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PARECER TÉCNICO

COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Nº 053/20/IPGR


Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP
C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7
Site: www.cetesb.sp.gov.br

PROCESSO: CETESB n° 060054/2019-05 (Processo n º 224/2019)


INTERESSADO: Lara Central de Tratamento de Resíduos Ltda.
MUNICÍPIO: Mauá
ASSUNTO: Análise da viabilidade ambiental das Obras de Implantação da Unidade de Recuperação
Energética - URE
DATA: 25/06/20

1 INTRODUÇÃO

O presente Parecer Técnico trata da Análise da Viabilidade Ambiental das Obras de Implantação da
Unidade de Recuperação Energética - URE no município de Mauá, sob responsabilidade da empresa
Lara Central de Tratamento de Resíduos Ltda., para o tratamento térmico dos Resíduos Sólidos
Urbanos – RSU e resíduos Classe II gerados no município de Mauá, na Região Metropolitana de São
Paulo – RMSP e entorno, com vistas à geração de energia elétrica. Sua elaboração foi fundamentada
no Estudo de Impacto Ambiental – EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA elaborado
em 2019 pela empresa CPEA - Consultoria, Planejamento e Estudos Ambientais Ltda., de
responsabilidade do Engº Maurício Tecchio Romeu (Registro no CREA n° 0682149514-SP e Anotação
de Responsabilidade Técnica – ART n° 28027230190786573) e respectivas complementações, bem
como, na vistoria técnica realizada em 04.02.2020 e nos demais documentos do processo. Informa-se
que os documentos constantes no Processo digital n° 060054/2019-05 (páginas 0017 a 2166), quando
necessário, estão referenciados nesse Parecer pelas respectivas “páginas”. Dentre os documentos
apresentados, destacam-se:

- Anotações de Responsabilidade Técnica – ARTs (páginas 0024-0033).

- Cópias das matrículas nºs 15.561, 27.834, 29.785, 33.574, 34.836 e 349, emitidas pelo Oficial de
Registro de Imóveis e Anexos de Mauá – SP (páginas 1428-1438 e 1444-1472).

- Cópia do documento intitulado “Manifestação Técnica 22-1/2019” emitida pela Divisão de


Licenciamento Ambiental da Prefeitura de Mauá em 05.08.2019, na qual consta que: “(...) o processo
de licenciamento ambiental referido deverá ser realizado pelo órgão ambiental competente (…) o
Departamento de Controle Ambiental não faz objeção quanto à implantação da atividade no local e à
obtenção das licenças ambientais no órgão ambiental competente, desde que sejam seguidos os
procedimentos de acordo com a legislação ambiental” (página 1689).

- Deliberação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê - CBH-AT n° 90 de 20 de fevereiro de


2020, na qual constam recomendações para o prosseguimento do processo de licenciamento
ambiental do empreendimento (páginas 1726-1733).

- Cópia da Certidão de Uso do Solo n° 014/20 emitida pelo Departamento de Parcelamento do Solo da
Prefeitura do Município de Mauá em 11.03.2020, na qual consta que “(...) os imóveis inscritos nesta
Prefeitura (…) situados no Sertãozinho, localizam-se em ZDE 1A – Zona de Desenvolvimento
Econômico 1A, conforme Lei Municipal nº 4968/2014 e suas alterações e anexos, onde são permitidos
usos de incomodidade III, assim definidos pela Lei. Certifica, ainda, que no local informado é permitida
a atividade de Usina de Recuperação Energética (...)” (página 1771).

- Cópia do documento intitulado “Comunicado/Anuência” (Comunicado nº 001/2020 ref. Processo nº


8248/2019), emitido pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente da Prefeitura do Município de Mauá
em 26.03.2020, no qual consta que, desde que cumpridos os itens do referido documento e as
solicitações de informações complementares da CETESB, o empreendimento tem o apoio do
município e do órgão gestor do Parque Natural Municipal Guapituba – Alfredo Klinkert Jr. que é a
Secretaria do Verde e Meio Ambiente (páginas 1779-1780).

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- Cópia do documento intitulado “Contrato de locação de imóvel ou área para instalação de ERB”,
firmado em 28.03.2006, tendo como locador “Lara Central de tratamento de Resíduos Ltda.” e
locatária “Nextel Telecomunicações Ltda.” (páginas 1790-1804).

- Cópia da correspondência emitida pela empresa Nextel Telecomunicações Ltda. à empresa Lara
Central de Tratamento de Resíduos Ltda. em 24.10.2006 (página 1807).

- Informações complementares apresentadas em 18.05.2020 (páginas 1750-1868) e em 29.06.2020


(páginas 2113-2165).

- Parecer Técnico DGA/SEMASA emitido pelo Serviço Municipal de Saneamento de Santo André -
SEMASA em 04.05.2020, no qual consta que: “(...) não se vislumbram óbices à emissão de
autorização por parte da gestão do PNM Pedroso para a implantação e operação da Unidade de
Recuperação Energética – URE Mauá, desde que sejam efetivamente implementados os programas
ambientais propostos no Estudo de Impacto Ambiental” (páginas 1870-1888).

- Ata da Audiência Pública realizada pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente – CONSEMA em
12.12.2019 no município de Mauá (páginas 1890-1899).

- Informação Técnica – IT nº 113/19/CLA emitida pela Agência Ambiental do ABC I - CLA de


09.10.2019, na qual consta que o local destinado para a implantação da URE não apresenta
obrigações ambientais junto à CETESB e que não há restrição quanto ao uso da área pretendida
(páginas 2101-2104).

- Correspondência eletrônica emitida pela Agência Ambiental do ABC I - CLA em 17.06.2020, na qual
consta que as autuações indicadas na Informação Técnica - IT nº 133/19/CLA continuam sendo
atendidas e o empreendimento está regular (páginas 2101-2104).

- Parecer Técnico n° 181/19/IPGS emitido pelo Setor de Avaliação e Gestão do Uso do Solo – IPGS
em 04.12.2019, no qual consta que: “(...) os dados e informações apresentados são suficientes para
esta etapa de licenciamento ambiental, não havendo, portanto, nenhum impedimento para a
concessão da Licença Prévia (LP) (...)” (páginas 2108-2110).

- Parecer Técnico n° 030/20/IPA referente às emissões atmosféricas e ruídos, emitido pela Divisão de
Avaliação do Ar, Ruído e Vibrações – IPA em 23.04.2020, concluindo que: “(...) no que se referem às
emissões atmosféricas, ruído e vibração, nada temos a opor a concessão da Licença Prévia (...)”
(páginas 2077-2100).

- Termo de Referência Específico TER nº 345/IPHAN-SP emitido pelo Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional – IPHAN em 22.04.2020, onde consta que “(...) na perspectiva da Salvaguarda do
Patrimônio Arqueológico, este IPHAN acolhe a solicitação e manifesta-se favoravelmente à anuência
das Licenças solicitadas junto aos órgãos ambientais (LP, LI e LO)” (páginas 1782-1784).

- Parecer Técnico nº 341/19/IPEE emitido pelo Setor de Avaliação de Efluentes – IPEE em 09.10.2019
, onde consta que “(...) a proposta de encaminhamento dos efluentes a serem gerados tanto na
implantação do empreendimento quanto na operação do sistema térmico de RSU e respectivas áreas
de apoio para o sistema de tratamento de efluentes existente no empreendimento é adequada e pode
ser aceita para fins de Licenciamento Ambiental Prévio (...)” (páginas 2105-2107).

- Parecer Técnico nº 210/20/IPER emitido pelo Setor de Avaliação de Riscos Tecnológicos – IPER em
27.05.2020, onde consta que: “(...) quanto aos aspectos de risco tecnológico, este IPER não faz
restrições à continuidade do licenciamento ambiental da Unidade de Recuperação Energética - URE
Mauá (...)” (páginas 2111-2112).

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2 HISTÓRICO DO PROCESSO DE LICENCIAMENTO

Em 06.04.2015 foi protocolizado o Termo de Referência para a elaboração do Estudo de Impacto


Ambiental – EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA do empreendimento em
referência, sendo que em 13.07.2015, este foi consolidado por meio do Parecer Técnico
n°078/17/IPSR, nos termos da Resolução SMA n° 49/2014 que dispõe sobre os procedimentos para
licenciamento ambiental com avaliação de impacto ambiental, no âmbito da Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo - CETESB.

Em 13.08.2019 foi protocolizado o EIA/RIMA, sendo que em 27.08.2019 o processo foi autuado e em
29.08.2019 foi publicado o pedido de LP no Diário Oficial do Estado - DOE, ocasião em que a análise
da viabilidade ambiental do empreendimento foi iniciada.

Em 12.12.2019 foi realizada Audiência Pública pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente –
CONSEMA no município de Mauá.

Em 04.02.2020 foi realizada vistoria técnica nas áreas de implantação do empreendimento e entorno.

Foram solicitadas informações complementares em 06.03.2020 (páginas 1736 a 1737) e em


25.06.2020 (página 2114), as quais foram apresentadas em 18.05.2020 (páginas 1750 a 1868) e em
29.06.2020 (páginas 2113-2165).

3 JUSTIFICATIVA DO EMPREENDIMENTO

De acordo com as informações apresentadas no EIA, a implantação da Unidade de Recuperação


Energética – URE Mauá é justificada pelos seguintes argumentos:

 Disponibilidade de local ambientalmente adequado para o tratamento e disposição final dos


resíduos sólidos urbanos gerados nos seguintes municípios pertencentes à Região
Metropolitana de São Paulo – RMSP e entorno: Mauá, Diadema, Ferraz de Vasconcelos,
Itanhaém, Juquiá, Praia Grande, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, São Bernardo do Campo
e São Caetano do Sul. Além disso, irá promover a manutenção ou melhoria da qualidade
ambiental da região onde está inserido, pois se apresenta como alternativa para a continuidade
da destinação final adequada dos resíduos sólidos urbanos gerados em tais municípios;
 A operação do empreendimento não afetará a continuidade do reaproveitamento de materiais
recicláveis provenientes de programas de coleta seletiva em andamento ou a serem
implantados nos municípios atendidos pela URE;
 O tratamento térmico dos resíduos sólidos urbanos na URE irá diminuir o volume de disposição
no aterro sanitário, aumentando a sua vida útil com a disposição apenas dos rejeitos do
processo e, também, diminuição da necessidade de ampliação em novas áreas, ou mesmo, de
implantação de novos aterros;
 No tratamento térmico dos resíduos, será possível utilizar o biogás gerado no aterro como
combustível na operação da URE, além de promover o reaproveitamento energético dos
materiais e a geração de energia elétrica de fonte renovável, sendo prevista a sua interligação
com o Sistema Interligado Nacional – SIN;
 A localização do empreendimento, em área antropizada e dentro de uma planta onde já opera
um aterro sanitário, não irá impactar o sistema viário local, tanto no recebimento dos resíduos
provenientes dos municípios atendidos quanto para a disposição dos rejeitos do processo,
mantendo a logística de transporte já estabelecida na operação do aterro sanitário. Além disso,
haverá o aproveitamento de parte das infraestruturas existentes no local, minimizando os custos
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da implantação de um novo empreendimento e o impacto ambiental, pois não haverá uso de


novas áreas;
 O empreendimento está em consonância com os princípios da Política Nacional de Resíduos
Sólidos (Lei nº 12.305/10) e da Política Estadual de Resíduos (Lei Estadual nº 12.300/06), pois
contempla o reaproveitamento energético dos materiais, contribui para a redução do volume de
resíduos destinados ao aterro sanitário, incentiva a reciclagem e minimiza os potenciais efeitos
adversos sobre o solo, as águas e o ar, além de promover a geração de energia elétrica de
fonte renovável.

4 ALTERNATIVAS LOCACIONAIS E TECNOLÓGICAS

Nos termos da Resolução CONAMA n° 001/86, o EIA e o RIMA apresentados contemplam a


alternativa zero e estudo de alternativas locacionais e tecnológicas para a implantação do
empreendimento.

4.1 Alternativas Locacionais

O estudo de alternativas locacionais apresentado no EIA considerou diversas possibilidades de locais


para a implantação do empreendimento, tendo como referência a Região Metropolitana de São Paulo
– RMSP e os atuais municípios que dispõem os seus resíduos sólidos urbanos no aterro sanitário da
empresa Lara.

De forma geral, a busca por áreas que possuam dimensões e características necessárias para receber
empreendimentos desse porte e natureza apresenta dificuldades, tendo em vista a escassez de locais
adequados e as restrições legais e ambientais observadas nas áreas pesquisadas.

Conforme descrito no item JUSTIFICATIVA DO EMPREENDIMENTO, a proposta do empreendimento


considera a sua implantação dentro da gleba onde está implantado o aterro sanitário existente, de
forma a aproveitar a sua infraestrutura de apoio, a logística do transporte de resíduos, aproveitamento
do biogás gerado no aterro, além de proporcionar o prolongamento da vida útil do aterro, com a
recuperação energética dos resíduos, numa mesma planta.

Dessa forma, foram estudadas 06 áreas no entorno imediato do Aterro Sanitário Lara e dentro da
propriedade da empresa (Figura 01), considerando os seguintes indicadores: intervenção em cursos
d’água e nascentes; intervenção em Áreas de Preservação Permanente - APPs; supressão de
vegetação nativa; interferência com áreas estratégicas de interesse do empreendedor, incluindo
aquelas previstas para expansão do aterro sanitário; restrições estabelecidas pela legislação
ambiental e de ordenamento territorial municipal; e proximidade com equipamentos de infraestrutura
básica, tais como, saneamento básico (abastecimento de água e esgoto), energia elétrica e distância
para captação do biogás e ponto de conexão com gás natural.

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Figura 01: Alternativas locacionais


Fonte: Adaptado Processo CETESB nº 060054/2019-05

Para cada uma das áreas foram aplicados os critérios definidos pelo empreendedor, cujas
características principais são apresentadas na Tabela 01:

Tabela 01: Características das alternativas locacionais


Alternativ Características principais
as
01 Ausência de cursos d’água, nascentes e APPs; possibilidade de se utilizar as vias internas do aterro sanitário sem
necessidade de abertura de novos acessos; ausência de fragmentos de vegetação a serem suprimidos; parte da
área apresenta restrição por se tratar de Zona de Especial Interesse Ambiental (ZEIA), que não comporta o uso
pretendido; ausência de infraestrutura de saneamento (água e esgoto) e fornecimento de energia elétrica; distante
de pontos importantes para o reaproveitamento do biogás e ligação com rede de gás natural; área potencial para a
ampliação do aterro sanitário.
02 Uso do solo dividido entre campo antrópico com presença de árvores isoladas e fragmentos de Floresta Ombrófila
Densa, com necessidade de supressão; ausência de cursos d’água, nascentes, APPs, áreas protegidas ou com
restrições legais (ambientais e de ordenamento territorial); não necessita de novos acessos; distância pouco
favorável para o uso do biogás do aterro ou gás natural.
03 Recoberta por fragmento de vegetação nativa e necessidade de supressão, com presença de curso d’água,
nascente e respectivas APPs; possibilidade de utilização das vias internas; ausência de infraestrutura de água e
esgoto e fornecimento de energia elétrica; distância relativamente favorável com pontos de conexão com rede de
gás natural.
04 Existência de Reserva Legal em 54% da área; presença de curso d’água, nascente e respectivas APPs; parte da
área classificada como ZEIA, com restrição para o uso pretendido; necessidade de implantação de acesso ao local
e de infraestrutura de água, esgoto e energia elétrica; distância pouco favorável com o sistema de gás natural.
05 Recoberta por fragmentos de Floresta Ombrófila Densa e árvores isoladas, com necessidade de supressão;
presença de nascentes e respectivas APPs; parte da área classificada como ZEIA, com restrição para o uso
pretendido; necessidade de abertura de nova via de acesso, de infraestrutura de água, esgoto e energia elétrica;
distante de pontos de conexão para reaproveitamento do biogás ou ligação com rede de gás natural
06 Presença de instalações e estruturas de apoio à operação do aterro, em área licenciada, com necessidade de
demolição e desmobilização das mesmas; realocação de parte das estruturas para novas áreas; ausência de
cursos d’água, nascentes e APPs; ausência de fragmentos de vegetação com presença de árvores isoladas a
serem suprimidas; não apresenta restrições ambientais ou áreas protegidas; localização próxima à entrada do
aterro sanitário; possibilidade de compartilhar as infraestruturas existentes, incluindo a Estação de Tratamento de
Efluentes; proximidade com conexões da rede de coleta do biogás do aterro e com a rede de gás natural disponível
junto ao acesso do empreendimento.

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Segundo o empreendedor, dentre as opções analisadas, a Alternativa 06 mostrou-se como a área


mais apropriada para implantação da URE. Mesmo com a demolição de parte das estruturas e
instalações de apoio à operação existentes atualmente e sua mudança para outro local, a Alternativa
06 é a mais viável do ponto de vista ambiental, técnico e econômico, uma vez que: não há
interferência com recursos hídricos, com APPs e com áreas com restrição legal; é dotada de
infraestrutura básica de água, esgoto e energia elétrica; há proximidade com pontos de conexão
importantes para o projeto e facilidade de acesso (não necessita de abertura ou ampliação de sistema
viário interno à área).

Cabe ressaltar que a Prefeitura do Município de Mauá emitiu em 11.03.2020 a Certidão de Uso do
Solo nº 014/2020, onde consta que “(...) que no local informado é permitida a atividade de "USINA DE
RECUPERAÇÃO ENERGÉTICA (...)".

Assim sendo, considerando que foi apresentado o estudo de alternativas locacionais e que o município
de Mauá não apresenta restrições quanto ao uso e ocupação do solo, a escolha da denominada
Alternativa 06 para a implantação da URE foi considerada a mais adequada pelos critérios técnicos,
legais e ambientais estabelecidos no EIA.

4.2 Alternativas Tecnológicas

O estudo de Alternativas Tecnológicas apresentado no EIA contemplou as principais tecnologias


aplicáveis ao tratamento e disposição de resíduos sólidos urbanos. Dentre a seleção das tecnologias
aplicáveis, foram discutidas pelo empreendedor as principais vantagens e desvantagens das que
seguem:

Aterro Sanitário: comumente utilizado para a disposição final de resíduos sólidos urbanos, aceita
bem variações de demanda e apresenta como vantagem os custos relativamente baixos para a
implantação e operação quando comparado à outras tecnologias. Como desvantagem, a exigência de
grandes áreas compatíveis com o uso pretendido, livre de restrições legais e ambientais,
obrigatoriedade de tratamento prévio dos resíduos, potencial geração de odores característicos,
incômodos aos funcionários e população do entorno e de atração de aves em busca de alimentos;
necessidade de sistemas de proteção ambiental eficazes, resistência por parte da comunidade local
entre outros. Segundo o empreendedor, esta tecnologia não se apresenta como a mais favorável,
principalmente quanto à disponibilidade de áreas compatíveis e a necessidade de tratamento prévio
dos resíduos antes da disposição final dos rejeitos.

Compostagem: apresenta como vantagem a redução do volume dos resíduos, com possibilidade de
utilização do composto orgânico em atividades agrícolas, além da redução do uso de recursos
naturais. Como desvantagens, o empreendedor destaca a necessidade de grandes investimentos com
ampla capacidade para recepção dos resíduos, além de equipamentos para separação mecânica das
frações, digestores anaeróbios; necessidade de equipamentos que trabalhem sob pressão negativa
para evitar odores e consequente incômodos aos funcionários e população; necessidade de grandes
áreas para a fase aeróbia do processo e para estocagem do composto orgânico; dificuldades de
comercialização do produto final e existência de restrições para aplicação do composto na agricultura.
De acordo com o empreendedor, a compostagem não se configura como uma alternativa favorável,
principalmente quanto à necessidade de segregação na fonte.

Uso do biogás como combustível para Geração de energia: alternativa comumente adotada em
aterros sanitários como combustível para a geração de energia elétrica por meio de motores, turbinas
ou microturbinas, apresenta como vantagens o aproveitamento da energia do biogás e a diminuição
dos gases do efeito estufa, em comparação com emissões de biogás sem queima. Como
desvantagens, o decaimento no longo prazo da vazão do biogás no aterro e da geração de energia
elétrica após o encerramento da disposição final de resíduos.

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Tratamento térmico e aproveitamento energético: a alternativa tecnológica adotada pelo


empreendedor é a incineração por meio de grelhas móveis, largamente utilizada para o tratamento
térmico dos resíduos em diversos países. Apresenta como vantagens a redução do volume e massa
dos RSU proporcionando aumento da vida útil dos aterros sanitários; geração de energia elétrica;
possibilidade de implantação próxima a centros de consumo e redução das perdas nas linhas de
transmissão. Como desvantagens, o elevado custo operacional e de manutenção e a necessidade de
um sistema eficiente no tratamento dos gases da queima.

Ressalta-se que, de acordo com o EIA, a tecnologia selecionada pelo empreendedor foi objeto de
diversos estudos com o intuito de melhorar a eficiência e aproveitar a infraestrutura existente do aterro
como o biogás e sua área de implantação.

Com o uso do biogás, foi possível a utilização de um superaquecedor externo à caldeira, que irá
aproveitar a própria energia do biogás e possibilitará trabalhar em condições mais adequadas de
temperatura e pressão, propiciando o aumento da vida útil dos equipamentos.

Com a implantação junto à área do aterro, foi possível acrescentar um processo de tratamento
mecânico biológico com a premissa de reduzir a umidade dos RSU e dos Classe II em até 30%,
proporcionando um ganho de energia e uma melhora operacional em todo o processo, além da
redução no uso de reagentes e insumos.

Dessa forma, o empreendedor demonstrou que a tecnologia de tratamento térmico associada ao


sistema eficiente de tratamento dos gases constitui a alternativa mais adequada, para a correta gestão
dos resíduos sólidos urbanos do município de Mauá e de outros da Região Metropolitana de São
Paulo, quando comparada às demais tecnologias existentes.

4.3 Alternativa Zero

De acordo com o EIA, o cenário atual encontra-se comprometido pela proximidade da saturação do
Aterro Sanitário Lara. Ainda que a disposição final dos RSU e Classe II em aterro sanitário seja
adequada, esta não pode ser considerada isoladamente como uma opção de longo prazo, devendo
ser observados os princípios estabelecidos nas Políticas de Resíduos Sólidos para a gestão e
gerenciamento dos RSU.

Com a não implantação da Unidade de Recuperação Energética, que possui a mesma capacidade
operacional do aterro, a vida útil do aterro deixará de ser prolongada e implicará na busca por novas
áreas que comportem o volume de resíduos atualmente recebidos no empreendimento. Além disso, há
que se considerar a escassez de locais adequados e sem restrições, que estejam aptos para a
implantação desta tipologia de empreendimento, podendo acarretar aumento nos custos de transporte
aos municípios atendidos pelo aterro e impactar novas áreas.

Assim, a implantação da URE no município de Mauá na área proposta irá possibilitar não apenas o
aumento da vida útil do aterro existente, mas também minimizar a abertura de novas áreas para
disposição de RSU e Classe II e, ainda, fornecer energia elétrica de fonte renovável, em consonância
com os princípios das Políticas de Resíduos Sólidos.

5 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

5.1 EMPREENDIMENTO EXISTENTE

A Usina de Recuperação de Energia de Mauá - URE Mauá está prevista para ser implantada em uma
porção da gleba, em área contígua, onde está implantado o Aterro Sanitário Lara, localizado à Avenida
Guaraciaba n° 430, Bairro Sertãozinho, no município de Mauá.
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A operação do aterro teve início no ano de 1983 e atualmente o aterro está licenciado, segundo consta
da Informação Técnica nº 133/19/CLA, emitida pela Agência Ambiental ABC I, para receber 3.500 t/dia
de lixo domiciliar comum, resíduos não perigosos diversos (restos de móveis, caixas de madeira, entre
outros), podas vegetais, entulho de construção e solo não contaminado, com codisposição de resíduos
sólidos industriais classes IIA e IIB. Atualmente, os seguintes municípios dispõem seus resíduos no
aterro: Santo André, Praia Grande, São Bernardo do Campo, Ferraz de Vasconcelos, Itanhaém, Mauá,
Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, São Caetano do Sul e Diadema.

O aterro foi instalado com as devidas estruturas de impermeabilização (mantas sintéticas cobertas por
material argiloso), drenagem de gases e drenagem de efluentes (drenos direcionados para tanque de
acúmulo) e conta com programas ambientais e monitoramentos, tais como: de água superficial e
subterrânea e monitoramento geotécnico. Os efluentes gerados no aterro são encaminhados para
tratamento em ETE localizada no empreendimento licenciado, a qual, segundo informado no EIA,
possui capacidade de 24 m³/h (600 m³/dia).

O Aterro Sanitário Lara conta com as seguintes estruturas de apoio: manutenção e almoxarifado,
manutenção de máquinas e equipamentos, área de lavagem de máquinas e equipamentos, autoclave
de resíduos de serviço de saúde (RSS), balanças, portaria e área administrativa, enfermaria, galpões
desocupados (atualmente sem usos definidos) e galpões com atividades diversas.

De acordo com a correspondência eletrônica encaminhada em 17.06.2020 pela Agência Ambiental do


ABC I – CLA, o aterro possui a Licença de Operação Renovação nº 16010948 emitida em 10.06.2020,
com validade até 17.06.2025.

Informa-se que tramita nesta Companhia a análise de viabilidade ambiental referente às Obras de
Ampliação do Aterro Sanitário Lara em área contigua ao maciço existente, cuja análise está sendo
realizada no âmbito do Processo CETESB.004322/2018-33.

5.2 IMPLANTAÇÃO DA UNIDADE DE RECUPERAÇÃO ENERGÉTICA

A Unidade de Recuperação de Energia será destinada ao recebimento e tratamento térmico dos


resíduos sólidos urbanos já recebidos no aterro em operação, com capacidade para 3.000 t/dia de
resíduos e recuperação de energia capaz de gerar uma potência nominal de 77 MW de energia
elétrica. Salienta-se que, de acordo com a Informação Técnica nº 133/19/CLA da Agência Ambiental
ABC I, o aterro existente está licenciado para o recebimento de 3.500 t/dia de resíduos. No entanto,
atualmente o empreendimento recebe quantidade inferior ao volume licenciado, equivalente a cerca de
2300 t/dia de resíduos. Dessa forma, a URE terá capacidade para tratamento da integralidade dos
resíduos recebidos atualmente no aterro. Convém salientar, ainda que não haverá incremento na
capacidade de recebimento de resíduos do aterro.

De acordo com o EIA, o empreendimento proposto será implantado em área de 72.025 m², sendo
parte destinada a URE e o restante destinado às unidades de apoio e de infraestrutura previstas para
a usina.

A maior parte da área pleiteada para a instalação do empreendimento é ocupada atualmente por
estruturas de apoio do aterro. Consta do EIA que tais estruturas serão devidamente demolidas e seus
equipamentos desmobilizados para posterior uso quando da transferência do local, de forma que o
aterro sanitário mantenha sua operação normalmente, concomitante à implantação da planta de
recuperação de energia. As unidades a serem realocadas serão implantadas com licenciamento
específico. Informa-se que a ETE do Aterro será utilizada para destinação dos efluentes da URE e do
Aterro existente.

Cód.: SO598V03 07/08/2009 8/48


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5.2.1 Unidade de Recuperação Energética

A Unidade de Recuperação Energética de resíduos será composta por uma série de unidades e
equipamentos, conforme pode ser observado na Figura 02.

Figura 02: 1-Portaria de Controle e Balanças; 2-Área de Apoio; 3-Biofiltros; 4-Acesso ao Aterro; 5-Fosso de recebimento de
RSU (bunker de recebimento); 6-Funil de Alimentação; 7-TMB; 8- Forno e Caldeira; 9-Sistema de tratamento de gases; 10-
Chaminé; 11-Sistema de tubulação; 12-Casa de Turbina; 13-Tanque de água para emergência; 14- Tanque de água do
processo;-Subestação; 16-Torre de resfriamento –(Condensado a ar – ACC)
Fonte: Processo CETESB.060054/2019-05

5.2.2 Recepção e Armazenamento

O tratamento térmico terá início com a chegada dos resíduos na área para recepção, onde serão
cadastrados, encaminhados para pesagem e inspeção visual da frente de descarga, e depois
destinados às baias de recebimento do fosso. No caso da identificação de resíduos inadequados para
o processo de queima na URE, antes do descarregamento para o fosso, estes serão devolvidos para
as respectivas empresas transportadoras da origem dos resíduos. O registro de cada caminhão será
efetuado por meio de um cartão magnético exclusivo de cada veículo transportador, com os dados
armazenados no sistema da URE.

O fosso de armazenamento será executado em estrutura de concreto fechada tipo Bunker com
capacidade para 20.000 m³ de resíduos, distribuídos em 4 fossos, fosso 1 e 2 com 35 x 5 x 6 m (C x L
x A) com capacidade de 1.000m3 cada e fosso 3 e 4 com 35 x 14 x 19 m (C x L x A) com capacidade
de 9.000 m3 cada. O descarregamento no fosso contará com 12 baias para o descarregamento dos
resíduos, podendo receber até 12 caminhões simultaneamente.

Anteriormente à queima, os RSU passam pela planta de Tratamento Mecânico Biológico (TMB), que
visa reduzir o nível de umidade dos resíduos, podendo reduzir em até 30% do volume de umidade,
proporcionando um ganho de energia e uma melhoria em todo o processo da planta, permitindo
reduzir o uso de reagentes e insumos.

5.2.3 Sistema de Tratamento Mecânico Biológico (TMB)

Consta do EIA que, os resíduos entregues pelos veículos serão descarregados nos quatro funis de
alimentação ou, caso os funis estiverem ocupados, a descarga será realizada diretamente nos fossos
de recebimento. Cada funil de alimentação está localizado acima de uma correia transportadora.
Artigos grandes e resíduos volumosos permanecem na parte inferior da tremonha e podem ser
removidos pela ponte rolante. As correias transportadoras encaminham os resíduos aos trituradores,
onde ocorre o processo de cominuição da maior parte do material até um tamanho menor que 300
mm. Após cada triturador, há um tambor de triagem que classifica o material em três frações: uma
Cód.: SO598V03 07/08/2009 9/48
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fração fina (< 120 mm), uma fração média (de 120 a 300 mm) e uma fração de tamanho igual ou
superior a 300 mm.

Foi informado no EIA que a fração de tamanho maior é coletada por uma correia transportadora e
retorna ao fosso de armazenamento de onde é novamente carregada no funil pela ponte rolante. A
fração média também é coletada pela correia transportadora, porém é enviada para a separação de
materiais ferrosos, onde, por meio de indução magnética (ímã localizado em uma linha acima do
transportador), ocorre a remoção do material ferroso contido na fração média, que será recuperado e
transferido para uma correia transportadora diferente que depositará o mesmo em caçambas. Cada
tambor de triagem está equipado com um transportador coletor para a fração fina. Em operação
normal, os transportadores coletores transferem a fração fina para um transportador subsequente que
envia o material para a separação de material ferroso, que segue a descrição citada acima. O material
restante da fração fina é transportado para a planta de secagem biológica.

Desta forma os resíduos do fosso passam por processos de triagem (tambor de triagem) e trituração
até reduzir os resíduos ao tamanho a <300 mm e remoção de material ferroso. Na sequência, o
material restante é transportado para a secagem biológica.

Estes processos ocorrem em ambiente fechado sendo que o ar proveniente do triturador e da área de
armazenamento é captado, passa por um sistema de filtragem e é utilizado no sistema de secagem
biológica.

A secagem biológica consiste em um processo de degradação controlada da matéria orgânica que


ocorrerá, também, em área fechada com captação das emissões. Os resíduos triturados e triados são
dispostos em 70 pistas operadas por vagão de transferência e 03 equipamentos chamados “Lane
Turner BACKHUS LTC.”, que se movem e revolvem os resíduos de forma que a mistura se torne
homogênea e aerada, sendo que em média, a cada 2,5 dias cada pista será girada duas vezes.

Esta etapa gera uma degradação biológica da massa orgânica por microrganismos, gerando um auto
aquecimento e provoca um processo de auto secagem, e uma evaporação da água presente no
resíduo, sendo esperada uma redução de 30 % da umidade do resíduo.

5.2.4 Tratamento térmico com recuperação de energia

Após a secagem, os resíduos são descarregados em um fosso específico e encaminhados para


tratamento térmico em duas linhas, composta cada uma por um forno, uma caldeira e um sistema de
tratamento de gases, conforme pode ser observado na Figura 03, a seguir. A capacidade de cada
linha é de 2.160 t/dia após a redução da umidade na secagem biológica.

O processo inicia-se com o operador que mistura e manipula o resíduo depositado neste fosso com
uma garra mecânica de forma que o resíduo a ser alimentado nos fornos possibilite um funcionamento
mais estável da planta.

Os resíduos são alimentados por meio de uma moega, onde será controlada e monitorada a taxa de
alimentação, proposta em 45 t/h por linha, portanto, com uma capacidade total de alimentação de 90
t/h de RSU.

Os fornos possuem grelhas móveis com injeção de ar para uma combustão mais completa, onde
ocorrerá a secagem, volatilização, gaseificação e a oxidação dos resíduos, conforme pode ser
observado na Figura 04, a seguir. Ao final da grelha são retirados o material inerte e não queimado,
que irão compor as escórias.

Cód.: SO598V03 07/08/2009 10/48


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Figura 03 – Esquema do processo de oxidação térmica e geração de energia elétrica da URE


Fonte: Processo CETESB.060054/2019-05

Figura 04 – Etapas que ocorrem com os resíduos sobre a grelha do forno


Fonte: Processo CETESB.060054/2019-05

Para o monitoramento interno do forno está prevista a instalação de duas câmeras na parede traseira
da câmara de combustão, acima do transportador de escória. Contará também com um sistema
AGAM, conhecido como medição acústica da temperatura da câmara de combustão. O sistema possui
queimadores auxiliares utilizados para início da operação e para condições desfavoráveis que
abaixem a temperatura de queima.

Os gases gerados nesta queima, bem como os compostos orgânicos e substâncias inorgânicas
volatilizadas passam por uma câmara com 850ºC e 02 segundos de tempo de residência após a última
injeção de ar de combustão.
Cód.: SO598V03 07/08/2009 11/48
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Na sequência os gases são encaminhados a duas caldeiras, uma em cada linha, onde irão trocar calor
e gerar vapor. O projeto da caldeira terá um sistema de superaquecedor de múltiplos estágios no
interior da caldeira e um superaquecedor externo à caldeira.

Este superaquecedor externo consiste em um forno circular com zona de radiação seguida de seções
convectivas e irá operar com o biogás gerado no aterro, e que atualmente é queimado em flares, sem
o aproveitamento energético.

A caldeira de vapor será também equipada com um economizador, que opera em contra fluxo e que
tem a função de aquecer previamente a água que entrará na caldeira, com a finalidade de otimizar a
eficiência da caldeira.

5.2.5 Sistema de Coleta e Extração de Cinzas e Escórias

O processo de queima dos resíduos irá gerar cinzas e escórias em várias partes do equipamento,
sendo prevista a instalação de um sistema de coleta e extração desses rejeitos, localizado abaixo das
grelhas.

A quantidade de cinzas de fundo de caldeiras (superaquecedores) foi estimada em 13.000 t/ano; dos
resíduos provenientes do tratamento de gases estimados em 30.000 t/ano (Resíduo Classe I) e das
escórias provenientes de forno e grelhas estimada em 139.000 t/ano (Resíduo Classe II).

Foi informado que os resíduos classificados perante a norma NBR 10.004/04 (Resíduos Sólidos –
Classificação), como Classe II (não perigosos) poderão ser encaminhados para disposição final
diretamente no Aterro Sanitário Lara, sendo que apenas os resíduos provenientes do tratamento de
gases de combustão, estes considerados Classe I (perigosos), deverão ser encaminhados para
disposição final em aterro licenciado para tal finalidade.

5.2.6 Manutenção Periódica da Unidade

De acordo com o EIA, estão previstas paradas de manutenção programadas, ocasião em que haverá
a necessidade de paralisação da URE. O sistema prevê um funcionamento contínuo de 24 h/dia,
sendo prevista a operação durante 340 dias por ano, com cerca de 20 a 25 dias de parada para
manutenção do sistema.

Durante as paradas, os RSU e Classe II coletados nos municípios serão encaminhados para o Aterro
Sanitário Lara.

5.3 Geração de Energia

A URE em questão irá operar em ciclo simples, isto é, o vapor gerado na caldeira a 500oC e 85 bar irá
mover uma turbina a vapor, sem queima suplementar de combustível, gerando energia elétrica. A
unidade deverá gerar 77 MW de energia elétrica, sendo 38,5 MW por módulo.

Está previsto um by-pass que permite que o vapor da caldeira seja desviado a um condensador
resfriado a ar, caso a turbina pare ou precise de manutenção, sem que seja necessário que a URE
seja paralisada. A energia gerada será disponibilizada em rede para consumo externo, por meio da
interligação com o Sistema Interligado Nacional – SIN, sendo prevista a instalação de uma subestação
na própria planta.

Cód.: SO598V03 07/08/2009 12/48


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5.4 Sistemas de Apoio à Implantação e Operação do Empreendimento

As obras de implantação da URE compreenderão as etapas de terraplanagem, construção civil e


montagem das instalações, como banheiros químicos e abrigo (tendas), além da demolição das
unidades previstas e, para tanto, será necessário a instalação de um canteiro de obras. Este canteiro
será instalado dentro da ADA do empreendimento, ou ainda, dentro da propriedade da Lara em local
de apoio ao aterro sanitário, de forma que o canteiro não atrapalhe na operação do aterro.

Durante as obras de implantação da URE, serão utilizados os seguintes equipamentos:


retroescavadeiras, guindastes, caminhões betoneiras, escavadeiras, tratores, caminhões basculantes,
Munck e pipa, comboio de lubrificação, utilitários e automóveis, perfuratrizes para estacas, rolos
compactadores, compressor a ar, bombas de água, bombas de concreto entre outros.

Os acessos a serem utilizados para a implantação do empreendimento serão os mesmos utilizados


atualmente para acesso ao aterro existente.

O empreendimento contará com sistema de abastecimento de água por meio da rede direta da SAMA
- Saneamento Básico do Município de Mauá, ou será fornecido por caminhão pipa. Todo efluente
gerado nas obras, com exceção dos banheiros químicos, será encaminhado para a estação de
tratamento existente no aterro Lara e/ou interligado ao sistema da SAMA. Serão gerados cerca de 5
m³/h de efluentes no processo de tratamento mecânico e secagem biológica (TMB) e no tratamento
térmico (URE), que serão coletados e encaminhados para uma caixa coletora e direcionados para um
coletor tronco, e por bombeamento, encaminhados para a ETE existente dentro da propriedade da
Lara Central de Tratamento de Resíduos, não havendo lançamento direto para os cursos d’água da
região.

Para a fase de obras, estima-se a geração de 500 empregos diretos, no pico das obras, envolvendo
atividades de construção civil, montagem eletromecânica de equipamentos e serviços especializados,
gerando no mínimo 9 kg/dia e no máximo 225 kg/dia de resíduos domésticos nos refeitórios,
sanitários, vivência e escritórios que serão dispostos no aterro existente.

Quanto à operação do empreendimento, esta fase irá contemplar 62 funcionários, diretos e indiretos,
distribuídos entre os setores administrativo, comercial, operacional e manutenção/serviços gerais.

De acordo com o EIA, o custo para a implantação do empreendimento foi estimado em R$


800.000.000 (oitocentos milhões de reais).

De acordo com o cronograma de implantação apresentado pelo empreendedor, os serviços


necessários para a instalação da URE serão executados em 30 meses.

6 ÁREAS DE INFLUÊNCIA

De acordo com as informações apresentadas no EIA, as áreas de influência do empreendimento são


as seguintes:

- Área Diretamente Afetada – ADA: Corresponde à área destinada à implantação da Unidade de


Recuperação de Energética (URE) bem como as unidades de apoio e infraestrutura necessárias para
as etapas de instalação e operação do empreendimento, tais como: canteiro de obras e acessos
provisórios e permanentes.

- Área de Influência Direta – AID: definida como uma poligonal que compreende a microbacia
hidrográfica do Córrego da Serraria para o meio físico; para o meio biótico foi delimitada considerando-
se, ao norte, a faixa de vegetação contínua até o limite com os bairros adjacentes; ao leste, a
Interligação entre o Rodoanel Mário Covas e a Av. Papa João XXIII (SPA-086/21) por compor barreira
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física à biota; ao oeste, a Estrada do Pedroso e a área urbana adensada; e por fim estendendo-se ao
sul até encontrar novamente com o Rodoanel Mário Covas (SP-021). Já para o meio socioeconômico,
foi definido o município de Mauá.

- Área de Influência Indireta – AII: para o meio físico foi definida como a porção norte da Bacia do Alto
Tietê (UGRHI 06), na sub-bacia hidrográfica Billings-Tamanduateí, limitada pelos afluentes do Córrego
Taboão até a confluência deste com o Rio Tamanduateí. O meio biótico compreende as áreas
vegetadas que se desenvolvem desde as margens da Represa Billings (ao sul) até as proximidades
das áreas urbanizadas no entorno do empreendimento. O meio socioeconômico compreende os
limites administrativos dos seguintes municípios: Mauá, Ribeirão Pires e Santo André.

7 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS E PROPROSIÇÃO DE MEDIDAS MITIGADORAS

Os principais potenciais impactos ao meio ambiente, decorrentes das fases de planejamento,


instalação, operação e encerramento do empreendimento, bem como as principais medidas
mitigadoras e/ou compensatórias propostas pelo empreendedor e as exigidas pela CETESB, são
apresentadas a seguir. Informa-se que não estão previstas: interferências em áreas tombadas e nem
em Área de Proteção e Recuperação de Mananciais – APRM; interferências em atividades minerárias;
intervenção em Áreas de Preservação Permanente – APPs e interferências em cursos d'água;
desapropriações imobiliárias e relocação de população.

7.1 FASE DE PLANEJAMENTO

7.1.1 EXPECTATIVA DA POPULAÇÃO QUANTO À IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO


A possibilidade de implantação da URE poderá gerar apreensões e expectativas na população
residente nas suas áreas de influência, quanto à: incidência dos potenciais impactos ambientais,
eventuais transtornos relacionados à obra de instalação e operação do empreendimento, melhorias a
serem realizadas nas regiões afetadas, além de expectativas quanto à geração de novos empregos.

De acordo com o EIA, o entorno da URE é caracterizado por atividades industriais na porção norte,
aterro existente, seguido de vazios urbanos com presença densa de vegetação na porção sul, sendo
os núcleos densamente urbanizados localizados nas porções leste e oeste, distando cerca de 1.300 m
e 1.500 m, respectivamente.

Conforme já descrito anteriormente, o empreendimento encontra-se em operação desde o ano de


1983 com o aterro sanitário e outras atividades relacionadas aos resíduos sólidos. De acordo com o
EIA, a localização em área de uso predominantemente industrial e distante de bairros habitacionais
não favorece a geração de conflitos com a população nas proximidades do empreendimento.

Entretanto, por se tratar de uma nova tecnologia a ser instalada no local, está prevista a
implementação de um Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental por meio do qual o
empreendedor pretende estabelecer um canal para diálogo com a população e disponibilizar as
informações sobre a implantação e operação da URE e de todas as operações que se desenvolvem
na área do empreendimento (disposição final de resíduos e recuperação de energia), de forma a
ressaltar as vantagens e benefícios de sua operação conjunta em um mesmo local.

Tal Programa prevê a atuação em 03 Eixos, quais sejam:

▪ Eixo 1 – Conhecendo o Aterro Sanitário e a URE: difusão de informações técnicas e ambientais


sobre resíduos sólidos, operação do aterro e da URE, medidas de controle adotadas, podendo incluir
de visitas monitoradas de apoio a cursos de formação técnica e profissional.
▪ Eixo 2 - Formação em Educação Ambiental e Desenvolvimento Humano: inclui atividades
relacionadas à qualidade de vida da população e dos trabalhadores, por meio da educação ambiental.
▪ Eixo 3 – Apoio a Ações Ambientais e Reciclagem: neste eixo, a Lara deverá apoiar ações
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ambientais e atividades de reciclagem desenvolvidas no âmbito do município, por meio de parcerias,


esclarecendo as possíveis dúvidas sobre o funcionamento da URE e suas características.

O empreendedor informa que o Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental terá início na
fase de planejamento e será implementado durante a implantação e operação da URE, até o final de
sua vida útil, sendo o detalhamento apresentado por ocasião da solicitação da Licença de Instalação –
LI. Por ocasião da solicitação da Licença de Operação – LO, deverá ser apresentado um balanço das
ações realizadas durante a implantação da URE.
Quanto à geração de empregos, este aspecto será abordado no item GERAÇÃO DE EMPREGOS E
DESMOBILIZAÇÃO DE MÃO DE OBRA.

Foi proposto, ainda, a implementação de um Programa de Gestão Ambiental durante todas as fases
do empreendimento, que visa garantir que todas as atividades do empreendimento sejam conduzidas
adequadamente, sob o ponto de vista ambiental, assegurando e mantendo o padrão de qualidade
ambiental desejado, cujos resultados obtidos deverão estar contemplados no Programa de
Comunicação Social e Educação Ambiental.

Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI
- Apresentar o detalhamento do Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental, cujos
roteiros estão disponíveis no endereço:
http://www.CETESB.sp.gov.br/licenciamento/documentos/programa-educacao-ambiental.pdf

Por ocasião da solicitação da Licença de Operação – LO


- Apresentar o balanço das ações realizadas no Programa de Comunicação Social e Educação
Ambiental, contemplando os resultados obtidos no Programa de Gestão Ambiental da URE.

7.1.2 COMPATIBILIDADE COM A LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

Conforme descrito, as obras de implantação do empreendimento serão realizadas em área localizada


no município de Mauá. Nesse sentido, foram apresentadas pelo empreendedor cópias dos seguintes
documentos emitidos pela prefeitura do citado município:

- Cópia do documento intitulado “Manifestação Técnica 22-1/2019” emitida pela Divisão de


Licenciamento Ambiental da Prefeitura de Mauá em 05.08.2019, na qual consta que: “(...) o processo
de licenciamento ambiental referido deverá ser realizado pelo órgão ambiental competente (…) o
Departamento de Controle Ambiental não faz objeção quanto à implantação da atividade no local e à
obtenção das licenças ambientais no órgão ambiental competente, desde que sejam seguidos os
procedimentos de acordo com a legislação ambiental” (página 1689), e

- Cópia da Certidão de Uso do Solo n° 014/20 emitida pelo Departamento de Parcelamento do Solo da
Prefeitura do Município de Mauá em 11.03.2020, na qual consta que “(...) os imóveis inscritos nesta
Prefeitura (…) situados no Sertãozinho, localizam-se em ZDE 1A – Zona de Desenvolvimento
Econômico 1A, conforme Lei Municipal nº 4968/2014 e suas alterações e anexos, onde são permitidos
usos de incomodidade III, assim definidos pela Lei. Certifica, ainda, que no local informado é permitida
a atividade de Usina de Recuperação Energética (...)” (página 1771).

Face ao exposto, para fins de licenciamento ambiental prévio tem-se que o empreendimento proposto
é compatível com a legislação municipal incidente.

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7.2 FASE DE INSTALAÇÃO

7.2.1 IMPACTOS SOBRE PROPRIEDADES

Conforme descrito anteriormente, o empreendimento proposto será implantado em área de 7,20 ha


situado no interior de gleba de 30,06 ha (página 20) em área contígua às instalações do
empreendimento existente e em operação, localizada na Avenida Guaraciaba, nº 430, no bairro
Sertãozinho no município de Mauá (página 18).

De acordo com as informações apresentadas, o empreendimento será implantado em área situada em


seis imóveis pertencentes ao empreendedor (página 235), objetos das matrículas nºs 15.561, 27.834,
29.785, 33.574, 34.836 e 349, emitidas pelo Oficial de Registro de Imóveis e Anexos de Mauá – SP,
cujas cópias constam nas páginas 1428-1438 e 1444 a 1472. Na Figura 05 são indicados os referidos
imóveis.

Da leitura das supra mencionadas matrículas, verificou-se que na Matrícula nº 34.836 (página 1461)
consta que: “(...) pelo Instrumento Particular datado de 02.05.2011, Tratex Construções e
Participações S/A (…) transferiu a título de conferência de bens para integralização de capital social, o
imóvel objeto desta à Leccaros Participaçoes S.A. (...)”.

Figura 05: Indicação dos imóveis onde o empreendimento será implantado


Fonte: Processo CETESB nº 060054/2019-05

Face ao exposto, não são esperados impactos sobre propriedades. Assim sendo, por ocasião da
solicitação da LI, cabe ao empreendedor demonstrar que o imóvel objeto da Matrícula nº 34.836 é de
propriedade da empresa Lara Central de Tratamento de Resíduos Ltda.

Exigência
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação– LI
- Apresentar informações atualizadas, demonstrando que o imóvel objeto da Matrícula nº 34.836
emitida pelo Oficial de Registro de Imóveis e Anexos de Mauá – SP é de propriedade da empresa
Lara Central de Tratamento de Resíduos Ltda.

7.2.2 SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO NATIVA

De acordo com o EIA, a região onde o empreendimento será implantado encontra-se bastante
antropizada e com intensa atividade industrial, com presença de áreas reflorestadas e de mata, áreas
urbanizadas, corpos d'água e respectivas Áreas de Preservação Permanente - APPs.
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Especificamente quanto à ADA, tal área está localizada em zona de desenvolvimento econômico do
município de Mauá, sendo que o empreendimento será implantado no interior da gleba onde opera o
empreendimento existente. Conforme descrito anteriormente, o empreendimento proposto ocupará
área de 7,20 ha, sendo que a vegetação existente é rarefeita. A vegetação mais preservada de tal área
localiza-se na porção sudeste, na borda de fragmento florestal contíguo de vegetação secundária em
estágio sucessional médio de regeneração. Informa-se que há campo antrópico e trechos de
reflorestamento na porção leste da ADA, com ocorrência de indivíduos arbóreos isolados, eucaliptos e
bambuzal. Cita-se, ainda, árvores isoladas ao longo da ADA, situadas no entorno das edificações
existentes (Vista geral da ADA e entorno constam na Figura 06).

Conforme descrito no item INTERFERÊNCIA EM ÁREAS PROTEGIDAS, a área do empreendimento


está inserida na Zona de Amortecimento – ZA do Parque Natural Municipal do Pedroso e a menos de 3
km do Parque Natural Municipal Guapituba. No entanto, verifica-se que a cobertura vegetal encontrada
na ADA encontra-se afastada dessas UCs e isolada destas por áreas bastante antropizadas.

Figura 06: Vista geral da ADA e entorno


Fonte: Projeto Sala de Cenários (CETESB, 2020)

Para a implantação do empreendimento será necessária a supressão de 0,01 ha de vegetação


secundária em estágio sucessional médio de regeneração localizada na borda do citado fragmento
florestal existente, 0,27 ha de reflorestamento com vegetação em regeneração natural considerado de
estágio sucessional inicial de regeneração, 0,20 ha de reflorestamento com eucaliptos e 1,03 ha de
campo antrópico com árvores isoladas, sendo necessário o corte de 450 árvores isoladas, dos quais
230 de espécies nativas (incluindo 38 indivíduos com algum grau de ameaça) e 220 espécies exóticas.
Na Figura 07 constam os quantitativos da cobertura vegetal a ser suprimida para a implantação do
empreendimento e os usos da ADA. Ressalta-se que o empreendimento será implantado
integralmente fora das Áreas de Preservação Permanente – APP existentes no entorno.

Com relação às espécies vegetais com algum grau de ameaça, de acordo com o levantamento
florístico realizado na ADA/AID, foram identificadas na área de supressão (ADA) a espécie Paubrasilia
echinata (pau Brasil), considerada em perigo na lista nacional e Cedrela Fissilis (cedro rosa),
considerada vulnerável nas listas oficiais do Estado de São Paulo e da flora nacional.

Cód.: SO598V03 07/08/2009 17/48


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Figura 07: Quadro da cobertura vegetal existente a ser suprimida e uso do solo na ADA
Fonte: Processo nº 060054/2019-05

Foi proposto no EIA um programa de supressão de vegetação, que tem como principais objetivos
evitar interferências fora da área de intervenção, direcionar a supressão, de forma a facilitar o
afugentamento e resgate de fauna, considerado no item IMPACTOS NA FAUNA SILVESTRE, e
minimizar a geração e destinar adequadamente os resíduos vegetais. Foi proposto, ainda, um
programa de enriquecimento florestal para compensar a vegetação a ser suprimida nos termos da
legislação florestal vigente.

Informa-se que foi realizada consulta, inclusive sobre a regularidade florestal da área de implantação
do empreendimento, na Agência Ambiental do ABC I - CLA, que realiza o controle e a fiscalização do
empreendimento existente, a qual se manifestou por meio da Informação Técnica nº 113/19/CLA de
09.10.2019, na qual consta que o local destinado para a implantação da URE não apresenta
obrigações ambientais junto à CETESB e que não há restrição quanto ao uso da área pretendida.

Após análise das informações apresentadas, tem-se que conforme Lei Federal n° 11.428/2006, o corte
de 38 árvores isoladas de espécies vegetais do bioma Mata Atlântica com algum grau de ameaça,
existentes em área bastante antropizada, é passível de autorização, uma vez que tal supressão não
oferece risco de sobrevivência às espécies, salientando que o empreendimento em questão é de
utilidade pública nos termos desta Lei.

Além disso, considerando que a área de implantação do empreendimento encontra-se bastante


antropizada e com presença de edificações, dada a inexistência de alternativa técnica locacional para
a sua implantação e, que, nos termos da Lei nº 11.428/2006 trata-se de uma obra de utilidade pública,
tem-se que para a supressão de vegetação pretendida de 0,01 ha de vegetação nativa secundária em
estágio sucessional médio de regeneração em borda de fragmento florestal não existem óbices com
base na legislação florestal em vigor.

Dessa forma, por ocasião da solicitação da LI, cabe ao empreendedor solicitar autorização para
supressão de vegetação pretendida. Salienta-se que nos termos da Resolução SMA nº 07/2017, que
define o cálculo das compensações pela supressão de vegetação nativa e corte de árvores isoladas, o
município de Mauá é caracterizado na classe de prioridade para restauração da vegetação nativa
muito alta.

Com relação ao corte de 220 árvores isoladas de espécies exóticas, recomenda-se considerar a
legislação municipal em vigor junto à Prefeitura Municipal.

Exigência
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI
- Solicitar autorização para supressão de 0,01 ha de vegetação secundária em estágio sucessional
médio de regeneração, 0,27 ha de reflorestamento com vegetação secundária em estágio sucessional
inicial de regeneração, corte de 230 de árvores isoladas de espécies nativas (incluindo 38 indivíduos
com algum grau de ameaça) e corte de 220 árvores isoladas de espécies exóticas. Salienta-se que
para o corte das árvores isoladas de espécies exóticas, deverá ser considerada a legislação municipal
em vigor. Nessa ocasião deverá ser apresentado projeto de plantio compensatório, acompanhado de
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cronograma de implementação, conforme diretrizes determinadas pela Resolução SMA n° 32/2014


que estabelece as orientações, diretrizes e critérios sobre restauração ecológica no Estado de São
Paulo. Em tal projeto deverão ser indicadas as áreas onde serão realizados os plantios
compensatórios e ter sua inscrição realizada no Sistema Informatizado de Apoio à Restauração
Ecológica - SARE. Salienta-se que nos termos da Resolução SMA 07/2017, que define as o cálculo
das compensações pela supressão de vegetação nativa e corte de árvores isoladas, o município de
Mauá é caracterizado na classe de prioridade para restauração da vegetação nativa muito alta.

7.2.3 INTERFERÊNCIAS SOBRE O PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO


De acordo com o EIA, no que diz respeito ao patrimônio arqueológico, não existem registros de sítios
ou achados arqueológicos no município de Mauá. A área onde será implantada a URE Mauá encontra-
se atualmente ocupada por estruturas de apoio (ativas e desativadas) à operação do Aterro Lara,
tendo sido, portanto, objeto de alteração no passado.
Nos termos da Instrução Normativa nº 001 de 25 de março de 2015, o Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional – IPHAN encaminhou o Termo de Referência Específico TER nº 345/IPHAN-SP
emitido em 22.04.2020 aplicável para o empreendimento em análise.

Consta no referido documento emitido pelo IPHAN que o empreendimento foi classificado como “De
baixa interferência sobre as condições vigentes do solo, localizados em áreas alteradas, não
coincidentes com sítios arqueológicos cadastrados”, enquadrando-se no Nível I conforme anexo I da
IN nº 001/15, sendo exigido para a emissão de manifestação conclusiva do IPHAN o Termo de
Compromisso do Empreendedor - TCE.

Consta ainda que “o TCE preenchido, assinado e já apresentado a esta Superintendência Regional
atesta a ciência e o compromisso de Vossa Senhoria no que se refere às medidas a serem tomadas
em caso de achado de bens arqueológicos durante as obras, atendendo às exigências legais para a
realização de obras classificadas no Nível I”.

Por fim, o referido TER conclui que “na perspectiva da Salvaguarda do Patrimônio Arqueológico, este
IPHAN acolhe a solicitação e manifesta-se favoravelmente à anuência das Licenças solicitadas junto
aos órgãos ambientais (LP, LI e LO)”.

Face ao exposto, não são esperadas interferências sobre o patrimônio arqueológico.

7.2.4 POTENCIAIS IMPACTOS ASSOCIADOS ÀS OBRAS PARA INSTALAÇÃO DO


EMPREENDIMENTO

De acordo com informações apresentadas no EIA, quanto à implantação do empreendimento no que


tange ao serviço de terraplenagem, a maior parte da área de implantação da URE atualmente é
utilizada por estruturas de apoio à operação do aterro sanitário, estando tais estruturas em área já
devidamente terraplenada, tais estruturas serão demolidas para a implantação do empreendimento.
Desta forma, a movimentação de solo necessária à implantação da URE Mauá deverá ser pouco
expressiva, uma vez que a área já apresenta características próximas às adequadas para o
empreendimento.

Consta do EIA que, caso haja solo excedente, este poderá ser utilizado nas atividades de cobertura
dos resíduos durante a operação do Aterro Sanitário Lara, já, em caso de déficit o mesmo deverá ser
obtido de áreas devidamente licenciadas para esta finalidade.

Foi informado no EIA, que os resíduos da construção e demolição compreenderão os resíduos


gerados durante a implantação do empreendimento pela atividade de limpeza do terreno e na
remoção das unidades existentes. Durante as obras civis e montagens, esses resíduos serão
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constituídos principalmente de concreto, tijolos e assemelhados, metais (ferro, aço, fiação), madeira,
revestimentos, embalagens e solos entre outros.

Atualmente a área a ser ocupada pela URE é composta pelas seguintes unidades, as quais serão
demolidas e alocadas com licenciamento específico, conforme Tabela 02.

Foi informado que os Resíduos da Construção Civil (RCC) provenientes da demolição de paredes e
pisos (tijolos, blocos, concreto em geral, rochas, forros, argamassa, pavimento, etc.) serão utilizados
como material de cobertura de acessos do aterro sanitário.

Tabela 02: Atividades existentes na ADA


Atividades existentes na ADA e uso futuro
Descrição do uso STATUS Uso Pretendido
Lirium: Reciclagem de óleo vegetal
Estas atividades serão implantadas em novo local
Micropet: Beneficiamento de plástico

Manutenção de veículos e caminhões Ativo


Atividades a serem realizadas dentro da Planta da URE
Mauá
Almoxarifado para estoque de materiais diversos
Lavador de veículos (carros, caminhões, etc.)
Posto de abastecimento de veículos Estruturas serão demolidas e equipamentos
Inativo
Galpão Sybertronic desmobilizados para uso futuro

Estruturas serão demolidas e equipamentos


Autoclave: Tratamento Térmico de Resíduos de
desmobilizados para implantação da autoclave em novo
Serviço de Saúde (RSS)
local a ser licenciado dentro da área do aterro sanitário.

Ativo
Manutenção de Máquinas Pesadas (escavadeira,
trator, etc.)
Administrativo/Portaria Serão implantadas novas áreas dentro da planta da
URE.
Balanças e Armazém de EPIs
Enfermaria
Cerwin: Usinagem
Estruturas serão demolidas e equipamentos
CRB: Trituração de pneu Inativo
desmobilizados para uso futuro
Galpão Vazio: Usinagem
Serão implantadas novas áreas dentro da planta da
Separador de Água e Óleo
URE.
Ativo
Estruturas demolidas e equipamentos desmobilizados
Posto de abastecimento de veículos de caminhões
para uso futuro
Fonte: Processo CETESB.060054/2019-05

Salienta-se que os resíduos que não forem reutilizados na obra, e também não forem passíveis de
serem utilizados na operação do aterro sanitário, tais como, embalagens dos equipamentos e dos
materiais que serão utilizados, deverão ser estocados no canteiro de obras em local adequado, sendo
encaminhados para reciclagem por empresas especializadas a serem contratadas. Caso sejam
identificados materiais considerados perigosos, tais como peças contendo amianto, solventes dentre
outros, os mesmos serão encaminhados para aterros específicos.

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Durante as obras civis e montagem, os resíduos inertes serão temporariamente estocados em uma
área específica da ADA, que será dimensionada por ocasião da LI.

Consta do EIA uma estimativa preliminar dos resíduos sólidos a serem gerados na fase de
implantação e adequada destinação, como descrito na Tabela 03 a seguir, sendo que tais destinações
deverão ser detalhadas por ocasião da LI.

Tabela 03: Estimativa de resíduos a serem gerados na implantação do empreendimento


Volume estimado
Tipo de Resíduos Disposição final
Unidade total
Madeira em Geral: restos Reutilização na própria obra, quando for possível.
3
de embalagens e pallets Excedente será encaminhado para reciclagem por m 100
avariados empresas especializadas
Estoque em área de armazenamento temporário para
3
Restos de alvenaria posterior reutilização do material nos acessos do aterro m 400
sanitário

Reutilização na própria obra, quando for possível.


Sucatas metálicas Excedente será encaminhado para reciclagem por t 200
empresas especializadas

Em caso de superávit de solo o mesmo será utilizado


Solo-cortes NA
durante a operação do aterro sanitário
Graxas/Óleos/fluidos 3
Re-refino ou coprocessamento m 1,5
usados
Estopa contaminada com
Aterro autorizado ou incineração t 0,5
óleos, solventes e graxas

Resíduos de vernizes, 3
Co-processamento m 0,2
solventes e tintas
Resíduos de tintas à base 3
Aterro autorizado ou incineração m 1
de água
Restos de alimentos Aterro Sanitário Lara t 50
Papel/Papelão Reciclagem t 1
Plásticos Reciclagem t 0,5
Resíduos de varrição Aterro Sanitário Lara t 5
Resíduos de Serviço de
Incineração autorizada t 1
Saúde
Fonte: Processo CETESB.060054/2019-05

Após análise das informações apresentadas, entende-se que é necessário o gerenciamento da


disposição dos resíduos a serem gerados pelas obras civis, montagem e atividades de demolição.
Dessa forma, o empreendedor deverá apresentar na solicitação da LI o Programa de Controle
Ambiental das Obras detalhado, contemplando um Programa de Gestão dos Resíduos da Construção
e da Demolição.

Considerando que não é prevista uma intensa movimentação de solos e é prevista desmobilização de
resíduos na área do empreendimento, deverá ser apresentado o balanço de massa de solo da obra,
além das destinações e utilização dos resíduos na obra por ocasião da solicitação da LI.

Salienta-se que as áreas de empréstimo e de armazenamento temporária do solo ao longo da


implantação do empreendimento deverão estar contempladas no âmbito do Programa de Controle
Ambiental das Obras, conforme item INTENSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE DINÂMICA
SUPERFICIAL.

Cód.: SO598V03 07/08/2009 21/48


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Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI
- Apresentar, no âmbito do projeto executivo, Programa de Gerenciamento dos Resíduos da
Construção Civil e Solo, conforme Resolução Conama 307/2002 e suas alterações contendo, no
mínimo: a cubagem das quantidades de resíduos de demolição a serem removidos, indicação das
segregações a serem efetuadas, suficiência das áreas de armazenamento temporário e destinações
pretendidas, bem como do balanço de solo e sua área de armazenamento.

- Apresentar um Programa de Controle Ambiental das Obras detalhado que contemple um Programa
de Gestão dos Resíduos da Construção e da Demolição, com cronograma específico de execução,
que contemple os volumes de resíduos a serem gerados, incluindo os resíduos de serviço de saúde e
o detalhamento das medidas sanitárias e ambientais a serem adotadas, incluindo os locais a serem
utilizados para destinação final destes resíduos e as respectivas cartas de anuência das empresas
destinatárias. Obter os Certificados de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental – CADRI
antes do encaminhamento dos resíduos considerados de interesse ambiental pela CETESB aos locais
de destinação.

7.2.5. GERAÇÃO DE EMPREGOS E DESMOBILIZAÇÃO DE MÃO DE OBRA

De acordo com informações apresentadas no EIA, a mão de obra necessária para a fase de
implantação da URE deverá mobilizar um montante de 500 trabalhadores no pico das obras. Na fase
de operação está previsto um total de 62 funcionários, sendo 37 diretos, 15 indiretos e 10 funcionários
administrativos, entre nível superior (06), técnico (28) e médio (28). Além desses, também serão
mantidos os atuais 195 funcionários do aterro em operação e 177 funcionários da coleta de resíduos.

O empreendedor informa que será dada a preferência para a mão de obra local e que os funcionários
serão devidamente treinados para exercer as atividades ou funções diretamente associadas à
operação do empreendimento, sendo prevista a divulgação das vagas no âmbito do Programa de
Comunicação Social e Educação Ambiental.

O empreendedor propõe um Programa de Contratação, Capacitação e Treinamento da Mão de Obra


que se aplica aos funcionários das obras de implantação e aos funcionários da operação do aterro
sanitário e da URE, além de eventuais novos funcionários para preencher vagas abertas pela
circulação de mão de obra na operação. Tal Programa tem como objetivo oferecer capacitação à mão
de obra atuante nas fases de implantação e operação da URE e do aterro sanitário, além de
treinamento em saúde e segurança ocupacional, devendo ser detalhado por ocasião da solicitação da
Licença de Instalação.

Com relação à contratação e a desmobilização da força de trabalho temporária alocada na fase de


construção e o término da geração de empregos indiretos, considerando que está prevista a
contratação de 500 trabalhadores na fase de pico das obras, cabe ao empreendedor apresentar
proposta de um Programa de Contratação e Desmobilização de Mão de Obra, com o objetivo de
desenvolver ações que potencializem os efeitos da geração de empregos e minimizem os efeitos
negativos da desmobilização decorrentes da conclusão das diferentes etapas da implantação, de
forma que não haja demissão maciça de trabalhadores em determinada data e sim de forma gradual,
acentuando-se no final do processo construtivo.

Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI
- Apresentar, o Programa de Capacitação e Treinamento da Mão de Obra e Programa de Contratação
e Desmobilização de Mão de Obra detalhados. O Programa de Capacitação e Treinamento da Mão de
Obra deverá contemplar a realização de cursos específicos visando à capacitação de pessoas para as
diversas funções requeridas no empreendimento, incluindo os funcionários das empresas
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terceirizadas, número de vagas disponíveis, formas de divulgação, cronograma, detalhamento das


parcerias realizadas, etc.

Por ocasião da solicitação da Licença de Operação – LO


- Apresentar um balanço das ações realizadas no âmbito do Programa de Capacitação e Treinamento
da Mão de Obra e Programa de Contratação e Desmobilização de Mão de Obra durante a implantação
do empreendimento, com registros fotográficos e descritivos das atividades realizadas.

7.3 FASE DE INSTALAÇÃO E OPERAÇÃO

7.3.1 INTENSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE DINÂMICA SUPERFICIAL

Durante a instalação do empreendimento haverá pouca movimentação de solo, mesmo assim estas
atividades podem acelerar processos erosivos, expondo o subsolo, bem como aumentando o risco de
alteração da qualidade das águas superficiais pelo carreamento de sedimentos provenientes das
atividades de terraplenagem.

Os serviços de terraplenagem do terreno da URE compreenderão as seguintes atividades: demolição


e desmobilização das estruturas existentes; implantação do canteiro de obras e escavações (corte) e
aterros do terreno.

De acordo com as informações apresentadas no EIA, durante os serviços de terraplenagem serão


implantados sistemas de drenagens superficiais com a finalidade de encaminhar adequadamente as
águas pluviais, proteger os serviços de terraplenagem e, posteriormente, permitir a proteção dos
aterros e taludes.

Tais sistemas de drenagem serão constituídos de canaletas, trincheiras, caixas e escadas hidráulicas,
como forma de prevenir e controlar os processos de dinâmica superficial. Ainda, serão realizadas
vistorias nas áreas de solo exposto pela terraplanagem, superfícies dos taludes de cortes e aterros,
pilhas de resíduos e materiais e nos elementos de drenagem.

O empreendedor irá adotar no Programa de Controle Ambiental das Obras medidas preventivas e
necessárias para que impactos ambientais previsíveis possam ser evitados durante o processo de
implantação do empreendimento. O procedimento para a limpeza da área deverá incluir controle de
erosões, carreamento de sedimentos, assoreamentos, escorregamentos, drenagem de águas pluviais
(adoção de dispositivos para dissipação) etc.

Informa-se que as medidas propostas devem contemplar quaisquer áreas expostas pelo movimento
de solo durante a implantação e operação do empreendimento (acessos, depósitos de solo, canteiros
de obra, etc.).

Cabe ressaltar que o Programa de Controle Ambiental das Obras contempla 05 subprogramas, quais
sejam: Subprograma de Prevenção e Controle de Processos de Dinâmica Superficial; Subprograma
de Controle da Qualidade do Ar e da Emissão de Ruídos; Subprograma de Controle da Poluição do
Solo e das Águas Subterrâneas; Subprograma de Controle de Efluentes e Subprograma de
Gerenciamento dos Resíduos Sólidos.

Dessa forma, cabe ao empreendedor apresentar, por ocasião da solicitação da LI, o Programa de
Controle Ambiental das Obras detalhado. Além disso, na LO deve ser apresentado o Relatório
Fotográfico e Descritivo, contendo o andamento e a comprovação da completa desmobilização do
canteiro de obras e recuperação das áreas afetadas.

Desta forma, nesta fase entende-se que não são previstos impactos significativos na qualidade das
águas superficiais e processos erosivos na área.
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Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI
- Apresentar o Programa de Controle Ambiental das Obras detalhado, contemplando os 5
Subprogramas previstos (Subprograma de Prevenção e Controle de Processos de Dinâmica
Superficial; Subprograma de Controle da Qualidade do Ar e da Emissão de Ruídos; Subprograma de
Controle da Poluição do Solo e das Águas Subterrâneas, incluindo avaliação da suficiência da rede de
poços de monitoramento das águas subterrâneas instalada, como medida de segurança adicional;
Subprograma de Controle de Efluentes e Subprograma de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos). O
Programa deverá contemplar, minimamente: ações de prevenção e controle de erosão nas várias
atividades de implantação do empreendimento, medidas provisórias e definitivas, acompanhamento
ambiental das obras e os responsáveis pela implementação e suas atribuições gerenciais. Incluir a
gestão das áreas de obtenção e de armazenamento temporário de solo e de armazenamento
temporário dos resíduos da construção civil que serão reutilizados.

Por ocasião da solicitação da Licença de Operação – LO


- Apresentar no âmbito do Programa de Controle Ambiental das Obras, Relatório Fotográfico e
Descritivo, contendo o andamento e a comprovação da completa desmobilização do canteiro de obras
e recuperação das áreas afetadas.

7.3.2 INTERFERÊNCIAS NA FAUNA SILVESTRE

Conforme descrito anteriormente no item SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO NATIVA, o empreendimento


está localizado em região bastante antropizada e com intensa atividade industrial. No entorno ocorrem
áreas reflorestadas, fragmento florestal e APPs de cursos d'água. A ADA encontra-se, ainda, na Zona
de Amortecimento de UC no município de Santo André e a menos de 3 km de UC localizada no
município de Mauá, mas afastada e isolada de tais UCs por áreas bastante antropizadas.

De acordo com o EIA foi realizado levantamento secundário (bibliográfico) da Região Metropolitana de
São Paulo - RMSP, bem como, levantamento primário da fauna, realizado na ADA/AID, cujo período,
metodologias de levantamento (não interventivas) e pontos amostrais foram apresentados no EIA.
Conforme descrito, foram registradas 140 espécies de aves, 8 espécies de mamíferos. Quanto à
herpetofauna, foram registradas 17 espécies, sendo 15 espécies de anfíbios e 2 de répteis.

Nos levantamentos de campo foram registradas duas espécies que possuem algum grau de ameaça
nos termos do Decreto Estadual nº 63.853/2018, que declara as espécies da fauna silvestre no Estado
de São Paulo regionalmente extintas, as ameaçadas de extinção, as quase ameaçadas e as com
dados insuficientes para avaliação, tais como as aves papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) e
gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus).

Os principais potenciais impactos à fauna apresentados no EIA são perda de habitats devido à
supressão da cobertura vegetal e afugentamento/acidentes de espécimes devido à circulação de
trabalhadores, veículos e máquinas, e emissão de ruídos. Foi proposto pelo empreendedor a
implementação do Programa de Controle Ambiental das Obras, contemplando inclusive a adequada
disposição de resíduos para minimizar a atratividade de animais e um Programa de Comunicação
Social e Educação Ambiental, que contempla conteúdo aos trabalhadores para evitar interação
negativa destes com a fauna existente nas áreas sob influência do empreendimento em eventual
encontro. Tais programas estão descritos nos itens INTENSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE
DINÂMICA SUPERFICIAL e EXPECTATIVA DA POPULAÇÃO QUANTO À IMPLANTAÇÃO DO
EMPREENDIMENTO deste Parecer. Está previsto, ainda, o Programa de Supressão de vegetação,
conforme descrito no item SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO NATIVA, que tem como principais objetivos
evitar interferências fora da área de intervenção, direcionar a supressão, de forma a facilitar o
afugentamento e resgate de fauna.

Cód.: SO598V03 07/08/2009 24/48


PARECER TÉCNICO
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C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7
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Durante a instalação, entende-se que as atividades de supressão de vegetação, principalmente da


vegetação secundária em estágio sucessional médio de regeneração em borda de fragmento florestal,
necessárias quando da instalação do empreendimento, poderão acarretar a perda de ninhos e tocas,
além de morte e/ou impedimento de fuga de espécies animais que por ventura estejam presentes,
para áreas externas às obras. Nesse sentido, entende-se adequada a implementação do Programa de
Supressão de vegetação. Por ocasião da solicitação da LI, cabe ao empreendedor apresentar o
detalhamento do referido programa, a ser implementado durante a instalação do empreendimento.
Salienta-se que as atividades de supressão de vegetação deverão ser realizadas com o
acompanhamento de profissionais devidamente habilitados, inclusive para eventual resgate e
atendimento de animais feridos e observados os procedimentos previstos na Resolução SMA n°
22/2010, que dispõe sobre a operacionalização e execução da licença ambiental, e estratégia para
minimizar o impacto sobre a fauna direta ou indiretamente envolvida considerando-se o
direcionamento e método da supressão, época do ano, a necessidade de monitoramento e a
conectividade.

Ressalta-se que as atividades de coleta e captura dependem de autorização específica do


Departamento de Fauna - DeFau da Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais - CBRN da
Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente – SIMA.

Apesar de se tratar de área predominantemente antropizada que recebe relevante influência das
pressões antrópicas locais, tais como o aterro existente e as atividades industriais do entorno,
considerando que também há no entorno áreas com cobertura vegetal que possui capacidade de
suporte para a fauna silvestre, inclusive para espécies de aves com algum grau de ameaça no Estado
de São Paulo, entende-se que cabe ao empreendedor apresentar programa detalhado de
monitoramento não interventivo, que contemple a minimização de incômodos e atratividade de
avifauna por ocasião da solicitação da LI.

Face ao exposto, considerando as medidas contidas nos programas ambientais propostos e


solicitados, com vistas ao resguardo da fauna de ocorrência nas áreas de influência do
empreendimento, tem-se que não são esperadas interferências significativas na fauna silvestre com a
implantação do empreendimento proposto.

Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI
- Apresentar programa detalhado de supressão de vegetação, a ser implementado durante a
instalação do empreendimento, que compreenda o detalhamento das etapas de supressão, medidas
preventivas, mitigadoras e corretivas, resultados, cronograma de implementação e Anotação de
Responsabilidade Técnica – ART do profissional responsável. Salienta-se que as atividades de
supressão de vegetação deverão ser realizadas com o acompanhamento de profissionais
devidamente habilitados, inclusive para eventual resgate e atendimento de animais feridos e
observados os procedimentos previstos na Resolução SMA n° 22/2010, que dispõe sobre a
operacionalização e execução da licença ambiental, e estratégia para minimizar o impacto sobre a
fauna direta ou indiretamente envolvida considerando-se o direcionamento e método da supressão,
época do ano, a necessidade de monitoramento e a conectividade.

- Apresentar para análise e aprovação programa detalhado de monitoramento e de minimização de


incômodos à avifauna durante a instalação e operação do empreendimento, contemplando:
justificativa; esforço amostral; campanhas; métodos não interventivos a serem empregados; medidas
preventivas; identificação de não conformidades e medidas corretivas; localização dos pontos de
coleta plotados em mapa (cartografia oficial, imagem de satélite ou foto aérea) com escala compatível;
cronograma de implementação; Anotação de Responsabilidade Técnica – ART do(s) profissional(is)
responsável(eis). A duração ao longo da operação e conclusão do referido programa deverão ser
embasados em seus resultados e mediante justificativa do responsável.

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Por ocasião da solicitação da Licença de Operação – LO


- Apresentar Relatório final fotográfico e descritivo, devidamente interpretado, do Programa de
Supressão de Vegetação, executado durante a instalação do empreendimento, acompanhado da
Anotação de Técnica – ART do profissional responsável.

Durante a operação do empreendimento


- Disponibilizar na área do empreendimento, relatórios semestrais do Programa de Monitoramento e
de Minimização de Incômodos à avifauna, salientando-se que ao longo do monitoramento e com base
em seus resultados, o empreendedor deverá avaliar a eficiência das medidas adotadas no
empreendimento e caso estas não se mostrem eficientes, deverão ser adotadas outras medidas, de
forma que sejam minimizados os incômodos à avifauna. Salienta-se que a duração durante a
operação e conclusão do referido programa deverão ser embasados em seus resultados e mediante
justificativa do responsável.

7.3.3 PRESSÃO NA INFRAESTRUTURA VIÁRIA, INCÔMODOS À POPULAÇÃO E RISCO DE


ACIDENTES

Devido à presença e movimentação de veículos pesados, tais como caminhões, escavadeiras,


retroescavadeiras e veículos coletores, durante a instalação e operação de empreendimentos desta
tipologia, poderão ocorrer incômodos à população, tais como tráfego intenso, geração de poeira e
espalhamento de lama na área de influência, deterioração das vias de acesso, principalmente nos
meses de chuva, além de riscos de acidentes.

O acesso ao empreendimento está localizado à Avenida Guaraciaba nº 430, Bairro Sertãozinho, no


município de Mauá. De acordo com o “Relatório de Impacto no Tráfego - RIT” elaborado em julho de
2019 e apresentado no EIA, as vias de acesso ao empreendimento serão mantidas, (Avenida Papa
João XXIII e SP 021 – Rodoanel Governador Mário Covas), não sendo prevista alteração nas rotas
atualmente utilizadas para a chegada e saída dos caminhões transportadores de resíduos ao
empreendimento.

Durante a implantação do empreendimento, o transporte dos materiais e equipamentos a serem


utilizados na implantação poderá temporariamente gerar incômodos à população, desta forma,
segundo o EIA, o transporte dos mesmos será realizado por carretas simples, visto que seu peso não
ultrapassará 40 toneladas, sendo realizado conforme estabelecido pela Resolução DNIT nº 10, de 21
de setembro de 2004. Quanto ao transporte dos equipamentos de grande porte, como turbina,
gerador, caldeira, transformador e ponte rolante, este será realizado em conformidade com o disposto
no Código de Trânsito Brasileiro e com as Instruções para o Transporte de Cargas Indivisíveis e
Excedentes em Peso e/ou Dimensões. O Trânsito de Veículos Especiais também deverá seguir as
instruções da resolução acima referida.

Ainda durante a implantação, para as obras de demolição e desmobilização das unidades existentes,
não será necessário o transporte dos resíduos de construção civil para áreas externas, uma vez que
foi reservada uma área dentro da propriedade para ser utilizada como bota-espera de tais resíduos e
está prevista a utilização dos RCC como material de cobertura das vias internas de acesso do aterro
sanitário. Foi informado, ainda, que para as obras de terraplenagem para a instalação da URE haverá
pouca movimentação de solo e, caso haja excedente de material, este poderá ser utilizado na
cobertura das camadas do aterro sanitário, não sendo necessário o tráfego de veículos externos ao
empreendimento. Já para o transporte dos 500 funcionários durante a fase de pico da implantação,
serão utilizados cerca de 11 veículos tipo ônibus, cuja demanda não é significativa para acarretar
alterações ao sistema viário.

Foi proposto no EIA, no âmbito do Programa de Controle Ambiental das Obras, as seguintes medidas
a serem implementadas durante a realização das obras de instalação: umectação das vias de acesso
internas, do material (solo) obtido nas escavações e terraplanagem, das áreas de estocagem de
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material e transporte de solo em caminhões enlonados; manutenção periódica das máquinas,


equipamentos e veículos; controle de velocidade dos veículos, entre outras.

Ressalta-se que foram previstas medidas para o controle de ruídos durante a realização das obras,
também contempladas no Programa de Controle Ambiental das Obras. Quanto aos ruídos gerados por
ocasião da operação da URE, este aspecto está contemplado no item RUÍDOS E VIBRAÇÕES.

O empreendedor informa que não haverá alteração na capacidade de recebimento diária de resíduos,
uma vez que a URE receberá até 3.000 t/dia de resíduos e o aterro em operação está licenciado para
receber quantidade acima desse volume (3.500 t/dia). Informa-se que, apesar de atualmente o aterro
existente receber quantidade inferior à licenciada (cerca de 2.600 t/dia), o estudo de tráfego
apresentado considerou o recebimento de cerca de 3.000 t/dia. Tal volume foi considerado nesse
estudo, pois trata-se da média do recebimento diário em um período de 6 meses de operação do
aterro. Assim sendo, foi concluído que o fluxo de veículos que podem chegar ao aterro é de 39
viagens de carretas e 262 viagens de caminhões compactadores de resíduos, o qual deverá ser
mantido quando a operação da URE for iniciada.

De acordo com o Relatório de Impacto no Tráfego (RIT), as vias de acesso atualmente utilizadas
possuem alto nível de serviço e não são afetadas pela atual operação do aterro sanitário, situação
esta que deverá ser mantida com o início da operação da URE. Entretanto, o RIT indica que as
condições atuais das sinalizações horizontais e verticais do sistema viário local encontram-se
inadequadas para a garantia de um tráfego seguro (Fotos 01 e 02), acarretando um aumento nas
chances de ocorrência de acidentes e outros transtornos no trânsito, o que foi observado na vistoria
realizada pela equipe técnica em 04.02.2020.

Foto 01: Trecho da via de acesso (Rua Ruzzi) sem Foto 02: Entroncamento da Rua Ruzzi x Av. Guaraciaba sem
sinalização vertical. Fonte: CETESB (2020) sinalização vertical e horizontal. Fonte: CETESB (2020)

Segundo descrito no EIA, como haverá um baixo incremento no tráfego durante as obras de
implantação e, que, não é esperado aumento no tráfego de veículos durante a operação da URE, não
são esperados impactos significativos no sistema viário. Entretanto, considerando as condições
observadas nas vias de acessos, principalmente quanto à ausência de sinalização vertical e horizontal
nas proximidades do empreendimento, deverão ser propostas melhorias para minimização de risco de
acidentes nas vias.

Cabe ressaltar que haverá a mudança da atual portaria utilizada no aterro sanitário prevista para a
operação da URE (Figura 08), distante cerca de 250 m da portaria atual e também localizada na
Avenida Guaraciaba, mantendo-se as mesmas vias de acesso.

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Figura 08: Localização da portaria atual e da futura portaria


Fonte: Processo CETESB nº 060054/2019-05

De forma a minimizar a ocorrência de acidentes, o empreendedor propõe a implementação de um


Programa de Controle e Prevenção de Acidentes, que tem por objetivo definir as diretrizes, normas e
instruções de trabalho a serem seguidas pelo empreendedor, por seus fornecedores e prestadores de
serviço, tanto na fase de realização das obras, como na etapa operacional da URE, o qual deverá ser
detalhado por ocasião da solicitação da LI.

Em relação aos possíveis incômodos à população, é desejável que as ações propostas para minimizar
os possíveis incômodos na área de influência do empreendimento sejam implementadas sob a forma
de um Programa. Assim sendo, por ocasião da solicitação da LI, cabe ao empreendedor apresentar
um Programa de Minimização de Incômodos a População, a ser desenvolvido durante todo o período
de instalação e operação do empreendimento, contemplando ações para minimizar os incômodos à
vizinhança.

Ressalta-se que o impacto quanto ao risco de acidentes pela manipulação de resíduos perigosos será
abordado no item RISCOS DE ACIDENTES DEVIDO À MANIPULAÇÃO E ARMAZENAMENTO DE
PRODUTOS QUÍMICOS PERIGOSOS deste Parecer.

Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI
- Apresentar o Programa Controle e Prevenção de Acidentes a ser implementado durante a
implantação e operação do empreendimento, contemplando no mínimo: treinamento dos motoristas
quanto à direção defensiva e o atendimento das normas de trânsito vigentes para o deslocamento nas
vias externas e internas ao empreendimento; sinalizações dos acessos à obra. Deverá ser incluída
neste Programa a proposta de melhorias para a sinalização das vias de acesso nas proximidades do
empreendimento, a serem definidas em conjunto com as autoridades responsáveis. Tal Programa
deverá contemplar a indicação da periodicidade de emissão de relatórios fotográficos e descritivos de
andamento, definição de indicadores de efetividade, devendo ser elaborado por profissional habilitado,
no âmbito de suas atribuições profissionais.

- Apresentar um Programa de Minimização de Incômodos a População, a ser desenvolvido durante


todo o período de instalação e operação do empreendimento, contemplando ações para minimizar os
incômodos à vizinhança.

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Por ocasião da solicitação da Licença de Operação – LO


- Apresentar um balanço das ações realizadas nos Programas de Controle e Prevenção de Acidentes
e de Minimização de Incômodos a População, durante a implantação do empreendimento.

Por ocasião da renovação da Licença de Operação - LO


- Apresentar um balanço das ações realizadas durante a operação do empreendimento dos
Programas de Controle e Prevenção de Acidentes e de Minimização de Incômodos a População.

7.3.4 INTERFERÊNCIAS EM ÁREAS CONTAMINADAS

A análise da Avaliação ambiental preliminar de áreas contaminadas da ADA foi realizada pelo Setor de
Avaliação e Gestão do Uso do Solo - IPGS da CETESB que se manifestou por meio do Parecer
Técnico nº 181/19/IPGS, emitido em 04.12.2019.

No referido Parecer Técnico consta “(...) que o interessado apresentou o estudo de Avaliação
Ambiental Preliminar de forma adequada para considerar que, com relação ao assunto áreas
contaminadas que pudessem interferir com a obra de instalação da URE Mauá, os dados e
informações apresentados são suficientes para esta etapa de licenciamento ambiental, não havendo,
portanto, nenhum impedimento para a concessão da Licença Prévia (LP). Deverá, no entanto, ser
estabelecida a condicionante de que, por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação
(LI), o interessado deverá apresentar um relatório conclusivo sobre os trabalhos de investigação
confirmatória, conforme recomendação feita no documento apresentado. Nesse relatório deverão
constar os planos de investigação detalhados para os diversos locais relacionados (AFs), as
justificativas técnicas pertinentes, a descrição dos trabalhos executados, os resultados e as devidas
interpretações e a proposição das ações e medidas necessárias de serem implementadas em função
dos dados obtidos. Quanto às áreas contaminadas externas, devem ser feitas as devidas avaliações
se as mesmas poderão causar alguma interferência na execução das obras da URE e, caso positivo,
quais as medidas que deverão ser tomadas a respeito desse fato. (...)”.

Exigência
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI
- Atender ao Parecer Técnico nº 181/19/IPGS de 04.12.2019 emitido pelo Setor de Avaliação e Gestão
do Uso do Solo - IPGS.

7.3.5 INTERLIGAÇÃO COM O SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELETRICA

De acordo com o EIA, a energia gerada na URE será utilizada no próprio empreendimento e o
excedente disponibilizado em rede para consumo externo.

Na área do empreendimento, foi reservada uma porção do terreno de 2.500 m² para a implantação de
uma subestação com tensão de 88/138 kV, cujo projeto deverá ser detalhado na solicitação da
Licença de Instalação, conforme descrito no item POTENCIAIS IMPACTOS NO SOLO, DAS ÁGUAS
SUBTERRÂNEAS E SUPERFICIAIS.

Conforme informado no EIA, a empresa ENEL Distribuição São Paulo é a concessionária responsável
pela distribuição da energia elétrica no município de Mauá, assim como fornece energia elétrica para o
empreendimento existente.

A exportação da energia para consumo externo deverá ocorrer pela interligação com o Sistema
Integrado Nacional – SIN por meio de linha de transmissão/distribuição. Tais informações deverão ser
detalhadas por ocasião da solicitação da Licença de Instalação, onde também deverão ser
apresentadas as respectivas anuências da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL e da
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concessionária responsável pela linha de transmissão/distribuição de energia elétrica a ser utilizada


para a interligação com o SIN.

Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI
- Informar de que forma será realizada a interligação da subestação de energia elétrica com o Sistema
Interligado Nacional – SIN, contemplando a localização da rede de transmissão/distribuição, layout das
infraestruturas e obras associadas, caso necessárias.

- Apresentar manifestação da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL para a interligação com
o Sistema Interligado Nacional - SIN.

- Apresentar anuência da empresa concessionária responsável pela linha de transmissão/distribuição


de energia elétrica a ser utilizada para a interligação com o Sistema Integrado Nacional – SIN para a
exportação da energia gerada na URE para consumo externo.

7.4 FASE DE OPERAÇÃO

7.4.1 POTENCIAIS IMPACTOS NO SOLO, SOBRE AS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS E SUPERFICIAIS

Para evitar a contaminação do solo, das águas subterrâneas e superficiais, o empreendedor propõe
que as áreas de manipulação dos resíduos sólidos sejam pavimentadas e cobertas, bem como os
efluentes gerados sejam drenados e encaminhados para ETE existente no empreendimento, não
havendo contato direto com o solo.

A área de recebimento dos resíduos consiste em uma baia pavimentada, sendo as áreas de manobra
e os pátios de concreto ou asfalto projetados para uso de veículos pesados e serão delimitadas por
guias de concreto.

O fosso de armazenamento dos resíduos será uma estrutura de concreto e toda a estrutura do fosso
será fechada (tipo “Bunker”) com abertura somente nas baias de recebimento de resíduos.

Os efluentes a serem gerados durante a operação da URE serão cerca de 5 m³/h no processo de
tratamento mecânico e secagem biológica (TMB) e no tratamento térmico (URE), que serão coletados
e encaminhados para uma caixa coletora e direcionados para um coletor tronco, e por bombeamento,
encaminhados para a ETE existente dentro da propriedade da Lara Central de Tratamento de
Resíduos, não havendo lançamento direto para os cursos d’água da região. Os efluentes domésticos
gerados nas instalações de apoio também serão encaminhados para a ETE existente.

Uma vez que os efluentes serão encaminhados para tratamento na ETE e que não está previsto
lançamento de efluente em corpos d’água, não é esperado alteração na qualidade das águas
superficiais com a operação do empreendimento. Com relação a possível alteração da qualidade das
águas superficiais em decorrência das atividades de movimentação de solo entende-se que, desde
que implementadas as medidas descritas no INTENSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE DINÂMICA
SUPERFICIAL, esse impacto será devidamente mitigado.

Foi solicitada manifestação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê nos termos da Resolução
SMA n° 054/08, o qual se manifestou pela Deliberação CBH-AT n° 90 de 20 de fevereiro de 2020
(página 1726). Esta deliberação apresenta sugestões a serem contempladas na próxima fase do
licenciamento (Licença de Instalação). Dessa forma, informa-se que deve ser apresentado protocolo
do atendimento as exigências deste Comitê por ocasião da solicitação a Licença de Instalação.

De acordo com o interessado, foi previsto ainda, um Subprograma da Poluição do Solo e das Águas
Subterrâneas contendo medidas que serão implementadas tanto no canteiro de obras, quanto nos
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locais de disposição temporária de materiais das obras e de resíduos sólidos, tais quais: manuseio de
concreto e cimento, prevenção contra vazamentos de óleos e graxas e controle de arraste de
materiais.

Ainda foi realizado um Monitoramento de Águas Superficiais em 10 pontos devidamente


georreferenciados indicados no EIA, na Microbacia do Córrego da Serraria, Classificado como classe
4 segundo Decreto 10.775/77. O monitoramento para acompanhamento da URE contará com 3 pontos
de monitoramento, conforme proposto no Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas
Superficiais constante do EIA.

Nesse sentido, visando à proteção do solo e das águas subterrâneas, por ocasião da solicitação da LI,
cabe ao empreendedor apresentar o Projeto Executivo da Usina de Recuperação de Energia
contemplando a Subestação de Energia do complexo. Apresentar o projeto detalhado da infraestrutura
associada a distribuição de energia. Informar o cronograma de interface com a operação do Aterro
Sanitário Lara (Processo CETESB.004322/2018-33), que tramita nesta Companhia e a construção da
URE.

Quanto ao Subprograma da Poluição do Solo e das Águas Subterrâneas e o Monitoramento das


Águas Superficiais, entende-se que a proposta é adequada e deverá ser implementada. Entretanto,
por ocasião da solicitação da LI, o empreendedor deverá apresentar o detalhamento do Subprograma
da Poluição do Solo e das Águas Subterrâneas, conforme solicitado no item INTENSIFICAÇÃO DOS
PROCESSOS DE DINÂMICA SUPERFICIAL e do Programa de Monitoramento da Qualidade das
Águas Superficiais.

Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI
- Apresentar protocolo do atendimento as exigências técnicas solicitadas pelo Comitê de Bacia
Hidrográfica do Alto Tietê contidas na Deliberação CBH-AT n° 90 de 20 de fevereiro de 2020.

- Apresentar Projeto Executivo da Usina de Recuperação de Energia contemplando a Subestação do


complexo, com destaque para os sistemas de proteção ambiental (impermeabilização, drenagem de
águas pluviais, coleta e tratamento de efluentes, etc). Apresentar projeto detalhado da Infraestrutura
associada a distribuição de energia. Informar o cronograma de interface com a operação do Aterro
Sanitário Lara, processo CETESB.004322/2018-33, em tramite nesta Companhia e a construção da
URE. Salienta-se que deverão ser atendidos o disposto na Resolução Conama nº 316/2002 e SMA nº
79/2009, no que couber.

- Apresentar no projeto executivo o Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais


detalhado a ser aplicado durante a operação do empreendimento, contemplando a indicação em
planta dos corpos hídricos a serem monitorados, a localização dos pontos de coleta (com suas
coordenadas geográficas), os parâmetros de análise e a periodicidade das campanhas.

Durante a operação do empreendimento


- Disponibilizar na área do empreendimento, os relatórios do Monitoramento da Qualidade das Águas
Superficiais com a tabulação e interpretação dos resultados analíticos obtidos. Os relatórios deverão
avaliar a efetividade das medidas de controle adotadas durante a operação do empreendimento,
indicando eventuais melhorias.

- Apresentar anualmente relatório consolidado e interpretado dos relatórios do Monitoramento da


Qualidade das Águas Superficiais. Os relatórios deverão avaliar a efetividade das medidas de controle
adotadas durante a operação do empreendimento indicando eventuais melhorias.

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7.4.2 DEMANDA DE ÁGUA E GERAÇÃO DE EFLUENTES LÍQUIDOS

Durante a operação do empreendimento, haverá demanda de água estimada em 5,4 m³/h, a ser
utilizada no processo e nas áreas de apoio, a qual será fornecida pelo serviço municipal por meio do
SAMA – Saneamento Básico do município de Mauá, cuja rede de abastecimento já é utilizada nas
dependências do empreendimento.

O empreendedor informa que será utilizado um sistema de tratamento para desmineralização da água
de processo, por meio de osmose reversa, o qual será detalhado por ocasião da solicitação da licença
de instalação.

De acordo com o EIA, quanto aos efluentes gerados no empreendimento, durante a fase de
implantação estima-se o volume de cerca de 35 m³/dia gerados no canteiro de obras (banheiros,
refeitório e escritório), os quais serão encaminhados para a Estação de Tratamento de Efluentes
existente, que recebe o chorume gerado no aterro sanitário em operação. Foi informado ainda, que os
efluentes gerados na manutenção e lavagem de veículos, máquinas e equipamentos serão
encaminhados para Sistema Separador Água/Óleo (SAO).

Foi proposto pelo empreendedor o controle dos efluentes domésticos e industriais gerados durante a
implantação da URE, cujas medidas se encontram detalhadas no Programa de Controle Ambiental
das Obras, solicitado no item INTENSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE DINAMICA SUPERFICIAL.

Durante a fase de operação, haverá geração de 3 m³/h de efluentes no Tratamento Mecânico


Biológico e 2 m³/h no processo da URE, além dos esgotos sanitários nas unidades de infraestrutura e
apoio, os quais também serão encaminhadas para a ETE do empreendimento licenciado.

Com a operação da URE, o aterro sanitário passará a receber apenas os rejeitos do processo e, com
isso, haverá uma redução no volume de efluentes atualmente tratados na ETE. O empreendedor
informa que, após o início da operação da URE, serão encaminhados cerca de 120 m³/dia de
efluentes gerados no aterro, o que representa uma quantidade 5 vezes menor do volume atual, uma
vez que a ETE possui capacidade licenciada de 24 m³/h (600 m³/dia). Considerando que serão
encaminhados cerca de 5 m³/h (120 m³/dia) de efluentes gerados na URE, não acarretando
incremento de vazão na ETE existente e sim a redução do volume a ser tratado, o que pode ser
considerado um impacto positivo.

Foi consultado o Setor de Avaliação de Efluentes – IPEE, o qual se manifestou por meio do Parecer
Técnico nº 341/19/IPEE de 09.10.2019. De acordo com o referido Parecer, “a proposta de
encaminhamento dos efluentes a serem gerados tanto na implantação do empreendimento quanto na
operação do sistema térmico de RSU e respectivas áreas de apoio para o sistema de tratamento de
efluentes existente no empreendimento é adequada e pode ser aceita para fins de Licenciamento
Ambiental Prévio”. Para a continuidade do licenciamento da URE, foram solicitadas informações
quanto ao detalhamento dos sistemas de tratamento de água e efluentes, entre outras, que deverão
ser apresentadas por ocasião da solicitação da LI, de forma a atender ao referido PT.

Exigência
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI
- Atender ao Parecer Técnico nº 341/19/IPEE de 09.10.2019 emitido pelo Setor de Avaliação de
Efluentes – IPEE.

7.4.3 GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DURANTE A OPERAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Os resíduos gerados na operação da URE serão aqueles provenientes de tratamento de gases, das
caldeiras, forno/ grelhas e do TMB, conforme Tabela 04.

Cód.: SO598V03 07/08/2009 32/48


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Consta do EIA que os resíduos, classificados perante a norma NBR 10.004/04 como Classe II (não
perigosos) poderão ser encaminhados para disposição final diretamente no Aterro Sanitário Lara,
sendo que os resíduos provenientes do tratamento de gases de combustão, estes considerados
Classe I (perigosos), deverão ser encaminhados para disposição final em aterro licenciado para tal
finalidade.

Tabela 04: Estimativa de geração de resíduos sólidos Classe I (Resíduos Perigosos) e Classe II (Não
Perigosos).
Resíduos Sólidos - Classe I Quantidade prevista (t/ano)
Resíduos provenientes do tratamento de gases 30.000
Cinzas do fundo das caldeiras (superaquecedores) 13.000
Resíduos Sólidos - Classe II Quantidade prevista (t/ano)
Escórias provenientes do forno/grelhas 139.000
Proveniente da planta de TMB tratamento mecânico biológico 3.000
Fonte: Processo CETESB nº060054/2019-05

Foi informado ainda que, as cinzas da caldeira e os resíduos do processo de tratamento dos gases de
combustão serão armazenados em conjunto em silos, construídos em chapa de aço e com
capacidade total de armazenamento suficiente para 8 dias de operação. Os silos serão localizados ao
final do fluxo do tratamento de gases.

O empreendedor propõe a implementação de um Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


gerados durante a operação da URE, o qual deverá ser detalhado por ocasião da solicitação da LI,
incluindo os locais de armazenamento temporários de tais resíduos com os devidos sistemas de
proteção ambiental.

Exigência
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação - LI
- Apresentar Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos detalhado dos resíduos gerados
durante a operação da URE, assim como os locais de armazenamento temporário dos resíduos
gerados com os devidos sistemas de proteção ambiental e de acordo com as normas ABNT NBR
11174/1990-Armazenamento de resíduos classe II- não inertes e III -inertes e ABNT NBR 12235/1992-
Armazenamento de resíduos sólidos perigosos.

7.4.4 GERAÇÃO E EMANAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS ODORÍFERAS

Durante a operação do empreendimento poderão ocorrer episódios de geração e exalação de odores,


decorrentes, sobretudo, do processo de decomposição da matéria orgânica presente nos resíduos a
serem recebidos no empreendimento. Tais odores poderão causar desconforto à população residente
nas proximidades do empreendimento, principalmente se a direção predominante dos ventos for
favorável à dispersão na direção destes receptores (população).

Com relação aos possíveis receptores, foi verificado com o auxílio das informações georreferenciadas
(layers ou camadas) do Projeto Sala de Cenários da CETESB (2020) que os núcleos densamente
urbanizados mais próximos do empreendimento se localizam nas porções leste e oeste, distando
cerca de 1.300 m e 1.500 m dos limites do empreendimento, respectivamente. Ressalta-se que, entre
o empreendimento existente e tais núcleos, ocorrem vazios urbanos, atividades industriais e cemitério
(Cemitério Vale dos Pinhais) na porção leste e ocorrem atividades industriais, cemitério (Cemitério
Parque do ABC) e vazios urbanos na porção oeste. Além disso, na porção sudeste da área de
implantação do empreendimento, encontra-se o aterro sanitário em operação. Quanto a dispersão de
eventuais odores, a direção predominante dos ventos é de sul, onde não ocorre presença de núcleos
densamente urbanizados.
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Cabe ressaltar que, conforme descrito no item CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO, os


resíduos serão recebidos em galpão fechado e mantido em pressão negativa e descarregados em
dois silos instalados em fosso de concreto, antes do encaminhamento para o pré-tratamento, os quais
serão limpos regularmente, minimizando a ocorrência de episódios de odor. O empreendedor propõe,
ainda, a adoção de biofiltros caso sejam necessárias medidas adicionais de minimização de odores.

Assim sendo, entende-se que, com a implantação do empreendimento e a sua adequada operação,
que inclui o recebimento dos resíduos em galpão fechado e mantido em pressão negativa, não são
esperados incômodos à população ocasionados pela geração e emanação de substâncias odoríferas,
salientando que os possíveis receptores encontram-se afastados da ADA.

7.4.5 EMISSÕES ATMOSFÉRICAS

Com relação às emissões atmosféricas e estudo de dispersão atmosférica relacionados à implantação


proposta, foi consultada a Divisão de Avaliação do Ar, Ruído e Vibrações – IPA, que após análise se
manifestou por meio do Parecer Técnico n° 030/20/IPA de 23.04.2020 onde concluiu que “(...) nada
temos a opor a concessão da Licença Prévia”.

A operação da URE representa um potencial impacto na qualidade do ar, pelas emissões atmosféricas
provenientes dos processos de combustão, além da geração de odor, pelo armazenamento de
resíduos nos bunkers.

Para mitigar os potenciais impactos à qualidade do ar, decorrentes de emissões atmosféricas o


interessado propôs a implementação de sistemas de controle, cuja análise foi detalhada no PT nº
030/20/IPA.

O interessado propõe atender aos limites de emissão estabelecidos na Resolução SMA 79/09 que
versa sobre o licenciamento deste tipo de fonte. De acordo com o Parecer nº 030/20/IPA, a proposta
apresentada pelo interessado atende aos valores estabelecidos na legislação vigente, observando que
em relação a substâncias inorgânicas a Resolução CONAMA 316/02 estabelece valores para algumas
substâncias não constantes da proposta do interessado.

Para a próxima fase do licenciamento o interessado deverá apresentar a proposta de emissão para
todas as substâncias inorgânicas constantes da Resolução CONAMA 316/02 dentre outras exigências
solicitadas no parecer supra citado, tais quais:
- Por ocasião da solicitação da LI:

 Apresentar detalhamento das chaminés de emergência, que devem dispor de sensor de


abertura e registro automático do dispositivo, com registro dos dados relativos as causas e
tempo de abertura.
 Apresentar a proposta de emissão atmosférica para todas as substâncias inorgânicas
constantes da Resolução CONAMA 316/02.
 Complementar o Estudo de Dispersão Atmosférica apresentado, incluindo o parâmetro chumbo
(Pb);
 Apresentar as características e demais especificações de cada monitor contínuo, conforme as
exigências constantes na Decisão de Diretoria da CETESB no 2 /201 /I que estabelece os
critérios para a verificação do atendimento dos limites de emissão dos par metros
estabelecidos na Resolução SMA no 7 , de 0 /11/200 , para o licenciamento da atividade de
tratamento térmico de resíduos sólidos em Usinas de Recuperação de Energia – UREs.
 Deverá detalhar os procedimentos do intertravamento dos resíduos, observando os critérios e
requesitos da Decisão de Diretoria da CETESB no 326/2014/I e da Resolução SMA 79/09
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-Por ocasião da solicitação da LO, os seguintes itens:

 Retirada do chapéu chinês da chaminé da caldeira da Unidade de Tratamento de Serviços de


Saúde.
 Comprovar o atendimento aos limites de emissão dos par metros propostos, por meio de
sistema de monitoramento contínuo devidamente instalado, mantido e calibrado e por meio de
amostragem em chaminé com o acompanhamento dos técnicos da CETESB.
 A primeira verificação do cumprimento aos limites de emissão deverá ser realizada no mínimo
na capacidade de plena carga e deve necessariamente preceder à expedição da Licença de
Operação (LO).
 A comprovação ao atendimento aos limites de emissão deverá ser feita mediante a realização
de um Teste de ueima (T ). A realização do Teste de ueima deverá ser precedida da
apresentação de um Plano de Teste de ueima (PT ), em conformidade com as exigências do
artigo 1 da Resolução SMA 0 /0 , devendo este ser previamente aprovado pelo rgão
Ambiental.

E exigências a serem cumpridas durante o período de operação:

 A URE deverá atender aos limites de emissão estabelecidos na Resolução SMA 79/09,
observando os critérios contidos no artigo 8º desta Resolução
 Em nenhuma circunst ncia a Usina de Recuperação de Energia - URE poderá continuar
operando, quando, qualquer um dos limites monitorados continuamente, forem ultrapassados
durante um período superior a quatro horas ininterruptas. No ano, a duração cumulativa da
operação nas condições especificadas no inciso anterior não deverá ultrapassar 0 (sessenta)
horas.
 A Usina de Recuperação de Energia - URE deverá monitorar e registrar continuamente pelo
menos os seguintes par metros operacionais do processo
I - taxa de alimentação de resíduos em cada forno
II - temperatura próxima da parede interna ou de outro ponto representativo da c mara
de combustão e da c mara de pós-combustão
III - a concentração de oxigênio no efluente gasoso no ponto representativo;
I - pressão do efluente gasoso no ponto representativo
V - temperatura do efluente gasoso no ponto representativo, e
I - teor de vapor de água do efluente gasoso no ponto representativo.

 Todos os registros deverão constar do Relatório Anual de Atividades, devidamente processados


e numa forma adequada, permitindo a verificação do atendimento às condições constantes das
exigências técnicas da Licença Ambiental.
 Caso os limites de emissão ou operação sejam excedidos, o empreendedor deverá em até
cinco dias teis, constados a partir da data da ocorrência apresentar um Relatório de
Ultrapassagem de Limites ao rgão Ambiental.
 As verificações de atendimento aos limites de Dioxinas e uranos e Subst ncias Inorg nicas
Específicas deverão ser realizadas manualmente a cada três meses no primeiro ano de
funcionamento e, a partir daí, pelo menos duas vezes por ano. O rgão Ambiental poderá
estender este prazo para até um máximo de uma amostragem a cada dezoito meses, caso o
operador demonstre capacidade de manter as emissões dessas subst ncias num nível inferior a
50% do limite para elas estabelecidos.
 Não deverá haver emissões fugitivas e odor das operações de descarregamento,
armazenamento, moagem e transporte de resíduos.
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 Não deverá haver emissões fugitivas e odor provenientes da Unidade de Tratamento Mecânico
e Secagem Biológica (TMB).

Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação - LI
- Atender ao Parecer Técnico nº 030/20/IPA de 23.04.2020 emitido pela Divisão de Avaliação do Ar,
Ruído e Vibrações – IPA, quanto às emissões atmosféricas.

Por ocasião da solicitação da Licença de Operação - LO


- Atender ao Parecer Técnico nº 030/20/IPA de 23.04.2020 emitido pela Divisão de Avaliação do Ar,
Ruído e Vibrações – IPA, quanto às emissões atmosféricas.

Durante a operação do empreendimento


- Atender ao Parecer Técnico nº 030/20/IPA de 23.04.2020 emitido pela Divisão de Avaliação do Ar,
Ruído e Vibrações – IPA, quanto às emissões atmosféricas.

7.4.6 RISCOS À SAÚDE PÚBLICA

Áreas de recebimento de resíduos possuem o potencial de atratividade de reservatórios e vetores


(roedores, pombos, mosquitos, moscas, baratas, entre outros). Dessa forma, o empreendimento
poderia se constituir em foco de doenças e, consequentemente, oferecer riscos à saúde da população
residente em seu entorno.

Conforme descrito anteriormente a região onde o empreendimento será implantado encontra-se


bastante antropizada e com intensa atividade industrial. De acordo com as informações constantes no
EIA e conforme verificado com o auxílio das informações georreferenciadas (layers ou camadas) do
Projeto Sala de Cenários da CETESB (2019), os núcleos densamente urbanizados mais próximos do
empreendimento localizam-se nas porções leste e oeste, distando cerca de 1.300 m e 1.500 m dos
limites do empreendimento, respectivamente.

Além disso, conforme descrito no item CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO, está prevista a


adequada operação do empreendimento, que inclui a execução de sistemas de proteção ambiental,
incluindo coleta, armazenamento e destinação final adequada dos líquidos percolados. Informa-se que
o local de recebimento, armazenamento, triagem e trituração dos resíduos, bem como o local onde
ocorrerá a secagem biológica de tais resíduos serão fechados de forma a evitar emissões de material
particulado e odores ao ambiente externo, operando em pressão negativa, sendo o empreendimento
dotado de sistema de controle de odores, o que irá, consequentemente, minimizar a atratividade de
vetores e reservatórios de doenças.

Face ao exposto, não se espera que o empreendimento propicie a ocorrência de reservatórios e


vetores e, consequentemente, não se constitua em foco de doenças, não oferecendo risco à saúde da
população, cujos núcleos densamente urbanizados localizam-se a mais de 1000 m. No entanto, como
medida preventiva, considerando a presença de trabalhadores nas atividades desenvolvidas no
empreendimento e no entorno nas atividades industriais existentes, tem-se que cabe ao
empreendedor realizar desratização e desinsetização periódica nas dependências do empreendimento
durante todo o seu período de operação, cujo documento que comprove a contratação de empresa
responsável por tais serviços deverá ser apresentado por ocasião da solicitação LO.

Exigência
Por ocasião da solicitação da Licença de Operação - LO
- Apresentar documento que comprove a contratação de empresa responsável pela desratização e
desinsetização do empreendimento, devendo constar informações sobre a periodicidade desse
controle.
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7.4.7 INTERFERÊNCIAS EM INFRAESTRUTURAS EXISTENTES

De acordo com a vistoria técnica realizada em 04.02.2020, foi verificada a existência de torre/antena
de telefonia móvel na área de implantação do empreendimento (Figura 09). Foi esclarecido pelo
empreendedor que se trata de estrutura de telefonia celular instalada na sede da empresa Lara, por
meio de contrato de locação entre a empresa Lara e primeiramente para a empresa Nextel
Telecomunicações Ltda., e posteriormente para a sociedade empresária American Tower do Brasil
Cessão de Infraestruturas Ltda., conforme cópias dos seguintes documentos:

- Documento intitulado “Contrato de locação de imóvel ou área para instalação de ERB”, firmado em
28.03.2006, tendo como locador “Lara Central de tratamento de Resíduos Ltda. e locatária “Nextel
Telecomunicações Ltda.” Consta em tal documento que: (…) 3.3: O prazo deste contrato será de 120
(…) meses, renovável por períodos sucessivos de 0 meses, a critério da locatária, caso não haja não
haja nenhuma manifestação desta até 06 (seis) meses antes do término do contrato ou de cada
período sucessivo de 60 (sessenta) meses.(...) 11.1: Por ocasião do término deste Contrato, a
locatária devolverá a área ao locador em boas condições de conservação com exceção de desgaste
natural e retirará os equipamentos. (páginas 1790-1804), e

- Correspondência emitida pela empresa Nextel Telecomunicações Ltda. à empresa Lara em


24.10.2006, na qual consta que “(…) cientificamos V. Sas. que o contrato em referência foi cedido à
empresa American Tower do Brasil Cessão de Infraestruturas Ltda. (…)”. (página 1807).

Figura 09: Torre/antena de telefonia celular existente na ADA


Fonte: CETESB, 2020

Foi informado pelo empreendedor que o contrato de locação expirará em 23.03.2021, ocasião em que
o mesmo não será renovado e, que, a desmobilização e retirada da torre/antena será solicitada pelo
empreendedor ao locatário. Antes da instalação do empreendimento o empreendedor deverá
apresentar informações atualizadas sobre a remoção da torre/antena existente.

Exigência
Após a emissão da Licença de Instalação – LI
- Apresentar, antes da instalação do empreendimento, informações atualizadas sobre a remoção da
torre/antena existente, de responsabilidade da sociedade empresária American Tower do Brasil
Cessão de Infraestruturas Ltda., cujo contrato de locação foi informado que expirará em 23.03.2021.
Cód.: SO598V03 07/08/2009 37/48
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7.4.8 INTERFERÊNCIAS EM ÁREAS PROTEGIDAS

De acordo com as informações apresentadas, a área de implantação do empreendimento está


inserida na Zona de Amortecimento – ZA do Parque Natural municipal do Pedroso – Prefeito Lincoln
Grillo no município de Santo André e a menos de 3 km do Parque Natural Municipal Guapituba –
Alfredo Klinkert Jr., no município de Mauá (Figura 10).

Informa-se que a porção sul do empreendimento existente localiza-se nas proximidades dos limites da
Área de Proteção e Recuperação de Mananciais da Bacia Hidrográfica do Reservatório Billings –
APRM-B, no entanto, o empreendimento proposto a ser implantado na porção norte contigua ao
empreendimento existente localiza-se totalmente fora de tal APRM.

As Unidades de Conservação – UCs supra mencionadas pertencem à categoria de Proteção Integral


conforme disposto na Lei Federal n° 9995/2000 que institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza .Dessa forma, foram requeridas as manifestações dos órgãos gestores de
tais UCs quanto à implantação do empreendimento na área proposta, sendo obtidas as seguintes:

Parque Natural Municipal do Pedroso – Prefeito Lincoln Grillo


Conforme Parecer Técnico DGA/SEMASA emitido pelo Serviço Municipal de Saneamento de Santo
André - SEMASA em 04.05.2020 (páginas 1870-1888), no qual consta que: “(...) não se vislumbram
óbices à emissão de autorização por parte da gestão do PNM Pedroso para a implantação e operação
da Unidade de Recuperação Energética – URE Mauá, desde que sejam efetivamente implementados
os programas ambientais propostos no Estudo de Impacto Ambiental.”

Figura 10: Vista geral da área de implantação do empreendimento com indicação da localização da URE Mauá e dos
Parques Naturais Municipais do Pedroso no município de Santo André e Guapituba no município de Mauá.
Fonte: Processo CETESB nº 060054/2019-05

Parque Natural Municipal Guapituba – Alfredo Klinkert Jr.


De acordo com o documento intitulado “Comunicado/Anuência” (Comunicado nº 001/2020 ref.
Processo nº 8248/2019), emitido em 26.03.2020 pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente da
Prefeitura do Município de Mauá (páginas 1779-1780), consta que desde que cumpridos os itens do

Cód.: SO598V03 07/08/2009 38/48


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referido documento e as solicitações de informações complementares da CETESB, o empreendimento


tem o apoio do município e do órgão gestor dessa UC que é a Secretaria do Verde e Meio Ambiente.

Assim sendo, antes da emissão da LO, cabe ao empreendedor cumprir as solicitações da Secretaria
do Verde e Meio Ambiente da Prefeitura do Município de Mauá diretamente nesse órgão.

Exigência
Por ocasião da solicitação da Licença de Operação - LO
- Apresentar o protocolo da Secretaria do Verde e Meio Ambiente da Prefeitura do Município de Mauá
quanto ao cumprimento das solicitações do documento intitulado “Comunicado/Anuência”
(Comunicado nº 001/2020 ref. Processo nº 8248/2019), emitido em 26.03.2020.

7.4.9 GERAÇÃO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES

Solicitou-se manifestação da Divisão de Avaliação de Ar, Ruído e Vibrações da CETESB, no que


tange as considerações de ruído e vibração, que se manifestou por meio do Parecer Técnico nº
030/20/IPA.

O Parecer 030/20/IPA conclui que “(...) para esta fase do licenciamento a proposta apresentada pode
ser aceita, porém quando da concessão da Licença de Instalação (LI) já com o potencial de geração
dos equipamentos mais detalhados, deverá ser apresentado um estudo de previsão de ruído,
comparando com os padrões de níveis de ruído vigentes na ocasião. Caso haja ultrapassagem destes
padrões fora dos limites do empreendimento, medidas de mitigação mais detalhadas deverão ser
apresentadas(...)”.

Consta, ainda, que “(...) no que se refere a vibração as estimativas sinalizam que o impacto a ser
gerado será baixo, não cabendo nenhuma medida mitigadora ou observações específicas sobre este
impacto. Caso durante a operação da URE seja verificada alguma reclamação, medidas mitigadoras
deverão ser implantadas.”

Exigências
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação - LI
- Atender ao Parecer Técnico nº 030/20/IPA de 23.04.2020 emitido pela Divisão de Avaliação do Ar,
Ruído e Vibrações – IPA, quanto à geração de ruídos e vibrações.

Durante a operação do empreendimento


- Atender ao Parecer Técnico nº 030/20/IPA de 23.04.2020 emitido pela Divisão de Avaliação do Ar,
Ruído e Vibrações – IPA, quanto à geração de ruídos e vibrações.

7.4.10 RISCOS DE ACIDENTES DEVIDO À MANIPULAÇÃO E ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS


QUÍMICOS PERIGOSOS

Em relação ao risco de acidentes devido à manipulação e armazenamento de produtos químicos


perigosos, foi apresentado pelo empreendedor o documento intitulado “Estudo de classificação do
empreendimento quanto à periculosidade”, incluindo as informações necessárias para aplicação da
Parte I da Norma CETESB P4.261 Risco de Acidente de Origem Tecnológica – Método para decisão e
termos de referência – Dez/2011.

A análise de tal estudo realizada pelo Setor de Avaliação de Riscos Tecnológicos – IPER que se
manifestou por meio do Parecer Técnico nº 210/20/IPER, de 27.05.2020.

De acordo com o referido Parecer, “a aplicação da Parte I da Norma CETESB P4.261 foi elaborada de
forma adequada, sendo apresentada a Tabela 3 – Propriedades físico-químicas e toxicológicas das
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substâncias, à página 1838 do processo. Considerando que as distâncias de referência encontradas


não alcançam áreas externas ao empreendimento, foi concluído corretamente pela a apresentação de
Programa de Gerenciamento de Risco (PGR), não sendo necessária a apresentação de Estudo de
Análise de Risco – EAR”.

O Parecer Técnico conclui que, “quanto aos aspectos de risco tecnológico, este IPER não faz
restrições à continuidade do licenciamento ambiental da Unidade de Recuperação Energética - URE
Mauá”. Consta, ainda, a recomendação para a elaboração e implantação de Programa de
Gerenciamento de Risco a ser apresentado por ocasião da solicitação da Licença de Operação.

Exigência
Por ocasião da solicitação da Licença de Operação – LO
- Elaborar e implantar o Programa de Gerenciamento de Risco (PGR), incluindo o Plano de Ação de
Emergência (PAE), o qual deverá ser desenvolvido de acordo com o disposto na Parte IV da norma
CETESB P4.261 Risco de Acidente de Origem Tecnológica – Método para decisão e termos de
referência – Dez/2011.

7.4.11 RISCO DE ACIDENTES ASSOCIADOS À OPERAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

A operação desta tipologia de empreendimento poderá ocasionar eventuais acidentes que possam
causar danos ao meio ambiente, aos trabalhadores e à comunidade local.

De acordo com a Portaria Interministerial nº 274, de 30.04.2019, que “Disciplina a recuperação


energética dos resíduos sólidos urbanos (...)”, as Unidades de Recuperação Energética devem dispor,
obrigatoriamente, de Plano de Contingência e de um Plano de Emergência.

Foi proposto pelo empreendedor um Programa de Controle e Prevenção de Acidentes, que


visa prevenir acidentes associados à manipulação e o transporte/carga/descarga dos
resíduos/produtos perigosos nas fases de implantação e operação, de forma a garantir que todas as
operações se mantenham em níveis de risco considerados toleráveis, de forma a minimizar risco aos
trabalhadores, instalações e ao meio ambiente como um todo. Está previsto em tal programa,
diretrizes com ações de resposta às eventuais situações de emergência.

Após análise das informações apresentadas, tem-se que, por ocasião da solicitação da LI, o
empreendedor deverá apresentar o detalhamento das medidas propostas, em conformidade com a
Portaria Interministerial nº 274 publicada em 30.04.2019, no âmbito de um Plano de Emergência e
Contingência para o empreendimento, conforme Anexos I e II da referida Portaria.

Exigência
Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação - LI
- Apresentar Plano detalhado de Emergência e Contingência para o empreendimento em
conformidade com a Portaria Interministerial nº 274 publicada em 30.04.2019, no âmbito de um,
conforme Anexos I e II da referida Portaria. Salienta-se que a citada Portaria disciplina a recuperação
energética dos resíduos sólidos urbanos.

7.5 FASE DE ENCERRAMENTO

7.5.1 IMPACTOS ASSOCIADOS À DESATIVAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Mesmo quando encerradas as atividades de sistemas de tratamento de resíduos, tais como unidades
de recuperação energética, poderão ser ocasionados impactos ambientais caso não sejam adotadas
adequadas medidas para o seu descomissionamento.

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Dessa forma, antes do encerramento das atividades da URE, deverá ser apresentado um Plano de
Desativação, contemplando as instruções contidas no Anexo III da Portaria Interministerial nº 274, de
30 de abril de 2019.

Exigência
Antes do encerramento do empreendimento
- Apresentar um Plano de Desativação, contemplando as instruções contidas no Anexo III da Portaria
Interministerial nº 274, de 30 de abril de 2019, contemplando no mínimo: I - descrição de como e
quando a unidade será parcialmente ou completamente descontinuada; II - diagnóstico ambiental da
área; III - inventário dos resíduos estocados; IV - descrição dos procedimentos de descontaminação
das instalações; V - destinação dos resíduos estocados e dos materiais e equipamentos
contaminados; e VI - cronograma de desativação.

8 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Foi apresentado pelo empreendedor um Programa de Compensação Ambiental, em cumprimento ao


que estabelece a legislação sobre o tema – Lei Federal nº 9.985/2000, regulamentada pelo Decreto
Federal nº 4.340/2002 e alterada pelo Decreto Federal n° 6.848/2009.

De acordo com o Programa apresentado, o empreendedor sugere que o Parque Natural Municipal
Guapituba – Alfredo Klinkert Jr. no município de Mauá seja beneficiário da compensação ambiental,
uma vez que a ADA está inserida a menos de 3 km dessa UC e, que, essa UC não possui Plano de
Manejo e apresenta problemas, tais como falta de infraestrutura. O empreendedor sugere, também,
complementarmente, a aplicação de tais recursos financeiros no Parque Natural Municipal do Pedroso
– Prefeito Lincoln Grillo no município de Santo André, em cuja Zona de Amortecimento a ADA está
inserida. Salienta-se que ambas as UCs supra mencionadas são da categoria de Proteção Integral.

Informa-se que no documento intitulado “Comunicado/Anuência” (Comunicado nº 001/2020 ref.


Processo nº 8248/2019), emitido em 26.03.2020 pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente da
Prefeitura do Município de Mauá (página 1779-1780),consta que: “(...) o fato do empreendimento estar
dentro de um raio de 3.000 m em que se encontra o Parque Natural Municipal Guapituba em Mauá,
impõe uma série de condicionantes e mitigações de impactos causados no Parque diretamente, ao
seu entorno e à cidade, pois a viabilização do empreendimento e sua operação, tem nas vias públicas
e o cotidiano da cidade impactos ambientais, que devem nortear este tema no EIA/RIMA apresentado
e em análise pela CETESB. Por isso (…) a CETESB pede que seja apresentado um cronograma físico
financeiro das obras, para calcular o montante da compensação ambiental, e compatibilizar este
cronograma (…) com as compensações ambientais e/ou as ações mitigadoras apresentadas pelo
empreendimento, a qual deve ser encaminhada ao município de Mauá, sede do empreendimento (...)”.
Salienta-se que conforme item INTERFERÊNCIAS EM ÁREAS PROTEGIDAS, antes da emissão da
LO o empreendedor deverá cumprir as solicitações da Secretaria do Verde e Meio Ambiente da
Prefeitura do Município de Mauá diretamente nesse órgão.

Informa-se, ainda, que no Parecer Técnico DGA/SEMASA emitido pelo Serviço Municipal de
Saneamento de Santo André - SEMASA em 04.05.2020 (páginas 1870-1888), também descrito no
item INTERFERÊNCIAS EM ÁREAS PROTEGIDAS, considera que o EIA/RIMA prevê medidas de
compensação ambiental para as UCs atingidas, nas quais inclui-se o Parque Natural Municipal do
Pedroso no município de Santo André.

Conforme apresentado nas informações complementares ao EIA/RIMA juntamente com o cronograma


físico financeiro, o custo da implantação do empreendimento, excetuando os investimentos referentes
aos planos e programas ambientais nos termos do Decreto Federal n° 6848/2009, corresponde a R$
800.000.000,00 (oitocentos milhões de reais).

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Salienta-se que as atribuições referentes à definição e destinação das verbas compensatórias são da
Câmara de Compensação Ambiental – CCA da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente – SIMA,
nos termos da Resolução SMA n° 24/2012. Para a emissão da LI, deverá ser apresentado
comprovante do depósito bancário no valor referente à compensação ambiental definida na Memória
de Cálculo elaborada pela CETESB e aprovada pelo empreendedor, para atendimento à Lei Federal
nº 9.985/2000 regulamentada pelo Decreto Federal nº. 4.340/2002 e alterada pelo Decreto Federal n°
6.848/2009 e a assinatura de um Termo de Compromisso de Compensação Ambiental – TCCA
conforme estabelecido no Decreto Estadual n° 60.070 de 15.01.2014, conforme indicação da Câmara
de Compensação Ambiental – CCA da SIMA.

Por ocasião da solicitação de LO, deverá ser apresentado após a apuração final do custo do
empreendimento, relatório contábil comprovando o montante efetivamente despendido, visando à
realização de ajustes no valor destinado à compensação ambiental do empreendimento, cujo depósito,
se houver, deverá ser realizado no mesmo fundo no qual foi efetuado o depósito originário.

Exigências
Antes da emissão da Licença de Instalação - LI
- Apresentar o comprovante do depósito bancário no valor referente à compensação ambiental
definida na Memória de Cálculo elaborada pela CETESB e aprovada pelo empreendedor e a
assinatura de um Termo de Compromisso de Compensação Ambiental – TCCA conforme estabelecido
no Decreto Estadual n° 60.070 de 15.01.2014, conforme indicação da Câmara de Compensação
Ambiental – CCA da SIMA.

Por ocasião da solicitação da Licença de Operação - LO


- Apresentar, após a apuração final do custo do empreendimento, o relatório contábil, comprovando o
montante efetivamente despendido, visando à realização de ajustes no valor destinado à
compensação ambiental do empreendimento, cujo depósito, se houver, deverá ser realizado no
mesmo fundo no qual foi efetuado o depósito originário.

9 CONSONÂNCIA COM AS POLÍTICAS DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Com o advento da publicação da Lei Federal nº 12.305/2010 e Lei Estadual nº 12.300/2006 que
estabelecem, respectivamente, as políticas nacional e estadual de resíduos sólidos, a gestão e
disposição de resíduos devem priorizar a valorização dos resíduos e aproveitamento máximo dos seus
componentes, além de reduzir o volume a ser destinado a aterros.

O empreendimento irá gerar energia elétrica por meio do tratamento térmico dos resíduos sólidos
urbanos, promovendo a valorização dos resíduos e encaminhando apenas as cinzas do processo para
destinação final adequada em aterros, conforme preconizam as Políticas. Além disso, a operação do
empreendimento não afetará os programas de reciclagem em andamento nos munícipios que serão
atendidos pela URE.

Assim sendo, entende-se que empreendimento está em consonância com as Políticas de Resíduos
Sólidos, uma vez que a URE Lara Mauá contempla em sua planta a redução do volume de resíduos, a
disposição de rejeitos do processo em aterros licenciados e a recuperação energética dos materiais.
Por fim, entende-se que a URE Lara Mauá atende ao artigo 5º da Resolução SMA nº 117, de
29.09.2017, uma vez que contempla a geração de energia elétrica por meio do tratamento térmico dos
resíduos, promovendo, dessa forma, a recuperação energética dos materiais, conforme estabelecido
na PNRS.

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10 CONCLUSÕES E EXIGÊNCIAS

Considerando que:

- A implantação do empreendimento se configurará em uma alternativa adequada para a destinação


final dos Resíduos Sólidos Urbanos – RSU e resíduos Classe II gerados no município de Mauá,
Região Metropolitana de São Paulo e entorno e aumento da vida útil do aterro sanitário existente que
atende tais geradores;

- Trata-se de empreendimento que visa a prevenção e o controle da poluição, a proteção e a


manutenção da qualidade ambiental;

- O empreendimento está em consonância com os princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos


(Lei nº 12.305/10) e da Política Estadual de Resíduos Sólidos (Lei Estadual nº 12.300/06), uma vez
que a URE Lara contempla em sua planta a redução do volume de resíduos, a disposição de rejeitos
do processo em aterro licenciado, incentivo a reciclagem e a recuperação energética dos materiais,
com a geração de energia elétrica de fonte renovável;

- Foram previstas na documentação analisada e no presente Parecer Técnico, medidas de proteção


ambiental para promover a operação segura do empreendimento com vistas ao resguardo da
população, da flora e da fauna, do patrimônio arqueológico, do ar, das águas subterrâneas e
superficiais e do solo; e

- Não são esperadas alterações significativas para a região sob influência do empreendimento.

- Não haverá incremento na capacidade de recebimento de resíduos no empreendimento existente.

A equipe técnica concluiu que o EIA/RIMA se mostrou adequado e suficiente para a realização da
análise da viabilidade ambiental e, que, as obras propostas de implantação da Unidade de
Recuperação Energética – URE no município de Mauá, de responsabilidade da empresa Lara Central
de Tratamento de Resíduos Ltda., são ambientalmente viáveis, desde que implementados os planos,
programas e as medidas ambientais apresentados no EIA e cumpridas as condicionantes técnicas
constantes deste Parecer.

Informa-se que no escopo dos programas ambientais, os pontos de monitoramento deverão ser
apresentados em arquivos vetoriais, no formato *.shp (shapefile) ou *.kml (Google Earth). Os arquivos
deverão estar georreferenciados em UTM, Datum SIRGAS 2000, e deverão conter tabela de atributos
com os resultados das análises. Além disso, os resultados analíticos deverão ser apresentados nos
termos da Resolução SMA nº 100/2013 a qual “Regulamenta as exigências para os resultados
analíticos, incluindo-se a amostragem, objeto de apreciação pelos órgãos integrantes do Sistema
Estadual de Administração da Qualidade Ambiental, Proteção, Controle e Desenvolvimento do Meio
Ambiente e Uso Adequado dos Recursos Naturais – SEA UA” e suas atualizações.

Ademais, salienta-se que os relatórios de monitoramento gerados a partir dos diversos planos e
programas associados à instalação, operação e cuidados pós encerramento das atividades de
disposição de resíduos no empreendimento deverão ser disponibilizados para consulta na própria
área, cabendo ressaltar que a finalidade primeira deste tipo de relatório é a de indicar a necessidade
de adoção de medidas que visem evitar e/ou mitigar impactos associados ao empreendimento, além
de identificar não conformidades com relação à operação ou à manutenção de sua infraestrutura e
sistemas de proteção ambiental, atividades de inteira responsabilidade do empreendedor. Neste
contexto, os relatórios de monitoramento produzidos devem ser utilizados como elementos de
autogestão pelo interessado e pela sua equipe técnica e, devem sempre estar disponíveis à CETESB
quando esta requisitar.

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Além disso, as informações deverão ser apresentadas em conformidade com a Decisão de Diretoria –
DD n° 069/2016/P de 12.04.2016, que dispõe sobre a apresentação de informações técnicas à
CETESB.

Para a continuidade do licenciamento ambiental do empreendimento, o empreendedor deverá atender


as exigências técnicas elencadas a seguir, em seus respectivos períodos de atendimento.

Por ocasião da solicitação da Licença de Instalação – LI


- Apresentar o detalhamento do Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental, cujos
roteiros estão disponíveis no endereço:
http://www.CETESB.sp.gov.br/licenciamento/documentos/programa-educacao-ambiental.pdf

- Apresentar informações atualizadas, demonstrando que o imóvel objeto da Matrícula nº 34.836


emitida pelo Oficial de Registro de Imóveis e Anexos de Mauá – SP é de propriedade da empresa
Lara Central de Tratamento de Resíduos Ltda.

- Solicitar autorização para supressão de 0,01 ha de vegetação secundária em estágio sucessional


médio de regeneração, 0,27 ha de reflorestamento com vegetação secundária em estágio sucessional
inicial de regeneração, corte de 230 de árvores isoladas de espécies nativas (incluindo 38 indivíduos
com algum grau de ameaça) e corte de 220 árvores isoladas de espécies exóticas. Salienta-se que
para o corte das árvores isoladas de espécies exóticas, deverá ser considerada a legislação municipal
em vigor. Nessa ocasião deverá ser apresentado projeto de plantio compensatório, acompanhado de
cronograma de implementação, conforme diretrizes determinadas pela Resolução SMA n° 32/2014
que estabelece as orientações, diretrizes e critérios sobre restauração ecológica no Estado de São
Paulo. Em tal projeto deverão ser indicadas as áreas onde serão realizados os plantios
compensatórios e ter sua inscrição realizada no Sistema Informatizado de Apoio à Restauração
Ecológica - SARE. Salienta-se que nos termos da Resolução SMA 07/2017, que define as o cálculo
das compensações pela supressão de vegetação nativa e corte de árvores isoladas, o município de
Mauá é caracterizado na classe de prioridade para restauração da vegetação nativa muito alta.

- Apresentar, no âmbito do projeto executivo, o Programa de Gerenciamento dos Resíduos da


Construção Civil e Solo, conforme Resolução Conama 307/2002 e suas alterações contendo, no
mínimo: a cubagem das quantidades de resíduos de demolição a serem removidos, indicação das
segregações a serem efetuadas, suficiência das áreas de armazenamento temporário e destinações
pretendidas, bem como do balanço de solo e sua área de armazenamento. Perguntar

- Apresentar um Programa de Controle Ambiental das Obras detalhado que contemple um Programa
de Gestão dos Resíduos da Construção e da Demolição, com cronograma específico de execução,
que contemple os volumes de resíduos a serem gerados, incluindo os resíduos de serviço de saúde e
o detalhamento das medidas sanitárias e ambientais a serem adotadas, incluindo os locais a serem
utilizados para destinação final destes resíduos e as respectivas cartas de anuência das empresas
destinatárias. Obter os Certificados de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental – CADRI
antes do encaminhamento dos resíduos considerados de interesse ambiental pela CETESB aos locais
de destinação.

- Apresentar, o Programa de Capacitação e Treinamento da Mão de Obra e Programa de Contratação


e Desmobilização de Mão de Obra detalhados. O Programa de Capacitação e Treinamento da Mão de
Obra deverá contemplar a realização de cursos específicos visando à capacitação de pessoas para as
diversas funções requeridas no empreendimento, incluindo os funcionários das empresas
terceirizadas, número de vagas disponíveis, formas de divulgação, cronograma, detalhamento das
parcerias realizadas, etc.
- Apresentar o Programa de Controle Ambiental das Obras detalhado, contemplando os 5
Subprogramas previstos (Subprograma de Prevenção e Controle de Processos de Dinâmica
Superficial; Subprograma de Controle da Qualidade do Ar e da Emissão de Ruídos; Subprograma de
Controle da Poluição do Solo e das Águas Subterrâneas, incluindo avaliação da suficiência da rede de
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poços de monitoramento das águas subterrâneas instalada, como medida de segurança adicional;
Subprograma de Controle de Efluentes e Subprograma de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos). O
Programa deverá contemplar, minimamente: ações de prevenção e controle de erosão nas várias
atividades de implantação do empreendimento, medidas provisórias e definitivas, acompanhamento
ambiental das obras e os responsáveis pela implementação e suas atribuições gerenciais. Incluir a
gestão das áreas de obtenção e de armazenamento temporário de solo e de armazenamento
temporário dos resíduos da construção civil que serão reutilizados.

- Apresentar programa detalhado de supressão de vegetação, a ser implementado durante a


instalação do empreendimento, que compreenda o detalhamento das etapas de supressão, medidas
preventivas, mitigadoras e corretivas, resultados, cronograma de implementação e Anotação de
Responsabilidade Técnica – ART do profissional responsável. Salienta-se que as atividades de
supressão de vegetação deverão ser realizadas com o acompanhamento de profissionais
devidamente habilitados, inclusive para eventual resgate e atendimento de animais feridos e
observados os procedimentos previstos na Resolução SMA n° 22/2010, que dispõe sobre a
operacionalização e execução da licença ambiental, e estratégia para minimizar o impacto sobre a
fauna direta ou indiretamente envolvida considerando-se o direcionamento e método da supressão,
época do ano, a necessidade de monitoramento e a conectividade.

- Apresentar para análise e aprovação programa detalhado de monitoramento e de minimização de


incômodos à avifauna durante a instalação e operação do empreendimento, contemplando:
justificativa; esforço amostral; campanhas; métodos não interventivos a serem empregados; medidas
preventivas; identificação de não conformidades e medidas corretivas; localização dos pontos de
coleta plotados em mapa (cartografia oficial, imagem de satélite ou foto aérea) com escala compatível;
cronograma de implementação; Anotação de Responsabilidade Técnica – ART do(s) profissional(is)
responsável(eis). A duração ao longo da operação e conclusão do referido programa deverão ser
embasados em seus resultados e mediante justificativa do responsável.

- Apresentar o Programa Controle e Prevenção de Acidentes a ser implementado durante a


implantação e operação do empreendimento, contemplando no mínimo: treinamento dos motoristas
quanto à direção defensiva e o atendimento das normas de trânsito vigentes para o deslocamento nas
vias externas e internas ao empreendimento; sinalizações dos acessos à obra. Deverá ser incluída
neste Programa a proposta de melhorias para a sinalização das vias de acesso nas proximidades do
empreendimento, a serem definidas em conjunto com as autoridades responsáveis. Tal Programa
deverá contemplar a indicação da periodicidade de emissão de relatórios fotográficos e descritivos de
andamento, definição de indicadores de efetividade, devendo ser elaborado por profissional habilitado,
no âmbito de suas atribuições profissionais.

- Apresentar um Programa de Minimização de Incômodos a População, a ser desenvolvido durante


todo o período de instalação e operação do empreendimento, contemplando ações para minimizar os
incômodos à vizinhança.

- Atender ao Parecer Técnico nº 181/19/IPGS de 04.12.2019 emitido pelo Setor de Avaliação e Gestão
do Uso do Solo - IPGS.

- Informar de que forma será realizada a interligação da subestação de energia elétrica com o Sistema
Interligado Nacional – SIN, contemplando a localização da rede de transmissão/distribuição, layout das
infraestruturas e obras associadas, caso necessárias.

- Apresentar manifestação da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL para a interligação com
o Sistema Interligado Nacional - SIN.
- Apresentar anuência da empresa concessionária responsável pela linha de transmissão/distribuição
de energia elétrica a ser utilizada para a interligação com o Sistema Integrado Nacional – SIN para a
exportação da energia gerada na URE para consumo externo.

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- Apresentar protocolo do atendimento as exigências técnicas solicitadas pelo Comitê de Bacia


Hidrográfica do Alto Tietê contidas na Deliberação CBH-AT n° 90 de 20 de fevereiro de 2020.

- Apresentar Projeto Executivo da Usina de Recuperação de Energia contemplando a Subestação do


complexo, com destaque para os sistemas de proteção ambiental (impermeabilização, drenagem de
águas pluviais, coleta e tratamento de efluentes, etc). Apresentar projeto detalhado da Infraestrutura
associada a distribuição de energia. Informar o cronograma de interface com a operação do Aterro
Sanitário Lara, processo CETESB.004322/2018-33, em tramite nesta Companhia e a construção da
URE. Salienta-se que deverão ser atendidos o disposto na Resolução Conama nº 316/2002 e SMA nº
79/2009, no que couber.

- Apresentar no projeto executivo o Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais


detalhado a ser aplicado durante a operação do empreendimento, contemplando a indicação em
planta dos corpos hídricos a serem monitorados, a localização dos pontos de coleta (com suas
coordenadas geográficas), os parâmetros de análise e a periodicidade das campanhas.

- Atender ao Parecer Técnico nº 341/19/IPEE de 09.10.2019 emitido pelo Setor de Avaliação de


Efluentes – IPEE.

- Apresentar Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos detalhado dos resíduos gerados


durante a operação da URE, assim como os locais de armazenamento temporário dos resíduos
gerados com os devidos sistemas de proteção ambiental e de acordo com as normas ABNT NBR
11174/1990-Armazenamento de resíduos classe II-não inertes e III-inertes e ABNT NBR 12235/1992-
Armazenamento de resíduos sólidos perigosos.

- Atender ao Parecer Técnico nº 030/20/IPA de 23.04.2020 emitido pela Divisão de Avaliação do Ar,
Ruído e Vibrações – IPA, quanto às emissões atmosféricas.

- Atender ao Parecer Técnico nº 030/20/IPA de 23.04.2020 emitido pela Divisão de Avaliação do Ar,
Ruído e Vibrações – IPA, quanto à geração de ruídos e vibrações.

- Apresentar Plano detalhado de Emergência e Contingência para o empreendimento em


conformidade com a Portaria Interministerial nº 274 publicada em 30.04.2019, no âmbito de um,
conforme Anexos I e II da referida Portaria. Salienta-se que a citada Portaria disciplina a recuperação
energética dos resíduos sólidos urbanos.

Antes da emissão da Licença de Instalação – LI


- Apresentar o comprovante do depósito bancário no valor referente à compensação ambiental
definida na Memória de Cálculo elaborada pela CETESB e aprovada pelo empreendedor e a
assinatura de um Termo de Compromisso de Compensação Ambiental – TCCA conforme estabelecido
no Decreto Estadual n° 60.070 de 15.01.2014, conforme indicação da Câmara de Compensação
Ambiental – CCA da SIMA.

Após a emissão da Licença de Instalação – LI


- Apresentar, antes da instalação do empreendimento, informações atualizadas sobre a remoção da
torre/antena existente, de responsabilidade da sociedade empresária American Tower do Brasil
Cessão de Infraestruturas Ltda., cujo contrato de locação foi informado que expirará em 23.03.2021.

Por ocasião da solicitação da Licença de Operação – LO


- Apresentar o balanço das ações realizadas no Programa de Comunicação Social e Educação
Ambiental, contemplando os resultados obtidos no Programa de Gestão Ambiental da URE.

- Apresentar um balanço das ações realizadas no âmbito do Programa de Capacitação e Treinamento


da Mão de Obra e Programa de Contratação e Desmobilização de Mão de Obra durante a implantação
do empreendimento, com registros fotográficos e descritivos das atividades realizadas.
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- Apresentar no âmbito do Programa de Controle Ambiental das Obras, Relatório Fotográfico e


Descritivo, contendo o andamento e a comprovação da completa desmobilização do canteiro de obras
e recuperação das áreas afetadas.

- Apresentar Relatório final fotográfico e descritivo, devidamente interpretado, do Programa de


Supressão de Vegetação, executado durante a instalação do empreendimento, acompanhado da
Anotação de Técnica – ART do profissional responsável.

- Apresentar um balanço das ações realizadas nos Programas de Controle e Prevenção de Acidentes
e de Minimização de Incômodos a População, durante a implantação do empreendimento.

- Atender ao Parecer Técnico nº 030/20/IPA de 23.04.2020 emitido pela Divisão de Avaliação do Ar,
Ruído e Vibrações – IPA, quanto às emissões atmosféricas..

- Apresentar documento que comprove a contratação de empresa responsável pela desratização e


desinsetização do empreendimento, devendo constar informações sobre a periodicidade desse
controle.

- Apresentar o protocolo da Secretaria do Verde e Meio Ambiente da Prefeitura do Município de Mauá


quanto ao cumprimento das solicitações do documento intitulado “Comunicado/Anuência”
(Comunicado nº 001/2020 ref. Processo nº 8248/2019), emitido em 26.03.2020.

- Elaborar e implantar o Programa de Gerenciamento de Risco (PGR), incluindo o Plano de Ação de


Emergência (PAE), o qual deverá ser desenvolvido de acordo com o disposto na Parte IV da norma
CETESB P4.261 Risco de Acidente de Origem Tecnológica – Método para decisão e termos de
referência – Dez/2011.

- Apresentar, após a apuração final do custo do empreendimento, o relatório contábil, comprovando o


montante efetivamente despendido, visando à realização de ajustes no valor destinado à
compensação ambiental do empreendimento, cujo depósito, se houver, deverá ser realizado no
mesmo fundo no qual foi efetuado o depósito originário.

Durante a operação do empreendimento


- Disponibilizar na área do empreendimento, relatórios semestrais do Programa de Monitoramento e
de Minimização de Incômodos à avifauna, salientando-se que ao longo do monitoramento e com base
em seus resultados, o empreendedor deverá avaliar a eficiência das medidas adotadas no
empreendimento e caso estas não se mostrem eficientes, deverão ser adotadas outras medidas, de
forma que sejam minimizados os incômodos à avifauna. Salienta-se que a duração durante a
operação e conclusão do referido programa deverão ser embasados em seus resultados e mediante
justificativa do responsável.

- Disponibilizar na área do empreendimento, os relatórios do Monitoramento da Qualidade das Águas


Superficiais com a tabulação e interpretação dos resultados analíticos obtidos. Os relatórios deverão
avaliar a efetividade das medidas de controle adotadas durante a operação do empreendimento,
indicando eventuais melhorias.

- Apresentar anualmente relatório consolidado e interpretado dos relatórios do Monitoramento da


Qualidade das Águas Superficiais. Os relatórios deverão avaliar a efetividade das medidas de controle
adotadas durante a operação do empreendimento indicando eventuais melhorias.

- Atender ao Parecer Técnico nº 030/20/IPA de 23.04.2020 emitido pela Divisão de Avaliação do Ar,
Ruído e Vibrações – IPA, quanto às emissões atmosféricas.

Cód.: SO598V03 07/08/2009 47/48


PARECER TÉCNICO
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Nº 053/20/IPGR
Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP
C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7
Site: www.cetesb.sp.gov.br

- Atender ao Parecer Técnico nº 030/20/IPA de 23.04.2020 emitido pela Divisão de Avaliação do Ar,
Ruído e Vibrações – IPA, quanto à geração de ruídos e vibrações.

Por ocasião da renovação da Licença de Operação - LO


- Apresentar um balanço das ações realizadas durante a operação do empreendimento dos
Programas de Controle e Prevenção de Acidentes e de Minimização de Incômodos a População.

Antes do encerramento do empreendimento


- Apresentar um Plano de Desativação, contemplando as instruções contidas no Anexo III da Portaria
Interministerial nº 274, de 30 de abril de 2019, contemplando no mínimo: I - descrição de como e
quando a unidade será parcialmente ou completamente descontinuada; II - diagnóstico ambiental da
área; III - inventário dos resíduos estocados; IV - descrição dos procedimentos de descontaminação
das instalações; V - destinação dos resíduos estocados e dos materiais e equipamentos
contaminados; e VI - cronograma de desativação.

Biol. Alexandra A. S. Papasidero Geol. Damaris Miyashiro Eng. Kátia M. S. Melo


Reg. 6598 – CRBio: 39884/01-D Kumayama Reg. 6802 – CREA: 5062185877
Reg. 7545 – CREA: 5062244384 Ciente e de acordo

Eng. Valéria Soares Bonilha Eng. Sidney Shinke


Gerente do Setor de Avaliação e Gestão Gerente da Divisão de Avaliação da Gestão do
de Resíduos Sólidos - IPGR Uso do Solo e de Resíduos Sólidos - IPG
Reg. 7027 – CREA: 5061095674 Reg. 6563 – CREA: 5060236564

Eng. Carlos Eduardo Komatsu Biol. Renata Ramos Mendonça


Gerente do Departamento Avaliação Assessora da Diretoria de Avaliação de
Ambiental de Projetos e Processos - IP Impacto Ambiental– I
Reg. 5786 – CREA: 682519004 Reg. 5448 – CRBio: 03354/01-D

Cód.: SO598V03 07/08/2009 48/48

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