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SOROCABA/SP
2019
Jeniffer Cristina da Silva
Juan Magalhães B. Oliveira
Larissa Bonfim Alves
Matheus Henrique Domingues
SOROCABA/SP
2019
FICHA CATALOGRAFICA
E24
Estudo do sistema elétrico visando a gestão e qualidade de energia no
Campus Facens / por Matheus H. Domingues ... [et al.] – Sorocaba, SP:
[s.n.], 2019.
129f.;
Banca examinadora
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 18
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 21
2.1 SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA................................................................. 21
2.1.1 Estrutura de um Sistema de Potência .............................................................. 22
2.1.2 Subsistema de distribuição............................................................................... 24
2.1.2.1 Linhas e Redes de distribuição...................................................................... 25
2.1.2.1.1 Distribuidoras de Energia ........................................................................... 27
2.1.2.1.2 Tipos de Rede de distribuição .................................................................... 28
2.1.3 Cargas dos Subsistemas .................................................................................. 30
2.1.4 Elementos do sistema elétrico de potência ...................................................... 30
2.1.4.1 Geradores ..................................................................................................... 30
2.1.4.2 Transformadores ........................................................................................... 31
2.1.4.3 Postes. .......................................................................................................... 31
2.1.4.4 Cabos. ........................................................................................................... 32
2.1.4.5 Equipamentos de proteção, regulação e seccionamento. ............................. 32
2.1.4.6 Linhas de transmissão................................................................................... 33
2.2 CARREGAMENTO E RENDIMENTO DE TRANSFORMADORES ..................... 34
2.2.1 Princípio de funcionamento em transformadores ............................................. 34
2.2.2 Circuito equivalente de transformador .............................................................. 36
2.2.3 Perdas em transformadores ............................................................................. 37
2.2.3.1 Perdas em vazio ............................................................................................ 37
2.2.3.2 Perdas em carga ........................................................................................... 39
2.2.3.3 Carregamento................................................................................................ 39
2.2.3.4 Efeitos harmônicos nas perdas dos transformadores.................................... 42
2.3 QUALIDADE DE ENERGIA ................................................................................. 43
2.3.1 Fator de Potência ............................................................................................. 45
2.3.2 Harmônicas ...................................................................................................... 47
2.3.2.1 Distorção Harmônica ..................................................................................... 49
2.3.2.2 Índices Harmônicos ....................................................................................... 50
2.3.3 Corrente de Neutro ........................................................................................... 53
2.3.4 Desequilíbrio .................................................................................................... 54
2.3.5 Parâmetros e Efeitos ........................................................................................ 55
2.4 O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO ................................................................... 58
2.4.1 Mercado livre de energia .................................................................................. 60
2.4.2 Estrutura tarifária .............................................................................................. 71
3 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 79
3.1 MEDIÇÕES ......................................................................................................... 79
3.1.1 Equipamento de medição ................................................................................. 79
3.1.2 Processo de Medição ....................................................................................... 80
3.2 LEVANTAMENTO DAS CARGAS ELÉTRICAS .................................................. 80
3.3 ANÁLISE DE QUALIDADE DE ENERGIA ........................................................... 81
3.4 CARREGAMENTO E RENDIMENTO DOS TRANFORMADORES .................... 82
3.5 ESTUDO DE MIGRAÇÃO AO MERCADO LIVRE DE ENERGIA ....................... 83
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 86
4.1 ESTUDO DE QUALIDADE DE ENERGIA ........................................................... 86
4.1.1 Tensão em Regime Permanente ...................................................................... 86
4.1.2 Desbalanço de Tensão..................................................................................... 88
4.1.3 Frequência ....................................................................................................... 89
4.1.4 DHTU – Distorção Harmônica Total de Tensão ............................................... 89
4.1.5 Fator de Potência ............................................................................................. 90
4.1.6 Distorção harmônica de corrente...................................................................... 92
4.1.6.1 Painel de 380 V: TR 500 kVA - Prédio A ....................................................... 95
4.1.6.2 Painel de 220 V: TR 500 kVA - Prédio A ....................................................... 96
4.1.6.3 Painel 220 V: TR 300 kVA - Prédio C ............................................................ 97
4.1.6.4 Painel 220 V: TR 45 kVA - Prédio B .............................................................. 98
4.1.6.5 Painel 220 V: TR 112,5 kVA - Prédio D ......................................................... 99
4.1.6.6 Painel 220 V: TR 112,5 kVA - Prédio H ....................................................... 100
4.1.6.7 Painel 220 V: TR 300 kVA - Prédio L .......................................................... 101
4.2 ESTUDO DO CARREGAMENTO E RENDIMENTO DOS
TRANSFORMADORES............................................................................................102
4.3 ESTUDO DE MIGRAÇÃO AO MERCADO LIVRE DE ENERGIA ..................... 109
5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 115
6 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 119
APÊNDICE............ .................................................................................................. 129
RESUMO
The aim of this course conclusion paper is to conduct a power quality study and
to analyze the current loading situation and the efficiency of the transformers of the
Sorocaba Engineering College (FACENS), as well as to carry out a captive market
migration study to a free energy market aiming at cost reduction in energy tariffs. The
electrical parameters of the system will be analyzed, based on the data obtained by
the power quality analyzer, in order to obtain a macro view of the main problems found
in the electrical system, such as mains harmonics, phase unbalance, electrical
disturbances and others points involving power quality. In addition to this parameter,
consequently, some points of the distribution system will be studied, more precisely as
regards the loading and efficiency of the transformers. Energy bills will be raised and
based on the data obtained, propose improvements to the cost reduction with the
possible tariff modalities and / or with the change in the contracting environment. Based
on theoretical concepts and proven by the empirical conception, since this is done by
measurements, calculation methods, analyzes and behavioral determinations of loads,
the project has analytical character, providing suggestions for future studies and work.
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
1
Fonte: Disponível em: http://repositorio.unicamp.br Acesso em 07 ago. 2019
1
Imagem retirada de: http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/260676
23
Esses níveis são mantidos e regulados pela ANEEL, e todas as aplicações são
realizadas respeitando as mesmas, bem como a classificação quanto ao nível de
tensão, onde a ANEEL classifica por baixa, média e alta tensão (ANEEL, 2019).
Segundo a ANEEL (2019), o sistema de distribuição se compõe pela rede
elétrica e pelo conjunto de instalações e equipamentos elétricos que operam em níveis
de alta tensão, média tensão e baixa tensão, relacionados abaixo.
2
Fonte: Disponível em: https://www.energisa.com.br. Acesso em 04 set. 2019
2
Imagem retirada de: https://www.energisa.com.br/Normas%20Tcnicas/NDU%20004.1%20-
%20Instala%c3%a7%c3%b5es%20B%c3%a1sicas%20para%20Constru%c3%a7%c3%a3o%20de%2
0Redes%20de%20Distribui%c3%a7%c3%a3o%20MT%20Compacta%20Urbana%20V5.0.pdf
28
com galhos e árvores, e objetos que externamente possam ter contato com a
linha.
• Rede de Distribuição Aérea Compacta: Com surgimento na década de 90,
essa topologia de rede soluciona a questão das perturbações do sistema, pois
existe uma camada de isolação nos cabos e a rede ocupa um menor espaço
físico ao longo da linha (SOUZA, 2015).
• Rede de Distribuição Aérea Isolada: Essa topologia de rede é bastante
protegida. Seus condutores apresentam grande isolação, e são
acondicionados na rede aérea em forma de par trançado. Essa solução não
somente resolve a questão de perturbações do sistema elétrico por impedir que
corpos estranhos ao sistema entrem em contato com a rede, mas também por
ser trançada ao longo do seu trajeto formando um trifólio (arranjo triangular),
apresentando níveis menores de densidade de fluxo magnético do que no
arranjo planar (horizontal e vertical). Além do que, quando se reduz o
espaçamento entre as fases ocorre diminuição do campo magnético resultante
(SOUZA, 2015).
• Rede de Distribuição Subterrânea: Proporciona o maior nível de
confiabilidade e o melhor resultado estético, pois não existe infraestrutura
visível, visto que as redes ficam enterradas. No entanto, a questão custo dessa
topologia é bastante aparente. Para essa solução deve-se considerar um
cuidado especial nas proteções, coordenação e seletividade do sistema
elétrico, bem como os testes nos cabos condutores, por isso é comum em
regiões muito densas ou onde há restrições para a instalação das redes aéreas
(ABRADEE, 2019).
2.1.4.1 Geradores
2.1.4.2 Transformadores
2.1.4.3 Postes
aplicados nas vias principais das cidades, e formato de “duplo T” quando aplicados
em locais de baixo grau de desenvolvimento e urbanização (ABRADEE, 2019).
A escolha de um ou outro se relaciona à carga mecânica, tipo de poste e
urbanização encontrados. Com exceção de transformadores, os componentes da
linha devem ser instalados somente em postes de concreto de seção circular
(ABRADEE, 2019).
2.1.4.4 Cabos
De acordo com João Mamede (2015), alguns pontos devem ser considerados
para a elaboração de um sistema de proteção. São eles:
portanto, as linhas de transmissão para transportar a energia gerada nas usinas para
a carga consumidora (subestações, residências ou indústrias), de forma econômica e
com a menor perda de energia possível.
distância média, pode-se dizer que a força magnetomotriz depende das dimensões
físicas do núcleo ferromagnético e da intensidade de campo, conforme descrito em (1)
(PINTO, 2011).
𝑓. 𝑚. 𝑚. = 𝑁𝑖 = 𝐻𝑙 (1)
3
Fonte: PICANÇO (2006). Disponível em: https://saturno.unifei.edu.br. Acesso em 15
ago. 2019
3
Imagem retirada de: https://saturno.unifei.edu.br/bim/0029876.pdf
36
𝑑𝜙
𝑒1 (𝑡) = −𝑁1 × (2)
𝑑𝑡
𝑑𝜙
𝑒2 (𝑡) = −𝑁2 × (3)
𝑑𝑡
𝑑𝜆
𝜆 = 𝑁𝜙 → 𝑒(𝑡) = (4)
𝑑𝑡
𝑛
𝑃ℎ = 𝐾ℎ × 𝑣 × 𝑓 × 𝐵𝑚á𝑥 (5)
2
𝑃𝐹 = 𝐾𝐹 × 𝑣 × 𝑓 2 × 𝜏 2 × 𝐵𝑚á𝑥 (6)
39
2
Onde “pf” são as perdas Foucault em Watts “𝐵𝑚á𝑥 ” é a densidade de campo
magnético máximo, “kf” é a constante de Foucault que depende do material “𝜏” é a
espessura de laminação, “v” é o volume total ativo do material em m³, “f” é a frequência
da variação de H em Hertz.
2.2.3.3 Carregamento
sistema. Além disso, o valor de aquisição de uma máquina dessa não é baixo, pois
para sua utilização é necessário que o mesmo tenha confiabilidade e disponibilidade
de fornecimento constantes e conhecidos, conceitos esses que são levados em conta
para extrair o melhor rendimento da máquina elétrica (ABNT, 2017).
Para se manter essa disponibilidade, a preocupação com o carregamento e
rendimento são itens fundamentais para se estimar o rendimento de potência do
sistema, e a vida útil da máquina, pois, quando a carga conectada nos
transformadores é baixa, a perda de vida útil aumenta, tendo em vista que as perdas
da máquina aumentam. A utilização correta de um transformador, pode significar a
redução de custo em determinados projetos e aplicações, e se tratando de carga, o
transformador suporta uma carga superior à sua nominal desde que não
ultrapassadas as temperaturas limites previstas em norma. A NBR 5356-7:2017
descreve os efeitos da operação de carregamento de transformadores imersos em
óleo mineral isolante sob várias temperaturas e condições de carga diferentes (ABNT,
2017).
O carregamento afeta diretamente a temperatura do óleo e dos enrolamentos
do transformador, sendo que para transformadores classe 55°C a temperatura
máxima de topo 100°C e 110°C para classe 65°C. A máxima temperatura mais quente
é de 120°C e 140°C para as respectivas classes (MAMEDE FILHO, 2015).
No entanto, as medições de carregamento em operação normal para efeito de
simulação não permite nenhuma perda de vida útil, logo os valores com essa
consideração ficam de 95°C e 105°C para a máxima temperatura de topo de óleo, e
105°C e 120° para máxima temperatura do ponto mais quente, respectivamente para
as classes 55°C e 65°C (MAMEDE FILHO, 2015).
Durante o dia, o transformador assume vários carregamentos e
consequentemente vários rendimentos, ou seja, a curva de carga num ambiente de
aplicação de um transformador é normalmente irregular, sendo preciso efetuar um
cálculo de carga equivalente no ciclo de carga desse transformador, para se estimar
a perda de vida útil que a máquina terá assumindo o carregamento em diferentes
horários (MAMEDE FILHO, 2015).
Para se determinar a carga equivalente de um transformador, utiliza-se a
expressão 7 e a Figura 6 mostra uma curva de carga fictícia.
41
𝐾×𝑆𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜 ×cosϕ
𝑛𝑝 = (𝐾×𝑆 2 ×𝑃 (9)
𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜 ×cosϕ)+𝑃𝑜 +𝐾 𝑐𝑐
𝑃
𝐾𝑝𝑎𝑟𝑎𝜂𝑀Á𝑋 = √𝑃 𝑜 (10)
𝑐𝑐
∞ 𝑠
𝑈𝑛
𝑃𝐻𝑛 = (∑ × 𝑐𝑜𝑠𝜙𝑛 ) (11)
𝑛=1 𝑛×𝑈1
deformação da forma de onda das grandezas elétricas, que podem acarretar falha ou
mau funcionamento de um equipamento elétrico (FILHO, 2017).
O inconveniente dessa variação que ocorre em um sistema elétrico, conhecido
também como distúrbio, é que pode ocasionar interferências como: acionamento
indevido de relés, mau funcionamento de equipamentos sensíveis, distorções em
equipamentos de medição, podendo ocasionar a interrupção do fornecimento de
energia (ALBADÓ-LOPEZ, 2013).
Esses distúrbios, na concepção de Ewaldo Mehl (2012) podem ser
classificados devido à falta de continuidade do fornecimento, nível de tensão,
oscilações de tensão, desequilíbrios, distorções harmônicas de tensão e interferência
em sistemas de comunicação. José Maurício dos Santos Pinheiro (2010) acrescenta
um fato muito relevante referente ao aparecimento desses distúrbios, que seria a
instalação de cargas não lineares.
• Desequilíbrio de tensão;
• Flutuação de tensão;
• Variações de tensão de curta duração;
• Variação de frequência.
A maior parte dos distúrbios que condizem à falta da qualidade de energia são
originados na própria instalação, por exemplo o uso de equipamentos que aumentam
os níveis de distorções, causando instabilidade no sistema elétrico (PINHEIRO, 2010).
Segundo Ricardo Albadó-Lopez (2013) a maioria dos distúrbios que surgem no
sistema elétrico são causados pelo próprio consumidor final devido à excessiva
distorção das correntes ou tensões. E esse acontecimento tende a ocorrer devido ao
crescente número de equipamentos eletrônicos de baixa potência, que geralmente
possuem uma corrente de entrada altamente distorcida que acaba ocasionando uma
distorção na tensão de saída devido à queda de tensão nas impedâncias do sistema
de alimentação.
As descargas atmosféricas também podem causar distúrbios em um sistema,
pelo fato de ocasionar impulsos elétricos de alta intensidade resultando na falha ou
na diminuição da vida útil de um equipamento eletrônico instalado na rede, e isso
tende a ocorrer pelo fato de que os equipamentos são mais sensíveis a problemas de
qualidade de energia e mais poluidores, ocasionando distúrbios ao seu redor
(PINHEIRO, 2010).
De acordo com João Mamede Filho (2017), o fator de potência é definido como
a relação entre as componentes ativas e aparentes da potência, e pode também ser
definido como o cosseno do ângulo formado entre essas mesmas componentes.
46
2.3.2 Harmônicas
Segundo Ruth Leão (2014), uma das muitas propriedades da energia elétrica é
o que ocorre com a chamada interação carga e fonte, ou seja, as suas propriedades
dependem não somente da eletricidade fornecida, mas também dos equipamentos
nas instalações dos clientes.
No que diz respeito a interação da fonte e da carga, as principais perturbações
do sistema que influenciam na operação da carga e as perturbações desta podem ser
divididas em duas análises: os efeitos do ponto de vista sistema-carga e no ponto de
vista da carga-sistema (LEÃO, 2014).
No ponto de vista da primeira análise, são observados afundamentos,
desequilíbrios, harmônicos de tensão, interrupção de tensão, oscilações de tensão,
impulso de tensão, entre outros. Na segunda análise (carga-sistema), são vistos
efeitos como: correntes harmônicas, corrente reativa, corrente desbalanceada,
notches de tensão e flutuação de tensão (LEÃO, 2014).
Percebe-se a QEE está relacionada intrinsicamente à carga instalada e a
tensão de suprimento tem influência na corrente que circula na instalação e a natureza
da carga pode influenciar o perfil da tensão (MEHL, 2012).
De acordo com Ricardo Lopez (2013), a eletricidade gerada nos subsistemas
de geração possui forma de onda senoidal, e, cargas como lâmpadas incandescentes
conectadas a uma fonte de tensão senoidal, drenam também uma corrente senoidal.
48
Isso que é chamado espelhamento da tensão na corrente, faz não existir presença de
harmônicas. O autor conclui então, que em uma onda senoidal pura não existe
harmônica.
No que tange aos sistemas elétricos, a simples presença da harmônica não
representa problema. O problema é, novamente, a interação com o sistema de
distribuição, causando distorções e perdas na tensão (ALDABÓ-LOPEZ, 2013).
A palavra “Harmônica” tem origem na área de acústica e de instrumentos
musicais e significa a múltipla inteira, ou componentes de um tom, assim como os
múltiplos não inteiros denominados de sub e sobretons (OLIVEIRA, Daniel, 2017)
(MEHL, 2012) (STEIMETZ, 2003).
A presença de harmônicas na rede elétrica não é um elemento novo, sendo a
preocupação com isso datada desde 1916, quando Steinmetz publicou devotando
atenção aos estudos das harmônicas nos sistemas trifásicos. Porém, em 1893, com
a corrente alternada sendo ainda algo novo, engenheiros da cidade de Hartford (EUA)
se depararam com problemas de aquecimento de um motor. Foram realizados então,
diversos testes e os engenheiros conduziram análises de componentes harmônicas
em várias formas de onda em cujo motor estavam conectadas. Segundo Owen (1998),
esse foi o primeiro relato do fenômeno em sistemas elétricos (OLIVEIRA, Daniel,
2017) (MEHL, 2012) (STEIMETZ, 2003).
Segundo Steinmetz (2003), a preocupação deveria ser voltada as correntes
harmônicas de terceira ordem, causadas pela saturação magnética do ferro em
transformadores e máquinas, propondo, então, o fechamento em delta nesses
transformadores para confinar as correntes de terceira ordem no interior do delta, a
fim de não transferir as mesmas às correntes de linha.
Os sinais senoidais são almejados nos sistemas elétricos, pois todos os
dispositivos são projetados de modo a funcionar com base em um suprimento
senoidal, de acordo com Ruth Leão (2014).
Distintamente do que preocupava Steinmetz no século passado, recentemente
a preocupação com as harmônicas se dá em sua maior parte devido ao grande
desenvolvimento da eletrônica e o advento dos mais diversos dispositivos. Isso porque
os harmônicos são gerados por cargas não lineares, o que faz com que esse efeito
49
Por cargas não lineares, entende-se aquelas cuja corrente não é proporcional
a tensão aplicada. Isso faz com que enquanto a tensão aplicada é perfeitamente
senoidal, a corrente resultante é distorcida, o que ocasiona, segundo Dugan (2002),
uma grande elevação de corrente ao se aplicar um pequeno sinal de tensão, na
mesma carga.
A harmônica é o conjunto de ondas formado por um sinal que foi somado a
vários outros sinais, sendo que o sinal original é chamado fundamental, e suas
componentes de soma, as chamadas harmônicas. Porém, toda forma de onda
distorcida periodicamente pode ser expressa com um somatório de ondas puramente
senoidais (e também cossenoides, que são a mesma senoide defasada de 90°) em
cuja frequência de cada senoide é um múltiplo inteiro da frequência fundamental, nas
palavras de Oppenhiem (2010). A técnica das somas das senoides é referida como
série de Fourier (OLIVEIRA, Daniel, 2017) (OPPENHEIN, 2010).
Segundo James (2011), a série de Fourier permite estabelecer uma relação
entre uma função contínua no tempo e uma função no domínio da frequência.
A série é expressa em (12).
𝑎0 𝑎𝑛 𝜋𝑥 𝑛𝜋𝑥
𝑓 (𝑥 ) = + ∑∞
𝑛=1 (𝑎𝑛 cos ( ) + 𝑏𝑛 𝑠𝑒𝑛 ( )) (12)
2 𝐿 𝐿
Em que “a0”, “an” e “bn” são os coeficientes de Fourier, “n” é o índice da série
e “L” é o termo relacionado ao período da função (OPPENHEIN, 2010).
A análise de Fourier é a ferramenta matemática que permite obter a
decomposição de uma função nas suas componentes espectrais, cujas ondas
periódicas não senoidais podem ser decompostas em uma série infinita de ondas
senoidais chamadas “harmônicas” calculadas pela série de Fourier, de modo que para
cada harmônica se associa um valor de ordem, frequência, magnitude e ângulo de
fase (OLIVEIRA, 2007).
50
4
Quadro adaptado de: https://www.aneel.gov.br/documents/656827/14866914/M%C3%B3dulo_8-
Revis%C3%A3o_10/2f7cb862-e9d7-3295-729a-b619ac6baab9
52
5
Quadro adaptado de: https://www.aneel.gov.br/documents/656827/14866914/M%C3%B3dulo_8-
Revis%C3%A3o_10/2f7cb862-e9d7-3295-729a-b619ac6baab9
53
que resultam num valor nulo, o neutro do sistema. Nos sistemas desequilibrados e
não lineares, o teorema de Fortescue é aplicado, pois gera para cada harmônico de
ordem h, um conjunto de componentes simétricas (LEÃO, 2014).
Segundo Albadó-Lopez (2013), num sistema perfeitamente equilibrado com
tensões e correntes senoidais sem a presença de harmônicas, as correntes de fase
se cancelam e não há circulação no neutro. Em uma instalação onde existem muitas
cargas monofásicas ou não lineares, mesmo havendo um equilíbrio razoável entre as
cargas, a corrente de desiquilíbrio é superior. Somam-se então as correntes de linha
do sistema para se obter a corrente circulante no neutro. Para o sistema trifásico
equilibrado o cancelamento das componentes da corrente de neutro é completo para
correntes harmônicas de sequência positiva e negativa. Quando se calcula a corrente
eficaz do sistema então, encontra-se que a corrente que circula no sistema pode
chegar a três vezes a corrente tripla que percorre cada condutor fase, e por (15)
deduz-se que quando a participação da harmônica de 3° ordem é de 33% da
fundamental a corrente de neutro é igual ou maior do que a corrente na fase
(ALBADÓ-LÓPEZ, 2013) (LEÃO, 2014).
2 2 2 2
𝐼𝑅𝑀𝑆,𝑁 = 3 √(𝐼𝑅𝑀𝑆 , 3 + 𝐼𝑅𝑀𝑆 , 6 + 𝐼𝑅𝑀𝑆 , 9 + ⋯ ) = 3√∑ℎ⋲{3,6,9} 𝐼𝑅𝑀𝑆 ,ℎ (15)
Segundo Ruth Leão (2014), a corrente no neutro depende de a carga ser linear,
e ainda, pelo neutro de uma carga não linear equilibrada fluem apenas as harmônicas
de ordem tripla (LEÃO, 2014).
2.3.4 Desequilíbrio
de tensão) para magnitudes acima de 1,1 pu, para duração inferior a 1 minuto. Já as
variações de longa duração se dão em função das variações contínuas de cargas no
sistema elétrico ao longo do dia (KAGAN, 2005).
As definições das categorias são principalmente atribuídas às durações dos
eventos ocorridos e medidos. Para variações instantâneas, a duração está entre 0,5
e 30 ciclos, e entre as magnitudes de 0,1 pu a 0,9 pu e 1,1 pu a 1,8 pu para Sag e
Swell respectivamente. Para momentâneas, é considerada uma interrupção quando a
duração está entre o limite de 0,5 ciclos e 3 segundos e a uma magnitude menor que
0,1 pu; e para duração de 30 ciclos a 3 segundos e a uma magnitude de 0,1 pu a 0,9
pu e 1,1 pu a 1,4 pu para Sag e Swell respectivamente. Para eventos temporários, é
denominado para duração entre 3 segundos e 1 minuto, para magnitudes menores
que 0,1 pu, de 0,1 pu a 0,1 pu e de 1,1 pu a 1,2 pu para interrupção, Sag e Swell
respectivamente (PRODIST, 2018).
De acordo com o módulo 8 do PRODIST (2018) as variações de curta duração
são classificadas e definidas conforme o Quadro 3.
6
Quadro retirado de: http://www.aneel.gov.br/documents/656827/14866914/Módulo_8-
Revisão_10/2f7cb862-e9d7-3295-729a-b619ac6baab9
58
7
Fonte: Disponível em: https://www.ccee.org.br Acesso em 31 ago. 2019.
7
Imagem retirada de: https://www.ccee.org.br/ccee/documentos/CCEE_382025
60
8
Fonte: Disponível em: https://www.ccee.org.br Acesso em 31 ago. 2019.
8
Imagem retirada de: https://www.ccee.org.br/ccee/documentos/CCEE_382025
61
9
Fonte: Disponível em: http://www.aneel.gov.br Acesso em 31 ago. 2019.
9
Imagem retirada de: http://www.aneel.gov.br/entendendo-a-tarifa/-
/asset_publisher/uQ5pCGhnyj0y/content/composicao-da-
tarifa/654800?inheritRedirect=false&redirect=http%3A%2F%2Fwww.aneel.gov.br%2Fentendendo-
a%20tarifa%3Fp_p_id%3D101_INSTANCE_uQ5pCGhnyj0y%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3
Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3Dcolumn-
2%26p_p_col_pos%3D1%26p_p_col_count%3D2
62
10
Fonte: Disponível em: https://www.ccee.org.br Acesso em 31 ago. 2019.
10
Imagem retirada de: https://www.ccee.org.br/ccee/documentos/CCEE_382025
63
11
Fonte: Disponível em: https://abraceel.com.br Acesso em 31 ago. 2019.
11
Imagem retirada de: https://abraceel.com.br/archives/doc/Cartilha_Mercado_Livre_Digital.pdf
64
12
Fonte: Disponível em: http://www.ons.org.br Acesso em 31 ago. 2019.
12
Imagem retirada de: http://www.ons.org.br/paginas/energia-agora/balanco-de-energia
65
13
Fonte: Disponível em: https://abraceel.com.br Acesso em 31 ago. 2019.
13
Imagem retirada de: https://abraceel.com.br/archives/doc/Cartilha_Mercado_Livre_Digital.pdf
66
14
Fonte: Disponível em: https://www.ccee.org.br Acesso em 31 ago. 2019
14
Imagem retirada de: https://www.ccee.org.br/ccee/documentos/CCEE_350414
67
15
Fonte: Disponível em: https://abraceel.com.br Acesso em 31 ago. 2019.
16
Fonte: Disponível em: https://abraceel.com.br Acesso em 31 ago. 2019.
15
Imagem retirada de: https://abraceel.com.br/archives/doc/Cartilha_Mercado_Livre_Digital.pdf
16
Imagem retirada de: https://abraceel.com.br/archives/doc/Cartilha_Mercado_Livre_Digital.pdf
69
17
Fonte: Disponível em: https://abraceel.com.br Acesso em 31 ago. 2019.
17
Imagem retirada de: https://abraceel.com.br/archives/doc/Cartilha_Mercado_Livre_Digital.pdf
70
18
Fonte: Disponível em: https://www.ccee.org.br Acesso em 03 set. 2019.
18
Imagem retirada de: https://www.ccee.org.br/ccee/documentos/CCEE_650152
71
19
Fonte: Disponível em: https://www.denergia.com.br Acesso em 03 set. 2019
19
Imagem retirada de: https://www.denergia.com.br/dashboard
72
20
Fonte: Disponível em: http://www.aneel.gov.br Acesso em 13 set. 2019
20
Imagem retirada de: http://www.aneel.gov.br/audiencias-
publicas?p_p_id=audienciaspublicasvisualizacao_WAR_AudienciasConsultasPortletportlet&p_p_lifecy
cle=2&p_p_state=normal&p_p_mode=view&p_p_cacheability=cacheLevelPage&p_p_col_id=column-
2&p_p_col_count=1&_audienciaspublicasvisualizacao_WAR_AudienciasConsultasPortletportlet_docu
mentoId=42515&_audienciaspublicasvisualizacao_WAR_AudienciasConsultasPortletportlet_tipoFase
Reuniao=fase&_audienciaspublicasvisualizacao_WAR_AudienciasConsultasPortletportlet_jspPage=
%2Fhtml%2Faudiencias-publicas-visualizacao%2Fvisualizar.jsp
73
Além das tarifas aplicadas ao TUSD e TE, existem multas que podem ser
cobradas do consumidor das unidades do grupo A, caso excedam alguns critérios dos
limites definidos pela ANEEL na Resolução Normativa nº 414. O primeiro caso é
conforme a verificação do fator de potência da instalação, onde se este critério não for
atendido, pagará uma multa em cima da energia reativa consumida por uma tarifa
definida pela ANEEL.
21
Fonte: Disponível em: http://www.eletrobrasamazonas.com Acesso em 13 set. 2019
21
Imagem retirada de: http://www.eletrobrasamazonas.com/cms/wp-content/uploads/2016/11/Manual-
Migração-do-Consumidor-Livre-ou-Especial.pdf
77
22
Fonte: Adaptado de: http://www.aneel.gov.br Acesso em 13 set. 2019
22
Imagem retirada de: http://www.aneel.gov.br/tarifas-consumidores/-
/asset_publisher/zNaRBjCLDgbE/content/descontos/654800?inheritRedirect=false
78
23
Fonte: Disponível em: https://www.mercadolivredeenergia.com.br Acesso em 13 set. 2019
23
Imagem retirada de: https://www.mercadolivredeenergia.com.br/consumidores-livres-e-
especiais/mercado-spot-livre-e-especiais/
79
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 MEDIÇÕES
Após a coleta dos dados pelo medidor, é feita a análise das medições
realizadas. Isso se faz visualizando os níveis dos valores medidos de tensão e
corrente, fator de potência, as taxas de distorções harmônicas de tensão e corrente,
e então compara-se com os valores limites das regulamentações vigentes impostos
pela ANEEL (2017).
Quanto a análise da taxa de distorção harmônica de corrente, as leituras foram
comparadas com o que estabelece o IEEE 519 (2014), pois o módulo 8 do PRODIST
(ANEEL, 2017) não contempla essas informações, para que então fosse possível
82
avaliar a qualidade da energia no que diz respeito a este parâmetro, tomou-se como
referência a norma internacional.
Todos os dados coletados do analisador de qualidade de energia foram
importados para o Excel, a fim de facilitar uma análise dos parâmetros e registar neste
projeto o pior caso da análise feita dentre todos os pontos medidos do sistema elétrico,
mesmo que os dados estejam dentro dos parâmetros com base nas normas vigentes.
𝑉𝐴𝐶𝐿𝐴𝑧𝑢𝑙 = 𝑇𝑑𝑒𝑛𝑐𝑝 . 𝐶𝑝 + 𝑇𝑑𝑒𝑛𝑐𝑓𝑝 . 𝐶𝑓𝑝 + (𝑇𝑑𝑓𝑖𝑜𝑝 . 𝐷𝑝 + 𝑇𝑑𝑓𝑖𝑜𝑓𝑝 . 𝐷𝑓𝑝 ) . 𝑑% + 𝐷𝑐. 𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (18)
ponta, “𝑇𝑑𝑒𝑛𝑐 𝑓𝑝 ” são os encargos no horário de fora ponta, “𝑇𝑑𝑓𝑖𝑜 𝑝 ” são os encargos
no fio no horário de ponta, “𝑇𝑑𝑓𝑖𝑜 𝑓𝑝 ” são os encargos no fio no horário de fora ponta,
demanda máxima registrada para o período da fatura, “𝐷𝑝 " é a demanda máxima
registrada no horário de ponta, “𝐷𝑓𝑝 " é a demanda máxima registrada no horário de
fora ponta, “𝑑%” é o desconto aplicado referente à energia incentivada e “𝐷𝑐" é o preço
da energia obtido na Curva Forward – DCIDE.
Nas equações (16), (17) e (18), estão contemplados apenas os cálculos base
para compor o custo final para ambos os ambientes de contratação, onde os impostos
cobrados como PIS/COFINS e ICMS são dados pela equação (19), mas para o custo
com a energia contratada no ACL, é necessário apenas incluir o ICMS, pois os demais
impostos citados já estão inclusos na curva Forward disponibilizada pela DCIDE. Em
(19) define-se a inclusão do ICMS no preço da energia da curva Forward.
𝑃𝑟𝑒ç𝑜𝐹𝑜𝑟𝑤𝑎𝑟𝑑
𝑃𝑟𝑒ç𝑜𝑐𝑜𝑚 𝐼𝐶𝑀𝑆 = (19)
1−𝐼𝐶𝑀𝑆
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Mesmo o pior caso de desbalanço, ainda está dentro dos limites, o que mostra
que há um bom equilíbrio entre as fases em todos os painéis analisados.
4.1.3 Frequência
O pior caso de fator de potência indutivo foi observado no prédio C, no dia 21/04
as 01:45am, atingindo um valor de 0,5 na fase B, como mostra a Figura 29.
Antes de ser feito a análise, primeiro foi necessário calcular os limites máximos
de distorção harmônica total, conforme a IEEE 519 (2014) descrita no Quadro 6.
24
Fonte: Disponível em: https://edisciplinas.usp.br Acesso em 23 out. 2019.
24
Imagem retirada de:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1589263/mod_resource/content/1/IEE%20Std%20519-
2014.pdf
94
𝑆 [𝑉𝐴]
𝐼𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 [𝐴] = (19)
√3 𝑉𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 [𝑉]
𝐼𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 [𝐴]
𝐼𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜−𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜 [𝐴] = (20)
𝑍%
Nos dias úteis é possível notar que para o período de maior demanda, a TDHi
está entre os valores de 20% e 34%, para os horários das zero horas às 6 horas
aproximadamente, a TDHi registrada fica entre as faixas de 35% e 54%. No período
das 8 às 16 horas, ocorreram as maiores taxas de distorções harmônicas, variando
entre 55% e 190%. Pode-se concluir que este é o painel mais crítico do Campus em
termos de distorções harmônicas de corrente, comparadas aos demais painéis
medidos. Baseando-se nos cálculos dos limites máximos estipulados pela IEEE 519
(2014), este painel tem como parâmetro máximo a taxa de distorção de 12%, e pode-
se observar que este ponto de medição está não conforme para todo período
observado.
100
O campus tem seu pico de consumo a partir das 18h, com registro máximo de
241,3 kVA. Isso porque esse é o momento onde as aulas iniciam com maior fluxo de
alunos, portanto as salas de aula, laboratórios e demais dependências solicitam
maiores potências dos transformadores. Até as 00h, a potência tem pouca alteração,
ainda se mantendo em seus maiores valores no período das 24 horas.
No Quadro 14 é possível observar os rendimentos máximo e mínimo dos
transformadores do sistema de distribuição do campus.
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 [𝑘𝑊ℎ]
𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 (%) = 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 . 100 (21)
𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑎𝑑𝑎 [𝑘𝑊] . 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜𝑚ê𝑠 [ℎ]
FATOR DE CARGA
120%
98%
100% 85% 88%
83% 82% 84%
76%
80% 68% 70%
63% 62% 60%
53%
60%
39% 43%
35% 34% 34% 36% 37%
40% 30% 27% 30% 31%
24% 26% 25% 25%
20% 20%
20%
0%
25
25
Imagem retirada de: https://dcide.com.br/wp-content/uploads/2019/10/Boletim-S40.pdf
112
Para simular o custo com a energia no mercado livre, foi necessário a inclusão
do ICMS no preço da energia, onde a equação (19) define como pode ser calculado
este acréscimo.
Para a simulação na modalidade THS verde, utilizou-se as mesmas tarifas
obtidas nas faturas e adequou conforme a equação (17), e para a simulação na
modalidade THS azul, utilizou-se também as tarifas obtidas nas faturas e também com
as tarifas vigentes da concessionária para cada mês, conforme disponibilizada no site
da CPFL Piratininga. Estes dados apurados das tarifas vigentes, também foram
consideradas as variações para período úmido e seco.
26
Fonte: Disponível em: https://www.cpflempresas.com.br Acesso em 05 out. 2019
26
Imagem retirada de: https://www.cpflempresas.com.br/institucional/tarifas.aspx?emp=PIRA
113
Para a elaboração desta comparação, foi apurado o custo (R$) total por mês
no período analisado e dividido pelo consumo total para cada mês (kWh), assim
obtêm-se o preço pago total a cada mês por energia consumida (R$/kWh). Um ponto
de grande importância para esta análise, é em novembro de 2018, quando houve uma
ultrapassagem de demanda de 35%. Se a modalidade contratada fosse a THS azul,
o consumidor pagaria um valor bem maior do que constituído na modalidade THS
verde, por conta de a tarifa de demanda ser consideravelmente maior. Para este mês
na THS azul, foi simulado um custo com as ultrapassagem, já considerados os
patamares de carga de R$ 6.048,48 e para a THS verde, foi simulado um custo de
apenas R$ 3.857,60, pois a THS azul cobra o maior custo da TUSD na demanda e
para a THS verde o maior custo da TUSD é no consumo.
A unidade consumidora é composta por um fator de carga baixo, ou seja, o
consumo é baixo em relação a demanda contratada se multiplicada pelas horas do
mês, porém a demanda contratada está ajustada com a potência demandada da
concessionária, o que resulta numa vantagem da modalidade THS verde, pois seu
custo cobrado na TUSD é maior no consumo.
Para calcular o percentual médio de redução de custo com o mercado livre de
energia elétrica, foi feito a média dos valores calculados para cada modalidade da
Figura 43. Este percentual médio de redução de custo pode ser observado na Figura
114
44, onde foi calculado através da equação 22 a razão do preço médio obtido no
mercado livre com o preço médio do mercado cativo.
𝑃𝑟𝑒ç𝑜
𝑅𝑒𝑑𝑢çã𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜(%) = 1 − 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝐿𝐼𝑉𝑅𝐸 . 100 (22)
𝐶𝐴𝑇𝐼𝑉𝑂
5 CONCLUSÃO
6 REFERÊNCIAS
______. Resolução Normativa Nº 414. [S. l.], 9 set. 2010. Disponível em:
<http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2010414.pdf>. Acesso em: 11 maio 2019.
______. Resolução Normativa Nº 610. [S. l.], 01 jan. 2014 Disponível em: <
http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2014610.pdf>
______. Serviço Público de Distribuição de Energia Elétrica. [S. l.], 24 nov. 2015.
Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/distribuicao2>. Acesso em: 15 setembro
2019.
______. NBR 14039:2005: Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV.
São Paulo: ABNT, 2005.
AVILÉS, Ivan Pablo Lobos. Ivan Pablo Lobos Avilés. Avaliação de Smelter de
Alumínio Auto-Suficiente em Geração de Energia Elétrica pela Metodologia de
Opções Reais. 2009. 93 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-graduação em
Administração de Empresas da Puc-rio, Puc-rio, Rio de Janeiro, 2009. Disponível em:
<https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/15022/15022_5.PDF>. Acesso em: 14 maio
2019.
LIMA, Delberis Araújo. Introdução à Proteção de Sistemas Elétricos. [S. l.], 22 abr.
2015. Disponível em: <https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/24484/24484.PDF>.
Acesso em: 15 setembro 2019.
MARTINHO, Edson. Distúrbios da energia elétrica. 2 ed. rev. São Paulo: Erica,
2009.
OPPENHEIN, Alan V.; WILLSKY, Alan S..Sinais e sistemas. Reino Unido: Pearson,
2010.
R.C. Dugan, M.F. McGranaghan, Surya Santoso & H.W. Beaty, Electrical Power
Systems Quality, McGraw-Hill, 2. Ed. 2002.
RANGEL, Rodrigo Kuntz; KIENITZ, Karl Heinz; BRANDÃO, Mauricio Pazini. SISTEMA
DE INSPEÇÃO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
UTILIZANDO VEÍCULOS AÉREOS NÃO-TRIPULADOS. 9 f., Ita, São José dos
Campos, 2009.
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