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1. RESUMO
Este parecer único não autoriza impactos negativos irreversíveis sobre o patrimônio
espeleológico (cavidades e suas áreas de influência) e condiciona medidas de mitigação
e monitoramentos para salvaguardar a preservação das cavidades avaliadas.
2. INTRODUÇÃO
Este Parecer Único visa subsidiar o pedido de regularização ambiental, sendo a análise
técnica pautada nas informações apresentadas, destacando-se o Estudo de Impacto
Ambiental (EIA) com respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), Plano de Controle
Ambiental (PCA) e demais documentos apresentados, bem como nas constatações
obtidas durante as Vistorias Técnica da equipe da Supram CM realizadas no decorrer da
análise. Além disso, a análise foi baseada nas informações do sistema online IDE-Sisema
(Infraestrutura de Dados Espaciais do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos
Hídricos) e informações complementares solicitadas ao empreendedor.
A mina Várzea do Lopes obteve licenças para operação da cava ao longo dos últimos
anos: em 2009 a produção de 1,5 Mtpa foi licenciada conforme LO nº 258/2009 processo
COPAM nº 1776/2004/010/2009; no ano de 2013 a produção de 6,0 Mtpa foi licenciada
conforme LO nº 122/2013 processo administrativo COPAM 1776/2004/014/2012; e,
posteriormente, foram licenciados 7,0 Mtpa, totalizando 13,0 Mtpa de produção bruta,
sem a necessidade de ampliação da área da cava, obtida em 2015 a LO de nº 055/2015
correspondente ao processo COPAM nº 1776/2004/020/2014.
Trata-se de ampliação da Mina de Várzea Lopes para a atividade de lavra a céu aberto,
a ser desenvolvida no município de Itabirito, às margens da BR 040, km 579, nas
Coordenadas Geográficas: Latitude 20º 17’ 24.62” e Longitude 43°56’32.09”. As atividades
serão realizadas em direito minerário referente à poligonal vinculada ao processo
minerário do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) n° 932.705/2011. A
Figura 1 mostra uma imagem de satélite da ADA do empreendimento.
Figura 2.2.1 - Área Diretamente afetada, Mina Várzea do Lopes. Fonte IDE SISEMA 16/04/2020.
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Expansão objeto do
22,40 1.500.000
Licenciamento
Figura 2.2.2 – Fluxograma Típico de Produção da Mina de Várzea do Lopes em 2020. Fonte: Gerdau
2020, SIAM n° R113654/2020.
Não serão necessárias novas áreas ou ampliação de áreas para a deposição de estéril,
uma vez que a Gerdau já possui áreas licenciadas para dispor o estéril com volume
suficiente para o aumento de vida útil da mina com a ampliação objeto de regularização.
Também não serão necessitárias novas UTMs, bem como aumento de captação de água
das outorgas já concedidas ao empreendimento.
3. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
influência do patrimônio cultural protegido pelo IEPHA-MG. Para tanto, foram solicitados
estudos concernentes e cada critério será tratado em item específico.
Figura 3.1.1 - Áreas Protegidas da região da ampliação da Mina Várzea do Lopes. Fonte: IDE-
Sisema, outubro/2020.
amortecimento não está disponível nos sites oficiais do Estado de Minas Gerais (IDE-
Sisema). Em resposta à solicitação de avaliação técnica feita pela Diretoria de Unidades
de Conservação do IEF, a Gerência de Criação e Manejo de Unidades de Conservação,
também do IEF, informou, por meio do processo SEI 1370.01.0008499/2020-11, que:
Diante isso, informamos que, conforme já explicado pelo Instituto Estadual de Florestas –
IEF, o empreendimento não está inserido na área da Unidade de Conservação MONA
Serra da Moeda.
Quanto a hidrografia regional, a Mina está inserida na bacia do Rio das Velhas, na Serra
da Moeda, que constitui o divisor com a bacia do Rio Paraopeba, as quais fazem parte da
bacia hidrográfica federal do Rio São Francisco.
De acordo com o EIA, na ADA do Projeto de Continuidade das Operações da Mina Várzea
do Lopes não existe cadastro de nascente e curso d´água, não sendo classificada
nenhuma APP de nascente e curso d´água.
Figura 3.2.1 - Reposição da vazão dos cursos d'água afetados. Fonte: EIA, Agosto/2018.
O quarto ponto de reposição (REP-04) foi instalado no Córrego dos Sítios em junho/2015
com a perfuração e operacionalização do poço de rebaixamento PTVL-10. Este poço é
dedicado a reposição neste córrego.
Figura 3.2.2 - Circuitos de distribuição de água da mina Várzea do Lopes, previsão de julho de 2020
em diante. Fonte: SIAM R98748/2020, Agosto/2020.
Tabela 1.3.1.1 – Rede de Amostragem da Qualidade das Águas Superficiais nas AII e AID do Projeto
de Continuidade das Operações da Mina Várzea do Lopes. Fonte: EIA, Agosto/2018.
Com relação ao IQA, as águas foram classificadas como de boa e ótima qualidade.
3.3.2 Qualidade do ar
O empreendimento realiza o monitoramento da qualidade do ar na região de entorno da
Mina Várzea do Lopes através de medições de partículas totais em suspensão (PTS) em
um ponto localizado no condomínio residencial Aconchego da Serra. Além disso, foi
realizada uma campanha de medição de Partículas Totais em Suspensão (PTS) e
Partículas Inaláveis (PI) em dois pontos: QAR-01 localizados no Condomínio VillaBella e
no QAR-02 no Distrito de Ribeirão do Eixo. A seleção desses pontos foi subsidiada pela
proximidade do empreendimento com essas comunidades.
Tabela 3.3.2.1 – Pontos de amostragem de qualidade do ar. Fonte: EIA, Agosto/2018.
Em comparação aos limites definidos pela ABNT - NBR 10.151/2000, alguns resultados
ultrapassaram os padrões. No entanto, os estudos informam que em todos os casos onde
ocorreram resultados de ruído total acima do limite legal, os resultados do ruído ambiente,
quando medidos, foram coincidentes, o que demostra que estes resultados
provavelmente não partiram das atividades atualmente mantidas na operação da mina
Várzea do Lopes, a exceção do resultado de maio/2016 no ponto PRD02 (na propriedade
rural do Sr. Rômulo Chaves na medição no período noturno). Destaca-se, ainda, que, na
ocasião das amostragens, foram percebidos ruídos oriundos de veículos e animais.
3.3.4 Vibração
A avaliação dos níveis de vibração e de pressão acústica das áreas de influência do
Projeto de Continuidade das Operações da Mina Várzea do Lopes foi feita por meio da
medição sismógrafa das detonações realizadas durante as atuais operações para
extração de minério de ferro na cava. As amostragens foram realizadas em campanhas
trimestrais no período de junho de 2015 a março de 2016.
Tabela 3.3.4.1 – Pontos de monitoramento de vibração. Fonte: EIA, Agosto/2018.
3.4 Fauna
Os estudos de fauna apresentados seguiram as etapas de caracterização regional dos
grupos abordados, a partir da compilação de dados secundários disponíveis para a região
de inserção do empreendimento e caracterização das ADA, AID e AII e entorno, e a partir
de dados primários coletados durante os períodos chuvoso e seco, sendo as campanhas
de campo realizadas nas datas mencionadas na tabela 3.4.1 a seguir.
Tabela 3.4.1. Datas das Campanhas de Campo para Coleta de Dados Primários da Fauna e
Comunidades Hidrobiológicas.
Mastofauna
Entre 07 e 11/11/2016
Pequenos Mamíferos Entre 26 e 30/09/2016
não Voadores
Entre 28 e 30/11/2016 e
Mastofauna Quirópteros Entre 26 e 30/09/2016
01 a 02/12/2016
Herpetofauna Entre 05 e 09/09/2016 Entre 28/11/2016 e 02/12/2016
Ictiofauna Entre 23 a 26/05/2017 Entre 03/01/2017 a 05/01/2017
Comunidades Hidrobiológicas 03/05/2017 07/11/2016
Avifauna
Segundo os estudos apresentados, as metodologias utilizadas para a caracterização da
avifauna nas áreas de influência do empreendimento, tiveram como base as principais
premissas expressas nas legislações que norteiam a fase de inventário da fauna
(Instrução Normativa IBAMA nº146/2007 e Instrução Normativa IBAMA nº 05/2011).
Para caracterização das espécies com potencial ocorrência nas áreas de influência do
empreendimento, foram compiladas as listagens de aves contidas em estudos ambientais
diversos já desenvolvidos na região, bem como utilização de dados coletados durante
duas campanhas de campo contemplando os períodos seco e chuvoso de 2016.
O inventariamento da avifauna foi realizado por meio de pontos fixos de escuta nos quais
o observador permaneceu por um período padronizado de 10 minutos em cada um dos
pontos, registrando as espécies visualizadas e identificadas por emissões sonoras. Os
As duas campanhas contaram com 42 pontos fixos de escuta, estes foram definidos
mediante a análise prévia da paisagem presente nas áreas de influência, de forma a
englobassem todas as fitofisionomias.
As espécies foram registradas por visualização com auxílio de binóculo e/ou identificadas
por meio de emissões sonoras e anotadas em caderneta, sendo registrados dados como:
número do ponto, nome científico da espécie, número de indivíduos e o tipo de registro.
Sempre que possível, os técnicos que realizaram os estudos realizavam a gravação da
vocalização com auxílio de um gravador.
As espécies registradas nos estudos fazem parte de uma comunidade composta por
táxons típicos dos Biomas Cerrado e Mata Atlântica, concordando com a vegetação da AI.
Mesmo estando em uma área onde são observadas diversas atividades antrópicas, a
vegetação das áreas de influência apresenta um bom estado de conservação, o que
reflete na comunidade da avifauna registrada nos estudos.
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Os estudos para a mastofauna não voadora foram feitos com base em dados secundários
e primários. Foi feito o levantamento de dados secundários a trabalhos científicos, livros
e, estudos de licenciamento e de monitoramento da fauna realizados na Mina Várzea do
Lopes, e foram utilizados somente os que tiveram coleta de dados primários. Os
resultados destes trabalhos foram utilizados na elaboração da lista de espécies de
Mamíferos de Pequeno, Médio e Grande Porte não voadores registrados na região e com
potencial de ocorrência nas áreas do empreendimento.
Para cada local selecionado para amostragem, foi estabelecido um transecto linear com
15 estações de captura, dispostas em intervalos de aproximadamente 20 metros. Dessa
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forma, cada transecto contou com cerca de 300 m de extensão. Em cada estação de
captura foram instaladas duas armadilhas, totalizando 30 armadilhas por transecto. No
total foram amostrados três transectos.
Para a identificação das espécies foi baseada em Emmons e Feer (1997), Eisenberg e
Redford (1999), Oliveira e Cassaro (2005), Gardner (2007), Borges e Tomás (2008),
Paglia et al. (2012) Becker e Dalponte (2013) e na bibliografia mais atualizada disponível
para cada grupo taxonômico.
A metodologia de busca ativa foi realizada por meio de caminhadas durante o período
diurno e de forma lenta, com o objetivo de produzir poucos ruídos evitando o
afugentamento. Foram realizadas em 7 pontos distribuídos ao longo da área de estudo,
totalizando aproximadamente 7,4 km percorridos.
Dos 52 táxons, 28 foram registrados por meio de entrevistas, sendo quatro delas
registradas exclusivamente através deste método, sendo eles: Sapajus nigritus (macaco-
prego), Conepatus chinga (jaritataca), Coendou prehensilis (ouriço) e Guerlinguetus
ingrami (caxinguelê). Vinte táxons foram registrados por meio de vestígios, pegadas,
tocas, carcaças e fezes. As armadilhas fotográficas registraram 12 táxons, dois deles
confirmados exclusivamente por este método, sendo eles: Dasypus septemcinctus (tatu) e
Mazama gouazoubira (veado-catingueiro). Os registros diretos contaram com sete táxons,
também registrados por outras metodologias. A metodologia de captura registrou 23
táxons, sendo que 22 foram registradas exclusivamente por este método. Os resultados
Os registros apresentaram uma lista de espécies, no que diz respeito ao endemismo, com
a maioria de ampla distribuição geográfica, ocorrendo em mais de um Bioma. Apenas as
espécies Gracilinanus microtarsus (cuíca), Sapajus nigritus (macaco-prego), Callicebus
nigrifrons (guigó), Hylaeamys laticeps (rato-do-mato) e Guerlinguetus ingrami
(caxinguelê), são classificadas como endêmicas do domínio da Mata Atlântica.
No contexto das áreas de influência, cabe destacar que os ambientes inseridos na quase
totalidade da ADA e em grande parte da AID caracterizam-se pela presença de diferentes
tipos de vegetação campestre, como Savana Parque, Savana arborizada e Campos
Rupestres. Correspondem, portanto, ao habitat preferencial dessas espécies e,
possivelmente, representam importantes fontes de recursos e habitat para suas
populações locais. Neste sentido, ressalta-se que Chrysocyon brachyurus (lobo-guará) foi
registrada na AID, através de dados primários, tanto indireta (por meio de pegadas)
quanto diretamente. Além disso, em grande parte desses ambientes foram observados
Com base nas listas oficiais, para cada espécie de morcego registrada na região do
empreendimento, foram adicionadas as informações sobre o status de conservação, e
também as informações relativas ao seu hábito de forrageamento predominante.
O levantamento de campo dos dados primários contou com dez dias efetivos de campo,
sendo cinco deles realizados na estação seca e cinco na estação chuvosa.
Segundo os estudos, nos pontos amostrais, as capturas foram realizadas por meio de
interceptação de voo, com a utilização de redes de neblina. Em cada ponto amostral
foram armadas entre dez e quinze redes de neblina, as quais permaneceram abertas por
um mínimo de seis horas por dia, contemplando cerca de 30 minutos de baixa
luminosidade, durante o crepúsculo. Os horários de atividade variaram de acordo com a
estação do ano e com o horário do pôr-do-sol. As redes foram vistoriadas com intervalos
mínimos de 15 e máximos de 30 minutos, objetivando minimizar o stress de captura dos
espécimes.
A espécie Carollia perspicillata foi capturado quatro vezes durante as campanhas e é uma
espécie, também, com ampla distribuição. Ocorre em áreas de floresta primaria e
secundária, tendo uma importante relação com plantas da família Piperaceae. É
geralmente uma das espécies mais capturadas em inventários no Brasil. A espécies
Artibeus lituratus é um morcego frugívoro com registros que vão do México até a
Argentina, com ampla distribuição na América do Sul. Ocorre em áreas florestais
primárias, secundárias, áreas urbanas e em todos os biomas.
Herpetofauna
A metodologia de dados secundários foi utilizada nos estudos apresentados para a
composição das listas de espécies com potencial ocorrência na área do empreendimento.
Para os dados primários a metodologia utilizada foi a de busca direta por indivíduos
delimitada por tempo, também conhecida como busca ativa. Foi realizada a contagem
visual e/ou auditiva de indivíduos ao longo de um tempo pré-determinado, sendo que o
número de exemplares de cada espécie coletada/ouvida/observada foi registrado em
caderneta de campo. Os pontos de busca ativa tiveram suas coordenadas registradas no
início e ao final da busca, sendo os trechos demarcados, percorridos durante uma hora no
período diurno e noturno.
Segundo os estudos apresentados, a busca ativa diurna foi realizada entre 13h:00 e
16h:00 e a noturna foi realizada no período das 18h às 24h, não ultrapassando o limite de
8 h/dia. O caminhamento foi efetuado de forma lenta e foram vistoriados todos os
ambientes possíveis.
A procura por répteis para o estudo, foi realizada concomitantemente à busca por
espécies de anuros.
O Campo Rupestre sobre canga encontrado na ADA, é ambiente para algumas espécies
de répteis, principalmente lagartos das famílias Teiidae, Tropiduridae e Mabuyidae.
Algumas espécies de anfíbios também podem ocorrer nessa tipologia, pois em algumas
ocasiões, existem depressões no solo e por este ser impermeável, tende a formar poças
temporárias, ambiente que pode ser utilizado por algumas espécies de anfíbios para
reprodução.
Ictiofauna
O empreendimento está localizado na micro-bacia do Ribeirão do Silva que é afluente da
porção alta da sub-bacia do Rio das Velhas, que é um dos principais tributários da bacia
hidrográfica do Rio São Francisco em território mineiro.
O Levantamento de dados primários para a área de influência direta foi realizado em duas
campanhas: uma em janeiro/2017 abrangendo a estação chuvosa, e a outra em
maio/2017 contemplando a estação de seca. Os resultados obtidos nos estudos
mostraram que o status de conservação dos ambientes amostrados apresentou-se
semelhante, sem intervenções significativas e/ou perceptíveis entre as estações
amostradas.
maior curso d´água amostrado foi o Ribeirão do Silva que é o receptor de todas as outras
drenagens amostradas.
A metodologia escolhida foi a de pesca, sendo que para cada ambiente aquático foi
utilizada a técnica mais adequada, baseando-se nas características fisiográficas da
drenagem em questão. As técnicas escolhidas foram de captura ativa com a utilização de
peneiras, puçás e redes de arrasto com tela mosqueteira.
As coletas foram realizadas durante o dia, priorizando os locais que com um conjunto de
características ambientais, que proporcionavam condições mínimas e necessárias para
sustentar uma comunidade de peixes, como locais com vegetação ciliar, disponibilidade
de abrigos e de recursos alimentares.
Podemos considerar que a baixa riqueza relatada nos estudos pode estar relacionada ao
estado de conservação, pequeno porte dos cursos d’água amostrados, e na
especificidade dos microambientes apresentados pelas drenagens.
Comunidades hidrobiológicas
Para o diagnóstico das comunidades hidrobiológicas dos corpos hídricos inseridos na
área de inserção do empreendimento foram usados dados secundários, como: relatórios
A rede de amostragem foi composta por cinco estações de forma a caracterizar a biota
aquática nos principais cursos hídricos da área de influência direta e indireta do
empreendimento.
A identificação taxonômica dos organismos fitoplanctônicos foi feita a nível genérico com
base na literatura nacional publicada por Bicudo e Menezes (2006). A identificação das
espécies foi feita utilizando morfologia e morfometria comparada com as chaves
disponibilizadas e literatura internacional e, no caso de sistemas fluviais, foram utilizadas
as principais fontes de identificação de algas diatomáceas, grupo dominante dessa
biocenose.
Nas coletas foram utilizados dois métodos de amostragem, sendo eles: Kick Ne e Dipping.
Para a comunidade de Fitoplâncton a riqueza média dos cursos hídricos na AII variou de
10,0 taxa no Ribeirão do Silva ponto de jusante a 14,6 taxa no Córrego Pedra Negra.
No ponto de referência do Ribeirão do Silva a riqueza média foi igual a 11,2 taxa,
traduzindo uma diferença longitudinal de 1,2 taxa no trecho avaliado.
De acordo com as listas oficiais, não foram identificados organismos raros ou ameaçados
de extinção.
Os resultados apresentados nos estudos referentes aos atributos investigados acerca das
biocenoses planctônica e bentônica nos mostram uma comunidade com simplicidade
estrutural nos cursos d’água estudados, tanto na estação de chuvas como na de seca.
Quanto aos bentônicos, na campanha de seca o número de taxa foi semelhante em todos
os pontos amostrais com destaque para o Ribeirão do Silva que se manteve como mais
diverso e com a comunidade mais equitativa.
O zooplâncton foi caracterizado por uma comunidade com estrutura mais complexa nas
duas campanhas, sendo que a variação sazonal foi pouco evidente.
A bioindicação gerada pelo índice BMWP classificou os cursos hídricos nas classes boa
qualidade ambiental e muito boa qualidade com valores mais expressivos no Córrego do
Grota (ASP02) e no Ribeirão do Silva (ASP03). A ocorrência de 1 única taxa em ASP01 e
ASP04 na campanha de novembro/2016 impossibilitou o cálculo do índice e por si só é
indicador de comprometimento das condições ambientais favoráveis à colonização da
macrofauna bentônica.
3.5 Flora
O empreendimento está situado no município de Itabirito-MG, na bacia hidrográfica do Rio
das Velhas, vertente leste da Serra da Moeda e oeste da Serra das Serrinhas. A Mina está
inserida no bioma Mata Atlântica, na faixa de transição dos dois Hotspots mineiros, a Mata
Atlântica e o Cerrado.
Levantamento florístico nos Campos Rupestres Sobre Canga na AID e ADA, nos dias
06 e 07 de março de 2017, totalizando dois dias de campo;
Tendo em vista que a área ocupada pela Floresta Estacional Semidecidual em estágio
médio de regeneração ocupa uma área de 1,33 ha, para a coleta de dados
fitossociológicos a metodologia utilizada foi o censo ou inventário 100% onde foram
mensurados todos os indivíduos arbóreos que apresentaram circunferência à altura do
peito (CAP) igual ou superior a 15,7 cm, medida a 1,30 m acima do nível do solo. Para os
indivíduos que perfilharam ou bifurcaram abaixo 1,30 m de altura, todos os seus múltiplos
troncos foram medidos, desde que estivessem dentro do critério de inclusão supracitado.
Foram tomadas ainda as suas medidas de altura do fuste e altura total em metros.
Segundo os estudos apresentados, as árvores mortas em pé também foram
consideradas, porem, por causa da ausência de material botânico, não foi possível
realizar a sua taxonomia, sendo apresentadas como pertencentes a um mesmo grupo
denominado “mortas”.
Os estudos apresentados relataram que, com relação ao habitus 313 espécies são
arbóreas, 281 são arbustivas, 423 são herbáceas, 59 são trepadeiras, três espécies são
parasitas (Cassytha filiformis, Psittacanthus dichroos e Struthanthus flexicaulis), cinco
foram consideradas arborescentes (Agarista eucalyptoides, Pseudobrickellia angustissima
e os samambaiaçus Cyathea delgadii, Cyathea leucofolis e Cyathea villosa).
Os resultados obtidos nos estudos evidenciaram que várias espécies ocorrem em mais de
um tipo de ambiente. Porém, cabe destacar que 49 espécies são exclusivas da Floresta
Estacional Semidecidual, seis espécies foram registradas exclusivamente nos Campos
Rupestres Sobre Quartzito, 29 somente nos ambientes de Cerrado (Savana Parque,
Savana Gramíneo-Lenhosa e Savana Arborizada) e 169 exclusivamente nos Campos
Ferruginosos. Entre as espécies amplamente distribuídas e que ocupam diversos tipos de
ambientes registradas para a AID e ADA do empreendimento, estão as espécies:
Eremanthus erythropappus, Mikania cordifolia, Jacaranda caroba, Clethra scabra,
Lamanonia ternata, Copaifera langsdorffii, Dicranopteris flexuosa, Vismia brasiliensis,
Hyptidendron asperrimum, Leandra aurea, Leandra lacunosa, Miconia albicans, Miconia
pepericarpa, Myrcia splendens, Myrsine guianensis, Borreria verticillata, Smilax
oblongifolia e Pteridium arachnoideum.
Os remanescentes mais extensos, ocorrem nos fundos de vale locais com melhores
condições de solo e umidade, assim a vegetação encontra-se em estágios mais
adiantados de regeneração, o que favorece a manutenção de micro habitats importantes
para o estabelecimento das espécies da flora local. Isso ocorre provavelmente pela maior
distância das bordas, o que dificulta a propagação de queimadas a partir da vegetação
campestre.
Nas bordas de matas sujeitas à ação do fogo pode ser verificada uma intensa colonização
de cipós que, em alguns casos, chegam a cobrir algumas porções do dossel, condi ção
que dificulta a regeneração e prejudica o crescimento das espécies arbóreas e arbustivas,
retardando ali o processo de regeneração.
Os estudos registraram espécies típicos dessa formação para a AID/AII e ADA, como por
exemplo: a Guatteria sellowiana (pindaíba), Copaifera langsdorffii (pau-d’óleo), Lamanonia
ternata (três-folhas), Croton urucurana (sangra-d'água), Machaerium brasiliensis
(jacarandá-bico-de-pato), Casearia arborea (guaçatonga), Hyptidendron asperrimum
(maria-mole), Nectandra oppositifolia (canela), Myrsine umbellata (capororoca), Myrcia
splendens (goiabinhas do mato) e Cupania vernalis (camboatá). Entre as espécies que se
desenvolvem preferencialmente nos trechos mais úmidos e mais preservados estão
Annona cacans (araticum), Ilex paraguariensis (erva-mate), Handroanthus serratifolius
(ipê-amarelo-da-mata), Protium heptaphyllum (breu), Garcinia gardneriana, Tovomitopsis
paniculata, Sorocea bonplandii (leiteiro) e Bathysa australis (pau-de-colher).
Foram registradas nos estudos as espécies arbustivas, como por exemplo: a Justicia
riparia, Leandra melastomoides, Leandra acuminata, Leandra aurea, Miconia corallina,
Miconia pepericarpa, Piper aduncum, Piper anisum e Brunfelsia brasiliensis. Foi
apresentado nos etudos ainda a ocorrência de ervas rupícolas, epífitas e trepadeiras
como as orquídeas Encyclia patens e Polystachya estrellensis, as peperômias Peperomia
diaphanoides, Peperomia tetraphylla e Peperomia velloziana, as samambaias Phlebodium
pseudoaureum e Pleopeltis minarum, as bromélias Aechmea bromeliifolia, Billbergia
elegans e Tillandsia tenuifolia, além das cactáceas Hatiora salicornioides e Rhipsalis
baccifera.
O Índice de Diversidade de Shannon (H’) considera igual o peso entre as espécies raras e
abundantes e quanto maior for o valor de H', maior será a diversidade florística da
população em estudo. O valor H’ obtido na amostragem foi de 3,85 nats/indivíduo e pode
ser considerado alto se comparado com aqueles obtidos em levantamentos realizados em
outros remanescentes na mesma região do estado. O valor de equabilidade (J), que
indica a contribuição proporcional das espécies para a comunidade e possui valor máximo
igual a 1,0 quando todas as espécies possuem abundâncias equivalentes, encontrado na
amostragem foi 0,83 e reflete que ocorre pouca concentração de abundâncias relativas
entre as espécies dominantes.
Ambientes Savânicos
A fisionomias típicas do domínio do Cerrado que ocorrem na AID do empreendimento e
ocupam as encostas menos íngremes e topos de morro onde não ocorrem afloramentos
rochosos, estão presentes em 1.392 ha. A vegetação é predominantemente herbáceo-
arbustiva e as árvores, quando presentes, são isoladas, baixas e tortuosas. O
levantamento de campo apresentado, identificou a coexistência de quatro fisionomias
distintas, conforme composição florística, estrutura, adensamento do estrato arbóreo e
estado de conservação, sendo elas: Savana Arborizada (Cerrado Ralo/Cerrado Denso),
Savana Parque (Campo Sujo) e Savana Gramíneo-Lenhosa (Campo Limpo).
por indivíduos que alcançam até 12 metros de altura, como por exemplo: Symplocos
oblongifolia (congonha), Qualea cordata (pauterra), Plenckia populnea (marmeleiro-do-
campo), Eremanthus glomerulatus (candeia), Copaifera langsdorffii (pau-d’óleo), Guatteria
sellowiana (pindaíba), Eremanthus erythropappus (candeia) e Siphoneugena crassifolia.
Foram registrados alguns locais onde se formam bosques e são encontradas espécies
como a Vochysia thyrsoidea (gomeira) que representa a única espécie com mais de 6 m
de altura. Essa é uma característica típica desta espécie, estando relacionada às
características reprodutivas ou à capacidade de tolerar e/ou acumular alumínio presente
no solo.
Os estudos destacaram que o estrato inferior é denso e composto por muitos indivíduos
jovens de espécies arbóreas, além de espécies herbáceas e arbustivas, como por
exemplo: Remijia ferruginea, Lantana fucata, Psidium cinereum, Ouratea castaneifolia,
Campomanesia adamantium, Jacaranda caroba, Bauhinia rufa, Banisteriopsis
campestres, Solanum subulatum, Eugenia bimarginata e Palicourea rigida.
Como não existe no estado de Minas Gerais legislação específica que apresente os
parâmetros para a classificação dos estágios sucessionais dos encraves de vegetação de
Cerrado dentro do Bioma Mata Atlântica, forma seguidos para os estudos apresentados
os parâmetros propostos na Resolução CONAMA nº423/2010, tendo como balizadores os
dados qualitativos obtidos durante as campanhas de campo. Foi constatado nos estudos
apresentados que as tipologias savânicas encontradas na AID apresentam elevada
riqueza de espécies e se encontram, em geral, em bom estado de conservação, no
entanto, refletem modificações relativas a impactos anteriores como pisoteio e pastoreio
de gado e queimadas recorrentes.
Os estudos citaram também, árvores mortas, além de espécies típicas representadas por
indivíduos em rebrota, o que confirma a ocorrência de queimadas. Foram registradas nos
estudos ainda áreas descaracterizadas pela invasão por espécies exóticas, como a
Melinis minutiflora (capim-meloso). Trata-se de áreas localizadas na porção sul da AID,
muitas delas adjacentes à rodovia BR-040. Importante dizer que a presença da rodovia
representa fonte de impactos negativos sobre a cobertura vegetal, considerando que
muitos dos incêndios têm início nas duas divisas.
Pelo fato de não existir legislação específica e parâmetros para a classificação dos
estágios sucessionais da vegetação de Cerrado no estado de Minas Gerais, assim como
a ausência de estudos que comprovem a aplicabilidade das definições de “estágios
sucessionais” para a vegetação savânica, os estudos apresentados não concluíram se a
vegetação de Savana Parque (Campo Sujo) presente na ADA se encontra em estágio
inicial ou médio de regeneração, mas, segundo os relatos dos estudos, tudo indica que se
tratar de vegetação secundária, em estado de conservação inferior a outros
remanescentes da AID/AII. Para as formações presentes na AID/AII foi relatado o
predomínio de áreas em bom estado de conservação, entretanto, trechos mais alterados,
semelhantes a aqueles relatados para a ADA, também estão presentes.
foram observações feitas em campo no ato da vistoria, que mesmo que a região do seja
frequentemente impactada pela ação do fogo, os Campos Rupestres sobre quartzito
presentes na AID/AII se encontram em bom estado de conservação.
Nas áreas de baixada, na vertente leste da Serra das Serrinhas foram citados locais onde,
ao longo do tempo, ocorreu deposição de sedimentos originados da decomposição das
rochas do entorno, constituindo um solo bastante pedregoso. Trata-se também de uma
fisionomia bastante heterogênea, cuja composição florística e a porcentagem de
cobertura do solo variam em função das características pontuais do substrato e da
disponibilidade de água.
Algumas espécies citadas nos estudos, como a Sinningia rupicola, a Anthurium minarum
e a Acianthera teres crescem diretamente sobre as rochas. O estrato herbáceo é
dominante e composto principalmente por gramíneas, ciperáceas como por exemplo a
Lagenocarpus rigidus e a Fimbristylis autumnalis, orquídeas como a Cattleya caulescens,
Bulbophyllum weddellii, entre outras, e bromélias como a Vriesea minarum, Dyckia
consimilis e Cryptanthus schwackeanus. Em condições mais favoráveis, do estrato
graminoso existem arbustos e sub-arbustos lenhosos, predominando espécies das
famílias Asteraceae como por exemplo o alecrim Symphyopappus brasiliensis e a
Baccharis reticularia, a arnica Lychnophora ericoides, Melastomataceae dos gêneros
Marcetia, Microlicia, Tibouchina e Pleroma e Ericaceae como a Gaylussacia brasiliensis e
a Gaylussacia chamissonis.
Ao longo da ADA e AID foi registrado nos estudos a presença de elevada riqueza florística
e de trechos bem preservados desta tipologia, mesmo sendo a região sujeita a ocorrência
de incêndios devido a sua localização nas adjacências de rodovia e em vários locais
sejam encontrados adensamentos de capim meloso, sobretudo na porção sul da AID.
Entre as espécies arbustivas mais comuns registradas nos estudos, estão a Acritopappus
longifolius, Ageratum fastigiatum, Baccharis platypoda, Baccharis retusa, Dasyphyllum
sprengelianum, Hololepis pedunculata, Symphyopappus brasiliensis, Gaylussacia
brasiliensis, Ocotea tristes, Heteropterys campestres, Cambessedesia corymbosa e
Luxemburgia octandra. Além de Pseudobrickellia brasiliensis, Chresta sphaerocephala,
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Instalação rural
Estes ambientes têm ocorrência pontual nas áreas de influência e compreendem as
benfeitorias rurais e seu entorno imediato, onde a vegetação é representada basicamente
por espécies ornamentais e frutíferas, grande parte delas é exóticas. Existe também áreas
com pastagem e algumas áreas de plantio de culturas anuais como o milho, ou áreas de
cultivo semipermanentes com capim.
Taludes revegetados
Estes ocupam 3,37 ha na ADA e 6,85 ha na AID. São locais onde foram plantadas
sementes de espécies de rápido crescimento com o objetivo de estabilização do solo e a
prevenção ao desenvolvimento de processos erosivos. Trata-se de ambientes
considerado de pouca relevância do ponto de vista da conservação da flora.
Eucaliptal
Estes plantios estão restritos às cortinas arbóreas localizadas no entorno da rodovia BR-
040 e também no entorno de instalações da mineração. Trata-se de 20,62 ha na AID e
0,57 ha na ADA e incluem desde árvores imaturas, com alturas próximas a 4 m, a alguns
indivíduos de grande porte. A ausência de manejo permite algum desenvolvimento de
espécies nativas, disseminadas a partir dos remanescentes de cerrado e matas do
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Pastagens
Foram consideradas nos estudos as áreas da AID onde a cobertura nativa foi substituída
por gramíneas exóticas utilizadas para o forrageio do gado, como a braquiária (Brachiaria
spp.). Em alguns trechos desenvolvem-se os pastos sujos, que são caracterizados pela
presença plantas jovens de espécies arbóreas e indivíduos de espécies herbáceas e
arbustivas pioneiras. É considerado ambiente pouco significativo do ponto de vista da
conservação, dado o caráter generalista das espécies e a baixa complexidade estrutural
da formação.
Processos Erosivos
Segundo os estudos apresentados, o solo da AID/AII do empreendimento apresenta
elevada suscetibilidade à erosão hídrica e consequentemente alta erodibilidade.
Associada a esta característica observa-se na região a ocorrência de queimadas e
desmatamentos, fazendo com que esse aspecto seja potencializado. Sendo assim, são
observados na AID alguns processos erosivos (voçorocas), onde a vegetação nativa já se
desenvolve e promove a estabilização, de forma natural, sem que tenha sido tomada
qualquer providencia.
São locais com solos pobres e lixiviados, sendo que as espécies que ocorrem ali são
consideradas tolerantes a estas condições. São observados o adensamentos da espécie
Dicranopteris flexuosa, de algumas espécies herbáceas e arbustivas típicas de Cerrado,
como por exemplo a Davilla rugosa, Croton antisyphiliticus, Trimezia juncifolia,
Banisteriopsis anisandra, Banisteriopsis campestris, Duguetia fufuracea, Campomanesia
adamantium, Palicourea rigida, e também, indivíduos jovens de espécies arbóreas típicas
de cerrado como por exemplo a Schefflera macrocarpa, Stryphnodendron adstringens,
Myrsine guianensis, Cordiera sessilis, Solanum lycocarpum ou florestais pioneiras como a
Cecropia hololeuca, C. pachystachya e Tibouchina sellowiana.
Por motivos da topografia acidentada e do solo pouco adequado para agricultura, essas
tipologias não sofreram pressão em relação a agropecuário, no entanto, estão sujeitos a
queimadas frequentes. Por isso são encontradas em diversos estágios de conservação
e/ou regeneração.
Imagem 3.5.1. Limites das Áreas Licenciadas e do Projeto de Continuidade das Operações
da Mina Várzea do Lopes. Fonte: PUP, 2020.
3.6.1 Histórico
O início dos estudos espeleológicos na área da Mina Várzea do Lopes ocorreu no âmbito
da análise do pedido de Licença de Operação – LO para o Processo Administrativo
COPAM nº 01776/2004/014/2012, subsidiado pelo Parecer Único nº 214/2013, pautado
com sugestão para o deferimento na 66º Reunião Ordinária da URC Rio das Velhas, em
30 de julho de 2013.
Faz-se oportuno destacar que foi acatado o pedido de supressão de 10 cavidades, são
elas VL-01, VL-02, VL-03, VL-04, VL-05, VL-06, VL-07, VL-09, VL-11 e VL-47, o que
implicou em uma das condicionantes do Parecer Único nº 214/2013, que estabeleceu a
compensação espeleológica via ICMBio/CECAV por meio de Termo de Compromisso
Ambiental, calcado no art. 7º da Instrução Normativa ICMBio nº 30/2012. Esta
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O Parecer Único nº 214/213 definiu o grau de relevância Máximo para cavidade VL-48,
pois os atributos Habitat para a preservação de populações geneticamente viáveis de
espécies de troglóbios endêmicos ou relictos e Habitat de troglóbio raro foram
evidenciados por meio do registro da espécie Parahhropalites sp. nov. 5. (Ordem
Collembola, Família Sminthuridae).
Diante deste cenário cabe registrar que a definição final do grau de relevância da
cavidade VL-53 já fora encerrada pela equipe técnica da SUPRAM CM, cabendo ao
empreendedor, caso opte por solicitar a alteração, recorrer ao Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade nos termos do artigo 2 o e inciso 9º do Decreto nº
99.556/1990 e alterado pelo Decreto nº 6.640/2008:
“Diante de fatos novos, comprovados por estudos técnico-científicos, o
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico
Mendes poderá rever a classificação do grau de relevância de cavidade
natural subterrânea, tanto para nível superior quanto inferior. (Incluído pelo
Decreto nº 6.640, de 2008)”.
Para fins deste parecer único, considera-se a cavidade VL-53 com grau alto de
relevância, sendo necessária a apresentação de proposta de compensação espeleológica
para incidência de impactos negativos irreversíveis.
3.6.2 Prospecção espeleológica e amostra de cavidades
Posteriormente a publicação do Parecer Único nº 214/2013, novos documentos foram
apresentados com a prospecção espeleológica na área da Mina Várzea do Lopes. O EIA
do “Projeto de Continuidade das Operações da Mina Várzea do Lopes - Itabirito/MG”
(protocolo SIAM nº 0601632/2018), em seu Anexo VI, trouxe os resultados da prospecção
ao longo da área do empreendimento. Para o presente parecer único será adotado o
recorte do caminhamento espeleológico realizado na ADA e em seu entorno de 250
metros.
A prospecção espeleológica abrangeu uma área total de 289,4 hectares, dos quais 15,7
hectares apresentaram potencial médio para ocorrência de cavidades, 10,1 hectares alto
potencial e 263,6 hectares muito alto potencial espeleogenético. A malha de
Tabela 3.6.1. Cavidades naturais subterrâneas localizadas na ADA e no entorno de 250 metros. (* revisão
SUPRAM-CM).
horizontal (m)
Coordenadas
Desnível (m)
Volume (m³)
Área (m²)
Projeção
SIRGAS 2000
Cavidade
UTM E UTM N
e RVL-0095) foram classificadas com grau de relevância baixo no item 3.6.2 deste
parecer único, estão, portanto, dispensadas da definição da área de influência.
Esta dispensa de definição de área de influência é respaldada pela ATA da 22º reunião
ordinária do GRUPE (Grupo Interdisciplinar de Espeleologia), realizada em 30/05/2019,
onde foi definido que uma cavidade classificada com o grau de relevância baixo, segundo
o Artigo 12º da Instrução Normativa MMA nº 02/2017, o empreendedor pode solicitar
autorização de intervenção na cavidade e assim ser dispensado de apresentar estudos de
avaliação de impacto, definição da área de influência real, bem como adoção de medidas
de controle e mitigação de impactos ambientais. Diante deste alinhamento, o
empreendedor fica dispensado de apresentar os referentes estudos para as cavidades
elencadas como de baixa relevância neste do PU.
A manutenção da integridade física das cavidades é de suma importância, uma vez que
as vibrações podem resultar no aparecimento de trincas e/ou abertura ou ampliação de
descontinuidades geológicas nas paredes das cavidades, bem como alterações nas
características internas, tais como o rompimento de espeleotemas, desabamentos do teto
e das paredes, o que pode proporcionar a instabilidade geral da cavidade.
Com a ampliação da área da cava da Mina Várzea do Lopes, a cavidade RVL-0011 estará
à cerca de 55 metros desta estrutura, ao passo que a VL-15, que integra o Grupo 1 de
cavidades, terá a menor distância em relação à cava: 145 metros. Estas distâncias são
superiores ao raio de proteção sismográfico de 50 metros proposto para as cavidades,
com uma carga máxima por espera de 10 kg, como forma de mitigação dos impactos
decorrentes das vibrações que chegam às cavidades. O Quadro 3.6.1 apresenta os valores
de carga máxima por espera para diferentes distâncias, para um valor de vibração inferior
ao critério de segurança estrutural estabelecido (5 mm/s).
Quadro 3.6.1. Carga máxima por espera (CME) para diferentes distâncias em relação às cavidades. (fonte:
protocolo SIAM nº 113654/2020).
Outro fator que contribui diretamente para tal dinâmica evolutiva é o processo de recuo da
escarpa rochosa na qual a cavidade RVL-0011 se insere, uma vez que com a
continuidade deste recuo há uma tendência da redução das dimensões da cavidade,
principalmente de sua projeção horizontal. Como indicativo deste recuo da escarpa tem-
se os sedimentos cascalhentos autóctones, angulosos e de constituição ferruginosa,
oriundos da desintegração da rocha alojante, que estão dispostos de forma concentrada
da seguinte maneira: próximo à claraboia, representado majoritariamente por calhaus, e
nas outras duas entradas, compostos por matacões. Nota-se, ainda, um leque de
sedimentos na entrada leste, ocupando cerca de 1/3 dessa porção.
Desta forma, para garantir a manutenção do aporte atual de água e sedimentos, a Carste
(2018) delimitou a área de contribuição hidrossedimentar superficial da cavidade RVL-
0011, como apresentado na Figura 3.6.4. A justificativa para este limite é que:
inventário da fauna subterrânea de uma determinada região, quando este foi subsidiado,
como frequentemente o é, por eventos amostrais bastante reduzidos e restritos às
cavernas. A metodologia apresentada pela IN MMA Nº02/2017 já foi reiteradas vezes
criticada, entre outros motivos, pela quantidade absurdamente reduzida de eventos
amostrais (Trajano e Bichuette, 2010 1; Trajano, 20132).
Sistemas radiculares
O estudo apresentado pela Carste (2018) apresenta como área de influência para a
caverna RVL-0011 o equivalente a 0,11 hectares, porção que está totalmente inserida na
área do Monumento Natural da Serra da Moeda e, quase majoritariamente, abarcada pela
área de influência aprovada na 66ª Reunião Ordinária da URC Rio das Velhas, em 30 de
julho de 2013, indicada pelo Grupo 1 de cavernas (VL-12, VL-13, VL-14, VL-15) (Figura
3.6.5).
Figura 3.6.5. Sobreposição da Área de Influência proposta para a RVL-0011 (Carste, 2018) com Área de
Influência aprovada para as cavidades do Grupo 1 e a Área Do Mona Da Serra da Moeda. Fonte:
R0068620/2019.
alteração do grau de relevância, que mudou de Máxima para Alta relevância. Entretanto,
como não será avaliada a proposta de compensação espeleológica neste parecer único, o
empreendedor deverá adotar todas as medidas de mitigação e controle ambiental nesta
cavidade.
i. zona afótica;
Consta nos autos do processo, por meio do protocolo R0113654/2020, no Anexo 23, o
Ofício nº 1408/2020/COTEC IPHAN-MG/IPHAN-MG-IPHAN, de 08 de outubro de 2020,
onde “recomenda-se a manifestação conclusiva favorável desta Superintendência ao
pleito de anuência” sem óbices quanto ao Patrimônio Arqueológico, referente ao
"Relatório Final - Área 1 Prospecção Arqueológica da Propriedade da Gerdau - Várzea do
Lopes - Itabirito/ MG" onde foi aprovado o Parecer Técnico nº 124/2020 com as
complementações requeridas pelo Oficio nº 1519/2019/DIVAP IPHAN-MG/IPHAN-MG-
IPHAN.
Diante do exposto acima e com base no que foi apresentado pelo empreendedor, as
cavidades VL-0012, RVL-0013, RVL-0014, RVL-0015, RVL-0016, RVL-0017, RVL-0093 e
RVL-0095 ficam definidas com o grau baixo de relevância.
Reforça-se mais uma vez que diante desta classificação e com base na ATA da 22º
reunião ordinária do GRUPE, estas cavidades ficam dispensadas de estudos de avaliação
de impacto, definição da área de influência real bem como adoção de medidas de controle
e mitigação de impactos ambientais. Ainda sobre esta classificação, de acordo com o Art.
4º § 5º do Decreto Federal nº 99556/1990, aletrado pelo Decreto Federal nº 6640/2008,
em caso de incidência de impacto negativo irreversível em cavidades com grau baixo de
relevância, o empreendedor está dispensado da adoção de medidas e ações para
assegurar a preservação de outras cavidades naturais subterrâneas.
IV – recursos hídricos;
VI – a diversidade biológica;
Ao todo, 6 cavidades (VL-12, VL-13, VL-14, VL-15, VL-37 e RVL-0011) estão localizadas
em alta vertente, em face oposta à área destinada à lavra da Mina Várzea do Lopes. As
demais cavidades (VL-48, VL-49, VL-50, VL-51 e VL-52) estão inseridas em média
vertente na face leste da serra da Moeda. Todas as cavidades desenvolvem-se sob
escarpamentos rochosos, em sua maioria, contínuos e irregulares.
O estudo da Brandt (2019) informa que em nenhuma das cavidades visitadas foram
observadas drenagens significativas, mas há indicativos de feições hidrológicas, ainda
que não estivessem ativas no momento da visita.
A Carste (2018) informa em seus estudos que a cavidade RVL-0011 foi avalada no início
do período úmido, sendo a vistoria “precedida de diversos e intensos eventos pluviais”.
Neste sentido, “observou-se gotejamento intenso ao longo da linha d'água das três
entradas, além de pontos de gotejamento menos intensos ao longo de todo o teto, que é
pouco espesso, podendo escoar por pequenos trechos e, rapidamente, infiltrar nos
Com relação aos depósitos químicos têm-se que a presença de crostas ferruginosas de
coloração diversa, coraloides, escorrimentos e pingentes. No interior da cavidade RVL-
0011 são observados depósitos químicos do tipo crostas ferruginosas bastante
localizadas, finas, com cerca de 5 cm² de área, coloração avermelhada e algumas vezes
amareladas e acinzentadas com aspecto lustroso. Uma pequena porção de crosta branca
ocorre na parede sul e pequenas concentrações de coraloides pontiagudos, pretos e de
até 1 cm de comprimento dispostos próximos à claraboia. Microrganismos e musgos
dificultam identificação de espeleotemas, ou mesmo sua formação.
Os principais recursos tróficos que aportam às cavidades são compostos por raízes,
serapilheira, detritos e fezes de vertebrados não voadores. Segundo Brandt (2019), não
foi registrada a presença de guano nas cavidades. As raízes e a serapilheira são oriundas
da vegetação presente no entorno das cavidades, porém não se limita a esta, pois devido
o intrincado emaranhado de canalículos, comumente observado em canga, o transporte
de matéria orgânica, seja dissolvida ou particulada, bem como animais invertebrados
diminutos, pode ter origem em pontos distantes.
3.7 Socioeconomia
Figura 3.7.1- Área de Influências do meio socioeconômico - constantes nos autos do processo PA nº
01776/2004/029/2018
AID: Moeda
Este município não conta com a atuação de uma Secretaria de Meio Ambiente em sua
estrutura administrativa, nem tampouco de um conselho municipal de meio ambiente.
AID: Itabirito
Quanto à coleta de resíduos, esta que é transportada três vezes por semana para o aterro
sanitário de Itabirito. Já as folhagens, ramos e troncos de poda são transportados duas
vezes por semana para a Mineração Herculano (áreas de reabilitação) para
Com relação ao esgotamento sanitário, é realizado por meio de fossas sépticas e sua
limpeza está sob a responsabilidade do SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgoto de
Itabirito.
Foi realizada a entrevista via contato telefônico em 12/08/2020 com o Dr. Wilfred Brandt,
vice-presidente da Associação de Proprietários do Aconchego da Serra – APAS. Ele
quando indagado sobre as atividades minerárias, na região, mencionou sua preocupação
quanto ao rebaixamento do lençol freático com o comprometimento de três poços
artesianos, além de nascentes localizadas no município de Moeda.
Quanto à coleta de resíduos, realiza-se duas vezes por semana pela Associação dos
Moradores e conduzida ao aterro sanitário de Itabirito. A coleta seletiva se faz presente no
condomínio (realizada quinzenalmente) e destinada à Associação dos Catadores de
Materiais Recicláveis de Itabirito - ASCITO.
Foram prestadas informações via e-mail em 17/08/2020 pelo Sr. Ygor Pessoa, Presidente
da Associação do Condomínio VillaBella. Segundo o entrevistado, os principais problemas
ambientais foi a presença de animais peçonhentos ou não; a perturbação da paz e
sossego; o fluxo intenso de caminhões de minério e as “explosões”/detonações nas
operações de mineração e o ruído proveniente das atividades minerárias e da rodovia BR-
040; a poeira excessiva proveniente das atividades exploratórias no entorno; o impacto
nos mananciais de água da região, principalmente nos subterrâneos.
O sítio (Fazenda da Rocinha) conta com duas casas, sendo uma de alto padrão de
construção com 400 m2 de área coberta. Seus proprietários residem em Belo Horizonte.
Foi realizada a entrevista via contato telefônico em 12/08/2020 com o Dr. Rômulo Chaves
Mendes proprietário do Sítio, conhecido como Fazenda da Rocinha.
Nesta visita, foi informado que o lago maior secou, após a contenção, localizada a
jusante, ter cedido, há cerca de 4 anos atrás, e esta situação foi confirmada. Além disso, o
Sr. Rômulo e acompanhantes informaram que em uma edificação ocorreram trincas, mas
que em função de uma reforma posterior não poderiam mais ser avaliadas.
Figura 3.7.2 - Localização da Residência do Sr. Rômulo Chaves Mendes em relação à área do Projeto de
Continuidade da Mina Várzea do Lopes
A Gerdau fez contato com o proprietário para autorização e recepção da equipe técnica
que fará a avaliação das condições das edificações em até 30 dias após o final da
pandemia devido ao COVID19, o qual será condicionada este parecer.
O entrevistado apontou também a poluição sonora causada pelo ruído das máquinas,
inclusive à noite e a poluição atmosférica como os principais problemas ambientais da
região.
Este sítio apresenta três benfeitorias: o domicílio do proprietário que reside no local com a
família, o domicílio do caseiro e um alojamento/oficina/depósito (guarda de ferramentas),
totalizando 40 m2. Não é praticada nenhuma atividade econômica nesta área.
O Sr. José Raphael informou que há ruínas da antiga Fazenda do Aredes. Além de relatar
a tranquilidade “relativa” da região como aspecto positivo da localidade.
Para ele, as atividades desenvolvidas pela mineração não trazem benefícios para a região
e os maiores problemas gerados pela mineração são: poluição visual, poluição
atmosférica, poluição sonora e perigo na circulação viária (BR-040/Mina Ponto Verde) e o
barulho dos caminhões e do maquinário em operação da Gerdau
Patrimônio Cultural
Cabe informar que a Área 1 definida para os estudos arqueológicos engloba a área da
Cava da Mina Várzea do Lopes, conforme informado pelo empreendedor.
Quanto ao diagnóstico dos Bens de Natureza Imaterial foi aprovado pelo IPHAN, por meio
do OF/GAB/IPHAN MG nº 0984/2013 em 12/06/2013.
Eucalipto 0,57
TOTAL 22,40
Tabela 5.2. Área Diretamente Afetada pelo Projeto Mina Várzea do Lopes.
Estrutura Área Licenciada (ha) Área da Ampliação (ha) Área Total
(Licenciada + Ampliação)
6. COMPENSAÇÕES
Ainda com relação aos efluentes líquidos, são gerados efluentes oleosos nas oficinas e no
posto de combustível também existentes nas instalações de apoio operacional da mina.
Nestas instalações existem sistemas de controle por meio dos separadores de água e
óleo (SAO), onde os resíduos de óleos são recolhidos periodicamente, sendo dada a
devida destinação final conforme previsto no Plano de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos – PGRS da Gerdau. São previstas, também, nas oficinas e no posto de
combustível, medidas de controle de vazamentos produtos químicos, como pavimentação
dos pisos e caixas de contenção evitando-se a contaminação do solo e das águas.
Com relação aos impactos ocasionados pela drenagem pluvial com o lançamento de
sólidos nos cursos d’água da AID e no entorno da UTM, parte dessa drenagem é coletada
pela própria cava, sendo utilizada nos processos da mina, e parte é coletada pelas
canaletas de drenagem existentes que direcionam o efluente pluvial para sumps (bacias
escavadas), que tem por função o controle da velocidade do escoamento e a retenção de
sólidos com a clarificação do efluente antes do lançamento nos cursos d’água a jusante.
Na etapa de operação não haverá acréscimo na geração destes efluentes uma vez que a
mão-de obra operacional será mantida, não havendo incremento, nem mesmo nas
estruturas de apoio operacional (oficinas, posto de abastecimento, restaurante e
escritórios).
Vale salientar que estas unidades citadas se encontram licenciadas por meio dos PAs:
1776/2004/020/2014, PU 112/2015 no qual são apresentados semestralmente os
relatórios de cumprimento de condicionante. O monitoramento é realizado por meio do
Programa de Monitoramento das Águas Superficiais e Efluentes, o qual será dado a
continuidade.
O monitoramento é realizado por meio de amostragens de águas superficiais e efluentes
em pontos estratégicos e parâmetros previamente estabelecidos como sendo aqueles que
melhor indicam os efeitos ou a qualidade ambiental que se quer avaliar, possibilitando
apresentar resultados estatisticamente representativos.
Conforme condicionado nas licenças anteriores, a empresa envia, semestralmente,
relatórios referentes ao monitoramento de 17 (dezessete) pontos, atendendo aos
parâmetros: Temperatura da água, pH, turbidez, cor verdadeira, sólidos totais dissolvidos,
oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio – DBO (5 dias, 20 °C), ferro solúvel,
ferro total, manganês total, manganês solúvel, alumínio total, alumínio solúvel,
detergentes, óleos e graxas, índice de fenóis, sólidos suspensos totais, Coliformes
termotolerantes (Coliformes fecais), Coliformes totais, Estreptococos fecais, fitoplâncton e
zoobenton.
Ademais, de forma a evitar o carreamento de sedimentos, o empreendimento possui o
Programa de Monitoramento Geotécnico da Cava, bem como a realização de ações
previstas no Programa de Controle de Processos Erosivos e no Plano de Recuperação de
Áreas Degradadas - PRAD.
Resíduos Sólidos
Na operação do empreendimento serão gerados resíduos sólidos nas frentes de serviço
de lavra, durante a supressão da vegetação, e nas atividades realizadas nas instalações
de apoio de mina e resíduos domésticos (lixo de banheiros e lodo sanitário, papel,
plásticos, dentre outros), gerados principalmente nos refeitórios e banheiros.
As atividades de manutenção de equipamentos diversos implicam na geração de resíduos
oleosos, como restos de graxa de lubrificação, estopas e materiais contaminados com
óleos e graxas. Trata-se de um impacto potencial e se restringe à área onde está
localizado o aspecto de origem (local), sua abrangência é classificada como pontual e de
incidência indireta.
O empreendimento Mina Várzea do Lopes possui local específicos para a coleta e o
armazenamento temporário dos resíduos sólidos. Já se encontra em execução no
empreendimento Programa de Gestão de Resíduos Sólidos que atua como medida de
controle da geração de resíduos sólidos, sendo condicionante neste PU a manutenção do
programa.
Considerando a publicação da Deliberação Normativa COPAM nº 232/2019, a empresa
deverá apresentar, semestralmente, a Declaração de Movimentação de Resíduo – DMR,
emitida via Sistema MTR-MG, referente ao transporte e destinação final dos resíduos
gerados pelo empreendimento, quando, então, adequações, caso necessárias, serão
solicitadas.
Já quanto aos resíduos sólidos não considerados como declaratórios pela DN 232/2019
deverão ser destinados para empresas regularizadas ambientalmente, devendo o
empreendedor apresentar, semestralmente, relatório com o quantitativo, a nota fiscal e
cópia da licença ambiental da empresa responsável pela coleta, tratamento e destinação
final desses resíduos.
Alteração da qualidade do ar
Os impactos ambientais relativos às emissões atmosféricas da atividade de mineração
estão relacionados às atividades de decapeamento, detonações na cava, movimentação
de minério e estéril e tráfego de veículos e equipamentos em vias não pavimentadas nas
áreas do Projeto, levando a suspensão de material particulado, implicando
consequentemente na alteração da qualidade do ar.
Outro impacto presente na atividade é a emissão de gases de combustão, provenientes
da queima de combustíveis fósseis, como máquinas e caminhões, capazes de impactar a
qualidade do ar ao longo da sua operação.
Para controle da emissão de material particulado na atmosfera, está prevista a
continuidade da operação de caminhões-pipa que irão realizar a aspersão constante nas
vias em caminhões com 30.000 litros de capacidade, acessos e demais áreas com solo
exposto durante toda vida útil do Projeto de Continuidade das Operações da Mina Várzea
do Lopes. Prática associada com o aperfeiçoamento dos planos de fogos empregados.
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Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
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Ruídos e Vibrações
Os impactos ambientais da mineração relativos à alteração dos níveis de ruído ambiental
estão relacionados a diversos fatores, a movimentação e operação de máquinas e
equipamentos na cava, às instalações industriais, ao transporte e disposição de estéril em
pilha, e ao transporte de produtos.
No que tange às vibrações, as operações de detonação, com uso de carga explosiva para
o desmonte das rochas, são a principal causa para o impacto, além de interferir também
na pressão acústica.
Para a mitigação destes impactos, além da manutenção preventiva das máquinas e
equipamentos, as atividades de desmonte de rochas na Mina Várzea do Lopes deverá ser
elaborado e atualizado sempre o plano de fogo controlado, de forma a ser prevista a
adoção de horários fixos para a realização das detonações além do Programa de Controle
e Monitoramento Sismográfico, conforme atualmente realizado pela Gerdau.
Para o monitoramento do ruído ambiental, a Gerdau executa um programa de
monitoramento em três pontos de amostragem: na propriedade rural do Sr. Rômulo
Chaves, na estrada asfaltada lateral ao condomínio VillaBella e um Condomínio
Aconchego da Serra. A partir da análise dos resultados obtidos no monitoramento no EIA,
os níveis de ruídos encontram-se dentro dos limites definidos pelas leis ambientais e
normas técnicas, com exceção daqueles que sofrem interferências externas da Mina
Várzea do Lopes, como a BR-040.
Tendo em vista que a ampliação do empreendimento em questão não acarretará
alterações na estrutura, serão mantidos os mesmos equipamentos e caminhões de
transporte de minério, os níveis de pressão sonora no entorno da Mina Várzea do Lopes
não sofrerão alterações, em relação àqueles já avaliados e monitorados conforme. Diante
disso será mantido o Programa de Controle e Monitoramento de Ruído Ambiental.
A operação de lavra de minério de ferro, ao longo da vida útil da Mina Várzea do L opes,
tem ocasionado a alteração da paisagem local, causando impacto visual às comunidades
e moradores no entorno e também aos usuários da rodovia BR-040.
A ampliação da cava céu aberto da Mina Várzea do Lopes, objeto deste EIA, afetará uma
área de 22,4 ha. Essa ampliação será observada na alta vertente leste da Serra da
Moeda, no município de Itabirito.
Tendo em vista o caráter irreversível deste impacto, deve ser aplicada medida
compensatória estabelecida pelas leis vigentes e prevista no Programa de Compensação
Ambiental e também as medidas mitigadoras previstas no Plano de Recuperação de
Áreas Degradadas – PRAD.
Geração de Impostos
A continuidade da exploração de minério de ferro na Mina Várzea do Lopes significa a
continuidade dos empregos diretos e indiretos, além da arrecadação de impostos para o
município de Itabirito (AID), principalmente da CFEM, do ISS e ICMS.
Para potencializar o impacto, adotará as ações de Absorção da Mão‐ de‐ obra Local.
Recomenda-se a adoção das Ações de Absorção da Mão‐ de‐ obra Local para
potencializar os benefícios da geração de empregos.
Este impacto é classificado como negativo, de incidência indireta, já que resulta de outros
impactos, de abrangência local, uma vez que possui potencial para atingir a AID do
empreendimento, reversível, considerando que, cessada a fonte de emissão os
incômodos desaparecem, temporário e de ocorrência em longo prazo, dada à vida útil da
mina. Em vista disso, resulta num impacto de média magnitude, pela presença de
Condomínios Residenciais Aconchego da Serra e VillaBella e os estabelecimentos rurais
no entorno da Mina Várzea do Lopes.
Afugentamento da fauna
Em função da operação da Mina Várzea do Lopes na região, assim como da ocupação
humana e da intensa movimentação de veículos na rodovia BR-040, a fauna local já se
encontra exposta aos ruídos e ao trânsito local de máquinas e pessoas. Durante a
operação do empreendimento, haverá a continuação do stress nas comunidades da fauna
local gerando o afugentamento de espécimes da fauna silvestre.
Considerando o grau de conectividade dos ambientes campestres e florestais observados
ao longo das Áreas de Influência do empreendimento, podemos acreditar que esta fuga
dos espécimes da fauna se direcione no sentido de áreas adjacentes com vegetação
similar àquela prevista para ser suprimida.
Como consequência, os indivíduos da fauna continuarão suscetíveis a atropelamentos,
em função de vias com trânsito intenso de veículos no entorno, e a encontros agonísticos
provocados pela ocupação de territórios de outros indivíduos e pelo aumento da
competição intraespecífica, o que poderá levar à ocorrência de óbitos ou lesões.
Dessa forma, o impacto de afugentamento da fauna é caracterizado como negativo;
direto, pois decorrerá de uma ação do empreendimento; de abrangência regional, pois
possivelmente alcançará a AID e AII do; de ocorrência em curto prazo; reversível e
temporário, em função dos fatores causadores do impacto cessarem após a vida útil do
projeto, permitindo o retorno dos espécimes afugentados ou o estabelecimento de novos
indivíduos nas áreas adjacentes. Em função da cobertura vegetal da ADA ser composta
em grande parte por vegetação campestre, formação a qual se encontra associadas
espécies endêmicas ao Bioma Cerrado, este impacto é classificado como de baixa
magnitude.
Para a minimização deste impacto, o empreendedor propôs a continuidade do Programa
de Educação Ambiental - PEA. Aplica-se também as Ações de Sinalização das Vias e
Normatização de Condução de Veículos Leves e Pesados com o objetivo de controlar e
gerenciar a velocidade dos veículos.
Além das ações mencionadas acima, o Programa de Monitoramento da Fauna também
poderá avaliar as possíveis alterações causadas por este impacto e, durante a etapa de
implantação, bem como o Projeto de Supressão da Vegetação e o Programa de
Acompanhamento de Supressão e Eventual Salvamento da Fauna durante a supressão
da vegetação.
A dinâmica sedimentar das cavidades dentro do contexto atual e de forma mais ampla,
em relação ao material alóctone, está relacionada à dois elementos principais: (i) o aporte
direto de sedimentos por meio das entradas e o (ii) aporte de sedimentos via canalículos
e/ou estruturas geológicas.
Quanto à dispersão dos particulados, cabe salientar que a direção predominante dos
ventos que incidem sobre a ADA é de sudeste e leste. Desta forma, entende-se que para
as cavidades VL-12, VL-13, VL-14, VL-15 e VL-37 não é previsto o aporte de particulados
no interior destas, uma vez que tais cavidades estão inseridas na vertente oposta ao
empreendimento.
A cavidade RVL-0011 e sua área de influência, por sua vez, estão inseridas no topo da
serra da moeda, a oeste do empreendimento, portanto, geograficamente susceptíveis à
alteração da dinâmica sedimentar por dispersão de particulado. Entretanto, devido à
declividade da área e ao desnível topográfico entre a área fonte e as áreas de influência
e, considerando a densidade do particulado de composição ferruginosa, entende-se que
este impacto tem baixa probabilidade de ocorrer (Carste, 2018).
As medidas de controle ambiental apontadas no EIA (Sete, 2018) para evitar a geração de
material particulado envolvem ações do Plano de Gestão da Qualidade do Ar, como
umectação de vias por meio de caminhão pipa.
Este impacto foi classificado com natureza negativa, caráter temporário, reversível se
adotadas corretamente as medidas de controle e mitigação, efeito sinérgico e magnitude
baixa à desprezível.
A alteração da integridade física das cavidades deve ser analisada considerando três
dimensões principais, a saber: i) fonte emissora de vibração; ii) propagação das ondas
sísmicas pelo terreno; iii) fragilidade da caverna. Para os dois primeiros elementos, o
controle das fontes de vibração e da propagação das ondas no terreno pode se dar por
meio da aplicação de medidas, como aquelas propostas no EIA (Sete 2018). Além destas,
tem-se a implantação de plano de fogo adequado seguindo os parâmetros dispostos no
item “manutenção da integridade física” e no Quadro 3.6.1.
Já a Brandt (2020) não apresentou este tipo de análise para as demais cavidades, apenas
houve uma recomendação de “adoção de monitoramento sismográfico, como elemento de
controle das emissões sísmicas” para as cavidades mais próximas ao limite de
adequação da cava proposto para a mina, são elas a VL-14 e VL-15.
Este impacto foi classificado com natureza negativa, caráter permanente, irreversível se
incidir sobre as cavidades, efeito sinérgico e magnitude baixa. O caráter irreversível deste
impacto está relacionado a impossibilidade de restauração da integridade física das
cavidades uma vez que ocorram trincas ou abatimentos nas cavidades em decorrência
das atividades de desmonte de rocha. Portanto, a adoção dos parâmetros para a carga
máxima por espera e da VPP são fundamentais.
Conforme Brandt (2020), o presente impacto ambiental pode ser considerado secundário,
visto que poderá ocorrer em função da alteração do relevo/paisagem, pois com as
atividades de decapeamento das camadas superficiais do solo, supressão da vegetação e
terraplanagem, as drenagens superficiais e os processos de infiltração d´água serão
alterados.
As cavidades VL-12, VL-13, VL-14, VL-15, VL-37, RVL-0012, RVL-0013, RVL-0014, RVL-
0015, RVL-0016 e RVL-0017 inserem-se na vertente oeste da serra e, desta forma, tem
menor probabilidade de sofrerem alterações na dinâmica hídrica ou serem afetadas pelo
carreamento de material originário da atividade minerária.
As cavidades VL-48, VL-49, VL-50, VL-51, VL-52, RVL-0093 e RVL-0095, por sua vez,
estão inseridas na verte leste da serra, estão, portanto, mais propensas aos efeitos das
atividades da mina, o mesmo pode ser apontado para a cavidade RVL-0011, que está
inserida no topo da serra da Moeda.
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Este impacto foi classificado com natureza negativa, caráter temporário, reversível se
adotadas corretamente as medidas de controle e mitigação, efeito sinérgico e magnitude
baixa à desprezível, exceto para a cavidade VL-48 que estão previstos impactos
negativos irreversíveis em decorrência “parte do material movimentado pela estruturação
das bancadas do talude seria carreado para as drenagens que, por ação da água das
chuvas, os transportariam em direção às cavernas ocasionando sedimentação imediata,
tanto dos cursos d’água quanto da rede de canalículos que mantém suas respectivas
dinâmicas hidráulicas, ocasionando um impacto direto”.
As informações apresentadas são sobre maneira limitadas, sem qualquer discussão sobre
os dados pretéritos ou secundários. Não foram apontados quais aspectos ambientais
poderiam implicar em impactos sobre a fauna cavernícola ou aquele presente no entorno
imediato.
Não foram apontadas medidas mitigadoras para este impacto, logo é necessário avaliar o
aporte de recursos tróficos, sobretudo àqueles oriundos de fezes de vertebrados não
voadores, bem como a dinâmica da presença de morcegos nos cavidades e áreas
adjacentes. Tais acompanhamentos dar-se-ão por meio do monitoramento de aporte de
recurso tróficos e de fauna cavernícola.
8. PROGRAMAS AMBIENTAIS
As ações deste programa serão viabilizadas por meio de boletins impressos, spots de
rádio, release para a imprensa e páginas na internet e redes sociais; realização de
reuniões públicas; canal de comunicação direta entre população e empreendedor, entre
outros.
O PRAD para atividades enquadrados nas Classes 1 a 4, deverá ser protocolizado com
antecedência mínima de seis meses da data prevista para o encerramento das atividades,
de acordo com o previsto no artigo 4º da Deliberação Normativa COPAM Nº 220, de 27 de
novembro de 2018, que estabelece diretrizes e procedimentos para avaliação ambiental
da fase de fechamento de mina.
Nas áreas onde será realizada a supressão da vegetação florestal será dado
aproveitamento ao o material proveniente da destoca, juntamente com galhos, raízes e
serrapilheira, após a retirada do material lenhoso.
Reconformação da cava
A reconformação topográfica da cava será feita por meio da construção de taludes de
corte repartidos em bancadas, visando a uma maior estabilidade dos mesmos, conforme
especificações técnicas do projeto geotécnico.
Sobre as leiras de proteção ao longo das bancadas serão plantadas mudas de espécies
nativas pioneiras, preferencialmente daquelas registradas nas áreas de canga. As mudas
serão plantadas em covas entre a vegetação de gramíneas e leguminosas, já instalada,
com um espaçamento de 3 em 3 m em linha sobre as leiras. Os plantios com mudas
serão feitos preferencialmente durante os meses de outubro a fevereiro.
A meta deste projeto é realizar o resgate de propágulos em pelo menos 75% da área de
supressão vegetal antes do início do processo de supressão; acompanhar esse processo
durante toda a sua duração prosseguindo o resgate; e acompanhar a destinação do
material resgatado até o terceiro ano da operação.
Todo o processo de resgate da flora deverá ser monitorado e documentado, para que se
mantenha o registro sistematizado dos procedimentos adotados, das ações bem
sucedidas e das dificuldades encontradas e também para que se possam adequar as
ações, quando necessário.
Para isto o trabalho será realizado em duas etapas, sendo a primeira, a limpeza de sub-
bosque e retirada da vegetação arbustiva com o auxílio de foice. Na segunda etapa serão
cortadas as árvores com o auxílio de motosserras, respeitando o direcionamento
estabelecido nas etapas anteriores. Nessa fase será observada, com a ajuda dos
trabalhadores, a presença de árvores com ocos ou buracos, os quais podem servir de
abrigo para pequenos animais. Assim que as árvores forem sendo derrubadas, será
realizada uma vistoria nos troncos e galhos, na busca de ninhos e possíveis animais
escondidos em meio aos galhos.
A destinação final do material lenhoso será definida pela equipe da Gerdau. Os usos a
serem considerados são:
Monitoramento da Fauna
O empreendimento realiza a execução do Programa de Monitoramento de Fauna da Mina
de Várzea do Lopes de forma integrada considerando todas as licenças ambientais
associadas ao empreendimento e contendo alterações metodológicas objetivando
apresentar recomendações técnicas para o manejo e conservação da fauna local, com
ênfase às espécies ameaçadas e de interesse para a conservação.
Herpetofauna
A amostragem da herpetofauna será realizada durante quatro dias de campo por
campanha nos microambientes favoráveis a ocorrência de anfíbios e répteis por meio do
método de procura ativa direta por tempo limitado em agregações reprodutivas (brejos,
riachos, lagoas etc.), na vistoria de refúgios potenciais (troncos caídos, pedras, entulhos
ou restos de habitações humanas, etc.) e no deslocamento a pé em trilhas no interior de
mata nos períodos diurno e noturno.
Avifauna
Este programa tem como objetivo promover a ampliação do conhecimento taxonômico e
biogeográfico das espécies de aves que ocorrem nas principais fitofisionomias da região;
além de diagnosticar alterações nas comunidades de aves presentes nas áreas sobre a
influência do empreendimento.
Mastofauna
A amostragem da mastofauna compreenderá a fauna de pequenos, médios e grandes
mamíferos não voadores e quirópteros.
A coleta de dados sobre mamíferos de médio e grande porte consistirá na coleta de dados
primários com armadilhas fotográficas e procura por vestígios (busca ativa por
evidências), tendo como principal objetivo registrar a presença ou ausência das espécies
em cada polígono hexagonal a partir de um mesmo esforço de amostragem. Para
armadilhas fotográficas o esforço será de 10 dias de amostragem por câmera por
unidade. Já para as amostragens de busca ativa por evidências a padronização será de
duas horas de amostragem por unidade hexagonal.
Esta atividade deverá ser conduzida para as cavidades RVL-0011, VL-12, VL-13, VL-14,
VL-15, VL-37, VL-48, VL-49, VL-50, VL-51 e VL-52.
O objetivo é identificar as zonas frágeis das cavidades, que indicam maior propensão à
ocorrência de abatimentos, possibilitando acompanhar eventuais alterações na
integridade física. Este programa deverá ser aplicado às cavidades RVL-0011, VL-12, VL-
13, VL-14, VL-15, VL-37, VL-48, VL-49, VL-50, VL-51 e VL-52 e é composto pelas
seguintes etapas:
UTM E UTM N
9. CONTROLE PROCESSUAL
10. CONCLUSÃO
11. ANEXOS
Anexo I. Condicionantes para Licença Ambiental LAC1 do empreendimento Gerdau S.A. -
Mina Várzea do Lopes;
Anexo II. Programa de Automonitoramento da Licença Ambiental LAC1 do
empreendimento Gerdau S.A. - Mina Várzea do Lopes;
Anexo III. Autorização para Intervenção Ambiental - AIA do empreendimento Gerdau
Açominas S/A - Ampliação da Mina Várzea do Lopes;
Anexo IV. RELATÓRIO TÉCNICO SUPRAM CM N.º 40 de 31/07/2020 – Programa de
Educação Ambiental
ANEXO I
Condicionantes para Licença de Operação Corretiva do empreendimento Gerdau
Açominas S/A – Ampliação da Mina Várzea do Lopes
* Salvo especificações, os prazos são contados a partir da data de publicação da Licença na Imprensa
Oficial do Estado.
IMPORTANTE
Os parâmetros e frequências especificadas para o Programa de Automonitoramento
poderão sofrer alterações a critério da área técnica da Supram Central Metropolitana, face
ao desempenho apresentado;
Qualquer mudança promovida no empreendimento que venha a alterar a condição ori ginal
do projeto das instalações e causar interferência neste programa deverá ser previamente
informada e aprovada pelo órgão ambiental.
Os relatório técnicos apresentados deverão vir acompanhados de Anotação de
Responsabilidade Técnica - ART do responsável pelas informações.
ANEXO II
Programa de Automonitoramento da Licença de Operação Corretiva do
empreendimento Gerdau Açominas S/A – Ampliação da Mina Várzea do Lopes
1. Resíduos Sólidos
1. Resíduos sólidos e rejeitos abrangidos pelo Sistema MTR-MG
Apresentar, semestralmente, a Declaração de Movimentação de Resíduo – DMR, emitida via
Sistema MTR-MG, referente às operações realizadas com resíduos sólidos e rejeitos gerados pelo
empreendimento durante aquele semestre, conforme determinações e prazos previstos na
Deliberação Normativa Copam 232/2019.
QUANTITATIVO TOTAL
TRANSPORTA DO SEMESTRE
DESTINAÇÃO FINAL
DOR
RESÍDUO
(tonelada/semestre)
Taxa Quantid
Denomina de Destinador / Empresa ade Quantid OBS.
Quantid
ção e geraçã Razã Endereç responsável Destina ade
ade
código da Orige Class o o Tecnologi da Armaze
o Gerada
lista IN m e (kg/mê social complet a (*) nada
IBAMA s) o
13/2012 Razão Endereço
social completo
5 - Incineração
2.1 Observações
O programa de automonitoramento dos resíduos sólidos e rejeitos não abrangidos pelo Sistema MTR-
MG, que são aqueles elencados no art. 2º da DN 232/2019, deverá ser apresentado, semestralmente,
em apenas uma das formas supracitadas, a fim de não gerar duplicidade de documentos.
O relatório de resíduos e rejeitos deverá conter, no mínimo, os dados do quadro supracitado, bem
como a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas informações.
As doações de resíduos deverão ser devidamente identificadas e documentadas pelo empreendedor.
As notas fiscais de vendas e/ou movimentação e os documentos identificando as doações de resíduos
deverão ser mantidos disponíveis pelo empreendedor, para fins de fiscalização.
2. Qualidade do Ar
Observações:
ANEXO III
Autorização para Intervenção Ambiental - AIA do empreendimento Gerdau
Açominas S/A - Ampliação da Mina Várzea do Lopes
1. IDENTIFICAÇÃO DO PROCESSO
4.1 Denominação: Fazenda Serra da Moeda 4.2 Área total (ha): 2.180,846
4.3 Município/Distrito: Itabirito - MG 4.4 INCRA (CCIR):
4.5 Matrícula no Cartório Registro de Imóveis: 14610 Livro: 02 Folha: 01 Comarca: Itabirito
4.5 Matrícula no Cartório Registro de Imóveis: Livro: Folha: Comarca:
X (6): 610754 Datum: SAD-69
4.6 Coordenada Plana (UTM)
Y (7): 7755418 Fuso: 23 K
5. CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DO IMÓVEL
Quantidade
6.1 Tipo de Intervenção Passível de unid.
Requerida
Aprovação
6.1.1 Supressão da cobertura vegetal nativa com destoca 8,57 8,57 ha
6.1.2 Supressão da cobertura vegetal nativa sem destoca - - ha
6.1.3 Intervenção em APP com supressão de vegetação nativa - - ha
6.1.4 Intervenção em APP sem supressão de vegetação nativa - - ha
6.1.5 Destoca em área de vegetação nativa - - ha
6.1.6 Limpeza de área, com aproveitamento econômico do material lenhoso. - - ha
6.1.7 Corte árvores isoladas em meio rural (especificado no item 12) - - un
6.1.8 Coleta/Extração de floresta plantada (Eucalipto) 0,76 0,76 ha
6.1.9 Coleta/Extração produtos da flora nativa (especificado no item 12) - - kg
6.1.10 Manejo Sustentável de Vegetação Nativa - - ha
6.1.11 Regularização de Ocupação Antrópica Consolidada em APP - - ha
Demarcação e Averbação ou Registro - - ha
Relocação - - ha
6.1.12 Regularização de
Recomposição - - ha
Reserva Legal
Compensação - - ha
Desoneração - - ha
7. COBERTURA VEGETAL NATIVA DA ÁREA PASSÍVEL DE APROVAÇÃO
__________________________
Michele Alcici Sarsur
MASP: 1.197.267-6
ANEXO IV
RELATÓRIO TÉCNICO SUPRAM CM N.º 40 DE 31/07/2020
CNPJ: 17.159.518/0001-75
Síntese histórica
Estes documentos foram analisados pela equipe da Supram CM, conforme descrito a
seguir:
Ressalta-se que as escolas que se encontram nas AIDs e que já fazem parte do
atual PEA foram incluídas nas atividades do PEA, voltadas para os corpos docentes e
discentes, ressaltando, porém, o caráter não formal do processo educativo proposto. As
escolas que serão objeto de atuação do PEA da Gerdau são apresentadas no quadro a
seguir, com suas respectivas localizações:
Projetos de
Carga
Educação Metas Indicadores Cronograma
horária
Ambiental Proposto
Atividade de 1 oficina nos • Implantar 5 (cinco) oficinas de •Preenchimento de 70%
educação ambiental bairros da Educação Ambiental e Práticas das vagas para as 5
e práticas AIDs das Sustentáveis até o (cinco) oficinas de
sustentáveis para a unidades da final do primeiro semestre, do Educação Ambiental e
comunidade Gerdau, primeiro ano, a partir do início do Práticas Sustentáveis.
totalizando PEA nas • Ampliação 50% da
5 oficinas comunidades das AIDs da Gerdau, percepção de visão
Unidades Usina Ouro Branco, Mina sistêmica de meio
Várzea do ambiente.
Lopes e Mina Miguel Burnier. • Ampliação em 30% a
• Disseminar práticas ecológicas percepção sobre as
aplicadas ao cotidiano doméstico. potencialidades locais
• Ampliar o vocabulário ambiental relacionadas ao
para promover a conscientização patrimônio ambiental
ambiental. regional;
• Valorizar o Patrimônio Ambiental Obtenção de 70% de
(sociocultural, arqueológico, compreensão de
histórico e natural – conceitos básicos e
conservação da fauna e da flora expressões relacionados
local). às questões ambientais
• Divulgar e fortalecer as iniciativas locais e globais.
1º semestre
comunitárias relacionadas às • Ampliação em 30% das
questões pró- ações proambientais
ambientais através de práticas cotidianas em casa e no
sustentáveis, para melhoria da trabalho,
qualidade de vida individuais e coletivas.
com base na sustentabilidade local. • Obtenção de 70% de
• Ampliar o conhecim ento sobre as compreensão de
bacias hidrográficas dos rios Velhas conceitos básicos e
e Paraopeba expressões relacionados
e seus afluentes que drenam a à gestão de recursos
região, com especificidades locais. hídricos e bacia
• Possibilitar a extensão de atitudes, hidrográfica;
valores e comportamentos em • Obtenção de 20% de
relação às compreensão de técnicas
questões ambientais locais. de recuperação,
revitalização e
conservação das
nascentes, córregos e rios
e conservação da fauna e
flora local e
regional;
Atuação de
demandas não-
previstas no
planejamento anual
A ser programada
do PEA decorrentes
entre as oficinas
de
especificidades de
grupos sociais das
AIDs.
Encontros Anuais de 2h cada ● Adesão de 90% dos gestores das ● Indicador de capacidade
Educação Ambiental reunião unidades (Usina Ouro Branco, Mina de mobilização, expresso
para Gestores Várzea do Lopes pelo Número de
e Mina de Miguel Burnier) aos empregados totais
Encontros Anuais. x número de participantes
nas atividades formativas;
● Indicador de evolução
da aderência das
1 (um) encontro anual,
gerências e áreas de
um para os gestores
trabalho nas unidades,
da Usina Ouro Branco
expresso pelo Número e
e outro para gestores
percentual de
das Minas Várzea do
participantes por gerência
Lopes e Miguel
ou unidade de
Burnier.
gestão;
● Indicador de execução
das atividades, expresso
pelo Número de ações de
formação
ambiental previstas com
os empregados x número
de ações realizadas.
O cronograma das atividades para o público interno será conforme figura abai xo
3- Avaliação e monitoramento
5. Conclusão