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Nº 254/20/IE
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP Data: 27/11/2020
C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7
Site: www.cetesb.sp.gov.br
1. INTRODUÇÃO
O presente Parecer Técnico trata da análise da viabilidade ambiental da ampliação das
atividades de extração de areia, cascalho e saibro, para uso industrial e na construção civil, sob
responsabilidade da Pecuária Serramar Ltda., no município de Caraguatatuba, abrangendo um
total de 15 Processos Minerários, localizados na área da Fazenda Serramar. As poligonais
objeto do licenciamento são ilustradas na Figura 1, onde também podem ser visualizados os
limites da propriedade e o entorno próximo.
Está prevista a implantação de 3 grupos minerários, com área total de lavra de 183,48 ha,
reserva lavrável total de 13.496.737 m³ de minério e vida útil estimada de até 30 anos.
Figura 01 – Localização das Poligonais objeto do pedido de LP (em azul e vermelho) em relação aos limites da
Fazenda Serramar (em amarelo) e entorno. Fonte: Informações complementares ao EIA/RIMA.
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PARECER TÉCNICO
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A elaboração deste Parecer Técnico teve por base os documentos do processo, destacando-
se:
• EIA/RIMA, protocolado na CETESB em junho de 2017, elaborado pela empresa JGP
Consultoria e Participações Ltda.
• Anotações de Responsabilidade Técnica – ART nº 28027230171974250 e nº
28027230171974875, dos Engenheiros Civis Fabrizia Oliverii Mola e José Carlos de
Lima Pereira, referentes à elaboração de laudo do meio físico.
• Anotações de Responsabilidade Técnica – ART nº2017/03003, 2017/03004,
2014/06623, 2014/06620 e 2014/06622 dos Biólogos Denise Sasaki, Gustavo
Kazuoyoshi Tanaka, Patrícia Monte Stefani e Fernanda Teixeira E. Marciano, referentes
aos estudos do meio biótico.
• Certidões n° 154/17, 155/17 e 156/17, emitidas pela Prefeitura Municipal de
Caraguatatuba em 17/04/2017, em atendimento ao Artigo 10 da Resolução CONAMA
237/97.
• Declarações de Manifestação Técnica n° 06/2017, 05/2017 e 04/2017, emitidas pela
Prefeitura Municipal de Caraguatatuba em 18/05/2017, em atendimento ao Artigo 5° da
Resolução CONAMA 237/97.
• Declarações emitidas pela Agência Nacional de Mineração – ANM, aprovando os
Planos de Aproveitamento Econômico referentes aos Processos ANM nº 820.874/2003,
820.875/2003, 821.119/2008, 821.120/2008, 820.715/2009, 820.716/2009,
820.717/2009, 820.718/2009, 820.719/2009, 821.278/2009, 820.738/2010,
820.739/2010, 820.740/2010, 820.081/2013 e 820.971/2013 para a substância areia,
em atendimento ao Artigo 8º da Decisão de Diretoria n° 025/2014/C/I.
• Plantas de detalhe da configuração final da área de lavra autenticadas pela ANM em
06/09/2018, em atendimento ao Artigo 8º da Decisão de Diretoria n° 025/2014/C/I.
• Oficio nº 00197/2017-IPHAN/SP emitido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional - IPHAN em 10/02/2017.
• Publicação no Diário Oficial 14/06/2017 referente à solicitação de Licença Ambiental
Prévia – LP.
• Autorização para licenciamento de empreendimento dentro da área de Unidade de
Conservação ou em sua Zona de Amortecimento nº 05/2018, de 22/08/2018, e
Informação Técnica PESM/Núcleo Caraguatatuba nº 25/2018, de 13/08/2018, emitidas
pela Fundação Florestal.
• Parecer Técnico UPPH n° CGRBT-546-2019, emitido pelo Conselho de Defesa do
Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado - CONDEPHAAT,
com publicação no Diário Oficial em 12 de setembro de 2019.
• Informações complementares elaboradas pela empresa JGP Consultoria e
Participações Ltda. em atendimento à Informação Técnica 007/18/IEEM e Informação
Técnica 019/19/IEEM, protocoladas em 17/05/2018, 22/06/2018, 14/09/2018,
18/10/2018, 21/11/2018, 22/01/2019, 12/09/2019, 24/01/2020, 09/06/2020, 04/09/2020 e
em 20/10/2020.
• Parecer Técnico n° 042/19/IPA, de 13/09/2019, da Divisão de Avaliação de Ar, Ruídos e
Vibrações.
• Parecer Técnico n° 114/17/IPRS, de 08/08/2017, do Setor de Avaliação e Apoio ao
Gerenciamento do Uso do Solo.
• Despacho n° 05/2017/EQQA, de 07/08/2017, do Setor de Amostragem e Análise do Ar.
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2. JUSTIFICATIVA DO EMPREENDIMENTO
Segundo o EIA, a maior vocação da região da Fazenda Serramar é a produção de agregados e
a ampliação do empreendimento tem o objetivo de atender à crescente demanda pelo setor de
construção civil local. As principais justificativas para a ampliação da atividade de mineração na
área são:
• Proximidade do mercado consumidor.
• Bom conhecimento do subsolo da área, não necessitando de maiores investimentos em
pesquisa mineral.
• Atividade compatível com o Zoneamento Municipal.
• Interesse da Prefeitura Municipal pela expansão das atividades, com aumento da
geração de empregos.
Conforme o EIA, o empreendimento também tem o objetivo de contribuir para o controle das
cheias na região. Segundo estudo hidrológico apresentado, futuramente a utilização das cavas,
associada a obras hidráulicas de jusante, poderá reduzir a ocorrência de inundações a jusante
do empreendimento no Rio Juqueriquerê.
3. ESTUDO DE ALTERNATIVAS
Conforme o EIA, a definição da localização do empreendimento levou em conta a utilização de
terrenos ocupados predominantemente por pastagens e sem autuações ambientais. Os
terrenos também são planos, evitando gastos com terraplanagem.
O estudo de alternativas locacionais foi realizado com base no Relatório Técnico “Bases
Técnicas para o Ordenamento Territorial da Mineração nos Municípios do Litoral Norte
Paulista”, elaborado em julho de 2013 pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de
São Paulo (IPT), com o objetivo de orientar o zoneamento minerário dos municípios do Litoral
Norte e subsidiar a atualização do Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro e do
Zoneamento Ecológico-Econômico da região. Foi constatado o potencial da região para
exploração de substâncias minerais de uso na construção civil, sendo que em Caraguatatuba
as áreas aptas que não estão na Fazenda Serramar estão quase todas na mancha urbana ou
no interior do Parque Estadual da Serra do Mar.
Dessa forma, segundo o estudo, a exploração na Fazenda Serramar representa a melhor
alternativa locacional, pois a propriedade pertence ao interessado e possui atividades
minerárias há mais de 20 anos, dispensando a necessidade de abertura de novos acessos e
implantação de novas áreas de apoio.
Ainda segundo o estudo, na etapa de operação serão adotadas alternativas tecnológicas que
minimizem o consumo de insumos, a geração de efluentes e que reduzam os incômodos à
população do entorno, conforme será discutido ao longo deste Parecer.
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4. AUDIENCIA PUBLICA
A Audiência Pública foi realizada no dia 08/11/2017 às 17h no Teatro Espaço Cultural Mário
Covas no município de Caraguatatuba, para apresentação das informações sobre o projeto de
ampliação do empreendimento, diagnósticos socioambientais, os potenciais impactos
ambientais positivos e negativos identificados e correspondentes medidas de potencialização,
mitigação e compensação a serem adotadas. Houve sugestões e questionamentos por
representantes de instituições públicas e privadas e da sociedade civil a respeito dos impactos
decorrentes da ampliação do empreendimento, bem como sobre as medidas que serão
adotadas para mitigação dos mesmos. Foram abordados aspectos relacionados a processos
de erosão e assoreamento, qualidade e vazão dos cursos d’água superficiais e subterrâneos,
impactos cumulativos e sinérgicos com outros empreendimentos na região, impactos sobre as
Unidades de Conservação do entorno, principalmente o Parque Natural Municipal do
Juqueriquerê e o Parque Estadual da Serra do Mar, e sobre as Áreas de Preservação
Permanente e Reserva Legal da Fazenda Serramar. Os questionamentos foram esclarecidos
pelo empreendedor e pela empresa de consultoria responsável pelo estudo e a audiência foi
encerrada.
5. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
5.1 Histórico
Conforme o EIA, a empresa já possui atividades minerárias na área há pelo menos 20 anos.
No início das atividades, o licenciamento ambiental foi realizado de forma individual para cada
uma das poligonais ANM. Em 2007 o interessado protocolou uma consulta sobre o instrumento
adequado para a extração mineral em 12 processos da área da Fazenda Serramar. Por meio
do Parecer Técnico CPRN/DAIA/516/07, de 28/12/2007, foi determinando que a análise da
viabilidade ambiental do empreendimento deveria ser realizada de forma unificada por meio de
apresentação de EIA/RIMA, para uma avaliação integrada e global dos impactos.
Dessa forma, em 13/01/2014, o empreendedor protocolizou um Plano de Trabalho na CETESB
para o licenciamento ambiental do Distrito Mineiro Serramar (Processo IMPACTO 12/2014). Em
11/08/2014 foi emitido o Parecer Técnico n° 158/14/IE, referente ao Termo de Referência para
a elaboração do EIA/RIMA.
O EIA/RIMA foi apresentado à CETESB em junho de 2017. O projeto inicial envolvia a
exploração de 42 Processos Minerários, em fases diferentes de licenciamento na ANM. Em
09/02/2018 o Setor de Avaliação de Empreendimentos Industriais, Agroindustriais e Minerários
emitiu a Informação Técnica n° 007/18/IEEM, informando que, conforme o Artigo 3°da Decisão
de Diretoria CETESB 025/2014/C/I, as Poligonais em fase de pesquisa mineral não seriam
objeto do licenciamento ambiental e deveriam ser excluídas do projeto.
Dessa forma, o objeto do licenciamento ambiental foi revisado e o empreendedor apresentou
novo projeto considerando somente as Poligonais já aptas à obtenção da Licença Ambiental
Prévia, ou seja, o objeto do licenciamento foi reduzido de 42 para 15 Processos ANM. Além
disso, foram excluídas da Área Diretamente Afetada – ADA porções das áreas de lavra
sobrepostas aos limites da Área Natural Tombada da Serra do Mar (ANTSM), áreas cobertas
por vegetação nativa contígua ao Parque Estadual da Serra do Mar (PESM), faixa de domínio
do Contorno Viário Caraguatatuba e da duplicação da Rodovia dos Tamoios e as áreas de
apoio das obras viárias citadas que se localizam dentro das poligonais, objeto do EIA.
Conforme solicitação da CETESB, em informações complementares apresentadas por correio
eletrônico em 20/10/2020 o projeto foi novamente revisado, tendo sido excluídas as
intervenções em Áreas de Preservação Permanente para a implantação das cavas na área do
Grupo 3, sendo mantidas apenas as intervenções necessárias para as atividades de dragagem
em leito de rio.
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Desse modo, o projeto revisado, objeto de análise do presente Parecer Técnico, contempla
uma área final de lavra de 183,48 ha, com extração de 13.496.737 m³ de minério, e vida útil
estimada de 30 anos.
5.2 Projeto revisado
O empreendimento está inserido na Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos do
Litoral Norte - UGRHI 03, próximo do núcleo urbano do município de Caraguatatuba, no km 05
da Rodovia São Sebastião - Caraguatatuba, no interior da Fazenda Serramar, no Bairro Pontal
de Santa Marina.
Conforme o EIA, a Fazenda Serramar é uma propriedade rural com 9.068 ha onde se
desenvolvem atividades de pecuária e exploração mineral. Atualmente, se encontram em
operação na área do empreendimento o Porto de Areia, uma extração de areia em cava, e o
Morro da Caixa d’Água, uma área de empréstimo solicitada pela DERSA/DER para apoio à
construção dos Contornos Viários de Caraguatatuba e São Sebastião. Além da exploração dos
minérios, foi informado que a atividade proposta pela Pecuária Serramar também pretende
contribuir para o controle das cheias na região. Futuramente, a utilização das cavas como
reservatórios de água, juntamente com a implantação de obras hidráulicas à jusante, poderá
reduzir a ocorrência de inundações à jusante do empreendimento, na bacia do Rio
Juqueriquerê.
As poligonais do Distrito Mineiro objeto desse licenciamento ambiental são indicadas na Tabela
1. As principais características do empreendimento e da área do entorno estão indicadas na
Tabela 2 e Figuras 2 a 4.
Tabela 1. Processos minerários que compõem o Distrito Mineiro e sua situação na ANM.
o
N Poligonal DNPM Fase do Processo Substancia Área(ha)
1 820.874/2003 Requerimento de Lavra 10/03/2016 Areia (Construção Civil) 32,99
2 820.875/2003 Requerimento de Lavra 05/10/2016 Areia 44,12
3 821.119/2008 Requerimento de Lavra 16/01/2017 Areia 49,81
4 821.120/2008 Requerimento de Lavra 18/01/2018 Areia 10,45
5 820.715/2009 Requerimento de Lavra 18/01/2018 Areia (industrial) 27,08
6 820.716/2009 Requerimento de Lavra 18/01/2018 Areia (industrial) 49,8
7 820.717/2009 Requerimento de Lavra 18/01/2018 Areia (industrial) 49,42
8 820.718/2009 Requerimento de Lavra 18/01/2018 Areia (industrial) 49,79
9 820.719/2009 Requerimento de Lavra 18/01/2018 Areia (industrial) 34,64
10 821.278/2009 Requerimento de Lavra 15/01/2018 Areia 21,85
11 820.738/2010 Requerimento de Lavra 18/01/2018 Areia (Construção Civil) 49,64
12 820.739/2010 Requerimento de Lavra 18/01/2018 Areia (Construção Civil) 49,81
13 820.740/2010 Requerimento de Lavra 18/01/2018 Areia (Construção Civil) 49,86
14 820.081/2013 Requerimento de Lavra 31/01/2018 Areia 40,4
15 820.971/2013 Requerimento de Lavra 18/01/2018 Areia/cascalho/saibro 1,51
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Localização Caraguatatuba
Produção(m3/mês) 17.600
No de áreas de apoio 3
Figura 2: Áreas de lavra (em verde, amarelo e azul) do grupo 1 de poligonais ANM (em vermelho).
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Figura 3: Áreas de lavra (em verde, amarelo e azul claro) e de beneficiamento (em azul escuro) do
grupo 2 de poligonais ANM (em vermelho).
Figura 4: Áreas de lavra (em verde, amarelo e azul) do grupo 3 de poligonais ANM (em vermelho).
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6. ÁREAS DE INFLUÊNCIA
Segundo o EIA, para a delimitação das áreas de influência do empreendimento foram
considerados os seguintes critérios:
Área de Influência Indireta – AII: Para os meios físico e biótico foi considerada a sub-bacia do
Rio Juqueriquerê. Para o meio antrópico foi considerado o município de Caraguatatuba.
Área de Influência Direta – AID: Para os meios físico, biótico e antrópico adotou-se um raio
de 3 quilômetros do entorno das poligonais dos processos objeto do EIA.
Área Diretamente Afetada – ADA: corresponde ao local onde haverá interferência direta do
empreendimento, ou seja, as áreas de extração na configuração final, e entorno necessário
para sua estabilidade, além das áreas de apoio destinadas a depósitos de estéril e estocagem,
beneficiamento, sistemas de drenagem, estacionamento, entre outras.
7. COMPATIBILIDADE LEGAL
Em atendimento aos artigos 5º e 10 da Resolução CONAMA 237/97, foram apresentados os
seguintes documentos:
• Certidões n° 154/17, 155/17 e 156/17, emitidas pela Prefeitura Municipal de
Caraguatatuba em 17/04/2017, em atendimento ao Artigo 10 da Resolução CONAMA
237/97.
• Declarações de Manifestação Técnica n° 04/2017, 05/2017 e 06/2017, emitidas pela
Prefeitura Municipal de Caraguatatuba em 18/05/2017, em atendimento ao Artigo 5° da
Resolução CONAMA 237/97.
Segundo o EIA, a propriedade do empreendimento (Fazenda Serramar) está situada nas
Zonas Terrestres Z1, Z1AEP, Z2, Z3, Z4, e Z5 do Zoneamento Ecológico-Econômico do Litoral
Norte, definido pelo Decreto Estadual nº 62.913/2017.
Em relação à regularidade na Agência Nacional de Mineração - ANM, foram apresentadas:
• Declarações emitidas pela Agência Nacional de Mineração – ANM, aprovando os
Planos de Aproveitamento Econômico referentes aos Processos ANM nº 820.874/2003,
820.875/2003, 821.119/2008, 821.120/2008, 820.715/2009, 820.716/2009,
820.717/2009, 820.718/2009, 820.719/2009, 821.278/2009, 820.738/2010,
820.739/2010, 820.740/2010, 820.081/2013 e 820.971/2013 para a substância areia,
em atendimento ao Artigo 8º da Decisão de Diretoria n° 025/2014/C/I.
• Plantas de detalhe da configuração final da área de lavra autenticadas pela ANM em
06/09/2018, em atendimento ao Artigo 8º da Decisão de Diretoria n° 025/2014/C/I.
Análise
Os documentos emitidos pela Prefeitura Municipal de Caraguatatuba declaram a
compatibilidade do empreendimento com a legislação de uso e ocupação do solo municipal,
atendendo ao disposto na Resolução CONAMA 237/97.
Conforme o Geoportal Sala de Cenários da Cetesb, o empreendimento será implantado em Z2
e Z3 do Zoneamento Ecológico-Econômico do Litoral Norte (Decreto Estadual nº 62.913/2017),
onde são permitidas as atividades pretendidas.
Em atendimento à Decisão de Diretoria 025/2014/C/I da CETESB, de 29/01/2014, o
interessado apresentou os documentos que comprovam o direito de prioridade para extração
mineral de areia e a aprovação dos Planos de Aproveitamento Econômico dos processos
minerários objeto do licenciamento. Considerando que o empreendedor também pretende
realizar o aproveitamento de cascalho e saibro, por ocasião da solicitação da Licença de
Instalação deverá ser comprovado o aditamento dessas substâncias junto à ANM.
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Exigência
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação
• Comprovar o aditamento das substâncias cascalho e saibro junto à Agência Nacional de
Mineração.
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De acordo com o EIA, num primeiro momento o quadro de funcionários deverá ser mantido,
aumentando gradativamente à medida que os processos minerários forem iniciados. Caso
sejam abertas frentes de lavras simultâneas (em mais de 1 grupo de poligonais), poderão ser
contratados mais 7 trabalhadores para cada nova lavra de areia, sendo estimadas até 14 novas
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vagas de emprego, ao longo dos 30 anos de operação. Desse modo, para a operação após a
ampliação, estima-se o total de 32 trabalhadores.
O EIA menciona que o número de trabalhadores contratados é relativamente baixo em relação
à mão-de-obra disponível no município, não se caracterizando como um empreendimento
gerador de fluxos migratórios externos. Mesmo assim, o empreendedor buscará evitar qualquer
forma de contratação que estimule a migração espontânea de trabalhadores sem qualificação e
sem moradia, para que o impacto sobre a infraestrutura municipal seja o menor possível.
Como medida mitigadora, o estudo sugere o recrutamento de mão-de-obra e a contratação de
prestadores de serviços prioritariamente do município de Caraguatatuba, podendo abranger a
região do Vale do Paraíba e Litoral Norte, caso não haja disponibilidade local. O estudo
também cita que, se houver a necessidade de contratação de mão-de-obra especializada
residente fora da região, estes profissionais deverão buscar moradia na área de interesse do
empreendimento.
Análise
Considerando que a ampliação do empreendimento não implicará em um aumento significativo
no atual quadro de funcionários, não são previstos impactos relacionados à pressão sobre os
serviços e infraestrutura do município.
Para potencializar os impactos positivos do empreendimento, bem como para atender as
diretrizes da Resolução SMA 68/2009 e da Avaliação Ambiental Integrada do Litoral Norte (AAI
Litoral Norte, 2009), recomenda-se que o interessado adote ações para priorizar a contratação
da mão-de-obra local, quando necessária, tanto para os serviços diretamente executados pela
empresa, quanto os serviços ou atividades contratadas ou subcontratadas com terceiros. Para
tanto, sugere-se a realização de cursos e treinamentos profissionalizantes em parceria com a
Prefeitura e instituições de ensino da região, voltados às necessidades do empreendimento.
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação
• Apresentar relatório detalhado comprovando a implementação de medidas para priorizar a
contratação da mão-de-obra local e de fornecedores da região, em atendimento à
Resolução SMA 68/2009, bem como a realização de treinamentos e a capacitação dos
trabalhadores.
Tabela 4: Volume Médio Diário Total (VDM) de Veículos nas rodovias utilizadas.
VDM
RODOVIA TRECHO
2011 2014
Ubatuba – Riviera (Bertioga) 10.086 12.372
SP-055
Ubatuba - Caraguatatuba 9.604 16.342
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Conforme o EIA, atualmente o tráfego na rodovia SP-099 nos dias de semana é considerado
estável e possui capacidade para absorver um acréscimo no fluxo de veículos. Por outro lado,
nos finais de semana, o fluxo de veículos nesta via é mais intenso, indicando que o tráfego de
veículos pesados deverá ser feito de maneira criteriosa.
O estudo ressalta que os Contornos Rodoviários de Caraguatatuba e São Sebastião estão em
fase adiantada de construção, possibilitando futuramente o acesso direto à SP-099, diminuindo
o tráfego de veículos nas áreas centrais das referidas cidades. Segundo o EIA, as rodovias SP-
099 e SP-055 estão sendo ampliadas, sendo que o trecho planalto da SP-099 já foi concluído.
Quanto aos acessos internos, o estudo menciona que as vias existentes na Fazenda Serramar
possuem boas condições de trafegabilidade e são suficientes para acessar os polígonos do
Distrito Mineiro. No entanto, além da manutenção rotineira das vias, poderá haver necessidade
futura de alargamento da pista, adequações na geometria e/ou outros tipos de melhorias nos
acessos, uma vez que estas demandas dependerão do tráfego local e do andamento das
atividades do Distrito Mineiro.
Segundo o EIA, o tráfego de veículos pesados para o transporte do material extraído é
potencialmente impactante, no que se refere à qualidade do ar, aos riscos de
acidentes/atropelamento da fauna, e especialmente quanto aos incômodos à população
residente no entorno das vias a serem utilizadas. Como medidas mitigadoras foram propostas
a divulgação de informações à população sobre as interferências no tráfego no âmbito do
Programa de Comunicação Social, o controle da implantação de novos acessos e da
adequação dos existentes no âmbito do Programa de Gerenciamento Ambiental da fase de
implantação do empreendimento e o controle da poluição e da operação dos acessos no
âmbito do Programa de Gerenciamento Ambiental da fase de operação.
Análise
O fluxo de veículos pesados pode ocasionar um desgaste da malha viária, maiores custos de
conservação, menor fluidez, excesso de peso da carga, acúmulo de barro nas pistas, aumento
na emissão de poluentes atmosféricos, além do aumento dos riscos de acidentes e
atropelamento de fauna. A utilização do sistema viário urbano para o escoamento do material
também poderá causar transtornos à população em decorrência da geração de ruído, poeira e
fumaça dos caminhões.
Conforme pesquisa de percepção ambiental, o aumento do tráfego de veículos foi apontado
como um impacto negativo causado pelo empreendimento, principalmente aos finais de
semana. Ressalta-se que, devido às obras de ampliação das vias utilizadas o problema poderá
ser acentuado, principalmente no período de férias escolares ou feriados prolongados, quando
o trânsito de veículos aumenta na região.
Desse modo, por ocasião da solicitação da Licença de Instalação deverá ser apresentado um
Programa de Controle e Monitoramento de Tráfego de Veículos, prevendo: termo de
cooperação a ser firmado com os órgãos municipais ou estaduais competentes, propostas de
medidas e monitoramento da ocorrência de atropelamento de fauna por veículos, treinamento
ambiental dos trabalhadores e cronograma de execução detalhado.
Também deverá ser prevista a implantação de uma base de apoio aos motoristas, com
sanitários e pátio de caminhões na área do empreendimento.
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Cabe destacar que a ocorrência dos atropelamentos de fauna silvestre visualizados por
motoristas deve ser registrada e contabilizada pela equipe de monitoramento de fauna, para
subsidiar a adoção de medidas mitigadoras e indicação de locais para colocação de
sinalização preventiva.
Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação
• Apresentar um Programa de Controle e Monitoramento do Tráfego detalhado,
contemplando: termo de cooperação a ser firmado com os órgãos municipais e estaduais
competentes; aprovação do trajeto a ser utilizado para o transporte do bem mineral, em
especial na área urbana, pelo órgão municipal competente; as ações para apoio à
manutenção do sistema viário; identificação dos trajetos percorridos em perímetros
urbanos; propostas de rotas alternativas; restrições de horário adotadas para o tráfego de
veículos; pontos de sinalização preventiva; base de apoio aos motoristas e pátio de
caminhões na área do empreendimento; cursos e treinamentos para os motoristas;
procedimentos para a manutenção de registros de acidentes e atropelamentos de fauna por
veículos e respectivos locais de ocorrência e cronograma de execução detalhado.
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação
• Comprovar por meio de relatório a implementação das medidas propostas no Programa de
Controle e Monitoramento do Tráfego, a implantação dos sistemas de sinalização
preventiva, a realização dos cursos e treinamentos para a requalificação de motoristas, os
dados dos registros de acidentes e atropelamentos de fauna e respectivos locais de
ocorrência e demais medidas previstas no termo de cooperação firmado com os órgãos
municipais e estaduais competentes.
Durante a operação do empreendimento
• Apresentar relatórios anuais consolidados do Programa de Controle e Monitoramento de
Tráfego de Veículos, comprovando a realização das atividades previstas para minimizar os
impactos gerados pelo tráfego de veículos. Incluir estatísticas sobre o volume médio de
tráfego dos veículos ligados à empresa nas principais vias utilizadas e análise dos dados
obtidos, as ações realizadas relativas à conservação das vias, registros de acidentes e as
medidas mitigadoras e corretivas adotadas.
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Análise
Por meio do Ofício 0197/2017-IPHAN/SP de 10.02.2017, o Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional acolheu o relatório do Programa de Diagnóstico Arqueológico Interventivo
para o Distrito Mineiro Serramar, com vistas à Salvaguarda do Patrimônio Arqueológico e
considerou os estudos relativos à etapa de Diagnóstico Arqueológico cumpridos, se
manifestando favorável à emissão da LP para o empreendimento,
Conforme o referido ofício, para a LI deverá ser realizado um Programa de Prospecções
Intensivas, cujo projeto deverá ser submetido à aprovação do IPHAN, mediante publicação de
portaria de permissão de pesquisa.
Exigência
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação
• Apresentar manifestação do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN
sobre os resultados do Programa de Prospecções Intensivas, de acordo com o Ofício
0197/2017-IPHAN/SP de 10.02.2017.
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O levantamento concluiu que o impacto visual será pouco significativo, tendo em vista o
emprego do método de exploração em cava em todas as poligonais, a indicação das alterações
na paisagem sobre fotos registradas a partir de áreas externas à propriedade e a pequena
variação de cota entre as localidades, não havendo necessidade de implementação de
medidas mitigadoras.
Análise
Considerando que o levantamento de visada realizado não identificou pontos críticos de
visibilidade do empreendimento, não é esperado impacto visual em decorrência da ampliação
do empreendimento.
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Figura 6: Área potencial para compensação florestal com 140ha (hachurado em verde), situada dentro
da ANTSM (linha azul) e contígua ao PESM (linha verde) e à área de Reserva Legal (hachurado em
laranja).
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Para a próxima fase do licenciamento deverá ser obtida a Autorização para a supressão de
0,5588 ha de vegetação nativa em estágio inicial e médio de regeneração e interferência em
0,0278 ha em APP, bem como firmado um Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental
junto à Agência Ambiental, para a compensação pelas intervenções requeridas.
Ressalta-se que o empreendimento é considerado de interesse social conforme Lei Federal
12.651/2012 e que as intervenções em Áreas de Preservação Permanente serão realizadas em
áreas antropizadas, somente para a implantação de estruturas estritamente necessárias para a
realização das atividades de dragagem em leito de rio. Ressalta-se também que deverá ser
mantida uma distância de segurança de 10 m das cavas e depósitos de estéril em relação aos
fragmentos remanescentes de vegetação, conforme estabelece a Norma Técnica CETESB
D7.010 - Mineração por dragagem – Procedimento.
Conforme a Resolução SMA 07/2017, o município de Caraguatatuba possui 79,1% de
cobertura vegetal e foi classificado na categoria de Baixa Prioridade do “Mapa de Prioridade
para Restauração da Vegetação Nativa”, sendo apresentados na tabela 7, os fatores utilizados
para o cálculo de compensação.
Tabela 7. Estimativas de áreas de supressão de vegetação e de compensação.
Tipo de vegetação e Área de Fator de Área de
estágio de regeneração Intervenção compensação compensação (ha)
Supressão de vegetação nativa em estágio 0,5523 1,25 0,6904
inicial dentro e fora de APP (ha)
Supressão de vegetação nativa em estágio 0,0065 1,50 0,0098
médio dentro e fora de APP (ha)
Intervenção em APP com vegetação exótica, 0,0278 1,2 0,0334
pioneira ou árvores isoladas (ha)
Corte de árvores isoladas - espécies nativas 105 30:1 3,150 (*)
ameaçadas de extinção (unidade)
Corte de árvores isoladas - espécies nativas 1470 10:1 14,700 (*)
não-ameaçadas (unidade)
Total da área de compensação (ha) 18,5836
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Para atender o Artigo 7º da Lei Federal 12.651/12, que obriga a recomposição da vegetação
das APPs, para a LI deverá ser apresentado o Programa de Recuperação das Áreas de
Preservação Permanente, contemplando todas as APPs da propriedade do empreendimento.
O programa deverá prever o uso de espécies nativas que preferencialmente forneçam recursos
à fauna nativa, a utilização de técnicas de ‘nucleação’ para facilitar a regeneração natural e
conter, no mínimo, mapeamento, metodologias e cronograma. Após o plantio, a equipe
responsável deverá monitorar e acompanhar seu desenvolvimento, com o intuito de avaliar o
sucesso da recuperação florestal quanto ao resgate das funções do ecossistema e
biodiversidade. A recuperação das APPs e os demais replantios de mudas nativas devem ser
balizados pelas orientações da Resolução SMA 32/14.
Segundo o EIA, a propriedade do empreendimento (Fazenda Serramar) está situada nas
Zonas Terrestres Z1, Z1AEP, Z2, Z3, Z4, e Z5 do Zoneamento Ecológico-Econômico do Litoral
Norte, contemplando 6 categorias de uso. Entretanto, o estudo cita que a maior parte das áreas
da fazenda está classificada como Z3. Desse modo, a fim de atender o artigo 16 do Decreto
Estadual nº 62.913/2017 (ZEE do Litoral Norte), a Avaliação Ambiental Integrada do Litoral
Norte (AAI Litoral Norte, 2009) e considerando a localização da maior fração do imóvel e
localização das áreas de lavra em Z3, deverá ser proposta a conservação ou recuperação de
no mínimo 50% (cinquenta por cento) do imóvel com áreas verdes, incluindo nesse percentual
a área da Reserva Legal e as Áreas de Preservação Permanente.
Ressalta-se que o empreendedor deverá firmar um Termo de Responsabilidade de
Preservação de Reserva Legal – TRPRL para a área verde adicional a ser preservada na
propriedade, prevendo o início da recuperação de modo concomitante com as atividades
minerárias na gleba, e reapresentar o Cadastro Ambiental Rural, contendo a delimitação da
área do referido Termo.
Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação
• Obter a Autorização para supressão de vegetação nativa, interferência em Área de
Preservação Permanente e corte de árvores isoladas na Agência Ambiental da CETESB, e
firmar os respectivos Termos de Compromisso de Recuperação Ambiental – TCRAs.
• Apresentar Programa de Controle de Supressão de Vegetação detalhado contemplando
medidas mitigadoras, tais como, a delimitação prévia das áreas e dos indivíduos arbóreos a
serem suprimidos, resgate e relocação de epífitas, e demais ações coordenadas com o
Programa de Monitoramento e Salvaguarda de Fauna.
• Apresentar Programa de Recuperação das Áreas de Preservação Permanente, prevendo a
utilização de técnicas de ‘nucleação’ para facilitar a regeneração natural e o plantio de
espécies nativas que preferencialmente forneçam recursos à fauna nativa. O Programa
deverá conter mapeamento e quantificação das áreas a serem recuperadas, ações
previstas, metodologias, listas de espécies com ocorrência regional para revegetação e
enriquecimento das áreas degradadas e cronograma de atividades.
• Apresentar proposta de conservação ou de recuperação de no mínimo 50% (cinquenta por
cento) da área total do imóvel com áreas verdes, conforme o Artigo 16 do Decreto Estadual
nº 62.913/2017, incluindo nesse percentual a área da Reserva Legal as Áreas de
Preservação Permanente. Firmar um Termo de Responsabilidade de Preservação de
Reserva, prevendo o início da recuperação concomitante às atividades minerárias na gleba,
e reapresentar o Cadastro Ambiental Rural, contendo a delimitação da área do referido
Termo.
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação
• Apresentar relatório do Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental, contendo a
descrição das ações realizadas; o mapeamento e georreferenciamento das áreas de
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Afluente do Ribeirão da
Travessia Aérea 1 Lagoa ou Polares 7.383,48 455,77
Afluente do Ribeirão da
Travessia Aérea 2 Lagoa ou Polares 7.384,25 455,18
Além desses recursos, para a exploração mineral futura serão necessárias novas interferências
em recursos hídricos para a extração de areia em cava e em leito do rio. No caso da extração
em cava, com a interceptação do lençol freático, a água surgente passará a compor o processo
de extração. Para essas novas interferências o empreendedor apresentou a Declaração de
Viabilidade de Implantação de Empreendimento emitida pelo Departamento de Águas e
Energia Elétrica – DAEE, publicada no Diário Oficial em 09/10/2018.
Tabela 11. Relação dos novos usos de recursos hídricos pretendidos na Fazenda Serramar.
N E
Extração de Minérios Rio Pirassununga 7.380,07 448,87 2805,30 m3
Extração de Minérios Rio Camburu ou Tinga 7.383,25 447,63 122,40 (m³/s)
Extração de Minérios Ribeirão Pau d´alho 7.385,06 448,14 100,00 (m³/s)
Poço 7.386,10 450,63 90,00 (m³/s)
A água destinada a consumo humano será de cerca de 700l/dia, com captação em poço
existente.
O processo de beneficiamento será realizado por via úmida com a utilização da água surgente
das cavas e dos rios, que seguirá de volta para áreas já lavradas das cavas, após clarificação e
separação da areia grossa e média. A água clarificada na cava retornará para reutilização no
processo de beneficiamento, mantendo o empreendimento em um circuito fechado.
Para avaliação da qualidade da água na área do empreendimento e entorno foram realizadas
duas campanhas de campo nos dias 13 a 14/01/2015 e de 21 a 22/05/2015, ambas em 10
pontos de coleta, com avaliação de parâmetros inorgânicos (físico-químicos e metais pesados),
orgânicos, bacteriológicos (Coliformes Termotolerantes) e biológicos (Clorofila e
Cianobactérias). Os parâmetros temperatura da água, pH, condutividade elétrica, oxigênio
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manutenção de veículos. Foi ressaltado que a Fazenda Serramar já possui oficina e posto de
combustíveis implantados e em operação, contando com estruturas e dispositivo de contenção
de derrames.
Conforme o EIA, durante a exploração dos recursos minerais haverá o afloramento do lençol
freático, cuja água será utilizada no processo produtivo, acarretando exposição direta das
águas subterrâneas aos contaminantes. Esse impacto é potencializado pela exploração
predominantemente em área de aquífero livre, com alta permeabilidade e muito próximo à
superfície.
De acordo com o EIA, durante a implantação do empreendimento também é possível que
ocorram modificações no comportamento do fluxo da água subterrânea, desencadeadas pelas
atividades de limpeza dos terrenos, supressão da vegetação, decapeamento dos solos
orgânicos, impermeabilização de superfícies para a implantação das estruturas de apoio,
atividades de terraplenagem e execução de aterros, podendo afetar as condições de recarga
das águas subterrâneas. A retirada de materiais geológicos durante a operação do
empreendimento também poderá causar alterações nos fluxos da água subterrânea.
Segundo o estudo esse impacto será minimizado pelas condições de cobertura de solo da ADA
já se encontrarem alteradas por pastagens, sem a cobertura vegetal original. Além disso, as
baixas declividades da Planície Costeira favorecerão os processos de infiltração.
Segundo medições de nível realizadas em 2015, a superfície potenciométrica apresenta cotas
de 0 a 20 m, com linhas de fluxo indicando escoamento para o oceano. As profundidades do
freático variam entre 2,68m nas áreas do embasamento e 0,90 metros no ponto de
monitoramento mais próximo ao oceano.
Como medidas mitigadoras, além das já citadas nos tópicos anteriores, foi apresentado um
Programa de Monitoramento do Nível do Lençol Freático e da Qualidade da Água Subterrânea.
O programa contempla a instalação de piezômetros em pontos a serem definidos futuramente
em função do projeto de cada lavra. A definição dos pontos de monitoramento de qualidade da
água subterrânea será definida posteriormente em projeto específico, a ser elaborado de
acordo com a Norma NBR 13.895/1997, e será submetido à aprovação da CETESB.
Análise
Para mitigar os potenciais impactos na água subterrânea decorrente da operação do
empreendimento, deverá ser implementado o Programa de Monitoramento do Nível e da
Qualidade das Águas Subterrâneas, que deverá ser detalhado na próxima fase do
licenciamento. Tal programa deverá permitir o acompanhamento da qualidade e dos níveis de
água na área de influência do empreendimento para a adoção das medidas mitigadoras
necessárias.
Neste Programa deverão ser definidos e mapeados os pontos de monitoramento do nível
freático e da vazão das drenagens do entorno do empreendimento, a fim de avaliar a influência
do cone de rebaixamento, eventuais impactos na vegetação e em possíveis usuários de
recursos hídricos, a serem identificados. O Programa deverá contemplar também a definição
da periodicidade, medição sistemática das vazões bombeadas da cava, e prever medidas
mitigadoras e compensatórias, caso ocorra diminuição na disponibilidade hídrica em eventuais
propriedades vizinhas ao empreendimento e caso seja constatada alteração nas condições da
vegetação nativa existente.
Por ocasião da solicitação da LO, deverá ser apresentado relatório comprovando a
implementação do Programa de Monitoramento do Nível do Lençol Freático e da Qualidade
das Águas Subterrâneas, contemplando o balanço das atividades desenvolvidas, a avaliação
dos resultados e as medidas mitigadoras e compensatórias adotadas.
Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação
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habitados fora dos limites da propriedade da empresa, de acordo com metodologia descrita na
Norma NBR 10151/2019 da ABNT, para a comprovação dos padrões estipulados.
Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação
• Apresentar Programa de Controle de Emissões Atmosféricas, contendo o detalhamento das
medidas mitigadoras propostas para redução das emissões de particulados na
movimentação de veículos e demais operações do empreendimento, tais como o
enlonamento dos caminhões, manutenção preventiva de máquinas, veículos e
equipamentos, cascalhamento das vias internas não pavimentadas, considerando
receptores críticos situados fora dos limites da propriedade do empreendimento e as
direções de vento predominantes. Incluir propostas de medidas corretivas, em caso de
reclamações da população, equipe técnica responsável e cronograma de atividades.
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação
• Apresentar relatório técnico em atendimento ao Despacho nº 05/2017/EQQA de
07/08/2017, relativo ao monitoramento da qualidade do ar.
Durante a operação do empreendimento
• Realizar, em caso de reclamações da população do entorno, avaliações de ruído nos
receptores potencialmente críticos - RPCs situados no entorno do empreendimento,
previamente aprovados pelo Setor de Avaliação Ambiental de Ruídos e Vibrações – IPAR
da CETESB, ou seja, em locais habitados fora dos limites de propriedade da empresa, de
acordo com a metodologia descrita na Norma NBR 10151/2019 da ABNT, para a
comprovação dos padrões estipulados, observando o uso e ocupação do solo local.
• Apresentar relatórios anuais consolidados do Programa de Controle de Emissões
Atmosféricas, contendo avaliação dos resultados obtidos, considerando as campanhas
anteriores, bem como relatório comprovando a implementação das medidas de controle
para a redução de emissão de particulados na área do empreendimento e entorno.
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Com isso, a elaboração desse documento visou, principalmente, a análise do potencial conflito
das novas atividades com a preservação da qualidade ambiental dessa região com o turismo e
demais atividades existentes, a demanda por ocupação de novas áreas para as instalações
industriais e de serviços, bem como para abrigar novos contingentes populacionais que
poderão ser atraídos pelas oportunidades de negócio e empregos e a pressão que isso poderá
exercer para ocupação de áreas protegidas. Estas questões requerem uma análise no âmbito
do planejamento estratégico, voltada à proposição de políticas públicas especialmente nos
campos do ordenamento territorial e proteção ambiental, investimentos em infraestrutura
sanitária e habitação, e investimentos em equipamentos sociais de educação e saúde.
Em relação ao licenciamento ambiental desses empreendimentos, a Avaliação Ambiental
Integrada de Impactos – AAI do Litoral Norte recomendou a adoção de diretrizes para os
EIA/RIMA de novos projetos e para o licenciamento ambiental, dentre as quais, considerando-
se a tipologia do empreendimento em análise, destacam-se:
a. Para a fase de operação: apresentar análises detalhadas da geração de empregos diretos
e indiretos, do efeito renda; bem como a análise de indução e atração de populações.
b. Para a fase de operação: apresentar análises de destinação de resíduos, esgoto,
suprimento de água e energia, e demanda espacial.
c. Para a fase de obras: exigir que os empregos na fase de obra dos empreendimentos sejam
predominantemente locais, reforçando a Resolução da SMA 68/2009 com este objetivo;
d. Exigir medidas mitigadoras para os novos empreendimentos do Pré-sal e em geral, sob a
forma de recursos destinados à implantação das UCs propostas pelo Projeto Biota/Fapesp
para o Litoral Norte, bem como para a implantação dos respectivos Planos de Manejo dos
Núcleos do Parque Estadual da Serra do Mar - PESM.
As diretrizes “a” e “c” foram contempladas no capítulo Geração de Empregos e Impactos
Relacionados à Mão-de-Obra (item 8.1 deste parecer), a diretriz “b” foi contemplada nos
capítulos Impactos nos Recursos Hídricos Superficiais, Alteração no Fluxo e Qualidade das
Águas Subterrâneas e Geração de Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos (itens 8.10, 8.11 e
8.12, respectivamente), e a diretriz “d” foi contemplada no capítulo Interferências em Áreas
Protegidas (item 8.6).
Cabe destacar que a demanda de mão de obra necessária ao empreendimento será de até 32
trabalhadores, não sendo esperados impactos significativos associados à geração de
empregos e sobrecarga nos serviços públicos do município. Além disso, o empreendimento
será desenvolvido em etapas, ao longo de até 30 anos.
Os processos que compõem o Distrito Mineiro poderão ser explorados em um horizonte inicial
de 30 anos. Contudo, dependendo do mercado consumidor, é possível que apenas 6
poligonais sejam exploradas nesse período. Dessa forma, será necessário atualizar
periodicamente (no mínimo, a cada 5 anos) a sequência de lavra. A legislação municipal de uso
do solo também deverá ser verificada e atualizada ao longo do tempo, para subsidiar a decisão
sobre os projetos de uso futuro para a região.
A recuperação das áreas contemplará, no mínimo, a limpeza, correção de eventuais processos
erosivos, estabilização das áreas, recuperação vegetal, implantação de drenagem definitiva e
proteção superficial.
Ressalta-se que o Distrito Mineiro Serramar também pretende contribuir para o controle das
cheias na região, com a formação de cavas alagadas que futuramente integrarão parte do
projeto de contenção de cheias.
Análise
O empreendedor apresentou o PRAD, prevendo medidas de curto, médio e longo prazo. Tendo
em vista que o empreendimento será implantado em fases, a maior parte das medidas serão
adotadas em médio e longo prazo, visando à recuperação das áreas degradadas. A sequência
de lavra será revisada periodicamente e serão elaborados projetos de fechamento específicos
para cada processo minerário.
Considerando que algumas medidas já serão aplicadas para a primeira fase, ora em
licenciamento, por ocasião da solicitação da LI, o empreendedor deverá apresentar o
detalhamento do Plano de Recuperação de Área Degradada, elaborado de acordo com as
Normas NBR 13.030/99– Elaboração e Apresentação de Projeto de Reabilitação de Áreas
Degradadas pela Mineração e NRM 21 da ANM - Reabilitação de Áreas Pesquisadas,
Mineradas e Impactadas, contemplando a estabilização e reafeiçoamento das áreas lavradas,
de apoio e servidão de maneira concomitante à extração mineral. O PRAD também deverá
prever as medidas finais de reconformação topográfica e de revegetação, a desmobilização
das estruturas de apoio, medidas de monitoramento e de recuperação ambiental, e deverá
conter no mínimo:
• Planta planialtimétrica georreferenciada representando a configuração final das cavas e
demais estruturas previstas, como depósito de estéril, solo orgânico, rejeitos, etc.,
previamente aos procedimentos de recuperação.
• Planta planialtimétrica representando as áreas (cavas e demais estruturas)
recuperadas.
• Programa detalhado de revegetação das áreas de lavra e dos depósitos de estéril,
privilegiando a utilização de espécies nativas em detrimento de espécies exóticas
invasoras.
• Quadro síntese com informações referentes às áreas destinadas aos procedimentos de
revegetação incluindo as APP’s, recuperação de áreas lavradas, medidas
compensatórias, cortinas vegetais, etc.
• Cronograma de recuperação ambiental compatível com o cronograma de lavra do
empreendimento, considerando a fase futura, detalhando as ações de recuperação com
as diferentes fases específicas das operações de lavra (decapeamento, lavra,
transporte e estocagem de minério), medidas auxiliares como implantação dos sistemas
de controle de águas pluviais, e desmobilização parcial e concomitante de instalações e
equipamentos.
• Detalhamento do Programa de Desmontagem e Demolição, Programa de Investigação
de Contaminação, Programa de Monitoramento Pós-Fechamento, abordando
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Para atender as diretrizes da Avaliação Ambiental Integrada de Impactos – AAI Litoral Norte
(2009) e conforme proposta do empreendedor, recomenda-se que os recursos sejam
destinados à implantação das UCs propostas pelo Projeto Biota/Fapesp para o Litoral Norte,
bem como para o Parque Estadual da Serra do Mar – PESM, Unidade de Conservação de
Proteção Integral mais próxima ao empreendimento. Na Audiência Pública realizada em
08/11/2017 em Caraguatatuba foi solicitado que a compensação ambiental seja destinada ao
Parque Natural Municipal do Juqueriquerê, destinação que também foi proposta no EIA.
Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação
• Apresentar o comprovante do depósito bancário, no valor referente à compensação
ambiental definida na Memória de Cálculo elaborada pela CETESB e aprovada pelo
empreendedor, e a assinatura de um Termo de Compromisso de Compensação Ambiental –
TCCA, conforme estabelecido no Decreto Estadual nº 60.070 de 15/01/29014, segundo a
indicação da Câmara de Compensação Ambiental – CCA da SIMA.
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação
• Apresentar, após a apuração final do custo do empreendimento objeto do presente
licenciamento, o relatório contábil, comprovando o montante efetivamente despendido na
implantação do empreendimento, visando à realização de ajustes no valor destinado à
compensação ambiental do empreendimento, cujo depósito, se houver, deverá ser
realizado na mesma conta na qual foi efetuado o depósito originário, sendo tal depósito
condicionante para a emissão da Licença de Operação.
11. CONCLUSÃO
Com base na análise do EIA e procedimentos citados neste Parecer Técnico, desde que
implementadas as medidas preventivas, mitigadoras e compensatórias e atendidas as
condicionantes preconizadas no processo de licenciamento ambiental, conclui-se pela
viabilidade ambiental da ampliação da atividade de extração de areia, cascalho e saibro
proposta pela empresa Pecuária Serramar Ltda. no município de Caraguatatuba, nos termos
da Resolução CONAMA 237/97.
Para a continuidade do licenciamento ambiental, o empreendedor deverá atender as
exigências que venham a ser formuladas pela Agência Ambiental da CETESB, além de
demonstrar o cumprimento das seguintes exigências:
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação
• Comprovar o aditamento das substâncias cascalho e saibro junto à Agência Nacional de
Mineração.
• Apresentar detalhamento do Programa de Comunicação Social, contemplando as ações e
os instrumentos a serem utilizados para garantir a efetividade da divulgação de informações
sobre o empreendimento, principalmente aquelas relativas aos problemas identificados pela
população na Pesquisa de Percepção Ambiental e os empregos a serem ofertados.
Descrever o teor do material a ser divulgado, público alvo, cronograma de atividades, meios
de divulgação das vagas de emprego a serem disponibilizadas, os canais de comunicação
com a população, etc.
• Apresentar um Programa de Controle e Monitoramento do Tráfego detalhado,
contemplando: termo de cooperação a ser firmado com os órgãos municipais e estaduais
competentes; aprovação do trajeto a ser utilizado para o transporte do bem mineral, em
especial na área urbana, pelo órgão municipal competente; as ações para apoio à
manutenção do sistema viário; identificação dos trajetos percorridos em perímetros urbanos;
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corretivas adotadas.
• Apresentar, em cada renovação de LO, relatório consolidado do Programa de
Monitoramento e Salvaguarda da Fauna, sendo cópia digital e impressa, considerando: as
campanhas já realizadas e um levantamento atual de dados com duas campanhas no ano;
os registros de eventuais atropelamentos da fauna; análise comparativa e avaliação dos
resultados obtidos, avaliação da efetividade das medidas mitigadoras adotadas para os
impactos identificados sobre a fauna local e eventual proposição de medidas adicionais.
• Apresentar em cada renovação de LO, relatório consolidado do Plano de Recuperação de
Área Degradada, com as ações de recuperação já executadas e a serem implantadas,
registros fotográficos, destacando as espécies nativas utilizadas na revegetação;
identificação das frentes de lavra exauridas e as medidas de recuperação adotadas; a
implantação de cobertura vegetal; e a reavaliação do uso futuro da área, caso necessário.
De acordo
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