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PROFESSORA: Jairo
Estado de Santa Catarina é uma das 27 unidades federativas brasileiras e está situado
na região sul, com 293 municípios, sua capital é Florianópolis, cidade que tem uma parte
localizada no continente e outra na ilha de Santa Catarina. Tem 6.249.682 habitantes (censo de
2010) e ocupa uma área de 95.318 km2, faz limite com os estados do Paraná (ao norte) e do Rio
Grande do Sul (ao sul), tem fronteira com a Argentina (a oeste) e é limitado pelo oceano
Atlântico (a leste). O litoral catarinense é formado por costões e baixadas (na parte centro-norte)
e por uma planície sedimentar (ao centro-sul). Essa porção centro-sul sofre a ação de ventos,
causando a aparição de dunas e de lagos, O clima é subtropical (ou mesotérmico), com verões e
invernos bem definidos. As médias das temperaturas variam entre a mínima de 15°C e a
máxima de 25°C.
A vegetação é um domínio de estudos e conhecimentos sobre os aspectos
fitogeográficos, original do estado abrange duas formações vegetais: florestas e campos, as
florestas, ocupantes de 65% do território de Santa Catarina, foram muito desmatadas. Mas
a silvicultura cresceu bastante, porque o governo incentivou muito para que acontecesse
tal reflorestamento e também porque a indústria de madeira se desenvolveu. No planalto, eram
apresentadas no formato de florestas que misturam coníferas (araucárias) e latifoliadas e, na
baixada e sopé da serra do Mar, somente como floresta latifoliada. Os campos aparecem como
manchas que se espalham dentro da floresta mista. Os principais são os de São
Joaquim, Lages, Curitibanos e Campos Novos.
Santa Catarina é o Estado que possui a maior cobertura vegetal nativa do Sul do
Brasil, apesar de todo o desmatamento pela questão da agropecuária e extrativismo, em
conjunto com a expansão urbana no litoral catarinense. A vegetação nativa que ainda resta
aproxima-se de 14%, devido ao alto grau de devastação e fragmentação de sua vegetação. Ao
levar em conta a especificidade catarinense, sua localização geográfica, o tipo de clima, o relevo
e aos diferentes tipos de solo que Santa Catarina apresenta, é possível encontrar
múltiplas paisagens e enorme diversidade na formação vegetal nativa.
Extensão original das regiões fitoecológicas em Santa Catarina, de acordo com Klein
(1978).
Estas disjunções florestais deciduais são via de regra, dominadas tanto nas áreas
tropicais como nas subtropicais pelos mesmos gêneros de origem afro-amazônica, tais como:
Peltophorum, Anadenanthera, Apuleia, embora suas espécies sejam diferentes, o que demarca
um “domínio florístico” também diferente quanto à fitossociologia das duas áreas. São
identificadas dentro da Floresta Estacional Decidual quatro formações distintas: Aluvial, Terras
Baixas, Submontana e Montana.
Distribuição e descrição:
Esse tipo de floresta ocorre em regiões com chuva abundante seguida de uma estação
seca. As árvores são adaptadas para suportar até 7 meses sem precipitação. As florestas
possuem vegetação densa durante a estação chuvosa, mas perdem parte das suas folhas durante
o inverno seco para evitar a perda d'água. Devido a essas condições específicas, esse tipo
de bioma apresenta diversas espécies endêmicas.
Biodiversidade:
As florestas deciduas abrigam uma das mais altas concentrações de aves endêmicas
na América do Sul.
Este tipo de floresta tem uma biodiversidade grande devido a duas razões: elas
abrigam uma das maiores concentrações de espécies endêmicas da América do Sul. Além disso,
o nível de ameaça às espécies é alto pelo fato do clima ser favorável ao cultivo, aumentando o
desmatamento. Além disso, apenas 5% da floresta decidual estacional ainda é remanescente
Tipos:
Esta formação, quase exclusiva das bacias dos rios do Estado do Rio Grande do Sul,
encontra-se bastante desfalcada dos seus elementos principais, explotados para uso doméstico.
Localizada nos terraços fluviais dos Rios Jacuí, Ibicuí, Santa Maria e Uruguai, também ocorre
nas várzeas do Rio Paraguai, no Estado de Mato Grosso do Sul, onde a drenagem é dificultada
pelo pequeno desnível do rio.
Foto 2 - Panorâmica da Floresta Estacional Decidual que reveste solos férteis e argilosos da
Depressão São-Franciscana (1980)
Esta formação ocorre em áreas disjuntas que se apresentam bastante expressivas, sendo
que para identificá-las devem ser observados os seguintes parâmetros altimétricos de acordo
com as latitudes onde são encontradas: - De 4o latitude Norte a 16o latitude Sul, varia de 600
até em torno de 2000 m de altitude; - de 16o latitude Sul a 24o latitude Sul, varia de 500 até em
torno de 1500 m de altitude; e - de 24o latitude Sul e 32o latitude Sul, varia de 400 até em torno
de 1000 m de altitude.
Esta variação altimétrica de acordo com as latitudes pode ser explicada pelas grandes
diferenças de temperatura que influem na composição florística, observandose que quanto mais
ao sul, menor o espaço da faixa altimétrica. Cita-se, como exemplo, o levantamento da
composição florística em uma área situada a mais de 1 000 m de altitude (VELOSO, 1945) em
Teresópolis (RJ), que mostra que a flora é coincidente com a de Brusque (SC), localidade
situada poucos metros acima do nível do mar (VELOSO; KLEIN, 1957).
Tais observações, embora insuficientes, permitem afirmar que as faixas altimétricas vão
se estreitando nas latitudes situadas mais ao sul. Contudo, somente levantamentos detalhados é
que podem estabelecer as variações florísticas essenciais e, assim, melhorar o nível cartográfico
da classificação da vegetação brasileira.
Açoita-cavalo
Relevo
O Estado do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul são formados, em sua
maior extensão, por escarpas de estratos e planaltos que declinam suavemente em direção a
oeste e noroeste. Apresentam grandes regiões geográficas naturais ou grandes paisagens
naturais (zona litorânea - orla marinha e orla da serra, Serra do Mar, planaltos, planícies
costeiras, serras litorâneas e planalto ocidental).
Fauna
É um dos ecossistemas mais ricos em relação à biodiversidade de espécies animais,
contando com indivíduos endêmicos, raros, ameaçados de extinção, espécies migratórias,
cinegéticas e de interesse econômico da Floresta Atlântica e Campos Sulinos.
Várias espécies estão ameaçadas de extinção: a onça-pintada, a onça-parda, a jaguatirica,
o mono-carvoeiro, o macaco-prego, o guariba, o mico-leão-dourado, vários sagüis, a preguiça-
de-coleira, o caxinguelê, e o tamanduá.
Entre as aves destacam-se o jacu, o macuco, a jacutinga, o tiê-sangue, a araponga,
o sanhaço, numerosos beija-flores, tucanos, saíras, gaturamos, além do Papagaio-da-
serra e Papagaio-de-peito-roxo cuja sobrevivência dessas duas espécies esta diretamente
atrelada à sobrevivência da Floresta com Araucária.
Entre os principais répteis desse ecossistema estão o teiú (um lagarto de mais de 1,5m
de comprimento), jibóias, jararacas e corais verdadeiras. Numerosas espécies da flora e da fauna
são únicas e características: a maioria das aves, répteis, anfíbios e borboletas são endêmicas, ou
seja, são encontradas apenas nesse ecossistema. Nela sobrevivem mais de 20 espécies de
primatas, a maior parte delas endêmicas.
Flora
A floresta com araucária ou floresta ombrófila mista apresenta em sua composição
florísticas espécies de lauráceas como a imbuia (Ocotea porosa), o sassafrás (Ocotea odorifera),
a canela-lageana (Ocotea pulchella), além de diversas espécies conhecidas por canelas.
Merecem destaque também a erva-mate (Ilex paraguariensis) e a caúna (Ilex theezans), entre
outras aquifoliáceas. Diversas espécies de leguminosas (jacarandá, caviúna e monjoleiro) e
mirtáceas (sete-capotes, guabiroba, pitanga) também são abundantes na floresta com araucária,
associadas também à coníferas como o pinheiro-bravo (Podocarpus lambertii).
Saueressig (2012) apresentou o resultado de um levantamento dendrológico realizado
nos planaltos do sul brasileiro, acima da cota 500 m s.n.m, onde foram percorridas diversas
rotas, de forma que cobrissem grande parte da área atual de ocorrência da Floresta Ombrófila
Mista, abrangendo as diferentes zonas fitofisionômicas e fitoecológicas dessa tipologia. Foi
registrada a presença de 328 espécies, pertencentes a 165 gêneros e 65 famílias botânicas. As
famílias com maior número de espécies foram: Myrtaceae (59), Fabaceae (37), Lauraceae (22),
Asteraceae (19), Solanaceae (15), Euphorbiaceae e Salicaceae (11), e Rubiaceae e Rutaceae (9).
Os gêneros mais ricos foram: Eugenia (15 espécies), Myrcia (13), Ocotea (11), Solanum (10),
Myrceugenia (9) e Miconia (7), e Ilex e Symplocos (6).
Tipos de vegetação
A mata de araucárias é uma Floresta Temperada que ocorre na região sul do Brasil e
norte da Argentina e é predominantemente formada por araucárias de onde vem o seu nome
Mata de Araucárias.
Para Stellfeld (1949), a região sul-brasileira da araucária, ou "Araucarilândia", pode ser dividida
em:
Ecologia
As Florestas Ombrófilas Mistas apresentam dois estratos formados pelas copas das
árvores. O primeiro estrato é mais baixo e é formado pelas copas de todas as espécies de árvores
angiospermas (plantas que produzem flores e frutos, além de sementes). O outro é o estrato
formado pelas araucárias (Araucaria angustifolia), que são gimnospermas (plantas mais
primitivas, que produzem sementes, mas não flores nem frutos). O estrato das araucárias é quase
sempre mais alto do que o estrato das angiospermas, [10] o que faz das Florestas Ombrófilas
Mistas sistemas de dois componentes (gimnospermas-angiospermas).
Dependendo do clima e da posição geográfica de sua localização, as Florestas
Ombrófilas Mistas apresentam conjuntos diferentes de espécies de árvores. De modo geral, a
maioria das espécies tem origem nas regiões tropicais da Mata Atlântica. Nas regiões mais altas
e frias da Serra Geral, aumenta a abundância de espécies com origem no sul da América do Sul
(incluindo as próprias araucárias), região também mais fria e que geologicamente esteve ligada
à Antártica e à Oceania. Já nas regiões menos elevadas e que experimentam verões mais quentes
e invernos menos frios, a Floresta Ombrófila Mista apresenta muitas espécies com origem no
Brasil central e leste, indicando um corredor de migração destas espécies desde o final do
último período glacial.
Conservação
As Florestas Ombrófilas Mistas encontram-se reduzidas a 12,6% de sua extensão
original.
Esta porção restante encontra-se em elevado grau de fragmentação, com a maioria de
seus remanescentes reduzidos a pequenos fragmentos florestais (mais de 80% tem menos do que
50 hectares) encontrados em fazendas em meio a pastagens e campos agrícolas.
Um estudo realizado em fragmentos de Floresta Ombrófila Mista descobriu que a
maior parte da biodiversidade arbórea da região encontrava-se reunido na principal reserva
florestal da região, e que os fragmentos espalhados nas fazendas ao redor continham um
subconjunto menor de espécies, além de apresentar falta generalizada de araucárias e muitas
vezes sinais de degradação florestal.
Segundo os autores estes resultados indicam ao mesmo tempo a importância das
reservas florestais, a capacidade dos fragmentos de persistir mantendo uma parte da
biodiversidade das Florestas Ombrófilas Mistas, e a necessidade de regulamentar e proteger os
fragmentos nas propriedades rurais.
Algumas das unidades de conservação da Mata das Araucárias são: Floresta Nacional
de Canela, Floresta Nacional Chapecó, Floresta Nacional de Caçador, Floresta Nacional de
Irati, Floresta Nacional de Passo Fundo, Parque Nacional de São Joaquim, Parque Estadual
Bosque das Araucárias, Parque Estadual do Caracol, Parque Nacional da Serra Geral, Parque
Nacional de Aparados da Serra, Reserva Biológica das Araucárias, dentre outras.
Manejo
Segundo Souza, após a ocorrência de ciclos econômicos de desmatamento, extração
de madeira e usos múltiplos (recreação, plantio de erva-mate, forrageio complementar ao gado)
de fragmentos de Florestas Ombrófilas Mistas, o governo brasileiro proibiu a exploração
comercial das principais espécies madeireiras. Críticos argumentam que a proibição de manejo
para extração madeireira desvaloriza os fragmentos florestais em terras privadas e estimula o
desmatamento ilegal ou a degradação através do fogo e do uso pelo gado. Pesquisas recentes
constataram que populações de Araucárias parecem não ser capazes de se recuperar da
perturbação que a extração seletiva de madeira representa. Este resultado sugere que apenas as
árvores angiospermas (que dão flores e frutos além de sementes) podem ser capazes de se
recuperar da extração seletiva. Sugere também que a extração madeireira de araucárias degrada
os remanescentes de Florestas Ombrófilas Mistas porque elimina sua espécie mais dominante e
característica, com consequências severas e negativas para a fauna diversificada que se alimenta
das sementes das araucárias.
Foi sugerido que uma forma promissora de recuperar a produção madeireira de
araucárias nas propriedades privadas seria a promoção de plantações comerciais de araucárias, e
que um plano nacional é necessário para promover a cadeia produtiva relacionada aos
subprodutos das araucárias (madeira, polpa, resina, sementes). Souza. sugeriram dez diretrizes
para tornar o manejo de fragmentos de Floresta Ombrófila Mista mais científico, sustentável e
rentável para os proprietários:
(a) Reduzida intensidade de extração de madeira, possivelmente para até 15% da área basal de
cada trecho a ser explorado;
(b) Adoção de planejamento cuidadoso de estratégias de extração para minimizar os impactos
operacionais durante a derrubada e o arraste dos troncos, como a extração de impacto reduzido;
(c) Adoção de tempos de rotação (tempo que um trecho floresta explorado deve ficar em
repouso após sofrer extração seletiva de madeira) de pelo menos 55 anos, portanto maiores do
que os empregados em plantações experimentais de araucárias (45 anos);
(d) Reservar pelo menos 10% ou um mínimo de 25 hectares (o que for maior) de cada
fragmento manejado como refúgio não explorado para a conservação de espécies e fonte de
recolonização para os trechos explorados. (e) Restrição do manejo florestal a fragmentos
maiores do que 100 hectares, para minimizar o risco de colapso por avanço de bordas;
(f) Exploração sustentável de produtos florestais não madeiráveis como mel, erva-mate, plantas
ornamentais, entre outros;
(g) Desenvolvimento do ecoturismo regional e local;
(h) Regulação e generalização do pagamento aos proprietários de fragmentos florestais nativos
pelos serviços ecossistêmicos prestados por estes fragmentos;
(i) Exclusão do gado dos fragmentos, de forma a permitira manutenção da biodiversidade do
sub-bosque florestal assim como a regeneração das espécies arbóreas.
(j) Restringir o acesso humano que não seja do ecoturismo de forma a evitar ações de
degradação como fogo e a caça.
ARENIZAÇÃO:
Entende-se por Arenização o processo de formação de bancos de areias em
solos já arenosos e não consolidados. Isso acarreta a baixa presença ou até a extinção da
vegetação em virtude da dificuldade de fixação em função das constantes movimentações da
camada superficial dos solos. No Brasil, esse problema manifesta-se mais frequentemente no
Rio Grande do Sul, com destaque para alguns municípios da região sudoeste do estado, como
São Francisco de Assis, Alegrete, Maçambará, Rosário do Sul, entre outros.
Estudos empreendidos por vários geógrafos – com destaque para Dirce
Suertegaray, Roberto Verdum e Aziz Ab'Saber – apontaram que esse problema no estado do Rio
Grande do Sul não é algo recente em termos históricos, estando presente em relatos realizados
em tempos coloniais. Dessa forma, considera-se que esse é um fenômeno natural, que, no
entanto, é intensificado pelas práticas humanas.
Arenização no RS
Perfis esquemáticos da Estepe
4 Floresta Ombrófila Densa (Floresta Tropical Pluvial)
O termo Floresta Ombrófila Densa, criado por Ellenberg e Mueller-Dombois (1967),
substitui Pluvial (de origem latina) por Ombrófila (de origem grega), ambos com o mesmo
significado “amigo das chuvas”. Além disso, os autores empregaram pela primeira vez os
termos Densa e Aberta como divisão das florestas dentro do espaço intertropical, muito embora
este tipo de vegetação seja conhecido também pelo nome original dado por Schimper (1903) e
reafirmado por Richards (1952) de “Floresta Tropical Pluvial”. Aceitou-se a designação de
Ellenberg e Mueller-Dombois (1967), porque as duas fisionomias ecológicas ocorrem tanto na
Amazônia como nas áreas costeiras, justificando-se assim o uso da terminologia mais recente.
Este tipo de vegetação é caracterizado por fanerófitos - subformas de vida macro e
mesofanerófitos, além de lianas lenhosas e epífitas em abundância, que o diferenciam das outras
classes de formações. Porém, sua característica ecológica principal reside nos ambientes
ombrófilos que marcam muito a “região florística florestal”. Assim, a característica
ombrotérmica da Floresta Ombrófila Densa está presa a fatores climáticos tropicais de elevadas
temperaturas (médias de 25o C) e de alta precipitação, bem-distribuída durante o ano (de 0 a 60
dias secos), o que determina uma situação bioecológica praticamente sem período
biologicamente seco.
No noroeste do Estado de Mato Grosso, o clima é caracterizado por uma estação seca,
que varia de três a cinco meses por ano, com exceção da divisa com o Estado do Amazonas,
onde o período seco diminui para dois meses, justamente na área do embasamento. Nos
trabalhos de campo desenvolvidos nesta área, verificou-se que a floresta encontrada próxima ao
contato da grande Bacia Sedimentar dos Parecis, no Estado do Mato Grosso, com o
embasamento cristalino, se expandiu para o sul, com a mesma característica da encontrada ao
norte, ou seja, Ombrófila, embora sob clima tipicamente Tropical Estacional, com pelo menos
três meses de período seco. O desenvolvimento de uma exuberante floresta, sob um clima com
médio/longo período seco, só pode ser explicado com a análise de outros fatores do ambiente,
pois a umidade aí é sempre mantida, mesmo no período desfavorável, evidenciando que o clima
não é o fator determinante para a manutenção desta umidade. Constatou-se que na Bacia
Sedimentar dos Parecis, de elevado potencial de água subterrânea, os grandes rios, como o
Juruena, Arinos e Sangue, desenvolveram ao longo de suas calhas um formato de “cunha” ou
“funil”, contribuindo para o aumento da umidade ao longo deles, criando um ambiente propício
para a Floresta Ombrófila, situada ao norte, no embasamento, adentrar para o sul na grande
Bacia Sedimentar dos Parecis, mantendo as mesmas características fisionômicas, estruturais e
florísticas. O estudo feito por Ivanauskas, Monteiro e Rodrigues (2008), na Bacia do Alto Rio
Xingu, levanta a hipótese de que estas florestas, apesar do longo período de estiagem, não
sofrem estresse hídrico, ou, resumindo:
[...] muitos estudos comprovam que as raízes das árvores das
florestas amazônicas penetram e absorvem água em grandes
profundidades. Esse fato é mais comum nas florestas sujeitas
a períodos de seca sobre latossolos, os quais têm pouca água
disponível na superfície, mas que facilitam o enraizamento
profundo para a absorção de água em profundidade
(IVANAUSKAS; MONTEIRO; RODRIGUES, 2008, p.
396).
O tipo vegetacional Floresta Ombrófila Densa foi subdividido em cinco formações,
ordenadas segundo a hierarquia topográfica, que condiciona fisionomias diferentes, de acordo
com as variações das faixas altimétricas. Para cada 100 m de altitude as temperaturas diminuem
1º C. 1° Ao nível do mar a temperatura varia 2° C a cada 10° de latitude e vai diminuindo com
maior intensidade na zona subtropical (TROJER, 1959). 2° O gradiente vertical varia 1° C para
cada 100 m de altitude, porém este gradiente é bem maior nas latitudes maiores. Fórmula de
Holdridge (1978):
Foto 4 - Floresta Ombrófila Densa Submontana com emergentes com destaque para indivíduos
de Vochysia inundata Ducke (quaruba-cedro) recobrindo um outeiro (Amazônia, 1976).
Sua estrutura é integrada por fanerófitos com troncos e galhos finos, folhas
miúdas e coriáceas, casca grossa com fissuras. A florística é representada por famílias de
dispersão universal, embora suas espécies sejam endêmicas, revelando um isolamento antigo de
“refúgio cosmopolita”. Este refúgio é conhecido popularmente por “mata nuvígena” ou “mata
nebular”, nos locais onde a água evaporada se condensa em neblina, precipitando-se sobre as
áreas elevadas (Foto 6).
Foto 6 - Em primeiro plano área antrópica. Ao fundo Floresta Ombrófila Densa Alto
Montana e Refúgio Ecológico Alto-Montano (Morretes-Pr, 1991).
5 Floresta Nebular
Ocorrência: Ao longo do litoral, nas planícies fluviais e ao redor das depressões aluviais
(pântanos, lagunas e lagoas) há frequentemente terrenos instáveis. Trata-se de uma vegetação de
primeira ocupação de caráter edáfico, que ocupa terrenos rejuvenescidos pelas seguidas
deposições de areias marinhas nas praias e restingas, as aluviões fluviomarinhas nas
embocaduras dos rios e os solos ribeirinhos aluviais e lacustres.
No “pontal rochoso” que deu origem à restinga e em algumas áreas mais internas
das Planícies Marinhas, a vegetação pioneira difere do resto das comunidades arenosas. Neste
pontal, a principal espécie característica é a Clusia criuva Cambess., associada às Cactaceae dos
gêneros Cereus e Opuntia, além das muitas Bromeliaceae, dos gêneros Vriesea, Bromelia,
Canistrum, Aechmea e outros, que se destacam justamente nos Estados do Paraná, de Santa
Catarina e do Rio Grande do Sul.
Remirea marítima
Caliandra sp.
Restinga
Mangue Itacorubi
açaizal
Referência: