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1 INTRODUÇÃO
O presente Parecer Técnico trata da Análise da Viabilidade Ambiental das Obras de Implantação da
Unidade de Recuperação Energética - URE no município de Mauá, sob responsabilidade da empresa
Lara Central de Tratamento de Resíduos Ltda., para o tratamento térmico dos Resíduos Sólidos
Urbanos – RSU e resíduos Classe II gerados no município de Mauá, na Região Metropolitana de São
Paulo – RMSP e entorno, com vistas à geração de energia elétrica. Sua elaboração foi fundamentada
no Estudo de Impacto Ambiental – EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA elaborado
em 2019 pela empresa CPEA - Consultoria, Planejamento e Estudos Ambientais Ltda., de
responsabilidade do Engº Maurício Tecchio Romeu (Registro no CREA n° 0682149514-SP e Anotação
de Responsabilidade Técnica – ART n° 28027230190786573) e respectivas complementações, bem
como, na vistoria técnica realizada em 04.02.2020 e nos demais documentos do processo. Informa-se
que os documentos constantes no Processo digital n° 060054/2019-05 (páginas 0017 a 2166), quando
necessário, estão referenciados nesse Parecer pelas respectivas “páginas”. Dentre os documentos
apresentados, destacam-se:
- Cópias das matrículas nºs 15.561, 27.834, 29.785, 33.574, 34.836 e 349, emitidas pelo Oficial de
Registro de Imóveis e Anexos de Mauá – SP (páginas 1428-1438 e 1444-1472).
- Cópia da Certidão de Uso do Solo n° 014/20 emitida pelo Departamento de Parcelamento do Solo da
Prefeitura do Município de Mauá em 11.03.2020, na qual consta que “(...) os imóveis inscritos nesta
Prefeitura (…) situados no Sertãozinho, localizam-se em ZDE 1A – Zona de Desenvolvimento
Econômico 1A, conforme Lei Municipal nº 4968/2014 e suas alterações e anexos, onde são permitidos
usos de incomodidade III, assim definidos pela Lei. Certifica, ainda, que no local informado é permitida
a atividade de Usina de Recuperação Energética (...)” (página 1771).
- Cópia do documento intitulado “Contrato de locação de imóvel ou área para instalação de ERB”,
firmado em 28.03.2006, tendo como locador “Lara Central de tratamento de Resíduos Ltda.” e
locatária “Nextel Telecomunicações Ltda.” (páginas 1790-1804).
- Cópia da correspondência emitida pela empresa Nextel Telecomunicações Ltda. à empresa Lara
Central de Tratamento de Resíduos Ltda. em 24.10.2006 (página 1807).
- Parecer Técnico DGA/SEMASA emitido pelo Serviço Municipal de Saneamento de Santo André -
SEMASA em 04.05.2020, no qual consta que: “(...) não se vislumbram óbices à emissão de
autorização por parte da gestão do PNM Pedroso para a implantação e operação da Unidade de
Recuperação Energética – URE Mauá, desde que sejam efetivamente implementados os programas
ambientais propostos no Estudo de Impacto Ambiental” (páginas 1870-1888).
- Ata da Audiência Pública realizada pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente – CONSEMA em
12.12.2019 no município de Mauá (páginas 1890-1899).
- Correspondência eletrônica emitida pela Agência Ambiental do ABC I - CLA em 17.06.2020, na qual
consta que as autuações indicadas na Informação Técnica - IT nº 133/19/CLA continuam sendo
atendidas e o empreendimento está regular (páginas 2101-2104).
- Parecer Técnico n° 181/19/IPGS emitido pelo Setor de Avaliação e Gestão do Uso do Solo – IPGS
em 04.12.2019, no qual consta que: “(...) os dados e informações apresentados são suficientes para
esta etapa de licenciamento ambiental, não havendo, portanto, nenhum impedimento para a
concessão da Licença Prévia (LP) (...)” (páginas 2108-2110).
- Parecer Técnico n° 030/20/IPA referente às emissões atmosféricas e ruídos, emitido pela Divisão de
Avaliação do Ar, Ruído e Vibrações – IPA em 23.04.2020, concluindo que: “(...) no que se referem às
emissões atmosféricas, ruído e vibração, nada temos a opor a concessão da Licença Prévia (...)”
(páginas 2077-2100).
- Termo de Referência Específico TER nº 345/IPHAN-SP emitido pelo Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional – IPHAN em 22.04.2020, onde consta que “(...) na perspectiva da Salvaguarda do
Patrimônio Arqueológico, este IPHAN acolhe a solicitação e manifesta-se favoravelmente à anuência
das Licenças solicitadas junto aos órgãos ambientais (LP, LI e LO)” (páginas 1782-1784).
- Parecer Técnico nº 341/19/IPEE emitido pelo Setor de Avaliação de Efluentes – IPEE em 09.10.2019
, onde consta que “(...) a proposta de encaminhamento dos efluentes a serem gerados tanto na
implantação do empreendimento quanto na operação do sistema térmico de RSU e respectivas áreas
de apoio para o sistema de tratamento de efluentes existente no empreendimento é adequada e pode
ser aceita para fins de Licenciamento Ambiental Prévio (...)” (páginas 2105-2107).
- Parecer Técnico nº 210/20/IPER emitido pelo Setor de Avaliação de Riscos Tecnológicos – IPER em
27.05.2020, onde consta que: “(...) quanto aos aspectos de risco tecnológico, este IPER não faz
restrições à continuidade do licenciamento ambiental da Unidade de Recuperação Energética - URE
Mauá (...)” (páginas 2111-2112).
Em 13.08.2019 foi protocolizado o EIA/RIMA, sendo que em 27.08.2019 o processo foi autuado e em
29.08.2019 foi publicado o pedido de LP no Diário Oficial do Estado - DOE, ocasião em que a análise
da viabilidade ambiental do empreendimento foi iniciada.
Em 12.12.2019 foi realizada Audiência Pública pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente –
CONSEMA no município de Mauá.
Em 04.02.2020 foi realizada vistoria técnica nas áreas de implantação do empreendimento e entorno.
3 JUSTIFICATIVA DO EMPREENDIMENTO
De forma geral, a busca por áreas que possuam dimensões e características necessárias para receber
empreendimentos desse porte e natureza apresenta dificuldades, tendo em vista a escassez de locais
adequados e as restrições legais e ambientais observadas nas áreas pesquisadas.
Dessa forma, foram estudadas 06 áreas no entorno imediato do Aterro Sanitário Lara e dentro da
propriedade da empresa (Figura 01), considerando os seguintes indicadores: intervenção em cursos
d’água e nascentes; intervenção em Áreas de Preservação Permanente - APPs; supressão de
vegetação nativa; interferência com áreas estratégicas de interesse do empreendedor, incluindo
aquelas previstas para expansão do aterro sanitário; restrições estabelecidas pela legislação
ambiental e de ordenamento territorial municipal; e proximidade com equipamentos de infraestrutura
básica, tais como, saneamento básico (abastecimento de água e esgoto), energia elétrica e distância
para captação do biogás e ponto de conexão com gás natural.
Para cada uma das áreas foram aplicados os critérios definidos pelo empreendedor, cujas
características principais são apresentadas na Tabela 01:
Cabe ressaltar que a Prefeitura do Município de Mauá emitiu em 11.03.2020 a Certidão de Uso do
Solo nº 014/2020, onde consta que “(...) que no local informado é permitida a atividade de "USINA DE
RECUPERAÇÃO ENERGÉTICA (...)".
Assim sendo, considerando que foi apresentado o estudo de alternativas locacionais e que o município
de Mauá não apresenta restrições quanto ao uso e ocupação do solo, a escolha da denominada
Alternativa 06 para a implantação da URE foi considerada a mais adequada pelos critérios técnicos,
legais e ambientais estabelecidos no EIA.
Aterro Sanitário: comumente utilizado para a disposição final de resíduos sólidos urbanos, aceita
bem variações de demanda e apresenta como vantagem os custos relativamente baixos para a
implantação e operação quando comparado à outras tecnologias. Como desvantagem, a exigência de
grandes áreas compatíveis com o uso pretendido, livre de restrições legais e ambientais,
obrigatoriedade de tratamento prévio dos resíduos, potencial geração de odores característicos,
incômodos aos funcionários e população do entorno e de atração de aves em busca de alimentos;
necessidade de sistemas de proteção ambiental eficazes, resistência por parte da comunidade local
entre outros. Segundo o empreendedor, esta tecnologia não se apresenta como a mais favorável,
principalmente quanto à disponibilidade de áreas compatíveis e a necessidade de tratamento prévio
dos resíduos antes da disposição final dos rejeitos.
Compostagem: apresenta como vantagem a redução do volume dos resíduos, com possibilidade de
utilização do composto orgânico em atividades agrícolas, além da redução do uso de recursos
naturais. Como desvantagens, o empreendedor destaca a necessidade de grandes investimentos com
ampla capacidade para recepção dos resíduos, além de equipamentos para separação mecânica das
frações, digestores anaeróbios; necessidade de equipamentos que trabalhem sob pressão negativa
para evitar odores e consequente incômodos aos funcionários e população; necessidade de grandes
áreas para a fase aeróbia do processo e para estocagem do composto orgânico; dificuldades de
comercialização do produto final e existência de restrições para aplicação do composto na agricultura.
De acordo com o empreendedor, a compostagem não se configura como uma alternativa favorável,
principalmente quanto à necessidade de segregação na fonte.
Uso do biogás como combustível para Geração de energia: alternativa comumente adotada em
aterros sanitários como combustível para a geração de energia elétrica por meio de motores, turbinas
ou microturbinas, apresenta como vantagens o aproveitamento da energia do biogás e a diminuição
dos gases do efeito estufa, em comparação com emissões de biogás sem queima. Como
desvantagens, o decaimento no longo prazo da vazão do biogás no aterro e da geração de energia
elétrica após o encerramento da disposição final de resíduos.
Ressalta-se que, de acordo com o EIA, a tecnologia selecionada pelo empreendedor foi objeto de
diversos estudos com o intuito de melhorar a eficiência e aproveitar a infraestrutura existente do aterro
como o biogás e sua área de implantação.
Com o uso do biogás, foi possível a utilização de um superaquecedor externo à caldeira, que irá
aproveitar a própria energia do biogás e possibilitará trabalhar em condições mais adequadas de
temperatura e pressão, propiciando o aumento da vida útil dos equipamentos.
Com a implantação junto à área do aterro, foi possível acrescentar um processo de tratamento
mecânico biológico com a premissa de reduzir a umidade dos RSU e dos Classe II em até 30%,
proporcionando um ganho de energia e uma melhora operacional em todo o processo, além da
redução no uso de reagentes e insumos.
De acordo com o EIA, o cenário atual encontra-se comprometido pela proximidade da saturação do
Aterro Sanitário Lara. Ainda que a disposição final dos RSU e Classe II em aterro sanitário seja
adequada, esta não pode ser considerada isoladamente como uma opção de longo prazo, devendo
ser observados os princípios estabelecidos nas Políticas de Resíduos Sólidos para a gestão e
gerenciamento dos RSU.
Com a não implantação da Unidade de Recuperação Energética, que possui a mesma capacidade
operacional do aterro, a vida útil do aterro deixará de ser prolongada e implicará na busca por novas
áreas que comportem o volume de resíduos atualmente recebidos no empreendimento. Além disso, há
que se considerar a escassez de locais adequados e sem restrições, que estejam aptos para a
implantação desta tipologia de empreendimento, podendo acarretar aumento nos custos de transporte
aos municípios atendidos pelo aterro e impactar novas áreas.
Assim, a implantação da URE no município de Mauá na área proposta irá possibilitar não apenas o
aumento da vida útil do aterro existente, mas também minimizar a abertura de novas áreas para
disposição de RSU e Classe II e, ainda, fornecer energia elétrica de fonte renovável, em consonância
com os princípios das Políticas de Resíduos Sólidos.
5 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
A Usina de Recuperação de Energia de Mauá - URE Mauá está prevista para ser implantada em uma
porção da gleba, em área contígua, onde está implantado o Aterro Sanitário Lara, localizado à Avenida
Guaraciaba n° 430, Bairro Sertãozinho, no município de Mauá.
Cód.: SO598V03 07/08/2009 7/48
PARECER TÉCNICO
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Nº 053/20/IPGR
Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP
C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7
Site: www.cetesb.sp.gov.br
A operação do aterro teve início no ano de 1983 e atualmente o aterro está licenciado, segundo consta
da Informação Técnica nº 133/19/CLA, emitida pela Agência Ambiental ABC I, para receber 3.500 t/dia
de lixo domiciliar comum, resíduos não perigosos diversos (restos de móveis, caixas de madeira, entre
outros), podas vegetais, entulho de construção e solo não contaminado, com codisposição de resíduos
sólidos industriais classes IIA e IIB. Atualmente, os seguintes municípios dispõem seus resíduos no
aterro: Santo André, Praia Grande, São Bernardo do Campo, Ferraz de Vasconcelos, Itanhaém, Mauá,
Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, São Caetano do Sul e Diadema.
O aterro foi instalado com as devidas estruturas de impermeabilização (mantas sintéticas cobertas por
material argiloso), drenagem de gases e drenagem de efluentes (drenos direcionados para tanque de
acúmulo) e conta com programas ambientais e monitoramentos, tais como: de água superficial e
subterrânea e monitoramento geotécnico. Os efluentes gerados no aterro são encaminhados para
tratamento em ETE localizada no empreendimento licenciado, a qual, segundo informado no EIA,
possui capacidade de 24 m³/h (600 m³/dia).
O Aterro Sanitário Lara conta com as seguintes estruturas de apoio: manutenção e almoxarifado,
manutenção de máquinas e equipamentos, área de lavagem de máquinas e equipamentos, autoclave
de resíduos de serviço de saúde (RSS), balanças, portaria e área administrativa, enfermaria, galpões
desocupados (atualmente sem usos definidos) e galpões com atividades diversas.
Informa-se que tramita nesta Companhia a análise de viabilidade ambiental referente às Obras de
Ampliação do Aterro Sanitário Lara em área contigua ao maciço existente, cuja análise está sendo
realizada no âmbito do Processo CETESB.004322/2018-33.
De acordo com o EIA, o empreendimento proposto será implantado em área de 72.025 m², sendo
parte destinada a URE e o restante destinado às unidades de apoio e de infraestrutura previstas para
a usina.
A maior parte da área pleiteada para a instalação do empreendimento é ocupada atualmente por
estruturas de apoio do aterro. Consta do EIA que tais estruturas serão devidamente demolidas e seus
equipamentos desmobilizados para posterior uso quando da transferência do local, de forma que o
aterro sanitário mantenha sua operação normalmente, concomitante à implantação da planta de
recuperação de energia. As unidades a serem realocadas serão implantadas com licenciamento
específico. Informa-se que a ETE do Aterro será utilizada para destinação dos efluentes da URE e do
Aterro existente.
A Unidade de Recuperação Energética de resíduos será composta por uma série de unidades e
equipamentos, conforme pode ser observado na Figura 02.
Figura 02: 1-Portaria de Controle e Balanças; 2-Área de Apoio; 3-Biofiltros; 4-Acesso ao Aterro; 5-Fosso de recebimento de
RSU (bunker de recebimento); 6-Funil de Alimentação; 7-TMB; 8- Forno e Caldeira; 9-Sistema de tratamento de gases; 10-
Chaminé; 11-Sistema de tubulação; 12-Casa de Turbina; 13-Tanque de água para emergência; 14- Tanque de água do
processo;-Subestação; 16-Torre de resfriamento –(Condensado a ar – ACC)
Fonte: Processo CETESB.060054/2019-05
O tratamento térmico terá início com a chegada dos resíduos na área para recepção, onde serão
cadastrados, encaminhados para pesagem e inspeção visual da frente de descarga, e depois
destinados às baias de recebimento do fosso. No caso da identificação de resíduos inadequados para
o processo de queima na URE, antes do descarregamento para o fosso, estes serão devolvidos para
as respectivas empresas transportadoras da origem dos resíduos. O registro de cada caminhão será
efetuado por meio de um cartão magnético exclusivo de cada veículo transportador, com os dados
armazenados no sistema da URE.
O fosso de armazenamento será executado em estrutura de concreto fechada tipo Bunker com
capacidade para 20.000 m³ de resíduos, distribuídos em 4 fossos, fosso 1 e 2 com 35 x 5 x 6 m (C x L
x A) com capacidade de 1.000m3 cada e fosso 3 e 4 com 35 x 14 x 19 m (C x L x A) com capacidade
de 9.000 m3 cada. O descarregamento no fosso contará com 12 baias para o descarregamento dos
resíduos, podendo receber até 12 caminhões simultaneamente.
Anteriormente à queima, os RSU passam pela planta de Tratamento Mecânico Biológico (TMB), que
visa reduzir o nível de umidade dos resíduos, podendo reduzir em até 30% do volume de umidade,
proporcionando um ganho de energia e uma melhoria em todo o processo da planta, permitindo
reduzir o uso de reagentes e insumos.
Consta do EIA que, os resíduos entregues pelos veículos serão descarregados nos quatro funis de
alimentação ou, caso os funis estiverem ocupados, a descarga será realizada diretamente nos fossos
de recebimento. Cada funil de alimentação está localizado acima de uma correia transportadora.
Artigos grandes e resíduos volumosos permanecem na parte inferior da tremonha e podem ser
removidos pela ponte rolante. As correias transportadoras encaminham os resíduos aos trituradores,
onde ocorre o processo de cominuição da maior parte do material até um tamanho menor que 300
mm. Após cada triturador, há um tambor de triagem que classifica o material em três frações: uma
Cód.: SO598V03 07/08/2009 9/48
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fração fina (< 120 mm), uma fração média (de 120 a 300 mm) e uma fração de tamanho igual ou
superior a 300 mm.
Foi informado no EIA que a fração de tamanho maior é coletada por uma correia transportadora e
retorna ao fosso de armazenamento de onde é novamente carregada no funil pela ponte rolante. A
fração média também é coletada pela correia transportadora, porém é enviada para a separação de
materiais ferrosos, onde, por meio de indução magnética (ímã localizado em uma linha acima do
transportador), ocorre a remoção do material ferroso contido na fração média, que será recuperado e
transferido para uma correia transportadora diferente que depositará o mesmo em caçambas. Cada
tambor de triagem está equipado com um transportador coletor para a fração fina. Em operação
normal, os transportadores coletores transferem a fração fina para um transportador subsequente que
envia o material para a separação de material ferroso, que segue a descrição citada acima. O material
restante da fração fina é transportado para a planta de secagem biológica.
Desta forma os resíduos do fosso passam por processos de triagem (tambor de triagem) e trituração
até reduzir os resíduos ao tamanho a <300 mm e remoção de material ferroso. Na sequência, o
material restante é transportado para a secagem biológica.
Estes processos ocorrem em ambiente fechado sendo que o ar proveniente do triturador e da área de
armazenamento é captado, passa por um sistema de filtragem e é utilizado no sistema de secagem
biológica.
Esta etapa gera uma degradação biológica da massa orgânica por microrganismos, gerando um auto
aquecimento e provoca um processo de auto secagem, e uma evaporação da água presente no
resíduo, sendo esperada uma redução de 30 % da umidade do resíduo.
O processo inicia-se com o operador que mistura e manipula o resíduo depositado neste fosso com
uma garra mecânica de forma que o resíduo a ser alimentado nos fornos possibilite um funcionamento
mais estável da planta.
Os resíduos são alimentados por meio de uma moega, onde será controlada e monitorada a taxa de
alimentação, proposta em 45 t/h por linha, portanto, com uma capacidade total de alimentação de 90
t/h de RSU.
Os fornos possuem grelhas móveis com injeção de ar para uma combustão mais completa, onde
ocorrerá a secagem, volatilização, gaseificação e a oxidação dos resíduos, conforme pode ser
observado na Figura 04, a seguir. Ao final da grelha são retirados o material inerte e não queimado,
que irão compor as escórias.
Para o monitoramento interno do forno está prevista a instalação de duas câmeras na parede traseira
da câmara de combustão, acima do transportador de escória. Contará também com um sistema
AGAM, conhecido como medição acústica da temperatura da câmara de combustão. O sistema possui
queimadores auxiliares utilizados para início da operação e para condições desfavoráveis que
abaixem a temperatura de queima.
Os gases gerados nesta queima, bem como os compostos orgânicos e substâncias inorgânicas
volatilizadas passam por uma câmara com 850ºC e 02 segundos de tempo de residência após a última
injeção de ar de combustão.
Cód.: SO598V03 07/08/2009 11/48
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Na sequência os gases são encaminhados a duas caldeiras, uma em cada linha, onde irão trocar calor
e gerar vapor. O projeto da caldeira terá um sistema de superaquecedor de múltiplos estágios no
interior da caldeira e um superaquecedor externo à caldeira.
Este superaquecedor externo consiste em um forno circular com zona de radiação seguida de seções
convectivas e irá operar com o biogás gerado no aterro, e que atualmente é queimado em flares, sem
o aproveitamento energético.
A caldeira de vapor será também equipada com um economizador, que opera em contra fluxo e que
tem a função de aquecer previamente a água que entrará na caldeira, com a finalidade de otimizar a
eficiência da caldeira.
O processo de queima dos resíduos irá gerar cinzas e escórias em várias partes do equipamento,
sendo prevista a instalação de um sistema de coleta e extração desses rejeitos, localizado abaixo das
grelhas.
A quantidade de cinzas de fundo de caldeiras (superaquecedores) foi estimada em 13.000 t/ano; dos
resíduos provenientes do tratamento de gases estimados em 30.000 t/ano (Resíduo Classe I) e das
escórias provenientes de forno e grelhas estimada em 139.000 t/ano (Resíduo Classe II).
Foi informado que os resíduos classificados perante a norma NBR 10.004/04 (Resíduos Sólidos –
Classificação), como Classe II (não perigosos) poderão ser encaminhados para disposição final
diretamente no Aterro Sanitário Lara, sendo que apenas os resíduos provenientes do tratamento de
gases de combustão, estes considerados Classe I (perigosos), deverão ser encaminhados para
disposição final em aterro licenciado para tal finalidade.
De acordo com o EIA, estão previstas paradas de manutenção programadas, ocasião em que haverá
a necessidade de paralisação da URE. O sistema prevê um funcionamento contínuo de 24 h/dia,
sendo prevista a operação durante 340 dias por ano, com cerca de 20 a 25 dias de parada para
manutenção do sistema.
Durante as paradas, os RSU e Classe II coletados nos municípios serão encaminhados para o Aterro
Sanitário Lara.
A URE em questão irá operar em ciclo simples, isto é, o vapor gerado na caldeira a 500oC e 85 bar irá
mover uma turbina a vapor, sem queima suplementar de combustível, gerando energia elétrica. A
unidade deverá gerar 77 MW de energia elétrica, sendo 38,5 MW por módulo.
Está previsto um by-pass que permite que o vapor da caldeira seja desviado a um condensador
resfriado a ar, caso a turbina pare ou precise de manutenção, sem que seja necessário que a URE
seja paralisada. A energia gerada será disponibilizada em rede para consumo externo, por meio da
interligação com o Sistema Interligado Nacional – SIN, sendo prevista a instalação de uma subestação
na própria planta.
O empreendimento contará com sistema de abastecimento de água por meio da rede direta da SAMA
- Saneamento Básico do Município de Mauá, ou será fornecido por caminhão pipa. Todo efluente
gerado nas obras, com exceção dos banheiros químicos, será encaminhado para a estação de
tratamento existente no aterro Lara e/ou interligado ao sistema da SAMA. Serão gerados cerca de 5
m³/h de efluentes no processo de tratamento mecânico e secagem biológica (TMB) e no tratamento
térmico (URE), que serão coletados e encaminhados para uma caixa coletora e direcionados para um
coletor tronco, e por bombeamento, encaminhados para a ETE existente dentro da propriedade da
Lara Central de Tratamento de Resíduos, não havendo lançamento direto para os cursos d’água da
região.
Para a fase de obras, estima-se a geração de 500 empregos diretos, no pico das obras, envolvendo
atividades de construção civil, montagem eletromecânica de equipamentos e serviços especializados,
gerando no mínimo 9 kg/dia e no máximo 225 kg/dia de resíduos domésticos nos refeitórios,
sanitários, vivência e escritórios que serão dispostos no aterro existente.
Quanto à operação do empreendimento, esta fase irá contemplar 62 funcionários, diretos e indiretos,
distribuídos entre os setores administrativo, comercial, operacional e manutenção/serviços gerais.
6 ÁREAS DE INFLUÊNCIA
- Área de Influência Direta – AID: definida como uma poligonal que compreende a microbacia
hidrográfica do Córrego da Serraria para o meio físico; para o meio biótico foi delimitada considerando-
se, ao norte, a faixa de vegetação contínua até o limite com os bairros adjacentes; ao leste, a
Interligação entre o Rodoanel Mário Covas e a Av. Papa João XXIII (SPA-086/21) por compor barreira
Cód.: SO598V03 07/08/2009 13/48
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Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP
C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7
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física à biota; ao oeste, a Estrada do Pedroso e a área urbana adensada; e por fim estendendo-se ao
sul até encontrar novamente com o Rodoanel Mário Covas (SP-021). Já para o meio socioeconômico,
foi definido o município de Mauá.
- Área de Influência Indireta – AII: para o meio físico foi definida como a porção norte da Bacia do Alto
Tietê (UGRHI 06), na sub-bacia hidrográfica Billings-Tamanduateí, limitada pelos afluentes do Córrego
Taboão até a confluência deste com o Rio Tamanduateí. O meio biótico compreende as áreas
vegetadas que se desenvolvem desde as margens da Represa Billings (ao sul) até as proximidades
das áreas urbanizadas no entorno do empreendimento. O meio socioeconômico compreende os
limites administrativos dos seguintes municípios: Mauá, Ribeirão Pires e Santo André.
De acordo com o EIA, o entorno da URE é caracterizado por atividades industriais na porção norte,
aterro existente, seguido de vazios urbanos com presença densa de vegetação na porção sul, sendo
os núcleos densamente urbanizados localizados nas porções leste e oeste, distando cerca de 1.300 m
e 1.500 m, respectivamente.
Entretanto, por se tratar de uma nova tecnologia a ser instalada no local, está prevista a
implementação de um Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental por meio do qual o
empreendedor pretende estabelecer um canal para diálogo com a população e disponibilizar as
informações sobre a implantação e operação da URE e de todas as operações que se desenvolvem
na área do empreendimento (disposição final de resíduos e recuperação de energia), de forma a
ressaltar as vantagens e benefícios de sua operação conjunta em um mesmo local.
O empreendedor informa que o Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental terá início na
fase de planejamento e será implementado durante a implantação e operação da URE, até o final de
sua vida útil, sendo o detalhamento apresentado por ocasião da solicitação da Licença de Instalação –
LI. Por ocasião da solicitação da Licença de Operação – LO, deverá ser apresentado um balanço das
ações realizadas durante a implantação da URE.
Quanto à geração de empregos, este aspecto será abordado no item GERAÇÃO DE EMPREGOS E
DESMOBILIZAÇÃO DE MÃO DE OBRA.
Foi proposto, ainda, a implementação de um Programa de Gestão Ambiental durante todas as fases
do empreendimento, que visa garantir que todas as atividades do empreendimento sejam conduzidas
adequadamente, sob o ponto de vista ambiental, assegurando e mantendo o padrão de qualidade
ambiental desejado, cujos resultados obtidos deverão estar contemplados no Programa de
Comunicação Social e Educação Ambiental.
Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI
- Apresentar o detalhamento do Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental, cujos
roteiros estão disponíveis no endereço:
http://www.CETESB.sp.gov.br/licenciamento/documentos/programa-educacao-ambiental.pdf
- Cópia da Certidão de Uso do Solo n° 014/20 emitida pelo Departamento de Parcelamento do Solo da
Prefeitura do Município de Mauá em 11.03.2020, na qual consta que “(...) os imóveis inscritos nesta
Prefeitura (…) situados no Sertãozinho, localizam-se em ZDE 1A – Zona de Desenvolvimento
Econômico 1A, conforme Lei Municipal nº 4968/2014 e suas alterações e anexos, onde são permitidos
usos de incomodidade III, assim definidos pela Lei. Certifica, ainda, que no local informado é permitida
a atividade de Usina de Recuperação Energética (...)” (página 1771).
Face ao exposto, para fins de licenciamento ambiental prévio tem-se que o empreendimento proposto
é compatível com a legislação municipal incidente.
Da leitura das supra mencionadas matrículas, verificou-se que na Matrícula nº 34.836 (página 1461)
consta que: “(...) pelo Instrumento Particular datado de 02.05.2011, Tratex Construções e
Participações S/A (…) transferiu a título de conferência de bens para integralização de capital social, o
imóvel objeto desta à Leccaros Participaçoes S.A. (...)”.
Face ao exposto, não são esperados impactos sobre propriedades. Assim sendo, por ocasião da
solicitação da LI, cabe ao empreendedor demonstrar que o imóvel objeto da Matrícula nº 34.836 é de
propriedade da empresa Lara Central de Tratamento de Resíduos Ltda.
Exigência
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação– LI
- Apresentar informações atualizadas, demonstrando que o imóvel objeto da Matrícula nº 34.836
emitida pelo Oficial de Registro de Imóveis e Anexos de Mauá – SP é de propriedade da empresa
Lara Central de Tratamento de Resíduos Ltda.
De acordo com o EIA, a região onde o empreendimento será implantado encontra-se bastante
antropizada e com intensa atividade industrial, com presença de áreas reflorestadas e de mata, áreas
urbanizadas, corpos d'água e respectivas Áreas de Preservação Permanente - APPs.
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Especificamente quanto à ADA, tal área está localizada em zona de desenvolvimento econômico do
município de Mauá, sendo que o empreendimento será implantado no interior da gleba onde opera o
empreendimento existente. Conforme descrito anteriormente, o empreendimento proposto ocupará
área de 7,20 ha, sendo que a vegetação existente é rarefeita. A vegetação mais preservada de tal área
localiza-se na porção sudeste, na borda de fragmento florestal contíguo de vegetação secundária em
estágio sucessional médio de regeneração. Informa-se que há campo antrópico e trechos de
reflorestamento na porção leste da ADA, com ocorrência de indivíduos arbóreos isolados, eucaliptos e
bambuzal. Cita-se, ainda, árvores isoladas ao longo da ADA, situadas no entorno das edificações
existentes (Vista geral da ADA e entorno constam na Figura 06).
Com relação às espécies vegetais com algum grau de ameaça, de acordo com o levantamento
florístico realizado na ADA/AID, foram identificadas na área de supressão (ADA) a espécie Paubrasilia
echinata (pau Brasil), considerada em perigo na lista nacional e Cedrela Fissilis (cedro rosa),
considerada vulnerável nas listas oficiais do Estado de São Paulo e da flora nacional.
Figura 07: Quadro da cobertura vegetal existente a ser suprimida e uso do solo na ADA
Fonte: Processo nº 060054/2019-05
Foi proposto no EIA um programa de supressão de vegetação, que tem como principais objetivos
evitar interferências fora da área de intervenção, direcionar a supressão, de forma a facilitar o
afugentamento e resgate de fauna, considerado no item IMPACTOS NA FAUNA SILVESTRE, e
minimizar a geração e destinar adequadamente os resíduos vegetais. Foi proposto, ainda, um
programa de enriquecimento florestal para compensar a vegetação a ser suprimida nos termos da
legislação florestal vigente.
Informa-se que foi realizada consulta, inclusive sobre a regularidade florestal da área de implantação
do empreendimento, na Agência Ambiental do ABC I - CLA, que realiza o controle e a fiscalização do
empreendimento existente, a qual se manifestou por meio da Informação Técnica nº 113/19/CLA de
09.10.2019, na qual consta que o local destinado para a implantação da URE não apresenta
obrigações ambientais junto à CETESB e que não há restrição quanto ao uso da área pretendida.
Após análise das informações apresentadas, tem-se que conforme Lei Federal n° 11.428/2006, o corte
de 38 árvores isoladas de espécies vegetais do bioma Mata Atlântica com algum grau de ameaça,
existentes em área bastante antropizada, é passível de autorização, uma vez que tal supressão não
oferece risco de sobrevivência às espécies, salientando que o empreendimento em questão é de
utilidade pública nos termos desta Lei.
Dessa forma, por ocasião da solicitação da LI, cabe ao empreendedor solicitar autorização para
supressão de vegetação pretendida. Salienta-se que nos termos da Resolução SMA nº 07/2017, que
define o cálculo das compensações pela supressão de vegetação nativa e corte de árvores isoladas, o
município de Mauá é caracterizado na classe de prioridade para restauração da vegetação nativa
muito alta.
Com relação ao corte de 220 árvores isoladas de espécies exóticas, recomenda-se considerar a
legislação municipal em vigor junto à Prefeitura Municipal.
Exigência
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI
- Solicitar autorização para supressão de 0,01 ha de vegetação secundária em estágio sucessional
médio de regeneração, 0,27 ha de reflorestamento com vegetação secundária em estágio sucessional
inicial de regeneração, corte de 230 de árvores isoladas de espécies nativas (incluindo 38 indivíduos
com algum grau de ameaça) e corte de 220 árvores isoladas de espécies exóticas. Salienta-se que
para o corte das árvores isoladas de espécies exóticas, deverá ser considerada a legislação municipal
em vigor. Nessa ocasião deverá ser apresentado projeto de plantio compensatório, acompanhado de
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Consta no referido documento emitido pelo IPHAN que o empreendimento foi classificado como “De
baixa interferência sobre as condições vigentes do solo, localizados em áreas alteradas, não
coincidentes com sítios arqueológicos cadastrados”, enquadrando-se no Nível I conforme anexo I da
IN nº 001/15, sendo exigido para a emissão de manifestação conclusiva do IPHAN o Termo de
Compromisso do Empreendedor - TCE.
Consta ainda que “o TCE preenchido, assinado e já apresentado a esta Superintendência Regional
atesta a ciência e o compromisso de Vossa Senhoria no que se refere às medidas a serem tomadas
em caso de achado de bens arqueológicos durante as obras, atendendo às exigências legais para a
realização de obras classificadas no Nível I”.
Por fim, o referido TER conclui que “na perspectiva da Salvaguarda do Patrimônio Arqueológico, este
IPHAN acolhe a solicitação e manifesta-se favoravelmente à anuência das Licenças solicitadas junto
aos órgãos ambientais (LP, LI e LO)”.
Consta do EIA que, caso haja solo excedente, este poderá ser utilizado nas atividades de cobertura
dos resíduos durante a operação do Aterro Sanitário Lara, já, em caso de déficit o mesmo deverá ser
obtido de áreas devidamente licenciadas para esta finalidade.
constituídos principalmente de concreto, tijolos e assemelhados, metais (ferro, aço, fiação), madeira,
revestimentos, embalagens e solos entre outros.
Atualmente a área a ser ocupada pela URE é composta pelas seguintes unidades, as quais serão
demolidas e alocadas com licenciamento específico, conforme Tabela 02.
Foi informado que os Resíduos da Construção Civil (RCC) provenientes da demolição de paredes e
pisos (tijolos, blocos, concreto em geral, rochas, forros, argamassa, pavimento, etc.) serão utilizados
como material de cobertura de acessos do aterro sanitário.
Ativo
Manutenção de Máquinas Pesadas (escavadeira,
trator, etc.)
Administrativo/Portaria Serão implantadas novas áreas dentro da planta da
URE.
Balanças e Armazém de EPIs
Enfermaria
Cerwin: Usinagem
Estruturas serão demolidas e equipamentos
CRB: Trituração de pneu Inativo
desmobilizados para uso futuro
Galpão Vazio: Usinagem
Serão implantadas novas áreas dentro da planta da
Separador de Água e Óleo
URE.
Ativo
Estruturas demolidas e equipamentos desmobilizados
Posto de abastecimento de veículos de caminhões
para uso futuro
Fonte: Processo CETESB.060054/2019-05
Salienta-se que os resíduos que não forem reutilizados na obra, e também não forem passíveis de
serem utilizados na operação do aterro sanitário, tais como, embalagens dos equipamentos e dos
materiais que serão utilizados, deverão ser estocados no canteiro de obras em local adequado, sendo
encaminhados para reciclagem por empresas especializadas a serem contratadas. Caso sejam
identificados materiais considerados perigosos, tais como peças contendo amianto, solventes dentre
outros, os mesmos serão encaminhados para aterros específicos.
Durante as obras civis e montagem, os resíduos inertes serão temporariamente estocados em uma
área específica da ADA, que será dimensionada por ocasião da LI.
Consta do EIA uma estimativa preliminar dos resíduos sólidos a serem gerados na fase de
implantação e adequada destinação, como descrito na Tabela 03 a seguir, sendo que tais destinações
deverão ser detalhadas por ocasião da LI.
Resíduos de vernizes, 3
Co-processamento m 0,2
solventes e tintas
Resíduos de tintas à base 3
Aterro autorizado ou incineração m 1
de água
Restos de alimentos Aterro Sanitário Lara t 50
Papel/Papelão Reciclagem t 1
Plásticos Reciclagem t 0,5
Resíduos de varrição Aterro Sanitário Lara t 5
Resíduos de Serviço de
Incineração autorizada t 1
Saúde
Fonte: Processo CETESB.060054/2019-05
Considerando que não é prevista uma intensa movimentação de solos e é prevista desmobilização de
resíduos na área do empreendimento, deverá ser apresentado o balanço de massa de solo da obra,
além das destinações e utilização dos resíduos na obra por ocasião da solicitação da LI.
Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI
- Apresentar, no âmbito do projeto executivo, Programa de Gerenciamento dos Resíduos da
Construção Civil e Solo, conforme Resolução Conama 307/2002 e suas alterações contendo, no
mínimo: a cubagem das quantidades de resíduos de demolição a serem removidos, indicação das
segregações a serem efetuadas, suficiência das áreas de armazenamento temporário e destinações
pretendidas, bem como do balanço de solo e sua área de armazenamento.
- Apresentar um Programa de Controle Ambiental das Obras detalhado que contemple um Programa
de Gestão dos Resíduos da Construção e da Demolição, com cronograma específico de execução,
que contemple os volumes de resíduos a serem gerados, incluindo os resíduos de serviço de saúde e
o detalhamento das medidas sanitárias e ambientais a serem adotadas, incluindo os locais a serem
utilizados para destinação final destes resíduos e as respectivas cartas de anuência das empresas
destinatárias. Obter os Certificados de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental – CADRI
antes do encaminhamento dos resíduos considerados de interesse ambiental pela CETESB aos locais
de destinação.
De acordo com informações apresentadas no EIA, a mão de obra necessária para a fase de
implantação da URE deverá mobilizar um montante de 500 trabalhadores no pico das obras. Na fase
de operação está previsto um total de 62 funcionários, sendo 37 diretos, 15 indiretos e 10 funcionários
administrativos, entre nível superior (06), técnico (28) e médio (28). Além desses, também serão
mantidos os atuais 195 funcionários do aterro em operação e 177 funcionários da coleta de resíduos.
O empreendedor informa que será dada a preferência para a mão de obra local e que os funcionários
serão devidamente treinados para exercer as atividades ou funções diretamente associadas à
operação do empreendimento, sendo prevista a divulgação das vagas no âmbito do Programa de
Comunicação Social e Educação Ambiental.
Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI
- Apresentar, o Programa de Capacitação e Treinamento da Mão de Obra e Programa de Contratação
e Desmobilização de Mão de Obra detalhados. O Programa de Capacitação e Treinamento da Mão de
Obra deverá contemplar a realização de cursos específicos visando à capacitação de pessoas para as
diversas funções requeridas no empreendimento, incluindo os funcionários das empresas
Cód.: SO598V03 07/08/2009 22/48
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Durante a instalação do empreendimento haverá pouca movimentação de solo, mesmo assim estas
atividades podem acelerar processos erosivos, expondo o subsolo, bem como aumentando o risco de
alteração da qualidade das águas superficiais pelo carreamento de sedimentos provenientes das
atividades de terraplenagem.
Tais sistemas de drenagem serão constituídos de canaletas, trincheiras, caixas e escadas hidráulicas,
como forma de prevenir e controlar os processos de dinâmica superficial. Ainda, serão realizadas
vistorias nas áreas de solo exposto pela terraplanagem, superfícies dos taludes de cortes e aterros,
pilhas de resíduos e materiais e nos elementos de drenagem.
O empreendedor irá adotar no Programa de Controle Ambiental das Obras medidas preventivas e
necessárias para que impactos ambientais previsíveis possam ser evitados durante o processo de
implantação do empreendimento. O procedimento para a limpeza da área deverá incluir controle de
erosões, carreamento de sedimentos, assoreamentos, escorregamentos, drenagem de águas pluviais
(adoção de dispositivos para dissipação) etc.
Informa-se que as medidas propostas devem contemplar quaisquer áreas expostas pelo movimento
de solo durante a implantação e operação do empreendimento (acessos, depósitos de solo, canteiros
de obra, etc.).
Cabe ressaltar que o Programa de Controle Ambiental das Obras contempla 05 subprogramas, quais
sejam: Subprograma de Prevenção e Controle de Processos de Dinâmica Superficial; Subprograma
de Controle da Qualidade do Ar e da Emissão de Ruídos; Subprograma de Controle da Poluição do
Solo e das Águas Subterrâneas; Subprograma de Controle de Efluentes e Subprograma de
Gerenciamento dos Resíduos Sólidos.
Dessa forma, cabe ao empreendedor apresentar, por ocasião da solicitação da LI, o Programa de
Controle Ambiental das Obras detalhado. Além disso, na LO deve ser apresentado o Relatório
Fotográfico e Descritivo, contendo o andamento e a comprovação da completa desmobilização do
canteiro de obras e recuperação das áreas afetadas.
Desta forma, nesta fase entende-se que não são previstos impactos significativos na qualidade das
águas superficiais e processos erosivos na área.
Cód.: SO598V03 07/08/2009 23/48
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Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI
- Apresentar o Programa de Controle Ambiental das Obras detalhado, contemplando os 5
Subprogramas previstos (Subprograma de Prevenção e Controle de Processos de Dinâmica
Superficial; Subprograma de Controle da Qualidade do Ar e da Emissão de Ruídos; Subprograma de
Controle da Poluição do Solo e das Águas Subterrâneas, incluindo avaliação da suficiência da rede de
poços de monitoramento das águas subterrâneas instalada, como medida de segurança adicional;
Subprograma de Controle de Efluentes e Subprograma de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos). O
Programa deverá contemplar, minimamente: ações de prevenção e controle de erosão nas várias
atividades de implantação do empreendimento, medidas provisórias e definitivas, acompanhamento
ambiental das obras e os responsáveis pela implementação e suas atribuições gerenciais. Incluir a
gestão das áreas de obtenção e de armazenamento temporário de solo e de armazenamento
temporário dos resíduos da construção civil que serão reutilizados.
De acordo com o EIA foi realizado levantamento secundário (bibliográfico) da Região Metropolitana de
São Paulo - RMSP, bem como, levantamento primário da fauna, realizado na ADA/AID, cujo período,
metodologias de levantamento (não interventivas) e pontos amostrais foram apresentados no EIA.
Conforme descrito, foram registradas 140 espécies de aves, 8 espécies de mamíferos. Quanto à
herpetofauna, foram registradas 17 espécies, sendo 15 espécies de anfíbios e 2 de répteis.
Nos levantamentos de campo foram registradas duas espécies que possuem algum grau de ameaça
nos termos do Decreto Estadual nº 63.853/2018, que declara as espécies da fauna silvestre no Estado
de São Paulo regionalmente extintas, as ameaçadas de extinção, as quase ameaçadas e as com
dados insuficientes para avaliação, tais como as aves papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) e
gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus).
Os principais potenciais impactos à fauna apresentados no EIA são perda de habitats devido à
supressão da cobertura vegetal e afugentamento/acidentes de espécimes devido à circulação de
trabalhadores, veículos e máquinas, e emissão de ruídos. Foi proposto pelo empreendedor a
implementação do Programa de Controle Ambiental das Obras, contemplando inclusive a adequada
disposição de resíduos para minimizar a atratividade de animais e um Programa de Comunicação
Social e Educação Ambiental, que contempla conteúdo aos trabalhadores para evitar interação
negativa destes com a fauna existente nas áreas sob influência do empreendimento em eventual
encontro. Tais programas estão descritos nos itens INTENSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE
DINÂMICA SUPERFICIAL e EXPECTATIVA DA POPULAÇÃO QUANTO À IMPLANTAÇÃO DO
EMPREENDIMENTO deste Parecer. Está previsto, ainda, o Programa de Supressão de vegetação,
conforme descrito no item SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO NATIVA, que tem como principais objetivos
evitar interferências fora da área de intervenção, direcionar a supressão, de forma a facilitar o
afugentamento e resgate de fauna.
Apesar de se tratar de área predominantemente antropizada que recebe relevante influência das
pressões antrópicas locais, tais como o aterro existente e as atividades industriais do entorno,
considerando que também há no entorno áreas com cobertura vegetal que possui capacidade de
suporte para a fauna silvestre, inclusive para espécies de aves com algum grau de ameaça no Estado
de São Paulo, entende-se que cabe ao empreendedor apresentar programa detalhado de
monitoramento não interventivo, que contemple a minimização de incômodos e atratividade de
avifauna por ocasião da solicitação da LI.
Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI
- Apresentar programa detalhado de supressão de vegetação, a ser implementado durante a
instalação do empreendimento, que compreenda o detalhamento das etapas de supressão, medidas
preventivas, mitigadoras e corretivas, resultados, cronograma de implementação e Anotação de
Responsabilidade Técnica – ART do profissional responsável. Salienta-se que as atividades de
supressão de vegetação deverão ser realizadas com o acompanhamento de profissionais
devidamente habilitados, inclusive para eventual resgate e atendimento de animais feridos e
observados os procedimentos previstos na Resolução SMA n° 22/2010, que dispõe sobre a
operacionalização e execução da licença ambiental, e estratégia para minimizar o impacto sobre a
fauna direta ou indiretamente envolvida considerando-se o direcionamento e método da supressão,
época do ano, a necessidade de monitoramento e a conectividade.
Ainda durante a implantação, para as obras de demolição e desmobilização das unidades existentes,
não será necessário o transporte dos resíduos de construção civil para áreas externas, uma vez que
foi reservada uma área dentro da propriedade para ser utilizada como bota-espera de tais resíduos e
está prevista a utilização dos RCC como material de cobertura das vias internas de acesso do aterro
sanitário. Foi informado, ainda, que para as obras de terraplenagem para a instalação da URE haverá
pouca movimentação de solo e, caso haja excedente de material, este poderá ser utilizado na
cobertura das camadas do aterro sanitário, não sendo necessário o tráfego de veículos externos ao
empreendimento. Já para o transporte dos 500 funcionários durante a fase de pico da implantação,
serão utilizados cerca de 11 veículos tipo ônibus, cuja demanda não é significativa para acarretar
alterações ao sistema viário.
Foi proposto no EIA, no âmbito do Programa de Controle Ambiental das Obras, as seguintes medidas
a serem implementadas durante a realização das obras de instalação: umectação das vias de acesso
internas, do material (solo) obtido nas escavações e terraplanagem, das áreas de estocagem de
Cód.: SO598V03 07/08/2009 26/48
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Ressalta-se que foram previstas medidas para o controle de ruídos durante a realização das obras,
também contempladas no Programa de Controle Ambiental das Obras. Quanto aos ruídos gerados por
ocasião da operação da URE, este aspecto está contemplado no item RUÍDOS E VIBRAÇÕES.
O empreendedor informa que não haverá alteração na capacidade de recebimento diária de resíduos,
uma vez que a URE receberá até 3.000 t/dia de resíduos e o aterro em operação está licenciado para
receber quantidade acima desse volume (3.500 t/dia). Informa-se que, apesar de atualmente o aterro
existente receber quantidade inferior à licenciada (cerca de 2.600 t/dia), o estudo de tráfego
apresentado considerou o recebimento de cerca de 3.000 t/dia. Tal volume foi considerado nesse
estudo, pois trata-se da média do recebimento diário em um período de 6 meses de operação do
aterro. Assim sendo, foi concluído que o fluxo de veículos que podem chegar ao aterro é de 39
viagens de carretas e 262 viagens de caminhões compactadores de resíduos, o qual deverá ser
mantido quando a operação da URE for iniciada.
De acordo com o Relatório de Impacto no Tráfego (RIT), as vias de acesso atualmente utilizadas
possuem alto nível de serviço e não são afetadas pela atual operação do aterro sanitário, situação
esta que deverá ser mantida com o início da operação da URE. Entretanto, o RIT indica que as
condições atuais das sinalizações horizontais e verticais do sistema viário local encontram-se
inadequadas para a garantia de um tráfego seguro (Fotos 01 e 02), acarretando um aumento nas
chances de ocorrência de acidentes e outros transtornos no trânsito, o que foi observado na vistoria
realizada pela equipe técnica em 04.02.2020.
Foto 01: Trecho da via de acesso (Rua Ruzzi) sem Foto 02: Entroncamento da Rua Ruzzi x Av. Guaraciaba sem
sinalização vertical. Fonte: CETESB (2020) sinalização vertical e horizontal. Fonte: CETESB (2020)
Segundo descrito no EIA, como haverá um baixo incremento no tráfego durante as obras de
implantação e, que, não é esperado aumento no tráfego de veículos durante a operação da URE, não
são esperados impactos significativos no sistema viário. Entretanto, considerando as condições
observadas nas vias de acessos, principalmente quanto à ausência de sinalização vertical e horizontal
nas proximidades do empreendimento, deverão ser propostas melhorias para minimização de risco de
acidentes nas vias.
Cabe ressaltar que haverá a mudança da atual portaria utilizada no aterro sanitário prevista para a
operação da URE (Figura 08), distante cerca de 250 m da portaria atual e também localizada na
Avenida Guaraciaba, mantendo-se as mesmas vias de acesso.
Em relação aos possíveis incômodos à população, é desejável que as ações propostas para minimizar
os possíveis incômodos na área de influência do empreendimento sejam implementadas sob a forma
de um Programa. Assim sendo, por ocasião da solicitação da LI, cabe ao empreendedor apresentar
um Programa de Minimização de Incômodos a População, a ser desenvolvido durante todo o período
de instalação e operação do empreendimento, contemplando ações para minimizar os incômodos à
vizinhança.
Ressalta-se que o impacto quanto ao risco de acidentes pela manipulação de resíduos perigosos será
abordado no item RISCOS DE ACIDENTES DEVIDO À MANIPULAÇÃO E ARMAZENAMENTO DE
PRODUTOS QUÍMICOS PERIGOSOS deste Parecer.
Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI
- Apresentar o Programa Controle e Prevenção de Acidentes a ser implementado durante a
implantação e operação do empreendimento, contemplando no mínimo: treinamento dos motoristas
quanto à direção defensiva e o atendimento das normas de trânsito vigentes para o deslocamento nas
vias externas e internas ao empreendimento; sinalizações dos acessos à obra. Deverá ser incluída
neste Programa a proposta de melhorias para a sinalização das vias de acesso nas proximidades do
empreendimento, a serem definidas em conjunto com as autoridades responsáveis. Tal Programa
deverá contemplar a indicação da periodicidade de emissão de relatórios fotográficos e descritivos de
andamento, definição de indicadores de efetividade, devendo ser elaborado por profissional habilitado,
no âmbito de suas atribuições profissionais.
A análise da Avaliação ambiental preliminar de áreas contaminadas da ADA foi realizada pelo Setor de
Avaliação e Gestão do Uso do Solo - IPGS da CETESB que se manifestou por meio do Parecer
Técnico nº 181/19/IPGS, emitido em 04.12.2019.
No referido Parecer Técnico consta “(...) que o interessado apresentou o estudo de Avaliação
Ambiental Preliminar de forma adequada para considerar que, com relação ao assunto áreas
contaminadas que pudessem interferir com a obra de instalação da URE Mauá, os dados e
informações apresentados são suficientes para esta etapa de licenciamento ambiental, não havendo,
portanto, nenhum impedimento para a concessão da Licença Prévia (LP). Deverá, no entanto, ser
estabelecida a condicionante de que, por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação
(LI), o interessado deverá apresentar um relatório conclusivo sobre os trabalhos de investigação
confirmatória, conforme recomendação feita no documento apresentado. Nesse relatório deverão
constar os planos de investigação detalhados para os diversos locais relacionados (AFs), as
justificativas técnicas pertinentes, a descrição dos trabalhos executados, os resultados e as devidas
interpretações e a proposição das ações e medidas necessárias de serem implementadas em função
dos dados obtidos. Quanto às áreas contaminadas externas, devem ser feitas as devidas avaliações
se as mesmas poderão causar alguma interferência na execução das obras da URE e, caso positivo,
quais as medidas que deverão ser tomadas a respeito desse fato. (...)”.
Exigência
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI
- Atender ao Parecer Técnico nº 181/19/IPGS de 04.12.2019 emitido pelo Setor de Avaliação e Gestão
do Uso do Solo - IPGS.
De acordo com o EIA, a energia gerada na URE será utilizada no próprio empreendimento e o
excedente disponibilizado em rede para consumo externo.
Na área do empreendimento, foi reservada uma porção do terreno de 2.500 m² para a implantação de
uma subestação com tensão de 88/138 kV, cujo projeto deverá ser detalhado na solicitação da
Licença de Instalação, conforme descrito no item POTENCIAIS IMPACTOS NO SOLO, DAS ÁGUAS
SUBTERRÂNEAS E SUPERFICIAIS.
Conforme informado no EIA, a empresa ENEL Distribuição São Paulo é a concessionária responsável
pela distribuição da energia elétrica no município de Mauá, assim como fornece energia elétrica para o
empreendimento existente.
A exportação da energia para consumo externo deverá ocorrer pela interligação com o Sistema
Integrado Nacional – SIN por meio de linha de transmissão/distribuição. Tais informações deverão ser
detalhadas por ocasião da solicitação da Licença de Instalação, onde também deverão ser
apresentadas as respectivas anuências da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL e da
Cód.: SO598V03 07/08/2009 29/48
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COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Nº 053/20/IPGR
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Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI
- Informar de que forma será realizada a interligação da subestação de energia elétrica com o Sistema
Interligado Nacional – SIN, contemplando a localização da rede de transmissão/distribuição, layout das
infraestruturas e obras associadas, caso necessárias.
- Apresentar manifestação da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL para a interligação com
o Sistema Interligado Nacional - SIN.
Para evitar a contaminação do solo, das águas subterrâneas e superficiais, o empreendedor propõe
que as áreas de manipulação dos resíduos sólidos sejam pavimentadas e cobertas, bem como os
efluentes gerados sejam drenados e encaminhados para ETE existente no empreendimento, não
havendo contato direto com o solo.
A área de recebimento dos resíduos consiste em uma baia pavimentada, sendo as áreas de manobra
e os pátios de concreto ou asfalto projetados para uso de veículos pesados e serão delimitadas por
guias de concreto.
O fosso de armazenamento dos resíduos será uma estrutura de concreto e toda a estrutura do fosso
será fechada (tipo “Bunker”) com abertura somente nas baias de recebimento de resíduos.
Os efluentes a serem gerados durante a operação da URE serão cerca de 5 m³/h no processo de
tratamento mecânico e secagem biológica (TMB) e no tratamento térmico (URE), que serão coletados
e encaminhados para uma caixa coletora e direcionados para um coletor tronco, e por bombeamento,
encaminhados para a ETE existente dentro da propriedade da Lara Central de Tratamento de
Resíduos, não havendo lançamento direto para os cursos d’água da região. Os efluentes domésticos
gerados nas instalações de apoio também serão encaminhados para a ETE existente.
Uma vez que os efluentes serão encaminhados para tratamento na ETE e que não está previsto
lançamento de efluente em corpos d’água, não é esperado alteração na qualidade das águas
superficiais com a operação do empreendimento. Com relação a possível alteração da qualidade das
águas superficiais em decorrência das atividades de movimentação de solo entende-se que, desde
que implementadas as medidas descritas no INTENSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE DINÂMICA
SUPERFICIAL, esse impacto será devidamente mitigado.
Foi solicitada manifestação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê nos termos da Resolução
SMA n° 054/08, o qual se manifestou pela Deliberação CBH-AT n° 90 de 20 de fevereiro de 2020
(página 1726). Esta deliberação apresenta sugestões a serem contempladas na próxima fase do
licenciamento (Licença de Instalação). Dessa forma, informa-se que deve ser apresentado protocolo
do atendimento as exigências deste Comitê por ocasião da solicitação a Licença de Instalação.
De acordo com o interessado, foi previsto ainda, um Subprograma da Poluição do Solo e das Águas
Subterrâneas contendo medidas que serão implementadas tanto no canteiro de obras, quanto nos
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locais de disposição temporária de materiais das obras e de resíduos sólidos, tais quais: manuseio de
concreto e cimento, prevenção contra vazamentos de óleos e graxas e controle de arraste de
materiais.
Nesse sentido, visando à proteção do solo e das águas subterrâneas, por ocasião da solicitação da LI,
cabe ao empreendedor apresentar o Projeto Executivo da Usina de Recuperação de Energia
contemplando a Subestação de Energia do complexo. Apresentar o projeto detalhado da infraestrutura
associada a distribuição de energia. Informar o cronograma de interface com a operação do Aterro
Sanitário Lara (Processo CETESB.004322/2018-33), que tramita nesta Companhia e a construção da
URE.
Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI
- Apresentar protocolo do atendimento as exigências técnicas solicitadas pelo Comitê de Bacia
Hidrográfica do Alto Tietê contidas na Deliberação CBH-AT n° 90 de 20 de fevereiro de 2020.
Durante a operação do empreendimento, haverá demanda de água estimada em 5,4 m³/h, a ser
utilizada no processo e nas áreas de apoio, a qual será fornecida pelo serviço municipal por meio do
SAMA – Saneamento Básico do município de Mauá, cuja rede de abastecimento já é utilizada nas
dependências do empreendimento.
O empreendedor informa que será utilizado um sistema de tratamento para desmineralização da água
de processo, por meio de osmose reversa, o qual será detalhado por ocasião da solicitação da licença
de instalação.
De acordo com o EIA, quanto aos efluentes gerados no empreendimento, durante a fase de
implantação estima-se o volume de cerca de 35 m³/dia gerados no canteiro de obras (banheiros,
refeitório e escritório), os quais serão encaminhados para a Estação de Tratamento de Efluentes
existente, que recebe o chorume gerado no aterro sanitário em operação. Foi informado ainda, que os
efluentes gerados na manutenção e lavagem de veículos, máquinas e equipamentos serão
encaminhados para Sistema Separador Água/Óleo (SAO).
Foi proposto pelo empreendedor o controle dos efluentes domésticos e industriais gerados durante a
implantação da URE, cujas medidas se encontram detalhadas no Programa de Controle Ambiental
das Obras, solicitado no item INTENSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE DINAMICA SUPERFICIAL.
Com a operação da URE, o aterro sanitário passará a receber apenas os rejeitos do processo e, com
isso, haverá uma redução no volume de efluentes atualmente tratados na ETE. O empreendedor
informa que, após o início da operação da URE, serão encaminhados cerca de 120 m³/dia de
efluentes gerados no aterro, o que representa uma quantidade 5 vezes menor do volume atual, uma
vez que a ETE possui capacidade licenciada de 24 m³/h (600 m³/dia). Considerando que serão
encaminhados cerca de 5 m³/h (120 m³/dia) de efluentes gerados na URE, não acarretando
incremento de vazão na ETE existente e sim a redução do volume a ser tratado, o que pode ser
considerado um impacto positivo.
Foi consultado o Setor de Avaliação de Efluentes – IPEE, o qual se manifestou por meio do Parecer
Técnico nº 341/19/IPEE de 09.10.2019. De acordo com o referido Parecer, “a proposta de
encaminhamento dos efluentes a serem gerados tanto na implantação do empreendimento quanto na
operação do sistema térmico de RSU e respectivas áreas de apoio para o sistema de tratamento de
efluentes existente no empreendimento é adequada e pode ser aceita para fins de Licenciamento
Ambiental Prévio”. Para a continuidade do licenciamento da URE, foram solicitadas informações
quanto ao detalhamento dos sistemas de tratamento de água e efluentes, entre outras, que deverão
ser apresentadas por ocasião da solicitação da LI, de forma a atender ao referido PT.
Exigência
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI
- Atender ao Parecer Técnico nº 341/19/IPEE de 09.10.2019 emitido pelo Setor de Avaliação de
Efluentes – IPEE.
Os resíduos gerados na operação da URE serão aqueles provenientes de tratamento de gases, das
caldeiras, forno/ grelhas e do TMB, conforme Tabela 04.
Consta do EIA que os resíduos, classificados perante a norma NBR 10.004/04 como Classe II (não
perigosos) poderão ser encaminhados para disposição final diretamente no Aterro Sanitário Lara,
sendo que os resíduos provenientes do tratamento de gases de combustão, estes considerados
Classe I (perigosos), deverão ser encaminhados para disposição final em aterro licenciado para tal
finalidade.
Tabela 04: Estimativa de geração de resíduos sólidos Classe I (Resíduos Perigosos) e Classe II (Não
Perigosos).
Resíduos Sólidos - Classe I Quantidade prevista (t/ano)
Resíduos provenientes do tratamento de gases 30.000
Cinzas do fundo das caldeiras (superaquecedores) 13.000
Resíduos Sólidos - Classe II Quantidade prevista (t/ano)
Escórias provenientes do forno/grelhas 139.000
Proveniente da planta de TMB tratamento mecânico biológico 3.000
Fonte: Processo CETESB nº060054/2019-05
Foi informado ainda que, as cinzas da caldeira e os resíduos do processo de tratamento dos gases de
combustão serão armazenados em conjunto em silos, construídos em chapa de aço e com
capacidade total de armazenamento suficiente para 8 dias de operação. Os silos serão localizados ao
final do fluxo do tratamento de gases.
Exigência
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação - LI
- Apresentar Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos detalhado dos resíduos gerados
durante a operação da URE, assim como os locais de armazenamento temporário dos resíduos
gerados com os devidos sistemas de proteção ambiental e de acordo com as normas ABNT NBR
11174/1990-Armazenamento de resíduos classe II- não inertes e III -inertes e ABNT NBR 12235/1992-
Armazenamento de resíduos sólidos perigosos.
Com relação aos possíveis receptores, foi verificado com o auxílio das informações georreferenciadas
(layers ou camadas) do Projeto Sala de Cenários da CETESB (2020) que os núcleos densamente
urbanizados mais próximos do empreendimento se localizam nas porções leste e oeste, distando
cerca de 1.300 m e 1.500 m dos limites do empreendimento, respectivamente. Ressalta-se que, entre
o empreendimento existente e tais núcleos, ocorrem vazios urbanos, atividades industriais e cemitério
(Cemitério Vale dos Pinhais) na porção leste e ocorrem atividades industriais, cemitério (Cemitério
Parque do ABC) e vazios urbanos na porção oeste. Além disso, na porção sudeste da área de
implantação do empreendimento, encontra-se o aterro sanitário em operação. Quanto a dispersão de
eventuais odores, a direção predominante dos ventos é de sul, onde não ocorre presença de núcleos
densamente urbanizados.
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Assim sendo, entende-se que, com a implantação do empreendimento e a sua adequada operação,
que inclui o recebimento dos resíduos em galpão fechado e mantido em pressão negativa, não são
esperados incômodos à população ocasionados pela geração e emanação de substâncias odoríferas,
salientando que os possíveis receptores encontram-se afastados da ADA.
A operação da URE representa um potencial impacto na qualidade do ar, pelas emissões atmosféricas
provenientes dos processos de combustão, além da geração de odor, pelo armazenamento de
resíduos nos bunkers.
O interessado propõe atender aos limites de emissão estabelecidos na Resolução SMA 79/09 que
versa sobre o licenciamento deste tipo de fonte. De acordo com o Parecer nº 030/20/IPA, a proposta
apresentada pelo interessado atende aos valores estabelecidos na legislação vigente, observando que
em relação a substâncias inorgânicas a Resolução CONAMA 316/02 estabelece valores para algumas
substâncias não constantes da proposta do interessado.
Para a próxima fase do licenciamento o interessado deverá apresentar a proposta de emissão para
todas as substâncias inorgânicas constantes da Resolução CONAMA 316/02 dentre outras exigências
solicitadas no parecer supra citado, tais quais:
- Por ocasião da solicitação da LI:
A URE deverá atender aos limites de emissão estabelecidos na Resolução SMA 79/09,
observando os critérios contidos no artigo 8º desta Resolução
Em nenhuma circunst ncia a Usina de Recuperação de Energia - URE poderá continuar
operando, quando, qualquer um dos limites monitorados continuamente, forem ultrapassados
durante um período superior a quatro horas ininterruptas. No ano, a duração cumulativa da
operação nas condições especificadas no inciso anterior não deverá ultrapassar 0 (sessenta)
horas.
A Usina de Recuperação de Energia - URE deverá monitorar e registrar continuamente pelo
menos os seguintes par metros operacionais do processo
I - taxa de alimentação de resíduos em cada forno
II - temperatura próxima da parede interna ou de outro ponto representativo da c mara
de combustão e da c mara de pós-combustão
III - a concentração de oxigênio no efluente gasoso no ponto representativo;
I - pressão do efluente gasoso no ponto representativo
V - temperatura do efluente gasoso no ponto representativo, e
I - teor de vapor de água do efluente gasoso no ponto representativo.
Não deverá haver emissões fugitivas e odor provenientes da Unidade de Tratamento Mecânico
e Secagem Biológica (TMB).
Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação - LI
- Atender ao Parecer Técnico nº 030/20/IPA de 23.04.2020 emitido pela Divisão de Avaliação do Ar,
Ruído e Vibrações – IPA, quanto às emissões atmosféricas.
Exigência
Por ocasião da solicitação da Licença de Operação - LO
- Apresentar documento que comprove a contratação de empresa responsável pela desratização e
desinsetização do empreendimento, devendo constar informações sobre a periodicidade desse
controle.
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De acordo com a vistoria técnica realizada em 04.02.2020, foi verificada a existência de torre/antena
de telefonia móvel na área de implantação do empreendimento (Figura 09). Foi esclarecido pelo
empreendedor que se trata de estrutura de telefonia celular instalada na sede da empresa Lara, por
meio de contrato de locação entre a empresa Lara e primeiramente para a empresa Nextel
Telecomunicações Ltda., e posteriormente para a sociedade empresária American Tower do Brasil
Cessão de Infraestruturas Ltda., conforme cópias dos seguintes documentos:
- Documento intitulado “Contrato de locação de imóvel ou área para instalação de ERB”, firmado em
28.03.2006, tendo como locador “Lara Central de tratamento de Resíduos Ltda. e locatária “Nextel
Telecomunicações Ltda.” Consta em tal documento que: (…) 3.3: O prazo deste contrato será de 120
(…) meses, renovável por períodos sucessivos de 0 meses, a critério da locatária, caso não haja não
haja nenhuma manifestação desta até 06 (seis) meses antes do término do contrato ou de cada
período sucessivo de 60 (sessenta) meses.(...) 11.1: Por ocasião do término deste Contrato, a
locatária devolverá a área ao locador em boas condições de conservação com exceção de desgaste
natural e retirará os equipamentos. (páginas 1790-1804), e
Foi informado pelo empreendedor que o contrato de locação expirará em 23.03.2021, ocasião em que
o mesmo não será renovado e, que, a desmobilização e retirada da torre/antena será solicitada pelo
empreendedor ao locatário. Antes da instalação do empreendimento o empreendedor deverá
apresentar informações atualizadas sobre a remoção da torre/antena existente.
Exigência
Após a emissão da Licença de Instalação – LI
- Apresentar, antes da instalação do empreendimento, informações atualizadas sobre a remoção da
torre/antena existente, de responsabilidade da sociedade empresária American Tower do Brasil
Cessão de Infraestruturas Ltda., cujo contrato de locação foi informado que expirará em 23.03.2021.
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Informa-se que a porção sul do empreendimento existente localiza-se nas proximidades dos limites da
Área de Proteção e Recuperação de Mananciais da Bacia Hidrográfica do Reservatório Billings –
APRM-B, no entanto, o empreendimento proposto a ser implantado na porção norte contigua ao
empreendimento existente localiza-se totalmente fora de tal APRM.
Figura 10: Vista geral da área de implantação do empreendimento com indicação da localização da URE Mauá e dos
Parques Naturais Municipais do Pedroso no município de Santo André e Guapituba no município de Mauá.
Fonte: Processo CETESB nº 060054/2019-05
Assim sendo, antes da emissão da LO, cabe ao empreendedor cumprir as solicitações da Secretaria
do Verde e Meio Ambiente da Prefeitura do Município de Mauá diretamente nesse órgão.
Exigência
Por ocasião da solicitação da Licença de Operação - LO
- Apresentar o protocolo da Secretaria do Verde e Meio Ambiente da Prefeitura do Município de Mauá
quanto ao cumprimento das solicitações do documento intitulado “Comunicado/Anuência”
(Comunicado nº 001/2020 ref. Processo nº 8248/2019), emitido em 26.03.2020.
O Parecer 030/20/IPA conclui que “(...) para esta fase do licenciamento a proposta apresentada pode
ser aceita, porém quando da concessão da Licença de Instalação (LI) já com o potencial de geração
dos equipamentos mais detalhados, deverá ser apresentado um estudo de previsão de ruído,
comparando com os padrões de níveis de ruído vigentes na ocasião. Caso haja ultrapassagem destes
padrões fora dos limites do empreendimento, medidas de mitigação mais detalhadas deverão ser
apresentadas(...)”.
Consta, ainda, que “(...) no que se refere a vibração as estimativas sinalizam que o impacto a ser
gerado será baixo, não cabendo nenhuma medida mitigadora ou observações específicas sobre este
impacto. Caso durante a operação da URE seja verificada alguma reclamação, medidas mitigadoras
deverão ser implantadas.”
Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação - LI
- Atender ao Parecer Técnico nº 030/20/IPA de 23.04.2020 emitido pela Divisão de Avaliação do Ar,
Ruído e Vibrações – IPA, quanto à geração de ruídos e vibrações.
A análise de tal estudo realizada pelo Setor de Avaliação de Riscos Tecnológicos – IPER que se
manifestou por meio do Parecer Técnico nº 210/20/IPER, de 27.05.2020.
De acordo com o referido Parecer, “a aplicação da Parte I da Norma CETESB P4.261 foi elaborada de
forma adequada, sendo apresentada a Tabela 3 – Propriedades físico-químicas e toxicológicas das
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O Parecer Técnico conclui que, “quanto aos aspectos de risco tecnológico, este IPER não faz
restrições à continuidade do licenciamento ambiental da Unidade de Recuperação Energética - URE
Mauá”. Consta, ainda, a recomendação para a elaboração e implantação de Programa de
Gerenciamento de Risco a ser apresentado por ocasião da solicitação da Licença de Operação.
Exigência
Por ocasião da solicitação da Licença de Operação – LO
- Elaborar e implantar o Programa de Gerenciamento de Risco (PGR), incluindo o Plano de Ação de
Emergência (PAE), o qual deverá ser desenvolvido de acordo com o disposto na Parte IV da norma
CETESB P4.261 Risco de Acidente de Origem Tecnológica – Método para decisão e termos de
referência – Dez/2011.
A operação desta tipologia de empreendimento poderá ocasionar eventuais acidentes que possam
causar danos ao meio ambiente, aos trabalhadores e à comunidade local.
Após análise das informações apresentadas, tem-se que, por ocasião da solicitação da LI, o
empreendedor deverá apresentar o detalhamento das medidas propostas, em conformidade com a
Portaria Interministerial nº 274 publicada em 30.04.2019, no âmbito de um Plano de Emergência e
Contingência para o empreendimento, conforme Anexos I e II da referida Portaria.
Exigência
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação - LI
- Apresentar Plano detalhado de Emergência e Contingência para o empreendimento em
conformidade com a Portaria Interministerial nº 274 publicada em 30.04.2019, no âmbito de um,
conforme Anexos I e II da referida Portaria. Salienta-se que a citada Portaria disciplina a recuperação
energética dos resíduos sólidos urbanos.
Mesmo quando encerradas as atividades de sistemas de tratamento de resíduos, tais como unidades
de recuperação energética, poderão ser ocasionados impactos ambientais caso não sejam adotadas
adequadas medidas para o seu descomissionamento.
Dessa forma, antes do encerramento das atividades da URE, deverá ser apresentado um Plano de
Desativação, contemplando as instruções contidas no Anexo III da Portaria Interministerial nº 274, de
30 de abril de 2019.
Exigência
Antes do encerramento do empreendimento
- Apresentar um Plano de Desativação, contemplando as instruções contidas no Anexo III da Portaria
Interministerial nº 274, de 30 de abril de 2019, contemplando no mínimo: I - descrição de como e
quando a unidade será parcialmente ou completamente descontinuada; II - diagnóstico ambiental da
área; III - inventário dos resíduos estocados; IV - descrição dos procedimentos de descontaminação
das instalações; V - destinação dos resíduos estocados e dos materiais e equipamentos
contaminados; e VI - cronograma de desativação.
8 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL
De acordo com o Programa apresentado, o empreendedor sugere que o Parque Natural Municipal
Guapituba – Alfredo Klinkert Jr. no município de Mauá seja beneficiário da compensação ambiental,
uma vez que a ADA está inserida a menos de 3 km dessa UC e, que, essa UC não possui Plano de
Manejo e apresenta problemas, tais como falta de infraestrutura. O empreendedor sugere, também,
complementarmente, a aplicação de tais recursos financeiros no Parque Natural Municipal do Pedroso
– Prefeito Lincoln Grillo no município de Santo André, em cuja Zona de Amortecimento a ADA está
inserida. Salienta-se que ambas as UCs supra mencionadas são da categoria de Proteção Integral.
Informa-se, ainda, que no Parecer Técnico DGA/SEMASA emitido pelo Serviço Municipal de
Saneamento de Santo André - SEMASA em 04.05.2020 (páginas 1870-1888), também descrito no
item INTERFERÊNCIAS EM ÁREAS PROTEGIDAS, considera que o EIA/RIMA prevê medidas de
compensação ambiental para as UCs atingidas, nas quais inclui-se o Parque Natural Municipal do
Pedroso no município de Santo André.
Salienta-se que as atribuições referentes à definição e destinação das verbas compensatórias são da
Câmara de Compensação Ambiental – CCA da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente – SIMA,
nos termos da Resolução SMA n° 24/2012. Para a emissão da LI, deverá ser apresentado
comprovante do depósito bancário no valor referente à compensação ambiental definida na Memória
de Cálculo elaborada pela CETESB e aprovada pelo empreendedor, para atendimento à Lei Federal
nº 9.985/2000 regulamentada pelo Decreto Federal nº. 4.340/2002 e alterada pelo Decreto Federal n°
6.848/2009 e a assinatura de um Termo de Compromisso de Compensação Ambiental – TCCA
conforme estabelecido no Decreto Estadual n° 60.070 de 15.01.2014, conforme indicação da Câmara
de Compensação Ambiental – CCA da SIMA.
Por ocasião da solicitação de LO, deverá ser apresentado após a apuração final do custo do
empreendimento, relatório contábil comprovando o montante efetivamente despendido, visando à
realização de ajustes no valor destinado à compensação ambiental do empreendimento, cujo depósito,
se houver, deverá ser realizado no mesmo fundo no qual foi efetuado o depósito originário.
Exigências
Antes da emissão da Licença de Instalação - LI
- Apresentar o comprovante do depósito bancário no valor referente à compensação ambiental
definida na Memória de Cálculo elaborada pela CETESB e aprovada pelo empreendedor e a
assinatura de um Termo de Compromisso de Compensação Ambiental – TCCA conforme estabelecido
no Decreto Estadual n° 60.070 de 15.01.2014, conforme indicação da Câmara de Compensação
Ambiental – CCA da SIMA.
Com o advento da publicação da Lei Federal nº 12.305/2010 e Lei Estadual nº 12.300/2006 que
estabelecem, respectivamente, as políticas nacional e estadual de resíduos sólidos, a gestão e
disposição de resíduos devem priorizar a valorização dos resíduos e aproveitamento máximo dos seus
componentes, além de reduzir o volume a ser destinado a aterros.
O empreendimento irá gerar energia elétrica por meio do tratamento térmico dos resíduos sólidos
urbanos, promovendo a valorização dos resíduos e encaminhando apenas as cinzas do processo para
destinação final adequada em aterros, conforme preconizam as Políticas. Além disso, a operação do
empreendimento não afetará os programas de reciclagem em andamento nos munícipios que serão
atendidos pela URE.
Assim sendo, entende-se que empreendimento está em consonância com as Políticas de Resíduos
Sólidos, uma vez que a URE Lara Mauá contempla em sua planta a redução do volume de resíduos, a
disposição de rejeitos do processo em aterros licenciados e a recuperação energética dos materiais.
Por fim, entende-se que a URE Lara Mauá atende ao artigo 5º da Resolução SMA nº 117, de
29.09.2017, uma vez que contempla a geração de energia elétrica por meio do tratamento térmico dos
resíduos, promovendo, dessa forma, a recuperação energética dos materiais, conforme estabelecido
na PNRS.
10 CONCLUSÕES E EXIGÊNCIAS
Considerando que:
- Não são esperadas alterações significativas para a região sob influência do empreendimento.
A equipe técnica concluiu que o EIA/RIMA se mostrou adequado e suficiente para a realização da
análise da viabilidade ambiental e, que, as obras propostas de implantação da Unidade de
Recuperação Energética – URE no município de Mauá, de responsabilidade da empresa Lara Central
de Tratamento de Resíduos Ltda., são ambientalmente viáveis, desde que implementados os planos,
programas e as medidas ambientais apresentados no EIA e cumpridas as condicionantes técnicas
constantes deste Parecer.
Informa-se que no escopo dos programas ambientais, os pontos de monitoramento deverão ser
apresentados em arquivos vetoriais, no formato *.shp (shapefile) ou *.kml (Google Earth). Os arquivos
deverão estar georreferenciados em UTM, Datum SIRGAS 2000, e deverão conter tabela de atributos
com os resultados das análises. Além disso, os resultados analíticos deverão ser apresentados nos
termos da Resolução SMA nº 100/2013 a qual “Regulamenta as exigências para os resultados
analíticos, incluindo-se a amostragem, objeto de apreciação pelos órgãos integrantes do Sistema
Estadual de Administração da Qualidade Ambiental, Proteção, Controle e Desenvolvimento do Meio
Ambiente e Uso Adequado dos Recursos Naturais – SEA UA” e suas atualizações.
Ademais, salienta-se que os relatórios de monitoramento gerados a partir dos diversos planos e
programas associados à instalação, operação e cuidados pós encerramento das atividades de
disposição de resíduos no empreendimento deverão ser disponibilizados para consulta na própria
área, cabendo ressaltar que a finalidade primeira deste tipo de relatório é a de indicar a necessidade
de adoção de medidas que visem evitar e/ou mitigar impactos associados ao empreendimento, além
de identificar não conformidades com relação à operação ou à manutenção de sua infraestrutura e
sistemas de proteção ambiental, atividades de inteira responsabilidade do empreendedor. Neste
contexto, os relatórios de monitoramento produzidos devem ser utilizados como elementos de
autogestão pelo interessado e pela sua equipe técnica e, devem sempre estar disponíveis à CETESB
quando esta requisitar.
Além disso, as informações deverão ser apresentadas em conformidade com a Decisão de Diretoria –
DD n° 069/2016/P de 12.04.2016, que dispõe sobre a apresentação de informações técnicas à
CETESB.
- Apresentar um Programa de Controle Ambiental das Obras detalhado que contemple um Programa
de Gestão dos Resíduos da Construção e da Demolição, com cronograma específico de execução,
que contemple os volumes de resíduos a serem gerados, incluindo os resíduos de serviço de saúde e
o detalhamento das medidas sanitárias e ambientais a serem adotadas, incluindo os locais a serem
utilizados para destinação final destes resíduos e as respectivas cartas de anuência das empresas
destinatárias. Obter os Certificados de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental – CADRI
antes do encaminhamento dos resíduos considerados de interesse ambiental pela CETESB aos locais
de destinação.
poços de monitoramento das águas subterrâneas instalada, como medida de segurança adicional;
Subprograma de Controle de Efluentes e Subprograma de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos). O
Programa deverá contemplar, minimamente: ações de prevenção e controle de erosão nas várias
atividades de implantação do empreendimento, medidas provisórias e definitivas, acompanhamento
ambiental das obras e os responsáveis pela implementação e suas atribuições gerenciais. Incluir a
gestão das áreas de obtenção e de armazenamento temporário de solo e de armazenamento
temporário dos resíduos da construção civil que serão reutilizados.
- Atender ao Parecer Técnico nº 181/19/IPGS de 04.12.2019 emitido pelo Setor de Avaliação e Gestão
do Uso do Solo - IPGS.
- Informar de que forma será realizada a interligação da subestação de energia elétrica com o Sistema
Interligado Nacional – SIN, contemplando a localização da rede de transmissão/distribuição, layout das
infraestruturas e obras associadas, caso necessárias.
- Apresentar manifestação da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL para a interligação com
o Sistema Interligado Nacional - SIN.
- Apresentar anuência da empresa concessionária responsável pela linha de transmissão/distribuição
de energia elétrica a ser utilizada para a interligação com o Sistema Integrado Nacional – SIN para a
exportação da energia gerada na URE para consumo externo.
- Atender ao Parecer Técnico nº 030/20/IPA de 23.04.2020 emitido pela Divisão de Avaliação do Ar,
Ruído e Vibrações – IPA, quanto às emissões atmosféricas.
- Atender ao Parecer Técnico nº 030/20/IPA de 23.04.2020 emitido pela Divisão de Avaliação do Ar,
Ruído e Vibrações – IPA, quanto à geração de ruídos e vibrações.
- Apresentar um balanço das ações realizadas nos Programas de Controle e Prevenção de Acidentes
e de Minimização de Incômodos a População, durante a implantação do empreendimento.
- Atender ao Parecer Técnico nº 030/20/IPA de 23.04.2020 emitido pela Divisão de Avaliação do Ar,
Ruído e Vibrações – IPA, quanto às emissões atmosféricas..
- Atender ao Parecer Técnico nº 030/20/IPA de 23.04.2020 emitido pela Divisão de Avaliação do Ar,
Ruído e Vibrações – IPA, quanto às emissões atmosféricas.
- Atender ao Parecer Técnico nº 030/20/IPA de 23.04.2020 emitido pela Divisão de Avaliação do Ar,
Ruído e Vibrações – IPA, quanto à geração de ruídos e vibrações.