Você está na página 1de 84

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

IMPLANTAÇÃO DE AÇÕES ESTRU TURADORAS NO SETOR VIA


PARQUE DA ZONA ESPACIAL D E CONSERVAÇÃO URBANA E
AMBIENTAL DO RIO PARATIBE (ZECUA) NO MUNICÍPIO DE
PAULISTA/PE

Outubro de 2013

1
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL – RIMA. IMPLANTAÇÃO DE AÇÕES
ESTRUTURADORAS NA ZECUA DO RIO PARATIBE NO MUNICÍPIO DE
PAULISTA, 2013.

1. RIMA. 2. Rio Paratibe 3. Plano Urbanístico

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. É PERMITIDA A REPRODUÇÃO


REPRODUÇÃO DE DADOS E DE
FONTE.
INFORMAÇÕES CONTIDOS NESTE RELATÓRIO, DESDE QUE CITADA À FONTE

02 10/10/2013 Emissão da versão final HID JBR


01 03/04/2013 Emissão Inicial do Documento HID JBR
RESPONSÁVEL
VER DATA DESCRIÇÃO DA REVISÃO VERIFICADO
ELABORAÇÃO

2
PREFEITURA MUNICIPAL DE PAULISTA

GILBERTO GONÇALVES FEITOSA JÚNIOR

JORGE LUIZ CARREIRO DE BARROS

FERNANDO JOSÉ PESSOA DOS SANTOS

TIAGO MAGALHÃES DE MEDEIROS

JOÃO DE DEUS FONSECA DE ALBUQUERQUE

EVANIL CÉSAR BELÉM

RAFAEL SIQUEIRA

3
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR

PREFEITURA MUNICIPAL DE PAULISTA


RUA EPITÁCIO PESSOA, 275 - CENTRO, PAULISTA – PE.
CEP 53401-220.
TELEFONE: (81) 3437-7041
PESSOA DE CONTATO: FERNANDO PESSOA
SECRETÁRIO MUNICIPAL DE PROJETOS ESPECIAIS

IDENTIFICAÇÃO DA CONSULTORIA ESPECIALIZADA

JBR ENGENHARIA LTDA


AVENIDA CORREIA DE BRITO, 271, CAMPO GRANDE.
TELEFONE: (81) 3241-8911 / 3241-7742
PESSOA DE CONTATO: PEDRO PEREIRA CAVALCANTI
jbr@jbr.eng.br

COLABORAÇÃO

S.A PAULISTA DE CONSTRUÇÕES E COMERCIO


RUA JOAQUIM FLORIANO, 466 - 7º AND. EDIF. CORPORATE – ITAIM
BIBI – SÃO PAULO/SP – BRASIL – CEP 04534-002.
TELEFONE: (81) 3437.3750
PESSOA DE CONTATO: JOÃO BERCHMANS

COLABORAÇÃO

HID PLANEJAMENTO AMBIENTAL LTDA


RUA SIDERAL N° 184/904 – EDIF. DUQUE BACELAR, BOA VIAGEM.
TELEFONE: (81) 3032.5003
PESSOA DE CONTATO: HÉCTOR DÍAZ GONZÁLEZ

4
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

COORDENADOR GERAL DO ESTUDO COORDENADOR TÉCNICO DO ESTUDO ANÁLISE DO PROJETO DE ENGENHARIA


PEDRO PEREIRA CAVALCANTE FILHO LUIZ WAGNER JÚNIOR MARLOS MUNIZ GONÇALVES
ENG ENHEI RO CI VIL ENG ENHEI RO CI VIL ENG ENHEI RO CI VIL
CREA: 609 -D/PB CREA: 15 .68 1-D/ PE CREA: 34 .68 9-D/ RJ
CTF: 118 454 CTF: 204 742 CTF: 204 745

ASSUNTOS JURÍDICOS ASSUNTOS JURÍDICOS COORDENAÇÃO DA EQUIPE DE MEIO FÍSICO


TIAGO ANDRADE LIMA LEANDRO GUERREIRO MARCY DAS GRAÇAS MELO
AD V OGA D O - O AB/ P E: 21 596 - D CAVALCANTE PINHEIRO RIBEIRO
CTF: 643 843 AD V OGA D O - O AB/ P B: 14 436 ENG EN H EI RA CI VIL
CTF: 5.676 .57 3 CREA: 9.279 -D/PE
CTF: 204 488

GEOLOGIA / GEOMORFOLOGIA MEIO FÍSICO – HIDROGEOLOGIA LEVANTAMENTO DE PASSIVO AMBIENTAL


EDUARDO HENRIQUE DE JOSÉ GEILSON ALVES MARIA DO CARMO MOLA DE
FIGUEIREDO DEMÉTRIO FARIAS
GE ÓL OG O – C REA / P E 05 0.3 41 GE ÓL OG O – C REA / P E 24 .98 7 ENG EN H EI RA CI VIL
CTF: 5.782 .98 5 CTF: 350 .8 10 CREA: 29 .52 0-D/ PE
CTF: 310 380

LEVANTAMENTOS FLORÍSTICOS LEVANTAMENTOS FITOSSOCIOLÓGICOS FAUNA TERRESTRE - AVIFAUNA


MARCONDES ALBUQUERQUE DE CARLOS FREDERICO LINS E ARTUR GALILEU DE MIRANDA
OLIVEIRA SILVA BRANDÃO COELHO
BI ÓL OG O – C RBI O 27. 377 /05 - D BI ÓL OG O – C RBI O 46. 846 /05 - D B I Ó L O G O - C RB I O : 2 7 7 4 - 5
CTF: 245 .9 68 CTF: 5.315 .98 4 CTF: 422 63

FAUNA TERRESTRE – MASTOFAUNA FAUNA TERRESTRE - HERPETOFAUNA FAUNA AQUÁTICA


ALBÉRICO QUEIROZ SALGUEIRO DE CARINA CARNEIRO DE MELO SÉRGIO ALBUQUERQUE DE SOUSA
SOUZA MOURA ENG ENHEI RO D E PESCA – CREA
BI ÓL OG O – C RBI O 77. 734 /05 - D BI ÓL OGA - C RBI O: 59 .25 6/0 5- D 30.439-PE
CTF: 2.122 .67 5 CTF: 4.910 .90 1 CTF: 297 .7 47

BIOTA AQUÁTICA SOCIOECONOMIA DA AID E DA ADA PATRIMÔNIO CULTURAL


PLÂNCTON E ZOOPLÂNCTON DEIVIDE BENICIO SOARES VERA LÚCIA MENELAU DE
ANTÔNIO TRAVASSOS DE MORAES JR GE ÓG RAF O – C REA : 5 054 5 MESQUITA
BI ÓL OG O – C RBI O 11. 980 /05 - D CTF: 551 439 6 CTF: 102 011 6
CTF: 547 .1 07

5
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

CONTEXTO E PROBLEMÁTICA 09

CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO 15

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL 25

ÁREAS DE INFLUÊNCIA 28

IMPACTO E MITIGAÇÃO 51

CONFORMIDADE JURÍDICA 76

CONSIDERAÇÕES FINAIS 78

6
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

7
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

8
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

Apenas duas imagens são necessárias para descrever e se


sensibilizar com a problemática do município de Paulista, no que
diz respeito ao seu principal eixo estruturador da paisagem e do
tecido urbano: O RIO PARATIBE.

Este curso de água que 40 anos atrás tinha status de balneário,


atualmente exibe as consequências da ocupação desordenada do
solo urbano, que degradou a cidade, penalizando seus
moradores, pela redução dos espaços habitáveis, insuficiência dos
serviços urbanos (redes de água, esgoto, luz e telefones), pelas
deficiências de transportes coletivos, pela dificuldade de
circulação viária, pela insuficiência dos equipamentos
comunitários, insuficiência e deficiências na área de instrução,
dois serviços sociais e de assistência sanitária, pela redução de
áreas verdes e de lazer, pela promiscuidade do comércio e da
indústria com as áreas residenciais e de lazer e pela ocorrência
de alagamentos em períodos de inverno.

9
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

Esta problemática pretende ser resolvida através da


implementação integrada de um conjunto de ações estruturadoras
dentro de um recorte do município denominado ZECUA do
Paratibe.

O conjunto de ações propostas configuram a rigor um PLANO


URBANÍSTICO para esta ZECUA, cortada pelo trecho urbano do
Rio Paratibe.

A Lei Municipal Nº. 4040/2008 - Plano Diretor Participativo


(substituída pela Lei Complementar Nº. 4253/2012), indicou
a ZECUA – Zona Especial de Conservação Urbana e
Ambiental em várias partes do município do Paulista e um
setor específico denominado de ZECUA Setor Via Parque do
Paratibe, onde se pretendia valorizar o Rio Paratibe.

A regulação urbanística atribuiu às ZECUAS o papel de


conservação de seu papel de amenização ambiental dentro
do contexto urbano, bem como de contenção do processo
de expansão dispersa da urbanização.

Assim, a ZECUA do Paratibe tem a múltipla função de


proteger o curso de água e garantir a drenagem
minimizando a ocorrência de alagamentos, mas também
possui uma função importante em termos urbanísticos e em
termos de mobilidade urbana.

Sobre esta proposta recaem grande parte das expectativas


do município em termos de desenvolvimento social e
crescimento econômico, pelas possibilidades que apresenta
em termos de integração com a rede viária existente e
planejada, pela possibilidade de exploração das áreas
marginais do rio com empreendimentos geradores de
emprego, pela possibilidade de consolidar um eixo de
ordenamento urbano, pela possibilidade de se articular o
setor norte de paulista com o setor sul e o município de
Olinda, pela possibilidade de otimizar o sistema de
esgotamento sanitário, e pela possibilidade de implantação
de equipamentos de lazer para a comunidade e pela
possibilidade de recuperar o rio como um elemento
ambiental importante da cidade.

10
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

Figura 01 – S etor Via Parque da ZECU A do Paratibe

11
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

O contexto e coerência da proposta em relação ao que está


sendo pensado para Litoral Norte de Pernambuco podem ser
analisados através do levantamento de PLANOS, PROGRAMAS E
PROJETOS (PPP’s) com interação na ZECUA do Paratibe.

Os PPP’s analisados mostram um cenário conjuntural totalmente


compatível com a proposta da ZECUA do Rio Paratibe, deixando
claro que a proposta faz parte de um conjunto de iniciativas
igualmente importantes ― muitas delas já em andamento ―
dentro do município e do Litoral Norte do Estado.

A síntese dos PPP’s analisados pode ser observada no Quadro 01


a seguir.

Quadro 01 – Res um o de Planos – Program as e Projetos ass ociados à propos ta em


anál is e

N° PROPOSTA FOCO DE ATUAÇÃO INTERAÇÃO


01 PLANO METRÓPOLE ESTRATÉGICA MOBILIDADE RECÍPROCA
DESENVOLVIMENTO
02 FÁBRICA DE VEÍCULOS DA FIAT INFLUENTE
ECONÔMICO
POLO FÁRMACO QUÍMICO –
DESENVOLVIMENTO
03 PROJETO INTEGRADO DE INFLUENTE
ECONÔMICO
LOGÍSTICA MULTIMODAL
FÁBRICA DE VIDROS PLANOS DO DESENVOLVIMENTO
04 INFLUENTE
NORDESTE ECONÔMICO
PLANO DE MOBILIDADE DE
05 MOBILIDADE INFLUENTE
PAULISTA
ARCO VIÁRIO DA REGIÃO
06 MOBILIDADE INFLUENTE
METROPOLITANA DO RECIFE
07 VIA METROPOLITANA NORTE MOBILIDADE INFLUENTE
PROJETO DE ENGENHARIA DA
08 MOBILIDADE RECÍPROCA
RODOVIA PE-018
ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA
09 MOBILIDADE RECÍPROCA
PARA A DUPLICAÇÃO DA PE-01
PLANO NACIONAL DE GESTÃO DE
REQUALIFICAÇÃO URBANA/
10 RISCO E RESPOSTAS A RECÍPROCA
DRENAGEM
DESASTRES NATURAIS
PROGRAMA DE ESGOTAMENTO
11 SANEAMENTO AMBIENTAL DEPENDENTE
SANITÁRIO
PROGRAMA MINHA CASA MINHA REQUALIFICAÇÃO URBANA
12 RECÍPROCA
VIDA /HABITABILIDADE
13 EROSÃO COSTEIRA NA RMR REQUALIFICAÇÃO URBANA INFLUENTE

12
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

N° PROPOSTA FOCO DE ATUAÇÃO INTERAÇÃO


DESENVOLVIMENTO
14 COMPLEXO NORTH WAY RECÍPROCA
ECONÔMICO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO e DESENVOLVIMENTO
15 RECÍPROCA
HABITAÇÃO MAURICIO DE NASSAU ECONÔMICO
Fonte: Equipe do EIA, 2013.

Figura 0 2 – P anorâm ica de obras do compl exo N orth W ay em P aul is ta

No quadro acima fica em evidência a concentração de propostas


com foco de atuação na mobilidade municipal e intermunicipal
(43%), seguido das propostas de Desenvolvimento Econômico
(28%). De uma forma geral, as propostas relacionadas com
mobilidade influenciam o projeto em análise, pois se encontram
em níveis de avanço superiores aos da ZECUA do Paratibe, ora
em processo de implantação, ora em nível de projeto executivo.

De qualquer forma, fica evidente a necessidade de construção de


novas vias e requalificação de vias existentes como parte da
solução de um problema que se tornou crónico na RMR, e que
fixou na copa do mundo de 2014 um primeiro ponto de
avaliação, onde se espera que até lá, substanciais avanços se
verifiquem neste campo.

Em relação ao segundo foco de atuação dos PPP’s, que


notadamente se refere ao desenvolvimento econômico, deve-se
dizer que o rebatimento na proposta da ZECUA do Paratibe está

13
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

no aumento da atratividade das áreas no entorno de Paulista,


com crescente demanda de postos de trabalho, possibilidade de
oferta de serviços, aumento populacional o que necessariamente
influencia o município a se tornar mais competitivo em todos os
aspectos, incluindo aí infraestrutura e requalificação urbana que
tem tudo a ver com a proposta em análise.

Dentro da AID do empreendimento estão sendo previstos um


Shopping, um complexo empresarial, universidades e vários bairros
planejados. Estes empreendimentos possuem uma clara interação
recíproca com o projeto da ZECUA, pois por um lado o seu
sucesso depende da infraestrutura periférica relacionada a acesso
e à mesma atratividade urbanística, que faz com que pessoas de
outros municípios e não só de Paulista, procurem os
equipamentos que estão sendo previstos. Por outro lado, estas
propostas induzirão um aumento de tráfego que tornará ainda
mais crítica a situação de mobilidade, de não serem viabilizados
os projetos viários previstos para o entorno, como a Via Parque
do Paratibe.

Dos 15 programas listados no Quadro acima apenas um aparece


relacionado como DEPENDENTE na coluna de Interação. Este PPP
notadamente refere-se à solução do grave problema que
representa o ESGOTAMENTO SANITÁRIO NO MUNICÍPIO DE
PAULISTA, pois enquanto esta situação não seja resolvida, as
metas do plano urbanístico da ZECUA do Paratibe não serão
atingidas em sua totalidade.

Eutrofização do Rio Paratibe pelo lançamento de Esgoto sem tratamento

14
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

O Projeto proposto corresponde a uma resposta da


prefeitura de Paulista aos graves problemas que enfrenta a
área urbana do município, e se bem, a implantação das
ações estruturadoras no setor Via Parque do Paratibe não
irão eliminar estes problemas definitivamente, irão contribuir
sim, para uma melhoria da qualidade de vida dos munícipes,
principalmente de aqueles que habitam nas áreas mais
próximas sujeitas a alagamentos nos períodos de inverno.

A concepção do empreendimento se fundamenta no principio


de UTILIDADE PÚBLICA, nos preceitos do desenvolvimento
sustentável, nas restrições impostas pela legislação
ambiental, mas também nos direitos dos cidadãos
devidamente definidos no Estatuto das Cidades e na
constituição federal.

A Lei Municipal Nº. 4040/2008 – Plano Diretor Participativo

15
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

(hoje alterada pela Lei Complementar Nº. 4253/2011) dividiu


o Município do Paulista em zonas territoriais, onde uma
dessas, denominada de ZECUA Setor Via Parque do Paratibe,
implicava na elaboração de um plano urbanístico que
estabelecesse as condições de parcelamento, uso e
ocupação do solo para o setor para que construções
pudessem ser permitidas, tal necessidade motivou a
concepção do empreendimento em tela.

Este plano urbanístico que se baseia na revitalização do Rio


Paratibe e na implantação da Via Parque, surge com o firme
propósito de resolver definitivamente alguns aspectos
relacionados ou comuns à maioria das cidades
metropolitanas cortadas por rios em sua porção urbana, tais
como: frequentes inundações, manutenção de sua calha,
mobilidade urbana, estoque de áreas destinadas a
programas habitacionais de interesse social, equipamentos
de lazer, dentre outros.

As possibilidades de se reverter à realidade atual e se ter


outra cidade, mais justa, mais equilibrada e muito mais bela
são enormes. Casos de sucesso no Brasil e no mundo afora
abundam na bibliografia atestando que é possível uma
mudança. Entretanto, esta mudança não será feita da noite
para o dia, será requerido todo um esforço financeiro e
social ao cabo de vários anos para atingir as metas
propostas.

Perspectiva dos equipamentos do parque linear do Rio Catarina

16
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

O projeto possui uma abrangência linear que vá desde a


BR-101 no cruzamento com o Rio Paratibe até a PE-001 na
Ponte do Janga o que corresponde a um comprimento
aproximado de 9.200m.

O empreendimento foi concebido para ser implantado por


trechos, conforme se descreve a seguir:

TRECHO 01 – BR-
BR-101 até a PE-
PE-015 (63.880
habitantes)

SETOR 02 – PE-
PE-015 até a PE-
PE-022 (14.398 habitantes)

SETOR
SETOR 03 – PE-
PE-022 até a foz do Paratibe (122.234
habitantes).

Figura 0 3 – PANORÂMIC A DOS TRECHOS PREVIS TOS E CARACT ERÍS TIC AS PRINC IPAIS

X
PARÂMETRO TRECHO 01 TRECHO 02 TRECHO 03
Cumprimento do Trecho (m) 3.336,0 2.381,0 4.878,0
Largura media atual do rio (m) 3,50 – 4,90 4,00 – 12,00 6,00 – 23,00
Profundidade media atual do rio (m) 1,0 ND ND
Largura de drenagem LD (m) 9,0 12,0 12,0-23,0
Profundidade de drenagem LD (m) 3,0 Variável Variável
Área de Preservação Permanente APP (m) 30,0 50,0 50,0
Área Verde AV (m) Variável Variável Variável
X

17
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

As obras previstas neste processo de licenciamento são as


seguintes:

1. Dragagem da calha do Rio Paratibe desde a BR-101


até a foz no Janga. A dragagem se dará com
largura variável entre 12 e 20m e com profundidades
máximas da ordem de 3m (Box 01);
Na parte baixa do último trecho o rio se alarga por
efeitos da maré, a partir deste ponto não será
requerido o alargamento da calha.

Box 01:

2. Conformação de espelhos de água de contemplação


e lazer no entorno da PE-015;
3. Implantação e pavimentação da Via Parque do
Paratibe em sistema de binário de via expressa com
faixa tripla, largura de calha de 15m e comprimentos
aproximados conforme descrito a seguir:
• Margem Esquerda = 9,07km
• Margem Direita = 9,40km
As obras incluem também o sistema de iluminação
pública ao longo do sistema viário em luminárias de
12m de altura e cabeamento subterrâneo e sistema
de drenagem em galeria central alimentada por
bocas de lobo;
Na calha de 15m estão previstas as calçadas de
pedestres e implantação de pista de ciclovias
paralelas à Via Parque;
4. Implantação de viadutos e interseções com a rede
viária nos seguintes pontos:

Interseção em nível na BR-101;


Viaduto Elevado sobre a Avenida Lindolfo Collor;
Viaduto de Elevação da Travessa Santa Tereza
sobre a Via Parque;

18
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

Viaduto de Elevação da Avenida Palmares sobre a


Via Parque;
Viadutos Elevados sobre a PE-015;
Ponte sobre o Rio Paratibe à Altura do Bairro
Alameda;
Viadutos Elevados sobre a PE-022;
Viaduto de Elevação da Rua Vinte A sobre a Via
Parque e o Rio Paratibe;
Interseção elevada na PE-001 no Janga;

Box 02:

As principais características das obras de implantação podem


ser conferidas nas Figuras a seguir.

Já as características da Via Parque são apresentadas na


sequência.

Comprimento pista direita: 9,40km


Comprimento Pista
9,07km
esquerda:
Número de faixas: 3 faixas por pista
(3 x 3,50= 10,50m) Faixas de rolamento
Seção transversal por (2 x 1,50= 3,00m) Calçada de pedestre
pista: (1 x 1,50= 1,50m) Ciclovia
Largura total da Calha = 15,00m
Tipo de Pavimento: CBUQ
Outros revestimentos:
Calçada de pedestres: Blocos intertravados coloridos
Ciclovia: Concreto pintado
Pista de Cooper: Concreto pintado

Nas Figuras 04 e 05 a seguir se mostra a seção típica do


projeto para os diversos trechos, enquanto que no MAPA 01
são identificadas as obras previstas no licenciamento.

19
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

Figura 0 4 – CONC EPÇ ÃO PREVIST A PARA A DRAGAG EM DO RIO PARAT IBE N O TREC HO 01

Figura 0 5 – CONC EPÇ ÃO PREVIST A PARA A DRAGAG EM DO RIO PARAT IBE N OS T REC HOS 02 E 03

20
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

MAPA 1

IDENTIFICAÇÃO DE OBRAS INSERIDAS NO ESTUDO

21
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO
As obras estruturadoras previstas para a ZECUA terão uma
duração estimada de QUATRO (04) anos. No Cronograma
foram consideradas as ações iniciais de Regularização
Fundiária e Desapropriação de Terras, atividade esta que se
espera tenha uma duração de aproximadamente 18 meses.

MAÕ DE OBRA
Nesta Fase de EIA/RIMA onde o projeto se encontra apenas
em nível conceitual, não é possível estimar com precisão a
mão de obra que será requerida para a implantação do
empreendimento, mais ainda, considerando que se trata de um
conjunto de obras complexas com superposição ao longo de
quatro (04) anos de implantação.

Entretanto, com base na experiência da prefeitura de Paulista,


foi realizada uma estimativa que prevê que no pico da obra se
terá um contingente de aproximadamente 2.500 pessoas
trabalhando nas diversas frentes de trabalho.

MOVIMENTAÇÃO DE TERRA
O Volume de material a ser dragado do Rio Paratibe foi
estimado preliminarmente em uma ordem de grandeza de
250.110 m³ conforme memória de cálculo da figura a seguir,
enquanto que o material de aterro para a Via Parque será da
ordem de 450.000 m³.

22
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

MODELO DE GESTÃO

À Secretaria Municipal de Projetos Especiais caberá a


coordenação da obra, uma vez que, por natureza, realiza
serviços típicos de coordenação. Detém a compreensão do
todo, mantém interface com a concepção do empreendimento,
com o seu custo, com a captação dos recursos financeiros,
com a proposição de soluções ou adequações técnicas quando
ocorrem intercorrências, além de responder pela comunicação
e licenciamentos perante órgãos financiadores e fiscalizadores,
dentre outras atividades que possibilitam a esta Secretaria o
domínio do conjunto.

A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano tem


por atribuição aprovar, a nível municipal, o Plano Urbanístico
para a ZECUA Setor Via Parque do Paratibe, assim como
responderá pelo controle urbano tanto das áreas privadas que
serão parceladas, assim como das áreas públicas, evitando
possíveis ocupações irregulares nas áreas de interesse.

A Secretaria de Infraestrutura fiscalizará a execução da obra


propriamente dita, responderá também pelas solicitações dos
seguintes aditivos: de prazo de execução, de vigência
contratual, de serviços excedentes e extras contratuais, assim
como receberá oficialmente a obra quando concluída para o
Município.

Por fim, a Secretaria de Serviços Públicos responderá pela


manutenção das estruturas físicas da obra, realizando os
seguintes serviços: varrição, limpeza de galerias, limpeza da

23
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

calha do rio e margens, iluminação pública, pintura dos prédios


e equipamentos, reposições de materiais ou equipamentos
quando danificados, capinação, sinalização, dentre outros.

MANUTENÇÃO DA INFRAESTRUTURA

O projeto proposto prevê a criação de Núcleos de Vigilância


Urbano/Ambiental ao longo de todo o percurso da Via
Expressa do Paratibe para garantir segurança à comunidade e
manutenção ao patrimônio físico edificado, enquanto que a
manutenção da infraestrutura implantada será operacionalizada
pela Secretaria Municipal de Serviços Públicos que será
responsável, dentre outros serviços, pela limpeza de galerias,
iluminação pública, varrição, coleta de resíduos sólidos,
recapeamento asfáltico, etc.

24
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

As ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO ESTUDO são referidas a espaços


geográficos onde os impactos ambientais decorrentes do
empreendimento se farão sentir, com maior ou menor
intensidade, em função de uma serie de inter-relações entre as
características do meio ambiente e as características das
perturbações induzidas.

As áreas de Influência do Estudo foram definidas da seguinte


forma:

ÁREA DE INFLUÊNCIA ESTRATÉGICA - AIE

Os benefícios do empreendimento se irradiarão muito além do


município de Paulista, no entanto, considerar esta abrangência
toda dentro de um estudo que está focado no município de
Paulista, dificulta, prolonga e encarece a execução dos
levantamentos exigidos no TR. Por outro lado, desconsiderar
estes aspectos relevantes significa deixar de lado uma parte

25
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

conceitual importante de um cenário de longo prazo. Assim,


estrategicamente definiu-se uma área de influência não prevista
no TR denominada Área de Influência Estratégica – AIE
conformada pelos municípios de Paulista, Olinda, Recife, Abreu
e Lima e Igarassu.

ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA - AII

AII do Meio Socioeconômico - Foi definida como AII do meio


socioeconômico o município de Paulista, pois o
empreendimento se insere totalmente dentro do mesmo.

AII do Meio Físico/Biótico - Definida como a bacia do Rio


Paratibe a jusante da BR-101.

ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA - AID

Foi definida uma faixa variando entre 700m e 1,5km entorno


do eixo do Rio Paratibe, que corresponde à Área de Influência
Direta (AID) do empreendimento. A delimitação dos limites da
AID tomou como base os setores censitários do IBGE de forma
a facilitar a caracterização socioeconômica da área.

ÁREA DIRETAMENTE AFETADA - ADA

Dentro da AID insere-se a ADA (ÁREA DIRETAMENTE AFETADA)


que corresponde ao recorte de terreno que será diretamente
afetado, principalmente durante o período de implantação.
Considerou-se como Área Diretamente Afetada (ADA) o
contorno externo do Projeto da Via Parque do Paratibe, que
abrange o rio, e consequentemente a área de dragagem.

26
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

Figura 0 6 – Identificação de Áreas de Infl uência do Empreendim ento

27
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

O diagnóstico ambiental em todas suas dimensões tem no


Rio Paratibe o seu eixo estruturador, pois ao longo dele
se desenvolveu o tecido urbano do município de Paulista
concentrado principalmente no Trecho 01 entre a BR-101
e a PE-015 e ao longo de toda a margem direita do
Canal das Tintas, onde cada vez mais a mancha urbana
se aproxima deste curso d’água ocupando com
comunidades de baixa renda a faixa de segurança que
existia originalmente entre os grandes conjuntos
habitacionais e a margem do Canal das Tintas. Aliais,
conforme menciona PEREIRA CARVALHO (2011), “o
Paratibe é o Rio dos Grandes Conjuntos Habitacionais”,
resultantes da ação direta do Estado a partir do final da
década de 1970.
A margem esquerda do Paratibe entre a PE-015 e a PE-
001 conseguiu ser poupada desta ocupação predatória
até agora, pois com exceção de um bolsão central que
corresponde ao Bairro de Maranguape II que se

28
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

desenvolve no entorno da PE-022, e a um gradiente


preocupante na direção do rio no trecho final no Janga,
a margem se apresenta livre de ocupação urbana, com
alguns pequenos sítios e chácaras que em pouco
contribuem para processos de degradação. A existência de
duas áreas de proteção ambiental nesta margem,
notadamente as Matas de Jaguarana e do Janga,
certamente tem contribuído para a preservação deste
corredor livre de ocupação, muito embora sejam
constantes os esforços da população por ocupar estas
áreas que constituem ativos ambientais do estado.
X

BACIA DO RIO PARATIBE


A bacia do rio Paratibe localiza-se na extremidade
meridional do Litoral Norte e tem sua porção sul-ocidental
fora dos limites dessa área. Totaliza 118 km² (cerca de 11
800 ha) e abrange terras dos municípios de Paulista,
Olinda, Recife e Camaragibe.
A parte da bacia inserida no Litoral Norte está totalmente
situada no município de Paulista e abrange 6 283,09 ha, o
que corresponde a 53,2% da área total da bacia e a
63,8% da superfície municipal, mas, representa, apenas,
4,6% da superfície do Litoral Norte. Limita-se, ao norte,
com as bacias dos rios Timbó e Igarassu; ao sul, com a
bacia do rio Beberibe; a oeste, com a bacia do
Capibaribe; e, a leste, com as microbacias dos rios que
drenam o terraço marinho. Relativamente estreita em sua

29
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

porção ocidental, a citada bacia alarga-se bastante a leste


da BR-101.

GEOLOGIA
A bacia do Rio Paratibe encontra-se inserida,
geologicamente, na Província Borborema, numa área onde
se destacam as rochas sedimentares de idade cenozoica e
mesozoica do Grupo Barreiras, da Formação Maria Farinha,
da Formação Gramame, e da Formação Beberibe, além
dos Depósitos de Cobertura – Sedimentos Flúvio-lagunares,
Sedimentos de mangue, Sedimentos de praia e os
Terraços Marinhos Holocênicos. A AID do empreendimento
é contemplada por todas estas Unidades Litoestratigráficas
e por todos os Depósitos de Cobertura existentes na
bacia do Paratibe.

Figura 0 7 – GEOLOG IA DA BAC IA DO PARAT IBE

GEOMORFOLOGIA
Devido ao processo erosivo, ravinas e vales profundos
foram formados, expondo o Grupo Barreiras no sopé
dessas escarpas. A paisagem formada pelos vales
profundos e as partes altas e planas do Grupo Barreiras
deu origem ao termo regionalizado de "Relevo de
Tabuleiro", ou “Tabuleiros Costeiros” o qual é dividido em
Tabuleiro dissecado (nas partes erodidas, geralmente em

30
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

vales profundos) e Tabuleiro pouco dissecado (no topo


plano). Os Tabuleiros Costeiros se constituem a forma de
relevo mais abundante na bacia do rio Paratibe.

Figura 8 – G e o mo r f o lo g ia da B ac i a do Par at ib e

É preciso destacar, ainda, a existência de extensas


Planícies Fluviomarinhas e de Planícies Aluviais que
contrastam com a topografia dos Tabuleiros.

Na AID do empreendimento os Tabuleiros Costeiros são


encontrados, por exemplo, no trecho conhecido como
“mata de Jaguarana”, ao norte do Matadouro de Paulista,
região de Catolé, também sendo encontrados, na forma
de Tabuleiros dissecados, a oeste desse trecho.

A Planície aluvial representa um trecho da ZECUA do rio


Paratibe desde a rodovia BR-101 até o bairro do Nobre.
A partir desse ponto e até a faixa de praia predomina a
Planície Flúvio-marinha, onde os sedimentos aluviais são
encontrados concomitantemente aos depósitos marinhos e
de mangue – uma área bem característica que pode ser
citada é o Parque do Janga.

31
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

HIDROGEOLOGIA
O principal aquífero aflorante na AII é o Barreiras em
pequena e estreita faixa ao longo do rio Paratibe. Apesar
de quase não aflorar o aquífero Beberibe é o mais
importante, em volume e qualidade da água.

Exploração do lençol freático nas proximidades do Matadouro de Paulista

As manchas de terraços marinhos e aluviões representam


também uma alternativa de captação de água
subterrânea, principalmente para usos secundários, tais
como: descarga de vaso sanitário, irrigação de jardins,
lavagem de calçadas, entre outros. Em alguns locais é
possível o uso desse manancial para abastecimento
humano.

A formação Gramame, que também ocorre na AII, é


composta por calcários que, em geral, não apresenta
potencial hidrogeológico. Os poucos poços existentes
apresentam baixa vazão e com águas ricas em
carbonatos. Sua importância é a proteção hidráulica do
aquífero Beberibe sotoposto, conferindo a este um caráter
confinado ou semiconfinado. As áreas de mangue, devido
às altas salinidades da água, não despertam nenhum
interesse como aquífero.

32
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

Figura 9 – VULN ERAB ILID ADE N ATU RAL DOS AQU ÍFEROS NA ÁREA D E INFLU ÊNC IA
IND IRETA E S EU EN TORNO

CONTEXTO MEIO BIÓTICO


Os aspectos de contexto biótico do litoral norte de
Pernambuco estão fartamente descritos em vários
documentos de acervo bibliográfico, começando pelo
Diagnóstico Socioambiental do Litoral Norte de Pernambuco
elaborado pela CPRH em 2001 e onde se descreve: A
cobertura vegetal do Litoral Norte de Pernambuco, em sua
composição original, corresponde à Floresta Atlântica, cuja
vegetação exuberante e diversidade biológica têm sido,
desde os tempos coloniais, destruídas pela cultura da cana-
de-açúcar e do coco. Nos dias atuais, essa destruição vem
sendo efetuada pela implantação de loteamentos para
granjas e chácaras de recreio e pela extração de madeira e
lenha para consumo nas áreas urbanas e rurais. O saldo
dessa devastação está representado por alguns
remanescentes de mata que, em geral, recobrem encostas
de tabuleiros e morros com alta declividade e, em menor
proporção, colinas e modelados suaves da porção oriental
da área, onde a ocupação urbana e o parcelamento da

33
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

terra para granjas e chácaras motivaram a destruição quase


total das matas, ali, existentes.
Os remanescentes de mata mais extensos do Litoral Norte
localizam-se a oeste da BR-101 e dos núcleos urbanos que
margeiam essa rodovia. Concentram-se nos municípios de
Abreu e Lima, Igarassu, Itamaracá, Paulista e sudeste de
Itaquitinga, ao passo que constituem ocorrências esparsas,
no restante da área.
FLORA E VEGETAÇÃO
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

São duas as unidades de conservação com que o


empreendimento interage:

Reserva de Floresta Urbana Mata do Janga


A Mata do Janga, fica próxima à foz do rio Paratibe e
do Canal das Tintas. Está protegida pela Lei nº 9989, de
13/01/87, que define as reservas da Região
Metropolitana do Recife. Situa-se próximo à foz do rio
Paratibe e do Canal das Tintas, com acesso pela
avenida Cláudio Gueiros Leite. Abrange 132,24 hectares e
corresponde a 1,36% da área total do município de
Paulista, possuindo um relevo plano. Pertence à bacia do
rio Paratibe e é do nível secundário, com espécies de
médio a alto porte e extrato arbustivo arbóreo, irregular
em porte e densidade. Encontra-se inserida em área de
utilidade pública de interesse social para fins de
desapropriação, segundo decreto municipal de nº 094 de
30/12/85.
Esta Unidade de Conservação insere-se parcialmente na
ZECUA do Paratibe, no Trecho 03 definido para o
empreendimento e não terá nenhum tipo de intervenção
física associada à implantação das obras.

Reserva de Floresta Urbana Mata de Jaguarana


Localizada em Paulista, está inserida na Bacia
Hidrográfica do Rio Timbó, entre a PE-15 e a PE-22.
Possui 332,28 ha de área, onde predominam elevações
de declividade acentuada. Esta reserva esta inserida em
três propriedades privadas, sendo a sua situação
fundiária indefinida.

No Mapa 01 apresentando anteriormente identifica-se as


duas unidades de conservação supracitadas.

34
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

Pa n or âm ic a dos r em an e sc e nt e s de v eg e ta ç ão na s F l or es t as Urb an as do Ja n ga e Ja g uar an a

FLORÍSTICA
O levantamento florístico nas áreas de influências do
empreendimento elencou cerca de 247 espécies vegetais
distribuídas em 77 famílias angiospérmicas. Deste montante,
127 espécies estão presentes na ADA, 79 na AID e 141 na
AII.

Deste levantamento podem ser destacados os seguintes


aspectos:

Das 247 espécies registradas no empreendimento, 127


(51,41%) ocorreram em áreas abertas (Área Diretamente
Afetada).

Pelo fato da área tratar-se de uma grande matriz de


aglomerados urbanos e rodovias, as espécies encontradas
nesta área são compostas, na sua grande maioria, por
plantas ruderais, que ocorrem ás margens de estradas, de
curso de rio, de borda de mata, de terrenos baldios e
em áreas antropizadas.

Outro grupo de plantas, cerca de 140 (57,08%) espécies


foram registradas em ambiente de fragmento Florestal
(Mata de Jaguarana e Janga), Estuário, Manguezal e Zona
de praia, em área de influência indireta, apesar de não

35
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

estarem na área focal onde será o empreendimento,


registramos suas ocorrência por se tratar de importantes
fragmentos florestais ocorrente num raio próximo ao
empreendimento.

Destacamos ainda outro grupo de plantas, cerca de 79


espécies (31, 98%) ocorrendo tanto em área abertas,
quanto em áreas florestadas.

Em relação à distribuição das espécies nos trechos,


observamos que o trecho que mais concentrou números
de espécies foi o Trecho 2 relacionado a área protegida
Floresta Urbana Mata de Jaguarana concentrando um
quantitativo de 158 espécies (63,96%).

A seguir temos o Trecho 3 com 115 espécies (46,55%),


obviamente seguindo o mesmo padrão do trecho anterior
o fato de possuir maior concentração de área florestada,
em detrimento de habitats urbanos.

Finalmente o Trecho 1 com 86 espécies (34,81%)


refletindo o seu alto grau de antropização.

FITOFISSIONOMIAS DE VEGETAÇÃO NA AID

Com base nos levantamentos de campo foi determinado


que a AID apresenta uma diversidade de Fisionomias,
muito misturadas e bastante antropizadas. Estas
fisionomias são relacionadas no Quadro 02 a seguir e
apresentadas na Figura 10 adiante.

XX
Q U A D R O 2 – F I T O F I S I O NO M I A S I DE N T I F I C A D A S N A AID

ID FORMAÇÃO/FITOFISIONOMIA CARACTERÍSTICAS
Fisionomia arbórea, com dossel fechado,
presença de epífitas e sub-bosque diversificado.
Na AID esta formação foi identificada nos
fragmentos a montante da BR-101, nas matas do
FLORESTA OMBRÓFILA - Formação Florestal Janga, Jaguarana e no interflúvio do rio Paratibe
Nativa em estágio médio a avançado de e o Canal das Tintas no trecho final próximo da
FO
regeneração associada a remanescentes de PE-001.
mata atlântica e mata de Restinga.
São corpos vegetacionais arbóreos de Floresta
Atlântica, com árvores altas. A fitofisionomia
predominante destes fragmentos florestais é
classificada, como Floresta Ombrófila aberta,

36
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

ID FORMAÇÃO/FITOFISIONOMIA CARACTERÍSTICAS
dependendo do grau de pressão antrópica.
Fragmentos de menor porte mais antropizados
são denominados comumente de capoeiras.
Estas formações foram identificadas nas Matas de
Jaguarana em Paulista Centro, na Mata de
Maranguape, a montante da BR-101 e no antigo
campo de aviação nas proximidades da PE-022.
Estes fragmentos ficaram ilhados por
aglomerados urbanos e sofre com a pressão
antrópica em seu entornos.

Vegetação com influência fluvio-marinha,


Formação Florestal Natural paludosa costeira identificada no Trecho 03, recobrindo parte das
MG
- MANGUE. terras mais baixas do interflúvio do Rio Paratibe e
o Canal das Tintas.
Fisionomia mista que ora se apresenta de porte
arbustivo-arbóreo com presença de espécies
nativas e exóticas e algumas áreas com cobertura
herbácea, ora se apresenta dominada por uma
matriz herbácea e pequenos fragmentos de
arvores frutíferas e espécies nativas pulverizados
de forma bastante esparsa ou de forma mais
FORMAÇÃO FLORESTAL MISTA conformada por densa.
manchas de árvores frutíferas e espécies Destacam-se as espécies de “mangueira”
nativas, com densidades variando entre (Mangifera indica), “azeitona” ou “jambolão”
FFM
abertas a médias. Estas áreas se encontram (Syzygium jambolanum), “coqueiro” (Cocos
inseridas entre campos herbáceos e/ou áreas nucifera), “fruta-pão” (Artocarpus altilis),
urbanas. “jaqueira” (Artocarpus integrifolia), “banana”
(Musa x paradisiaca), Syzygium malaccense
(jambo), “dendezeiro” (Elaeis guineensis).
Dentre as nativas destacam-se a “macaíba”
(Acrocomia intumescens), “genipapo” (Genipa
americana), o “cajá” (Spondias mombin),
“aticum” (Annona glabra).

FORMAÇÕES PIONEIRAS. Trata-se de áreas É a formação mais frequente no Trecho 02 e na


pedologicamente instáveis, com sedimentos parte alta do Trecho 03, está associada a áreas
inconsolidados ou pouco consolidados, sob a permanentemente ou temporariamente alagadas.
influência de diferentes processos de
acumulação (Rizzini, 1979). Este ecossistema Estes alagamentos seriam naturais no Trecho 02
é caracterizado por vegetação de primeira em uma faixa próxima ao rio Paratibe e
FP
ocupação. antrópicos nas áreas contiguas e na totalidade
do Trecho 03, segundo pode-se inferir associando
Nelas se observa uma vegetação campestre
a vegetação à presença de gleissolos dentro da
herbáceo lenhosa de terófitas, geófitas e ás
AID.
vezes hemicripfitas, que são por sucessão
natural substituídas por caméfitas e Na carta da SUDENE de 1971 este tipo de

37
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

ID FORMAÇÃO/FITOFISIONOMIA CARACTERÍSTICAS
microfanerófitas. Isso não indica, entretanto, vegetação é classificada como MACEGA AGRESTE.
que tais áreas estão no caminho da sucessão Segundo dicionário ambiental do IBGE, MACEGA é
para o clímax da região próxima. definida como “Capinzal impenetrável que cresce
bastante unido, apresentando-se
Eventualmente na AID se apresentam moitas
Ressequido”.
de frutíferas ou indivíduos de vegetação nativa
mergulhados dentro desta vegetação.

Áreas de frutíferas localizadas em pomares, sítios,


Frutíferas – Bosques de árvores frutíferas de
FRU a maior parte delas mergulhadas ou
dimensões diversas
confrontantes com o tecido urbano.
Associada a áreas abandonadas antropizada
localizadas principalmente no Trecho 01.
Fisionomia herbácea com eventuais manchas A fisionomia muda na parte baixa do Trecho 03,
FH de solo exposto ou presença de árvores ou onde passa a estar associada a Campos de
arbustos isolados Restinga que corresponde a uma formação
herbácea que serve como transição entre o
manguezal e a restinga.

Áreas de cultivo de coqueiros, com vegetação


CO Coqueiral herbáceo-arbustiva ruderal. Foi identificada uma
única área no Trecho 03.
Áreas cultivadas para subsistência ou
CT Culturas diversificadas ou policulturas comercialização (principalmente macaxeira,
mandioca, feijão e maracujá).
Nos Trechos 1 e 2 estas pequenas áreas que
apresentam solo exposto estão associadas a
pequenos passivos em sua grande maioria.
Solo exposto predominante, com eventual
SE
presença de gramíneas. Já na parte baixa do Trecho 3, estes solos
exposto se associam também a terrenos arenos
da formação Beberibe.

38
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

Figura 1 0 – Vegetação na AID do Empreendimento

39
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

FAUNA TERRESTRE

Para o diagnóstico da fauna de vertebrados terrestres e


ribeirinhos das áreas de influência da ZECUA do Rio Paratibe,
em Paulista, foi realizada uma campanha de campo com
duração de três (3) dias, baseada na metodologia de buscas
ativas (procura de vestígios, carcaças, pegadas, observações
diretas, identificação de abrigos diurnos e etc) de animais
pertencentes ao grupo dos mamíferos (terrestres e alados),
procura manual e acústica de anfíbios e répteis (herpetofauna)
e na visualização e escuta de indivíduos pertencentes à
avifauna. Os trabalhos ocorreram nos horários diurnos e
noturnos, com o intuito de abranger os mais diferentes tipos
de hábitos registrados nos grupos amostrados.

AVIFAUNA

Foram referidas 112 espécies de aves todas de algum


modo associadas aos fragmentos de mata onde estão os
cinco pontos amostrais, sendo 74 (66%) registradas

40
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

efetivamente nas prospecções e as demais 38


selecionadas entre aquelas que foram citadas na
literatura, detectadas por nós em fragmentos florestados
próximos à área de influência do Rio Paratibe (COELHO,
2006), e também por PEREIRA, (2009) e PEREIRA et alii
(2005), e ainda por conta de terem os ambientes ora
estudados incluídos nas suas áreas de distribuição.

Dentre as 74 espécies de aves efetivamente anotadas em


campo, 21 (28%) foram detectadas apenas de modo
auditivo, inclusive as duas aves de hábito noturno. A
quantidade total de espécies catalogadas representa uma
diversidade regular.

MAMÍFEROS TERRESTRES

Através da metodologia de busca ativa (diurnas e


noturnas), entrevistas com moradores e bibliografia
existente, foi possível registrar um total de 17 espécies
distribuídas em 6 Ordens e 11 Famílias, das quais três (3)
tiveram suas presenças confirmadas através de vestígios,
escutas e observações diretas.
Conforme observado, não foi registrada a presença de
nenhuma espécie considerada rara, endêmica ou em
perigo de extinção, conforme dados obtidos na região. As
espécies que aqui ocorrem, registradas através de

41
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

entrevistas e dados bibliográficos, e tiveram sua presença


confirmada através das buscas, possuem ampla
distribuição geográfica, estando presente nos mais
diversos tipos de habitats.

HERPETOFAUNA

Foram constatadas 72 representantes para a herpetofauna (44


espécies de répteis e 26 espécies de anuros), sendo que
apenas 6 espécies de répteis e 14 espécies de anfíbios anuros
foram registradas efetivamente nos trabalhos de campo, as
demais (38 esp. répteis e 12 esp. anuros) tiveram seus
registros baseados em dados secundários (entrevistas e dados
bibliográficos).

CONSIDERAÇÕES SOBRE A FAUNA ENCONTRADA

A baixa riqueza encontrada para os grupos analisados


(herpetofauna, avifauna e mastofauna) se deve ao fato
que os trabalhos de campo foram baseados apenas em
buscas ativas realizadas na ADA e AID do
empreendimento e dados secundários (entrevistas com
moradores da área e dados bibliográficos), como também
ao pequeno período amostral e por ter sido realizado
apenas numa estação climática (período seco).

Outro fato é a elevada fragmentação dos remanescentes


de Mata Atlântica localizados próximos do
empreendimento e a inexistência de Mata Ciliar nas
bordas do Rio Paratibe, o que afeta diretamente no

42
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

tamanho populacional de grande parte das espécies.

A maior parte das espécies que tiveram sua presença


confirmada nas áreas do empreendimento é considerada
generalista (tanto de habitat, como de hábito) e se adaptam
facilmente aos mais diferentes tipos de habitats. Como também
não foram constatadas espécies raras, ameaçadas de extinção
ou endêmicas na área.

BIOTA AQUÁTICA

O Diagnóstico de Meio Biótico incluiu também o levantamento


de biota aquática, incluindo Ictiofauna (comunidade de peixes),
Carcinofauna (comunidade de caranguejos e camarões,
principalmente), Malacofauna (comunidade de moluscos e
gastrópodes), Macrófitas Aquáticas (comunidade de vegetais
aquáticos) e Comunidade Planctônica (Fitoplâncton e
Zooplâncton).

Em relação à CARCINOFAUNA,
CARCINOFAUNA foram identificadas 6 espécies
no Trecho 03 durante o trabalho, sendo possível que este
número seja superior, principalmente de espécies menos
abundantes, foram elas:

Callicnetes spp (Siri) cuja utilização é a alimentação, a venda e


doação para amigos e pessoas da família; o Cardisoma
guanhumi (Guaiamum) utilizado para consumo humano; o
Goniopsis cruentata (Aratu) utilizado pela população local na

43
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

alimentação humana e também como isca; o Ucides cordatus


(Caranguejo-uçá) com importante valor econômico e também
muito utilizado pela população na alimentação humana; e, por
fim, o Uca leptodactyla e Uca vocator (Chié) sendo utilizado
apenas para isca.

No tocante a MALACOFAUNA,
MALACOFAUNA foi identificado na ponte da BR-
101 apenas um gastrópode conhecido popularmente por Aruá.
Este molusco possui rápido crescimento populacional, tolera
locais com alto teor de poluição e em muitos locais é tido
como praga. O Aruá é utilizado pela população ribeirinha de
várias localidades como fonte de alimentação e não oferece
risco direto ao ser humano.

Exemplar do Aruá (Pomacea caniculata).

Já na ponte da PE-001 no Janga foram identificadas 5


espécies, das quais quatro (04) são descritas como espécies
de importância econômica: Marisco-pedra (Anomalocardia
brasiliana), Sururu (Mytella falcata), Unha-de-velho (Tagelus
plebeius) e a Ostra (Crassostrea rizophorae) (Santos et al,
2009).

Em relação à COMUNIDADE
COMUNIDADE DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS
AQUÁTICAS do rio
Paratibe, foram identificadas 4 ordens, 7 famílias e 8 espécies.

A riqueza encontrada na estação da ponte da BR-101 denota


visualmente o nível de degradação por assoreamento e
poluição por esgotos domésticos e/ou industriais, apresentando
nítida riqueza de macrófitas nativas.

Já no ponto Pt-02, na estação ponte do Janga, os 2 táxons

44
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

encontrados estavam em estado de decomposição devido a


influência marinha. Tais organismos não tem resistência a altas
concentrações de salinidade.

A Eichhornia crassipes, tradicional Baronesa, que recobre grande parte do


espelho de água do Rio Paratibe nos trechos 01 e 02.

Em relação ao FITOPLÂNCTON que se refere a pequenos


organismos vegetais que estão na base da cadeia alimentar,
por produzirem seu próprio alimento, menciona-se que todas
as amostras coletadas mostraram-se todas dominadas pelas
cianobactérias, embora as densidades estivessem abaixo do
limite exigido pelo Ministério da Saúde para monitoramento de
cianotoxinas.

A dominância de cianobactérias em ecossistemas aquáticos


está frequentemente associada à disponibilidade de CO2
(SHAPIRO, 1990), elevadas temperaturas (HUSZAR et al. 2000),
baixa luminosidade (BRIAND et al., 2002) e elevadas
concentrações de fósforo (BONILLA et al., 2012), todos claros
indicadores de poluição da água.

45
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS DA AII

Oficina com Agentes de Saúde para levantamento de dados


socioeconômicos na AID

O município que conforma a Área de Influência Indireta-


AII do empreendimento possui um território
2
correspondente a 93,518 km , o que representa 3% do
território da Região Metropolitana do Recife-RMR.
Em termos de tamanho da população, Paulista abriga
aproximadamente 8% dos habitantes da região e um
total de 90.635 domicílios particulares permanentes, o
que, proporcionalmente, significa 8% dos números
regionais. No contexto estadual, a RMR detém 42% da
população de Pernambuco, que perfaz um total de
8.796.448 habitantes.
Sob a ótica da divisão territorial adotada pelo IBGE, a
AII faz parte da Microrregião Recife, que possui extensão
menor do que a definida para a região metropolitana,
na medida em que abarcam apenas os municípios de
Abreu e Lima, Camaragibe, Jaboatão dos Guararapes,
Moreno, Olinda, Paulista, Recife, São Lourenço da Mata.
No Quadro 03, adiante, é possível examinar
características gerais do município de Paulista e da RMR.

46
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

Quadro 0 3 – C ARAC TERÍ S TI C AS G ERAI S D E P A U LI STA E D A RMR

ESPECIFICAÇÃO PAULISTA RMR


Área (km2) 93,518 2.785,44
População (Nº de habitantes) 303.400 3.693.177
Média de moradores por domicílio 3,31 51,56
Domicílios partic. Permanentes 90.635 1.111.213
IDH 0,799 0,755
PIB (IBGE/2009) R$ 1.839,666 R$ 51.100.345,00
PIB per capita R$ 6.063,50 R$ 225.916,00
x

Em Paulista, constata-se uma densidade demográfica


(hab./km²) elevada (3.086,01) correspondente à quarta posição
no ranking dos municípios inseridos na RMR.

Figura 1 1 – D ens idade populacional comparativa

Com relação a esse aspecto em particular, convém assinalar


que Paulista está entre os municípios da Região metropolitana
do recife com menor extensão territorial, ocupando apenas 3%
do total da área da região.

São 93,518 km2, onde residem mais de 300 mil pessoas. Nos
polos opostos, encontram-se Ipojuca, o mais extenso da RMR,
com um total de 527,317 Km2, e Camaragibe, com 55,083 Km2.

CARACTERÍSTICAS DA AID
De acordo com o Censo Demográfico realizado pelo IBGE em
2010 havia, na AID do empreendimento, uma população de
71.954 moradores distribuídos em 21.474 domicílios
particulares permanentes. Dentre as áreas mais populosas se
destacam a porção referente ao bairro de Arthur Lundgren I,
com 13.757 habitantes, e o bairro de Jardim Maranguape, que
está inserido em sua totalidade na AID e tem uma população
de 13.729 habitantes. O Quadro 6.49 apresenta os dados de

47
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

população, número de domicílios e a média de moradores por


domicílio nos diferentes bairros inseridos na AID.

Quadro 0 4 – POPU LAÇ Ã O R ESI D EN T E, D OMI C Í LI OS P ARTI C U LA RES PE RMAN EN T ES, E


MÉD I A D E MOR AD OR ES P OR D OMI C Í LI O N A AI D

DOMICÍLIOS MÉDIA DE
POPULAÇÃO
BAIRROS PARTICULARES MORADORES POR
RESIDENTE
PERMANENTES DOMICÍLIO
Centro 3201 980 3,27
Jardim Velho 1613 473 3,41
Arthur Lundgren I 13757 4081 3,37
Nobre 4006 1162 3,45
Jardim Paulista 4656 1368 3,40
Paratibe 6900 2070 3,33
Jaguaribe 6165 1894 3,26
Maranguape I 8494 2558 3,32
Maranguape II 4816 1481 3,25
Jardim Maranguape 13729 4076 3,37
Janga 1544 452 3,42
Parque do Janga 2049 593 3,46
Fragoso 1024 286 3,58
X
Para atendimento do Termo de Referência da CPRH no tocante
à avaliação da percepção das comunidades em relação às
condições de habitabilidade, foi elaborado um questionário
direcionado a avaliar estes aspectos, dentre eles a avaliação
dos serviços públicos oferecidos em cada setor de moradia, os
principais problemas enfrentados pelas comunidades, a
percepção que se tem sobre o Rio Paratibe e/ou problemas ou
benefícios que traz para as comunidades, na percepção delas,
a avaliação das propostas gerais previstas para a ZECUA, e
alguns aspectos mais específicos como identificação de
lideranças em cada setor, identificação de doenças mais
comuns.

O questionário permitiu também traçar um perfil geral do


cidadão comum que habita a AID e também a ADA.

48
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

Figura 1 2 – Percepção da comunidade

Além do histórico pré-colonial comum a todos


os municípios do Litoral Norte, Paulista
apresenta um Rico histórico relacionado com
seu passado têxtil do qual ficou um rico acervo
de fábricas e construções que atestam um
passado de esplendor.

Todos estes aspectos levantados pela equipe de


Arqueologia, que realizou levantamentos dentro
da AII e dentro da AID do empreendimento.

49
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

Figura 1 3 – Patrim ônio C ul tural conhecido dentro da AII do em preendim ento

50
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

METODOLOGIA

Os impactos ambientais basicamente são o resultado da


superposição de duas camadas de informação: a
primeira que representa o cenário ambiental de um
território nas condições em que se encontra antes da
implantação do empreendimento, e a segunda
representa o projeto, o qual condiciona a forma com
que as ações transformadoras irão atuar no território
previamente caracterizado.

Quanto melhor caracterizadas estejam estas camadas de


informação, mais realista será a análise efetuada. Nesse
sentido, o Termo de Referência adquire também essa
função, de definir os aspectos mínimos de cada camada
que devem ser caracterizados para obter um resultado

51
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

coerente quando superpostas.

Os critérios de qualificação adotados na análise foram


os exigidos no Termo de Referência da CPRH, os quais
foram sistematizados em uma matriz de impacto
subdividida nas Fases de Planejamento, implantação. A
análise ambiental foi conduzida separadamente para
cada um dos três (3) trechos analisados, através da
definição de um último parâmetro que recolhe os
demais e determina a MAGNITUDE DO IMPACTO, que
segue a escala definida a baixo, tanto para impactos
positivos como para impactos negativos:

RESULTADOS

O exercício de identificação e qualificação de impactos


ambientais foi sistematizado na MATRIZ DE IMPACTO
AMBIENTAL apresentada a seguir, e na qual foram
incluídos 57 impactos ambientais entre positivos e
negativos, cada um deles devidamente qualificado
conforme critérios descritos nos itens acima.

Em relação à metodologia aplicada e especificamente à


separação entre impactos negativos e positivos, é
importante destacar um aspecto fundamental para o
bom entendimento do processo. O balanço algébrico
entre impactos Positivos e Negativos não determina por
si só a conveniência ou não de implantar um
determinado projeto, nem sequer é um bom indicador
na hora de basear uma decisão. O ditame final é um
processo complexo de ponderação, onde devem ser
analisados globalmente todos os documentos do
processo, incluindo o projeto e o EIA, com a intervenção
do Órgão Fiscalizador, a Equipe do EIA, o Empreendedor
e a População Civil, entre outras ferramentas dos
estudos de EIA/RIMA.

A matriz de impacto é Apresentada a seguir:

52
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

Q U A D R O 0 5 – M A TRI Z DE I M P A C TO D O E ST U D O

CONTROLE
- NATUREZA
(Efeito) / - PERSISTÊNCIA
N° AÇÃO IMPACTANTE DESCRIÇÃO DO IMPACTO - DINAMISMO
MEIO AFETADO
- ABRANGÊNCIA TRECHO 1 TRECHO 2 TRECHO 3
EFEITO: (++ ) Positivo (--) Negativo ---- MEIO AFETADO: (MSE
MSE)
MSE Meio Socioeconômico (MF MF)
MF Meio Físico (MB
MB)
MB Meio Biótico ---- NATUREZA: (DIR
DIR)
DIR Direto (IND
IND)
IND Indireto ---- PERSISTÊNCIA: (TEMP
TEMP)
TEMP Temporal
(PER
PER)
PER Permanente (CIC
CIC)
CIC Cíclica ---- DINAMISMO: (REVER
REVER)
REVER Reversível (IRREV
IRREV)
IRREV Irreversível ---- ABRANGÊNCIA: Pontual, Local, AID, AII, Regional ---- PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA: CERTO, M.PROV,
PROV, P.PROV, REMOTO ---- CONTROLE: (MAX MAX) Maximizável (MIT
MAX MIT) COMP Compensável ---- MAGNITUDE: (01) Baixa (02) Media/baixa (03) Media/alta (04) Alta.
MIT Mitigável (COMP
COMP)

FASE DE IMPLANTAÇÃO
Desimpedimento jurídico/ Conflitos de propriedade, especulação - DIRETO
- TEMPORÁRIO M.PROV M.PROV P.PROV
1 fundiário/social das áreas imobiliária dentro da ZECUA e (―) MSE - REVERSÍVEL MIT
(03) (03) (02)
de implantação. dificuldade de liberação dos terrenos. - LOCAL
Desimpedimento jurídico/ Indução a novas ocupações - INDIRETO
- PERMANENTE PROV PROV P.PROV
2 fundiário/social das áreas irregulares dentro da ZECUA antes da (―) MSE - REVERSÍVEL MIT
(03) (03) (02)
de implantação. implantação do projeto. - LOCAL
Desimpedimento jurídico/ Recuperação e acobertamento legal - DIRETO
- PERMANENTE M.PROV M.PROV M.PROV
3 fundiário/social das áreas de uma área de extrema importância (+) MSE MAX
- IRRVERSÍVEL (04) (04) (04)
de implantação. para a cidade de Paulista. - AID
Contribuição ao modelo de - INDIRETO
Implantação/operação de - PERMANENTE M.PROV M.PROV M.PROV
4 desenvolvimento proposto para o (+) MSE MAX
Canteiro(s) de Obra(s) - IRRVERSÍVEL (03) (03) (03)
litoral norte do estado. - REGIONAL
Potencial de poluição do solo e da - DIRETO
Implantação/operação de - PERMANENTE PROV PROV PROV
5 água pela geração de efluentes e (―) MF MIT
Canteiro(s) de Obra(s) - REVERSÍVEL (02) (02) (02)
resíduos sólidos no canteiro de obras. - PONTUAL
Implantação/operação de - DIRETO M.PROV M.PROV M.PROV
6 Alteração temporária dos níveis de (―) MF MIT
Canteiro(s) de Obra(s) - PERMANENTE (03) (02) (01)

53
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

CONTROLE
- NATUREZA
(Efeito) / - PERSISTÊNCIA
N° AÇÃO IMPACTANTE DESCRIÇÃO DO IMPACTO - DINAMISMO
MEIO AFETADO
- ABRANGÊNCIA TRECHO 1 TRECHO 2 TRECHO 3
EFEITO: (++ ) Positivo (--) Negativo ---- MEIO AFETADO: (MSE
MSE)
MSE Meio Socioeconômico (MF MF)
MF Meio Físico (MB
MB)
MB Meio Biótico ---- NATUREZA: (DIR
DIR)
DIR Direto (IND
IND)
IND Indireto ---- PERSISTÊNCIA: (TEMP
TEMP)
TEMP Temporal
(PER
PER)
PER Permanente (CIC
CIC)
CIC Cíclica ---- DINAMISMO: (REVER
REVER)
REVER Reversível (IRREV
IRREV)
IRREV Irreversível ---- ABRANGÊNCIA: Pontual, Local, AID, AII, Regional ---- PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA: CERTO, M.PROV,
PROV, P.PROV, REMOTO ---- CONTROLE: (MAX MAX) Maximizável (MIT
MAX MIT) COMP Compensável ---- MAGNITUDE: (01) Baixa (02) Media/baixa (03) Media/alta (04) Alta.
MIT Mitigável (COMP
COMP)

ruído no entorno do(s) canteiro(s). - REVERSÍVEL


- PONTUAL
- DIRETO
Implantação/operação de Alteração temporária da qualidade do - PERMANENTE PROV PROV PROV
7
Canteiro(s) de Obra(s) ar no entorno do(s) canteiro(s).
(―) MF - REVERSÍVEL (01) (01) (01)
MIT
- PONTUAL
- DIRETO
Recrutamento e contratação Geração de empregos e dinamização - PERMANENTE CERTO CERTO CERTO
8 (+) MSE MAX
de mão-de-obra da economia. - REVERSÍVEL (04) (04) (04)
- AII
- INDIRETO
Recrutamento e contratação - PERMANENTE CERTO CERTO CERTO
9 Aumento da arrecadação municipal. (+) MSE MAX
de mão-de-obra - REVERSÍVEL (02) (02) (02)
- AII
- DIRETO
Recrutamento e contratação Possibilidade de ocorrência de
- PERMANENTE PROV PROV PROV
10 de mão-de-obra acidentes envolvendo operários dentro (―) MSE MIT
- REVERSÍVEL (03) (03) (03)
do(s) canteiro(s) de obras. - PONTUAL
- INDIRETO
Recrutamento e contratação Aumento da pressão por serviços PROV PROV PROV
- PERMANENTE
11 de mão-de-obra públicos no entorno do projeto (―+) MSE MIT
- REVERSÍVEL (02) (02) (02)
durante a implantação. - PONTUAL
- DIRETO
Recrutamento e contratação Riscos e conflitos com a comunidade
- PERMANENTE PROV PROV PROV
12 de mão-de-obra (―) MSE MIT
local. - REVERSÍVEL (03) (03) (03)
- AID
13 Remanejamento de Transferência involuntária de popula- (―) MSE - DIRETO CERTO CERTO CERTO MIT

54
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

CONTROLE
- NATUREZA
(Efeito) / - PERSISTÊNCIA
N° AÇÃO IMPACTANTE DESCRIÇÃO DO IMPACTO - DINAMISMO
MEIO AFETADO
- ABRANGÊNCIA TRECHO 1 TRECHO 2 TRECHO 3
EFEITO: (++ ) Positivo (--) Negativo ---- MEIO AFETADO: (MSE
MSE)
MSE Meio Socioeconômico (MF MF)
MF Meio Físico (MB
MB)
MB Meio Biótico ---- NATUREZA: (DIR
DIR)
DIR Direto (IND
IND)
IND Indireto ---- PERSISTÊNCIA: (TEMP
TEMP)
TEMP Temporal
(PER
PER)
PER Permanente (CIC
CIC)
CIC Cíclica ---- DINAMISMO: (REVER
REVER)
REVER Reversível (IRREV
IRREV)
IRREV Irreversível ---- ABRANGÊNCIA: Pontual, Local, AID, AII, Regional ---- PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA: CERTO, M.PROV,
PROV, P.PROV, REMOTO ---- CONTROLE: (MAX MAX) Maximizável (MIT
MAX MIT) COMP Compensável ---- MAGNITUDE: (01) Baixa (02) Media/baixa (03) Media/alta (04) Alta.
MIT Mitigável (COMP
COMP)

População ção que habita hoje a ADA para - PERMANENTE (04) (04) (03)
- IRREVERSÍVEL
novas moradias.
- AID
Ruptura de atividades econômicas, - DIRETO
Remanejamento de - PERMANENTE M.PROV M.PROV M.PROV
14 desestruturação temporária de fonte (―) MSE MIT
População - IRREVERSÍVEL (04) (04) (03)
de renda. - AID
Oportunidade de melhoramento e - INDIRETO
Remanejamento de humanização das condições de - PERMANENTE M.PROV M.PROV M.PROV
15
População habitabilidade da população rema-
(+) MSE - REVERSÍVEL (04) (04) (03)
MAX
- AID
nejada.
- DIRETO
- TEMPORÁRIO PROV PROV PROV
16 Supressão de Vegetação Perda de áreas florestadas. (―) MB COMP
- IRREVERSÍVEL (03) (03) (04)
- LOCAL
Fragmentação de maciços florestais e
abertura de caminhos para áreas - DIRETO
pouco habitadas com riscos de - TEMPORÁRIO CERTO CERTO CERTO
17 Supressão de Vegetação (―) MB COMP
indução à ocupação irregular, bem - IRREVERSÍVEL (02) (02) (04)
- LOCAL
como de processos de corte e
impactos na vegetação.
Diminuição de habitats e pontos de - DIRETO CERTO CERTO CERTO
18 Supressão de Vegetação (―) MB - TEMPORÁRIO COMP
abrigo e afugentamento de espécies - IRREVERSÍVEL (03) (03) (04)

55
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

CONTROLE
- NATUREZA
(Efeito) / - PERSISTÊNCIA
N° AÇÃO IMPACTANTE DESCRIÇÃO DO IMPACTO - DINAMISMO
MEIO AFETADO
- ABRANGÊNCIA TRECHO 1 TRECHO 2 TRECHO 3
EFEITO: (++ ) Positivo (--) Negativo ---- MEIO AFETADO: (MSE
MSE)
MSE Meio Socioeconômico (MF MF)
MF Meio Físico (MB
MB)
MB Meio Biótico ---- NATUREZA: (DIR
DIR)
DIR Direto (IND
IND)
IND Indireto ---- PERSISTÊNCIA: (TEMP
TEMP)
TEMP Temporal
(PER
PER)
PER Permanente (CIC
CIC)
CIC Cíclica ---- DINAMISMO: (REVER
REVER)
REVER Reversível (IRREV
IRREV)
IRREV Irreversível ---- ABRANGÊNCIA: Pontual, Local, AID, AII, Regional ---- PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA: CERTO, M.PROV,
PROV, P.PROV, REMOTO ---- CONTROLE: (MAX MAX) Maximizável (MIT
MAX MIT) COMP Compensável ---- MAGNITUDE: (01) Baixa (02) Media/baixa (03) Media/alta (04) Alta.
MIT Mitigável (COMP
COMP)

terrestres e aquáticas. - LOCAL


Perda de indivíduos de fauna terrestre - DIRETO
e necessidade de captura e transfe- - TEMPORÁRIO PROV PROV PROV COMP /
19 Supressão de Vegetação
rência de espécies nativas para outros
(―) MB - IRREVERSÍVEL (03) (03) (04) MIT
- LOCAL
locais.
Possibilidade de ocorrência de - DIRETO
acidentes com animais peçonhentos, - TEMPORÁRIO PROV PROV P.PROV
20 Supressão de Vegetação (―) MSE MIT
envolvendo a comunidade ou as - REVERSÍVEL (03) (03) (02)
- PONTUAL
equipes de supressão.
- INDIRETO
Inserção em zona de amortecimento - PERMANENTE CERTO CERTO
21 Supressão de Vegetação (―) MB --- COMP
de Unidades de Conservação (UC). - IRREVERSÍVEL (01) (01)
- LOCAL
Perda de mata ciliar e interferência - DIRETO
- TEMPORÁRIO CERTO CERTO CERTO
22 Supressão de Vegetação em Área de Preservação Permanente (―) MB - IRREVERSÍVEL COMP
(03) (03) (04)
(APP). - LOCAL
- DIRETO
- PERMANENTE CERTO CERTO CERTO
23 Supressão de Vegetação Geração de material lenhoso e rejeito. (―+) MB - IRREVERSÍVEL MIT
(02) (02) (02)
- LOCAL
Geração de material saturado, - DIRETO CERTO CERTO CERTO
24 Dragagem do Rio Paratibe (―) MF - TEMPORÁRIO MIT
contaminado com lixo e lodo de - IRREVERSÍVEL (04) (03) (03)

56
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

CONTROLE
- NATUREZA
(Efeito) / - PERSISTÊNCIA
N° AÇÃO IMPACTANTE DESCRIÇÃO DO IMPACTO - DINAMISMO
MEIO AFETADO
- ABRANGÊNCIA TRECHO 1 TRECHO 2 TRECHO 3
EFEITO: (++ ) Positivo (--) Negativo ---- MEIO AFETADO: (MSE
MSE)
MSE Meio Socioeconômico (MF MF)
MF Meio Físico (MB
MB)
MB Meio Biótico ---- NATUREZA: (DIR
DIR)
DIR Direto (IND
IND)
IND Indireto ---- PERSISTÊNCIA: (TEMP
TEMP)
TEMP Temporal
(PER
PER)
PER Permanente (CIC
CIC)
CIC Cíclica ---- DINAMISMO: (REVER
REVER)
REVER Reversível (IRREV
IRREV)
IRREV Irreversível ---- ABRANGÊNCIA: Pontual, Local, AID, AII, Regional ---- PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA: CERTO, M.PROV,
PROV, P.PROV, REMOTO ---- CONTROLE: (MAX MAX) Maximizável (MIT
MAX MIT) COMP Compensável ---- MAGNITUDE: (01) Baixa (02) Media/baixa (03) Media/alta (04) Alta.
MIT Mitigável (COMP
COMP)

esgoto, eventualmente considerado - LOCAL


como resíduo perigoso.
- DIRETO
Remoção do leito fluvial afetando as - TEMPORÁRIO CERTO CERTO CERTO
25 Dragagem do Rio Paratibe (―) MB MIT
comunidades planctônicas. - REVERSÍVEL (02) (02) (03)
- LOCAL
Alteração da Qualidade da Água - DIRETO
- TEMPORÁRIO CERTO CERTO CERTO
26 Dragagem do Rio Paratibe devido à Suspensão de Sedimentos (+) MF - REVERSÍVEL
MIT
(01) (01) (02)
durante a dragagem e disposição. - LOCAL
Afugentamento/Perda de espécies de - DIRETO
biota aquática e/ou alteração das - TEMPORÁRIO M.PROV M.PROV M.PROV
27 Dragagem do Rio Paratibe (―) MB MIT
condições atuais durante o processo - REVERSÍVEL (02) (01) (04)
- LOCAL
de dragagem.
Modificação do alinhamento atual do - DIRETO
- TEMPORÁRIO CERTO CERTO
28 Dragagem do Rio Paratibe rio, afetando o regime de (+) MF ― MAX
- REVERSÍVEL (04) (04)
escoamento. - LOCAL
Estabelecimento de uma barreira física - INDIRETO
entre as áreas a serem preservadas - TEMPORÁRIO CERTO CERTO
29 Terraplenagem (+) MSE ― MAX
no entorno do Paratibe e o tecido - IRREVERSÍVEL (02) (02)
- LOCAL
urbano da cidade.
- DIRETO CERTO CERTO CERTO
30 Terraplenagem Diminuição das áreas de (―+) MF MIT
- PERMANENTE (01) (01) (01)

57
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

CONTROLE
- NATUREZA
(Efeito) / - PERSISTÊNCIA
N° AÇÃO IMPACTANTE DESCRIÇÃO DO IMPACTO - DINAMISMO
MEIO AFETADO
- ABRANGÊNCIA TRECHO 1 TRECHO 2 TRECHO 3
EFEITO: (++ ) Positivo (--) Negativo ---- MEIO AFETADO: (MSE
MSE)
MSE Meio Socioeconômico (MF MF)
MF Meio Físico (MB
MB)
MB Meio Biótico ---- NATUREZA: (DIR
DIR)
DIR Direto (IND
IND)
IND Indireto ---- PERSISTÊNCIA: (TEMP
TEMP)
TEMP Temporal
(PER
PER)
PER Permanente (CIC
CIC)
CIC Cíclica ---- DINAMISMO: (REVER
REVER)
REVER Reversível (IRREV
IRREV)
IRREV Irreversível ---- ABRANGÊNCIA: Pontual, Local, AID, AII, Regional ---- PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA: CERTO, M.PROV,
PROV, P.PROV, REMOTO ---- CONTROLE: (MAX MAX) Maximizável (MIT
MAX MIT) COMP Compensável ---- MAGNITUDE: (01) Baixa (02) Media/baixa (03) Media/alta (04) Alta.
MIT Mitigável (COMP
COMP)

espalhamento do Rio nos evento de MSE - IRREVERSÍVEL


- LOCAL
cheias.
Assoreamento potencial das áreas de - DIRETO
manguezal por carreamento de - PERMANENTE PROV
31 Terraplenagem
partículas desde as áreas de
(―) MF - IRREVERSÍVEL ― ― (04)
MIT
- LOCAL
terraplenagem.
- DIRETO
Risco de acidentes em decorrência da - PERMANENTE PROV PROV P.PROV
32 Terraplenagem
circulação de veículos pesados.
(―) MSE - REVERSÍVEL (03) (02) (02)
MIT
- AID
Risco de afetar a infraestrutura de - INDIRETO
- PERMANENTE PROV PROV P.PROV
33 Terraplenagem serviços existente durante as obras de (―) MSE MIT
- REVERSÍVEL (02) (02) (01)
implantação. - AID
- DIRETO
Possibilidade de perda de patrimônio - PERMANENTE PROV PROV P.PROV
34 Terraplenagem (―) MSE MIT
cultural. - IRREVERSÍVEL (04) (02) (02)
- PONTUAL
Descaracterização morfológica de - INDIRETO
Utilização de jazidas e - PERMANENTE PROV PROV PROV
35 áreas fora da ZECUA utilizadas como (―) MF MIT
bota-foras - REVERSÍVEL (02) (02) (02)
jazidas. - AID
Alteração do tráfego urbano, geração - INDIRETO CERTO CERTO PROV
36 Obra civil (―) MSE - TEMPORÁRIO MIT
de incômodos à população, aumento - REVERSÍVEL (03) (03) (01)

58
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

CONTROLE
- NATUREZA
(Efeito) / - PERSISTÊNCIA
N° AÇÃO IMPACTANTE DESCRIÇÃO DO IMPACTO - DINAMISMO
MEIO AFETADO
- ABRANGÊNCIA TRECHO 1 TRECHO 2 TRECHO 3
EFEITO: (++ ) Positivo (--) Negativo ---- MEIO AFETADO: (MSE
MSE)
MSE Meio Socioeconômico (MF MF)
MF Meio Físico (MB
MB)
MB Meio Biótico ---- NATUREZA: (DIR
DIR)
DIR Direto (IND
IND)
IND Indireto ---- PERSISTÊNCIA: (TEMP
TEMP)
TEMP Temporal
(PER
PER)
PER Permanente (CIC
CIC)
CIC Cíclica ---- DINAMISMO: (REVER
REVER)
REVER Reversível (IRREV
IRREV)
IRREV Irreversível ---- ABRANGÊNCIA: Pontual, Local, AID, AII, Regional ---- PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA: CERTO, M.PROV,
PROV, P.PROV, REMOTO ---- CONTROLE: (MAX MAX) Maximizável (MIT
MAX MIT) COMP Compensável ---- MAGNITUDE: (01) Baixa (02) Media/baixa (03) Media/alta (04) Alta.
MIT Mitigável (COMP
COMP)

dos níveis de ruído, de material - AII


particulado, afetando temporariamente
a rotina das comunidades mais
próximas.
- INDIRETO
Alteração da paisagem em - PERMANENTE CERTO CERTO CERTO
37 Obra civil (+) MSE MIT
decorrência de implantação das obras. - IRREVERSÍVEL (03) (03) (02)
- AID
- INDIRETO
Eventuais efeitos nas condições de - PERMANENTE REMOTO REMOTO REMOTO
38 Obra civil
recarga do aquífero Beberibe.
(―+) MSE - REVERSÍVEL (01) (01) (01)
MIT
- LOCAL

FASE DE OPERAÇÃO
Consolidação do Plano - DIRETO
Dinamização, diversificação e conso- (+) MSE - PERMANENTE CERTA CERTA CERTA
39 Urbanístico da ZECUA do MAX
lidação do uso e ocupação do solo; - REVERSÍVEL (04) (04) (04)
Paratibe - AII
Possibilidade de consolidar um novo - INDIRETO
Consolidação do Plano
modelo gerencial na prefeitura de (+) MSE - PERMANENTE PROV PROV PROV
40 Urbanístico da ZECUA do MAX
Paulista com integração setorial - REVERSÍVEL (04) (04) (04)
Paratibe - AII
envolvendo várias secretarias.
Consolidação do Plano (+) MSE - INDIRETO M.PROV M.PROV M.PROV
41 Aumento da competitividade do MAX
Urbanístico da ZECUA do - PERMANENTE (04) (04) (04)

59
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

CONTROLE
- NATUREZA
(Efeito) / - PERSISTÊNCIA
N° AÇÃO IMPACTANTE DESCRIÇÃO DO IMPACTO - DINAMISMO
MEIO AFETADO
- ABRANGÊNCIA TRECHO 1 TRECHO 2 TRECHO 3
EFEITO: (++ ) Positivo (--) Negativo ---- MEIO AFETADO: (MSE
MSE)
MSE Meio Socioeconômico (MF MF)
MF Meio Físico (MB
MB)
MB Meio Biótico ---- NATUREZA: (DIR
DIR)
DIR Direto (IND
IND)
IND Indireto ---- PERSISTÊNCIA: (TEMP
TEMP)
TEMP Temporal
(PER
PER)
PER Permanente (CIC
CIC)
CIC Cíclica ---- DINAMISMO: (REVER
REVER)
REVER Reversível (IRREV
IRREV)
IRREV Irreversível ---- ABRANGÊNCIA: Pontual, Local, AID, AII, Regional ---- PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA: CERTO, M.PROV,
PROV, P.PROV, REMOTO ---- CONTROLE: (MAX MAX) Maximizável (MIT
MAX MIT) COMP Compensável ---- MAGNITUDE: (01) Baixa (02) Media/baixa (03) Media/alta (04) Alta.
MIT Mitigável (COMP
COMP)

Paratibe município de Paulista para atração de - REVERSÍVEL


- AII
investimentos turísticos, industriais, e
recepção dos benefícios advindos dos
empreendimentos estruturadores pre-
vistos para o Litoral Norte.
Indução à execução das ações
Consolidação do Plano complementares propostas, principal- - INDIRETO
(+) MSE - PERMANENTE M.PROV M.PROV M.PROV
42 Urbanístico da ZECUA do mente no tocante à solução do MAX
- REVERSÍVEL (04) (04) (04)
Paratibe problema do despejo de esgoto e - AII
efluentes industriais no rio.
Consolidação do Plano Aumento da credibilidade e - INDIRETO
(+) MSE - PERMANENTE CERTA CERTA CERTA
43 Urbanístico da ZECUA do Fortalecimento da posição municipal MAX
- REVERSÍVEL (03) (03) (03)
Paratibe para solicitação de recursos federais. - REGIONAL
Geração de áreas planejadas para - DIRETO
Desenvolvimento das áreas apoiar os programas de habitação e (+) MSE - TEMPORÁRIO M.PROV M.PROV M.PROV
44 MAX
parceláveis mobilidade (estacionamentos) da - REVERSÍVEL (03) (03) (03)
- AII
cidade de Paulista.
- DIRETO
Desenvolvimento das áreas Substituição de áreas florestadas por (―) MB - TEMPORÁRIO M.PROV M.PROV M.PROV COM/
45
parceláveis áreas urbanizadas. - IRREVERSÍVEL (03) (03) (02) MIT
- LOCAL

60
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

CONTROLE
- NATUREZA
(Efeito) / - PERSISTÊNCIA
N° AÇÃO IMPACTANTE DESCRIÇÃO DO IMPACTO - DINAMISMO
MEIO AFETADO
- ABRANGÊNCIA TRECHO 1 TRECHO 2 TRECHO 3
EFEITO: (++ ) Positivo (--) Negativo ---- MEIO AFETADO: (MSE
MSE)
MSE Meio Socioeconômico (MF MF)
MF Meio Físico (MB
MB)
MB Meio Biótico ---- NATUREZA: (DIR
DIR)
DIR Direto (IND
IND)
IND Indireto ---- PERSISTÊNCIA: (TEMP
TEMP)
TEMP Temporal
(PER
PER)
PER Permanente (CIC
CIC)
CIC Cíclica ---- DINAMISMO: (REVER
REVER)
REVER Reversível (IRREV
IRREV)
IRREV Irreversível ---- ABRANGÊNCIA: Pontual, Local, AID, AII, Regional ---- PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA: CERTO, M.PROV,
PROV, P.PROV, REMOTO ---- CONTROLE: (MAX MAX) Maximizável (MIT
MAX MIT) COMP Compensável ---- MAGNITUDE: (01) Baixa (02) Media/baixa (03) Media/alta (04) Alta.
MIT Mitigável (COMP
COMP)

Possibilidade de indução à ocupação - INDIRETO


Desenvolvimento das áreas desordenada destas áreas, e das - PERMANENTE PROV PROV M.PROV
46
parceláveis áreas verdes localizadas ao longo da
(―) MSE - REVERSÍVEL (04) (04) (04)
MIT
- AID
ZECUA do Paratibe.
Possibilidade de acentuar os
problemas de qualidade d’água do Rio - INDIRETO
Desenvolvimento das áreas - PERMANENTE P.PROV P.PROV P.PROV
47 Paratibe, pelo incremento da geração (―) MF MIT
parceláveis - REVERSÍVEL (02) (02) (02)
de esgoto e resíduos sólidos dentro - AID
das áreas parceláveis.
Contribuição significativa à mobilidade - DIRETO
Dinâmica de tráfego na Via (+) MSE - PERMANENTE CERTO CERTO CERTO
48 dos municípios de Paulista, Olinda e MAX
Parque - REVERSÍVEL (04) (04) (04)
acesso às praias do litoral norte. - REGIONAL
Alteração da qualidade do ar, em - INDIRETO
Dinâmica de tráfego na Via decorrência das emissões provenientes - PERMANENTE PROV PROV CERTA
49
Parque dos escapes dos veículos que
(―) MF - REVERSÍVEL (01) (01) (01)
MIT
- AID
circularão pela Via Parque.
- INDIRETO
Dinâmica de tráfego na Via Aumento do nível de ruídos ao longo - PERMANENTE M.PROV M.PROV CERTO
50
Parque Do percurso da Via Parque.
(―) MF - REVERSÍVEL (03) (02) (01)
MIT
- AID
Dinâmica de tráfego na Via Risco de atropelamento de população - INDIRETO PROV PROV PROV
51 (―) MSE MIT
Parque nas travessias da Via Parque. - PERMANENTE (03) (03) (02)

61
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

CONTROLE
- NATUREZA
(Efeito) / - PERSISTÊNCIA
N° AÇÃO IMPACTANTE DESCRIÇÃO DO IMPACTO - DINAMISMO
MEIO AFETADO
- ABRANGÊNCIA TRECHO 1 TRECHO 2 TRECHO 3
EFEITO: (++ ) Positivo (--) Negativo ---- MEIO AFETADO: (MSE
MSE)
MSE Meio Socioeconômico (MF MF)
MF Meio Físico (MB
MB)
MB Meio Biótico ---- NATUREZA: (DIR
DIR)
DIR Direto (IND
IND)
IND Indireto ---- PERSISTÊNCIA: (TEMP
TEMP)
TEMP Temporal
(PER
PER)
PER Permanente (CIC
CIC)
CIC Cíclica ---- DINAMISMO: (REVER
REVER)
REVER Reversível (IRREV
IRREV)
IRREV Irreversível ---- ABRANGÊNCIA: Pontual, Local, AID, AII, Regional ---- PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA: CERTO, M.PROV,
PROV, P.PROV, REMOTO ---- CONTROLE: (MAX MAX) Maximizável (MIT
MAX MIT) COMP Compensável ---- MAGNITUDE: (01) Baixa (02) Media/baixa (03) Media/alta (04) Alta.
MIT Mitigável (COMP
COMP)

- REVERSÍVEL
- LOCAL
- INDIRETO
Dinâmica de tráfego na Via Risco de atropelamento de fauna em - PERMANENTE PROV PROV PROV
52
Parque alguns pontos da Via Parque.
(―) MB - REVERSÍVEL (02) (02) (03)
MIT
- LOCAL
Potenciais efeitos nocivos na fauna - INDIRETO
Dinâmica de tráfego na Via - PERMANENTE PROV M.PROV PROV
53 aquática e terrestre pela iluminação (―) MB MIT
Parque - REVERSÍVEL (01) (01) (03)
da Via Parque e a emissão de ruídos. - LOCAL
Riscos associados ao derrame de - INDIRETO
Dinâmica de tráfego na Via produtos perigosos e o descarte - PERMANENTE PROV PROV PROV
54
Parque irregular de resíduos ao longo da Via
(―) MF - REVERSÍVEL (02) (02) (03)
MIT
- LOCAL
Parque.
- INDIRETO
Atendimento de (+) MSE - TEMPORÁRIO M.PROV M.PROV
55 Aumento das áreas florestadas - MAX
condicionantes ambientais - REVERSÍVEL (03) (03)
- AID
- INDIRETO
Atendimento de Aumento de recursos para proteção (+) MSE - TEMPORÁRIO M.PROV M.PROV
56 - MAX
condicionantes ambientais de unidades de conservação. - REVERSÍVEL (03) (03)
- AID
Aumento do conhecimento sobre os - INDIRETO
Atendimento de (+) MSE - TEMPORÁRIO PROV M.PROV M.PROV
57 aspectos bióticos e arqueológicos da MAX
condicionantes ambientais - REVERSÍVEL (02) (02) (02)
área principalmente como subsidio à - AID

62
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

CONTROLE
- NATUREZA
(Efeito) / - PERSISTÊNCIA
N° AÇÃO IMPACTANTE DESCRIÇÃO DO IMPACTO - DINAMISMO
MEIO AFETADO
- ABRANGÊNCIA TRECHO 1 TRECHO 2 TRECHO 3
EFEITO: (++ ) Positivo (--) Negativo ---- MEIO AFETADO: (MSE
MSE)
MSE Meio Socioeconômico (MF MF)
MF Meio Físico (MB
MB)
MB Meio Biótico ---- NATUREZA: (DIR
DIR)
DIR Direto (IND
IND)
IND Indireto ---- PERSISTÊNCIA: (TEMP
TEMP)
TEMP Temporal
(PER
PER)
PER Permanente (CIC
CIC)
CIC Cíclica ---- DINAMISMO: (REVER
REVER)
REVER Reversível (IRREV
IRREV)
IRREV Irreversível ---- ABRANGÊNCIA: Pontual, Local, AID, AII, Regional ---- PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA: CERTO, M.PROV,
PROV, P.PROV, REMOTO ---- CONTROLE: (MAX MAX) Maximizável (MIT
MAX MIT) COMP Compensável ---- MAGNITUDE: (01) Baixa (02) Media/baixa (03) Media/alta (04) Alta.
MIT Mitigável (COMP
COMP)

proposição de ações de preservação


complementares, inseridas dentro do
contexto das ações estruturadoras da
ZECUA do Paratibe.

63
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

QUALIDADE AMBIENTAL

O Termo de Referência da CPRH que norteia a


elaboração deste estudo ambiental solicita a análise
comparativa da qualidade ambiental futura da área
de influência, considerando a não implantação do
empreendimento e a implantação do
empreendimento de Ações Estruturadoras na ZECUA
do Paratibe. Em relação a esta exigência e conforme
já foi colocado em outros estudos pelos autores,
encontra-se um pouco de dificuldade na abordagem
pelo fato de não existir uma metodologia pré-
definida para abordar este assunto e tampouco um
direcionamento por parte do Termo de Referência
da CPRH.

O termo de Qualidade Ambiental atualmente é muito


abrangente e as tendências atuais direcionam cada
vez mais essa abrangência para o lado humano.
Com efeito, a grande mudança de paradigma nos
últimos tempos é considerar que o homem como
espécie humana, com toda sua complexidade,
também é meio ambiente. Esta nova conceituação
veio dificultar ainda mais o entendimento das
definições ambientais, pois foram agregados novos
conceitos atrelados diretamente às atividades
humanas, como, por exemplo, a qualidade de vida,
os ecossistemas urbanos, os aspectos culturais e
inclusive religiosos por citar só alguns deles.

Em relação à comparação de qualidade


ambiental entre os dois cenários com foco
principalmente na AID do empreendimento,
apresenta-se o Quadro a seguir, onde se abordam
alguns aspectos onde pode ser feita uma
comparação realista de Qualidade Ambiental.

64
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

Q U A D R O 06 – C O M P A R A Ç Ã O DE QU A LI DA DE A M BI E NTA L NA AID EN TRE O S C EN Á RI O S D E I M P LA N TA ÇÃ O E NÃ O I M P LA NTA ÇÃ O

PARÂMETRO DE
QUALIDADE SEM O EMPREENDIMENTO COM O EMPREENDIMENTO
AMBIENTAL
As entrevistas efetuadas nas comunidades mais próximas, embora não As ações integradas previstas para a ZECUA do Paratibe que em essência definem
tenham nenhuma representatividade em termos estatísticos, mostram que o Plano Urbanístico da ZECUA estão voltadas para o melhoramento da qualidade
a comunidade convive com uma série de fatores que reduzem sua de vida da população, através de melhoramento da mobilidade urbana, diminuição
qualidade de vida, dentre eles a precária condição de saneamento básico, de riscos de alagamentos, melhoramento em saneamento básico, melhoramento
a falta de pavimentação de algumas ruas que se traduz em dificuldades em alternativas de lazer, ordenamento urbano, ações estas que necessariamente
de mobilidade, os alagamentos na época de inverno, as doenças de terão rebatimento em diminuição de doenças de veiculação hídrica, melhoramento
Qualidade de Vida veiculação hídrica associadas e a carência de áreas de lazer. da segurança, diminuição de stress e de violência na população dentre outros
da população benefícios.
Embora sem ter sido perguntado explicitamente nas pesquisas, é evidente
que a qualidade de vida da população inserida dentro da AID poderia ser Já foi discutido que no conceito de qualidade ambiental que se maneja
melhor, e isso só será possível através da implantação de um conjunto atualmente, a qualidade de vida ocupa um papel de destaque, assim, considera-se
de ações integradas, de não ser assim, este parâmetro decrescerá ainda que a implantação do empreendimento virá acompanhada por uma melhoria na
mais no cenário de não implantação do empreendimento. qualidade ambiental do ecossistema urbano onde se desenvolve o
empreendimento.

Dentre os municípios da RMR, é quiçá em Paulista onde se apresenta a Considera-se também que no quesito de uso do solo e qualidade urbana será
situação mais atípica em termos urbanísticos, pois o tecido urbano se verificada uma melhoria de qualidade ambiental, desde a ótica da retomada do
desenvolve fracionado, mergulhado dentro de fragmentos de vegetação crescimento sustentável, planejado a curto, médio e longo prazo.
altamente pressionados pelos impactos antrópicos associados à expansão
A concepção de um Plano Urbanístico para um setor chave do município
do vetor de crescimento. Nesse desenho fica claro que a cidade se
embasado no Plano Diretor Municipal construído de forma participativa, representa
desenvolveu de forma espontânea e sem planejamento, ocupando, por um
a materialização dos anseios da comunidade, representa a democratização dos
Uso do solo e lado, a área central entre a BR-101 e a PE-015 e, por outro lado, na
investimentos orçamentários de acordo com o interesse público.
qualidade urbana faixa litorânea com seus mais de 14 km de praia. Hoje os vetores de se
expandem desde estes dois núcleos pressionando a vegetação que se Adicionalmente ao exposto, o ordenamento no uso do solo previsto para a ZECUA
encontra nesta faixa intermediária, colocando em risco as matas do fará crescer Paulista em todas as dimensões especialmente a urbanística,
Janga e de Jaguarana. tornando-a mais atrativa em todas as dimensões.

O Plano Diretor revisado em 2011 está voltado para disciplinar os usos e


recuperar a qualidade urbanística da cidade, com melhoramento na
intercomunicação de bairros e descentralização de serviços. No entanto,

65
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

PARÂMETRO DE
QUALIDADE SEM O EMPREENDIMENTO COM O EMPREENDIMENTO
AMBIENTAL
de não serem iniciadas as intervenções previstas de uma forma
consistente e vigorosa o que irá acontecer será a obsolescência do Plano
Diretor e a continuidade dos gradientes atuais.
É importante lembrar que na década dos 70 Paulista era uma cidade
planejada, onde os conjuntos habitacionais eram implantados conforme
critérios urbanísticos da época, conforme demanda populacional, com
água esgoto e acesso. A indústria têxtil comandada pelos Lundgren
desenvolveu em Paulista um exemplar sistema de gestão das águas do
Rio Paratibe, onde a água limpa corria por um canal independente
chamado popularmente como “a levada” e o efluente proveniente das
fábricas chegava ao mar através do canal das tintas, cujo nome é
atribuído pela coloração das águas provenientes da indústria têxtil. Em
dita época “a levada” era um balneário para a população que o
frequentava e usava para o banho diário. Moradores antigos nascidos na
cidade expressaram a saudade daquelas épocas e os anseios de ver o
rio novamente com cara de rio e não de córrego de esgoto.

A condição precária do rio Paratibe o tornou ponto de marginalização e A retirada de comunidades irregulares, a iluminação urbana prevista para a Via
de tráfico de drogas. Esta afirmação pôde ser verificada pela equipe Parque, a abertura do rio para ser usufruído pela população, o desenvolvimento
técnica de fauna que percorreu as matas e em todos os locais de sustentável de áreas parceláveis e as ações integradas de monitoramento e
amostragem verificou esta situação. A situação chegou a tal ponto que policiamento, necessariamente representarão uma diminuição dos espaços propícios
alguns setores da ZECUA são considerados como inacessíveis, a exemplo para atividades ilícitas, principalmente o tráfego de drogas que se desenvolve em
das ruinas tombadas da Capela de Nossa Senhora dos Prazeres no vários pontos do rio.
Segurança pública Janga, onde a recomendação dos funcionários da prefeitura é o acesso
Estas ações contribuirão ainda mais com a melhoria dos índices de segurança
acompanhado pela polícia ambiental, sobre risco de assalto e inclusive
pública de Paulista, outrossim, um das variáveis municipais que melhor
latrocínio.
comportamento apresenta na última década.
Além disso, a pesquisa realizada com os moradores apontou a
insegurança no entorno do rio como um dos principais problemas das
comunidades. A vegetação, degradação e falta de policiamento
contribuem para esta situação que se vem tornando um flagelo para as

66
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

PARÂMETRO DE
QUALIDADE SEM O EMPREENDIMENTO COM O EMPREENDIMENTO
AMBIENTAL
grandes urbes.

Sem a implantação do empreendimento ou de um conjunto de ações A retirada de ocupações irregulares existentes ao longo do Paratibe é necessária,
integradas equivalentes, a ocupação de áreas irregulares por população e é a resposta a um passivo social que se instalou ao longo dos anos,
de baixa continuará exibindo as taxas atuais ou inclusive maiores. contribuindo para isso a passividade do poder público.
Ocupações Acontece que na RMR vem-se verificando uma imigração de pessoas
Embora em um primeiro momento esta retirada seja bastante perturbadora para
Irregulares vindas de outros estados ou repatriados que chegam em busca de
estas populações, no meio prazo trará grandes benefícios em humanização,
oportunidades, e se encontram com um custo de vida muito alto, vendo-
dignidade e qualidade de vida. Para o município e para a ZECUA especificamente,
se obrigadas a ocupar áreas inapropriadas geralmente nas partes baixas
esta ação será bastante benéfica, desde o ponto de vista do saneamento
alagáveis ou nas encostas.
ambiental e minimização dos efeitos dos alagamentos do rio.

Nos levantamentos efetuados dentro da ZECUA do Paratibe foi constatada O lazer, hoje, é visto como uma necessidade na vida urbana para reabilitação da
a carência de equipamentos de lazer para a comunidade, como parques saúde física, mental e moral humana. A teoria urbana avalia o tempo livre fora
academias da cidade, ciclovias, pistas de cooper, etc. Este tipo de obras das obrigações do trabalho e espaço existente nas cidades para sediar as práticas
deixaram de ser vistas como paisagismos e embelezamentos das cidades, de lazer, como elementos básicos para suprir a necessidade de equilíbrio nas
nas condições atuais tornaram-se chaves no combate ao stress ao relações sociais em ambientes densamente povoados como as cidades. Os
melhoramento da condição física e estímulo ao esporte, o que rebate em espaços de lazer constituídos por praças, parques, largos e outros destinados ao
Opções de lazer e diminuição da violência, e afastamento dos jovens das drogras. encontro, convívio, descanso e ou recreio da população possuem uma importância
equipamentos acentuada em áreas onde a densidade predial (manifestação do crescimento
urbanos urbano) alcança limites máximos de ocupação do solo, sendo a alternativa para
agregar qualidade ao ambiente construído e qualidade a vida das pessoas que
nele habitam.
Dentro desse contexto, a proposta das Ações Estruturadoras na ZECUA do
Paratibe tem tudo para dotar a cidade de diversas alternativas de lazer, com
destaque para o Parque Enseadinha e os diversos equipamentos previstos ao
longo da Via Parque.

Qualidade da água O Rio Paratibe está altamente poluído no seu trecho urbano pelo Dentro das propostas estruturadoras previstas para a ZECUA não consta
do Rio Paratibe e lançamento de esgoto e resíduos sólidos, configurando um dos principais especificamente nenhuma ação de controle da poluição hídrica, no entanto são
doenças de passivos a serem solucionados no meio e curto prazo. projetos associados que já estão previstos e foram levantados dentro do capítulo
veiculação hídrica de planos co-localizados.
Independentemente da implantação ou não do empreendimento esta

67
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

PARÂMETRO DE
QUALIDADE SEM O EMPREENDIMENTO COM O EMPREENDIMENTO
AMBIENTAL
problemática deverá ser resolvida. É urgente, pois está comprometendo a O principal deles diz respeito à solução dos graves problemas de esgotamento
saúde da população que se vê exposta de forma indireta através de sanitário que se apresentam dentro da bacia do Paratibe, e que extrapolam a
roedores e outros vetores e de forma direta nos períodos de inverno ZECUA. Estes problemas basicamente precisam ser resolvidos através da
quando ocorrem os alagamentos que invadem as ruas e as casas. Nos modernização das estações de tratamento de esgoto. Uma das medidas de
levantamentos efetuados junto aos agentes de saúde, foi constatada a mitigação propostas no EIA está na gestão ambiental da bacia realizando o
ocorrência na população de uma série de doenças de veiculação hídrica cadastro de indústrias com registro do lançamento de efluentes.
que podem levar à morte. A relação entre saneamento ambiental e saúde
Algumas das ações incluídas na proposta como a dragagem e retirada de
é estreita e dentre outros rebatimentos está no lado econômico
comunidades assentadas na APP contribuirão para diminuir os lançamentos de
encarecendo para o governo o sistema de saúde.
esgoto e de resíduos sólidos, bem como a aumentar a capacidade de
Conforme foi visto no capítulo de Planos co-localizados, o Governo do autodepuração do rio, com rebatimento no melhoramento da qualidade d’água.
Estado elaborou estudos de concepção do sistema de esgotamento
Todas estas ações integradas contribuem para diminuir casos de doenças de
sanitário para Paulista, entretanto, estas ações não foram realizadas de
veiculação hídrica na comunidade, aliviando o sistema de saúde, diminuindo custos
forma coordenada com a o Governo municipal, resultando em um projeto
e principalmente, preservando a vida dos munícipes.
que não se adequa ás necessidades da cidade, conforme foi apurado nas
secretarias da Prefeitura.

A proposta de intervenção na ZECUA do Paratibe teve sua gênese nos Da mão do exposto na linha acima, as ações integradas previstas terão efeitos
problemas de alagamento em vários setores da cidade. Progressivamente além do melhoramento da qualidade d’água. Com efeito, a dragagem do rio
compreendeu-se que era necessário mais do que um processo de Paratibe no seu trecho urbano, a liberação da APP, o remanejamento de
dragagem e que a ZECUA deveria ser entendida de forma integrada comunidades localizadas em áreas de risco, o ordenamento das áreas marginais
através do Plano Urbanístico que se pretende licenciar através deste na ZECUA, a possibilidade de implantar uma rede de drenagem individual e
EIA/RIMA. dissociada do sistema de esgotamento sanitário, contribuirão para eliminar os
Sistema de alagamentos do rio Paratibe em áreas habitadas da cidade.
drenagem e riscos Entretanto, esta maior abrangência não tem por objeto diluir a
de alagamentos problemática dos alagamentos e dos impactos que isto causa para a Esta ação é quiçá a que mais ganhos em qualidade ambiental trará para o
população e para a infraestrutura urbana. Esta problemática é real, grave município de Paulista decorrente das ações estruturadoras da ZECUA do Paratibe.
e deve ser atacada em curto prazo.
As pesquisas efetuadas e os depoimentos dos moradores permitem inferir
que o rio foi assoreado em mais de 2m em alguns setores nas últimas
décadas, e em consequência disso tornou-se mais sinuoso, com menores
velocidade. O despejo de esgoto eutrofizou as águas promovendo o

68
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

PARÂMETRO DE
QUALIDADE SEM O EMPREENDIMENTO COM O EMPREENDIMENTO
AMBIENTAL
aparecimento de macrófitas que absorvem o oxigênio disponível e
dificultam ainda mais o escoamento que se vê ainda mais comprometido
pelos obstáculos que representam estruturas de passagem insuficientes.
Caso o cenário de não implantação do empreendimento inclua a não
realização da dragagem do rio, a situação só tenderá a piorar.

Paulista não é alheia a um dos graves problemas urbanos que enfrenta a O símbolo da crise de mobilidade em uma área urbana é o congestionamento o
RMR: a mobilidade urbana. O aumento no número de veículos nos últimos engarrafamento. Estes engarrafamentos geram externalidades negativas e grandes
anos e a obsolescência da rede viária tornaram-se críticos, e se colocam deseconomias que contribuem para a perda da competitividade de uma cidade.
como grande empecilho para o desenvolvimento econômico/social do Somado a isto estão os impactos relacionados com o aumento de emissões
município. Sem redes de mobilidade adequadas, a exploração do turismo atmosféricas provenientes da exaustão dos veículos, poluição sonora, estres na
no litoral, bem como o acesso aos benefícios dos grandes investimentos população, diminuição de qualidade de vida, aumento de acidentes, perda de
previstos para o litoral norte, se verão limitados. horas produtivas, perda de espaço público dentre outros impactos negativos
decorrentes do congestionamento veicular.
Nos próximos anos esta problemática tenderá a piorar, pois o aumento
de veículos cresce em um ritmo maior que a possibilidade física de A experiência de alguns países da Europa que conseguiram reverter o colapso de
Mobilidade urbana implantação de infraestrutura. O cenário futuro sem o empreendimento mobilidade nas cidades ocasionado pelos automóveis, mostra que isto só é
dependerá das ações implementadas pelo município, começando pela possível através de um conjunto de medidas que incluem o fortalecimento do
elaboração com urgência do Plano de mobilidade municipal, onde deverá serviço público de transporte nos diferentes modais: metroviário, ferroviário, ônibus,
ser confirmada a e necessidade da Via Parque como eixo estruturador do ciclovias, calçadas de pedestres, desincentivando o uso do veículo particular
município. através de proibição de estacionamento nas ruas, aumento das tarifas de
estacionamento e pedágios urbanos, dentro outros.
Nesse sentido, A Via Parque prevista, as áreas parceláveis com foco em
estacionamentos, a ciclovia e a calçada de pedestres, são um conjunto de ações
iniciais que contribuirão ao melhoramento da mobilidade urbana e da mão desse
melhoramento, a uma elevação da Qualidade Ambiental.

Das três unidades de conservação estaduais que interagem com o As unidades de conservação estaduais que interagem com o empreendimento,
Unidades de empreendimento, é a Floresta Urbana do Janga à que se lhe-deu maior principalmente as florestas urbanas das matas de Jaguarana e do Janga não
Conservação ênfase no diagnóstico ambiental, por sua proximidade com o terão nenhum tipo de impacto direto em decorrência da implantação do
empreendimento. O que se encontrou foi uma área florestada sem empreendimento, entretanto, por conta da legislação ambiental, serão beneficiadas

69
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

PARÂMETRO DE
QUALIDADE SEM O EMPREENDIMENTO COM O EMPREENDIMENTO
AMBIENTAL
demarcação, sem sinalização, totalmente vulnerável às pressões desde vários ângulos, começando pela compensação ambiental em dinheiro que
antrópicas, com evidentes sinais de desmatamento, queima, parcelamento, deverá ser paga pelo empreendedor como compensação ambiental, e que permitirá
extração de areia, descarte de resíduos e marginalização dentre outros. implantar ações de preservação.
Além disso, a área não tem nenhuma serventia para o município, pois os Além destes recursos, as UC se vêm beneficiadas pelo empreendimento em termos
benefícios ecológicos que poderiam se ter estão prejudicados pelos de visibilidade, pois atualmente são áreas sem nenhuma serventia, esquecidas pelo
impactos ambientais pré-existentes. A mata de Jaguarana está em estado e pelo município. Com a elaboração do EIA estas áreas passam a ser
situação similar. A Estação Ecológica de Caetés se encontra em melhor reconhecidas e identificadas como ativos importantes de Paulista. Cabe na
situação com Plano de Manejo já elaborado. continuidade do processo, valorizar estes espaços através do Programa de
Comunicação Social, socializado as ações que venham a ser implementadas de tal
forma a não permitir que estes espaços entrem novamente no esquecimento.

Dentro da ZECUA do Paratibe a vegetação remanescente está bastante Embora as atividades de dragagem impliquem na supressão de vegetação em
impactada verificando-se atualmente um mosaico heterogêneo onde se alguns pontos ao longo do curso d’água, o que efetivamente representa uma
misturam espécies nativas, espécies exóticas, ruderais. A qualidade diminuição na qualidade ambiental da ZECUA, no médio prazo o balanço deverá
ambiental desta vegetação é pouco relevante em termos de ser favorável ao empreendimento, pois a compensação ambiental por reposição de
biodiversidade. vegetação garantirá o replantio em dobro da área suprimida, com a ressalva que
este replantio se dará em pontos do terreno onde os benefícios ecológicos serão
Cobertura Vegetal O ponto de maior destaque que já foi ressaltado em várias partes do
maiores que os atuais.
texto, está na vegetação existente no interflúvio entre o canal das tintas
e o Rio Paratibe, pois a dificuldade de acesso a tem preservado de Além dessa reposição, ao longo do rio a APP será organizada, melhorada através
supressão, invasão, despejo de lixo e retirada de areia. da substituição de cultivos e áreas de solo expostos por áreas de vegetação.
Assim sendo, no meio e no longo prazo, a qualidade ambiental deverá aumentar
em decorrência do aumento de áreas florestadas, bem como pelo melhoramento
da qualidade desta vegetação.

70
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

METODOLOGIA

O controle de impactos foi previsto em três linhas de


ações:

• MEDIDAS MITIGAÇÃO;
• MEDIDAS DE COMPENSAÇÃO;
• PROGRAMAS AMBIENTAIS.

PRINCIPAL MEDIDA DE MITIGAÇÃO

Uma das principais medidas de mitigação em se tratando


de projetos públicos que envolvem ações integradas esteja
na definição clara e transparente da figura do
EMPREENDEDOR.

A maior parte de medidas de mitigação propostas para os


diferentes impactos identificados tem como responsável o
empreendedor, no entanto, não é suficiente indicar à
Prefeitura Municipal de Paulista como sendo o
empreendedor, é necessário ser mais específico e formatar
esta figura de tal forma que fiquem claras suas
competências, e que estas competências sejam
reconhecidas e acatadas por todas as secretarias e
diretorias que de uma ou outra forma tem relação com o
empreendimento, seja na fase de implantação ou de
operação.

A formatação e definição do empreendedor que se


encarregará da implantação do Plano Urbanístico da
ZECUA do Paratibe deve ser uma determinação definida em
nível de gabinete do Prefeito com o envolvimento de todas
as secretarias relacionadas na primeira folha deste EIA.

Existem várias alternativas de formatação de um


empreendedor, uma delas é a definição de uma das
secretarias envolvidas como sendo a responsável pela
gestão integrada do empreendimento. Pelos levantamentos
efetuados na prefeitura, esta gestão neste formato caberia
à Secretaria de Projetos Especiais. Outra alternativa
possível pode ser a criação de uma empresa de proposito
específico que ficaria encarregada das obras e manutenção
posterior da infraestrutura.

É importante que seja realizada uma visita a outros


municípios de Brasil que implantaram projetos similares,
para levantar os aspectos gerenciais do projeto. Estas

71
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

experiências bem sucedidas podem ser o ponto de partida


para formatar de uma melhor forma a figura do
empreendedor da ZECUA do PARATIBE.

Na qualificação da medida de mitigação realizada acima,


considerou-se como “COMPLEXA”, porque são de fato estes
aspectos gerenciais e de integração setorial nas prefeituras
que fazem com que os recursos não sejam devidamente
aplicados e que os prazos se dilatem muito além dos
cronogramas estabelecidos.

COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Em atendimento à Legislação Ambiental em vigor, a


compensação Ambiental no empreendimento terá duas
componentes:

Compensação Ambiental por supressão de vegetação


nativa;

Compensação Ambiental em Unidades de Conservação


nos termos da Lei Estadual n°13.787 de 08 de junho de
2009 e conforme Resolução do CONSEMA 04 de 2010.

COMPENSAÇÃO POR SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO

As quantificações efetuadas sobre a fotografia aérea


recente, apoiadas com a pesquisa de campo
indicaram que a implantação da Via Parque e a
dragagem do rio mostraram o cenário de supressão
sumarizado no Quadro a seguir:

QUADRO 7 – RESU M O D A E STI M A TIV A D E SUP RE SSÃO DE V E GE TA Ç ÃO N A TI VA

DRAGAGEM VIA PARQUE TOTAL


(ha) (ha) (ha)
0,76 0,75 1,50
0,40 6,70 7,10
1,20 ha 7,45 ha 8,60 ha

Em relação a isso, propõe-se se que a compensação


por supressão de vegetação seja feita utilizando-se
uma proporção de 2:1, na medida em que os

72
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

processos de supressão sejam efetuados.

Salienta-se que a supressão de vegetação nativa


mostrada no Quadro acima, concentra-se
integralmente no Trecho 03.

Nos Trechos 01 e 02 haverá supressão de formações


florestais mistas em um quantitativo de 06 hectares,
onde se envolvem espécies frutíferas exóticas e
nativas, arbustos e áreas de vegetação herbácea.
Recomenda-se neste caso efetuar a compensação em
função do número de indivíduos de porte arbóreo que
sejam suprimidos.

A proposta de compensação deverá ser discutida


conjuntamente com a CPRH. Dentro das recomendações do
Estudo, está a elaboração de um Programa de
Compensação Ambiental, onde sejam identificadas as áreas
de reflorestamento e as condições em que esta atividade
será realizada.

COMPENSAÇÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

A compensação ambiental em unidades de


conservação é uma obrigação legal de todo
empreendimento que seja considerado como de Alto
Impacto. A compensação é realizada através de um
pagamento em dinheiro para ser aplicado em
Unidades de Conservação.

O montante a ser pago é definido através da


determinação de um percentual do custo da
implantação do empreendimento (VALOR REFERENCIAL).
Este percentual (que durante muito tempo foi de 0,5%
do valor do empreendimento) e que se denomina
GRAU DE IMPACTO, é determinado em Pernambuco
através da metodologia constante na Resolução do
CONSEMA 04 de 2010, que por sua vez deve ser
aplicada em função dos resultados da análise de
impacto.

O valor do GRAU DE IMPACTO obtido no estudo foi


de 0,8867%, o qual deverá ser aplicado ao Valor
Referencial do projeto, estimado em R$

73
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

370.000.000,00.
370.000.000,00.

A aplicação dos recursos é uma atribuição da CPRH,


mas considera-se pertinente recomendar a aplicação
dos recursos nas unidades de conservação da
Floresta Urbana do Janga e da Floresta Urbana de
Jaguarana, que são as mais próximas do
empreendimento.

Foi recomendado no EIA a elaboração de um PROGRAMA


DE COMPENSAÇÃO AMBIENTAL, para fornecer alternativas
de projeto para aplicação destes recursos.

PROGRAMAS AMBIENTAIS
Os Programas Ambientais podem ser considerados como o
agrupamento de varias medidas mitigadoras de
características similares, que ao serem integradas, criam
um efeito sinérgico muito mais eficiente no controle
ambiental, que tentativas de aplicar isoladamente ditas
medidas.

Este conjunto de programas ambientais e as medidas nele


inseridos garantem que todos os impactos diretos e
indiretos do Empreendimento serão de alguma forma
preventivamente atacados, mitigados e/ou compensados.

Os critérios adotados para o agrupamento de medidas em


Programas Ambientais foram diversos. De um lado, levou-se
em consideração a etapa do ciclo de implantação
(Implantação – operação), devendo-se observar nesse
contexto, que muitos dos Programas Ambientais propostos
se estenderão ao longo de mais de uma dessas etapas.

Nesta etapa do EIA pretende-se apenas identificar os


Programas considerados necessários, sendo que os
mesmos deverão ser detalhados em nível executivo, ora
quando da solicitação da Licença de Instalação (LI) do
Empreendimento, ora quando da solicitação da Licença de
Operação (LO).

Os programas listados a seguir são basicamente os


propostos pela CPRH no Termo de Referência do estudo,
complementados pela equipe técnica quando foi
considerado pertinente.

Os programas ambientais recomendados para subsidiar as


etapas de licenciamento posteriores são relacionados no

74
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

quadro a seguir e descritos nas suas principais diretrizes


na sequência.

Quadro 8 – Re laç ão de Pr o g r a m as Am bie nt ais Pr o po st o s

APLICABILIDADE APLICABILIDADE
N° PROGRAMA NA FASE DE NA FASE DE
IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
1 PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL + +

2 PROGRAMA DE COMPENSAÇÃO AMBIENTAL + +

3 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL + +

4 PROGRAMA DE REMANEJAMENTO DE POPULAÇÃO +

5 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL + +

6 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL - PCA +

SUBPROGRAMA DE CONTROLE DA OBRA CIVIL; +

SUBPROGRAMA DE CONTROLE DA DRAGAGEM; +

SUBPROGRAMA DE G ERENCIAMENTO I NTEGRADO DE +


RESÍDUOS SÓLIDOS;

SUBPROGRAMA DE C ONTROLE E MONITORAMENTO DE +


EFLUENTES LÍQUIDOS;

SUBPROGRAMA DE C ONTROLE E MONITORAMENTO DE +


QUALIDADE DO AR;

SUBPROGRAMA DE SEGURANÇA E SINALIZAÇÃO. +

7 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS + +

PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS


8 + +
ÁGUAS SUPERFICIAIS

9 PROGRAMA DE REFLORESTAMENTO + +

PROGRAMA DE RESGATE E CONSERVAÇÃO DA FAUNA


10
TERRESTRE

11 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DE FAUNA +

12 PROGRAMA DE SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO +

13 PROGRAMA DE GESTÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL +

75
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

A equipe técnica contou com dois juristas que analisaram todos


os diplomas legais na esfera federal, estadual e municipal à luz
das proposições do projeto, e considerando todas estas normas
ambientais concluíram que o empreendimento é VIÁVEL
JURIDICAMENTE, tendo sido destacados os seguintes aspectos:

1. O órgão ambiental licenciador é a CPRH;

2. O projeto atenderá às diretrizes estabelecidas no Estatuto


das Cidades e na Política Nacional de Mobilidade Urbana;

3. O estudo ambiental apropriado para o projeto é um


EIA/RIMA;

4. Os usos do curso d´água a serem estabelecidos deverão


obedecer a Política Nacional de Recursos Hídricos e o Plano
Estadual de Recursos Hídricos;

5. No caso da dragagem do Rio Paratibe, deverão ser


respeitados os ditames estabelecidos na Resolução CONAMA
nº 344/04;

6. O empreendimento pode ser considerado como de utilidade


pública e interesse social para fins de intervenção em área

76
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

de APP e para efeito de supressão de vegetação de mata


atlântica;

7. Ainda para efeito de supressão de vegetação em área de


preservação permanente, deverá ser obedecida à Legislação
Estadual que determina a necessidade de edição de lei
específica que autorize a referida supressão;

8. A compensação ambiental deverá seguir estritamente as


regras estabelecidas neste parecer;

9. Nos casos de regularização fundiária de interesse específico


dos assentamentos inseridos em área urbana consolidada e
que ocupam Áreas de Preservação Permanente não
identificadas como áreas de risco, por ocorrer ao longo de
um curso d´água – rio Paratibe, deverá ser mantida faixa não
edificável com largura mínima de 15 (quinze) metros de cada
lado;

10. Quanto ao uso do solo, o empreendimento encontra-se


localizado em Zona Especial de Conservação Urbana e
Ambiental – ZECUA do Paratibe, segundo o Plano Diretor
Municipal, demonstrando inteira compatibilidade com o
diploma;

11. O empreendimento está situado dentro da F6 - Subzona


Estuarina do Rio Paratibe e ecossistemas adjacentes, todavia,
as Unidades de Conservação existentes no entorno, segundo
o corpo técnico que elaborou o projeto, não sofrerão
interferências com a urbanização prevista para a localidade;

12. O projeto que prevê a desapropriação por Interesse Social de


alguns imóveis e a retirada de comunidades assentadas –
cerca de 100 famílias – na margem do Rio Paratibe, deverá
obedecer aos regramentos estabelecidos neste parecer;

13. O empreendimento não impactará qualquer sítio arqueológico


conhecido existente na área de influência do
empreendimento, o que faz do empreendimento compatível
com as legislações que determina a preservação de ditos
sítios.

77
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

O ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA foi desenvolvido por


um período de 10 meses por uma equipe multidisciplinar em
rigoroso atendimento ao Termo de Referência n° 05/11 da
CPRH, e em estreito contato com funcionários da Prefeitura de
Paulista, tendo sido abordados todos os itens solicitados no
escopo do referido TR.

O Foco do Estudo está na denominada ZECUA do PARATIBE –


Zona Espacial de Conservação Urbana e Ambiental, definida no
Plano Diretor participativo do município, onde foi reconhecida
sua importância, tanto no aspecto urbanístico, como no
aspecto ambiental. Na ZECUA atualmente se observam as
consequências da ocupação desordenada do solo urbano, que
degradou a cidade nas últimas quatro décadas, dificultando a
vida de seus moradores, pela redução dos espaços habitáveis,
insuficiência dos serviços urbanos (redes de água, esgoto, luz
e telefones), pelas deficiências de transportes coletivos, pela
dificuldade de circulação viária, pela insuficiência dos
equipamentos comunitários, insuficiência e deficiências na área
de instrução, dois serviços sociais e de assistência sanitária,
pela redução de áreas verdes e de lazer, pela promiscuidade

78
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

do comércio e da indústria com as áreas residenciais e de


lazer e pela ocorrência de alagamentos em períodos de
inverno que expõem à comunidade a riscos associados à
poluição da água e à mesma força devastadora da água.

Essa conjuntura de fatores vem penalizando os moradores e


munícipes no Trecho 01 da ZECUA principalmente. Já no
Trecho 03 a situação é diferente. O que se observa são áreas
sem nenhuma serventia, que ficaram abandonadas pelo poder
público na ilusão de uma preservação que hoje não existe
mais, pois diversos impactos ambientais ocorrem nestes locais
nas margens do rio Paratibe e no interflúvio entre este curso
d’água e o Canal das Tintas.

Vem então como resposta do poder público o Plano


Urbanístico da ZECUA do Paratibe, engendrado inicialmente
como uma proposta mais simplificada de dragagem do rio,
que evoluiu para um conjunto integrado de ações destinadas
à requalificação urbana da ZECUA. Essa implantação
compreende uma alternativa estruturada e eficiente de forma a
equilibrar os aspectos socioambientais numa área já
consolidada e de importância histórica no município de
Paulista. Como tal, os princípios, conceitos, ações e padrões
urbanísticos de sustentabilidade estabelecidos no projeto,
traduzem a medida mitigadora mais adequada à requalificação
urbana dessa região estratégica da cidade.

Dentre as diretrizes que norteiam o Projeto, destaca-se a


ocupação da área dentro de uma relação mais equitativa
entre moradores e meio ambiente, entre ambiente natural e
ambiente construído, entre preservação e desenvolvimento
entre expansão urbana e riscos ambientais, entre déficit
imobiliário e espaços disponíveis, entre mobilidade e modais
de transporte.

Em relação ao Projeto Apresentado pelo empreendedor


para consubstanciar a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA),
menciona-se que este se encontrava em nível de avanço
conceitual, mas suficientemente claro, ao ponto de permitir o
entendimento da equipe sobre as principais intervenções macro
que serão requeridas e especialmente, permitindo o
entendimento sobre a espacialização destas informações
dentro do tecido urbano do município e sobre as diferentes

79
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

áreas da ZECUA do Paratibe.

No que tange à Avaliação de Impacto Ambiental, foram


elencados na matriz de avaliação 57 impactos ambientais, 38
deles (66,7%) na fase de implantação e os 19 restantes
(33,3%) alocados na fase de operação. Na Fase de
implantação pelo seu caráter temporário associado a um
período de duração das obras de quatro (04) anos, muitos
dos impactos apresentam um caráter temporário e efeitos
reversíveis, estando associados a desconfortos e riscos típicos
de obras civis.

Considerando todos os impactos ambientais de uma forma


integrada, ficam evidentes os benefícios que serão obtidos
para o município de Paulista no cenário de implantação com
sucesso das intervenções previstas, em diversas dimensões.
Entretanto, fica também evidente que a deflagração ou não
dos impactos negativos mais relevantes, depende da correta
gestão que venha a ser feita por parte do empreendedor, pois
em se tratando de uma proposta integrada, o sincronismo e a
coordenação única de ações são fundamentais para o
almejado sucesso.

Mas acontece que em se tratando do poder público municipal,


essa integração setorial, tão necessária, se constitui em um
verdadeiro desafio, em uma quebra do paradigma. Assim, uma
das principais medidas de mitigação e/ou recomendações do
estudo está na formatação da figura do empreendedor, ora
através da designação de uma secretaria como responsável de
todo o projeto em todas suas etapas, ora através da
constituição de uma empresa de proposito específico que
ficaria responsável por todo o que tiver haver com o
empreendimento.

Finalizando estas considerações e com base em todo o


exposto, conclui-se:

Que as ações estruturadoras na ZECUA do Paratibe em


termos técnicos representam uma proposta consistente,
coerente com a problemática de Paulista e com a política
de revitalização urbana que vem sendo realizada em outras
cidades da RMR, como Recife e Olinda;

Que a diferença de outras intervenções em rios urbanos da

80
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
ZECUA DO RIO PARATIBE – PAULISTA/PE

RMR, no caso do Paratibe está sendo prevista apenas sua


retificação, mas não sua linearização nem descaracterização
como corpo de água natural, pois após as intervenções
continuará com seu leito natural e com sua APP de 30m
garantida ao longo de todo o percurso;

Que as ações estruturadoras na ZECUA do Paratibe trazem


consigo maior segurança no trânsito, maior mobilidade,
diminuição dos riscos de alagamentos urbanos, fomento do
potencial econômico e cultural da região, fomento ao
turismo, ao arranjo econômico e a cadeia produtiva,
potencializando a integração entre municípios;

Que o empreendimento, ao igual que o processo de


licenciamento, vem atendendo as normas ambientais
Federais, Estaduais e Municipais em vigor, não havendo sido
detectado nenhum impedimento jurídico, técnico, ambiental,
social, institucional intransponível que inviabilize a
implantação do projeto;

O empreendimento pode ser considerado como de utilidade


pública e interesse social para fins de intervenção em área
de APP e para efeito de supressão de vegetação de mata
atlântica;

Ainda para efeito de supressão de vegetação em área de


preservação permanente, deverá ser obedecida à Legislação
Estadual que determina a necessidade de edição de lei
específica que autorize a referida supressão;

Que, se observadas as medidas mitigadoras,


compensatórias, assim como os Planos Ambientais
propostos, nos prazos certos e de maneira oportuna, os
impactos ambientais que viessem a ocorrer teriam uma
intensidade tolerável e compatível com as características do
meio ambiente do entorno.

81

Você também pode gostar