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PARECER TÉCNICO

Nº 254/20/IE
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP Data: 27/11/2020
C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7
Site: www.cetesb.sp.gov.br

PROCESSO: IMPACTO 012/2014


INTERESSADO: Pecuária Serramar Ltda.
ASSUNTO: Análise do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto
Ambiental (EIA/RIMA) para a ampliação das atividades de extração de
areia, cascalho e saibro
MUNICÍPIO: Caraguatatuba

1. INTRODUÇÃO
O presente Parecer Técnico trata da análise da viabilidade ambiental da ampliação das
atividades de extração de areia, cascalho e saibro, para uso industrial e na construção civil, sob
responsabilidade da Pecuária Serramar Ltda., no município de Caraguatatuba, abrangendo um
total de 15 Processos Minerários, localizados na área da Fazenda Serramar. As poligonais
objeto do licenciamento são ilustradas na Figura 1, onde também podem ser visualizados os
limites da propriedade e o entorno próximo.
Está prevista a implantação de 3 grupos minerários, com área total de lavra de 183,48 ha,
reserva lavrável total de 13.496.737 m³ de minério e vida útil estimada de até 30 anos.

Figura 01 – Localização das Poligonais objeto do pedido de LP (em azul e vermelho) em relação aos limites da
Fazenda Serramar (em amarelo) e entorno. Fonte: Informações complementares ao EIA/RIMA.

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A elaboração deste Parecer Técnico teve por base os documentos do processo, destacando-
se:
• EIA/RIMA, protocolado na CETESB em junho de 2017, elaborado pela empresa JGP
Consultoria e Participações Ltda.
• Anotações de Responsabilidade Técnica – ART nº 28027230171974250 e nº
28027230171974875, dos Engenheiros Civis Fabrizia Oliverii Mola e José Carlos de
Lima Pereira, referentes à elaboração de laudo do meio físico.
• Anotações de Responsabilidade Técnica – ART nº2017/03003, 2017/03004,
2014/06623, 2014/06620 e 2014/06622 dos Biólogos Denise Sasaki, Gustavo
Kazuoyoshi Tanaka, Patrícia Monte Stefani e Fernanda Teixeira E. Marciano, referentes
aos estudos do meio biótico.
• Certidões n° 154/17, 155/17 e 156/17, emitidas pela Prefeitura Municipal de
Caraguatatuba em 17/04/2017, em atendimento ao Artigo 10 da Resolução CONAMA
237/97.
• Declarações de Manifestação Técnica n° 06/2017, 05/2017 e 04/2017, emitidas pela
Prefeitura Municipal de Caraguatatuba em 18/05/2017, em atendimento ao Artigo 5° da
Resolução CONAMA 237/97.
• Declarações emitidas pela Agência Nacional de Mineração – ANM, aprovando os
Planos de Aproveitamento Econômico referentes aos Processos ANM nº 820.874/2003,
820.875/2003, 821.119/2008, 821.120/2008, 820.715/2009, 820.716/2009,
820.717/2009, 820.718/2009, 820.719/2009, 821.278/2009, 820.738/2010,
820.739/2010, 820.740/2010, 820.081/2013 e 820.971/2013 para a substância areia,
em atendimento ao Artigo 8º da Decisão de Diretoria n° 025/2014/C/I.
• Plantas de detalhe da configuração final da área de lavra autenticadas pela ANM em
06/09/2018, em atendimento ao Artigo 8º da Decisão de Diretoria n° 025/2014/C/I.
• Oficio nº 00197/2017-IPHAN/SP emitido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional - IPHAN em 10/02/2017.
• Publicação no Diário Oficial 14/06/2017 referente à solicitação de Licença Ambiental
Prévia – LP.
• Autorização para licenciamento de empreendimento dentro da área de Unidade de
Conservação ou em sua Zona de Amortecimento nº 05/2018, de 22/08/2018, e
Informação Técnica PESM/Núcleo Caraguatatuba nº 25/2018, de 13/08/2018, emitidas
pela Fundação Florestal.
• Parecer Técnico UPPH n° CGRBT-546-2019, emitido pelo Conselho de Defesa do
Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado - CONDEPHAAT,
com publicação no Diário Oficial em 12 de setembro de 2019.
• Informações complementares elaboradas pela empresa JGP Consultoria e
Participações Ltda. em atendimento à Informação Técnica 007/18/IEEM e Informação
Técnica 019/19/IEEM, protocoladas em 17/05/2018, 22/06/2018, 14/09/2018,
18/10/2018, 21/11/2018, 22/01/2019, 12/09/2019, 24/01/2020, 09/06/2020, 04/09/2020 e
em 20/10/2020.
• Parecer Técnico n° 042/19/IPA, de 13/09/2019, da Divisão de Avaliação de Ar, Ruídos e
Vibrações.
• Parecer Técnico n° 114/17/IPRS, de 08/08/2017, do Setor de Avaliação e Apoio ao
Gerenciamento do Uso do Solo.
• Despacho n° 05/2017/EQQA, de 07/08/2017, do Setor de Amostragem e Análise do Ar.

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• Declaração de Viabilidade de Implantação de Empreendimento emitida pelo


Departamento de Águas e Energia Elétrica – DAEE, publicada no Diário Oficial em
09/10/2018, referente às interferências em recursos hídricos do empreendimento.
• Vistoria realizada na gleba do empreendimento, em 09/11/2017, pelo Setor
IEEM/CETESB.
• Licenças de Operação n° 68000349 e n° 68000303, válidas até 04/05/2021 e
18/01/2021, respectivamente, referentes às atividades atuais de extração nas
Poligonais ANM 820.598/1995, 820.736/2001, 820.301/2003, 820.532/2005,
820.521/2007, 820.801/2012 e 820.560/01.

2. JUSTIFICATIVA DO EMPREENDIMENTO
Segundo o EIA, a maior vocação da região da Fazenda Serramar é a produção de agregados e
a ampliação do empreendimento tem o objetivo de atender à crescente demanda pelo setor de
construção civil local. As principais justificativas para a ampliação da atividade de mineração na
área são:
• Proximidade do mercado consumidor.
• Bom conhecimento do subsolo da área, não necessitando de maiores investimentos em
pesquisa mineral.
• Atividade compatível com o Zoneamento Municipal.
• Interesse da Prefeitura Municipal pela expansão das atividades, com aumento da
geração de empregos.
Conforme o EIA, o empreendimento também tem o objetivo de contribuir para o controle das
cheias na região. Segundo estudo hidrológico apresentado, futuramente a utilização das cavas,
associada a obras hidráulicas de jusante, poderá reduzir a ocorrência de inundações a jusante
do empreendimento no Rio Juqueriquerê.

3. ESTUDO DE ALTERNATIVAS
Conforme o EIA, a definição da localização do empreendimento levou em conta a utilização de
terrenos ocupados predominantemente por pastagens e sem autuações ambientais. Os
terrenos também são planos, evitando gastos com terraplanagem.
O estudo de alternativas locacionais foi realizado com base no Relatório Técnico “Bases
Técnicas para o Ordenamento Territorial da Mineração nos Municípios do Litoral Norte
Paulista”, elaborado em julho de 2013 pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de
São Paulo (IPT), com o objetivo de orientar o zoneamento minerário dos municípios do Litoral
Norte e subsidiar a atualização do Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro e do
Zoneamento Ecológico-Econômico da região. Foi constatado o potencial da região para
exploração de substâncias minerais de uso na construção civil, sendo que em Caraguatatuba
as áreas aptas que não estão na Fazenda Serramar estão quase todas na mancha urbana ou
no interior do Parque Estadual da Serra do Mar.
Dessa forma, segundo o estudo, a exploração na Fazenda Serramar representa a melhor
alternativa locacional, pois a propriedade pertence ao interessado e possui atividades
minerárias há mais de 20 anos, dispensando a necessidade de abertura de novos acessos e
implantação de novas áreas de apoio.
Ainda segundo o estudo, na etapa de operação serão adotadas alternativas tecnológicas que
minimizem o consumo de insumos, a geração de efluentes e que reduzam os incômodos à
população do entorno, conforme será discutido ao longo deste Parecer.

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4. AUDIENCIA PUBLICA
A Audiência Pública foi realizada no dia 08/11/2017 às 17h no Teatro Espaço Cultural Mário
Covas no município de Caraguatatuba, para apresentação das informações sobre o projeto de
ampliação do empreendimento, diagnósticos socioambientais, os potenciais impactos
ambientais positivos e negativos identificados e correspondentes medidas de potencialização,
mitigação e compensação a serem adotadas. Houve sugestões e questionamentos por
representantes de instituições públicas e privadas e da sociedade civil a respeito dos impactos
decorrentes da ampliação do empreendimento, bem como sobre as medidas que serão
adotadas para mitigação dos mesmos. Foram abordados aspectos relacionados a processos
de erosão e assoreamento, qualidade e vazão dos cursos d’água superficiais e subterrâneos,
impactos cumulativos e sinérgicos com outros empreendimentos na região, impactos sobre as
Unidades de Conservação do entorno, principalmente o Parque Natural Municipal do
Juqueriquerê e o Parque Estadual da Serra do Mar, e sobre as Áreas de Preservação
Permanente e Reserva Legal da Fazenda Serramar. Os questionamentos foram esclarecidos
pelo empreendedor e pela empresa de consultoria responsável pelo estudo e a audiência foi
encerrada.

5. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
5.1 Histórico
Conforme o EIA, a empresa já possui atividades minerárias na área há pelo menos 20 anos.
No início das atividades, o licenciamento ambiental foi realizado de forma individual para cada
uma das poligonais ANM. Em 2007 o interessado protocolou uma consulta sobre o instrumento
adequado para a extração mineral em 12 processos da área da Fazenda Serramar. Por meio
do Parecer Técnico CPRN/DAIA/516/07, de 28/12/2007, foi determinando que a análise da
viabilidade ambiental do empreendimento deveria ser realizada de forma unificada por meio de
apresentação de EIA/RIMA, para uma avaliação integrada e global dos impactos.
Dessa forma, em 13/01/2014, o empreendedor protocolizou um Plano de Trabalho na CETESB
para o licenciamento ambiental do Distrito Mineiro Serramar (Processo IMPACTO 12/2014). Em
11/08/2014 foi emitido o Parecer Técnico n° 158/14/IE, referente ao Termo de Referência para
a elaboração do EIA/RIMA.
O EIA/RIMA foi apresentado à CETESB em junho de 2017. O projeto inicial envolvia a
exploração de 42 Processos Minerários, em fases diferentes de licenciamento na ANM. Em
09/02/2018 o Setor de Avaliação de Empreendimentos Industriais, Agroindustriais e Minerários
emitiu a Informação Técnica n° 007/18/IEEM, informando que, conforme o Artigo 3°da Decisão
de Diretoria CETESB 025/2014/C/I, as Poligonais em fase de pesquisa mineral não seriam
objeto do licenciamento ambiental e deveriam ser excluídas do projeto.
Dessa forma, o objeto do licenciamento ambiental foi revisado e o empreendedor apresentou
novo projeto considerando somente as Poligonais já aptas à obtenção da Licença Ambiental
Prévia, ou seja, o objeto do licenciamento foi reduzido de 42 para 15 Processos ANM. Além
disso, foram excluídas da Área Diretamente Afetada – ADA porções das áreas de lavra
sobrepostas aos limites da Área Natural Tombada da Serra do Mar (ANTSM), áreas cobertas
por vegetação nativa contígua ao Parque Estadual da Serra do Mar (PESM), faixa de domínio
do Contorno Viário Caraguatatuba e da duplicação da Rodovia dos Tamoios e as áreas de
apoio das obras viárias citadas que se localizam dentro das poligonais, objeto do EIA.
Conforme solicitação da CETESB, em informações complementares apresentadas por correio
eletrônico em 20/10/2020 o projeto foi novamente revisado, tendo sido excluídas as
intervenções em Áreas de Preservação Permanente para a implantação das cavas na área do
Grupo 3, sendo mantidas apenas as intervenções necessárias para as atividades de dragagem
em leito de rio.
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Desse modo, o projeto revisado, objeto de análise do presente Parecer Técnico, contempla
uma área final de lavra de 183,48 ha, com extração de 13.496.737 m³ de minério, e vida útil
estimada de 30 anos.
5.2 Projeto revisado
O empreendimento está inserido na Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos do
Litoral Norte - UGRHI 03, próximo do núcleo urbano do município de Caraguatatuba, no km 05
da Rodovia São Sebastião - Caraguatatuba, no interior da Fazenda Serramar, no Bairro Pontal
de Santa Marina.
Conforme o EIA, a Fazenda Serramar é uma propriedade rural com 9.068 ha onde se
desenvolvem atividades de pecuária e exploração mineral. Atualmente, se encontram em
operação na área do empreendimento o Porto de Areia, uma extração de areia em cava, e o
Morro da Caixa d’Água, uma área de empréstimo solicitada pela DERSA/DER para apoio à
construção dos Contornos Viários de Caraguatatuba e São Sebastião. Além da exploração dos
minérios, foi informado que a atividade proposta pela Pecuária Serramar também pretende
contribuir para o controle das cheias na região. Futuramente, a utilização das cavas como
reservatórios de água, juntamente com a implantação de obras hidráulicas à jusante, poderá
reduzir a ocorrência de inundações à jusante do empreendimento, na bacia do Rio
Juqueriquerê.
As poligonais do Distrito Mineiro objeto desse licenciamento ambiental são indicadas na Tabela
1. As principais características do empreendimento e da área do entorno estão indicadas na
Tabela 2 e Figuras 2 a 4.

Tabela 1. Processos minerários que compõem o Distrito Mineiro e sua situação na ANM.
o
N Poligonal DNPM Fase do Processo Substancia Área(ha)
1 820.874/2003 Requerimento de Lavra 10/03/2016 Areia (Construção Civil) 32,99
2 820.875/2003 Requerimento de Lavra 05/10/2016 Areia 44,12
3 821.119/2008 Requerimento de Lavra 16/01/2017 Areia 49,81
4 821.120/2008 Requerimento de Lavra 18/01/2018 Areia 10,45
5 820.715/2009 Requerimento de Lavra 18/01/2018 Areia (industrial) 27,08
6 820.716/2009 Requerimento de Lavra 18/01/2018 Areia (industrial) 49,8
7 820.717/2009 Requerimento de Lavra 18/01/2018 Areia (industrial) 49,42
8 820.718/2009 Requerimento de Lavra 18/01/2018 Areia (industrial) 49,79
9 820.719/2009 Requerimento de Lavra 18/01/2018 Areia (industrial) 34,64
10 821.278/2009 Requerimento de Lavra 15/01/2018 Areia 21,85
11 820.738/2010 Requerimento de Lavra 18/01/2018 Areia (Construção Civil) 49,64
12 820.739/2010 Requerimento de Lavra 18/01/2018 Areia (Construção Civil) 49,81
13 820.740/2010 Requerimento de Lavra 18/01/2018 Areia (Construção Civil) 49,86
14 820.081/2013 Requerimento de Lavra 31/01/2018 Areia 40,4
15 820.971/2013 Requerimento de Lavra 18/01/2018 Areia/cascalho/saibro 1,51

Tabela 2. Principais características do empreendimento

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Total da área das Poligonais (ha) 511,69

Titular dos Processos ANM Pecuária Serramar

Localização Caraguatatuba

Fase ANM Requerimento de Lavra

Bem mineral Areia, cascalho e saibro

Área total de lavra (ha) 183,48

Reserva lavrável (m 3) 13.496.737,0

Produção(m3/mês) 17.600

Vida útil (anos) 30

Estimativa de material estéril (m³) 134.967

Desmonte mecânico e dragagem em cava submersa e em


Método de lavra
leito de rio

No de áreas de apoio 3

Figura 2: Áreas de lavra (em verde, amarelo e azul) do grupo 1 de poligonais ANM (em vermelho).

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Figura 3: Áreas de lavra (em verde, amarelo e azul claro) e de beneficiamento (em azul escuro) do
grupo 2 de poligonais ANM (em vermelho).

Figura 4: Áreas de lavra (em verde, amarelo e azul) do grupo 3 de poligonais ANM (em vermelho).

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De acordo com as informações complementares ao EIA, as cavas do Distrito Mineiro serão


exploradas de maneira sequencial em 3 grupos, conforme as cavas forem se exaurindo e
houver demanda do mercado consumidor. É esperado o início de novas frentes de exploração
em 3 anos, 6 anos, 9 anos e 12 anos, com término em período não superior a 30 anos.
Segundo o EIA, para a ampliação do empreendimento está prevista a utilização de grande
parte da infraestrutura já existente na Fazenda Serramar, sendo previstas apenas atividades de
limpeza dos terrenos e remoção da vegetação nas áreas previstas para extração. As estruturas
de apoio consistirão basicamente em pátios de beneficiamento e armazenagem, banheiros
químicos e pequenas instalações de suporte aos funcionários. Serão utilizadas,
preferencialmente, as áreas de apoio existentes em poligonais já exauridas ou que também
estejam em operação.
Conforme o EIA, o método de lavra para a extração de areia consistirá na remoção mecânica
da cobertura de solo sobreposta (e/ou argila se for o caso) e a posterior dragagem em cava
inundada das camadas de areia. Após o início da extração haverá interceptação do lençol
freático e formação de reservatório artificial, possibilitando a instalação da draga para operação
em cava submersa. Também haverá operação de lavra de areia em leito de rio. Foi ressaltado
que os procedimentos de controle ambiental a serem empregados na dragagem respeitarão o
estabelecido na Norma TécnicaD7.010 – Mineração por Dragagem – Procedimento.
Segundo o EIA, o minério será bombeado em forma de polpa, da draga até as instalações de
beneficiamento, por meio de sistemas de tubulações, para as operações de peneiramento,
classificação e desaguamento, de forma a se atingir a conformidade adequada para sua
comercialização. Após o beneficiamento, a areia será carregada em caminhões para
comercialização. O sistema viário a ser utilizado na operacionalização do empreendimento
corresponde ao atual sistema viário da Fazenda Serramar.
O processo de beneficiamento será realizado por via úmida, com a utilização da própria água
surgente da cava que, após os processos de separação da areia e rejeito, seguirá de volta para
a cava. A água clarificada na cava será reutilizada no processo de beneficiamento, mantendo o
empreendimento em um circuito fechado.

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Figura 05 – Fluxograma das operações de lavra e beneficiamento

Conforme o EIA, as áreas de disposição de estéril da mineração serão construídas nas


imediações das frentes de lavra, e serão projetadas de acordo com a Norma NBR 13029/2016,
e a Norma Reguladora de Mineração NRM-19 (Disposição de Estéril, Rejeitos e Produtos). No
caso da remoção de solos orgânicos, o material será reservado para posterior recuperação da
área minerada.
O consumo de água para fins sanitários previsto nas operações do empreendimento é de cerca
de 700 l/dia, com captação em poço já existente.
De acordo com as informações complementares, com relação à mão-de-obra, a empresa já
conta com 18 funcionários empregados nas atividades minerárias atuais. A equipe existente
será alocada conforme o avanço das frentes de exploração de lavra. No caso de necessidade
de operação de lavras de forma simultânea, serão contratados até 14 novos funcionários,
podendo chegar a 32 trabalhadores no total.
Conforme informações complementares, o investimento estimado para a ampliação do
empreendimento é de R$ 5.000.000,00 para instalação de um pátio de beneficiamento de
areia. Esses valores incluem a aquisição de máquinas e equipamentos.

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6. ÁREAS DE INFLUÊNCIA
Segundo o EIA, para a delimitação das áreas de influência do empreendimento foram
considerados os seguintes critérios:
Área de Influência Indireta – AII: Para os meios físico e biótico foi considerada a sub-bacia do
Rio Juqueriquerê. Para o meio antrópico foi considerado o município de Caraguatatuba.
Área de Influência Direta – AID: Para os meios físico, biótico e antrópico adotou-se um raio
de 3 quilômetros do entorno das poligonais dos processos objeto do EIA.
Área Diretamente Afetada – ADA: corresponde ao local onde haverá interferência direta do
empreendimento, ou seja, as áreas de extração na configuração final, e entorno necessário
para sua estabilidade, além das áreas de apoio destinadas a depósitos de estéril e estocagem,
beneficiamento, sistemas de drenagem, estacionamento, entre outras.

7. COMPATIBILIDADE LEGAL
Em atendimento aos artigos 5º e 10 da Resolução CONAMA 237/97, foram apresentados os
seguintes documentos:
• Certidões n° 154/17, 155/17 e 156/17, emitidas pela Prefeitura Municipal de
Caraguatatuba em 17/04/2017, em atendimento ao Artigo 10 da Resolução CONAMA
237/97.
• Declarações de Manifestação Técnica n° 04/2017, 05/2017 e 06/2017, emitidas pela
Prefeitura Municipal de Caraguatatuba em 18/05/2017, em atendimento ao Artigo 5° da
Resolução CONAMA 237/97.
Segundo o EIA, a propriedade do empreendimento (Fazenda Serramar) está situada nas
Zonas Terrestres Z1, Z1AEP, Z2, Z3, Z4, e Z5 do Zoneamento Ecológico-Econômico do Litoral
Norte, definido pelo Decreto Estadual nº 62.913/2017.
Em relação à regularidade na Agência Nacional de Mineração - ANM, foram apresentadas:
• Declarações emitidas pela Agência Nacional de Mineração – ANM, aprovando os
Planos de Aproveitamento Econômico referentes aos Processos ANM nº 820.874/2003,
820.875/2003, 821.119/2008, 821.120/2008, 820.715/2009, 820.716/2009,
820.717/2009, 820.718/2009, 820.719/2009, 821.278/2009, 820.738/2010,
820.739/2010, 820.740/2010, 820.081/2013 e 820.971/2013 para a substância areia,
em atendimento ao Artigo 8º da Decisão de Diretoria n° 025/2014/C/I.
• Plantas de detalhe da configuração final da área de lavra autenticadas pela ANM em
06/09/2018, em atendimento ao Artigo 8º da Decisão de Diretoria n° 025/2014/C/I.
Análise
Os documentos emitidos pela Prefeitura Municipal de Caraguatatuba declaram a
compatibilidade do empreendimento com a legislação de uso e ocupação do solo municipal,
atendendo ao disposto na Resolução CONAMA 237/97.
Conforme o Geoportal Sala de Cenários da Cetesb, o empreendimento será implantado em Z2
e Z3 do Zoneamento Ecológico-Econômico do Litoral Norte (Decreto Estadual nº 62.913/2017),
onde são permitidas as atividades pretendidas.
Em atendimento à Decisão de Diretoria 025/2014/C/I da CETESB, de 29/01/2014, o
interessado apresentou os documentos que comprovam o direito de prioridade para extração
mineral de areia e a aprovação dos Planos de Aproveitamento Econômico dos processos
minerários objeto do licenciamento. Considerando que o empreendedor também pretende
realizar o aproveitamento de cascalho e saibro, por ocasião da solicitação da Licença de
Instalação deverá ser comprovado o aditamento dessas substâncias junto à ANM.

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Exigência
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação
• Comprovar o aditamento das substâncias cascalho e saibro junto à Agência Nacional de
Mineração.

8. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS E DOS RESPECTIVOS PLANOS E


PROGRAMAS DE GESTÃO AMBIENTAL
A seguir são apresentados e avaliados os principais impactos ambientais associados às fases
de implantação, operação e desativação da atividade de extração de areia, cascalho e saibro
pela Pecuária Serramar, os Planos e Programas de Gestão Ambiental, ou seja, as medidas
mitigadoras, compensatórias e de monitoramento propostas pelo empreendedor, bem como as
exigências deste Departamento de Avaliação Ambiental de Empreendimentos para as
próximas etapas do licenciamento.

8.1. EXPECTATIVA DA POPULAÇÃO QUANTO À AMPLIAÇÃO DO EMPREENDIMENTO


Uma Pesquisa de Percepção Ambiental da População foi realizada pela JGP Consultoria no
bairro Pirassununga em Caraguatatuba, sendo entrevistadas 31 pessoas com idade,
escolaridade e profissões variadas. A minoria (30%) dos entrevistados afirmou já ter ouvido
falar sobre o empreendimento e acredita que a mineração trará oportunidade de empregos e
renda para a região.
Dentre os principais problemas gerados pelo empreendimento na região, a maioria (mais de
50%) mencionou que o empreendimento poderá causar degradação ambiental, problemas
sociais e aumento no fluxo de veículos. No entanto, o estudo aponta não haver indícios de que
a população seja contrária ao Distrito Mineiro na região.
Como medida mitigadora, o EIA sugere a implementação de um Programa de Comunicação
Social para a divulgação e prestação de esclarecimentos sobre o empreendimento na AII,
assim como sobre a oferta de empregos, com as ações sendo iniciadas na fase de instalação
do empreendimento.
Análise
O planejamento da ampliação, os levantamentos e estudos para elaboração do projeto, além
da própria divulgação do empreendimento no município de Caraguatatuba poderão causar
dúvidas e expectativas na população, como apreensões quanto à incidência dos potenciais
impactos ambientais do empreendimento, sobre eventuais transtornos relacionados à operação
da mineradora, assim como expectativas quanto a melhorias a serem realizadas na região e
geração de novos empregos.
A proposta de implementação de um Programa de Comunicação Social é adequada e deverá
contemplar a divulgação de informações sobre o empreendimento, das vagas de emprego
ofertadas, os procedimentos envolvidos nas atividades extrativas, os programas de controle e
mitigação dos impactos relacionados, as medidas de revegetação e recuperação da área, o
tempo de duração da extração, cronograma de atividades, dentre outros programas
socioambientais desenvolvidos pela empresa e os projetos de interesse da população.
Desse modo, por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação - LI deverá ser
apresentado o detalhamento do Programa contendo as ações e os instrumentos a serem
utilizados para garantir a efetividade da divulgação de informações sobre o empreendimento,
principalmente aquelas relativas aos problemas identificados pela população na Pesquisa de
Percepção Ambiental e os empregos a serem ofertados para evitar falsas expectativas da
população. O Programa deverá descrever o teor do material a ser divulgado, público alvo, o

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cronograma de atividades, os meios de divulgação das vagas de emprego a serem


disponibilizadas, inclusive aos órgãos públicos e de assistência social do município, os canais
de comunicação com a população, etc.
Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação
• Apresentar detalhamento do Programa de Comunicação Social, contemplando as ações e
os instrumentos a serem utilizados para garantir a efetividade da divulgação de informações
sobre o empreendimento, principalmente aquelas relativas aos problemas identificados pela
população na Pesquisa de Percepção Ambiental e os empregos a serem ofertados.
Descrever o teor do material a ser divulgado, público alvo, cronograma de atividades, meios
de divulgação das vagas de emprego a serem disponibilizadas, os canais de comunicação
com a população, etc.
Por ocasião da solicitação de Licença Ambiental de Operação
• Apresentar relatório comprovando a implementação do Programa de Comunicação Social
da fase de ampliação e apresentar as ações que serão desenvolvidas durante a operação
do empreendimento.
Por ocasião da renovação da Licença Ambiental de Operação
• Apresentar, em cada renovação de LO, relatório do Programa de Comunicação Social,
contemplando a avaliação da efetividade do programa, balanço das atividades
desenvolvidas, eventuais não conformidades identificadas e as respectivas medidas
corretivas adotadas.

8.2. GERAÇÃO DE EMPREGOS E IMPACTOS RELACIONADOS À MÃO DE OBRA


De acordo com os dados do IBGE, a taxa da População Economicamente Ativa ocupada em
Caraguatatuba cresceu de 81,2% (2000) para 92,7% (2010), restando ainda 3.709 habitantes
desocupados, o que representa uma taxa de desocupação de 7,3% (2010). Em 2014, a
maioria dos empregos formais no município era ocupada nos setores de serviços (59%) e
comércio (37%), totalizando quase 96% de empregos no setor terciário.
Segundo informações complementares do EIA, atualmente o empreendimento conta com 18
funcionários. A tabela 3 apresenta o número de trabalhadores da mineradora.
Tabela 3. Quadro de Funcionários do Empreendimento
ATIVIDADE CARGO Nº DE TRABALHADORES
Operadores de draga 3
Lavra
Ajudantes 4
Encarregado do beneficiamento 1
Operadores de pá-carregadeira 2
Beneficiamento e expedição
Operador de retroescavadeira 1
Motoristas de caminhão 5
Encarregado do beneficiamento Engenheiro de minas 1
Manutenção industrial e mecânica Mecânico 1
TOTAL 18
Fonte: Informações complementares ao EIA.

De acordo com o EIA, num primeiro momento o quadro de funcionários deverá ser mantido,
aumentando gradativamente à medida que os processos minerários forem iniciados. Caso
sejam abertas frentes de lavras simultâneas (em mais de 1 grupo de poligonais), poderão ser
contratados mais 7 trabalhadores para cada nova lavra de areia, sendo estimadas até 14 novas
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vagas de emprego, ao longo dos 30 anos de operação. Desse modo, para a operação após a
ampliação, estima-se o total de 32 trabalhadores.
O EIA menciona que o número de trabalhadores contratados é relativamente baixo em relação
à mão-de-obra disponível no município, não se caracterizando como um empreendimento
gerador de fluxos migratórios externos. Mesmo assim, o empreendedor buscará evitar qualquer
forma de contratação que estimule a migração espontânea de trabalhadores sem qualificação e
sem moradia, para que o impacto sobre a infraestrutura municipal seja o menor possível.
Como medida mitigadora, o estudo sugere o recrutamento de mão-de-obra e a contratação de
prestadores de serviços prioritariamente do município de Caraguatatuba, podendo abranger a
região do Vale do Paraíba e Litoral Norte, caso não haja disponibilidade local. O estudo
também cita que, se houver a necessidade de contratação de mão-de-obra especializada
residente fora da região, estes profissionais deverão buscar moradia na área de interesse do
empreendimento.
Análise
Considerando que a ampliação do empreendimento não implicará em um aumento significativo
no atual quadro de funcionários, não são previstos impactos relacionados à pressão sobre os
serviços e infraestrutura do município.
Para potencializar os impactos positivos do empreendimento, bem como para atender as
diretrizes da Resolução SMA 68/2009 e da Avaliação Ambiental Integrada do Litoral Norte (AAI
Litoral Norte, 2009), recomenda-se que o interessado adote ações para priorizar a contratação
da mão-de-obra local, quando necessária, tanto para os serviços diretamente executados pela
empresa, quanto os serviços ou atividades contratadas ou subcontratadas com terceiros. Para
tanto, sugere-se a realização de cursos e treinamentos profissionalizantes em parceria com a
Prefeitura e instituições de ensino da região, voltados às necessidades do empreendimento.
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação
• Apresentar relatório detalhado comprovando a implementação de medidas para priorizar a
contratação da mão-de-obra local e de fornecedores da região, em atendimento à
Resolução SMA 68/2009, bem como a realização de treinamentos e a capacitação dos
trabalhadores.

8.3. INTERFERENCIAS NO SISTEMA VIÁRIO


Segundo o EIA, atualmente para o escoamento do bem mineral são necessárias 92 viagens/dia
de veículos pesados, considerando ida e volta do veículo, não sendo previsto aumento do
tráfego de veículos após a ampliação do empreendimento.
De acordo com o EIA, a circulação de veículos ocorre principalmente pela Rodovia Rio-Santos
(BR101/SP055), no sentido norte em direção aos mercados consumidores dos municípios de
Caraguatatuba, Ubatuba e Paraibuna, e no sentido sul, em direção a São Sebastião e Ilhabela,
podendo também ser utilizada a Rodovia dos Tamoios (SP-099), para o município de
Paraibuna.
O estudo aponta que entre os anos de 2011 e 2014, o VDM total das rodovias SP-055 e SP-
099 aumentou 22,7% e 12,89% respectivamente, conforme pode ser observado na tabela 4.

Tabela 4: Volume Médio Diário Total (VDM) de Veículos nas rodovias utilizadas.

VDM
RODOVIA TRECHO
2011 2014
Ubatuba – Riviera (Bertioga) 10.086 12.372
SP-055
Ubatuba - Caraguatatuba 9.604 16.342
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Caraguatatuba – São Sebastião 12.422 15.926


São Sebastião - Maresias 6.809 4.685
Maresias – Riviera de São Lourenço 11.508 12.535
São José dos Campos - Paraibuna 14.339 14.948
SP-099 Paraibuna (SP-032 / SP-088) 14.882 18.056
Paraibuna - Caraguatatuba 13.619 16.306

Conforme o EIA, atualmente o tráfego na rodovia SP-099 nos dias de semana é considerado
estável e possui capacidade para absorver um acréscimo no fluxo de veículos. Por outro lado,
nos finais de semana, o fluxo de veículos nesta via é mais intenso, indicando que o tráfego de
veículos pesados deverá ser feito de maneira criteriosa.
O estudo ressalta que os Contornos Rodoviários de Caraguatatuba e São Sebastião estão em
fase adiantada de construção, possibilitando futuramente o acesso direto à SP-099, diminuindo
o tráfego de veículos nas áreas centrais das referidas cidades. Segundo o EIA, as rodovias SP-
099 e SP-055 estão sendo ampliadas, sendo que o trecho planalto da SP-099 já foi concluído.
Quanto aos acessos internos, o estudo menciona que as vias existentes na Fazenda Serramar
possuem boas condições de trafegabilidade e são suficientes para acessar os polígonos do
Distrito Mineiro. No entanto, além da manutenção rotineira das vias, poderá haver necessidade
futura de alargamento da pista, adequações na geometria e/ou outros tipos de melhorias nos
acessos, uma vez que estas demandas dependerão do tráfego local e do andamento das
atividades do Distrito Mineiro.
Segundo o EIA, o tráfego de veículos pesados para o transporte do material extraído é
potencialmente impactante, no que se refere à qualidade do ar, aos riscos de
acidentes/atropelamento da fauna, e especialmente quanto aos incômodos à população
residente no entorno das vias a serem utilizadas. Como medidas mitigadoras foram propostas
a divulgação de informações à população sobre as interferências no tráfego no âmbito do
Programa de Comunicação Social, o controle da implantação de novos acessos e da
adequação dos existentes no âmbito do Programa de Gerenciamento Ambiental da fase de
implantação do empreendimento e o controle da poluição e da operação dos acessos no
âmbito do Programa de Gerenciamento Ambiental da fase de operação.
Análise
O fluxo de veículos pesados pode ocasionar um desgaste da malha viária, maiores custos de
conservação, menor fluidez, excesso de peso da carga, acúmulo de barro nas pistas, aumento
na emissão de poluentes atmosféricos, além do aumento dos riscos de acidentes e
atropelamento de fauna. A utilização do sistema viário urbano para o escoamento do material
também poderá causar transtornos à população em decorrência da geração de ruído, poeira e
fumaça dos caminhões.
Conforme pesquisa de percepção ambiental, o aumento do tráfego de veículos foi apontado
como um impacto negativo causado pelo empreendimento, principalmente aos finais de
semana. Ressalta-se que, devido às obras de ampliação das vias utilizadas o problema poderá
ser acentuado, principalmente no período de férias escolares ou feriados prolongados, quando
o trânsito de veículos aumenta na região.
Desse modo, por ocasião da solicitação da Licença de Instalação deverá ser apresentado um
Programa de Controle e Monitoramento de Tráfego de Veículos, prevendo: termo de
cooperação a ser firmado com os órgãos municipais ou estaduais competentes, propostas de
medidas e monitoramento da ocorrência de atropelamento de fauna por veículos, treinamento
ambiental dos trabalhadores e cronograma de execução detalhado.
Também deverá ser prevista a implantação de uma base de apoio aos motoristas, com
sanitários e pátio de caminhões na área do empreendimento.
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Cabe destacar que a ocorrência dos atropelamentos de fauna silvestre visualizados por
motoristas deve ser registrada e contabilizada pela equipe de monitoramento de fauna, para
subsidiar a adoção de medidas mitigadoras e indicação de locais para colocação de
sinalização preventiva.
Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação
• Apresentar um Programa de Controle e Monitoramento do Tráfego detalhado,
contemplando: termo de cooperação a ser firmado com os órgãos municipais e estaduais
competentes; aprovação do trajeto a ser utilizado para o transporte do bem mineral, em
especial na área urbana, pelo órgão municipal competente; as ações para apoio à
manutenção do sistema viário; identificação dos trajetos percorridos em perímetros
urbanos; propostas de rotas alternativas; restrições de horário adotadas para o tráfego de
veículos; pontos de sinalização preventiva; base de apoio aos motoristas e pátio de
caminhões na área do empreendimento; cursos e treinamentos para os motoristas;
procedimentos para a manutenção de registros de acidentes e atropelamentos de fauna por
veículos e respectivos locais de ocorrência e cronograma de execução detalhado.
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação
• Comprovar por meio de relatório a implementação das medidas propostas no Programa de
Controle e Monitoramento do Tráfego, a implantação dos sistemas de sinalização
preventiva, a realização dos cursos e treinamentos para a requalificação de motoristas, os
dados dos registros de acidentes e atropelamentos de fauna e respectivos locais de
ocorrência e demais medidas previstas no termo de cooperação firmado com os órgãos
municipais e estaduais competentes.
Durante a operação do empreendimento
• Apresentar relatórios anuais consolidados do Programa de Controle e Monitoramento de
Tráfego de Veículos, comprovando a realização das atividades previstas para minimizar os
impactos gerados pelo tráfego de veículos. Incluir estatísticas sobre o volume médio de
tráfego dos veículos ligados à empresa nas principais vias utilizadas e análise dos dados
obtidos, as ações realizadas relativas à conservação das vias, registros de acidentes e as
medidas mitigadoras e corretivas adotadas.

8.4. INTERFERÊNCIAS EM PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARQUEOLÓGICO


Foi apresentado o Relatório Final do Diagnóstico Arqueológico Interventivo para o Distrito
Mineiro Serramar (julho/15), localizado no município de Caraguatatuba, sob a coordenação do
arqueólogo Dr. Wagner Gomes Bornal, para análise e manifestação do órgão competente.
Conforme o relatório, foram identificados 2 sítios arqueológicos em Caraguatatuba cadastrados
no IPHAN. Os procedimentos realizados corroboraram com o alto potencial arqueológico
representado pelo Sítio Arqueológico Fazenda dos Ingleses 01, com a identificação prévia de 8
áreas relacionadas a este complexo. O relatório ainda cita que é necessária a previsão de
manutenção e preservação com uso compatível dos remanescentes edificados identificados
nesta etapa de pesquisa, bem como aqueles que porventura poderão ser encontrados em
etapa posterior.
Apesar do alto potencial arqueológico, o arqueólogo responsável manifesta-se favorável à
obtenção da licença prévia, condicionando as demais fases do licenciamento do
empreendimento à execução de um programa de prospecções intensivas e às ações protetivas
e mitigadoras sugeridas no relatório.

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Análise
Por meio do Ofício 0197/2017-IPHAN/SP de 10.02.2017, o Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional acolheu o relatório do Programa de Diagnóstico Arqueológico Interventivo
para o Distrito Mineiro Serramar, com vistas à Salvaguarda do Patrimônio Arqueológico e
considerou os estudos relativos à etapa de Diagnóstico Arqueológico cumpridos, se
manifestando favorável à emissão da LP para o empreendimento,
Conforme o referido ofício, para a LI deverá ser realizado um Programa de Prospecções
Intensivas, cujo projeto deverá ser submetido à aprovação do IPHAN, mediante publicação de
portaria de permissão de pesquisa.
Exigência
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação
• Apresentar manifestação do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN
sobre os resultados do Programa de Prospecções Intensivas, de acordo com o Ofício
0197/2017-IPHAN/SP de 10.02.2017.

8.5. IMPACTO VISUAL E CONFLITOS DO USO DO SOLO


De acordo com o EIA, atualmente o uso e ocupação do solo na AID compreende áreas com
formação florestal (59%), de uso rural/agropecuário (27,5%), urbanas (10,46%) e de recreação
(0,46%). O estudo cita que não foram identificadas comunidades quilombolas ou aldeias
indígenas na área de interesse, apenas uma Colônia de Pescadores (Z-8 Benjamim Constant),
no bairro de Indaiá em Caraguatatuba.
A economia local está predominantemente voltada ao turismo, sendo a própria urbanização, o
desenvolvimento da construção civil e do mercado imobiliário resultantes da crescente
atratividade turística da região a partir de meados da década de 1970. Segundo o SEADE
(2013), a prestação de serviços tem a maior participação na economia (65%), seguida pela
indústria (19%) e administração pública (16%).
Conforme o EIA, a propriedade da Pecuária Serramar possui 9.068 ha de extensão e
desenvolve atividades como a criação animal (gado de corte) e exploração de areia e saibro
para a construção civil, havendo também edificações e benfeitorias diversas como residências
de alguns dos funcionários, refeitório, oficina mecânica, posto de combustível, dentre outros.
A ADA é constituída predominantemente por área antropizada (cerca de 90%), onde pode ser
encontrada principalmente a vegetação herbácea com árvores isoladas, seguida por áreas
urbanizadas ou com influência urbana, vegetação nativa, áreas com solo exposto e talhões de
reflorestamento de eucalipto.
Conforme as informações complementares do EIA, foi realizado um levantamento de visada
em março de 2019, para verificar os locais de maior visibilidade do empreendimento. Também
foi apresentado um mapa delimitando a ADA, com os pontos selecionados (Vista 01, Vista 02,
Vista 03, Vista 04 e Vista 05) no levantamento e a direção das visadas, indicando o local de
tomada da foto e o que se vê a partir do entorno em relação a área do empreendimento.
Alguns registros foram feitos no interior da fazenda (Vistas 01 a 03), nas proximidades das
futuras cavas, e contemplaram também as áreas do porto de areia, atualmente em operação.
Foram obtidas imagens de sobrevoo, e selecionadas algumas que melhor pudessem refletir a
percepção dos futuros usuários da rodovia, que atravessa a Fazenda Serramar (Contorno Sul
de Caraguatatuba e de São Sebastião) em relação ao empreendimento, uma vez que essa
será a população mais próxima às intervenções. Esses registros (Vistas 04 e 05) foram feitos
próximo ao eixo da rodovia (a 120 metros de altura) em direção ao Parque Estadual da Serra
do Mar - PESM.

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O levantamento concluiu que o impacto visual será pouco significativo, tendo em vista o
emprego do método de exploração em cava em todas as poligonais, a indicação das alterações
na paisagem sobre fotos registradas a partir de áreas externas à propriedade e a pequena
variação de cota entre as localidades, não havendo necessidade de implementação de
medidas mitigadoras.
Análise
Considerando que o levantamento de visada realizado não identificou pontos críticos de
visibilidade do empreendimento, não é esperado impacto visual em decorrência da ampliação
do empreendimento.

8.6. PERDA DA COBERTURA VEGETAL E INTERFERÊNCIA EM ÁREAS DE


PRESERVAÇÃO PERMANENTE – APPs
De acordo com o EIA, a AII encontra-se no domínio do Bioma da Mata Atlântica e engloba
grandes remanescentes de formações secundárias da Floresta Ombrófila Densa Montana,
Submontana e das Terras Baixas, além de alguns poucos fragmentos de restingas e
manguezais. A área do empreendimento está classificada na escala 1 a 2 do mapa “Áreas
Prioritárias para Incremento da Conectividade” do Projeto BIOTA/FAPESP.
O estudo cita que o município de Caraguatatuba possui 74,8% de cobertura vegetal nativa,
concentrada principalmente na Serra do Mar, dentro do Parque Estadual da Serra do Mar
(Núcleo de Caraguatatuba), sendo a maior parte constituída por matas (47,86% ou
22.971,66ha) e capoeiras (11.817,10 ha ou 24,62%), além de menores extensões de restinga
(927,02 ha ou 1,93%), campo (64,26 ha ou 0,13%) e manguezais (8,92 ha ou 0,02%).
O mapeamento da cobertura vegetal na área do empreendimento e entorno teve como base a
análise de imagens de satélite disponíveis no Google Earth e os trabalhos de campo realizados
entre os dias 22 e 30 de setembro de 2014. Na área da Fazenda Serramar predomina a
vegetação antrópica (64,04%), caracterizada por vegetação herbácea com árvores isoladas e
reflorestamento, seguida pela vegetação nativa (22,54%), em estágios de regeneração natural
variando de pioneiro a avançado, com as seguintes formações florestais: Floresta Ombrófila
Densa Submontana (13,40%), Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas (13,93%), Floresta
Ombrófila Densa Aluvial (3,10%), Floresta Alta de Restinga (1,83%) e Floresta Paludosa sobre
Substrato Turfoso (0,02%).
Também foi realizado um levantamento fitossociológico para a caracterização da cobertura
vegetal da área do empreendimento e entorno, sendo estabelecidas 23 parcelas, das quais 14
em Floresta Ombrófila Densa e 9 em Floresta de Restinga. No total foram mensuradas 1687
árvores pertencentes a 286 espécies e 56 famílias. A Floresta Ombrófila Densa apresentou
maior riqueza e diversidade (n=221 espécies de 51 famílias), em relação à Floresta de
Restinga (113 espécies de 40 famílias).
No levantamento florístico realizado na AID foram registradas 520 espécies de plantas
vasculares de diferentes hábitos, principalmente arbustos, epífitas e lianas, pertencentes a 87
famílias. Do total de espécies registradas, 36 se encontram na Lista de Espécies Ameaçadas
de Extinção da Resolução SMA 57/16, Portaria MMA 443/2014, IUCN e CITES, a saber:
Tabela 5 - Espécies da flora ameaçadas de extinção
Nome científico Nome popular
Araucaria angustifolia Pinheiro-do paraná
Astrocaryum aculeatissimum Brejaúva
Euterpe edulis Palmeira-juçara
Syagrus pseudococos Pati

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Tabebuia cassinoides Caixeta


Rhipsalis elliptica Cacto macarrão
Rhipsalis oblonga Cacto macarrão
Rhipsalis teres Cacto macarrão
Cyathea atrovirens Samambaiaçu
Cyathea delgadii Samambaiaçu
Cyathea phalerata Samambaiaçu
Caesalpinia echinata Pau-brasil
Mimosa bimucronata Mimosa
Myrocarpus frondosus Cabreúva
Lacistema lucidum Guruguva
Ocotea odorífera Canela-sassafrás
Goeppertia zebrina Calateia-zebra
Cedrela fissilis Cedro
Cedrela odorata Cedro-do-brejo
Brosimum glaziovii Marmelinho
Virola bicuhyba Bicuiba
Campomanesia phaea Cambuci
Campomanesia reitziana Guaviroba
Eugenia pruinosa Guamirim-branco
Oeceoclades maculada Orquídea-de-chão
Vanilla chamissonis Orquídea-baunilha
Podocarpus sellowii Pinheirinho-bravo
Rudgea jasminoides Véu-de-noiva
Rudgea parquioides Jasmim
Cupania furfuracea Camboatá
Chysophyllum viride Aguaí
Manilkara subsericea Maçaranduba
Micropholis crassipedicellata Bacubixa
Pouteria beaurepairei Pelota-de-macaco
Pouteria psammophila Mata-olho
Solanum granulosoleprosum Fumo-bravo

Segundo informações complementares do EIA, para a ampliação do empreendimento será


necessário suprimir 0,8555 ha vegetação nativa, dos quais 0,0065 ha estão em estágio médio,
0,5523 ha em estágio inicial e 0,2967 ha em estágio pioneiro de regeneração natural, e que
deve ocorrer principalmente na área denominada como Grupo 1.
Também será necessário interferir em 0,0278 ha de Áreas de Preservação Permanente para a
implantação de estruturas relacionadas à atividade de dragagem em leito de rio, conforme
Tabela 6.
Tabela 6. Uso do solo na ADA e vegetação a ser suprimida (ha).
Dentro Fora de
USO DO SOLO Total
de APP APP
Vegetação Nativa
Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas – estágio médio 0 0,0065 0,0065
Floresta Ombrófila Densa Aluvial – estágio inicial 0 0,0106 0,0106

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Floresta Ombrófila Densa Aluvial – estágio pioneiro 0 0,2967 0,2967


Reflorestamento - sub-bosque em estágio inicial 0 0,5417 0,5417
Total de Vegetação Nativa 0 0,8555 0,8555
Vegetação herbácea com árvores isoladas 0,0278 152,3193 152,4371
Áreas urbanizadas, com influência urbana, edificações rurais 0 0,6258 0,6258
Massa d´água 0 25,1546 25,1546
Solo Exposto 0 4,4998 4,4998
TOTAL GERAL 0,0278 183,4550 183,4828
Fonte: Informações complementares do EIA.

Conforme informações complementares do EIA, foi estimada a supressão inicial de 2.100


árvores isoladas em 448,93 ha de área caracterizada no estudo como vegetação herbácea,
podendo perfazer deste cômputo as árvores nativas, exóticas e mortas. Para o cálculo da
compensação, foi estimado que 70% dos indivíduos arbóreos isolados sejam árvores isoladas
nativas (n=1.470), 5% sejam espécies em extinção (n=105), 15% sejam espécies exóticas
(n=315) e 10% sejam árvores mortas (n=210).
Quanto à Reserva Legal, foi apresentado o CAR no. 3510500082136 emitido em 10/08/2020,
para o imóvel denominado Pecuária Serramar Eireli – Fazenda São Sebastião, sendo
declarada uma área total de 9.068,6039 ha e 2.230,8869 ha (24,60%) de reserva legal, sendo
0,5518 ha de área de reserva legal sobreposta à APP. O interessado declara que a reserva
legal cadastrada se refere a um compromisso firmado com o órgão ambiental em 23/07/1986,
por meio do Termo de Responsabilidade de Preservação de Floresta no 1986/1986, com 2.171
ha.
Conforme o EIA, o empreendedor também possui os seguintes Termos de Compromisso de
Recuperação Ambiental assinados com a CETESB: TCRAs nº 13295/2012, 13296/2012,
93268/2015, 39211/2011, 39193/2011, 89085/2010, 4270/2010, 40575/2016, 695119/2010 e
4231/2010. A situação atual de cada um deles foi demonstrada por meio de relatório fotográfico
e mapa de localização, evidenciando que não há sobreposição destas áreas com as futuras
áreas de lavra e de reserva legal.
Como medidas mitigadoras o estudo propõe:
• Controle das atividades de supressão, busca e resgate de germoplasma.
• Programa de Reposição Florestal, conforme prazo determinado nos respectivos TCRAs.
Como compensação florestal pela supressão de vegetação nativa e intervenção em APP, o EIA
propõe o plantio de espécies nativas ou a preservação de vegetação remanescente na
propriedade. O estudo também propõe a doação de mudas de espécies nativas para
compensar o corte de árvores exóticas e mortas isoladas, a fim de atender a legislação
municipal de Caraguatatuba.
Para realizar a compensação florestal, o interessado indicou uma área potencial com 140 há
dentro da Fazenda Serramar e da Área Natural Tombada da Serra do Mar (ANTSM), contígua
ao Parque Estadual da Serra do Mar (PESM) e à reserva legal da propriedade, conforme a
figura abaixo.

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Figura 6: Área potencial para compensação florestal com 140ha (hachurado em verde), situada dentro
da ANTSM (linha azul) e contígua ao PESM (linha verde) e à área de Reserva Legal (hachurado em
laranja).

Conforme informações complementares do EIA, com base no projeto executivo as intervenções


serão detalhadas e requantificadas, com os devidos ajustes da compensação florestal na fase
requerimento de autorização para supressão.
Análise
Durante a análise de viabilidade ambiental do empreendimento foram solicitadas pela equipe
técnica da CETESB, alterações no projeto original, com o objetivo de mitigar os potenciais
impactos, conforme informado no item 5.1 deste parecer. Foram excluídas da Área Diretamente
Afetada – ADA porções das áreas de lavra sobrepostas aos limites da Área Natural Tombada
da Serra do Mar (ANTSM), áreas cobertas por vegetação nativa contígua ao Parque Estadual
da Serra do Mar (PESM), faixa de domínio do Contorno Viário Caraguatatuba e da duplicação
da Rodovia dos Tamoios e as áreas de apoio das obras viárias citadas que se localizam dentro
das poligonais, objeto do EIA. Além disso, foram excluídas as intervenções em Áreas de
Preservação Permanente para a implantação das cavas na área do Grupo 3, sendo mantidas
apenas as intervenções necessárias para as atividades de dragagem em leito de rio.
Desse modo, o empreendimento será instalado em área predominantemente constituída por
vegetação herbácea, não sendo esperados impactos significativos associados à perda de
vegetação nativa e intervenções em APP.
No entanto, tendo em vista a proximidade do empreendimento ao PESM deverá ser
implementado um Programa de Controle de Supressão de Vegetação, prevendo-se medidas
mitigadoras como a delimitação prévia das áreas e dos indivíduos arbóreos a serem
suprimidos, resgate e relocação de epífitas, e ações coordenadas com o Programa de
Monitoramento e Salvaguarda de Fauna.

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Para a próxima fase do licenciamento deverá ser obtida a Autorização para a supressão de
0,5588 ha de vegetação nativa em estágio inicial e médio de regeneração e interferência em
0,0278 ha em APP, bem como firmado um Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental
junto à Agência Ambiental, para a compensação pelas intervenções requeridas.
Ressalta-se que o empreendimento é considerado de interesse social conforme Lei Federal
12.651/2012 e que as intervenções em Áreas de Preservação Permanente serão realizadas em
áreas antropizadas, somente para a implantação de estruturas estritamente necessárias para a
realização das atividades de dragagem em leito de rio. Ressalta-se também que deverá ser
mantida uma distância de segurança de 10 m das cavas e depósitos de estéril em relação aos
fragmentos remanescentes de vegetação, conforme estabelece a Norma Técnica CETESB
D7.010 - Mineração por dragagem – Procedimento.
Conforme a Resolução SMA 07/2017, o município de Caraguatatuba possui 79,1% de
cobertura vegetal e foi classificado na categoria de Baixa Prioridade do “Mapa de Prioridade
para Restauração da Vegetação Nativa”, sendo apresentados na tabela 7, os fatores utilizados
para o cálculo de compensação.
Tabela 7. Estimativas de áreas de supressão de vegetação e de compensação.
Tipo de vegetação e Área de Fator de Área de
estágio de regeneração Intervenção compensação compensação (ha)
Supressão de vegetação nativa em estágio 0,5523 1,25 0,6904
inicial dentro e fora de APP (ha)
Supressão de vegetação nativa em estágio 0,0065 1,50 0,0098
médio dentro e fora de APP (ha)
Intervenção em APP com vegetação exótica, 0,0278 1,2 0,0334
pioneira ou árvores isoladas (ha)
Corte de árvores isoladas - espécies nativas 105 30:1 3,150 (*)
ameaçadas de extinção (unidade)
Corte de árvores isoladas - espécies nativas 1470 10:1 14,700 (*)
não-ameaçadas (unidade)
Total da área de compensação (ha) 18,5836

(*) Área a compensar (ha), considerando o plantio na densidade de 1.000 mudas/ha.

De acordo com os cálculos da compensação na Tabela 7, o interessado deverá recuperar uma


área total de 18,5836 ha, em local com classe igual ou de maior prioridade em relação à área
da supressão.
Dado que a supressão de vegetação nativa será realizada no município de Caraguatatuba, que
integra a zona costeira paulista, deverá ser cumprida a exigência estabelecida no artigo 17 do
Decreto Federal 5.300/2004. Dessa maneira, a proposta de compensação deverá contemplar a
averbação de área equivalente à área de supressão de vegetação nativa, no caso 0,8555 ha.
Ressaltamos, todavia, que caso o plantio ocorra dentro de UC, ficará dispensada a averbação
da área.
Também deverá ser requerida autorização na Agência Ambiental da CETESB para o corte das
árvores isoladas presentes na ADA, apresentando a quantificação, identificação e
caracterização da importância de cada indivíduo na dinâmica ecológica da área.
Para atender à legislação municipal, o interessado deverá também incluir no cômputo da
compensação o corte de árvores exóticas e mortas existentes na ADA, por meio da doação
mudas de árvores de espécies nativas para a prefeitura de Caraguatatuba, estimado no estudo
em 1050 indivíduos arbóreos.

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Para atender o Artigo 7º da Lei Federal 12.651/12, que obriga a recomposição da vegetação
das APPs, para a LI deverá ser apresentado o Programa de Recuperação das Áreas de
Preservação Permanente, contemplando todas as APPs da propriedade do empreendimento.
O programa deverá prever o uso de espécies nativas que preferencialmente forneçam recursos
à fauna nativa, a utilização de técnicas de ‘nucleação’ para facilitar a regeneração natural e
conter, no mínimo, mapeamento, metodologias e cronograma. Após o plantio, a equipe
responsável deverá monitorar e acompanhar seu desenvolvimento, com o intuito de avaliar o
sucesso da recuperação florestal quanto ao resgate das funções do ecossistema e
biodiversidade. A recuperação das APPs e os demais replantios de mudas nativas devem ser
balizados pelas orientações da Resolução SMA 32/14.
Segundo o EIA, a propriedade do empreendimento (Fazenda Serramar) está situada nas
Zonas Terrestres Z1, Z1AEP, Z2, Z3, Z4, e Z5 do Zoneamento Ecológico-Econômico do Litoral
Norte, contemplando 6 categorias de uso. Entretanto, o estudo cita que a maior parte das áreas
da fazenda está classificada como Z3. Desse modo, a fim de atender o artigo 16 do Decreto
Estadual nº 62.913/2017 (ZEE do Litoral Norte), a Avaliação Ambiental Integrada do Litoral
Norte (AAI Litoral Norte, 2009) e considerando a localização da maior fração do imóvel e
localização das áreas de lavra em Z3, deverá ser proposta a conservação ou recuperação de
no mínimo 50% (cinquenta por cento) do imóvel com áreas verdes, incluindo nesse percentual
a área da Reserva Legal e as Áreas de Preservação Permanente.
Ressalta-se que o empreendedor deverá firmar um Termo de Responsabilidade de
Preservação de Reserva Legal – TRPRL para a área verde adicional a ser preservada na
propriedade, prevendo o início da recuperação de modo concomitante com as atividades
minerárias na gleba, e reapresentar o Cadastro Ambiental Rural, contendo a delimitação da
área do referido Termo.
Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação
• Obter a Autorização para supressão de vegetação nativa, interferência em Área de
Preservação Permanente e corte de árvores isoladas na Agência Ambiental da CETESB, e
firmar os respectivos Termos de Compromisso de Recuperação Ambiental – TCRAs.
• Apresentar Programa de Controle de Supressão de Vegetação detalhado contemplando
medidas mitigadoras, tais como, a delimitação prévia das áreas e dos indivíduos arbóreos a
serem suprimidos, resgate e relocação de epífitas, e demais ações coordenadas com o
Programa de Monitoramento e Salvaguarda de Fauna.
• Apresentar Programa de Recuperação das Áreas de Preservação Permanente, prevendo a
utilização de técnicas de ‘nucleação’ para facilitar a regeneração natural e o plantio de
espécies nativas que preferencialmente forneçam recursos à fauna nativa. O Programa
deverá conter mapeamento e quantificação das áreas a serem recuperadas, ações
previstas, metodologias, listas de espécies com ocorrência regional para revegetação e
enriquecimento das áreas degradadas e cronograma de atividades.
• Apresentar proposta de conservação ou de recuperação de no mínimo 50% (cinquenta por
cento) da área total do imóvel com áreas verdes, conforme o Artigo 16 do Decreto Estadual
nº 62.913/2017, incluindo nesse percentual a área da Reserva Legal as Áreas de
Preservação Permanente. Firmar um Termo de Responsabilidade de Preservação de
Reserva, prevendo o início da recuperação concomitante às atividades minerárias na gleba,
e reapresentar o Cadastro Ambiental Rural, contendo a delimitação da área do referido
Termo.
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação
• Apresentar relatório do Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental, contendo a
descrição das ações realizadas; o mapeamento e georreferenciamento das áreas de
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plantio; os resultados obtidos e a avaliação dos plantios realizados; e o cronograma de


atividades, considerando a manutenção e o monitoramento das áreas plantadas, por um
período mínimo de 3 anos após a emissão da LO.
• Apresentar relatórios do Programa de Recuperação de Áreas de Preservação Permanente,
informando sobre as atividades desenvolvidas, avanços do Programa, avaliação da
efetividade das medidas implementadas, registros fotográficos, equipe técnica responsável
e respectiva ARTs, etc.
Durante a operação do empreendimento
• Apresentar relatórios anuais do Programa de Recuperação de Áreas de Preservação
Permanente, contemplando as atividades desenvolvidas nos monitoramentos semestrais de
todas as áreas revegetadas, informações acerca da localização dos pontos de amostragem
com indicação em planta, periodicidade dos levantamentos, avaliação do desenvolvimento
dos plantios, registros fotográficos, equipe técnica responsável e respectivas ARTs e
demais informações necessárias para comprovação da sua efetividade.

8.7. INTERFERÊNCIAS EM ÁREAS PROTEGIDAS


Segundo o EIA, na AII do Distrito Mineiro Serramar foram identificadas duas unidades de
conservação, a saber:
• Parque Estadual da Serra do Mar (PESM), Unidade de Conservação de Proteção
Integral com 315,4 mil hectares, abrange parte da propriedade do Distrito Mineiro
Serramar. Considerada a mais extensa unidade de conservação e a maior área de
floresta do domínio da Mata Atlântica do Estado de São Paulo, apresenta todos os tipos
de vegetação costeira existentes e ecossistemas associados, contribuindo para a
manutenção da diversidade biológica com um dos últimos bancos genéticos da flora e
fauna do estado, sendo um importante corredor ecológico, uma vez que conecta os
mais significativos remanescentes da Mata Atlântica do país. Além da proteção à
biodiversidade, garante à população a quantidade e a qualidade dos recursos hídricos,
o equilíbrio do clima e a proteção das encostas contra deslizamentos. No PESM foram
catalogadas 704 espécies de vertebrados entre aves (373), mamíferos (111), anfíbios
(144) e répteis (46), sendo considerada a unidade de conservação com maior
biodiversidade do estado.
Em 1985 a Serra do Mar, que engloba os limites do PESM, foi tombada pelo Conselho
de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico - CONDEPHAAT
como Área Natural Tombada da Serra do Mar e de Paranapiacaba (ANT).
• Parque Natural Municipal Juqueriquerê, Unidade de Conservação de Proteção Integral
com 35 ha, localiza-se as margens do Rio Juqueriquerê, na região da Praia das
Palmeiras em Caraguatatuba, sendo um dos poucos locais do município que ainda
apresenta vegetação remanescente de Floresta Baixa de Restinga, de grande
importância ecológica e acentuada fragilidade natural. Ressalta-se que, a área do
mangue do Juqueriquerê faz parte da Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral
Norte (APAMLN).
Conforme o EIA, a totalidade das áreas de exploração do Distrito Mineiro encontra-se na Zona
de Amortecimento do Parque Estadual da Serra do Mar (PESM) – núcleo Caraguatatuba, tendo
sido solicitada a Autorização da Fundação Florestal, conforme prevê a Resolução CONAMA
428/2010.
Considerando que a área objeto do licenciamento está inserida na zona envoltória da Área
Natural Tombada – ANT Serra do Mar e de Paranapiacaba, também foi solicitada a
manifestação do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/Unidade de
Preservação do Patrimônio Histórico – CONDEPHAAT/UPPH, em atendimento ao disposto nos
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Artigos 134 e 137 do Decreto Estadual nº 13.426/79, na Resolução SC nº 40/85


(CONDEPHAAT) e no Decreto Estadual nº 48.137/03, para análise quanto à qualidade cênica,
paisagística, bem como a compatibilidade das intervenções pretendidas com a área envoltória
do bem tombado.
Análise
Por meio da Autorização nº 05/2018 e Informação Técnica PESM/Núcleo Caraguatatuba nº
25/2018 de 13/08/2018, a Fundação Florestal informa que a atividade é passível de ser
licenciada, sendo necessário ponderar os impactos resultantes da operação da atividade de
extração de areia na Zona de Amortecimento do Parque Estadual da Serra do Mar, bem como
suas respectivas medidas mitigadoras. Para tanto, a Fundação Florestal solicitou o
atendimento de condicionantes, medidas mitigadoras e compensatórias estabelecidas nos itens
IV.1 (fase de LI) e IV.2 (fase de LO) da Informação Técnica PESM/Núcleo Caraguatatuba nº
25/2018 de 13/08/2018. Dentre as condicionantes, destacam-se medidas relativas às
distâncias mínimas em relação ao parque, supressão de vegetação e compensação florestal,
resgate, afugentamento e monitoramento da fauna, educação ambiental aos funcionários,
monitoramento dos recursos hídricos e recuperação de áreas degradadas.
Por meio do Parecer Técnico nº CGRBT-546-2019, o CONDEPHAAT/UPPH apontou que a
exploração se dará em cavas, com alteração mínima da paisagem e que após a desativação
das mesmas sua recuperação com cobertura vegetal, ou mantendo-se as cavas inundadas
resultarão em uma paisagem semelhante àquela hoje existente, concluindo que a intervenção
não representa prejuízo à visibilidade ou destaque do bem tombado. Desse modo, por meio da
Publicação no Diário Oficial do Estado em 12/09/2019, o colegiado do CONDEPHAAT
deliberou acatar por unanimidade o parecer do conselheiro relator, favorável ao
empreendimento, condicionando a necessidade de obtenção do regular licenciamento
ambiental.
Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação
• Apresentar relatório de atendimento às condicionantes, medidas mitigadoras e
compensatórias constantes no item IV.1 da Informação Técnica PESM/Núcleo
Caraguatatuba nº 25/2018 de 13/08/2018, para encaminhamento à Fundação Florestal.
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação
• Apresentar relatório de atendimento às condicionantes, medidas mitigadoras e
compensatórias constantes no item IV.2 da Informação Técnica PESM/Núcleo
Caraguatatuba nº 25/2018 de 13/08/2018, para encaminhamento à Fundação Florestal.

8.8. IMPACTOS SOBRE A FAUNA TERRESTRE E ICTIOFAUNA


Para a caracterização da fauna terrestre (aves, mamíferos, anfíbios e répteis) foram realizados
levantamentos nos dias 21 e 25 de setembro e entre os dias 14 e 20 de dezembro de 2014, em
cinco pontos amostrais escolhidos na área da Fazenda Serramar. Cada ponto amostral
apresenta 500 m de raio com ambientes florestados, áreas abertas antrópicas e ambientes
com influência aluvial, como pode ser observado na Tabela 8:
Tabela 8: Descrição dos Pontos Amostrais para o levantamento da fauna terrestre
PONTO LOCALIZAÇÃO CARACTERÍSTICAS
Área na encosta do Parque onde está presente o maciço florestal,
ZA 1 23K 445577 / 7379336 junto a uma área de várzea em seus limites, cercada por área de
pastagem, onde será implantada uma cava de mineração.
ZA 2 23K 446646 / 7383626 Área na encosta do Parque, ao lado de uma cava, com a presença

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de um córrego em seus limites.


ZA 3 23K 447803 / 7386224 Fragmento florestal isolado, a 400 m do parque.
ZA 4 23K 453944 / 7385423 Área antropizada com influência da vegetação de restinga.
Área de pastagem, com presença de uma estreita faixa de APP de
ZA 5 23K 453944 / 7385423
um córrego.

Os métodos empregados no levantamento das espécies de aves foram registros visuais e


auditivos (busca ativa) e vocalizações. Foram registradas 233 espécies de aves pertencentes a
56 famílias.
Para a identificação de mamíferos de médio e grande porte foram instaladas armadilhas
fotográficas, realizadas entrevistas e buscas ativas (visual e auditiva) a fim de identificar
pegadas, pelos, fezes, carcaças, arranhões, restos alimentares (sementes e brotos roídos).
Foram registrados 70 indivíduos de mamíferos pertencentes a 20 espécies e 17 famílias.
Para o registro amostral da herpetofauna foi realizada busca ativa em troncos e galhos caídos,
sobre folhas e árvores, folhiço da mata e ambientes próximos a corpos hídricos. Também foi
realizada a busca auditiva através de vocalizações em poças temporárias, lagos, riachos e
interior da mata. Foram registradas 43 espécies, sendo 34 anfíbios pertencentes a 11 famílias e
9 répteis, dos quais 6 são lagartos distribuídos em 6 famílias e 3 são serpentes distribuídas em
2 famílias.
Do total de espécies da fauna terrestre registradas, 15 apresentam algum grau de ameaça de
extinção, conforme o Decreto Estadual 63.853/18, das quais 7 são espécies de aves e 8 de
mamíferos. Na tabela 9 são listadas estas espécies.
Tabela 9 – Espécies da fauna terrestre ameaçadas de extinção
Nome científico Nome popular
Tinamus solitarius Macuco
Odontophorus capueira Uru
Pseudastur polionotus Gavião-pombo-grande
Spizaetus melanoleucus Gavião-pato
Amazona aestiva Papagaio-verdadeiro
Myrmotherula unicolor Choquinha-cinzenta
Sporophila frontalis Pixoxó
Pecari tajacu Cateto
Leopardus pardalis Jaguatirica
Puma yagouaroundi Gato-morisco
Puma concolor Onça parda
Lontra longicaudis Lontra
Tapirus terrestris Anta
Bradypus variegatus Preguiça
Alouatta guariba Bugio-ruivo

Para o levantamento da ictiofauna na AID foram realizadas duas campanhas de campo em


2015, nos períodos de 13 a 15 de janeiro e 27 a 29 de abril. Foram escolhidos 9 pontos de
coleta distribuídos no Rio Afluente do Ribeirão da Lagoa, Ribeirão e Afluente do Ribeirão Pau
D´Alho, Ribeirão da Aldeia, Rio Camburu, Rio Pirassununga e Rio Claro.
Foram adotadas metodologias de captura ativa, combinando puçá retangular, rede de arrastro
e tarrafas. Os apetrechos foram utilizados de acordo com as possibilidades verificadas em
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campo, considerando as características físicas dos locais de amostragem, como profundidade


e largura. O interessado obteve a Autorização de Manejo in situ nº 113/2014 para a realização
de capturas de peixes, procedimentos de eutanásia e fixação de exemplares.
Na primeira campanha foram capturados 352 peixes, distribuídos em 15 espécies pertencentes
a 10 famílias. Na segunda campanha foram coletados 222 indivíduos distribuídos em 17
espécies pertencentes a 11 famílias. Do total, apenas as espécies Spintherobolus leptoura
(lambari) e Centropomus parallelus (robalo-peva) apresentam algum grau de ameaça de
extinção, conforme o Decreto Estadual 63.853/18.
Os principais impactos sobre a fauna, citados no EIA, são:
• Redução de habitats disponíveis para a fauna em decorrência da supressão da
vegetação nativa e ocupação das áreas atualmente abertas para a implantação e
operação do empreendimento.
• Perturbação e afugentamento da fauna durante a instalação e operação do
empreendimento.
• Aumento do risco de perda de indivíduos por atropelamento.
• Alteração dos ambientes aquáticos, em decorrência das modificações no leito natural do
rio causadas pela exploração de areia.
Como medidas mitigadoras foram propostas:
• Afugentamento prévio, resgate e manejo da fauna.
• Monitoramento da fauna terrestre e ictiofauna durante a operação do empreendimento.
• Sinalização, orientação e conscientização dos motoristas.
Análise
As medidas de mitigação propostas para a fauna durante a supressão de vegetação e durante
a operação do empreendimento, aliadas às ações de restauração florestal e conservação da
vegetação remanescente, conforme exigências da CETESB (item 8.6 deste parecer), além da
possibilidade de afugentamento da fauna para o Parque Estadual da Serra do Mar, Unidade de
Conservação de proteção integral, deverão mitigar os impactos à fauna se devidamente
implementadas. Deve-se considerar ainda que as áreas de lavra ocuparão áreas, em geral,
antropizadas.
Desta forma, as ações propostas pelo empreendedor podem ser consideradas adequadas e
deverão ser detalhadas para obtenção da Licença de Instalação.
Considerando que, as ações previstas de remoção da camada vegetal, corte de árvores
isoladas e movimentação das máquinas e equipamento na área do empreendimento para a
ampliação das atividades minerárias implicará no afugentamento imediato das espécies na
área objeto de lavra e na ADA, deverá ser implementado um Programa de Monitoramento e
Salvaguarda da Fauna.
O Programa deverá contemplar as ações de salvaguarda da fauna, especialmente durante a
supressão de árvores isoladas e intervenção em APP, e o monitoramento sazonal dos grupos
de Mastofauna, Avifauna e Herpetofauna, e deverá conter a descrição e mapeamento dos
pontos amostrais selecionados na AID e na ADA, devendo ser propostos pontos nas APPs
próximas às cavas, a metodologia utilizada para registros das espécies, esforço amostral
previsto e cronograma.
Durante a operação do empreendimento, deverão ser apresentados relatórios anuais do
Programa de Monitoramento e Salvaguarda da Fauna. Estes relatórios deverão ser
apresentados em via digital (planilhas editáveis), contendo os registros fotográficos, a
descrição e a análise dos resultados do monitoramento, a lista das espécies levantadas,
análise comparativa entre as campanhas sazonais, monitoramento das espécies endêmicas e
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ameaçadas de extinção, a curva de acumulação de espécies (curva de coletor), equipe técnica


e respectiva ART.
Ressalta-se que, quando necessário, deverão ser obtidas as autorizações para manejo in situ
junto ao Departamento de Fauna Silvestre da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente –
DeFau/SIMA, em atendimento à Resolução SMA 92/14.
As ações propostas de orientação e conscientização dos motoristas deverão ser detalhadas no
âmbito de um Programa de Educação Ambiental para motoristas, trabalhadores e população
local, visando minimizar impactos como caça, pesca, atropelamento e degradação de áreas
naturais pelo aumento da circulação de pessoas e veículos. O Programa deverá esclarecer a
importância da preservação ambiental e incluir os dados obtidos no licenciamento.
Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação
• Apresentar um Programa de Monitoramento e Salvaguarda da Fauna (Mastofauna,
Avifauna, Herpetofauna) detalhado, contemplando: as ações de salvaguarda da fauna,
especialmente durante a supressão de árvores isoladas e intervenção em APP; técnicas de
amostragem; caracterização e mapeamento dos pontos amostrais; periodicidade; esforço
amostral; cronograma; equipe técnica e ARTs. Quando necessárias, deverão ser obtidas
previamente as autorizações para manejo in situ junto ao Departamento de Fauna Silvestre
- DEFAU/SIMA, conforme prevê a Resolução SMA 92/14.
• Apresentar um Programa de Educação Ambiental para motoristas, trabalhadores e
população local, visando minimizar impactos como, caça, pesca, atropelamento de fauna e
degradação de áreas naturais pelo aumento da circulação de pessoas e veículos, com
cronograma e equipe responsável.
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação
• Apresentar relatório do Programa de Educação Ambiental para motoristas, trabalhadores e
população local, descrevendo as atividades realizadas e resultados obtidos.
Durante a operação do empreendimento
• Apresentar relatórios anuais do Programa de Monitoramento e Salvaguarda da Fauna,
durante 3 anos, contemplando, no mínimo, a indicação dos pontos de amostragem,
descrição da metodologia utilizada, esforço amostral despendido, registros fotográficos,
análise comparativa entre as campanhas sazonais, registro de espécies envolvidas em
acidentes e eventuais atropelamentos, avaliação de áreas prioritárias para sinalização das
vias de circulação na área sob influência do empreendimento, ART da equipe responsável e
autorização para manejo in situ, caso necessário. Ressalta-se que os resultados deverão
ser apresentados também em planilhas eletrônicas editáveis (extensão xls ou compatível) e
a localização dos pontos amostrais em formato métrico, de acordo com a Projeção
Universal Transversa de Mercator (UTM) e o Sistema de Referência Geocêntrico para as
Américas (SIRGAS 2000).
Por ocasião da renovação da Licença Ambiental de Operação
• Apresentar, em cada renovação de LO, relatório consolidado do Programa de
Monitoramento e Salvaguarda da Fauna, sendo cópia digital e impressa, considerando: as
campanhas já realizadas e um levantamento atual de dados com duas campanhas no ano;
os registros de eventuais atropelamentos da fauna; análise comparativa e avaliação dos
resultados obtidos, avaliação da efetividade das medidas mitigadoras adotadas para os
impactos identificados sobre a fauna local e eventual proposição de medidas adicionais.

8.9. DESENCADEAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS E ASSOREAMENTO

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De acordo com o EIA, a área do empreendimento localiza-se na Planície Litorânea, constituída


por Planícies Aluvionares e Terraços e Planícies Marinhas e Flúvio Marinhas, em terrenos de
baixa altitude, relativamente planos e próximos ao nível do mar, caracterizados por depósitos
aluvionares cenozoicos constituídos por areias, siltes, argilas, cascalhos e material orgânico,
além de seixos e blocos de quartzo. Segundo o estudo, as áreas objeto de intervenção
localizam-se sobre relevos de agradação onde predominam processos de infiltração em
detrimento do escoamento superficial, e as baixas amplitudes reduzem o efeito dos processos
erosivos.
Conforme o EIA, um conjunto de ações inerentes ao empreendimento poderá desencadear
processos de retirada e transporte de materiais na ADA, os quais poderão intensificar os
processos erosivos e acúmulo de sedimentos nos leitos dos rios, causando assoreamento.
Segundo o estudo, os rios da ADA mais suscetíveis à ocorrência desse impacto são o Rio
Pirassununga e seus afluentes da margem esquerda, assim como o Rio Camburu (ou Tinga) e
seus principais contribuintes.
Segundo o EIA, dentre as ações com potencial de causar este tipo de impacto destacam-se as
atividades de terraplenagem e movimentação de terra, implantação de áreas de apoio e
plantas de beneficiamento, bacias de decantação e clarificação, remodelação dos acessos
internos, decapeamento de solos orgânicos e residuais e, principalmente, a abertura de cavas
a céu aberto para a exploração de areia.
Conforme o EIA, as intervenções do empreendimento se darão em duas tipologias básicas de
relevo: depósitos colúvio-aluvionares e relevos de agradação. Nos depósitos coluvionares
podem ocorrer erosões laminares e em sulcos de moderada intensidade, além de movimentos
de massa do tipo escorregamento planar e rastejo de alta intensidade, devido à alta inclinação
das encostas da Serra do Mar. Nos relevos de agradação ocorrem áreas sujeitas a inundação,
devido às baixas profundidades do lençol freático e influência das marés. Em ambos os casos
o decapeamento dos solos e a exploração dos bens minerais constituem ações com potencial
de induzir processos erosivos. Considerando-se as precipitações distribuídas ao longo do ano
todo, infere-se que todos os meses do ano há potencial para ocorrência de processos erosivos.
Para minimizar a erosão e o carreamento dos solos, foram propostas as seguintes medidas:
• Implantação de um sistema de drenagem projetado de forma a evitar os processos
erosivos, com a utilização de dispositivos provisórios com objetivo de reduzir o
escoamento das águas pluviais e orientar o escoamento até os cursos de água mais
próximos.
• Forração vegetal de áreas potencialmente instáveis.
• Controle da inclinação dos taludes e saias.
• Proteção superficial das áreas de solo exposto, incluindo compactação e configuração
adequada, antecipação da forração vegetal e forração emergencial com plástico em
pontos particularmente instáveis.
• Programa de Monitoramento dos Níveis de Assoreamento, de forma visual com o
auxílio de réguas graduadas.
• Disposição do material estéril da mineração em depósitos projetados, de acordo com as
Normas NBR 13.029/2006 e NRM-19.
• No caso da dragagem em leito de rio será respeitada a distância mínima de 5 metros
das margens e será realizado o monitoramento das margens com implantação de
imediatas medidas de recuperação para trechos impactados, quando necessário.
Análise
As informações apresentadas em relação às medidas de prevenção e controle de processos
erosivos na área do empreendimento podem ser consideradas adequadas para essa fase do
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processo de licenciamento, e deverão mitigar os potenciais impactos se devidamente


implementadas.
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação, deverá ser apresentado um Programa de
Controle de Erosão e de Assoreamento, contemplando o detalhamento das medidas
apresentadas e procedimentos propostos; o projeto do sistema de drenagem de águas pluviais,
com respectivas ARTs; detalhamento do monitoramento dos níveis de assoreamento;
decapeamento concomitante às operações de extração, minimizando as áreas de solo exposto;
manutenção periódica do sistema viário interno; revegetação dos taludes em solo das áreas
mineradas e das áreas de apoio concomitante ao encerramento das atividades em cada área;
medidas de monitoramento e correção de processos erosivos eventualmente já instalados na
área do empreendimento.
Ressalta-se que durante a operação do empreendimento deverão ser atendidas as condições
gerais e específicas estabelecidas pelas Normas Técnicas CETESB D7.010 e D7.012, que
estabelecem critérios para a atividade de mineração por dragagem e por escavação mecânica,
respectivamente.
Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação
• Apresentar um Programa de Controle de Erosão e de Assoreamento, contemplando: o
detalhamento das medidas apresentadas e procedimentos propostos; o projeto do sistema
de drenagem de águas pluviais, com respectivas ARTs; detalhamento do monitoramento
dos níveis de assoreamento; decapeamento concomitante às operações de extração,
minimizando as áreas de solo exposto; manutenção periódica do sistema viário interno;
revegetação dos taludes em solo das áreas mineradas e das áreas de apoio concomitante
ao encerramento das atividades em cada área; medidas de monitoramento e correção de
processos erosivos eventualmente já instalados na área do empreendimento; medidas de
controle e monitoramento geotécnico dos taludes provisórios e finais das frentes de lavra,
margens dos rios e depósitos de estéril, com a respectiva ART do profissional habilitado; e
demais medidas em atendimento às condições gerais e específicas estabelecidas pelas
Normas Técnicas CETESB D7.010 e D7.012; cronograma de atividades.
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação
• Apresentar relatório do Programa de Controle de Erosão e de Assoreamento,
demonstrando a execução das ações previstas, destacando-se: implantação de sistemas
de drenagem de águas pluviais, provisório e definitivo, contemplando diques de contenção
e decantação; decapeamento concomitante às operações de extração; manutenção
periódica do sistema viário interno; revegetação das áreas mineradas e áreas de apoio e/ou
servidão, concomitante ao encerramento das atividades em cada área; monitoramento de
eventuais processos erosivos e mapeamento dos pontos de ocorrência e medidas
corretivas adotadas; monitoramento geotécnico dos taludes provisórios e finais das frentes
de lavra, margens dos rios e depósitos de estéril; relatório de atendimento às condições
gerais e específicas estabelecidas pelas Normas Técnicas CETESB D7.010 e D7.012.
Durante a operação do empreendimento
• Apresentar relatórios anuais do Programa de Controle de Erosão e de Assoreamento,
contemplando: avaliação de desempenho do programa e mecanismos de gestão; formas de
acompanhamento ambiental, com uso de indicadores ambientais; informação sobre
eventuais não conformidades registradas, bem como sobre as medidas preventivas e
corretivas adotadas no período e previstas para o período subsequente.

8.10. IMPACTOS NOS RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS

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Segundo o EIA, a área de estudo está inserida na Unidade de Gerenciamento de Recursos


Hídricos – UGRHI 03 Litoral Norte. A área de influência indireta do empreendimento abrange a
bacia hidrográfica do Rio Juqueriquerê. Na AID e na ADA os principais cursos hídricos são o
Ribeirão da Lagoa, e o Rio Camburu ou Tinga e o Rio Pirassununga, que se juntam fora dos
limites do empreendimento para formar o Rio Juqueriquerê. Os corpos d´água estudados estão
enquadrados na Classe 2.
Conforme o EIA, o regime hídrico dessas bacias é caracterizado por picos de vazão durante o
verão, particularmente entre os meses de fevereiro e março, e menor vazão durante os meses
de inverno, no entanto, todos os meses do ano apresentam precipitações superiores a 60 mm,
chegando a 251,6 mm no mês de janeiro. As altas declividades nas vertentes da Serra do Mar,
associadas aos altos índices pluviométricos durante o verão acarretam elevadas vazões nos
cursos d’água e inundações na planície, além de movimentos de massa, com possibilidade de
deslizamentos e escorregamentos.
De acordo com informações complementares, a exposição dos solos durante as atividades de
implantação, operação e fechamento poderão causar o assoreamento dos canais, com
alteração de suas condições morfológicas. Considerando a localização das poligonais a serem
exploradas, verificou-se que os canais fluviais mais susceptíveis são o rio Pirassununga e
afluentes da margem esquerda, a montante de sua confluência com o rio Claro. Na porção
norte da ADA, poderão ocorrer impactos ao longo das planícies aluvionares e pedimentares do
rio Camburu ou Tinga e seus principais contribuintes. Para reduzir a probabilidade de
ocorrência destes impactos o empreendedor propôs os seguintes programas:
• Programa de Gestão do Distrito Mineiro, prevendo a supervisão ambiental das fases de
Implantação e operação e treinamento ambiental das equipes de trabalho.
• Programa de Gerenciamento Ambiental das Atividades de Implantação, prevendo o
controle da implantação de novos acessos e da adequação de existentes, controle da
instalação de áreas de apoio, equipamentos e máquinas.
• Programa de Gerenciamento Ambiental das Atividades de Exploração, contemplando:
o Subprograma de Gerenciamento Ambiental das Atividades de Exploração de Areia.
o Subprograma de Gerenciamento Ambiental das Atividades de Exploração de Areia
em Leito de Rio.
o Monitoramento dos Níveis de Assoreamento.
• Programa de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD.
No âmbito do PRAD, o EIA também propôs a utilização futura das cavas exauridas, associada
a realização de obras hidráulicas a jusante, a fim de reduzir a ocorrência de inundações na
bacia do Rio Juqueriquerê. Para subsidiar esta proposta, foi apresentado um Estudo
Hidrológico que recomendou a formação de seis reservatórios, sendo três na bacia do Rio
Juqueriquerê e três na bacia do Ribeirão da Lagoa para redução das inundações na planície.
Com relação à bacia do Rio Juqueriquerê, o EIA propôs três reservatórios de amortecimento
das cheias, localizados na bacia dos Rios Pirassununga, Camburu e Canivetal, que serão
construídos nas áreas de extração de areia do empreendimento após o encerramento das
atividades minerárias. Segundo o EIA, o volume de amortecimento nas bacias das cavas
poderá ser da ordem de 51,13 m³/s.
Considerando a implementação dos programas e das medidas mitigadoras e de controle, o EIA
avaliou que se trata de um impacto negativo, reversível, de baixa magnitude e baixa
importância, com incidência indireta e área de abrangência restrita à AID, tempo de indução de
curto prazo e médio prazo de duração.
Em relação à utilização dos recursos hídricos, o empreendimento já conta com as seguintes
outorgas do Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE:

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Tabela 10. Usos de recursos hídricos atuais na Fazenda Serramar.


Volume Armazenado (m3)
Uso/Interferência Recurso Hídrico Coordenada UTM / Vazão (m3/s) / Extensão
(m)
N E
Barramento Córrego Canivetal 7.388,52 452,82 2805,30 m3
Captação Superficial Córrego Canivetal 7.388,52 452,82 122,40 (m³/s)
Captação Superficial Rio Camburu ou Tinga 7.383,48 446,46 100,00 (m³/s)
Lançamento Superficial Rio Camburu ou Tinga 7.383,48 446,46 90,00 (m³/s)
Extração de Minérios Rio Camburu ou Tinga 7.383,48 446,46 200 (m)

Afluente do Ribeirão da
Travessia Aérea 1 Lagoa ou Polares 7.383,48 455,77

Afluente do Ribeirão da
Travessia Aérea 2 Lagoa ou Polares 7.384,25 455,18

Além desses recursos, para a exploração mineral futura serão necessárias novas interferências
em recursos hídricos para a extração de areia em cava e em leito do rio. No caso da extração
em cava, com a interceptação do lençol freático, a água surgente passará a compor o processo
de extração. Para essas novas interferências o empreendedor apresentou a Declaração de
Viabilidade de Implantação de Empreendimento emitida pelo Departamento de Águas e
Energia Elétrica – DAEE, publicada no Diário Oficial em 09/10/2018.

Tabela 11. Relação dos novos usos de recursos hídricos pretendidos na Fazenda Serramar.

Volume Armazenado (m3) /


Uso/Interferência Recurso Hídrico Coordenada UTM
Vazão (m3/s) / Extensão (m)

N E
Extração de Minérios Rio Pirassununga 7.380,07 448,87 2805,30 m3
Extração de Minérios Rio Camburu ou Tinga 7.383,25 447,63 122,40 (m³/s)
Extração de Minérios Ribeirão Pau d´alho 7.385,06 448,14 100,00 (m³/s)
Poço 7.386,10 450,63 90,00 (m³/s)

A água destinada a consumo humano será de cerca de 700l/dia, com captação em poço
existente.
O processo de beneficiamento será realizado por via úmida com a utilização da água surgente
das cavas e dos rios, que seguirá de volta para áreas já lavradas das cavas, após clarificação e
separação da areia grossa e média. A água clarificada na cava retornará para reutilização no
processo de beneficiamento, mantendo o empreendimento em um circuito fechado.
Para avaliação da qualidade da água na área do empreendimento e entorno foram realizadas
duas campanhas de campo nos dias 13 a 14/01/2015 e de 21 a 22/05/2015, ambas em 10
pontos de coleta, com avaliação de parâmetros inorgânicos (físico-químicos e metais pesados),
orgânicos, bacteriológicos (Coliformes Termotolerantes) e biológicos (Clorofila e
Cianobactérias). Os parâmetros temperatura da água, pH, condutividade elétrica, oxigênio
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dissolvido e turbidez foram medidos in situ. As coletas foram realizadas seguindo as


metodologias recomendadas pela CETESB e as análises foram realizadas por laboratório
acreditado pela Norma ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005.
Os resultados foram comparados com os valores de referência contidos no Artigo 15 da
Resolução CONAMA Nº 357/2005. Nas duas campanhas foram observados parâmetros em
desconformidade, sendo 13 parâmetros na primeira campanha e 8 na segunda. Os parâmetros
em desconformidade foram gosto ou odor; corantes artificiais; cor; turbidez; Demanda
Bioquímica de Oxigênio, nitrogênio amoniacal e sulfeto. Entre os metais em desconformidade
foram detectados alumínio dissolvido, ferro dissolvido e manganês total na primeira campanha
e ferro dissolvido na segunda. Nenhuma das variáveis amostradas para parâmetros orgânicos
apresentou valores acima do estabelecido. Foram registradas altas concentrações de
Coliformes Termotolerantes nas duas campanhas nos pontos P2, P3, P5 e P9.
Conforme o EIA, dentre os dez pontos de coleta, os que mais apresentaram não
conformidades foram os pontos P9 (7 parâmetros), P1 (6 parâmetros), P2 (5 parâmetros) e P4
(4 parâmetros), na primeira campanha, e P1 (8 parâmetros) na segunda campanha. Segundo o
estudo, de modo geral, os corpos d’água analisados na ADA do empreendimento e entorno
encontram-se deteriorados, indicando principalmente a presença de resíduos provenientes de
esgoto doméstico e industrial. Especificamente em relação aos pontos mais alterados concluiu-
se que os pontos de coleta P1 e P9 refletem o uso antigo da área como depósito de lixo,
denominado Pocilga, que foi utilizado durante 30 anos. Os pontos P2, P3, P4 e P5 refletem a
poluição pela presença de gado na área da Fazenda Serramar, principalmente os pontos P3 e
P5 em virtude da presença de Escherichia coli nas amostras.
Segundo o EIA, o assoreamento e a deterioração da qualidade das águas podem gerar
alterações na cor, elevação da turbidez e aumento da concentração de sólidos totais. O aporte
de nutrientes presentes nos sedimentos também pode causar alterações químicas nos corpos
d´água, potencializando a ocorrência de processos de eutrofização. Essa possibilidade é
potencializada nos solos da Fazenda Serramar uma vez que as áreas de intervenção têm sido
utilizadas para atividades agropecuárias com considerável emprego de tecnologia e, dessa
forma, estão provavelmente fertilizados. Esse impacto pode ter maior intensidade devido à
baixa capacidade de diluição dos corpos hídricos em função das baixas vazões dos rios da AID
e da ADA nos períodos mais secos, e é esperado que seja maior no período de implantação do
empreendimento.
De acordo com o EIA, a utilização de produtos perigosos como combustíveis e lubrificantes, e
os efluentes das lavagens de máquinas e equipamentos, bem como eventuais vazamentos
acidentais, também podem acarretar degradação da qualidade das águas superficiais por
contaminantes orgânicos, metais e derivados de petróleo. Foi ressaltado que a Fazenda
Serramar já conta com posto de combustíveis e oficina licenciados.
Para evitar a ocorrência desses impactos todos os veículos, equipamentos e máquinas
deverão ser mantidos em perfeitas condições operacionais e de regulagem, para que não
apresentem vazamentos. Caso identificado defeito, deverão ser providenciados os devidos
reparos na oficina existente ou no próprio local, devendo, neste caso, ser acompanhado por um
supervisor ambiental. Deverão ser providenciados dispositivos de retenção de vazamentos
provisórios, para se evitar a contaminação do solo.
Segundo o EIA, materiais contaminados com óleo/graxa ou com produtos químicos
considerados perigosos, mesmo quando estocados provisoriamente, devem ser sempre
dispostos em áreas impermeáveis com dispositivos de contenção de vazamentos. Os efluentes
sanitários deverão ser conectados com a rede local de coleta de esgotos.
Como demais medidas mitigadoras, foram citadas a implantação do sistema de drenagem e o
monitoramento da qualidade da água, em 10 pontos de coleta, nos pontos avaliados no
diagnóstico do EIA. Serão realizadas três etapas de monitoramento, antes das atividades,
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durante (com avaliações trimestrais) e após a conclusão das atividades. Os parâmetros


monitorados serão os dispostos no Artigo 15 da Resolução CONAMA nº 357/05.
Análise
Em atendimento à Resolução SMA nº 54/08, foi solicitada manifestação do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Litoral Norte, o qual não se manifestou até a presente data. Desse modo,
eventuais contribuições do referido comitê serão consideradas nas próximas fases do
licenciamento, conforme o Artigo 5º da citada Resolução.
Conforme o EIA, a ocorrência de inundações na planície litorânea está associada
principalmente à altas declividades da Serra do Mar, altos índices pluviométricos durante o
verão e baixa declividade da planície e não às atividades minerárias da empresa, que possuem
baixo potencial de alteração do regime hidrológico regional.
Além disso, o uso futuro das cavas exauridas associado à realização de obras hidráulicas
poderá contribuir para minimizar a ocorrência de inundações naturais na bacia do Rio
Juqueriquerê. Ressalta-se que as obras hidráulicas propostas pelo EIA serão definidas pelo
empreendedor futuramente, não sendo objeto de análise do presente Parecer Técnico.
Considerando que foram encontradas desconformidades relativas aos parâmetros gosto ou
odor, corantes artificiais, cor, turbidez, Demanda Bioquímica de Oxigênio, nitrogênio amoniacal
e sulfeto, o empreendedor deverá apresentar propostas de medidas mitigadoras e de controle
adicionais das atividades minerárias e agropecuárias atualmente realizadas na área da
Fazenda Serramar.
Por ocasião da solicitação da LI, também deverá ser apresentado o detalhamento do Programa
de Monitoramento da Vazão e da Qualidade das Águas Superficiais, contemplando
mapeamento dos pontos de monitoramento, parâmetros de análise, frequência, valores de
referência, cronograma, responsabilidades, metodologias etc.
Considerando a Informação Técnica PESM/Núcleo Caraguatatuba nº 25/2018 de 13/08/2018
da Fundação Florestal, o Programa de Monitoramento da Vazão e da Qualidade das Águas
Superficiais também deverá prever o monitoramento da vazão e da qualidade da água no
manguezal do rio Juqueriquerê.
Por ocasião da solicitação da LO deverão ser apresentadas as outorgas de direito de uso para
as interferências em recursos hídricos, conforme a Resolução SIMA 86/2020.
Durante a operação do empreendimento deverão ser apresentados relatórios anuais das
campanhas semestrais de amostragem do Programa de Monitoramento da Qualidade das
Águas Superficiais, contemplando a localização dos pontos georreferenciados, periodicidade,
parâmetros analisados, metodologia, etc. Os resultados do Programa deverão ser
apresentados na forma de relatório interpretado, acompanhado dos respectivos laudos
analíticos.
Ressalta-se que os resultados deverão ser apresentados também em planilhas eletrônicas
editáveis (extensão xls, ou compatível) e a localização dos pontos amostrais informadas em
formato métrico, de acordo com a Projeção Universal Transversa de Mercator (UTM) e o
Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas (SIRGAS 2000).
Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação
• Apresentar detalhamento do Programa de Monitoramento da Vazão e da Qualidade das
Águas Superficiais, contemplando mapeamento dos pontos de monitoramento, incluindo
um ponto no manguezal do Rio Juqueriquerê, parâmetros de análise, frequência, valores de
referência a serem atendidos, cronograma, responsabilidades, metodologias, etc. Incluir
propostas de medidas mitigadoras e de controle adicionais das atividades minerárias e
agropecuárias realizadas atualmente na área da Fazenda Serramar, de forma a corrigir

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passivo ambiental da gleba e evitar a contaminação dos recursos hídricos.


Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação
• Apresentar o primeiro relatório do Programa de Monitoramento da Vazão e da Qualidade
das Águas Superficiais com os boletins analíticos, a metodologia adotada nos
levantamentos de campo, parâmetros analisados e avaliação dos resultados obtidos,
eventuais não conformidades identificadas e respectivas medidas corretivas adotadas.
Incluir relatório das medidas mitigadoras e de controle das atividades minerárias e
agropecuárias atualmente realizadas na área da Fazenda Serramar.
• Apresentar as Outorgas de Direito de Uso emitidas pelo Departamento de Águas e Energia
Elétrica – DAEE para os usos atuais e futuros de recursos hídricos pretendidos pelo
empreendimento.
Durante a operação do empreendimento
• Apresentar relatórios anuais das campanhas semestrais de amostragem do Programa de
Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais, contemplando a localização dos
pontos de monitoramento georreferenciados, parâmetros analisados, metodologia, etc. Os
resultados do Programa deverão ser apresentados na forma de relatório interpretado,
acompanhado dos respectivos laudos analíticos, eventuais não conformidades identificadas
e respectivas medidas corretivas adotadas. Incluir relatório das medidas mitigadoras e de
controle das atividades minerárias e agropecuárias realizadas na área da Fazenda
Serramar.

8.11. ALTERAÇÃO NO FLUXO E QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS


Conforme o EIA, a AID do empreendimento abrange o aquífero associado às rochas cristalinas,
sendo do tipo fissurado, livre a semiconfinado, heterogêneo, descontínuo e anisotrópico, e o
aquífero associado à Planície Costeira, granular livre, de extensão limitada e transmissividade
média elevada, intercalando areia e camadas argilosas e siltosas. O aquífero livre sofre
influência da maré com a intrusão de águas salobras e da cunha salina. Esse aquífero se
encontra muito próximo à superfície, constituindo áreas permanentemente úmidas de alta
susceptibilidade às intervenções propostas.
No EIA foi realizada uma análise de qualidade nos aquíferos da ADA em abril de 2015, por
laboratório acreditado pela Norma ABNT NBR ISSO/IEC 17025:2005, em 6 pontos distribuídos
na área da Fazenda Serramar. Os resultados obtidos foram comparados com os valores da
Resolução CONAMA 396/2008 – Anexo 1 e “Valores Orientadores CETESB – Água
Subterrânea – Intervenção – 2014”, além do preconizado pela Portaria nº 2.914/2011. Foram
observadas concentrações acima das permitidas em relação aos parâmetros alumínio total,
manganês total e ferro total nos pontos PM1, PM2, PM4 e PM6; e Escherichia coli e coliformes
totais nos pontos PM1, PM4 e PM6. Os pontos PM3 e PM5 apresentaram todos os parâmetros
em conformidade com a legislação aplicada. Segundo o estudo, as desconformidades em
relação aos parâmetros alumínio total, manganês total e ferro total podem estar associadas às
características dos materiais constituintes do meio geológico, enquanto que as
desconformidades referentes à Escherichia coli e coliformes podem estar relacionadas às
atividades pecuárias desenvolvidas na Fazenda Serramar.
Segundo o EIA, o risco de contaminação das águas subterrâneas relacionado ao
empreendimento está associado a eventual contato de compostos químicos com as águas,
tanto por contato direto, quanto por lixiviação. Esse impacto pode ocorrer devido à
possibilidade de infiltração de águas residuais provenientes da operação das áreas de apoio
que envolvam a geração de efluentes sanitários, eventuais acidentes com cargas tóxicas
(combustíveis, óleos, graxas, etc.) e a percolação de efluentes das atividades de lavagem e

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manutenção de veículos. Foi ressaltado que a Fazenda Serramar já possui oficina e posto de
combustíveis implantados e em operação, contando com estruturas e dispositivo de contenção
de derrames.
Conforme o EIA, durante a exploração dos recursos minerais haverá o afloramento do lençol
freático, cuja água será utilizada no processo produtivo, acarretando exposição direta das
águas subterrâneas aos contaminantes. Esse impacto é potencializado pela exploração
predominantemente em área de aquífero livre, com alta permeabilidade e muito próximo à
superfície.
De acordo com o EIA, durante a implantação do empreendimento também é possível que
ocorram modificações no comportamento do fluxo da água subterrânea, desencadeadas pelas
atividades de limpeza dos terrenos, supressão da vegetação, decapeamento dos solos
orgânicos, impermeabilização de superfícies para a implantação das estruturas de apoio,
atividades de terraplenagem e execução de aterros, podendo afetar as condições de recarga
das águas subterrâneas. A retirada de materiais geológicos durante a operação do
empreendimento também poderá causar alterações nos fluxos da água subterrânea.
Segundo o estudo esse impacto será minimizado pelas condições de cobertura de solo da ADA
já se encontrarem alteradas por pastagens, sem a cobertura vegetal original. Além disso, as
baixas declividades da Planície Costeira favorecerão os processos de infiltração.
Segundo medições de nível realizadas em 2015, a superfície potenciométrica apresenta cotas
de 0 a 20 m, com linhas de fluxo indicando escoamento para o oceano. As profundidades do
freático variam entre 2,68m nas áreas do embasamento e 0,90 metros no ponto de
monitoramento mais próximo ao oceano.
Como medidas mitigadoras, além das já citadas nos tópicos anteriores, foi apresentado um
Programa de Monitoramento do Nível do Lençol Freático e da Qualidade da Água Subterrânea.
O programa contempla a instalação de piezômetros em pontos a serem definidos futuramente
em função do projeto de cada lavra. A definição dos pontos de monitoramento de qualidade da
água subterrânea será definida posteriormente em projeto específico, a ser elaborado de
acordo com a Norma NBR 13.895/1997, e será submetido à aprovação da CETESB.
Análise
Para mitigar os potenciais impactos na água subterrânea decorrente da operação do
empreendimento, deverá ser implementado o Programa de Monitoramento do Nível e da
Qualidade das Águas Subterrâneas, que deverá ser detalhado na próxima fase do
licenciamento. Tal programa deverá permitir o acompanhamento da qualidade e dos níveis de
água na área de influência do empreendimento para a adoção das medidas mitigadoras
necessárias.
Neste Programa deverão ser definidos e mapeados os pontos de monitoramento do nível
freático e da vazão das drenagens do entorno do empreendimento, a fim de avaliar a influência
do cone de rebaixamento, eventuais impactos na vegetação e em possíveis usuários de
recursos hídricos, a serem identificados. O Programa deverá contemplar também a definição
da periodicidade, medição sistemática das vazões bombeadas da cava, e prever medidas
mitigadoras e compensatórias, caso ocorra diminuição na disponibilidade hídrica em eventuais
propriedades vizinhas ao empreendimento e caso seja constatada alteração nas condições da
vegetação nativa existente.
Por ocasião da solicitação da LO, deverá ser apresentado relatório comprovando a
implementação do Programa de Monitoramento do Nível do Lençol Freático e da Qualidade
das Águas Subterrâneas, contemplando o balanço das atividades desenvolvidas, a avaliação
dos resultados e as medidas mitigadoras e compensatórias adotadas.
Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação
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• Apresentar detalhamento do Programa de Monitoramento do Nível e da Qualidade das


Águas Subterrâneas, contendo o mapeamento dos pontos de monitoramento, os
procedimentos a serem adotados, equipamentos utilizados, acompanhamento da vazão de
drenagens, nascentes, poços e surgências durante a ampliação da cava, medição da vazão
de bombeamento, identificação de usuários de recursos hídricos e vegetação nativa que
possam ser afetados, periodicidade das atividades, e proposição de medidas mitigadoras e
compensatórias.
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação
• Apresentar o primeiro relatório do Programa de Monitoramento do Nível e da Qualidade das
Águas Subterrâneas, contemplando a localização dos pontos de monitoramento
georreferenciados, mapa potenciométrico, os boletins analíticos, a metodologia adotada
nos levantamentos de campo, parâmetros analisados, identificação dos usuários de
recursos hídricos e avaliação dos resultados obtidos.
Durante a operação do empreendimento
• Apresentar relatórios anuais das campanhas semestrais do Programa de Monitoramento do
Nível e da Qualidade das Águas Subterrâneas, contemplando a localização dos pontos de
monitoramento georreferenciados, parâmetros analisados, metodologia, entre outros,
contemplando a avaliação da efetividade do programa, o balanço das atividades
desenvolvidas e as medidas mitigadoras e compensatórias adotadas. Os resultados do
Programa deverão ser apresentados na forma de relatório interpretado, acompanhado dos
respectivos laudos analíticos.

8.12. GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E EFLUENTES LÍQUIDOS


Segundo o EIA, está prevista a geração de lixo doméstico na ordem de 0,48Kg/dia, levando-se
em conta um fator médio de 15g/dia/funcionário. O lixo doméstico contempla os resíduos de
escritório (papel, plástico e sanitário) e refeitório (orgânicos), considerados como não
perigosos, Classe II, e serão destinados a coleta pelo serviço público municipal. Os resíduos
serão acondicionados temporariamente em uma Central de Armazenamento de Resíduos.
Conforme o EIA, os resíduos da área de manutenção, de Classe I, considerados resíduos
contaminados e gerados pontualmente (como estopas, filtros de óleo lubrificantes, EPIs e
lâmpadas fluorescentes) serão armazenados em tambores metálicos previamente identificados
para posterior armazenamento temporário na central de resíduos.
As sucatas de ferro (metal, latão etc.) geradas nas manutenções industriais serão
armazenadas em baias ou caçambas e retiradas por empresas terceirizadas.
De acordo com o EIA, todos os resíduos enquadrados nas Classes II A e B (inertes e não-
inertes) e que sejam passíveis de reciclagem ou reaproveitamento serão destinados a este fim.
Os resíduos perigosos e os não inertes que não possam ser reciclados serão destinados a
processadores ou destinadores finais licenciados (aterro, co-processamento em fornos de
cimento ou incineração). Óleos usados deverão ser encaminhados para re-refino em
processadores licenciados.
Quanto à geração de efluentes líquidos da extração de areia, o EIA afirma que os mesmos
estarão em circuito fechado, passando por processos de sedimentação e retornando ao lago
adjacente, não sendo lançados no corpo hídrico.
Está prevista a interligação do sistema de coleta de efluentes sanitários com a rede local de
esgotos. Atualmente, os efluentes sanitários de todas as instalações administrativas e da planta
de beneficiamento são destinados a sistema de tratamento por fossa séptica e sumidouro,
segundo as normas vigentes. Os efluentes de refeitório contarão com caixas de gordura para

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separação previa e estocagem em recipientes adequados para posterior entrega à empresa


especializada.
Análise
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação o empreendedor deverá
apresentar a estimativa de geração de resíduos sólidos, considerando todos os resíduos a
serem gerados nas fases de implantação e operação do empreendimento, contendo a
codificação estabelecida na Norma ABNT NBR 10.004/04, e os códigos de armazenamento e
de tratamento, reutilização, reciclagem, recuperação ou disposição final de acordo a Resolução
CONAMA n° 313/02 e atualizações.
As informações deverão ser apresentadas no âmbito de um Programa de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos, com caracterização quantitativa e qualitativa de todos os resíduos, em
conformidade com a legislação vigente, bem como informações sobre o armazenamento, as
medidas adotadas para coleta e formas de tratamento, destinação e disposição adequadas.
Considerando as desconformidades verificadas no monitoramento da qualidade das águas
superficiais e subterrâneas, também deverá ser apresentado projeto de sistema de tratamento
de efluentes domésticos a ser implantado em todas as estruturas da Fazenda Serramar com
geração de efluentes sanitários, considerando as distâncias mínimas em relação ao nível do
lençol freático e poços de captação, acompanhado de laudo técnico elaborado por profissional
habilitado, atestando que o projeto está de acordo com as Normas ABNT NBR 7.229 e 13.969,
com a respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica. Alternativamente, o empreendedor
poderá apresentar o projeto de interligação do sistema de coleta de efluentes sanitários com a
rede pública de esgotos, com a respectiva aprovação da Sabesp.
Por ocasião da solicitação da LO, deverá ser apresentado relatório técnico com a análise de
eficiência do sistema de coleta e de tratamento dos efluentes líquidos sanitários e das caixas
de separação de água e óleo e caixas de gordura nas áreas de beneficiamento,
estacionamento de caminhões e de manutenção das máquinas e equipamentos, escritórios e
refeitório. Também deverão ser apresentados os Certificados de Movimentação de Resíduos de
Interesse Ambiental – CADRI para todos os resíduos de Classe I gerados no empreendimento.
Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação
• Apresentar Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos detalhado, incluindo a
estimativa de todos os resíduos sólidos a serem gerados, bem como a codificação
estabelecida na Norma ABNT NBR 10.004/04, e os códigos de armazenamento e de
tratamento, reutilização/reciclagem/recuperação ou disposição final dos resíduos, de acordo
com a Resolução CONAMA nº. 313/02.
• Apresentar projeto do sistema de tratamento de efluentes domésticos, considerando as
distâncias mínimas em relação ao nível do lençol freático e poços de captação,
acompanhado de laudo técnico elaborado por profissional habilitado, atestando a
conformidade do projeto com as Normas ABNT NBR 7.229 e 13.969, com a respectiva
Anotação de Responsabilidade Técnica. Alternativamente, apresentar projeto de
interligação do sistema de coleta de efluentes sanitários com a rede pública, com a
respectiva aprovação da Sabesp.
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação
• Obter os Certificados de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental – CADRI para
os resíduos industriais Classe I, segundo Norma ABNT 10.004/04 ou considerados de
interesse pela Agência Ambiental da CETESB, e as cartas de anuência das empresas
destinatárias dos resíduos sólidos domésticos, considerando as quantidades estimadas no
Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

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• Apresentar relatórios com avaliação da eficiência do sistema de coleta e de tratamento dos


efluentes líquidos sanitários e das caixas de separação de água e óleo e das caixas de
gordura nas áreas de beneficiamento, estacionamento de caminhões e de manutenção das
máquinas e equipamentos, escritórios e refeitório, ou comprovar a interligação do sistema
de coleta de efluentes sanitários com a rede pública.
Durante a operação do empreendimento
• Apresentar relatórios anuais com avaliação da eficiência do sistema de coleta e de
tratamento dos efluentes líquidos sanitários, e das caixas de separação de água e óleo e
das caixas de gordura nas áreas de beneficiamento, estacionamento de caminhões e de
manutenção das máquinas e equipamentos, escritórios e refeitório.

8.13. IMPACTOS NA QUALIDADE DO AR E NO NÍVEL DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES


Conforme o EIA, a emissão de gases está associada à utilização de máquinas e caminhões
com motor à combustão, além da ressuspensão de material particulado decorrente da
circulação de máquinas e equipamentos. Segundo o estudo, as operações de extração e
beneficiamento não causarão emissão significativa de particulados pois serão executadas a
úmido, devido à interceptação do lençol freático. Dessa forma, o maior potencial de geração de
emissões atmosféricas ocorrerá durante as operações de transporte na fase de operação das
minas, abrangendo todo o viário da propriedade e podendo afetar as áreas vizinhas ao
empreendimento.
O empreendedor propõe como medidas mitigadoras a manutenção das estradas de serviço,
com o gradeamento do leito, o cascalhamento, a umectação rotineira e a compactação do leito
carroçável. Além disso, o plano de exploração de cada lavra restringirá a circulação
preferencialmente por vias pavimentadas, períodos diurnos e dias úteis. Com relação às
emissões decorrentes da queima de combustíveis fósseis as medidas mitigadoras serão a
manutenção preventiva da frota para que as emissões se mantenham dentro dos padrões
permitidos pela legislação.
O EIA apresentou um Relatório Técnico de Monitoramento da Qualidade do Ar com os dados
de qualidade referentes ao parâmetro Material Particulado inalável - MP10 das estações
mantidas pela Petrobras na área da Fazenda Serramar e na Estação Cidade, localizada na
área urbana de Caraguatatuba. As médias anuais dos dados abrangeram o período de
09/01/2011 a 31/08/2015 e as médias diárias o período de 01/08/2014 a 31/08/2015. Os
valores apresentados foram comparados com os padrões de qualidade do ar do Estado de São
Paulo, estabelecidos pelo Decreto n° 59113/2013. A estação urbana apresentou média anual
em 2011 e em 2014 com valor de 22 ug/m³ enquanto a Estação na Fazenda a maior média foi
de 17 ug/m³, ambos os valores inferiores ao padrão anual de qualidade do ar. Não houve
ultrapassagem dos padrões diários quanto às medias diárias nas duas estações.
Segundo o EIA, a geração de ruídos na extração está relacionada ao funcionamento dos
motores das bombas de dragagem, peneiras vibratórias, equipamentos móveis e demais
máquinas da planta de beneficiamento. Segundo o estudo, as vibrações geradas pela
operação serão de pequena magnitude, pontuais e de baixo alcance. Como medidas
mitigadoras para a geração de ruídos o estudo propõe a adequada manutenção e lubrificação
das máquinas e equipamentos, a utilização de abafadores e silenciadores e a disponibilização
de EPIs para os funcionários, como capacete, salva-vidas, abafador de ruído, óculos, botas de
segurança, luvas de raspa e uniforme, sujeitos a vistorias periodicamente.
Segundo o EIA, não há ocupação antrópica nos locais onde ocorrerão de fato as atividades da
mineração, não existindo receptores críticos que possam ser afetados pelos incômodos por
ruídos. As instalações de apoio e beneficiamento se encontram a uma distância maior que 500
metros de áreas residenciais adjacentes, atenuando esse impacto.
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Como medida mitigadora aos potenciais impactos na qualidade do ar foi apresentado um


Programa de Monitoramento do Material Particulado, que contempla a avaliação dos dados
obtidos nas duas estações automáticas existentes na Fazenda Serramar e no bairro Indaiá,
região central de Caraguatatuba. Também serão realizadas campanhas periódicas de
monitoramento de Material Particulado inalável (Mp10) na área de influência das lavras, visando
o controle e redução de eventuais incômodos à população lindeira e trabalhadores. A
periodicidade será definida posteriormente, na fase de detalhamento do programa.
Em relação às emissões sonoras serão adotados dispositivos de atenuação de ruídos, de
forma a garantir atendimento às normas de segurança de trabalho aplicáveis e às restrições
especificadas na Resolução CONAMA n° 01/1990.Também foi proposto um Plano de
Monitoramento para Avaliação dos Níveis de Ruído em 8 pontos situados na área urbana de
Caraguatatuba, próximos aos limites da Fazenda Serramar.
Análise
Considerando que não foram identificados receptores críticos no entorno das áreas de
mineração, as medidas apresentadas são adequadas para essa fase do licenciamento. Por
ocasião da solicitação da LI deverá ser apresentado um Programa de Controle e de Emissões
Atmosféricas, contendo o detalhamento das medidas mitigadoras propostas para redução das
emissões de particulados na movimentação de veículos e demais operações do
empreendimento, tais como o enlonamento dos caminhões, manutenção preventiva de
máquinas, veículos e equipamentos, e cascalhamento das vias internas não pavimentadas,
considerando receptores críticos situados fora dos limites da propriedade do empreendimento e
as direções de vento predominantes. Prever medidas corretivas em caso de reclamações da
população, responsáveis etc.
Durante a operação do empreendimento, deverão ser apresentados relatórios anuais do
Programa de Controle de Emissões Atmosféricas para comprovar a implementação de medidas
de controle para redução de emissão de particulados.
O Relatório Técnico de Monitoramento da Qualidade do Ar foi analisado pelo Setor de
Amostragem e Análise do Ar da CETESB, que emitiu o Despacho n° 05/2017/EQQA em
07/08/2017. Conforme o referido Despacho, para essa fase do licenciamento os dados
apresentados podem ser considerados adequados e atendem os padrões de qualidade do ar
do Estado de São Paulo, sendo que a qualidade do ar do município de Caraguatatuba é
considerada boa.
Foi solicitada para a fase de Licença de Operação – LO a validação do monitoramento de MP10
mediante monitoramento em paralelo com amostrador de referência, obtendo-se pelo menos
40 pares de dados válidos na estação localizada na área urbana (Estação Cidade). Esse
monitoramento deve ser realizado por laboratório acreditado segundo a Norma ABNT NBR
ISSO/IEC 17025:2005, pela Coordenação Geral de Acreditação – CGCRE do INMETRO, em
atendimento à Resolução SMA100/13.
Os estudos de ruído foram analisados pela Divisão de Avaliação de Ar, Ruídos e Vibrações da
CETESB, que emitiu o Parecer Técnico n° 042/2019/IPA em 13/09/2019. Conforme o Parecer,
não há óbices para a emissão de Licença Prévia. Ressaltou-se que para o licenciamento de
futuras poligonais, onde houver necessidade de se elaborar Estudo de Previsão de Níveis de
Ruído, novas medições deverão ser realizadas, com a utilização de equipamento que atenda
as especificações da legislação vigente e em pontos receptores previamente aprovados pelo
Setor de Avaliação Ambiental de Ruídos e Vibrações - IPAR da CETESB. Ressalta-se que as
futuras avaliações deverão se adequar à nova versão da Norma NBR1051 de 31/05/2019.
Desse modo, em caso de reclamações da população, durante a operação do empreendimento
deverão ser realizadas avaliações de ruído nos receptores potencialmente críticos - RPCs
situados no entorno do empreendimento previamente aprovados pelo IPAR, ou seja, em locais

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habitados fora dos limites da propriedade da empresa, de acordo com metodologia descrita na
Norma NBR 10151/2019 da ABNT, para a comprovação dos padrões estipulados.
Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação
• Apresentar Programa de Controle de Emissões Atmosféricas, contendo o detalhamento das
medidas mitigadoras propostas para redução das emissões de particulados na
movimentação de veículos e demais operações do empreendimento, tais como o
enlonamento dos caminhões, manutenção preventiva de máquinas, veículos e
equipamentos, cascalhamento das vias internas não pavimentadas, considerando
receptores críticos situados fora dos limites da propriedade do empreendimento e as
direções de vento predominantes. Incluir propostas de medidas corretivas, em caso de
reclamações da população, equipe técnica responsável e cronograma de atividades.
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação
• Apresentar relatório técnico em atendimento ao Despacho nº 05/2017/EQQA de
07/08/2017, relativo ao monitoramento da qualidade do ar.
Durante a operação do empreendimento
• Realizar, em caso de reclamações da população do entorno, avaliações de ruído nos
receptores potencialmente críticos - RPCs situados no entorno do empreendimento,
previamente aprovados pelo Setor de Avaliação Ambiental de Ruídos e Vibrações – IPAR
da CETESB, ou seja, em locais habitados fora dos limites de propriedade da empresa, de
acordo com a metodologia descrita na Norma NBR 10151/2019 da ABNT, para a
comprovação dos padrões estipulados, observando o uso e ocupação do solo local.
• Apresentar relatórios anuais consolidados do Programa de Controle de Emissões
Atmosféricas, contendo avaliação dos resultados obtidos, considerando as campanhas
anteriores, bem como relatório comprovando a implementação das medidas de controle
para a redução de emissão de particulados na área do empreendimento e entorno.

8.14. INTERFERÊNCIAS EM EVENTUAIS ÁREAS CONTAMINADAS


Foi apresentada no EIA uma Avaliação Preliminar de áreas contaminadas, realizada com base
nos procedimentos estabelecidos pela Decisão de Diretoria (DD) 103/2007/C/E e nas diretrizes
da Norma NBR 15515-1/2007. Foi realizada uma vistoria em campo no dia 29/07/2015 e foram
consultadas diversas fontes secundárias de informação, tais como, o cadastro de áreas
contaminadas da CETESB, a Infraestrutura de Dados Espaciais Ambientais do Estado de São
Paulo – Datageo, os registros de acidentes envolvendo produtos perigosos e estudos
acadêmicos realizados na área, entre outros. Também foi realizado um levantamento
aerofotogramétrico e foram realizadas entrevistas com funcionários e moradores do entorno,
gerando a elaboração de um modelo conceitual.
O estudo identificou na área da Fazenda Serramar 4 áreas utilizadas no passado como
depósito de resíduos sólidos do município de Caraguatatuba. As áreas foram identificadas
como: I) Pocilga; II) Lixão de Caraguatatuba; III) Lixão do Castelo e IV) Pasto 12 e 13. Também
foram identificadas duas áreas de manutenção e a área da Unidade de Tratamento de Gás
Natural de Caraguatatuba (UTGCA). A UTGCA e as áreas II e IV estão em áreas que não
sofrerão intervenção do empreendimento
Os resultados indicaram 16 áreas de interesse, sendo 11 classificadas como áreas com
potencial de contaminação (AP), 3 como áreas suspeitas (AS) e 2 áreas contaminadas (AC),
que constam da relação de áreas contaminadas da CETESB. Foram propostas ações de
investigação confirmatória nas áreas suspeitas de contaminação inseridas na ADA, onde
haverá intervenção em água subterrânea, com a implantação de poços de monitoramento e
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medições de compostos orgânicos voláteis e sondagens de solo. Os estudos realizados


subsidiarão a execução da Fase 2 – Investigação Confirmatória.
Análise
Segundo o Parecer Técnico n° 114/IPRS/17, emitido em 08/08/2017 pelo Setor de Avaliação e
Apoio ao Gerenciamento do Uso do Solo, não há impedimento para a emissão da Licença
Prévia para o Distrito Mineiro Serramar. Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação
deverá ser apresentado Relatório da Investigação Confirmatória, contendo a interpretação dos
resultados a serem obtidos nas investigações de contaminação nos locais indicados como
AS01 (Lixão da Pocilga) e AS02 (Lixão do Castelo), previamente a qualquer intervenção física
a ser feita em tais áreas.
Exigência
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação
• Apresentar Relatório de Investigação Confirmatória das Áreas Suspeitas de Contaminação
AS01 e AS02, previamente a qualquer intervenção nas áreas, conforme o disposto no
Parecer Técnico n° 114/IPRS/17 de 08/08/2017.

8.15. IMPACTOS CUMULATIVOS E SINÉRGICOS


Conforme o EIA, com a abertura dos primeiros trechos da rodovia federal Rio-Santos (BR-101),
no final dos anos 70, iniciou-se o aproveitamento turístico em massa do Litoral Norte. As sedes
urbanas do Litoral Norte, assim como os bairros e loteamentos de residências foram se
expandindo e adensando, por meio de novos parcelamentos, da ocupação de vazios urbanos e
da verticalização residencial.
De acordo com o EIA, com a inauguração da Rodovia Governador Carvalho Pinto em 1994 e
as sucessivas melhorias realizadas nas rodovias Mogi-Bertioga (SP-098), Tamoios (SP-099) e
Oswaldo Cruz (SP-125), o tempo de viagem entre o planalto e o litoral foi reduzido,
aumentando a acessibilidade às estâncias turísticas do Litoral Norte, intensificando o fluxo em
massa de turistas na região.
Desse modo, as cidades de Caraguatatuba, São Sebastião e Ubatuba se transformaram em
“cidades-balneários”, movimentando a economia local com geração de riqueza baseada no
turismo, nas atividades de comércio e serviços e na construção civil. Por outro lado, a
sazonalidade do turismo trouxe também problemas, como a sobrecarga da infraestrutura
rodoviária, o crescimento da urbanização informal, a existência de um grande número de
domicílios de uso ocasional (residências de veraneio), as pressões sazonais sobre a
capacidade de atendimento dos serviços públicos, notadamente dos serviços de saneamento
básico devido à superlotação sazonal de turistas, além de impactos na paisagem.
Além da beleza cênica do Litoral Norte do Estado de São Paulo, resultado de uma conjugação
de atrativos naturais, presença de unidades de conservação e fragmentos de Mata Atlântica
com elevado grau de biodiversidade, a região apresenta proximidade de reservas de petróleo e
gás, que atraem novos empreendimentos e força de trabalho. Além disso, possui um polo
portuário, que constitui uma das principais portas de escoamento de produtos provenientes da
Região Metropolitana, Vale do Paraíba e interior do Estado por via marítima, além de petróleo
via terminal petrolífero, cujos acessos ocorrem principalmente por vias rodoviárias.
Dessa forma, a região tem sido alvo da proposição e implantação de vários projetos
colocalizados ao empreendimento, os quais se encontram em diferentes fases, tais como as
obras de ampliação do Porto de São Sebastião, a duplicação rodoviária do Subtrecho Planalto
(SP-099), as implantações do Subtrecho Serra (SP-099) e dos Contornos Rodoviários: Sul de
Caraguatatuba e São Sebastião, a produção de petróleo e gás do Campo de Mexilhão (Bacia
de Santos), a Unidade de Tratamento de Gás de Caraguatatuba (UTGCA), o novo hospital
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regional em Caraguatatuba, o Projeto de Amortecimento de Cheias nas Bacias do Rio


Juqueriquerê e do Ribeirão da Lagoa, Aeródromo de Caraguatatuba, o gasoduto
Caraguatatuba-Taubaté (GASTAU) e o sistema de transferência (C5+)1 UTGCA-TEBAR
(Terminal Marítimo Almirante Barroso, hoje Terminal Aquaviário de São Sebastião – TASSE).
De acordo com o EIA, esses investimentos previstos e os projetos em fase de licenciamento
ambiental devem ampliar e diversificar a estrutura econômica dos municípios da AII, ampliando
as oportunidades de negócios, de formação profissional e de empregos por um lado, e criando
novas demandas por infraestrutura, habitação e serviços, por outro lado.
Conforme o EIA, a região também tem sido objeto de instrumentos de gestão ambiental
previstos nas políticas nacional e estadual de meio ambiente, bem como nas políticas
municipais e de setores relacionados, que visam, dentre outros aspectos, o planejamento
integrado à conservação de suas características ambientais. Dentre esses instrumentos de
planejamento e gestão ambiental do Litoral Norte, destacam-se:
• Planos Diretores Municipais de Caraguatatuba, Ubatuba, São Sebastião e Ilhabela;
• Gerenciamento Costeiro e Zoneamento Ecológico-Econômico do Litoral Norte;
• Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Mar;
• Plano de Bacias Hidrográficas do Litoral Norte;
• Plano Diretor de Saneamento Básico da Sabesp e Planos Municipais de Saneamento;
• Programa Onda Limpa;
• Plano Diretor de Desenvolvimento dos Transportes (PDDT);
• Estudo de Demanda de Serviços Urbano-Ambientais no Litoral Norte;
• Avaliação Ambiental Integrada de Projetos do Litoral Norte (AAI – LN);
• Avaliação Ambiental Estratégica das Atividades Portuárias, Industriais, Navais e
Offshore (AAE – PINO) do Litoral Paulista.
Esses estudos tem o potencial de subsidiar a previsão, implementação e aperfeiçoamento de
instrumentos de gestão ambiental voltados para o licenciamento e fiscalização de
empreendimentos, bem como orientar recomendações, diretrizes e planos de ação que
permitam ao poder público lidar com os potenciais impactos ambientais sinérgicos e
cumulativos relacionados aos projetos colocalizados previstos.
No que se refere às sinergias entre os empreendimentos e seus efeitos cumulativos, o
documento “Avaliação Ambiental Integrada de Projetos do Litoral Norte”, desenvolvido em 2009
pela Secretaria de Meio Ambiente – SMA, por meio da Coordenadoria de Planejamento
Ambiental – CPLA, analisou de forma integrada os potenciais impactos ambientais resultantes
do conjunto de empreendimentos em execução e previstos.
Análise
A Avaliação Ambiental Integrada de Impactos – AAI é um instrumento de análise aplicada a um
conjunto de projetos para determinada região, que considera os impactos ambientais que
podem alterar sua trajetória de desenvolvimento. Constitui-se em um instrumento para a
construção de consensos e para a tomada de decisão sobre as questões estratégicas no
planejamento da sustentabilidade regional.
O principal objetivo da Avaliação Ambiental Integrada de Projetos do Litoral Norte refere-se à
análise, de forma integrada, dos impactos ambientais cumulativos e sinérgicos decorrentes do
conjunto dos projetos planejados, muitos já em fase de implantação e de operação na região,
cujo porte e sinergia extrapolam os efeitos individualizados e os impactos de cada
empreendimento.

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Com isso, a elaboração desse documento visou, principalmente, a análise do potencial conflito
das novas atividades com a preservação da qualidade ambiental dessa região com o turismo e
demais atividades existentes, a demanda por ocupação de novas áreas para as instalações
industriais e de serviços, bem como para abrigar novos contingentes populacionais que
poderão ser atraídos pelas oportunidades de negócio e empregos e a pressão que isso poderá
exercer para ocupação de áreas protegidas. Estas questões requerem uma análise no âmbito
do planejamento estratégico, voltada à proposição de políticas públicas especialmente nos
campos do ordenamento territorial e proteção ambiental, investimentos em infraestrutura
sanitária e habitação, e investimentos em equipamentos sociais de educação e saúde.
Em relação ao licenciamento ambiental desses empreendimentos, a Avaliação Ambiental
Integrada de Impactos – AAI do Litoral Norte recomendou a adoção de diretrizes para os
EIA/RIMA de novos projetos e para o licenciamento ambiental, dentre as quais, considerando-
se a tipologia do empreendimento em análise, destacam-se:
a. Para a fase de operação: apresentar análises detalhadas da geração de empregos diretos
e indiretos, do efeito renda; bem como a análise de indução e atração de populações.
b. Para a fase de operação: apresentar análises de destinação de resíduos, esgoto,
suprimento de água e energia, e demanda espacial.
c. Para a fase de obras: exigir que os empregos na fase de obra dos empreendimentos sejam
predominantemente locais, reforçando a Resolução da SMA 68/2009 com este objetivo;
d. Exigir medidas mitigadoras para os novos empreendimentos do Pré-sal e em geral, sob a
forma de recursos destinados à implantação das UCs propostas pelo Projeto Biota/Fapesp
para o Litoral Norte, bem como para a implantação dos respectivos Planos de Manejo dos
Núcleos do Parque Estadual da Serra do Mar - PESM.
As diretrizes “a” e “c” foram contempladas no capítulo Geração de Empregos e Impactos
Relacionados à Mão-de-Obra (item 8.1 deste parecer), a diretriz “b” foi contemplada nos
capítulos Impactos nos Recursos Hídricos Superficiais, Alteração no Fluxo e Qualidade das
Águas Subterrâneas e Geração de Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos (itens 8.10, 8.11 e
8.12, respectivamente), e a diretriz “d” foi contemplada no capítulo Interferências em Áreas
Protegidas (item 8.6).
Cabe destacar que a demanda de mão de obra necessária ao empreendimento será de até 32
trabalhadores, não sendo esperados impactos significativos associados à geração de
empregos e sobrecarga nos serviços públicos do município. Além disso, o empreendimento
será desenvolvido em etapas, ao longo de até 30 anos.

9. PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA


Foi apresentado um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) com as diretrizes
gerais para recuperação das áreas a serem degradadas em decorrência das atividades de
exploração do Distrito Minerário Serramar. O estudo afirma que serão elaborados projetos
específicos para cada um dos processos minerários integrantes do empreendimento.
Como as áreas devem ser recuperadas imediatamente após sua desativação, de forma a
impedir a indução ou o agravamento de processos erosivos nas áreas expostas, entre outros
impactos associados às atividades de mineração, serão elaborados projetos de desativação
detalhados com antecedência, para que sejam submetidos à análise e aprovação da CETESB,
em tempo hábil para que o início das atividades de recuperação seja concomitante ao
fechamento da respectiva lavra. Dessa forma, a elaboração dos PRADs será feita
individualmente para cada área de lavra, mas estudada abrangendo a Fazenda Serramar em
sua totalidade, visando o reequilíbrio da área e da paisagem, e considerando o zoneamento
estabelecido.
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Os processos que compõem o Distrito Mineiro poderão ser explorados em um horizonte inicial
de 30 anos. Contudo, dependendo do mercado consumidor, é possível que apenas 6
poligonais sejam exploradas nesse período. Dessa forma, será necessário atualizar
periodicamente (no mínimo, a cada 5 anos) a sequência de lavra. A legislação municipal de uso
do solo também deverá ser verificada e atualizada ao longo do tempo, para subsidiar a decisão
sobre os projetos de uso futuro para a região.
A recuperação das áreas contemplará, no mínimo, a limpeza, correção de eventuais processos
erosivos, estabilização das áreas, recuperação vegetal, implantação de drenagem definitiva e
proteção superficial.
Ressalta-se que o Distrito Mineiro Serramar também pretende contribuir para o controle das
cheias na região, com a formação de cavas alagadas que futuramente integrarão parte do
projeto de contenção de cheias.
Análise
O empreendedor apresentou o PRAD, prevendo medidas de curto, médio e longo prazo. Tendo
em vista que o empreendimento será implantado em fases, a maior parte das medidas serão
adotadas em médio e longo prazo, visando à recuperação das áreas degradadas. A sequência
de lavra será revisada periodicamente e serão elaborados projetos de fechamento específicos
para cada processo minerário.
Considerando que algumas medidas já serão aplicadas para a primeira fase, ora em
licenciamento, por ocasião da solicitação da LI, o empreendedor deverá apresentar o
detalhamento do Plano de Recuperação de Área Degradada, elaborado de acordo com as
Normas NBR 13.030/99– Elaboração e Apresentação de Projeto de Reabilitação de Áreas
Degradadas pela Mineração e NRM 21 da ANM - Reabilitação de Áreas Pesquisadas,
Mineradas e Impactadas, contemplando a estabilização e reafeiçoamento das áreas lavradas,
de apoio e servidão de maneira concomitante à extração mineral. O PRAD também deverá
prever as medidas finais de reconformação topográfica e de revegetação, a desmobilização
das estruturas de apoio, medidas de monitoramento e de recuperação ambiental, e deverá
conter no mínimo:
• Planta planialtimétrica georreferenciada representando a configuração final das cavas e
demais estruturas previstas, como depósito de estéril, solo orgânico, rejeitos, etc.,
previamente aos procedimentos de recuperação.
• Planta planialtimétrica representando as áreas (cavas e demais estruturas)
recuperadas.
• Programa detalhado de revegetação das áreas de lavra e dos depósitos de estéril,
privilegiando a utilização de espécies nativas em detrimento de espécies exóticas
invasoras.
• Quadro síntese com informações referentes às áreas destinadas aos procedimentos de
revegetação incluindo as APP’s, recuperação de áreas lavradas, medidas
compensatórias, cortinas vegetais, etc.
• Cronograma de recuperação ambiental compatível com o cronograma de lavra do
empreendimento, considerando a fase futura, detalhando as ações de recuperação com
as diferentes fases específicas das operações de lavra (decapeamento, lavra,
transporte e estocagem de minério), medidas auxiliares como implantação dos sistemas
de controle de águas pluviais, e desmobilização parcial e concomitante de instalações e
equipamentos.
• Detalhamento do Programa de Desmontagem e Demolição, Programa de Investigação
de Contaminação, Programa de Monitoramento Pós-Fechamento, abordando

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cronogramas, metodologias, parâmetros de monitoramento, ações a serem executadas,


etc.
• Discutir a integração da alternativa de uso futuro de toda a área do empreendimento,
após sua desativação, considerando que o uso futuro proposto poderá ser submetido ao
licenciamento ou autorização específica por parte do sistema de licenciamento
ambiental, conforme estabelece a legislação vigente.
Dado que estas ações poderão ocorrer concomitantemente à atividade, deverá ser
comprovada sua execução durante a operação, por meio de relatórios periódicos do PRAD.
Na fase de desativação da atividade, deverá ser apresentado o Programa de Fechamento da
Mina, em atendimento à Norma Reguladora de Mineração – NRM 20 da ANM.
Ressalta-se que a proposta de uso futuro das cavas exauridas como bacias de controle de
cheias da região não é objeto de análise do presente Parecer Técnico.
Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação
• Apresentar Plano de Recuperação de Área Degradada, elaborado de acordo com as
Normas NBR 13.030/99 – Elaboração e Apresentação de Projeto de Reabilitação de Áreas
Degradadas pela Mineração e NRM 21 da ANM - Reabilitação de Áreas Pesquisadas,
Mineradas e Impactadas, contemplando: a estabilização e reafeiçoamento das áreas
lavradas, de apoio e servidão de maneira concomitante à extração mineral; medidas finais
de reconformação topográfica e revegetação e a desmobilização das estruturas de apoio;
plantas planialtimétricas representando as áreas (cavas e demais estruturas) recuperadas;
monitoramentos previstos para a fase pós-desativação; fluxograma de planejamento e
execução; cronograma físico-financeiro; equipe técnica responsável e respectiva ART; entre
outros
Por ocasião da renovação de cada Licença Ambiental de Operação
• Apresentar em cada renovação de LO, relatório consolidado do Plano de Recuperação de
Área Degradada, com as ações de recuperação já executadas e a serem implantadas,
registros fotográficos, destacando as espécies nativas utilizadas na revegetação;
identificação das frentes de lavra exauridas e as medidas de recuperação adotadas; a
implantação de cobertura vegetal; e a reavaliação do uso futuro da área, caso necessário.
Na fase de desativação do empreendimento
• Apresentar Programa de Desativação ou Fechamento de Mina, de acordo com a Norma
Reguladora de Mineração – NRM nº. 20, da Agência Nacional de Mineração contemplando:
medidas finais de reconformação topográfica e revegetação; desmobilização das estruturas
de apoio, considerando o gerenciamento e disposição final dos resíduos sólidos, de acordo
com as normas vigentes; avaliação da possibilidade de relocação de parte dos funcionários
para as atividades remanescentes na empresa; e monitoramento das atividades por, no
mínimo, três anos após o encerramento da extração mineral.

10. PROGRAMA DE COMPENSAÇÃO AMBIENTAL


Caberá à Câmara de Compensação Ambiental da SIMA definir a destinação e a forma de
pagamento dos recursos da compensação previstos na Lei 9985/2000, sendo a apresentação
do comprovante de pagamento pelo empreendedor e a assinatura de um Termo de
Compromisso de Compensação Ambiental – TCCA, conforme estabelecido no Decreto
Estadual nº 60.070 de 15/01/2014, condicionantes à emissão da LI. Para a LO deverá ser
apresentado relatório contábil, comprovando o montante efetivamente despendido na
implantação do empreendimento, visando a realização de ajustes no valor destinado à
compensação ambiental do empreendimento.
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Para atender as diretrizes da Avaliação Ambiental Integrada de Impactos – AAI Litoral Norte
(2009) e conforme proposta do empreendedor, recomenda-se que os recursos sejam
destinados à implantação das UCs propostas pelo Projeto Biota/Fapesp para o Litoral Norte,
bem como para o Parque Estadual da Serra do Mar – PESM, Unidade de Conservação de
Proteção Integral mais próxima ao empreendimento. Na Audiência Pública realizada em
08/11/2017 em Caraguatatuba foi solicitado que a compensação ambiental seja destinada ao
Parque Natural Municipal do Juqueriquerê, destinação que também foi proposta no EIA.
Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação
• Apresentar o comprovante do depósito bancário, no valor referente à compensação
ambiental definida na Memória de Cálculo elaborada pela CETESB e aprovada pelo
empreendedor, e a assinatura de um Termo de Compromisso de Compensação Ambiental –
TCCA, conforme estabelecido no Decreto Estadual nº 60.070 de 15/01/29014, segundo a
indicação da Câmara de Compensação Ambiental – CCA da SIMA.
Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação
• Apresentar, após a apuração final do custo do empreendimento objeto do presente
licenciamento, o relatório contábil, comprovando o montante efetivamente despendido na
implantação do empreendimento, visando à realização de ajustes no valor destinado à
compensação ambiental do empreendimento, cujo depósito, se houver, deverá ser
realizado na mesma conta na qual foi efetuado o depósito originário, sendo tal depósito
condicionante para a emissão da Licença de Operação.

11. CONCLUSÃO
Com base na análise do EIA e procedimentos citados neste Parecer Técnico, desde que
implementadas as medidas preventivas, mitigadoras e compensatórias e atendidas as
condicionantes preconizadas no processo de licenciamento ambiental, conclui-se pela
viabilidade ambiental da ampliação da atividade de extração de areia, cascalho e saibro
proposta pela empresa Pecuária Serramar Ltda. no município de Caraguatatuba, nos termos
da Resolução CONAMA 237/97.
Para a continuidade do licenciamento ambiental, o empreendedor deverá atender as
exigências que venham a ser formuladas pela Agência Ambiental da CETESB, além de
demonstrar o cumprimento das seguintes exigências:
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação
• Comprovar o aditamento das substâncias cascalho e saibro junto à Agência Nacional de
Mineração.
• Apresentar detalhamento do Programa de Comunicação Social, contemplando as ações e
os instrumentos a serem utilizados para garantir a efetividade da divulgação de informações
sobre o empreendimento, principalmente aquelas relativas aos problemas identificados pela
população na Pesquisa de Percepção Ambiental e os empregos a serem ofertados.
Descrever o teor do material a ser divulgado, público alvo, cronograma de atividades, meios
de divulgação das vagas de emprego a serem disponibilizadas, os canais de comunicação
com a população, etc.
• Apresentar um Programa de Controle e Monitoramento do Tráfego detalhado,
contemplando: termo de cooperação a ser firmado com os órgãos municipais e estaduais
competentes; aprovação do trajeto a ser utilizado para o transporte do bem mineral, em
especial na área urbana, pelo órgão municipal competente; as ações para apoio à
manutenção do sistema viário; identificação dos trajetos percorridos em perímetros urbanos;
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propostas de rotas alternativas; restrições de horário adotadas para o tráfego de veículos;


pontos de sinalização preventiva; base de apoio aos motoristas e pátio de caminhões na
área do empreendimento; cursos e treinamentos para os motoristas; procedimentos para a
manutenção de registros de acidentes e atropelamentos de fauna por veículos e respectivos
locais de ocorrência e cronograma de execução detalhado.
• Apresentar manifestação do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN
sobre os resultados do Programa de Prospecções Intensivas, de acordo com o Ofício
0197/2017-IPHAN/SP de 10.02.2017.
• Obter a Autorização para supressão de vegetação nativa, interferência em Área de
Preservação Permanente e corte de árvores isoladas na Agência Ambiental da CETESB, e
firmar os respectivos Termos de Compromisso de Recuperação Ambiental – TCRAs.
• Apresentar Programa de Controle de Supressão de Vegetação detalhado contemplando
medidas mitigadoras, tais como, a delimitação prévia das áreas e dos indivíduos arbóreos a
serem suprimidos, resgate e relocação de epífitas, e demais ações coordenadas com o
Programa de Monitoramento e Salvaguarda de Fauna.
• Apresentar Programa de Recuperação das Áreas de Preservação Permanente, prevendo a
utilização de técnicas de ‘nucleação’ para facilitar a regeneração natural e o plantio de
espécies nativas que preferencialmente forneçam recursos à fauna nativa. O Programa
deverá conter mapeamento e quantificação das áreas a serem recuperadas, ações
previstas, metodologias, listas de espécies com ocorrência regional para revegetação e
enriquecimento das áreas degradadas e cronograma de atividades.
• Apresentar proposta de conservação ou de recuperação de no mínimo 50% (cinquenta por
cento) da área total do imóvel com áreas verdes, conforme o Artigo 16 do Decreto Estadual
nº 62.913/2017, incluindo nesse percentual a área da Reserva Legal as Áreas de
Preservação Permanente. Firmar um Termo de Responsabilidade de Preservação de
Reserva, prevendo o início da recuperação concomitante às atividades minerárias na gleba,
e reapresentar o Cadastro Ambiental Rural, contendo a delimitação da área do referido
Termo.
• Apresentar relatório de atendimento às condicionantes, medidas mitigadoras e
compensatórias constantes no item IV.1 da Informação Técnica PESM/Núcleo
Caraguatatuba nº 25/2018 de 13/08/2018, para encaminhamento à Fundação Florestal.
• Apresentar um Programa de Monitoramento e Salvaguarda da Fauna (Mastofauna,
Avifauna, Herpetofauna) detalhado, contemplando: as ações de salvaguarda da fauna,
especialmente durante a supressão de árvores isoladas e intervenção em APP; técnicas de
amostragem; caracterização e mapeamento dos pontos amostrais; periodicidade; esforço
amostral; cronograma; equipe técnica e ARTs. Quando necessárias, deverão ser obtidas
previamente as autorizações para manejo in situ junto ao Departamento de Fauna Silvestre -
DEFAU/SIMA, conforme prevê a Resolução SMA 92/14.
• Apresentar um Programa de Educação Ambiental para motoristas, trabalhadores e
população local, visando minimizar impactos como, caça, pesca, atropelamento de fauna e
degradação de áreas naturais pelo aumento da circulação de pessoas e veículos, com
cronograma e equipe responsável.
• Apresentar um Programa de Controle de Erosão e de Assoreamento, contemplando: o
detalhamento das medidas apresentadas e procedimentos propostos; o projeto do sistema
de drenagem de águas pluviais, com respectivas ARTs; detalhamento do monitoramento dos
níveis de assoreamento; decapeamento concomitante às operações de extração,
minimizando as áreas de solo exposto; manutenção periódica do sistema viário interno;
revegetação dos taludes em solo das áreas mineradas e das áreas de apoio concomitante
ao encerramento das atividades em cada área; medidas de monitoramento e correção de
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processos erosivos eventualmente já instalados na área do empreendimento; medidas de


controle e monitoramento geotécnico dos taludes provisórios e finais das frentes de lavra,
margens dos rios e depósitos de estéril, com a respectiva ART do profissional habilitado; e
demais medidas em atendimento às condições gerais e específicas estabelecidas pelas
Normas Técnicas CETESB D7.010 e D7.012; cronograma de atividades.
• Apresentar detalhamento do Programa de Monitoramento da Vazão e da Qualidade das
Águas Superficiais, contemplando mapeamento dos pontos de monitoramento, incluindo um
ponto no manguezal do Rio Juqueriquerê, parâmetros de análise, frequência, valores de
referência a serem atendidos, cronograma, responsabilidades, metodologias, etc. Incluir
propostas de medidas mitigadoras e de controle adicionais das atividades minerárias e
agropecuárias realizadas atualmente na área da Fazenda Serramar, de forma a corrigir
passivo ambiental da gleba e evitar a contaminação dos recursos hídricos.
• Apresentar detalhamento do Programa de Monitoramento do Nível e da Qualidade das
Águas Subterrâneas, contendo o mapeamento dos pontos de monitoramento, os
procedimentos a serem adotados, equipamentos utilizados, acompanhamento da vazão de
drenagens, nascentes, poços e surgências durante a ampliação da cava, medição da vazão
de bombeamento, identificação de usuários de recursos hídricos e vegetação nativa que
possam ser afetados, periodicidade das atividades, e proposição de medidas mitigadoras e
compensatórias.
• Apresentar Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos detalhado, incluindo a
estimativa de todos os resíduos sólidos a serem gerados, bem como a codificação
estabelecida na Norma ABNT NBR 10.004/04, e os códigos de armazenamento e de
tratamento, reutilização/reciclagem/recuperação ou disposição final dos resíduos, de acordo
com a Resolução CONAMA nº. 313/02.
• Apresentar projeto do sistema de tratamento de efluentes domésticos, considerando as
distâncias mínimas em relação ao nível do lençol freático e poços de captação,
acompanhado de laudo técnico elaborado por profissional habilitado, atestando a
conformidade do projeto com as Normas ABNT NBR 7.229 e 13.969, com a respectiva
Anotação de Responsabilidade Técnica. Alternativamente, apresentar projeto de interligação
do sistema de coleta de efluentes sanitários com a rede pública, com a respectiva
aprovação da Sabesp.
• Apresentar Programa de Controle de Emissões Atmosféricas, contendo o detalhamento das
medidas mitigadoras propostas para redução das emissões de particulados na
movimentação de veículos e demais operações do empreendimento, tais como o
enlonamento dos caminhões, manutenção preventiva de máquinas, veículos e
equipamentos, cascalhamento das vias internas não pavimentadas, considerando
receptores críticos situados fora dos limites da propriedade do empreendimento e as
direções de vento predominantes. Incluir propostas de medidas corretivas, em caso de
reclamações da população, equipe técnica responsável e cronograma de atividades.
• Apresentar Relatório de Investigação Confirmatória das Áreas Suspeitas de Contaminação
AS01 e AS02, previamente a qualquer intervenção nas áreas, conforme o disposto no
Parecer Técnico n° 114/IPRS/17 de 08/08/2017.
• Apresentar Plano de Recuperação de Área Degradada, elaborado de acordo com as
Normas NBR 13.030/99 – Elaboração e Apresentação de Projeto de Reabilitação de Áreas
Degradadas pela Mineração e NRM 21 da ANM - Reabilitação de Áreas Pesquisadas,
Mineradas e Impactadas, contemplando: a estabilização e reafeiçoamento das áreas
lavradas, de apoio e servidão de maneira concomitante à extração mineral; medidas finais
de reconformação topográfica e revegetação e a desmobilização das estruturas de apoio;
plantas planialtimétricas representando as áreas (cavas e demais estruturas) recuperadas;

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monitoramentos previstos para a fase pós-desativação; fluxograma de planejamento e


execução; cronograma físico-financeiro; equipe técnica responsável e respectiva ART; entre
outros
• Apresentar o comprovante do depósito bancário, no valor referente à compensação
ambiental definida na Memória de Cálculo elaborada pela CETESB e aprovada pelo
empreendedor, e a assinatura de um Termo de Compromisso de Compensação Ambiental –
TCCA, conforme estabelecido no Decreto Estadual nº 60.070 de 15/01/29014, segundo a
indicação da Câmara de Compensação Ambiental – CCA da SIMA.

Por ocasião da solicitação de Licença Ambiental de Operação


• Apresentar relatório comprovando a implementação do Programa de Comunicação Social
da fase de ampliação e apresentar as ações que serão desenvolvidas durante a operação
do empreendimento.
• Apresentar relatório detalhado comprovando a implementação de medidas para priorizar a
contratação da mão-de-obra local e de fornecedores da região, em atendimento à
Resolução SMA 68/2009, bem como a realização de treinamentos e a capacitação dos
trabalhadores.
• Comprovar por meio de relatório a implementação das medidas propostas no Programa de
Controle e Monitoramento do Tráfego, a implantação dos sistemas de sinalização
preventiva, a realização dos cursos e treinamentos para a requalificação de motoristas, os
dados dos registros de acidentes e atropelamentos de fauna e respectivos locais de
ocorrência e demais medidas previstas no termo de cooperação firmado com os órgãos
municipais e estaduais competentes.
• Apresentar relatório do Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental, contendo a
descrição das ações realizadas; o mapeamento e georreferenciamento das áreas de plantio;
os resultados obtidos e a avaliação dos plantios realizados; e o cronograma de atividades,
considerando a manutenção e o monitoramento das áreas plantadas, por um período
mínimo de 3 anos após a emissão da LO.
• Apresentar relatórios do Programa de Recuperação de Áreas de Preservação Permanente,
informando sobre as atividades desenvolvidas, avanços do Programa, avaliação da
efetividade das medidas implementadas, registros fotográficos, equipe técnica responsável e
respectiva ARTs, etc.
• Apresentar relatório de atendimento às condicionantes, medidas mitigadoras e
compensatórias constantes no item IV.2 da Informação Técnica PESM/Núcleo
Caraguatatuba nº 25/2018 de 13/08/2018, para encaminhamento à Fundação Florestal.
• Apresentar relatório do Programa de Educação Ambiental para motoristas, trabalhadores e
população local, descrevendo as atividades realizadas e resultados obtidos.
• Apresentar relatório do Programa de Controle de Erosão e de Assoreamento, demonstrando
a execução das ações previstas, destacando-se: implantação de sistemas de drenagem de
águas pluviais, provisório e definitivo, contemplando diques de contenção e decantação;
decapeamento concomitante às operações de extração; manutenção periódica do sistema
viário interno; revegetação das áreas mineradas e áreas de apoio e/ou servidão,
concomitante ao encerramento das atividades em cada área; monitoramento de eventuais
processos erosivos e mapeamento dos pontos de ocorrência e medidas corretivas adotadas;
monitoramento geotécnico dos taludes provisórios e finais das frentes de lavra, margens dos
rios e depósitos de estéril; relatório de atendimento às condições gerais e específicas
estabelecidas pelas Normas Técnicas CETESB D7.010 e D7.012.

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• Apresentar o primeiro relatório do Programa de Monitoramento da Vazão e da Qualidade


das Águas Superficiais com os boletins analíticos, a metodologia adotada nos
levantamentos de campo, parâmetros analisados e avaliação dos resultados obtidos,
eventuais não conformidades identificadas e respectivas medidas corretivas adotadas.
Incluir relatório das medidas mitigadoras e de controle das atividades minerárias e
agropecuárias atualmente realizadas na área da Fazenda Serramar.
• Apresentar as Outorgas de Direito de Uso emitidas pelo Departamento de Águas e Energia
Elétrica – DAEE para os usos atuais e futuros de recursos hídricos pretendidos pelo
empreendimento.
• Apresentar o primeiro relatório do Programa de Monitoramento do Nível e da Qualidade das
Águas Subterrâneas, contemplando a localização dos pontos de monitoramento
georreferenciados, mapa potenciométrico, os boletins analíticos, a metodologia adotada nos
levantamentos de campo, parâmetros analisados, identificação dos usuários de recursos
hídricos e avaliação dos resultados obtidos.
• Obter os Certificados de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental – CADRI para
os resíduos industriais Classe I, segundo Norma ABNT 10.004/04 ou considerados de
interesse pela Agência Ambiental da CETESB, e as cartas de anuência das empresas
destinatárias dos resíduos sólidos domésticos, considerando as quantidades estimadas no
Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
• Apresentar relatórios com avaliação da eficiência do sistema de coleta e de tratamento dos
efluentes líquidos sanitários e das caixas de separação de água e óleo e das caixas de
gordura nas áreas de beneficiamento, estacionamento de caminhões e de manutenção das
máquinas e equipamentos, escritórios e refeitório, ou comprovar a interligação do sistema
de coleta de efluentes sanitários com a rede pública.
• Apresentar relatório técnico em atendimento ao Despacho nº 05/2017/EQQA de 07/08/2017,
relativo ao monitoramento da qualidade do ar.
• Apresentar, após a apuração final do custo do empreendimento objeto do presente
licenciamento, o relatório contábil, comprovando o montante efetivamente despendido na
implantação do empreendimento, visando à realização de ajustes no valor destinado à
compensação ambiental do empreendimento, cujo depósito, se houver, deverá ser realizado
na mesma conta na qual foi efetuado o depósito originário, sendo tal depósito condicionante
para a emissão da Licença de Operação.

Durante a operação do empreendimento


• Apresentar relatórios anuais consolidados do Programa de Controle e Monitoramento de
Tráfego de Veículos, comprovando a realização das atividades previstas para minimizar os
impactos gerados pelo tráfego de veículos. Incluir estatísticas sobre o volume médio de
tráfego dos veículos ligados à empresa nas principais vias utilizadas e análise dos dados
obtidos, as ações realizadas relativas à conservação das vias, registros de acidentes e as
medidas mitigadoras e corretivas adotadas.
• Apresentar relatórios anuais do Programa de Recuperação de Áreas de Preservação
Permanente, contemplando as atividades desenvolvidas nos monitoramentos semestrais de
todas as áreas revegetadas, informações acerca da localização dos pontos de amostragem
com indicação em planta, periodicidade dos levantamentos, avaliação do desenvolvimento
dos plantios, registros fotográficos, equipe técnica responsável e respectivas ARTs e demais
informações necessárias para comprovação da sua efetividade.
• Apresentar relatórios anuais do Programa de Monitoramento e Salvaguarda da Fauna,
durante 3 anos, contemplando, no mínimo, a indicação dos pontos de amostragem,
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descrição da metodologia utilizada, esforço amostral despendido, registros fotográficos,


análise comparativa entre as campanhas sazonais, registro de espécies envolvidas em
acidentes e eventuais atropelamentos, avaliação de áreas prioritárias para sinalização das
vias de circulação na área sob influência do empreendimento, ART da equipe responsável e
autorização para manejo in situ, caso necessário. Ressalta-se que os resultados deverão
ser apresentados também em planilhas eletrônicas editáveis (extensão xls ou compatível) e
a localização dos pontos amostrais em formato métrico, de acordo com a Projeção Universal
Transversa de Mercator (UTM) e o Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas
(SIRGAS 2000).
• Apresentar relatórios anuais do Programa de Controle de Erosão e de Assoreamento,
contemplando: avaliação de desempenho do programa e mecanismos de gestão; formas de
acompanhamento ambiental, com uso de indicadores ambientais; informação sobre
eventuais não conformidades registradas, bem como sobre as medidas preventivas e
corretivas adotadas no período e previstas para o período subsequente.
• Apresentar relatórios anuais das campanhas semestrais de amostragem do Programa de
Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais, contemplando a localização dos
pontos de monitoramento georreferenciados, parâmetros analisados, metodologia, etc. Os
resultados do Programa deverão ser apresentados na forma de relatório interpretado,
acompanhado dos respectivos laudos analíticos, eventuais não conformidades identificadas
e respectivas medidas corretivas adotadas. Incluir relatório das medidas mitigadoras e de
controle das atividades minerárias e agropecuárias realizadas na área da Fazenda
Serramar.
• Apresentar relatórios anuais das campanhas semestrais do Programa de Monitoramento do
Nível e da Qualidade das Águas Subterrâneas, contemplando a localização dos pontos de
monitoramento georreferenciados, parâmetros analisados, metodologia, entre outros,
contemplando a avaliação da efetividade do programa, o balanço das atividades
desenvolvidas e as medidas mitigadoras e compensatórias adotadas. Os resultados do
Programa deverão ser apresentados na forma de relatório interpretado, acompanhado dos
respectivos laudos analíticos.
• Apresentar relatórios anuais com avaliação da eficiência do sistema de coleta e de
tratamento dos efluentes líquidos sanitários, e das caixas de separação de água e óleo e
das caixas de gordura nas áreas de beneficiamento, estacionamento de caminhões e de
manutenção das máquinas e equipamentos, escritórios e refeitório.
• Realizar, em caso de reclamações da população do entorno, avaliações de ruído nos
receptores potencialmente críticos - RPCs situados no entorno do empreendimento,
previamente aprovados pelo Setor de Avaliação Ambiental de Ruídos e Vibrações – IPAR da
CETESB, ou seja, em locais habitados fora dos limites de propriedade da empresa, de
acordo com a metodologia descrita na Norma NBR 10151/2019 da ABNT, para a
comprovação dos padrões estipulados, observando o uso e ocupação do solo local.
• Apresentar relatórios anuais consolidados do Programa de Controle de Emissões
Atmosféricas, contendo avaliação dos resultados obtidos, considerando as campanhas
anteriores, bem como relatório comprovando a implementação das medidas de controle
para a redução de emissão de particulados na área do empreendimento e entorno.

Por ocasião da renovação da Licença Ambiental de Operação


• Apresentar, em cada renovação de LO, relatório do Programa de Comunicação Social,
contemplando a avaliação da efetividade do programa, balanço das atividades
desenvolvidas, eventuais não conformidades identificadas e as respectivas medidas

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corretivas adotadas.
• Apresentar, em cada renovação de LO, relatório consolidado do Programa de
Monitoramento e Salvaguarda da Fauna, sendo cópia digital e impressa, considerando: as
campanhas já realizadas e um levantamento atual de dados com duas campanhas no ano;
os registros de eventuais atropelamentos da fauna; análise comparativa e avaliação dos
resultados obtidos, avaliação da efetividade das medidas mitigadoras adotadas para os
impactos identificados sobre a fauna local e eventual proposição de medidas adicionais.
• Apresentar em cada renovação de LO, relatório consolidado do Plano de Recuperação de
Área Degradada, com as ações de recuperação já executadas e a serem implantadas,
registros fotográficos, destacando as espécies nativas utilizadas na revegetação;
identificação das frentes de lavra exauridas e as medidas de recuperação adotadas; a
implantação de cobertura vegetal; e a reavaliação do uso futuro da área, caso necessário.

Na fase de desativação do empreendimento


• Apresentar Programa de Desativação ou Fechamento de Mina, de acordo com a Norma
Reguladora de Mineração – NRM nº. 20, da Agência Nacional de Mineração contemplando:
medidas finais de reconformação topográfica e revegetação; desmobilização das estruturas
de apoio, considerando o gerenciamento e disposição final dos resíduos sólidos, de acordo
com as normas vigentes; avaliação da possibilidade de relocação de parte dos funcionários
para as atividades remanescentes na empresa; e monitoramento das atividades por, no
mínimo, três anos após o encerramento da extração mineral.

ORIGINAL DEVIDAMENTE ASSINADO ORIGINAL DEVIDAMENTE ASSINADO


Geóg. Fábio Renato Costa do Vale Econ. Sonia Coracin Gomes
Setor de Avaliação de Empreendimentos Setor de Avaliação de Empreendimentos
Industriais, Agroindustriais e Minerários – IEEM Industriais, Agroindustriais e Minerários – IEEM
Reg. 01.7487 CREA 506.383.900-7 Reg. 5963 CORECON 28.826-7

ORIGINAL DEVIDAMENTE ASSINADO


Geóg. Fabio Deodato
Gerente do Setor de Avaliação de Empreendimentos
Industriais, Agroindustriais e Minerários – IEEM
Reg. 7203 CREA 5062701917

De acordo

ORIGINAL DEVIDAMENTE ASSINADO ORIGINAL DEVIDAMENTE ASSINADO


Eng. Agron. Maria Cristina Poletto Biol. Mayla Matsuzaki Fukushima
Assistente Executiva da Diretoria de Avaliação de
Gerente da Divisão de Avaliação de
Impacto Ambiental – I
Empreendimentos Industriais, Minerário e
Urbanísticos - IEE Reg. 6594 - CRBio 31165-01/D
Reg.7378 CREA 060158848

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