Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS E
ANÁLISE DE DESEMPENHO
ENERGÉTICO
2
Figura 1 – Simbologia da ONU
3
intoxicação estava tão alta que envenenava os pássaros que as comiam,
prejudicando a sobrevivência até mesmo dos filhotes. Além disso, a autora
começou a observar que insetos estavam adquirindo resistência ao DDT.
Logo o livro provocativo passou a alcançar vendas extraordinárias,
resultando na desavença com cientistas, os quais, além de desenvolver o DDT,
patrocinavam pesquisas de eficácia e segurança do produto, revelando, portanto,
um grande conflito de interesse. Com a saúde frágil, causada por um câncer,
Rachel se tornou porta-voz da luta contra pesticidas, incentivando ao leitor do seu
livro a consciência ambiental.
Enfim, Primavera silenciosa tomou proporções tão grandes que se
tornaram prioridades nas decisões políticas, a ponto de o senador Abraham
Libicoff, responsável por assuntos de saúde, educação e bem-estar dos Estados
Unidos, realizar uma completa avaliação dos perigos causados ao meio ambiente,
incluindo o uso de inseticidas. Ao final, inseriu-se a ideia de que a vida é frágil,
mutável e que a ciência não é onisciente.
4
geotérmica (obtida do calor da terra). A Figura 2 ilustra alguns exemplos dessas
energias.
Crédito: TackTack/Shutterstock.
5
Leadership in Energy and Environmental Design – LEED (Estados Unidos);
Green Building Challenge – GBTool, consórcio internacional;
Hong Kong Building Environmental Assessment Method – HK-BEAM (Hong
Kong);
Promise Environmental Classification System for Buildings (Finlândia);
National Australian Building Environment Rating Scheme – NABERS
(Austrália);
Comprehensive Assessment System for Building Environmental Efficiency
– CASBEE (Japão);
Passiv Haus (Alemanha);
PBE Edifica (Brasil);
Aqua – HQE (Haute Qualité Environnementale) – certificação francesa
adaptada para o Brasil;
Selo Casa Azul (Brasil);
GBC Brasil (Brasil);
WELL (Estados Unidos).
TEMA 2 – AGENDA 21
6
iFigura 3 – Tripé da sustentabilidade
Proteção da atmosfera;
Abordagem integrada do planejamento e do gerenciamento dos recursos
terrestres;
Combate ao desflorestamento;
Manejo de ecossistemas frágeis: a luta contra a desertificação e a seca;
Gerenciamento de ecossistemas frágeis: desenvolvimento sustentável das
montanhas;
Promoção do desenvolvimento rural e agrícola sustentável;
7
Conservação da diversidade biológica;
Manejo ambientalmente saudável da biotecnologia;
Proteção de oceanos, de todos os tipos de mares, inclusive mares fechados
e semifechados, zonas costeiras, e proteção, uso racional e
desenvolvimento de recursos vivos;
Proteção da qualidade e do abastecimento dos recursos hídricos: aplicação
de critérios integrados no desenvolvimento, manejo e uso dos recursos
hídricos;
Manejo ecologicamente saudável das substâncias químicas tóxicas,
incluída a prevenção do tráfico internacional ilegal dos produtos tóxicos e
perigosos;
Manejo ambientalmente saudável dos resíduos perigosos, incluindo a
prevenção do tráfico internacional ilícito de resíduos perigosos;
Manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos e questões
relacionadas com esgotos;
Manejo seguro e ambientalmente saudável dos resíduos radioativos.
8
A ciência para o desenvolvimento sustentável;
Promoção do ensino, da conscientização e do treinamento;
Mecanismos nacionais e cooperação internacional para fortalecimento
institucional nos países em desenvolvimento;
Arranjos institucionais internacionais;
Instrumentos e mecanismos jurídicos internacionais;
Informação para a tomada de decisões.
9
Figura 4 – Efeito estufa
10
Figura 5 – Estufa de plantas
11
Surgiu, então, como resultado de reunião das Nações Unidas em 1992, um
tratado para as mudanças climáticas, o qual foi ratificado apenas em 1997 na
cidade de Kyoto. Todos os países considerados industrializados aderiram ao
documento que ficou conhecido como Protocolo de Kyoto. Os principais objetivos
dele são:
12
2) Comércio de emissões: para os países desenvolvidos, há uma meta de
redução, e no caso dos mais eficientes, é possível comercializar o
excedente para quem não atingiu o objetivo estipulado. Uma das principais
corretoras de comércio de energia limpa é a European Climate Exchange.
3) Desenvolvimento limpo: quando são implementados projetos
sustentáveis que auxiliam na redução ou na captura dos gases poluentes.
Desse modo, o país que cria essas iniciativas é premiado com o certificado
“Redução Certificada de Emissões”.
Figura 6 – Ozônio
13
que, por sua vez, é barrado totalmente pela camada de ozônio, conforme ilustrado
na Figura 7. Entretanto, os raios ultravioleta também são benéficos, pois
estimulam a produção de vitamina D pelo organismo.
Clorofluorcarbonos (CFCs);
Hidroclorofluorcarbonos (HCFCs);
Halogênios;
Brometo de metila;
Tetracloreto de carbono (CTC);
Metilclorofórmio;
Hidrobromofluorcarbonos (HBFCs);
Hidrofluorcarbonos (HFCs).
14
Figura 8 – Gases naturais na lista do Protocolo de Montreal
15
cultivo de arroz. Nesses lixões e aterros sanitários é feita a queima do metano,
transformando-o em dióxido de carbono, criando, assim, maior facilidade para o
controle da emissão de gases poluentes.
O Protocolo de Montreal insere na lista de substâncias químicas
controladas o clorofluorecarboneto (CFC), que, desde 1930 as indústrias de
equipamentos de refrigeração instalam em geladeiras, aparelhos de ar-
condicionado e até mesmo aerossóis. O gás é 15 mil vezes mais nocivo à camada
de ozônio do que o CO2, contribuindo, portanto, para a exposição dos seres
humanos a altos níveis de radiação, causadores de câncer e doenças de pele.
Conforme indica o Quadro 1 a seguir, os gases foram, aos poucos, sendo
retirados de circulação, devido ao Protocolo de Montreal; entretanto, adotam-se
alguns que são menos prejudiciais, porém nocivos, como o hidroclorofluorcarbono
(HCFC).
Substância Cronograma
Eliminação brasileira
controlada de eliminação
16
2003 –
congelamento
2005 – 30%
(média do
Metilclorofórmio 2001 – 100%
consumo de
1998-2000)
2010 – 70%
2015 – 100%
2002 –
2007 – 100%
congelamento
(O Protocolo de Montreal não
Brometo de 2005 – 20%
proíbe o brometo para usos em
metila (fins (média do
quarentena e pré-embarque de
agrícolas) consumo 1995-
commodities agrícolas)
98)
2015 – 100%
2013 – Congelamento
2013 –
2015 – 16,6%
congelamento
2020 – 39,3%
2015 – 10%
2021 – 51,6%
HCFCs 2020 – 35%
2025 – 67,5%
2025 – 67,5%
2030 – 97,5%
2030 – 97,5%
2040 – 100%
2040 – 100%
2024 –
congelamento
2029 – 10% Atividades a serem iniciadas a
HFCs
2035 – 30% partir de 2024
2040 – 40%
2045 – 80%
Fonte: Brasil, [s.d.].
17
Para os produtos alimentícios, nos Estados Unidos, há o Departamento de
Agricultura (USDA), que certifica, por meio do fornecimento de dados de cultivo,
a produção orgânica de alimentos. No Brasil, o Ministério da Agricultura também
certifica o produtor orgânico mediante o selo “Certificado Orgânico”, que assegura
o cumprimento das normas do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia (Inmetro).
Outro selo interessante é o Safer Choice, que pretende mostrar aos
consumidores o desempenho de determinado produto, realizando desde testes de
pH – a fim de proteger o usuário de infecções de pele ou irritação nos olhos –,
compostos orgânicos voláteis que pioram a qualidade do ar interno de um
ambiente, até testes de toxicidade para o primeiro usuário como também para a
vida da natureza.
Para lâmpadas, celulares ou outros aparelhos eletrônicos, há a certificação
Energy Star, que analisa o consumo eficiente de energia. Esse selo, originário dos
Estados Unidos, foi adotado pela Austrália, Canadá, Japão, Nova Zelândia, Taiwan
e União Europeia.
A madeira também possui selo de certificação, o Forest Stewardship
Council (FSC), que serve para gestores florestais ou empresas que utilizam
recursos florestais. O objetivo é mostrar que suas florestas e recursos são usados
de forma responsável.
A adoção das certificações eficientes e ambientais auxilia no
reconhecimento da empresa, por ser inovadora e consciente ambientalmente, e
para o produto final, assim demonstrando aos consumidores ou usuários que o
desenvolvimento dele passou por rigorosos testes de eficiência e está pronto para
o consumo.
Os benefícios para a empresa que adota essas práticas estão no
alinhamento do seu negócio com valores ambientais, pois esta acredita que seus
produtos podem ser desenvolvidos com menor impacto ambiental. Do mesmo
modo, o reúso da água, o manuseio correto dos resíduos gerados e a otimização
da energia podem reduzir a conta de água e luz, e, consequentemente, os
recursos gerados podem ser reaproveitados.
Outra fantástica vantagem das certificações é a assistência técnica
contínua, possibilitando que a metodologia do projeto seja constantemente
analisada e incentivando os colaboradores a uma especialização e reeducação
no assunto.
18
Dito isso, a certificação serve para provar que a equipe realizou o trabalho
e obedeceu a parâmetros de qualidade para entregar o produto final ao
consumidor. Podemos citar como exemplos os prédios LEED, que passam por
inúmeras análises, desde estrutural, uso da água, uso da energia,
reaproveitamento da água, equipamentos hidráulicos e de condicionamento de ar
eficientes, como também o acompanhamento da obra e da ocupação dos usuários
no empreendimento. Dessa forma, a certificação possibilita à empresa inovadora
se diferenciar de “empresas padrão” e, por marketing, usar essas práticas e
premiações para a própria propaganda.
Ainda que os benefícios das certificações sustentáveis sejam certos, há
desafios que as empresas enfrentam para implementá-las. São alguns deles:
19
Custos: alguns equipamentos eficientes e de alto padrão necessários à
construção verde têm um preço de implementação e operação elevados.
Dependendo da localização do empreendimento, os custos de transporte
tendem a subir, e, ao mesmo tempo, a manutenção deles necessita de mão
de obra qualificada ou peças de reposição difíceis de serem encontradas.
REFERÊNCIAS
20
UNFCCC. Report of 10 highlight of JI projects published by UNFCCC. [S.d.].
Disponível em: <http://ji.unfccc.int/index.html>. Acesso em: 21 nov. 2019.
21