem o conceito de saber
sistematizado ou fontes de conteúdo, levando em conta a estrutura lógica da matéria, as
condições psicológicas do aluno para a aprendizagem em questão e as necessidades
socioeconômicas e culturais do contexto em que o aluno está inserido.
Assim esta pesquisa do campo compreende os seguintes objectivos, geral,
conhecer os A Importância Da Organização Dos Conteúdos Escolares No Processo
Ensino e Aprendizagem Critérios organizacionais.
Neste caso os seus objectivos específicos são: estudar a Importância Da
Organização Dos Conteúdos Escolares No Processo Ensino e Aprendizagem Critérios
organizacionais, descrever Critérios organizacionais e identifica os Critérios
organizacionais.
Metodologia: Para tornar possível a realização deste trabalho fez-se uma
pesquisa bibliográficas foi elaborada a partir de material já publicado, constituído
principalmente de livros, artigos periódicos e com material disponibilizado na Internet.
Estrutura: assim sendo, este trabalho segue a seguinte estrutura: Introdução,
Desenvolvimento Conclusão e Referências bibliográficas.
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2.1. A Importância Da Organização Dos Conteúdos Escolares No


Processo Ensino e Aprendizagem e Critérios organizacionais
Segundo (Freire, 1986) Na escola tradicional, o conteúdo do ensino era objeto de
programas minuciosos. O planejamento de ensino consistia em adequar todo o conteúdo
ao tempo disponível para seu desenvolvimento. O conteúdo era, praticamente, um fim
em si mesmo. As novas conquistas científicas no campo da educação vieram, no
entanto, mostrar que o mais importante não é dar ao aluno um grande volume de
informações. Muito mais importante que isso é a escola promover o desenvolvimento
integral e harmonioso do aluno, envolvendo as áreas cognitiva, afetiva e psicomotora.
Isso não quer dizer que o conteúdo não seja importante. Ele continua sendo importante,
pois a aprendizagem só se dá em cima de um determinado conteúdo.
Quem aprende, aprende alguma coisa. Além disso, o conteúdo é importante
porque a informação é fundamental para se viver no mundo contemporâneo. Sabemos,
no entanto, que é impossível que uma pessoa obtenha todo o conhecimento já
acumulado pela humanidade. Por isso é preciso selecionar as informações e saber como
e onde adquirir novas informações quando estas forem necessárias.
Os conteúdos escolares podem assumir diferentes orientações, conforme as
várias teorias da educação que foram construídas historicamente.
Segundo (Veiga, 1995) A importância de organizar e selecionar os conteúdos é
indiscutível. Alguns educadores acreditam que a organização do conteúdo se constitui
numa só unidade, em que teoria e prática se fundem. Ou seja, no fazer gera-se o saber.
Outros procuram redefinir os conteúdos a partir de um determinado ponto de vista da
classe. E existem aqueles que colocam a sistematização do conhecimento a partir de
problemas postos pela prática social.
Em suma, podemos nos balizar em teóricos que definem o conceito de saber
sistematizado ou fontes de conteúdos, levando em conta a estrutura lógica da matéria, as
condições psicológicas do aluno para a aprendizagem em questão e as necessidades
socioeconômicas e culturais do contexto em que o aluno está inserido.
E, embora alguns educadores tenham seus próprios métodos para organizar os
conteúdos sequencialmente, é recomendado observar alguns critérios, quais sejam,
sequências coerentes com a estrutura e o objetivo da disciplina; gradualidade na
distribuição adequada em pequenas etapas considerando a experiência anterior do aluno;
continuidade que proporcione a articulação entre os conteúdos; integração entre as
diversas disciplinas do conteúdo. (idem).
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A apresentação dos conteúdos deve conter inter-relação entre as sequências, de


forma orgânica e dinâmica. Além disso, é preciso distinguir os conteúdos essenciais dos
desnecessários e definir o necessário para preparar suficientemente o aluno para ler,
escrever, interpretar e resolver problemas. (op.cit).
Em tempo, sabe-se que o conteúdo, o conhecimento, só adquire significado se
vinculado à necessidade real, capaz de fornecer instrumentais teóricos e práticos com
propósito na vida social do aluno. E, nessa perspectiva, não basta ter o olhar apenas
científico sobre o conteúdo escolar, ainda que numa postura crítica, é necessário
vivenciar e trabalhar o processo de seleção e organização, que são instrumentos de um
fazer educativo politicamente definido.

3.1. Organização do conteúdo e critérios básicos de seleção


Uma vez selecionados os conteúdos, é necessário organizá-los. Um dos critérios
para a organização dos conteúdos é a estrutura da própria matéria de ensino. Segundo
Bruner, a organização do conteúdo de cada matéria deve ser determinada pela
compreensão dos princípios básicos que dão estrutura à própria matéria. “Ensinar
tópicos ou habilidades específicas, sem tornar claro seu contexto na estrutura
fundamental mais ampla de um dado campo de conhecimento, é anti-econômico em
vários e profundos sentidos.
“Em primeiro lugar, esse ensino torna excessivamente difícil ao aluno
generalizar, a partir do que aprendeu, para o que vai encontrar depois.’’ “Em segundo
lugar, a aprendizagem que não consegue captar os princípios gerais é mal recompensada
em termos de estímulo intelectual.
O melhor meio de despertar interesse por um assunto é tornar valioso o seu
conhecimento, isto é, tornar o conhecimento adquirido utilizável na mente de quem o
adquiriu, em situações após aquela em que a aprendizagem ocorreu.
“Terceiro, o conhecimento adquirido por alguém, sem suficiente estrutura a que
se ligue, é um conhecimento fadado ao esquecimento. Um conjunto desconexo de fatos
não tem senão uma vida extremamente curta em nossa memória. Organizar os fatos em
termos de princípios e idéias, a partir dos quais possam ser inferidos, é o único meio
conhecido de reduzir a alta proporção de perda da memória humana.’’ (Bruner, 1971:
p.27-8.) Segundo Bruner, a experiência dos últimos anos ensinou-nos pelo menos uma
lição importante quanto à organização do conteúdo em relação à estrutura básica da
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matéria tratada: “a de que para a tarefa, devem-se mobilizar as melhores cabeças em


cada disciplina particular’’. (ibid., p. 17.)
O que se deve ensinar, por exemplo, de História do Brasil às crianças da escola
de primeiro grau, ou o que se lhes deve ensinar de aritmética, “é uma decisão que
poderá ser mais bem feita com a ajuda daqueles que possuem alto grau de visão e
competência em cada um desses campos’’. (ibid.. p. 17.)
O critério de organização do conteúdo baseado na estrutura da própria matéria
denomina-se critério lógico. A organização lógica é função do especialista.
Em contraposição à organização lógica temos a organização psicológica, que
consiste em basear-se no nível de desenvolvimento intelectual ou cognitivo do aluno. A
organização psicológica representa a disposição da matéria ou da lição na ordem em que
se realiza a experiência da criança.
“A marcha da criança, em sua educação, atravessa três fases distintas. Primeiro,
a criança aprende a fazer coisas. E a forma mais simples de seu contato com o meio.
Assim aprende a caminhar, a falar, a brincar, a fazer isso e aquilo. No mesmo passo, por
isso que se acha em contato com os outros, a criança aprende através das experiências
alheias, que lhe são comunicadas. Aprende por intermédio da informação. Essa
informação está, porém, articulada e presa a sua atividade geral, de sorte que ela a
absorve diretamente. E, por último, esses conhecimentos poderão ser enriquecidos e
aprofundados até receberem uma organização lógica, racionalizada e sistemática.”
(Teixeira, 1971).
A organização lógica, portanto, representa o último estágio de aperfeiçoamento.
A escola não pode desconhecer essa progressão e se atirar desde os primeiros tempos à
terceira fase. Ao contrário, a escola deve, a partir da experiência da criança, desenvolver
cronologicamente os diferentes passos da aquisição do conhecimento. Como os
primeiros níveis de desenvolvimento são mais concreto-manipulativos do que abstrato-
conceituais, os planos de ensino que se destinam às primeiras séries da escola do
primeiro grau deverão ser organizados sob a forma de sequências de atividades, e os
conhecimentos surgirão da própria atividade da criança. Suponhamos, por exemplo, a
seguinte sequência de atividades:
a) Confeccionar um mostruário de produtos agrícolas.
b) Colocar, sob cada produto, o preço atual.
c) Assinalar aqueles que são produzidos no seu município.
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Essas atividades, embora à primeira vista pareçam não ter nenhuma relação,
podem criar condições para o desenvolvimento de diversos conceitos. Vejamos alguns:
a) Alimentos mais importantes para a saúde.
b) Comercialização e noções de aritmética.
c) Identificação das atividades agrícolas do município. Nesse caso, como
podemos observar, as atividades adquirem um sentido para a organização dos
conteúdos. Não são apenas atividades isoladas sem um elo capaz de dar significado à
característica manipuladora da própria atividade infantil.
Num nível mais alto - nas últimas séries do primeiro grau - surge a necessidade
de organizar o conteúdo de uma forma mais complexa: o ensino passa a ser feito por
área de estudos. Nestas séries os conteúdos devem receber um tratamento mais
aprofundado na área que lhes concerne.
Obedecendo ao critério psicológico de organização do conteúdo, temos a
seguinte organização:
Séries iniciais do Ensino Fundamental Situações de experiência Predomínio de
Atividades situações concretas Orientação dirigida
do mais para o menos amplo
Séries finais do Ensino Fundamental Integração de conteúdos afins Equilíbrio
Áreas de estudo entre situações concretas e
conhecimentos sistemáticos Equilíbrio
entre situações de experiência e
conhecimentos sistemáticos
Ensino Médio Disciplinas Conhecimentos sistemáticos
Predominância de conhecimentos
Orientação dirigida do menos para o mais
específico.

Um dos pontos importantes do trabalho do professor é selecionar os conteúdos


de ensino que possibilitem preparar o aluno para as atividades práticas. Para isso ele
utilizará de fontes como programações oficiais que fixam o conteúdo de cada matéria,
os conteúdos básicos das ciências transformadas em matérias de ensino e as exigências
teóricas e práticas do mundo do trabalho e da participação democrática na sociedade. O
conteúdo a ser trabalhado num curso traz inerente a si um conjunto de valores pois não é
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apenas o conteúdo em si, mas tudo o que o envolve ao ser trabalhado, que é transmitido
e absorvido pelo aluno.
Pode-se dizer que é impossível trabalhar um conteúdo de forma neutra. São os
valores educacionais que levam o professor a selecionar ou enfatizar um conteúdo em
detrimento de outros. A participação do professor da matéria na seleção do conteúdo
fará com que ele se comprometa e entenda o porquê e o significado daquele assunto, o
que o levará a trabalhar de forma mais abrangente e significativa fazendo com que o
conteúdo contribua para a consecução dos objetivos.
Dará também ao professor mais segurança e tranquilidade para desenvolver esse
conteúdo com os alunos. A participação dos discentes na seleção dos conteúdos tem
sido através de avaliações da programação no final da disciplina, o que acarreta
modificações constantes visando a atender suas necessidades.
A aprovação da sociedade geradora da cultura é que faz um conteúdo ser valioso
e legítimo; por isso, além dos critérios psicopedagógicos é preciso considerar, na
seleção de um conteúdo, a idéia de homem e sociedade a que se serve. Entre os
fundamentos para selecionar conteúdos de ensino-aprendizagem estão as considerações
sobre as necessidades sociais, as forças dominantes e os valores historicamente
delineados, os sistemas de influência e mecanismos de decisão que consideram valiosos
uns conteúdos enquanto outros não. A determinação do que existe na cultura e que deve
ser conservado - retrospectiva, as respostas às necessidades atuais – perspectiva presente
e o modelo de sociedade que se quer construir – perspectiva de futuro, são fontes da
discussão curricular e seleção de conteúdos.
Pelo exposto vê-se que selecionar conteúdos não é tarefa simples, requer do
professor, além de vasto conhecimento, noção clara do tipo de homem e profissional
que sua disciplina ajuda a formar e a orientação de uma linha de pensamento ou
corrente pedagógica. A seleção dos conteúdos é um momento importante na elaboração
do plano de estudos. Vários métodos e critérios de seleção são propostos e, mesmo
assim, os critérios empíricos ainda estão presentes.
Os conteúdos selecionados e a forma como são trabalhados devem garantir a
consecução dos objetivos visados para a situação ensino-aprendizagem; devem também
estar relacionados com outros temas e disciplinas ligadas ao perfil; mostrar de maneira
clara o vínculo com a atividade do futuro profissional no contexto social e histórico
concreto permitindo ao aluno enfrentar criticamente essa realidade. Ao selecionar os
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conteúdos em função dos objetivos a trabalhar no curso, é de vital importância vinculá-


los com a profissão e seus aspectos éticos.
Não conceber uma programação rígida dos conteúdos mas trabalhá-los de
maneira flexível, considerando a conveniência de que os estudantes possam propor seus
interesses na inclusão de novos temas. Estimular no aluno o interesse pela profissão e
seus problemas, de modo que possam trazer para a sala de aula suas inquietações, tanto
técnicas e científicas como éticas acerca do mundo profissional para o qual se estão
formando desenvolvendo, assim, seu espírito crítico e sensibilidade social frente à
profissão. (Freire, 1986).
Selecionados os conteúdos surge a pergunta: como estruturá-los de forma
adequada? A seleção dos conteúdos leva ao primeiro desenho do Plano de Curso e eles
podem ser agrupados em uma disciplina isolada, ou numa unidade temática ou, ainda,
em módulos ou problema profissional. Os conteúdos básicos devem ser incluídos no
início da formação, os conteúdos humanistas, por seu caráter geral, podem ser incluídos
em qualquer momento da formação e os conteúdos da lógica da profissão devem
aparecer desde os primeiros.
Momentos da preparação profissional como forma de familiarizar o estudante com o
campo de trabalho em que irá atuar. “A seleção e organização de conteúdos não é tarefa
rápida ou fácil. Exige muito conhecimento do assunto e do grupo de alunos, além do
embasamento seguro em termos da estrutura da disciplina”. (Idem).
Segundo (Libâneo, 1991) a forma como os conteúdos são organizados e
apresentados aos alunos influi na sua motivação para a aprendizagem.
Cabe ao professor escolher a melhor ordem de trabalhar os conteúdos
favorecendo os processos mentais de conceituação, reflexão, análise e solução de
problemas. A estrutura lógica da matéria, as condições psicológicas para a
aprendizagem, as necessidades sócio-econômicas e culturais auxiliam o professor na
tarefa de selecionar conteúdos significativos para a aprendizagem dos seus alunos. A
esses critérios deve-se acrescentar a validade, flexibilidade, significação, possibilidade
de elaboração pessoal e utilidade do conteúdo. Selecionados os conteúdos eles precisam
ser organizados sequencialmente.
Vários autores apresentam propostas para essa organização e entre esses autores
está (Veiga, 1995) que sugere o mapeamento do conteúdo através da identificação dos
conceitos básicos, dos conceitos conectados aos básicos, dos princípios e
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generalizações, das teorias e fatos específicos. Selecionar e organizar conteúdos não é


apenas listá-los mas interrelacioná-los de forma orgânica e dinâmica.
Decroly, um dos representantes da Escola Nova, defende a idéia de que os
conteúdos de ensino devem ser organizados em blocos de acordo com os interesses e
necessidades dos alunos, eliminando a apresentação fracionada de conhecimentos e
substituindo-a por uma abordagem globalizada e integrada da realidade.
Uma outra forma de organizar os conteúdos é apresentada pela perspectiva da
inteligência artificial que sugere as estruturas hierárquicas, redes semânticas, blocos de
conhecimento sobre um objeto, sequência de fenômenos ou fatos, regras de produção e
representação de incertezas. Todas estas formas, porém, abrangem apenas a dimensão
cognitiva ou os conteúdos específicos, deixando de considerar a dimensão
procedimental e atitudinal, conteúdos não específicos; o conhecimento é tratado
parcialmente.
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4.1. Conclusão
Comeste trabalho, percebeu-se que para se selecionar conteúdos, recomenda-se:
partidos objetivos gerais do perfil e, a partir deles, determinar o papel que a disciplina
desempenha na formação profissional, identificar os conceitos e procedimentos gerais e
específicos da profissão que essa disciplina deve ajudar a formar; considerar outras
disciplinas com as quais a que está em questão se vincula e pode contribuir e o conjunto
de conhecimentos e procedimentos que requerem; e respeitar a lógica da própria ciência
que contém um corpo de conhecimentos e métodos concatenados logicamente.
Isto faz incluir conhecimentos e procedimentos que, embora não estejam ligados
diretamente ao perfil ou a outras disciplinas do plano de estudos, são necessários para a
compreensão de outros conteúdos ou para a cultura da disciplina.
Um ensino que vise à formação integral do aluno deve trabalhar com conteúdos
orientados para a profissão, conteúdos relativos à caracterização da condição humana e
conteúdos que forneçam os fundamentos teóricos das questões axiológicas e éticas.
Em todas as disciplinas se deve exercitar o pensamento crítico, analítico e
valorativo através do diálogo e dos princípios éticos que sustentam a sociedade. O
professor precisa planejar seu trabalho de modo que os conteúdos adquiram um sentido
moral para inserir o exercício da profissão no âmbito da realização moral e pessoal.
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5.1. Referências bibliográficas


Bruner, J S. (1971). O processo da educação. São Paulo, Nacional.
Freire, P. (1986). Shor, Ira. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. 5. ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra.
Libâneo, José Carlos. (1991). Didática. São Paulo: Cortez.
Veiga, I. (1995). Passos de Alencastro (Org.). Repensando a Didática. 10. ed.
Campinas:
Papirus.
Veiga, I. (1995) Passos de Alencastro (Org.). Técnicas de ensino: por que não? 3. ed.
Campinas, São Paulo: Papirus.
Teixeira, A. (1971). Pequena introdução à Filosofia da Educação. São Paulo, Nacional.

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