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24/01/2020 Aula 1 - Breve histórico de encontros e conferências internacionais sobre o meio ambiente

Aula 1 - Breve histórico de encontros e


conferências internacionais sobre o meio
ambiente

Site: Ambiente Virtual de Aprendizagem MOOC

Curso: Sustentabilidade na Administração Pública

Livro: Aula 1 - Breve histórico de encontros e conferências internacionais sobre o meio ambiente

Impresso por: Iris Abdalla Candido Mendes

Data: sexta, 24 jan 2020, 19:38

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Sumário
1. Introdução

2. Sustentabilidade: Antecedentes Históricos

3. O Clube de Roma

4. A Conferência de Estocolmo

5. Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), a Rio’92

6. A Agenda 21 Global

7. O Protocolo de Kyoto

8. “Rio+10”

9. Marrakech Task Force (MTF)

10. "Rio+20"

11. A COP21

12. Pense a respeito...

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1. Introdução
Olá, sejam bem-vindos à primeira aula do nosso curso Sustentabilidade na Administração
Pública.

Nesta aula faremos um breve histórico de encontros e conferências internacionais sobre o


meio ambiente e sustentabilidade.

Para facilitar o estudo, esta aula está organizada da seguinte forma:

MÓDULO I - AULA 1

1. Introdução
2. Sustentabilidade -
Antecedentes Históricos;
3. O Clube de Roma;
4. A Conferência de
Estocolmo;
5. Conferência das Nações
OBJETIVO:
Unidas sobre Meio
Ambiente e Apresentar um breve histórico da questão ambiental e da
Desenvolvimento sustentabilidade.
(CNUMAD), a Rio’92;
6. A Agenda 21 Global;
7. O Protocolo de Kyoto;
8. "Rio+10"
9. Marrakech Task Force
(MTF);
10. "Rio+20"
11. COP21
12. Pense a respeito...

Ao final desta aula, esperamos que você tenha condições de:

Conhecer o histórico de conferências internacionais sobre o meio ambiente e


Sustentabilidade.

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2. Sustentabilidade: Antecedentes Históricos


Desde o início dos anos 60 o crescimento da população, as mudanças climáticas e o
aquecimento global fazem parte da agenda de discussões de várias nações. O planeta vive um
momento crítico em relação às questões ambientais e dá sinais evidentes de que não mais
suporta o ritmo atual de consumo de recursos naturais.

A poluição ambiental, em algumas regiões da Terra, chegou a níveis tão alarmantes que o
nascimento de crianças com graves problemas de saúde tornou-se comum.

Para agravar ainda mais o problema verdadeiras catástrofes ecológicas ocorreram nos
últimos anos deixando um saldo de milhares de mortes, além de prejudicar o clima e trazer
danos irreversíveis para o meio ambiente. Dentre essas catástrofes podemos citar:

Seveso, Itália (1976) - Tanques de armazenagem na indústria química ICMESA


romperam, liberando vários quilogramas da dioxina TCDD (2,3,7,8-tetraclorodibenzo-p-
dioxina) na atmosfera. Devido à contaminação, 3.000 animais morreram e outros 70.000
animais tiveram que ser sacrificados para evitar a entrada da dioxina na cadeia alimentar.
Acredita-se que não tenha havido mortes de seres humanos diretamente vinculadas ao
acidente, mas 193 pessoas nas áreas afetadas sofreram de cloracne e outros sintomas;

Pensilvânia, Estados Unidos (1979) - Um dia após o acidente ocorrido na usina nuclear
de Three Mile Island, foi medida a radioatividade em volta da usina, que alcançava até 16
quilômetros com intensidade de até 8 vezes maior que a letal;

Cubatão, Brasil (1984) - Vazamento de gasolina em um dos oleodutos da Petrobrás que


ligava a Refinaria Presidente Bernardes ao Terminal de Alemoa. O número oficial de
mortos é de 93, porém algumas fontes citam um número extra oficial superior a 500
vítimas fatais, dezenas de feridos e a destruição parcial da vila;

Bhopal, Índia (1984) - 40 toneladas de gases tóxicos vazaram na fábrica de pesticidas da


empresa norte-americana Union Carbide. Mais de 500 mil pessoas, a sua maioria
trabalhadores, foram expostas aos gases e pelo menos 27 mil morreram por conta disso.
Cerca de 150 mil pessoas ainda sofrem com os efeitos do acidente e aproximadamente 50
mil pessoas estão incapacitadas para o trabalho;

Chernobyl, Rússia (1986) - É considerado o pior acidente nuclear da história,


produzindo uma nuvem de radioatividade que atingiu a União Soviética, Europa Oriental,
Escandinávia e Reino Unido, com a liberação de 400 vezes mais contaminação que a
bomba que foi lançada sobre Hiroshima. Um relatório da ONU de 2005 atribuiu 56
mortes até aquela data – 47 trabalhadores acidentados e nove crianças com câncer da

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tireóide. No entanto, um estudo feito em 2005 (quase 20 anos depois) aponta que
morreram de câncer entre 30.000 e 60.000 pessoas vítimas do vazamento de Chernobyl.

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3. O Clube de Roma
Em 1966 o industrial italiano Aurelio Peccei e o cientista escocês Alexander King fundam
o Clube de Roma, composto por um pequeno grupo de profissionais liberais, empresários,
diplomatas, cientistas, educadores, humanistas, economistas e altos funcionários
governamentais com o objetivo de debater assuntos relacionados a política, economia
internacional e, sobretudo, ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável, tendo cada
participante se comprometido a sensibilizar os líderes mundiais e os tomadores de decisão
sobre as questões discutidas.

O Clube de Roma ganhou expressão mundial com a publicação, em 1972, do relatório


“Os Limites do Crescimento”, conhecido também como “Relatório do Clube de Roma”,
elaborado por uma equipe do Instituto de Tecnologia de Massachusetts contratada pelo Clube.

O relatório, que vendeu mais de 12 milhões de exemplares e foi traduzido para 30 idiomas,
tornou-se um dos documentos mais populares no mundo sobre meio ambiente. O relatório
abordou problemas cruciais para o futuro desenvolvimento da humanidade tais como energia,
poluição, saneamento, saúde, ambiente, tecnologia e crescimento populacional.

Ele demonstrou, por meio de programas de computador, uma prospecção sobre a utilização
indiscriminada dos recursos naturais, salientando que esse sistema tenderia a entrar em
colapso se uma modificação nas atitudes do ser humano não fosse iniciada imediatamente.

Com essa recepção positiva do relatório de 1972 e das questões abordadas, o Clube de
Roma, que veio a se tornar uma Organização Não-Governamental (ONG) sem fins lucrativos,
passou a desenvolver e publicar outros relatórios sobre as questões ambientais globais
verificadas pelo grupo, com o objetivo de sensibilizar os governantes e líderes globais sobre a
interação delicada entre o desenvolvimento econômico da humanidade e a fragilidade da
natureza.

A partir disso, vários países criaram os respectivos Ministérios do Meio Ambiente e


instituições afins com o intuito de fiscalizar e preservar o meio ambiente.

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A repercussão internacional do relatório foi muito grande, tanto que no mesmo ano foi o
principal objeto de discussão da 1ª Conferência Internacional sobre o Homem e o Meio
Ambiente, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), também conhecida como
Conferência de Estocolmo.

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4. A Conferência de Estocolmo
A Conferência de Estocolmo contou com a participação de 113 países e mais de 250
organizações não-governamentais, tendo cobertura de jornalistas do mundo inteiro. O evento
foi uma atitude pioneira com o intuito de conscientizar a sociedade sobre a premência de se
melhorar a relação com o meio ambiente no que diz respeito ao uso dos recursos naturais,
lembrando que grande parte desses recursos além de não ser renovável, quando removidos da
natureza em grandes quantidades, deixam uma lacuna, às vezes irreversível, cujas
consequências serão sentidas pelas gerações futuras.

A primeira proposta para resolução dessa questão, feita por representantes dos países
industrializados foi a de “crescimento zero”. Obviamente tal solução não agradou aos países
menos desenvolvidos que pleiteavam sua própria industrialização para que seu
desenvolvimento se equiparasse ao dos países mais industrializados, passando a defender,
então, o "desenvolvimento a qualquer custo", o que causou uma bipolaridade no que se refere
à questão ambiental.

Como resultado, foi elaborada, entre outros documentos, a Declaração sobre o Ambiente
Humano, também chamada Declaração de Estocolmo, que orientava a humanidade para a
necessidade de aumentar o número de trabalhos educativos voltados para as questões
ambientais.

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5. Conferência das Nações Unidas sobre Meio


Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), a Rio’92
É nessa época que surge a ideia de harmonizar justiça social, crescimento econômico e
preservação ambiental através do conceito de “ecodesenvolvimento” para estabelecer uma
relação positiva entre desenvolvimento e meio ambiente.

O termo ecodesenvolvimento foi proposto por Maurice Strong e, em seguida, ampliado


pelo economista Ignacy Sachs, que, além da preocupação com o meio ambiente, incorporou
as devidas atenções às questões sociais, econômicas, culturais, de gestão participativa e ética.

Como uma derivação do conceito, surgiu a ideia de desenvolvimento sustentável. Em 1987,


a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), presidida pela
a então primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, adotou o conceito de
Desenvolvimento Sustentável em seu relatório Our Common Future (Nosso Futuro Comum),
também conhecido como Relatório Brundtland.

Esse novo conceito foi definitivamente incorporado como um princípio durante a


Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - a Cúpula da
Terra de 1992 (Eco-92) - no Rio de Janeiro.

Em sua essência, o desenvolvimento sustentável também busca o equilíbrio entre proteção


ambiental e desenvolvimento socioeconômico e serviu como base principal para a formulação
do documento Agenda 21 Global, com o qual mais de 170 países se comprometeram. A
premissa básica do Relatório Brundtland é: Independentemente da existência de atores
sociais implicados na responsabilidade da degradação ambiental, a busca de soluções seria
uma tarefa comum a toda humanidade.

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Ainda em 1972 a ONU criou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente -
Pnuma, com o objetivo de coordenar as ações internacionais de proteção ao meio ambiente e
de promoção do desenvolvimento sustentável.

No Brasil, em agosto de 1981, foi sancionada a Lei federal nº 6.938 que instituiu a
Política Nacional do Meio Ambiente. Esse diploma legal tem por objetivo a preservação,
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar condições
ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da
dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:

I. Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente


como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o
uso coletivo;

II. Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;

III. Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;

IV. Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;

V. Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;

VI. Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a


proteção dos recursos ambientais;

VII. Acompanhamento do estado da qualidade ambiental;

VIII. Recuperação de áreas degradadas;

IX. Proteção de áreas ameaçadas de degradação;

X. Educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade,


objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.

A ONU criou, em 1983, a Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento


(Unced) presidida pela primeira-ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland, com objetivo
de estudar os problemas globais relacionados ao meio ambiente e ao desenvolvimento.

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Em 1987, a Unced lançou um documento chamado “Nosso futuro comum”, que ficou
famoso como “Relatório Brundtland”. Ele expõe que os problemas ambientais e a busca
pelo desenvolvimento sustentável estão diretamente ligados com o fim da pobreza, a
satisfação básica de alimentação, saúde e habitação, a busca de novas matrizes energéticas
que privilegiem as fontes renováveis e a inovação tecnológica.

O “Relatório Brundtland” apoia-se no tripé atividade econômica, meio ambiente e bem-


estar da sociedade e define o desenvolvimento sustentável como aquele que atende às
necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as futuras gerações atenderem
a suas próprias necessidades.

Em 1992, vinte anos após a realização da primeira conferência sobre o meio ambiente,
representantes de cento e oito países do mundo reuniram-se no Rio de Janeiro para a
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD),
também conhecida por Rio’92 ou ECO-92, que pode ser considerada o grande marco das
discussões ambientais globais.

Dentre os principais assuntos abordados na ECO-92, encontra-se a discussão de como


fazer com que os países em desenvolvimento tenham acesso às tecnologias não agressivas
ambientalmente e como fortalecer as instituições dedicadas aos estudos dessas tecnologias.

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A intenção, nesse encontro, era introduzir a ideia do desenvolvimento sustentável. Um


modelo de desenvolvimento econômico menos consumista e mais adequado ao equilíbrio
ecológico.

A grande diferença entre as conferências de 1972 e de 1992 foi a presença maciça, nesta
última, de Chefes de Estado, fator indicativo da importância atribuída à questão ambiental.

Além da sensibilização da sociedade e das elites políticas, a Conferência teve como


resultado a produção de alguns documentos oficiais fundamentais:

Carta da Terra;
Convenção sobre Diversidade Biológica, tratando da proteção da biodiversidade;
Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, tratando da redução da
Desertificação;
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, tratando das
Mudanças climáticas globais;
Declaração de Princípios sobre Florestas;
Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento; e a
Agenda 21.

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6. A Agenda 21 Global
A Agenda 21 Global foi construída de forma consensual, com a contribuição de governos
e instituições da sociedade civil de 179 países, em um processo que durou dois anos.

É um documento amplo que aborda diretrizes, bem como roteiros detalhados para orientar
governos, instituições das Nações Unidas e setores independentes em como efetivar a
proposta de proporcionar o desenvolvimento com maior qualidade de vida através da
preservação dos ecossistemas, mudando o rumo das atividades humanas no planeta.

Consiste num plano de ação formulado internacionalmente para ser adotado em escala
global, nacional e local por organizações do sistema das Nações Unidas, pelos governos e
pela sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana impacta o meio ambiente.

Reflete um consenso mundial e compromisso político que estabelece um diálogo


permanente e construtivo inspirado na necessidade de atingir uma economia em nível mundial
mais eficiente e equitativa.

Constitui a mais abrangente tentativa já realizada de orientação para um novo padrão de


desenvolvimento no século 21, cujo alicerce é a sinergia da sustentabilidade ambiental, social
e econômica, perpassando em todas as suas ações propostas.

A Agenda segue o princípio de “pensar globalmente, agir localmente”, e enumera os


objetivos a serem atingidos pelas sociedades para atingir a sustentabilidade.

É um processo público e participativo que propõe o planejamento e a implementação de


políticas para o desenvolvimento sustentável por meio da mobilização de todos os cidadãos
na formulação dessas políticas. Além disso, está previsto o compartilhamento dessas soluções
pela sociedade, que deve analisar sua situação e definir prioridades em suas políticas públicas,
sempre tendo em vista o tripé da sustentabilidade (ambiental, econômica e social).

Os governos têm a responsabilidade de facilitar a implementação deste processo que deve


envolver toda a sociedade.

Os objetivos da Agenda são:

Parceria e conscientização: a Agenda 21 é um processo público e participativo para o


planejamento e a implementação das políticas e ações para o desenvolvimento
sustentável. Nesse sentido, ela é um importante instrumento para a conscientização
ambiental e para a mobilização de cidadãos e cidadãs na formulação de políticas, na
consolidação da responsabilidade social e no fortalecimento dos mecanismos
participativos e democráticos;
Comprometimento com soluções: é um documento que estabeleceu a importância de
cada país se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual

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governos, empresas, organizações não- governamentais e todos os setores da sociedade


poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas socioambientais;
Definição de prioridades: a Agenda 21 resulta na análise da situação atual de um país,
Estado, município, região, setor, e planeja o futuro de forma sustentável. Este esforço de
planejar o futuro gera oportunidades para que as sociedades e os governos possam definir
prioridades nas políticas públicas;
Questões sociais, ambientais e econômicas: a Agenda 21 não está restrita às questões
ligadas à preservação e conservação da natureza, mas sim a uma proposta que rompe com
o desenvolvimento dominante, onde predomina o econômico, dando lugar à
sustentabilidade ampliada, que une a Agenda ambiental e a Agenda social, ao enunciar a
indissociabilidade entre os fatores sociais e ambientais e a necessidade de que a
degradação do meio ambiente seja enfrentada juntamente com o problema mundial da
pobreza;
A responsabilidade dos governos: Os governos têm o compromisso e a responsabilidade
de deslanchar e facilitar o processo de implementação em todas as escalas. Além dos
Governos, a convocação da Agenda 21 visa mobilizar todos os segmentos da sociedade,
chamando-os de “atores relevantes” e “parceiros do desenvolvimento sustentável”;
Um processo social: torná-la realidade é antes de tudo um processo social no qual todos
os envolvidos vão pactuando paulatinamente novos consensos e montando uma Agenda
possível rumo ao futuro que se deseja sustentável.

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7. O Protocolo de Kyoto
Em 1997, na cidade de Kyoto no Japão, foi assinado um novo componente da Convenção
Marco sobre Mudanças Climáticas: o Protocolo de Kyoto, que entrou em vigor no dia 16 de
fevereiro de 2005, logo após o atendimento às condições que exigiam a ratificação por, no
mínimo, 55% do total de países-membros da Convenção e que fossem responsáveis por, pelo
menos, 55% do total das emissões de 1990.

Durante o primeiro período de compromisso, entre 2008-2012, 37 países industrializados e


a Comunidade Europeia, considerados os responsáveis históricos pela mudança atual do
clima, comprometeram-se a reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) para uma
média de 5% em relação aos níveis de 1990. No segundo período de compromisso, as Partes
se comprometeram a reduzir as emissões de GEE em pelo menos 18% abaixo dos níveis de
1990 no período de oito anos, entre 2013-2020. Cada país negociou a sua própria meta de
redução de emissões em função da sua visão sobre a capacidade de atingi-la no período
considerado.

O Brasil ratificou o documento em 23 de agosto de 2002, tendo sua aprovação interna se


dado por meio do Decreto Legislativo nº 144 de 2002.

Entre os principais emissores de gases de efeito estufa, somente os Estados Unidos não
ratificaram o Protocolo. No entanto, continuaram com responsabilidades e obrigações
definidas pela Convenção.

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8. “Rio+10”
No ano de 2002, acontece a Conferência de Johannesburgo, conhecida como “Rio+10”,
na qual foi formada a “Cúpula Mundial de Desenvolvimento Sustentável” pelos países
participantes. O objetivo desse evento foi avaliar o progresso das metas determinadas na
ECO-92, principalmente com relação à Agenda 21 e verificar os resultados obtidos pelos
países participantes com a finalidade de propor alterações para que os objetivos ambientais
fossem alcançados.

O Plano de Implementação adotado nessa conferência destacou a promoção de políticas de


licitação sustentável como fundamentais para a promoção e difusão de produtos e serviços
sustentáveis do ponto de vista social e ambiental.

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9. Marrakech Task Force (MTF)


A partir de 2003, a ONU, por meio da UNDESA (Departamento de Assuntos
Econômicos e Sociais das Nações Unidas) e do PNUMA (Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente) estimularam a criação de Grupos de Trabalho denominados
Marrakech Task Force (MTF) sobre diversas temáticas relacionadas à sustentabilidade,
entre elas as Compras Públicas Sustentáveis.

O Processo Marrakech, como ficou conhecido, é composto, hoje, por sete temas e suas
respectivas “forças tarefas”. Os MTF são grupos de trabalho voluntário e cooperativo entre
países membros da ONU que assumiram o compromisso de elaborar e executar um projeto de
fomento às políticas públicas, orientadas pelas recomendações do Capitulo III do Plano de
Implementação da Declaração de Johannesburgo sobre o Desenvolvimento Sustentável, que
propõe um marco de programas de 10 anos para a promoção de padrões sustentáveis de
consumo e produção.

O objetivo específico do Grupo de Trabalho sobre Compras Públicas Sustentáveis é


desenvolver e implementar ferramentas baseadas em sistemas eletrônicos que possam
estimular e induzir o consumo sustentável nos governos, tendo em vista as experiências já
implantadas com sucesso em todo o mundo.

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10. "Rio+20"
Novamente com realização na cidade do Rio de Janeiro, dessa vez no ano de 2012, a
Rio+20 – ou Conferência da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável – reuniu um total
de 193 representantes de países e uma das maiores coberturas jornalísticas mundiais de toda a
história, sendo acompanhada dia a dia em todo o planeta.

O resultado foi a avaliação das políticas ambientais então adotadas e a produção de um


documento final intitulado “O futuro que queremos”, onde foi reafirmada uma série de
compromissos.

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11. A COP21
A COP21 - Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas foi
realizada em Paris em 2015. Teve a participação de chefes de estado (ou representantes) de
197 países. O principal tema foi o clima e as mudanças climáticas causadas pelo efeito estufa
e aquecimento global.

Como resultado, temos o Acordo de Paris, que possui metas de redução de emissões de
gases de efeito estufa para todos os países, desenvolvidos e em desenvolvimento, definidas
nacionalmente conforme as prioridades e possibilidades de cada um. O objetivo é reduzir o
aquecimento global, para que até o ano de 2100 a temperatura média do planeta tenha um
aumento inferior a 2°C.

Participante da COP21 e do Acordo de Paris, o Brasil assumiu compromissos para


reduzir a emissão de gases do efeito estufa. Entre esses compromissos está a redução em 37%
nas emissões destes gases até 2025, ampliando a redução para 43% até o ano de 2030. Outro
compromisso assumido foi de ampliar a participação de fontes de energia renováveis (eólica e
solar, por exemplo) na matriz energética.

Contudo, de acordo com a ONU, em estudo publicado em 24 de janeiro de 2018, intitulado


“Trajetórias de mitigação e instrumentos de políticas públicas para o alcance das metas
brasileiras no Acordo de Paris”, o Brasil tem condições de reduzir em até 48% das emissões
de gases de efeito estufa até 2050. O evento marca a conclusão de um projeto de cinco anos
tocado pela ONU Meio Ambiente e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações (MCTIC).

O Brasil desenvolve uma série de ações a nível nacional, entre elas o projeto “Opções de
Mitigação de Emissões de Gases de Efeito Estufa em Setores-Chave do Brasil”, que
analisou de que forma os principais setores nacionais como indústria, energia, transportes,
domicílio, serviços, agricultura, florestas, gestão de resíduos, entre outros, podem ser peças
fundamentais para o alcance das metas do Acordo de Paris no Brasil.

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12. Pense a respeito...


O Brasil desenvolve uma série de ações a nível nacional, entre elas o projeto “Opções de
Mitigação de Emissões de Gases de Efeito Estufa em Setores-Chave do Brasil”, que analisou
de que forma os principais setores nacionais como indústria, energia, transportes, domicílio,
serviços, agricultura, florestas, gestão de resíduos, entre outros, podem ser peças
fundamentais para o alcance das metas do Acordo de Paris no Brasil.

Pense a respeito. Prepare-se para a próxima aula

Nesta aula você conheceu um pouco do histórico de encontros e conferências


internacionais sobre o meio ambiente e sustentabilidade.

Pense a respeito desse assunto, ponderando sobre o seguinte: o que é “pensar globalmente,
agir localmente”.

Na segunda aula desse módulo você saberá que é sustentabilidade/ Desenvolvimento


Sustentável e também vai se familiarizar com os ODS.

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