Você está na página 1de 134

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020

Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020


Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 1 de 134

PARECER ÚNICO Nº 0496096/2020 (SIAM)


INDEXADO AO PROCESSO: PA COPAM: SITUAÇÃO:
Licenciamento Ambiental 01776/2004/029/2018 Sugestão pelo deferimento.
Licença de Operação Corretiva (LOC) –
FASE DO LICENCIAMENTO: VALIDADE DA LICENÇA: 06 anos
LAC 1

PROCESSOS VINCULADOS CONCLUÍDOS: PA COPAM: SITUAÇÃO


Outorga 38835/2019 Deferida

APEF 03823/2018 Deferida

EMPREENDEDOR: Gerdau Açominas S.A. CNPJ: 17.227.422/0001-05

EMPREENDIMENTO Gerdau S.A. (Mina Várzea do Lopes) CNPJ: 17.227.422/0142-38


MUNICÍPIO(S): Itabirito ZONA: Urbana
COORDENADAS GEOGRÁFICA
LAT/Y 20º 17’ 24.62” LONG/X 43°56’32.09”
(DATUM): WGS 84
LOCALIZADO EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO:
INTEGRAL X ZONA DE AMORTECIMENTO USO SUSTENTÁVEL NÃO
Reserva Biológica Municipal Campos Rupestres de Moeda Sul e Reserva Biológica Municipal
NOME: Campos Rupestres de Moeda Norte;
BACIA FEDERAL: Rio São Francisco BACIA ESTADUAL: Rio das Velhas
UPGRH: SF5 – Região da Bacia do Rio das Velhas SUB-BACIA: Rio dos Peixes e Córrego Fazenda Velha

CÓDIGO: ATIVIDADE OBJETO DO LICENCIAMENTO (DN COPAM 217/2017): CLASSE

A-02-03-8 Lavra a céu aberto – Minério de Ferro 03


CONSULTORIA/RESPONSÁV EL TÉCNICO: REGISTRO:
SETE Soluções e Tecnologia Ambiental Ltda. / Evandro de Registro Crea-MG 64.648/D
Alvarenga Moreira ART nº 1-40632268

RELATÓRIO DE VISTORIA: DATA:


Auto de Fiscalização n° 107406/2019 17/07/2019
Auto de Fiscalização n° 111165/2020 06/05/2020

EQUIPE INTERDISCIPLINAR MATRÍCULA ASSINATURA

Mateus Romão Oliveira 1.363.846-5


Priscilla Martins Ferreira 1.367.157-3
Cláudio Augusto Ribeiro de Souza 1.475.494-9
Vandré Ulhoa Soares Guardiero 1.473.313-3
Michele Alcici Sarsur 1.197.267-6
Maria Luisa Ribeiro Teixeira Baptista 1.363.981-0
De acordo: Karla Brandão Franco
1.401.525-9
Diretora Regional de Regularização Ambiental
De acordo: Verônica Maria Ramos do Nascimento França
1.396.739-3
Diretora Regional de Controle Processual

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 2 de 134

1. RESUMO

O empreendimento Gerdau Açominas S/A – Mina Várzea do Lopes atua no setor de


mineração, exercendo suas atividades no município Itabirito - MG. Em 24/08/2018, foi
formalizado, na Supram Central Metropolitana, o processo administrativo de licenciamento
ambiental de nº 01776/2004/029/2018, na modalidade de licença ambiental concomitante
em uma única fase LAC 1 (LP+LI+LO), sendo reorientado posteriormente para fase
Licença de Operação Corretiva – LOC, após constatada infração, se mantendo a
modalidade LAC 1.
Como atividade a ser licenciada, o empreendimento objetiva a lavra a céu aberto de
minério de ferro, com uma produção bruta de 1.500.000 toneladas por ano. Cabe salientar
que já existe em operação a lavra de minério de ferro, LO N° 55/2015, PA
01776/2004/020/2014, com uma produção bruta de 13.000.000 tonelada/ano. Trata-se de
ampliação da atividade existente com aumento da Área Diretamente Afetada, sendo
autorizado um incremento na produção bruta, totalizando 14.500.000 tonelada/ano.
Nas datas de 26 de junho e 04 de julho de 2019, ocorreram vistorias técnicas ao
empreendimento a fim de subsidiar a análise da solicitação de licenciamento ambiental,
na qual foi constatada a sua conformidade ambiental com as medidas de controle
instaladas.
Com relação à água utilizada pelo empreendimento, a Mina Várzea do Lopes possui
outorga para rebaixamento do lençol freático, Processo de Outorga n° 38835/2019, não
sendo necessária nova autorização, referente ao licenciamento anterior da cava. Desta
água, parte é usada nas instalações operacionais da Mina de Várzea do Lopes e parte na
restituição de cursos d'água impactados. A vazão outorgada corresponde a 624 m³/h.
A área do empreendimento está localizada em uma zona de transição entre os domínios
do Cerrado e da Mata Atlântica, dentro dos limites do Quadrilátero Ferrífero, uma região
considerada prioritária para a conservação da biodiversidade em Minas Gerais e de
importância biológica “Especial”, em função da alta riqueza de vertebrados, do
endemismo de alguns grupos, além da presença de campos rupestres ferruginosos,
ambientes de distribuição restrita no estado.

Foram registrados nos estudos espécies da mastofauna incluídas em categorias de


ameaça. Dentre elas pode-se citar: Chrysocyon brachyurus (lobo-guará) e a Lycalopex
vetulus (raposinha). Os estudos também registraram duas espécies da ictiofauna que se
encontram ameaçadas de extinção, sendo elas: Harttia leiopleura e Neoplecostomus
franciscoensis classificadas como vulneráveis.

O empreendimento está inserido na Zona de Amortecimento das Reservas Biológicos


Municipais Campos Rupestres de Moeda Norte e Sul, Unidades de Conservação de
Proteção Integral. Foi concedida anuência do órgão gestor das UCs, conforme previsto na
Resolução CONAMA n° 428/2010.

As áreas de Reserva Legal das propriedades do empreendimento se encontram em


conformidade com a Legislação Ambiental em vigor e em bom estado de conservação.
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 3 de 134

Importante dizer, que neste processo de Licenciamento Ambiental, não existem


intervenção previstas para as áreas de Reserva Legal.

A área de intervenção requerida para o empreendimento corresponde a 22,40 hectares,


dividido nas tipologias de uso e ocupação do solo: Campo Rupestre Ferruginoso, Área
Revegetada, Eucalipto com sub-bosque Floresta Estacional Semidecidual em estágio
inicial, Floresta Estacional Semidecidual em estágio médio de regeneração, Floresta
Estacional Semidecidual em estágio inicial de regeneração, Savana Parque, de eucalipto
e áreas antropizadas. Não estão previstas intervenções em Área de Preservação
Permanente - APP.

As compensações que se enquadram para o empreendimento são: Compensação


ambiental prevista na Lei do SNUC - Lei Federal nº 9.985/2000; Compensação por
supressão de vegetação no bioma da Mata Atlântica - Lei Federal 11.428/2006;
Compensação por supressão de vegetação nativa em empreendimento minerário - Lei
Estadual nº 20.922/2013; e Compensação de espécies protegidas por lei e ameaçadas de
extinção - Portaria MMA nº 443/2014 e leis específicas.

O empreendimento tem a presença de 16 cavidades naturais subterrâneas em seu


entorno de 250 metros. Dentre estas cavidades, cinco foram classificadas com grau baixo
de relevância com base no Art. 12º da IN MMA nº 02/2017, além de outras três localizadas
além dos 250 metros de entorno da ADA. Também foi definida a área de influência para a
cavidade RVL-0011. Para as demais cavidades avaliadas neste parecer, a área de
influência fora definida no âmbito do Parecer Único nº 214/2013.

Pela avaliação de impacto ambiental sobre o patrimônio espeleológico, estariam previstos


impactos negativos irreversíveis sobre a cavidade VL-48, classificada com grau alto no
Parecer Único nº 214/2013. Para tanto, foi apresentada proposta de compensação
espeleológica com as cavidades VL-67 e RVL-0096, apresentadas como salvo conduto
para autorização destes impactos. A proposta de definição do grau de relevância destas
cavidades não será tratada no presente parecer único e será avaliada futuramente por
meio de um adendo à este PU.

Este parecer único não autoriza impactos negativos irreversíveis sobre o patrimônio
espeleológico (cavidades e suas áreas de influência) e condiciona medidas de mitigação
e monitoramentos para salvaguardar a preservação das cavidades avaliadas.

Os resíduos líquidos gerados pelo empreendimento são os efluentes sanitários,


provenientes de banheiros químicos na área do empreendimento, que são recolhidos e
encaminhados por empresa terceirizada até a ETE da Usina Presidente Arthur Bernardes
da Gerdau em Ouro Branco.
Para controle da emissão de material particulado, o empreendimento realiza aspersão de
vias e monitoramento atmosférico da área do entorno do empreendimento.
As demais unidades de apoio como: oficinas, posto de abastecimento, restaurante e
escritórios que contemplam o complexo minerário, foram regularizados por meio do PA nº

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 4 de 134

1776/2004/010/2009, LO n° 258/2009, atualmente em processo de renovação por mei o do


Processo Administrativo COPAM nº 01776/2004/021/2015.
Foi apresentada declaração de inexistência de impactos em bens ou áreas tuteladas por
outros órgãos, nos termos do Art. 27 da Lei Estadual nº 21 .972/2016, documento
acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica.
Desta forma, a Supram Central Metropolitana sugere o deferimento do pedido de licença
ambiental (Licença de Operação Corretiva – LOC) do empreendimento Gerdau
Açominas – Mina Várzea do Lopes.

2. INTRODUÇÃO

Este Parecer Único visa subsidiar o pedido de regularização ambiental, sendo a análise
técnica pautada nas informações apresentadas, destacando-se o Estudo de Impacto
Ambiental (EIA) com respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), Plano de Controle
Ambiental (PCA) e demais documentos apresentados, bem como nas constatações
obtidas durante as Vistorias Técnica da equipe da Supram CM realizadas no decorrer da
análise. Além disso, a análise foi baseada nas informações do sistema online IDE-Sisema
(Infraestrutura de Dados Espaciais do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos
Hídricos) e informações complementares solicitadas ao empreendedor.

2.1. Contexto Histórico

O empreendimento Gerdau Açominas S.A. formalizou em 24/08/2018 na


Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana (SUPRAM
CM) o pedido de regularização ambiental vinculado ao Processo Administrativo (PA)
COPAM n° 01776/2004/029/2018.

O empreendimento pretende desenvolver a seguinte atividade descrita na Deliberação


Normativa Copam nº 217, de 06 de dezembro de 2017, conforme FCE apresentado sob
protocolo SIAM n° R075657/2019:

Código Atividade Capacidade Classe Porte


A-02-03-8 Lavra a céu aberto – Minério de Ferro 1,5 Mt/ano 3 M

A partir do FCE retificado, a classe predominante resultante para o empreendimento foi a


Classe 3, para um critério locacional 2, resultando na modalidade LAC2. No entanto o PA
em epígrafe foi reorientado para modalidade de Licenciamento Ambiental Concomitante
em uma única fase – LAC 1, contemplando Licença de Operação Corretiva (LOC),
conforme solicitação feita pelo empreendedor através do protocolo R075657/2019.

A Deliberação Normativa COPAM n° 217/2017 no art. 8° e §6° permite, para


empreendimentos já licenciados, que as ampliações sejam enquadradas de acordo com
as características de porte e potencial poluidor/degradador de tais ampliações e que estas
possam se regularizar por LAC 1 (LOC).

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 5 de 134

A mina Várzea do Lopes obteve licenças para operação da cava ao longo dos últimos
anos: em 2009 a produção de 1,5 Mtpa foi licenciada conforme LO nº 258/2009 processo
COPAM nº 1776/2004/010/2009; no ano de 2013 a produção de 6,0 Mtpa foi licenciada
conforme LO nº 122/2013 processo administrativo COPAM 1776/2004/014/2012; e,
posteriormente, foram licenciados 7,0 Mtpa, totalizando 13,0 Mtpa de produção bruta,
sem a necessidade de ampliação da área da cava, obtida em 2015 a LO de nº 055/2015
correspondente ao processo COPAM nº 1776/2004/020/2014.

Os estudos apresentados são de responsabilidade técnica da empresa de consultoria


SETE Soluções e Tecnologia Ambiental LTDA. Ressalta-se que foram apresentadas as
Anotações de Responsabilidade Técnicas (ARTs) dos profissionais referentes aos
levantamentos de campo para os meios físico, biótico e socioeconômico, bem como
elaboração dos estudos ambientais. O responsável pelo EIA é a engenheira de Minas
Dinalva Celeste Fonseca, número de registro CREA-MG 22.118 (ART n°
14201700000003973828).

Na data de 11/07/2019, foi realizada a primeira vistoria técnica no empreendimento por


analistas da Supram CM com enfoque no meio físico e na espeleologia, no qual foi gerado
o Auto de Fiscalização 107406/2019, no qual foram solicitadas informações adicionais.
Entre outros aspectos, na presente vistoria foi constatada a intervenção que excede o
limite licenciado da cava (LO 055/2015), em sua porção noroeste, tendo o empreendedor
realizado supressão de vegetação nativa em área de preservação permanente (APP), em
uma área de aproximadamente 3,06 ha.

Em 17/07/2019, foi lavrado o Auto de Infração n° 129457/2019, com suspensão das


atividades de lavra na área não licenciada até que ocorra a regularização ambiental da
atividade, com a realização das devidas compensações exigidas na legislação vigente.

Em 24/07/2019, foi realizada reunião registrada em Ata de Reunião nº 72/2019 (Protocolo


SIAM nº 0447643/2019) com técnicos da Supram CM e representantes da empresa
Gerdau Açominas S/A para obtenção de esclarecimentos necessários ao andamento do
processo de Licenciamento e de intervenção ambiental (AIA nº 03823/2018). Foram
solicitadas diversas informações adicionais relativas ao processo de intervenção, tendo
em vista que este foi formalizado com deficiência de informações. Na presente reunião,
foram solicitadas ainda informações acerca do cumprimento de acordo judicial celebrado
em 21/09/2009 que teve como compromissário a Gerdau Açominas S/A e como
compromitente o Ministério Público de Minas Ferais.

Em 12/08/2019, foi encaminhado ao empreendimento Ofício nº 357/2019


SEMAD/SUPRAMCM (Protocolo SIAM n° 0499544/2019) no qual é encaminhado novo
FOB após reorientação do processo para a fase de Licença de Operação Corretiva, tendo
em vista AI n° 129457/2019.

Em 24/09/2019, foram recebidas parcialmente informações adicionais solicitadas


conforme ATA nº 72/2019, por meio do Protocolo SIAM n° R0148565/2019, bem como
solicitado prazo adicional para atendimento do solicitado tendo em vista a necessidade de
trabalhos de campo. Pedido deferido por meio do protocolo 0665158/2019.
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 6 de 134

Em 26/09/2019, foram solicitadas ao Ministério Público de Minas Gerais, Ofício 75/2019


DRCP/SUPRAMCM/SEMAD/SISEMA (Protocolo 0625404/2019), informações atualizadas
sobre o cumprimento do acordo judicial celebrado entre nos Autos da ACP nº
0024.08.248.424-7 encaminhado ao empreendimento Ofício nº 357/2019
SEMAD/SUPRAMCM

Em 29/11/2019, foram recebidas o restante das informações adicionais solicitadas


conforme ATA nº72/2019, por meio do protocolo R0181943/2019.

Em 04/12/2019, foram recebidas informações adicionais solicitadas por meio do AF


107496/2019 por meio do protocolo R0183560/2019, referentes a itens solicitados pela
espeleologia.

Em 19/06/2020 foram solicitadas ao empreendedor as complementações aos estudos


técnicos imprescindíveis a análise do processo por meio de informações complementares,
Ofício SEMAD/SUPRAM CENTRAL-DRRA nº. 208/2020 de protocolo SIAM n°
0245290/2020. As respostas às informações solicitadas foram apresentadas em 23 de
setembro de 2020 sob protocolo SIAM n° R0113654/2020.

2.2 Caracterização do empreendimento

Trata-se de ampliação da Mina de Várzea Lopes para a atividade de lavra a céu aberto,
a ser desenvolvida no município de Itabirito, às margens da BR 040, km 579, nas
Coordenadas Geográficas: Latitude 20º 17’ 24.62” e Longitude 43°56’32.09”. As atividades
serão realizadas em direito minerário referente à poligonal vinculada ao processo
minerário do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) n° 932.705/2011. A
Figura 1 mostra uma imagem de satélite da ADA do empreendimento.

Figura 2.2.1 - Área Diretamente afetada, Mina Várzea do Lopes. Fonte IDE SISEMA 16/04/2020.
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 7 de 134

Conforme ofício apresentado em resposta às Informações Complementares solicitadas,


protocolo SIAM n° R113654/2020, o projeto de continuidade das operações da Mina
Várzea do Lopes consiste na explotação do minério de ferro com o ajuste da cava em
22,40 ha a partir do limite da cava existente licenciada, sem o aumento da produção de
minério de ferro. A tabela 2.2.1 mostra os quantitativos de área da ADA e da produção
bruta.
Tabela 2.2.1: Área Diretamente Afetada e Produção da Mina Várzea do Lopes. Protocolo SIAM n°
R113654/2020.

Estrutura Área (ha) Produção (Ton.)

Cava Licenciada 100,61 13.000.000

Expansão objeto do
22,40 1.500.000
Licenciamento

TOTAL 123,42 14.500.000

O método utilizado para a lavra na cava de Várzea do Lopes é a céu aberto e em


bancadas que possuem em média 10,0 m de altura e as bermas de cerca de 7,0 m de
largura e ocupará ao final do processo, juntamente com a cava já existente, uma área
total de 123,42 ha, com “bottom pit” na cota 1.130 m, superior a cota autorizada para o
rebaixamento do lençol que é na cota 1.100 metros.

O desmonte do minério é feito mecanicamente, com escavadeiras hidráulicas, podendo


ainda ser feito através de trator ou escavadeira dotada de rompedor/martelete hidráulico
ou ainda com o uso de explosivos, onde existe a ocorrência de blocos mais duros. Com
relação ao carregamento e ao transporte do minério, a lavra é operacionalizada por meio
de escavadeiras hidráulicas, carregadeiras e caminhões tipo basculante.

Com relação à infraestrutura de apoio operacional e administrativo, a Mina Várzea do


dispõe de unidades localizadas na propriedade da Gerdau, próximas da rodovia BR-040,
compostas de escritórios, oficina de manutenção mecânica, vestiário, refeitório, portaria,
subestação elétrica, posto de abastecimento de combustíveis, estacionamentos, estação
de tratamento de água e controle de efluentes, licenciadas conforme COPAM nº
1776/2004/010/2009, LO de nº 258/2009, a qual está em processo de revalidação por
meio do Processo Administrativo COPAM nº 01776/2004/021/2015.

O material lavrado em grande parte é enviado para a planta de beneficiamento (unidade


TSVL) da Mina Várzea do Lopes, cuja operação está licenciada para capacidade de 4,5
Mt/ano, de onde seguirá por meio de caminhões com capacidade de 29 toneladas até a
Usina Siderúrgica Presidente Arthur Bernardes da Gerdau em Ouro Branco e Congonhas.
O restante do minério que não passar pelo beneficiamento em Várzea do Lopes, poderá
ser encaminhado para beneficiamento na UTM II do complexo Miguel Burnier, licenciado
para a produção de 6,0 Mtpa vinculado ao PA COPAM n° 01778/2004/036/2013. A figura
2.2.2 mostra o fluxograma típico de produção da Mina Várzea do Lopes.
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 8 de 134

Figura 2.2.2 – Fluxograma Típico de Produção da Mina de Várzea do Lopes em 2020. Fonte: Gerdau
2020, SIAM n° R113654/2020.
Não serão necessárias novas áreas ou ampliação de áreas para a deposição de estéril,
uma vez que a Gerdau já possui áreas licenciadas para dispor o estéril com volume
suficiente para o aumento de vida útil da mina com a ampliação objeto de regularização.
Também não serão necessitárias novas UTMs, bem como aumento de captação de água
das outorgas já concedidas ao empreendimento.

Os principais equipamentos utilizados para operação do empreendimento são:


caminhões, escavadeiras hidráulicas, tratores de esteiras, pá carregadeiras,
motoniveladoras e caminhões pipas. O efetivo atual com aproximadamente 500 postos de
trabalho, operando no sistema de turnos de revezamento, sendo três turnos da 07h:00 às
17h:00, das 17h:00 às 01h:40 e das 01h:40 às 07h:00 e o expediente administrativo de
segunda à sexta, das 07h:50 às 16h:50.

3. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

Em consulta à plataforma de Infraestrutra de Dados Espaciais (IDE-Sisema), instituída


pela Resolução Conjunta SEMAD/FEAM/IEF/IGAM nº 2.466/2017, verificou-se que o
empreendimento está inserido em área com potencialidade de ocorrência de cavidades
muito alto, zonas de amortecimento de Unidades de Conservação de proteção integral,
áreas prioritárias para conservação da biodiversidade de categoria especial e área de

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 9 de 134

influência do patrimônio cultural protegido pelo IEPHA-MG. Para tanto, foram solicitados
estudos concernentes e cada critério será tratado em item específico.

3.1 Unidades de Conservação


No EIA apresentado, consta que a ADA do empreendimento se encontra na Zona de
Amortecimento determinada no Plano de Manejo ou na faixa de 3 km dos limites das
Unidades de Conservação de proteção integral Estação Ecológica Estadual de Arêdes; do
Monumento Natural Estadual da Serra da Moeda; do Monumento Natural Municipal Mãe
D’água e das Reservas Biológicas Municipais Campos Rupestres de Moeda Norte e Sul.

No entanto, em consulta ao IDE-Sisema, verificou-se que o empreendimento está inserido


apenas na Zona de Amortecimento das Reservas Biológicos Municipais Campos
Rupestres de Moeda Norte e Sul conforme Figura 3.1.1.

Limite da ZA da Reserva Biológica


Municipal Campos Rupestres de Moeda
Sul

Limite da ZA da Reserva Biológica


Municipal Campos Rupestres de Moeda
Sul

Figura 3.1.1 - Áreas Protegidas da região da ampliação da Mina Várzea do Lopes. Fonte: IDE-
Sisema, outubro/2020.

Desta sorte, foi enviado o Ofício SEMAD/SUPRAM CENTRAL-DRRA nº. 190/2020


(documento digital 15351462 – processo SEI n° 1370.01.0021828/2020-95), no dia 16 de
junho de 2020, à Secretaria de Meio de Ambiente da Prefeitura Municipal de Moeda
solicitando autorização deste órgão em consonância à Resolução Conama n° 428/2010,
artigo 1°, e ao Decreto Estadual n° 47.941/2020, artigo 4°. A Prefeitura Municipal de
Moeda concedeu anuência, conforme Ofício n° 117/2020 GABINETE de 26 de junho de
2020, documento digital 15919260 acostado ao processo SEI mencionado.

Quanto à dúvida da inserção do empreendimento na Zona de Amortecimento da MONAE


Serra da Moeda, em 21/05/2018, foi aprovado o Plano de Manejo, incluindo a Zona de
Amortecimento, desta Unidade de Conservação. Cabe informar que o limite da zona de
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 10 de 134

amortecimento não está disponível nos sites oficiais do Estado de Minas Gerais (IDE-
Sisema). Em resposta à solicitação de avaliação técnica feita pela Diretoria de Unidades
de Conservação do IEF, a Gerência de Criação e Manejo de Unidades de Conservação,
também do IEF, informou, por meio do processo SEI 1370.01.0008499/2020-11, que:

“(...) a poligonal que representa os limites do Monumento Natural (MN) da


Serra da Moeda condizem com aquela que está disponibilizada na
plataforma IDE - Infraestrutura de Dados Especiais do SISEMA, e, por
consequência, com os limites oficiais da referida Unidade de Conservação
(UC).

Quanto à poligonal que representa os limites da Zona de Amortecimento


(ZA) da UC em questão, informamos que a mesma será encaminhada à IDE
para que seja incorporada ao banco de dados.

Após a confrontação dos arquivos vetoriais (12531558) referentes à Área


Diretamente Afetada (ADA) pelo empreendimento com os limites da Zona de
Amortecimento (ZA) do MN Serra da Moeda, verificou-se que a ADA não
encontra-se sobreposta à referida ZA (...)”.

Diante isso, informamos que, conforme já explicado pelo Instituto Estadual de Florestas –
IEF, o empreendimento não está inserido na área da Unidade de Conservação MONA
Serra da Moeda.

3.2 Recursos Hídricos


A região, onde está inserida a Mina Várzea do Lopes, tem como principais Unidades
Hidrogeológicas o Sistema Aquífero das Coberturas Cenozóicas, o Sistema Aquífero do
Grupo Piracicaba (Indiviso e Formação Cercadinho) Fecho do Funil, o Sistema Aquífero
Itabira (Cauê e Gandarela) e o Sistema Aquífero do Grupo Nova Lima.

De acordo com os estudos hidrogeológicos regionais realizados, os aquíferos estão


associados as formações rochosas nos domínios do Grupo Nova Lima (Supergrupo Rio
das Velhas), Formações Cauê e Gandarela (Grupo Itabira, Supergrupo Minas) e
Formação Cercadinho (Grupo Piracicaba, Supergrupo Minas), além de coberturas
cenozóicas.

Quanto a hidrografia regional, a Mina está inserida na bacia do Rio das Velhas, na Serra
da Moeda, que constitui o divisor com a bacia do Rio Paraopeba, as quais fazem parte da
bacia hidrográfica federal do Rio São Francisco.

De acordo com o EIA, na ADA do Projeto de Continuidade das Operações da Mina Várzea
do Lopes não existe cadastro de nascente e curso d´água, não sendo classificada
nenhuma APP de nascente e curso d´água.

A operação da mina de Várzea do Lopes é possibilitada devido ao rebaixamento do nível


de sua água subterrânea. O rebaixamento foi iniciado em 2011 autorizando a vazão de
deságue de 624 m3/h (173,33 L/s), período de 24 horas/dia, 365 dias por ano, conforme a
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 11 de 134

Deliberação CBH no 09/2011 e Portaria no 053/2012, documento renovado pela Portaria


IGAM Nº 319/2016, com validade até 27 de outubro de 2019.

Para a ampliação da ADA do empreendimento, não haverá incremento no volume de água


outorgado, não sendo necessárias novas outorgas. O sistema de rebaixamento do nível
d’água da Mina de Várzea dos Lopes foi projetado para operar com uma bateria de poços
tubulares capazes de bombear a vazão máxima outorgada que é 624 m³/h, que levam em
conta o nível d’água até a cota 1.100 metros, regularizado pelo Processo de Outorga n°
38835/2019.

Segundo os estudos apresentados, até maio/2020, o sistema esteve operando abaixo da


sua capacidade máxima instalada, realizando o bombeamento de cerca de 511 m³/h,
inferior à máxima vazão outorgada para a operação do sistema que é de 624 m³/h. Parte
do volume é usada na restituição da vazão nos Córregos Lagartixa, Sítios e Ribeirão do
Silva e parte é utilizada nas instalações operacionais da Mina de Várzea do Lopes
(umectação de vias, ETA e lavador de rodas). A figura 3.2.1 esquematiza a distribuição da
vazão outorgada nos cursos d’água afetados.

Figura 3.2.1 - Reposição da vazão dos cursos d'água afetados. Fonte: EIA, Agosto/2018.

Conforme EIA apresentado, o rebaixamento do nível d’água efetuado na Mina de Várzea


do Lopes é o provável responsável pela redução das vazões verificadas nos Córregos do
Sabão e dos Lopes. No entanto, foi apresentado no documento (SIAM R98748/2020) em
resposta à solicitação de informações complementares de outorga, Ofício
SEMAD/SUPRAM CENTRAL-DRRA nº. 178/2020 processo SEI n°
1370.01.0021828/2020-95 - SIAM n° 0226760/2020, em que a GERDAU informa que
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 12 de 134

atualmente realiza a reposição de 3 córregos no entorno da mina Várzea do Lopes desde


a implantação do Sistema de Rebaixamento do Nível d’água (SRNA) em 2012.

A instalação do primeiro ponto de reposição, que iniciou concomitante ao início da


operação do SRNA, aconteceu no Córrego Lagartixa (REP-01). Os volumes de água de
rebaixamento lançados nesse córrego variaram ao longo do tempo, a medida de que
foram instalados mais poços na mina.

O segundo ponto de reposição (REP-02) também foi instalado no Córrego Lagartixa,


ainda no início da implantação do SRNA. A inserção de mais um ponto de reposição no
Córrego Lagartixa é decorrente de questões de logística e ganhos de vazão com
diminuição de altura manométrica.

O terceiro ponto de reposição (REP-03) foi instalado no Córrego Grota, a cerca de 50


metros de sua confluência com o Ribeirão do Silva (por este motivo, em alguns
documentos a reposição realizada no Córrego Grota foi nomeada como feita no Ribeirão
do Silva), em janeiro/2014.

O quarto ponto de reposição (REP-04) foi instalado no Córrego dos Sítios em junho/2015
com a perfuração e operacionalização do poço de rebaixamento PTVL-10. Este poço é
dedicado a reposição neste córrego.

Em resposta ao Ofício SEMAD/SUPRAM CENTRAL-DRRA nº. 178/2020 (processo SEI n°


1370.01.0021828/2020-95 – SIAM n° 0226760/2020), foi apresentado croqui esquemático
do sistema de reservação e distribuição de água no empreendimento, nas reposições nos
córregos e lançamentos de água executados conforme figura 3.2.2.

Figura 3.2.2 - Circuitos de distribuição de água da mina Várzea do Lopes, previsão de julho de 2020
em diante. Fonte: SIAM R98748/2020, Agosto/2020.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 13 de 134

3.3 Meio Físico

O projeto de Continuidade das Operações da Mina Várzea do Lopes está inserido na


região com ocorrência de clima tropical mesotérmico, com chuvas de verão (mês menos
chuvoso com precipitação inferior a 30 mm), verões quentes e invernos secos,
temperatura média do mês mais quente superior a 22°C e temperatura média do mês
mais frio inferior a 18°C.

Quanto a geologia regional, está localizado na porção sudoeste do Quadrilátero Ferrífero,


no trecho compreendido pelo Sinclinal Moeda. Já as principais unidades geológicas
presentes nas Áreas de Influência Indireta e Direta do empreendimento contemplam o
Supergrupo Minas: Grupo Caraça, Itabira e Piracicaba.

A cava da Mina Várzea do Lopes localiza-se às margens da rodovia BR-040 sobre o


flanco oeste do Sinclinal Moeda. Estão expostas no talude da mina rochas da Formação
Cauê, base do Grupo Itabira, compostas principalmente por itabiritos diversos e
lentes/camadas de hematita. Possuem posicionamento estratigráfico entre os filitos da
Formação Batatal e os dolomitos e itabiritos dolomíticos da Formação Gandarela.
Entretanto, na área da mina, as ocorrências são de lentes de hematita de diferentes tipos.

Em relação à pedologia, constatou-se a ocorrência de Cambissolos Háplico e Neossolos


Litólicos nas áreas – AII, AID e ADA do Projeto de Continuidade das Operações da Mina
Várzea do Lopes, estes últimos geralmente associados aos afloramentos de rocha. Os
Cambissolos são predominantes na região, correspondendo a 1.472,01 ha (51,46 %) da
AID e os Neossolo Litólico corresponde a 32,04 ha (26,04%) da ADA. Nota-se, ainda, que
a maior parte da ADA corresponde a solo antropizado.

3.3.1 Qualidade das águas superficiais


Por estar inserido em um complexo minerário regularizado ambientalmente, o
empreendimento já possui Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas
implantado, que acompanha uma gama de variáveis físicas e químicas em uma vasta
malha de pontos de amostragem distribuídos entre efluentes tratados e cursos d’água sob
a influência da operação atual da Mina Várzea do Lopes. O diagnóstico foi elaborado com
base no histórico desse monitoramento.

De forma a complementar aos dados existentes, foram realizadas duas amostragens


realizadas em novembro de 2016 (estação chuvosa) e maio de 2017 (estação de seca)
nos pontos ASP01, ASP02, ASP03, ASP04 e ASP05, amostrados exclusivamente para se
avaliar os potenciais impactos decorrentes da operação do Projeto de Continuidade das
Operações da Mina Várzea do Lopes

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 14 de 134

Tabela 1.3.1.1 – Rede de Amostragem da Qualidade das Águas Superficiais nas AII e AID do Projeto
de Continuidade das Operações da Mina Várzea do Lopes. Fonte: EIA, Agosto/2018.

Os resultados apresentados, comparados aos padrões estabelecidos pela DN COPAM-


CERH nº01/2008 para corpos d’água enquadrados como Classes 1 e 2, demonstram que
os sistemas hídricos localizados na área do empreendimento apresentaram boas
condições de qualidade de suas águas.

Em relação aos parâmetros físico-químicos, houve aumento nas concentrações dos


parâmetros indicadores da presença de sólidos nas épocas de chuva, devido a maior
vazão dos sistemas hídricos em que as vazões são maiores, provocando um efeito
diluidor dos principais componentes químicos e um aumento nas concentrações de
sólidos.

Com relação aos parâmetros indicadores de matéria orgânica, observou-se a presença de


DBO e de coliformes, de forma pontual, não indicando uma contaminação contínua.
Também é perceptível altas concentrações de metais nos corpos hídricos sob influência
do empreendimento, no Córrego Lagartixa, no Córrego dos Vieiras, no córrego do Estreio
e no Ribeirão do Silva. De acordo com os estudos, os resultados não devem ser
interpretados como interferências totalmente antrópicas, uma vez que estes elementos

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 15 de 134

são comumente encontrados na região, já que fazem parte do background geoquímico da


área de inserção do empreendimento.

Com relação ao IQA, as águas foram classificadas como de boa e ótima qualidade.

3.3.2 Qualidade do ar
O empreendimento realiza o monitoramento da qualidade do ar na região de entorno da
Mina Várzea do Lopes através de medições de partículas totais em suspensão (PTS) em
um ponto localizado no condomínio residencial Aconchego da Serra. Além disso, foi
realizada uma campanha de medição de Partículas Totais em Suspensão (PTS) e
Partículas Inaláveis (PI) em dois pontos: QAR-01 localizados no Condomínio VillaBella e
no QAR-02 no Distrito de Ribeirão do Eixo. A seleção desses pontos foi subsidiada pela
proximidade do empreendimento com essas comunidades.
Tabela 3.3.2.1 – Pontos de amostragem de qualidade do ar. Fonte: EIA, Agosto/2018.

Durante os períodos de amostragem em novembro/2016 e junho/2017, a qualidade do ar


no ponto localizado no Condomínio Residencial Aconchego da Serra foi considerada
satisfatória em relação às concentrações de PTS. Nos pontos amostrados no Condomínio
VillaBella e em Ribeirão do Eixo, os parâmetros PTS e PI também apresentaram de forma
satisfatória e atendendo aos limites indicados na Deliberação Normativa COPAM nº
01/1981 e na Resolução CONAMA nº 491/2018.

3.3.3 Ruído Ambiental


A avaliação dos níveis de ruído para a elaboração do diagnóstico das áreas de influência
do Projeto de Continuidade das Operações da Mina Várzea do Lopes foi realizada através
da verificação quantitativa dos níveis de pressão sonora existentes na região.

A Gerdau já possui um Programa de Monitoramento do Ruído Ambiental que acompanha


quantitativamente os níveis de pressão sonora existentes atualmente na área de entorno
da Mina Várzea do Lopes atualmente em operação. De forma complementar aos dados
existentes, foi realizada uma campanha de amostragem de ruído ambiental (em
29/11/2016 e 30/11/2016) em cinco pontos (PRD05, PRD06, PRD07, PRD08 e PRD09)
locados e amostrados exclusivamente para se avaliar os potenciais impactos decorrentes
da implantação e operação do presente empreendimento.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 16 de 134

Tabela 3.3.3.1 – Pontos de amostragem de ruído ambiental. Fonte: EIA, Agosto/2018.

A avaliação dos resultados demonstrou que, de acordo com os limites ambientais


determinadas pela legislação estadual Resolução CONAMA n° 01/1990, verifica-se que
todos os resultados permaneceram abaixo dos padrões estabelecidos para os períodos
diurno e noturno.

Em comparação aos limites definidos pela ABNT - NBR 10.151/2000, alguns resultados
ultrapassaram os padrões. No entanto, os estudos informam que em todos os casos onde
ocorreram resultados de ruído total acima do limite legal, os resultados do ruído ambiente,
quando medidos, foram coincidentes, o que demostra que estes resultados
provavelmente não partiram das atividades atualmente mantidas na operação da mina
Várzea do Lopes, a exceção do resultado de maio/2016 no ponto PRD02 (na propriedade
rural do Sr. Rômulo Chaves na medição no período noturno). Destaca-se, ainda, que, na
ocasião das amostragens, foram percebidos ruídos oriundos de veículos e animais.

3.3.4 Vibração
A avaliação dos níveis de vibração e de pressão acústica das áreas de influência do
Projeto de Continuidade das Operações da Mina Várzea do Lopes foi feita por meio da
medição sismógrafa das detonações realizadas durante as atuais operações para
extração de minério de ferro na cava. As amostragens foram realizadas em campanhas
trimestrais no período de junho de 2015 a março de 2016.
Tabela 3.3.4.1 – Pontos de monitoramento de vibração. Fonte: EIA, Agosto/2018.

De acordo com os monitoramentos realizados, os resultados atendem os critérios


estabelecidos pela ABNT - NBR 9653/2005 (vigente na data do monitoramento).
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 17 de 134

3.4 Fauna
Os estudos de fauna apresentados seguiram as etapas de caracterização regional dos
grupos abordados, a partir da compilação de dados secundários disponíveis para a região
de inserção do empreendimento e caracterização das ADA, AID e AII e entorno, e a partir
de dados primários coletados durante os períodos chuvoso e seco, sendo as campanhas
de campo realizadas nas datas mencionadas na tabela 3.4.1 a seguir.

Tabela 3.4.1. Datas das Campanhas de Campo para Coleta de Dados Primários da Fauna e
Comunidades Hidrobiológicas.

Grupo Campanha Período Seco Campanha Período Chuvoso

Avifauna Entre 04 e 08/07/2016 Entre 25 e 28/10/2016


01/08/2016 (retirada de
Entre 21 e 22/07/2016 (Instalação de
armadilhas fotográficas)
Mastofauna armadilhas fotográficas e busca ativa)
31/10/2016 (retirada de
Mamíferos de Médio e Entre 11 e 13/10/2016 (Instalação de
armadilhas fotográficas)
Grande Porte armadilhas fotográficas e busca ativa)

Mastofauna
Entre 07 e 11/11/2016
Pequenos Mamíferos Entre 26 e 30/09/2016
não Voadores
Entre 28 e 30/11/2016 e
Mastofauna Quirópteros Entre 26 e 30/09/2016
01 a 02/12/2016
Herpetofauna Entre 05 e 09/09/2016 Entre 28/11/2016 e 02/12/2016
Ictiofauna Entre 23 a 26/05/2017 Entre 03/01/2017 a 05/01/2017
Comunidades Hidrobiológicas 03/05/2017 07/11/2016

Fonte: EIA, 2018.

Em cumprimento à exigência legal definida na Instrução Normativa IBAMA nº146/2007, o


empreendedor solicitou e obteve as licenças junto ao Instituto de Florestas (IEF) para
Coleta, Captura e Transporte de Animais Silvestres e Pesca Científica, cujas cópias se
encontram nos autos do processo de Licenciamento Ambiental.

Avifauna
Segundo os estudos apresentados, as metodologias utilizadas para a caracterização da
avifauna nas áreas de influência do empreendimento, tiveram como base as principais
premissas expressas nas legislações que norteiam a fase de inventário da fauna
(Instrução Normativa IBAMA nº146/2007 e Instrução Normativa IBAMA nº 05/2011).

Para caracterização das espécies com potencial ocorrência nas áreas de influência do
empreendimento, foram compiladas as listagens de aves contidas em estudos ambientais
diversos já desenvolvidos na região, bem como utilização de dados coletados durante
duas campanhas de campo contemplando os períodos seco e chuvoso de 2016.

O inventariamento da avifauna foi realizado por meio de pontos fixos de escuta nos quais
o observador permaneceu por um período padronizado de 10 minutos em cada um dos
pontos, registrando as espécies visualizadas e identificadas por emissões sonoras. Os

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 18 de 134

pontos foram distribuídos equidistantes em 200 m de forma a evitar o registro de um


mesmo indivíduo em pontos distintos, sendo as amostragens iniciadas por volta das 5h:30
e finalizadas as 11h:00.

As duas campanhas contaram com 42 pontos fixos de escuta, estes foram definidos
mediante a análise prévia da paisagem presente nas áreas de influência, de forma a
englobassem todas as fitofisionomias.

As espécies foram registradas por visualização com auxílio de binóculo e/ou identificadas
por meio de emissões sonoras e anotadas em caderneta, sendo registrados dados como:
número do ponto, nome científico da espécie, número de indivíduos e o tipo de registro.
Sempre que possível, os técnicos que realizaram os estudos realizavam a gravação da
vocalização com auxílio de um gravador.

As espécies registradas nos estudos foram classificadas de acordo com o grau de


ameaça com base nas listas oficiais de espécies ameaçadas em âmbito global (IUCN,
2016), nacional (Portaria MMA nº 444/2014) e regional (DN COPAM nº 147/2010). As
espécies também foram classificadas de acordo com seu endemismo. A sequência
taxonômica e a nomenclatura científica seguem a última lista vigente do Comitê Brasileiro
de Registros Ornitológicos (CBRO, 2015).

A suficiência amostral foi verificada através do uso da curva de rarefação de espécies,


sendo os indivíduos registrados a cada dia de amostragem a unidade amostral utilizada
para esta análise.

As espécies registradas nos estudos fazem parte de uma comunidade composta por
táxons típicos dos Biomas Cerrado e Mata Atlântica, concordando com a vegetação da AI.

A cobertura vegetal observada na ADA, onde se pretende o empreendimento, é composta


por Campo Rupestre Ferruginoso, sendo observadas espécies características desta
formação como o inhambu-chororó (Crypturellus parvirostris), a perdiz (Rhynchotus
rufescens), a codorna-amarela (Nothura maculosa), o beija-flor-de-orelha-violeta (Colibri
serrirostris), o pica-pau-do-campo (Colaptes campestres), a seriema (Cariama cristata), o
tico-tico-do-campo (Ammodramus humeralis), o canário-do-campo (Emberizoides
herbicola), dentre outras espécies.

A vegetação no entorno da cava se encontra em bom estado de conservação fazendo


com que as espécies citadas se encontrem bem distribuídas. Além das espécies
registradas a cima, os estudos registraram táxons endêmicos ao bioma Cerrado para a
ADA como por exemplo o tapaculo-de-colarinho (Melanopareia torquata) e a gralha-do-
campo (Cyanocorax cristatellus), além do rabo-mole-da-serra (Embernagra longicauda),
espécies típicas de áreas com maior altitude e endêmica dos Topos de Montanha do
Leste do Brasil.

Mesmo estando em uma área onde são observadas diversas atividades antrópicas, a
vegetação das áreas de influência apresenta um bom estado de conservação, o que
reflete na comunidade da avifauna registrada nos estudos.
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 19 de 134

Os estudos registraram a presença de 10 espécies endêmicas, o que torna a região de


estudo como importantes fontes de recurso para manutenção destas espécies em função
da conectividade entre os remanescentes da ADA/AID.

De acordo com o registro de espécies apresentado e em conformidade com as listas


oficiais consultadas, não foram registradas espécies enquadradas em alguma categoria
de ameaça na área do empreendimento.

Mastofauna não voadora


Segundo os estudos apresentados, a região do empreendimento abriga uma elevada
riqueza de mamíferos, onde em um levantamento recente (dados secundários), 45
espécies de mamíferos de médio e grande porte foram registradas em diferentes
Unidades de Conservação e remanescentes de vegetação nativa da regi ão, sendo 15
ameaçadas de extinção.

Os estudos para a mastofauna não voadora foram feitos com base em dados secundários
e primários. Foi feito o levantamento de dados secundários a trabalhos científicos, livros
e, estudos de licenciamento e de monitoramento da fauna realizados na Mina Várzea do
Lopes, e foram utilizados somente os que tiveram coleta de dados primários. Os
resultados destes trabalhos foram utilizados na elaboração da lista de espécies de
Mamíferos de Pequeno, Médio e Grande Porte não voadores registrados na região e com
potencial de ocorrência nas áreas do empreendimento.

Considerando que os trabalhos consultados para a caracterização regional foram


realizados, em sua maioria, dentro dos limites das áreas de influência do
empreendimento, os dados secundários obtidos também foram utilizados de forma
qualitativa para a caracterização, e incorporados à lista de espécies elaborada a partir dos
dados primários.

As metodologias de campo utilizadas para os dados primários foram pensadas para a


primeira, contemplando o grupo dos pequenos mamíferos não voadores, e a segunda, os
mamíferos de médio e grande porte. A amostragem foi realizada nas estações seca e
chuvosa, contemplando a sazonalidade.

As áreas de amostragem foram escolhidas de buscando amostrar a maior área possível e


os diferentes ambientes encontrados nas principais fitofisionomias.

Pequenos mamíferos não voadores


O levantamento dos dados de campo apresentados foi realizado ao longo de duas
campanhas contemplando as estações seca e chuvosa.

A metodologia utilizada foi o de “Captura-marcação-recaptura” de espécimes, a partir da


utilização de armadilhas de captura (live trap) do tipo gaiola de arame galvanizado com
sistema de gancho, dispostas ao longo dos transectos.

Para cada local selecionado para amostragem, foi estabelecido um transecto linear com
15 estações de captura, dispostas em intervalos de aproximadamente 20 metros. Dessa
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 20 de 134

forma, cada transecto contou com cerca de 300 m de extensão. Em cada estação de
captura foram instaladas duas armadilhas, totalizando 30 armadilhas por transecto. No
total foram amostrados três transectos.

Todos os dados coletados em campo foram anotados em fichas próprias e inseridos,


posteriormente, em um banco de dados informatizado, utilizando-se o software Microsoft
Excel 2010.

Mamíferos de médio e grande porte


O levantamento dos dados de campo apresentado foi realizado ao longo de duas
campanhas, sendo que em cada uma foram realizadas duas visitas a campo com a
presença do biólogo e o auxiliar de campo.

Os mamíferos de médio e grande porte são de difícil detecção em ambiente natural,


devido ao seu hábito discreto e predominantemente crepuscular e noturno.

As metodologias utilizadas para o levantamento de campo foram: o armadilhamento


fotográfico e a busca ativa.

Para a identificação das espécies foi baseada em Emmons e Feer (1997), Eisenberg e
Redford (1999), Oliveira e Cassaro (2005), Gardner (2007), Borges e Tomás (2008),
Paglia et al. (2012) Becker e Dalponte (2013) e na bibliografia mais atualizada disponível
para cada grupo taxonômico.

As armadilhas fotográficas foram distribuídas em 13 pontos. A amostragem em cada


ponto durou de 2 a 20 noites.

A metodologia de busca ativa foi realizada por meio de caminhadas durante o período
diurno e de forma lenta, com o objetivo de produzir poucos ruídos evitando o
afugentamento. Foram realizadas em 7 pontos distribuídos ao longo da área de estudo,
totalizando aproximadamente 7,4 km percorridos.

Os resultados apresentaram 52 táxons de mamíferos não voadores registrados nas áreas


de influência do empreendimento, sendo que 41 foram identificados ao nível de espécie e
11 ao nível de gênero. Destes, 25 pertencem ao grupo dos pequenos mamíferos não
voadores e 27 pertencem ao grupo dos mamíferos de médio e grande porte.

Dos 52 táxons, 28 foram registrados por meio de entrevistas, sendo quatro delas
registradas exclusivamente através deste método, sendo eles: Sapajus nigritus (macaco-
prego), Conepatus chinga (jaritataca), Coendou prehensilis (ouriço) e Guerlinguetus
ingrami (caxinguelê). Vinte táxons foram registrados por meio de vestígios, pegadas,
tocas, carcaças e fezes. As armadilhas fotográficas registraram 12 táxons, dois deles
confirmados exclusivamente por este método, sendo eles: Dasypus septemcinctus (tatu) e
Mazama gouazoubira (veado-catingueiro). Os registros diretos contaram com sete táxons,
também registrados por outras metodologias. A metodologia de captura registrou 23
táxons, sendo que 22 foram registradas exclusivamente por este método. Os resultados

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 21 de 134

apresentados nos estudos demonstram a importância da adoção de métodos


complementares na amostragem da mastofauna.

A área do empreendimento está localizada em uma zona de transição entre os domínios


do Cerrado e da Mata Atlântica, dentro dos limites do Quadrilátero Ferrífero, uma região
considerada prioritária para a conservação da biodiversidade em Minas Gerais e de
importância biológica “Especial”, em função da alta riqueza de vertebrados, do
endemismo de alguns grupos, além da presença de campos rupestres ferruginosos,
ambientes de distribuição restrita no estado.

Os registros apresentaram uma lista de espécies, no que diz respeito ao endemismo, com
a maioria de ampla distribuição geográfica, ocorrendo em mais de um Bioma. Apenas as
espécies Gracilinanus microtarsus (cuíca), Sapajus nigritus (macaco-prego), Callicebus
nigrifrons (guigó), Hylaeamys laticeps (rato-do-mato) e Guerlinguetus ingrami
(caxinguelê), são classificadas como endêmicas do domínio da Mata Atlântica.

De acordo com as listas oficiais consultadas, cinco espécies estão incluídas em


categorias de ameaça. Sendo que o gênero Leopardus apresenta pelo menos três
espécies de possível ocorrência para a região, Leopardus pardalis (jaguatirica),
Leopardus guttulus (gato-do-mato-pequeno) e Leopardus wiedii (gato-maracajá), e que
apenas a primeira teve sua ocorrência confirmada. Dessa forma, é possível que
Leopardus sp., registrado para a região, corresponda tanto a Leopardus guttulus (gato-do-
mato-pequeno), “Vulnerável” em todas as listas consultadas, quanto a Leopardus wiedii
(gato-maracajá), que consta como “Vulnerável” na lista nacional (MMA, 2004), “Em
Perigo” pela lista estadual (COPAM, 2010), e como “Quase Ameaçada” pela IUCN (2016).

As espécies de primatas Sapajus nigritus (macaco-prego) e Callicebus nigrifrons (guigó) e


o roedor Hylaemys laticeps (rato-do-mato), apesar de não estarem enquadradas como
ameaçadas, são consideradas Quase Ameaçadas segundo a IUCN (2016). A primeira
também é considerada Quase Ameaçada (NT) em nível nacional (ICMBio, 2014).

Dentre os carnívoros, as sete espécies ameaçadas de extinção registradas nos estudos,


como o Chrysocyon brachyurus (lobo-guará) e a Lycalopex vetulus (raposinha), apesar de
ocorrerem em diversos tipos de ambientes, geralmente estão associados a fisionomias
abertas, típicas do domínio do Cerrado. São consideradas de hábito solitário e demandam
extensas áreas de vida, possuindo elevada capacidade de deslocamento e ocorrendo em
densidades baixas.

No contexto das áreas de influência, cabe destacar que os ambientes inseridos na quase
totalidade da ADA e em grande parte da AID caracterizam-se pela presença de diferentes
tipos de vegetação campestre, como Savana Parque, Savana arborizada e Campos
Rupestres. Correspondem, portanto, ao habitat preferencial dessas espécies e,
possivelmente, representam importantes fontes de recursos e habitat para suas
populações locais. Neste sentido, ressalta-se que Chrysocyon brachyurus (lobo-guará) foi
registrada na AID, através de dados primários, tanto indireta (por meio de pegadas)
quanto diretamente. Além disso, em grande parte desses ambientes foram observados

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 22 de 134

indivíduos da espécie vegetal Solanum lycocarpum (lobeira), cujos frutos representam um


importante item na dieta de Chrysocyon brachyurus.

As duas espécies ameaçadas da família Felidae, apesar de apresentarem ampla


distribuição e serem encontradas em uma grande variedade de habitats, geralmente estão
associadas a áreas com remanescentes florestais pouco antropizados. Por serem
espécies predadoras de hábito solitário, territorialistas e que necessitam de extensas
áreas de vida onde haja disponibilidade de presas, ocorrem em densidades baixas. Dessa
forma, a manutenção de populações viáveis demanda a presença de ambientes bem
preservados e com bom grau de conectividade.

Foram registradas na AID o Leopardus pardalis (jaguatirica) indiretamente (pegadas) e


Puma concolor (onça-parda) pela armadilha fotográfica, sendo registros em ambientes
florestais.

Estes ambientes representam importantes fontes de recursos e habitat para as


populações locais das demais espécies dependentes de mata, assim como funcionam
como corredores entre remanescentes mais representativos ou mesmo entre as Unidades
de Conservação do entorno.

Mamíferos domésticos e espécies invasoras


Os estudos registraram a presença de quatro espécies de mamíferos domésticos, na AID
e entorno: Canis familiaris (cão-doméstico), Equus caballus (cavalo), Felis catus (gato-
doméstico) e Rattus rattus (rato-de-telhado), o que pode provocar consequências
negativas sobre a mastofauna silvestre.

Além da presença de animais domésticos e invasores, a presença humana nas áreas de


influência do empreendimento também pode apresentar ameaças à mastofauna nativa
local, mediante diversos tipos de interferência antrópica. Nesse sentido, destaca-se que a
ocupação e utilização humana nas áreas de estudo está concentrada na área do
empreendimento, onde há um intenso fluxo de veículos e trabalhadores, podendo
prejudicar a mastofauna local, seja diretamente, afugentando ou provocando a perda de
espécimes, seja através da subtração/alteração de recursos que poderiam ser utilizados
pela mesma.

Mastofauna voadora (Quirópteros)


Os estudos de Quirópteros apresentados, foram baseados, primeiramente em
publicações consultadas como por exemplo: artigos científicos e relatórios que foram
conduzidos na região de inserção do empreendimento.

Com base nas listas oficiais, para cada espécie de morcego registrada na região do
empreendimento, foram adicionadas as informações sobre o status de conservação, e
também as informações relativas ao seu hábito de forrageamento predominante.

O levantamento de campo dos dados primários contou com dez dias efetivos de campo,
sendo cinco deles realizados na estação seca e cinco na estação chuvosa.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 23 de 134

Segundo relatos dos estudos, os pontos de amostragem buscaram contemplar as


fitofisionomias existentes na área de estudo.

A metodologia de busca ativa de quirópteros objetiva a localização e captura de


espécimes em seu abrigo diurno, o que inclui buscas em ocos de árvore, cupinzeiro
abandonados, forros e telhados de habitações humanas, túneis e pontes. Os espécimes
foram capturados com o auxílio de redes de neblina e captura manual.

Segundo os estudos, nos pontos amostrais, as capturas foram realizadas por meio de
interceptação de voo, com a utilização de redes de neblina. Em cada ponto amostral
foram armadas entre dez e quinze redes de neblina, as quais permaneceram abertas por
um mínimo de seis horas por dia, contemplando cerca de 30 minutos de baixa
luminosidade, durante o crepúsculo. Os horários de atividade variaram de acordo com a
estação do ano e com o horário do pôr-do-sol. As redes foram vistoriadas com intervalos
mínimos de 15 e máximos de 30 minutos, objetivando minimizar o stress de captura dos
espécimes.

Os estudos registraram 38 espécies pertencentes a quatro famílias para a área do


empreendimento e seu entorno.

Dentre as espécies registradas nos estudos, destacam-se as duas espécies de morcegos


classificados como ameaçados, sendo eles: Lonchophylla bokermanni e Lonchophylla
dekeiseri. A ocorrência de ambas, as espécies estão associadas a ambientes
cavernícolas e Lonchophylla dekeiseri é uma espécie endêmica do Cerrado Brasileiro.

Os estudos relataram a captura de 17 indivíduos durante as atividades de campo


pertencentes a nove espécies. A espécie mais frequentemente capturada foi Sturnira
lilium, com quatro registros nas duas campanhas. Esta espécie apresenta ampla
ocorrência desde a América Central até a Argentina e é um morcego com hábitos
alimentares frutívoros, sendo capturado em áreas florestais, áreas em regeneração e
também em áreas antropizadas. A espécie Platyrrhinus lineatus também possui hábitos
frutívoros e apresenta registros de ocorrência para Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e
Uruguai.

A espécie Carollia perspicillata foi capturado quatro vezes durante as campanhas e é uma
espécie, também, com ampla distribuição. Ocorre em áreas de floresta primaria e
secundária, tendo uma importante relação com plantas da família Piperaceae. É
geralmente uma das espécies mais capturadas em inventários no Brasil. A espécies
Artibeus lituratus é um morcego frugívoro com registros que vão do México até a
Argentina, com ampla distribuição na América do Sul. Ocorre em áreas florestais
primárias, secundárias, áreas urbanas e em todos os biomas.

Os estudos registraram nove espécies na área de estudo, pertencente a duas famílias. As


espécies da família Phyllostomidae apresentaram maior número de registros (n=14) e a
família Vespertilionidae com três registros.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 24 de 134

Segundo as listas oficiais, dentre as espécies registradas, nenhuma delas se encontra


classificada como espécies raras, endêmicas ou ameaçadas de extinção. As espécies
citadas nos registros dos estudos apresentam ampla distribuição na América do Sul.

Herpetofauna
A metodologia de dados secundários foi utilizada nos estudos apresentados para a
composição das listas de espécies com potencial ocorrência na área do empreendimento.

Para os dados primários a metodologia utilizada foi a de busca direta por indivíduos
delimitada por tempo, também conhecida como busca ativa. Foi realizada a contagem
visual e/ou auditiva de indivíduos ao longo de um tempo pré-determinado, sendo que o
número de exemplares de cada espécie coletada/ouvida/observada foi registrado em
caderneta de campo. Os pontos de busca ativa tiveram suas coordenadas registradas no
início e ao final da busca, sendo os trechos demarcados, percorridos durante uma hora no
período diurno e noturno.

Segundo os estudos apresentados, a busca ativa diurna foi realizada entre 13h:00 e
16h:00 e a noturna foi realizada no período das 18h às 24h, não ultrapassando o limite de
8 h/dia. O caminhamento foi efetuado de forma lenta e foram vistoriados todos os
ambientes possíveis.

Nos ambientes amostrais percorridos para a execução do diagnostico, foram registradas


as espécies detectadas diretamente ou por meios indiretos, como presença de carcaças e
desovas.

A procura por répteis para o estudo, foi realizada concomitantemente à busca por
espécies de anuros.

Os pontos amostrais foram escolhidos de forma a contemplar todas as fitofisionomias


existentes na área do empreendimento e seu entorno.

Como forma de complementar o diagnóstico, segundo relatos, as equipes de campo


consideraram os registros aleatórios, que se caracterizam por informações de terceiros ou
pesquisadores de outros grupos faunísticos.

A coleta de dados ocorreu em duas campanhas de campo abrangendo as estações seca


e chuvosa do ano de 2016.

Foram registradas nos estudos a presença de 12 espécies de anfíbios e uma espécie de


réptil. Dentre os anfíbios, a família Hylidae apresentou a maior riqueza de espécies (sete
spp.), seguida por Leptodactylidae (três spp), Bufonidae e Centrolenidae apresentaram
apenas uma espécie cada.

A área do empreendimento, segundo BIODIVERSITAS, 2005, está inserida na área


prioritária para conservação da Herpetofauna em Minas Gerais. A região está inserida no
Espinhaço Sul, área classificada como de “Classe Especial” para conservação de
espécies de anfíbios e répteis.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 25 de 134

Segundo as listas oficiais, os estudos não registraram a existência de espécies


classificadas em alguma categoria de ameaça de extinção. A rã, Leptodactylus jolyi,
registrada nos estudos, é classificada como com “Deficiente em dados”.

O Campo Rupestre sobre canga encontrado na ADA, é ambiente para algumas espécies
de répteis, principalmente lagartos das famílias Teiidae, Tropiduridae e Mabuyidae.
Algumas espécies de anfíbios também podem ocorrer nessa tipologia, pois em algumas
ocasiões, existem depressões no solo e por este ser impermeável, tende a formar poças
temporárias, ambiente que pode ser utilizado por algumas espécies de anfíbios para
reprodução.

A supressão da vegetação natural pode interferir na herpetofauna local e


consequentemente ocasionar a diminuição de ambientes úmidos, resultando em perda de
habitat para os anfíbios.

As áreas abertas de vegetação campestre representam os ambientes ideais para a


ocupação de espécies de répteis, onde existe a presença de abrigos para o sol, como
também a presença de pequenos roedores, típicos desta fitofisionomia e presas da
maioria das espécies de serpentes.

As áreas de vegetação florestal, campestres e corpos d’água são ambientes de vegetação


nativa e aquática são consideradas importantes para a conservação de espécies de
anfíbios e répteis.

Ictiofauna
O empreendimento está localizado na micro-bacia do Ribeirão do Silva que é afluente da
porção alta da sub-bacia do Rio das Velhas, que é um dos principais tributários da bacia
hidrográfica do Rio São Francisco em território mineiro.

O inventário de ictiofauna é importante para delimitar e acompanhar eventuais


modificações que possam ocorrer na comunidade ao longo do tempo e, sendo assim,
tomar medidas em prol da conservação da ictiofauna.

Para saber as possíveis espécies, com potencial de ocorrência na área de influência do


empreendimento, foram utilizados dados secundários.

O Levantamento de dados primários para a área de influência direta foi realizado em duas
campanhas: uma em janeiro/2017 abrangendo a estação chuvosa, e a outra em
maio/2017 contemplando a estação de seca. Os resultados obtidos nos estudos
mostraram que o status de conservação dos ambientes amostrados apresentou-se
semelhante, sem intervenções significativas e/ou perceptíveis entre as estações
amostradas.

Segundo descrito nos estudos e verificado em vistoria de campo, os corpos d´água


amostrados corresponderam a drenagens de pequeno porte, com homogeneização de
microambientes e já com significativas interferências antrópicas, como carreamento de
sedimentos advindos de atividades minerárias ocorrentes nos trechos a montante. O
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 26 de 134

maior curso d´água amostrado foi o Ribeirão do Silva que é o receptor de todas as outras
drenagens amostradas.

A metodologia escolhida foi a de pesca, sendo que para cada ambiente aquático foi
utilizada a técnica mais adequada, baseando-se nas características fisiográficas da
drenagem em questão. As técnicas escolhidas foram de captura ativa com a utilização de
peneiras, puçás e redes de arrasto com tela mosqueteira.

As coletas foram realizadas durante o dia, priorizando os locais que com um conjunto de
características ambientais, que proporcionavam condições mínimas e necessárias para
sustentar uma comunidade de peixes, como locais com vegetação ciliar, disponibilidade
de abrigos e de recursos alimentares.

As informações a respeito do status de ameaça das espécies registradas foram baseadas


nos dados das listas oficiais: IUCN, MMA e COPAM.

Os dados secundários apresentados, registraram a possível ocorrência de 38 espécies de


peixes

Os relatos dos trabalhos de campo (dados primários) registraram 43 indivíduos de peixes,


pertencentes a quatro espécies, são elas: Astyanax scabripinnis, Neoplecostomus
franciscoensis, Harttia leiopleura e Pareiorhaphis sp.

Podemos considerar que a baixa riqueza relatada nos estudos pode estar relacionada ao
estado de conservação, pequeno porte dos cursos d’água amostrados, e na
especificidade dos microambientes apresentados pelas drenagens.

De acordo com DN COPAM 147/2010, os estudos registraram duas espécies que se


encontram ameaçadas de extinção, são elas: Harttia leiopleura e Neoplecostomus
franciscoensis que estão classificadas como vulneráveis. Estas espécies estão listadas no
Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção em Minas Gerais (BIODIVERSITA S,
2008), por se tratarem de espécies endêmicas, de distribuição restrita e por habitarem
ambientes sensíveis e de grande interesse para minerações e empreendimentos
imobiliários.

Segundo os estudos apresentados, as espécies registradas para a área de influência do


empreendimento são sensíveis às alterações ambientais e endêmicas às áreas de
cabeceira da sub-bacia do Rio das Velhas.

Os estudos destacam ainda, que as populações locais, principalmente as do cascudinho


Neoplecostomus franciscoensis, são extremamente reduzidas, o que também determina
seu delicado status de ameaça.

Comunidades hidrobiológicas
Para o diagnóstico das comunidades hidrobiológicas dos corpos hídricos inseridos na
área de inserção do empreendimento foram usados dados secundários, como: relatórios

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 27 de 134

de ensaio de três campanhas dos anos de 2015 e 2016 do Programa de Monitoramento


executado pela Gerdau na área complexo minerário.

Para acrescentar informações, como forma de complementação dos estudos, foram


utilizados dados primários obtidos a partir de inventariamento realizado em campanhas de
chuva e seca nos anos de 2016 e 2017.

A rede de amostragem foi composta por cinco estações de forma a caracterizar a biota
aquática nos principais cursos hídricos da área de influência direta e indireta do
empreendimento.

O diagnóstico apresentado abrangeu as comunidades fitoplanctônica, zooplanctônica e de


macroinvertebrados bentônicos, em campanha realizada em 07 de novembro de 2016,
onde foram amostrados três pontos. Com objetivo de complementar os dados sobre o
estado da biota aquática, uma amostragem complementar ocorreu em 12 de dezembro de
2016 no período chuvoso.

Os procedimentos de coleta e de análise das comunidades planctônicas utilizados nos


relatórios apresentados foram: coleta e filtragem de 100 litros da água do curso hídrico de
interesse na rede de plâncton (20 µm de interstício). Apesar de a coleta com a rede ser
um método seletivo que favorece o recolhimento dos indivíduos maiores que 20 µm, o
objetivo principal foi promover a concentração da amostra para aumentar as densidades
dos organismos, facilitar a identificação taxonômica e a observação das espécies menos
abundantes da comunidade. Este ensaio forneceu os dados de riqueza total de taxa.

Ao considerar que os sistemas fluviais apresentam baixa densidade de plâncton, a


amostragem quantitativa da comunidade fitoplanctônica foi intensificada através do
aumento de esforço de amostragem de 1 L para 5 L de água na camada subsuperficial
pela submersão do frasco. A amostragem da comunidade zooplanctônica foi realizada
pelo método de filtragem de 100 L da água do corpo hídrico na rede de plâncton (20 µm
de interstício), o que não representou alteração da estrutura uma vez que esses
organismos apresentam maiores dimensões e, portanto, não houve perda de indivíduos
no processo de filtragem.

O uso da rede seletiva de 20 µm de interstício é importante por manter a eficiência de


coleta dos protozoários de menores dimensões, uma vez que este é considerado um
importante grupo constituinte do plâncton fluvial.

A identificação taxonômica dos organismos fitoplanctônicos foi feita a nível genérico com
base na literatura nacional publicada por Bicudo e Menezes (2006). A identificação das
espécies foi feita utilizando morfologia e morfometria comparada com as chaves
disponibilizadas e literatura internacional e, no caso de sistemas fluviais, foram utilizadas
as principais fontes de identificação de algas diatomáceas, grupo dominante dessa
biocenose.

A identificação taxonômica dos organismos zooplanctônicos foi feita a nível


genérico/específico, sempre que possível, utilizando a bibliografia especializada.
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 28 de 134

Para os Macroinvertebrados Bentônicos, os procedimentos de coleta e análise utilizados


foram baseados nos métodos recomendados por APHA 10500 - Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater 21th Edition - 2012.

Nas coletas foram utilizados dois métodos de amostragem, sendo eles: Kick Ne e Dipping.

Segundo relatado nos estudos, no trecho avaliado a jusante da área do empreendimento


foram obtidas as menores riquezas, menores diversidades e BMWP inferiores quando
comparados aos dados obtidos no trecho localizados a montante da área do
empreendimento.

Para a comunidade de Fitoplâncton a riqueza média dos cursos hídricos na AII variou de
10,0 taxa no Ribeirão do Silva ponto de jusante a 14,6 taxa no Córrego Pedra Negra.

No ponto de referência do Ribeirão do Silva a riqueza média foi igual a 11,2 taxa,
traduzindo uma diferença longitudinal de 1,2 taxa no trecho avaliado.

Quanto à densidade de organismos média, a amplitude dos dados foi de 21,2


organismos/mL, sendo a mínima igual a 19,8 org./mL registrada no Córrego dos Vieiras e
a máxima de 41,5 org./mL no Ribeirão do Aredes. No Ribeirão do Silva, a variação entre
os trechos foi igual a 0,7 org./mL.

Quando avaliada a distribuição dos organismos entre a taxa registrada através da


equitabilidade média o maior valor (0,82) e o menor (0,70) foram registados no Ribeirão
do Silva a montante da área e no Córrego Pedra Negra, respectivamente. Importante
dizer que ambos os valores encontrados e citados nos estudos, traduzem boa
equitabilidade entre a taxa o que proporcionou valores médios do índice de diversidade
superiores a 2,0 bits.ind-1 na maioria dos pontos, indicativo de elevada diversidade
biológica para cursos hídricos de baixa ordem da hierarquia fluvial.

De acordo com as listas oficiais, não foram identificados organismos raros ou ameaçados
de extinção.

Os resultados apresentados nos estudos referentes aos atributos investigados acerca das
biocenoses planctônica e bentônica nos mostram uma comunidade com simplicidade
estrutural nos cursos d’água estudados, tanto na estação de chuvas como na de seca.

Quanto aos bentônicos, na campanha de seca o número de taxa foi semelhante em todos
os pontos amostrais com destaque para o Ribeirão do Silva que se manteve como mais
diverso e com a comunidade mais equitativa.

O zooplâncton foi caracterizado por uma comunidade com estrutura mais complexa nas
duas campanhas, sendo que a variação sazonal foi pouco evidente.

Em relação aos índices ecológicos, os registros mais expressivos variaram entre o


afluente do Ribeirão do Silva (ASP01), o Ribeirão do Silva (ASP03) e o Córrego do Lopes
(ASP05), sendo que nos demais cursos, a diversidade esteve dentro dos padrões
comumente observados para sistemas fluviais de baixa ordem.
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 29 de 134

A variação sazonal registrada, indicou que os resultados foram na maioria mais


expressivos na estação seca.

A bioindicação gerada pelo índice BMWP classificou os cursos hídricos nas classes boa
qualidade ambiental e muito boa qualidade com valores mais expressivos no Córrego do
Grota (ASP02) e no Ribeirão do Silva (ASP03). A ocorrência de 1 única taxa em ASP01 e
ASP04 na campanha de novembro/2016 impossibilitou o cálculo do índice e por si só é
indicador de comprometimento das condições ambientais favoráveis à colonização da
macrofauna bentônica.

3.5 Flora
O empreendimento está situado no município de Itabirito-MG, na bacia hidrográfica do Rio
das Velhas, vertente leste da Serra da Moeda e oeste da Serra das Serrinhas. A Mina está
inserida no bioma Mata Atlântica, na faixa de transição dos dois Hotspots mineiros, a Mata
Atlântica e o Cerrado.

Os trabalhos de campo, para o diagnóstico da flora, foram desenvolvidos em 14 dias, da


seguinte forma:

 Levantamento florístico nos remanescentes de Savana Parque (Campo Sujo), Savana


Gramíneo Lenhosa (Campo Limpo), Savana Arborizada (Cerrado Denso/Cerrado
Ralo) e Campo Rupestre Sobre Quartzito na AID, do dia 20 a 23 de fevereiro de 2017
totalizando quatro dias de campo;

 Levantamento florístico nos Campos Rupestres Sobre Canga na AID e ADA, nos dias
06 e 07 de março de 2017, totalizando dois dias de campo;

 Levantamento florístico (ADA e AID) e fitossociológico/ inventário (ADA) florestal nos


remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual, do dia 06 a 10 de fevereiro de
2017 e do dia 06 a 08 de março de 2017, totalizando oito dias de campo.

Para os estudos apresentados, foi realizada a pesquisa da presença de espécies


ameaçadas de extinção, por meio de consulta à Portaria MMA nº443/2014, referente à
Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção e à Lista das
Espécies da Flora Ameaçada de Extinção do Estado de Minas Gerais (FUNDAÇÃO
BIODIVERSITAS, 2007). Embora a lista da Fundação Biodiversitas (2007) não represente
uma lista legalmente reconhecida, ela configura um banco de dados que contempla
inúmeras espécies raras, endêmicas, vulneráveis ou ameaçadas de extinção que é
amplamente utilizada por pesquisadores, por esta justificativa foi utilizada nos estudos
apresentados. Segundo os estudos apresentados, a publicação Plantas Raras do Brasil
(GIULIETTI et al., 2009), além de alguns trabalhos acadêmicos recentes a exemplo de
Carmo (2018), sendo este referente à compilação de espécies dos Campos Ferruginosos
Quadrilátero Ferrífero também foi consultada para a realização do estudo apresentado.

Para a classificação dos estágios sucessionais dos remanescentes florestais, os estudos


apresentados seguiram os parâmetros da Resolução CONAMA nº 392/2007, norma que
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 30 de 134

define a vegetação primária e secundária de regeneração da Mata Atlântica no Estado de


Minas Gerais e propõe os parâmetros básicos para a classificação dos estágios de
regeneração da vegetação secundária das formações de Floresta Estacional Decidual,
Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila Densa.

Para avaliação do estado de conservação da vegetação Campo Rupestre Ferruginoso os


estudos seguiram os critérios da Resolução CONAMA nº 423/2010, a qual dispõe sobre
os parâmetros básicos para identificação e análise da vegetação nos Campos de Altitude
associados ou abrangidos pela Mata Atlântica.

Tendo em vista que a área ocupada pela Floresta Estacional Semidecidual em estágio
médio de regeneração ocupa uma área de 1,33 ha, para a coleta de dados
fitossociológicos a metodologia utilizada foi o censo ou inventário 100% onde foram
mensurados todos os indivíduos arbóreos que apresentaram circunferência à altura do
peito (CAP) igual ou superior a 15,7 cm, medida a 1,30 m acima do nível do solo. Para os
indivíduos que perfilharam ou bifurcaram abaixo 1,30 m de altura, todos os seus múltiplos
troncos foram medidos, desde que estivessem dentro do critério de inclusão supracitado.

Foram tomadas ainda as suas medidas de altura do fuste e altura total em metros.
Segundo os estudos apresentados, as árvores mortas em pé também foram
consideradas, porem, por causa da ausência de material botânico, não foi possível
realizar a sua taxonomia, sendo apresentadas como pertencentes a um mesmo grupo
denominado “mortas”.

O esforço amostral foi avaliado através da elaboração da curva do coletor. Para a


descrição da estrutura horizontal foram calculados os parâmetros fitossociológicos de
densidade relativa, frequência relativa, dominância relativa, valor de cobertura relativo e
índice de valor de importância relativo. A riqueza, a qual se refere ao número de espécies
presentes na flora de uma determinada área, e a uniformidade, parâmetro que diz
respeito à distribuição de indivíduos entre as espécies, também foram avaliadas através
do cálculo do Índice de Shannon-Weaver (H') e da Equabilidade de Pielou (J)
(MAGURRAN, 1988).

Os fragmentos mais preservados encontrados na AID e AII do empreendimento


apresentam estratificação nítida, sendo possível observar um estrato arbóreo dominante
que forma o dossel. No estrato inferior são encontrados indivíduos jovens de espécies
emergentes, arbustos e arvoretas típicos e mais tolerantes a condições de
sombreamento. O sub-bosque é formado por espécies herbáceas e arbustivas de até 2
metros de altura. Algumas espécies apresentam indivíduos que ultrapassam o dossel,
correspondendo às árvores emergentes.

A vegetação campestre é bastante heterogênea e ocupa grandes extensões dos platôs e


encostas e representa uma parcela expressiva da cobertura vegetal da AID/ADA.

Atualmente a paisagem das Áreas de Influência é marcada pela presença de atividades


minerárias, pela rodovia BR-040 com trânsito intenso e ocupações urbanas, além de
campos nativos das Serras da Moeda e das Serrinhas. Contudo, apesar da dinâmica dos
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 31 de 134

usos antropogênicos ao longo do tempo, a paisagem de inserção do empreendimento


ainda apresenta expressivos remanescentes de vegetação nativa, muitas vezes
interconectadas e/ou contínuos com áreas legalmente protegidas.

Os estudos registraram 1.085 morfoespécies, distribuídas em 120 famílias botânicas,


sendo 30 pteridófitas e 1.055 angiospermas, sendo a Asteraceae como a família que
apresentou maior número de representantes (156), seguida de Poaceae (92), Fabaceae
(72), Melastomataceae (61), Myrtaceae e Rubiaceae (46 espécies cada uma),
Cyperaceae (33), Apocynaceae (31), Orchidaceae (26), Lauraceae (24), Lamiaceae (23),
Malpighiaceae (21) e Euphorbiaceae (20).

Os estudos apresentados relataram que, com relação ao habitus 313 espécies são
arbóreas, 281 são arbustivas, 423 são herbáceas, 59 são trepadeiras, três espécies são
parasitas (Cassytha filiformis, Psittacanthus dichroos e Struthanthus flexicaulis), cinco
foram consideradas arborescentes (Agarista eucalyptoides, Pseudobrickellia angustissima
e os samambaiaçus Cyathea delgadii, Cyathea leucofolis e Cyathea villosa).

Para as formações florestais foram registradas um total de 369 espécies, pertencentes a


88 famílias de botânicas, sendo 13 pteridófitas e 356 angiospermas; nos Campos
Rupestres Ferruginosos foram listadas 689 espécies, sendo 667 angiospermas e 22
pteridófitas, totalizando 86 famílias botânicas; nos trechos de vegetação de Cerrado,
considerando as fisionomias de Savana Parque, Savana Arborizada e Savana Gramíneo-
Lenhosa, ambientes que ocupam grandes extensões da AID, foram encontradas 578
espécies de diferentes portes, distribuídas em 80 famílias botânicas (12 pteridófitas e 566
angiospermas); os Campos Rupestres Sobre Quartzito ocupam pequenas extensões na
AID e foram identificados apenas nos topos da Serra das Serrinhas e na vertente oeste da
Serra da Moeda. Neste ambiente foram registradas nos estudos 215 espécies
pertencentes a 51 famílias.

Os resultados obtidos nos estudos evidenciaram que várias espécies ocorrem em mais de
um tipo de ambiente. Porém, cabe destacar que 49 espécies são exclusivas da Floresta
Estacional Semidecidual, seis espécies foram registradas exclusivamente nos Campos
Rupestres Sobre Quartzito, 29 somente nos ambientes de Cerrado (Savana Parque,
Savana Gramíneo-Lenhosa e Savana Arborizada) e 169 exclusivamente nos Campos
Ferruginosos. Entre as espécies amplamente distribuídas e que ocupam diversos tipos de
ambientes registradas para a AID e ADA do empreendimento, estão as espécies:
Eremanthus erythropappus, Mikania cordifolia, Jacaranda caroba, Clethra scabra,
Lamanonia ternata, Copaifera langsdorffii, Dicranopteris flexuosa, Vismia brasiliensis,
Hyptidendron asperrimum, Leandra aurea, Leandra lacunosa, Miconia albicans, Miconia
pepericarpa, Myrcia splendens, Myrsine guianensis, Borreria verticillata, Smilax
oblongifolia e Pteridium arachnoideum.

Os estudos registraram que para a AID/AII e ADA do empreendimento, do total de táxons


registrados nas fisionomias campestres e florestais, 61 são de maior relevância para
conservação por estarem relacionadas em alguma categoria de ameaça junto às listas
oficiais de espécies ameaçadas de extinção consultadas.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 32 de 134

As espécies de maior importância registradas nos estudos são: Stephanopodium engleri,


Ocotea odorifera, Cedrela fissilis, Virola bicuhyba, Euplassa incana, Euplassa
semicostata, Virola bicuhyba, Dichapetalaceae engleri, Ocotea odorifera, Cedrela fissilis,
Chresta sphaerocephala, Lychnophora pinaster, Lychnophora ericoides, Lychnophora
passerina, Lychnophora syncephala, Arthrocereus glaziovii, Vriesea minarum, Dyckia
consimilis, Calibrachoa elegans, Paspalum brachytrichum e Gymnopogon doellii.

Floresta Estacional Semidecidual


As formações florestais presentes na da AII, AID e ADA podem ser classificadas como
Floresta Estacional Semidecidual secundária.

Os principais fatores antrópicos responsáveis pelos impactos negativos sobre estes


ambientes, podendo comprometer o desenvolvimento do sub-bosque e causar a morte de
indivíduos arbóreos, foram identificados como: a presença da rodovia BR-040, a
ocorrência de incêndios e a deposição de poeira em função das atividades de mineração
e trânsito de veículos em acessos não pavimentados.

A heterogeneidade ambiental registrada na área, acaba promovendo riqueza, abundância


e diversidade de plantas, contribuindo para a diversidade regional e funcionando como
centro de dispersão de espécies.

Para realizar a classificação dos estágios de regeneração da vegetação de Mata Atlântica,


as formações florestais presentes na AID e ADA foi considerando a Resolução CONAMA
nº 392 de 2007.

Os remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual em estágio médio de


regeneração ocorrem em 1,33 ha na ADA e 517,40 ha na AID. Na ADA correspondem a
uma vegetação sujeita aos efeitos de borda a partir da rodovia BR-040, sobretudo
deposição de poeira e incidência de queimadas. Ao longo da AID/AII os remanescentes
são maiores e apresentam acentuada heterogeneidade estrutural, assim como em relação
ao grau de conservação. Ocorrem na forma de floresta ripária nos fundos de vale,
acompanhando as drenagens sob a forma de corredores florestais de largura e extensão
variáveis, geralmente circundados por ambientes campestres. Apresentam estratificação
nítida, sendo possível observar um estrato arbóreo dominante que forma o dossel.
Algumas espécies apresentam indivíduos que ultrapassam o dossel, correspondendo às
árvores emergentes.

Os remanescentes mais extensos, ocorrem nos fundos de vale locais com melhores
condições de solo e umidade, assim a vegetação encontra-se em estágios mais
adiantados de regeneração, o que favorece a manutenção de micro habitats importantes
para o estabelecimento das espécies da flora local. Isso ocorre provavelmente pela maior
distância das bordas, o que dificulta a propagação de queimadas a partir da vegetação
campestre.

Nas encostas mais íngremes, ocorrem fragmentos estreitos e de pequenas dimensões,


inseridos em cabeceiras de drenagem entre maciços de Campo Ferruginoso, Campo
Rupestre Sobre Quartzito ou Savana Gramíneo-Lenhosa, aspecto responsável pela
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 33 de 134

ocorrência de efeitos de borda relacionados incidência de luz e vento. O solo é


frequentemente raso e apresenta afloramentos rochosos, favorecendo a descontinuidade
do dossel, o desenvolvimento de cipós e lianas, plantas que se desenvolvem com mais
facilidade em locais com alta incidência de luz.

Nas bordas de matas sujeitas à ação do fogo pode ser verificada uma intensa colonização
de cipós que, em alguns casos, chegam a cobrir algumas porções do dossel, condi ção
que dificulta a regeneração e prejudica o crescimento das espécies arbóreas e arbustivas,
retardando ali o processo de regeneração.

Nestes mesmos locais o sub-bosque é pobre e formado predominantemente por espécies


de gramíneas, cujo crescimento agressivo, dificulta o crescimento de espécies herbáceas
e arbustivas típicas, bem como de plântulas das espécies arbóreas formadoras dos
estratos superiores.

Os estudos registraram espécies típicos dessa formação para a AID/AII e ADA, como por
exemplo: a Guatteria sellowiana (pindaíba), Copaifera langsdorffii (pau-d’óleo), Lamanonia
ternata (três-folhas), Croton urucurana (sangra-d'água), Machaerium brasiliensis
(jacarandá-bico-de-pato), Casearia arborea (guaçatonga), Hyptidendron asperrimum
(maria-mole), Nectandra oppositifolia (canela), Myrsine umbellata (capororoca), Myrcia
splendens (goiabinhas do mato) e Cupania vernalis (camboatá). Entre as espécies que se
desenvolvem preferencialmente nos trechos mais úmidos e mais preservados estão
Annona cacans (araticum), Ilex paraguariensis (erva-mate), Handroanthus serratifolius
(ipê-amarelo-da-mata), Protium heptaphyllum (breu), Garcinia gardneriana, Tovomitopsis
paniculata, Sorocea bonplandii (leiteiro) e Bathysa australis (pau-de-colher).

Foram registradas nos estudos as espécies arbustivas, como por exemplo: a Justicia
riparia, Leandra melastomoides, Leandra acuminata, Leandra aurea, Miconia corallina,
Miconia pepericarpa, Piper aduncum, Piper anisum e Brunfelsia brasiliensis. Foi
apresentado nos etudos ainda a ocorrência de ervas rupícolas, epífitas e trepadeiras
como as orquídeas Encyclia patens e Polystachya estrellensis, as peperômias Peperomia
diaphanoides, Peperomia tetraphylla e Peperomia velloziana, as samambaias Phlebodium
pseudoaureum e Pleopeltis minarum, as bromélias Aechmea bromeliifolia, Billbergia
elegans e Tillandsia tenuifolia, além das cactáceas Hatiora salicornioides e Rhipsalis
baccifera.

Nas proximidades do curso d’água alguns remanescentes apresentam características


perenifólias, os indivíduos arbóreos encontrados apresentam maior porte e o sub-bosque
se caracteriza por espécies adaptadas a áreas úmidas, podendo ser encontradas,
populações de Geonoma schottiana, Cyathea phalerata e Cyathea leucofolis. A
comunidade de epífitas é bem expressiva, contando com indivíduos das espécies
Aechmea bromeliifolia, Tillandsia stricta e Microgramma squamulosa.

O Índice de Diversidade de Shannon (H’) considera igual o peso entre as espécies raras e
abundantes e quanto maior for o valor de H', maior será a diversidade florística da
população em estudo. O valor H’ obtido na amostragem foi de 3,85 nats/indivíduo e pode
ser considerado alto se comparado com aqueles obtidos em levantamentos realizados em
outros remanescentes na mesma região do estado. O valor de equabilidade (J), que
indica a contribuição proporcional das espécies para a comunidade e possui valor máximo
igual a 1,0 quando todas as espécies possuem abundâncias equivalentes, encontrado na
amostragem foi 0,83 e reflete que ocorre pouca concentração de abundâncias relativas
entre as espécies dominantes.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 34 de 134

Ambientes Savânicos
A fisionomias típicas do domínio do Cerrado que ocorrem na AID do empreendimento e
ocupam as encostas menos íngremes e topos de morro onde não ocorrem afloramentos
rochosos, estão presentes em 1.392 ha. A vegetação é predominantemente herbáceo-
arbustiva e as árvores, quando presentes, são isoladas, baixas e tortuosas. O
levantamento de campo apresentado, identificou a coexistência de quatro fisionomias
distintas, conforme composição florística, estrutura, adensamento do estrato arbóreo e
estado de conservação, sendo elas: Savana Arborizada (Cerrado Ralo/Cerrado Denso),
Savana Parque (Campo Sujo) e Savana Gramíneo-Lenhosa (Campo Limpo).

Estas tipologias apresentam vasta gama de características estruturais gradativas. A


diferenciação entre as fisionomias se dá, inicialmente, pela densidade arbórea, seguindo
critérios de substrato e flora. A mudança na estrutura da vegetação ocorre de forma
gradativa dificultando a diferenciação destes tipos fitofisionômicos, o que complica a
separação física para o mapeamento da cobertura vegetal. Os Campos Limpos ou
Savana Gramíneo-Lenhosa ocorrem em associação com os Campos Sujos ou Savana
Parque. Essas duas tipologias formam mosaicos complexos.

A Savana Gramíneo-Lenhosa não foi mapeada na ADA do projeto estando presente na


vertente oeste da Serra da Moeda, onde recobre 103,71 ha. Ocorre ainda em pequenas
disjunções no topo da Serra das Serrinhas, porção leste da AID.

Os trabalhos de campo apresentados constaram que se tratar de ambientes preservados


e não foram encontrados indícios de impactos como pisoteio e pastoreio do gado,
entretanto, foram encontrados indícios de queimadas no passado. A presença dos
afloramentos influencia na composição florística, aumentando a disponibilidade de
habitats e, consequentemente, enriquecendo a comunidade vegetal que é nitidamente
influenciada pelos Campos Rupestres Sobre Quartzito presentes no entorno.

Já a vegetação de Savana Parque ou Campo Sujo, caracteriza-se por possuir estratos


distintos: um herbáceo arbustivo desenvolvido, constituído principalmente por gramíneas
e uma grande diversidade de arbustos; e um estrato lenhoso, nas mais variadas
densidades, composto por árvores pequenas, de fisionomia tortuosa e que não
ultrapassam 4,0 m de altura. Se desenvolvem sobre solo raso e cascalhento, destacando-
se alguns pontos fortemente lixiviados, provavelmente em função do escoamento de
águas pluviais e da ocorrência de queimadas no passado. Na ADA ocorrem 1,72 ha que,
devido a sua localização nas adjacências da Cava da Mina e da BR-040, encontram-se
atualmente muito descaracterizados, podendo ser considerados como Savana Parque
Degradada.

Na AID ocorre em diferentes proporções e se distribui na paisagem de forma descontínua,


formando ecótonos com remanescentes de diferentes tipologias. A densidade das
espécies arbóreas varia, nos diferentes trechos, e ocorrem espécies como por exemplo:
Stryphnodendron adstringens (barbatimão), Myrcia amazonica (goiaba-vermelha), Myrcia
retorta (goiaba-brava), Eremanthus incanus (candeia), Dalbergia miscolobium (caviúna-
do-cerrado), Schefflera macrocarpa (mandiocão-do-cerrado), Schefflera macrocarpa
(mandiocão-do-cerrado), Myrsine guianense (capororoca), Solanum lycocarpum (lobeira),
Plenckia populnea (marmelo), Kielmeyera coriacea (pau-santo) e Bowdichia virgilioides
(sucupira).

Nos Campos Sujos da ADA não foram encontrados remanescentes de Cerrado


Denso/Cerrado Ralo. Ao longo da AID os estudos registraram as mesmas espécies
arbóreas da Savana Parque (Campo Sujo), porem, em maior densidade e representadas
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 35 de 134

por indivíduos que alcançam até 12 metros de altura, como por exemplo: Symplocos
oblongifolia (congonha), Qualea cordata (pauterra), Plenckia populnea (marmeleiro-do-
campo), Eremanthus glomerulatus (candeia), Copaifera langsdorffii (pau-d’óleo), Guatteria
sellowiana (pindaíba), Eremanthus erythropappus (candeia) e Siphoneugena crassifolia.
Foram registrados alguns locais onde se formam bosques e são encontradas espécies
como a Vochysia thyrsoidea (gomeira) que representa a única espécie com mais de 6 m
de altura. Essa é uma característica típica desta espécie, estando relacionada às
características reprodutivas ou à capacidade de tolerar e/ou acumular alumínio presente
no solo.

Os estudos destacaram que o estrato inferior é denso e composto por muitos indivíduos
jovens de espécies arbóreas, além de espécies herbáceas e arbustivas, como por
exemplo: Remijia ferruginea, Lantana fucata, Psidium cinereum, Ouratea castaneifolia,
Campomanesia adamantium, Jacaranda caroba, Bauhinia rufa, Banisteriopsis
campestres, Solanum subulatum, Eugenia bimarginata e Palicourea rigida.

Como não existe no estado de Minas Gerais legislação específica que apresente os
parâmetros para a classificação dos estágios sucessionais dos encraves de vegetação de
Cerrado dentro do Bioma Mata Atlântica, forma seguidos para os estudos apresentados
os parâmetros propostos na Resolução CONAMA nº423/2010, tendo como balizadores os
dados qualitativos obtidos durante as campanhas de campo. Foi constatado nos estudos
apresentados que as tipologias savânicas encontradas na AID apresentam elevada
riqueza de espécies e se encontram, em geral, em bom estado de conservação, no
entanto, refletem modificações relativas a impactos anteriores como pisoteio e pastoreio
de gado e queimadas recorrentes.

Os estudos citaram também, árvores mortas, além de espécies típicas representadas por
indivíduos em rebrota, o que confirma a ocorrência de queimadas. Foram registradas nos
estudos ainda áreas descaracterizadas pela invasão por espécies exóticas, como a
Melinis minutiflora (capim-meloso). Trata-se de áreas localizadas na porção sul da AID,
muitas delas adjacentes à rodovia BR-040. Importante dizer que a presença da rodovia
representa fonte de impactos negativos sobre a cobertura vegetal, considerando que
muitos dos incêndios têm início nas duas divisas.

Pelo fato de não existir legislação específica e parâmetros para a classificação dos
estágios sucessionais da vegetação de Cerrado no estado de Minas Gerais, assim como
a ausência de estudos que comprovem a aplicabilidade das definições de “estágios
sucessionais” para a vegetação savânica, os estudos apresentados não concluíram se a
vegetação de Savana Parque (Campo Sujo) presente na ADA se encontra em estágio
inicial ou médio de regeneração, mas, segundo os relatos dos estudos, tudo indica que se
tratar de vegetação secundária, em estado de conservação inferior a outros
remanescentes da AID/AII. Para as formações presentes na AID/AII foi relatado o
predomínio de áreas em bom estado de conservação, entretanto, trechos mais alterados,
semelhantes a aqueles relatados para a ADA, também estão presentes.

Campo Rupestre Sobre Quartzito


Os estudos registraram que ao longo da AID/AII esta tipologia foi identificada em
pequenos trechos nos topos da Serra das Serrinhas e em uma cadeia contínua de
afloramentos na vertente oeste da Serra da Moeda. Estes ambientes são cercados por
diferentes tipologias, com destaque para a Savana Gramíneo-Lenhosa na Serra das
Serrinhas e para os Campos Ferruginoso na Serra da Moeda. Os estudos relataram e

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 36 de 134

foram observações feitas em campo no ato da vistoria, que mesmo que a região do seja
frequentemente impactada pela ação do fogo, os Campos Rupestres sobre quartzito
presentes na AID/AII se encontram em bom estado de conservação.

Apresentando composição florística típica e densidade de espécimes bastante variável,


dependentes das características do substrato, profundidade do solo e disponibilidade
hídrica. Em alguns locais o substrato é predominantemente rochoso e as plantas crescem
diretamente sobre as rochas ou em sedimentos que se acumulam nas fendas dos
afloramentos. As espécies arbóreas são raras e quando presentes são pouco
desenvolvidas, representadas por indivíduos de tronco fino e de no máximo 2 m de altura,
como por exemplo: Eremanthus incanus (candeia) e Miconia ferruginata que, juntamente
com as arbustivas Trembleya laniflora, Trembleya parviflora e Lychnophora pinaster,
atuam como “plantas berçário”, uma vez que abaixo de suas copas cria-se um microclima
mais favorável a plântulas e espécies herbáceas mais sensíveis.

Nas fendas, a vegetação observada se encontra viçosa e é representada por espécies


como: Vellozia compacta, Barbacenia flava, Microlicia isophylla, Microstachys corniculata,
Symphyopappus brasiliensis, Lessingianthus linearifolius e Pleroma heteromalla, além de
gramíneas como Echinolaena inflexa, Aulonemia effusa, Axonopus pressus, Andropogon
macrothrix e Apochloa euprepes e ciperáceas como Lagenocarpus rigidus e
Rhynchospora consanguinea.

Dentre as plantas herbáceas rupícolas, foram registradas nos estudos a Anthurium


minarum, espécies de Bromeliaceae que formam pequenas touceiras, e também a
Aechmea bromeliifolia e Billbergia elegans e as orquídeas Epidendrum campestre,
Acianthera teres, Cattleya crispata e Gomesa ramosa. As lianas e trepadeiras também
estão presentes e ocorrem associadas a adensamentos de vegetação arbustiva. Entre as
mais abundantes os estudos registraram a Ditassa eximia, Ditassa linearis, Minaria
acerosa, Hydrocotyle quinqueloba e Serjania gracilis.

Nas áreas de baixada, na vertente leste da Serra das Serrinhas foram citados locais onde,
ao longo do tempo, ocorreu deposição de sedimentos originados da decomposição das
rochas do entorno, constituindo um solo bastante pedregoso. Trata-se também de uma
fisionomia bastante heterogênea, cuja composição florística e a porcentagem de
cobertura do solo variam em função das características pontuais do substrato e da
disponibilidade de água.

Os estudos registraram que de acordo com as características do solo o estrato herbáceo-


arbustivo é descontínuo, porém muito diverso e representado por algumas espécies de
Cerrado como por exemplo: Palicourea rigida, Achyrocline satureioides e Sabicea
brasiliensis, várias espécies de Asteraceae como: Baccharis reticularia, Chromolaena
campestris, Heterocondylus alatus, Lessingianthus linearifolius, Lucilia lycopodioides,
Lychnophora ericoides, Mikania obtusata, Stevia urticaefolia e Symphyopappus
brasiliensis, Melastomataceae como: Cambessedesia espora, Clidemia urceolata,
Lavoisiera imbricata, Leandra aurea, Macairea radula, Marcetia taxifolia, Pleroma
heteromalla e Trembleya laniflora e Poaceae como: Andropogon macrothrix, Apochloa
euprepes, Aristida gibbosa, Aulonemia effusa, Axonopus pressus, Echinolaena inflexa,
Mesosetum loliiforme, Paspalum polyphyllum e Trachypogon spicatus.

Ainda segundo os estudos apresentados, na AID ocorrem em 528,80 ha e na ADA


ocupam 4,92 ha na área do empreendimento. Nas áreas estudadas, foi citado a diferença
e a coexistência de duas modalidades de Campos Ferruginosos, conforme estado físico
da canga, as quais se diferem florística e estruturalmente: Campo Rupestre ou Campo
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 37 de 134

Ferruginoso Sobre Canga Couraçada e Campo Rupestre ou Campo Ferruginoso Sobre


Canga Nodular.

Segundo os estudos as cangas couraçadas ocorrem nas Serras da Moeda e das


Serrinhas, assim como no interior da Estação Ecológica de Aredes, na AID. Na ADA estão
presentes em pequenas disjunções em meio às cangas nodulares na área do
empreendimento. Esta tipologia ocorre em locais onde o substrato forma uma espessa e
sólida couraça ou lajeado, sobre a qual a vegetação se desenvolve de maneira esparsa
com espécies predominantemente herbáceas epilíticas e rupícolas crescendo sobre a
rocha ou algumas arbustivas e arbóreas crescendo em fendas. Algumas vezes, o
substrato é de tal forma ausente que a vegetação inexiste e a cobertura do solo se reduz
a liquens e musgos.

Algumas espécies citadas nos estudos, como a Sinningia rupicola, a Anthurium minarum
e a Acianthera teres crescem diretamente sobre as rochas. O estrato herbáceo é
dominante e composto principalmente por gramíneas, ciperáceas como por exemplo a
Lagenocarpus rigidus e a Fimbristylis autumnalis, orquídeas como a Cattleya caulescens,
Bulbophyllum weddellii, entre outras, e bromélias como a Vriesea minarum, Dyckia
consimilis e Cryptanthus schwackeanus. Em condições mais favoráveis, do estrato
graminoso existem arbustos e sub-arbustos lenhosos, predominando espécies das
famílias Asteraceae como por exemplo o alecrim Symphyopappus brasiliensis e a
Baccharis reticularia, a arnica Lychnophora ericoides, Melastomataceae dos gêneros
Marcetia, Microlicia, Tibouchina e Pleroma e Ericaceae como a Gaylussacia brasiliensis e
a Gaylussacia chamissonis.

A canga fornece condições ecológicas bastante distintas daquelas encontradas na


paisagem adjacente, permitindo que os afloramentos ferruginosos consistam num refúgio
para espécies adaptadas a escassez de água como a Arthrocereus glaziovii (cacto);
espécies de ciclo anual como os lírios vermelhos Hippeastrum morelianum
(Amaryllidaceae) e a Alstroemeria plantagine (Alstroemeriaceae), as quais se destacaram
na paisagem nos períodos chuvosos e logo que reproduzem desaparecem até o ano
seguinte; além de espécies tolerantes a altos níveis de dessecação, como é o caso das
canelas-de-ema (Vellozia compacta, Vellozia variabilis, Vellozia graminia e Vellozia
caruncularis), que em épocas secas têm aparência de plantas mortas, mas que voltam a
se desenvolver quando as condições de umidade se tornam favoráveis.

Ao longo da ADA e AID foi registrado nos estudos a presença de elevada riqueza florística
e de trechos bem preservados desta tipologia, mesmo sendo a região sujeita a ocorrência
de incêndios devido a sua localização nas adjacências de rodovia e em vários locais
sejam encontrados adensamentos de capim meloso, sobretudo na porção sul da AID.

A vegetação de Canga Couraçada é naturalmente descontínua e os afloramentos


rochosos tem a função de barreira, evitando que o fogo se alastre, favorecendo a
manutenção da vegetação. Mesmo sendo observados alguns trechos desprovidos de
vegetação, ou com pouca vegetação, vale salientar que é uma característica natural das
Cangas Couraçadas e que os organismos vegetais predominantes registrados nos
estudos são os musgos e os líquens.

Entre as espécies arbustivas mais comuns registradas nos estudos, estão a Acritopappus
longifolius, Ageratum fastigiatum, Baccharis platypoda, Baccharis retusa, Dasyphyllum
sprengelianum, Hololepis pedunculata, Symphyopappus brasiliensis, Gaylussacia
brasiliensis, Ocotea tristes, Heteropterys campestres, Cambessedesia corymbosa e
Luxemburgia octandra. Além de Pseudobrickellia brasiliensis, Chresta sphaerocephala,
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 38 de 134

Kielmeyera variabilis, Jacaranda caroba, Erythroxylum suberosum, Croton campestres,


Bauhinia rufa, Calolisianthus pedunculatus, Cissampelos ovalifolia, Banisteriopsis
campestres, Miconia albicans e Remijia ferruginea, espécies frequentemente avistadas
nos ambientes de Cerrado. No estrato herbáceo se destacam diversas ciperáceas dos
gêneros Bulbostylis Gardner, Lagenocarpus Nees e Rhynchospora Vahl, gramíneas dos
gêneros Andropogon L., Axonopus P. Beauv., Panicum L., Paspalum L. e Sporobolus R.Br.

O parâmetro utilizado para a classificação do estado de conservação dos Campos


Rupestres Ferruginosos foi a Resolução CONAMA nº 423/2010 dispõe sobre os
parâmetros básicos para identificação e análise da vegetação primária e dos estágios
sucessionais da vegetação secundária nos Campos de Altitude associados ou abrangidos
pelo domínio da Mata Atlântica.

Para todos os trechos estudados de Campo Rupestre Ferruginoso foi considerado e


registrado nos estudos que as pressões antrópicas incidentes até o momento não foram
suficientes para descaracterizá-las enquanto fitofisionomia típica. É possível que
alterações tenham ocorrido ao longo do tempo em relação à estrutura fitossociológica
original, especialmente nos pontos mais sujeitos a incidência de queimadas.

Apesar disso, a sua estrutura e composição florística básicas persistem, quando


comparados a outros campos presentes na região do Quadrilátero Ferrífero. A partir dos
critérios propostos pela Resolução CONAMA nº 423/2010, a conclusão apresentada nos
estudos em relação aos Campos Rupestres Ferruginoso da ADA é que independente do
seu estado de conservação, estes abrigam elevada riqueza florística com presença de
espécies raras, endêmicas e/ou ameaçadas de extinção.

Instalação rural
Estes ambientes têm ocorrência pontual nas áreas de influência e compreendem as
benfeitorias rurais e seu entorno imediato, onde a vegetação é representada basicamente
por espécies ornamentais e frutíferas, grande parte delas é exóticas. Existe também áreas
com pastagem e algumas áreas de plantio de culturas anuais como o milho, ou áreas de
cultivo semipermanentes com capim.

Devido a ações antrópicas constantes ocorrem também espécies invasoras. Devido à


simplicidade estrutural desses locais o potencial para abrigar espécies relevantes da flora
e da fauna silvestres é baixo e embora eventualmente representem atrativo para a fauna
generalista, apresentam pouca relevância do ponto de vista da conservação da flora.

Taludes revegetados
Estes ocupam 3,37 ha na ADA e 6,85 ha na AID. São locais onde foram plantadas
sementes de espécies de rápido crescimento com o objetivo de estabilização do solo e a
prevenção ao desenvolvimento de processos erosivos. Trata-se de ambientes
considerado de pouca relevância do ponto de vista da conservação da flora.

Eucaliptal
Estes plantios estão restritos às cortinas arbóreas localizadas no entorno da rodovia BR-
040 e também no entorno de instalações da mineração. Trata-se de 20,62 ha na AID e
0,57 ha na ADA e incluem desde árvores imaturas, com alturas próximas a 4 m, a alguns
indivíduos de grande porte. A ausência de manejo permite algum desenvolvimento de
espécies nativas, disseminadas a partir dos remanescentes de cerrado e matas do
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 39 de 134

entorno, como por exemplo: araticum (Annona crassiflora), mandioqueiro (Didymopanax


macrocarpum), capororoca (Myrsine guianensis), pixirica (Miconia albicans), candeia
(Eremanthus erythropappus), camboatá (Cupania vernalis) e barbatimão
(Stryphnodendron adstringens), todas classificadas como espécies pioneiras e de ampla
distribuição ao longo da região.

Pastagens
Foram consideradas nos estudos as áreas da AID onde a cobertura nativa foi substituída
por gramíneas exóticas utilizadas para o forrageio do gado, como a braquiária (Brachiaria
spp.). Em alguns trechos desenvolvem-se os pastos sujos, que são caracterizados pela
presença plantas jovens de espécies arbóreas e indivíduos de espécies herbáceas e
arbustivas pioneiras. É considerado ambiente pouco significativo do ponto de vista da
conservação, dado o caráter generalista das espécies e a baixa complexidade estrutural
da formação.

Processos Erosivos
Segundo os estudos apresentados, o solo da AID/AII do empreendimento apresenta
elevada suscetibilidade à erosão hídrica e consequentemente alta erodibilidade.
Associada a esta característica observa-se na região a ocorrência de queimadas e
desmatamentos, fazendo com que esse aspecto seja potencializado. Sendo assim, são
observados na AID alguns processos erosivos (voçorocas), onde a vegetação nativa já se
desenvolve e promove a estabilização, de forma natural, sem que tenha sido tomada
qualquer providencia.

São locais com solos pobres e lixiviados, sendo que as espécies que ocorrem ali são
consideradas tolerantes a estas condições. São observados o adensamentos da espécie
Dicranopteris flexuosa, de algumas espécies herbáceas e arbustivas típicas de Cerrado,
como por exemplo a Davilla rugosa, Croton antisyphiliticus, Trimezia juncifolia,
Banisteriopsis anisandra, Banisteriopsis campestris, Duguetia fufuracea, Campomanesia
adamantium, Palicourea rigida, e também, indivíduos jovens de espécies arbóreas típicas
de cerrado como por exemplo a Schefflera macrocarpa, Stryphnodendron adstringens,
Myrsine guianensis, Cordiera sessilis, Solanum lycocarpum ou florestais pioneiras como a
Cecropia hololeuca, C. pachystachya e Tibouchina sellowiana.

Solos Expostos e Vias de Acesso


Os estudos consideraram os locais submetidos a diversos tipos de interferência antrópica
que acabaram por descaracterizar profundamente ou suprimir a cobertura vegetal original,
que somam um total de 9,15 ha na ADA e 44,43 ha na AID. Abrangem as estradas não
pavimentadas, antigas áreas de empréstimos, áreas recém-desmatadas e as instalações
operacionais administrativas das minerações atuais e antigas. Constituem ambientes
inexpressivos do ponto de vista da conservação, por serem praticamente desprovidos de
cobertura vegetal.

A inserção do empreendimento na faixa de transição dos domínios do Cerrado e da Mata


Atlântica, bem como a sua localização no extremo sul da Serra do Espinhaço, no
Quadrilátero Ferrífero, favorece a coexistência de diversas fitofisionomias campestres e
florestais e consequentemente a ocorrência de uma grande diversidade de paisagens.

Essa característica, somada à presença de diferentes substratos e às variações de


altitude e diferentes microclimas, refletem na estrutura das comunidades e na composição
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 40 de 134

florística, de forma que a vegetação presente na área do empreendimento, segundo


registros dos estudos, demonstrou elevada riqueza de espécies, com presença marcante
de plantas ameaçadas de extinção, endêmicas do Quadrilátero Ferrífero e/ou raras.

Mesmo sendo possível observar na paisagem da AID, e em toda a região, a


descaracterização parcial da cobertura vegetal, ainda existem remanescentes de
vegetação nativa considerados expressivos, incluindo ambientes campestres e florestais.
Os remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual são os representantes da Mata
Atlântica, encontrados na AID, se apresentam conectados por faixas florestadas que
acompanham os cursos d’água e estão sujeitos a muitas variações edáficas que
acabaram por promover riqueza, abundância e diversidade de plantas, contribuindo para
a diversidade regional e funcionando como centro para dispersão de espécies. Esta
tipologia ocupa pequenas extensões na ADA e ali correspondem a ambientes alterados
devido à incidência de queimadas e efeitos de borda a partir da rodovia BR-040.

Por motivos da topografia acidentada e do solo pouco adequado para agricultura, essas
tipologias não sofreram pressão em relação a agropecuário, no entanto, estão sujeitos a
queimadas frequentes. Por isso são encontradas em diversos estágios de conservação
e/ou regeneração.

Embora na AID/AII do Projeto sejam encontrados expressivos remanescentes dos


ambientes campestres e florestais que não são passíveis de intervenção para a
implantação do projeto, é importante destacar que a relevância dos Campos Ferruginosos
presentes na ADA reside em um contexto mais regional, considerando o status de
conservação desta tipologia em um contexto de intensa atividade antrópica no
Quadrilátero Ferrífero.

Imagem 3.5.1. Limites das Áreas Licenciadas e do Projeto de Continuidade das Operações
da Mina Várzea do Lopes. Fonte: PUP, 2020.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 41 de 134

3.6 Cavidades Naturais


Este tópico aborda a avaliação do patrimônio espeleológico localizado na ADA e no
entorno de 250 metros do processo em tela, com base nos estudos apresentados pela
Gerdau Açominas S.A. que contemplaram a prospecção espeleológica, propostas de
definição de área de influência e análise dos impactos ambientais (AIA) reais e potenciais
da operação e ampliação Mina Várzea do Lopes.

3.6.1 Histórico
O início dos estudos espeleológicos na área da Mina Várzea do Lopes ocorreu no âmbito
da análise do pedido de Licença de Operação – LO para o Processo Administrativo
COPAM nº 01776/2004/014/2012, subsidiado pelo Parecer Único nº 214/2013, pautado
com sugestão para o deferimento na 66º Reunião Ordinária da URC Rio das Velhas, em
30 de julho de 2013.

O parecer único supracitado validou a amostra espeleológica, composta por 46 cavidades


naturais subterrâneas e julgou satisfatória a prospecção realizada na área da Mina Várzea
do Lopes (Figura 3.6.1). Também foi definido o grau de ALTA relevância para 15 cavidades
(VL-01, VL-02, VL-03, VL-04, VL-05, VL-06, VL-07, VL-09, VL-11, VL-37, VL-43, VL-49,
VL-50, VL-51, VL-52) e grau MÁXIMO para a cavidade VL-48. A área de influência sobre o
patrimônio espeleológico definida no Parecer Único nº 214/2013 contemplou as cavidades
VL-12, VL-13, VL-14, VL-15, VL-37, VL-43, VL-48, VL-49, VL-50, VL-51, VL-52 e VL-53.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 42 de 134

Figura 3.6.1. Caminhamento espeleológica e a localização das 46 cavidades identificadas na prospecção


espeleológica.

Faz-se oportuno destacar que foi acatado o pedido de supressão de 10 cavidades, são
elas VL-01, VL-02, VL-03, VL-04, VL-05, VL-06, VL-07, VL-09, VL-11 e VL-47, o que
implicou em uma das condicionantes do Parecer Único nº 214/2013, que estabeleceu a
compensação espeleológica via ICMBio/CECAV por meio de Termo de Compromisso
Ambiental, calcado no art. 7º da Instrução Normativa ICMBio nº 30/2012. Esta
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 43 de 134

condicionante foi cumprida por meio do Termo de Compromisso de Compensação


Espeleológica nº 03/2018 celebrado entre o ICMBio e a Gerdau Açominas S.A, cujo objeto
foi consolidar as obrigações das partes para a execução da compensação decorrente dos
impactos negativos irreversíveis sobre as cavidades com grau de relevância alto
ocasionados pelo empreendimento “Mina Várzea do Lopes”, que consistia na criação de
Reserva Particular do Patrimônio Natural, em porção de área denominada “Beraldo”,
Município de Piumhi, Minas Gerais.

O Parecer Único nº 214/213 definiu o grau de relevância Máximo para cavidade VL-48,
pois os atributos Habitat para a preservação de populações geneticamente viáveis de
espécies de troglóbios endêmicos ou relictos e Habitat de troglóbio raro foram
evidenciados por meio do registro da espécie Parahhropalites sp. nov. 5. (Ordem
Collembola, Família Sminthuridae).

Considerando o disposto no artigo 2o, parágrafo 9°, do Decreto Federal n° 99.556/1990,


alterado pelo Decreto Federal nº 6.640/2008: “Diante de fatos novos, comprovados por
estudos técnico-científicos, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade -
Instituto Chico Mendes poderá rever a classificação do grau de relevância de cavidade
natural subterrânea, tanto para nível superior quanto inferior.”, a Gerdau Açominas S.A.
protocolou em julho de 2018, junto ao CENTRO NACIONAL DE PESQUISA E
CONSERVAÇÃO DE CAVERNAS – CECAV, vinculado ao INSTITUTO CHICO MENDES
DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE - ICMBIO, por meio da carta CECAV
001/2019 (5673826), o documento contendo a reanálise do grau de relevância da
cavidade VL-48. Fundamentado no Parecer SEI n° 1/2019-CECAV-CP. Natal-
RN/DIBIO/ICMBio (processo nº 02667.000053/2019-31), o CECAV concluiu pela
reclassificação da relevância da cavidade VL-48, alterando-a de Máxima relevância para
Alta relevância. A SUPRAM CM foi notificada, via ofício SEI n° 322/2019-DIBIO/ICMBio
(protocolo SIAM R0153398/2019), sobre a alteração do grau de relevância da cavidade
VL-48.

A partir do Parecer Único nº 58/2019 (protocolo SIAM nº 0351564/2019), que é o adendo


ao Parecer Único Nº 214/2013, associado ao PA COPAM nº 01776/2004/014/2012, foi
apresentada a alteração da condicionante nº 08 da Licença de Operação (LO) n°122/2013
e a solicitação de operação da ALÇA NORTE no interior da área de influência da cavidade
VL-43. Assim, na 46ª Reunião Extraordinária da CMI do COPAM em 12 de julho de 2019,
votou-se pelo deferimento do referido adendo ao Parecer Único Nº 214/2013, que
concedeu a autorização de operação da estrada ALÇA NORTE no interior da área de
influência da cavidade VL-43, classificada com grau alto de relevância.

O Relatório Técnico nº 53/2019, baseado no Auto de Fiscalização nº 107349/2019 e no


Auto de Infração nº 129380/2019, definiu para a cavidade VL-53 o grau alto de relevância
espeleológica. Este relatório avaliou os danos em decorrência de impactos negativos
irreversíveis não autorizados identificados no interior desta cavidade, decorrentes das
atividades de desmonte de rocha. Por meio do Ofício SEMAD/SUPRAM-CM/DRRA nº
208/2020 (protocolo SIAM nº 0295290/2020), foi solicitada a apresentação da proposta de
compensação espeleológica para a cavidade VL-53, dado que a proximidade com a área
de lavra e os impactos já identificados, implicaram no comprometimento de sua
integridade física, tornando iminente a incidência de novos impactos.

Posteriormente a publicação do relatório técnico supracitado, foi protocolado pela Gerdau


Açominas S. A. o “Diagnóstico Espeleológico, Análise de Relevância e Solicitação de
Supressão da Caverna VL-53 – Itabirito, MG” (R0068620/2019), com a proposta de
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 44 de 134

reclassificação da relevância da cavidade VL-53, bem como a solicitação de autorização


de impactos negativos irreversíveis (supressão). O referido documento com a proposta de
reclassificação sugeriu a mudança do grau de relevância de alto para baixo e não
apresentou uma proposta de compensação espeleológica, uma vez que, de acordo com
os autores, “no caso de empreendimento que ocasione impacto negativo irreversível em
cavidade natural subterrânea com grau de relevância baixo, o empreendedor não estará
obrigado a adotar medidas e ações para assegurar a preservação de outras cavidades
naturais subterrâneas. Assim, não há que se falar em compensação espeleológica para
essa cavidade.”.

Diante deste cenário cabe registrar que a definição final do grau de relevância da
cavidade VL-53 já fora encerrada pela equipe técnica da SUPRAM CM, cabendo ao
empreendedor, caso opte por solicitar a alteração, recorrer ao Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade nos termos do artigo 2 o e inciso 9º do Decreto nº
99.556/1990 e alterado pelo Decreto nº 6.640/2008:
“Diante de fatos novos, comprovados por estudos técnico-científicos, o
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico
Mendes poderá rever a classificação do grau de relevância de cavidade
natural subterrânea, tanto para nível superior quanto inferior. (Incluído pelo
Decreto nº 6.640, de 2008)”.
Para fins deste parecer único, considera-se a cavidade VL-53 com grau alto de
relevância, sendo necessária a apresentação de proposta de compensação espeleológica
para incidência de impactos negativos irreversíveis.
3.6.2 Prospecção espeleológica e amostra de cavidades
Posteriormente a publicação do Parecer Único nº 214/2013, novos documentos foram
apresentados com a prospecção espeleológica na área da Mina Várzea do Lopes. O EIA
do “Projeto de Continuidade das Operações da Mina Várzea do Lopes - Itabirito/MG”
(protocolo SIAM nº 0601632/2018), em seu Anexo VI, trouxe os resultados da prospecção
ao longo da área do empreendimento. Para o presente parecer único será adotado o
recorte do caminhamento espeleológico realizado na ADA e em seu entorno de 250
metros.

A prospecção espeleológica apresentada para o presente processo teve como


metodologia de trabalho a consulta a dados secundários, incluindo aqueles
disponibilizados pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (CECAV),
como o “Mapa de Potencialidade de Ocorrência de Cavernas” e o “Cadastro Nacional de
Informações Espeleológicas” (CANIE). Para a elaboração do mapa de potencialidade
local, a consultoria ambiental responsável pelos estudos baseou-se na metodologia
proposta por Jansen (2011) e no mapeamento geológico disponibilizado por CODEMIG
(2005). A partir dessas informações, foram gerados um referencial teórico e mapas
temáticos que embasaram o referido estudo. O relatório foi apresentado conforme o
Termo de Referência para Estudo de Prospecção Espeleológica da Instrução de Serviço
SISEMA nº 08/2017, que é anterior à revisão realizada em 05 de outubro de 2018.

A prospecção espeleológica abrangeu uma área total de 289,4 hectares, dos quais 15,7
hectares apresentaram potencial médio para ocorrência de cavidades, 10,1 hectares alto
potencial e 263,6 hectares muito alto potencial espeleogenético. A malha de

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 45 de 134

caminhamento compreendeu 273 km de trilhas, resultando em uma densidade de 94,46


km/km², conforme observado na Figura 3.6.2.

Figura 3.6.2. Prospecção Espeleológica realizada na ADA e no entorno de 250 metros.

A prospecção na ADA e em seu no entorno de 250 metros resultou em um cadastro de 16


cavidades naturais subterrâneas, sendo elas RVL-0011, RVL-0012, RVL-0013, RVL-0016,
RVL-0017, RVL-0095, VL-12, VL-13, VL-14, VL-15, VL-48, VL-49, VL-50, VL-51, VL-52 e
VL-53. A Tabela 3.6.1 apresenta estas cavidades com os respectivos pares de coordenadas
e valores espeleométricos e a Figura 3.6.3 contém a espacialização das cavidades
amostradas durante a prospecção.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 46 de 134

Tabela 3.6.1. Cavidades naturais subterrâneas localizadas na ADA e no entorno de 250 metros. (* revisão
SUPRAM-CM).

horizontal (m)
Coordenadas

Desnível (m)

Volume (m³)
Área (m²)
Projeção
SIRGAS 2000
Cavidade

UTM E UTM N

RVL-0011 610125 7755345 12,7 0,8 35,5 28

RVL-0012 609971 7755440 4,2 0,5 8 4

RVL-0013 609968 7755456 3,9 0,3 3,5 1

RVL-0016 609965 7755379 4,4 0,9 4,3 2

RVL-0017 609966 7755404 1,1 0,5* 2,8 2

RVL-0095 601428 7755164 3,4 2,3 9,9 15

VL-12 609960 7755342 69,1 2,4 207,4 249

VL-13 609977 7755387 22,8 0,9 57,6 58

VL-14 609970 7755563 12,8 2,6 39,8 18

VL-15 609976 7755564 8,9 0,8 17 10

VL-48 610333 7755195 16 1,1 27,5 35

VL-49 610543 7755093 7 1,5 17,3 17

VL-50 610478 7755073 8,3 0,8 22,5 31

VL-51 610562 7755083 11,5 2,5 17,3 13

VL-52 610565 7755045 12 3 41,4 87

VL-53 610139 7755911 6,7 2,5 8,3 11

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 47 de 134

Figura 3.6.3. Localização das cavidades no entorno de 250 metros da ADA.

3.6.3 Área de influência sobre o patrimônio espeleológico


Dentre as 16 cavidades da amostra espeleológica deste parecer único, 10 (VL-12, VL-13,
VL-14, VL-15, VL-18, VL- 49, VL-50, VL-51, VL-52 e VL-53) foram objeto de definição de
área de influência sobre o patrimônio espeleológico no âmbito do Parecer Único nº
214/2013. Quanto as demais cavidades, 05 (RVL-0012, RVL-0013, RVL-0016, RVL-0017

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 48 de 134

e RVL-0095) foram classificadas com grau de relevância baixo no item 3.6.2 deste
parecer único, estão, portanto, dispensadas da definição da área de influência.

Esta dispensa de definição de área de influência é respaldada pela ATA da 22º reunião
ordinária do GRUPE (Grupo Interdisciplinar de Espeleologia), realizada em 30/05/2019,
onde foi definido que uma cavidade classificada com o grau de relevância baixo, segundo
o Artigo 12º da Instrução Normativa MMA nº 02/2017, o empreendedor pode solicitar
autorização de intervenção na cavidade e assim ser dispensado de apresentar estudos de
avaliação de impacto, definição da área de influência real, bem como adoção de medidas
de controle e mitigação de impactos ambientais. Diante deste alinhamento, o
empreendedor fica dispensado de apresentar os referentes estudos para as cavidades
elencadas como de baixa relevância neste do PU.

A área de influência preliminar (entorno de 250 metros) da cavidade RVL-0011 apresenta


interferência com a área destinada a cava da Mina Várzea do Lopes, portanto, será objeto
de definição de área de influência, que será avaliada neste item com base nos
documentos apresentados pelo empreendedor.

Diante do exposto, este parecer único avaliará a definição da área de influência da


cavidade RVL-0011, segundo o documento “Área de Influência Espeleológica e Avaliação
de Impacto Ambiental – Caverna RVL-0011” (protocolo SIAM nº R0068620/2019), de
agosto de 2018 e de responsabilidade de Marina Ribeiro Leão, ART CREA -MG nº
14201900000005279154/CTF nº 49242 e Gustavo Pisa Perroni, ART nº
2020/1000100463/CTF nº 2534826.

Definição da área de influência para a cavidade RVL-0011

O documento R0068620/2019, contendo a proposta de definição de área de influência


para a cavidade RVL-0001, teve seus preceitos básicos norteados pelos aspectos
dispostos nas orientações do CECAV (2013): manutenção da integridade física das
cavidades; manutenção da dinâmica evolutiva das cavidades; conectividade do sistema
subterrâneo; manutenção do aporte de nutrientes para o interior das cavidades. Desta
forma este item apresenta a descrição de cada critério e ao final será apresentado o limite
da área de influência proposta pela SUPRAM CM.

Manutenção da Integridade Física das cavidades

A manutenção da integridade física das cavidades está relacionada à emissão de


vibrações geradas pelas estruturas/atividades do empreendimento e não depende,
necessariamente, da delimitação de uma área de influência, de modo que o controle das
fontes de emissão de vibração deve ser o principal meio para a garantia da integridade
física do patrimônio espeleológico, conforme o documento orientativo do CECAV (2016).

No caso especifico do processo em tela tem-se como principais fontes emissoras de


vibração o trânsito de maquinários, manutenção das estruturas, desmonte de rocha com
explosivo e a conformação dos taludes.

A manutenção da integridade física das cavidades é de suma importância, uma vez que
as vibrações podem resultar no aparecimento de trincas e/ou abertura ou ampliação de
descontinuidades geológicas nas paredes das cavidades, bem como alterações nas
características internas, tais como o rompimento de espeleotemas, desabamentos do teto
e das paredes, o que pode proporcionar a instabilidade geral da cavidade.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 49 de 134

O empreendimento em tela executa atualmente o “Programa de Monitoramento Contínuo


dos Níveis de Vibrações e Pressão Acústica” no entorno do empreendimento
(condomínios próximos) e em duas cavidades: VL-48 e VL-53. De acordo com Carste
(2018):

“Os resultados obtidos nas campanhas de monitoramento, realizadas pela


Carste, indicam que os níveis de vibração e pressão acústica encontram -se
dentro dos limites definidos pelas normas técnicas (conforme será discutido
no item alteração da integridade física). Considerando que serão mantidas
as mesmas atividades de lavra atualmente para a produção de 13 Mtpa e,
portanto, serão os mesmos equipamentos, veículos e máquinas e as
eventuais operações de desmonte de rochas com explosivos, os níveis de
vibrações e de pressão acústica não devem sofrer alterações em relação
àqueles medidos.”

Ainda, de acordo com Carste (2018), as cavernas apresentam características intrínsecas,


o que confere respostas distintas às vibrações, de modo que algumas podem apresentar
maior grau de susceptibilidade a impactos e alterações. Conforme Carste (2018), e
corroborado pela vistoria realizada pela SUPRAM CM (AF nº 107406/2019):

“O levantamento preliminar realizado na cavidade demonstrou pontos de


fragilidades associados a existência, sobretudo, de uma claraboia e da
presença de fraturas, embora pouco alargadas. Torna-se importante
salientar que a baixa fragilidade não significa que impactos não poderão
ocorrer, mas que atualmente não foram identificadas características que
possam potencializar os mesmos, de modo que o apontamento dessas
fragilidades pode ser considerado nos modelos de simulação sismográfica.”

Para minimizar a geração de vibração e pressão acústica, oriundas das atividades de


desmonte de rochas na Mina Várzea do Lopes, deverá ser elaborado, e constantemente
atualizado, o plano de fogo controlado, de maneira a prever a definição da razão de
carregamento e valor da carga por espera, para que a diferença de tempos entre os furos
provoque uma diminuição na onda de choque que será dispersada ao longo do maciço
rochoso (Sete 2018), reduzindo a vibração do terreno e, consequentemente, na caverna
em análise.

Para tanto, foi apresentado, na forma de Anexo ao documento em resposta ao Ofício nº


208/2020 SEMAD/SUPRAM-CM/DRRA (protocolo SIAM 0295290/2020), a “Simulação
Sismográfica RVL-0011 e Cavidades do Grupo 1” (protocolo SIAM nº R113654/2020), sob
responsabilidade de Victor Vasconcelos Carvalho ART CREA-MG nº:
14202000000006165654. Este documento considerou como membros do Grupo 1 as
cavidades VL-12, VL-13, VL-14, VL-15 e VL-37.

A simulação sismográfica baseou-se em dados obtidos a partir de monitoramentos


sismográficos realizados na cavidade VL-53 e, para a definição da carga máxima por
espera de VPP = 5 mm/s, utilizou faixas de distância de 10, 50, 100, 150 e 200 metros. É
destacado ainda que “sendo feito o avanço até a Faixa 200 (entre 200 e 250 m do
patrimônio espeleológico), deve-se comprovar a capacidade da operação de desmonte de
rocha com explosivos através da análise da variação das medições sismográficas
realizadas. Uma vez comprovado o controle de vibração naquela faixa, pode então ser
feito o avanço à próxima faixa”.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 50 de 134

Com a ampliação da área da cava da Mina Várzea do Lopes, a cavidade RVL-0011 estará
à cerca de 55 metros desta estrutura, ao passo que a VL-15, que integra o Grupo 1 de
cavidades, terá a menor distância em relação à cava: 145 metros. Estas distâncias são
superiores ao raio de proteção sismográfico de 50 metros proposto para as cavidades,
com uma carga máxima por espera de 10 kg, como forma de mitigação dos impactos
decorrentes das vibrações que chegam às cavidades. O Quadro 3.6.1 apresenta os valores
de carga máxima por espera para diferentes distâncias, para um valor de vibração inferior
ao critério de segurança estrutural estabelecido (5 mm/s).
Quadro 3.6.1. Carga máxima por espera (CME) para diferentes distâncias em relação às cavidades. (fonte:
protocolo SIAM nº 113654/2020).

CME 10 kg 40 kg 100 kg 180 kg 250 kg

Distância 50 m 100m 150 m 200 m 250 m

Diante do exposto, visando a manutenção da integridade física das cavidades, será


condicionante deste parecer único a adoção do raio de proteção sismográfico de 50
metros a partir de cada cavidade, para uma carga máxima por espera de 10 kg.

Manutenção da Dinâmica Evolutiva das cavidades

Conforme Auler (2006), a dinâmica evolutiva das cavernas contempla fenômenos


naturais, tais como:

(i) entrada de água superficial, meteórica e subterrânea;


(ii) carreamento de sedimentos para o interior da caverna e geração de sedimentos
autóctones;
(iii) processos dissolutivos e erosivos responsáveis pela expansão da caverna.

Com base nas características físicas da cavidade e no contexto de inserção na paisagem,


define-se uma área para garantir os aspectos que mantêm a dinâmica de evolução da
caverna RVL-0011, considerando também as relações sistêmicas existentes entre os
diversos elementos da paisagem.

Conforme Carste (2018) e SUPRAM CM (AF nº 107406/2019), a cavidade RVL-011 tem


sua gênese possivelmente associada a ampliação de canalículos, sendo que observa-se
maior desenvolvimento nos canalículos localizados na porção distal e no contato parede e
piso. Estes canalículos possibilitam a entrada de sedimentos no interior da cavidade.
Estes dois fatores contribuem diretamente para evolução da caverna em questão.

Outro fator que contribui diretamente para tal dinâmica evolutiva é o processo de recuo da
escarpa rochosa na qual a cavidade RVL-0011 se insere, uma vez que com a
continuidade deste recuo há uma tendência da redução das dimensões da cavidade,
principalmente de sua projeção horizontal. Como indicativo deste recuo da escarpa tem-
se os sedimentos cascalhentos autóctones, angulosos e de constituição ferruginosa,
oriundos da desintegração da rocha alojante, que estão dispostos de forma concentrada
da seguinte maneira: próximo à claraboia, representado majoritariamente por calhaus, e
nas outras duas entradas, compostos por matacões. Nota-se, ainda, um leque de
sedimentos na entrada leste, ocupando cerca de 1/3 dessa porção.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 51 de 134

Desta forma, para garantir a manutenção do aporte atual de água e sedimentos, a Carste
(2018) delimitou a área de contribuição hidrossedimentar superficial da cavidade RVL-
0011, como apresentado na Figura 3.6.4. A justificativa para este limite é que:

“Uma vez que a cavidade se localiza próxima ao topo, a bacia delimitada


pelos interflúvios locais tem dimensões reduzidas, mas mesmo assim é
suficiente para garantir a recarga hídrica dos fluxos difusos que comandam a
dinâmica evolutiva atual da cavidade. A cavidade encontra-se em área de
relevo suave a suave ondulado, com declividade que varia de 0 a 15º, sendo
o caimento da vertente para norte e noroeste.”

Figura 3.6.4.Área de contribuição hidrossedimentar superficial da cavidade RVL-0011. Fonte:


R0068620/2019.

Conectividade do Sistema Subterrâneo

Segundo o estudo apresentado (Carste, 2018 protocolo 0068620/2019), entre os


espécimes da fauna inventariados, não foram identificados indivíduos
troglomórficos/troglóbios, o que implica na ausência de elemento para a avaliação de
conectividades subterrânea segundo este traçador biótico. A conectividade também pode,
e deve ser avaliada segundo elementos físicos, como os traçadores químicos, porém,
nem o empreendedor, tão pouco a consultoria por ele contratada, abordaram esta
questão.

Porém, o intrínseco emaranhado de condutos da matriz rochosa onde estão inseridas as


cavidades faz com que o ambiente subterrâneo apresente uma extensão quase que
imensurável, o que fornece uma quantidade, tão imensurável quanto, de habitats para a
fauna, e também de caminhos para o escoamento da água meteórica e da matéria
orgânica nela contida. Dito isto, é necessário extrema cautela antes de apresentar o
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 52 de 134

inventário da fauna subterrânea de uma determinada região, quando este foi subsidiado,
como frequentemente o é, por eventos amostrais bastante reduzidos e restritos às
cavernas. A metodologia apresentada pela IN MMA Nº02/2017 já foi reiteradas vezes
criticada, entre outros motivos, pela quantidade absurdamente reduzida de eventos
amostrais (Trajano e Bichuette, 2010 1; Trajano, 20132).

Manutenção do Aporte de Nutrientes Para o Interior das Cavidades.

A área apontada como suficiente para a manutenção do aporte de recursos tróficos,


compostos, segundo Carste, 2018, por “...folhas secas, sementes e fragmentos de
insetos...”corresponde a bacia de contribuição hídrica. É oportuno destacar que, a
ausência de estudos sobre os escoamentos subterrâneos, impede avaliar todos os canais
de aporte de recursos tróficos da cavidade, pois estes podem integrar o intrínseco
emaranhado de canalículos existentes em rochas ferríferas e têm potencial de trazer a
água das diferentes regiões adjacentes à cavidade. É salutar trazer à tona a ação
preponderante da água como o principal agente carreador de recursos tróficos, seja a
matéria orgânica dissolvida, particulada e até mesmo diminutos animais invertebrados
carregados pelas enxurradas (Bichuette et al., 2015). A área correspondente a bacia de
contribuição hídrica será responsável por prover grande parte do aporte de recursos
tróficos.

Sistemas radiculares

O conjunto de raízes que adentram as cavidades tem papel importante na manutenção da


fauna, sobretudo os animais fitófagos (Ferreira, 2005 3). A determinação de
correspondência, entre as raízes presentes no interior de uma cavidade e a vegetação do
meio epígeo, é de extrema dificuldade, o que torna a delimitação da área necessária para
a manutenção dos sistemas radiculares algo bastante difícil. Porém, a vegetação presente
no entorno da cavidade RVL-0011 corresponde àquela tipica de campos de altitude, com
predomínio do extrato herbáceo, com poucos arbustos distribuídos de forma esparsa, que
não contam com raízes muito profundas e longas.

O estudo apresentado considerou apenas a área sobre a cavidade para a manutenção


dos sistemas radiculares, o que, à princípio, se mostra insuficiente, seja pela presença de
vegetação no entorno imediato da cavidade, seja pela limitação de informação sobre
estes sistemas radiculares, como fora exposto acima.

Diante do exposto e por precaução, delimita-se a área da bacia de contribuição hídrica


com aquela necessária a manutenção só sistema radicular.

Limite da área de influência para a cavidade RVL-0011

O estudo apresentado pela Carste (2018) apresenta como área de influência para a
caverna RVL-0011 o equivalente a 0,11 hectares, porção que está totalmente inserida na
área do Monumento Natural da Serra da Moeda e, quase majoritariamente, abarcada pela
área de influência aprovada na 66ª Reunião Ordinária da URC Rio das Velhas, em 30 de

1 TRAJANO, E. e BICHUETTE, M. E. Relevância de cavernas: porque estudos ambientais espeleobiológicos não


funcionam. Espeleo-Tema (São Paulo), v. 21, p. 105-112, 2010.
2 TRAJANO, E. Variações anuais e infra-anuais em ecossistemas subterrâneos: implicações para estudos ambientais e

preservação de cavernas. Revista da Biologia 10(2): 1–7, 2013


3 FERREIRA, R. L. A vida subterrânea nos campos ferruginosos. O Carste, v.3, n. 17, p. 106 –115, 2005.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 53 de 134

julho de 2013, indicada pelo Grupo 1 de cavernas (VL-12, VL-13, VL-14, VL-15) (Figura
3.6.5).

Figura 3.6.5. Sobreposição da Área de Influência proposta para a RVL-0011 (Carste, 2018) com Área de
Influência aprovada para as cavidades do Grupo 1 e a Área Do Mona Da Serra da Moeda. Fonte:
R0068620/2019.

A equipe técnica da SUPRAM-CM entende que os elementos no documento


R0068620/2019 (Carste, 2018) são suficientes para subsidiarem à definição da área de
influência para a cavidade RVL-0011 e corrobora com a proposta apresentada pelo
empreendedor e exposta neste item. Sendo assim, a área de influência para a cavidade
RVL-0011 é apresentada na Figura 3.6.5.

3.6.4 Definição do grau de relevância de cavidades


Este item do parecer abordará a definição do grau de relevância das cavidades que são
passíveis de avaliação à luz do Art. 12 da IN MMA nº 02 /2017. Para tanto, foram
apresentadas pelo empreendedor propostas de definição do grau de relevância para as
cavidades RVL-0012, RVL-0013, RVL-0014, RVL-0015, RVL-0016, RVL-0017, RVL-0093,
RVL-0095 e RVL-0011.

Destaca-se que para as cavidades RVL-0012, RVL-0013, RVL-0014, RVL-0015, RVL-


0016, RVL-0017, RVL-0093 e RVL-0095, a proposta de definição de relevância baseou-se
no Art. 12º da IN MMA nº 02/2017. Já a cavidade RVL-0011 não terá a relevância definida
neste parecer único, uma vez que não estão previstos impactos negativos irreversíveis em
sua área de influência ou em seu interior, conforme exposto no documento
R0068620/2019.

De acordo com a avaliação de impactos ambientais sobre o patrimônio espeleológico,


estão previstos impactos negativos irreversíveis apenas na cavidade VL-48. Como fora
explicitado anteriormente, no item 2 deste parecer, a cavidade VL-48 foi submetida a
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 54 de 134

alteração do grau de relevância, que mudou de Máxima para Alta relevância. Entretanto,
como não será avaliada a proposta de compensação espeleológica neste parecer único, o
empreendedor deverá adotar todas as medidas de mitigação e controle ambiental nesta
cavidade.

Classificação de baixo grau de relevância de acordo com o art. 12 da I N MMA


nº 02/2017

De acordo com o art. 12 da IN-MMA nº 02/2017, cavidades naturais subterrâneas que


possuem desenvolvimento linear inferior à 05 metros serão classificadas com baixo grau
de relevância, desde que demonstre a inexistência dos seguintes atributos:

i. zona afótica;

ii. destacada relevância histórico-cultural ou religiosa;

iii. presença de depósitos químicos, clásticos ou biogênicos de significativo


valor científico, cênico ou ecológico; ou

iv. função hidrológica expressiva para o sistema cárstico.

A Gerdau Açominas S.A. protocolou junto à SUPRAM-CM o estudo “Análise de


Relevância das Cavidades RVL-0012, RVL-0013, RVL-0014, RVL-0015, RVL-0016, RVL-
0017, RVL-0093 e RVL-0095 - Mina Várzea do Lopes - Itabirito – MG” (protocolo SIAM nº
R0183560/2019), de dezembro de 2019, sob responsabilidade de Thiago Ferreira Lima
(ART CREA-MG 142019000000005701912/CTF nº 1577257) e Juliana Mascarenhas
Veloso (CTF nº 1920539).

O documento sob o protocolo nº R0183560/2019 não apresentou os valores do


desenvolvimento linear para as 8 cavidades avaliadas pelo Art. 12º da IN MMA nº
02/2017, mas apenas os valores para a projeção horizontal. Entretanto, todas apresentam
a soma do valor da projeção horizontal e do desnível inferior a 05 metros. Isto se justifica
pelo fato de ser impossível que o valor do Desenvolvimento Linear (DL) seja superior a
soma do PH e desnível, sendo o total desta soma o pior cenário possível. Sendo assim,
as cavidades RVL-0012, RVL-0013, RVL-0014, RVL-0015, RVL-0016, RVL-0017, RVL-
0093 e RVL-0095 são passíveis de avalição pelo Art. 12º da IN MMA nº 02/217.

i. Avaliação do atributo zona afótica

Todas as cavidades avaliadas neste item apresentam dimensões reduzidas, facilitando o


acesso à luz direta ou parcial, contribuindo para a ausência de zona afótica (ausência total
de luz) ao longo da cavidade.

ii. Avaliação do atributo destacada relevância histórico-cultural ou religiosa

Consta como parte integrante da equipe técnica responsável pelo documento


R0183560/2019, Valdiney Leite, arqueólogo e responsável pelo levantamento de campo e
elaboração do diagnóstico sócio-cultural e religioso. A metodologia desta avaliação
consistiu em “verificações arqueológicas baseadas na contextualização regional e local do
empreendimento e, de maneira específica, proceder com o reconhecimento das áreas e
investigações pontuais nas cavidades”, com o objetivo de determinar a ausência ou
presença do referido atributo. Para tanto, utilizou-se de ficha de campo específica para
esta temática.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 55 de 134

Em nenhuma das cavidades avaliadas observou-se elementos que pudessem apontar


para um elevado potencial arqueológico e, consequentemente, não foi constatada a
presença do atributo “destacada relevância histórico-cultural ou religiosa”. Não foram
identificados vestígios arqueológicos no interior das cavidades, dado que suas paredes e
tetos apresentam baixa aptidão para a realização de pintura ou gravuras, em função de
dureza e coloração da rocha.

Destaca-se que, de acordo com a Instrução de Serviço Sisema nº 08/2017 – Revisão 1,


item 7-C, a avaliação deste atributo:

“nos termos do art. 26 do Decreto nº 47.383/2018, o empreendedor deverá


formalizar, junto aos órgãos e entidades intervenientes de que trata o art. 27
da Lei nº 21.972/2016, as informações e documentos necessários à
avaliação das intervenções.

Havendo cavidades na ADA e em seu entorno de 250 metros, o


empreendedor deverá informá-las ao Iphan para que o referido órgão se
manifeste quanto à presença do atributo “destacada relevância histórico-
cultural ou religiosa”, conforme determina o art. 16 da IN MMA nº 02/2017.”

Caso o Iphan se manifeste anuindo ao prosseguimento do licenciamento,


será considerada validada a informação prestada pelo empreendedor quanto
à existência ou inexistência do atributo na área do empreendimento, a qual
será utilizada para fins de avaliação do atributo “destacada relevância
histórico-cultural ou religiosa” da cavidade natural subterrânea, para fins de
determinação do seu grau de relevância”.

Consta nos autos do processo, por meio do protocolo R0113654/2020, no Anexo 23, o
Ofício nº 1408/2020/COTEC IPHAN-MG/IPHAN-MG-IPHAN, de 08 de outubro de 2020,
onde “recomenda-se a manifestação conclusiva favorável desta Superintendência ao
pleito de anuência” sem óbices quanto ao Patrimônio Arqueológico, referente ao
"Relatório Final - Área 1 Prospecção Arqueológica da Propriedade da Gerdau - Várzea do
Lopes - Itabirito/ MG" onde foi aprovado o Parecer Técnico nº 124/2020 com as
complementações requeridas pelo Oficio nº 1519/2019/DIVAP IPHAN-MG/IPHAN-MG-
IPHAN.

Diante do exposto e com base na Instrução de Serviço Sisema nº 08/2017 – Revisão 1,


esta superintendência acata as informações apresentadas pelo empreendedor presentes
no documento R0183560/2019 e avaliadas por profissional habilitado, quanto a ausência
do atributo “destacada relevância histórico-cultural ou religiosa” para as cavidades RVL-
0012, RVL-0013, RVL-0014, RVL-0015, RVL-0016, RVL-0017, RVL-0093 e RVL-0095.

iii. Avaliação do atributo presença de depósitos químicos, clásticos ou biogênicos de


significativo valor científico, cênico ou ecológico

Quanto a presença de espeleotemas (depósitos químicos), estes foram identificados


apenas na forma de crostas ferruginosas (cavidades RVL-00014, RVL-0017, RVL-0093 e
RVL-0095) e micro coraloides (cavidades RVL-0014 e RVL-0017), estes são comumente
encontrados em cavernas ferríferas. Também não foram identificados depósitos clásticos
ou biogênicos de valor científico, cênico ou ecológico.

iv. Avaliação do atributo função hidrológica expressiva para o sistema cárstico

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 56 de 134

As cavidades avaliadas encontraram-se essencialmente secas durantes os estudos


apresentados no documento R0183560/2019 e não foram observadas evidências de
algum tipo de função hidrológica expressiva para o sistema cárstico.

v. Cavidades classificadas com o grau de baixa relevância de acordo com o art. 12 da


IN MMA nº 02/2017

Diante do exposto acima e com base no que foi apresentado pelo empreendedor, as
cavidades VL-0012, RVL-0013, RVL-0014, RVL-0015, RVL-0016, RVL-0017, RVL-0093 e
RVL-0095 ficam definidas com o grau baixo de relevância.

Reforça-se mais uma vez que diante desta classificação e com base na ATA da 22º
reunião ordinária do GRUPE, estas cavidades ficam dispensadas de estudos de avaliação
de impacto, definição da área de influência real bem como adoção de medidas de controle
e mitigação de impactos ambientais. Ainda sobre esta classificação, de acordo com o Art.
4º § 5º do Decreto Federal nº 99556/1990, aletrado pelo Decreto Federal nº 6640/2008,
em caso de incidência de impacto negativo irreversível em cavidades com grau baixo de
relevância, o empreendedor está dispensado da adoção de medidas e ações para
assegurar a preservação de outras cavidades naturais subterrâneas.

3.6.5 Análise de Impacto Ambiental sobre o Patrimônio Espeleológico


A presente análise de impacto ambiental sobre o patrimônio espeleológico fundamentou-
se nos seguintes documentos protocolados na SUPRAM CM:

 Carste (2018), “Área de Influência Espeleológica e Avaliação de Impacto Ambiental”


(protocolo SIAM nº R0068620/2019) para a cavidade RVL-0011, de agosto de
2018, sendo este de responsabilidade de Marina Ribeiro Leão (ART CREA -MG nº
14201900000005279154/CTF nº 4902042), e Gustavo Pisa Perroni (ART nº
2020/1000100463/CTF nº 2534826).
 Brandt Meio Ambiente (2019), “Avaliação de Impacto Ambiental das Cavidades
RVL-0012, RVL-0013,RVL-0014, RVL-0015, RVL-0016, RVL-0017, RVL-0093,
RVL-0095, VL-12, VL-13,VL-14, VL-15, VL-37, VL-48, VL-49, VL-50, VL-51 e VL-
52”, (protocolo SIAM nº R0183560/2019), de dezembro de 2019, sendo este de
responsabilidade de Gleice de Paula Soares, (ART nº
142020000000060633242/CTF nº 7347030), Juliana Mascarenhas (ART nº
2019/06261/CTF nº 1920539), Thiago Ferreira Lima (ART nº
14201900000005701912/CTF nº 1577257).

A avaliação de impacto ambiental sobre o patrimônio espeleológico, apresentada neste


item do parecer único, contemplou 11 cavidades ( Figura 3.6.6), são elas: RVL-0011, VL-12,
VL-13, VL-14, VL-15, VL-37, VL-48, VL-49, VL-50, VL-51 e VL-52.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 57 de 134

Figura 3.6.6. Localização das cavidades em relação à ADA do empreendimento em análise.

Assim, a equipe da SUPRAM CM avaliou os estudos apresentados pelo empreendedor


em tela, somado aos critérios indicados na Resolução CONAMA nº 347/2004 e quando
necessário optou-se pelas definições apresentadas por:

 Sánchez, L. E. Avaliação de Impacto Ambiental: Conceitos e Métodos. São Paulo:


Oficina de Textos, 2008.
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 58 de 134

International Association for Impact Assessment (IAIA) disponível no link:


https://www.iaia.org/index.php.

Como fora exposto anteriormente, as tratativas acerca da cavidade VL-53 foram


abarcadas por meio do Parecer Único nº 214/2003 e do Relatório Técnico nº 53/2019,
quando foi solicitado ao empreendedor (por meio do Ofício SEMAD/SUPRAM-CM/DRRA
nº 208/2020 - protocolo SIAM nº 0295290/2020), a apresentação da proposta de
compensação espeleológica, dado que estão previstos impactos negativos irreversíveis
sobre a cavidade VL-53.

Diante da ausência de proposta de compensação espeleológica para os impactos


negativos irreversíveis sobre a cavidade VL-53, este parecer único não autorizará tais
impactos sobre esta cavidade, tão pouco em sua área de influência (definida no Parecer
Único nº 214/2013), uma vez que, conforme exposto no Relatório Técnico nº 53/2019, há
correlação entre as atividades de lavra e os desplacamentos identificados no interior da
cavidade VL-53.

As medidas de controle e mitigação de impactos, bem como os monitoramentos


espeleológicos apresentados para as demais cavidades, deverão incidir sobre a cavidade
VL-53, sobretudo o raio de proteção sismográfico (entorno de 50 metros) e o plano de
fogo, com vistas a atenuar as vibrações que acessam a cavidade.

Premissas legais para a avaliação de impacto ambiental

Segundo o artigo 5° da Resolução CONAMA N° 347/2004, que dispõe sobre a proteção


do patrimônio espeleológico, o órgão licenciador considerará, entre outros aspectos, a
intensidade, a temporalidade, a reversibilidade e a sinergia dos referidos impactos. Ainda
no mesmo artigo, define-se que a avaliação de impactos ao patrimônio espeleológico
deverá considerar, entre outros aspectos:

“I – suas dimensões, morfologia e valores paisagísticos;

II – suas peculiaridades geológicas, geomorfológicas e mineralógicas;

III – a ocorrência de vestígios arqueológicos e paleontológicos;

IV – recursos hídricos;

V – ecossistemas frágeis ou espécies endêmicas, raras ou ameaçadas de


extinção;

VI – a diversidade biológica;

VII – sua relevância histórico-cultural ou socioeconômica na região. ”

A Instrução de Serviço SISEMA Nº 08/2017 - revisão 1, de 05 de outubro de 2018, se


alinha à resolução CONAMA supracitada, indicando que deve-se realizar a análise dos
impactos considerando “...a natureza, a intensidade, a temporalidade, a reversibilidade e
a sinergia dos referidos impactos”.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 59 de 134

A Instrução de Serviço SISEMA Nº 08/2017 - revisão 1 define impacto negativo


irreversível e reversível sobre o patrimônio espeleológico como:

“Impacto negativo irreversível: Intervenção antrópica em cavidade natural


subterrânea ou em sua área de influência, que implique na sua supressão
total ou em alteração parcial não mitigável do ecossistema cavernícola,
com o comprometimento da sua integridade e preservação (conf. inc. II do
art. 3º da IN ICMBio nº 1/2017).

Impacto negativo reversível: Intervenção antrópica em cavidade natural


subterrânea ou em sua área de influência, que cause alteração reversível
do ecossistema cavernícola e não implique na supressão da cavidade ou
no comprometimento de sua integridade e preservação, sendo passível
de controle, mitigação, restauração ou recuperação”.

Diagnóstico atual das cavidades

Neste item serão apresentados os atributos geoespeleológicos e bioespeleológicos das


11 cavidades alvo da análise de impacto ambiental.

Ao todo, 6 cavidades (VL-12, VL-13, VL-14, VL-15, VL-37 e RVL-0011) estão localizadas
em alta vertente, em face oposta à área destinada à lavra da Mina Várzea do Lopes. As
demais cavidades (VL-48, VL-49, VL-50, VL-51 e VL-52) estão inseridas em média
vertente na face leste da serra da Moeda. Todas as cavidades desenvolvem-se sob
escarpamentos rochosos, em sua maioria, contínuos e irregulares.

As cavidades em estudo estão inseridas no mesmo contexto litológico de rochas


derivadas de formações ferríferas. Predominam cavidades desenvolvidas em itabiritos, e
há também aquelas inseridas no contato entre o itabirito e a canga detrítica. De uma
forma geral, o itabirito apresenta bandamento composicional milimétrico, constituído de
hematita, intercalado por vazios de mesmas dimensões, ocasionalmente preenchidos por
matriz de óxidos e hidróxidos de ferro e aspecto terrígeno. Quando observado nas
porções mais distais das cavidades VL-12, VL-14, VL-15, VL-37, VL-48, VL-49, VL-50, VL-
51 e VL-52, a rocha se apresenta menos resistente a pressão manual, com maior
alteração e sem indícios de saturação em superfície. Nas cavidades VL-49, VL-50 e VL-
52 foram observados veios de quartzo leitoso, intensamente fraturados (Brandt, 2019).

O estudo da Brandt (2019) informa que em nenhuma das cavidades visitadas foram
observadas drenagens significativas, mas há indicativos de feições hidrológicas, ainda
que não estivessem ativas no momento da visita.

Foram observados processos de percolação e exudação apenas na cavidade VL-12.


Houve indícios de gotejamentos temporários no piso ou gotejamento perene, assim como
escoamentos temporários, nas cavidades VL-12 e VL-14. O processo de condensação foi
evidenciado nas cavidades VL-12 e VL-13. Ao que concerne à questão de atividade
hidrológica, a cavidade VL-12 é a feição mais representativa.

A Carste (2018) informa em seus estudos que a cavidade RVL-0011 foi avalada no início
do período úmido, sendo a vistoria “precedida de diversos e intensos eventos pluviais”.
Neste sentido, “observou-se gotejamento intenso ao longo da linha d'água das três
entradas, além de pontos de gotejamento menos intensos ao longo de todo o teto, que é
pouco espesso, podendo escoar por pequenos trechos e, rapidamente, infiltrar nos

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 60 de 134

sedimentos do piso”. Há na cavidade, portanto, água de percolação. Não foi observado


água de condensação ou presença de drenagem ou lago subterrâneos.

Quanto aos depósitos sedimentares nas cavidades avaliadas, foi identificado o


predomínio de sedimentos autóctones, seguidos por sedimentação de origem mista.
Estes sedimentos adentram as cavidades por meio dos canalículos e entradas das
cavidades. Entretanto, para a cavidade RVL-0011, os sedimentos silto-arenosos bruno-
avermelhados apresentam origem mista e ocorrem dispersos por todo o piso, ao passo
que os sedimentos cascalhentos autóctones e angulosos, de constituição ferruginosa,
oriundos da desintegração da rocha alojante, estão dispostos de forma concentrada.

Com relação aos depósitos químicos têm-se que a presença de crostas ferruginosas de
coloração diversa, coraloides, escorrimentos e pingentes. No interior da cavidade RVL-
0011 são observados depósitos químicos do tipo crostas ferruginosas bastante
localizadas, finas, com cerca de 5 cm² de área, coloração avermelhada e algumas vezes
amareladas e acinzentadas com aspecto lustroso. Uma pequena porção de crosta branca
ocorre na parede sul e pequenas concentrações de coraloides pontiagudos, pretos e de
até 1 cm de comprimento dispostos próximos à claraboia. Microrganismos e musgos
dificultam identificação de espeleotemas, ou mesmo sua formação.

O estudo da Brandt (2019) apresenta os atributos concernentes ao meio biótico de forma


pouco clara, pois há sobreposição das descrições sobre as cavidades abordadas e
aquelas mais generalizadas sobre os ambientes cavernícolas.

As cavidades apresentam a morfologia concordante com aquela frequentemente


encontradas em formações ferruginosas, contam com pequenas dimensões, extensões
reduzidas e estão posicionadas superficialmente. Tal arranjo faz com que essas
cavidades estejam sobre maior influência do meio epígeo e, desta maneira, constata-se
as variações deste meio no interior das cavidades, ao menos em partes. As dimensões
reduzidas, aliadas a fitofisionomia de campo rupestre de altitude, caracterizada pelo
predomínio do extrato herbáceo, arbustos em pequeno número e árvores de pequeno
porte isoladas, favorecem a incidência de luz direta em quase toda a extensão das
cavidades. Tal fato favorece o estabelecimento de vegetação no interior das cavidades,
sobretudo nas porções de entrada, que por sua vez, fornece condições bastante
adequadas para a ocorrência, temporária ou permanente, de indivíduos da fauna epígea.

Os principais recursos tróficos que aportam às cavidades são compostos por raízes,
serapilheira, detritos e fezes de vertebrados não voadores. Segundo Brandt (2019), não
foi registrada a presença de guano nas cavidades. As raízes e a serapilheira são oriundas
da vegetação presente no entorno das cavidades, porém não se limita a esta, pois devido
o intrincado emaranhado de canalículos, comumente observado em canga, o transporte
de matéria orgânica, seja dissolvida ou particulada, bem como animais invertebrados
diminutos, pode ter origem em pontos distantes.

3.7 Socioeconomia

A delimitação da AII do Projeto de Continuidade das Operações da Mina Várzea do Lopes


para o meio socioeconômico, abrange a sede do município de Moeda.

Já AID compreende o município de Itabirito onde se inserem as atividades da Mina


Várzea do Lopes, com ênfase nos Condomínios Residenciais Aconchego da Serra,
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 61 de 134

VillaBella e Vertente das Gerais, aos estabelecimentos rurais da Agropecuária Campos


Altos (de propriedade do Sr. Virgílio Horácio de Paiva Abreu), do Sr. Rômulo Chaves
Mendes e Maria Helena Braga Mendes e do Sr. José Raphael Olivê situados no entorno
da mina, e as comunidades rurais de Azevedo, Peixoto, Condomínio Alto Vieiras, Vieira de
Cima, São Caetano da Moeda e Moeda Velha localizados no município de Moeda na
vertente oeste da Serra da Moeda e mais próximos da área da mina Várzea do Lopes.

Figura 3.7.1- Área de Influências do meio socioeconômico - constantes nos autos do processo PA nº
01776/2004/029/2018

Para subsidiar o diagnóstico do meio socioeconômico referente à AII e AID, foram


utilizados dados secundários, obtidos em diferentes fontes, principalmente através de
endereços eletrônicos, de órgãos dos governos federal, estadual e municipal. Também,
foram utilizados dados primários, por meio de entrevistas e contatos telefônicos com os
representantes e moradores dessas regiões.

AID: Moeda

Consoante ao IBGE (2010), o município de Moeda registrava uma população residente de


4.689 habitantes, classificando-se como de pequeno porte I (até 20.000 habitantes). Este
município se caracteriza por baixo grau de urbanização do município de Moeda - em
2010, sua população urbana não chega a atingir 40,0% da população total.

A concessão do sistema de abastecimento de água em Moeda está sob a


responsabilidade da Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA. Conta
ainda com uma Estação de Tratamento de Água – ETA, localizada no centro da cidade.

De acordo com os resultados do Censo Demográfico de 2010, 83,6% do total dos


domicílios urbanos de Moeda são abastecidos através de rede geral de distribuição. Já na
área rural os domicílios do município são abastecidos em sua maioria por meio de poço
ou nascente fora da propriedade (51,4%).

Este município não conta com a atuação de uma Secretaria de Meio Ambiente em sua
estrutura administrativa, nem tampouco de um conselho municipal de meio ambiente.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 62 de 134

Os estudos apontam que os problemas ambientais apontados pelos entrevistados foram:


a falta de tratamento do esgoto sanitário que é lançado diretamente no rio Paraopeba, à
falta de aterro sanitário, a utilização de uma área na região central da cidade para a
estocagem de resíduos domésticos até a realização da coleta pública, a poluição do Rio
Paraopeba, a necessidade de organização/estruturação do turismo da região (contratação
de guias, construção de banheiros etc.), falta de investimentos na preservação de
nascentes e na defesa do Rio Paraopeba.

AID: Itabirito

A população residente de Itabirito chegou a 45.449, em 2010, conforme o Instituto de


Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o crescimento anual médio da população
municipal entre 2000 e 2010, tendo sido maior que o crescimento de Minas Gerais e do
Brasil (crescimento de 1,17% ao ano), em grande parte explicado pelo boom da extração
de minério de ferro ocorrido no próprio município e região, que provocou atração de
migrantes para a cidade.

O município de Itabirito possui, desde longa data, atividades ligadas à indústria


siderúrgica, têxteis e de extrativa mineral. Observa-se, nos últimos anos, um grande
esforço por parte da municipalidade visando à atração de novos empreendimentos, além
da manutenção daqueles já em operação. Além disso, durante as últimas décadas, esta
região vem passando por um contínuo processo de parcelamento do solo com fins de
implantação de condomínios, muitas vezes utilizados como opção de lazer (segunda
residência) para os estratos de rendas média e alta de Belo Horizonte.

O sistema de abastecimento de água Itabirito está sob a responsabilidade do Serviço


Autônomo de Água e Esgoto (SAAE). Quanto à Estação de Tratamento de Água (ETA)
Waldir Salvador de Oliveira, se localiza no Bairro Santa Rita. O nível de atendimento de
água, no distrito sede, é de 99,0% e o restante trata-se de abastecimento por meio de
nascente e poço artesiano.

Em relação à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), localizada no Bairro Marzagão


(sentido Rio Acima/Belo Horizonte), o nível de atendimento é de 90% e, segundo as
entrevistas realizadas, existem muitas fontes alternativas de lançamento de esgoto
(Córregos Extrema e Salobinha), prejudicando o tratamento do esgoto e a qualidade da
água dos cursos d’água. A captação de água não é prejudicada, pois é realizada na parte
mais alta da cidade e no lado oposto.

Condomínio Aconchego da Serra


O Condomínio Aconchego da Serra, localizado no município de Itabirito, teve sua data de
aprovação e implantação em 1987. Conta com 450 lotes, sendo o tamanho do lote padrão
correspondente a 810 m2. Dos 450 lotes, 268 possuem edificações, dos quais
aproximadamente 80 com residentes em caráter permanente. O residencial possui um
clube com três piscinas, sauna, quadra de tênis de saibro, futebol de salão, etc.

Esse condomínio conta com a Associação de Proprietários do Aconchego da Serra –


APAS que é considerada muito atuante, sobretudo no que diz respeito às Diretorias de
Obras, Meio Ambiente e Social.

Quanto à coleta de resíduos, esta que é transportada três vezes por semana para o aterro
sanitário de Itabirito. Já as folhagens, ramos e troncos de poda são transportados duas
vezes por semana para a Mineração Herculano (áreas de reabilitação) para

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 63 de 134

aproveitamento com vistas à decomposição controlada de resíduos de origem vegetal


(compostagem).

O abastecimento de água do condomínio é realizado por meio de três poços artesianos


outorgados acima de 100 m de profundidade. Um dos poços conta com mais de 180 m de
profundidade.

Com relação ao esgotamento sanitário, é realizado por meio de fossas sépticas e sua
limpeza está sob a responsabilidade do SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgoto de
Itabirito.

Foi realizada a entrevista via contato telefônico em 12/08/2020 com o Dr. Wilfred Brandt,
vice-presidente da Associação de Proprietários do Aconchego da Serra – APAS. Ele
quando indagado sobre as atividades minerárias, na região, mencionou sua preocupação
quanto ao rebaixamento do lençol freático com o comprometimento de três poços
artesianos, além de nascentes localizadas no município de Moeda.

Condomínio Residencial VillaBella


O Residencial VillaBella, pertencente ao município de Itabirito, foi implantado no final de
2002. Conta com aproximadamente 250 moradores e 150 residências construídas, sendo
90 unidades com moradores permanentes e uma destinada à administração do
condomínio e 56 de uso esporádico (finais de semana).

A associação do Residencial conta com 259 associados. Trata-se de um condomínio de


uso exclusivamente residencial, e, portanto, não possui posto de saúde, escolas, ou
mesmo equipamentos na área de assistência social.

O SAAE de Itabirito é o responsável pelo abastecimento de água desse residencial por


meio de poços artesianos. Já o escoamento do esgotamento sanitário é realizado por
meio de fossas sépticas e a limpeza das mesmas é realizada por empresas
especializadas.

Quanto à coleta de resíduos, realiza-se duas vezes por semana pela Associação dos
Moradores e conduzida ao aterro sanitário de Itabirito. A coleta seletiva se faz presente no
condomínio (realizada quinzenalmente) e destinada à Associação dos Catadores de
Materiais Recicláveis de Itabirito - ASCITO.

Foram prestadas informações via e-mail em 17/08/2020 pelo Sr. Ygor Pessoa, Presidente
da Associação do Condomínio VillaBella. Segundo o entrevistado, os principais problemas
ambientais foi a presença de animais peçonhentos ou não; a perturbação da paz e
sossego; o fluxo intenso de caminhões de minério e as “explosões”/detonações nas
operações de mineração e o ruído proveniente das atividades minerárias e da rodovia BR-
040; a poeira excessiva proveniente das atividades exploratórias no entorno; o impacto
nos mananciais de água da região, principalmente nos subterrâneos.

Propriedade Rural de Rômulo Chaves Mendes e Maria Helena Braga Mendes


A propriedade dos Dr. Rômulo Chaves Mendes e Sra. Maria Helena Braga Mendes está
localizada no município de Itabirito.

O sítio (Fazenda da Rocinha) conta com duas casas, sendo uma de alto padrão de
construção com 400 m2 de área coberta. Seus proprietários residem em Belo Horizonte.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 64 de 134

Foi realizada a entrevista via contato telefônico em 12/08/2020 com o Dr. Rômulo Chaves
Mendes proprietário do Sítio, conhecido como Fazenda da Rocinha.

No sítio não é exercida qualquer atividade de exploração econômica. O abastecimento de


água se dá por meio de uma nascente localizada próxima à residência e o tratamento é
realizado pelos proprietários.

A época da realização do EIA da Mina Várzea do Lopes, em 2010, estes proprietários


informaram que desenvolviam um projeto de piscicultura na propriedade, já aprovado
pelos órgãos competentes. Este projeto tratava-se de três lagos, sendo que um já se
encontrava em funcionamento.

Ainda, na confecção do EIA, em 2010, o proprietário mencionou a existência de trincas na


casa recém-construída e rachaduras significativas no muro de arrimo de concreto para
proteção do lago maior, em função do intenso trabalho de “terraplenagem” realizado e
operações de detonação da Gerdau.

Segundo o entrevistado, o prejuízo inviabilizou a participação no projeto cooperativo que


os proprietários estavam vinculados, uma vez que não foi possível o enchimento dos
lagos e o cumprimento das metas de produção de peixes acordadas com a Prefeitura
Municipal de Itabirito.

Desse modo, em atendimento as informações complementares, foi realizada, por


profissional contratado pela Gerdau, uma avaliação de possível nexo causal e das
condições do lago e edificação. Esta visita técnica ocorreu no dia 19/08/2020 com a
participação do engenheiro civil contratado, que foram recebidos pelo Sr. Rômulo, Sr.
Rodrigo (filho do proprietário) e Sr. Helder.

Nesta visita, foi informado que o lago maior secou, após a contenção, localizada a
jusante, ter cedido, há cerca de 4 anos atrás, e esta situação foi confirmada. Além disso, o
Sr. Rômulo e acompanhantes informaram que em uma edificação ocorreram trincas, mas
que em função de uma reforma posterior não poderiam mais ser avaliadas.

A Figura 3.6.2 apresenta a localização da residência do Sr. Rômulo Chaves Mendes em


relação ao limite da propriedade da Gerdau com as áreas operacionais da Pilha de
Disposição de Estéril – Pilha A, cuja distância é da ordem de 180 metros. Já a distância
em relação à cava do Projeto de Continuidade das Operações da Mina Várzea do Lopes é
da ordem de 1.420 metros.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 65 de 134

Figura 3.7.2 - Localização da Residência do Sr. Rômulo Chaves Mendes em relação à área do Projeto de
Continuidade da Mina Várzea do Lopes

Consoante o empreendedor, a Pilha de Estéril A se encontra, atualmente, com as


operações encerradas, tendo em vista o término da sua capacidade de disposição,
estando no momento em processo de reabilitação.

O engenheiro contratado afirmou que, devido ao tempo do ocorrido, é difícil estabelecer o


nexo causal entre os danos e as atividades da Gerdau.

A Gerdau fez contato com o proprietário para autorização e recepção da equipe técnica
que fará a avaliação das condições das edificações em até 30 dias após o final da
pandemia devido ao COVID19, o qual será condicionada este parecer.

O entrevistado solicitou o apoio da Gerdau na implantação de um novo muro de arrimo


localizado a 50 metros da barragem de limpeza de água da empresa para posterior
lançamento no rio.

O entrevistado apontou também a poluição sonora causada pelo ruído das máquinas,
inclusive à noite e a poluição atmosférica como os principais problemas ambientais da
região.

Propriedade Rural da Agropecuária Campos Altos


O Sítio Rocinha está em nome da Agropecuária Campos Altos Ltda., sendo que a
entrevista foi realizada com um dos herdeiros, Dr. Virgílio Horácio de Paiva Abreu.

A propriedade está localizada no município de Itabirito, na localidade conhecida como


Rocinha. Nenhum dos herdeiros reside neste sítio, configurando-se como uma
propriedade de uso exclusivamente de lazer. A maior parte da área é ocupada por horta,
pomar e plantas ornamentais.
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 66 de 134

O entrevistado informou que as atividades minerárias da região não trazem benefícios. O


comprometimento das nascentes e a poluição atmosférica e sonora foram apontados
como os maiores problemas gerados pelas atividades das mineradoras em geral.

Propriedade Rural do Sr. José Raphael Olivê ‐ Sítio dos Aredes


O Sítio dos Aredes de propriedade do Sr. José Raphael Olivê está situado no município
de Itabirito e tem como vizinhos a empresa Gerdau e a Estação Ecológica de Aredes.

Este sítio apresenta três benfeitorias: o domicílio do proprietário que reside no local com a
família, o domicílio do caseiro e um alojamento/oficina/depósito (guarda de ferramentas),
totalizando 40 m2. Não é praticada nenhuma atividade econômica nesta área.

No local, a principal fonte de abastecimento de água trata-se de nascente. Possui três


instalações sanitárias completas e o escoamento dos banheiros é direcionado para o
sistema de fossa séptica. A localidade não é contemplada por coleta pública de lixo. Os
resíduos são levados pelo proprietário semanalmente para Ribeirão do Eixo.

O Sr. José Raphael informou que há ruínas da antiga Fazenda do Aredes. Além de relatar
a tranquilidade “relativa” da região como aspecto positivo da localidade.

Para ele, as atividades desenvolvidas pela mineração não trazem benefícios para a região
e os maiores problemas gerados pela mineração são: poluição visual, poluição
atmosférica, poluição sonora e perigo na circulação viária (BR-040/Mina Ponto Verde) e o
barulho dos caminhões e do maquinário em operação da Gerdau

Sítio dos Aredes ‐ Família do Sr. Paulo Oliveira dos Santos


O domicílio habitado pelo Sr. Paulo e sua esposa é cedido pelo Sr. José Raphael Olivê
(empregador), está localizado no interior do Sítio dos Aredes.

Segundo este morador, as atividades desenvolvidas pela mineração só trazem benefício


em relação à segurança da localidade. Os maiores problemas gerados pela mineração
são: poeira, trânsito pesado e qualidade da água.

Comunidades de Moeda: Azevedo, Peixoto, Vieira de Cima, São Caetano da Moeda,


Moeda Velha e Condomínio Alto Vieiras
Essas comunidades rurais são dispersas e estão situadas em locais mais altos, próximas
à borda do sopé da encosta oeste da Serra da Moeda: Azevedo (região da sub bacia do
córrego dos Antunes), Vieira de Cima (sub bacia do Córrego dos Vieiras), São Caetano da
Moeda Velha e Moeda Velha (sub bacia do Córrego São Caetano) e Peixoto (sub bacia do
Córrego dos Antunes).

No que tange às características da ocupação dos residentes, predominam os


aposentados, seguido de pequenos agricultores (horticultura), servidores públicos da
Prefeitura Municipal de Moeda e empregados na fábrica de doces Antunes. Trata-se de
local permanente de residência.

O abastecimento de água é realizado por meio de nascente/mina. As comunidades que


possuem poços tubulares ou artesianos coletivos, localizados na vertente oeste da Serra
da Moeda são: Azevedo, Vieira de Cima e Moeda Velha. Também foram identificados
poços tubulares individuais em Vieira de Cima. Já Condomínio Alto das Vieiras o
abastecimento de água se dá por meio de poços tubulares individuais.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 67 de 134

Os problemas ambientais apontados pelos moradores foram: poeira e o ruído oriundos


das atividades minerárias, sobretudo na Comunidade de Vieira de Cima e Azevedo. Em
Vieira de Cima foram mencionados também o incômodo gerado com o barulho das
“explosões” e as trincas das residências em função das detonações. Outros problemas
apontados foram as queimadas nas matas, o alto índice de contaminação dos cursos
d’água e as intervenções em APP, entre outros.

Patrimônio Cultural

Conforme ofício/Gab/Iphan MG nº 0009/2018 de 01/02/2018, foi emitida pelo Iphan


anuência ao empreendimento quanto ao Patrimônio Cultural acautelado, condicionada ao
seguinte item: “Atender, caso necessário, as complementações ao Relatório Prospecção
Arqueológica da Propriedade da Gerdau em Várzea do Lopes - Itabirito/MG - Relatório
Final da área 1”

Através do Ofício nº 1408/2020/COTEC IPHAN-MG/IPHAN-MG-IPHAN, onde o Iphan


manifesta pela aprovação das complementações do "Relatório Final –Área 1 Prospecção
Arqueológica da Propriedade da Gerdau – Várzea do Lopes – Itabirito/ MG”.

Cabe informar que a Área 1 definida para os estudos arqueológicos engloba a área da
Cava da Mina Várzea do Lopes, conforme informado pelo empreendedor.

O projeto Programa de Salvamento e Resgate Arqueológico e Programa de Educação


Patrimonial na área do empreendimento "Várzea Do Lopes - Área 1" em Itabirito/MG foi
aprovado através do Parecer Técnico nº 187/2019/COTEC IPHAN-MG/IPHAN-MG

Já o Ofício/GAB/Iphan/MG nº 0808/2012 de 20/04/2012, aprova o relatório final dos bens


de patrimônio de natureza material da ampliação da Mina Várzea do Lopes.

Quanto ao diagnóstico dos Bens de Natureza Imaterial foi aprovado pelo IPHAN, por meio
do OF/GAB/IPHAN MG nº 0984/2013 em 12/06/2013.

Em 28 de dezembro de 2018, o IEPHA/MG manifestou a favor do prosseguimento dos


processos de licenciamento ambiental referente às atividades do complexo Mina Várzea
do Lopes, por meio do Ofício GAB. PR nº 1471/2018, Anexo 24 deste documento.

Por fim, o representante do empreendimento declara a inexistência de impactos em bens


ou áreas tuteladas por outros órgãos, nos termos do Art. 27 da Lei Estadual nº 21
.972/2016, informando que não ocorrerá impacto social em terra indígena, em terra
quilombola, em bem cultural acautelado, em zona de proteção de aeródromo, em área de
proteção ambiental municipal e em área onde ocorra a necessidade de remoção de
população atingida. Esta declaração encontra-se nos autos do processo como resposta
às informações complementares sob protocolo SIAM n° R0113654/2020 e de
responsabilidade técnica de Francisco de Assis Lafeta Couto (ART n°
14202000000006130959).

3.8 Reserva Legal e Área de Preservação Permanente


Nos termos do registro de imóveis acostados aos autos do processo de licenciamento
ambiental, referente à matrícula n°. 6.917, consta averbação (AV-6-6917 - 15/12/2011), no
montante de 130,50,28 ha, bem como recepção de reserva legal, na mesma matrícula, no
montante de 486,94,27 ha.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 68 de 134

Registra-se que os respectivos documentos de responsabilidade de preservação de


florestas, apresentados no cartório de registro de imóveis competente, encontram-se
anexos e acostados aos autos. Consta, ainda, matrícula n°. 14.610, de 23/08/2004,
averbação de área de 170,0538ha, conforme averbação (AV.-4-14610).

Consta nos autos do processo Recibo de Inscrição do Imóvel Rural, comprovando a


confirmação de que foi realizada a declaração do imóvel rural no Cadastro Ambiental
Rural (CAR).

4. ALTERNATIVA TECNOLÓGICA E LOCACIONAL

De acordo com o Artigo 5º da Resolução CONAMA nº. 01/1986, os estudos ambientais


deverão contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto,
confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto.

Para os empreendimentos minerários, a rigidez locacional das jazidas de bens minerais,


definida por fatores naturais geológicos, é o que orienta fortemente sua localização. Desta
forma, as atividades de lavra estão diretamente relacionadas à natureza do minério a ser
explorado, que possui fatores técnicos e econômicos que podem variar com o tempo.

O licenciamento em questão relativo ao ajuste da cava de Várzea do Lopes tem como


característica intrínseca sua própria localização que não pode ser alterada.

5. AUTORIZAÇÃO PARA INTERVENÇÃO AMBIENTAL – AIA

A área de ampliação e de ocupação do Projeto corresponde a 22,40 hectares, sendo 4,92


ha de Campo Rupestre Ferruginoso, 3,37ha de Área Revegetada, 0,75ha de Eucalipto
com sub-bosque Floresta Estacional Semidecidual em estágio inicial, 1,33ha de Floresta
Estacional Semidecidual em estágio médio de regeneração, 0,60ha de Floresta Estacional
Semidecidual em estágio inicial de regeneração; 1,72ha de Savana Parque, 0,57ha de
eucalipto e 9,15ha de áreas de acessos, rodovias, de solo exposto e taludes
revegetados.
Tabela 5.1. Cobertura Vegetal e Uso e Ocupação da ADA do empreendimento.
Fitofisionomia Área (ha)

Campo Rupestre Ferruginoso 4,92

Áreas Revegetadas 3,37

Eucalipto com sub-bosque Floresta Estacional Semidecidual em estágio inicial 0,75

Parque Savana (Campo sujo) 1,72

Floresta Estacional Semidecidual em estágio médio de regeneração 1,33

Floresta Estacional Semidecidual em estágio inicial de regeneração 0,60

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 69 de 134

Eucalipto 0,57

Áreas antropizadas 9,15

TOTAL 22,40

Fonte: PUP, 2020.

Tabela 5.2. Área Diretamente Afetada pelo Projeto Mina Várzea do Lopes.
Estrutura Área Licenciada (ha) Área da Ampliação (ha) Área Total

(Licenciada + Ampliação)

Cava 100,61 22,40 123,32

Fonte: PUP, 2020.

Para a instalação do empreendimento não estão previstas intervenções em Área de


Preservação Permanente - APP.

6. COMPENSAÇÕES

6.1. Compensação por intervenção em Área de Preservação Permanente -


Resolução CONAMA 369/2006;Para a implantação do empreendimento, não haverá
intervenção em APP. Sendo assim, não se aplica a medida compensatória de acordo com
a Portaria Estadual IEF - MG nº 140/2003, a qual dispõe sobre interferência em Áreas de
Preservação Permanente.
Cabe ressaltar que constava no EIA de 2018 a existência de campo rupestre ferruginoso
sobre APP de declividade. No entanto, em resposta ao questionamento da SUPRAM CM
realizado em Ata de Reunião n° 72/2019, o empreendedor apresentou a informação
(protocolo SIAM n° R0181943/2019) de que a ampliação das atividades na Mina Várzea
do Lopes não ensejará em intervenção em APP, sendo retificado o Plano de Utilização
Pretendida (protocolo SIAM n° R0098630/2020).

6.2. Compensação ambiental prevista na Lei do SNUC – Lei Federal nº


9.985/2000;
Caracterizado como empreendimento causador de significativo impacto ambiental, com
fundamento no EIA apresentado, incidirá a compensação ambiental prevista no art.36 da
Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000 (Lei do SNUC).
O empreendedor deverá protocolar na Gerência de Compensação Ambiental do Instituto
Estadual de Florestas - GCA/IEF, solicitação para abertura de processo para cumprimento
da referida compensação.
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 70 de 134

6.3. Compensação por supressão de vegetação no bioma da Mata Atlântica –


Lei Federal 11.428/2006;
O PA COPAM Nº 01776/2004/029/2018 teve o Parecer único de Compensação Florestal -
SUPRAM CM Nº SIAM: 0345998/2020, julgado e aprovado na 48ª Reunião Ordinária da
Câmara Temática de Proteção à Biodiversidade e de Áreas Protegidas - CPB, realizada
em 23/09/2020.
O Termo de Compromisso de Compensação Floresta por Intervenção em Mata Atlântica
foi firmado entre as partes, assinado e registrado em Cartório de Títulos e Documentos.

6.4. Compensação por supressão de vegetação nativa em empreendimento


minerário – Lei Estadual nº 20.922/2013;
O empreendimento exigirá a remoção de vegetação nativa e promove impactos
ambientais significativos sobre o meio físico, biótico e socioeconômico sendo necessária a
compensação florestal/minerária, de acordo com a Lei Estadual nº 20.922/2013:
O empreendedor deverá protocolar na Gerência de Compensação Ambiental do Instituto
Estadual de Florestas - GCA/IEF, solicitação para abertura de processo para cumprimento
da referida compensação.

6.5. Compensação de espécies protegidas por lei e ameaçadas de extinção –


Portaria MMA nº 443/2014 e leis específicas;
Para a instalação e operação do empreendimento, ser necessária a supressão de 1
indivíduo da espécie Araucaria angustifolia, 1 de Dalbergia nigra, 11 de Ocotea odorifera
e 1 de Cedrela fissilis.
O empreendedor apresentou o PTRF com a proposta do plantio das mesmas espécies
para cada indivíduo suprimido (proporção 25:1), totalizando um quantitativo de 350
mudas. Tanto o PTRF quanto a área para o plantio compensatório foram considerados
adequados pelo órgão Ambiental.
O Termo de Compromisso Ambiental para fins de Autorização de Supressão de
Exemplares Arbóreos Nativos Ameaçados de Extinção, Protegidos por Legislação
Específica, foi firmado entre as partes, assinado e registrado em Cartório de Títulos e
Documentos.

7. ASPECTOS/IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS MITIGADORAS

No presente tópico serão apresentados os impactos ambientais referentes à ampliação,


bem como as medidas mitigadoras associadas apresentadas nos estudos.
Diante disso, a análise dos impactos ambientais se embasará na ampliação do
empreendimento bem como nas demais unidades vinculadas e necessárias à esta
ampliação.
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 71 de 134

7.1 Impactos sobre o meio físico


Alteração da morfologia do relevo
O ajuste da cava para a lavra do minério de ferro da Mina Várzea do Lopes ocasionará o
impacto de alteração da morfologia do relevo. As áreas que irão sofrer intervenções
físicas durante a operação da mina situam-se numa região ainda preservada da encosta
da Serra da Moeda. Ressalta-se que o relevo da encosta leste da Serra da Moeda já vem
sofrendo alterações em função das atuais atividades minerárias da Mina Várzea do
Lopes, já licenciadas ambientalmente.
A ampliação prevista da cava não acrescentará, mas manterá as condições de inversão
no relevo na base da Serra da Moeda na vertente leste, devido ao aprofundamento da
cava, além de realização de taludes de corte na encosta da serra com supressão da
cobertura vegetal. O impacto sobre o relevo será de alta magnitude, pois implicará em
uma modificação da encosta leste da Serra da Moeda, em terrenos de elevada altitude e
declividade, porém mantendo-se a alteração já existente na serra.
O impacto sobre o relevo será negativo, direto, permanente, irreversível, de longa
duração, de abrangência regional, pois causará interferência na AII do Projeto, e
caracterizado como de média magnitude, considerando o ajuste da cava em 22,4 ha.
As medidas de minimização para o impacto de alteração da morfologia do relevo serão
realizadas através da recuperação das áreas alteradas pela cava, procurando
restabelecer, ainda que parcialmente, as características anteriores à supressão da
vegetação, no âmbito do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD.

Alteração da estrutura dos solos


Serão realizadas atividades como supressão vegetal, decapeamento da cobertura de
canga na área da cava e limpeza do solo na área de ajuste da cava que provocarão a
alteração da estrutura original do solo, tendo como consequência direta a exposição de
suas camadas inferiores, tornando-o mais suscetível ao desenvolvimento de processos
erosivos, visto que essas áreas permanecerão expostas à incidência de chuvas.
A instalação de processos erosivos em áreas de solo exposto e o carreamento de
sedimentos para os cursos d’água a jusante poderão acarretar impactos indiretos.
O impacto de alteração da estrutura dos solos e, consequentemente, instalação de
processos erosivos possui natureza negativa e incidência direta, abrangência local,
restritas à ADA e AID; de ocorrência em médio prazo, irreversível e cíclico. Considerando
os sistemas de controle previstos, este impacto é classificado como de média magnitude,
pois ocorrerá a alteração da qualidade ambiental na área de influência do Projeto.
Serão implantados dispositivos de drenagem provisórios ao longo da operação de lavra
(sumps, leiras, canaletas de drenagem e bacias de contenção de sedimentos no interior
da cava), visando ao escoamento adequado das águas pluviais incidentes sobre as
superfícies expostas, de forma a controlar o desenvolvimento de processos erosivos,
conforme Programa de Controle de Processos Erosivos. Também serão realizadas ações
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 72 de 134

de acompanhamento por meio do Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas e


Efluentes.
Ao final da etapa de operação, os impactos causados pela alteração das propriedades do
solo e instalação de processos erosivos serão minimizados através de ações de
recuperação das áreas degradadas previstas no Plano de Recuperação de Áreas
Degradadas ‐ PRAD.

Alteração da Disponibilidade de Recursos Hídricos e Alteração das Vazões de


Nascentes pelo Rebaixamento do Nível d’água Subterrâneo
Considerando que com o ajuste da cava não haverá incremento no volume de água
outorgado, o impacto de alteração da disponibilidade de recursos hídricos e alteração das
vazões de nascentes não será alterado, comparando-se com as operações atuais do
rebaixamento do nível de água subterrâneo.
O impacto de alteração da disponibilidade de recursos hídricos pelo rebaixamento do
nível d’água subterrâneo é classificado, em relação à sua abrangência, como local, pois
estará restrito à ADA e AID do Projeto. É também classificado como um impacto de
incidência direta, pois decorrerá de uma ação do empreendimento (rebaixamento do nível
d’água subterrâneo) e reversível em longo prazo, pois o meio apresenta potencial para se
recompor quando cessada a origem do impacto. Por fim, classifica-se como um impacto
de baixa magnitude, considerando o ajuste da cava em 22,4 ha sem alterar o bottom pit,
considerando que será mantida a restituição das vazões dos cursos d’água afetados com
água proveniente do bombeamento, ao longo da operação da mina.
Como medida de acompanhamento, deverá ser mantido o programa de monitoramento
das vazões dos cursos d’água e poços de abastecimento no entorno da mina e do
comportamento do nível d’água subterrânea na área de influência da cava, conforme
descrito no Programa de Monitoramento Hidrogeológico já realizado pelo
empreendimento, juntamente com a restituição das vazões dos cursos d’água afetados
com água proveniente do bombeamento, ao longo da operação da mina.

Alteração da qualidade das águas


Os principais impactos que promovem a alteração na qualidade das águas no
empreendimento são provenientes de três frentes principais, a geração de efluentes
sanitários, efluentes de drenagem pluvial (carreamento de sedimentos) e os oleosos
provenientes das oficinas de manutenção.
As medidas mitigadoras para os efluentes sanitários tanto do escritório quanto do
restaurante e demais unidade são direcionados para sistema de tratamento composto de
fossa séptica, filtro anaeróbio e sumidouro. Para os efluentes sanitários gerados nas
áreas de mineração são utilizados banheiros químicos.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 73 de 134

Ainda com relação aos efluentes líquidos, são gerados efluentes oleosos nas oficinas e no
posto de combustível também existentes nas instalações de apoio operacional da mina.
Nestas instalações existem sistemas de controle por meio dos separadores de água e
óleo (SAO), onde os resíduos de óleos são recolhidos periodicamente, sendo dada a
devida destinação final conforme previsto no Plano de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos – PGRS da Gerdau. São previstas, também, nas oficinas e no posto de
combustível, medidas de controle de vazamentos produtos químicos, como pavimentação
dos pisos e caixas de contenção evitando-se a contaminação do solo e das águas.
Com relação aos impactos ocasionados pela drenagem pluvial com o lançamento de
sólidos nos cursos d’água da AID e no entorno da UTM, parte dessa drenagem é coletada
pela própria cava, sendo utilizada nos processos da mina, e parte é coletada pelas
canaletas de drenagem existentes que direcionam o efluente pluvial para sumps (bacias
escavadas), que tem por função o controle da velocidade do escoamento e a retenção de
sólidos com a clarificação do efluente antes do lançamento nos cursos d’água a jusante.
Na etapa de operação não haverá acréscimo na geração destes efluentes uma vez que a
mão-de obra operacional será mantida, não havendo incremento, nem mesmo nas
estruturas de apoio operacional (oficinas, posto de abastecimento, restaurante e
escritórios).
Vale salientar que estas unidades citadas se encontram licenciadas por meio dos PAs:
1776/2004/020/2014, PU 112/2015 no qual são apresentados semestralmente os
relatórios de cumprimento de condicionante. O monitoramento é realizado por meio do
Programa de Monitoramento das Águas Superficiais e Efluentes, o qual será dado a
continuidade.
O monitoramento é realizado por meio de amostragens de águas superficiais e efluentes
em pontos estratégicos e parâmetros previamente estabelecidos como sendo aqueles que
melhor indicam os efeitos ou a qualidade ambiental que se quer avaliar, possibilitando
apresentar resultados estatisticamente representativos.
Conforme condicionado nas licenças anteriores, a empresa envia, semestralmente,
relatórios referentes ao monitoramento de 17 (dezessete) pontos, atendendo aos
parâmetros: Temperatura da água, pH, turbidez, cor verdadeira, sólidos totais dissolvidos,
oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio – DBO (5 dias, 20 °C), ferro solúvel,
ferro total, manganês total, manganês solúvel, alumínio total, alumínio solúvel,
detergentes, óleos e graxas, índice de fenóis, sólidos suspensos totais, Coliformes
termotolerantes (Coliformes fecais), Coliformes totais, Estreptococos fecais, fitoplâncton e
zoobenton.
Ademais, de forma a evitar o carreamento de sedimentos, o empreendimento possui o
Programa de Monitoramento Geotécnico da Cava, bem como a realização de ações
previstas no Programa de Controle de Processos Erosivos e no Plano de Recuperação de
Áreas Degradadas - PRAD.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 74 de 134

Resíduos Sólidos
Na operação do empreendimento serão gerados resíduos sólidos nas frentes de serviço
de lavra, durante a supressão da vegetação, e nas atividades realizadas nas instalações
de apoio de mina e resíduos domésticos (lixo de banheiros e lodo sanitário, papel,
plásticos, dentre outros), gerados principalmente nos refeitórios e banheiros.
As atividades de manutenção de equipamentos diversos implicam na geração de resíduos
oleosos, como restos de graxa de lubrificação, estopas e materiais contaminados com
óleos e graxas. Trata-se de um impacto potencial e se restringe à área onde está
localizado o aspecto de origem (local), sua abrangência é classificada como pontual e de
incidência indireta.
O empreendimento Mina Várzea do Lopes possui local específicos para a coleta e o
armazenamento temporário dos resíduos sólidos. Já se encontra em execução no
empreendimento Programa de Gestão de Resíduos Sólidos que atua como medida de
controle da geração de resíduos sólidos, sendo condicionante neste PU a manutenção do
programa.
Considerando a publicação da Deliberação Normativa COPAM nº 232/2019, a empresa
deverá apresentar, semestralmente, a Declaração de Movimentação de Resíduo – DMR,
emitida via Sistema MTR-MG, referente ao transporte e destinação final dos resíduos
gerados pelo empreendimento, quando, então, adequações, caso necessárias, serão
solicitadas.
Já quanto aos resíduos sólidos não considerados como declaratórios pela DN 232/2019
deverão ser destinados para empresas regularizadas ambientalmente, devendo o
empreendedor apresentar, semestralmente, relatório com o quantitativo, a nota fiscal e
cópia da licença ambiental da empresa responsável pela coleta, tratamento e destinação
final desses resíduos.

Alteração da qualidade do ar
Os impactos ambientais relativos às emissões atmosféricas da atividade de mineração
estão relacionados às atividades de decapeamento, detonações na cava, movimentação
de minério e estéril e tráfego de veículos e equipamentos em vias não pavimentadas nas
áreas do Projeto, levando a suspensão de material particulado, implicando
consequentemente na alteração da qualidade do ar.
Outro impacto presente na atividade é a emissão de gases de combustão, provenientes
da queima de combustíveis fósseis, como máquinas e caminhões, capazes de impactar a
qualidade do ar ao longo da sua operação.
Para controle da emissão de material particulado na atmosfera, está prevista a
continuidade da operação de caminhões-pipa que irão realizar a aspersão constante nas
vias em caminhões com 30.000 litros de capacidade, acessos e demais áreas com solo
exposto durante toda vida útil do Projeto de Continuidade das Operações da Mina Várzea
do Lopes. Prática associada com o aperfeiçoamento dos planos de fogos empregados.
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 75 de 134

Com relação à emissão de gases de combustão, será mantida a manutenção periódica


dos veículos e equipamentos envolvidos nas operações da mina, que por sua vez será
avaliada e monitorada através de testes conhecidos como “fumaça preta”. Esses testes
são realizados durante as inspeções, com o auxílio de filtros específicos, comparando-se
os resultados com a escala Ringelman, conforme previsto no Programa de Controle e de
Monitoramento da Qualidade do Ar, apresentado no PCA que acompanha este EIA.
As medidas de controle para a qualidade do ar serão mantidas de acordo como Programa
de Monitoramento da Qualidade do Ar, atualmente realizado no Condomínio Aconchego
da Serra (PQAR01), localizado na AID no âmbito das operações da Mina Várzea do
Lopes. Nesse condomínio está instalada uma estação de monitoramento da qualidade do
ar composta por um Amostrador de Grandes Volumes (AVG/PTS), que é um equipamento
formado, basicamente, por um sistema de sucção, com limites de vazão fixos e um meio
filtrante para retenção de partículas. Outro ponto de monitoramento inserido foi no
condomínio residencial VillaBela. Será condicionado a este parecer a comprovação de
instalação dos equipamentos neste condomínio, bem como o monitoramento os limites
definidos pela legislação federal de meio ambiente, segundo Resolução CONAMA nº
03/1990.
Ademais, considerando a instrução de Serviço Sisema n° 05/2019, que apresenta
orientações Técnicas para solicitação de Planos de Monitoramento da Qualidade do Ar no
âmbito dos processos de licenciamento ambiental, para a atividade objeto de
licenciamento torna-se obrigatória a apresentação à Feam/Gesar o Plano de
Monitoramento da Qualidade do Ar – PMQAR e o posterior monitoramento após a
aprovação do órgão ambiental.
No entanto, o PMQAR da Mina Várzea do Lopes já foi apresentado à Gesar em 21 de
julho de 2020, Ofício Gerdau 008/2020, em cumprimento à condicionante n° 3 da Licença
Ambiental n° 023/2019 vinculada ao PA COPAM n° 1776/2004/026/2017. Por este motivo,
será condicionado a este parecer apenas o automonitoramento da qualidade do ar no
Condomínio Residencial VillaBella até a manifestação do órgão ambiental do PMQAR
apresentado.
Destaca-se que o transporte de minérios deverá seguir as diretrizes definidas no art. 15
da Resolução nº 293/2008 do CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito), de forma a
minimizar os impactos provenientes de emissão de particulado no escoamento do
minério.

Ruídos e Vibrações
Os impactos ambientais da mineração relativos à alteração dos níveis de ruído ambiental
estão relacionados a diversos fatores, a movimentação e operação de máquinas e
equipamentos na cava, às instalações industriais, ao transporte e disposição de estéril em
pilha, e ao transporte de produtos.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 76 de 134

No que tange às vibrações, as operações de detonação, com uso de carga explosiva para
o desmonte das rochas, são a principal causa para o impacto, além de interferir também
na pressão acústica.
Para a mitigação destes impactos, além da manutenção preventiva das máquinas e
equipamentos, as atividades de desmonte de rochas na Mina Várzea do Lopes deverá ser
elaborado e atualizado sempre o plano de fogo controlado, de forma a ser prevista a
adoção de horários fixos para a realização das detonações além do Programa de Controle
e Monitoramento Sismográfico, conforme atualmente realizado pela Gerdau.
Para o monitoramento do ruído ambiental, a Gerdau executa um programa de
monitoramento em três pontos de amostragem: na propriedade rural do Sr. Rômulo
Chaves, na estrada asfaltada lateral ao condomínio VillaBella e um Condomínio
Aconchego da Serra. A partir da análise dos resultados obtidos no monitoramento no EIA,
os níveis de ruídos encontram-se dentro dos limites definidos pelas leis ambientais e
normas técnicas, com exceção daqueles que sofrem interferências externas da Mina
Várzea do Lopes, como a BR-040.
Tendo em vista que a ampliação do empreendimento em questão não acarretará
alterações na estrutura, serão mantidos os mesmos equipamentos e caminhões de
transporte de minério, os níveis de pressão sonora no entorno da Mina Várzea do Lopes
não sofrerão alterações, em relação àqueles já avaliados e monitorados conforme. Diante
disso será mantido o Programa de Controle e Monitoramento de Ruído Ambiental.

7.2 Impactos sobre o meio socioeconômico


Alteração da Paisagem

A operação de lavra de minério de ferro, ao longo da vida útil da Mina Várzea do L opes,
tem ocasionado a alteração da paisagem local, causando impacto visual às comunidades
e moradores no entorno e também aos usuários da rodovia BR-040.

A ampliação da cava céu aberto da Mina Várzea do Lopes, objeto deste EIA, afetará uma
área de 22,4 ha. Essa ampliação será observada na alta vertente leste da Serra da
Moeda, no município de Itabirito.

Conforme os estudos, o impacto de alteração da paisagem continuará a ser mais


significativo aos usuários da rodovia BR-040, de alguns pontos mais altos do interior do
Condomínio VillaBella e da estrada municipal ITA-320, uma vez que a cava será
aumentada, as quais estarão mais expostas e visíveis a partir de diversos pontos no
entorno da Mina Várzea do Lopes,

Assim, considerando-se a reabilitação das áreas da cava ao longo da operação da mina,


o impacto visual na vertente leste da Serra da Moeda será negativo, direto, de
abrangência regional, pois causará interferência na AII da Mina Várzea do Lopes,
irreversível, de longa duração, permanente, sendo caracterizado como de média
magnitude.

Medidas mitigadoras: revegetação das áreas afetadas pela ampliação da cava,


executadas no âmbito do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD. Em
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 77 de 134

função do caráter irreversível deste impacto devem ser aplicadas medidas


compensatórias estabelecidas na legislação vigente e prevista no Programa de
Compensação Ambiental descrito no PCA. Além da manutenção das cortinas arbóreas já
implantadas em trechos ao longo da rodovia BR-040.

Impacto sobre o Patrimônio Natural


A Serra da Moeda constitui o principal elemento relativo ao patrimônio natural na região.
O impacto sobre este patrimônio será negativo, direto, permanente, irreversível, de longa
duração, de abrangência supraregional, pois causará interferência na AII do
empreendimento, e caracterizado como de média magnitude, em função da pequena
extensão afetada para o Projeto de Continuidade das Operações da Mina Várzea do
Lopes.

Tendo em vista o caráter irreversível deste impacto, deve ser aplicada medida
compensatória estabelecida pelas leis vigentes e prevista no Programa de Compensação
Ambiental e também as medidas mitigadoras previstas no Plano de Recuperação de
Áreas Degradadas – PRAD.

Expectativas e Preocupações das Partes Interessadas


A divulgação de notícias sobre o Projeto de Continuidade das Operações da Mina Várzea
do Lopes provoca, principalmente, entre os moradores dos municípios de Itabirito e
Moeda, em destaque dos Condomínios Aconchego da Serra, VillaBella, Alto dos Vieiras,
proprietários e comunidades rurais vizinhos, poder público municipal e organizações não
governamentais voltadas para a defesa do meio ambiente, expectativas de ocorrência de
impactos negativos e incômodos em geral gerados a partir da geração de poeira, ruído e
vibrações, bem como problemas de segurança pela movimentação de pessoas e
veículos.

Ao mesmo tempo, são geradas as expectativas para os impactos socioambientais


positivos decorrentes da continuidade na geração de postos de trabalho e de renda para
os empregados diretos e indiretos e munícipios envolvidos.

Assim, este impacto é negativo, direto, de ocorrência a curto prazo, de abrangência


supraregional, pois causará interferência na AII do empreendimento, porém de caráter
temporário, podendo ser considerado de alta magnitude, tendo em vista seu caráter
reversível.

Torna-se, no entanto, iminente a necessidade do estabelecimento e manutenção de um


diálogo transparente com todas as partes interessadas na região, atualizando-os
permanentemente, por meio de ações de comunicação, sobre o projeto.

Continuidade da Atividade Minerária na Região


Entre as partes interessadas são apresentados os empregados próprios e os contratados
diretos da Mina Várzea do Lopes, assim como dos empregos indiretos, que também

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 78 de 134

demonstram expectativas e interesses para a manutenção dos seus postos de trabalho e


a geração de renda.

Trata-se de um impacto direto, positivo, de abrangência regional, longo prazo, cíclico,


sendo classificado como de alta magnitude.

O empreendedor deverá adotar as ações de Comunicação Social e de Absorção da Mão-


de-obra Local, para potencializar este impacto.

Geração de Impostos
A continuidade da exploração de minério de ferro na Mina Várzea do Lopes significa a
continuidade dos empregos diretos e indiretos, além da arrecadação de impostos para o
município de Itabirito (AID), principalmente da CFEM, do ISS e ICMS.

Sendo assim, é um impacto positivo, de incidência direta, de abrangência regional nas


áreas de influência direta e indireta, de duração no médio prazo, reversível com o fim da
exploração do minério, cíclico e de média magnitude.

O empreendedor deverá utilizar-se das ações de Comunicação Social e as ações de


Absorção da Mão-de-obra Local para potencializar este impacto.

Manutenção de Empregos e Renda


Com a implantação e operação do Projeto de Continuidade das Operações da Mina
Várzea do Lopes, serão mantidos os postos de trabalho diretos com a operação atual com
cerca de 500 empregos, destacando-se também os empregos indiretos na região do
empreendimento.

Trata-se de um impacto positivo, de incidência direta, com abrangência regional, de


duração no curto prazo, reversível, pois ao término da lavra cessa-se a oferta de
empregos, cíclico, pois ocorre na etapa de operação e de média magnitude.

Para potencializar o impacto, adotará as ações de Absorção da Mão‐ de‐ obra Local.

Geração de Renda para o Município de Moeda

Há participação dos empregados de empresa prestadora de serviços na Mina Várzea do


Lopes que estão residindo em Moeda (cerca de 230 pessoas), os quais contribuem direta
e indiretamente para o incremento de renda e movimentação no município.

Tal impacto positivo, de incidência direta, de abrangência local, de duração no médio


prazo, reversível, pois encerrada a exploração do minério de ferro também cessa a
arrecadação, temporário e classificado como de baixa magnitude.

Recomenda-se a adoção das Ações de Absorção da Mão‐ de‐ obra Local para
potencializar os benefícios da geração de empregos.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 79 de 134

Geração de Incômodos à População Vizinha


As operações de desmonte de rocha com utilização de explosivos na área de lavra e a
movimentação de máquinas e veículos pesados no transporte e disposição do material
estéril e transporte do minério bruto e beneficiado, irão gerar vibração, poeira e ruído e
poderão provocar incômodos à população vizinha à mina.

Quanto ao escoamento de minério de ferro, a Mina de Várzea do Lopes a Gerdau conta


atualmente com uma frota de caminhões de terceiros de aproximadamente 262 carretas.
Assim, são realizadas diariamente aproximadamente 668 viagens, saindo da mina de
Várzea do Lopes. Cabe ressaltar, no entanto, que o Projeto Continuidade das Operações
da Mina de Várzea do Lopes não irá gerar nenhum incremento no transporte rodoviário de
minério.

Já em relação ao uso de explosivos para o desmonte de rochas, estas são realizados de


segunda à sexta-feira no horário administrativo, podendo variar entre 10 e 17:10 horas,
geralmente são realizados as 15:20 horas.

Este impacto é classificado como negativo, de incidência indireta, já que resulta de outros
impactos, de abrangência local, uma vez que possui potencial para atingir a AID do
empreendimento, reversível, considerando que, cessada a fonte de emissão os
incômodos desaparecem, temporário e de ocorrência em longo prazo, dada à vida útil da
mina. Em vista disso, resulta num impacto de média magnitude, pela presença de
Condomínios Residenciais Aconchego da Serra e VillaBella e os estabelecimentos rurais
no entorno da Mina Várzea do Lopes.

Medida mitigadora: Serão mantidos e aprimorados os Programas de Controle e


Monitoramento da Qualidade do Ar, Ruído Ambiental e de Vibrações e Pressão Acústica e
as ações de comunicação social.

Pressão sobre os Serviços Sociais Básicos

A mobilização de mão-de-obra para a operação do Projeto poderia implicar na atração de


pessoas de fora em busca de emprego, podendo causar aumento na demanda por
serviços públicos.

No entanto, essa previsão de atração de imigrantes é muito reduzida porque há


disponibilidade de mão-de-obra na região, já inserida nesse tipo de mercado de trabalho,
com demanda relativamente baixa de trabalhadores, dado o tamanho do mercado de
trabalho nas áreas de influência.

Tal impacto é impacto negativo, de incidência direta, de abrangência local, de duração no


curto prazo, reversível, temporário, e de magnitude desprezível.

7.3 Impactos sobre o meio biótico


Aumento da Pressão Antrópica sobre os Biótopos Campestres
A implantação de empreendimentos em áreas de vegetação florestal, com consequente
abertura de clareiras, intensifica os impactos negativos dos efeitos de borda, como o

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 80 de 134

aumento da penetração da luz solar e maior incidência de ventos, levando a alterações


nessas comunidades.
A implantação e a operação do empreendimento não trarão para a vegetação campestre
impactos semelhantes aos efeitos de borda que ocorrem nos ambientes florestais, no
entanto, poderão representar fonte de poeira e sedimentos para a vegetação localizada
no seu entorno. Além disso, a exposição do solo poderá favorecer o desenvolvimento e
disseminação de espécies exóticas, o que pode levar à perda de riqueza e diversidade
devido à competição com as espécies nativas.
A fragmentação de habitats e aumento da pressão antrópica sobre o ambiente de Campo
Rupestre Ferruginoso são considerados impactos com efeito negativo, de incidência
direta, abrangência local, de curto prazo, permanente e de média magnitude, tendo em
vista se tratar de vegetação localizada no entorno de Unidades de Conservação.
Este impacto pode ser mitigado desde que adotadas medidas relacionadas à recuperação
das áreas suprimidas com a utilização de espécies nativas, de forma a favorecer a
regeneração natural, ações previstas no Programa de Conservação da Flora e no Plano
de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD, assim como medidas relativas à criação,
ampliação e manutenção de conectividade, ações contempladas pelo Programa de
Compensação Ambiental.

Perda de Vegetação Nativa


 Campo Rupestre Ferruginoso
Os Campos Ferruginosos presentes na ADA representam um mosaico onde trechos mais
preservados se intercalam a áreas mais alteradas e, mesmo as áreas de vegetação
parcialmente descaracterizada pela incidência de queimadas, abrigam espécies típicas e
relevantes para a conservação sendo, portanto, estes remanescentes importantes para a
conservação da flora dos Campos Ferruginosos do Quadrilátero Ferrífero.
A importância biológica das comunidades associadas aos afloramentos rochosos ricos em
ferro do Quadrilátero Ferrífero ainda é subestimada, devido, em parte, ao número de
estudos já realizados, no entanto, a supressão de Campos Ferruginosos na área de
ajuste da cava da mina também acarretará na perda de espécimes da fauna em
decorrência da supressão de vegetação.
Tal impacto é considerado permanente, irreversível, de efeito negativo e de incidência
direta. No caso dos Campos Ferruginosos, em razão da sua raridade intrínseca e da
estreita distribuição geográfica de várias espécies ocorrentes, a perda recorrente de
hábitat pode significar a extinção de alguns grupos e constitui um impacto irreversível, de
abrangência regional e também de alta magnitude.
De acordo com o Mapa de Vegetação do IBGE e com o Mapa de Biomas do Brasil, a
exploração de minério de ferro na cava da mina será realizada em áreas de abrangência
do Bioma Mata Atlântica. Assim, com base na legislação vigente como medida
compensatória a este impacto indica-se o Programa de Compensação Ambiental
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 81 de 134

(Compensação por Intervenção em Mata Atlântica). Para a mitigação deste impacto


propõem-se a execução do Programa de Conservação da Flora, além das pesquisas que
serão desenvolvidas na Unidade de Pesquisa em Campos Rupestres Ferruginosos,
localizada em Ouro Branco dentro do escopo do programa GERMINAR da Gerdau.

 Floresta Estacional Semidecidual


Para a implantação Projeto de Continuidade das Operações da Mina Várzea do Lopes
será necessária a intervenção em 1,33 ha caracterizados como Floresta Estacional
Semidecidual em estágio médio de regeneração e 0,75 ha de Floresta Estacional
Semidecidual em estágio inicial de regeneração.
Dada a pequena dimensão das áreas de intervenção e a presença de remanescentes
maiores e mais significativos destas tipologias na AID, sobretudo de Floresta Estacional
Semidecidual em estágio médio de regeneração, esse impacto pode ser classificado
como negativo, direto, de abrangência pontual, curta duração, irreversível e permanente,
porém de média magnitude, uma vez que estes remanescentes abrigam espécies
ameaçadas de extinção em âmbito estadual e nacional.
Para a compensação deste impacto está prevista a destinação de área correspondente a
área florestal a ser suprimida através da execução do Programa de Compensação
Ambiental (Compensação por Intervenção em Mata Atlântica), observando-se a
equivalência ecológica e a similaridade florística da área a ser destinada para
compensação. Para a sua mitigação considera-se a adoção das estratégias propostas no
Plano de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD e a execução do Programa de
Conservação da Flora e de Acompanhamento da Supressão da Vegetação e Eventual
Resgate da Fauna. Como medida de acompanhamento, recomenda-se a continuidade do
Programa de Monitoramento da Fauna.

 Savana Parque degradada


Este impacto é decorrente das atividades de intervenção em 1,72 ha de área
caracterizada como Savana Parque degradada. Trata-se de áreas onde a vegetação
encontra-se sujeita a diversas interferências antrópica.
Remanescentes de Savana Parque mais preservados ocupam grandes extensões da AID,
cerca de 1.130,60 ha, e encontra-se amplamente distribuídos na região. Assim, a
supressão desta tipologia para implantação do projeto é considerada de efeito negativo,
de incidência direta, irreversível, permanente e de abrangência local, porém de baixa
magnitude.
Com base na legislação vigente, para mitigação deste impacto o empreendedor propôs a
execução do Programa de Conservação da Flora.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 82 de 134

Afugentamento da fauna
Em função da operação da Mina Várzea do Lopes na região, assim como da ocupação
humana e da intensa movimentação de veículos na rodovia BR-040, a fauna local já se
encontra exposta aos ruídos e ao trânsito local de máquinas e pessoas. Durante a
operação do empreendimento, haverá a continuação do stress nas comunidades da fauna
local gerando o afugentamento de espécimes da fauna silvestre.
Considerando o grau de conectividade dos ambientes campestres e florestais observados
ao longo das Áreas de Influência do empreendimento, podemos acreditar que esta fuga
dos espécimes da fauna se direcione no sentido de áreas adjacentes com vegetação
similar àquela prevista para ser suprimida.
Como consequência, os indivíduos da fauna continuarão suscetíveis a atropelamentos,
em função de vias com trânsito intenso de veículos no entorno, e a encontros agonísticos
provocados pela ocupação de territórios de outros indivíduos e pelo aumento da
competição intraespecífica, o que poderá levar à ocorrência de óbitos ou lesões.
Dessa forma, o impacto de afugentamento da fauna é caracterizado como negativo;
direto, pois decorrerá de uma ação do empreendimento; de abrangência regional, pois
possivelmente alcançará a AID e AII do; de ocorrência em curto prazo; reversível e
temporário, em função dos fatores causadores do impacto cessarem após a vida útil do
projeto, permitindo o retorno dos espécimes afugentados ou o estabelecimento de novos
indivíduos nas áreas adjacentes. Em função da cobertura vegetal da ADA ser composta
em grande parte por vegetação campestre, formação a qual se encontra associadas
espécies endêmicas ao Bioma Cerrado, este impacto é classificado como de baixa
magnitude.
Para a minimização deste impacto, o empreendedor propôs a continuidade do Programa
de Educação Ambiental - PEA. Aplica-se também as Ações de Sinalização das Vias e
Normatização de Condução de Veículos Leves e Pesados com o objetivo de controlar e
gerenciar a velocidade dos veículos.
Além das ações mencionadas acima, o Programa de Monitoramento da Fauna também
poderá avaliar as possíveis alterações causadas por este impacto e, durante a etapa de
implantação, bem como o Projeto de Supressão da Vegetação e o Programa de
Acompanhamento de Supressão e Eventual Salvamento da Fauna durante a supressão
da vegetação.

Risco de Perda de Espécimes da Fauna por Atropelamento


Durante a operação do empreendimento a presença humana e a movimentação de
máquinas e veículos na área, poderão ocasionar o deslocamento dos espécimes da fauna
presentes na Área Diretamente Afetada (ADA), ocasionando o risco de atropelamento dos
mesmos.
Este impacto pode ser considerado negativo, de incidência direta, de abrangência
regional, pois possivelmente alcançará a AID e AII do projeto, de ocorrência em curta
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 83 de 134

duração em função da movimentação de máquinas e veículos se dar durante toda a


operação do empreendimento, irreversível e temporário, em função dos fatores
causadores do impacto cessar após a vida útil do empreendimento e, de média magnitude
em função da presença de espécies ameaçadas de extinção que utilizam as estradas e
acessos observados nas áreas de influência.
Para a minimização deste impacto, foi proposto a continuidade do Programa de Educação
Ambiental - PEA, o Programa de Acompanhamento da Supressão Vegetal e Eventual
Resgate de Fauna que atuará para minimizar a perda de espécimes em função do
atropelamento pelos veículos que estarão realizando a supressão, assim como a
instalação de quebra-molas nas estradas de acesso existentes para a redução e o
controle da velocidade dos veículos, conforme Ações de Sinalização das Vias e
Normatização de Condução de Veículos Leves e Pesados.

Pressão Antrópica sobre os Biótopos - Caça e Captura Predatórias


A pressão antrópica sobre os biótopos está relacionada a ações principalmente
associadas à caça, xerimbabo, coleta predatória e ocorrência eventual de atropelamentos
e incêndios acidentais, em função do fluxo de pessoas e trabalhadores nas áreas de
influência do empreendimento.
Apesar de não terem sido citadas evidências diretas de caça nas áreas de estudo
apresentados, a presença de propriedades rurais na AID e de trilhas com aparente sinal
de uso no interior das matas amostradas no entorno do Ribeirão do Silva, é um indicativo
de que a atividade ainda ocorra ali.
O impacto do aumento da pressão antrópica sobre a fauna é caracterizado como
negativo; de incidência indireta, pois decorre do aumento de trabalhadores nas áreas de
influência do empreendimento; de abrangência local; de ocorrência em curto prazo,
temporário, reversível e de baixa magnitude.
A medida mitigadora proposta é a continuidade do Programa de Educação Ambiental ‐
PEA. Este impacto poderá ser avaliado também durante a execução do Programa de
Monitoramento da Fauna.

Fragmentação e Redução de Habitats para a Fauna Silvestre


A cobertura vegetal observada nas áreas de influência AID e ADA é caracterizada pela
presença de ambientes florestais os quais se encontram principalmente ao longo das
drenagens existentes nos fundos de vale e trechos na encosta leste da Serra da Moeda e
ambientes campestres, que se encontram em bom estado de conservação, servindo
como habitat e fonte de recursos para diversas espécies da comunidade faunística
presente nas áreas de influência.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 84 de 134

Em função da implantação do empreendimento, onde haverá a necessidade de supressão


de vegetação nativa, ocasionando a redução de habitats disponíveis para espécies da
fauna que ali ocorrem.
A fragmentação e redução de habitats para a fauna silvestre consiste na ampliação da
cava, principalmente dos trechos de vegetação campestre, caracterizam-se como um
impacto negativo; de incidência direta, pois decorre da supressão de vegetação
necessária à implantação do empreendimento; local, pois a incidência do impacto é
dentro da ADA; de ocorrência em curto prazo, já que o impacto se manifestará com a
supressão da vegetação; irreversível, temporário e de baixa magnitude.
Com o objetivo de controlar e acompanhar os efeitos deste impacto, o empreendedor
propôs o Projeto de Supressão Vegetal, Programa de Acompanhamento da Supressão
Vegetal e Eventual Resgate de Fauna e a continuidade do Programa de Monitoramento
da Fauna.

Alterações das Populações de Espécies de Anfíbios e Mamíferos Semi-aquáticos


em Função do eventual Carreamento de Sedimentos para os Cursos d’água
Durante a implantação e operação do empreendimento, haverá o contato da água pluvial
com o material / solo exposto podendo ocasionar o carreamento de sedimentos para as
drenagens presentes na AID.
Considerando que para o empreendimento haverá somente a ampliação da cava cujo
sistema de drenagem direciona as águas pluviais para os sumps no interior da cava na
porção leste da Serra da Moeda, o carreamento de sedimentos para os cursos d´água
não será percebido.
Portanto, as alterações das populações de espécies de anfíbios e mamíferos semi -
aquáticos devido ao carreamento de sedimentos sólidos aos corpos de água na AID e AII
da mina deve ser considerado um impacto negativo, direto, regional, de médio prazo,
reversível, cíclico, sendo classificado como de baixa magnitude, tendo em vista os
procedimentos de controle na fonte como sistema de drenagem superficial e bacias de
contenção de sedimentos que evitem ou diminuam o carreamento de sólidos para os
corpos d’água, por meio do Programa de Controle de Processos Erosivos.
Como medidas para mitigação e acompanhamento deste impacto, o empreendedor
propôs a continuidade do Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas e
Efluentes e do Programa de Monitoramento da Fauna na Mina Várzea do Lopes.

Alteração da Ictiofauna pela Alteração da Qualidade da Água e dos Solos pelo


Carreamento de Sedimentos e Geração de Efluentes

Com o empreendimento continuará a ocorrer a exposição e a movimentação de solo que,


se não controlado adequadamente, poderá causar o carreamento de sedimentos para as

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 85 de 134

drenagens localizadas imediatamente a jusante das intervenções na sub-bacia do


Ribeirão do Silva.
As intervenções a serem feitas durante o funcionamento, manutenção e lubrificação de
máquinas e equipamentos a serem utilizados nas obras de relocação das áreas
operacionais poderão, ocasionalmente, provocar a contaminação das águas do Ribeirão
do Silva e dos tributários por óleos e graxas, bem como metais originalmente presentes e
agregados a óleos lubrificantes. A contaminação poderá ter efeito tóxico para as
comunidades aquáticas alterando a estrutura destas.
Para o empreendimento haverá somente a ampliação da cava, cujo sistema de drenagem
direciona as águas pluviais para os sumps no interior da própria cava. Assim, o
carreamento de sedimentos para os cursos d´água não deverá será aumentado.
Um possível assoreamento e contaminação dos cursos d’água pode gerar,
secundariamente, efeitos negativos sobre a vida aquática nas AID e AII. O aumento da
turbidez e de sólidos nas águas poderá ocorrer, gerando impactos relacionados à
utilização de micro-habitats pelas populações de peixes inventariadas, através da
alteração de sítios reprodutivos e de forrageamento para as espécies especializadas nos
tipos de ambientes encontrados na área amostrada, alterando a dinâmica populacional
das espécies que habitam estes cursos d’água.
Este impacto é considerado negativo, direto, regional, em curto prazo, irreversível,
permanente e de baixa magnitude, devido ao comprometimento dos habitats necessários
para a sobrevivência de espécies da ictiofauna das drenagens dos cursos d´água
afluentes do Ribeirão do Silva. Este impacto pode ser minimizado mediante a implantação
de medidas eficientes de controle de processos erosivos e carreamento de sedimentos
para as drenagens descritas no Programa de Controle de Processos Erosivos e
Assoreamento e, posteriormente, com as ações do Plano de Recuperação de Áreas
Degradadas - PRAD.
Como medidas de monitoramento foram propostos a continuidade do Programa de
Monitoramento da Qualidade das Águas e Efluentes e do Programa de Monitoramento e
Inventário da Ictiofauna na AID do empreendimento, com o objetivo de acompanhar as
possíveis alterações que podem ocorrer com a operação do Projeto.

7.4 Impacto ao patrimônio espeleológico


A equipe da SUPRAM CM optou por integrar os dois estudos que constam nos autos do
processo (Carste, 2018 e Brant, 2019) para avaliar os impactos que serão descritos no
presente item, quanto a natureza, a intensidade, a temporalidade, a reversibilidade e a
sinergia, como será indicado na matriz de impactos apresentada ao final deste tópico.

O licenciamento ambiental do empreendimento em análise no presente parecer único,


abarca três fazes do licenciamento ambiental (LP, LI, LO), sendo que em cada fase são
previstas atividades potencialmente causadoras de impactos ambientas, como descrito de
forma sucinta a seguir:

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 86 de 134

 Fase de Planejamento, considerando o cenário atual da Mina Várzea do Lopes,


cuja operação se restringe a obras de manutenção estrutural e uma produção
mínima que objetiva a manutenção dos direitos minerários da Gerdau Açominas
S.A junto a Agência Nacional de Mineração (ANM), antigo Departamento Nacional
de Produção Mineral (DNPM);
 Fase de Implantação/Operação, considerando que o licenciamento será
concomitante a sua implantação e posterior operação. Nesta fase são previstas as
seguintes atividades: supressão de vegetação nativa, geração de material
particulado e gases de combustão, geração de sedimentos, movimentação e
exposição do solo, geração de ruído, geração de pressão sonora e vibrações
durante as detonações, movimentação de máquinas, equipamentos e veículos,
desmonte de rocha, entre outras.

Isso posto, o presente item abordará os impactos ambientais potenciais e reais em


decorrência da implantação e operação do empreendimento em questão. Assim, tem-se
quatro impactos ambientais elencados para o patrimônio espeleológico e, para cada um
destes, são identificados os aspectos ambientais relacionados, como exposto na Tabela
7.4.1 .

Tabela 7.4.1. Relação do impacto ambiental e o aspecto ambiental.

Impacto Ambiental Aspectos Ambientais

Supressão de vegetação nativa;


Alteração da dinâmica
Geração de material particulado e gases de
sedimentar das cavidades e sua
combustão;
área de influência
Geração de sedimentos;
Movimentação e exposição do solo
Alteração na integridade física Geração de pressão sonora e vibrações durante as
das cavidades e sua área de detonações;
influência Movimentação de máquinas, equipamentos e
veículos.
Supressão de vegetação nativa;
Alteração da dinâmica hídrica Geração de material particulado e gases de
das cavidades e sua área de
combustão;
influência Geração de sedimentos;
Movimentação e exposição do solo
Supressão de vegetação nativa;
Geração de material particulado e gases de
combustão;
Geração de sedimentos;
Alteração na estruturação da Movimentação e exposição do solo;
fauna
Geração de ruído;
Geração de pressão sonora e vibrações durante as
detonações;
Movimentação de máquinas, equipamentos e
veículos.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 87 de 134

 Alteração da dinâmica sedimentar das cavidades e sua área de influência

O presente impacto está relacionado a qualquer alteração, tanto na cavidade como na


área de influência, associada à mudança da composição granulométrica, quantidade e
composição dos sedimentos e o aporte de particulados provenientes da operação da
mina.

A dinâmica sedimentar das cavidades dentro do contexto atual e de forma mais ampla,
em relação ao material alóctone, está relacionada à dois elementos principais: (i) o aporte
direto de sedimentos por meio das entradas e o (ii) aporte de sedimentos via canalículos
e/ou estruturas geológicas.

Neste cenário qualquer alteração na área de influência ou no entorno imediato das


cavidades pode ocasionar o aumento ou redução deste aporte de sedimentos. Ressalta-
se, este impacto ambiental tem maior potencial de ocorrência nos locais onde a
declividade e elevada e a superfície está descoberta de vegetação, sobretudo durante nos
períodos chuvosos.

Portanto, a SUPRAM CM entende que devido aos fatores supracitados e contexto


geográfico de inserção das cavidades VL-48, VL-49, VL-50, VL-51 e VL-52, estas
possuem maior probabilidade de sofrerem alteração da dinâmica sedimentar. Por isto, faz-
se necessário a implantação de um sistema de drenagem superficial no entorno do
empreendimento, além da implantação do monitoramento da área de influência das
cavidades.

Quanto à dispersão dos particulados, cabe salientar que a direção predominante dos
ventos que incidem sobre a ADA é de sudeste e leste. Desta forma, entende-se que para
as cavidades VL-12, VL-13, VL-14, VL-15 e VL-37 não é previsto o aporte de particulados
no interior destas, uma vez que tais cavidades estão inseridas na vertente oposta ao
empreendimento.

As cavidades VL-48, VL-49, VL-50, VL-51 e VL-52, apesar de possuírem as entradas


voltadas para a área da mina atual e, consequentemente, para a área de expansão da
mesma, tais cavidades estão localizadas em meio a vegetação, que filtra a maior fração
destes particulados emitidos, minimizando o potencial impacto.

A cavidade RVL-0011 e sua área de influência, por sua vez, estão inseridas no topo da
serra da moeda, a oeste do empreendimento, portanto, geograficamente susceptíveis à
alteração da dinâmica sedimentar por dispersão de particulado. Entretanto, devido à
declividade da área e ao desnível topográfico entre a área fonte e as áreas de influência
e, considerando a densidade do particulado de composição ferruginosa, entende-se que
este impacto tem baixa probabilidade de ocorrer (Carste, 2018).

As medidas de controle ambiental apontadas no EIA (Sete, 2018) para evitar a geração de
material particulado envolvem ações do Plano de Gestão da Qualidade do Ar, como
umectação de vias por meio de caminhão pipa.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 88 de 134

Este impacto foi classificado com natureza negativa, caráter temporário, reversível se
adotadas corretamente as medidas de controle e mitigação, efeito sinérgico e magnitude
baixa à desprezível.

 Alteração na integridade física das cavidades e sua área de influência

A potencialidade de alteração da integridade física das cavernas está ligada


primariamente à sua fragilidade em relação às vibrações. Conforme CECAV (2016):

"maquinários e atividades em geral caracterizados por emissões de vibração


quando inseridos no entorno de locais de ocorrência de cavernas devem
operar de maneira controlada, de forma a restringir o nível de vibração a
limites admissíveis, com vistas a assegurar a integridade física de cavidades
e a não impactar demais estruturas de relevância espeleológica, como
espeleotemas".

Dessa forma, o impacto de alteração da integridade física pode estar associado ao


aspecto “geração de pressão sonora e vibrações durante as detonações” e à atividade
“movimentação de máquinas, equipamentos e veículos”, previstos no EIA do Projeto de
Continuidade das Operações da Mina Várzea do Lopes (Sete 2018).

A alteração da integridade física das cavidades deve ser analisada considerando três
dimensões principais, a saber: i) fonte emissora de vibração; ii) propagação das ondas
sísmicas pelo terreno; iii) fragilidade da caverna. Para os dois primeiros elementos, o
controle das fontes de vibração e da propagação das ondas no terreno pode se dar por
meio da aplicação de medidas, como aquelas propostas no EIA (Sete 2018). Além destas,
tem-se a implantação de plano de fogo adequado seguindo os parâmetros dispostos no
item “manutenção da integridade física” e no Quadro 3.6.1.

A implantação dessas medidas de controle da vibração ocorrerá de acordo com o


diagnóstico geológico-geotécnico da caverna. Esse último sinaliza a relevância do modelo
geomecânico para a construção do programa de monitoramento, ao indicar os pontos a
serem observados e instrumentados de forma sistemática e criteriosa.

Na ausência do diagnóstico geológico-geotécnico das cavidades, previsto para a etapa de


monitoramento, uma avaliação preliminar da fragilidade das cavidades em estudo pode
ser realizada durante os trabalhos de campo, tendo como base as características que
sinalizam instabilidades evidentes, tais como possíveis mecanismos de ruptura, grau de
alteração da rocha, ocorrência de vãos livres e influência hídrica nesses aspectos.

Desta forma, Carste (2018) apresentou em relação a cavidade RVL-0011:

“aloja-se em itabirito friável, cujo bandamento milimétrico é composto por


bandas ferruginosas e bandas silicosas, localmente lixiviadas, o que permite
a formação de pontuais lascas ferruginosas que tendem ao colapso. A
cavidade apresenta fraturas pouco alargadas que controlam, localmente, a
morfologia das paredes e interceptam os planos de bandamento, que pode
levar ao isolamento de blocos, muito embora eles não tenham sido
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 89 de 134

observados. Essas características indicam baixa fragilidade da cavidade em


relação ao impacto “alteração da integridade física”.

Já a Brandt (2020) não apresentou este tipo de análise para as demais cavidades, apenas
houve uma recomendação de “adoção de monitoramento sismográfico, como elemento de
controle das emissões sísmicas” para as cavidades mais próximas ao limite de
adequação da cava proposto para a mina, são elas a VL-14 e VL-15.

Este impacto foi classificado com natureza negativa, caráter permanente, irreversível se
incidir sobre as cavidades, efeito sinérgico e magnitude baixa. O caráter irreversível deste
impacto está relacionado a impossibilidade de restauração da integridade física das
cavidades uma vez que ocorram trincas ou abatimentos nas cavidades em decorrência
das atividades de desmonte de rocha. Portanto, a adoção dos parâmetros para a carga
máxima por espera e da VPP são fundamentais.

 Alteração na dinâmica hídrica das cavidades e sua área de influência

Conforme Brandt (2020), o presente impacto ambiental pode ser considerado secundário,
visto que poderá ocorrer em função da alteração do relevo/paisagem, pois com as
atividades de decapeamento das camadas superficiais do solo, supressão da vegetação e
terraplanagem, as drenagens superficiais e os processos de infiltração d´água serão
alterados.

Ainda segundo Brandt (2020):

“Uma característica relevante das cavidades hospedadas em itabiritos


e/ou canga é a sua pouca profundidade em relação à superfície,
situando-se na zona vadosa. Tal característica confere às cavidades
um fluxo vertical predominante sobre fluxos horizontais, justamente
pela pequena espessura do pacote rochoso que compõe o teto;
conferindo a dinâmica hidráulica local um caráter de regime
temporário ou até efêmero. A pequena espessura de teto e o
predomínio de fluxo vertical são indícios que as cavidades
hospedadas nos litotipos supracitados possuem área de contribuição
hídrica restrita.”

Assim, a modificação do relevo/paisagem tem-se a interferência direta na dinâmica hídrica


da microbacia da cavidade, sendo necessária a instalação de estruturas de drenagem
superficial.

As cavidades VL-12, VL-13, VL-14, VL-15, VL-37, RVL-0012, RVL-0013, RVL-0014, RVL-
0015, RVL-0016 e RVL-0017 inserem-se na vertente oeste da serra e, desta forma, tem
menor probabilidade de sofrerem alterações na dinâmica hídrica ou serem afetadas pelo
carreamento de material originário da atividade minerária.

As cavidades VL-48, VL-49, VL-50, VL-51, VL-52, RVL-0093 e RVL-0095, por sua vez,
estão inseridas na verte leste da serra, estão, portanto, mais propensas aos efeitos das
atividades da mina, o mesmo pode ser apontado para a cavidade RVL-0011, que está
inserida no topo da serra da Moeda.
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 90 de 134

Destaca-se, ainda, que as cavidades VL-48 e RVL-0095 estão situadas a


aproximadamente 25 metros do limite pretendido para a exploração mineral. Assim, a
Brandt (2020) indica que “diante de um cenário simulado possivelmente parte do material
movimentado pela estruturação das bancadas do talude seria carreado para as drenagens
que, por ação da água das chuvas, os transportariam em direção às cavernas
ocasionando sedimentação imediata, tanto dos cursos d’água quanto da rede de
canalículos que mantém suas respectivas dinâmicas hidráulicas, ocasionando um impacto
direto”.

Neste sentido a SUPRAM CM solicita a adoção de um programa de monitoramento que


contemple alterações mais abrangentes no entorno das cavidades RVL-0011 e VL-49,
com foco qualitativo e que inclua um monitoramento de área de influência.

Este impacto foi classificado com natureza negativa, caráter temporário, reversível se
adotadas corretamente as medidas de controle e mitigação, efeito sinérgico e magnitude
baixa à desprezível, exceto para a cavidade VL-48 que estão previstos impactos
negativos irreversíveis em decorrência “parte do material movimentado pela estruturação
das bancadas do talude seria carreado para as drenagens que, por ação da água das
chuvas, os transportariam em direção às cavernas ocasionando sedimentação imediata,
tanto dos cursos d’água quanto da rede de canalículos que mantém suas respectivas
dinâmicas hidráulicas, ocasionando um impacto direto”.

Faz-se preponderante destacar que, uma vez que a proposta de compensação


espeleológica para a realização de impactos negativos irreversíveis na cavidade VL-48
não foi aprovada, dado que não será avaliada neste parecer único, a Gerdau Açominas
S.A. deverá adotar as medidas de mitigação necessárias para o controle ambiental da
operação da cava da Mina Várzea do Lopes, de forma a evitar que ocorram impactos
negativos nesta cavidade, até que seja aprovada por esta superintendência a proposta de
compensação espeleológica.

 Alteração da vegetação nativa

A deposição de particulados sobre a vegetação pode atrapalhar processos fisiológicos e


levar a perda de indivíduos, implicando na redução da diversidade florística e,
consequentemente, diminuição do volume de serapilheira no meio epígeo, o que terá
reflexos no aporte de recursos tróficos nas cavidades. A mitigação para este impacto
corresponde à mesma apresentada para Alteração da dinâmica sedimentar das
cavidades e sua área de influência.

 Alteração na estruturação da fauna

A avaliação de Impacto Ambiental (AIA) apresentada (Brandt, 2019) para as cavidades


RVL-0012, RVL-0013, RVL-0014, RVL-0015, RVL-0016, RVL-0017, RVL-0093, RVL-0095,
VL-12, VL-13, VL-14, VL-15, VL-37, VL-48, VL-49, VL-50, VL-51 E VL-52, em relação à
fauna, apontou:
“No cenário atual, não foram detectados impactos diretos ou indiretos
originados pelo empreendimento que afetem o ecossistema das
cavidades alvo”.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 91 de 134

O referido documento ainda aponta:


“Pressupõe-se que quaisquer dos impactos anteriormente discutidos,
se constatados, incidirão de forma direta na biota cavernícola, pois
alterações no equilíbrio de seu ecossistema podem gerar danos de
variáveis magnitudes tanto na flora quanto na fauna da caverna.
Somente com a execução de estudos específicos para monitoramento
espeleológico seria possível listar, quantificar e qualificar as
dimensões dos danos causados pelos impactos”.

As informações apresentadas são sobre maneira limitadas, sem qualquer discussão sobre
os dados pretéritos ou secundários. Não foram apontados quais aspectos ambientais
poderiam implicar em impactos sobre a fauna cavernícola ou aquele presente no entorno
imediato.

Estudos anteriores apontaram a presença de morcegos e guano em parte das cavernas


que integram a presente AIA, porém não foi apresentada qualquer discussão ou
correlação destes dados.

Alguns exemplos podem elucidar a importância do apontamento dos aspectos, fontes


geradoras e impactos. A poluição sonora tem grande potencial impactante sobre a fauna
de vertebrados, sobretudo aves e mamíferos, principalmente os morcegos. Estes grupos
utilizam a emissão de diferentes frequências sonoras para importantes atividades como
orientação e comunicação. Como fora apontado anteriormente, existem estudos que
indicam a presença de morcegos nas cavidades sob análise.

Houve o registro de morcegos e também de fezes de vertebrados não voadores não


identificados em algumas das cavidades sob análise. Estes animais exercem o papel de
carreadores de recursos tróficos, o afugentamento desta fauna pode ter reflexos sobre a
dinâmica de recursos no interior das cavidades.

Dada a carência de dados sobre as consequências advindas deste impacto, faz-se


fundamental a tomada de dados primários, nas cavernas que ainda não os tem, para a
melhor compreensão de tais fenômenos.

É de suma importância destacar que as atividades do empreendimento preveem, entre


outras, a remoção da cobertura vegetal, o que potencialmente culmina na perda de
diversidade de fauna troglóxena e acidental, que guardam estreita relação com a
dinâmica do ecossistema cavernícola.

Não foram apontadas medidas mitigadoras para este impacto, logo é necessário avaliar o
aporte de recursos tróficos, sobretudo àqueles oriundos de fezes de vertebrados não
voadores, bem como a dinâmica da presença de morcegos nos cavidades e áreas
adjacentes. Tais acompanhamentos dar-se-ão por meio do monitoramento de aporte de
recurso tróficos e de fauna cavernícola.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 92 de 134

 Redução na qualidade dos substratos orgânicos

As atividades conduzidas no empreendimento provocam a suspensão de material


particulado, que passa a ter elevada probabilidade de se depositar sobre a área de
influência e no interior das cavidades. Este material quando sedimentado sobre a
vegetação pode implicar na perda de diversidade florística, qualidade e quantidade do
material vegetal que aporta nas cavidades. Ademais, quando o material particulado ganha
o interior das cavidades ele se deposita sobre diferentes superfícies, incluindo os recursos
tróficos ali presentes, culminando na alteração da constituição ou na indisponibilidade de
tais recursos. Os reflexos destas mudanças recaem sobre a fauna, que pode perder
importantes fontes de alimento e vir a perecer, levando a perda de biodiversidade.

A mitigação para este impacto corresponde à mesma apresentada para Alteração da


dinâmica sedimentar das cavidades e sua área de influência.

8. PROGRAMAS AMBIENTAIS

Por se tratar de ampliação de empreendimento em operação, a empresa já executa


programas ambientais com relatórios enviados a esta Superintendência, tais como:
- Programa de Gestão de Qualidade do Ar;
- Programa de Gestão de Ruídos e Vibrações;
- Programa de Gestão de Resíduos Sólidos;
- Programa de Monitoramento de Qualidade das Águas e Efluentes;
- Programa de Monitoramento Hidrogeológico;
- Programa de Comunicação Social.
Os programas foram detalhados no Parecer Único n° 112/2015, que subsidiou a
concessão do Certificado de LO n° 55/2015 vinculada ao PA COPAM n°
1776/2004/020/2014. A mencionada licença se encontra em processo de Revalidação por
meio do PA 01776/2004/030/2019, em análise técnica no órgão ambiental. Portanto, o
presente parecer abordará as outras ações de mitigação para controle dos impactos
provenientes da ampliação das atividades na Mina Várzea do Lopes, considerando que os
programas listados acima já contemplam a área da expansão.

8.1 Programas do meio físico


Programa de Controle de Processos Erosivos
A continuidade da execução do Programa de Controle de Processos Erosivos visa a
desenvolver ações operacionais preventivas e corretivas destinadas ao controle efetivo
dos processos erosivos decorrentes da desagregação e exposição do solo. Essas ações
irão acarretar a redução do carreamento de sedimentos, o controle do assoreamento de
corpos hídricos a jusante do Projeto, a manutenção da qualidade das águas superficiais e
o aumento da taxa de infiltração das águas pluviais incidentes.
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 93 de 134

O programa irá garantir a boa operação dos dispositivos de drenagem, retenção e


contenção de sedimentos, evitando-se a instalação de processos erosivos e o
carreamento de sedimentos para os cursos d’água a jusante do empreendimento;
Identificar a eventual necessidade de adoção de medidas corretivas ou de mitigação
através do monitoramento da instalação e desenvolvimento de processos erosivos; e
verificar a eficácia de procedimentos adotados e dos sistemas de controle ambientais a
serem instalados para controle de processos erosivos e de contenção de sedimentos.
Para prevenir o assoreamento dos corpos hídricos e os impactos potenciais sobre a
qualidade das águas deverão ser mantidas as implantações dos dispositivos provisórios
de drenagem pluvial (leiras, bacias de contenção escavadas e retentores de sedimentos)
visando coletar e a escoar adequadamente as águas pluviais, na fase inicial de supressão
da vegetação e decapeamento do solo, até que o sistema de drenagem pluvial definitivo
seja implantado, ao término das operações da mina.
Os sistemas de drenagem definitivos ou permanentes corresponderão àqueles previstos
nos projetos de engenharia de minas e que serão implantados à medida que a cava atinja
a sua configuração final. As bancadas terão inclinação longitudinal e transversal para
permitir o escoamento das águas pluviais incidentes. No entorno de toda área de lavra
serão implantadas leiras de contorno de forma a direcionar o escoamento das águas
pluviais sempre para o interior da cava, onde serão direcionadas, pelas bancadas, para
sumps escavados na cota inferior, que farão a retenção dos sedimentos.

Programa de Monitoramento Geomecânico dos Taludes da Cava


O programa tem como principal objetivo obter um maior conhecimento do comportamento
geomecânico dos taludes da cava da Mina Várzea do Lopes ao longo de sua operação,
por meio do monitoramento persistente dos mesmos, além de propor medidas eficientes
de controle das condições de segurança e operacionalização.
São objetivos específicos deste programa: Identificar e caracterizar possíveis áreas de
instabilidades e escorregamentos/deslocamentos nos taludes da cava, decorrentes da
operação do empreendimento; Avaliar a necessidade de se adotarem medidas efetivas de
contenção ou correção das feições identificadas e caracterizadas durante as atividades de
inspeção; Executar o controle geomecânico dos taludes da cava através de intervenções
físicas que se fizerem necessárias durante a operação da mina.
Desta forma, será possível manter o controle de estabilidade dos taludes e por ventura
identificar a eventual necessidade de adoção de medidas preventivas ou corretivas, se
necessárias, mediante a verificação das condições operacionais e geotécnicas da cava
por meio de inspeções visuais e monitoramento contínuo.
Para tanto, serão realizadas inspeções realizadas mensais nos taludes, bermas, crista e
sistemas de drenagem da cava, como premissa básica para a prevenção de trabalhos
não condizentes com os projetos e práticas seguras de lavra, e instalação de marcos
topográficos e monitoramento topográfico como medida de controle e acompanhamento
do comportamento geotécnico dos taludes em função do aprofundamento da cava.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 94 de 134

8.2 Programas do meio socioeconômico


Programa de Educação Ambiental
O programa de educação ambiental da Gerdau foi analisado, conforme Relatório Técnico
nº.40 de 31/07/2020, o qual está apensado neste parecer único.

Neste relatório, a equipe da Supram CM conclui que as adequações do PEA, em resposta


ao solicitado no Ofício nº 1197/2019 Dreg/Supram CM e Relatório Técnico nº 93/2019 de
26/09/2019, foram insatisfatórias somente ao que tange às metas e indicadores dos
projetos “Formação Ambiental do Empregado” do módulo 1 ao 6, bem como dos projetos
voltados para o público externo.

O empreendedor deverá, no prazo de 90 dias, apresentar as adequações supracitadas do


projeto executivo do PEA, o qual será condicionada neste PU.

Programa de Comunicação Social


As ações de Comunicação Social objetivam um relacionamento com os públicos que
estão sob sua influência direta e indireta, com o intuito de prestar informações sobre a
Mina Várzea do Lopes, procedimentos inerentes ao licenciamento ambiental e, em
especial, aos possíveis incômodos à população.

As ações deste programa serão viabilizadas por meio de boletins impressos, spots de
rádio, release para a imprensa e páginas na internet e redes sociais; realização de
reuniões públicas; canal de comunicação direta entre população e empreendedor, entre
outros.

Será condicionada ao empreendedor comunicar aos moradores da AID sobre os dias e


horários das detonações por explosivos, o qual deverá ser incluído neste programa.

Programa de manutenção de mão de obra


Este programa tem por objetivo estabelecer as diretrizes que nortearão a manutenção do
processo de cadastramento e seleção da mão-de-obra das localidades da AID e AII.

A execução das ações para contratação de mão-de-obra local se iniciarão, a partir da


identificação das necessidades ao longo de todo o Projeto de Continuidade das
Operações da Mina Várzea do Lopes, em função da eventual necessidade de substituição
de mão de obra, durante a etapa de operação.

Programa de Sinalização das Vias e Normatização de Condução de Veículos Leves


e Pesados
O objetivo do programa é promover à aplicação da normatização de sinalização e
circulação de veículos leves e pesados procurando coibir ao máximo os riscos relativos ao
tráfego de veículos nas rodovias e acessos.

Assim, deverão ser mantidos os informativos, avisos de alerta e treinamento dos


motoristas quanto à necessidade de uma direção mais cuidadosa e defensiva.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 95 de 134

Além do mais, os motoristas de caminhões de empresas subcontratadas pela Gerdau,


deverão passar por treinamentos obrigatórios para receber as corretas orientações e
quanto ao plano de trânsito da região da Mina Várzea do Lopes em busca de prevenir e
minimizar potenciais acidentes.

Plano de Fechamento de Mina


O Plano Ambiental de Fechamento de Mina (PAFEM) visa orientar os profissionais
envolvidos no planejamento, na implantação e na operação da mina sobre as melhores
práticas atualmente recomendadas para o seu fechamento.

O planejamento antecipado da mina consiste em estabelecer as bases técnicas e estimar


os recursos para reparar os impactos ambientais e reabilitação dos ambientes
degradados, obtendo a estabilidade da área de modo a possibilitar o seu uso futuro
seguro, além de buscar a manutenção dos benefícios sociais obtidos por todos os
envolvidos. O Plano de Fechamento da Mina deverá ser apresentado dois anos antes do
encerramento das atividades minerárias.

O PRAD para atividades enquadrados nas Classes 1 a 4, deverá ser protocolizado com
antecedência mínima de seis meses da data prevista para o encerramento das atividades,
de acordo com o previsto no artigo 4º da Deliberação Normativa COPAM Nº 220, de 27 de
novembro de 2018, que estabelece diretrizes e procedimentos para avaliação ambiental
da fase de fechamento de mina.

8.3 Programas do meio biótico


Programa de manutenção de cortina arbórea
A manutenção de cortinas arbóreas apresenta como objetivo minimizar o impacto visual
causado pela atividade minerária aos usuários da BR-040. Dessa forma, o programa irá
minimizar o impacto ambiental visual e minimizar a emissão de material particulado para
as áreas de entorno do empreendimento.

A avaliação e monitoramento continuarão por meio do acompanhamento do


desenvolvimento das mudas plantadas, de forma a definir as ações de replantio,
coroamento, adubação, prevenção contra formigas e incêndios.

Plano de recuperação de áreas degradadas (PRAD)


Este programa tem como objetivo principal a execução de medidas que visam à proteção
do solo, o controle da geração de poeiras e a prevenção de processos erosivos e seus
efeitos. As áreas de execução deste programa correspondem as áreas afetadas pela
implantação e pela operação do projeto de Ampliação da Mina de Várzea do Lopes.

O Plano de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD da Mina Várzea do Lopes


objetiva atender às seguintes ações e medidas de mitigação de possíveis impactos
causados pelo empreendimento:

 Reintegração das áreas degradadas à paisagem dominante da região;

 Proteção do solo visando a prevenção e controle dos processos erosivos e da geração


de poeira;

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 96 de 134

 Recuperação, restabelecimento e regeneração natural da vegetação nativa;

 Minimização do impacto visual causado pelas modificações na paisagem.

As ações recomendadas no presente Plano de Recuperação de Áreas Degradadas -


PRAD estão relacionadas, numa primeira etapa, ao estabelecimento de diretrizes e de
procedimentos que deverão ser adotados para reconformação física e topográfica das
áreas objeto de intervenção.

Posteriormente serão realizadas as atividades:

Remoção e estocagem do solo


Para a ampliação da cava, será realizado o decapeamento do solo, com a finalidade de
remover as sobras da vegetação existente e preparar o terreno para a entrada de
máquinas. No decapeamento, normalmente são removidas as camadas superficiais do
solo

Nas áreas onde será realizada a supressão da vegetação florestal será dado
aproveitamento ao o material proveniente da destoca, juntamente com galhos, raízes e
serrapilheira, após a retirada do material lenhoso.

Reconformação da cava
A reconformação topográfica da cava será feita por meio da construção de taludes de
corte repartidos em bancadas, visando a uma maior estabilidade dos mesmos, conforme
especificações técnicas do projeto geotécnico.

As bancadas dos taludes da cava serão dotadas de sistemas de drenagem superficial,


direcionando as águas precipitadas para sumps localizados no interior da cava.

A recomposição, a reconformação topográfica e a implantação das leiras serão realizadas


concomitantemente com o encerramento da lavra em cada local. A revegetação dos
taludes e bancadas da cava será realizada com gramíneas e leguminosas, conforme
descrito adiante. Posteriormente serão plantadas mudas de espécies nativas sobre as
leiras das bancadas.

Revegetação das Áreas Degradadas


As áreas alteradas pelo Projeto que apresentarem solos expostos e taludes de corte e
aterro poderão ser revegetadas pelo método da semeadura manual ou hidrossemeadura.
Os plantios serão realizados preferencialmente durante o período das chuvas, entre
outubro a fevereiro, podendo sofrer alterações de acordo com a peculiaridade de área a
ser reabilitada.

Os taludes de corte em solo que apresentarem suscetibilidade à erosão, após a


semeadura, poderão contar com a superfície recoberta por uma “manta vegetal” com o
objetivo de promover uma cobertura orgânica protetora, mantendo a umidade mínima do
solo e protegendo-o da forte insolação e de chuvas fortes.

Revegetação dos taludes da cava


A revegetação dos taludes de corte e bancadas da cava da Mina Várzea do Lopes será
realizada utilizando-se gramíneas e leguminosas com a mesma metodologia e espécies
descritas no item anterior para os demais taludes.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 97 de 134

Sobre as leiras de proteção ao longo das bancadas serão plantadas mudas de espécies
nativas pioneiras, preferencialmente daquelas registradas nas áreas de canga. As mudas
serão plantadas em covas entre a vegetação de gramíneas e leguminosas, já instalada,
com um espaçamento de 3 em 3 m em linha sobre as leiras. Os plantios com mudas
serão feitos preferencialmente durante os meses de outubro a fevereiro.

Medidas de Manutenção da Revegetação


Após a conclusão de cada etapa do trabalho do Plano de Recuperação de Áreas
Degradadas - PRAD será realizado um acompanhamento e monitoramento dos
resultados obtidos com a recomposição vegetal de cada área, sendo realizadas as
seguintes atividades complementares aos plantios, sempre que necessário.

Programa de Conservação da Flora


Consiste em um conjunto de medidas voltadas para a conservação e a manutenção da
biodiversidade vegetal local. A sua implantação poderá gerar conhecimento para a
conservação de espécies nativas e sua utilização para ações futuras de restauração
ambiental. Por meio deste programa, pretende-se minimizar o impacto relacionado à
diminuição de populações de espécies da flora típicas dos ambientes afetados.

A meta deste projeto é realizar o resgate de propágulos em pelo menos 75% da área de
supressão vegetal antes do início do processo de supressão; acompanhar esse processo
durante toda a sua duração prosseguindo o resgate; e acompanhar a destinação do
material resgatado até o terceiro ano da operação.

O Programa de Conservação da Flora deverá ocorrer de forma antecipada nas áreas


afetadas pelo Projeto e contará com uma etapa preliminar de planejamento, quando serão
selecionados os locais e as formas das coletas e definidos os possíveis locais para
reintrodução e replantio dos espécimes coletados.

Serão realizadas as seguintes ações:

 Coleta de mudas e plântulas de espécies florestais;

 Coleta de serapilheira e restos de material lenhoso de ambientes florestais;

 Coleta de sementes de espécies campestres;

 Coleta de mudas de espécies campestres;

 Remoção e armazenamento de solo de decapeamento;

 Instalação do material resgatado em viveiro;

 Destinação das mudas produzidas.

Todo o processo de resgate da flora deverá ser monitorado e documentado, para que se
mantenha o registro sistematizado dos procedimentos adotados, das ações bem
sucedidas e das dificuldades encontradas e também para que se possam adequar as
ações, quando necessário.

As espécies resgatadas serão direcionadas a viveiro de mudas e depois reintroduzidas na


natureza em áreas de recuperação.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 98 de 134

Plano de Supressão da Vegetação


O objetivo deste Plano é planejar a supressão da vegetação presente AD A do
empreendimento, visando permitir o aproveitamento econômico da biomassa lenhosa,
reduzindo o impacto negativo sobre a flora, e o processo de fuga da fauna pela retirada
direcionada da vegetação arbórea.

Para isto o trabalho será realizado em duas etapas, sendo a primeira, a limpeza de sub-
bosque e retirada da vegetação arbustiva com o auxílio de foice. Na segunda etapa serão
cortadas as árvores com o auxílio de motosserras, respeitando o direcionamento
estabelecido nas etapas anteriores. Nessa fase será observada, com a ajuda dos
trabalhadores, a presença de árvores com ocos ou buracos, os quais podem servir de
abrigo para pequenos animais. Assim que as árvores forem sendo derrubadas, será
realizada uma vistoria nos troncos e galhos, na busca de ninhos e possíveis animais
escondidos em meio aos galhos.

A destinação final do material lenhoso será definida pela equipe da Gerdau. Os usos a
serem considerados são:

 Comercialização do material lenhoso: a madeira em toras gerada com a supressão


poderá ser repassada à empresa contratada para realizar esta atividade;

 Uso do material lenhoso pela Gerdau: resíduos lenhosos (galhada e folhas), a


serrapilheira e a camada superficial de solo, serão usados principalmente na
recuperação de áreas de acordo com o Plano de Recuperação de Áreas
Degradadas - PRAD.

Programa de acompanhamento das atividades de supressão e de eventual


salvamento de fauna
Este programa se dá juntamente com o plano de Supressão da Vegetação, e tem como
objetivo planejar a supressão da vegetação presente ADA do empreendimento, visando
reduzindo o impacto negativo sobre a flora, e o processo de fuga da fauna pela retirada
direcionada da vegetação arbórea. E quando necessário o resgate dos indivíduos da
fauna, devidamente autorizados e feito por profissionais qualificados.

Salienta-se que, os trabalhos de supressão de vegetação ocorrerão no primeiro ano. De


acordo com o planejamento das atividades de supressão, serão também planejadas as
atividades de acompanhamento para eventual resgate da fauna de forma a favorecer a
fuga espontânea das espécies da fauna presentes na Área Diretamente Afetada (ADA) do
referido Projeto.

Para o acompanhamento e o eventual resgate da Fauna frente às atividades de


supressão da vegetação, deverá ser elaborado um programa de ações estabelecendo as
seguintes atividades:

 Planejamento dos trabalhos em relação ao cronograma das ações de supressão


vegetal, juntamente com a equipe responsável por sua execução;

 Treinamento da equipe responsável pela supressão vegetal no sentido de


esclarecer a importância do direcionamento que favoreça a fuga da fauna
minimizando a necessidade de resgate de animais;

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 99 de 134

 Acompanhamento das ações de supressão, conduzindo e/ou relocando os


exemplares da fauna incapazes de se deslocarem por seus próprios meios ou que
se encontrarem feridos;

 Definição de áreas potenciais para a relocação (soltura) da fauna a ser resgatada


bem como de instituições que tenham interesse em receber espécimes que virem a
óbito durante as ações de resgate.

Monitoramento da Fauna
O empreendimento realiza a execução do Programa de Monitoramento de Fauna da Mina
de Várzea do Lopes de forma integrada considerando todas as licenças ambientais
associadas ao empreendimento e contendo alterações metodológicas objetivando
apresentar recomendações técnicas para o manejo e conservação da fauna local, com
ênfase às espécies ameaçadas e de interesse para a conservação.

Assim, o Programa de Monitoramento da Fauna da Mina Várzea do Lopes seguirá os


moldes do novo modelo de monitoramento aprovado conforme Autorização para Manejo
de Fauna Silvestre nº 424.024/2018 emitida em 13 de julho de 2018 vinculada aos
Certificados das Licenças Ambientais já concedidas para a Mina Várzea do Lopes da
Gerdau.

O objetivo do Programa de Monitoramento da Fauna com ênfase nas Espécies


Ameaçadas e de Interesse para a Conservação é apresentar recomendações técnicas
específicas para o manejo e conservação da fauna local, a partir do monitoramento
efetivo da fauna onde está inserida a Mina Várzea do Lopes, suas estruturas operantes
bem como aquelas previstas para instalação futura.

Para todos os grupos contemplados no presente monitoramento, as campanhas deverão


ter periodicidade trimestral conforme estabelecido na Autorização para Manejo de Fauna
Silvestre específica para o monitoramento, pelo período de dois anos.

Os relatórios consolidados deverão conter as principais atividades e os resultados que


permitem responder as principais perguntas propostas para o monitoramento da fauna.
Os relatórios deverão apresentar também, os registros fotográficos, mapas e figuras
pertinentes ao longo do texto.

 Herpetofauna
A amostragem da herpetofauna será realizada durante quatro dias de campo por
campanha nos microambientes favoráveis a ocorrência de anfíbios e répteis por meio do
método de procura ativa direta por tempo limitado em agregações reprodutivas (brejos,
riachos, lagoas etc.), na vistoria de refúgios potenciais (troncos caídos, pedras, entulhos
ou restos de habitações humanas, etc.) e no deslocamento a pé em trilhas no interior de
mata nos períodos diurno e noturno.

O objetivo do programa é acompanhar a estruturação da herpetocenose na área do


empreendimento, visando detectar eventuais alterações e assim subsidiar a proposição
de medidas mitigadoras específicas caso necessárias.

Este monitoramento apresenta ênfase no monitoramento da espécie de anfíbio anuro


Phasmahyla jandaia, se justificando pelo fato de que nos monitoramentos realizados nas
etapas anteriores foi verificado que esta espécie, em função de sua baixa plasticidade
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 100 de 134

ambiental, poderia sofrer de forma mais significativa com os impactos potenciais


decorrentes da implantação e operação do empreendimento.

 Avifauna
Este programa tem como objetivo promover a ampliação do conhecimento taxonômico e
biogeográfico das espécies de aves que ocorrem nas principais fitofisionomias da região;
além de diagnosticar alterações nas comunidades de aves presentes nas áreas sobre a
influência do empreendimento.

As amostragens sistemáticas da avifauna ocorrerão durante quatro dias de campo,


iniciando os trabalhos ao amanhecer até aproximadamente 11h, uma vez que este
período caracteriza-se como o de maior atividade da maioria das espécies de aves,
facilitando o levantamento desse grupo. O método utilizado para o registro da avifauna
será o de pontos fixos de acordo com o proposto por Bibby et al. (1992). Os pontos serão
distribuídos em até duas unidades hexagonais por dia de amostragem e estarão
distanciados, no mínimo, 200m uns dos outros.

 Mastofauna
A amostragem da mastofauna compreenderá a fauna de pequenos, médios e grandes
mamíferos não voadores e quirópteros.

O padrão metodológico adotado para o levantamento das espécies de pequenos


mamíferos não voadores será o de captura-marcação-recaptura de espécimes, a partir da
utilização de armadilhas de captura viva (live trap) do tipo gaiola de arame galvanizado
com sistema de gancho (dimensões 31,5 x 15 x 15 cm), dispostas ao longo de transectos.

A coleta de dados sobre mamíferos de médio e grande porte consistirá na coleta de dados
primários com armadilhas fotográficas e procura por vestígios (busca ativa por
evidências), tendo como principal objetivo registrar a presença ou ausência das espécies
em cada polígono hexagonal a partir de um mesmo esforço de amostragem. Para
armadilhas fotográficas o esforço será de 10 dias de amostragem por câmera por
unidade. Já para as amostragens de busca ativa por evidências a padronização será de
duas horas de amostragem por unidade hexagonal.

Programa de Monitoramento da Ictiofauna

O Programa de Monitoramento da Ictiofauna apresenta-se necessário, uma vez que


ampliará o conhecimento sobre a real distribuição e ocorrência das espécies de peixes,
em especial àquelas com status de conservação ameaçado, e acompanhará possíveis
alterações em suas populações, decorrentes dos impactos gerados pelo
empreendimento, permitindo assim, propor ações que favoreçam o manejo sustentável do
ponto de vista biológico das populações afetadas.

Com a execução desse Programa de Monitoramento da Ictiofauna, pretende-se conhecer


novas áreas de ocorrência das espécies Neoplecostomus franciscoensis, Harttia
leiopleura e Pareiorhaphis mutuca, todas listadas como ameaçadas de extinção no estado
de Minas Gerais, além de obter informações sobre a estrutura das populações destas
espécies na área de inserção da Gerdau.

Durante e após a implantação de estruturas do empreendimento, bem como durante a


operação das estruturas já licenciadas, este Programa de Monitoramento passará a
avaliar as possíveis alterações das populações de peixes que possam estar relacionadas

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 101 de 134

com as atividades do empreendimento, propondo, se necessário, medidas de manejo e


conservação para atenuar ou reverter impactos negativos que venham a ser detectados.

O empreendimento dará continuidade ao Programa de Monitoramento da Ictiofauna em


conformidade com a Licença de Pesca Científica obtida para a Mina Várzea do Lopes.

Programa de Monitoramento das Comunidades Hidrobiológicas


O programa visa o acompanhamento sistematizado da estrutura e da dinâmica das
comunidades planctônicas e bentônica indicadoras da evolução da qualidade ambiental
dos sistemas hídricos em questão.
Tem como objetivo:
 Acompanhar as flutuações sazonais e espaciais das comunidades aquáticas, por
meio de parâmetros estruturadores das comunidades, como composição
específica, riqueza de taxa, abundância de indivíduos e equitabilidade;
 Identificar as possíveis alterações nestes parâmetros geradas pelas operações da
Mina Várzea do Lopes;
 Sistematizar as informações das variações espaciais e temporais através da
aplicação de índices bióticos;

 Fornecer subsídios para a verificação da necessidade de definição e proposição de


eventuais estudos específicos e/ou indicação de medidas que possam minimizar os
possíveis impactos identificados ao longo do estudo.
Os procedimentos de coleta e de análise dos organismos planctônicos devem seguir as
metodologias recomendadas em APHA 10200 – Standard Methods for the Examination of
Water and Wastewater 22th Edition – 2012.
Os procedimentos de coleta e análise utilizados devem seguir os métodos recomendados
por APHA 10500 – Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 22th
Edition – 2012.
O monitoramento das Comunidades Biológicas deverá ser continuado, recomendando a
alteração da frequência das coletas, alterando de coletas semestrais para coletas
trimestrais no 1º ano de operação e semestrais no 2º e 3º ano e, sempre que possível,
coincidir com as campanhas do Monitoramento da Ictiofauna e Qualidade das Águas
Superficiais.

8.4 Planos de monitoramento espeleológico


Registro fotográfico inicial

O registro fotográfico de todas as cavidades não representa um programa, e sim uma


ferramenta de análise a longo prazo. Tem o objetivo de registrar as características da
caverna sujeita a impactos potenciais antes da instalação do empreendimento,
proporcionando o registro de background da caverna.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 102 de 134

Alerta-se sobre a importância da busca por tecnologias mais eficientes do que as


tradicionais para o desenvolvimento desse trabalho, no sentido de evitar “pontos cegos”
nos registros, com intervenções menos impactantes, especialmente em cavidades com
teto baixo e quebra-corpos.

Esta atividade deverá ser conduzida para as cavidades RVL-0011, VL-12, VL-13, VL-14,
VL-15, VL-37, VL-48, VL-49, VL-50, VL-51 e VL-52.

Programa de monitoramento geoestrutural

O objetivo é identificar as zonas frágeis das cavidades, que indicam maior propensão à
ocorrência de abatimentos, possibilitando acompanhar eventuais alterações na
integridade física. Este programa deverá ser aplicado às cavidades RVL-0011, VL-12, VL-
13, VL-14, VL-15, VL-37, VL-48, VL-49, VL-50, VL-51 e VL-52 e é composto pelas
seguintes etapas:

 Diagnóstico geológico-geotécnico: visa o zoneamento geotécnico da caverna


susceptível a alteração da integridade física, por meio da avaliação de variáveis
que indiquem a fragilidade, como mecanismos de ruptura, influência da água e
instabilidades evidentes;
 Seleção dos locais alvo dos monitoramentos a partir dos resultados do zoneamento
geotécnico;
 Instrumentação geotécnica para verificação da movimentação das estruturas nas
zonas mais frágeis;
 Buscar tecnologias que possibilitem monitoramento remoto em pontos críticos, de
modo a identificar alterações de forma mais precisa, incluindo, por exemplo,
pequenas movimentações do maciço, além de evitar visitas periódicas a cavernas
alvo.

Para este programa, a periodicidade dos relatórios deverá ser semestral.

Programa de monitoramento sísmico

O monitoramento da velocidade de vibrações, em conjunto com o monitoramento


fotográfico e geoestrutural, permitirá identificar alterações no aspecto morfológico original
da cavidade e a sua associação com a velocidade de vibrações, de modo que as
operações de lavra possam ser executadas dentro de limites preestabelecidos aceitáveis
e que garantam a integridade física da cavidade.

O nível de vibração e o grau de atenuação do maciço rochoso são altamente variáveis,


dependendo da técnica utilizada nas atividades impactantes (função do tipo de rocha, tipo
da fonte geradora de vibração, intensidade, ressonância, entre outros fatores) e do
comportamento do maciço rochoso que circunda a caverna em relação à transmissão de
ondas. Diante do exposto, depreende-se que é necessário um estudo específico focado
no tipo de rocha encaixante e no tipo de vibração envolvido, objetivando a obtenção de
parâmetros que, de fato, reflitam o arcabouço estrutural das cavidades.

As atividades de monitoramento sismográfico podem ser resumidas da seguinte forma:

 Manutenção de sismógrafos de engenharia para monitoramento do maciço de


inserção da caverna alvo, considerando a projeção em planta das áreas mais
frágeis. Essa medida tem como objetivo evitar as alterações promovidas pelas
visitações periódicas e instalação dos equipamentos no interior cavidades. Uma
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 103 de 134

vez que a área já é alvo de monitoramento, considerar apenas a localização da


instalação do sismógrafo;
 Associação entre as informações obtidas para validar os níveis de vibrações
seguros à manutenção da morfologia original de cavidade.

A periodicidade dos relatórios dos monitoramentos deverá ser trimestral e abarcando no


mínimo a cavidade RVL-0011.

Programa de monitoramento de material particulado

O programa de monitoramento tem o objetivo de investigar se o material particulado está


adentrando a caverna, possibilitando ajustes nas medidas de controle adotadas. Propõe-
se dois momentos diferentes de monitoramento. A etapa inicial deve contemplar
exclusivamente:

 Monitoramento semestral da área de influência das cavidades RVL-0011, VL-12,


VL-13, VL-14, VL-15, VL-37, VL-48, VL-49, VL-50, VL-51 e VL-52, visando
identificar indícios de dispersão do material particulado no entorno e avaliando as
proximidades da entrada da cavidade.

Caso seja observada a presença de material particulado na AIR e, particularmente, no


entorno imediato da cavidade, sugere-se associar o monitoramento do entorno e o
monitoramento de particulado no interior da feição espeleológica. Esse plano pode ser
melhor detalhado, caso haja necessidade de realização.

Programa de monitoramento bioespeleológico

Atualmente é conduzido o monitoramento bioespeleológico em algumas cavidades (tabela


8.4.1), este busca avaliar a fauna de invertebrados, morcegos e quantificar os recursos
tróficos, segundo o documento “Relatório Parcial de Monitoramento de Fauna Cavernícola
– Projeto Várzea do Lopres – Gerdau Açominas S.A.” (protocolo SIAM nº
R0019364/2019).
Tabela 8.4.1: Cavidades atualmente integrantes do monitoramento bioespel eol ógi co.

Coordenadas SIRGAS 2000


Cavidade

UTM E UTM N

VL-12 609960 7755342

VL-13 609977 7755387

VL-14 609970 7755563

VL-15 609976 7755564

VL-37 610075 7755108

VL-43 611202 7756115

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 104 de 134

VL-48 610333 7755195

VL-49 610543 7755093

VL-50 610478 7755073

VL-51 610562 7755083

VL-52 610565 7755045

VL-53 610139 7755911

O monitoramento bioespeleológico deverá ser continuado, conforme a metodologia


apresentada no “Relatório Parcial de Monitoramento de Fauna Cavernícola – Projeto
Várzea do Lopres – Gerdau Açominas S.A.” (protocolo SIAM nº R0019364/2019), porém
algumas mudanças deverão ser incorporadas:

 a cavidade RVL-0011 deverá ser incluída no monitoramento;


 o monitoramento de recursos tróficos deverá implementar a tomada de fotos
padronizadas dos acúmulos mais expressivos em termos de volume, para que o
acompanhamento sobre a dinâmica de remoção/consumo seja mais acurada;
novos depósitos de recursos tróficos deverão ser inclusos ao monitoramento;
 deverá ser implementado o monitoramento da fauna associada aos recursos
tróficos;
 os exemplares da anurofauna encontrados nas cavidades deverão ser capturados
e fotografados da forma minuciosa, de maneira que permita a identificação mais
precisa o quanto possível; a identificação deverá ser realizada por profissional com
experiência no grupo, devidamente comprovada;
 a identificação de toda a fauna amostrada no interior das cavidades deverá ser
realizada por profissionais com experiência nos devidos grupos e devidamente
comprovada;
 deverão ser instalados registradores de dados do tipo Datalogger para a tomada de
dados climáticos, em intervalos de uma hora, sobre a temperatura e umidade; a
distribuição dos registradores deverá ser adequada ao tamanho das cavidades,
porém, o mínimo de dois aparelhos deverão ser instalados em cada cavidade,
posicionados na porção anterior, junto à entrada, e na porção mais profunda;
também deverão ser instalados registradores no entorno das cavidades, para
permitir a realização de correlação entre as oscilações externas (meio epígeo) e
internas das cavernas (meio hipógeo); os dados climáticos deverão ser
correlacionados àqueles obtidos sobre a fauna;
 as informações obtidas sobre o monitoramento da quirópterofauna no interior das
cavidades deverá ser correlacionado àqueles obtidos no monitoramento de fauna
realizado no empreendimento e entorno imediato;
 o presente monitoramento terá frequência semestral e os relatórios serão
entregues anualmente; os relatórios deverão apresentar as informações sobre o
ano corrente e também a integração do dados de todos os anos já monitorados,
incluindo análises globais.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 105 de 134

9. CONTROLE PROCESSUAL

A análise jurídica do processo de licenciamento ambiental baseia-se nos princípios


norteadores do Direito Ambiental, bem como nas legislações federais e estaduais
concernentes ao tema, tais como: Lei n° 6.938/1981 (Lei da Política Nacional do Meio
Ambiente), Resolução CONAMA n° 237/1997; Decreto Estadual n° 47.383/2018, que
estabelece normas para o licenciamento ambiental e autorizações ambientais de
funcionamento no Estado de Minas Gerais; Lei Federal n° 12.651/2012 (Código Florestal
Brasileiro); Lei Estadual n° 20.922/2013, que dispõe sobre as políticas florestal e de
proteção à biodiversidade no Estado.
O processo em questão foi formalizado em 24/08/2018, constando nos autos, dentre
outros, os seguintes documentos: FCE (fls. 01-06), FOB 0508868/2018 (fls. 07-09),
Certificados de Regularidade no Cadastro Técnico Federal (fls. 27 do processo; fls. 145-
146 do documento protocolo SIAM R113654/2020; e documento 20957787, no processo
SEI 1370.01.0023165/2020-80), Procuração (fls. 11-20 do processo; fls. 132-143 do
documento protocolo SIAM R113654/2020; e documento 20957787, no processo SEI
1370.01.0023165/2020-80), e Estatuto Social e Atas das Assembleias Gerais Ordinária e
Extraordinária realizadas em 27/04/2018 e 29/04/2019 (fls. 75-94 do documento protocolo
SIAM R113654/2020), documentos aptos a comprovar que os outorgantes das
procurações tinham/têm poderes para tanto.
Foi apresentada, também, em 06/07/2020, por meio do documento nº 16405203, no
processo SEI nº 1370.01.0025862/2020-11, a Declaração de Conformidade 04/2019, da
Prefeitura de Itabirito, datada de 22/08/2019, no sentido de que o tipo de atividade
desenvolvida e o local de instalação do empreendimento estão em conformidade com as
leis e regulamentos administrativo daquele Município.
Ademais, foram juntados ao processo os estudos ambientais EIA/RIMA (fls. 38-651) e
PCA (fls. 652-810), tendo sido apresentadas as Anotações de Responsabilidade Técnica –
ART’s (fls. 519-523) dos seguintes membros da equipe responsável pela elaboração do
EIA/RIMA e PCA, listados abaixo:
- Bernardo de Faria Leopoldo (ART 2017/06590);
- Carla Clarissa Nobre de Oliveira (ART 2017/06699);
- Deborah Tavares Assis (ART 14201700000004104853);
- Dinalva Celeste Fonseca (ART 14201700000003973828);
- Eduardo Christofaro de Andrade (ART 14201700000003975084);
- Elaine Ferreira Barbosa (ART 2017/06700);
- Gabriel Azevedo Carvalho (ART 14201800000004638989);
- Jaqueline Gurgel Mascarenhas (ART 14201700000003977596);
- Leandro Nunes Souza (ART 2017/06577);
- Marília Silva Mendes (ART2017/06617);
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 106 de 134

- Pablo Burkowwski Meyer (ART 2017/08918);


- Raphael Costa Leite de Lima (ART 2017/06764);
- Rogério Chaves Nogueira (ART 14201700000003990882);
- Sandra Francischetti Rocha (ART 2017/08619);
- Gabriel Alkmim Pereira (ART 2018/05657);
- Gabriel Azevedo Carvalho (ART 14201800000004638989).
Com relação aos demais profissionais que participaram da elaboração dos estudos, Maria
Teresa Teixeira de Moura (Arqueóloga), Kalil Félix Pena (Historiador/Arqueólogo) e
Solange Barbi Rezende (Socióloga), a Gerdau, em sede de resposta às inf.
complementares solicitadas, declarou, para os devidos fins, quanto à não obrigatoriedade
de tais categorias profissionais emitirem a ART, por não possuírem instituição/conselho de
classe que os regulamentam/representem.
No caso do profissional Paulo Botelho de Oliveira Leite (Economista), de quem a ART
também foi solicitada, a Gerdau informou que, apesar de o profissional ter o Conselho
Regional de Economia do Estado de Minas Gerais – Corecon/MG e estar devidamente
registrado, a Resolução 1.852/2011, do Conselho Federal de Economia, que dispõe sobre
os documentos comprobatórios do exercício profissional no âmbito do Sistema
COFECON/CORECONs, preceitua, em seu art. 2º, que constitui direito do economista e
da pessoa jurídica o registro facultativo da ART, sendo que, no caso, não foi emitida a
ART para o profissional da área de economia.
Foi juntado ao processo, também, o Estudo de Prospecção Espeleológica na Área do
Projeto Continuidade das Operações da Mina Várzea do Lopes, acompanhado das
respectivas ART’s dos profissionais Augusto Sarreiro Auler (ART
14201800000004756311) e Marina Ribeiro Leão (ART 14201700000003581705), e dos
respectivos CTF’s, que foram apresentados no documento protocolo SIAM R112606/2020,
fls. 719 e 723
A Gerdau informou que “a colaboradora Beatriz Hadler Boggiani, responsável pela
elaboração do documento, além de não fazer mais parte do corpo técnico da empresa,
não possui mais vínculo ao respectivo Conselho de Classe”.
Quanto aos demais profissionais responsáveis pela elaboração do Estudo de Prospecção
Espeleológica, Sílvio Dalmar Muniz, Deivisson Santos, Fernando Ferreira, Cláudio lvan e
Cleiton Pereira, a Gerdau informou que integram a equipe de apoio em campo, sendo que
a categoria destes profissionais não possui instituição/conselho que os regulamentam e,
portanto, não emitem ART.
Além disso, foram apresentados os Estudos de Avaliação de Impacto Ambiental das
Cavidades e Análise de Relevância das Cavidades, contendo estudo arqueológico na
cavidade RVL00095, tendo sido apresentadas, também, as ART’s dos seguintes membros
da equipe responsáveis por sua elaboração:
- Gleice Soares (ART 14202000000006063242);
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 107 de 134

- Juliana Mascarenhas (ART 2020/05427);


- Leonardo Tocafundo (ART 14202000000006102040);
- Pedro Bernardes Machado (2020/05548);
- Thiago Ferreira Lima (ART 14201900000005701912).
Quanto aos profissionais Valdiney Leite (Arqueólogo) e Luciano Páscoa (Auxiliar de
Campo), segundo a Gerdau, integram categorias profissionais que não possuem
instituição/conselho que os regulamentam e, portanto, não emitem ART.
Datados de junho/2020, os Estudos referente aos Critérios Locacionais definidos pela DN
COPAM 217/2017 foram apresentados no processo, por meio dos documentos nº
15353866, nº 15354279 e nº 15354303, no processo SEI nº 1370.01.0021828/2020-95,
acompanhado das ART’s dos responsáveis pela elaboração dos Estudos.
Em atendimento ao Princípio da Publicidade e ao previsto na Deliberação Normativa
COPAM nº 13/1995, em vigor à época, foi publicado pelo empreendedor, em jornal de
grande circulação, em 05/11/2015, a concessão da LO referente ao P.A.
1776/2004/020/2014 (fls. 811-812); e o requerimento da LP+ LI+LO (fls. 813-814), bem
como também publicado no Diário Oficial do Estado de Minas Gerais, pelo órgão
ambiental, o requerimento da LP+LI+LO (fls. 816), estas duas últimas publicações já
conforme a Deliberação Normativa COPAM nº 217/2017.
Quanto à atuação dos órgãos/entidades intervenientes, o artigo 27 da Lei Estadual
21.972/16 determina que será admitida a sua manifestação no bojo do processo de
licenciamento ambiental de acordo com a competência atribuída a cada órgão.
Sob tal aspecto, o processo de licenciamento ambiental foi instruído com os seguintes
documentos emitidos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN:
- OFÍCIO/GAB/IPHAN/MG nº 808/2012, datado de 20/04/2012 (fls. 601), por meio do qual
o IPHAN se manifesta sobre o Relatório Final dos Bens de Patrimônio de Natureza
Material da Ampliação da Mina Várzea do Lopes, e diz estar tal Relatório aprovado,
considerando pertinentes todas as recomendações propostas para mitigação dos
impactos negativos provocados na Serra da Moeda e nas pilhas de estéril.
O empreendedor não comprovou, nos autos deste processo de licenciamento, se foram
adotadas as recomendações propostas pelo IPHAN para mitigação dos impactos
negativos provocados na Serra da Moeda e nas Pilhas de Estéril;
- OFÍCIO/GAB/IPHAN/MG nº 626/2013, datado de 10/04/2013 (fls. 597), por meio do qual
o IPHAN informa que o Relatório Final do Resgate Arqueológico da Ampliação da Mina
Várzea do Lopes, no Município de Itabirito/MG, foi aprovado por atender às determinações
da Portaria IPHAN nº 230/2002, e informa que tal aprovação implica em anuência do
IPHAN para com o Patrimônio Cultural de natureza arqueológica da área pesquisada;
- OFÍCIO/GAB/IPHAN/MG nº 984/2013, datado de 12/06/2013 (fls. 602), por meio do qual
o IPHAN informa que o Diagnóstico de Bens Culturais da Ampliação da Mina Várzea do
Lopes – Relatório Final – Diagnóstico dos Bens de Natureza Imaterial “foi aprovado,
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 108 de 134

devendo o empreendedor, no entanto, se comprometer a monitorar a relação entre a


implantação do empreendimento e a ocorrência de algum impacto sobre os bens culturais
de natureza imaterial existentes no município que conforma a área de influência do
empreendimento – Itabirito – e seus distritos, até o momento do início de sua operação”.
O Iphan informa, ainda, que “(...) relatório desse monitoramento deve ser encaminhado à
Superintendência do IPHAN em Minas Gerais como condicionante para a obtenção da
Licença de Operação do empreendimento”.
O empreendedor não comprovou, nos autos deste processo de licenciamento, se o
relatório de monitoramento mencionado no Ofício nº 984/2013 foi encaminhado ao
IPHAN.
- OFÍCIO/GAB/IPHAN/MG nº 0009/2018, datado de 01/02/2018 (fls. 599), por meio do
qual o IPHAN emite (...) a presente anuência ao empreendimento, condicionada ao item
descrito no verso, com documentação completa entregue neste IPHAN. A anuência pode
ser revogada, caso descumprida a condicionante, por meio de ofício aos interessados e
ao órgão ambiental”.
Em sede de informações complementares, a Gerdau apresentou, por meio do documento
protocolo SIAM R113654/2020, fls. 330-338, diversas outras manifestações do IPHAN
acerca do empreendimento em questão. Dentre elas, relevante citar o Oficio nº 1408/2020
COTEC IPHAN-MG/IPHAN-MG-IPHAN, em que “(...) é informado pelo técnico que não
restam óbices quanto ao Patrimônio Arqueológico, referente ao ‘Relatório Final - Área 1
Prospecção Arqueológica da Propriedade da Gerdau - Várzea do Lopes -Itabirito/ MG’(...)”
Com relação ao Instituto Estadual do Patrimônio histórico e Artístico - IEPHA, foi juntado
pelo empreendedor às fls. 339-341 do documento protocolo SIAM R113654/2020, o
OF.GAB. PR. Nº 1471/2018, datado de 28/12/2018, por meio do qual o IEPHA manifestou-
se expressamente pela continuidade dos processos de licenciamento especificamente
citados no Ofício, sem, no entanto, mencionar o processo objeto deste Parecer Único,
P.A. 1776/2004/029/2018. Ao final do mencionado Ofício, o IEPHA conclui que “(...)
ressalvamos que para outras intervenções e/ou expansão das atividades o empreendedor
deverá realizar consultas e submeter a este Instituto os estudos e/ou projetos pertinentes
à área em questão, para nova análise e manifestação, nos termos da Deliberação
Normativa CONEP Nº 007/2014.
Em que pese o mencionado acima, a Gerdau Açominas S.A. não instruiu o processo com
nova manifestação do IEPHA, tendo apresentado Declaração, datada de 09/07/2020 (fls.
197-198 do documento protocolo SIAM R113654/2020), assinada pelo Sr. Francisco de
Assis Lafetá Couto, nos seguintes termos:
A Gerdau Açominas S.A. declara a inexistência de impactos em bens ou áreas tuteladas
por outros Órgãos, nos termos do Art. 27 da Lei Estadual N 21.972/2016, informando que
não ocorrerá impacto social em terra indígena, em terra quilombola, em bem cultural
acautelado, em zona de proteção de aeródromo, em área de proteção ambiental
municipal e em área onde ocorra necessidade de remoção de população atingida. A
formalização se dá para fins do PA COPAM 1776/2004/029/2018 – Projeto Continuidade
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 109 de 134

das Operações da Mina de Várzea do Lopes, junto à Secretaria de Meio Ambiente e


Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais – SEMAD, SUPRAM CENTRAL
METROPOLITANA – Diretoria Regional de Regularização Ambiental”.
A declaração foi acompanhada da respectiva ART n° 14202000000006130959, em nome
do Sr. Francisco de Assis Lafetá Couto.
A Gerdau ainda declarou “que não haverá impactos em Áreas de Proteção Ambiental
Municipal próximas ao empreendimento, denominadas Reservas Biológicas Campos
Rupestres de Moeda Norte e Sul”.
Nesse contexto, cumpre registrar o posicionamento da Advocacia Geral do Estado de
Minas Gerais - AGE MG adotado por meio da Nota Jurídica ASJUR/SEMAD n° 113/2020 e
Promoção da AGE - datada de 26/08/2020 (ambos os documentos vinculados ao
Processo SEI n° 1370.01.002393/2020-81) no sentido de “inexistir disposição normativa
que imponha a remessa dos processos de licenciamento ambiental às entidades
intervenientes, quando houver declaração de inexistência de impacto em bem acautelado
pelo empreendedor, ressalvando-se, no entanto, o dever de comunicação às autoridades
competentes nos casos em que for constatada a falsidade, em qualquer medida, das
informações prestadas pelo empreendedor”.
Cumpre ressaltar que a identificação de qualquer atributo que enseje a manifestação e
atuação de órgãos intervenientes poderá ser colacionada no bojo do presente processo
de licenciamento a teor do artigo 26, §3° do Decreto Estadual 47.383/18 e, desde que
haja alteração no projeto licenciado, ensejará a suspensão da licença e consequente
reanálise do processo para que seja respeitada a competência dos órgãos intervenientes
no processo de licenciamento ambiental.
Em 28/05/2019 o empreendedor apresentou novo FCE, retificado, a pedido da SUPRAM
CM, protocolo SIAM R0075657/2019.
Em 17/07/2019 foi realizada vistoria ao empreendimento, consubstanciada no Auto de
Fiscalização nº 107406/2019, sendo que após a vistoria e análise georreferenciada, foi
constatada pela equipe técnica da SUPRAM CM operação na área objeto do
licenciamento, tendo sido lavrado o Auto de Infração nº 129457/2019, em desfavor do
empreendedor, por instalar e operar atividade potencialmente poluidora sem licença
ambiental.
Em virtude de tal constatação, foi solicitada pela equipe técnica da SUPRAM CM, por
meio da Papeleta nº 196/2019 – protocolo SIAM nº 0493769/2019, datada de 09/08/2019,
a reorientação do processo de LAC1 (LP+LI+LO) para LAC1 (LOC), tendo sido gerado
novo FOB 0508868/2018 A em 12/08/2019, com o reenquadramento do processo para
LAC1 (LOC), classe 03, atividade A-02-03-8 – Lavra a céu aberto – minério de ferro.
Com a reorientação, foi publicado pelo empreendedor, em 09/07/2020, em jornal de
grande circulação (fls. 200 do documento protocolo SIAM R113654/2020), o requerimento
de LOC, bem como publicado em 27/10/2020 o requerimento de LOC no Diário Oficial do
Estado.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 110 de 134

Quanto aos custos de análise, foram juntados ao processo todos os comprovantes de


pagamentos efetuados pelo empreendedor (fls. 31-32), sendo que, em tese, não haveria
qualquer valor residual a ser pago, uma vez que o processo foi formalizado à luz da DN
COPAM nº 217/2017, que determina que os custos sejam pagos integral e previamente.
No entanto, como o processo foi reorientado de LAC1 (LP+LI+LO) para LOC, foram
gerados novos DAE’s para pagamento, nos valores de R$ 10.895,29 (dez mil, oitocentos
e noventa e cinco reais e vinte e nove centavos) e R$ 1.609,41 (um mil, seiscentos e nove
reais e quarenta e um centavos), cujos comprovantes de pagamento foram juntados pelo
empreendedor nos processos SEI nº 1370.01.0023165/2020-80, documento nº 20957787,
e processo SEI 137.01.0047482/2020-17, documento nº 21099103, respectivamente.
No tocante ao prazo de validade da licença a ser concedida, o art. 32, §4º, do Decreto
Estadual 47.383/2018, dispõe que a licença ambiental corretiva terá seu prazo de
validade reduzido em dois anos a cada infração administrativa de natureza grave ou
gravíssima cometida pelo empreendimento ou atividade, desde que a respectiva
penalidade tenha se tornado definitiva nos cinco anos anteriores à data da concessão da
licença.
E o §5º do mencionado artigo ainda dispõe que a validade da licença corretiva, aplicadas
as reduções de que trata o § 4º, não será inferior a dois anos no caso de licença que
autorize a instalação ou inferior a seis anos no caso de licenças que autorizem a
operação.
Em consulta ao Sistema CAP, nas datas de 21 e 23/10/2020, verificou-se que, levando-se
em conta, no processo de busca, o CNPJ 17.227.422/0142-38 - Projeto de Continuidade
das operações da Mina Várzea do Lopes, não foram localizadas infrações administrativas
de natureza grave ou gravíssima cometidas pelo empreendimento, cuja respectiva
penalidade tenha se tornado definitiva nos cinco anos anteriores à data da concessão da
licença, ou seja, de outubro/2015 até outubro/2020.
Importante ressaltar que o levantamento no Sistema CAP se deu com base,
primeiramente, no CNPJ supracitado, concernente ao empreendimento em questão,
conforme expressamente prevê o art. 32, parágrafo 4º, do Decreto Estadual 47.383/2018,
não tendo sido, repita-se, localizados Autos de Infração lavrados em desfavor do
empreendimento nesta situação.
No entanto, ao realizar-se a busca, no Sistema CAP, pelo Município de Itabirito, foram
localizados 02 Autos de Infração – AI’s 37002/2015 e 37046/2015, vinculados à prática de
infrações graves e gravíssimas, cujas respectivas penalidades tenham se tornado
definitivas nos cinco anos anteriores à data da concessão da licença, ou seja, de
outubro/2015 até outubro/2020:
- AI 37002/2015: definitividade das penalidades ocorreu em 10/11/2015;
- AI 37046/2015: definitividade das penalidades ocorreu em 17/11/2015;
No curso da tramitação deste P.A. 1776/2004/029/2018, foram lavrados 02 (dois) Autos de
Infração – AI’s 129457/2019 (mencionado na página anterior) e 129380/2019 em desfavor
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 111 de 134

do empreendimento. No entanto, conforme apurado, em face de ambos os AI’s foi


apresentada defesa tempestiva por parte da Gerdau Açominas S.A., estando os Autos em
análise (defesas – protocolos SIAM R0117569/2019).
Ademais, em consulta ao Sistema SIAM, verificou-se que existe outra autuação em nome
do empreendimento que preenche os requisitos do mencionado art. 32, parágrafo 4º,
conforme especificado abaixo:
- Auto de Infração F-17353/2008, lavrado com base nos códigos 106, 109, 115, 120 e 121,
do Decreto Estadual 44.844/2008 (em vigor à época da lavratura do AI), que dizem
respeito a infrações graves/gravíssimas cometidas pelo empreendimento, sendo que as
penalidades tornaram-se definitivas recentemente, de acordo com as informações
contidas no Siam, ou seja, dentro do período dos 05 (cinco) anos anteriores à data da
concessão da licença.
Importante registrar que, também em consulta ao Sistema SIAM, fora localizado o Auto de
Infração 53170/2012, lavrado em desfavor do empreendimento – AI vinculado ao P.A.
1776/2004/010/2009. No entanto, infelizmente, devido à falta de informações/
considerável imprecisão das informações que os Sistemas disponíveis nos retornam, não
foi possível verificar, nem por meio do Sistema SIAM, nem por meio do Sistema CAP, se o
AI mencionado foi definitivamente julgado. Ao que consta, parece ter ocorrido o
julgamento em 1ª instância, com a análise da defesa, mas não constam informações
adicionais relativas ao efetivo desfecho do AI (se transitou ou não em julgado na esfera
administrativa).
Assim, considerando-se os Autos de Infração 37002/2015, 37046/2015 e F-17353/2008,
acaso deferida a licença ambiental pleiteada, fica reduzido o seu prazo de validade em 04
(quatro) anos, conforme o comando do art. 32, §4º, do Decreto Estadual 47.383/2018,
sendo que, será concedido ao empreendimento a Licença de Operação Corretiva - LOC
pelo prazo de 06 (seis) anos
Trata-se de empreendimento enquadrado na classe 03 (três) da DN COPAM 217/2017, na
modalidade de licenciamento LAC1 (LOC), atividade A-02-03-8 – Lavra a céu aberto –
minério de ferro, cuja análise do processo foi concluída por meio da elaboração deste
Parecer Único.
Diante do enquadramento acima, tem-se que o art. 4º, VII, “b”, da Lei Estadual
21.972/2016, determina que competirá à SEMAD – Secretaria de Estado de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – decidir, por meio de suas Superintendências
Regionais de Meio Ambiente, sobre processo de licenciamento ambiental de atividades ou
empreendimentos de médio porte e médio potencial poluidor.
Assim, diante do exposto, concluída a análise do processo, este deverá ser submetido a
julgamento pela Superintendente Regional de Meio Ambiente Central Metropolitana.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 112 de 134

10. CONCLUSÃO

A equipe interdisciplinar da Supram Central Metropolitana sugere o deferimento desta


Licença Ambiental Concomitante em uma única fase – LAC 1, para a fase de Licença de
Operação Corretiva (LOC), do empreendimento Ampliação da Mina Várzea do Lopes
da GERDAU AÇOMINAS S/A para a atividade de Lavra a Céu Aberto - Minério de Ferro,
no município de Itabirito-MG, pelo prazo de 06 anos, vinculada ao cumprimento das
condicionantes e programas propostos.
As orientações descritas em estudos, e as recomendações técnicas e jurídicas descritas
neste parecer, através das condicionantes listadas em Anexo, devem ser apreciadas pela
Superintendência Regional de Regularização Ambiental da Central Metropolitana.
Oportuno advertir ao empreendedor que a análise negativa quanto ao cumprimento das
condicionantes previstas ao final deste parecer único (Anexo I), bem como qualquer
alteração, modificação e ampliação sem a devida e prévia comunicação a Supram Central
Metropolitana, tornam o empreendimento em questão passível de ser objeto das sanções
previstas na legislação vigente.
Ressalta-se que a Licença Ambiental em apreço não dispensa, nem substitui a obtenção,
pelo requerente, de outros atos autorizativos legalmente exigíveis.
A análise dos estudos ambientais pela Superintendência Regional de Regularização
Ambiental Central Metropolitana, não exime o empreendedor de sua responsabilidade
técnica e jurídica sobre estes, assim como da comprovação quanto à eficiência das
medidas de mitigação adotadas.

11. ANEXOS
Anexo I. Condicionantes para Licença Ambiental LAC1 do empreendimento Gerdau S.A. -
Mina Várzea do Lopes;
Anexo II. Programa de Automonitoramento da Licença Ambiental LAC1 do
empreendimento Gerdau S.A. - Mina Várzea do Lopes;
Anexo III. Autorização para Intervenção Ambiental - AIA do empreendimento Gerdau
Açominas S/A - Ampliação da Mina Várzea do Lopes;
Anexo IV. RELATÓRIO TÉCNICO SUPRAM CM N.º 40 de 31/07/2020 – Programa de
Educação Ambiental

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 113 de 134

ANEXO I
Condicionantes para Licença de Operação Corretiva do empreendimento Gerdau
Açominas S/A – Ampliação da Mina Várzea do Lopes

Empreendedor: Gerdau Açominas


Empreendimento: Gerdau Açominas – Mina Várzea do Lopes
CNPJ: 17.227.422/0001-05
Município: Itabirito – MG
Atividade: Lavra a céu aberto com tratamento a úmido – Minério de ferro.
Código DN 74/04: A-02-04-6
Processo: 1776/2004/029/2018
Validade: 06 anos
Item Descrição da Condicionante Prazo*

01 Não realizar intervenções ambientais até que sejam Durante a vigência da


emitidas as devidas Autorizações de Resgate de Fauna Licença

Executar o Programa de Automonitoramento, conforme


02 Durante a vigência desta
definido no Anexo II, demonstrando o atendimento aos
Licença de Operação.
padrões definidos nas normas vigentes.
Manter o sistema de controle de emissão de material
03 particulado do empreendimento por meio de aspersão de Durante a vigência da
água nas vias de circulação interna da mina e nas frentes Licença
de trabalho, devendo-se intensificar no período de estiagem.

04 Executar o Programa de Controle de Processos Erosivos e Anualmente, durante a


apresentar relatório técnico-fotográfico anual. vigência da Licença.

05 Executar o Programa de Monitoramento Hidrogeológico e Anualmente, durante a


apresentar relatório técnico-fotográfico anual. vigência da Licença

Apresentar relatório técnico-fotográfico com a avaliação das


06 condições do lago e da casa Sr. Rômulo Chaves Mendes, 120 (cento e vinte) dias após
além de apresentar as tratativas realizadas com este a concessão da licença
morador.
Apresentar as adequações do Programa de Educação
120 (cento e vinte) dias da
07 Ambiental, conforme Relatório Técnico nº 40/2020 e DN
concessão da licença
Copam nº 214/2017.
Anualmente, até trinta dias
após o final do primeiro
semestre de cada ano de
Apresentar formulário de acompanhamento e relatório do execução do PEA, a contar
08 Programa de Educação Ambiental em consonância à DN do início da implementação,
COPAM n° 214/2017. após à aprovação final do
PEA, conforme orientações
do Relatório Técnico nº
40/2020
Apresentar relatório técnico-fotográfico da execução do
Programa de Comunicação Social, contendo o percentual
09 (%) de reclamações/sugestões e críticas recebidas através
Semestral
de canais de comunicação com a comunidade; Percentual
(%) de atendimento às demandas apresentadas pelo
público-alvo via canais de comunicação. Deverá, também,

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 114 de 134

ser informado os horários das detonações por explosivos


aos representantes da AID.

Apresentar relatório técnico fotográfico referente ao Anualmente, conforme


10 monitoramento das áreas de compensação de Mata cronograma do PTRF, com
Atlântica, onde está sendo realizada a recuperação. duração de 5 anos
Comprovar através de relatório fotográfico a implantação de
11 marcos físicos, antes de cada nova área a ser suprimida,
Antes do início das obras
nas faixas limítrofes com as áreas de vegetação nativa que
não serão suprimidas.
Apresentar protocolo com pedido de compensação em
atendimento ao art. nº 36 da Lei Federal nº 9.985/2000
12 (SNUC) para que seja estipulada e cumprida a 180 (cento e oitenta) dias
compensação ambiental, a ser definida pela Gerência de após a concessão da licença
Compensação Ambiental (GCA) do Instituto Estadual de
Florestas (IEF).
Apresentar o Termo de Compromisso de Compensação 30 (trinta) dias após a
13 Ambiental - TCCA assinado junto ao IEF, referente ao Art. nº celebração do TCCA
36 da Lei Federal nº 9.985/2000. com o IEF
Apresentar protocolo com pedido de compensação florestal
(minerária), conforme previsto na Lei 20.922/2013, Art. 75,
180 (cento e oitenta) dias
14 junto à Câmara de Proteção da Biodiversidade e da
após a concessão da licença
Gerência de Compensação Ambiental (CPB/GCA), referente
à área de vegetação nativa suprimida pelo empreendimento.
Apresentar o Termo de Compromisso de Compensação 30 (trinta) dias após a
15 Minerária - TCCM assinado junto ao IEF, referente ao Art. 75 celebração do TCCM
da Lei Estadual Nº 20.922/2013. com o IEF
Apresentar relatório fotográfico que comprove a execução,
em todas as fases, do Programa de Resgate da Flora, o Semestralmente, conforme o
16 qual deve ser implementado antes de cada etapa de avanço das etapas de
supressão requerida e também durante sua execução, com supressão
ART do responsável.
Apresentar relatório fotográfico, anualmente à
Anualmente, até a finalização
17 SUPRAM/CM, que comprove a execução, em todas as
de toda a supressão
fases, do Programa de Supressão de Vegetação, com ART
autorizada.
do responsável pela execução do programa.
Apresentar relatório anual detalhado comprovando o uso
e/ou destinação adequada dos produtos e subprodutos,
Anualmente, conforme o
18 oriundos da supressão de vegetação, considerando o
avanço das etapas de
previsto no Artigo 7º da Resolução Conjunta SEMAD/IEF
supressão autorizada.
1.905/2013, além de ficar vetada a queima pura e simples
deste material, nos termos da legislação florestal vigente.
Dar continuidade aos programas de monitoramento de
19 fauna compreendendo os grupos de anfíbios, répteis, aves, Durante a vigência da
peixes e mamíferos, realizando relatórios semestrais com Licença de Operação
envios anuais.
Semestralmente, conforme o
20 Apresentar relatório do resgate de fauna realizado durante a
avanço das etapas de
supressão de vegetação.
supressão
Fornecer arquivos digitais contendo os shapes com a 60 (sessenta) dias a partir da
identificação e as projeções horizontais das cavidades concessão da licença
21 naturais subterrâneas identificadas nos estudos
espeleológicos e avaliadas neste parecer único e as
poligonais das respectivas áreas de influência,
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 115 de 134

descrevendo-se também os atributos de cada cavidade e


área de influência, conforme Anexo V - Tabela de Atributos
para Apresentação de Dados Geoespaciais da Instrução de
Serviço SISEMA n° 08/2017 - Revisão 1.
Comprovar o cadastro, no banco de dados CANIE, de todas 120 (cento e vinte) dias a
as cavidades naturais subterrâneas contempladas nos partir da concessão da
22
estudos do empreendimento e inclusive de todas as licença
cavidades testemunho.
Não realizar nenhum impacto negativo irreversível nas Durante a vigência da
cavidades RVL-0011, VL-12, VL-13, VL-14, VL-15, VL-37, licença ou até a
23 VL-48, VL-49, VL-50, VL-51, eVL-52 e VL-53 e em suas autorização desta
áreas de influência. superintendência
Apresentar proposta de compensação espeleológica para a Durante a vigência da licença
24 cavidade VL-53.

Executar o plano de fogo previsto no documento Durante a vigência da licença


25 R113654/2020, adotando a carga máxima por espera e o
raio de proteção sismográfico de 50 metros a partir de cada
cavidade.
Apresentar relatório técnico-fotográfico que comprove a 60 (sessenta) dias após a
implantação do sistema de drenagem superficial no entorno concessão da licença
26 do empreendimento como medida de mitigação para os
possíveis impactos relacionados à alteração da dinâmica
sedimentar.
Executar o programa de monitoramento espeleológico Durante a vigência da licença
descrito neste parecer único e com base nos documentos
apresentados:
- Registro fotográfico inicial;
- Programa de monitoramento geoestrutural;
- Programa de monitoramento de material particulado;
- Programa de monitoramento sismográfico;
27
- Programa de monitoramento bioespeleológico;
Obs.: Deverá, sempre que possível, integrar a análise dos
monitoramentos em um único relatório.
A mudança na amostra de cavidades a serem monitoradas
ou até mesmo a mudança de periodicidade prevista no
monitoramento, deverá preceder aprovação desta
superintendência.
Apresentar relatório fotográfico comprovando a instalação 60 (sessenta) dias após o
28 do ponto de monitoramento da qualidade do ar no encerramento da pandemia.
condomínio residencial VillaBella.
Executar as ações contempladas no PRAD apresentado, Anualmente, a contar do
inclusive o seu monitoramento, comprovando através de início da implantação do
29 relatórios fotográficos e descritivos, a serem apresentados PRAD, conforme cronograma
anualmente à SUPRAM/CM juntamente com as ART’s dos de cada etapa.
profissionais envolvidos.
Cadastrar o empreendimento e disponibilizar integralmente 30 dias após a concessão da
30 os dados da solicitação da intervenção ambiental no licença.
Sinaflor.

* Salvo especificações, os prazos são contados a partir da data de publicação da Licença na Imprensa
Oficial do Estado.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 116 de 134

IMPORTANTE
Os parâmetros e frequências especificadas para o Programa de Automonitoramento
poderão sofrer alterações a critério da área técnica da Supram Central Metropolitana, face
ao desempenho apresentado;
Qualquer mudança promovida no empreendimento que venha a alterar a condição ori ginal
do projeto das instalações e causar interferência neste programa deverá ser previamente
informada e aprovada pelo órgão ambiental.
Os relatório técnicos apresentados deverão vir acompanhados de Anotação de
Responsabilidade Técnica - ART do responsável pelas informações.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 117 de 134

ANEXO II
Programa de Automonitoramento da Licença de Operação Corretiva do
empreendimento Gerdau Açominas S/A – Ampliação da Mina Várzea do Lopes

1. Resíduos Sólidos
1. Resíduos sólidos e rejeitos abrangidos pelo Sistema MTR-MG
Apresentar, semestralmente, a Declaração de Movimentação de Resíduo – DMR, emitida via
Sistema MTR-MG, referente às operações realizadas com resíduos sólidos e rejeitos gerados pelo
empreendimento durante aquele semestre, conforme determinações e prazos previstos na
Deliberação Normativa Copam 232/2019.

Prazo: seguir os prazos dispostos na Deliberação Normativa Copam nº 232/2019.

2. Resíduos sólidos e rejeitos não abrangidos pelo Sistema MTR-MG


Apresentar, semestralmente, relatório de controle e destinação dos res íduos sólidos gerados
conforme quadro a seguir ou, alternativamente, a DMR, emitida via Sistema MTR -MG.

Prazo: seguir os prazos dispostos na DN Copam 232/2019.

QUANTITATIVO TOTAL
TRANSPORTA DO SEMESTRE
DESTINAÇÃO FINAL
DOR
RESÍDUO
(tonelada/semestre)

Taxa Quantid
Denomina de Destinador / Empresa ade Quantid OBS.
Quantid
ção e geraçã Razã Endereç responsável Destina ade
ade
código da Orige Class o o Tecnologi da Armaze
o Gerada
lista IN m e (kg/mê social complet a (*) nada
IBAMA s) o
13/2012 Razão Endereço
social completo

(*)1- Reutilização 6 - Co-processamento

2 – Reciclagem 7 - Aplicação no solo

8 - Armazenamento temporário (informar quantidade


3 - Aterro sanitário
armazenada)

4 - Aterro industrial 9 - Outras (especificar)

5 - Incineração

2.1 Observações

 O programa de automonitoramento dos resíduos sólidos e rejeitos não abrangidos pelo Sistema MTR-
MG, que são aqueles elencados no art. 2º da DN 232/2019, deverá ser apresentado, semestralmente,
em apenas uma das formas supracitadas, a fim de não gerar duplicidade de documentos.
 O relatório de resíduos e rejeitos deverá conter, no mínimo, os dados do quadro supracitado, bem
como a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas informações.
 As doações de resíduos deverão ser devidamente identificadas e documentadas pelo empreendedor.
 As notas fiscais de vendas e/ou movimentação e os documentos identificando as doações de resíduos
deverão ser mantidos disponíveis pelo empreendedor, para fins de fiscalização.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 118 de 134

2. Qualidade do Ar

Local de amostragem Parâmetros Frequência

PTS – Partícula Total em


Suspensão De 6 em 6 dias
PQAr02 – Condomínio
Residencial VillaBella PM10 Durante 24h
PM2,5

Observações:

O monitoramento de qualidade do ar será iniciado após a instalação do ponto no Condomínio Residencial


VIllaBella, conforme definido em condicionante deste parecer.
1 Realizar monitoramento de qualidade do ar até a manifestação final da Feam/Gesar na conclusão da
análise do PMQAR da Mina Várzea do Lopes. Após manifestação, o monitoramento deverá seguir as
diretrizes estipuladas pela Feam/Gesar não havendo obrigatoriedade de cumprimento do
automonitoramento de qualidade do ar.

Relatórios: Enviar, anualmente, à Supram-CM, os resultados das análises efetuadas, acompanhados


pelas respectivas planilhas de campo e de laboratório, bem como dos certificados de calibração do
equipamento de amostragem. O relatório deverá conter a identificação, registro profissional, anotação de
responsabilidade técnica e a assinatura do responsável pelas amostragens. Deverão também ser
informados os dados operacionais. Os resultados apresentados nos laudos analíticos deverão ser
expressos nas mesmas unidades dos padrões de emissão previstos na Resolução CONAMA nº
491/2018 e compilados em gráficos.
Na ocorrência de qualquer anormalidade nos resultados nas análises realizadas durante o ano, o órgão
ambiental deverá ser imediatamente informado, bem como a medida mitigadora adotada.

Método de amostragem: Normas ABNT, CETESB ou Environmental Protection Agency – EPA.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 119 de 134

ANEXO III
Autorização para Intervenção Ambiental - AIA do empreendimento Gerdau
Açominas S/A - Ampliação da Mina Várzea do Lopes

1. IDENTIFICAÇÃO DO PROCESSO

Data da Unidade do SISEMA


Tipo de Requerimento de Intervenção Ambiental Número do Processo
Formalização Responsável processo
1.1 Integrado a processo de Licenciamento Ambiental 01776/2004/029/2018 SUPRAM CM
1.2 Integrado a processo de APEF 03823/2018 SUPRAM CM
1.3 Não integrado a processo de Lic. Ambiental ou AAF - - -
2. IDENTIFICAÇÃO DO RESPONSÁVEL PELA INTERVENÇÃO AMBIENTAL

2.1 Nome: Gerdau Açominas S.A. 2.2 CPF/CNPJ: 17.227.422/0142-38


2.3 Endereço: Fazenda Várzea do Lopes - Rodovia Br 040 - km 579 2.4 Bairro: Zona Rural
2.5 Município: Itabirito 2.6 UF: MG 2.7 CEP:
2.9 e-mail: alison.ferreira@gerdau.com.br /
2.8 Telefone(s): (31) 9 8222-8909/ 9 8391-0460
francisco.couto@gerdau.com.br
3. IDENTIFICAÇÃO DO PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL

3.1 Nome: O mesmo do item 2 3.2 CPF/CNPJ:


3.3 Endereço: 3.4 Bairro:
3.5 Município: 3.6 UF: 3.7 CEP:
3.8 Telefone(s): 3.9 e-mail:
4. IDENTIFICAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DO IMÓVEL

4.1 Denominação: Fazenda Serra da Moeda 4.2 Área total (ha): 2.180,846
4.3 Município/Distrito: Itabirito - MG 4.4 INCRA (CCIR):
4.5 Matrícula no Cartório Registro de Imóveis: 14610 Livro: 02 Folha: 01 Comarca: Itabirito
4.5 Matrícula no Cartório Registro de Imóveis: Livro: Folha: Comarca:
X (6): 610754 Datum: SAD-69
4.6 Coordenada Plana (UTM)
Y (7): 7755418 Fuso: 23 K
5. CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DO IMÓVEL

5.1 Bacia hidrográfica: São Francisco


5.2. Sub-bacia ou microbacia hidrográfica: Rio das Velhas
5.3 Bioma/ Transição entre biomas onde está inserido o imóvel Área (ha)
5.8.1 Caatinga -
5.8.2 Cerrado -
5.8.3 Mata Atlântica 2.180,846
5.8.4 Ecótono (especificar): Cerrado e Mata Atlântica -
5.8.5 Total 2.180,846
5.4 Uso do solo do imóvel Área (ha)
5.9.1.1 Sem exploração econômica -
5.4.1 Área com cobertura vegetal nativa
5.9.1.2 Com exploração sustentável através de Manejo -
5.9.2.1 Agricultura -
5.9.2.2 Pecuária -
5.9.2.3 Silvicultura Eucalipto -
5.9.2.4 Silvicultura Pinus -
5.4.2 Área com uso alternativo 5.9.2.5 Silvicultura Outros -
5.9.2.6 Mineração 22,40
5.9.2.7 Assentamento -
5.9.2.8 Infraestrutura -
5.9.2.9 Outros -
5.4.3. Área já desmatada, porém abandonada, subutilizada ou utilizada de forma inadequada, segundo vocação e
-
capacidade de suporte do solo.
5.4.4 Total 22,40

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 120 de 134

5.5 Regularização da Reserva Legal - RL (Consta no PU)


5.5.1 Área de RL (ha): 5.10.1.2 Data da averbação
5.5.2.3 Total
5.5.3. Matrícula no Cartório Registro de Imóveis: Livros: Folha: Comarca: Brumadinho
5.5.4. Bacia Hidrográfica: Rio São Francisco 5.5.5 Sub-bacia ou Microbacia: Rio das Velhas
5.5.7 Fisionomia:
5.5.6 Bioma: Mata Atlântica Floresta Estacional Semidecidual, Parque Savana, Campo
Rupestre e Floresta Plantada de Eucalipto com sub-bosque.
6. INTERVENÇÃO AMBIENTAL REQUERIDA E PASSÍVEL DE APROVAÇÃO

Quantidade
6.1 Tipo de Intervenção Passível de unid.
Requerida
Aprovação
6.1.1 Supressão da cobertura vegetal nativa com destoca 8,57 8,57 ha
6.1.2 Supressão da cobertura vegetal nativa sem destoca - - ha
6.1.3 Intervenção em APP com supressão de vegetação nativa - - ha
6.1.4 Intervenção em APP sem supressão de vegetação nativa - - ha
6.1.5 Destoca em área de vegetação nativa - - ha
6.1.6 Limpeza de área, com aproveitamento econômico do material lenhoso. - - ha
6.1.7 Corte árvores isoladas em meio rural (especificado no item 12) - - un
6.1.8 Coleta/Extração de floresta plantada (Eucalipto) 0,76 0,76 ha
6.1.9 Coleta/Extração produtos da flora nativa (especificado no item 12) - - kg
6.1.10 Manejo Sustentável de Vegetação Nativa - - ha
6.1.11 Regularização de Ocupação Antrópica Consolidada em APP - - ha
Demarcação e Averbação ou Registro - - ha
Relocação - - ha
6.1.12 Regularização de
Recomposição - - ha
Reserva Legal
Compensação - - ha
Desoneração - - ha
7. COBERTURA VEGETAL NATIVA DA ÁREA PASSÍVEL DE APROVAÇÃO

7.1 Bioma/Transição entre biomas Área (ha)


7.1.1 Caatinga -
7.1.2 Cerrado -
7.1.3 Mata Atlântica 22,40
7.1.4 Ecótono (especificar) Cerrado e Mata Atlântica -
7.1.5 Total 22,40
8. PLANO DE UTILIZAÇÃO PRETENDIDA

8.1 Uso proposto Especificação Área (ha)


8.1.1 Agricultura - -
8.1.2 Pecuária - -
8.1.3 Silvicultura Eucalipto - -
8.1.4 Silvicultura Pinus - -
8.1.5 Silvicultura Outros - -
8.1.6 Mineração Ampliação do empreendimento 22,40
8.1.7 Assentamento - -
8.1.8 Infraestrutura - -
8.1.9 Manejo Sustentável da Vegetação Nativa - -
8.1.10 Outro - -
9. DO PRODUTO OU SUBPRODUTO FLORESTAL/VEGETAL PASSÍVEL DE APROVAÇÃO

9.1 Produto/Subproduto Especificação Qtde Unidade


9.1.1 Lenha Floresta Nativa - Uso no empreendimento 155,04 m3
9.1.2 Carvão - - -
9.1.3 Torete - - -
9.1.4 Madeira em tora - - -
9.1.5 Dormentes/ Achas/Mourões/Postes - - -
9.1.6 Flores/ Folhas/ Frutos/ Cascas/Raízes - - -

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 121 de 134

9.1.7 Outros Lenha de Floresta Plantada (Eucalipto) - Doação 48,96 m3


10. PARECER TÉCNICO, MEDIDAS MITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS FLORESTAIS.
Consta no Parecer Único de 29 de outubro de 2020

RESPONSÁVEIS PELO PARECER TÉCNICO.

__________________________
Michele Alcici Sarsur
MASP: 1.197.267-6

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 122 de 134

ANEXO IV
RELATÓRIO TÉCNICO SUPRAM CM N.º 40 DE 31/07/2020

Protocolo SIAM n° 0328264/2020;0390226/2020; 0390246/2020;0390252/2020;


0390253/2020;0390263/2020; 0390268/2020;0390270/2020; 0390284/2020; 0390289/2020;
0390294/2020; 0390315/2020;0390327/2020;0390333/2020;0390334/2020; 0390335/2020

Empreendedor: Gerdau Açominas – Mina Várzea do Lopes (Itabirito/MG), Mina


Miguel Burnier (Ouro Preto/MG) e Usina Ouro Branco (Ouro Branco/MG)

Empreendimento: Gerdau Açominas

Processo COPAM: PA nº 00040/1979/085/2012 (Revalidação de LO); PA nº


00040/1979/088/2015 (LO); PA nº 00040/1979/089/2016 (Revalidação de LO’s); PA nº
1776/2004/019/2014 (Licença de Operação para Pesquisa Mineral - LOP); PA nº
1776/2004/022/2016 (Pilha de Estéril 01 - LO); PA nº 1776/2004/024/2016 (Licença de
Operação para Pesquisa Mineral Complementar - LOP); PA nº 1776/2004/025/2016 (LO);
PA nº 1776/2004/026/2017 (Várzea Leste Norte - LP+LI+LO); PA nº 1776/2004/027/2017
(Peneira Móvel - LO); PA nº 1776/2004/028/2017 (Pilha de Estéril 01 - LIC+LO); PA nº
01778/2004/034/2012 (LP+LI); PA nº 1778/2004/036/2013 (Revalidação de LO); PA nº
01778/2004/038/2015 (LP+LI); PA nº 1778/2004/039/2017 (Revalidação de LO); PA nº
06646/2015/002/2017 (LAC);

CNPJ: 17.159.518/0001-75

Referência: Programa de Educação Ambiental (PEA)

Protocolo SIAM: R0031490/2020; R0031486/2020; R0031495/2020

Síntese histórica

O Programa de Educação Ambiental da Gerdau R0075719/2018, R0075681/2018 e


R0075705/2018 em 20/04/2018. Foi analisado pelo Relatório Técnico (RT) nº 122/2018
(protocolo Siam nº 0825728/2018, 0825741/2018 e 0825754/2018). Porém, tal programa
foi considerado insatisfatório e solicitado nova elaboração no prazo de 60 dias.

A Gerdau Açominas, em resposta ao Ofício nº 539/2019 Dreg/Supram CM de


16/05/2019 e Relatório Técnico nº 122/2018, apresenta as adequações nos projetos do
PEA sob os protocolos: nº R0099976/2019 de 11/07/2019; R00999996/2019 de
11/07/2019; R0099998/2019 de 11/07/2019 e S0151139/2019 de 27/09/2019, analisado
por meio do RT nº 93/2019 de 26/09/2019
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 123 de 134

Este RT nº 93/2019, conclui que o empreendedor deveria realizar as adequações do


PEA apresentado no prazo de 30 dias.

A Gerdau Açominas, em resposta ao Ofício nº 1197/2019 Dreg/Supram CM e


Relatório Técniconº 93/2019 de 26/09/2019, apresenta as adequações nos projetos do
PEA, sob os protocolos supracitados em epigrafe, no dia 10/03/2020.

Estes documentos foram analisados pela equipe da Supram CM, conforme descrito a
seguir:

1 - Público interno e externo

O Projeto de Educação Ambiental da Gerdau S.A para os públicos internos,


empregados próprios e terceiros que trabalham nos empreendimentos - Usina Presidente
Arthur Bernardes (Usina Ouro Branco), Mina Várzea do Lopes e Mina de Miguel Burnier,
bem como os públicos externos - comunidades inseridas nas respectivas áreas de
influência direta de cada empreendimento e suas intercessões logísticas no espaço
regional, foram apresentadas conforme quadro a seguir:

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 124 de 134

Ressalta-se que as escolas que se encontram nas AIDs e que já fazem parte do
atual PEA foram incluídas nas atividades do PEA, voltadas para os corpos docentes e
discentes, ressaltando, porém, o caráter não formal do processo educativo proposto. As
escolas que serão objeto de atuação do PEA da Gerdau são apresentadas no quadro a
seguir, com suas respectivas localizações:

Quanto ao público interno, os empregados próprios e de empresas contratadas


(terceiros) que atuam nas atividades industriais e minerárias da Gerdau, nos municípios
de Ouro Branco, Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Ouro Preto e Itabirito, incluindo todos
os níveis de cargos das empresas das unidades Usina Presidente Arthur Bernardes (Ouro
Branco), Mina Várzea do Lopes, Mina de Miguel Burnier, totalizam 7.162 (sete mil cento e
sessenta dois) empregados, sendo 4.477 (quatro mil quatrocentos e setenta) próprios e
2.692 (dois mil, seiscentos e noventa dois) de contratadas (Base: Dezembro/2019).

2- Programa de Educação Ambiental

As atividades propostas para o público interno e externo estão dispostas nos


quadros a seguir:

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 125 de 134

Quadro 1: Projetos propostos para o público interno e externo

Estrutura das ações do Programa de Educação Ambiental


Público Interno e externo

Projetos de
Carga
Educação Metas Indicadores Cronograma
horária
Ambiental Proposto
Atividade de 1 oficina nos • Implantar 5 (cinco) oficinas de •Preenchimento de 70%
educação ambiental bairros da Educação Ambiental e Práticas das vagas para as 5
e práticas AIDs das Sustentáveis até o (cinco) oficinas de
sustentáveis para a unidades da final do primeiro semestre, do Educação Ambiental e
comunidade Gerdau, primeiro ano, a partir do início do Práticas Sustentáveis.
totalizando PEA nas • Ampliação 50% da
5 oficinas comunidades das AIDs da Gerdau, percepção de visão
Unidades Usina Ouro Branco, Mina sistêmica de meio
Várzea do ambiente.
Lopes e Mina Miguel Burnier. • Ampliação em 30% a
• Disseminar práticas ecológicas percepção sobre as
aplicadas ao cotidiano doméstico. potencialidades locais
• Ampliar o vocabulário ambiental relacionadas ao
para promover a conscientização patrimônio ambiental
ambiental. regional;
• Valorizar o Patrimônio Ambiental Obtenção de 70% de
(sociocultural, arqueológico, compreensão de
histórico e natural – conceitos básicos e
conservação da fauna e da flora expressões relacionados
local). às questões ambientais
• Divulgar e fortalecer as iniciativas locais e globais.
1º semestre
comunitárias relacionadas às • Ampliação em 30% das
questões pró- ações proambientais
ambientais através de práticas cotidianas em casa e no
sustentáveis, para melhoria da trabalho,
qualidade de vida individuais e coletivas.
com base na sustentabilidade local. • Obtenção de 70% de
• Ampliar o conhecim ento sobre as compreensão de
bacias hidrográficas dos rios Velhas conceitos básicos e
e Paraopeba expressões relacionados
e seus afluentes que drenam a à gestão de recursos
região, com especificidades locais. hídricos e bacia
• Possibilitar a extensão de atitudes, hidrográfica;
valores e comportamentos em • Obtenção de 20% de
relação às compreensão de técnicas
questões ambientais locais. de recuperação,
revitalização e
conservação das
nascentes, córregos e rios
e conservação da fauna e
flora local e
regional;

Atividade educativa 10h, divididas ● Promover e realizar 5 (cinco) Preenchimento de 70%


de formação/ em 4 oficinas, para 20 moradores/cada, das vagas para as 5
fortalecimento encontros com mínimo de 70% (cinco) oficinas, até o final
socioambiental de semanais, das vagas ocupadas, conforme do primeiro
associações e sendo o modelo de agrupamento de bairros ano de implementação do
lideranças primeiro e localidades das PEA.
comunitárias com 4 h e os AIDs. • Ampliação em 30% na
demais de 2 h ● Ampliar a mobilização e a participação/apropriação
2º semestre
cada organização social entorno de dos moradores em
temas de interesse atividades com
comunitário e destinados a melhorar temas de interesse
a qualidade ambiental e de vida dos comunitário e destinados
moradores, a melhorar a qualidade
com maiores conhecimentos sobre ambiental e
o patrimônio ambiental da região. de vida dos moradores,
● Ampliar a percepção sistêmica de com maiores
meio ambiente e as potencialidades conhecimentos sobre o

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 126 de 134

locais patrimônio ambiental


relacionadas ao patrimônio do município.
ambiental regional; • Ampliação da percepção
● Fortalecer a compreensão sobre de visão sistêmica de
os limites e possibilidades das meio ambiente em 50%.
associações • Ampliação em 30% da
comunitárias para o percepção sobre as
desenvolvimento socioambiental da potencialidades locais
comunidade; relacionadas ao
● Identificar as lideranças patrimônio ambiental
comunitárias atuais e potenciais, regional;
formais e não formais. • Obtenção de
compreensão de 70% dos
conceitos básicos
relacionados
associativismo;
• Criação de associações
comunitárias nos bairros
que ainda não possuem e
fortalecimento das
associações comunitárias
que já existem por meio
de ampliação
em 30% da participação
da comunidade nas
atividades promovidas por
esta
(número de atividades
desenvolvidas e número
de participantes).
• Obtenção de
compreesão de 50% dos
procedimentos de
implantação de uma
associação comunitária;
• Ampliação em 50% na
compreensão sobre os
limites e possibilidades
das
associações comunitárias
para o desenvolvimento
socioambiental da
comunidade;
• Elaboração, de forma
participativa, de mapa ou
listagem dos desafios,
direitos e
deveres enfrentados pelas
associações comunitárias
participantes;
• Criação de listagem, nos
bairros de lideranças
comunitárias atuais e
potenciais,
formais e não formais.

Atividade educativa Serão Promover 5 (cinco) oficinas de Preenchimento de 70%


sobre elaboração de realizadas 5 capacitação em elaboração de da vagas ofertadas para
projetos sustentáveis oficinas, uma projetos sustentáveis e as 03 Oficinas.
e captação de por AID, em captação de recursos para 70% das Ampliação da percepção
recursos turmas de 20 vagas disponíveis para lideranças e de visão sistêmica de
participantes. pessoas meio ambiente em 50%.
3º semestre
2 h, divididas interessadas dos bairros e Obtenção de 50% de
em 4 localidades das AIDs, no terceiro compreensão sobre os
encontros semestre de execução do processos e técnicas para
semanais de PEA. elaboração de
3h ● Contribuir para promover maior projetos sustentáveis com
cada organização social das base em formulários de
comunidades e dos grupos referência de órgãos

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 127 de 134

sociais dos bairros e localidades das especializados


AIDs das unidades Usina Ouro e leis de incentivo
Branco, Mina Várzea municipais, estaduais e
do Lopes e Mina de Miguel Burnier; federais;
● Disseminar processos e técnicas Identificação de, pelo
para elaboração de projetos menos, 3 (três) potenciais
sustentáveis com base em frentes para os projetos
formulários de referência de órgãos na região;
especializados e leis de incentivo Levantamento de, pelo
municipais, menos, 3 (três) editais de
estaduais e federais; fundos nacionais e
● Difundir fundos nacionais e internacionais
internacionais que financiam que financiam projetos
projetos comunitários a fundo comunitários a fundo
perdido; perdido;
● Contribuir para a maior autonomia Identificação de, pelo
das comunidades no menos, 3 (três) práticas
desenvolvimento de iniciativas sustentáveis
sustentáveis; desenvolvidas de forma
● Incentivar o empreendedorismo autônoma pelas
comunitário nas localidades e comunidades;
bairros das AIDs Identificação de, pelo
● Incentivar a implantação de menos, 1 (uma) prática de
projetos sustentáveis nas geração de ocupação e
comunidades das localidades e renda,
bairros das AIDs das unidades relacionada ao público
Usina Ouro Branco, Mina Várzea do envolvido na oficina.
Lopes e Mina de Identificação de, pelo
Miguel Burnier. menos, 3 (três) boas
práticas relacionadas ao
conteúdo da
Oficina;
Ampliação em 30% o
número de projetos
elaborados para serem
executados com
recursos locais.
Ampliação em 30% da
autonomia de pessoas da
comunidade na
elaboração de projetos
e captação de recursos a
ser aferida pelo número
de projetos elaborados
para serem executados
com recursos locais.

Atividade educativa 9 (nove) Implantar 5 oficinas para 20 Alcançar quórum de


sobre gestão de horas, em participantes, moradores, participação de, no
resíduos sólidos e três módulos comerciantes, até o final do mínimo, 70% das vagas
coleta seletiva de 3 (três) segundo ano de implantação do disponibilizadas por
horas cada, PEA. oficina, como participação
● Avaliar a percepção dos de lideranças e
participantes antes e após a associações na
realização da atividade em relação identificação e seleção
aos aspectos que envolvem dos interessados.
conhecimentos, atitudes, interesse e Mudança de percepção
intenção de comportamento em dos participantes antes e 4º semestre
relação aos resíduos sólidos e após a realização da
rejeitos; atividade em
● Construir/fortalecer a percepção relação aos aspectos que
sistêmica de meio ambiente, com envolvem conhecimentos,
foco no ciclo dos resíduos sólidos e atitudes, interesse e
rejeitos; intenção de
● Refletir sobre os modelos de comportamento em
consumo atuais, focados no gasto relação aos resíduos
excessivo de recursos naturais e sólidos, possibilitando, o
energias e gerador de resíduos e incremento significativo
degradação ambiental; na compreensão dos

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 128 de 134

● Identificar os impactos seguintes itens:


socioambientais inerentes ao Compreensão dos
descarte de materiais recicláveis e conceitos de resíduos
de rejeitos, nas ruas, lotes vagos e sólidos, rejeito, coleta
proximidades das escolas e seletiva, destinação final,
equipamentos públicos; incremento de 50%.
● Disseminar procedimentos e Interesse em participar da
orientações para os moradores separação doméstica de
sobre a coleta de resíduos resíduos sólidos para
sólidos e rejeitos de forma a evitar o coleta seletiva,
descarte em locais e horários incremento de 70%.
inadequados; Disposição (motivação)
● Levantar possíveis alternativas para levar resíduos
para a participação dos moradores sólidos recicláveis a
na gestão dos pontos de coleta
resíduos sólidos na comunidade, voluntária, incremento de
especialmente nas residências e 50%.
nas vias de circulação Intenção de adotar
dos bairros, distritos, povoados e comportamentos
condomínios localizados nas AIDs proambientais relativo à
das unidades Usina separação
Ouro Branco, Mina Várzea do Lopes para coleta seletiva de
e Mina Miguel Burnier. resíduos sólidos,
incremento de 30%.

Atividade educativa 5 oficinas, • Implantar 5 (cinco) oficinas de • Preenchimento de 70%


para o fortalecimento com carga Valorização do Patrimônio Ambiental das vagas para os
das potencialidades horária de 4 até o final do encontros da oficina de
locais em relação à (quatro) terceiro ano a partir do início do Valorização do
valorização e horas. PEA. Patrimônio Ambiental.
conservação do • Ampliar o conhecimento, despertar • Ampliação da percepção
Patrimônio o interesse e a motivação e formar de visão sistêmica de
Ambiental* local e atitudes e difundir comportamentos meio ambiente em 30%.
regional proambientais sustentáveis; • Ampliação em 30% a
• Valorizar o Patrimônio Ambiental percepção sobre as
(com ênfase na conservação da potencialidades locais
fauna e da flora local); relacionadas ao
• Ampliar o vocabulário ambiental; patrimônio ambiental
• Difundir práticas que contribuam regional;
com a conservação da fauna e flora • Obtenção de 70% de
local e regional. compreensão de
conceitos básicos e
expressões relacionados
às questões ambientais
locais e globais 5º semestre
(conservação, fauna,
flora, Unidades de
Conservação).
• Desenvolvimento de,
pelo menos, uma inicitiva
de atividade/projeto/ação
relacionada à
conservação da fauna ou
proteção do patrimônio
ambiental em Ouro
Branco, Ouro Preto,
Itabirito, Congonhas e
Conselheiro Lafaiete.
• Obtenção de 70% de
compreensão de
conceitos básicos e
expressões relacionados
à conservação da fauna
silvestre e patrimônio
ambiental trabalhados;

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 129 de 134

Visitas Guiadas às ● Realização de, no mínimo, 5 O indicador de resultado


Minas e Usina palestras ou visitas guiadas nas desta atividade está
unidades – Usina Ouro Branco, diretamente relacionado à
Mina Várzea do Lopes e Mina de execução
Miguel Burnier - com lideranças, das visitas a serem
formadores de opinião e outras aferidos por meio de
Atividade contínua
pessoas interessadas das registro de presença e
comunidades das localidades e fotográfico
bairros das AIDs, até o final do
quinto ano a partir do início do
PEA.

Palestras Interativas 2h ● Realização de, no mínimo, 5 O indicador de resultado


palestras ou visitas guiadas nas desta atividade está
unidades – Usina Ouro Branco, diretamente relacionado à
Mina Várzea do Lopes e Mina de execução
Miguel Burnier - com lideranças, das visitas a serem
A ser programada
formadores de opinião e outras aferidos por meio de
entre as oficinas
pessoas interessadas das registro de presença e
comunidades das localidades e fotográfico
bairros das AIDs, até o final do
quinto ano a partir do início do
PEA.

Atuação de
demandas não-
previstas no
planejamento anual
A ser programada
do PEA decorrentes
entre as oficinas
de
especificidades de
grupos sociais das
AIDs.

Encontros Anuais de 2h cada ● Adesão de 90% dos gestores das ● Indicador de capacidade
Educação Ambiental reunião unidades (Usina Ouro Branco, Mina de mobilização, expresso
para Gestores Várzea do Lopes pelo Número de
e Mina de Miguel Burnier) aos empregados totais
Encontros Anuais. x número de participantes
nas atividades formativas;
● Indicador de evolução
da aderência das
1 (um) encontro anual,
gerências e áreas de
um para os gestores
trabalho nas unidades,
da Usina Ouro Branco
expresso pelo Número e
e outro para gestores
percentual de
das Minas Várzea do
participantes por gerência
Lopes e Miguel
ou unidade de
Burnier.
gestão;
● Indicador de execução
das atividades, expresso
pelo Número de ações de
formação
ambiental previstas com
os empregados x número
de ações realizadas.

Formação Ambiental 3 h cada, ● Promover a formação de 30% dos Os indicadores de


dos Empregados - empregados próprios, no módulo I, aprendizagem serão
Módulo 1: Ampliação até 12 (nove) definidos a partir de
da Percepção e do meses após o início das atividades estudo específico com
Protagonismo do PEA; amostras
Ambiental ● Promover a formação 60% dos estatisticamente
empregados, até o final de 24 (vinte representativas dos
e quatro) meses empregados de cada uma
de oferta do Módulo 1. das unidades, a saber:
Usina
Ouro Branco, Mina
Várzea do Lopes e Mina
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 130 de 134

de Miguel Burnier, até 75


dias após a aceitação do
PEA pela Supram CM. A
partir do marco zero dos
indicadores serão
estabelecidas as metas
de
resultados de
aprendizagem a serem
alcançadas para a
primeira etapa de
execução,

Formação Ambiental 3h cada ● Promover a formação de 60% dos Os indicadores de


dos Empregados - empregados da Mineração no aprendizagem serão
Módulo 2: módulo Conservação definidos a partir de
Conservação das das Águas, até o final do período estudo específico com
Águas inicial de 5 anos de duração desta amostras
etapa do PEA. estatisticamente
representativas dos
empregados de cada uma
das unidades, a saber:
Usina Ouro Branco, Mina
Várzea do Lopes e Mina
de Miguel Burnier, até 75
dias após a aceitação do
PEA pela Supram CM. A
partir do marco zero dos
indicadores serão
estabelecidas as metas
de resultados de
aprendizagem a serem
alcançadas para a
primeira etapa de
execução,

Formação Ambiental 3h cada ● Promover a formação de 60% dos Os indicadores de


dos Empregados - empregados no Módulo, até o final aprendizagem serão
Módulo 3 – Relações do período inicial definidos a partir de
Humanas e de 5 anos de duração desta etapa estudo específico com
Qualidade de Vida do PEA; amostras estatisticamente
no Trabalho representativas dos
empregados de cada uma
das unidades, a saber:
Usina Ouro Branco, Mina
Várzea do Lopes e Mina
de Miguel Burnier, até 75
dias após a aceitação do
PEA pela Supram CM. A
partir do marco zero dos
indicadores serão
estabelecidas as metas
de resultados de
aprendizagem a serem
alcançadas para a
primeira etapa de
execução
Formação Ambiental 3h cada ● Promover a formação de 60% dos Os indicadores de
dos Empregados - empregados, no Módulo aprendizagem serão
Módulo 4 - Conservação da Natureza definidos a partir de
Conservação da e dos Recursos Naturais nas AIDs, estudo específico com
Natureza e dos até o final do período inicial de 54 amostras estatisticamente
Recursos Naturais (cinquenta e representativas dos
nas quatro) meses de duração desta empregados de cada uma
AIDs etapa do PEA; das unidades, a saber:
Usina Ouro Branco, Mina
Várzea do Lopes e Mina
de Miguel Burnier, até 75
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 131 de 134

dias após a aceitação do


PEA pela Supram CM. A
partir do marco zero dos
indicadores serão
estabelecidas as metas
de resultados de
aprendizagem a serem
alcançadas para a
primeira etapa de
execução
Formação Ambiental 3h cada ● Promover a formação de 60% dos Os indicadores de
dos Empregados - empregados no módulo, até o final aprendizagem serão
Módulo 5 – Impactos do período inicial definidos a partir de
Ambientais e de 54 (cinquenta quatro) meses de estudo específico com
Medidas Mitigadoras duração desta etapa do PEA. amostras estatisticamente
na Gerdau representativas dos
empregados de cada uma
das unidades, a saber:
Usina Ouro Branco, Mina
Várzea do Lopes e Mina
de Miguel Burnier, até 75
dias após a aceitação do
PEA pela Supram CM. A
partir do marco zero dos
indicadores serão
estabelecidas as metas
de resultados de
aprendizagem a serem
alcançadas para a
primeira etapa de
execução
Formação Ambiental 3h cada ●Promover a formação de 60% dos Os indicadores de
dos Empregados - empregados no módulo Resíduos aprendizagem serão
Módulo 6 - Resíduos Sólidos Industriais definidos a partir de
Sólidos Industriais e e Domésticos, até o final do período estudo específico com
Domésticos inicial de 5 (cinco) anos de duração amostras estatisticamente
desta etapa representativas dos
do PEA. empregados de cada uma
das unidades, a saber:
Usina Ouro Branco, Mina
Várzea do Lopes e Mina
de Miguel Burnier, até 75
dias após a aceitação do
PEA pela Supram CM. A
partir do marco zero dos
indicadores serão
estabelecidas as metas
de resultados de
aprendizagem a serem
alcançadas para a
primeira etapa de
execução
Atividades Não estabeleceu metas
Complementares e quantitativas, sobretudo em relação
de Educomunicação às ferramentas de comunicação
Ambiental social, porque
algumas são diárias, outras mensais
e outras pontuais, mas que podem
contribuir para que as
ações educativas propriamente ditas
possam alcançar seus resultados.

O cronograma das atividades para o público interno será conforme figura abai xo

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 132 de 134

É importante destacar que no projeto de “Formação dos empregados” do módulo 1


ao 6, o empreendedor informa que:

Indicadores de aprendizagem serão definidos a partir de estudo específico


com amostras estatisticamente representativas dos empregados de cada
uma das unidades, a saber: Usina Ouro Branco, Mina Várzea do Lopes e Mina
de Miguel Burnier, até 75 dias após a aceitação do PEA pela Supram CM. A
partir do marco zero dos indicadores serão estabelecidas as metas de
resultados de aprendizagem a serem alcançadas para a primeira etapa de
execução

No entanto, o empreendedor já deveria ter realizado este estudo específico


com seus empregados para estabelecer seus indicadores de aprendizagem e metas
de resultados, que devem ser informações prévias para aprovação do projeto
executivo do PEA, conforme descrito no anexo I da DN 214/2017.
Assim, esse projeto mostra-se insatisfatório por não ter cumprido as
exigências previstas na supracitada DN. Desse modo, o empreendedor deverá, no
prazo de 90 dias, para apresentar as metas e indicadores a partir da consulta
participativa com seus empregados.
Em relação aos indicadores propostos para os projetos com o público externo, é
descrito que “os indicadores devem ser discutidos e acordados de forma participativa no
início e reafirmados ao final da atividade”. Assim, os indicadores, propostos no quadro 1,
são apenas sugestões da consultoria ambiental.
Porém, tais dados são prévios à aprovação do PEA e não pode ser apenas
sugestivo, uma vez que o órgão deverá avaliar e validar todo o conteúdo do projeto
executivo do PEA, incluindo suas metas e indicadores.
Nesse sentido, o empreendedor terá um prazo, também, de 90 dias para
apresentar claramente quais serão os indicadores propostos em relação aos
projetos para as comunidades da AID da Gerdau, observando que esses
indicadores devem estar relacionados com as metas quantiqualitativas.
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM
Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 133 de 134

3- Avaliação e monitoramento

Para o público interno, pretende-se utilizar as seguintes formas de monitoramento e


avaliação:

● Controle de presenças por meio de listas de presença, a partir de um modelo padrão


para o PEA da Gerdau;
● Registro fotográfico das atividades, para ser incluído em resenhas nos relatórios anuais;
● Avaliação com a utilização de questionários de reação de aspectos conceituais e de
conteúdo, aplicados por amostragem após a finalização de cada atividade, a partir de
modelo apropriado para o PEA;
● Monitoramento do atendimento às metas previstas.
● Os resultados das atividades e as avaliações do projeto executivo para o público interno
(empregados) serão apresentados ao órgão ambiental licenciador em Relatórios Anuais
Consolidados.
● Estudo de Indicadores de Educação Ambiental por Percepção “marco um”, a ser
realizado entre 55º e 57º meses do cronograma, com registro comparativo com o “marco
zero”.

Propõe-se, quanto ao público externo, como formas de monitoramento e avaliação do


Programa:
● Controle de presenças em função da programação dos eventos educativos do PEA,
tendo em conta que a participação resulta de processo de mobilização, de bom
relacionamento com as lideranças e formadores de opinião das comunidades, interesses
e motivações pessoais, inclusive em relação à melhoria dos locais onde vivem;
● Registro fotográfico das atividades, com evidências as atividades educativas realizadas,
seja na comunidade, nas escolas e mesmo, as experiências de aprendizagem que
resultam em transformações nos ambientes domésticos;
● Depoimentos de representantes comunitários sobre a pertinência das ações propostas
e seus aperfeiçoamentos ao longo da execução;
● Avaliação de reação específico dos conteúdos ao final de cada atividade;
● Capacidade dos públicos de elaborar e executar atividades/ações e/ou projetos focados
na resolução de problemas socioambientais; e
● Monitoramento das atividades sugeridas pelos participantes quando da realização dos
DSPs e Devolutivas, quando for possível.

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS 0496096/2020
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 29/10/2020
Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana Pág. 134 de 134

4- Revisão do projeto educativo e elaboração de Projeto Executivo de continuidade

Após a realização de 54 (cinquenta e quatro) dos 60 (sessenta) meses de


execução do projeto executivo da primeira etapa, será elaborado um estudo expedito de
Indicadores de Educação Ambiental por Percepção, não apenas para avaliar os
resultados em termos de aprendizagem, mas também para subsidiar a elaboração do
projeto executivo descontinuidade das ações educativas, o que ocorrerá entre os meses
57 (cinquenta e sete) e 60 (sessenta).

5. Conclusão

Diante do exposto, as adequações do PEA, em resposta ao solicitado no Ofício nº


1197/2019 Dreg/Supram CM e Relatório Técnico nº 93/2019 de 26/09/2019, foram
insatisfatórias somente ao que tange às metas e indicadores dos projetos “Formação
Ambiental do Empregado” do módulo 1 ao 6 bem como dos projetos voltados para o
público externo, em desacordo com as diretrizes do anexo I da DN COPAM nº 214/2017.

O empreendedor deverá, no prazo de 90 dias, para apresentar tais adequações do


projeto executivo do PEA.

Elaborado por: Ciente:

Priscilla Martins Ferreira


MASP 1.367.157-3 Karla Brandão Franco
Gestora Ambiental - Supram CM MASP: 1.401.525-9;
Diretora Regional de Regularização
Ambiental - Supram CM

Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – Supram CM


Cid. Administrativa, Rodovia Papa João Paulo, nº 4143. Bairro Serra Ver de Ed. Minas, 2º andar, 31630-900 - Belo Horizonte - MG

Você também pode gostar