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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DAS POTENCIALIDADES

HUMANAS
Jequié – Pç. Cel. João Borges Edf. Multicenter S/ 1009 Centro Jequié - Ba
www.ideph.org.br (73) 3525-3383 / 9997-3314
jaironbatista@gmail.com

TÉCNICAS DE
HIPNOSE CLÍNICA
E PRÁTICA

CURSO RECONHECIDO PELA:


ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS TERAPEUTAS
SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA ALTERNATIVA

Pç. Cel. João Borges Edf. Multicenter S/ 1009 Centro Jequié-Ba


Cel. (73) 9997-3314
“Explorar o ser interior é a chave para o indivíduo
se conhecer.
Vai destrancar a porta para as causas dos
problemas de comportamento e personalidade, dos
distúrbios e doenças emocionais e de muitas outras
dificuldades pessoais que todos nós costumamos ter.
Quando conhecemos as razões e motivações
existentes por trás destas coisas, é mais fácil
solucionar ou superar os problemas e fazer as
mudanças que proporcionarão saúde, felicidade e
sucesso”. LeCRON

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Jairon Souza Batista

FORMAÇÃO:

 Bacharel em Filosofia Pela UCSal ( Universidade Católica de Salvador)


 Bacharel em Teologia Pela UCSal ( Universidade Católica de Salvador)
 Psicanalista Clínico pela SPOB – (Sociedade Psicanalista Ortodoxa do Brasil)
 Practitioner em PNL ( Sociedade Brasileira de PNL)
 Curso de Hipnose Pratica e Clinica – habilitado como Técnico em Hipnose
(Associação Exercício Clínico e Experimental da Hipnose Com Reconhecimento
da Academia Internacional de Hipnologia Clínica y Experimental Navarra -
ESPAÑA Prof. Fábio Puentes )
 CURSO DE FORMAÇÃO em HIPNOSE ERICKSONIANA COM
CERTIFICAÇÃO INTERNACIONAL - por Stephen Paul
Adler, Ph.D.
- Recognized by the American Society for Clinical Hypnosis and
- Certified by the American Board of Hypnotherapy
 Curso Básico de Hipnoterapia Ericksoniana – Centro de Estudos de
Hipnoterapia (Drª Sofia Bauer - Belo Horizonte - MG)
 Técnicas de Hipnose Avançada – Sociedade Brasileira de Hipnose Clássica ( Dr.
Luiz Carlos Mota - Ribeirão Preto - SP)
 Técnica de Regressão e Linha do Tempo (PNL) Sociedade Brasileira de Hipnose
Clássica ( Ribeirão Preto - SP)
 Psicoterapia Breve – Dr. Francisco Batista - Santa casa da Misericórdia do Rio
de Janeiro / julho de 2002
 Conferência de Parapsicologia Cientifica ( Centro Latino- América de
Parapsicologia) – Novembro de 1997
 Curso de Parapsicologia e Religião ( CLAP – Centro Latino-Americano de
Parapsicologia) – Pe. Quevedo - Julho 2005
 Workshop - Hipnose na Dor (Prof. Gelson Crespo da Silva – Soc. Hipnose
Médica do Rio de Janeiro) / Janeiro de 2003
 Participou da XI Jornada de Hipnologia Científica – SOHIPAR (Sociedade de
Hipnologia do Paraná) dezembro de 2004
 Curso Base de ADI ( Abordagem Direta do Inconsciente) em Montes Claros –
MG, com Renate Jost de Moraes

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 Curso de Didata Pela SPOCB (Sociedade Psicanalítica de Orientação
Contemporânea Brasileira)
 Curso de Técnicas de Memorização graduado como LIDER Em Memória
Treinada pela DYNAMIC SYSTEMS ( Drª. Agda Correia Silva) Março de 1992
 Curso de Leitura Dinâmica, graduado como LIDER MOTIVADOR pela
DYNAMIC SYSTEMS ( Drª. Agda Correia Silva) Novembro de 1992
 Curso de EXPRESSÃO VERBAL NA COMUNICAÇÃO MODERNA Pela
UCSal ( Universidade Católica de Salvador) agosto de 1994

ATIVIDADES:

 Diretor Presidente do IDEPH ( Instituto de Desenvolvimento das


Potencialidades Humanas)
 Membro fundador da SPOCB (Sociedade Psicanalítica de Orientação
Contemporânea Brasileira ) CNP - Nº 2504039/Ba
 Vice Diretor do Departamento de Relações éticas Profissionais da
SPOCB (Sociedade Psicanalítica de Orientação Contemporânea
 Delegado da ANT/Ba - Associação Nacional dos Terapeutas /
Sociedade Brasileira de Medicina Alternativa – habilitado em:
Hipnose Clinica e Hipnose Ericksoniana CNT- Nº 7404/Ba
 Membro da Sociedade Brasileira de Hipnose e Hipniatria Clássica,
Hipnose Dinâmica com Comunicação não Verbal, Hipnose Rápida,
Letargia e Auto-Hipnose. Nº 0104
 Coordenador da SPOCB com turma de formação em Jequié
 Professor Titular da cadeira de Hipnose da SPOCB
 É Presidente do Conselho de Comunidade para Assuntos Penais da
Comarca de Jequié
 É Sacerdote Católico e atua como Pároco da Paróquia de Cristo Rei
em Jequié – Bahia
 Atua como Psicanalista Clinico / Didata e Hipnotarapeuta

CONSULTÓRIO
Endereço Praça Coronel João Borges S/N Edf. Multicenter Salas
1008/1009 – Centro
Cidade: Jequié – Bahia
Telefone: ( 73) 9997-3314 / 3252-3383
E-mail: jaironbatista@gmail.com

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AGRADECIMENTOS:

Ao Deus da vida que um dia encontrei e por Ele fui hipnotizado me


deixando em um estado de transe permanente.

Aos meus Genitores im memória: Floriano e Tereza

A alguém que diante de uma síndrome de abstinência me levou a


debruçar-me na hipnose.

A todos que em algum momento participaram das sessões de


hipnose, pois sem eles não teria desenvolvido a prática da hipnose.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO...................................................................................01
HISTÓRIA DA HIPNOSE.....................................................................02
MITOS.............................................................................................22
CONCEITUAÇÃO................................................................................25
A TERAPÊUTICA HIPNÓTICA...............................................................26
HIPNOTERAPIA.................................................................................26
HIPNOÁNALISE.................................................................................27
HIPNIATRIA.....................................................................................27
HIPNODONTIA..................................................................................27
HIPÓTESE E TEORIA A CERCA DO FUNCIONAMENTO DA HIPNOSE..........28
O CEREBRO HIPNOTIZADO.................................................................28
HIPNOSE NA VIDA DIARIA.................................................................31
CONTRA INDICAÇÃO DA HIPNOSE......................................................33
COSTELAÇÃO HIPNÓTICA..................................................................33
FENOMENOLOGIA DOS ESTADOS HIPNÓTICOS.....................................34
 RELACIONADOS A MEMÓRIA....................................................34
 IDEOSENSORIEDADE..............................................................35
 RACIOCÍNIOS SOBRE O FUTURO..............................................36
 CONGNIÇÃO...........................................................................36
 NOÇÃO DE TEMPO..................................................................36
COMO SE DESENVOLVE OS PROCESSOS MENTAIS................................37
ESTÁGIOS DA HIPNOSE.....................................................................42
ALGUMAS REGRAS PARA AÇÃO HIPNÓTICA..........................................43
 REPETIÇÃO............................................................................43
 MONOTÔNIA..........................................................................43
TESTE DE SUGESTIONABILIDADE.......................................................44
EXECUTANDO TESTES DE SUGESTIONABILIDADE.................................44
 TESTE DAS MÃOS...................................................................45
 TESTE DA OSCILAÇÃO.............................................................45
 PENDULO DE CHEVEREUL........................................................46
 TESTE SENSORIAIS.................................................................46
 TESTE OLFATIVO.....................................................................46
 TESTE TÉRMICO.....................................................................46
MÉTODOS SUBJETIVOS DE INDUÇÃO HIPNÓTICA.................................47
MÉTODO DE BERNHEIM.....................................................................47
MÉTODO DE MOSS............................................................................48
MÉTODO DA ESTRELA.......................................................................49
ENTRANDO EM TRANSE HIPNOIDAL LEVE PRÓPRIO P/ HINOTERAPIA......50
MÉTODO DE BRAID...........................................................................51
MÉTODO DE INDUÇÃO (VARIANTE DE BRAID)......................................51
MÉTODO DO OLHAR FIXO NUM PONTO................................................51
MÉTODO DO PESTANEJAMENTO SINCRÔNICO......................................52
MÉTODO DE AUTO-VISUALIZAÇÃO......................................................52
MÉTODO DE ERICKSON E WOLBERG...................................................52
M. DA INTERRUPÇÃO PADRÕES ESTABELECIDOS E AUTOMATIZADOS.....53
MÉTODO DO BALÃO..........................................................................53
MÉTODO DA AUTOSCOPIA.................................................................54
MÉTODO DE HIPNOSE RAPIDA............................................................54
MÉTODO DE MILTO ERICKSON............................................................54
MÉTODO DA LETARGIA......................................................................55
M. RESULTANTE DA ASSOCIAÇÃO DE VÁRIOS MÉTODOS.......................55
HIPNOTERAPIA ERICKSONIANA..........................................................56
A TERAPIA ESTRATÉGICA DE ERICKSON..............................................57
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INDUÇÃO DE RELAXAMENTO PROGRESSIVO........................................60
INDUÇÃO DA RESPIRAÇÃO.................................................................62
INDUÇÃO DE UM LUGAR AGRADÁVEL..................................................63
INDUÇÃO DA LEVITAÇÃO DAS MÃOS...................................................64
INDUÇÃO DA CONFUSÃO MENTAL.......................................................67

TÉCNICA DOS ESTADOS DE EGO........................................................69


UMA NOTA SOBRE SUGESTÃO PÓS-HIPNÓTICA....................................71
TEC. DE BORBADEAMENTO DE CRASILNECK........................................72
 1ª FASE: RELAXAMENTO PROGRESSIVO....................................73
 2ª FASE: DESLOCAMENTO.......................................................74
 3ª FASE: SUBMODALIDADE DA DOR..........................................74
 4ª FASE: ANESTESIA DE LUVA..................................................75
 5ª FASE: REGRESSÃO DE IDADE..............................................75
 6ª FASE: AUTO-ANÁLISE..........................................................76
IMAGENS.........................................................................................77
O QUE É TERAPIA MENTE E CORPO?....................................................78
 PORQUE O CORPO SOFRE........................................................78
 QUAL A AÇÃO NEUROFISIOLÓGICA EM UM ESTRESSADO?...........78
O QUE É TREINAMENTO AUTÓGENO?..................................................79
O CURSO NORMAL DO TREINAMENTO AUTÓGENO................................79
A RESPIRAÇÃO.................................................................................80
EXERCICIO PRATICO- TÉC. DE RELAXAMENTO PROGRESIVO DE SHULTZ.
80 VIÉIS E FRAGMENTOS DA HIPNOSE NAS OBRAS DE FREUD...............85
A HIPNOSE E A IGREJA CATÓLICA.......................................................89
FICHA CLÍNICA DE ANAMNESE...........................................................90
BIBLIOGRAFIA..................................................................................92

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INTRODUÇÃO

Com certeza vocês ficaram


hipnotizados espontaneamente
centenas ou milhares de vezes
L.M Lê Cron, L
´auto-hipnose

Considerando a redescoberta e importância da Hipnose como recurso auxiliar nas


terapias e objetivando o aprimoramento profissional o IDEPH ( Instituto de
Desenvolvimento das Potencialidades Humanas), promove este curso de
Hipnose.

O Curso tem como objetivo mostrar o que é a hipnose a partir de sua evolução
histórica e suas diversas teorias que analisam este fenômeno, desde sua origem
até a contemporaneidade, bem como capacitar os participantes para o emprego
de técnicas rápidas e modernas de hipnose, visando melhorar o seu desempenho
profissional, e possibilitando ao paciente uma melhora, rápida da sua patologia.

O presente material é parte do curso de hipnose Prática e Clinica promovido pelo


IDEPH.
Algumas das induções aqui apresentadas são chamadas induções clássicas,
portanto me servirei muito de Karl Weissmann, grande hipnostista de palco e de
gabinete da década de 50, que em seu Livro O Hipnotismo, recapitula os textos e
métodos clássicos das induções hipnóticas.

Ao participante deste, não é suficiente apenas ter assistido o curso e ter feito uma
leitura desta apostila para se tornar um grande hipnólogo, pois se assim o fosse,
o cristão assistiria a missa ( ou culto), lia a Bíblia e já estava no céu, mas é
preciso complementar seu cabedal com outras leituras, e mais do que nunca, é
absolutamente essencial que aproveite cada oportunidade que se lhe depare, a fim
de realizar cotidianamente uma ou mais experiências deste gênero. Aviso também
que deve tornar-se perito em cada experiência antes de passar as outras.

O Hipnotismo é uma arte. É a arte de convencer. Hipnotizar é convencer e


convencer é sugestionar. Só sugestiona quem convence e só quem convence
hipnotiza. Quanto a mim sou apenas um hipnotizador, o que apresento aqui é
apenas uma sugestão, caso queira, poderá desfrutar desta indução. Acredito eu,
que após este curso sua visão em relação ao ser humano não será a mesma.
Lembro, ainda de um ditado popular que diz: “cada cabeça é um mundo”, ou
seja, se permitir-nos poderemos ao menos contribuir para um mundo melhor.

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Jairon Batista

HISTÓRIA DA HIPNOSE

A história da hipnose, na realidade, iniciou-se antes da existência de qualquer


relato escrito da história humana. Nas cerimônias religiosas e de cura de todos os
povos primitivos que já habitaram este planeta existem elementos essenciais para
induzir seus participantes em transe hipnótico. Assume-se, portanto, pelo estudo
das cerimônias de povos primitivos ainda existentes na África, na Austrália e em
outros lugares, que, mesmo antes da história começar a ser gravada, as induções
eram realizadas através de cantos rítmicos, batidas monótonas de tambores,
juntamente com o olhar fixo dos olhos acompanhado de catalepsia do resto do
corpo.
Também nos achados da Antigüidade, existem textos, com mais de 4.500 a.C.,
nos relatando como os sacerdotes da Mesopotâmia, usavam o Transe - "um
estado diferenciado da consciência usual" - para realizar diagnóstico objetivando
curas. Os Antigos egípcios a 2000 a.C., já utilizavam empiricamente
encantamentos, amuletos, imposição de mãos, sem se darem conta da
imaginação e sugestão envolvidas nesses procedimentos.
Historicamente, os primeiros registros de práticas hipnóticas, remontam a 2400
a.C., na Índia e na Caldéia. Podemos identificá-las, também, na Pérsia, Babilônia,
Assíria, Suméria, Egito, Grécia, Roma, nos antigos Hebreus, nos Deltas.
Nas cerimônias primitivas tinham como ponto essencial o foco central da
atenção, com áreas neurológicas vizinhas de inibição, sendo estes dois fatores
responsáveis por 95% da indução do transe hipnótico. Na realidade é sem
importância que estas cerimônias sejam chamadas de religiosas, curandeirismo
ou uma combinação de ambas. O fato é que o estado de transe existia e seu
caráter era hipnótico, apesar de que a palavra "hipnose" jamais fora aplicada a ele
antes de Braid cunhar o termo em 1842.
Todos aqueles que viajam através do mundo estão familiarizados com hindus,
faquires, iogues, encantadores de serpentes, e adeptos da Magia no ocidente que
induzem em si e em outros, estados catalépticos através da fixação dos olhos e
de outras técnicas de mesmerismo, capazes de realizar proezas físicas e de
eliminar a dor.

Séc. XXX aC. – Egito


Os sacerdotes induziam um certo tipo de estado hipnótico.

Séc. XVIII aC. – China


Induzia-se um certo tipo de transe hipnótico para se buscar a aproximação
entre os pacientes e seus antepassados.

Mitologia Grega

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Asclépios aprendeu com Centauro Quíron um tipo de sono especial que
curava as pessoas.

Séc. XI - Avicena (980-1037)


Sábio filósofo e médico iraniano acreditava que a imaginação era capaz de
enfermar e de curar pessoas.
"A imaginação pode fascinar e modificar o corpo de um homem, tornando-o
doente ou restaurando-lhe a saúde".

Séc. XVI (1493-1541)


Philippe Bombast Von Hohenheim (Paracelsus) era médico e filosofo suíço,
viveu de 1493 a 1541, e considerava que todos os seres humanos estavam sobre a
ação do influxo sideromagnético dos astros. Para ele, considerado o pai da
medicina hermética, o corpo humano se comportava como um verdadeiro íma,
que podia atrair o fluxo dos astros e absorvêlo, bem como assimilar ou eliminar
os elementos terrestres.
O pólo norte do corpo humano corresponderia aos pés e o pólo sul aos genitais.
Ele empregava minerais magnéticos para o tratamento das doenças e relatava
várias curas. Em virtude das suas idéias Paracelso foi perseguido, tendo que ir de
uma cidade para outra.(Marlus, p. 9)

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Séc. XVIII
Padre Gassner

É irônico o fato de que a história moderna da hipnose inicie-se não com um


médico, mas com um membro do clero, um padre católico que viveu em
Klosters. O Padre Gassner defendia a tese de que, de acordo com as crenças da
época, os pacientes doentes estavam possuídos por demônios, que deviam ser
banidos, antes que o paciente pudesse novamente gozar de boa saúde. Gassner
obteve o consentimento da Igreja para suas ações através da afirmação de que
Deus estava agindo através dele para expulsar os demônios que estavam
possuindo seus infelizes pacientes.
Diferentemente de outros homens de sua época, o Padre Gassner não fazia
segredos de seus métodos, e freqüentemente permitia que médicos observassem-
no administrando seu tratamento. Os médicos que se apresentavam para observá-
lo em ação eram conduzidos a uma sala parecida com um pequeno teatro onde se
acomodavam, e então o paciente era posicionado numa espécie de palco no
centro desta sala para esperar pelo Padre Gassner. Com o objetivo de melhorar
ainda mais o espetáculo, no ‘timing’ de sua entrada, Gassner caminhava até a
plataforma através de um longo promontório negro, segurando um grande
crucifixo de "ouro" com a mão estendida ao alto. O paciente era de antemão
avisado que quando o Padre Gassner o tocasse com o crucifixo, ele prontamente
cairia ao chão e permaneceria ali esperando novas instruções. Os pacientes de
Gassner eram instruídos a "morrer" enquanto jaziam prostrados ao chão, e que
durante este período de "morte" Gassner expulsaria os demônios de seus corpos,
devolvendo-lhes a vida normal novamente. (Esta idéia de renascimento permeia
tanto a hipnose quanto a religião, inclusive suas formas mais primitivas.
Depois que algum médico examinava o paciente, não sentindo seu pulso, não
ouvindo as batidas do coração e dando-o como morto, o Padre Gassner ordenava
que o demônio partisse e, logo após, o paciente ‘ressuscitava’ e se levantava
completamente curado. É dito que Mesmer assistiu várias performances do Padre
Gassner por volta de 1770, sendo depois responsável pela introdução do
fenômeno na prática médica.

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Séc. XVIII – Franz Anton Mesmer (1734-1815)
Inaugurou a fase científica da hipnose. O início da história formal da
hipnose se deu em 1765 com os trabalhos de Mesmer com seu magnetismo
animal...

Franz Anton Mesmer, filho de um guarda florestal, nasceu em 23 de maio de


1734, em Iznang, no Lago Constance, Alemanha. Ele estudou nas Universidades
de Dillingen e Ingolstadt, na Áustria, onde recebeu seu Ph.D., estudando Direito
posteriormente. Recebeu seu grau de Doutor em Medicina no ano de 1766,
depois de apresentar um artigo com o título de 'De Planetarum Influx' (Sobre a
Influência dos Planetas). Dois anos depois de sua graduação, Mesmer casou-se
com a rica viúva de um Tenente-Coronel do exército, de nome Marie Anna Von
Posch, em 10 de janeiro de 1768. Incapaz de aceitar a hipótese do Padre Gassner
de que os pacientes eram possuídos por demônios, Mesmer acreditava que de
alguma maneira o crucifixo de metal empunhado por Gassner fosse talvez o
responsável pela magnetização do paciente; então desenvolveu suas idéias e
explicou os resultados na teoria do magnetismo animal, testada pela primeira vez
em 1773, em uma jovem de 28 anos, Franziska Osterlin, que por acaso se casou
com Fredrich Von Posch, enteado de Mesmer. Mesmer publicou seu primeiro
relato da cura magnética em 1775, sob o título de Schreiben Uber die
Magnetiker. Apesar de sua fama continuar a se espalhar, ele foi forçado a deixar
Viena após o famoso caso Paradis, no qual o Dr. Von Stoerck e o Dr. Barth foram
seus oponentes. Em 1777, Maria Theresa Paradis, uma jovem pianista cega, e
favorita da Imperatriz da Áustria, que recuperou sua visão depois de ser tratada
por Mesmer, apesar do fato de ter estado por dez anos sob os cuidados do maior
especialista em olhos da Europa, o Dr. Von Stoerck, sem qualquer melhora.
Influenciada por médicos ciumentos, a mãe da criança afastou-a dos cuidados de
Mesmer antes da cura estar completa. Numa cena de emocionalismo, a mãe deu
um tapa no rosto da criança por ela não querer deixar a clínica do Dr. Mesmer,
fazendo com que a cegueira histérica se reafirmasse.
No entanto, a influência de Mesmer ainda era grande o bastante para garantir
uma recomendação do Ministro do Exterior austríaco à Embaixada Imperial em
Paris, para onde se mudou em fevereiro de 1778. Ele fundou uma clínica com

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D'Eslon, na Place Vendôme, e publicou seu famoso livro em 1779, Mémoire Sur
La Découverte Du Magnetisme Animal.
Em 1784, o governo francês investigou Mesmer, declarando-o um farsante.
Entretanto, Benjamin Franklin, que era membro do comitê de investigação,
escreveu o relatório da minoria, que afirmava que o fenômeno era digno de
maiores considerações. Outros membros da comissão eram Jussieu, famoso por
sua ligação com os Twilleries; Guillotin, o inventor da guilhotina, que leva seu
nome; e Lavoisier, o famoso químico francês cujo nome ainda é familiar aos
americanos como o nome de uma marca de antisséptico bucal!

A descrição fascinante de Esdaile a respeito da investigação afirma que ele


acreditava que o veredito era justo o bastante, considerando a natureza das provas
apresentadas aos membros da comissão. Ele continua afirmando: “...mas
entretanto, (tal é a falibilidade humana), neste caso, summum jus também era
summa injuria; a verdade foi sacrificada à falsidade, como penso que se tornará
claro de uma rápida análise dos procedimentos. Este provavelmente não será
tempo perdido, pois tenho ouvido cavalheiros inteligentes dizerem que o relato
dos filósofos franceses ainda decidiam suas opiniões.
Eles tinham uma série de axiomas sobre o Mesmerismo que lhes foram
apresentados, cuja verdade eles examinariam e a eficácia de certos processos
deveria ser provada para sua satisfação através de experimento.
O objetivo dos Mesmeristas parece ter sido tentar convencer a comissão de que
Mesmer possuía um segredo digno de ser aprendido, e ao mesmo tempo
continuar a guardá-lo para si ocultando sua extrema simplicidade sob o manto de
um complicado mecanismo e vários tipos de teatralismos. D'Eslon, aluno de
Mesmer, propôs suas leis do Magnetismo Animal desta forma:
I. O magnetismo Animal é um fluído universal, constituindo um polônio
absoluto na natureza, e o meio de toda influência mútua entre os corpos celestes,
e entre a terra e os corpos animais. Esta é uma afirmação muito exagerada.
II. É o fluído mais sutil na natureza, capaz de fluxo e de refluxo, e de
receber, propagar, e dar continuidade a todas as formas de movimento.
III. O corpo animal está sujeito às influências deste fluído através dos nervos,
que são imediatamente afetados por ele. Não vemos outra maneira no presente.
IV. O corpo humano possui pólos e outras propriedades, análogas ao ímã. A
primeira proposição jamais foi provada, e admite tudo como sendo correto; e na
segunda existe apenas probabilidade.
V.A ação e a virtude do magnetismo animal pode ser transmitida de um corpo
a outro, quer animado ou inanimado. Isto está correto, no que diz respeito às
relações entre corpos animados; e estes podem também impregnar substâncias
inanimadas.
VI. Opera a uma grande distância, sem a intervenção de qualquer pessoa.
Verdadeiro.
VII. É aumentado e refletido por espelhos, transmitido, propagado e aumentado
pelo som, e pode ser acumulado, concentrado, e transportado.
VIII. Não obstante a universalidade deste fluído, todos os corpos animais não
são afetados por ele; por outro lado existem alguns, apesar de que pequeno em
número, cuja presença, destrói todos os efeitos do magnetismo animal. A
primeira parte está correta, a última não é improvável.
IX. Por meio deste fluído, doenças nervosas são curadas imediatamente, e outras

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medialmente; e suas virtudes, de fato, estendem-se à cura universal e a
preservação da Verdade da humanidade, a um grau tão elevado, que ainda não
sabemos o quão longe poderá ir.
Surpreende o fato de que a comissão desdenhosamente recusou tamanha
quantidade de asserções absolutas e de teorias insustentáveis, com certeza
temperadas com verdade, porém tão diluídas e obscurecidas a ponto de se
tornarem irreconhecíveis? Como uma testemunha de Bengala, D'Eslon não se
contentou em simplesmente dizer a verdade, mas acrescentou por conta própria
tantas invenções corroboradoras a ponto de ninguém saber em que acreditar, e o
caso foi encerrado como indigno de posterior investigação. Ele arruinou a si e a
sua causa também, (talvez por ignorância) ao carregar a verdade com um pacote
de maquinarias espalhafatosas, através das quais esperava que o poder da
natureza penetrasse. Mas a Natureza, como um camelo sobrecarregado, virou-se
contra seu condutor, jogando a si e sua parafernália de plataformas magnéticas,
bastões e cordas condutoras, pianos, árvores e baldes magnetizados, na lama; e a
verdade retirou-se em desgosto para o fundo de seu poço, para lá permanecer até
que homens mais honestos pudessem novamente extraí-la para surpreender e
beneficiar o mundo.
Até onde concerne minha observação, tudo o que é necessário para o sucesso, se
as partes estiverem na relação do agente e do sujeito, é a obediência passiva do
paciente e uma atenção e paciência sustentada por parte do operador. O processo
sendo natural, quanto mais as partes estiverem num estado natural, melhor: os
corpos de meus pacientes estando despidos, e suas cabeças geralmente raspadas,
provavelmente não é de pouca conseqüência nos procedimentos…"
Existem algumas asserções muito importantes neste excerto do livro de Esdaile.
Em primeiro lugar, ele certamente salienta claramente a razão por que a comissão
rejeitou o fenômeno como sendo indigno de posteriores investigações.
Segundo: ele também ilustra a questão de forma dupla através do acréscimo de
um número de suas próprias concepções erradas, concepções estas que no entanto
eram aceitas como verdadeiras em sua época, no que diz respeito à prática
médica. Terceiro: ele sumariza uma teoria realmente astuta e brilhante em apenas
uma sentença: ‘Até onde concerne minha observação, tudo o que é necessário
para o sucesso, se as partes estiverem na relação do agente e do sujeito, é a
obediência passiva do paciente e uma atenção e paciência sustentada por parte do
operador.’ Quarto: ele faz uma observação que poderia servir para outros
experimentos: O processo sendo natural, quanto mais as partes estejam num
estado natural, melhor. Isto poderia ser conseguido de uma forma melhor por
outros meios que não a mera nudez, apesar de que, talvez, possivelmente o fato
de estar nu, o indivíduo psicologicamente está "sem defesa", ou mais "submisso".
Meu método favorito de indução é levar o paciente com todos os seus sentidos
para uma viagem a uma área de floresta primitiva, cheia de paz e quieta, tranqüila
e calma, onde a concentração e o relaxamento são maiores. Os espíritos da
obediência passiva, bem como da viagem à vastidão da natureza para buscar
comunhão com Deus, fazem parte de toda grande religião do mundo.
O acima já é o suficiente no que tange ao relatório da comissão que teve como
seu principal efeito a denúncia de Mesmer, seus métodos e suas teorias, apesar de
que suas teorias estavam, na realidade, sendo mais julgadas do que seus métodos.
Depois de ser denunciado em Paris, a popularidade de Mesmer rapidamente
diminuiu, e então ele viajou para a Inglaterra, Itália e Alemanha, retornando para

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uma rápida visita a Paris antes do início da revolução. Ele então estabeleceu-se
em Frauenfeld, na Suíça, até o verão de 1814, quando mudou-se para Morsburg,
onde faleceu no dia 5 de março de 1815.
Não é de conhecimento geral, mas no entanto verdadeiro, que Mesmer e seu filho
publicaram trabalhos sobre o magnetismo animal, e até mesmo hoje cópias
destas obras completas podem ser obtidas.
Quando os pacientes de Mesmer eram colocados em banheiras cheias de água e
de limalhas de ferro das quais sobressaíam-se varas maiores de ferro, Mesmer
sugeria a eles que, quando os tocasse com seu bastão magnético, eles se
tornariam magnetizados e eventualmente entrariam num estado de "crise" do
qual sairiam curados. Seus pacientes invariavelmente se curavam e Mesmer
considerava a crise uma necessidade absoluta para a cura. Mesmer era uma figura
muito imponente com seus longos robes, segurando seu bastão magnético e
passando de quarto em quarto em sua clínica. Seus métodos de magnetismo,
portanto, permaneceram inqüestionados e seu discípulo e aluno de boa fé, o
Marquês de Puysegur, colocava pacientes em um transe que chamava de
sonambulismo artificial, no qual os pacientes não entravam num estado de crise,
mas num estado de calmo relaxamento. (O Marquês havia se esquecido de
sugerir de antemão aos seus pacientes que eles experimentariam um ‘ataque’!)

Marquês de Puysegur

Discípulo de Mesmer (Armand Marie Jacques de Chastenet) conhecido como


Marquês de Puysegur, tratando separadamente um paciente de 23 anos de idade
de nome Victor Race, em 1784, observou que ao invés de o mesmo apresentar
convulsões como ocorria com os pacientes de Mesmer, ele dormia
tranqüilamente e durante esse sono podia falara, responder ordens, e após ser
acordado não lembrava de nada. Então denominou esse estado de sonabulismo
artificial por analogia ao sonambulismo do sono fisiológico. Foi responsável
pela descrição das três características fundamentais da Hipnose: 1) concentração
dos sentidos no operador, 2) aceitação das sugestões sem questionamento, e 3)
amnésia em relação a acontecimentos em transe.

Séc. XVIII (1756-1819) José Custódio de Faria.


Sacerdote português, nascido em Condolim de Bardez (Goa), Ídia Portuguesa,
chegou em Paris por volta de 1813, e considerava que não podia haver influência
de um “fluido” nas experiência do marquês de Puységur. Para o abade Faria era a

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vontade do paciente que conduzia ao que chamava de “sono lúcido”. Faria foi o
primeiro a afirmar que a vontade receptiva do paciente e o rapport entre o
paciente e o magnetizador determinava a formação do processo de cura. No
entanto, a popularidade de Mesmer estava tão bem estabelecida que a hipótese de
Faria foi logo esquecida.
O Dr. Wolfart, a pedido do governo da Prússia, viajou de Berlim para Frauenfeld
em 1812, para investigar Mesmer e para aprender tudo o que o que fosse capaz a
respeito do magnetismo animal, trazendo posteriormente este conhecimento para
a Universidade de Berlin. No mesmo período, Koreff já estava em Paris numa
missão semelhante. O Mesmerismo espalhou-se rapidamente através da Europa,
incluindo a Suíça, a Itália e até mesmo os países Escandinavos. Isto produziu
muitos especialistas, incluindo Eschenmayer, Kerner, Lallemant, Schelling,
Passavant, Kluge, Pace, Ostermeyer, Pfaff, Pezold, Selle, Bartels e muitos outros.

Séc. XVIII (1795-1843) James Braid

Nascido em Fifeshire na Escócia, adepto do ocultismo, médico oftomologista e


cirurgião de Manchester, Inglaterra, apareceram os primeiros conceitos
científicos sobre o hipnotismo. No dia 13 de novembro de 1841, um
magnetizador francês chamado La Fontaine, que demonstrou o Mesmerismo,
introduziu James Braid pela primeira vez ao Mesmerismo (teoria baseada no
magnetismo animal) e aos experimentos mesméricos numa reunião acontecida
naquele dia. Uma descrição completa desta reunião pode ser encontrada por
escrito juntamente com uma história detalhada da atividade de Braid, no livro de
Bramwell, Hypnotism, Its History, Practice and Theory. Seis dias depois assistiu
novamente e, o fato do indivíduo não poder abrir as pálpebras lhe chamou
atenção. Braind achou que ali estava as causas dos fenômenos, e ao voltar para
casa fez experiências com a sua esposa, um amigo e um criado. Pediu para que
olhasse fixamente um determinado ponto brilhante até que seus olhos
entregassem extenuados ao reposo. A partir desse momento teve em suas mãos
essas pessoas “magnetizadas”. As primeiras conclusões de James Braind foram:

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a) O fenômeno do mesmerismo era puramente subjetivo e não dependia de
qualquer poder mágico, de nenhuma influência astral, de qualquer fluido mineral
ou animal, nem sequer de qualquer influencia da pessoa do operador;
b) esses fenômenos deviam-se exclusivamente à natureza física, mecânica e
funcional, produzindo alterações nos órgãos dos sentidos, especialmente na
visão, levando a um esgotamento do centro visual pela estimulação continuada e
monótona;
c) introduziu o método de indução da fixação do olhar, que ainda hoje pode sesr
utilizado, com ou sem modificações.
James Braid é mais conhecido pelo fato de ter renomeado o Mesmerismo para
"Hipnotismo", em 1842, com base na palavra grega "Hypnos", que significa
"sono", e por ter se oferecido a apresentar um documento a seu respeito numa
reunião da British Medical Association, em Manchester, que recusou. Apesar
disso, ao contrário de Mesmer, ele manteve uma boa reputação profissional em
sua comunidade durante toda sua vida, e não apenas ficou conhecido como um
excelente hipnotista, mas também como foi amplamente aclamado por suas
cirurgias de pé plano (chato) e outras deformidades. No final de sua vida, Braid
concluiu que o hipnotismo não era um verdadeiro sono, mas uma concentração
da mente, e tentou mudar o nome para monoideísmo. Mas, na época, "Hipnose" e
"Hipnotismo" já eram palavras bem enraizadas em todas as línguas da Europa,
abandonando por fim este esforço de mudar o nome.
Ele cultivou a prática e o interesse no hipnotismo durante toda sua vida,
escrevendo vários documentos e monografias sobre o assunto. Apesar de Braid
ser mais conhecido por ter renomeado a arte de Mesmer para hipnotismo, ele
também foi responsável por várias idéias que ainda persistem até o presente.

Estas são como descritas a seguir:


1: Que a hipnose é uma ferramenta poderosa que deveria ser limitada somente
aos profissionais da medicina e da odontologia.
2: Que apesar de ter o hipnotismo sido capaz de curar muitas doenças para as
quais antes não havia remédio, não era, no entanto, uma panacéia, mas era apenas
uma ferramenta médica que deveria ser usada em combinação com outras
informações médicas, drogas, remédios, etc., para apropriadamente tratar os
pacientes.
3: Que em mãos qualificadas não há grande perigo associado ao tratamento com
a hipnose, nem sequer dor ou desconforto.
4: Que muitos estudos e pesquisas seriam necessários para compreendermos por
completo vários conceitos teóricos a respeito da hipnose.
Estes enunciados filosóficos eram extremamente sólidos, especialmente para um
médico que viveu no século XIX e que possuía conhecimentos limitados,
disponíveis naquela época. O fato de que estes conceitos permaneceram
virtualmente imutáveis até hoje demonstra, claramente, o brilhantismo deste
grande médico e hipnotista de Manchester.

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John Elliotson

Tal como Braid, Elliotson graduou-se em medicina em Edinburgo, mas continuou


seus estudos no continente e em Cambridge e no Sir Guy's Hospita. Ele nasceu
em 1791 e morreu no dia 29 de julho de 1868, após uma longa doença, na casa de
seu amigo, o Dr. Symes, um aluno formal. Assim como Braid, Elliotson foi um
brilhante médico, palestrante e Professor de Medicina. A fama de Elliotson,
entretanto, até mesmo excedeu a de seu predecessor, o Dr. Braid, pois Elliotson
chegou ao topo da vida acadêmica de Professorado em Medicina na Universidade
de Londres. Ele também foi nomeado Presidente da Royal Medical and Surgical
Society, e foi um dos fundadores do University College Hospital, em Londres.
Ele introduziu o estetoscópio na Inglaterra, juntamente com os métodos de se
examinar o coração e os pulmões da forma que são utilizados até hoje. Uma
história completa de sua vida aparece também no livro de Bramwell.
Elliotson é mais conhecido pelo fato de ter estabelecido o primeiro periódico a
tratar do hipnotismo, em 1846. Esta revista tinha o título de ‘The Zoist’, e cópias
completas de seus números ainda podem ser obtidas através de algumas fontes.
Ele foi expulso do University College Hospital por ter escolhido a hipnose como
o assunto do discurso Harveiano de 1846. Neste discurso, Elliotson citou esta
passagem memorável das obras de Harvey: "Os verdadeiros filósofos,
compelidos pelo amor à verdade e à sabedoria, nunca se imaginam tão sábios e
cheios de si a ponto de não se renderem à verdade, de qualquer fonte e a qualquer
tempo; nem possuem eles mentes tão estreitas a ponto de acreditar que qualquer
arte ou ciência nos foi transmitida por nossos predecessores em tal estado de
perfeição a ponto de nada restar para futura dedicação".

Elliotson aplicou então as palavras de Harvey à ciência do Hipnotismo e afirmou


em termos nada duvidosos que era o dever dos médicos daquela época analisar
cuidadosamente e com isenção sua pesquisa sobre o assunto. Muitos artigos
interessantes foram publicados em seu periódico The Zoist, que foi publicado
trimestralmente de abril de 1843 até 31 de dezembro de 1855. Durante treze
anos, artigo após artigo foi publicado por Elliotson, Esdaile e muitos outros
médicos brilhantes da época, testemunhando os excelentes resultados do

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tratamento com hipnose para insanidade, epilepsia, histeria, gagueira, nevralgia,
asma, torcicolo, dores de cabeça, dificuldades funcionais do coração,
reumatismo, tic doloroso, cólicas espasmódicas, ciática, lumbago, paralisia,
convulsões, inflamações agudas dos olhos e dos testículos, e relatos de centenas
de operações sem dor, desde a remoção de uma catarata até a amputação do
pênis, a qual James Esdalie relatou dois casos. Parker (que originou a expressão
"Parker Sem Dor") relatou cerca de 200 operações sem dor na Exeter, uma
instituição que Elliotson ajudou-o a fundar. Elliotson era excelente no campo da
hipnose infantil, e trabalhou com muitas crianças e com muitas doenças infantís,
tais como Dança de São Vito, coréia, tiques e outras enfermidades. Ao contrário
de Braid, no entanto, Elliotson continuou a acreditar na clarividência e outros
fenômenos místicos até sua morte.

James Esdaile

O Dr. James Esdaile provavelmente realizou mais operações cirúrgicas sob


hipnoanestesia do que qualquer outro médico, pelo menos até a presente época.
Ele era um homem de extrema perspicácia e inteligência que trabalhou a maior
parte de sua vida na Índia, e provavelmente é mais conhecido por seu trabalho
com a hipnose do que qualquer outro homem, com a possível exceção do próprio
Mesmer. Ele nasceu no dia 6 de fevereiro de 1808, filho de um ministro, e como
Elliotson e Braid, estudou em Edinburgo, onde graduou-se em 1830, obtendo um
cargo na East India Company.
Esdaile realizou sua primeira operação sob hipnose no dia 4 de abril de 1845, em
um hindu condenado à prisão que tinha dupla hidrocele, no hospital de Hooghly.
Após realizar 75 operações sob hipnoanestesia, ele escreveu à junta médica,
porém sua carta não foi nem sequer reconhecida. Mais tarde, no final daquele
mesmo ano, tendo mais de cem operações em seu crédito, ele contatou Sir
Herbert Maddock, o então vice-governador de Bengala, que nomeou um comitê
de investigação composto primariamente de médicos.
Ao receber o relatório favorável deste comitê, o Governador então colocou
Esdaile como responsável de um pequeno hospital experimental próximo a
Calcutá, para que ele pudesse dar continuidade em sua pesquisa sobre a hipnose,
sejam quais fossem os valores que esta pudesse ter. Esdaile iniciou sua pesquisa
em novembro de 1846, com os seguintes médicos nomeados para auxiliá-lo: R.
Thompson, D. Stuart, J. Jackson, F Mouatt, R. O'Shaughnessy. E, ao final do
primeiro ano do trabalho experimental de Esdaile, ele já tinha mais 133
operações em seu crédito, bem como um grande número de casos médicos. Os
relatos daqueles que visitaram a instituição continuaram a ser favoráveis, e,
portanto, com o continuado apoio do vice-governador, Esdaile foi então indicado
para trabalhar no Lane Hospital and Dispensary de Sarkea, para dar continuidade
ao seu trabalho e expandi-lo para outros campos da medicina.
A fama de Esdaile espalhou-se para todos os cantos, e certa vez ele afirmou com
sinceridade que havia feito mais operações em tumores escrotais em um mês do
que todas as que aconteceram em todos os hospitais de Calcutá em um ano
inteiro. Alguns médicos locais que achavam seus pacientes serem histéricos,
criticaram-no nas revistas médicas.

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O comentário de Esdaile quanto a isto foi que o seu próprio relato dos casos
ainda era digno de nota, nem que se fosse como um exemplo de uma epidemia
da insanidade. Seu senso de humor o acompanhou até quando deixou a Índia, em
1851. Ao deixar aquele país, ele tinha milhares de operações sem dor em seu
crédito, e cerca de 300 grandes operações, todas executadas com a hipnose.
Enquanto estava na Índia, o clorofórmio foi introduzido como um anestésico e
depois de ter deixado a Índia, um prêmio de dez mil dólares foi oferecido em
1853 ao descobridor das propriedades anestésicas do éter, que foi descrito como
o primeiro dos anestésicos. Esdaile enviou uma carta revoltada de protesto contra
isso, chamando a atenção ao fato de que ele havia realizado cirurgias sem dor
com o Mesmerismo anos antes que qualquer pessoa tivesse ouvido falar do éter.
(A propósito, o clorofórmio surgiu antes do éter.)
Desgostoso com a Índia, e "não dando a mínima" a respeito de uma grandiosa
prática em Calcutá, Esdaile retornou a Perth, o lar de seu pai, onde estabeleceu-se
e permaneceu até desenvolver uma doença nos pulmões (tuberculose?),
mudando-se então da Escócia para a cidade de Sydenham, na Inglaterra, onde
morreu com a idade de 50 anos, no dia 10 de janeiro de 1859. Suas obras foram
numerosas, mas talvez a mais famosa seja um livro originalmente entitulado
Mesmerism in India, e posteriormente publicado sob o título Hypnosis in
Medicine and Surgery. Neste livro, ele não apenas relatou 73 operações sem dor,
mas também descreveu 18 casos médicos de paralisia, lumbago, ciática,
convulsões e tic doloroso, além de informar o público sobre a hipnose. Ele
atacava a estupidez de certos médicos que eram cegos para quaisquer novas
idéias, citando a frase em latim "Stare super vias Antiquas", para descrever tais
médicos. Ele chegou ao ponto de dizer que, como um amante da verdade por si
só, ele ficava pouco satisfeito quando seus amigos lhe diziam: "Eu acredito
porque você está dizendo". Ele achava que esta era uma crença estéril e
constantemente procurava médicos para demonstrar-lhes sua recém descoberta
ferramenta médica. O médico Jacob Conn, da Universidade de Medicina
Hopkins, afirmou que ninguém trabalhou mais diligentemente do que James
Esdaile para trazer o valor da analgesia e da anestesia hipnótica à atenção dos
profissionais da medicina. A obra de Esdaile evidentemente se pagou, pois a
Associação Médica Britânica relatou favoravelmente em 1891 que "Como um
agente terapêutico, o hipnotismo é com freqüência eficaz no alívio da dor,
proporcionando sono e suavizando muitas indisposições funcionais".

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Dr. Ambroise-Auguste Liebeault

Liébeault é descrito pelos seus biógrafos como um homem sereno, bondoso e


estimado pelos pobres, que o chamavam Lebon père Liébeault. Dizia Liébeault
aos seus clintes, em quase sua totalidade humildes camponeses: “ Se desejais que
vos trate com drogas, o farei, mas tereis de me pagar antes. Se, entretanto, me
permitis que vos hipnotize, farei o tratamento de graça”. Ao método de fixação
ocular de Braid, liébaul acrescentou o da sugestão verbal.
Liebeault é amplamente conhecido como o "Pai da Hipnose Moderna". A razão
para isto é, antes de tudo, ter sido Liebeault o homem que concluiu e publicou a
observação de que todos os fenômenos do hipnotismo são subjetivos em origem.
Liebeault foi um humilde médico francês que, apesar de ser desinteressado pela
pesquisa de uma maneira geral, foi, no entanto, um gênio na terapêutica. Ele
manteve a prática médica de forma constante no campo, que o manteve ocupado
dia e noite até receber seu diploma em medicina em 1850. Sua prática no
hipnotismo era quase totalmente gratuita, e por causa disto obteve o sereno
respeito de todos que o conheciam. Ele nasceu em 1823, começou seus estudos
em medicina em 1844, e iniciou seus experimentos com o hipnotismo em 1848,
mesmo antes de ter concluído a universidade. Após ter completado várias sessões
terapêuticas de hipnose, ele escreveu um livro que demorou dois anos para ser
concluído. O ceticismo no entanto, era tão grande que ele vendeu apenas uma
cópia, e foi para Bernheim. Em 1882, Liebeault curou um caso obstinado de
ciática, que Bernheim havia tratado sem resultados por cerca de seis meses. Em
parte por causa de sua curiosidade, e em parte porque queria expor Liebeault
como um charlatão, Bernheim comprou o livro e viajou para se encontrar com
ele, convencido de que de fato Liebeault era um charlatão. Entretanto, Bernheim
ficou tão impressionado pelo seu trabalho a ponto de decidir ficar com ele e dele
tornou-se um devotado aluno e amigo por toda a vida. Bernheim e Liebeault,
então, publicaram juntos outro livro, que foi amplamente aclamado. Isto assim o
foi especialmente por causa do grande número de fascinantes históricos dos casos
de Liebeault.
Enquanto Parker e seus contemporâneos estavam primariamente interessados na
cirurgia sem dor, Liebeault invadiu todos os campos da medicina, sendo de fato o
médico mais importante na ampliação do escopo da terapêutica através do uso da
hipnose. Uma descrição excelente da clínica de Liebeault aparece no livro de
Bramwell.

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Liebeault tornou-se um adepto da hipnose rápida e, de fato, foi um dos primeiros
a perceber que para a maior parte dos casos de hipnoterapia, um transe profundo
era desnecessário, fato assinalado com freqüência pelo Dr. S. J. Van Pelt. Ao
contrário, Liebeault induzia seus pacientes com não mais do que um aceno de sua
mão e uma frase rápida, tal como "Durma, meu gatinho"; sugeria que os sintomas
mórbidos se fossem e permitia que os pacientes acordassem quando desejassem.
Ele atendia centenas de pacientes, raramente demorando-se mais do que quinze
minutos com eles. Bramwell afirma que todos os pacientes de Liebeault
melhoravam ou se curavam, após seus tratamentos de sugestão rápida.
Liebeault, com a assistência de Bernheim, estabeleceu o que ficou conhecida
como a "Escola de Nancy". Este foi um período de desenvolvimento da hipnose
durante o qual uma grande quantidade de trabalhos experimentais foram feitos
com muitos tipos de indução.
Ao mesmo tempo que Liebeault estava meramente usando a palavra "durma",
com um gesto de sua mão, Charcot, por outro lado, estava violentamente tocando
gongos e piscando ‘luzes de drummond’.
Os alemães Weinhold e Heidenhain preferiam o tique-taque de um relógio, e
Berger usava chapas quentes de metal. As idéias do magnetismo e dos processos
magnéticos ainda não haviam desaparecido por completo. Apesar de Liebeault
explicar os fenômenos como sendo subjetivos, Piteres sustentava que certas
partes do corpo eram particularmente sensíveis ao estímulo da pele, e estas assim
chamadas zonas hipnóticas que foram descritas por ele, existiam, algumas vezes,
em apenas um lado do corpo e, em outras, em ambas.

Moll afirmou ter ele mesmo visto muitas pessoas serem hipnotizadas apenas
quando suas testas eram tocadas. Purkinje e Spitt afirmaram que toques na testa
induziam um estado sonolento em muitas pessoas. A técnica de balançar o berço
para induzir crianças era bem conhecida, e Eisenhart mencionou que o toque na
testa era uma excelente técnica de indução em crianças. Hirt usava com
freqüência a eletricidade para induzir a hipnose, e Sperling, um contemporâneo
de Bramwell e de Moll, descreveu os transes hipnóticos dos Dervixes que havia
visto em Constantinopla (atual Istambul). Drzewiecki sentiu que havia uma
diferença na suscetibilidade à hipnose por causa da nacionalidade, e chegou a
afirmar que os russos eram mais facilmente hipnotizáveis do que qualquer outro
povo. Entretanto, percebeu-se mais tarde que nem nacionalidade e nem sexo
contavam na habilidade de uma pessoa ser hipnotizada. Foi somente depois de
Liebeault atingir uma idade avançada e ter-se aposentado da medicina, que ele
desfrutou um pouco da aprovação que certamente lhe era devida. Ele não buscou
e nem fez fortuna. Até sua morte, permaneceu feliz e tranqüilo, cônscio de uma
vida bem vivida no tratamento dos pobres.
O Dr. Bernheim, da Escola Nancy, é talvez mais conhecido pela propaganda do
uso da hipnose. Apesar de ter Liebeault sido responsável pela ampliação da
terapêutica, seu livro nunca foi amplamente lido. No entanto, quando Bernheim
publicou seu livro sobre hipnose (com os históricos dos casos de Liebeault), este
foi imediatamente aceito em todos os lugares. De fato, não obstante a tremenda
reputação de Charcot e de seu pioneirismo com a Escola de Salpêtrière, mais e
mais pessoas adotaram o modo de pensar da Escola Nancy. A disputa médica
continuou através de todo o século XIX e até o início do século XX, com cada
lado reivindicando vitórias na explicação da hipnose. Bernheim simplesmente

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pedia ao paciente para olhar para ele, não pensar em nada além de sono, e então
dizia-lhe: "Suas pálpebras começarão a ficar pesadas, seus olhos estão cansados
e começam a piscar, eles estão ficando úmidos, seus olhos não podem ver
distintamente, e eles estão fechados." Se o paciente não fechasse seus olhos e
caísse no sono quase imediatamente, como acontecia com muitos, ele então
repetiria o processo até ser bem sucedido. Caso os pacientes não mostrassem
quaisquer sinais de sono ou entorpecimento, ele então lhes asseguraria que o
sono não era essencial e que a influência hipnótica poderia ser exercida sem ele.
Bernheim inspirou centenas de médicos-hipnotistas famosos, tais como Von
Schrenk, Noltzing, Babinski e muitos outros. Charles Richet foi reconhecido
como o introdutor do método de indução com o pressionar dos polegares e das
mãos juntas.

(1825—1893) Jean Martin Charcot

Jean Martin Charcot, o famoso neurologista francês, tratava de pacientes


histéricos no hospital dela Salpêtrière em Paris, deduzia que a hipnose era uma
manifestação histérica. E, ainda, que a hipnose era obtida essencialmente por
meios físicos, dando mínimo ou nenhum valor à sugestão. É óbvio que foram
dois grandes erros desse famoso neurologista, que segunda a história, nunca teria
hipnotizado ninguém porque seus pacientes histéricos eram preparados pelos
seus assistentes.
Nasceu em 1825 e morreu em 1893. Era muito bem conhecido pelos
profissionais de medicina por tantas e variadas realizações, e sua biografia é tão
fácil de ser obtida que nenhum estudo detalhado a seu respeito será dado aqui.
Ele provavelmente foi o médico mais famoso a adotar o hipnotismo naquela
época e, além de seu trabalho com o hipnotismo, era conhecido pelo banho de
Charcot, pela doença de Charcot, pela junta de Charcot, pela síndrome de
Charcot, etc., bem como pelo tipo de dente Charcot-Marie, e seu trabalho com a
atrofia muscular neuropática progressiva, de conhecimento de todos os
estudantes de medicina.
A Síndrome de Charcot-Weiss-Barber (síndrome do seio da carótida) e o sinal
Charcot-Vigouroux também são bastante conhecidos. Vários cristais foram
nomeados em homenagem a Charcot, incluindo os cristais Charcot-Leyden, os
cristais Charcot-Neuman e os cristais Charcot-Robin. Apesar de sua grande fama
no campo da medicina, ele mergulhou no hipnotismo sem a costumeira pesquisa
cuidadosa que cercava seus outros trabalhos. Conseqüentemente, sua reputação

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enfraqueceu quando suas teorias de que a hipnose era um estado patológico que
enfraquecia a mente foram mais tarde desaprovadas pela Escola Nancy de
Medicina. De fato, quando Charcot morreu, Babinski denunciou muitas das curas
de Charcot, afirmando que algumas foram na realidade falsificadas, e outras
invenções da imaginação de Charcot. O amargo ataque de Babinski contra
Charcot, mais do que qualquer outra coisa, foi responsável pelo declínio do uso
da hipnose na França. Este declínio continuou até tempos modernos, com apenas
algumas exceções, tal como Pierre Janet e o Dr. Joseph Morlaas, que usaram a
hipnose até que esta fosse oficialmente introduzida nas escolas francesas de
medicina, em 1958.
.

Josef Breuer

Até a época de Breuer, a hipnose havia primariamente sido usada para o alívio da
dor em cirurgias, e esta de acordo com o método de Liebeault, que simplesmente
sugeria que os sintomas se fossem. Entretanto, por volta de 1880, Breuer fez uma
descoberta acidental que mudou os métodos da hipnoterapia. Na verdade esta
descoberta não apenas mudou os métodos da hipnoterapia, mas na realidade
introduziu uma arte completamente nova em si, pois foi a obra de Breuer que
atraiu Freud e o direcionou aos métodos da psicanálise que são tão comuns hoje
em dia aos psiquiatras.
Breuer estava tratando uma paciente a qual chamou de Anna O.. O caso é longo e
complexo, sendo bem conhecido de todos os estudantes de psiquiatria. Durante
uma parte da terapia, eles descobriram, para grande agonia da paciente, (e Anna
O. era uma paciente histérica com muitos problemas e muito diferenciados) que
ela não conseguia beber água. Na verdade, não importava a intensidade da sede
que ela sentia, ela sentia que era uma impossibilidade física engolir água. Devido
a isso, ela sobreviveu por alguns meses comendo frutas aquosas e melões, até
que, durante uma sessão de hipnose, ela revelou num ataque de raiva, como, para
sua grande aversão, uma ex-governanta havia deixado um cão beber água que
estava num copo, em sua presença. Tão logo acordou do transe, ela
imediatamente pediu água a Breuer, esvaziando o copo com facilidade. Isto fez
com que Breuer concluísse que a simples recordação das experiências
traumáticas do passado (do cão bebendo água num copo) foi responsável pela
remoção dos sintomas. Depois de chegar a esta conclusão, Breuer tentou então
associar todos os sintomas dos pacientes com experiências traumáticas no

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passado. Depois de trabalhar com Anna O. por quase um ano, Breuer foi capaz de
remover seus sintomas de cegueira, paralisia, surdez, a contratura de seu braço
direito, sua falta de sensibilidade, tosse, tremores e outros sintomas, apenas
através da repetição dos transes que revelaram mais e mais suas experiências do
passado, que continham incidentes traumáticos danosos.
Tal como Wolberg afirma em seu livro Medical Hypnosis, “A importância da
obra de Breuer jaz na mudança de ênfase na terapia com hipnose, da remoção
direta dos sintomas para o enfoque na causa aparente desses sintomas".
Apesar de Janet ter chegado a esta mesma conclusão simultaneamente, o
crédito por esta descoberta foi dado a Breuer.

Dr. Eugene Azam

Azam, um professor da Faculdade de Medicina em Bordeaux, e correspondente


na Academia de Medicina em Paris, escreveu em 1887 um livro sobre um caso
de consciência dividida. Ele descreveu em detalhes o caso de uma jovem,
chamada Felita X., que o procurou pela primeira vez durante o mês de junho de
1858. Ele percebeu muitos fenômenos hipnóticos nesta paciente, fazendo
algumas deduções psicológicas que confirmaram muitas das conclusões de Braid.
O Professor Jean Martin Charcot (supra) escreveu o prefácio do livro, elogiando
muito a obra do Dr. Azam. Traduzido do francês, dizia o texto:
“Na época de hoje, em que o Hipnotismo chegou e é agora a aplicação regular
deste método de descrição de doenças, que finalmente tomou seu lugar entre os
fatos da ciência positiva, seria injusto esquecer os nomes daqueles que tiveram a
coragem de estudar esta questão numa época em que estava sob a desaprovação
universal. O Dr. Azam foi um dos pioneiros, sendo o primeiro na França. Ele
buscou controlar, através de sua experiência pessoal, os resultados anunciados
por Braid. A boa sorte de uma descoberta inesperada, é verdade, foi-lhe
favorável ao dispor-lhe a experiência de uma paciente, que espontaneamente
apresentou vários fenômenos que haviam sido descritos por Braid. Mas, quantos
médicos

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que estivessem no lugar do Dr. Azam teriam passado por estes fatos interessantes
sem se deterem, quer por medo de serem confundidos por uma histeria jugular,
ou por medo de comprometerem suas reputações ao realizar estudos que haviam
sido desacreditados, ou simplesmente por seguir a preguiça científica que nos
desprovê do benefício de novas coisas no desenvolvimento moderno? Os
resultados do Dr. Azam não são apenas de interesse históricos: esta análise
redescobriu a parte mais importante dos fenômenos somáticos e da anestesia
psíquica, hiper-anestesia, contratura e catalepsia, que aprendemos, desde que
neste ano foram apresentados, de acordo com uma determinação rigorosa, uma
categoria especial de indivíduos (pacientes). Seria interessante observar, a bem
da verdade, que pela escolha dos indivíduos e pela natureza dos fenômenos
produzidos, os casos clínicos do Dr. Azam pertencem à hipnose histérica. É dito
que esta forma de hipnose primeiro tomou seu lugar na ciência e somente agora
chegou até nós. Ela manifesta sintomas tão característicos a ponto da pessoa mais
cética não poder duvidar de sua existência. Portanto, devemos convidar nossos
eminentes colegas a tomar parte no sucesso da obra ao qual ele contribuiu, após
termos registrado a pesquisa do Dr. Azam com aqueles da escola de Salpêtrière.”
Azam enfrentou grandes dificuldades para remover a aura de mistério da hipnose,
e foi elogiado por Charcot por isso. O Dr. Heinz Hammerschlag afirma em seu
livro Hypnose und Verbrechen que os estudos de Azam em Bordeaux, apesar de
importantes, foram importantes primariamente porque estes estudos atraíram a
atenção de Liebeault, que foi o primeiro a ser bem sucedido em dar a estes
pesquisadores uma novo ponto de vista.
Ele esforçou-se para atribuir os fenômenos da hipnose à influência psiquiátrica
da sugestão, em vez da influência do magnetismo, que havia antes sido tão
popular na época de Mesmer.
Como Charcot pôde continuar a manter a afirmação ridícula de que todos os
assuntos hipnóticos eram "histéricos", face a face com a pesquisa de Braid, e do
lado oposto de sua boca elogiar o Dr. Azam por esclarecer e reiterar as
conclusões de Braid, é algo completamente incompreensível.

Sigmund Freud

Até mesmo começar a tentar resumir a vida e a obra de um gênio é naturalmente


impossível. Da mesma maneira, escolher incidentes específicos em sua vida e, ao
descrevê-los, esperar que se compreenda o raciocínio intricado da mente de
Freud, seria tão ridículo quanto descrever George Washington como "o garoto

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que cortou uma cerejeira". Várias centenas de livros foram escritos sobre
Sigmund Freud, possivelmente o mais completo deles sendo The Life and Work
of Sigmund Freud, de Ernest Jones (1879 - 1958), em três volumes. Para uma
compreensão completa de Freud, esta obra em três volumes supera todas as
outras, mas estando tal tarefa além do escopo deste texto, devemos nos satisfazer
com um pequeno resumo da ligação de Freud com o desenvolvimento da
hipnose.
Foi a obra de Breuer que atraiu Freud e que o fez publicar seu famoso livro co-
autorado por Breuer, Studien uber Hysterie, que foi publicado em 1895. Breuer e
Freud concluíram corretamente que os sintomas histéricos são desenvolvidos
como resultado de experiências repressivas danosas, e que se estas experiências
danosas fossem novamente liberadas da mente subconsciente por uma catarse
mental, os sintomas histéricos seriam eliminados. Breuer conseguiu isso através
do uso da hipnose, mas Freud, um hipnotista pobre, achou que a livre associação
conjugada com a psicanálise eram veículos através dos quais poderia realizar seu
trabalho de forma melhor. Parlour observou que, apesar de que Freud
menosprezou a "hipnose" formal, ele no entanto usou constantemente muitas
técnicas de hipnose, tais como "tocar a testa do paciente", "a concentração da
mente do paciente", "o relaxamento do corpo sobre um sofá" e "o farto uso da
imaginação". Este fato foi muito negligenciado durante o tempo em que Freud
viveu, atenção sendo dada às palavras de Freud que nem sempre explicavam as
ações do mesmo.
Foi durante este período que uma das idéias mais errôneas a respeito da hipnose
ganhou terreno, e que ainda hoje, infelizmente, é difícil desalojar das mentes de
muitos médicos e de milhares de leigos. Devido à condenação da hipnose feita
por Freud em favor da psicanálise, as pessoas começaram a associar a hipnose
com "sugestões diretas" (este sendo apenas um dos aspectos do hipnotismo). Por
conseguinte, o público em geral e os leigos também começaram a pensar em
termos de psicanálise versus sugestão direta. O que não foi suficientemente
explicado foi que a ciência e arte do hipnotismo contém tanto análise quanto
sugestão, e quando corretamente aplicada não apenas fraciona o problema em
seus componentes para análise, mas recompõe o indivíduo novamente com uma
Síntese.
A psicanálise convencional, entretanto, com sua falta de orientação diretiva,
elimina inteiramente a última parte mencionada acima e torna a primeira delas
lenta, incômoda e muitas vezes ineficaz.
Todavia, devido ao grande brilho e popularidade de Freud, as palavras
“associações livres” e “psicanálise” tornaram-se as senhas da época, e a hipnose
novamente mergulhou na obscuridade.
Alguns especialistas, tal como Pierre Janet da França, Bramwell e Moll da Grã-
Bretanha, Morton Prince e McDougall dos Estados Unidos, e Pavlov na Rússia,
continuaram a fazer uso do hipnotismo. A maioria dos neurologistas (naquela
época, a maior parte das doenças mentais era investigada do ponto de vista da
“neurologia”) foi imediatamente influenciada pela teoria e métodos de Freud.
Freud era um homem fascinante. Ele nasceu no dia 6 de maio de 1856, na cidade
morávia de Freiberg, uma pequena e antiga cidade industrial que então pertencia
ao Império Austro-Húngaro. Sua mãe, Amália, por quem teve um forte apego
edipiano, era vinte anos mais nova que seu pai Jacob. A família mudou-se para
Viena, onde viveu sua vida. Seu pai morreu em outubro de 1896, quando Freud

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tinha quatro anos, afetando-o profundamente, o que expressou numa carta que
escreveu ao seu amigo, o Dr. Fliess.
A família de Freud era judia, mas Freud ignorava as comemorações dos judeus, e
em vez disso celebrava o Natal e o Ano Novo porque "era mais fácil". Este tipo
de comportamento parece muito incomum para um não conformista, mas como
afirmamos acima, Freud era na realidade um paradoxo, dizendo algumas coisas e
praticando outras. Ele constantemente afirmava, por exemplo, que era um
cientista de primeira linha, que buscava sempre a verdade e somente a verdade.
Até sua morte, ele continuou a acreditar na teoria de Lamarch de que
características pessoais adquiridas poderiam ser herdadas, algo que nenhum
verdadeiro cientista da época acreditava mais, da mesma forma que não
acreditava que o mundo era plano. Freud também interessou-se pelo ocultismo e
pela telepatia, e abertamente afirmava sua crença neles, apesar de nunca ter
publicado obras deste teor. Freud acreditava sobremaneira na magia dos
números, e seu amigo íntimo William Fliess, mencionado acima, afirmou que
Freud acreditava que coisas importantes aconteciam aos seres humanos em ciclos
de 23 a 28 dias. Ele previu sua própria morte na idade de 61 ou 62 anos, e ficou
um tanto quanto desapontado depois de ter passado por essa idade, elevando
assim sua predição para 85 anos e meio, a idade em que seu pai e seu meio irmão
morreram. O filho mais velho de Freud, Jean Martin Freud, cujo nome lhe foi
dado em homenagem a Charcot, o qual Sigmund admirava tanto, publicou um
livro relativamente novo sobre a vida doméstica de Freud como pai e como
homem. Freud conheceu sua esposa em abril de 1882, e apaixonou-se à primeira
vista, apesar de não ter se casado antes de ter prestado um mês de serviço em
manobras do Exército Austríaco em 1886, quando foi promovido de Primeiro
Tenente a Capitão.
Freud trabalhava como especialista em doenças nervosas, e era um professor
iniciante na Universidade de Viena quando Jean Martin nasceu. Ele vivia em
Suenhaus, frente a Ringstrasze, mas escreveu muitos de seus melhores livros em
cenários naturalistas. A Interpretação dos Sonhos, provavelmente um dos livros
mais famosos de Freud, foi escrito numa vila em Berchtesgaden, uma linda
estância situada no alto das montanhas da Bavária, que mais tarde se tornaria
famosa como o bem guardado refúgio de Adolph Hitler.
Freud estava sempre imaculada e cuidadosamente vestido, mesmo durante os
últimos dezessete anos de sua vida, nos quais dolorosamente submeteu-se a uma
operação após a outra por causa dos cânceres incuráveis que tanto o
incomodaram. Ele manteve seu senso de humor mesmo após a maior parte da
estrutura de sua boca, pálato e maxilar ter sido removida, e de ter sido forçado a
usar uma prótese monstruosa para poder fechar a abertura entre a cavidade nasal
e a garganta para poder falar. Fraco e incapaz de falar, exceto em seu alemão
nativo (apesar de que antes falasse bem o francês e o inglês), disse certa vez à
cantora francesa Yvette Guilbert: "Meine Prosthese Spricht Keine Franzosisch"
(Minha prótese não fala francês).
Freud submeteu-se a um total de 33 operações, incluindo uma operação de
esterilização, a qual esperava que de alguma maneira mudaria a configuração
hormonal de seu corpo, evitando que o câncer se espalhasse. Ele fugiu para a
Inglaterra em 1938 para escapar de Hitler, e aos 82 anos de idade, em Londres,
recuperou-se o suficiente para fazer quatro tratamentos de análise por dia. Freud
odiava as drogas e tomava apenas aspirina ocasionalmente. Em fevereiro de 1939

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seu câncer finalmente o encurralou, sendo considerado inoperável e
completamente incurável na época, e, no dia 21 de setembro daquele ano, pediu
ao seu médico, o Dr. Max Schur, que lhe desse um sedativo. "É somente tortura
agora, e não faz mais qualquer sentido", disse Freud, e dias depois, com 83 anos
de idade, ele morreu. Sua filha Anna permaneceu ao seu lado durante sua longa
enfermidade, mantendo-o confortado. "O mais importante," disse o biógrafo
Jones (que talvez foi o psicanalista de língua inglesa número um em sua época),
"é a crescente consciência que as pessoas têm de serem movidas por forças
obscuras dentro de si mesmas, as quais não conseguem definir.
Poucos pensadores hoje em dia poderiam afirmar possuir um conhecimento
completo de si mesmos, ou de que o que estão conscientemente cientes engloba o
total de sua mentalidade, e este reconhecimento, com todas suas conseqüências
formidáveis para o futuro das organizações sociais, nós devemos acima de tudo a
Freud. O principal inimigo e perigo do homem é sua própria natureza
incontrolável e as forças negras enclausuradas em seu interior. Se nossa raça tiver
sorte de sobreviver por outros mil anos, o nome de Sigmund Freud será lembrado
como aquele do homem que foi o primeiro a averiguar a origem e a natureza
destas forças e que apontou a maneira de obter algum controle sobre elas".

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EMILE COUÉ - (1857-1926)

Farmacêutico francês, seu nome está associado às pesquisas sobre o "Efeito


Placebo", é considerado o pai da Auto-Hipnose. Coué se baseou num fato que
ocorreu "por acaso": Ao administrar um medicamento a um paciente, disse-lhe
que era um remédio poderoso recém-chegado de Paris e que, sem dúvida,
promoveria a cura - mas o medicamento não tinha essa especificação. Interessado
pela hipnose, ele conclui dessa experiência que "na verdade, não é a sugestão que
o hipnotizador faz que realiza qualquer coisa, é a sugestão que é aceita pela
mente do paciente. Todas as sugestões efetivas devem ser ou são transformar em
auto-sugestões" . Descobriu, assim, que não era necessário "hipnotizar" um
paciente para induzi-lo a reagir desta ou daquela forma. Bastava "relaxar" o
paciente e "fazer a sugestão", com voz firme, decidida, para obter o mesmo
resultado. Foi ele quem formulou vários princípios e leis que fundamentam a
aplicação e sistematização do processo sugestivo.
Foi no início do séc. XX que Emile Coué começou a popularizar a auto-sugestão
consciente. Autor de alguns livros sobre o tema, dois deles, publicados em
português, propunha uma auto-hipnose genérica, extremamente simples e, por
isso mesmo, muito popular. A frase que se tornou a sua marca registrada foi: "De
dia para dia, em tudo e por tudo, vou cada vez melhor". Esta frase destinada a ser
repetida 20 vezes todas às noites, antes de dormir e logo ao acordar, faz parte do
célebre método que ele chamou de "Domínio de si mesmo pela auto-sugestão
consciente" e começou a popularizar a auto-sugestão consciente. Essa frase se
tornou muito popular no Brasil, graças a Omar Cardoso, radialista e astrólogo
que a utilizava na abertura de seu programa nos anos 70.

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Milton Hyland Erickson, (1901-1980)

A partir do 1980 a hipnose tornou-se muito popular devido a uma nova


orientação conhecida como Psicoterapia Ericksoniana ou Hipnose Naturalista
Fruto do trabalho do médico e psiquiatra americano Milton Hyland Erickson,
(1901-1980). Dentre as inúmeras contribuições para o campo da Psicologia
deixadas por ele, pode-se citar o conceito de utilização da realidade individual do
paciente, levando sempre em consideração o indivíduo que está passando pelo
processo terapêutico e sua realidade pessoal. Erickson trabalhava em cima do
sintoma do paciente, entrando, através de uma hipnose naturalista, na forma em
que a pessoa causava o problema a si mesmo.

Outros Grandes autores do século XX que cunharam a Hipnose

- Ivan Pavlov (1849-1936) - Transe  “sono incompleto”, causado


por sugestões hipnóticas. As sugestões provocariam uma excitação em algumas
partes do córtex cerebral e inibição em outras partes. Criador da indução
reflexológica.
- Pierre Janet (1849-1947) - descreveu o transe como dissociação.
Introduziu o termo subconsciente para diferenciá-lo do inconsciente.
- 1918 - No Congresso de Psicanálise de Budapeste - frisou a
importância de aliar a psicanálise à hipnose.
1938 - Falou da legitimidade de alguns fenômenos hipnóticos - no
Esboço de Psicanálise.
- Ernest Simmel - psicanalista alemão (1918) - desenvolveu a
hipnoanálise.
- Clark L.Hull (1984-1952) - professor de Psicologia em Yale,
interessou-se pelos aspectos experimentais da hipnose. Autor do livro, “Hypnosis
and Sugestibility” - considerava os fenômenos hipnóticos como uma resposta
adquirida, igual aos hábitos. Teoria da aprendizagem: repetição associativa,
condicionamento e formação de hábito.
- Kris (1952) - regressão dirigida a serviço do ego.

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- André M. Waitzenhoffer (1921-1953) - reforça o conceito da
aprendizagem, mas caracteriza o transe como experiência naturalista.

MITOS

No geral muitas pessoas têm idéias deturpadas sobre a hipnose, algumas das
quais são compartilhadas por médicos, até mesmo por psicólogos. No entanto,
um numero imenso de mulheres tiveram filhos sob hipnose. Além disso, milhares
de outras pessoas submeteram a tratamentos terapêuticos onde foram aplicadas
técnicas hipnóticas. Infelizmente estas opiniões erradas ainda prevalecem e
muitos dos que poderiam beneficiar-se com a hipnose não contam com seu
auxilio.
A maioria das pessoas julgam que um indivíduo hipnotizado fica inconsciente,
que fará tudo o que for sugerido, que podem não acordar etc.

ALGUNS MITOS SOBRE HIPNOSE.

A hipnose é terapia ou psicanálise ?


Falso
A hipnose é mais uma ferramenta que pode ser utilizada em uma terapia. A
psicanálise utiliza o método da livre associação.

Existe hipnose sem permissão?


Falso
É preciso a concordância do sujeito que vai ser hipnotizado para que o efeito
hipnótico aconteça. Não há hipnose sem a anuência do sujeito. Não há perda do
livre arbítrio em estado hipnótico. Não há perda de consciência na hipnose.
Existe um estado de atenção concentrada. Existe um aprofundamento dos
conceitos e valores.

Durante a hipnose se perde a lucidez?


Falso
Caracterizada por um estado de profundo relaxamento onde o paciente mantém a
lucidez e se mostra altamente responsivo às sugestões, se pode observar que
existe um aumento da capacidade de concentração. Esta concentração pode ser
direcionada a execução de determinadas atividades orgânicas internas a nível até
mesmo celular.
Aumentando e melhorando o trabalho destas células, glândulas, órgãos ou
sistemas a favor de uma recuperação mais rápida e mais eficiente. E diminuindo
os fatores que intensificariam esta doença.
Este mesmo recurso é conseguido a noite ao dormir ou quando a pessoa esta em
repouso (convalescente). A atividade orgânica esta diminuída e mais energia fica
disponível para a recuperação e reposição de substâncias e estruturas ao corpo,
maior concentração no trabalho e na atividade celular. A diferença é que na
hipnose este recurso pode ser conduzido.

Como definir o estado hipnótico?


Dá-se este nome, escreve Jolivet, a uma espécie de sono anormal cuja profundeza

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é variável, e durante o qual o sujeito se levanta, escreve ou fala, isto é, realiza o
seu sonho. Distinguem-se os sonambulismos naturais ou espontâneos, estados
patológico que em geral se desenvolve no curso do sono, e os sonambulismos
artificiais ou provocados, que é uma forma do estado hipnótico, caracterizado
pelo fato de se poder conversar com o sujeito, que, de seu lado, pode apresentar,
para um observador inadvertido, a aparência de uma pessoa normal e
perfeitamente acordada.

Os estados da consciência são:


a) Vigília: são ondas cerebrais do tipo beta.
b) Estado alterado da consciência: estágio intermediário entre a vigília e o sono.
São ondas do tipo alfa.
c) Sono: são ondas cerebrais do tipo delta e teta.
Fase REM do sono (fase de movimentos oculares rápidos), é o momento onde
geralmente ocorrem os sonhos.
Fase NREM do sono.

Todas as pessoas são hipnotizáveis?


Falso.
Somente 10% da população não é hipnotizável, ao contrário do que se acreditava.
Pessoas alcoolizadas ou com deficiência mental estão nesse grupo. Crianças de
pouca idade são hipnotizadas, mas com maior dificuldade.
Existem três estágios de profundidade hipnótica: leve, médio e profundo. O
estágio mais profundo só é percebido numa pequena parte da população. Daí a
conclusão errada que somente 10% da população era hipnotizável

A hipnose é causada pelo poder do hipnotizador?


Falso
Esta idéia vem desde os tempos de Mesmer, que vinculou o transe ao poder do
magnetismo animal. Porém a hipnose não acontece apenas pelo poder do
hipnotizador, mas pela aceitação e interação da pessoa que entra em transe e
deseja experimentar aquilo que se pede. A hipnose só acontece quando existe a
empatia (interação e confiança) entre o hipnotizado e o hipnotizador.

O hipnotizador controla o desejo do paciente?


Falso
O sujeito é protegido pelo inconsciente de fazer aquilo que não deseja. Caso ele
faça é porque julgou inofensivo, ou por acreditar que aquilo possa ajudar.

A pessoa pode não voltar do transe, ficar presa nele?


Falso
O máximo que acontece é a pessoa adormecer, que seria o passo seguinte ao
transe profundo. Sabe-se que o transe é um estado entre a vigília e o sono. Se
você aprofunda, dorme e pode ser acordado.

A hipnose é sono?
Falso

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A hipnose é um estágio anterior. Às vezes, confunde-se o estado da pessoa em
transe profundo, pensando que adormeceu. Mas mentalmente a pessoa é capaz de
estar concentrada e com certo grau de consciência e responder aos seus
comandos, ou seja, a pessoa está relaxada de forma alerta.

Toda hipnose tem regressão?


Falso
Para haver regressão é necessário um transe médio ou profundo na hipermnésia e
nem toda pessoa regride. A regressão não é hipnose.
Na regressão as memórias podem ser construídas. O que vale é a realidade
psíquica para o trabalho na psicanálise.

Há perigos na hipnose?
Verdadeiro.
Os riscos existem quando o paciente se presta a participar de shows e
demonstrações sem finalidades terapêuticas que normalmente são conduzidas por
pessoas que se intitulam hipnotizadores, sem formação profissional adequada,
podendo este leigo prejudicar o paciente.
É uma técnica que trabalha com o desconhecido, a mente inconsciente do ser
humano. Ela pode ser uma ferramenta de trabalho para o psicoterapeuta,
entretanto se torna uma arma perigosa se aplicada indevidamente por pessoas não
qualificadas ou mal intencionadas.

Uma pessoa hipnotizada revela seus segredos involuntariamente?


Falso
A pessoa só falará, se assim o desejar, porque pode ocorrer a hipermnésia, a
lembrança vívida de um fato esquecido.

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CONCEITUAÇÃO

HIPNOSE

Conceitos mais antigos de hipnose:


1) Hipnose é guiar um sonho.
2) Hipnose é um natural, alterado estado de consciência.
3) Hipnose é um estado de relaxamento e hipersugestionabilidade 
maior responsividade.
4) Hipnose é um estado de transição entre estar acordado e adormecer

Tradicionalmente, hipnose tem sido considerada como estado subjetivo de


experienciação no qual o indivíduo tem capacidades ou experiências geralmente
diferentes daquelas que experimenta quando acordado.
Numa visão mais “moderna” hipnose é um processo de comunicação
efetiva que influencia e produz mudanças. Hipnose é vista como um fenômeno
relacional.
 Hipnose é um processo sistêmico.
 Hipnose é uma ponte entre o hemisfério cerebral direito e o
esquerdo (Zeig).
 Hipnose é a zona neutra, o ponto morto para que aconteça a troca
de marcha (Zeig).
 Hipnose é um ato de amor (Sofia).
 Toda hipnose é transe, nem todo transe é hipnose.
 “Um estado de transe é um estado alternativo de consciência, isto é,
uma forma diferente de estar acordado, onde a atenção está orientada mais
intensamente para o interior do que para o exterior, com flutuações particulares
em cada caso. Durante o transe a pessoa tem uma grande atividade interna, sem
perder o estado de alerta, isto é, estando acordada.” (Tereza Robles).

“O transe é um período no qual as limitações que uma pessoa tem, no que


dizem respeito a sua estrutura comum de referências e crenças, ficam
temporariamente alterados, de modo que o paciente se torna receptivo aos
padrões, às associações e aos moldes de funcionamento que conduzem a solução
de problemas.” (M. Erickson).

“É um estado alterado de consciência, ou é um estado de consciência no


qual o conhecimento que você adquiriu durante toda sua vida e que você usa
automaticamente torna-se, de repente, disponível, Milton Erickson”.

“É um estado temporário de atenção modificada que se caracteriza por


uma sugestionabilidade aumentada, Abrahan Mason”.

“Abrange qualquer procedimento que venha causar, por meio de


sugestões, mudanças no estado físico e mental, podendo produzir alterações na

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percepção, nas sensações, no comportamento, nos sentimentos, nos pensamentos
e na memória Sociedade Brasileira de hipnose”.

“Resulta da ação direta de uma vontade mais forte, ou seja, a vontade do


hipnotista, sobre uma vontade mais fraca, ou seja, a vontade do “sujet”, Karl
Wessmann”.

"A Hipnose é a habilidade de entrarmos em contato com a nossa capacidade de


otimização e criatividade, vencendo nossos limites. A hipnose é a ciência voltada
para a expansão do potencial humano", (Brian Weiss).

“É um estado artificialmente induzido, às vezes semelhante ao sono, porém


sempre fisiologicamente distinto do mesmo, tendente a aguçar a sugestibilidade,
acarretando modificações sensoriais e motoras, além de alterações de memória,
Karl Wessmann”.

É um estado de estreitamento de consciência, geralmente provocado


artificialmente, que se parece com o sono, porém dele se distingue
fisiologicamente, Antonio Carlos morais Passos”.

Sendo toda hipnose uma forma de auto-hipnose, é o próprio paciente que


permite que a mesma aconteça, detendo ele o controle durante todo o tempo que
passa em transe. Não se pode obrigar o hipnotizado a fazer o que não quer ou o
que fira seus princípios morais e mesmo revele segredos do seu passado.
Mesmo que a hipnose tenha sido desenvolvida, inicialmente, como um método
de cura (Mesmer), ela por si não cura nada. A hipnose é uma emoção límbica,
como qualquer emoção do nosso dia-a-dia, sua utilidade na educação
e reprogramação do comportamento supera qualquer outro procedimento, porque
polariza a atenção de forma seletiva, e concentrada, facilitando a programação do
subconsciente. Por meio da hipnose podemos desenvolver nossas habilidades
naturais e desbloquear nossas energias represadas, liberando o potencial do nosso
inconsciente elevando nossa capacidade de otimização.

A TERAPÊUTICA HIPNÓTICA

Atendidas as peculiaridades intrínsecas de cada caso, na prática as técnicas


terapêuticas aliadas à hipnose, comparadas a outras modalidades, apresentam
inestimável ganho pela maior eficácia que adquirem e pela abreviação no tempo
de tratamento. Não é isto, porém, sinônimo de resultado quase mágico,
instantâneo e infalível. Uma sugestão bem aplicada é freqüentemente mais eficaz
e, simultaneamente, menos danosa que a ingestão de qualquer medicamento. Para
agir num ponto do organismo, o medicamento dissolve-se em todo ele, perturba e
envenena mais ou menos todas as células. Voltaire definiu a medicina como a
arte de introduzir drogas pouco conhecidas em um organismo mais desconhecido
ainda. Isso obviamente não se aplica à sugestão hipnótica!

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HIPNOTERAPIA

Quando se usa a hipnose para tratar um problema psicológico, chamamos o


processo de Hipnose Clínica ou de Hipnoterapia, denominação que deriva da
junção das palavras hipnose e terapia em grego, sendo que a primeira vem de
Hypnos, o "Deus do Sono" da mitologia e a segunda vem de Therapéutikos que
significa "cura" ou "cuidado". Em outras palavras, Hipnoterapia é o cuidado ou
cura através da Hipnose.
Hoje oficialmente considera-se a Hipnoterapia não como uma terapia alternativa,
mas uma alternativa terapêutica, uma das primeiras a ser escolhida devido a ser
completamente natural e segura, aos seus resultados rápidos e persistentes, custo-
efetividade e "efeitos colaterais" benéficos.

HIPNOANÁLISE

Termo usado por Hadfield em 1920, para denominar uma combinação de catarse
hipnótica e de sugestões re-educativas, que utiliza hipnose para ajudar a vencer
as resistências do paciente, e aceitar a assimilar as experiências relembradas. A
Hipnose facilita a "livre-associação", ajudando enormemente o trabalho analítico
em relação às fantasias inconscientes.
Não faz sentido supor que a psicoterapia no estado de vigília, que se dirige à
cerebração consciente, seja mais eficaz que a Hipnoanálise, que se dirige
diretamente ao sub-consciente, onde reside a causa do mal. Pode-se dizer que a
dependência do analisado em relação ao analista (psicanalista) é ainda mais forte,
muitas vezes chega a ponto de fazer o paciente aceitar passar anos no divã.

HIPINATRIA

A Sociedade de Hipnose Médica de São Paulo, na expectativa de homogeneizar a


terminologia adotada pelas diversas correntes, definiu-a da seguinte maneira:
Procedimento ou ato médico que utiliza a hipnose como parte predominante do
conjunto terapêutico. A referida Sociedade observa que este é o termo mais
adequado para o tratamento médico feito através da hipnose pura ou combinada
com fármacos. Esta nomenclatura deveu-se à demanda do Departamento de
Hipnologia, numa analogia com algumas especialidades médicas (Pediatria,
Psiquiatria, Foniatria, Fisiatria, etc.). Este termo, criado em 1968 pelos
professores Miguel Calille Junior e Antônio Carlos de Moraes Passos, foi
adotado pelo Conselho Federal de Medicina, no ano 2000, como adequado a ser
utilizado quando um médico fizer abordagem através do uso da Hipnose para
diagnóstico ou tratamento (iatria, do grego, "arte de curar"), sendo unanimemente

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considerado por todas as escolas médicas de hipnose no Brasil. [PROCESSO-
CONSULTA CFM Nº 2.172/97 PC/CFM/Nº42/1999].

HIPNODONTIA

Aplicação da hipnose e sugestões controladas na prática odontológica.

HIPÓTESES E TEORIAS ACERCA DO FUNCIONAMENTO DA


HIPNOSE

Afinal de contas, o que é a Hipnose? Diversas teorias surgiram para tentar


explicar esse estranho estado.
A hipnose é um construto complexo e na atualidade não existe uma teoria
predominante sobre a mesma ou que seja consensualmente aceita, mas sim um
contínuo de pontos de vista teóricos; e se entende a razão... Estamos tentando
definir um fenômeno do cérebro, este órgão sobre o qual conhecemos tão pouco e
do qual utilizamos somente uma parte mínima. As provas apresentadas a favor de
cada uma dessas filiações, desde os experimentos laboratoriais ao conteúdo de
verbalizações, fantasias, sonhos e manifestações do comportamento, são em
número deveras impressionante.

O CÉREBRO DO HIPNOTIZADO

Com o avanço tecnológico, a hipnose vem sendo estudada por meio de exames
como eletroencefalografia digital (EEG-D), mapeamento cerebral, potenciais
evocados, ressonância funcional e tomografia por emissão de pósitrons - PET
(Positron Emition Tomography), que possibilita a partir de injeção de glicose
ativada, identificar as áreas cerebrais ativas em diferentes situações
experimentadas em pacientes, mas o importante é que estas avaliações acontecem
de forma dinâmica, não estática como acontece com os tomógrafos
convencionais. E se pode observar estrutura mais profundas do que a limitação
imposta pelos eletroencefalógrafos que monitoram somente a camada cortical,
podendo ser estudadas estruturas mais profundas do sistema nervoso, neste caso
nos interessa o Sistema Límbico-Hipotalâmico e suas relações com o estado
alterado de consciência do transe hipnótico. Estes estudos abrem novas
perspectivas e outras questões surgem como resultado.
Baseado nestes estudos de pesquisa de ponta há 8 anos estão sendo realizadas
pesquisas com o Pet Scan direcionadas ao estudo do transe hipnótico como
estado alterado de consciência em renomadas e conceituadas instituições norte
americanas como Universidade de Standford e Harvard e os Hospital Geral de
Massachusetts e Memorial Hospital de Neva York. Neurologistas, radiologistas,
psiquiatras entre outros profissionais estão tentando desvendar os mistérios da
hipnose clínica.

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Em 1998, a hipnose saiu do campo da especulação para o campo científico
através de uma experiência coordenada pelo psicólogo e neurologista da
Universidade de Harvard, Stephen Kosslyn, que contou com auxílio de
psiquiatras, radiologistas e neurologistas da Universidade de Stanford nos EUA.
Dezesseis voluntários observaram imagens em cores na tela de um computador.
Depois de hipnotizados, eles foram levados a acreditar que a mesma figura
colorida, vista outra vez no monitor, era toda em tons de cinza. Com o auxílio de
um equipamento de última geração na área da tomografia computadorizada, eles
foram avaliados pela tomografia por emissão de pósitrons (PET), um exame
capaz de mapear áreas cerebrais e que aponta as áreas que são ativadas durante
atividades cerebrais específicas, verificou-se que a área do cérebro responsável
pela percepção das cores permaneceu desligada. Em compensação, a chamada
área lingual foi acionada - ela é capaz de inibir informações sensoriais, como os
estímulos visuais provocados pela cor. Ou seja, sem nenhuma possibilidade de
farsa, o cérebro passou a ver em preto e branco.

Mais tarde, os mesmos voluntários foram induzidos a ver cores numa figura em
preto e branco. Comprovou-se que a região relacionada à visão das cores,
próxima da nuca, era especificamente ativada. Se eles não estivessem
hipnotizados e vissem uma figura em preto e branco, o cérebro dos voluntários
não apresentaria esta área ativada; afinal, o nervo óptico não levaria à massa
cinzenta informação de cor. Os resultados preliminares desse estudo são
espantosos! Esta experiência foi um marco definitivo para a validação da hipnose
como método científico pela Organização Mundial da Saúde em 1998.

A tese mais aceita é de que as palavras do hipnotizador, processadas pelo nervo


auditivo, alcançam a ponta de uma rede, na base do cérebro (tronco cerebral),
chamada substância reticular ascendente (SRA) - a qual também é responsável
pelo estado de consciência desperta, assim como pelas atividades do hipotálamo
e sistema límbico - e se espalham por toda a massa cinzenta. Por se tratar de
estímulos repetitivos, quando eles chegam ao lobo frontal, região atrás da testa,
concentram a atenção do paciente em um único foco, inibindo tudo o que está ao
redor. Quando alguma coisa chama a nossa atenção, três áreas do cérebro ficam
especialmente ativas. Primeiro, a região parietal direita aciona a nossa percepção.
Logo depois, é a vez da região pré-frontal direcionar nosso olhar para o alvo da
atenção. Então, uma outra área, conhecida como o giro do cíngulo, avalia: vale a

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pena ou não continuar olhando para aquilo? O alvo interessa de alguma forma
pra nós?
Quando cai o nível de atividade na base do cérebro, muda a predominância do
externo (exteriorização) para o interno (interiorização). Quando alguém dá menos
atenção para a informação que vem dos sentidos, mais atenção é dada para a
informação interna.
No estado hipnótico os fenômenos observados são tipicamente de origem
límbica. Os fenômenos de rememoração (recuperação de memórias esquecidas
ou reprimidas) e revivificação (ressurgência da experiência emocional vivenciada
no evento rememorado), comumente reunidos no termo "regressão"; as amnésias
espontâneas experimentadas quando se sai do estado hipnótico; a aprendizagem
acelerada que ocorre neste estado; as analgesias; a estimulação do sistema
imunológico; as alterações subjetivas do esquema corporal e as vivências
alucinatórias induzidas por sugestão, são fenômenos típicos associados à
formação hipocampal do sistema límbico. Esta região é responsável pela
formação da memória, pela aprendizagem, pela imagem do corpo (esquema
corporal) e pela regulação do sistema imunológico.
Compreende-se, agora, como a hipnose favorece a liberação de emoções
reprimidas juntamente com a memória do evento que a gerou. A repressão de
lembranças desagradáveis e as defesas que impedem que elas aflorem é um
processo ativo do córtex pré-frontal (formação recente na evolução, sede da
personalidade e da vida intelectiva)* O sistema límbico se vê, assim, impedido de
descarregar a estase energética e regular o equilíbrio e a distribuição da energia
dinâmico-afetiva.
O córtex pré-frontal modula a energia límbica e tem a possibilidade de criar
comportamentos adaptativos adequados ao tomar consciência das emoções. Por
outro lado, o sistema límbico através do hipotálamo pode exercer um efeito
supressor sobre o neocórtex (inibição momentânea da cognição e também sobre o
tônus muscular tônico, como se observa nas fortes excitações emocionais).

(*) O lobo frontal é responsável pelo nosso temperamento, nossa relação com as
pessoas, nosso jeito de ser. É o que nos faz indivíduos ímpares. A parte mais
sofisticada do cérebro.

Referência Bibliográfica: Revista SuperInteressante, Ano 12, n. 5, Maio 1998,


Cérebro "Visão Hipnótica", pág. 40 - chamada de capa: HIPNOSE - Ela já foi
condenada como um truque de charlatães. Hoje, comprovada pela ciência, ajuda
a Medicina a curar muitas doenças.

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HIPNOSE NA VIDA DIARIA

Segundo Marlus Vinicius as manifestações da hipnose ocorrem na vida diária


sem que a maioria das pessoas perceba:

1. Quando assistimos a um filme, no cinema ou na televisão, e estamos realmente


gostando, nós nos emocionamos com as cenas do filme. Podemos rir, chorar,
ficar revoltados ou alegres com determinadas seqüências do filme; pode ocorrer
sudorese nas mãos, redução do ritmo respiratório. Nesses momentos em que
nossa atenção está focalizada nas cenas, e segundo o conteúdo das próprias cenas
e de acordo com as nossas experiências passadas, estamos hipnotizados.
Durantes essas cenas, nosso juízo crítico não se preocupa com a velocidade e
número das cenas, nem com a definição das imagens, ou até mesmo como foram
produzidas as cenas. Não pensamos tratar-se de um conto, nos envolvemos com
as cenas, sentimos as cenas com todos os nossos sentidos, e muitas vezes
deixamos de ouvir ou de prestar a atenção num barulho estranho ao filme, como
o som da campainha da nossa residência;

2. Quando estamos interessados na leitura de um determinado livro,


reagimos emocionalmente às descrições das situações interessantes sem estarmos
analisando criticamente o tamanho das letras, a ortografia, falhas na impressão.
Limitamos, desse modo, a nossa atenção visual ao conteúdo do que estamos
lendo e somos auto-hipnotizados;

3. Quando estamos ouvindo com entusiasmo uma música de nossa


preferência, permanecemos sem analisar criticamente a afinação do cantor ou a
performance da orquestra. Essencialmente, concentramos a nossa atenção no som
musical, permitindo que a música entre em nossa mente e em nosso corpo, e até
podemos ser hipnotizados pela música, a qual pode nos fazer recordar de um
acontecimento passado, ocorrendo uma relembrança ou mesmo uma
revivificação;

4. Quando estamos dirigindo nosso carro de casa para o trabalho,


prestamos atenção consciente ao transito, contudo a direção do carro é realizada
em nível inconsciente. Nós não ficamos, conscientemente, engatando as marchas
e pisando no freio. Assim mesmo quando dirigimos o veículo prestando atenção
ao transito, uma série de estímulos chega ao nosso cérebro sem se tornar
consciente neste exato momento e pode ser armazenada em algum lugar do
encéfalo;

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5. Quando uma pessoa está aprendendo a dançar, presta atenção ao
compasso musical, presta atenção na sua posição corporal, olha para os pés para
saber aonde irá posicioná-los. Enfim, procura seguir o professor ou o seu par.
Essa fase pode ser comparada às sugestões que o hipnoterapeuta formula ao
paciente durante o tratamento pela hipnose. Posteriormente, quando a pessoa já
sabe dançar, simplesmente ouve a música, deixa-a entrar pelo seu corpo e sai
dançando automaticamente;

O Tratamento bem-sucedido, pela hipnose, pode ser observado quando, por


exemplo:

1. O paciente reprogramou seu modo de alimentar-se para tornar-se e permanecer


esbelto;

2. Quando, por meio da hipnose, ampliou sua capacidade de aprender e relembrar


o aprendido;

Quando, por meio da hipnose, eliminou uma fobia;


Durante uma conferência ou uma aula, quando o aluno se interessa pela matéria
e o professor é habilidoso, o aluno permanece com sua atenção tão focalizada e
limitada ao assunto, isto é, está hipnotizado, que os ensinamentos são gravados
no seu inconsciente e mesmo no seu inconsciente. Ao terminar a conferência ou a
aula, o aluno sai satisfeito com os ensinamentos compreendidos, sendo capaz de
lembrá-los durante uma prova. Alternativamente quando o professor é chato, fala
bastante e apenas lê os dispositivos projetados, o aluno não se interessa pela
matéria e se distrai com qualquer coisa, não há focalização da atenção, nem
hipnose. Conseqüentemente, não há aprendizagem adequada. Muito
provavelmente o aluno será incapaz de lembrar durante a prova, nem para o seu
proveito durante a sua vida, o que esse professor tentou transmitir;

Muitas sugestões indiretas ocorrem no cotidiano e conduzem a respostas


similares às ocorridas na hipnose formal. Quantas vezes estamos passeando num
“shopping center” com o desejo de adquirir alguma peça para o vestuário
quando, passando pela frente de uma lanchonete, sentimos o odor do café,
recebemos uma sugestão sensorial olfativa direta, e somos levados a entrar e
saborear um cafezinho.

Da mesma forma uma sugestão direta aplicada na hora certa com palavras
corretas e poderosas, com tom emocional adequado ao contexto, pode fazer uma
multidão mover-se imediatamente sem que as pessoas parem para raciocinar e
optar pela melhor alternativa de comportamento. Isto ocorre quando num cinema
durante a exibição de um filme alguém grita: “Fogo! Está pegando fogo!”.

Quantas vezes ao tirarmos uma roupa descobrimos que nos arranhamos num
braço ou numa extremidade do corpo, sendo que no momento do arranhão nada
sentimos, pois estávamos com a atenção concentrada em outra coisa, pois nesta
hora estávamos anestesiados.

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Muitas vezes nos podemos entrar em hipnose, sem nenhuma sugestão verbal,
simplesmente dirigindo um veículo numa estrada com longas retas ou numa auto-
estrada; outras vezes, simplesmente assistindo a um programa de televisão.

Assim podemos compreender que a hipnose, na vida diária ocorre mais


freqüentemente do que imaginarmos, e contribui para o entendimento de que não
é necessária a indução formal para obtermos a hipnose. No consultório do
hipnólogo, faz-se a indução formal de hipnose para obtê-la no momento desejado
e com finalidades específicas.

CONTRA INDICAÇÕES DA HIPNOSE

 O uso em Psicóticos, bordeline ou compensados, (mas que podem ser


tratadas por hipnoterapeutas e psicanalistas bem treinado);
 Sem objetivo definido e construtivo, apenas para satisfazer insistentes
pedidos do paciente;
 Se o estado do paciente não está determinado;
 Satisfação do EGO do hipnotizador;
 Remoção de sintomas sem se preocupar com a causa dos mesmos (o que
alguns questionam dizendo que o alívio pode ser permanente e que o
paciente, eventualmente, pode aproveitar esse período, sem sintomas, para
melhor adapatar-se a vida);
 Eliminar sensações (fadiga, por exemplo) o que pode levar o paciente a
ultrapassar os limites de sua capacidade física.

CONSTELAÇÃO HIPNÓTICA (SEGUNDO JEFFREY K. ZEIG)1

- Economia de movimentos (catalepsia)


- Literalismo (interpretação literal)
- Demora para iniciar resposta
- Mudança nos reflexos de salivação e deglutição
- Diminuição na freqüência respiratória, pulso e pressão sangüínea -
há uma diminuição geral dos reflexos
- Relaxamento muscular
- Mudanças no comportamento ocular:
Mudanças pupilares
Tremor palpebral
Perda de foco
Olhar fixo
Mudanças na freqüência das piscadas
Mudanças no movimento lado a lado do olho (REM)
Lacrimejamento
- Redução dos movimentos de orientação
- Perseveração
1
Extraído da Apostila de Drª Sofia Bauer

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- Assimetria direito / esquerdo
- Mudanças na circulação periférica
- Fasciculação
- Aumento da responsividade
- Aumento da atividade ideomotora e ideossensória

FENOMENOLOGIAS DOS ESTADOS HIPNÓTICOS

Durante o transe hipnótico, de acordo com a sensibilidade individual


momentânea e segundo a profundidade do transe alcançada, pode-se verificar ou
induzir o surgimento de alguns fenômenos psicossomáticos. Vejamos alguns
deles:

RELACIONADOS À MEMÓRIA

 Amnésia:Esquecer-se de pensamentos ou de fatos passados durante o


transe (espontaneamente ou não) ou em uma ocasião específica, o que
pode dar-se espontaneamente ou de acordo com orientações sugestivas do
hipnotizador.
 Hipermnésia: É a capacidade de lembrar-se de forma nítida e com riqueza
de detalhes de pensamentos, sentimentos ou eventos ocorridos e
completamente esquecidos.
 Regressão de idade ( memória): O fenômeno de regressão de idade é
parcialmente baseado nos mecanismos de hipermnésia e amnésia. É a
capacidade de reviver pensamentos e sentimentos passados como se
fossem presentes, como se a pessoa estivesse em um momento específico
de uma idade anterior, no qual se comporta, pensa e reage de forma
similar à idade em questão, mas guarda todos os mecanismos de
aprendizado da idade atual [de forma que ela apresentará todo o controle
dos esfíncteres, e não irá urinar nas calças quando "regredir" a uma idade
em que ainda não tinha o controle sobre esses músculos, embora
reproduza comportamentos infantis.
 Xenoglassia: Capacidade em relembrar e fazer uso lógico de uma língua
estrangeira que se ouviu na infância, e da qual não se tem domínio
conscientemente.

IDEOSOMÁTICAS (OU IDEOMOTORAS)

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Há uma associação entre a postura e a fisionomia do indivíduo hipnotizado: se o
paciente for colocado em posição de boxe, sua fisionomia adotará feição de
ferocidade; se o colocarmos de joelhos e com as mão unidas, sua fisionomia
adotará uma placidez de quem está a orar.

Estigmatização e Hematidrose - Em 1885 Focachon, farmacêutico de Charmes


produzia na presença dos drs. Bernheim, Legeois, Dumont etc. vesicações sob
sugestão enquanto três médicos de La Rochelle obtinham algumas gotas de
sangue na pele de um hipnotizado.

 Catalepsia: Enrijecimento dos músculos sem a fadiga durante o estado


hipnótico, paralelamente à suspensão das sensações. A catalepsia seria,
portanto, a permanência de pelo menos alguma parte do corpo em
determinada posição por algum tempo sem as dores causadas pela
constância.
 Movimentos "Alavancados": São movimentos pausados, e na maioria
das vezes lentos, como se o indivíduo estivesse levando pequenos
choques. Muitas vezes ocorre durante o teste sugestivo da "levitação da
mão".
 Hiperpraxe: Aumento da capacidade muscular. Tomemos como exemplo
a força da mandíbula: todo mundo tem aproximadamente 600 libras de
pressão nos músculos da mandíbula, mas poucas pessoas já usaram-na.
Não obstante, isto permite que os acrobatas pendurem-se pelos dentes de
um trapézio e executem os feitos mais surpreendentes enquanto estão
assim apoiando o peso do corpo pelos dentes...

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IDEOSENSORIEDADE

 Dissociação: É uma cisão, uma separação dos estados psicológicos entre


consciente e inconsciente, ou separação entre emoções e os pensamentos,
comportamentos e sensações. É um processo mental no qual sistemas de
idéias são separados da personalidade normal e operam
independentemente. Na dissociação uma palavra, símbolo ou lembrança
deixa de estar associada a certas idéias, lembranças etc.
 Alucinações: O detalhe mais impressionante da hipnose é o fato do
paciente vivenciar alucinações sugestionadas; podemos alterar as
percepções, induzindo ilusões e alucinações positivas (ver, sentir ou ouvir
o que não existe) ou alucinações negativas (deixar de ver, sentir ou ouvir o
que existe) mesmo que a pessoa mantenha seus olhos abertos durante o
transe hipnótico. E pode-se obter o mesmo efeito em sugestões pós-
hipnóticas, dadas durante a hipnose e executadas depois, em estado de
vigília, executadas horas, dias, meses ou anos depois.
 Analgesia: É a sensação de dormência (diminuição da percepção tátil) em
alguma parte do corpo (estes fenômenos são utilizados na terapêutica da
dor).
 Hiperestesia: A hiperestesia é o aumento da percepção das sensações,
com a ampliação do limiar perceptivo a níveis mais sensíveis de
estimulação.
 "Transfert": A transferência de sensibilidade de uma parte do corpo para
a parte correspondente do outro lado. Trata-se meramente do exagero de
uma relação normalmente presente em partes simétricas do corpo.

RACIOCÍNIOS SOBRE O FUTURO

Pseudo-orientação no futuro: pensar o futuro a partir do presente. O indivíduo


pensa o futuro, sabendo que é apenas uma projeção, e através dos cinco sentidos
pode pensar e dar formas a situações que irá passar.
Progressão de idade: O indivíduo pensa estar num futuro. Pode-se passar por
uma situação antes dela acontecer para saber quais serão as reações quando isso
se tornar realidade (isto não está ligado à previsão do futuro).

COGNIÇÃO

Signo-sinal: São comandos associados aos estados hipnóticos, como uma


palavra ou frase dita ao paciente durante o transe e que funcionam como uma
"chave" para induções futuras. São usados normalmente para facilitar cada uma
das próximas sessões para que o trabalho seja iniciado e conduzido de uma forma
mais rápida.
Duplicação de sistemas de raciocínio: Duplicação é a atividade psíquica onde
duas linhas de raciocínio acontecem simultaneamente e de forma independente

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uma da outra (o que permite obter-se a Escrita Automática, popularmente
conhecida como "psicografia", a Escrita Ambidestra, em que o indivíduo
hipnotizado é levado a escrever ou digitar um texto diferente lógico e coerente
com cada mão, às vezes em línguas diferentes).
Sugestão pós-hipnótica: É o estabelecimento de comportamentos, atitudes,
relações e formas de pensar que terão efeito depois do processo formal de transe
hipnótico, sendo executados os comandos com o indivíduo em estado de vigília.
Refere-se à execução, no tempo de pós-transe ou a algum tempo especificado, de
sugestões dadas durante o transe.
Alteração de consciência reflexiva: É a maneira como a pessoa vê a si mesma,
em estado de vigília e em estado de hipnose. A percepção da área corporal fica
notadamente alterada, assim como a identificação com a massa corpórea (alguns
indivíduos referem-se a si mesmos na terceira pessoa).

NOÇÃO DE TEMPO

A distorção da noção de tempo se divide em duas categorias:


 Expansão da noção de tempo: Tem-se a impressão de que passou um
tempo muito maior do que realmente se passou. 20 minutos podem
parecer 4 horas para a pessoa hipnotizada, e muitas vezes segue-se uma
noite de "insônia" com muita vitalidade, uma vez que o transe repõe o
descanso fisiológico necessário.
 Condensação da noção de tempo: Ao indivíduo hipnotizado se parece
ter transcorrido menos tempo do que passou. É muito comum após
despertar de um transe profundo o sujeito completar uma história que
estava contando minutos antes da indução, e perguntar ao seu terapeuta
quando este vai começar, e mesmo negar que tenha estado em transe.

COMO SE DESENVOLVEM OS PROCESSOS MENTAIS2

Como funciona a mente

A mente funciona através de áreas cerebrais distintas, que são: percepção, não-
consciente (que engloba: subconsciente, inconsciente, inconsciente coletivo, pré-
consciente, etc. . aos efeitos de resumir e fazer uma divisão mais objetiva), consciente e
pré- motora.

Zona A: Percepção

Através desta zona captamos as imagens e sensações que nos chegam do mundo
exterior, por meio dos cinco sentidos. Esta zona está situada na região occipital.

Zona B: Não consciente (atividade automática)

2
PUENTES, Fábio, Hipnose: Markenting das Religiões, Editora Cenau – 2ª edição 2001 – São Paulo

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É a mente subjetiva. Esta zona está integrada pelo tálamo, e hipotálamo que são
pequenas glândulas situadas abaixo do corpo caloso, de onde partem e para onde
vão parar infinidades de ramificações nervosas, destinadas às diversas áreas
cerebrais. No seu interior está situado o centro da memória.
Podemos dizer pois, que é um grande armazém de experiências e vivências
compiladas ao longo de nossas vidas. No tálamo e hipotálamo se registram assim
mesmo todos os nossos conhecimentos e, portanto, nossos impulsos básicos,
sensações, instintos e hábitos. Tudo quanto sabemos e conhecemos da vida, fica
registrado e arquivado em nosso subconsciente até o fim de nossa vida, pois nada
se apaga nele. O material recebido vai se acumulando e nada é esquecido.
O subconsciente governa o sistema nervoso simpático, que tem sua sede na
espinha dorsal e desta forma controla os órgãos e músculos involuntários e suas
diversas funções no organismo, tais como: coração, fígado, pulmões, rins,
intestinos, glândulas, etc. Em ocasiões de perigo assume um controle efetivo
sobre os órgãos vitais, como por exemplo, em um colapso, acidente, etc. Assim, a
pessoa pode permanecer em estado de coma profundo ou completamente
anestesiado, ou ficarem imobilizadas em certas partes do corpo, apesar das quais,
o organismo continua cumprindo as funções vitais, tais como respirar, etc., de
uma forma totalmente automática, sem que aparentemente ninguém o dirija. É
muito importante lembrar que o subconsciente induz. Seus movimentos são
involuntários e não dependem da consciência.

Zona C: Consciente - Mente Objetiva

Localiza-se na zona frontal e faz parte do córtex e sub-córtex cerebral. Sua


função é a de ordenar, analisar e discernir toda a informação que recebe do
subconsciente, e fazer com que se cumpram as ordens que lá chegam. O
consciente é a mente objetiva, governa o sistema nervoso e tem sua base no
cérebro. Governa os músculos voluntários e os sentidos (paladar, tato, audição,
visão e olfato).
É a parte da mente que analisa, sintetiza, deduz, raciocina, etc. A memória do
consciente é imperfeita e nula, porque esquece e não armazena informações.

Zona D: Pré-Motora

É a que recebe ordens do consciente e, ao estar conectada diretamente ao sistema


motor, transmite as ordens ao sistema nervoso central, e este, por sua vez, aos
diversos grupos musculares, para que, dessa forma, culmine no processo mental e
a idéia se converta em ação por meio do efeito ideomotor.

Zona B1: Inconsciente

É uma pequena zona que estaria situada debaixo do subconsciente, na qual estão
gravados todos os instintos primários do indivíduo (sexo, perpetuação, defesa,
etc.), ou seja, todos os instintos elementares que acompanham o ser humano,
desde sua origem selvagem, perdido na noite dos tempos. Estas gravações nunca
chegam a ser conscientes com facilidade.

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O cérebro humano funciona com dois tipos de energia diferentes que se
complementam: a FÍSICA (ELÉTRICA) e a PSÍQUICA (QUÍMICA).
O cérebro está formado por células. A célula principal se chama neurônio.
Existem entre dez e doze bilhões de neurônios, que são considerados células
nervosas, que estão localizadas no córtex cerebral (a parte mais nova do cérebro)
e existem configurações no sub-córtex (o interior).
Um só de tais neurônios possui um número incalculável de ramificações. Para se
ter uma idéia podemos dizer que um só neurônio está relacionado com outros
dez mil neurônios.
A conexão dos neurônios se chama sinapse.
A sinapse se realiza através da liberação de substâncias químicas
(neurotransmissores) e que vão gerando estímulos elétricos, chamadas de ondas
cerebrais.
As ondas cerebrais são de diferentes intensidades, que se medem em ciclos por
segundo.
Estas ondas, na atualidade são de cinco; das quais duas indicam estado de vigília
e as outras três um estado por debaixo da vigília, que vai desde um leve sono até
o coma.
Para mudar uma resposta temos que reprogramar esta forma de união desses
neurônios. Isso se consegue modificando a intensidade das ondas cerebrais.
Muitos medicamentos podem alterar o sistema neurotransmissor. Existem
elementos eletrónicos (como jogos de luzes e sons) que chegam a mudar as ondas
cerebrais. Há também outras técnicas mais naturais que acabam por modificarem
tais ondas do cérebro. Ao mudar a intensidade se conseguem diferentes estados
de consciência. Entre esses estados estão os chamados estados alterados de
consciência, que são os que concentram o foco da atenção, deixando sensações
que vão do êxtase contemplativo, até a excitação descontrolada.
Segundo o investigador Héctor González Ordi, professor de Psicologia Básica da
Universidade Complutense de Madri, temos a seguinte explicação
“tradicionalmente, tem se definido um estado alterado de consciência como toda
aquela experiência diferente à vigília. Mas esta curta definição já é antiga. Muitas
vezes, atingir um estado alterado de consciência depende das expectativas que
cada um tenha do fenômeno”. E alguns estudos realizados com consumidores de
drogas psicoativas reforçam esta opinião.
Sabe-se, por exemplo, que é possível sugestionar uma pessoa para que
experimente as sensações subjetivas próprias do consumo de cannabis ou LSD,
ainda que na realidade esteja tomando um simples placebo.
Aqui está a chave do estudo dos estados alterados da consciência. Existe muita
informação segundo a qual as drogas, a hipnose ou a meditação “levam” o sujeito
a mundos superiores mais criativos, mas a evidência científica parece demonstrar
o contrário. Não se tem achado variações nos padrões fisiológicos próprios destas
práticas, e se tem demonstrado que seus efeitos subjetivos podem conseguir-se
por meio de outras técnicas muito mais simples, como é o caso da sugestão.

O que acontece na realidade nos casos de estados alterados de consciência? Na


realidade, se pode dizer que as excitações que se produzem no sistema nervoso
central causam um estado especial de percepção quando a estimulação sensorial
externa diminui.

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Isso também acontece com o estado alterado de consciência mais estudado: o
sono, sempre que os estímulos do redor descem de intensidade rapidamente, as
pessoas experimentam distorções de percepção e alucinações. Esta redução dos
estímulos pode-se conseguir por meio de muitas técnicas fisiológicas,
psicológicas e farmacológicas.
Há inúmeros acontecimentos naturais e artificiais que podem modificar nossa
experiência subjetiva. A mais famosa é o consumo de drogas, mas os
investigadores usam outros truques para conseguir estes efeitos tão particulares.
Por exemplo, a atividade física tem uma conhecida repercussão sobre nosso
estado consciente, já seja por defeito (o relaxamento e a meditação), ou por
excesso (as danças rituais que acabam com um suposto estado de transe ou os
atletas de maratona que perdem a percepção do redor quando superam um certo
nível de cansaço).
Também os estímulos externos têm resultados similares. Uma voz sugestiva, o
som de um gongo, o movimento monótono de objetos ou a música podem nos
transladar a um estado alterado de consciência.
Por último, há situações clínicas que ocasionam alguns destes estados. Entre elas
a hipoglicemia, a febre ou a má nutrição, que são, as vezes, indutores de
alucinações.
Como podemos ver, não há nada de misterioso nestas manifestações da mente
sadia, simplesmente são modificações de nosso estado de atenção. O xamanismo,
o transe religioso, as experiências próximas à morte, as possessões e as visões
místicas poderiam ser perfeitamente explicadas por estes mecanismos físicos e
psíquicos.
Segundo González Ordi, “um profissional da saúde pode induzir um estado
alterado da consciência como terapia para certos transtornos, sobretudo para os
relacionados com a ansiedade e o estresse. Mas é muito perigoso pretender
atingir ditos estados por meio de drogas ou com práticas de sugestão não
controladas”. De fato não é estranha a aparição de certos episódios psicóticos e
transtornos mentais graves relacionados com estas práticas, como o xamanismo,
que agora fazem furor nos círculos esotéricos – no abuso de ervas e chás
alucinógenos, que são usados com pretensões de encurtar o caminho para
sabedoria e a expansão mental, e com “curas”, usando conhecimentos ancestrais.
Ao entrar nas ondas alfa, um pouco mais abaixo da vigília, entra-se num estado
de consciência alterado de meditação, contemplação e abstração. Este estado
segrega um hormônio chamado de acetilcolina, que produz uma sensação de
relaxamento muscular. Isto se vê no tipo de auto-hipnose provocado nas religiões
orientais, como o Yoga.
Quando se aumenta a intensidade de beta, que é o estado de vigília no qual você
está agora, e as descargas elétricas se aceleram, passa as ondas gamma, um
estado de consciência alterado, que provoca excitação, descontrole, e enquanto
em alfa o corpo pode estar relaxado e tranqüilo, em gamma, o movimento é
desordenado, com muito pouca coordenação. Este estado alterado faz que a
mente segregue um outro hormônio chamado de adrenalina, que provoca uma
sensação-reflexo de luta ou fuga. Este fenômeno se vê nas religiões pentecostais
e nos rituais afro.
As duas ondas alfa e gamma, produzem uma dissociação temporária, que
provoca inibição cortical seletiva, e a atenção é desviada intencionalmente.

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Então vemos que, quando saímos da faixa de beta, tanto para cima (gamma) ou
para abaixo (alfa) entramos num estado de consciência alterada.
Sabe-se que a oração profunda, algumas danças (do tipo dervixe) o jejum
prolongado, o orgasmo, certas drogas, jogos de luzes (como nas danceterias, os
aparelhos como os “mega brain“), a hipnose, a meditação transcendental, o yoga,
etc., provocam variações nas ondas cerebrais.

Os instrumentos de percussão, também alteram a consciência, provocando uma


inibição cortical muito importante. Isto é demonstrado durante as festas de
carnaval, onde se pula, se dança, num estado que vai além das forças físicas,
causando muitas vezes até a morte. Na guerra se usa o tambor para ir marcando o
passo, levando os soldados a um estado de alteração, onde a atenção é desviada
diante da possibilidade do perigo. Os antigos barcos de remos, possuíam um
tambor que marcava o ritmo, conseguindo que os remadores fizessem seu
trabalho sem sentir tanto o cansaço, conseguindo também um estado de
consciência alterada.
Existem duas formas de chegar a um estado de transe hipnótico: a trofotrópica,
que é uma maneira alimentadora, maternal e a ergotrófica, que é mais autoritária,
paternal. A primeira: tem efeito sedativo, acalma. A segunda: excita, levando às
vezes a um estado de estupor.
Em qualquer das duas maneiras se produzem modificações fisiológicas, como de
respiração, alterações cardíacas, de pressão arterial, alterações hepáticas e
hormonais, aumento ou diminuição do umbral da dor (analgesia ou hiperestesia),
perturbações musculares; e alterações psicológicas, tais como alucinações e
ilusões sensoriais (de tato, gosto, olfato, visual e auditiva).
Quando uma criança, se machuca, e chega chorando até sua mãe, esta
simplesmente, a acaricia, fala suavemente e beija meigamente no lugar da lesão,
é o suficiente para produzir a liberação de substâncias, chamadas endorfinas, que
alcançam um potencial analgésico muito superior ao da morfina. Esta substância
está naturalmente em nosso cérebro e é liberada no estado de choque emocional.
O toque carinhoso e o beijo “mágico” foram determinantes e a dor da criança
“desapareceu”, por amor.
Quando essa mesma criança, chega machucada, chorando até seu pai e este lhe
acena com o dedo indicador, usando um tom de voz grave, dizendo, “os homens
não choram!”, automaticamente a endorfina, liberada pelo medo, entra na
corrente sangüínea, e produz um estado de analgesia.
O efeito final é o mesmo, conseguindo chegar até a hipnose por dois caminhos
bem diferentes: o do amor e o do temor.
Em certos cultos ou ritos religiosos, se observarmos, vemos que se usam os dois
métodos, o autoritário e o maternal.
O padre na sua igreja com o silêncio, as luzes tênues e dirigidas, o som grave do
órgão, e as pregações com voz pausada e de ritmo modulado, está usando o
método maternal. Ao igual que o budista ou o iogui que entram em êxtase pela
contemplação intensa, –ou concentração exagerada que leva a uma hipnose-
conseguindo um estado de meditação profunda. Nestes dois casos se atinge a
faixa das ondas alfa.

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Nos rituais afro-brasileiras se usa muito a percussão, os movimentos convulsivos
do corpo, cenas fortes com sangue e animais. Isto produz um estado de excitação,
provocando um transe similar, para não dizer igual, ao transe hipnótico.
Em certos templos de modalidade evangélica, os pastores começam suas orações
e pregações com um ritmo monótono, subindo de tom, falando permanentemente,
“bombardeando” com palavras, exaltações, para a platéia, repetindo cada certo
tempo reforçando, palavras que servem de apoio, estimulam e excitam como a
mágica “aleluia” . Ao sentir-se cansado este pastor, outro o substitui, e o
bombardeio continua.
De novo se produz a dissociação temporária, desvia-se a atenção e provoca-se
uma inibição cortical. Novamente aparece o transe hipnótico, onde foi usado o
método autoritário ou paternal, atingindo em ambos casos a faixa das ondas
gamma.
É importante esclarecer que o transe hipnótico se produz mais fácil e rapidamente
por imitação. Isto explica a hipnose de massas, por contagio psíquico.
Não devemos esquecer que no transe hipnótico atingimos a parte “não-
consciente” do cérebro, esta zona simplesmente induz. A parte crítica do
consciente, que é quem deduz, está censurada, adormecida. Já veremos, no
capítulo seguinte, que esta censura se consegue com estímulos sensoriais e com
sugestões.

Mudanças fisiológicas

Dentre as mudanças fisiológicas que se produzem em conseqüência do transe,


figura geralmente uma baixa na pulsação, ocorrendo quedas mais ou menos
acentuadas na presão arterial. Ao iniciar-se o transe costuma haver uma vaso-
constrição, e a esta segue-se uma vaso-dilatação, que se vai prorrogando até o
momento de acordar. Equivale a dizer que no começo a pressão pode subir um
pouco, mas, à medida em que o transe se aprofunda, tende a cair. Observa-se
geralmentee uma mudança na temperatura periférica. Aumento de calor na
superfície e frios nas extremidades das mãos e dos pés. A pessoa bem
hipnotizada caracteriza-se quase sempre pelas extremidades frias ( as mãos
geladas), conservando-as geralmente assim durante todo o transe.
Não será preciso acentuar que essas mudanças fisiológicas durante a hipnose
decorrem largamente as modificações que se produzem no estado de espírito e no
estado emocional do indivíduo. As diferenças de reações nesse particular
obedecem a fatores muito sutis, que, dada a sua complexidade, podem escapar,
inclusive, ao controle dos maiores peritos em matéria de psicologia.

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ESTÁGIOS DA HIPNOSE3

LeCRON e Bordeaux, apresentam uma escala de graus do estado hipnótico e as


mudanças fisiológicas que se produzem em conseqüência do aprofundamento do
transe. sugere cinqüenta estágios. Muito embora há uma tendência de reduzir a
cinco estágios, dos quais apenas três indicam estados de hipnose propriamente
dita:

INSUSCETÍVEL - Não apresenta características hipnóticas de espécie alguma;

HIPNOIDAL – Corresponde ao estado de relaxamento – o “sujet” mostra uma


expressão de cansaço e freqüentemente um tremor de pálpebras, além de
contrações espasmódicas nos cantos da boca;

TRANSE LIGEIRO – o “sujet” sente os membros pesados, experimenta um


estado de alheamento, porém conserva plena consciência de tudo o que se passa
ao seu redor.

TRANSE MÉDIO - embora conserve alguma consciência do que se passa o


“sujet” está efetivamente hipnotizado. Não oferece resistência às sugestões,
salvo quando estas contrariam seu código moral. Produz catalepsia dos membros
e do corpo, alucinações motoras e cinestésicas. Aqui se consegue efeitos
analgésicos e até anestésicos.

TRANSE PROFUNDO OU ESTADO SONANBÚLICO – constitui-se no


maior transe, no sentido de profundidade. O “sujet” aceita sugestões as mais
bizarras. Neste estágio pode-se mandar o paciente abrir os olhos sem afetar o
transe. Ao abrir os olhos o paciente apresenta expressão fixa com pupilas
visivelmente dilatadas. A aparência é a de quem está imerso em sono profundo,
porém reage às sugestões do hipnotista. É o estagio próprio às anestesias
profundas. A indução a este transe exige algumas sessões e cerca de 30 a 40
minutos de trabalho.

 Insuscentível – Ausência de toda e qualquer reação


 Hipnoidal – 1 Relaxamento físico, 2 - Aparente sonolência, 3 – Tremor
das pálpebras, 4 – Fechamento dos olhos, 5 – Relaaxaamento mental e
letargia mental parcial, 6 – membros pesados.

3
Texto extraído do Livro O Hipnotismo de KAL WEISSMANN, Grande hipnotista que muito me servi
para a elaboração desta apostila.

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 Transe Ligeiro – 7 Catalepsia ocular, 8 – Catalepsia parcial dos membros,
9 – Inibição de pequenos grupos musculares, 10 – Respiração mais lenta e
mais profunda, 11 – Lassidão acentuada ( pouca inclinação a se mover,
falar, pensar, agir), 12 – Contrações espasmódicas daa boca e do maxilar
durante a indução, 13 – Rappor ente hipnotizado e o hipnotista, 14 –
Sugestões pós-hipnóticas simples, 15 – contrações oculares ao despertar.
16 – mudanças de personalidade, 17 – Sensação de peso no corpo inteiro,
18- Sensação de alheamento parcial.
 Transe Médio – 19 – O hipnotizado reconhece estar no transe e sente,
embora não o descreva, 20 – inibição muscular completa, 21 – Amnésia
parcial, 22 – Glove anestesia (anestesia das mãos), 23 – Ilusões
sinestéticas, 24 – Ilusões de gosto, 25 – Alucinação olfativas, 26 –
Hiperacuidade das condições atmosféricas, 27 catalepsia geral dos
membros e do corpo inteiro.

 Transe Profundo ou Sonambúlico – 28 – O hipnotizado pode abrir os


olhos sem afetar o transe, 29 – olhar fixo, esgazeado e pupilas delatadas,
30 – Sonambulismo, 31 – Amnésia completa, 32 – Amnésia pós-hipnótica
sistematizada, 33 – Anestesia completa, 34 – Anestesia pós-hipnótica, 35
– Sugestões pós-hipnóticas bizarras, 36 – Movimentos descontrolados do
globo ocular, movimentos desordenados, 37 – Sensações de leveza, estar
flutuando, inchanddo e alheamento, 38 – Rigidez e inibições nos
movimentos, 39 – O desaparecimento e a aproximação da voz do
hipnotista, 40 – Controle das funções orgânicas, pulsação do coração,
pressão sanguinea, digestão etc., 41 – Hipermnésia ( lembrar coisas
esquecidas), 42 – regressão de idade, 43 – Alucinações visuais positivas
pós-hipnóticas, 44 - Alucinações visuais negativas pós-hipnóticas, 45 -
Alucinações auditivas positivas pós-hipnóticas, 46 - Alucinações auditivas
negativas pós-hipnóticas, 47 – Estimulações de sonhos ( em transe ou pós-
hipnoticamente no sono normal), 48 – Hiperestesia, 49 – Sensações
olfativas ( aeromáticas e odores).
 Transe Pleno – 50 Condições de estupor inibindo todas as atividades
espontâneas. Pode sugerir-se o sonambulismo para esse efeito.

Dentro desse esquema tem de se levar em conta as variantes das reações


individuais. Assim, alguns dos sintomas do transe profundo podem apresentar-se
em certas pessoas já no transe médio e até mesmo no transe ligeiro, ou não
apresentar-se de todo em outras pessoas. Mas de um modo geral essa escala
confere com os níveis acima indicados, salvo em casos nos quais os sintomas,
que acabamos de indicar, se produzem por efeito de uma sugestão direta ou
indiretamente veiculada pelo hipnotista.

ALGUMAS REGRAS PARA AÇÃO HIPNÓTICA (WEISSMANN, Karl )

REPETIÇÃO
Um dos grandes segredos da força sugestiva está na repetição. É popular a
frase de um dos maiores demagogos da humanidade: “ Uma mentira repetida,

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uma tantas vezes, torna-se verdade”, ou mesmo “ água mole pedra dura tanto
bate até que fura”.
Na psicodinâmica da personalidade a lei da repetição representa uma das forças
mais ponderáveis. Cada comando a ser fixados deve ser repetido pelo menos três
vezes.

A MONOTONIA
De modo geral as coisas se tornam hipnóticas pela monotonia e
monótonas pela repetição. Heidenhaim afirma que “a hipnose resulta de um
estímulo sensorial monótono e suave”. A monotonia da voz costuma superar, em
matéria de ação hipnótica, a monotonia dos gestos e a monotonia do olhar ou da
expressão fisionômica.

Com relação à indução hipnótica contamos com o fator monotonia sob as


mais diversas manifestações, não unicamente sob a forma mais específica da
repetição, da insistência, da perseverança e da persuasão, o que bastaria para
evocar a síntese emocional da experiência infantil, consubstanciada na crença do
inevitável, do irresistível, do misterioso e do sinistro, sentimentos tradicionais e
indissoluvelmente associados às teorias e às práticas do hipnotismo.

A monotonia hipnótica se produz por vias sensoriais e por vias subjetivas,


devendo haver uma sintonia perfeita entre a monotonia do paciente, do
hipnotizador e do ambiente. A calma do hipnotizador, assim como a confiança
que ele tem em si mesmo e no alcance de seus objetivos são também essenciais.

TESTES DE SUGESTIBILIDADE

O uso da hipnose é freqüentemente baseado nas idéias de que só algumas


pessoas são hipnotizáveis e que as pessoas são hipnotizáveis em vários graus.
Para os clínicos tradicionais, os testes de sugestibilidade são vistos como um
modo desejável de avaliar se alguém é hipnotizável e, nesse caso em que grau.
Para Yapko, estes testes não indispensáveis. Ao invés disso é preferível que o
hipnotizador assuma a presença inevitável de sugestibilidade por parte do
paciente, entretanto para o hipnotizador que não compartilha desta perspectiva,
ou para o hipnotizador que ainda não se sente bastante experiente para avaliar
comunicações para dinâmica de sugestibilidade podem ser uma ferramenta muito
útil.

Testes de sugestibilidade em prática clínica são feitos em mini encontros,


onde são oferecidos blocos ritualizados de sugestões de relaxamento ao paciente,
seguidos por uma sugestão para uma resposta específica. Se o paciente responder
da maneira sugerida, ele ou ela, “passou” no teste. Se o paciente não responder
da maneira sugerida, então ele “falhou” no teste.

O objetivo principal dos testes de sugestibilidade é determinar o grau de


hipnotizabilidade do paciente. Porém, testes de sugestibilidade também podem
servir para vários propósitos:

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Primeiro, usando testes de sugestibilidade para medir responsabilidade
hipnótica, podem ser obtidas valiosas informações considerando que a
aproximação pode ser melhor para um paciente em particular. Especificamente, a
aproximação deveria ser direta ou indireta? Sugestões deveriam estar em uma
forma positiva ou negativa? O comportamento do hipnotizador deveria ser
comandante, autoritário, ou calmo, permissivo? Muita ênfase foi colocada na
dinâmica de relação entre o hipnoterapeuta e o paciente, e testes de
sugestibilidade podem ser uma ferramenta útil para o ajudar a descobrir o estilo
que você usará para um cliente particular.

Segundo: um segundo propósito do teste é servir como uma experiência de


condicionamento para entrar em hipnose. Experiências futuras envolverão muitas
da mesma dinâmica a um maior grau, e assim o teste de sugestibilidade pode ser
um “ensaio” para o paciente (Spiegel & Spiegel, 1987).

Terceiro: um outro propósito do teste de sugestibilidade pode ser na sua


habilidade para usar o pré-trabalho. Se os testes de sugestibilidade são
introduzidos como preliminar para o que “real” trabalho terapêutico seja feito,
pode ser uma oportunidade para pegar o paciente fora da guarda e oferecer
algumas sugestões terapêuticas que podem ser menos sujeitas a análise crítica do
paciente (Bates, 1993).

EXECUTANDO TESTES DE SUGESTIBILIDADE

Introduzir e executar o teste de sugestibilidade requer muita habilidade em


comunicação como em qualquer outra dimensão ao trabalhar com hipnose. São
as questões de cronometrar (quando na relação é oferecido) a resposta do
terapeuta para a resposta do paciente, e o fechamento e transição para a próxima
interação de fase. As instruções dadas ao paciente sobre a maneira exata de
executar o teste devem cercar-se de certo ritual e solenidade e acompanhadas de
exemplo demonstrativo. Muitos pacientes são refratários à instrução verbal,
porém propensos à imitação.

Entre os testes de sugestibilidade conhecidos, os mais comuns são:

IDEOMOTORES: servem para medir a ação motora da sugestão


hipnótica.

O TESTE DAS MÃOS:

Ao propor o teste das mãos, por exemplo, mostro primeiro em todos os detalhes
os movimentos a serem executados. Digo: “Faça” ou “Façam” como eu estou
fazendo. Assim: entrelaçando firmemente os dedos. As mãos, com os dedos
entrelaçados podem ser firmadas na nuca ou mantidas em cima da cabeça, com
as palmas voltadas para o operador. E continuo a instrução: “Continue com as
mãos nesta posição. Quando eu pedir, inspire profundamente e prenda a
respiração até eu terminar de contar até cinco. Ao terminar a contagem,
soltará a respiração,

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porém as mãos continuarão presas e cada vez mais presas. Não as conseguirá
soltar. Dada essa instrução, manda-se o paciente fechar os olhos, ou fixar os
olhos nos do hipnotizador. Ato contínuo, mando respirar fundo e prender a
respiração. Conto pausadamente até cinco. Se ao terminar a contagem o paciente
não consegue separar as mãos, não está selecionado, senão também
profundamente sugestionado, quando não hipnotizado”.

TESTE DA OSCILAÇÃO:

Um dos testes mais usados é o da oscilação. Havendo o paciente reagido mais ou


menos ao teste das mãos, passo ao teste da oscilação. Este teste oferece, como o
anterior, ensejo para algum ritual e solenidade. O paciente é solicitado a levantar
e largar os objetos que porventura tenha nas mãos. Recomenda-se em seguida,
conforme o caso, não se apoiar na cadeira ou na pessoa que esteja ao lado. Feita
essa recomendação, passo à demonstração, dizendo: A posição é esta: os pés
juntos. Os braços caídos ao longo do corpo. E relaxamento muscular. Fique de
corpo mole. Não em atitude, militar. Olhe para mim um instante. Pode fechar os
olhos. No caso de utilizar-me de som digo: Quando a música começar, você vai
sentir um balanço... O balanço continua... Você continua a balançar, etc. Em
lugar da música pode-se recorrer a um outro condicionamento qualquer com a
mesma probabilidade de êxito. Pode-se dizer também: vou contar até cinco...
Antes de chegar aos cinco, você sentirá um balanço... O balanço não é
considerado como um sintoma muito seguro de sugestibilidade. O grau e o modo
balanço indicam com relativa margem de segurança a sugestibilidade. Para
certificar-me da legitimidade da reação costumo bater inadvertidamente no
ombro do paciente. Se o mesmo não se assustar e se o ombro não cede à leve
pressão da minha mão, as probabilidades são mínimas. Se, ao contrário, o
paciente apresenta uma reação de molejo (alguns chegam a pular) é índice de alta
sugestibilidade.

Uma variante deste teste: é aquele em se colocam as mãos sobre os ombros do


paciente, o qual se mantém de olhos fechados. Ao aliviar a pressão das mãos e
finalmente suprimir o contato físico, o paciente, mesmo sem sugestão específica,
oscila, acompanhando as mãos do operador, como se fora atraído por força
emanada do hipnotizador. O paciente que reage satisfatoriamente a esta prova
pode ser considerado hipnotizado.

PENDULO DE CHEVREUL –

Com o cotovelo apoiado sobre a mesa, o paciente segura entre o polegar e o


indicador, um barbante, de cuja extremidade pende um anel ou outro objeto
qualquer. Sugere-se ao paciente o movimento do pendulo, acompanhando uma
linha traçada sobre a mesa. Recomenda-se ao paciente não intervir
voluntariamente no movimento do pêndulo, limitando-se a segurar o barbante.
Na maioria dos casos, o movimento sugerido começa por esboçar-se na direção
indicada. Você começa a usar sugestões para a ampliação do movimento de vai e
vem do pendulo. Quanto maior o grau de balanço do pendulo, maior o grau de
sugestibilidade. Confirmando o efeito da sugestão, o terapeuta aproveita o ensejo

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para prosseguir, convencendo o paciente que, de acordo com a prova que acaba
de dar, todos, ou pelo menos a maioria dos pensamentos, tendem a traduzir-se em
realidade, bastando o paciente pensar com a devida vivacidade e intensidade. Ai
o “sujet” já entra em indução.

TESTES SENSORIAIS: indicam a ação sensorial da hipnose. O


“sujet” que reagem negativamente aos testes motores podem reagir positivamente
aos testes sensoriais e vice-versa. Os testes sensoriais destacam-se pela sua
facilidade executiva e importância prática.

TESTE OLFATIVO: Mostra-se ao paciente meia dúzia de frascos


devidamente rotulados, contendo cada um uma essência específica, condizente
com o rótulo. O paciente fecha os olhos, e o terapeuta, a uma distancia de dois ou
três metros, abre um dos frascos, anunciando ao paciente a essência que o mesmo
contém. O paciente não pode negar o perfume anunciado, uma vez que o mesmo
existe. O terapeuta passa a anunciar a abertura do segundo frasco contendo outra
essência por ele especificada. Novamente o paciente tem de confirmar o cheiro.
Do quarto frasco em diante, porém, a essência é ilusória, pois o conteúdo dos
últimos frascos não corresponde aos rótulos anunciados pelo hipnotista. Contem
água. Pode-se simplificar esse exercício olfativo, utilizando um simples cartão de
visita. À vista do paciente tira-se o cartão do bolso, da gaveta ou de outro lugar
qualquer o cheirando, e fingindo constatar uma ligeira impregnação de essências.
Comenta-se: Quase imperceptível! Realmente não há impregnação alguma.
Passa-se em seguida o cartão ao paciente, o qual, não desconfiando da cilada
poderá confirmar o cheiro.

TESTE TÉRMICO: Existem várias modalidades de testes


térmicos, pois, os mesmos podem variar de acordo com a criatividade do
terapeuta. Entre eles o de mais fácil execução é o teste do dedo. O operador
coloca o indicador sobre o dorso da mão ou o pulso do paciente. Em seguida
recomenda uma forte concentração em relação à área que se encontra sob a
pressão do seu dedo.
Pergunta ao paciente se não sente alguma sensação estranha, algum aumento de
temperatura, uma espécie de corrente elétrica ou formigamento. Respondendo
afirmativamente, o paciente está selecionado.
Os testes citados acima são métodos denominados como métodos
sugestivos, não se baseando em nenhum expediente de cansaço físico ou
sensorial. Note-se que nesses processos, o cansaço físico, com todas as suas
características aparentes, é ilusório sendo sempre produto de sugestão. É sempre
produto de sugestão.
Observação importante: qualquer pessoa pode permanecer de olhos
abertos, quer numa leitura, quer na contemplação de um objeto, horas seguidas,
sem cair em transe e sem ressentir-se sensivelmente da fadiga visual. A fadiga se
produz em função da fé e da expectativa. O paciente espera, crê que vai e deve
sentir os efeitos sugeridos para a indução. E os sente, sem nenhuma necessidade
específica de demora. Respondem quase que instantaneamente.

MÉTODOS SUBJETIVOS DE INDUÇÀO HIPNÓTICA

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MÉTODO DE BERNHEIM:

Inicia-se dizendo ao “sujet”


Acredite que grandes benefícios advirão para o seu caso, através da hipnoterapia,
e que é perfeitamente possível curá-lo ou pelo menos melhorar o seu estado de
saúde por meio da hipnose;
Nada de penoso ou de estranho nesse processo que consiste num estado de sono
leve ou num estado de torpor que pode ser produzido em qualquer pessoa, estado
esse que restaura o equilíbrio do sistema nervoso;
Ato contínuo diz-se: olhe para mim e não pense senão unicamente no sono. Suas
pálpebras estão ficando cada vez mais pesadas, sua vista cansada, começa a
piscar, seus olhos, estão se fechando. Estão úmidos. Você já não enxerga
nitidamente. Seus olhos vão se fechando, fechando... Fecharam-se;
Há pacientes que fecham os olhos e entram em transe quase que imediatamente.
Já com outros é preciso repetir e insistir.
Preste mais atenção nas minhas palavras. Preste mais atenção. Mais
concentração.
Às vezes pode-se esboçar um gesto. Pouco importa o tipo de gesto que se esboça.
Entre outros, dois dedos em V. Pedimos ao paciente que fixe os olhos nos dedos.
E incitando-o ao mesmo tempo a concentrar-se intensamente na idéia do sono;
Repetimos: As suas pálpebras estão pesadas. Estão se fechando. Já não consegue
abrir os olhos. Seus braços estão ficando pesados. Suas pernas já não sentem o
corpo. Suas mãos estão imóveis. Vai dormir. Em tom imperativo acrescento:
DURMA!
Em muitos casos esta ordem tem ação decisiva, e resolve o problema. O paciente
fecha imediatamente os olhos e dorme. Pelo menos se sente influenciado pela
hipnose. Assim que se possa notar que uma das sugestões está sendo aceita
aproveita-se para formular a seguinte;
Pede-se ao paciente que faça um sinal qualquer: movimento afirmativo ou
negativo com a cabeça, levantar o polegar direito para cima ou para baixo,
conforme a resposta seja positiva ou negativa. Cada sugestão a que o paciente
responde afirmativamente é considerada uma conquista e é preciso aproveitá-la
para outras consecutivas, dizendo ao paciente: está vendo como funciona bem!
Como está correspondendo! Seu sono está se aprofundando realmente. Seus
braços cada vez mais pesados. Já não consegue baixar os braços, etc.;
Se o paciente intenta baixar o braço, eu lhe resisto dizendo: Não adianta, meu
velho. Quanto mais se esforça para baixar o braço, mais o seu braço vai
levantando. Vou fazer agora com que seu braço seja atraído pela sua própria
cabeça, como se a cabeça fosse um imã.
Deixa-se o sinal hipnógeno e nas sessões subseqüentes fita-se o paciente durante
dois segundos e profere-se a ordem DURMA FULANO!

MÉTODO DE MOSS

Consiste numa variante do método de BERNHEIIM. Este método pode ser


considerado Standard. É comumente usado, com algumas variantes, pela quase
totalidade dos hipnotizadores contemporâneos por conter em boa proporção

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sugestões básicas. Trata-se de sugestões que atuam largamente, em virtude de seu
caráter antecipatório e confirmativo. Pois as sugestões que se vão sugerindo ao
paciente parecem corresponder às reações inerentes ao próprio estado de hipnose.
O paciente começa por sentir-se cansado. Suas pálpebras começam a fechar.
Manifestam-se freqüentemente, tremores nas pálpebras e contrações
espasmódicas nas mãos e nos cantos da boca. Observou-se que a hipnose afeta
mais rapidamente a vista e os músculos oculares. Mesmo estando o paciente de
olhos fechados, o terapeuta ainda pode observar o movimento desordenado dos
globos oculares, debaixo das pálpebras, movendo-se em todos os sentidos,
preferencialmente para cima. É próprio do transe ainda uma sensação de peso nos
membros e uma dormência envolvendo o corpo todo, da nuca para baixo, bem
como uma sensação de estar a flutuar nas nuvens e a impressão de que a voz do
terapeuta, a princípio poderosamente envolvente, se vai afastando cada vez mais,
até emudecer completamente, para efeitos de lembrança hipnótica pós-hipnótica.

Dirigindo-se ao paciente diz:


Sente-se na cadeira da maneira mais cômoda possível;
Agora solte o corpo;
Fixe esse ponto (há um ponto qualquer para esse fim, situado de modo a forçar
um pouco a vista do paciente para o alto);
Enquanto seus olhos fixam esse ponto você fica ainda mais descansado. Afrouxe
os músculos rapidamente... Totalmente!
Recomenda-se esperar dez minutos, com o relógio na mão. Às instruções são
dadas em voz monótona, suave, sem titubear, e pausadamente.
Suas pernas já estão ficando pesadas. Esperar dez segundos. Muito pesadas. Seu
corpo está se tornando pesado. Muito pesado. Esperar dez segundos. Suas pernas
pesadas. Todo o seu corpo pesado. (pausa). Está descansando comodamente,
profundamente. Seus músculos continuam a afrouxar-se cada vez mais... Mais...
Mais... Pausa. Seus músculos estão de tal forma relaxados que agora sente
também as pálpebras pesadas. Muito cansadas... Muito cansadas. Você já está
querendo fechar os olhos... Você está querendo fechar os olhos. Ao fechar os
olhos sentirá um extraordinário bem estar. Entrará num repouso profundo.
(Pausa). Seus músculos estão num estado de perfeito relaxamento;
Se os olhos do paciente se fecharem, omite-se a seguinte sugestão. Caso
contrário, continua-se dizendo: Seus olhos estão se sentindo cada vez mais
cansados... Estão fechando... Fechando... Fechando; Repete-se isso quatro ou
cinco vezes. Se os olhos não se fecharem, dá-se a ordem: feche os olhos, por
favor;
Se os olhos do paciente apresentarem um aspecto vítreo, isso significa que ele
está em transe. Neste caso o terapeuta fecha os olhos do paciente com a sua
própria mão.
Agora você esta descansando profundamente; você esta se sentindo
maravilhosamente bem; sua mente não abriga nenhum pensamento. Enquanto eu
falo você vai entrando num sono profundo. Você ouve a minha voz como se
estivesse vindo de longe... Muito longe. Sua respiração está se tornando mais
lenta, mais profunda. Seus músculos estão relaxando cada vez mais. Você
começa a sentir um formigamento, uma dormência. Inicialmente na nuca e
depois envolvendo levemente o corpo todo, da nuca para baixo.

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Você não sente mais nada. Nem a cadeira em que está sentado. É como se
estivesse flutuando nas nuvens. Continue a afrouxar os músculos cada vez mais...
Mais... Mais... Mais...;
Agora você está no sono profundo, agradável, sem preocupação. Nada o
incomoda. Já não quer acordar. Está descansando, afrouxando os músculos cada
vez mais. Seu sono continua agradável e profundo. Nada o aborrece. Já não há
ruído capaz de despertá-lo. Você está totalmente surdo. Só ouve a minha voz. Só
obedece a mim. Só eu posso acordá-lo. Durma... Durma... Durma
profundamente.

MÉTODO DA ESTRELA

O método da Estrela, embora a sua autoria seja desconhecida, desde 1949 já era
aplicado pelo húngaro Joseph Heller, citado por Akstein, foi utilizada e
desenvolvida por Karl Weissman. Método particularmente subjetivo e de grande
efeito simbólico, que foge um tanto da linha ortodoxa dos métodos anteriormente
citados. Muito dificilmente falha.

Eis o método:
Estando o paciente bem acomodado na cadeira, obedecidas as instruções quanto à
maneira de sentar e colocar as mãos sobre os joelhos e recostar a cabeça, com
todos os músculos bem relaxados, ordeno: Feche os olhos; Em seguida inicia-se
com um apelo à sua própria capacidade de concentração, apelo esse que é
facilmente obedecido por ter um caráter lisonjeiro às suas pretensões de homem
de espírito forte; Digo então: você vai agora usar de toda sua capacidade de
concentração no que lhe vou sugerir.
O paciente ainda não sabe o que lhe vou sugerir, e isso lhe prende a atenção e
aumenta a expectativa, dois aliados indispensáveis à indução hipnótica;
Após uma pausa dizer: Uma estrela solitária no céu... Fixe bem esta estrela... A
estrela vem se aproximando lentamente... Lentamente a estrela se aproxima de
você. E à medida que a estrela se aproxima seu brilho aumenta...
A estrela se aproxima cada vez mais. A estrela vem chegando cada vez mais
perto...
Há pacientes que nessa altura cobrem os olhos, embora fechados, a fim de
proteger a vista contra o deslumbramento. Continua-se:
A estrela continua a se aproximar... Ela vem chegando cada vez mais perto... A
estrela se aproxima cada vez mais... A estrela vem chegando, chegando cada vez
mais perto;
Repete-se bastante a descrição da aproximação da estrela. Pode-se observar,
eventualmente, os movimentos oculares dos pacientes por debaixo das
pálpebras.;
Uma pausa deve marcar o término da aproximação da estrela;
Agora que a estrela está próxima, vai ocorrer o movimento contrário... Agora a
estrela se afasta para o céu distante... Vamos agora acompanhar a estrela em sua
fuga pelo espaço... Até a estrela sumir de vista... Até a estrela desaparecer
completamente no céu. Tudo isso com pausas e tom de voz monótono. Não se
determina o momento do desaparecimento da estrela. Isto fica por conta do
paciente;

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Agora, respire profundamente. Respire profundamente... A cada respiração o
sono se aprofunda mais... O sono se aprofunda a cada respiração... A cada
respiração o sono se aprofunda mais;
Aguarda-se cerca de cinco segundos entre cada repetição;
Sugere-se agora a levitação dos braços: A primeira coisa que você vai sentir é
uma atração nas mãos e nos braços... Uma atração nas mãos e nos braços...
Leves. Lenta, mas irresistivelmente os braços se levantam, lenta, mas
irresistivelmente...
Seus braços continuam a levitar... Uma força estranha puxa os seus braços para
cima. A sugestão pode ser dada para apenas um dos braços.
Às vezes há pacientes auditivos que não conseguem ver a estrela. Não tem
importância porque a força da sugestão fica centrada na voz do terapeuta.

ENTRADO EM TRANSE HIPNOIDAL LEVE PRÓPRIO PARA


HIPNOTERAPIA

Gostaria que você se sentasse da forma como eu estou sentado, com as


mãos pousadas sobre as pernas, os pés tocando o chão, a coluna ereta, de uma
forma que seja confortável para você e, enquanto você se vai ajeitando, seria bom
que aproveitasse para ir-se voltando para dentro de você e, aproveitando esse
momento para estabelecer um bom relacionamento com você mesmo,
solucionando problemas e aprendendo, confortavelmente, alguma coisa mais
sobre você mesmo.

Talvez você possa encontrar alguma forma de não perder pessoas, fazendo
amizades e usufruindo a companhia das pessoas. Basta que você se volte para
dentro de você mesmo; e, com certeza, com os olhos fechados, fique mais
agradável para você este contato com você mesmo, permitindo-se seguir
aprendendo e desfrutando da própria aprendizagem... Enquanto minha voz fica
mais e mais presente para você, que pode procurar ir desfrutando de tudo que
você pode ir aprendendo... Saudavelmente e, enquanto sua mente consciente se
volta para dentro de você mesmo... Sua mente inconsciente pode ir encontrando
formas novas de relacionamento, porque é muito prazeroso saber-se capaz de
estar com as pessoas...
E... Enquanto você entra... Para dentro de si mesmo... Eu gostaria que
você imaginasse um campo muito grande, gramado, de cor verde acentuado, com
árvores próximas, com flores de variadas cores, o céu... A água corrente por
perto... Onde você pode deixar-se ficar num ambiente calmo, seguro e
confortável para você. Onde possa soltar-se calmamente... E você continua
ouvindo minha voz, que se faz sua companheira.

E enquanto eu estive falando com você, pude observar que sua pálpebras
se movem rapidamente e involuntariamente, que o ritmo de sua respiração
mudou e que o fluxo de sua corrente sanguínea também ficou alterado; também o
ritmo de sua pulsação se modificou e sua cabeça tombou levemente para o lado
esquerdo, enquanto você continua a aprofundar mais e mais o seu transe,
voltando-se mais e mais para dentro de você mesmo, pronto para aprender, com
você mesmo, dessa riqueza interior que você trás com você. Suas mãos

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continuam pousadas sobre as suas pernas e seus pés continuam tocando o chão,
entretanto, suas pernas mudaram um pouco de posição e eu pude perceber que
sua deglutição se modificou.

Enquanto tudo isso se passa você vai mais e mais e mais aprofundando seu
transe, voltando-se mais e mais para dentro de você, preenchendo com amizade
seu coração e buscando seguir e prosseguir aprendendo confortavelmente e
saudavelmente com você mesmo. E você pode deixar que sua mente inconsciente
tome conta, porque você não precisa fazer nada para isso.

Apenas você se volta mais para dentro de você mesmo...

MÉTODO DE BRAID (CANETA)

O paciente deve estar em posição confortável, com o terapeuta à sua frente;

O terapeuta deve portar uma caneta que deverá ser mostrada ao paciente e
posicionada acima dos seus olhos, permanecendo o paciente com a cabeça reta e
olhos para frente;

Pede-se ao paciente que, permanecendo com a cabeça nesta posição, olhe


fixamente para a ponta da caneta que é mantida 5cm acima da glabela e
ligeiramente para trás, sem piscar e nem mexes a cabeça;

Olhando fixamente a ponta da caneta, olhando fixamente a ponta da caneta...


(repetir três vezes). Sua vista vai ficando cansada... Cansada... (repetir três
vezes), suas pálpebras estão pesadas... Pesadas... (repetir três vezes), sua vista
está ficando turva... Turva... Você está com vontade de fechar os olhos... Fechar
os olhos...

Vamos então baixando lentamente a caneta, seguindo a linha média do dorso do


nariz, em direção à linha média do esterno. Se o paciente está olhando fixamente
a ponta da caneta, ele acaba fechando os olhos suavemente.

MÉTODO DE INDUÇÃO – Variante de Braid

Olhe para o seu polegar fixamente...Resista o máximo que puder, mas seu braço
vai ficando pesado... Seus olhos vão se fechando na medida em que seu braço vai
pesando... Pesando... Pesando...Braço pesado... Muito pesado...Olhando
fixamente... Vai ver seu dedo duplo...
Olhos cansados... Pesados...Continue nesta indução até verificar que a mão do
paciente está quase tocando a perna, então continue...
Assim que sua mão tocar sua perna você ficará em transe profundo... Relaxado...
Profundo... Só ouve a música e a minha voz...E onde você for continuará ouvindo
minha voz...

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MÉTODO DO OLHAR FIXO NUM PONTO

1. Pede-se ao paciente que se sente o mais confortável possível e que fixe o seu
olhar num determinado ponto da parede ou do teto;
2. Olhar fixamente, sem piscar... Sem piscar... Olhar fixo... Sem piscar...
3. O ponto fixado parece que se mexe...Ou não... Parece que embaça...;
4. Suas pálpebras estão ficando pesadas... Mais pesadas... E poderão ou não se
fechar... Pesadas... Mais pesadas... Fechando... Fechando... Mais pesadas... Mais
pesadas...;
5. Agora elas estão bem pesadas e fechadas... E é impossível abri-las...
Impossível...;
6. Colocar os polegares sobre as mesmas e mantê-las assim por um tempo;
7. pesquisam-se os sinais que indicam que o paciente está em transe;
7.1. Levanta-se o braço do paciente e fazendo-se isso se diz, ao mesmo
tempo, que ele (paciente) não tem controle sobre o braço e que ao soltá-lo ele
cairá livremente e soltar-se-á;
7.2. Reflexo palpebral;
7.3. Face desabada, com musculatura solta;
7.4. Tremor palpebral, etc.

MÉTODO DO PESTANEJAMENTO SINCRÔNICO

Com o paciente sentado em posição correta para o procedimento de hipnotização


diz-se:

Eu contarei 1 e você abaixará e levantara suas pálpebras; direi 2 e você fará o


mesmo e assim sucessivamente. Manterá sua cabeça imóvel somente suas
pálpebras é que se movimentarão;

Geralmente conta-se até 30, no máximo 40. Isto já provocou um cansaço nas
pálpebras. Então, com um das mãos abertas, toca-se suavemente os dedos na
nuca enquanto com a outra mão, mais suavemente ainda, aproveita-se de um dos
fechamentos das pálpebras, toca-se nos olhos do paciente mantendo-os fechados
ao mesmo tempo em que se diz:

Seus olhos ficarão fechados; seu pescoço está relaxado... E repete-se várias vezes
as palavras de ordem de indução.

MÉTODO DE AUTO-VISUALIZAÇÃO

Imagine-se, pois de olhos fechados, dormindo;

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Mas, enquanto a sua imagem visualizada está de olhos fechados, você continuará
de olhos abertos, enquanto puder;Você está conseguindo imaginar-se a si mesmo
de olhos fechados, dormindo? (O paciente responderá afirmativamente com um
movimento do polegar direito);
Você vai sentindo sono também...A exemplo de sua imagem, você vai entrando
também num profundo sono...Você está sentindo sono, também...Você não
consegue ficar com os olhos abertos...Pensando em si mesmo de olhas
fechados...Você também vai fechando os olhos...
Já está querendo dormir também...Dormindo... Dormindo... Dormindo...

MÉTODO DE ERICKSON E WOLBERG

Relaxe os músculos. As mãos sobre os joelhos...Vai prestando toda atenção nas


suas mãos;
Procure registrar tudo o que sentir em relação a elas;É possível que sinta o calor
ou o peso das mãos sobre as pernas;Às vezes, um formigamento... Não importa
qual seja a sensação que experimentar. O que importa é registrá-las;Vá prestando
atenção no que sentir... Repare, agora, na imobilidade das mãos...Como estão
imóveis! Mas isso não vai continuar assim... Em breve, um dos dedos começará a
se mover. Qual deles se moverá primeiro? O indicador? O mínimo? O polegar?
Não se pode prever;

Será primeiro um dedo da mão direita? Ou um dedo da mão esquerda?Repare:


Um já conseguiu se mover; Preste atenção... Outro...Agora, os dedos vão se
movendo mais e os braços se levantam... Quando as suas mãos chegarem à altura
do seu rosto, você estará profundamente adormecido(a), ou hipnotizado(a);À
medida que suas mãos se aproximam de seu rosto, o seu sono (ou hipnose) se
aprofunda; Ao tocarem no seu rosto, você estará em sono profundo; Durma
tranqüilamente... Nada o molesta, nada o preocupa...Sua mente não abriga
nenhum pensamento... Você está perfeitamente à vontade... Está se sentindo
perfeitamente bem... É uma sensação agradável de perfeito bem estar...Só ouve a
minha voz... Só eu posso acordá-lo... Etc. etc.

MÉTODO DA INTERRUPÇÀO DE PADRÕES ESTABELECIDOS E


AUTOMATIZADOS

Alguns padrões de comportamento ou de atividades são rigidamente


estabelecidos por uma família ou cultura, e um exemplo disso é o aperto de mão
como cumprimento. O aperto de mão é uma unidade de comportamento singular
na consciência de um individuo. Se eu estender a mão para saudar alguém, essa
pessoa responderá com movimento similar automático. Pois bem, se na hora dela
estender a mão eu mudar meu movimento e pegar seu pulso entre dois dedos e
levantar suavemente seu braço, ela não terá mais o movimento automático
seguinte, que seria de apertar a minha mão e sacudi-la 2 ou 3 vezes, este é um
instante de transe e pode ser aproveitado para propor:

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Sua mão está solta no ar... Sem peso... Flutuando sem qualquer esforço...

Com freqüência a pessoa chega a ter completa amnésia dessa fração de tempo em
que fica com o braço suspenso. Às vezes, os olhos ficam abertos em fascinação;

Se no instante da interrupção nós estávamos sorrindo para ela e dizendo, por


exemplo: Muito prazer em... Ao suspendermos o transe, basta pegarmos a mão,
sacudi-la e dizer... Conhecê-lo, meu nome é... A pessoa poderá ter apenas um
instante de espanto, e continuar a conversa como se nada tivesse acontecido.

Essa técnica foi descrita por Grinder e Bandler em Trans-Formations. Eles dizem
que isto pode acontecer com qualquer movimento padronizado, como tirar um
cigarro da carteira, por exemplo.

Milton Erickson usava, às vezes, uma técnica semelhante: ao sacudir a mão por
mais tempo do que seria de se esperar e depois, ai soltando a mão lentamente de
forma estranha e no último instante dava um ligeiro impulso para cima e o braço
ficava levitando em catalepsia.

Um estado de transe pode também se formar quando algo do comportamento de


uma pessoa se torna totalmente incongruente e inesperado. Poe exemplo: Estou
falando com alguém e, sem qualquer aviso, continuo movendo meus lábios como
se formassem palavras, porém sem emitir nenhum som.

MÉTODO DO BALÃO E OUTRAS FANTASIAS

BALÃO

Outras vezes você pode propor à pessoa: Você é um balão, sem peso, que está
subindo lentamente no espaço até flutuar lá no alto... Vendo a paisagem suave
que fica cada vez menor... Flutuando suavemente ao sabor da brisa... Sentindo no
corpo o calor do sol e uma sensação de proteção e segurança; Isto é importante,
pois pode haver acrofobia ou insegurança. Na acrofobia previamente anotada, é
melhor usar outra fantasia.; Propor imagens genéricas de paisagens sem, todavia
dar muitos detalhes, pois não sabemos que paisagens o paciente quer imaginar;
Repetir várias vezes as palavras segurança... Bem estar... Paz;

No final da sessão dizer: Agora você vai descer suavemente para a terra aonde
você é esperado com carinho por pessoas que gostam de você;
Podemos sugerir fantasias de ser uma gaivota ou flutuando em águas calmas.

MÉTODO DA AUTOSCOPIA

Uma outra técnica de indução baseia-se na autoscopia, ou seja, imaginar-


se se vendo num espelho. Essa técnica é proposta principalmente para aquelas
pessoas que têm medo de fechar os olhos com fantasias de morte ou de perda de
controle.

A proposta é:

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Imaginar-se na frente de um espelho...Você está na frente desse espelho... Mas
enquanto você está de olhos abertos sua imagem está com os olhos
fechados...Aproxime-se dela mentalmente... Seus olhos estão abertos... A
imagem está com os olhos pesados... Colados... Sentindo-se agradavelmente
relaxada...Veja isso claramente... Está vendo? Sinaliza apenas com o polegar da
mão direita se está vendo...Sua imagem está com sono... Ela sente sono... Uma
enorme e agradável moleza... É impossível ficar acordado...Continuar a falar da
imagem como uma meta-sugestão que, aos poucos, é absorvida pelo
paciente;Agora está entrando num suave estado de transe (sono), cada vez mais
agradável... Sono... Sono... Suas pálpebras estão pesadas... Estão pesadas (suas é
ambíguo);
O sono aumenta... Aumenta... Você dorme profundamente...Ou, se for o caso,
dizer: Você não precisa dormir... Não precisa... Dormir... Dormir... Dormir...

MÉTODO DE HIPNOSE RÁPIDA

Existem, no mercado diversos tipos de metrônomos. Qualquer deles pode


ser usado para a indução do transe hipnótico. Aqui usaremos um modelo digital,
bem simples, que emite um som e um piscar de luz vermelha. Regula-se para
uma freqüência de 60 ou menos e o mesmo é colocado na frente do paciente, que
deve ficar confortavelmente sentado ou deitado. Induz-se o relaxamento da forma
habitual e pode-se deixar o metrônomo ligado durante o transe ou mesmo
desligado. A dificuldade que sentimos é a dependência que o mesmo gera (se
ficarmos sem o mesmo não conseguiremos hipnotizar ninguém?)

MÉTODO DE MILTON ERICKSOM

Famoso pela capacidade de criar um rapport e uma indução tão adequada


que lhe permite dizer que não existe uma resistência, pois todo mundo encontra
de uma ou de outra maneira o estado de transe.

É característico de sua metodologia o uso de truísmos, ou verdades


evidentes, que eram de tal forma misturadas com novas propostas, que o paciente
as aceitava também como realidade.

Caracterizado pelos 3 Ms
(Motivar, Metaforizar, Mover) e 2 Rs (Responsividade, Recursos).

A terapia é única para um único cliente, construída para as necessidades e


situações daquele paciente.

MÉTODO DA LETARGIA

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O paciente deve ficar de pé, com os pés paralelos e próximos um do outro;

A mão esquerda do hipnólogo deve se posicionar na nuca e coluna cervical do


paciente enquanto a mão direita desse é colocada no esterno, entre as linhas
mamilares;

Apoiando firmemente a mão esquerda atrás da cabeça do paciente e fazendo-se


um movimento circular com a mão direita,no esterno, ao mesmo tempo
balançamos o paciente para frente e para trás num movimento de vai e vem,
enquanto sugerimos ao mesmo que feche os olhos e durma, tranqüilo...

Repetir 3 vezes esta sugestão;

Ao perceber e testar que o paciente está em transe, colocá-lo sentado e pilotá-lo


como após toda indução hipnótica.

MÉTODO RESULTANTE DA ASSOCIAÇÃO DE VÁRIOS MÉTODOS

Método de Braid + caneta que desce oscilando de um para outro lado.


Método de Braid + metrônomo (no lugar da caneta)
Método de Braid + pestanejar sincrônico
Método do pestanejar sincrônico + metrônomo (olhar fixo na luz)
Outros.

HIPNOTERAPIA ERICKSONIANA

Milton H. Erickson foi habilíssimo no uso de estórias e metáforas em


terapia para aumentar a efetividade das psicoterapias breves. Ele acreditava que,
contando de um modo indireto um caso semelhante ao do paciente, com uma
saída possível, ou uma estória que chamasse a atenção do cliente sob certos
aspectos semelhante aos seus próprios problemas, faria com que o paciente
pensasse em seus próprios recursos de como também resolver seus problemas. A
metamensagem dessas estórias – uma mensagem embutida sutilmente dentro do
conteúdo das narrativas – passa diretamente à mente inconsciente. O emprego da
hipnose tornava mais eficaz o uso de metáforas, afrouxando a atenção da mente
consciente e sua censura, que ficam absorvidas através de técnicas hipnóticas,
enquanto as mensagens são dirigidas à mente inconsciente, que está muito mais
próxima do pensamento por imagens do que daquele por palavras. Portanto, em
hipnose o efeito é maior e mais duradouro.
Eu poderia dizer resumidamente que Milton H. Erickson dividia a mente
em mente consciente e mente inconsciente. Mente consciente seria aquela mente
que pensa, julga, faz e que toma conta da nossa consciência. E mente
inconsciente corresponderia àquilo que se passa fora da nossa consciência,
daquilo que estamos cientes, mas que tem um papel em determinar fenômenos
físicos e mentais. A mente consciente é vista como uma parte limitada que não é
capaz de muitos pensamentos e atos simultâneos. A mente inconsciente é sábia,

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ilimitada, capaz de fazer muito mais do que a gente conscientemente imagina, um
verdadeiro reservatório de potenciais.
Desta maneira, o uso da hipnose na psicoterapia serviria de ferramenta
para distrair e absorver a mente consciente, e levar à mente inconsciente, através
de meta/mensagens, sob a forma de sugestão (su, sub = por debaixo + gestione =
gestão, administração), novas possibilidades de acessar os recursos internos de
cada pessoa e ressignificar aquilo que hoje é visto como problema.
Para fazê-lo, Milton H. Erickson utilizava a linguagem do próprio cliente,
contava casos, estórias, usava metáforas embutidas dentro de outras com o intuito
de confundir a mente consciente e assim levantar resistência.
O princípio do uso das metáforas era bem simples: falar de algo que
chamasse a atenção do cliente, como uma ponte de ligação ao seu problema, ou
que o levasse a agir como um radar, captando o que lhe interessa. Por exemplo:
se você tem um problema em seu carro e conta a alguém o que fez para consertá-
lo, onde levou, o que trocou, etc., faz imediatamente a pessoa se remeter a um
estrago em seu próprio veículo, onde levou, como consertou ou como poderá
fazê-lo, caso esteja precisando de ajuda. É o mesmo princípio.
Deste modo, você não provoca atritos com a resistência, o que ocorreria se
dissesse diretamente vá e faça assim. Você sugere (suggerere, su + gerere) ao
outro uma maneira de ver, de lidar, de experienciar algo novo e diferente.
Lembrando:
Metaforizar é essencial. É o meio de ser indireto, de conversar a língua do
inconsciente. A pessoa guarda com mais facilidade casos, estórias, interpretações
metafóricas do que conversas e interpretações lógicas. As metáforas ficam como
uma ponte de tratamento. O cliente vai embora, mas leva algo de que, se a
metáfora foi feita de acordo e sob medida para aquele sujeito, não se esquecerá.
Milton H. Erickson atendia pessoas dos Estados Unidos inteiro, alguns
estrangeiros e, numa terapia brevíssima, precisava deixar o seu recado e sua
ressignificação. Ele o fazia através das metáforas que usava ou das tarefas
metafóricas.
Contar estórias metafóricas ajudava a pessoa a poder mover-se de uma
situação paralisada. O objetivo das metáforas é guiar o cliente para um caminho
de auto-ajuda, em que ele próprio vai encontrar uma nova maneira de lidar com o
que antes não conseguia.

A própria levitação das mãos é uma técnica hipnoterapêutica que tem como
linguagem metafórica o significado da mudança natural que vem de dentro, de
uma força que se pode acessar, como se coloca um novo programa no
computador, fazendo-o trabalhar numa nova inteligência.

A TERAPIA ESTRATÉGICA DE ERICKSON

Erickson tinha uma modalidade única e especial de fazer terapia sob


medida, por isso é impossível tentar sistematizá-lo. Mas observamos que existem
características específicas em seu trabalho que os ericksonianos adotam como
padrão de abordagem. Elas são, em resumo, três modalidades de abordagens:
1) Entrar pelo sintoma, modificando o padrão do problema

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2) O uso de analogias e metáforas
3) Intervenções paradoxais
A seguir, estudaremos resumidamente cada um destes itens.
Se você quiser aprofundar neste tema leia os livros de William O’Hanlon
como Raízes Profundas, Em Busca de Solução, Guia de Terapia Breve e Hipnose
Centrada na Solução de Problemas.

1 – A intervenção no padrão que modifica a ação do problema (Entrar pelo


sintoma)
O que já foi visto por muitos terapeutas breves é que a conduta de se
trabalhar com a queixa que o paciente traz não oferece resistência. Assim
podemos ver que nas psicoterapias tradicionais onde se busca a causa do conflito,
as resistências aparecem rapidamente.
Erickson trabalhava apenas com aquilo que o cliente lhe oferecia mesmo
que fosse somente a resistência. Sem buscar algo mais no passado ou onde
quer que fosse!
De acordo com Erickson, o interessante era mudar o padrão de respostas
automáticas que contém ou acompanham as experiências ou condutas
indesejadas (sintomas).
Assim, é importante reunir o maior número de elementos sobre a queixa
do paciente e com isso MODIFICAR o sintoma.
Você deve observar:
a) a linguagem
b) interesses e motivação
c) crenças e marcos de referência
d) condutas
e) o sintoma
f) resistência
Uma alteração qualquer da queixa modifica as questões que rodeiam o
problema e com freqüência a conduta/problema desaparece.
O’Hanlon mostra 15 modalidades que ele observou no trabalho de
Erickson em INJETAR um vírus que MODIFICA O PADRÃO DO
PROBLEMA. Vou colocá-las aqui, para que você possa utilizá-las em seu
trabalho terapêutico. No princípio, é difícil acostumar a intervir no padrão, mas
aos poucos você pega o jeito.
Principais modos de intervenção no padrão:

1. mudar a freqüência/ritmo
2. mudar a duração do sintoma
3. mudar o momento (dia/semana/mês/ano)
4. Mudar a direção (no corpo/no mundo)

5. Mudar a intensidade
6. Mudar alguma outra característica ou circunstância própria do
sintoma
7. mudar a seqüência dos acontecimentos
8. criar um curto circuito na seqüência (do início para o final)
9. interromper a seqüência, ou impedi-la de outro modo
10. Tirar um elemento

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11. Fragmentar um elemento unitário
12. fazer com que o sintoma se despregue de seu padrão
13. fazer com que o sintoma se despregue do padrão-sintoma com
exceção do sintoma (comer muito mas em pouco tempo)
14. inverter o padrão
15. vincular o aparecimento da padrão-sintoma com outro padrão
(tarefa condicionada pelo sintoma)

Erickson utilizava destas modalidades para injetar vírus no padrão do


sintoma, às vezes sem ao menos questionar as causas dos problemas. E o
resultado? Excelente!
Assim, podemos dizer que numa terapia bem estratégica e breve
conseguimos modificar um padrão de conduta e muitas vezes uma VIDA!
Tornando-a mais adaptativa e feliz. Os bons resultados em vencer um sistema
trabalham automaticamente as mudanças internas do sujeito e a terapia se faz
naturalmente.
Ex. 1) Policial aposentado obeso, tabagista e que bebia muito.
Erickson interveio lhe dando uma tarefa: para comer, comprar uma
refeição por vez num supermercado à 1,5 km. Para beber, uma dose por bar com
uma distância razoável entre um e outro. E para fumar comprar o maço de
cigarros do outro lado do bairro, indo a pé.
Ex. 2) Rapaz de 17 anos que levantava o braço direito 135 vezes/min.
Erickson fez com que levantasse 145 vezes/min e seguiu aumentando e
diminuindo alternadamente, com aumento de 5x/min e diminuição de 10x/min
até que desapareceu por completo.

2) O uso de analogias e metáforas

Este já é um assunto bem conhecido por nós. Conversar por analogias,


contar casos ou estórias faz com que as pessoas se relembrem de seus próprios
problemas. Elas sempre estão buscando uma solução de problemas. Se você
constrói estórias ou conta casos que contenham os problemas dos pacientes, eles
conseguem captar a idéia e/ou metamensagem embutida em busca da solução de
seus próprios problemas.
Veja textos sobre como construir metáforas e leia Minha Voz irá Contigo
de Sidney Rosen; neste livro Erickson conta muitos casos e muitas estórias em
busca de solução para os conflitos de cada um.
É bom lembrar que as metáforas são pontes de ligação do problema para a
solução.

3) As intervenções paradoxais

Creio que a essência maravilhosa de Erickson se encontra no trabalho com


o paradoxo. Vamos analisar de uma forma sucinta, mas objetiva as estratégias de
Erickson para lidar com o paradoxo.
Todos nós temos conflitos. Por conflito podemos entender que temos um
“problema sem solução”. Por detrás dos nossos conflitos se encontram os
paradoxos de nossas vidas.

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Os quais todos temos, pois todos temos problemas. Quanto maior a rigidez, mais
fechado é o paradoxo, maior é o problema. Tudo uma questão de volume como
diz Teresa Robles.
Por paradoxo entendemos duas ordens contraditórias ditas ao mesmo
tempo e assim não há como evitar o fracasso, pois se você não obedece a uma,
falha com a outra. Tem aquele bom exemplo da mãe que presenteia o filho com
duas gravatas. O filho coloca uma para ir trabalhar e a mãe diz “Ó meu filho,
você não gostou da outra gravata que mamãe te deu!” Como sair desta!!!
Um exemplo prático: mulher deprimida e obesa. Ficou assim porque um
dia descobriu que o marido ciumento, que lhe exigia estar sempre linda, a traíra.
Engordou para não lhe dar mais prazer (1a ordem), e deprimiu porque havia
ficado gorda (2a ordem). O que fazer?! Chega dizendo que quer melhorar da
depressão, mas não pode emagrecer!!!
Erickson observava que todos os problemas tinham seus paradoxos. Assim
ele utilizava de uma maneira astuta técnicas paradoxais com estes pacientes.

A estratégia:
Prescrever o Sintoma!

Ele queria com isso que o paciente fizesse voluntariamente aquilo que
antes fazia automaticamente (inconscientemente). Normalmente prescrevia o
sintoma associado da emoção subjacente escondida na forma automática de
funcionar. A partir do momento que o sintoma deixava de ser automático
denunciava o que o sintoma deseja “falar” ou “fazer” e com isto as pessoas se
curavam.

A forma de empregar a prescrição

a) Por obediência – dá-se uma ordem de aumentar o sintoma para depois


baixá-lo.
Pode ser feita com pessoas obedientes, permissivas, que cooperam com o
terapeuta e quando o paciente acha que seus sintomas estão fora de combate.
b) Por desafio – espera-se que o paciente desafie, aberta ou
encobertamente, o pedido do terapeuta.
O paciente resiste ou se rebela à prescrição.
Este tipo de prescrição de sintomas é dada a pessoas controladoras e de
grande oposição e vê seus sintomas como potencialmente controláveis.
Assim podemos ver os paradoxos dados pelo terapeuta como:
de prescrição – roer unhas, chupar determinados dedos.
de restrição – não faça isso, vá devagar (quando é para ir depressa)
de posicionamento – trocar a posição de um problema – (aceitando ou
exagerando uma afirmação do próprio paciente sobre seu problema).
Para Fishen e Anderson os paradoxos podem ter 3 classes de estratégia
paradoxical:
1. Redefinição – modificar o significado da interpretação atribuído
ao sintoma.
Ex.: Redefinir uma criança como extremamente sensível, quando fóbica.

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2. Escalada – é o intento de criar uma crise ou um aumento da freqüência
da conduta sintomática.
3. Reorientação – trocar um aspecto do sintoma, prescrevendo
circunstâncias particulares do sintoma. (Chupar o dedo só na frente do pai,
fazendo muito barulho para assustá-lo muito!).
Por fim, deve lembrar vocês que Paul Watzlawick, a Escola de Palo Alto, a
Escola de Milão são as origens dos trabalhos com paradoxos. Vale a pena ver
textos destas fontes.
Todos estes trabalhos de paradoxos são dados como prescrição de
sintomas, em outras palavras, como tarefas.

Bibliografia

William O’Hanlon - “Guia Breve de Terapia Breve”


“Raízes Profundas”
“Hipnose Centrada na Solução de Problemas”

INDUÇÃO DE RELAXAMENTO PROGRESSIVO

Quando vamos fazer uma indução, lembremo-nos de alguns


princípios fundamentais para o estabelecimento da aliança terapêutica.
Motivação - é muito importante estar motivado para querer algo novo que
vai ajudá-lo. Desenvolva a motivação antes. Vemos que é muito fácil colocar um
queimado ou uma pessoa com dor em transe; há uma motivação enorme para sair
do sofrimento.
Rapport - a segurança ao dizer “vem comigo”, para que a pessoa possa
segui-lo como um guia, um “lanterninha” de cinema que indica os lugares onde o
cliente possa se “sentar”; ele precisa confiar, se entregar. Há pessoas com maior
dificuldade de entrega. Necessitam de controle. Dê-lhes o controle e elas se
colocarão predispostas para relaxar, porque relaxar o corpo ajuda a relaxar a
mente. Como diz o professor Malomar Edelweiss: “A cada tônus muscular
corresponde um tônus mental, e vice-versa”.
Então estabeleça que o que vocês vão fazer é um relaxamento e que ele é
proveitoso de todas as maneiras.
Tire as dúvidas sobre o que a pessoa entende por hipnose, se ela já foi
hipnotizada antes, se já fez algum curso de controle da mente, ioga etc. Você fará
uma comparação mostrando que o caminho é o mesmo. Tire as dúvidas quanto
aos mitos, caso a pessoa os tenha.
Assim, depois de motivá-la, estabelecer a confiança, você pode colocá-la
numa posição confortável. Sentada, de preferência, pois nos dá maiores
referências sobre a constelação hipnótica, em que nível de transe o sujeito está.
Além do que, a pessoa percebe a diferença do estado alerta para o transe. Muitas
vezes, quando a pessoa deita, passa direto ao sono.
Não há necessidade de ser uma poltrona excepcionalmente confortável.
Milton H. Erickson hipnotizava em cadeiras bem desconfortáveis e todos
entravam prontamente em transe por sua motivação.

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Posicione-se de frente ao seu cliente, de pernas e braços descruzados, e
peça a ele que faça o mesmo. Isto porque se acredita que a postura fechada leva a
não se abrir ao novo. Se você for fazer levitação das mãos, a pessoa estará com
os braços catalepticamente mais presos. Além do que, um braço ou uma perna
pesa sobre a outra, durante o transe, por causa do fenômeno da catalepsia.
Ao se posicionarem, você já pode começar o transe não-verbal, respirando
profunda e suavemente e fechando seus olhos por alguns segundos. Se a pessoa o
seguir, ela já está responsiva.

Aqui começa o transe:

Você pode fechar seus olhos...


Permita-se respirar profundamente, calmamente e sinta sua respiração...
Como é gostoso poder parar por alguns instantes... dar-se algum tempo...
Um tempo para se voltar para você mesmo...
De olhos fechados para fora... Você pode abrir os seus olhos internos...
olhos que vão poder olhar (sentir) você lá dentro...
Respire... inspirando calma... mente... solta... mente... abrindo o peito para
uma nova inspiração... abrindo o peito apertado de sentimentos (sofrimentos /
pensamentos)...
Trabalhar a angústia... angústia... é uma palavra que vem do latim...
significa peito apertado...
Sua mente consciente pode ir ouvindo estas palavras que vão guiando
você... enquanto sua mente inconsciente pode sabiamente ir fazendo sua prória
viagem de conforto...
Inspirando... abrindo o peito... um novo fôlego... Expirando...
Ex/pressando... aquilo que fica preso lá dentro...
À medida que você faz esta respiração solta/mente... gostosa/mente... você
pode ir se soltando aí no sofá (cadeira), sentindo o seu corpo, seus pensamentos...
que partes estão mais tensas...

Mas não faça força... nem mesmo força para não fazer força... Deixe as
coisas acontecerem naturalmente... Até mesmo os pensamentos... sem
julgamento.

A respiração vai ajudando você, digerindo, limpando... levando oxigênio a


todas as suas células... retirando o gás carbônico e todas as toxinas que ficam
presas lá no fundo... Abrindo... Soltando... Protegidamente pelo seu
inconsciente...
E assim, enquanto sua mente consciente vai percebendo pequenos ajustes,
a sua mente mais profunda vai fazendo as mudanças necessárias, buscando seus
recursos interiores; porque aí dentro de você há um reservatório de bons recursos
para ajudá-lo a se sentir bem, agora!...
E você pode ir percebendo seu corpo... Ir soltando seus pés... Sinta os seus
pés no chão, dentro dos seus sapatos... você pode apoiar seus pés e se deixar ir
para dentro mais e mais...

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Enquanto você solta seus pés e os sente... Pode ir soltando pernas... o
pensamento calmamente... solta/mente... aliviando cada tensão muscular...
Pode ir sentindo as pernas apoiadas ao sofá (cadeira), deixando-as aí
ficarem... Pode ir soltando quadris... abdômen... soltando peso... tensão...
A mente consciente focaliza, localiza... A mente inconsciente desliza,
solta, relaxa... Porque é sua parte sábia que ajuda você a descobrir algum
conforto, paz e relaxamento...
Vai soltando o peito... a respiração... Soltando as costas nas costas do sofá
(cadeira), vértebra... músculo por músculo...
Você pode se deixar ir, soltando... relaxando... enquanto sua mente
inconsciente já trabalha sabiamente para ajudá-lo em suas questões (...)...
Soltando... Relaxando...
E o corpo... pescoço... nuca... soltando, relaxando... aliviada/mente.
E você pode sentir a cabeça, os músculos da cabeça, da face... que coisa
boa é poder se dar algum tempo... Tempo de revisão... Tempo de soltar... Tempo
de aproveitar... Aproveite saudavelmente este momento...
A esta altura... eu vou observando mudanças em você... Enquanto eu fui
falando... sua pulsação mudou... seus batimentos cardíacos se tornaram mais
compassados... seu rosto está com uma expressão mais suave...
(e assim por diante, vá colocando aquilo da constelação hipnótica que você
percebe e que ajude a pessoa a relaxar ainda mais... observe bem antes de falar).
Como disse um professor meu, em suas induções: tudo é questão de
treinamento, quanto mais a gente treina, mais e mais aprende... Desde pequenino,
levou algum tempo no aprendizado do caminhar, andar com suas próprias pernas.
Primeiro, foi ajudado pela mão de um adulto, que lhe deu o apoio; depois a
vontade era tão grande de andar, que você foi querendo dar seus próprios passos
sozinho. Às vezes caía, mas levantava, caminhava lento e tropeçando, mas queria
aprender. Quanto mais você treinava, mais você aprendia, até que você aprendeu
a andar com suas próprias pernas. Andou, correu, brincou, coisas que sabe fazer
até hoje. Sua mente inconsciente, hoje, não pensa para fazê-las. Simplesmente o
faz! Os aprendizados vão sendo armazenados dentro do nosso inconsciente e este
os guarda como uma fonte de recursos, que pode ser processada
automaticamente, protegidamente... para lhe ajudar... em qualquer momento de
sua vida... Pois foi assim também quando você foi para a escola aprender a ler e
escrever... Levou tempo treinando e aprendendo cada letra, seu som e formato...
juntando as letras... o m com três perninhas, o n com duas... a diferença do p
para o b... e juntando letras foi formando palavras... e treinando você foi
aprendendo, automaticamente, a utilizá-las. Hoje, você lê e escreve
automaticamente, sem ter que pensar... Seu inconsciente toma conta de seus
aprendizados, daquilo que saudavelmente, automaticamente, você pode utilizar
em seus aprendizados... E, como todo aprendizado, vai sendo armazenado em
seu favor, lá no fundo de sua mente, para você utilizar quando quiser... Você
também faz novos aprendizados, todos os dias... Além de poder reaprender
muitas coisas boas e novas a cada dia. Quanto mais você treina, mais você é
capaz de ir aprendendo... e sua mente inconsciente pode ajudá-lo com uma fonte
inesgotável de recursos que você tem. Aproveitando... relaxando... Um novo
momento de aprendizado... e você pode ir aprendendo a respirar inspirando
um novo
fôlego... expirando as toxinas lá de dentro.. .soltando o corpo para soltar a
mente... saudavelmente. . .e assim, das próximas vezes em que você entrar em

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transe, você poderá se aprofundar ainda mais nesta viagem de bem-estar....agora,
aqui, você levará a saudável sensação de bem-estar para um resto de dia (noite)
agradável, assim como novos dias agradáveis. . .em que virão pensamentos,
sonhos, lembranças, que te ajudarão, cada vez mais, a realizar o que você
deseja: equilibrar... restaurar... recuperar... aprendendo a cada momento. mais
livremente...
Assim, agora respire gostosamente e vá se serenamente ativo, ativamente
sereno, bem desperto aqui, de volta à sala... ouvindo os sons ao redor. ouvindo a
minha voz e se orientando a este momento... mantendo o bem-estar...
... Se você quiser pode se lembrar do que foi dito, ou pode esquecer de se
lembrar...ou pode deixar por conta da sua mente inconsciente ir lembrando você
daquilo que for necessário...

INDUÇÃO DA RESPIRAÇÃO

A respiração é considerada uma boa metáfora de limpeza, saúde, vida. A


respiração processa mudanças de purificação e vida.
Veremos um roteiro em que eu juntei algumas técnicas de indução através
da respiração, como uma técnica budista, o ar azul.
Sabemos que o transe é atingido através da absorção; no caso, a absorção
será a focalização na respiração do cliente. Você não precisa fazer exatamente
como vai aqui. Utilize sua forma pessoal.
... Agora se permita colocar-se à vontade... fechando os olhos...
procurando perceber sua respiração, como ela acontece em você. . .apenas
repare. . .e vá soltando o corpo no sofá (cadeira), sentindo seus pés apoiados ao
chão... não fazendo força alguma. . .calmamente se deixando ir para dentro de
você mesmo... deslizando... sentindo... A respiração é algo que faz parte de nós...
nos dá a vida a cada minuto que respiramos. . .Levando na inspiração o oxigênio a
todas as nossas células. . .a quantidade certa que elas precisam para se multiplicar,
mudar, viver...

e retirando/digerindo... na respiração as toxinas e o gás carbônico. . .levando vida


nova... abrindo... soltando. . .Nós vamos fazer um pequeno exercício de
imaginação... em que você pode imaginar... visualizar... sentir...mas não se
esforce para fazê-lo... faça automaticamente... é um exercício de respiração...
Traz alívio e bem-estar...e você pode experienciar.
... Enquanto sua mente consciente vai aprendendo a fazê-lo...sua mente
inconsciente vai usufruindo do prazer das trocas... trocando saudavelmente...
digerindo... deslizando... Então você pode imaginar um céu muito bom...de um azul
muito suave, bonito e limpo... onde o ar também é azul...
... Imaginando... visualizando ou sentindo...o ar entrando azul na sua
respiração... inspirando azul... sentindo seu peito se abrindo...o azul entrando e
aliviando... acalmando... levando os aspectos positivos... o bom. . .e deixando sair na
expiração... um ar cinza...carregando o gás carbônico e as toxinas que ficam presas
lá dentro de você... entrando o azul que acalma... abre o peito... alivia... dá fôlego...
saindo os aspectos negativos... cinza... Isso... experimente... Entrando o azul. . .que
trabalha a angústia... o peito apertado... saindo o cinza... carregando...expressando o
que fica preso lá dentro... Isso mesmo...permita-se experienciar abrir-se para o

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novo, o calmo, o azul, e deixar sair o que fica aí preso... digerindo... respirando
vida... paz... aprofundando seu bem-estar...
Passe para a ratificação. Ratifique as mudanças não só da respiração, mas
as que você observa, em cada detalhe.
Em seguida, utiliza sua criatividade, elicie as possibilidades, os recursos
da pessoa. Você pode criar metáforas ou trabalhe com o que você acha melhor.
Depois reintegre a pessoa e termine o transe, reorientando-a para o estado de
vigília.

INDUÇÃO DE UM LUGAR AGRADÁVEL

Esta é uma indução para proporcionar ao cliente um tipo de lugar de


proteção. Ele pode usar esta técnica para fazer auto-hipnose. Para se colocar
neste local protegido em momentos de ansiedade ou insegurança.
Comece por uma indução natural, do modo que você quiser, não
necessariamente como vai escrito neste roteiro. Depois de estar com seu cliente
já confortável e responsivo, mostrando alguns dos itens da constelação
hipnótica, leve-o ao lugar agradável.

Aqui vai um roteiro completo:

... Permita-se ficar à vontade... colocando-se confortavelmente no sofá


(cadeira)... e você sabe que, ao fechar seus olhos... você pode abrir seus olhos
internos... os olhos da mente que vão observar seus sentimentos... o que está se
passando lá dentro... é mais uma oportunidade para você se permitir descobrir
uma forma de ficar em segurança com você mesmo... Assim, daqui a pouco...
pouco a pouco... você vai indo para dentro... entrando em contato com
sensações / sentimentos de conforto e bem estar ... Você vai respirando... abrindo
o peito na inspiração... levando vida... oxigênio... um fôlego novo... e, à medida
que você inspira... sua mente consciente vai acomodando seu corpo
confortavelmente no sofá... e sua mente inconsciente vai lhe levando para uma
viagem... sensações / sentimentos... porque sua mente inconsciente sabe dos
caminhos... lugares que conduzem ao bem-estar... e você pode ir desfrutando
protegidamente de um estado de bem-estar aí dentro de você... inspirando...
oxigênio... paz... tranqüilidade... expirando... gás carbônico... sentimentos
apertados... aliviando...

Ratifique:
... Daqui onde estou, eu já observo mudanças em você... no ritmo
respiratório... mais suave... no seu tônus muscular... mais solto... suave...
deslizando... desfrutando protegidamente... na sua face mais relaxada... na sua
coloração...
Que coisa boa desfrutar de um bem-estar...

Elicie:
... E você pode aumentar sua segurança, seu bem-estar... imagine...
visualize... um lugar especial... agradável... pode ser um lugar conhecido ou
imaginado... pode ser uma praia, um mar agradável... ou pode ser o alto de uma

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montanha... ou talvez um vale com um rio ou um campo de flores... pode ser o
que você quiser... até mesmo seu quarto... mas se deixe imaginar este lugar em
cada detalhe... a cor do céu... que mais lhe agradar... a temperatura do ambiente
que mais lhe agradar... a brisa do ar? O tempo está gostoso... permita-se
visualizar cada partezinha deste lugar só seu... cada planta... cada flor... se água...
como é esta água... a cor... os barulhos... se há animais/passarinhos...
... Veja lá o que você quiser... e se coloque neste lugar... num cantinho
agradável... protegidamente confortado... com paz e tranqüilidade... desfrutando
do bem-estar de poder ficar à vontade... respirando... soltando... e deixando que
sua mente inconsciente sabiamente amiga possa trabalhar por você agora... E
assim, toda vez que você se sentir com vontade você pode ir para este lugarzinho
aí dentro de você.,.. protegidamente recuperar seu fôlego, sua energia... seu bem-
estar... Vou lhe dar alguns minutos... utilize-os como se fossem todo o tempo do
mundo... para você curtir um bem-estar protegidamente... curtindo... soltando...
desfrutando... (dê dois minutos mais ou menos, de acordo com cada pessoa).
Faça apenas um sinal com a cabeça quando estiver lá no seu lugar agradável para
que eu possa saber logo que você o visualizar... e agora... você pode ir voltando
devagarzinho... se trazendo serenamente bem desperto e cheio de energia aqui
para a sala agora... respirando uma, duas, ou três vezes, vá voltando...
completamente alerta e bem disposto... sabendo que você pode voltar a este lugar
agradável sempre que necessitar... ele é seu... até mesmo criar outros novos
lugares de seu agrado... Voltando bem disposto, para um resto de dia agradável,
em que você levará este bem-estar que é uma conquista sua.

INDUÇÃO DA LEVITAÇÃO DAS MÃOS

Esta é uma indução que ajuda a mostrar ao cliente que ele está em transe e
que tem uma força maior, seu inconsciente, que é capaz de fazer muitas coisas
que ele pensa que não consegue.
A levitação das mãos é uma resposta ideomotora. Um fenômeno hipnótico
que acontece naturalmente e que, ao ser sugestionado na indução, vem como
resposta. Os iniciantes têm um certo receio de fazê-lo porque acham que vão
falhar, que seu cliente não responderá. É preciso, antes de tudo, em qualquer
indução, estabelecer o rapport. O paciente confiante se deixa ir para dentro,
acessar estas forças e recursos inatos dentro dele mesmo assim experienciar a
resposta com a levitação das mãos e braços. Muitas vezes a resposta é demorada.
É preciso dar tempo para que o cliente responda. Pode ser que, depois de algum
tempo, quando você acha que um cliente não vai mais responder, venha a
resposta. Por outras vezes o cliente apenas alucina que levitou a mão, que o fez;
mas na verdade, ele só alucinou. Você observou e o cliente manteve a mão
abaixada. Mesmo assim, ao terminar o transe, o cliente lhe diz que a levitação foi
ótima. Juntou-se aí outro fenômeno hipnótico, alucinação positiva. Por isso,
espere retirar a pessoa do transe, e investigue como foi esse exercício para o seu
cliente. Normalmente a resposta vem. Você pode dar uma pequena ajuda,
avisando (é importante avisar, quando for tocar num cliente, para ele não se
assustar) que você vai tocá-lo e ajudá-lo a ir descolando os dedos.

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Ou por outra, caso não veja resposta, simplesmente diga: “... e sua mão é
que vai escolher... talvez prefira ficar quietinha agora... experienciando
descansar... relaxar devagar... e aproveitar os benefícios de assim ficar...”

Mas vamos à indução:

Você fará sua indução ao seu modo, com absorção da mente consciente,
com ratificação e eliciando a resposta ideomotora da levitação das mãos.
Lembre-se de que existe um roteiro. Mas nós não somos uma rede de sanduíches
prontos iguaizinhos, receita de bolo. Modifique, crie, acrescente, retire. Faça sob
medida para o seu cliente, na linguagem dele. Contudo, darei um roteiro que,
espero, seja sujeito às suas criações.

Absorção

Como é bom você, hoje, aqui, se colocar novamente à vontade para ir lá


para dentro. Fechando os olhos... soltando o corpo... se deixando ficar
confortavelmente bem colocado... Aproveitando e desfrutando protegidamente
da sua respiração... Inspiração... tomando um fôlego novo e gostoso... soltando o
ar e as toxinas presas lá dentro... Inspirando... Expirando... Soltando...
Protegidamente...
E à medida que sua mente consciente ajuda você a se colocar à vontade...
a sua mente inconsciente, automaticamente vai suavizando suas sensações...
emoções... pensamentos... você pode ir sentindo seu corpo e colocá-lo à
vontade... cada momento suavizando... soltando... relaxadamente... sentindo seus
pés, como eles estão apoiados ao chão... A mente consciente vai guiando para
você ir se soltando... enquanto a mente inconsciente vai sentindo o conforto e
bem-estar que vai instalando... porque a sua mente mais profunda sabe guiar você
melhor do que você imagina...
...Que coisa boa que é poder sentir seu corpo se soltando... pernas...
coxas... enquanto ainda pode perceber alguns sons (da sala, ambiente)... soltando
o abdômen... peito... soltando o peso dos ombros... costas... vai permitindo sentir
o bem-estar de ficar à vontade... em que não é preciso fazer força alguma...
cabeça... pescoço... também soltando... suavizando... protegidamente...

Ratificação

... Você pode ir notando... pequenas modificações... no tônus muscular...


na sua respiração mais calma... mais ritmada... sua pulsação mais tranqüilamente
ritmada... os músculos da face se soltando, suavizando... (aquilo que você
perceber).
... A hipnose é uma maneira de aprender sobre você mesmo... num nível
diferente de sentir... em que experiências acontecem... em que você permite ficar
à vontade com você mesmo...
... E sua mente inconsciente pode desfrutar deste tempo gostosamente...

Eliciação

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... Em um momento vou pedir algo especial a você... não é necessário
fazer nenhuma força para isso... basta deixar que sua mente mais profunda possa
ir fazendo por você... trazendo uma sensação agradável daquilo que ela é capaz
de atingir...
... E que coisa boa é poder experienciar a força que vem de dentro... e
você pode ir sentindo... seu corpo... que partes estão mais pesadas... ou mais
leves... ir sentindo suas mãos... focalizando a atenção nelas... e você pode
experimentar ir descolando uma de suas mãos do colo... a que você quiser... até
mesmo as duas... mas não faça força... deixe que a mão vá fazendo o movimento
com uma força que vem de dentro... ela vai descolando e subindo em direção ao
seu rosto... suavemente... e você sentirá a sensação agradável e boa que é
experienciar coisas novas... que vem de dentro... subindo devagarinho...
descolando aos pouquinhos...
... A mão sabe o caminho de chegar ao rosto sozinha... ela vai indo... (à
medida que ela for subindo)... Isso mesmo... experienciando fazer algo novo... a
sensação de leveza e bem estar vai acompanhando você... A sua mente
inconsciente é capaz de fazer movimentos novos para você... (ao tocar o rosto)...
e tocá-lo de uma forma especial e agradável... sentindo... tocando... movendo... e
aos pouquinhos, depois de tocar seu rosto e senti-lo... você pode ir descendo sua
mão até tocar seu colo novamente...
... Essa é uma experiência nova... aquilo que sua mente inconscientemente
sábia pode fazer de novo e interessante por você... Assim como agora, ela poderá
mover muitas outras coisas que você desejar, no seu tempo, ao seu modo e no
seu ritmo... Mudando... Acrescentando... Criando...
E agora, depois desta agradável experiência... você pode ir voltando
devagarinho aqui para a sala... bem disposto... serenamente alerta... respirando
saudavelmente...
Quando a pessoa não levitar mude um pouco para:
... Mas se sua mão preferir ficar quietinha neste momento... também deixe-
a experienciar a sensação agradável de se permitir repousar como está... Virão
outros momentos de fazer movimentos lá dentro, na hora mais oportuna para
você... desfrutando protegidamente deste descanso gostoso...
A levitação de mão é feita para ver até que ponto o sujeito recebe como
seu algo que se sugere como uma indicação de comportamento. Você tem uma
base para observar o que é necessário fazer para que mudanças ocorram.

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INDUÇÃO DE CONFUSÃO MENTAL

Roteiro de desorientação temporal: a técnica de confusão de Erickson (1964a)

Sintetizado de Gilligan, Stephen. Therapeutic Trances. New York,


Brunner/Mazel. 1987 p. 264-73. Itálicos referem-se à entonação reforçada.

Passo 1 - Absorver a atenção. (Começar pontuando algo simples do aqui e


agora do cliente).

E que coisa boa saber que você está assentado aí, você sabe que há uma
porção de experiências que você aproveitou e experienciou em muitas ocasiões...

Passo 2 - Referir-se a um fato comum do dia-a-dia, presente (alimentar,


conversar), de forma significativa, mas casual, para que o cliente fique sem saber
porque você está falando aquilo).

Por exemplo, você provavelmente tomou seu café da manhã hoje... muitas
pessoas costumam fazer isso, embora, às vezes, não tomem uma das refeições...

Passo 3 - Usar o fato comum mencionado para ligar o passado ao presente


e ao futuro, falando mais rapidamente, mas modificando o ritmo se for
necessário, para sobrecarregar e desorientar o cliente no tempo. Importante: tudo
que se diz tem de ser verdadeiro, senão cria-se oposição.

E talvez você tenha comido hoje algum tipo de alimento que você já
comeu antes, talvez algum dia na semana passada, ou na semana ainda anterior...
e você provavelmente vai comer a mesma coisa na próxima semana, ou na
semana depois da próxima... e talvez aquele dia da semana passada, se houve
algum em que você comeu aquilo que você comeu hoje, aquele dia então era um
hoje como este hoje é agora...
Em outras palavras, aquilo que era então talvez seja parecido com o que é
agora... talvez fosse (atenção!) uma segunda-feira como hoje, ou uma terça-feira,
eu não sei... e talvez, no futuro, seja o alimento de novo, na segunda-feira ou na
terça-feira, mas a quarta-feira não pode ser descartada, mesmo que seja o meio da

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semana... e o que realmente significa ser o meio da semana? Eu não sei,
realmente, mas eu sei que no começo da semana, o domingo vem antes da
segunda-feira, e segunda vem antes de terça, e terça depois de domingo, exceto
quando se trata da terça anterior...

Passo 4 - Continuamente, fazer equivaler passado, presente e futuro,


apressando o ritmo, mas falando de modo que pareça tudo muito significativo e
pensado: isto pode se dilatado, se o cliente precisar ser mais sobrecarregado.
Observar também o uso de seqüências interrompidas.

... E isto é verdade esta semana, era verdade na semana passada, e será, na
semana próxima... mas se esta semana, semana passada, ou semana próxima, isto
não é importante... porque a segunda-feira aparece no mesmo dia da semana,
nesta semana, daquele em que veio na semana passada e em que virá na semana
próxima... e o domingo também, para não mencionar a terça-feira... e assim os
dias da semana e as semanas do mês têm muitas semelhanças compartilhadas,
dentro delas e entre elas.

Passo 5: Mudar para os meses do ano, de modo que muda-se a unidade de


referência, mas as relações constantes de variabilidade permanecem.
... E os meses do ano seguem um padrão similar... setembro antes de
outubro e depois de agosto, e agosto antes de setembro... este ano, no ano que
vem, e no ano passado...
Passo 6: Gradativamente, mudar para o passado, encorajando a regressão.
Frases contendo mudanças de tempo rápidas confundem a mente consciente
enquanto trazem para o presente as memórias, para a mente inconsciente.

... E no dia do Trabalho deste ano, onde você estava, agora? E hoje não é
o Dia do Trabalho, não é... e então você não precisa trabalhar de jeito nenhum...
você pode deixar seu inconsciente tomar conta de tudo e aprofundar dentro de
você... mas onde você está agora?... Não há necessidade de falar coisa alguma,
apenas imagine, e é aquilo que era então, agora... mas as férias deste ano já se
passaram, e tudo aquilo que ocorreu, muita coisa já foi esquecida, você se
lembra? E maio, eu continuo a falar, qualquer pessoa pode começar com abril...
mas um março às vezes deixa alguém pensando... quem realmente se lembra do
dia 19 de fevereiro?... e o fim de janeiro... um ano novo já ocorrendo... e o dia de
Ano Novo... e todas as coisas da noite anterior... e as férias do ano passado... e
todas as coisas a fazer... mas aquilo foi depois do Natal, não foi... não é agora?...
E isso era verdade então, agora, e também no ano passado... e no ano de 1994...

Passo 7 - Dirigir o cliente para encontrar e reviver um fato específico no


passado, solicitando-se também que indique se reviveu o fato, com a levitação do
dedo.

E continuando para trás, para trás, para trás... de volta aos anos do passado
agora que estão agora começando a fazer parte do seu presente, sem dúvida,
agora... aquilo que, um dia foi há muito tempo está agora aquilo que é agora... e
você pode sentir e apreciar como é fácil para o seu inconsciente lembrar de uma
experiência há muito esquecida... uma experiência agradável... de que você não

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tem-se lembrado por tanto tempo... porque você pode deixar-se ir para trás... por
todo o caminho de volta... de volta há muito tempo atrás em que você era criança,
quando você teve uma experiência agradável, realmente gostosa... certo... e use
todo o tempo necessário... e quando você tiver deixado você reviver
completamente aquela experiência... seu inconsciente pode assinalar... permitindo
que seu dedo indicador da mão direita se levante devagar...

TÉCNICA DOS ESTADOS DE EGO


Uma adaptação de várias técnicas para aplicação na hipnoterapia
Sofia Bauer

A utilização dessa técnica é muito fortuita, associada aos movimentos bilaterais


alternados do EMDR. Utilizamos dessa técnica toda vez que um paciente diz
assim: uma parte minha pensa que, uma parte de mim acha... E assim você pode
utilizar, para desenvolver a dissociação das várias partes que compõem o nosso
ego. Dr. Watkins escreveu um livro muito bom sobre os Estados do Ego “Ego
States” e seguidores da Dra. Francine Shapiro, como Gerald Puck e David
Grand, adaptaram novas maneiras de utilizar esta técnica. Neste texto vou dar a
vocês um condensado de tudo isto aplicado à hipnoterapia.
Toda vez que sofremos um trauma nós desviamos o nosso caminho
natural, a nossa jornada. E assim, colocamos um disfarce para podermos
enfrentar, a partir daquele momento, alguma situação que possa vir a ser
traumatizante novamente. E assim, vamos desenvolvendo novos estados de
alterego, que nos auxiliam, nos facilitam viver a vida, mas também nos deixam
fixos e rígidos em alguma determinada postura. Essa técnica é muito fortuita
para qualquer tipo de problema.
Passos da técnica:
Passo nº 1) Imagine agora que você vai fechar seus olhos e vai ver como
um palco iluminado. Nesse palco vão aparecer personagens, personagens de você
mesmo, que podem aparecer como homens, mulheres, personagens da história,
animais, como você desejar. Eu ainda não sei como eles vão aparecer, assim
como você também não sabe.
O que nós sabemos é que dentro de nós existem muitas partes. Às vezes
vemos na rua uma velhinha muito simpática, muito alegre, e dizemos: essa
velhinha tem uma cara de uma jovem adolescente. Às vezes encontramos com

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um jovem adulto muito sério, com uma cara de um juiz de sentenças de morte. E
assim por diante, encontramos as pessoas que estão rígidas dentro de alguns
papéis determinados.
Todos nós, lá dentro de nós, temos vários disfarces, várias partes que
compõem o nosso ego. E que assim aparecem em determinadas ocasiões de nossa
vida, por determinados problemas que enfrentamos. São como disfarces,
vestimentas que vestimos para poder darmos conta de cada momento de nossa
vida.
Agora, vamos viajar para dentro de você. Imagine um palco. Se assente e
assista a cortina se abrindo. Por um instante respire fundo e se deixe poder
aproveitar da cena que vem. Veja quais os personagens que vão poder aparecer
para você. Nesse momento o palco vai se abrindo e você pode então, agora,
observar se há algum personagem aparecendo nesse palco. Que personagem é
esse? Como ele aparece? Que idade ele tem? Que roupas ele veste, qual é a sua
aparência?
E você pode perguntar a ele o seu nome, faça isso. Se dê um tempo para
observar essa pessoa, e pergunte a ele: quem é você? Nome, idade, veja como ele
está vestido. Mas o mais importante é você agradecer por ele ter aparecido, pois
ele é uma parte integrante de você.
Agora que você agradeceu, pergunte a ele quando ele apareceu na sua
vida, qual é a função que ele tem, o que ele deseja de você. E ouça todas as
respostas.
Passo nº 2) Procure ver se há outros personagens. Vá vendo um por um,
perguntando a idade, o nome, por que ele apareceu em sua vida, quando ele
apareceu na sua vida, qual é a função dele. Tome todo o tempo que necessitar para
ir vendo cada personagem. E você pode ir me dizendo um por um, o que ele é,
como ele é, o que ele faz, e a sua função. Eu estarei aqui ouvindo junto com você,
todas as novidades que a sua mente sábia vai trazendo para você.
Passo nº 3) Depois que já tiver visto todos os personagens que poderiam
aparecer, pare um instante. Veja se tem algum personagem que deseja conversar
com algum outro personagem, o que ele deseja falar para o outro. Veja se tem
algum personagem que está precisando de ajuda, que necessita mudar. Observe
se tem algum que pode oferecer essa ajuda, e pode fazer algum par
complementar, ajudando o que necessita. E com a sua respiração, ajude que
esses personagens possam ir se integrando.

Passo nº 4) Por hoje fecharemos o palco, agradecendo a presença de todos,


e pedindo a eles que se manifestem sempre que for necessário ainda, mas que a
parte sábia da sua mente agora já pode ajudar a cada uma dessas partes a irem
resolvendo suas questões. Talvez voltaremos a isso, em outra oportunidade.
Conversaremos com cada uma dessas partes novamente.
Mas, a partir do momento, a parte sábia da sua mente, a sua mente
inconsciente já está automaticamente providenciando todas as mudanças que lhe
sejam necessárias.
Agora, devagarinho, vá retornando saudavelmente, bem desperto, aqui
para sala.
Passo nº 5) Pegue uma folha de papel. Faça um círculo bem no meio
dessa folha do papel, que é o seu eu você. Espalhe nessa folha de papel os
personagens. Não exatamente como eles apareceram no teatro, mas do jeito que
você quiser,

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espalhe por esse papel e desenhe cada um dos personagens que você viu. Apenas
espalhe pelo seu papel, da forma que você quiser. Nós iremos trabalhar com esses
personagens daqui para a frente, e por isso é muito importante que nós os
mantenhamos desenhados, para irmos vendo as mudanças que podem acontecer.
Depois que a pessoa tiver desenhado o personagem, você poderá fazer
uma análise. Costumeiramente o personagem que estiver mais distante é o
personagem que traz a origem de algum trauma. As coisas que estão desenhadas
na parte esquerda do papel têm relação com o passado; as coisas que estão
desenhadas no meio do papel têm relação com o momento presente; as coisas
que estão desenhadas na parte direita do papel têm relação com o futuro.
Observe a posição e a colocação dos personagens do seu cliente. Isso
poderá ajudar você a fazer uma projeção gráfica e uma interpretação. Não exagere
em suas interpretações, deixe que a pessoa se coloque. Observe as idades que as
pessoas tiveram os personagens aparecendo. Essa idade é muito importante, sugere
que houve alguma situação traumática ou alguma lembrança encobridora da
primeira situação traumática. Observe bem a função de cada alterego. E os
personagens que estiverem bem em volta do seu eu no centro, são personagens que
te ajudam no momento, dentro das funções que você necessita.
Bom trabalho, bom divertimento, continue aplicando essa técnica, juntamente
com o EMDR, para facilitar que essa pessoa processe e reprocesse, e vá perdendo a
necessidade de manter os seus personagens rigidamente separados. Eles vão se
integrando na medida em que a pessoa vai melhorando. Ou você vai aprendendo que
eles podem se interagir. E isso é o mais importante. Nós somos feitos de partes que
podem se integrar, interagir, se ajudar mutuamente. O reconhecimento dessas partes
traz a conexão, e trata as nossas doenças.

Bibliografia

Bauer, Sofia - Hipnoterapia Ericksoniana Passo a Passo. Livro Pleno, Campinas,


1998.

Watkins John e Watkins, Helen - Eego States - ww. Norton and company, New
York, 1997.

David Grand - Defining and Redefining EMDR - NY, 1999.

UMA NOTA SOBRE SUGESTÃO PÓS-HIPNÓTICA

Cap. 19 - A Respeito da Natureza e Caráter do Comportamento Pós-Hipnótico -


pg. 381 a 311 - “Collect Papers” Vol. 1 - Milton H. Erickson

A definição

O ato pós-hipnótico acontece após o sujeito acordar de um transe, em


resposta a sugestões dadas durante o estado de transe, com a execução de um ato

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que é marcado pela ausência de alguma consciência demonstrável que sublinhe
causa e motivo para o seu ato.
Em conseqüência a uma sugestão pós-hipnótica, um estado mental
especial acontece como um novo transe, que é diferente do estado de alerta e vem
com amnésia da sugestão dada.

A performance do comportamento

Quando o sujeito hipnotizado recebe uma instrução para executar algum


ato, pós-hipnoticamente ele desenvolve espontaneamente um novo estado de
transe de curtíssima duração, que pode variar de segundos até um bom tempo
conforme a instrução dada anteriormente. Esse transe é usualmente de duração
breve. A introdução de uma palavra única e particular dentro de uma conversa
normal, desenvolve a resposta do sujeito e a mudança de atitude.
Quanto mais treinado for o sujeito, melhor é a resposta. O mesmo é dito
em relação ao bom rapport e ao nível profundo de transe.

As características gerais do transe pós-hipnótico espontâneo

Ele é único quando aparece, dura pouco tempo, e somente o tempo de


executar a ação pedida. Caso seja pedido para entrar e ficar em transe, o sujeito
continuará em transe até que o hipnotizador o tire do estado de transe novamente.
Ele pode ser constituído de um único transe, ou de vários pequenos
transes.

As manifestações específicas

Ele ocorre rapidamente após a palavra chave, ou pista acontece.


A partir da pista, acontece uma leve pausa na atividade do sujeito; ocorre
uma expressão facial de distanciamento e de distração; os olhos ficam
opacificados com dilatação das pupilas e falha no foco. Ocorre catalepsia, e uma
fixação da atenção e uma marcada perda de contato com o ambiente. Neste
contexto, em poucos segundos, a pessoa está executando o ato pedido. O transe
dura o tempo que é exigido para completar a tarefa pós-hipnótica sugestionada. O
transe termina e a pessoa não tem noção do ato feito, ele é feito espontaneamente.
Tem um remarcado intervalo de confusão e desorientação, depois do qual
rapidamente o sujeito recobra sua atenção natural.

O sucesso

O sucesso depende do rapport, do treino e do nível de profundidade.


Quanto maior a confiança, maior a probabilidade do sujeito seguir o comando.
Quanto mais treina, maior a facilidade de entrar em estados de auto
hipnose. E quanto mais profundo for o nível de transe, mais susceptível a pessoa
se torna à sugestão pós-hipnótica.

TÉCNICA DE BOMBARDEAMENTO DE CRASILNECK EM


PROBLEMAS DE DORES OEGÂNICAS INTRATÁVEIS

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Harold Crasilneck, MD – University of Texas Southwestern Medical Center

A técnica de bombardeamento de Crasilneck consiste em seis diferentes


métodos de indução hipnótica usados de modo consecutivo em uma mesma
sessão.

Certos clientes manifestando problemas de dor orgânica severa e intratável


têm despertado grande interesse para mim já há muitos anos. De um modo geral
a dor vinha persistindo por um longo período, comumente mais de um ano. Eles
não respondiam a medicação por nenhuma extensão de tempo e nem a qualquer
modalidade isolada de hipnoterapia, apesar da boa motivação para lhes aliviar a
dor. Tornou-se evidente que as combinações de diferentes estratégias combinadas
resultaram muito mais eficaz na eliminação da dor, variando entre o mínimo de
80% e 90% de alívio de todos os tipos de dores.

A técnica de bombardeamento para a dor deve ser usada depois da


avaliação médica e investigação diagnosticada sintomatologia dolorosa
apresentada pelo paciente porque a hipnose é um método harmonizado com as
demais visões médicas.

A Técnica de Bombardeamento de Hipnose na dor, recebe este nome por


ser planejada com uma seqüência de seis estratégias consecutivas e com dez
sessões na primeira semana, a cada dia útil realizam-se duas sessões, uma pela
manhã e outra ã tarde. Na segunda semana de tratamento, são oito sessões,
folgando na quarta feira. Na terceira semana, seis sessões. E assim vai
diminuindo até o desaparecimento completo de todos os sintomas da dor.

SEIS SESSÕES DE HIHPNOSE SELECIONADAS PARA A TÉCNICA DE


BOMBARDEAMENTO - CLÍNICA DA DOR

RELAXAMENTO PROGRESSIVO: toda dor tem um componente tensão, que


gera espasmo muscular e o relaxamento é usado para todos os níveis de dor. O
relaxamento ao tempo em que reduz o espasmo muscular, elimina tensões e
ansiedades.

DESLOCAMENTO: Erickson (1967) usou esta abordagem de maneira indireta,


transferindo a dor de uma área do corpo para outra. Em seu estilo próprio e
inimitável de terapia, ensinou a uma paciente a ir para outro aposento em sua
cadeira de rodas e por conta própria, deixando sua dor no quarto no qual acabara
de sair e sendo capaz de assistir televisão livre de qualquer dor.

SUBMODALIDADES DA DOR: Usar as sensações do próprio cliente. Como


ele sente, de que forma ou cor. Fazendo indagações do tipo: Se sua dor tivesse
uma forma, que forma seria? Se sua dor tivesse uma cor, que cor seria? Se sua
dor tivesse uma forma, que forma seria? Se sua dor tivesse uma cor, que cor
seria? Se sua dor tivesse um peso, quanto pesaria? Seria leve ou pesada? Lisa ou
áspera?

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ANESTESIA EM LUVA: Kroger (1977) usou esta abordagem com virtualmente
todos os problemas de dor. Pode ser usada para controlar a dor transferindo a
anestesia em luvas para outras partes do corpo. É usada na Odontologia para
reforços em procedimentos cirúrgicos e em obstetrícia, com muito sucesso.
Zuspan (1973) inclui a indução da anestesia em luvas em treinamento com
pacientes que se preparam para o parto.

REGRESSÃO DE IDADE Pacientes com problemas de dor podem ser levados


a regredir a um período anterior à instalação da dor (Crasilneck, 1985, 1993).
Além disso esta manobra terapêutica pode permitir que se atinja um
entendimento do significado e consequêntemente a eliminação do inconsciente
da causa da dor.

AUTO-HIPNOSE: Check (Check e Lê Cron, 1968) ensinou que provavelmente


todo fenômeno hipnótico envolve auto-hipnose. Este é um método essencial para
lidar com dor e desconforto. Wolberg (1948) registra que problemas médicos que
respondem a heterohipnose devem ser reforçados por auto-hipnose. Isto é
particularmente verdadeiro no que se refere a problemas que envolvem dor.

PRIMEIRA FASE: RELAXAMENTO PROGRESSIVO

Vou pedir para você buscar uma posição confortável nesta cadeira e a
medida em que você vai encontrando esta posição confortável naturalmente seus
olhos podem se fechar... Enquanto seus olhos internos podem se abrir... Olhos
que não vão poder olhar ou sentir você lá dentro... Você vai percebendo sua
respiração, como ela se processa em você... Naturalmente... Sem nenhum
esforço... Apenas repare como tudo vai acontecendo... a respiração vai ajudando
a você, digerindo, limpando, aliviando as tensões... Levando oxigênio à todas as
suas células... Na expiração vai retirando todas as toxinas que junto com o gás
carbônico vai saindo e deixando você mais solto, leve e tranqüilo... E assim,
enquanto sua mente consciente vai percebendo pequenos ajustes, a sua mente
mais profunda vai fazendo as mudanças necessárias, buscando seus imensos
recursos interiores, porque nada está além do imenso tesouro que você tem na sua
mente inconsciente para ajudá-lo a sentir-se bem, agora!

E você pode ir percebendo, sentindo seu pé direito se soltando,


descontraindo e relaxando calmamente... Aliviando cada tensão muscular... Pode
sentir a sensação de bem estar evoluindo pelo tornozelo e aliviando a tensão
muscular de todo a sua perna direita... Cada músculo da sua perna direita... Cada
fibra de cada músculo... Cada nervo... Vai se descontraindo e relaxando...
Qualquer som que chega até você vai permitindo você se descontrair e relaxar em
um nível cada vez mais agradável e profundo.

E você pode ir se soltando mais ainda, percebendo também seu pé


esquerdo agradavelmente se descontraindo e relaxando... Você pode perceber a
sensação de bem estar evoluindo pelo tornozelo e aliviando a tensão muscular de
toda a sua perna esquerda...

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Assim como a perna direita... Também seu braço direito pode ir se
descontraindo e relaxando... Calmamente... Sua mão direita... Punho... Cotovelo
e todo o seu braço direito... Assim como a perna esquerda, também o braço
esquerdo vai relaxando... Se descontraindo... Se soltando... Enquanto sua mente
inconsciente já trabalha para ir aliviando todas as tensões musculares, deixando
você livre de qualquer ansiedade... Seus ombros, músculos das costas... Tórax e
abdômen... Todo o seu tronco você pode deixar ir se soltando... Relaxando...
Agradavelmente... Profundamente... Também os músculos do pescoço, cabeça e
nunca.... Também você pode deixar ir se soltando... Relaxando
confortavelmente... Todos os músculos do seu corpo, cada fibra... Cada nervo...
Mesmo a sua cabeça... Você pode senti-la profundamente relaxada... A esta altura
eu vou percebendo mudanças em você... Enquanto eu fui falando... Sua
respiração ficou mais suave... Seus batimentos cardíacos ficaram mais
compassados... Seu rosto está com uma expressão mais suave...Seus músculos
mais descontraídos... Vai ajudando você a ficar livre de todo o estresse... Livre.
Livre de toda dor.

A cada respiração suave, calma e tranqüila você vai vencendo a dor... Ficando
livre de qualquer desconforto... Livre, livre de toda dor.

Agora eu vou contar lentamente de 1 a 10 e a cada numero que eu for


contando você vai retornando deste relaxamento, e quando chegar a 10 no seu
tempo próprio, você pode abrir os seus olhos, se sentindo profundamente calmo e
bem desperto..
Após o retorno do relaxamento, fazer uma avaliação junto ao cliente do
nível da dor. Neste momento que nota você daria para a dor que você sentia,
sendo 10 para o grau máximo de dor e zero para nenhuma dor. Após anotar na
ficha clínica e infirmar ao cliente que em cada fase de cada exercício será feita
uma avaliação.

SEGUNDA FASE: DESLOCAMENTO

Você está num nível muito mais profundo e agradável de relaxamento.


Sinta-se num nível profundo de transe e você pode novamente se sentir relaxado
e à vontade. Pode perceber, visualizar novamente com seus olhos internos, como
cada músculo, cada fibra de cada músculo e cada nervo do seu corpo está
novamente frouxo, descontraído e relaxado. O remanescente de dor e desconforto
(citar a região) pode ser redirecionado e removido para outra parte do seu corpo.
Toda sua dor de cabeça pode ser removida para uma dor menos intensa e menos
perturbadora em sua mão direita. Toda sua dor de cabeça pode ser deslocada e
removida para uma sensação desconforto em sua mão direita. (Estas sugestões
continuam por cinco minutos). Quando você completar esta transferência da dor
de sua cabeça para a sua mão direita, mova o dedo da sua mão direita.

Agora a dor na sua mão direita está começando a diminuir, a dor está
acalmando, a dor está decrescendo. A cada respiração sua, a dor na sua mão
direita vai diminuindo, até desaparecer. A dor foi embora, e a sensação de

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normalidade está voltando para a sua mão direita. E você se sente livre de
tensões, livre de pressões, livre de estresses e de dor. Quando a sessação de
normalidade voltar à sua mão direita, balance sua cabeça. Ótimo. Agora me dê
uma estimativa verbal, sendo 10 para o máximo de dor e zero para nenhuma dor.

TERCEIRA FASE: SUBMODALIDADES DA DOR

Antes de iniciar a indução, faça estas perguntas:

Se sua dor tivesse uma cor. Que cor teria?


Se sua dor tivesse uma forma. Qual forma teria? Um balão, por exemplo.
Se sua dor tivesse um peso. Seria leve ou pesada?
A superfície de sua dor seria lisa ou áspera?

Agora feche novamente os olhos, sinta-se profundamente relaxado. Aquela cor


que era vermelha, agora está ficando rosa, vai clareando até ficar branco. Aquela
dor que tinha a forma de uma balão, vai tornando-se um balão rosa claro, leve
como isopor, pronto para subir. Uma superfície lisa, clara, leve, pronta para subir.
O balão vai subir. E agora a sua dor vai subindo neste balão... E você vai ficando
livre de tensões, livre de pressões, livre de ansiedades. Livre de qualquer
desconforto... Livre de qualquer dor... (repetir durante cinco minutos). Agora vou
contar novamente de 1 até 10, e a cada número você vai retornando desta fase, se
sentindo muito bem e livre de qualquer dor. Após contagem inquirir novamente:
de 10 nível máximo de dor para zero nenhuma dor. Qual a nota agora para o nível
de sua dor?

QUARTA FASE: ANESTESIA EM LUVA

Agora você está num nível profundo e agradável de relaxamento e gostaria


que sua mão direita começasse a perder a sensação. Você vai sentir que estou
colocando ou adaptando em sua mão direita, uma grossa luva de couro, daquelas
usadas pelo eletricista. Você não sentirá nada na sua mão além de uma leve
pressão, nenhum desconforto... Nenhuma dor.
A sua mão direita começa a sofrer uma alteração na percepção sensorial, uma
dormência, anestesia mesmo, sua mão direita vai ficando cada vez mais
dormente, pela proteção da luva... Estou, agora, espetando sua mão com a ponta
de uma caneta, mas você não sente nada porque a grossa luva de couro, a luva de
eletricista que você calçou em sua mão direita protege-a. Agora levo sua mão
direita para a ;área da dor e esta área também vai ficar profundamente
anestesiada. Agora você vai transferindo a percepção e controle da dor para a
área da sua cabeça. Quando você sentir que a dor passou por completo balance a
cabeça. Ótimo. Agora vou retirar a luva da sua mão direita. E sua mão vai voltar
ao normal.

Agora eu conto lentamente de 1 até 10 e quando chegar a 10 você se sentirá bem


desperto, mais completamente livre de tensões, livre de ansiedades, livre de
qualquer dor... Livre de tensões, livre de ansiedades, livre de qualquer dor... Livre
de qualquer desconforto... Livre de qualquer dor.. Livre... Livre... De qualquer
desconforto.

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QUINTA FASE: REGRESSÃO DE IDADE

Você está agora num estado de relaxamento intenso e profundo. Nada está
cima do poder de sua mente inconsciente e nós vamos recuar em termos de
tempo e de espaço. De volta no tempo e no espaço para um período anterior à sua
dor, anterior ao período de sua dor de cabeça. Nos vamos voltar para um tempo
anterior ao aparecimento de sua dor de cabeça. Você vai se sentir agora como
você se sentiu naquela época. Você vai perceber as coisas como percebia naquela
época. Você vai responder bem como reagir a ausência de dor e a ausência de
desconforto em sua cabeça, como você respondia então. Você não terá sensação
de dor de cabeça nem de desconforto em seu corpo.

Agora volte no tempo e no espaço, relaxado e à volta, de volta ao tempo


de sua vida em que não havia dor. Levante seu dedo indicador direito quando
localizar este tempo em sua vida. Nós estamos recuando no tempo e no espaço.
Você está agora com (X anos de idade) vamos voltando no tempo
gradativamente. Vai voltando atrás para tal idade, tal idade, tal idade. Volte
relaxadamente e à vontade... Respirando pausadamente... Voltando no tempo e no
espaço... Tal idade, tal idade, tal idade...

O paciente levanta o dedo. Ótimo. Você irá manter esta libertação do


estado de dor e lembrar esta sensação de bem estar por todo o tempo. Gravando
na sua sábia mente interior ou inconsciente esta sensação boa de estar livre de
qualquer dor mesmo depois de retornar desse tempo da sua vida.

A medida em que eu vou te trazendo para o tempo presente, o espaço


presente e sua pessoa presentemente, você trará com você o completo alívio da
dor e você irá lembrar para sempre desta experiência e percepção da vida sem
dor. E enquanto eu conto lentamente, você está com ... Anos livre de tensões...
Livre de pressões... Livre de qualquer dor... Está com... Anos livre de dor e de
tensões, está com... Anos de volta ao tempo presente, ao dia de hoje (citar daí tal,
do mês tal e ano tal) livre de qualquer desconforto e tensões. Vou novamente
contar lentamente de 1 até 10 e quando chegar a dez você abre os olhos livre de
qualquer dor sentindo-se bem desperto. Avaliar de 10 a zero.

SEXTA FASE: AUTO-ANÁLISE

Os estados emocionais tem uma influencia profunda e dolorosa sobre o


comportamento e a maneira de pensar. Depois que o paciente aprendeu que tem
uma mente interior ou inconsciente sábia e que nada está além do poder da sua
mente inconsciente. O que é preciso? Aprender uma ancora de auto-hipnose, para
registrar ou gravar este momento de serenidade, para defesa dos impactos na sua
vida.

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Cada pessoa tem uma história pessoal rica em estados emocionais. Em
PNL, o estímulo que está ligado a uma estado fisiológico e que o faz disparar é
chamado de ancora. Exemplos de ancoras positivas que ocorrem naturalmente
são fotografias favoritas, cheiros evocativos, a expressão ou o tom de voz de uma
pessoa querida. (O Conner, Jesph, intodução à programação neurolingüística, pág
69).

IMAGENS

Nossa vida é um jardim que precisa ser cuidado. Somos todos


essencialmente jardineiros aos quais são confiados nossos próprios jardins. Como
jardineiros, temos funções bem definidas como: capinar, plantar, realizar tratos
culturais específicos, e, naturalmente, colher.

Os jardins de ervas daninhas não podem dar boa colheita. As ervas


daninhas oprimem as sementes, impedindo que elas germinem, cresçam, criem
raízes e floresçam.

Doenças, enfermidades e convicções negativas são ervas daninhas


que permitimos crescer em nosso jardim pessoal. Emoções tais como ansiedade,
depressão, medo, pânico, preocupações e desespero também são ervas daninhas.
O negativismo e as emoções estão intimamente ligadas às doenças e

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enfermidades. Quem reconhece a unidade básica do corpo-mente não se
surpreende que pesquisadores estejam encontrando uma correlação entre
emoções negativas e baixa imunidade. Da mesma forma, convicções positivas
nos trazem emoções positivas, como humor, alegria e felicidade, e os
pesquisadores têm demonstrado que as emoções positivas estão ligadas a
respostas imunológicas positivas.

A técnica de terapia por imagens, cura por imagens serve para


limpar as convicções negativas do tipo ervas daninhas e substituí-las por
convicções positivas, sementes. À medida que você se torna jardineiro de seu
próprio jardim, a auto-cura se torna possível.

A saúde é motivo de preocupação para todos nós. Freqüentemente entregamos a


tarefa essencial de nossa auto-preservação a outras pessoas. Porque será? Parte da
resposta, certamente, está no fato de que, anteriormente, não tínhamos os
instrumentos que nos tornassem capazes de nos ajudara. A técnica das imagens
mentais é um desses instrumentos, e podemos utilizá-la de modo a cuidar de
nosso jardim e assumir a autoridade por nós mesmos. “Uma vez que se torne
jardineiro, você passará a ter um poder sobre a sua própria saúde que nem
imaginava possível”. Este texto foi extraído do livro Imagens que curam de
Geraldo Epstein, M.D.).

O QUE É TERAPIA MENTE-CORPO?


A medicina mente-corpo inclui uma variedade de tratamento e abordagens, indo
da meditação e da prática do relaxamento ou hipnose até grupos de apoio social,
que buscam incluir a mente no desenvolvimento do bem estar emocional e da
saúde física.
Hoje, um número cada vez maior de pesquisas apóia a utilização dessas técnicas.

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No entanto, essas práticas, ainda vêm sendo utilizadas por apenas uma parte das
pessoas que poderiam se beneficiar delas.

POR QUÊ O CORPO SOFRE?

Sob estresse crônico, as pessoas liberam mais os hormônios adrenalina e


noradrenalina, o que desencadeia uma revolução hormonal que afetará todo o
organismo. Estas substâncias também contraem os vasos sanguíneos, diminuindo
a passagem do sangue e causando mudanças que dependerão da vulnerabilidade
de cada órgão. Exemplo:
a) Há redução do nível de seratonina, substância envolvida em vários processos
cerebrais. As alterações podem levar a depressão, ansiedade e distúrbios
alimentares.
b) É liberado o hormônio aldosterona, que elevará a pressão arterial, facilita a dor
no peito e a falta de ar. Como já há um estreitamento dos vasos sanguíneos pode
ocorrer um infarto.
c) Há redução no nível do fluxo de células de defesa do organismo, pela
diminuição da produção de linfócitos “T” e “B”, favorecendo a manifestação de
doenças infecciosas como gripe, herpes, pneumonia, etc…
d) Ocorre uma maior secreção de ácido clorídrico na região do estômago, que
leva a uma gastrite e posteriormente a uma úlcera digestiva.
e) Como a pessoa tensa tende a contrair a musculatura, podem ser desencadeadas
dores musculares e cefaléias.
f) O cortisol, hormônio produzido pelas supra-renais, faz subir o nível da glicose,
elevando o risco de diabetes em quem tem predisposição genética para a doença.
O psicanalista pode ajudar o paciente estressado a identificar as causas desse
desgaste emocional, com um planejamento de tratamento em que deve incluir
exercícios de relaxamento ou auto-hipnose.

QUAL A AÇÃO NEUROFISIOLÓGICA DA HIPNOSE EM UM


ESTRESSADO?

Quando a pessoa está tensa tende a contrair a musculatura. A técnica de


relaxamento, hipnose ou auto-hipnose age justamente no sentido inverso,
relaxando a musculatura pela produção de serotoninas e endorfinas, produzindo
tranqüilidade, sensação de paz e harmonia.
Serotoninas: Este é o principal neurotransmissor do “bem estar”. O outro
neurotransmissor que também é importante para todas as funções do cérebro é a
acetilcolina.
A droga PROZAC funciona aumentando quimicamente a quantidade de
serotonina disponível no cérebro. Os exercícios de auto-hipnose ou exercícios
mente-corpo funcionam aumentando naturalmente, sem criar efeitos colaterais,
comuns a qualquer fármaco, a quantidade de serotonina no cérebro. A grande
popularidade desse remédio nos Estados Unidos nos mostra como a deficiência
da serotonina é comum na população atual. A serotonina também ajuda a
estimular o sono e a controlar a dor.
Endorfinas: essas substâncias químicas cerebrais não são tecnicamente um
neurotransmissor, mas seus efeitos são similares.

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As endorfinas são liberadas em resposta a praticamente qualquer tipo de estresse
físico ou emocional. Muito comumente, alivia a dor e a ansiedade.
A hipnose produz endorfinas, assim como a acupuntura; na medicina oriental, a
acupuntura é usada com muita eficácia como um procedimento anestésico
durante as cirurgias. Freud, usou a hipno acupuntura, onde os autores clássicos
citam a digitopressão, isto nada mais é do que a combinação da hipnose com a
acupuntura.
Acetilcolina: esse é o neurotransmissor “cinco estrelas” da memória e do
pensamento. Se você tem uma memória fraca, mas não é velho o suficiente para
estar sofrendo de debilitação da memória associada à idade, há grandes chances
de você estar com um simples déficit de acetilcolina.
Outro sintoma de carência de acetilcolina é a incapacidade de se concentrar.
Muitos milhões de pessoas poderiam melhorar imediatamente sua concentração
apenas ingerindo quantidades apropriadas de nutrientes que favorecessem a
produção de acetilcolina. Esses nutrientes são: a lecitina, as vitaminas B,
vitaminas C e outros minerais. A Lecitina é a mais importante.
A acetilcolina está concentrada no hipocampo, centro da memória do cérebro.
Porém, a acetilcolina também ajuda a executar muitas funções fora do cérebro.
Por exemplo, ela ajuda as células nervosas nos músculos a ativar a ação
muscular.
A acetilcolina é produzida nos neurônios através de um processo químico que
requer oxigênio e colina (que é o principal ingrediente da lecitina). Os exercícios
de Hipnose ou relaxamento parecem ser muito úteis para enviar o oxigênio e a
glicose para o cérebro e desse modo, auxiliar a produção de acetilcolina.

O QUE É TREINAMENTO AUTÓGENO?


CONCEITO SEGUNDO J. H. SCHULTZ.

Este método consiste em promover a modificação da personalidade de quem a


pratica, através de determinados exercícios fisiológicos racionais. Por exemplo:
Na circulação sanguínea, mediante diminuição da freqüência e intensidade dos
batimentos cardíacos, alteração da temperatura do corpo, para um corpo
agradavelmente aquecido; em contraste com a temperatura do corpo, a
temperatura da testa vai ficando confortavelmente fria.

O CURSO NORMAL DO PROCESSO DE TREINAMENTO AUTÓGENO.

Trataremos do curso normal do processo. Por “normal” deve-se entender o


desenvolvimento sem incidentes do processo de treinamento em indivíduos livres
de manifestações patológicas. Também poderíamos falar em experiências com
“pessoas normais”, porém, essa denominação nos obrigaria a entrar numa
discussão sobre o conceito de normalidade, o desviaria demais do assunto.
Os cursos ministrados por Schultz impunham como condição que os
participantes fossem pessoas responsáveis e independentes.
No início de cada turma, comunicava-se que se tratava de um método de
treinamento, uma espécie de ginástica para o íntimo, mas de maneira alguma de
um processo curativo. Solicitava-se que as candidatas mencionassem se sofriam
de perturbações nervosas e de que tipo. E só se concedia a eles permissão para

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participar dos trabalhos de tais perturbações não existissem. Da mesma forma,
exigia-se um nível médio de saúde física. O material humano se constituía de
homens de classe média e alta, estáveis em suas profissões e interessados no
próprio aproveitamento.

No curso normal, instituímos os sujeitos para praticarem duas, no máximo três


vezes por dia o exercício autógeno. Recomenda-se que o faça após as
refeições do meio dia e a da noite, bem como antes de dormir.
É importante insistir com os sujeitos, que os exercícios devem ser muito curtos,
para evitar a interferência de tensões voluntárias capazes de anular a vivência de
relaxação. O psicanalista ou o profissional que está fazendo a orientação deve
recomendar que cada exercício tenha de 5 a 15 minutos de duração, mantendo a
concentração apenas o necessário para que surja a experiência orgânico-eufórica
de relaxação e tranqüilidade. Os melhores resultados são obtidos com exercícios
curtos, praticados com regularidade durante semanas, enquanto que um exercício
tenso, longo demais num só dia é pouco eficaz.
O estabelecimento de uma vivência de calor, primeiro local, depois generalizada,
pode ser considerado, em vista dos fatos fisiológicos e psicológicos
estabelecidos, como uma medida ativa de efeito tranquilizador, como o sono.
O estabelecimento do treinamento autógeno sob um duplo aspecto, de um lado, é
uma comutação de sistemas corporais, adquirida por exercícios, as mudanças de
função por ele proporcionadas influem favoravelmente no estado geral. De outro
lado, pode ser considerado uma inversão de lei de expressão, as funções que
habitualmente se alteram pela influência de estímulos emocionais sofrem
mudança por si mesmas, exercendo uma influência retroativa. Além dos
músculos esqueléticos, e do sistema vascular, o coração é o órgão mais indicado
para confirmar esta intra-relação.

A RESPIRAÇÃO

São bastante conhecidas as profundas alterações da mudança voluntária da


atividade respiratória, tanto na apnéia forçada quanto no outro extremo, a
hiperventilação. O treinamento respiratório deve ser anterior ao do coração.

EXERCÍCIOS PRÁTICOS -TÉCNICAS DO RELAXAMENTO


PROGRESSIVO DE SHULTZ.
1- É necessário fazer a anamnese antes de iniciar: perguntas sobre doenças,
operação, hábitos, Etc. Veja ficha no item seis.
2- É necessário que haja a empatia ou “Rapport”.
3-O ambiente deve ter luz indireta fraca, poucos ruídos. Não deve haver nada que
possa dispersar a atenção.
4-Coloque uma música, preferencialmente de sons da natureza.
5-Utilize voz calma e monótona.
6-O paciente deve ficar deitado ou sentado em posição confortável, com os olhos
fechados. Se quiser pode tirar seus sapatos, afrouxar cintos e roupas, mantendo-
se porém aquecido, principalmente os pés. “A partir deste instante também pode
ser realizado a auto-hipnose”

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7- Sinta e visualize seu corpo, onde se encontra sentado confortavelmente, dos
pontos de contato entre seu corpo ou a cadeira ou poltrona, os pontos de contato
da cabeça, das costas, dos braços e das pernas…
8- Se concentre na sua respiração: à medida que inspira seu abdômen se eleva, e
quando expira; o abdômen abaixa suavemente... de forma que a expiração seja
um pouco mais longa que a inspiração, vamos lá... inspire... expire... novamente
repita: inspire... expire...
9- ANCORA DE AUTO-HIPNOSE: Continue com o seu corpo todo relaxado,
enquanto concentra sua atenção em sua mão direita…feche a mão, muito forte,
tão forte o quanto possa…perceba o que sente quando os músculos da mão e
antebraço estão tensos…concentre-se neste sentimento de tensão e mal estar que
você está experimentando...

10- Abra a sua mão completamente e deixe-a cair sobre suas pernas de uma só
vez…
11- Sinta e visualize como a tensão e o incômodo desapareceram de sua mão e
antebraço. Sinta as sensações deste relaxamento…de prazer…paz…tranqüilidade
que você tem agora. Continue relaxando os músculos, agradavelmente…
suavemente…
12- Todo o relaxamento vai se tornando mais agradável…, os músculos se
tornem muito, muito relaxados... deixe-se levar....... continue concentrando-se
nesses sentimentos e deixe que este músculos se soltem mais e mais... quando
está relaxado seus músculos estão muito soltos, leves, muito longos, muito
calmos... deixe que se soltem mais e mais...
13- Agora focalize sua atenção mais acima, no seu antebraço direito... à medida
que concentra sua atenção nestes músculos vai deixando-os mais e mais leves,
...relaxados... muito soltos... muito calmos... muito tranqüilos...deixe-se levar
mais e mais profundamente.
Se notar que sua atenção divaga, volte a concentrá-la nesses músculos...deixe que
estes músculos se tornem mais e mais longos, calmos, tranqüilamente,
suavemente... deixe-se levar pelo sentimento profundo de relaxamento, somente
deixe-se levar...
14- Enquanto continua com todo seu braço, antebraço e mão direita
profundamente relaxada, concentre-se agora em sua mão esquerda...
15- Sinta e visualize sua mão esquerda e concentre-se nos músculos da sua mão
esquerda... pode vê-los... deixando-os soltos, mais e mais soltos... deixe que estes
músculos se tornem muito relaxados, muito, muito leves, ...calmos... muito
tranqüilos... deixe-se levar... continue concentrando-se nesses sentimentos e deixe
que este músculos se soltem mais e mais... quando está relaxado seus músculos
estão muito soltos, muito longos, muito leves... deixe que se soltem mais e
mais…
16- Relaxe profundamente, calmamente, sentindo e relaxando naturalmente,
agradavelmente…,focalize sua atenção mais acima, no seu antebraço esquerdo...
à medida que concentra sua atenção nestes músculos vai deixando-os mais e mais
relaxados... muito soltos... muito calmos... muito tranqüilos...deixe-se levar mais
e mais profundamente...se notar que sua atenção divaga, volte a concentrá-la
nesses músculos...deixe que estes músculos se tornem mais e mais longos,
calmos, tranqüilamente, suavemente... se deixe levar pelo sentimento profundo
de relaxamento, somente deixe-se levar...

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17- Todo o relaxamento vai se tornando mais agradável…, se concentre agora
nos seus braços.... todo o seu braço esquerdo e direito. sinta os músculos relaxar
pode senti-los... deixando-os soltos, mais e mais soltos deixe que estes músculos
se tornem muito, muito relaxados: muito, muito calmos; muito tranqüilos...
deixe-se levar... continue concentrando-se nesses sentimentos e deixe que este
músculos se soltem mais e mais... quando está relaxado seus músculos estão
muito soltos, muito longos, muito calmos... deixe que se soltem mais e
mais...suavemente... calmamente...
18- Relaxe profundamente, calmamente, sentindo e relaxando naturalmente,
agradavelmente…, com calma…, tranqüilidade…, concentre-se agora em seu
rosto.... todo o seu rosto....sinta os músculos da face relaxar pode senti-los...
deixando-os soltos, mais e mais soltos... deixe que estes músculos se tornem
muito, muito relaxados: muito, muito calmos; muito tranqüilos deixe-se
levar...calmamente... suavemente... continue concentrando-se nesses sentimentos
e deixe que este músculos se soltem mais e mais... quando está relaxado seus
músculos estão muito soltos, muito longos, muito calmos... deixe que se soltem
mais e mais...usufruindo dessa sensação de leveza...
19- Relaxar…, sentir…, visualizar…,descontraindo e relaxando o seu pescoço e
concentre-se nos músculos do pescoço... pode senti-los deixando-os
soltos,leves... mais e mais soltos... deixe que estes músculos se tornem muito,
muito relaxados: muito, muito calmos; muito tranqüilos... suavemente...
calmamente...deixe-se levar... continue concentrando-se nesses sentimentos e
deixe que este músculos do pescoço se soltem mais e mais... quando está
relaxado seus músculos estão muito soltos, muito longos, muito calmos deixe
que se soltem... levemente... suavemente... mais e mais...
20- Relaxe profundamente, calmamente, sentindo, relaxando os seus braços....sua
mão direita... esquerda... antebraços... seu rosto e pescoço.... calmamente...
suavemente... relaxados... deixando-se levar por essa sensação de bem estar....de
tranqüilidade.. deixem que soltem mais e mais... calmamente...
tranqüilamente...em paz....
21- Sinta e visualize os seus músculos dos seus braços.. mão direita e esquerda..
antebraço...rosto... pescoço relaxados suavemente... tranqüilos.....concentre-se
agora em nos seus ombros... nos músculos dos seus ombros... deixe-se levar,
sinta-os relaxar, pode senti-los... deixando-os soltos, mais e mais soltos...deixe
que estes músculos se tornem muito, muito relaxados: muito, muito calmos;
muito tranqüilos... deixe-se levar...calmamente... suavemente......continue
concentrando-se nesses sentimentos e deixe que este músculos dos seus ombros
fiquem leves... relaxados... suavemente... que se soltem mais e mais.....seus
músculos dos ombros estão muito soltos, muito longos, muito calmos...
leves...deixe que se soltem mais e mais...suavemente...deixe esta sensação chegar
até as suas costas... suas costas ficam relaxadas... soltas....os músculos de suas
costas...vão se soltando.... você pode sentir isso...tranqüilamente...note como eles
se soltam mais e mais...deixe-se levar por essa sensação de
tranqüilidade...calmamente... suavemente...levemente... em paz...
22- O relaxamento estende-se agora por todo os seus braços....sua mão direita...
esquerda... antebraços... seu rosto... seu pescoço.... seus ombros. .suas
costas.....calmamente... suavemente... relaxados... deixando-se levar por essa
sensação de bem estar... de tranqüilidade.. deixem que soltem mais e mais...mais

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e mais... usufrua dessa sensação de tranqüilidade... com todos esses músculos
relaxados... leves.. soltos... calmamente... suavemente...levemente....em paz....
23- Enquanto continua com todo os seus braços.. mão direita e esquerda..
antebraço...rosto... pescoço... ombros.. costas... relaxados suavemente...
tranqüilos... calmamente ... concentre-se agora em nos seu pé direito.....nos
músculos dos seu pé direito... focalize sua atenção em seus dedos, no pé direito....
e concentre-se nos músculos do seu pé direito... pode vê-los...pode senti-los...
deixando-os soltos, mais e mais soltos... Deixe que estes músculos se tornem
muito, muito relaxados: muito, muito calmos; muito tranqüilos... deixe-se levar...
continue concentrando-se nesses sentimentos e deixe que este músculos se soltem
mais e mais... quando está relaxado seus músculos estão muito soltos, muito
longos, muito calmos... deixe que se soltem mais e mais...deixe-se levar...
calmamente... suavemente... leves... relaxados... note como eles se soltam...
deixe-se levar por essa sensação de tranqüilidade...paz...
24- O relaxamento estende-se agora por todo os seus braços....sua mão direita...
esquerda... antebraços... seu rosto... seu pescoço.... seus ombros... suas costas...
seus pé direito....sua perna direita...calmamente... suavemente... relaxados...
deixando-se levar por essa sensação de bem estar... de tranqüilidade.. deixem que
soltem mais e mais...mais e mais... usufrua dessa sensação de tranqüilidade...
com todos esses músculos relaxados... leves.. soltos... calmamente...
suavemente...
25- Sinta e visualize o seu pé esquerdo...e concentre-se nos músculos do pé
esquerdo... perna esquerda...um por um dos seus dedos.... pode senti-los...
deixando-os soltos, mais e mais soltos... Deixe que estes músculos se tornem
muito, muito relaxados: muito, muito calmos; muito tranqüilos... suavemente...
calmamente...deixe-se levar...por esta sensação... continue concentrando-se
nesses sentimentos e deixe que este músculos do pé esquerdo e da perna
esquerda, todos os seus músculos se soltem mais e mais... seus músculos estão
muito soltos...muito leves... muito longos, muito calmos... deixe que se soltem
mais e mais... calmamente... suavemente...tranquilamente...
26- Relaxar…, sentir…, visualizar…,descontraindo e relaxando o seu pé
esquerdo, sua perna esquerda fique leve... suavemente... tranqüilamente deixe-
se levar, sinta-os relaxar, pode senti-los... deixando-os soltos, mais e mais
soltos deixe que estes músculos se tornem muito, muito relaxados: muito, muito
calmos; muito tranqüilos...
deixe-se levar...calmamente... suavemente... continue concentrando-se nesses
sentimentos e deixe que este músculos dos seus pés direito e esquerdo, das
pernas esquerda e direita fiquem leves... relaxados... suavemente que se soltem
mais e
mais... seus músculos dos pés e das pernas estão muito soltos, muito longos,
muito calmos... leves...deixe que se soltem mais e mais...suavemente...
tranqüilamente note como eles
se soltam mais e mais...deixe-se levar por essa sensação de
tranqüilidade...calmamente... suavemente...
27- Relaxe profundamente, calmamente, sentindo e relaxando naturalmente,
agradavelmente…,o relaxamento estende-se agora por todo os seus braços sua
mão direita... esquerda... antebraços... seu rosto... seu pescoço.... seus ombros...
suas costas... seus pé direito... seu pé esquerdo....sua perna esquerda...sua perna
direita....calmamente... suavemente... relaxados... deixando-se levar por essa
sensação de bem estar... de tranqüilidade.. deixem que soltem mais e mais mais

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e mais... usufrua dessa sensação de tranqüilidade... com todos esses músculos
relaxados... leves.. soltos... calmamente... suavemente...
28- Sinta e visualize as suas coxas... primeiro a direita.... depois a esquerda....
concentre-se nos músculos da coxa direita.... sinta-os relaxar suavemente
....você pode sentir ela relaxando....a coxa direita.... pode senti-la... os seus
músculos...deixando-os soltos, mais e mais soltos...deixe que estes músculos se
tornem muito, muito relaxados: muito, muito calmos; muito tranqüilos...
suavemente... calmamente...deixe-se levar...por esta sensação. continue
concentrando-se nesses sentimentos e deixe que este músculos da coxa direita,
todos os seus músculos se soltem mais e mais... seus músculos estão muito
soltos, muito longos, muito calmos... deixe que se soltem mais e mais...
calmamente... suavemente...
29- Relaxar…, sentir…, visualizar…,descontraindo e relaxando suas coxa
esquerda... concentre-se nos músculos da coxa esquerda.... sinta-os relaxar....
suavemente ....você pode sentir ela relaxando....a coxa esquerda.... pode senti-la...
os seus músculos...deixando-os soltos, mais e mais soltos...deixe que estes
músculos se tornem muito, muito relaxados: muito, muito calmos; muito
tranqüilos... suavemente... calmamente...deixe-se levar...por esta sensação...
continue concentrando-se nesses sentimentos e deixe que este músculos da coxa
esquerda, todos os seus músculos se relaxem.... sinta-os
leves...calmamente....suavemente.... deixe-se invadir por esta sensação de leveza
e tranqüilidade.....de paz....
30- Relaxe profundamente, calmamente, sentindo e relaxando naturalmente,
agradavelmente…, já que você tem todo o braços, rosto, face, pescoço...
ombros.... pés...pernas...coxas.... relaxados... deixe que a sensação de
relaxamento chegue até seu abdômen, concentre-se nele... suavemente..
calmamente.. permita que ele relaxe....sinta os músculos de seu abdômen
relaxando.. suavemente deixa que estes músculos do abdômen se soltem mais e
mais...eles estão ficando soltos... muito soltos... os músculos do seu abdômen
estão muito soltos e calmos... leves... deixe que eles se soltem mais e mais...
suavemente...calmamente... note como eles estão relaxados....soltos usufrua
dessa sensação....
31- O relaxamento agora se estende agora por todo os seus braços...mão direita...
esquerda... antebraços...esquerdo e direito, rosto... pescoço.... seus ombros.. seus
pés...suas pernas...suas coxas..... seu abdômen....calmamente... suavemente...
relaxados... deixando-se levar por essa sensação de bem estar... de tranqüilidade..
deixem que soltem mais e mais...mais e mais... usufrua dessa sensação de
tranqüilidade... com todos esses músculos relaxados... leves.. soltos...
calmamente... suavemente...sinta esse relaxamento de todos esses
músculos...tranquilamente...
32- Sinta e visualize o seu tórax e concentre-se nos músculos do tórax. pode
senti-los... deixando-os soltos, mais e mais soltos...deixe que estes músculos se
tornem muito, muito relaxados: muito, muito calmos; muito tranqüilos...
suavemente... calmamente...deixe-se levar... continue concentrando-se nesses
sentimentos e deixe que este músculos do tórax se soltem mais e mais quando
está relaxado seus músculos estão muito soltos, muito longos, muito calmos...
deixe que se soltem mais e mais...com suavidade... suavemente... calmamente...
sinta a sensação de leveza de todos os seus músculos do tórax...tranquilamente....

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33- Todo o relaxamento vai se tornando mais agradável…, todas as partes do
corpo inclusive as que não foram mencionadas…, sentindo uma sensação de bem
estar…, calma…, tranqüilidade…,sem ansiedade, uma profunda sensação de bem
estar…
34- Relaxe profundamente, calmamente, sentindo e relaxando naturalmente,
agradavelmente…, você está completamente relaxado... todo o seu corpo. seus
braços.. seus pés... suas coxas....seu abdômen... seu tórax.... seus ombros suas
costas.... seu pescoço.. seu rosto... todos os músculos do seu corpo relaxam
agora.... tranqüilamente.. suavemente... deixe-se levar por este sentimento de
relaxamento... sinta-se aquecido... suavemente aquecido... seu pés aquecidos...
mãos.... suavemente... tranqüilamente... usufrua dessa sensação numa
temperatura que você gosta....um calor suave...deixe que este calor suave o
invada.. que este sentimento o invada..... isto é um sinal de que seus músculos
estão relaxando mais e mais...Note como estão relaxando mais e mais..
suavemente aquecidos... usufrua dessa sensação... suavemente...
calmamente...tranquilamente...
35- Relaxar…, sentir…, visualizar…,descontraindo e relaxando, deixe todo o seu
ser muito....muito relaxado.... muito, muito tranqüilo....deixe seus pés.....suas
pernas...suas coxas...seu estômago... seu peito.... suas costas....seus ombros.....
seus braços....seu pescoço.... seu rosto.... muito... muito....muito relaxado. Seus
músculos estão muito, muito soltos.... muito tranqüilos...deixe que sua respiração
siga seu próprio ritmo monótono, tranqüilo, deixe-se levar... deixe-se levar pelo
estado profundo de relaxamento....
36- ( TREINAMENTO AUTÓGENO ) Ouça os batimentos cardíacos.... sinta a
temperatura do seu corpo... agradavelmente aquecida….sua testa...
agradavelmente fria uma agradável sensação de bem estar…paz…
37- Sinta que você está em um lugar muito tranqüilo, calmo, ….. 38- Todas as
partes dos seu corpo estão agora relaxadas, muito relaxadas, aquecidas..
suavemente aquecidas.... deixe-se levar...deixe que sua respiração siga seu
próprio ritmo, monótono, pesado, tranqüilo. Deixe levar...mais e mais
profundamente.... pelo relaxamento...usufrua essa sensação.... de paz de
serenidade....de tranqüilidade... que pode ficar com você até depois que sair do
relaxamento...
39- Agora vamos contar.... até "cinco"... calmamente.... tranqüilamente.... e no
seu tempo certo... você irá calmamente.... tranqüilamente.... saindo do
relaxamento....e saindo em paz... tranqüilo.. sentindo mesmo depois de sair uma
sensação de calma....de tranqüilidade...ficará com você, mesmo depois ...
tranqüilidade....suavidade...serenidade e a paz....que sente agora...........40-
Contamos "um" e você calmamente...irá saindo do relaxamento...começando a
perceber os ruídos à sua volta...a ouvir os ruídos externos...
suavemente...calmamente...tranqüilamente...vai sentindo a sua mão... o seu
antebraço..... no seu tempo certo... você vai percebendo suas mãos.... direita....
esquerda.... antebraço direito, esquerdo... suavemente....tranquilamente...
41- Contamos "dois".... e você no seu tempo certo...
calmamente....tranqüilamente.. vai sentindo de volta seus pés... suas pernas...
suas coxas.... calmamente.... suavemente....tranqüilamente....
42- Contamos "três"..... e tranqüilamente, no seu devido tempo.... no seu tempo
certo.... você calmamente.. sente seu tórax.. seu abdômen.........suas

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costas......tranqüilamente....suavemente... no seu tempo certo você vai
retornando.... saindo calmamente tranqüilamente.... do relaxamento....
43- Contamos "quatro" e suavemente... devagar.... no seu tempo devido....você
suavemente... sente seu pescoço.... seu rosto.....seu corpo....seu corpo todo vai
saindo calmamente... suavemente do relaxamento... no seu tempo certo....
suavemente....tranqüilamente....
44- Contamos "cinco" e suavemente... tranqüilamente....você começa a ouvir a
perceber os ruídos externos...a seu ambiente....no seu tempo certo...
calmamente.... você abrirá seus olhos...e sairá do relaxamento.... calmamente....
suavemente....tranqüilamente....e em paz. 45- No seu tempo certo, se quiser...
pode se espreguiçar ... bocejar... abrir seus olhos.... e usufruir da sensação que
agora ficou com você...de serenidade... de tranqüilidade...de paz....

VIÉIS E FRAGMENTOS DA HIPNOSE NAS OBRAS DE FREUD

Publicações pré-psicanalíticas e esboços inéditos hipnose, volume I (1886-99)-


Seria um equívoco pensar que é muito fácil praticar a hipnose com fins
terapêuticos. Depois, como hipnotizador experiente, haverá de abordar o assunto
com toda a seriedade e firmeza que nascem da consciência de estar
empreendendo algo útil e, a rigor, em algumas circunstâncias, necessário.
Em geral, podemos partir da presunção de que qualquer pessoa é hipnotizável;
porém, todo médico encontrará determinado número de pessoas que, dentro das
condições de suas experiências, não conseguirá hipnotizar e, muitas vezes, será
incapaz de dizer de onde se originou seu fracasso.
Até os dias atuais, não se conseguiu relacionar a acessibilidade à hipnose com
qualquer outro atributo de uma pessoa. O que se sabe de verdadeiro é que os
portadores de doença mental e os degenerados, na sua maior parte, não são
hipnotizáveis, e os neurastênicos somente o são com grande dificuldade. Não é
verdade que os pacientes histéricos não se adaptem à hipnose. Em geral,
evitaremos aplicar o tratamento hipnótico em sintomas que tenham origem
orgânica. A melhor maneira de realizar a hipnose é colocar o paciente numa
cadeira confortável, pedir que se mantenha cuidadosamente atento e que não fale
mais, pois falar lhe impediria o adormecer. Remove-se-lhe qualquer roupa
apertada e pede-se a quaisquer outras pessoas presentes que se mantenham numa
parte da sala onde não possam ser vistas pelo paciente. Escurece-se a sala,
mantém-se o silêncio. Após esses preparativos, sentamo-nos em frente ao
paciente e pedimo-lhe que fixe os olhos em dois dedos da mão direita do médico
e, ao mesmo tempo, observe atentamente as sensações que passará a sentir.
Depois de curto espaço de tempo, um minuto, talvez, começamos a persuadir o
paciente a sentir as sensações do adormecer.
O verdadeiro valor terapêutico da hipnose está nas sugestões feitas durante a
mesma. Essas sugestões consistem numa enérgica negação dos males de que o
paciente se queixou, ou num asseguramento de que ele pode fazer algo, ou numa
ordem para que o execute.
Tudo que se tem dito e escrito a respeito dos grandes perigos da hipnose pertence
ao reino da fantasia. Se colocarmos de lado o mau uso da hipnose com fins
ilegítimos — possibilidade esta que existe em todos os outros métodos
terapêuticos eficazes.
(4)Estados de hipnóides - Estudos sobre a histeria Josef Breuer e Sigmund Freud

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volume II. (1893-1895)- A base da histeria é a existência de estados hipnóides.
Moebius já dissera exatamente a mesma coisa em 1890. “A condição necessária
para a atuação (patogênica) das idéias é, por um lado, uma predisposição inata —
isto é, uma disposição histérica — e, por outro, um peculiar estado mental.
Podemos apenas formar uma idéia imprecisa desse estado mental. Deve
assemelhar-se a um estado de hipnose; deve corresponder a alguma espécie de
vazio da consciência em que uma idéia emergente não depara com qualquer
resistência por parte de outra — no qual, por assim dizer, o campo está livre para
a primeira idéia que vier. Sabemos que esse tipo de estado pode ser acarretado
não somente pelo hipnotismo, como também pelo choque emocional (susto,
cólera, etc.) e por fatores que esgotam as forças (privação do sono, fome, etc.)”
Moebius, 1894, 17. Os fenômenos assim surgidos só emergem na consciência
lúcida quando a divisão da mente, que examinarei depois, já foi concluída, e
quando a alternância entre os estados de vigília e hipnose foi substituída por uma
coexistência entre os complexos representativos normais e os hipnóides. Charcot
- Primeiras publicações psicanalíticas volume II (1893-1899)- Não era Charcot
um homem dado a reflexões excessivas, um pensador: tinha, antes, a natureza
de um artista — era, como ele mesmo dizia, um “visuel”, um homem que vê.
Eis o que nos falou sobre seu método de trabalho. Costumava olhar
repetidamente as coisas que não compreendia, para aprofundar sua impressão
delas dia-a-dia, até que subitamente a compreensão raiava nele.
O interesse de Charcot pelos fenômenos hipnóticos nos pacientes histéricos levou
a enormes avanços nessa importante área de fatos até então negligenciados e
desprezados, pois o peso de seu
nome pôs fim de uma vez por todas a qualquer dúvida sobre a realidade das
manifestações hipnóticas. Mas a abordagem exclusivamente nosográfica adotada
na escola do Salpêtrière não foi suficiente para um assunto puramente
psicológico.
A limitação do estudo da hipnose aos pacientes histéricos, a diferenciação entre
grande e pequeno hipnotismo, a hipótese sobre os três estágios da “grande
hipnose” e a caracterização desses estágios por fenômenos somáticos — tudo
isso declinou no conceito dos contemporâneos de Charcot, quando Bernheim,
discípulo de Liébeault, passou a elaborar a teoria do hipnotismo a partir de
fundamentos psicológicos mais abrangentes e a fazer da sugestão o ponto central
da hipnose. Os opositores do hipnotismo, satisfeitos em poder ocultar sua falta de
experiência pessoal por trás de um apelo à autoridade, são os únicos que ainda se
prendem às asserções de Charcot e gostam de tirar proveito de uma declaração
feita por ele em seus últimos anos, na qual negava à hipnose qualquer valor como
método terapêutico. O método psicanalítico de Freud, três ensaios sobre a teoria
da sexualidade e outros trabalhos volume VII (1901-1905)- O singular método
psicoterápico que Freud pratica e designa de psicanálise é proveniente do
chamado procedimento catártico, sobre o qual ele forneceu as devidas
informações nos Estudos sobre a Histeria, de 1895, escritos em colaboração com
Joseph Breuer. A terapia catártica foi uma descoberta de Breuer, que, cerca de
dez anos antes, curara com sua ajuda uma paciente histérica e obtivera, nesse
processo, uma compreensão da patogênese de seus sintomas. Graças a uma
sugestão pessoal de Breuer, Freud retomou o procedimento e o pôs à prova num
número maior de enfermos.
O procedimento catártico pressupunha que o paciente fosse hipnotizável e se

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baseava na ampliação da consciência que ocorre na hipnose. Tinha por alvo a
eliminação dos sintomas patológicos e chegava a isso levando o paciente a
retroceder ao estado psíquico em que o sintoma surgira pela primeira vez. Feito
isso, emergiam no doente hipnotizado lembranças, pensamentos e impulsos até
então excluídos de sua consciência; e mal ele comunicava ao médico esses seus
processos anímicos, em meio a intensas expressões afetivas, o sintoma era
superado e se impedia seu retorno. Os dois autores, em seu trabalho conjunto,
explicaram essa experiência regularmente repetida, afirmando que o sintoma
toma o lugar de processos psíquicos suprimidos que não chegam à consciência,
ou seja, que ele representa uma transformação (“conversão”) de tais processos. A
eficácia terapêutica de seu procedimento foi explicada em função da descarga do
afeto, até ali como que “estrangulado”, preso às ações anímicas suprimidas (“ab-
reação”). Mas esse esquema simples da intervenção terapêutica complicava-se
em quase todos os casos, pois viu-se que participavam da gênese do sintoma, não
uma única impressão (“traumática”), porém, na maioria dos casos, uma série
delas, difícil de abarcar.
Assim, a principal característica do método catártico, em contraste com todos os
outros procedimentos da psicoterapia, reside em que, nele, a eficácia terapêutica
não se transfere para uma proibição médica veiculada por sugestão. Espera-se,
antes, que os sintomas desapareçam por si, tão logo a intervenção, baseada em
certas premissas sobre o mecanismo psíquico, tenha êxito em fazer com que os
processos anímicos passem para um curso diferente do que até então
desembocava na formação do sintoma.
As alterações que Freud introduziu no metódo catártico de Breuer foram, a
princípio, mudanças da técnica; estas, porém, levaram a novos resultados e, em
seguida, exigiram uma concepção diferente do trabalho terapêutico, embora não
contraditória à anterior. O método catártico já havia renunciado à sugestão, e
Freud deu o passo seguinte, abandonando também a hipnose. Atualmente, trata
seus enfermos da seguinte maneira: sem exercer nenhum outro tipo de influência,
convida-os a se deitarem de costas num sofá, comodamente, enquanto ele próprio
senta-se numa cadeira por trás deles, fora de seu campo visual.
Tampouco exige que fechem os olhos e evita qualquer contato, bem como
qualquer outro procedimento que possa fazer lembrar a hipnose.

Assim a sessão prossegue como uma conversa entre duas pessoas igualmente
despertas, uma das quais é poupada de qualquer esforço muscular e de qualquer
impressão sensorial passível de distraí-la e de perturbar-lhe a concentração da
atenção em sua própria atividade anímica.
Como a hipnotizabilidade, por mais habilidoso que seja o médico, reside
sabidamente no arbítrio do paciente, e como um grande número de pessoas
neuróticas não pode ser colocado em estado de hipnose através de procedimento
algum, ficou assegurada, através da renúncia à hipnose, a aplicabilidade do
método a um número irrestrito de enfermos. Por outro lado, perdeu-se a
ampliação da consciência que proporcionava ao médico justamente o material
psíquico de lembranças e representações com a ajuda do qual se podia realizar a
transformação dos sintomas e a liberação dos afetos. Caso não fosse encontrado
nenhum substituto para essa perda, seria impossível falar em alguma influência
terapêutica. Freud encontrou um substituto dessa ordem, plenamente satisfatório,
nas associações dos enfermos, ou seja, nos pensamentos involuntários — quase

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sempre sentidos como perturbadores e por isso comumente postos de lado — que
costumam cruzar a trama da exposição intencional.
Para apoderar-se dessas idéias incidentes, ele exorta os pacientes a se deixarem
levar em suas comunicações, “mais ou menos como se faz numa conversa a
esmo, passando de um assunto a outro”. Antes de exortá-los a um relato
pormenorizado de sua história clínica, ele os instiga a dizerem tudo o que lhes
passar pela cabeça, mesmo o que julgarem sem importância, ou irrelevante, ou
disparatado. Ao contrário, pede com especial insistência que não excluam de
suas comunicações nenhum pensamento ou idéia pelo fato de serem embaraçosos
ou penosos. No empenho de compilar esse material costumeiramente
desdenhado, Freud fez as observações que se tornaram decisivas para toda a sua
concepção. Já no relato da história clínica surgem lacunas na memória do doente,
ou seja, esquecem-se acontecimentos reais, confundem-se as relações de tempo
ou se rompem as conexões causais, daí resultando efeitos incompreensíveis. Não
há nenhuma história clínica de neurose sem algum tipo de amnésia. Quando o
paciente é instado a preencher essas lacunas de sua memória através de um
trabalho redobrado de atenção, verifica-se que as idéias que lhe ocorrem a esse
respeito são repelidas por ele com todos os recursos da crítica, até que ele sente
um franco mal-estar quando a lembrança realmente se instala. Dessa experiência
Freud concluiu que as amnésias são o resultado de um processo ao qual ele
chama recalcamento e cuja motivação é identificada no sentido de desprazer. As
forças psíquicas que deram origem a esse recalcamento estariam, segundo ele, na
resistência que se opõe à restauração [das lembranças].
O fator da resistência tornou-se um dos fundamentos de sua teoria. Quanto às
idéias postas de lado sob toda sorte de pretextos (como as enumeradas na fórmula
acima), Freud as encara como derivados das formações psíquicas recalcadas
(pensamentos e moções), como deturpações delas provocadas pela resistência a
sua reprodução.
Quanto maior a resistência, mais profusa é essa distorção. O valor das idéias
inintencionais para a técnica terapêutica reside nessa relação delas com o
material psíquico recalcado. Quando se dispõe de um procedimento que permite
avançar das associações até o recalcado, das distorções até o distorcido, pode-se
também tornar acessível à consciência o que era antes inconsciente na vida
anímica, mesmo sem a hipnose.
Com base nisso, Freud desenvolveu uma arte de interpretação à qual compete a
tarefa, por assim dizer, de extrair do minério bruto das associações inintencionais
o metal puro dos pensamentos recalcados.
São objeto desse trabalho interpretativo não apenas as idéias que ocorrem ao
doente, mas também seus sonhos, que abrem a via de acesso mais direta para o
conhecimento do inconsciente, suas ações inintencionais e desprovidas de planos
(atos sintomáticos), e os erros que ele comete na vida cotidiana (lapsos da fala,
equívocos na ação etc.).
Os detalhes dessa técnica de interpretação ou tradução, segundo suas indicações,
trata-se de uma série de regras empiricamente adquiridas para construir o
material inconsciente a partir das ocorrências de idéias, de instituições sobre
como é preciso entender a situação em que deixam de ocorrer idéias ao paciente,
e de experiências sobre as resistências típicas mais importantes que surgem no
decorrer desses tratamentos. Um volumoso livro sobre A Interpretação dos
Sonhos, publicado por Freud em 1900, deve ser visto como o precursor de tal

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introdução à técnica.
Dessas indicações sobre a técnica do método psicanalítico poder-se-ia concluir
que seu inventor deu-se um trabalho desnecessário e fez mal em abandonar o
procedimento hipnótico, menos complicado. De um lado, porém, a técnica da
psicanálise, uma vez aprendida, é muito mais fácil de praticar do que indicaria
qualquer descrição dela, e de outro, nenhum caminho alternativo leva à meta
desejada, donde o caminho trabalhoso é ainda o mais curto. A hipnose é
censurável por ocultar a resistência e por ter assim impedido ao médico o
conhecimento do jogo das forças psíquicas. E não elimina a resistência; apenas a
evade, com o que fornece tão-somente dados incompletos e resultados
passageiros.

A HIPNOSE E A IGREJA CATÓLICA

A Igreja, através do pronunciamento de três Papas: Pio IX, Leão XII e Pio XII, já
se pronunciou favorável ao emprego da hipnose como coadjuvante de terapia –
desde que sejam respeitadas as prescrições da ética e da moral.
Importante discurso de conteúdo atualíssimo pronunciou o Papa Pio XII, no dia
24 de fevereiro de l957, perante uma seleta assembléia de clínicos, cirurgiões,
cientistas e anestesistas.
Na ocasião o Santo Padre falou em francês. O texto que aqui reproduzimos é dos
Serviços de imprensa do Vaticano.
O IX Congresso Nacional da Sociedade Italiana de Anestesiologia, que se
realizou em Roma de 15 a 17 de outubro de l956, apresentou-nos, por intermédio
do Presidente da Comissão organizadora, o professor Pedro Mazzoni, três
questões sobre os aspectos religiosos e morais da analgia considerada perante a
lei natural, e sobretudo perante a doutrina cristã contida no Evangelho e proposta
pela Igreja.

DA HIPNOSE

“Mas a consciência das pessoas pode ser mudada por meio artificiais. Obter este
resultado, ou pela aplicação de narcóticos ou pela aplicação da hipnose ( que
pode se chamar de um analgésico psíquico), não difere essencialmente sob ponto
de vista moral. A hipnose, contudo, mesma considerada só em si, está submetida
a certas regras. Seja-nos permitido a este propósito lembrar a breve alusão ao uso
médico da hipnose, que fizemos no princípio da alocução de 08 de janeiro de
l956, sobre o parto natural indolor.
Na questão que nos ocupa presentemente, trata-se de uma hipnose praticada pelo
médico a serviço de um fim clínico, observando as precauções que as ciências e a
moral médica requerem, tanto do médico que a emprega, como do paciente que a
aceita. A esta utilização determinada da hipnose, aplica-se o juízo moral que
formulamos sobre a supressão da consciência.
Mas, não queremos que se estenda, pura e simplesmente, à hipnose em geral, o
que dizemos da hipnose ao serviço do médico. Com efeito, está, como objeto de
investigação científica, não pode ser estudada por quem quer que seja, mas só por
um sábio sério e dentro dos limites morais, que vale para toda a atividade
cientifica. Não é este o caso de qualquer circulo de leigos ou eclesiásticos que a

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praticassem como coisa interessante, a titulo de pura experiência ou mesmo
por simples passa tempo.

CONCLUSÕES

 É LÍCITA a hipnose praticada pelo psicólogo, odontólogo, médico e


outros profissionais afins com uma finalidade terapêutica, observadas
todas as precauções tanto da ciência quanto da ética médica, porque neste
caso a supressão da consciência esta permitida pela moral natural
compatível com o espírito do Evangelho.
 NÃO É LÍCITA a hipnose praticada como diversão e as
demonstrações teatrais de hipnotismo feita por leigos ou eclesiásticos.
 É LÍCITA também a hipnose praticada por pessoa competente para fins
científicos.
 NÃO É LÍCITA a hipnose praticada por pessoa que não é competente.
 NÃO É LÍCITA a hipnose praticada como divertimento num grupo
de pacientes, seja por leigos, seja por eclesiásticos ( REB Jun l957).

Convém notar que a maioria dos autores condena de maneira formal a hipnose
praticada como divertimento e os shows de hipnose pela televisão por pseudos
“professores”.
È ainda conveniente recordar que os hipnotizadores teatrais mesclam suas
demonstrações de “hipnotismo” com truques engenhosamente preparados que
dão a falsa idéia de um poder sobrenatural que eles não têm. Decreto lei nº
51.0009 de 22.07.1961
O Decreto lei de 22.07.1961 que proibia espetáculos de hipnotismo em circo,
teatro e televisão, foi revogado pelo ex-presidente Collor.

 MORALIDADE

“Sendo a palavra bíblica: Darás à luz na dor, uma assertiva e não um


mandamento, tudo o que pode aliviar o sofrimento dos humanos, seus
inconvenientess graves, para a saúde física ou moral das pessoa em causa, é não
somente permitido, mas louvável. As investigações destinadas a aliviar as dores
do parto são boas; a lembranças de dores menos intensas pode favorecer a
mulhere, liberta de um excesso de ansiedade, a perspectiva de novos nascientos”.
( Código Social de Malinas ou Esboço da Doutrina Social Católica – Código
Familiar Cap. IV – Pg 56).

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A FICHA CLÍNICA DE ANAMNESE

Nome:

Data nascimento / / Idade

Endereço:

Telefone: Celular: E-mail:

Filiação Pai: Mãe:

Profissão: Estado civil: Religião:

Escolaridade: Possui irmãos: Quantos:

Qual a sua relação entre eles : Boa: Ruim: - Usa bebidas alcoólicas: Sim: Não:

Usa drogas? Sim: Não: É fumante ? Sim: Não: Está grávida ? Sim: Não:

Está no período menstrual ? Sim: Não: Está em tratamento médico? Sim: Não:

Tem ou já teve alguma enfermidade importante? qual

Úlceras digestivas ou gastrites Sim: Não: Doenças cardíacas Sim: Não:

Tuberculose Sim: Não: Asma Sim: Não: Sinusite Sim: Não: Sofreu alguma fratura

Sim: Não: Doença renal Sim: Não:Diabetes Sim: Não: Cefaléias Sim: Não:

Insônia Sim: Não: Tonturas Sim: Não: Desmaios Sim: Não:

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Qual é sua a queixa principal?

Qual é a quantidade de amigos que você tem?

Qual é o seu passa tempo preferido:

Tem medo de alguma coisa? ? Sim: Não De que:

Já fez relaxamento hipnótico anteriormente?

CONTRATO TERAPÊUTICO

Valor da seção: Forma de pagamento

Número de seções por semana nº previstas para o tratamento

BIBLIOGRAFIA

BAUER, Sofia M.F, Hipnoterapia Ericksoniana Passo a Passo, Campinas SP: Editora
Livro Pleno, 2002

BAUER, Sofia M.F, Apostila do Curso Básico de Hipnoterapia Ericksoniana

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EPSTEIN, Gerald. Imagens que Curam. Livro Pleno

FERREIRA, Marlus Vinicius Costa Hipnose na Pratica Clinica, São Paulo Ed.
Atheneu, 2003

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PUENTES, Fabio – Curso de Hipnose Pratica e Clínica. ( Apostila). São Paulo.

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ROBLES, Teresa – Concerto para Quatro Cérebros / Tradu8ção de Manoel Angel


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