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Desenvolvimento Sustentável
Prof. Christiane Martins
Aula 02
ocorrendo.
Anos mais tarde, os cientistas descobriram concentrações da substância nos pinguins da Antártida, em
ursos polares do Ártico e em baleias da Groenlândia, que estavam muito distantes das zonas agrícolas onde
o pesticida tinha sido utilizado.
O livro Primavera Silenciosa soou como um alarme que provocou, nos anos seguintes, intensa inspeção das
terras, rios, mares e ares por parte de muitos países, preocupados com danos causados ao meio ambiente.
➔ A UNESCO promove em Paris, no mês de setembro de 1968, uma Conferência sobre a conservação e
o uso racional dos recursos da biosfera que estabelece as bases para o lançamento, em 1971, do
Programa Homem e a Biosfera (MAB).
O documento, embora sendo criticado e considerado alarmista por muitos, conseguiu atingir seu objetivo,
influenciando não apenas a opinião pública, mas, sobretudo, muitos governos e organizações internacionais.
Além do problema, o documento indicava também um caminho a percorrer baseado na busca:
“de um resultado modelo que represente um sistema mundial que seja: 1. Sustentável, sem colapso
inesperado e incontrolável; 2. Capaz de satisfazer aos requisitos materiais básicos de todos os seus
habitantes”.
Como previsto e em função da crescente preocupação com o
problema ambiental, a ONU realiza em 1972, em Estocolmo, a
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
Humano, que teve como resultado uma Declaração e um Plano de
Ação para o Meio Ambiente Humano que contém 109
recomendações.
● encontrar meios e maneiras para que a comunidade internacional possa lidar mais eficientemente com
as preocupações ambientais;
● contribuir com a definição de noções comuns relativas a questões ambientais de longo prazo e os
esforços necessários para tratar com êxito os problemas da proteção e da melhoria do meio ambiente,
uma agenda de longo prazo a ser posta em prática nos próximos decênios.
O informe Brundtland, da Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CMMAD), denominado “Nosso Futuro Comum”,
divulgado em 1987, pode ser considerado um dos mais importantes
documentos sobre a questão ambiental e o desenvolvimento dos
últimos anos.
Procura estabelecer uma relação harmônica do homem com a natureza, como centro de um processo de
desenvolvimento que deve satisfazer às necessidades e às aspirações humanas. Enfatiza que a pobreza é
incompatível com o desenvolvimento sustentável e indica a necessidade de que a política ambiental deve ser
parte integrante do processo de desenvolvimento e não mais uma responsabilidade setorial fragmentada.
O relatório define as premissas do que seria o Desenvolvimento Sustentável, o qual contém dois
conceitos-chave: primeiro, o conceito de “necessidades”, particularmente aquelas que são essenciais à
sobrevivência dos pobres e que devem ser prioridade na agenda de todos os países; segundo, o de que o
estágio atingido pela tecnologia e pela organização social impõe limitações ao meio ambiente, que o
impedem consequentemente de atender às necessidades presentes e futuras.
“é um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a
orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial
presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações humanas”.
Resultam daí os principais objetivos das políticas ambientais e desenvolvimentistas, que em síntese são:
➢ retomar o crescimento;
➢ alterar a qualidade do desenvolvimento;
➢ atender às necessidades essenciais de emprego, alimentação, energia, água e saneamento;
➢ manter um nível populacional sustentável;
➢ conservar e melhorar a base de recursos;
➢ reorientar a tecnologia e administrar o risco;
➢ incluir o meio ambiente e a economia no processo de tomada de decisões.
O conceito dá margem a interpretações que de modo geral baseiam-se num desequilíbrio entre os três eixos
fundamentais do conceito de sustentabilidade, que são: o crescimento econômico, a preservação ambiental e
a equidade social. O predomínio de qualquer desses eixos desvirtua o conceito e torna-se manifestação de
interesse de grupos, isolados do contexto mais geral, que é o interesse da humanidade como um todo.
O documento “Nosso Futuro Comum” foi referência e base importante para os debates que aconteceram na
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), realizada no Rio de
Janeiro em 1992, onde se popularizou o conceito de desenvolvimento sustentável, tornando as questões
ambientais e de desenvolvimento indissoluvelmente ligadas.
A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), também conhecida
como Cúpula da Terra, ou Eco-92, foi realizada no Rio de Janeiro em 1992, com representantes de 179
países que discutiram durante 14 dias os problemas ambientais globais e estabeleceram o desenvolvimento
sustentável como uma das metas a serem alcançadas pelos governos e sociedades em todo o mundo.
A ECO-92 ocorreu 20 anos após a conferência de Estocolmo e concentrou-se em identificar as políticas que
geram os efeitos ambientais negativos.
Concluiu ela, de forma eloquente, que “a proteção ambiental constitui parte integrante do processo de
desenvolvimento, e não pode ser considerada isoladamente deste”. O meio ambiente e o
desenvolvimento são duas faces da mesma moeda com nome próprio, desenvolvimento sustentável, o qual
“não se constitui num problema técnico, mas social e político”.
De todos, a Agenda 21 é o mais abrangente, e constitui um
programa internacional que estabelece parâmetros para que se
obtenha o desenvolvimento sustentável nas suas vertentes
econômica, social e ambiental. No que diz respeito às
empresas, em seu Capítulo 31, item 1, reconhece que:
De modo geral, os compromissos assumidos foram muito vagos e sem prazos para
alcançar os objetivos socioeconômicos e ambientais colocados.
De 13 a 22 de junho ocorre a nova Conferência da ONU
sobre Desenvolvimento Sustentável no Rio de Janeiro, a
Rio+20. Marca os 20 anos da ECO-92.
Tudo teve início há 20 anos, em 1992, quando a ONU organizou a ECO-92, no Rio de Janeiro. O evento
marcou a adoção da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC).
Através desta convenção, as nações concordaram em “estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa
na atmosfera para evitar interferências perigosas da atividade humana no sistema climático”. Até agora, 197
partes assinaram o documento.
Desde 1994, quando o tratado entrou em vigor, todos os anos a ONU vem reunindo quase todos os países do
planeta para cúpulas climáticas globais ou “COPs”, que significa “Conferência das Partes”.
Em 2015, na 21ª Conferência das Partes (COP21) da UNFCCC,
em Paris, foi adotado um novo acordo com o objetivo central de
fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima e de
reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos
decorrentes dessas mudanças.
Por meio das iNDCs, cada nação apresentou sua contribuição de redução de emissões dos gases de efeito
estufa, seguindo o que cada governo considera viável a partir do cenário social e econômico local.
A NDC do Brasil comprometeu-se a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos
níveis de 2005, em 2025, com uma contribuição indicativa subsequente de reduzir as emissões de
gases de efeito estufa em 43% abaixo dos níveis de 2005, em 2030. Para isso, o país se comprometeu a
aumentar a participação de bioenergia sustentável na sua matriz energética para aproximadamente
18% até 2030, restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas, bem como alcançar uma
participação estimada de 45% de energias renováveis na composição da matriz energética em 2030.
A COP26, realizada em Glasgow, em 2021, na Escócia, foi firmado o acordo
considerado um dos mais importantes desde que as conferências climáticas
começaram a ser realizadas. Trata-se do acordo de Glasgow.
O texto estabelece que países como China, Estados Unidos e Índia devem
“acelerar esforços” para reduzir o uso de carvão. Apesar disso, nenhuma
meta foi estabelecida para o uso desse tipo de recurso energético.
O encontro de 2021 também marcou os cinco anos do Acordo de Paris, que prevê metas para a redução da emissão
de gases do efeito estufa e finalizou os detalhes para sua implementação prática.
O acordo também pediu que os países atualizassem, até 2022, suas metas de redução de emissões de gases de
efeito estufa. As atualizações deveriam servir como referência para atingir os objetivos projetados para 2030.
- No entanto, segundo a ONU a maioria dos países está atrasada em seus compromissos existentes de reduzir a
produção de carbono, com as emissões globais de gases de efeito estufa a caminho de aumentar 10,6% até
2030 em comparação com os níveis de 2010.
- Apenas 24 dos quase 200 países participantes das negociações da COP27 (2022) apresentaram planos de
redução de emissões novos ou atualizados desde a conferência climática de Glasgow. Na ocasião, todos se
comprometeram a fazê-lo, segundo a agência climática da ONU.