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PARECER TÉCNICO

COGED / UR SUDOESTE

Indexado ao(s) Processo(s):


2017.001.001527INEMA/LIC-01527
Tipo de processo:
LICENÇA DE REGULARIZAÇÃO - LR
1. Identificação
Razão Social/Interessado: CNPJ/CPF:
R.E.D. GRANITI MINERAÇÃO LTDA 06.037.082/0013-69
Localizado em APA (Área de Proteção Ambiental)?
( x ) Não ( ) Sim
2. Histórico
Inspeção: Relatório de Inspeção Nº: Data:
( ) Não ( x ) Sim

Notificações Emitidas Nº: Advertências Emitidas Nº: Multas Nº:


2017-008006/TEC/AIMU-0487

Descrição:

Em 05/12/2016 a empresa UNIMAG UNIVERSAL MÁRMORES E GRANITOS LTDA. - ME requereu a


Licença Ambiental (LICENÇA DE REGULARIZAÇÃO – LR) conforme requerimento nº
2016.001.072984/INEMA/REQ, formando o processo 2017.001.001527/INEMA/LIC-01527, em
20/04/2017, para a atividade de lavra de rocha ornamental - quartzito, objetivando o
aproveitamento como revestimento, tendo como base legal a Portaria de Lavra nº 188, de
11/07/2008, publicada no Diário Oficial da União de 18/07/2008, para lavrar quarzito, no
município de Tanque Novo, numa área de 24,40 hectares – Processo DNPM/ANM1 nº
871.610/1996, que é representado a seguir:

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ANM – Agencia Nacional da Mineração.

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Figura 01: Poligonal do Processo nº 871.610/1996.
Fonte: DNPM (2017)

Dados do processo DNPM nº 871.610/1996

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Tabela 1: Vértices da Poligonal - Processo DNPM nº 871.610/1996

Fonte: DNPM (2017)

Figura 02: Poligonal do Processo nº 871.610/1996 em imagem de satélite.


Fonte: GOOGLE/ANM (2018)

Em 16/05/2017 foi realizada uma visita técnica de inspeção ao empreendimento pelos técnicos
Ivan Miranda e Aristóteles Chaves ,com o fito de subsidiar este parecer. A inspeção técnica foi
acompanhada pelo representante da empresa, o engenheiro de minas Felipe Fernandes da Silva.
Nesta visita foram avaliados os meios físico, biótico e socioeconômico do empreendimento e
entorno do mesmo.
Verificou-se in loco a existência de uma frente de lavra localizada no entorno das coordenadas
geográficas em décimo de grau, Datum SIRGAS 2000: lat /long -13.60515° / -42.59661°, cujas
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operações mineiras estavam paralisadas; além disso, não se constatou a existência de quaisquer
equipamentos utilizados nas atividades de mineração.
Vale salientar, que Diretoria Técnica do INEMA aplicou ao supracitado as seguintes penalidades:
a)MULTA no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) - através do processo nº 2017-
008006/TEC/AIMU-0487 - por implantar ou operar empreendimento/atividade sem a devida
licença ambiental-lavra de quartzito.
b) Termo de compromisso para obtenção da LR, firmado entre INEMA e UNIMAG UNIVERSAL
MARMORES E GRANITOS LTDA-ME, publicado no diário oficial em 06/09/2017.
c) Aditivo de Termo de Compromisso para alteração da razão social da Compromitente para R.E.D
GRANITI MINERAÇÃO LTDA, publicado no diário oficial em 22/02/2018.

3. Caracterização do Empreendimento

A R.E.D GRANITI MINERAÇÃO LTDA, é uma empresa estabelecida na Fazenda Quati, comunidade
de Bom Sucesso, s/n, zona rural do município de Tanque Novo (BA), CEP: 46.580-000, tendo como
rocha alvo localizada na comunidade Bom Sucesso, numa área de 24,4 ha, zona rural, , com a
finalidade de extrair blocos de rocha ornamental e posterior comercialização. A figura a seguir
mostra a localização da área de lavra:

Figura 03: Localização da frente de lavra do empreendimento. Ressalte-se que a frente de lavra fica no município de
Tanque Novo.
Fonte: GEOBAHIA, 2018.

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3.1. Localização e Acesso
Conforme planta de situação apresentada, a área está localizada no flanco leste da Serra dos
Quatis, Povoado de Bonsucesso, o qual é facilmente atingido através da estrada para Murici,
infletindo-se à esquerda após percurso de cerca de 14 km, ou via Caldeiras, passando-se antes
pela localidade de Sapé e atingindo-se a área da jazida, após um percurso de no máximo 5,5 km,
por acesso aberto pela mineradora.

Coordenadas geográficas de referência Lat/Long, Datum Sirgas 2000:


Latitude – 13°36’17.63”S Longitude – 42°35’47.78”O
Coordenadas em projeção UTM Datum SIRGAS 2000 Fuso 23L:
E – 760049 N – 8494678
Coordenadas geográficas em graus decimais Datum Sirgas 2000:
Latitude – 13.60515° Longitude -42.59661°

Figura 04: Mapa de localização do empreendimento.


Fonte: Estudo de médio impacto – R.E.D GRANITI MINERAÇÃO, 2018.

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3.2. Aspectos gerais de lavra
Substância mineral ou minério a ser explorado:

 Denominação;

Quartzito dumortierítico – Blocos de quartzito com feições azuladas.


 Características;
Rocha metamórfica de protólito sedimentar, de granulação fina, composta essencialmente por
quartzo com bandas alternadas de cor azul escuro alternadas com bandas de cor cinza médio e
mosqueada de cinza claro. A coloração azulada se deve aos grãos do mineral de dumortierita
presentes na rocha. Possui dureza alta, característica de rochas quartzíticas.
 Composição mineralógica;
A rocha é composta essencialmente por quartzo (82%) e dumortierita (8%), muscovita (5%) e
cianita (5%). Apresenta textura maciça e grãos finos extremamente compactados por processos
metamórficos, conferindo a rocha a alta dureza, sendo que esse material apresenta uma taxa
muito baixa de plasticidade.
 Composição química;
A rocha possui sua composição química de Quartzo (Composição: 46.74% Si, 53.26 % O)
Dumortierita (Composição: 31,86% SiO2, 0,36% TiO2, 61,78% Al2O3, 5,9% B2O3, 0,1% H2O),
Muscovita (Composição: 46,3% SiO2, 38,99% Al2O3, 2,86% FeO, 0,21% Na2O, 11,64% K2O),
Cianita (Composição: 62,92 % Al2O3, 37,08 % SiO2).
 Definição do corpo mineral, gênese da jazida e associação paragenética com suas reservas
medida, indicada e inferida;
Por se tratar de uma rocha para uso ornamental de natureza quartzítica de cor azul, material raro
e só produzido em escala industrial no Estado da Bahia, suas jazidas têm seu aproveitamento
econômico, na produção de blocos com volumes padronizados, os quais podem ser
comercializados em bruto, ou desdobrados em chapas, polidas ou não, principalmente no
mercado externo.
A exemplo das grandes jazidas, do mesmo material, que vêm sendo exploradas há mais de 40
anos, nos municípios de Boquira e Macaúbas, a jazida, localizada em Bonsucesso, apresenta o
seguinte potencial de reservas aprovadas pelo DNPM:
- Reserva Medida............................................................ 557.540 m³
- Reserva Indicada .......................................................... 454.360 m³
TOTAL - 1.011.900 m³
 Produção em m³ e toneladas (mensal e anual);
Está prevista uma produção mensal de 100 m³ de blocos de quartzito dumortierítico que
propiciarão
o seguinte balanço de massas:
Para se atingir a produção mensal pretendida, será necessário o desmonte de cerca de 300 m³ de
minério, gerando 200 m³ de rejeito a ser lançado no bota fora.

Com a recuperação de blocos úteis da camada de quartzito azul, estimada em 30% e


considerando-se a relação estéril/minério de 4:1 serão gerados 1.000 m³ de estéreis que terão o
seguinte destino: a parte fértil do solo será estocada em área previamente selecionada para futuro
uso na recuperação de áreas degradadas sendo o restante lançado no bota-fora.
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Como o capeamento de solo é inexpressivo e muito variado ao longo da jazida, não foi possível
fazer uma estimativa do seu volume.

O material que por razões diversas (qualidade, cor, dimensões, presença de defeitos, etc) não tiver
condição de ser colocado no exigente mercado internacional, será direcionado para
comercialização no mercado interno. O empreendedor propõe disponibilizar o material rejeitado
para a produção de paralelepípedos, meio fio, ou para uso artesanal pelas comunidades vizinhas.

 Vida útil da jazida.


Considerando que o Relatório Final de Pesquisa, aprovado pelo DNPM, possui como reserva
medida 557.540 m³ e que a produção bruta projetada para a área em licenciamento é de 300
m³/mês, considerando ainda que o empreendedor licencie outras frentes de lavra na mesa reserva
e que a produção bruta projetado total seja de 2.300 m³/mês; temos a vida útil de 242 meses ou
20,2 anos.

 Depósito de Estéril/Rejeitos
Com o intuito de caracterizar a área do depósito de rejeitos, foi realizado um levantamento
planialtimétrico cadastral. O levantamento campo foi realizado através de aerofotogrametria,
processo que consiste no emprego de um VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado). A aeronave
equipada com câmeras fotográficas percorre o território fotografando-o verticalmente, seguindo
preceitos técnicos como ângulo máximo de cambagem e sobreposição (overlap).

Na figura 05 se observa o Mapa de Detalhe do Depósito de Rejeitos/estéreis. Os blocos azuis


representam blocos de contenção que serão instalados com o intuito de reter os fragmentos de
rocha depositados na pilha. A hachura vermelha representa a área ocupada pelo depósito de
rejeitos.

Figura 05: Mapa de detalhe de depósito rejeito/estéril.


Fonte: Estudo de médio impacto – R.E.D GRANITI MINERAÇÃO, 2018.

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Com o intuito de melhor atender a demanda operacional do empreendimento, a empresa propôs
uma segunda área para a instalação de um Depósito de Rejeito/Estéril. Esta segunda área está
georreferenciada sob coordenadas UTM (Datum SIRGAS 2000, Fuso 23) E 759752 e 8494475. Na
área se observa principalmente vegetação herbácea e leguminosa rasteiras, com altura média de
0,85 m, além de indivíduos arbustivos isolados. Nos mapas em anexo se observam
respectivamente o Mapa de Detalhe dos Depósitos e a Planta de Detalhe do Empreendimento.

Cabe ressaltar que esta solicitação/sugestão de um segundo depósito de rejeito/estéril é de suma


importância para melhor adequação da operacionalização do empreendimento. A retirada de
material fragmentado (capeado) gera um volume de estéril que necessita ser conformada em local
adequado.
Assim, o mesmo será transportado por caminhões e depositado corretamente sem que seja
gerado maiores impactos ao ambiente. Se faz necessário, pois irá retirar da praça de manobras
volumes de estéril e solo “solto”, melhorando assim as manobras e acessibilidade ao corpo
mineralizado.

Quanto as medidas p ara minimizar os impactos serão construídas uma parede de contenção (com
blocos “refugados”) para delimitar o depósito, canaletas e caixas-secas para drenagem.
Caminhões com solo orgânico também serão depositados para que se possa realizar o plantio de
vegetação arbórea/arbustiva e também nativa nas bermas do talude do depósito.

Figura 06: Mapa de detalhe da segunda área proposta para o depósito rejeito/estéril.
Fonte: Estudo de médio impacto – R.E.D GRANITI MINERAÇÃO, 2018.

 Conformação de taludes e bancadas


Para fins de projeção final do depósito de rejeitos/estéril fica proposta a conformação de quatro
bancadas constituídas por blocos de rocha com dimensões médias de 2,5x2 m. Os blocos oriundos
da própria lavra deverão ser dispostos em bancadas concomitantemente ao avanço do depósito. A
primeira bancada deverá ser constituída sobre uma berma escavada de 1 m de profundidade,
onde será depositado parte de um bloco para escoramento das bancadas. A frente da primeira
bancada será depositado o solo oriundo da berma. Na base das outras bancadas deverá ser
posicionado um bloco de escoramento para suporte do bloco de contenção.
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Após a conformação final o depósito de rejeitos possuirá altura de 12 m com a altura máxima de
talude de 3 m, com largura de 6 m e berma de 3 m, resultando em um ângulo geral de talude de
45° e razão horizontal para vertical de H:V 1/1. A cota de base dos taludes será 80 m e a na
terceira bancada será observada a cota de 94 m. Em sua conformação o depósito deverá ocupar
uma área útil de 2.350 m².

 Cálculo de capacidade de armazenamento


Segundo o resultado obtido nos cálculos a capacidade máxima de armazenamento do depósito
projetado é de 18.435 m³.
Considerando o desmonte mensal da lavra de 300 m³ com aproveitamento comercial de 35%
deste, o volume a ser depositado mensalmente de rejeito e estéril é de 200 m³. Todavia como a
rocha desmontada é destinada para o depósito muito fragmentada consideramos o fator de
empolamento de 50%, deste modo volume mensal é de 400 m³/mês. Logo temos a vida útil do
depósito projetado aproximadamente para 60 meses, 5 anos.

 Sistema de Drenagem
O escoamento superficial constitui-se no principal agente erosivo no desenvolvimento de
voçorocas e ravinamentos nas áreas de mineração. Desta forma, o controle das águas pluviais é
um elemento fundamental na preservação de qualquer área contra a erosão e/ou lixiviação.
Para evitar a concentração e o fluxo desordenado das águas pluviais, as bermas das bancadas
remanescentes do “pit”, terão suave inclinação contraria ao relevo natural de modo a concentrar
o fluxo d’água no sopé de cada talude. No sentido longitudinal as bancadas apresentam topografia
nivelada resultando em fluxo d’água lento em direção aos canais de drenagem natural existentes.
Este mesmo procedimento será adotado nos bota-foras. As vias de acesso, quando necessário,
serão protegidas contra erosão pluvial por sistema de valetas, já implantados na área.
Desta forma toda água pluvial que venha a circular nas áreas de intervenção dos trabalhos de
lavra, será canalizada através de um sistema de drenagem artificial para o sistema natural local,
com possibilidade de parte desse volume ser depositado no tanque de decantação, localizado na
base da serra e próximo das áreas sujeitas à intervenção de trabalhos exploratórios.
A fim de evitar o carreamento de qualquer tipo de partícula e/ou fragmentos pela ação de águas
pluviais, para o leito do Riacho dos Quatis, o maior e mais importante curso d’água temporário da
área, as barragens de proteção já existentes, localizadas próximas à confluência dos córregos, com
o referido Riacho, serão de imediato revisadas e ampliadas, de modo impedir a obstrução de
cacimbas e/ou minações que possam eventualmente existirem fora da área autorizada para a
lavra.

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Figura 07: Sistema de drenagem proposto
Fonte: Estudo de médio impacto – R.E.D GRANITI MINERAÇÃO, 2018.

3.3. Informações sobre as áreas do DNPM


 Número de processo: 871.610/1996
 Regime de exploração e aproveitamento: Concessão de lavra aprovada no dia 18/07/2008
pelo DNPM, o aproveitamento estimado é de 40%.

3.4. Informações sobre as áreas no DNPM


 Número de processo : 871.610/1996
 Regime de exploração e aproveitamento: Concessão de lavra aprovada no dia 18/07/2008
pelo DNPM, o aproveitamento estimado é de 40%.

3.5. Arranjo geral da lavra

 Área da poligonal requerida ao DNPM (ha): 24,4


 Área de serviços, apoio administrativo e infraestrutura de acesso, produção e escoamento
do minério (ha): 0,01
 Área de lavra em seus diferentes alvos, frentes e desenvolvimentos (ha); 0,6
 Área de disposição de resíduos (estéril, rejeito) (ha); 0,000283
 Área de servidão: canteiro de obras, áreas de empréstimo e bota-fora, paióis, pátio de
manobras, escritório, refeitório, oficinas, alojamento, acessos, etc (ha); 0,377

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3.6. Quadro de funcionários

Os trabalhos de lavra serão desenvolvidos de segunda a sexta feira, com 44 horas semanais, diário
de 7 horas às 17 horas, com pausa das 11-12 horas para almoço.

3.7. Sistema de drenagem

Com o intuito de dimensionar as estruturas necessárias para a drenagem pluvial para o


empreendimento, foram calculados pela empresa parâmetros como bacia de drenagem,
intensidade pluviométrica, entre outros, conforme descrito abaixo.
A área de drenagem da bacia contribuinte a montante do ponto objeto do projeto foi determinada
em ambiente GIS (Sistema de Informação Geográfica) com o emprego dos Softwares Global
Mapper e ArcGIS. Para o cálculo da área de drenagem foi empregado o MDE (Modelo Digital de
Elevação), obtidos a partir do levantamento planialtimétrico cadastral, em formato Geotiff e
arquivo vetorial em formato shapefile. No software Global Mapper o modelo digital foi vetorizado
e extraídas as curvas de nível com espaçamento de 2 metros .
Para determinar a bacia de contribuição, foi empregada a ferramenta “Hydrology Modeling
Watershed”. A área de drenagem da bacia de contribuição a montante do ponto de intervenção
possui aproximadamente 10,2 hectares.

Com o intuito de reduzir o impacto das águas pluviais, deverão ser construídas as canaletas de pé
e crista, e caixas secas, de modo que atenderem ao fluxo hídrico elevado do período de maior
pluviosidade anual. A canaleta de crista deve ser localizada sobre o talude, com o desígnio de
reduzir o escoamento na sua direção, amortizando sua erosão. A canaleta de pé tem o objetivo de
direcionar o fluxo de água na base do talude, evitando a erosão, para as caixas secas.
As caixas secas devem ser construídas na base do talude, promovendo a drenagem para o curso
hídrico, retenção de partículas e infiltração da água no perfil. A cada união entre canaletas
principais deverá ser construída uma caixa seca, com intuito de reduzir a energia cinética das
águas pluviais. Nas canaletas construídas no sentido crista para pé do talude, deverão ser
estruturas escadas para dissipação de energia.
Na figura 14 se observa o mapa com as canaletas de drenagem projetadas para coletar o fluxo
hídrico pluvial das áreas de influência do projeto. As canaletas foram projetadas para coletar e
direcionar de maneira eficiente as águas pluviais que podem incidir sobre os taludes.

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Figura 08: Mapa de detalhe das estruturas de drenagem, contemplando as canaletas de drenagem em azul, a caixa de
decantação em amarelo.
Fonte: Estudo de médio impacto – R.E.D GRANITI MINERAÇÃO, 2018.

3.8. Informações sobre o tipo de lavra.

a) Lavra a céu aberto

Considerando as características geológicas apresentadas pelo depósito, principalmente aquelas


relacionadas ao modo de ocorrência sob a forma de veio, associados às condições do relevo, no
qual o desnível verificado entre a cota de base e a cota do topo do jazimento, é comprovadamente
superior a 100 metros, o método de lavra a ser utilizado será a céu aberto em bancadas.
As características dessas bancadas acham-se descritas em detalhes no presente estudo. O método
a ser utilizado prevê a utilização de fio diamantado para a separação dos painéis e de furação com
perfuratrizes manuais para o levante do painel e a separação dos blocos. O fio diamantado
consiste, em cabo de aço inoxidável ou naylon, com incrustações de pequenos diamantes
dispostos em “inserts” de forma cilíndrica com separadores flexíveis (borracha, plástico).
A operação completa pode ser detalhada conforme segue:
Definido o painel a ser cortado (dimensões aproximadas de 6,4m de altura e 6,4m de largura), com
a utilização de perfuratrizes manuais (marteletes) executa-se 03 furos ortogonais com diâmetro de
“ 3/4", que se intercomunicam entre si no interior da rocha. Nestes furos, em operações isoladas,
é introduzido o fio diamantado que após emendado é conectado à máquina de corte.
Os cortes laterais que definem o painel são, então, executados pelo fio diamantado passando-se a
seguir para a próxima etapa que é a realização do levante da bancada. Executa-se a furação de
levante (furos horizontais na base da bancada), que são preenchidos com massa expansiva que
proporcionará o deslocamento da base do painel.
Finalizada esta etapa tem início o fatiamento da bancada que é executado em sequência unitária
com utilização de perfuratrizes manuais, seguindo uma furação alinhada e espaçada de 20 x 20 cm
com afastamento aproximado de 1,67 m e utilização de massa expansiva. Cada fatia é derrubada,
com auxílio da pá carregadeira e/ou guinchos, em cama de areia estando desta forma, prontas
para divisão em blocos.

Obedecendo ao mes mo espaçamento de furos (20 x 30 cm) a fatia é esquadrejada nas medidas de
3,20 m x 2,0 x 1,8 e os furos novamente preenchidos com massa expansiva gerando, então, os
blocos que serão arrastados até a área de estocagem onde passarão pelo serviço de
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aparelhamento que consiste em dar acabamento aos blocos com ferramentas manuais (marreta e
pixote).
A lavra terá sistema de valetas nos pés das bancadas e vias de drenagens nos pátios, para o
escoamento de águas superficiais para os drenos naturais.
Os taludes terão ângulo de inclinação de 90°, o avanço da lavra será no sentido ascendente,
acompanhando as curvas de nível do terreno.
Os trabalhos seguirão a seguinte sistemática:

- Limpeza da área a ser lavrada;


- Transporte do solo (quando houver) até local apropriado;
- Desmonte e carregamento do estéril (quartzito intemperizado);
- Transporte do estéril até local apropriado;
- Desmonte do painel do quartzito;
- Fatiamento do painel em blocos;
- Movimentação dos blocos até o pátio de estocagem;
- Carregamento dos blocos para o transporte;
- Recuperação da área exaurida (painéis).

Considerando que em princípio na frente de lavra existente na jazida, estima-se que inicialmente
poderão ser utilizados entre outros os seguintes equipamentos e insumos:

1 – Escavadeira
1 – Pá Carregadeira
1 – Grupo Gerador
1 – Máquina de Fio Diamantado
1 – Compressor e Marteletes
1 – Fundo Furo Elétrico

O desenvolvimento b ásico necessário, para se iniciar as atividades de lavra, constará de:

a) Sistema de acesso entre frentes de lavra, pátio de estocagem dos blocos e área de depósito do
material de capeamento (solo e estéril);
b) Sistema de drenagem para escoamento de águas superficiais;
c) Revisão e/ou ampliação das barragens para contenção de sedimentos no tanque de decantação
situado na base das áreas de lava (Serra dos Quatis);
d) Preparação de áreas para estocagem de blocos de quartzito e para depósitos de estéril e solo
orgânico quando necessário;
e) Decapeamento dos bancos e afloramentos do minério intemperizados para liberação da área a
ser explorada à medida que os trabalhos forem prosseguindo, novas frentes serão abertas
(decapeadas). O material resultante dessas operações será depositado em áreas pré estabelecidas
de forma adequada para diminuir o impacto visual da pedreira.
O sistema de drenagem obedecerá a padronização natural existente, sendo que as valas e
canaletas (algumas já efetuadas) continuarão sendo dispostas a facilitar o escoamento das águas
superficiais até as barragens. As barragens existentes na área continuarão promovendo a retenção
e decantação lixiviadas durante a extração do minério, os quais deverão ser posteriormente
retirados, quando necessário, e depositados em locais apropriados.
Os blocos são arrastados da frente de lavra aos pátios de depósito pela carregadeira através de
cabo de aço, onde serão feitos, se necessário, serviços de acabamento. O sistema de
carregamento é feito por degrau no terreno (barranco), onde a carregadeira empurra o bloco até
a carroceria ou prancha do caminhão.

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Em área apropriada os blocos serão estocados, numerados e disponibilizados para o mercado
consumidor. Caminhões (carretas) terceirizados transportarão os blocos para o porto de Vitória
onde o material é embarcado para o mercado externo ou para outras localidades para atender ao
mercado interno.

Os estéreis e rejeitos serão lançados em um bota fora localizado nas imediações da jazida. Os
solos serão estocados em área pré-selecionada para esta finalidade, para futura utilização na
recuperação de áreas degradadas.

b) Beneficiamento/Indústria

O produto da lavra, blocos de quartzito, será comercializado sem qualquer processo de


beneficiamento mecanizado.

3.9. Insumos da lavra.

Os insumos utilizados na operação de lavra serão:


 Água;
 Óleo Diesel;
 Massa Expansiva;
 Pneus;
 Peças de Manutenção;
 Lubrificantes;
 Fio diamantado;
 Haste perfurante;
 Cone bit;
 Fundo Furo.

3.10. Logística de transporte de minério.

O transporte de Rochas Ornamentais é basicamente terrestre, podendo ser feito pelo modo
Rodoviário e/ou Ferroviário. O Rodoviário é o que predomina no setor, sendo o mesmo muito
usado no suprimento e na distribuição dos Blocos de Rochas Ornamentais. Isso se deve ao fato de
grande parte das jazidas se localizarem em pontos diferentes, impedindo que a malha Ferroviária
atenda à Região como um todo, sendo basicamente usada para escoar a produção de Rochas para
o porto. Esse modelo de transporte se torna limitado, pois deixa a desejar na questão de
atendimento ao cliente em seus diversificados pontos de beneficiamento, fazendo com que as
empresas optem pelo transporte Rodoviário no escoamento de seus blocos.

Transporte Interno – Os blocos carregados serão feitos na própria concha por pá carregadeira com
capacidade para transporte dos blocos da frente de lavra até um local determinado, seja
estocagem inicial, seja para a carreta, efetivando assim o carregamento, situado na própria praça
de manobras, depositado de maneira tal a não atrapalhar o trânsito de máquinas e pessoas. A
movimentação de blocos será feita apenas quando estritamente necessária, para liberar as
bancadas de extração e para transportá-los para a área de carregamento. Se o equipamento tiver
um porte suficiente para carregar e transportar o bloco sem que seja necessário tombá-lo, este
procedimento será preferível.

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Carregamento – O carregamento dos blocos será realizado com o auxílio de pá carregadeira, é
projetado um local especifico para o carregamento com um desnível, onde a carreta se posiciona
no local mais baixo e carregadeira fica no nível da carroceria, isto diminui o risco de acidentes. Os
blocos refugados, sem valor econômico, deverão ser utilizados para construir barreiras de
contenção ao pé dos depósitos de rejeitos e em locais de instabilidade.

Transporte Externo à Mina – Os veículos (carretas) que transportarão os blocos até seu destino
final serão contratados de terceiros. Os blocos serão transportados por empresas terceirizadas
sendo de nossa responsabilidade a entrega dos blocos no porto de destino, quando se tratar de
exportação.
Quando se tratar de vendas no mercado interno o transporte desde a jazida até o destino final é
do comprador, inclusive com a contratação de terceiros ou uso de veículos próprios.

Abaixo seguem algumas rotas com as respectivas distâncias da cidade de Tanque Novo (local da
extração) até os portos de escolha da empresa para destinação dos blocos (Porto de Vitória – ES) e
a rota detalhada:

Figura 09: Rota detalhada de Tanque Novo-Ba até Vitória da Conquista-BA.


Fonte: Estudo de médio impacto – R.E.D GRANITI MINERAÇÃO, 2018.

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Figura 10: Rota detalhada de Vitória da Conquista-BA até Vitória – ES.
Fonte: Estudo de médio impacto – R.E.D GRANITI MINERAÇÃO, 2018.

3.11. Demanda por recursos ambientais e geração de efluentes, nas fases de instalação e
operação do empreendimento.

Durante a fase de implantação/operação do empreendimento haverá geração de efluentes, sendo


os efluentes gerados basicamente: esgoto sanitário, líquidos oleosos das atividades humanas.
Serão de responsabilidade do empreendedor o tratamento, controle e monitoramento dos
efluentes gerados durante todas as atividades do empreendimento.

Para tal, o projeto executivo do empreendimento dimensionou a instalação dos equipamentos


responsáveis pela coleta, separação, destinação e tratamento dos efluentes a serem gerados.
Os procedimentos para o gerenciamento de efluentes líquidos deverão seguir as orientações
apresentadas na Resolução CONAMA n° 430/2011, a qual dispõe sobre a classificação dos corpos
d’água e seu enquadramento, bem como, estabelece as condições e padrões de qualidade para o
lançamento de efluentes e, além disso, deverão ser seguidos os padrões estabelecidos para o
processo de aquisição de outorga. Vale ressaltar que, a partir de análises das recomendações
observadas nas normas técnicas pertinentes, e com base nas estimativas das cargas componentes
dos efluentes que deverão ser gerados, foram definidos os tratamentos e o monitoramento para
estabelecimento dos padrões de qualidade do efluente a ser lançado, durante as atividades do
empreendimento.

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a) Fonte(s) de abastecimento de água

Em relação ao consumo de água, que somente será necessário, durante o funcionamento do fio
diamantado, o qual é inexpressivo, cujo liquido após sair da rocha, será direcionado para o tanque
de decantação existente na jazida, ou para a rede de drenagem natural da área.
Toda água a ser utilizada será adquirida por caminhão pipa, a ser contratado, a qual será
depositada em reservatórios adquiridos pela mineradora, e situados nas partes altas da jazida e
liberadas através de mangueiras, por gravidade, até os pontos que estiverem em operação pelo fio
diamantado.
É pretensão da empreendedora, perfurar um poço profundo na área, para captação de água
subterrânea, o qual dependendo da vazão, atenderá às suas necessidades do líquido no setor, cuja
iniciativa, se obtiver resultados positivos, não dependerá mais do fornecimento de água por
terceiros.
A produção de blocos da rocha (quartzito) que constitui a jazida, prevê a utilização principalmente
de “fio diamantado” para o corte da rocha. Com o objetivo de resfriar o fio diamantado, e impedir
o seu desgaste mais rapidamente, essa operação é alimentada simultaneamente com água, a qual
embora sem nenhuma especificação, quanto à sua qualidade e conteúdo de impurezas, não deve
estar associada, entretanto a altos teores de solo, de natureza argilosa, barrento ou lama, o que
poderá provocar manchas por infiltração nos poros da rocha, fator que inviabilizará sua
comercialização, quando transformada em chapas polidas.
Estima-se que o método com fio diamantado, a ser empregado na jazida em estudo, irá operar em
média, 4h/dia, com um consumo de água de cerca de 75,0l/h, o que resultará num total de 300,00
l/dia, ou seja, mensalmente: 24 dias x 300,00 litros = 7.200 l/mês.

b) Fontes de abastecimento de energia

A energia fornecida será por geradores a diesel e se possível tendo estrutura será utilizada energia
elétrica fornecida pela Coelba.

c) Efluentes

Sanitários:

Os efluentes de uso sanitário gerados serão lançados em fossa séptica que a empresa irá
implantar no local, atendendo os parâmetros da Resolução CONAMA Nº 430, de 13 de maio de
2011.

Efluentes industriais:

Os efluentes líquidos industriais gerados serão basicamente os oleosos resultados das atividades
humanas que deverão passar por uma caixa separadora de água e óleo. As áreas de
abastecimento de combustíveis, oficinas e manutenção dos veículos e equipamentos serão
cobertas e pavimentadas com piso impermeável, com canaletas de drenagem superficial
direcionadas à caixa separadora.
Terão, ainda, bacias de contenção localizadas abaixo das conexões das mangueiras de
combustível, óleo ou graxas.
As águas de drenagem, provenientes de todos os locais passíveis de contaminação com óleo,
deverão ser encaminhadas a um sistema de separação água‐óleo, seguido de destinação
apropriada do óleo.

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Para isso deverão ser instaladas caixas separadoras de água e óleo, de forma a recolher e separar
as águas de lavagem de máquinas, equipamentos e veículos.

d) Emissões atmosféricas

Pontos de geração e ressuspensão de particulados:

O funcionamento e movimentação das máquinas, equipamentos e caminhões durante o processo


de lavra possibilitarão a geração de ruídos e lançamento de material particulado na atmosfera,
causando impactos que atingirão a fauna e flora da área de entorno e aos operários que ali
trabalham. Esse impacto é considerado desprezível, pois apenas a poeira levantada pelos
marteletes e pelo tráfego de
veículos, bem como a emissão de monóxido de carbono por tais veículos representa o impacto
relacionado com a atmosfera.
O impacto pela emissão de poeira na operação das perfuratrizes atinge apenas os operários
envolvidos com a atividade. A poeira na estrada não é significativa, pois os veículos maiores
trafegam com tanto peso que sua velocidade é bastante reduzida para levantar muita poeira.
Quanto ao monóxido de carbono, embora também reduzido e de fácil dispersão nessa área, pode
ser minimizado com um
rígido controle, visando uma melhor regulagem dos veículos que trafegam na área.
Apesar do empreendimento funcionar em local isolado e desprovido de habitações, caso seja
necessário, poderá ser implantado um sistema de umidificação de vias, na intenção de eliminar
impactos nesse sentido.

Sistemas de controle e mitigação:

Para mitigação desse impacto, será utilizado, assim como em todos os empreendimentos do
grupo, um equipamento denominado hidrojet, que utiliza água na perfuração e a emissão é
praticamente zero. Pensando ainda na saúde do trabalhador, é fornecido um completo
Equipamento de Proteção Individual (EPI), contendo máscaras de proteção para o rosto.
Para conscientização dos operários em relação ao uso de tais equipamentos, a equipe de
segurança do trabalho promoverá palestras, alertando-os quanto aos riscos de doenças futuras
(como a silicose) proveniente da falta de prevenção.
A UNIMAG – UNIVER SAL MÁRMORES E GRANITOS LTDA utiliza os EPI’s onde são fornecidos para
que todos empregados tenham o mesmo padrão de proteção respiratória quanto ao fornecimento
de EPI’s. Os respiradores utilizados são:

- Respirador purificador de ar tipo peça semifacial filtrante para partículas PFF2, marca Air Safety
com CA nº. 11185.
- Respirador purificador de ar tipo peça semifacial filtrante em silicone com filtros mecânicos,
marca 3M com CA nº 12011.

Apesar de já estar definido qual respirador a ser utilizado é necessário realizar acompanhamentos
quanto ao empregado (usuário) se está utilizando o respirador com o rosto bem barbeado,
observando o conforto, se causa alguma irritação ou alergia no usuário.

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e) Resíduos sólidos

- Resíduo Doméstico
Os restos de comida serão separados em recipiente identificado com etiquetas na cor CINZA. Estes
resíduos devem ser destinados para a coleta pela Prefeitura, ou poderá ser implantado na
empresa um básico sistema de compostagem, gerando assim adubo.
Os resíduos sólidos (papel, plástico, metal – Não contaminados com óleo e/ou produtos químicos),
serão estocados como material não perigoso (Classes IIA e IIB), em lixeiras com tampa,
identificados nas cores AZUL (Papel, Papelão), VERMELHO (Plástico), AMARELO (Metálico). Estes
resíduos serão acondicionados em recipiente próprio e encaminhados para empresa interessada
na cidade.
Os efluentes de uso sanitário gerados serão lançados em fossa séptica que a empresa irá
implantar no local.

- Resíduos Sólidos
Resíduos sólidos perigosos (Classe I da NBR 10.004 da ABNT) serão segregados de outros resíduos,
armazenados em tanques, tambores lacrados, bombonas, caçambas ou contêineres, identificados
na cor LARANJA, e encaminhados para destinação em empresa de gerenciamento de resíduos
detentora de competente Licença Ambiental onde serão destinados de forma adequada.
Os óleos lubrificantes usados são armazenados em bombonas próprias e recolhidos por empresa
especializada em transporte e re-refino de óleos usados. A coleta e destinação final dos resíduos
sólidos será realizada por empresa devidamente licenciada para a coleta, transporte e destinação.

f) Ruído

O funcionamento e movimentação das máquinas, equipamentos e caminhões durante o processo


de lavra possibilitarão a geração de ruídos, porém esse impacto foi considerado de baixa
magnitude, referindo-se às atividades das perfuratrizes e, quando necessário. Como medida
mitigadora sugere-se também o uso rigoroso de EPI para todos os operários envolvidos, com o uso
constante de protetores auriculares e capacete.

g) Sistemas de segurança/emergências

Em caso de ocorrência de acidente, onde a vítima precisa ser removida para centro de
atendimento, devem ser tomadas as seguintes providências:

-Acidente de gravidade baixa (pequenas escoriações, contusões, etc.)


Encaminhar a vítima para onde se encontra o material de primeiros socorros e pessoal treinado
para o atendimento.
- Acidente de gravidade média e alta

Encaminhar a vítima p ara onde se encontra o material de primeiros socorros e pessoa treinado
para o atendimento. A pessoa treinada deverá decidir quanto à gravidade do quadro do paciente
se deverá realizar o encaminhamento para o Hospital mais próximo.

 Recomendações gerais
- Permitir que só operadores treinados opere os equipamentos de carga e transporte.
- Cuidar para que todos componentes móveis de máquinas e equipamentos sejam dotados de
proteção para impedir o contato acidental do trabalhador.

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- Exigir o uso de luvas de raspa, óculos de segurança, capacete, botina de segurança para as
atividades de carga e descarga de Blocos de Quartzito.
- Use sempre EPI, recomendado para área onde você está ou no seu local de trabalho.
- Inspecionar o EPI sempre que for utilizá-lo, não devendo entrar em área de risco com o
equipamento danificado ou que esteja necessitando de manutenção.
- Manter o EPI sempre limpo e higienizado.
- Após o uso do EPI guardá-lo em local apropriado, previamente determinado, limpo, higiênico de
fácil acesso e dentro de um saco plástico.
- Efetuar limpeza, inspeção e manutenção do EPI periodicamente.
- Não sujar, nem danificar o EPI.
- Nunca deixar o EPI sobre equipamentos e locais não apropriados.
- Solicitar substituição dos EPI quando danificado ou extraviado.
- Nunca deixe cabos elétricos espalhados pelo chão ou submersos em água.
- Ajude o novato, lembre-se que você já foi um.
- Não pegue peso que você não aguente, peça ajuda.
- Não corra, ande.
- Ao usar escadas verifique se há degraus ou estruturas com trincas e/ou quebradas, se o pé da
mesma está no material antiderrapante.
- Verifique sempre o piso por onde anda, veja se não há saliência ou depressões (buracos).
- Se não for habilitado para a atividade não a faça.
- Não utilize ar comprimido para sobrar roupa ou corpo.
-Para descarregar ou carregar blocos de quartzito em carretas verificar o nivelamento do piso para
não provocar acidentes de trabalho.
- Ao carregar uma carga de blocos, tenha certeza de que esteja bem arrumada, confirme com o
motorista se o bloco está em boas condições para a viagem.
- Seja sensato, não faça nada que você não conheça, na dúvida procure a sua chefia.
- Ao operar pá carregadeira ou qualquer equipamento móvel, não permita que peguem carona.
- Limpar também é não sujar, jogue o lixo no lixo não suje e não deixe ninguém sujar o seu local de
trabalho.
- Faça inspeção do seu local de trabalho e proponha a solução da anormalidade encontrada e
cumpra para não gastar tempo com análise de acidentes.
- Na jazida de quartzito (pedreira) não se acomode se seu local de trabalho está empoeirado,
jogue água no local, comunique ao seu chefe imediato e negocie a melhor maneira de jogar água
no seu local de trabalho.
- Nunca faça intervenção de manutenção em equipamentos energizados, pressurizados ou em
movimento. MOVIMENTAÇÀO ZERO, PRESSAO ZERO E ENERGIA ZERO.
- Ao iniciar o seu trabalho faça uma análise de risco. Olhe em cima, olhe atrás, olhe em baixo, olhe
na frente. Pense no desenrolar do seu trabalho, se acontecer algo tome medidas e/ou
providencias para bloquear o evento indesejável (acidente). PREVENIR é MELHOR QUE REMEDIAR.
- Você é o maior responsável pela sua vida. Não arrisque sua saúde ou integridade física. Em
situações de alto risco pare a sua tarefa e chame o seu chefe imediato para as devidas
providências.
- Não pegue carona em nenhum equipamento, o veículo para transporte de pessoas tem que ser
dotado de toldo e bancos e atender as exigências da NR-18.
- Toda escada de mão deve ter até 7 metros de extensão e o espaço entre os graus deve ser
uniforme variando entre 23 e 30 cm e devendo ultrapassar 01 metros o piso superior; ser fixado
no piso inferior e superior. Usar dispositivo ante derrapante no pé das escadas.
- Antes de operar qualquer equipamento faça observação geral na área e no mesmo
assegurando estar em condições de funcionamento e de operação.
- Não fique na á rea de operação de equipamentos, mantenha-se afastado da área de ação dos
mesmos.
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Como não serão realizadas detonações na área do empreendimento em virtude da fragilidade do
material, não é necessária a instalação de alarmes de detonações.

4. Caracterização Ambiental

O diagnóstico ambiental a seguir é de única e total responsabilidade da empresa requerente e de


seus respectivos consultores.
4.1 MEIO FÍSICO

4.1.1 Hidrografia
A rede hidrográfica da região, pertence à bacia do Rio Paramirim, afluente do São Francisco. Tanto
o Paramirim como seus afluentes da margem direita, provenientes da Chapada Diamantina
ocidental, são intermitentes.
A bacia do Rio Paramirim situa-se na região Centro-Oeste do Estado da Bahia, compreendendo a
Região Administrativa das Águas – 8 (RAA-8) que envolve além do Rio Paramirim, as bacias dos
rios Santo Onofre e Carnaíba de Dentro, e as sub-bacias do Rio São Francisco do trecho da margem
direita compreendido entre a divisa com o Estado de Minas Gerais e a cidade de Morpará.
Por sua vez, a área pesquisada abrange 751 km² da bacia e apresenta uma rede de drenagem
muito pobre, constituída por córregos e riachos temporários, com nascentes locais dos quais o
principal é o riacho dos Quatis, que corta transversalmente o “trend” das rochas locais.

4.1.2 Hidrogeologia
Aproximadamente 15% da área do Estado (84.300 km²) são cobertas por metassedimentos, com
maior percentual em áreas de precipitações inferiores a 800 mm/anuais. Os metassedimentos
formam aquíferos livres de natureza fissural, similarmente aos aqüíferos cristalinos. Diferenciam-
se destes, entretanto, por vazões mais elevadas e por menor salinização de suas águas, em parte,
devido à sua composição litológica rica em quartzo e, por ocorrerem em regiões de topografia e
pluviosidade elevadas, como, por exemplo, a Chapada Diamantina.
A área encontra-se inserida no domínio dos aquíferos metassedimentares na Unidade
Hidrogeológica da Chapada Diamantina, caracterizados por padrões de drenagem que variam de
dendrítico a paralelo. A densidade de drenagem também é predominantemente elevada, variando
de alta e média. A unidade aquífera apresenta lineamentos dos rios com direções para
NNW/NNE/E-W.

4.1.3 Clima
A área está englobada na região do semiárido, onde ocorre o tipo climático Bsh(koeppen),
caracterizado por precipitações anuais inferiores a 750 mm e, em alguns locais inferiores a 500
mm, concentrados quase que totalmente nos meses de verão (novembro a abril). Atualmente tal
regime está sujeito a algumas variações, provocadas por fenômenos do tipo “el niño” etc.
No gráfico da figura 03, está representada média histórica de prestação mensal para o município
de Tanque Novo. Ao avaliar os valores mostrados, nota-se a sazonalidade característica da região.
Os meses de novembro a março, apresentaram maiores médias pluviométricas, sendo o mês de
dezembro o mais chuvoso, chegando a registrar 158 mm. E os meses de maio a setembro,
apresentaram as menores médias, sendo o mês de agosto o mais seco, com 05 mm. A média
histórica anual é de 758 mm.

21
O período que apresenta as temperaturas mais elevadas estende-se de outubro a abril, logo,
sendo estes os meses mais quentes do ano, contudo o mês de fevereiro se sobressai, atingindo a
média máxima de aproximadamente 30º C e mínima de aproximadamente 18º C. O mês de julho
possui temperaturas mais amenas, com registro de medidas mínimas de aproximadamente 15º C.

Figura 11: Gráfico de caracterização do clima


Fonte: Estudo de médio impacto – R.E.D GRANITI MINERAÇÃO, 2018.

- Regime de Ventos
a) Direção
No limite oriental, os ventos predominantes são do setor sudeste durante os doze meses do ano.
No (sudoeste) predominam os ventos do setor leste durante todo o ano, enquanto que em (oeste)
a direção predominante é sul, virando a sudeste durante o fim do inverno e a primavera. Na
estação da Barra (noroeste) os ventos predominantes são do setor nordeste, mudando para o
leste nos meses de verão.

b) Velocidade
A velocidade média do vento cresce com a altitude. A média anual mínima da região, corresponde
em média 1,7 m/s a 4,2 m/s. Os maiores ventos na região acontecem em setembro. Em geral o
inverno apresenta uma média maior do que o verão e o outono, incrementando a capacidade de
evaporação da atmosfera. O mês de mínima não é claramente definido, mas acha-se entre
fevereiro e abril.

4.1.4 Geologia
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Com base nos dados levantados no campo, somados às consultas ao acervo bibliográfico
existente, conclui-se que a área ora pesquisada integra grandes conjuntos deposicionais,
atribuídos ao Proterozoico Médio a Superior englobadas com a denominação de “UNIDADE
ESPINHAÇO SETENTRIONAL”.
O Espinhaço Setentrional forma uma cordilheira, designada no Estado da Bahia com “Serra do
Espinhaço”, com altitudes médias em de 1.000m, direção NNW, largura de 6 km no sul (Caetité,
Jacarací) e 30 km no norte (Macaúbas, Oliveira dos Brejinhos). Na altura do paralelo 12° S, a
cordilheira ramifica-se triangularmente nas serras do Estreito, Boqueirão e interliga-se à
extremidade noroeste da Chapada Diamantina.
Estruturalmente o Espinhaço representa uma faixa sedimentar relativamente estreita, na qual
visualiza-se facilmente a presença de dobras apertadas, intercaladas por falhas longitudinais
(falhas do Estreito, Boqueirão, Santo Onofre, Caetité, Jacarací).
A integração e compatibilização de trabalhos existentes, desde 1980, resultaram na proposta de
divisão da região do Espinhaço Setentrional também denominado “Super Grupo Espinhaço” em
dois grupos, enumerados e descritos sumariamente a seguir, em ordem estratigráfica ascendente:
1º - Grupo Borda Leste, compreendendo a porção basal do pacote sedimentar que sustenta a
Serra do Espinhaço no Estado da Bahia.
2º - Grupo Serra Geral, representado pela “Seqüência Deposicional Espinhaço” constituída
basicamente de quartzitos com estratificação cruzada de grande porte, de origem fluvial e
também eólica, bem como de quartzitos com intercalações de filitos.
Por sua vez, o Grupo Serra Geral acha-se atualmente subdividido em 4 formações, as quais da
base para o topo são as seguintes:

- FORMAÇÃO SALTO (PMsa)

- FORMAÇÃO SITIO NOVO (PMsn)


- FORMAÇÃO SANTO ONOFRE (PMog)
- FORMAÇÃO SANTO ONOFRE (PMso)

Vale ressaltar, que dos trabalhos consultados, até a elaboração deste Relatório, não foi
encontrado nenhum dado ou referência, que permita relacionar os depósitos de Dumortierita, em
associação com os quartzitos regionais, ora pesquisados, a uma das formações acima
mencionadas.
Quanto a esse aspecto, de difícil definição, os referidos depósitos foram aqui considerados, com
base nos levantamentos de campo, como pertencentes à Formação Santo Onofre (Pmog), do
Grupo Serra Geral – Supergrupo Espinhaço do Proterozoico Médio, a qual acha-se constituída
predominante por camadas de quartzitos grossos, maciços, normalmente gradados, de espessura
centimétrica a métrica, que ocorrem intercalados nos filitos próximos ao topo.

4.1.5 Pedologia e Geomorfologia


Do ponto de vista geomorfológico, a região apresenta uma unidade marcante. Trata-se da planície
do Rio Paramirim, esculpida sobre rochas gnáissicas e migmatíticas. A oeste da sede municipal de
Tanque Novo desponta a Serra do Espinhaço, cujos metassedimentos detríticos estão estruturados
constituindo uma cadeia de montanhas, que atravessa na direção N-S grande parte do Estado da
Bahia.
Situada dentro do domínio geomorfológico anteriormente descrito, a área pesquisada cobre
parcialmente a Serra dos Quatis, na sua borda leste, de topo bem aplainado e encostas de forte
declive, a qual apresenta uma cota máxima em torno de 1.200 metros.
O desenvolvimento dos solos em geral é controlado por fatores geológicos (tipo de rocha), relevo,
presença de matéria orgânica e clima. Tendo como base o mapeamento pedológico desenvolvido
23
pelo PROJETO RADAMBRASIL, a área em estudo encontra-se na transição entre duas formações de
solos com ocorrência extensiva no contexto da Serra do Espinhaço e Chapada Diamantina –
Latossolos Vermelhos-Amarelos e Solos Litólitos.

• Latossolos Verm elhos-Amarelos


Esta classe apresenta solos com horizonte A fraco, pouco espessos, com baixos teores de matéria
orgânica e baixa média de saturação em alumínio. Este horizonte B de forma difusa, constituindo-
se em latossolos típicos (horizonte B latossólico), com profundidade superior a 150 cm.
Quimicamente são solos ácidos (pH 4,1 a 5,8), com baixa a média capacidade e troca e saturação
em bases baixa a alta, apresentando por vezes caráter álico. Compreende solos álicos, distróficos e
eufóricos. Fisicamente são bem drenados, profundos, com textura predominante média, e
características favoráveis ao uso na agricultura.
• Solos Litólitos
Compreende solos pouco desenvolvidos, com espessuras entre 20 a 50 cm, sequência de
horizonte A e C, por vezes ocorrendo formação de B incipiente ou somente a horizonte A fraco e
moderado assentando sobre a rocha, textura arenosa e média. Abaixo deste horizonte ocorrem
fragmentos de rochas na glanulometria seixo a calhau, além de fragmentos intemperizados
relacionados ao material originário. De acordo com a natureza do substrato apresentam caráter
distrófico. Ocorrem principalmente no contexto da Serra do Espinhaço, portanto em relevo
montanhoso, escarpado e acidentado. Na área do projeto este tipo de solo cobre boa parte das
rochas quartziticas do Supergrupo Espinhaço.
Quimicamente são solos ácidos (pH 4,1 a 5,8), com baixa a média capacidade e troca e saturação
em bases baixa a alta, apresentando por vezes caráter álicos. Compreende solos álicos, distróficos
e eufóricos. Fisicamente são bem drenados, profundos, com textura predominante média, e
características favoráveis ao uso na agricultura.

4.2 MEIO BIÓTICO

a) Vegetação
A vegetação reflete, quase sempre, a interação de três importantes condicionantes: clima, relevo
e litologia. À medida que estes fatores variam, promovem alterações na fitofisionomia.
Normalmente estas mudanças não se dão de forma brusca, mas gradativamente, promovendo o
aparecimento de transições entre os domínios florísticos que se constatam, na forma de ecotono
(mistura) ou de encrave. Estas transições são definidas como Zona de Tensão Ecológica – ZTE
(PROJETO RADAMBRASIL, 1982).
O empreendimento proposto encontra-se localizado no Supergrupo Espinhaço, em contexto
serrano, em que se evidencia três tipos fitofisionômicos distintos (vales, meia encosta e topo)
caracterizando uma Zona de Tensão Ecológica com contato do tipo ecotono (mistura) entre as
formações, floresta estacional, caatinga e cerrado.

• Caatinga
A vegetação de caatinga (estepe) tem suas atividades fenológicas adaptadas a um ritmo periódico
em que alternam frio excessivo e curta estação seca ou aridez com curto período úmido. Desta
forma, a estepe nordestina – Caatinga corresponde ao “bolsão tropical árido mundial” e está
ligada a estacionalidade fisiológica provocada por um longo período seco de 7 a 9 meses ou mais,
podendo até se prolongar por alguns anos sucessivos, associados à alternância de curtos períodos
das chuvas.
24
A Caatinga possui numerosas plantas suculentas, sobretudo cactáceas, além de representantes de
vegetação estacional-decidual como os estratos arbóreo e gramíneo-lenhoso. As árvores são
baixas, raquíticas, de troncos delgados e com engalhamento profuso. Muitas espécies são
microfoliadas e outras são providas de acúleos ou espinhos. A maioria dessas espécies demonstra
que possuem adaptações fisiológicas bastantes especializadas à economia de água. Esta formação
encontra maior representatividade recobrindo o pediplano sertanejo, nunca existindo de forma
isolada e sim associada a vegetação mais densa de solos mais férteis ou à vegetação mais esparsa
sobre os solos arenosos.
Este tipo de vegetação é predominante na área pretendida destacando-se entre as espécies
arbóreas e arbustiva mais comuns a umburana de cheiro, o angico, a catingueira a jurema entre
outras.
• Cerrado
Caracterizada na região por um extrato arbustivo às vezes denso com espécimes arbóreos
esparsos ou formando pequenos aglomerados (geralmente arvoretas xeromorfas) e um extrato
herbáceo e gramíneo lenhoso.
A vegetação lenhosa apresenta casca grossa e rugosa e folhas bem desenvolvidas. São bem
adaptadas a solos deficientes e ácidos. Na região que engloba a área do projeto está associada a
solos arenosos com baixa fertilidade e a áreas de maiores altitudes.

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b) Fauna
A região da caatinga, apesar de apresentar um clima adverso (seco), caracteriza-se por apresentar
uma fauna muito rica e diversa. Dentre os grupos identificados, as aves e os insetos são os mais
abundantes na fauna regional. Os insetos apresentam-se com alta frequência e variedade por
todas as localidades da região, propiciando o equilíbrio trófico, tendo em vista que é de natureza
insetívora, grande parte das espécies de aves lá existentes.
Foram também identificadas diversas espécies de répteis, anfíbios, além de roedores. Estes
últimos representam a ordem entre os mamíferos que apresentam maior diversidade. O equilíbrio
dinâmico da fauna vem sendo alterado pelas modificações profundas no ecossistema,
principalmente aquelas de origem antrópica.
Intervenções como a pecuária, caça predatória, ações de desmate, entre outras, levam
consequências como a escassez de alimentos, redução de espaço, interferência entre a
convivência das comunidades de forma que provoca um desequilíbrio no meio, causando
anomalias no seu crescimento atingindo o desenvolvimento natural das populações. Deduz-se daí
a importância para a sobrevivência das espécies animal e vegetal, de que haja uma interação entre
estas espécies. A região que engloba a área em estudo, apesar das intervenções que vem sofrendo
ao longo do tempo ainda preserva boa parte de sua fauna, certamente em consequência da
climatologia regional (baixos índices de pluviosidade e má distribuição das chuvas) que não
favorece a uma agricultura e pecuária intensiva permitindo a uma maior preservação da
vegetação original e abrigo maior da fauna. Alguns representantes da fauna regional, registrados
através de observação direta e por informações de moradores da vizinhança estão listados na
tabela abaixo.

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4.3 MEIO SÓCIO ECONÔMICO

O município de Tanque Novo localizado no centro-oeste da Bahia, fica distante 766 km, da capital,
Salvador. Foi emancipado politicamente, em 1985. Hoje é uma referência comercial, na região.
Localizada na Região da Chapada Diamantina, município emancipado no dia 25 de Fevereiro de
1985, sempre teve como importante os festejos de São João, sendo este o mês em que o
município mais recebe visitantes de outras cidades e estados a fim de prestigiar os movimentos
culturais.

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Figura 12: Localização do município de Tanque Novo no estado da Bahia
Fonte: Estudo de médio impacto – R.E.D GRANITI MINERAÇÃO, 2018

O município apresenta área total de 829 km², altitude média de 800 metros e a população no
último censo, em 2010, era de 16.128 habitantes e a densidade demográfica era de 22,31
hab/km². Já em 2016, a população estimada era de 17.797 pessoas.
Apresenta 1.9% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 88.6% de domicílios urbanos
em vias públicas com arborização e 0% de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização
adequada (presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio).
Em 2014, o salário médio mensal era de 1.7 salários mínimos. A proporção de pessoas ocupadas
em relação à população total era de 6.3%. Neste mesmo ano, o município tinha um PIB per capita
de R$ 6895.16. Na comparação com os demais municípios do estado, sua posição era de 212 de
417. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, em 2010 (IDHM 2010) era 0,599.
Os fatores climáticos, principalmente os baixos índices de pluviosidade, são barreiras que
dificultam um maior desenvolvimento das atividades agropecuárias no município, que embora
importantes no âmbito local não têm destaque regional.
A sede do município a presenta um comércio movimentado voltado para as necessidades da
população do próprio município. Possui energia elétrica, rede de telefonia e recebe sinais de redes
televisivas. Possui uma deficiente estrutura educacional e uma deficiente estrutura de saúde como
a maioria da região da qual faz parte. O setor produtivo apresenta como destaque a produção de
mandioca e feijão na agricultura enquanto nos efetivos animais se destacam a produção de
frangos e a de gado bovino.
A área em estudo localiza-se na zona rural, em uma faixa onde predomina a vegetação típica da
caatinga, sendo a pecuária incipiente e a agricultura de subsistência, as principais atividades de
uso e ocupação dos solos.
A mineração, principalmente, a extração de rochas para uso ornamental, vem ganhando destaque
na região, com a implantação de vários projetos, levando aos municípios envolvidos a oferta de
empregos diretos e indiretos além de movimentar o comércio no que toca à infraestrutura de
serviços.

28
Em termos de geração de mão de obra, o empreendimento, embora gere um pequeno número de
empregos diretos, se reveste de importância pela carência de oportunidades oferecidas pela
região. Esta mão de obra deverá privilegiar moradores do próprio município. Na sede municipal,
projeta-se a implantação do escritório / sede da empreendedora, onde se espera que seja suprida
a demanda de serviços pela infraestrutura existente.

4.3.1 Patrimônio Cultural


Como a área da ADA Área Diretamente Afetada do empreendimento possui histórico de
exploração mineral com intensa movimentação de solo, não podem ser observadas pinturas
rupestres, fosseis ou outros patrimônios culturais.
Os Bens Culturais conhecidos e catalogados pela Resultados da pesquisa IPHAN - Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional mais próximos da área em estudo estão localizados a 13
km Noroeste do empreendimento são observados dois Sítio Arqueológicos. São sítio de
salvamento e monitoramento arqueológicos denominados Morro do Serrote I e Morro do Serrote
II.
Como a distância destes Sítio é superior a 10 km não haverá impacto da operação do
empreendimento sobre eles.
Na hipótese de ocorrência de achados de bens arqueológicos na área do referido
empreendimento pela conservação provisória do(s) bem(s) descoberto(s), o empreendedor
deverá adotar as seguintes providências como: Suspender imediatamente as obras ou atividades
realizadas para a construção do empreendimento; Comunicar a ocorrência de achados à
Superintendência Estadual do IPHAN; Aguardar deliberação e pronunciamento do IPHAN sobre as
ações a serem executadas.

4.4 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

O empreendimento está localizado a 70 km da Unidade de Conservação mais próxima e está fora


de sua área de amortecimento.
A unidade de conservação mais próxima a área do empreendimento é uma APA – Área de
Proteção Ambiental, pertencente ao grupo das Unidades de Uso Sustentável, denominada Área De
Proteção Ambiental Serra do Barbado. Ela foi instituída sobre o Decreto nº 2.183 de 07/06/1993,
pelo Governo Estadual da Bahia e incide sobre os municípios de Abaíra, Érico Cardoso, Piatã, Rio
de Contas e Rio do Pires.
A APA contempla o ponto mais alto do estado, o Pico do Barbado, com 2.033 metros de altitude,
na Chapada Diamantina. Apresenta um complexo de ecossistemas como a caatinga, com suas
variadas nuances; os "gerais", campos rupestres de altitude; e o cerrado com vegetação variada.
Sua fauna é bastante diversificada, registrando-se a presença do macaco barbado, espécie rara
que dá nome a APA.

4.5 AREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

A área de preservação permanente localizada mais próxima do empreendimento é uma nascente


de um pequeno curso hídrico sem denominação. A área em licenciamento está localizada a 275 m
da nascente.
A área de preservação permanente da nascente, de acordo com a Lei nº 12.651, de 25 de maio de
2012, oriunda do Projeto de Lei nº 1.876/99, é de 50 m e a área do córrego é de 30 m, tendo em
vista que seu leito regular possui largura inferior a 10 m.

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30
5. Análise
PORTE DA ATIVIDADE/EMPREENDIMENTO
( ) Micro ( x ) Pequeno ( ) Médio ( ) Grande ( ) Excepcional

IMPACTO AMBIENTAL (POTENCIAL DEGRADADOR)


( ) Pequeno (p) ( ) Médio (m) ( x ) Alto (a)

FASE ATUAL DO EMPREENDIMENTO:


( ) Localização ( ) Implantação ( x ) Operação

5.1. Descrição:

A atividade objeto desta análise está contida na divisão B (mineração), do grupo B3 (minerais
utilizados na construção civil, ornamentos e outras), do subgrupo B3.5, segundo consta no anexo
IV do Regulamento da Lei Estadual n° 10.431/06 aprovado pelo Decreto Estadual n° 14.024/2012 e
alterado pelo Decreto Estadual n° 14.032/2012, classificando-se na Classe , como
empreendimento de pequeno porte e alto potencial poluidor.

5.2. Impactos Ambientais e Medidas de Controle do Meio Ambiente

5.2.1. Impactos nas Fases de Instalação e Operação


5.2.1.1 Impactos no meio físico

- Alteração paisagística
As medidas propostas para mitigação deste impacto serão de minimização e de reabilitação. As
medidas de minimização referem-se ao desenvolvimento de uma lavra programada e
racionalização do depósito. Como medidas de reabilitação são propostas revegetação de taludes e
manutenção do cinturão verde.

- Medidas de Mitigação
A minimização desse impacto se dará através do desenvolvimento de uma lavra programada,
sistemática, pelo método de rebaixamento sucessivo de bancadas, conforme descrito no item
“Processo de Produção”, cuja realização é de praxe pela empresa. A maneira como será
implantado o depósito influirá significativamente no impacto visual gerado posteriormente. O
local escolhido para implantação da pilha que receberá o estéril/rejeito gerado na área de
operação é caracterizado por topografia que favorece suavização do impacto visual.
A conformação final do depósito, como será discutido adiante, também influencia no seu aspecto

31
estético. Depósitos com grandes alturas e fortes declividades, apresentam um aspecto mais
agressivo ao ambiente natural, mesmo depois de revegetados. Para o presente depósito, prevê-se
uma configuração final em bancadas.

- Medidas de Reabilitação
Os taludes que devem ser revegetados referem-se ao depósito de estéreis e rejeitos, aterros de
estradas e bacia de contenção.
Os materiais estéreis serão depositados na pilha de estéril e rejeito que, por sua vez, não podem
ser revegetados a curto prazo, dado ao dinamismo com que se desenvolvem os trabalhos, na qual
ocorre contínua alimentação. Contudo, tão logo sejam liberadas áreas disponíveis para esse fim,
serão iniciados os trabalho s de revegetação, como ocorrido quando do fechamento da primeira
frente de lavra, onde se encontra o atual depósito.
O mesmo ocorreria com as estradas, onde a movimentação de máquinas nas vias é constante.
Ressalta-se, porém, que o trabalho de revegetação e as medidas de controle nessas foram
realizadas. Além disso, são constantemente monitoradas.

-Decapeamento do solo e alteração das suas características


Para este impacto serão implantadas medidas de minimização, que corresponderão a
racionalização no avanço da lavra, além da separação do solo superficial e estéril.

- Medidas de Mitigação
O avanço da lavra ocorrerá de forma racional, buscando os alvos selecionados pela sondagem, o
que implicará numa menor geração de material decapeado.

- Estabilidade de taludes
Os taludes do depósito de rejeito foram os principais pontos detectados como possíveis áreas de
instabilidade. A medida de mitigação proposta para este caso será de minimização.

- Medidas de Mitigação
O método construtivo para execução do depósito de estéril e rejeito será através da conjugação
de
uma deposição em “ponta de aterro” com uma configuração final de bancadas ascendentes.
A fim de conciliar medidas economicamente viáveis com técnicas ambientalmente corretas,
propõese a adoção dos seguintes procedimentos para deposição:
- Limpeza da encosta que servirá de fundação para o depósito, a fim de evitar futuras
instabilizações nessa interface.
- Depósito de material estéril e rejeito da lavra será, constantemente, feito a partir da crista do
depósito por basculamento;
- Periodicamen te esse material será transportado, a partir da sua base, para o local definitivo e
projetado, onde será compactado;
- A configuração final será em bancadas de no máximo 10 m de altura intercalados com bermas de
4 m de largura;
- Haverá um sistema de drenagem das águas pluviais para a bacia de contenção, que será tratado
a seguir.
- Alteração da rede de drenagem
Para a mitigação deste impacto serão propostas medidas de reabilitação. Conforme diagnosticado,
os locais que necessitam de implantação de sistema de drenagem são o pátio de lavra, depósito
de estéril e rejeito e vias de acesso.
- Medidas de Reabilitação
A fim de se evitar que as águas pluviais se acumulem em vários pontos do pátio, o que seria um

32
problema operacional, a drenagem será direcionada, através de inclinação do pátio, até as
canaletas escavadas lateralmente, para a bacia de decantação. A drenagem do depósito de
estéril/rejeito é indispensável para garantir a estabilidade e reduzir o risco de erosão e
assoreamento desse material.
Com a definição dos taludes e das bermas, deverão ser implantadas as calhas de pé de talude e as
canaletas no entorno de todo depósito com a finalidade de direcionar o fluxo superficial para a
bacia de decantação a jusante.
As canaletas deverão ser construídas em degraus ou com revestimento do próprio material
rejeitado, a fim de se evitarem fluxos concentrados e de grande velocidade, o que geraria focos
erosivos nesses locais.

- Assoreamento
A fim de se evitar ou reduzir a geração de sedimentos carreáveis e consequente assoreamento das
drenagens a jusante, já foram apresentadas medidas que visavam a implantação de sistema de
drenagem, sendo dis cutidas a seguir medidas de contenção de sedimentos, além de revegetação
de áreas expostas.
- Medidas de Mitigação
Como medida de minimização, foi construído um dique para formação de bacia de decantação, a
jusante da frente de lavra e pilha estéril/rejeito, com a finalidade de se evitar que os sedimentos
gerados sejam carreados pela drenagem pluvial, assoreando os cursos d’água a jusante.
O material proveniente do desassoreamento da bacia poderá ser utilizado para acerto das vias de
acesso ou incorporado aos depósitos de rejeito, misturando-o com o material mais grosseiro e
preenchendo os vazios entre blocos e matacões, através de compactação manual.
Está prevista ainda a construção de uma leira, longitudinal à crista do depósito de estéril, a fim de
que apenas a drenagem pluvial possa incidir sobre o maciço. A execução dessa estrutura só
poderá ocorrer ao término dos trabalhos, ou quando o depósito já estiver concluído.

- Contaminação das águas


As águas locais, quer seja superficial ou subterrânea, somente poderão sofrer algum tipo de
contaminação em função dos efluentes gerados na infraestrutura de apoio a ser instalada, já que a
lavra não utiliza nenhum produto além da água para resfriamento do fio diamantado.
Entre os efluentes sólidos estão o lixo e os dejetos humanos, enquanto as águas servidas, a urina e
os óleos e graxas estão incluídos entre os efluentes líquidos.
Na intenção de evitar possíveis contaminações por óleo, a empresa não efetuará manutenções em
máquinas ou veículos no local. No entanto, dispõe de uma unidade para estacionamento de
máquinas e veículos, dotado de piso impermeabilizado, canaleta de drenagem e caixa separadora
de água e óleo. Para o lixo doméstico devem ser tomadas medidas que impeçam a mistura de
materiais biodegradáveis com aqueles não biodegradáveis, bem como o seu acúmulo espalhado
aleatoriamente nas proximidades do acampamento.
Assim, devem ser dis postos tonéis pintados com cores diferentes no canteiro de obras para
seleção dos diferentes tipos de lixo. Os dejetos humanos, as águas servidas e a urina deverão ser
direcionados a uma fossa séptica.

- Poluição atmosférica
Conforme já mencionado esse impacto é desprezível, pois apenas a poeira levantada pelos
marteletes e pelo tráfego de veículos, bem como a emissão de monóxido de carbono por tais
veículos representa o impacto relacionado com a atmosfera.
O impacto pela emissão de poeira na operação das perfuratrizes atinge apenas os operários
envolvidos com a atividade. Para mitigação desse impacto, será utilizado, assim como em todos os
empreendimentos do grupo, um equipamento denominado hidrojet, que utiliza água na
perfuração e a emissão a praticamente zero. Pensando ainda na saúde do trabalhador, é fornecido
33
um completo Equipamento de Proteção Individual (EPI), contendo máscaras de proteção para o
rosto.
Para conscientização dos operários em relação ao uso de tais equipamentos, a equipe de
segurança do trabalho promoverá palestras, alertando-os quanto aos riscos de doenças futuras
(como a silicose) proveniente da falta de prevenção.
A poeira na estrada não é significativa, pois os veículos maiores trafegam com tanto peso que sua
velocidade é bastante reduzida para levantar muita poeira. Quanto ao monóxido de carbono,
embora também reduzido e de fácil dispersão nessa área, pode ser minimizado com um rígido
controle, visando uma melhor regulagem dos veículos que trafegam na área.
Apesar do empreendimento funcionar em local isolado e desprovido de habitações, caso seja
necessário, poderá ser implantado um sistema de umidificação de vias, na intenção de eliminar
impactos nesse sentido.

- Poluição sonora
Também esse impacto foi considerado de baixa magnitude, referindo-se às atividades das
perfuratrizes e, quando necessário, explosivos (que serão pouco utilizados). Como medida
mitigadora sugere-se também o uso rigoroso de EPI para todos os operários envolvidos, com o uso
constante de protetores auriculares e capacete.

5.2.1.2 Impactos no meio biótico

Medidas de Mitigação
-Resgate de indivíduos raros Todo o indivíduo raro, ou que por opção do órgão licenciador, seja
julgado importante será resgatado e transplantado em áreas de reabilitação.

- Revegetação provisória
Visando minimizar o impacto gerado pela exposição do solo por tempo prolongado, propõe-se que
seja realizada revegetação das áreas expostas, mesmo que estas venham a ser retrabalhadas
futuramente. As áreas que permanecerem algum tempo sem serem trabalhadas, tais como
taludes de depósito em locais que não estejam recebendo alimentação e leiras de solo orgânico,
receberão vegetação provisória.

- Manutenção do cinturão verde


Visando minimizar o impacto visual da atividade e dos sólidos em suspensão aérea, além de
promover um retorno da avifauna afugentada, será mantido o cinturão verde em torno da área
minerada.

Medidas de Reabilitação
- Revegetação definitiva
Essa medida diz respeito aos taludes definitivos que forem gerados concomitante à lavra, além de
taludes e áreas que se mantiverem expostos após a exaustão da jazida ou paralisação das
atividades.
É bom esclarecer qu e a topografia do local em questão será recuperada, onde for possível, o que
reduzirá o volume de taludes.
A revegetação dos taludes do dique das bacias de decantação iniciar-se-á no período chuvoso
imediatamente posterior à sua construção. Também para os taludes das leiras, que serão
confeccionados na crista do depósito de estéril, a revegetação seguirá a mesma sistemática.
Após a exaustão da jazida, sobre os pátios da mina, serão colocadas leiras de solo paralelas e
espaçadas de 10 m, onde serão plantadas espécies leguminosas que possuem rápido crescimento
e boa capacidade de colonização.
Terminada essa etapa e após um período chuvoso responsável pelo transporte de solo e matéria
34
orgânica entre as leiras, já se tem condições perfeitas para que ocorra um processo de
regeneração espontânea, com atração para vegetação própria e consequentemente retorno da
fauna nativa.
Da mesma maneira, o depósito de estéril, assim que for liberando taludes definitivos, terão os
mesmos revegetados, conforme já realizada na primeira frente de trabalho. Tal depósito será
formado basicamente por lascas de granito e material terroso. Para acelerar a colonização destas
superfícies por espécies típicas dos afloramentos, será feito o recobrimento parcial da superfície
com terra. O objetivo é preencher frestas e lacunas entre os matacões e amontoados de lascas de
rochas sem, contudo, recobri-los totalmente, conforme ocorre naturalmente na região. Após esse
procedimento será feita a revegetação inicialmente com gramínea (capim-Napier) e leguminosas
e, posteriormente espécies arbóreas.

Medidas de Compensação

- Enriquecimento das áreas em reabilitação


Concomitantemente aos trabalhos de lavra, áreas que já se encontram em processo de
reabilitação podem ainda ser enriquecidas, como proposta de medida compensatória.
O espaçamento entre todas as mudas será amplo, mantendo toda vegetação já existente. Da
mesma maneira, áreas que forem sendo revegetadas num primeiro momento com gramíneas e
leguminosas de baixo crescimen to (primeiros taludes que sofrerão revegetação) serão
posteriormente enriquecidas com espécies arbóreas nativas.

5.2.1.3 Impactos no meio socioeconômico

- Incremento Comercial
A operação do empreendimento de minério depende, em parte, da movimentação de bens e
equipamentos, tais como, caminhões, carregadeiras, além da necessidade de abastecimento de
insumos, como óleo diesel, etc.
Essas atividades promovem um incremento comercial e, consequentemente, o recolhimento de
ICMS é maior, tendo impacto no aumento da arrecadação tributária municipal.
O incremento comercial é provocado pelo empreendimento através dos salários, contratação de
serviços e, principalmente, compra de implementos e insumos.
Este efeito a este impacto tem tanto um caráter local quanto regional. Devem ser considerados
como temporários, cessando com o término da vida útil do empreendimento, razão pela qual
devem ser considerados como reversíveis. Sua importância a nível local é grande pelo incremento
na geração de empregos.

- Desativação
Ao término da vida útil a jazida estudada será desativada. A área lavrada deverá ser recuperada e
os próprios trabalhos de recuperação ocasionarão alguns efeitos e impactos ambientais. Assim,
deverá haver movimentação de máquinas e alguns trabalhos de terraplenagem, ocasionando os
efeitos e impactos típicos dessas atividades, menos significativos do que os verificados na fase de
operação.
Não se considera aqui o efeito “na fase de desativação, uma vez que a jazida será substituída por
outra, ocupando provavelmente mão-de-obra equivalente ou superior à do empreendimento
estudado.

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6. Parecer Conclusivo

Parecer Técnico, favorável à concessão da Licença de Regularização à empresa R.E.D GRANITI


MINERAÇÃO LTDA, inscrita no CNPJ sob nº 06.037.082/0013-69, para extração de blocos de rocha
ornamental, denominada quartzito, para uso como revestimento, com produção estimada de
10.000 ton/ano, na área de 24,4 ha, internalizada na poligonal relativa ao Processo DNPM n°
871.610/1996, portaria de Lavra nº 188/2008, no entorno dos pontos de coordenadas geográficas
em décimo de graus, DATUM SIRGAS 2000, Lat. -13,60515° e Long. -42,59661°, na Fazenda Quati,
na localidade denominada Comunidade Bom Sucesso, no município de Tanque Novo, mediante o
cumprimento da legislação vigente e dos condicionantes estabelecidos no item 7 deste Parecer
Técnico, dentro das condições e prazos estabelecidos.

Favorável: ( ) Não ( x ) Sim


Validade da licença (em anos): 3 anos

7. Condicionantes Propostas:

A R.E.D GRANITI MINERAÇÃO LTDA - ME deverá:

I. recuperar as vias de acesso à mina e locais de escoamento do produto blocos de rocha


ornamental - quartzito - com tratamento adequado para a redução da emissão de
particulados, no período da implantação do empreendimento, nos trechos da estrada
perto das comunidades situadas no entorno da empresa.
II. apresentar ao INEMA, quando do requerimento da Licença ambiental, o Plano de Lavra
para a referida jazida, elaborado por profissional legalmente habilitado com ART,
englobando os itens a seguir: a) Mapa Planialtimétrico, semicadastral, georreferenciado,
na escala 1:1000, contendo a poligonal DNPM relativa a (s) área (s) alvo de lavra e seus
acessos que deverão ligar as praças nas cotas predeterminadas; b) as diferentes bancadas
descendentes, com dimensões especificadas; c) o desenvolvimento e avanço da lavra,
apresentando blocos diagrama, seções verticais e coberturas superficiárias, englobando:
solos, vegetação e rochas aflorantes; d) cubagens através de seções da jazida a ser
explotada, indicando tipos litológicos e comportamento geomecânico do maciço rochoso;
e) Mapa Planialtimétrico, semicadastral, georreferenciado, na escala de 1:1.000, contendo
a poligonal DNPM relativa à localização dos equipamentos, pátios de estocagem de blocos

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de rocha ornamental e de resíduos da operação de lavra, bem como os acessos;
III. apresentar ao INEMA, quando do requerimento da Licença Ambiental, programa
contendo os procedimentos técnicos de controle da estabilidade do maciço rochoso
mineralizado, de ocorrência na área DNPM 871.610/1996, observando os critérios da
Engenharia de Minas, Geotecnia e Geologia Estrutural, incluindo ações para monitorar os
movimentos dos estratos e/ou blocos de rochas, observando especialmente: a) estruturas
de colapso, falhas e fraturas; b) monitoramento e controle das bancadas e taludes da
mina;
IV. manter na área de influência do empreendimento, equipamentos e dispositivos de
atendimento a emergências, que garantam a segurança dos empregados;
V. colocar placa fixada na entrada do empreendimento com: nome do empregador, nome do
responsável técnico, número do processo DNPM, nome e número do Título Autorizativo
da Licença Ambiental;
VI. coletar sistematicamente todos os resíduos, lixo gerado pelos empregados envolvidos na
área operacional do empreendimento, com destinação e encaminhamento adequados,
ficando expressamente proibida a sua queima;
VII. fica vedado o descarte/expurgo de materiais de qualquer origem nas áreas de influência
direta e indireta de extração;
VIII. fazer a instalação de dispositivos de drenagem (valetas e leiras de proteção), de modo a
promover o lançamento das águas superficiais em terreno estabilizado, contribuindo
dessa forma para o controle do surgimento de processos erosivos. Prazo: 180 dias;
IX. apresentar ao INEMA, quando do requerimento da renovação da Licença, o detalhamento
dos seguintes programas e seus respectivos cronogramas: a) Plano de Recuperação de
Áreas Degradadas - PRAD, contemplando as áreas de empréstimo e disposição de estéril;
b) Programa de Controle de Processos Erosivos e Assoreamentos; c) Plano de Controle
Ambiental;
X. cumprir rigorosamente as exigências constantes na Portaria DNPM n° 237/2001, alterada
pela Portaria DNPM n° 12/2002, atendendo e cumprindo especificamente, no que couber,
as Normas Regulamentadoras de Mineração, assim como as Normas Técnicas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT:NBR - 13029: Elaboração e Projeto de
Disposição de Estéril e NBR - 13030: Elaboração e Projeto de Reabilitação de Áreas
Degradadas;
XI. realizar a umectação das vias de acesso, de modo a minimizar a geração de poeiras
provocadas pelo tráfego de máquinas e veículos durante a instalação e operação do

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empreendimento;
XII. fornecer e exigir o uso - aos empregados e visitantes - de Equipamentos de Proteção
Individual - EPI's - adequados e compatíveis com o exercício de suas funções e fiscalizar o
seu devido uso, para a atividade, segundo a Norma Regulamentadora NR-06 de 08/06/78;
XIII. colocar placas de sinalização e advertência em pontos estratégicos na área interna e
externa das atividades minerárias, sobretudo nas interseções dos acessos com as rodovias,
a fim de alertar quanto ao tráfego de veículos de transportes pesados. Prazo: 90 dias.
XIV. apresentar ao INEMA, quando do requerimento da Licença ambiental, projeto para a
utilização racional dos fragmentos de rocha descartados, objetivando evitar e/ou
minimizar a geração de resíduos;
XV. comunicar imediatamente ao INEMA, qualquer acidente ou ação que venha degradar ou
poluir, direta ou indiretamente o meio ambiente na área de influência do
empreendimento, decorrente das operações mineiras;
XVI. requerer previamente ao INEMA a competente licença, no caso de alteração do processo
apresentado, conforme Artigos 116 e 151 do Regulamento da Lei Estadual n° 10.431/2006
aprovado pelo Decreto Estadual n° 14.024/2012;
XVII. apresentar ao INEMA, quando do requerimento da renovação da licença, incorporado ao
Plano de Controle Ambiental, a indicação de todos os possíveis focos de emissão de
particulados, informando as medidas adotadas para a eliminação de tais impactos
ambientais;
XVIII. apresentar ao INEMA, quando da solicitação da renovação da Licença, o Plano de
Fechamento de Mina e seu cronograma executivo;
XIX. fica proibida a supressão de vegetação nativa sem a expressa Autorização de Supressão de
Vegetação Nativa expedida pelo INEMA.
XX. Implantar e apresentar ao INEMA, Programa de Educação Ambiental com detalhamento
das atividades, cronograma de execução, indicadores de resultados e com ações voltadas
para os funcionários, a partir de práticas sócio-comportamentais, sanitárias e
ambientas.Prazo: 120 dias;

XXI. Apresentar ao INEMA, antes do início dos trabalhos, a Guia de Utilização expedida pelo
DNPM ou Portaria de Lavra expedida pelo MME.

XXII. Armazenar óleos combustíveis e lubrificantes em área coberta e impermeabilizada


(cimentada), com canaletas localizadas internamente à projeção da cobertura
direcionadas ao local de descarte adequado.
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8. Referências Bibliográficas

 Decreto Estadual n° 14.024/2012.


 JIMENO, Carlos L. (Editor). Manual de Rocas Ornamentales: Prospección, explotación,
elaboración y colocación. Madrid: U. D. Proyectos, E. T. S. I. Minas - Universidade
Politécnica de Madrid, 2012. 696 p.
 Lei Estadual n° 10.431/2006.
 Processo INEMA 2017.001.001527/INEMA/LIC-01527.

9. Data/Responsabilidade Técnica

Data: 30/07/2018

Aristóteles Chaves da Silva


Matrícula 46.573.003-8

Ivan Silva Miranda Júnior


Matrícula 46.569.006-8

10. ANEXOS

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Figura 01: Mapa geral do empreendimento,com projeção de imagem de fotografia aérea.
Fonte: Estudo de médio impacto – R.E.D GRANITI MINERAÇÃO, 2018
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Figura 02: Mapa geral do empreendimento.

Fonte: Estudo de médio impacto – R.E.D GRANITI MINERAÇÃO, 2018


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Figura 03: Vista parcial da frente de lavra pretendida, objeto do licenciamento, na Fazenda Quati, Pocoado Bom
Sucesso.

Figura 04: Vista parcial da frente de lavra pretendida.

Figura 05: Detalhe do rocha quartzitica, objeto de extração pleiteada no processo de licenciamento.

43
Figura 06: Vista do entorno do empreendimento. Visada para Sudoeste.

Figura 07: Vista da região do entorno do empreendimento. Visada para Sudoeste.

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