Você está na página 1de 129

COORDENADORIA DE ENGENHARIA ELÉTRICA

JENIFFER CRISTINA DA SILVA

JUAN MAGALHÃES B. OLIVEIRA

LARISSA BONFIM ALVES

MATHEUS HENRIQUE DOMINGUES

ESTUDO DO SISTEMA ELÉTRICO VISANDO A QUALIDADE E A


GESTÃO DE ENERGIA NO CAMPUS FACENS

SOROCABA/SP
2019
Jeniffer Cristina da Silva
Juan Magalhães B. Oliveira
Larissa Bonfim Alves
Matheus Henrique Domingues

ESTUDO DO SISTEMA ELÉTRICO VISANDO A QUALIDADE E A


GESTÃO DE ENERGIA NO CAMPUS FACENS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Faculdade de Engenharia
de Sorocaba, como exigência parcial para
obtenção do diploma de graduação em
Engenharia Elétrica.

Orientador: Danilo Rodrigues Almeida.

SOROCABA/SP
2019
FICHA CATALOGRAFICA

ELABORADA PELA “BIBLIOTECA FACENS”

E24
Estudo do sistema elétrico visando a gestão e qualidade de energia no
Campus Facens / por Matheus H. Domingues ... [et al.] – Sorocaba, SP:
[s.n.], 2019.
129f.;

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Centro Universitário


Facens, Coordenadoria de Engenharia Elétrica – Curso de Engenharia
Elétrica, 2019.
Orientador: Prof. Danilo Rodrigues Almeida

1. Energia - qualidade. 2. Sistema Elétrico. 3. Energia - gestão. I. Alves,


Larissa Bonfim. II. Domingues, Matheus Henrique. III. Oliveira, Juan
Magalhães Borba. IV. Silva, Jeniffer Cristina da. V. Centro Universitário
Facens. VI. Título.
CDD 621.3
Jeniffer Cristina da Silva
Juan Magalhães B. Oliveira
Larissa Bonfim Alves
Matheus Henrique Domingues

ESTUDO DO SISTEMA ELÉTRICO VISANDO A QUALIDADE E A


GESTÃO DE ENERGIA NO CAMPUS FACENS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade de Engenharia de Sorocaba,
como exigência parcial para obtenção do
diploma de graduação em Engenharia Elétrica.

Sorocaba, 12 de Dezembro de 2019.

Banca examinadora
AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus pelo dom da vida e por ter nos


proporcionado a oportunidade de vencer os desafios propostos durante o período
acadêmico, e assim tornando o nosso sonho da formação em engenheiros realizado.
Aos nossos pais e familiares que nos incentivaram durante esses anos para
que não desistíssemos do nosso objetivo, e por toda compreensão e apoio nos
momentos mais difíceis da graduação.
Aos professores da instituição, em especial aos que nos auxiliaram na
elaboração e desenvolvimento deste trabalho, dentre eles o professor orientador
Danilo Rodrigues Almeida e o coordenador do curso Renato Maragna Junior.
Aos nossos amigos e colegas pelo apoio durante os momentos de estresse,
pela compreensão nos momentos de ausência e acima de tudo pela amizade,
companheirismo e incentivo durante todas as etapas desse trabalho.
Aos integrantes desse grupo pela harmonia e suporte constante, pelo espírito
de amizade e família e pela garra para superar todas as adversidades que nos fizeram
mais fortes para chegar até aqui.
“Talvez não tenha conseguido fazer o
melhor, mas lutei para que o melhor fosse
feito. Não sou o que deveria ser, mas
Graças a Deus, não sou o que era antes.”

Marthin Luther King


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Etapas do SEP .......................................................................................... 22


Figura 2 - Rede primária e secundária ...................................................................... 27
Figura 3 - Diagrama de transformador monofásico ................................................... 35
Figura 4 - Circuito equivalente do transformador real ............................................... 36
Figura 5 - Ciclo de histerese em material ferromagnético ......................................... 38
Figura 6 - Curva de carga de um transformador ....................................................... 41
Figura 7 - Ciclo de histerese em material ferromagnético ......................................... 46
Figura 8 - Governança Setor Elétrico Brasileiro ........................................................ 59
Figura 9 - Funcionamento do SEB ............................................................................ 60
Figura 10 - Valor Final da Energia Elétrica ................................................................ 61
Figura 11 - Ambientes de Comercialização de Energia............................................. 62
Figura 12 - ACR x ACL .............................................................................................. 63
Figura 13 - Fluxo de Intercâmbio ............................................................................... 64
Figura 14 - Sistema Interligado Nacional................................................................... 65
Figura 15 - Critérios de pré-adesão........................................................................... 66
Figura 16 - Mercado de Curto Prazo ......................................................................... 68
Figura 17 - Crédito pago pelo agente ........................................................................ 68
Figura 18 - Débito pago ao agente ............................................................................ 69
Figura 19 - Histórico PLD – Sudeste ......................................................................... 70
Figura 20 - Índices Curva Forward – DCIDE ............................................................. 71
Figura 21 - Composição da tarifa de energia elétrica ................................................ 72
Figura 22 - Mercado de Curto Prazo ......................................................................... 78
Figura 23 - Dados de Sub e Sobre Tensão ............................................................... 87
Figura 24 - Gráfico de Sub e Sobre Tensão .............................................................. 88
Figura 25 - Desbalanço de Tensão ........................................................................... 88
Figura 26 - Análise de frequência .............................................................................. 89
Figura 27 - Análise de DHTU .................................................................................... 90
Figura 28 - Fator de potência capacitivo ................................................................... 90
Figura 29 - Fator de potência Indutivo ....................................................................... 91
Figura 30 - Energia reativa excessiva ....................................................................... 92
Figura 31 - Comportamento de carga: TR 500 kVA - 380 V ...................................... 95
Figura 32 - Comportamento de carga: TR 500 kVA - 220 V ...................................... 96
Figura 33 - Comportamento de carga: TR 112,5 kVA - 220 V ................................... 97
Figura 34 - Comportamento de carga: TR 45 kVA - 220 V ........................................ 98
Figura 35 - Comportamento de carga: TR 112,5 kVA - 220 V ................................... 99
Figura 36 - Comportamento de carga: TR 112,5 kVA - 220 V ................................. 100
Figura 37 - Comportamento de carga: TR 300 kVA - 220 V .................................... 101
Figura 38 - Curva de carga para todos os pontos de medição ................................ 106
Figura 39 - Curva de carga simplificada .................................................................. 106
Figura 40 - Fator de Carga da Instalação ................................................................ 110
Figura 41 - Curva Forward - Semana 40 ................................................................. 111
Figura 42 - TUSD para consumidores livres e especiais ......................................... 112
Figura 43 - Comparativo - Livre x Cativo ................................................................. 113
Figura 44 - Custo médio e redução de custo........................................................... 114
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Valores de referência para distorções Harmônicas ................................. 51


Quadro 2 - Valores de referência para distorções Harmônicas ................................. 52
Quadro 3 - Variações de curta duração..................................................................... 57
Quadro 4 - Critérios de Migração .............................................................................. 76
Quadro 5 - Aplicação de Descontos na TUSD .......................................................... 77
Quadro 6 - Limite de DHI em sistemas de 120V até 69kV ........................................ 93
Quadro 7 - TDD máxima dos alimentadores ............................................................. 94
Quadro 8 - Tipos de cargas por ponto de medição em kW ....................................... 95
Quadro 9 - Carregamentos mínimos e máximos encontrados ................................ 102
Quadro 10 - Carregamento ideal para máx. Rendimento do Trafo ......................... 103
Quadro 11 - Carregamento de 00h – 08h................................................................ 104
Quadro 12 - Carregamento de 08h – 18h................................................................ 105
Quadro 13 - Carregamento de 18h – 00h................................................................ 105
Quadro 14 - Rendimentos máximos e mínimos encontrados .................................. 107
Quadro 15 - Rendimento de 00h – 08h ................................................................... 108
Quadro 16 - Rendimentos de 08h – 18h ................................................................. 108
Quadro 17 - Rendimentos de 18h – 00h ................................................................. 109
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABNT ..................................................... Associação Brasileira de Normas Técnicas


ABRACEEL.......................Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia
ABRADEE.....................Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica
ACL .......................................................................... Ambiente de Contratação Livre
ACR .................................................................. Ambiente de Contratação Regulado
ANEEL ........................................................... Agência Nacional de Energia Elétrica
ANSI................................................................American National Standards Institute
(Instituto Nacional Americano de Padrões)
AT.............................................................................................................Alta Tensão
AWG....................................American Wire Gauge (Escala Americana Normalizada)
CA.................................................................................................Corrente Alternada
CC..................................................................................................Corrente Contínua
CCEE..................................................Câmara de Compensação de Energia Elétrica
SIN................................................................................ Sistema Interligado Nacional
CGH................................................................................Central Geradora Hidráulica
CMO..............................................................................Custo Marginal de Operação
CMSE .................................................... Comitê do Monitoramento do Setor Elétrico
CMSE .................................................... Comitê do Monitoramento do Setor Elétrico
CNPE ...................................................... Conselho Nacional de Política Energética
CNPJ..............................................................Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
COFINS ........................... Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
COPEL ............................................................. Companhia Paranaense de Energia
CPFL...................................................................Companhia Paulista de Força e Luz
CUSD.....................................................Contrato de Uso do Sistema de Distribuição
CUST....................................................Contrato de Uso do Sistema de Transmissão
DHT..................................................................................Distorção Harmônica Total
DHTI..............................................................Distorção Harmônica Total de Corrente
DHTU..............................................................Distorção Harmônica Total de Tensão
DTD................................................................................Distorção Total de Demanda
EAT.................................................................................................Extra Alta Tensão
EPE ...................................................................... Empresa de Pesquisa Energética
ESS........................................................................Encargos de Serviços do Sistema
ETAP........................................Electrical Power System Analysis & Operation
Software (Software de Análise e Operação de Sistemas de Energia Elétrica)
ETAP..................................Electrical Power System Analysis & Operation Software
FACENS ...................................................... Faculdade de Engenharia de Sorocaba
IBGE .................................................... Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS ..................................... Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IEC ..........................................................International Electrotechnical Commission
(Comissão Eletrotécnica Internacional)
IEEE ..................................................Institute of Electrical and Electronic Engineers
MCM...............................................................................................1000 Circular Mils
MCP......................................................................................Mercado de Curto Prazo
MME ........................................................................... Ministério de Minas e Energia
MT........................................................................................................Média Tensão
MUSD.................................................Montantes de Uso do Sistema de Distribuição
NBR..................................................................................................Norma Brasileira
NEMA..................................................National Electrical Manufacturers Association
(Associação Nacional de Fabricantes Elétricos)
ONS ............................................................. Operador Nacional do Sistema Elétrico
PCH...............................................................................Pequena Central Hidrelétrica
PIS ..................................................................................Programa Integração Social
PLD....................................................................Preço de Liquidação das Diferenças
PROCOBRE....................................................................Instituto Brasileiro do Cobre
PRODIST...................................................................Procedimentos de Distribuição
QEE.............................................................................Qualidade de Energia Elétrica
SEB........................................................................................Setor Elétrico Brasileiro
SEP...............................................................................Sistema Elétrico de Potência
SIN.................................................................................Sistema Interligado Nacional
SRD...........................Superintendência de Regulação dos Serviços de Distribuição
TDD ...................................................... Taxa de distorção demandada máxima total
TE....................................................................................................Tarifa de Energia
THS.............................................................................................Tarifa Horo-Sazonal
TR ....................................................................................................... Transformador
TUSD...............................................Tarifa de Utilização de Serviços de Distribuição
TUST..............................................Tarifa de Utilização de Serviços de Transmissão
UC............................................................................................Unidade consumidora
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 18
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 21
2.1 SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA................................................................. 21
2.1.1 Estrutura de um Sistema de Potência .............................................................. 22
2.1.2 Subsistema de distribuição............................................................................... 24
2.1.2.1 Linhas e Redes de distribuição...................................................................... 25
2.1.2.1.1 Distribuidoras de Energia ........................................................................... 27
2.1.2.1.2 Tipos de Rede de distribuição .................................................................... 28
2.1.3 Cargas dos Subsistemas .................................................................................. 30
2.1.4 Elementos do sistema elétrico de potência ...................................................... 30
2.1.4.1 Geradores ..................................................................................................... 30
2.1.4.2 Transformadores ........................................................................................... 31
2.1.4.3 Postes. .......................................................................................................... 31
2.1.4.4 Cabos. ........................................................................................................... 32
2.1.4.5 Equipamentos de proteção, regulação e seccionamento. ............................. 32
2.1.4.6 Linhas de transmissão................................................................................... 33
2.2 CARREGAMENTO E RENDIMENTO DE TRANSFORMADORES ..................... 34
2.2.1 Princípio de funcionamento em transformadores ............................................. 34
2.2.2 Circuito equivalente de transformador .............................................................. 36
2.2.3 Perdas em transformadores ............................................................................. 37
2.2.3.1 Perdas em vazio ............................................................................................ 37
2.2.3.2 Perdas em carga ........................................................................................... 39
2.2.3.3 Carregamento................................................................................................ 39
2.2.3.4 Efeitos harmônicos nas perdas dos transformadores.................................... 42
2.3 QUALIDADE DE ENERGIA ................................................................................. 43
2.3.1 Fator de Potência ............................................................................................. 45
2.3.2 Harmônicas ...................................................................................................... 47
2.3.2.1 Distorção Harmônica ..................................................................................... 49
2.3.2.2 Índices Harmônicos ....................................................................................... 50
2.3.3 Corrente de Neutro ........................................................................................... 53
2.3.4 Desequilíbrio .................................................................................................... 54
2.3.5 Parâmetros e Efeitos ........................................................................................ 55
2.4 O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO ................................................................... 58
2.4.1 Mercado livre de energia .................................................................................. 60
2.4.2 Estrutura tarifária .............................................................................................. 71
3 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 79
3.1 MEDIÇÕES ......................................................................................................... 79
3.1.1 Equipamento de medição ................................................................................. 79
3.1.2 Processo de Medição ....................................................................................... 80
3.2 LEVANTAMENTO DAS CARGAS ELÉTRICAS .................................................. 80
3.3 ANÁLISE DE QUALIDADE DE ENERGIA ........................................................... 81
3.4 CARREGAMENTO E RENDIMENTO DOS TRANFORMADORES .................... 82
3.5 ESTUDO DE MIGRAÇÃO AO MERCADO LIVRE DE ENERGIA ....................... 83
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 86
4.1 ESTUDO DE QUALIDADE DE ENERGIA ........................................................... 86
4.1.1 Tensão em Regime Permanente ...................................................................... 86
4.1.2 Desbalanço de Tensão..................................................................................... 88
4.1.3 Frequência ....................................................................................................... 89
4.1.4 DHTU – Distorção Harmônica Total de Tensão ............................................... 89
4.1.5 Fator de Potência ............................................................................................. 90
4.1.6 Distorção harmônica de corrente...................................................................... 92
4.1.6.1 Painel de 380 V: TR 500 kVA - Prédio A ....................................................... 95
4.1.6.2 Painel de 220 V: TR 500 kVA - Prédio A ....................................................... 96
4.1.6.3 Painel 220 V: TR 300 kVA - Prédio C ............................................................ 97
4.1.6.4 Painel 220 V: TR 45 kVA - Prédio B .............................................................. 98
4.1.6.5 Painel 220 V: TR 112,5 kVA - Prédio D ......................................................... 99
4.1.6.6 Painel 220 V: TR 112,5 kVA - Prédio H ....................................................... 100
4.1.6.7 Painel 220 V: TR 300 kVA - Prédio L .......................................................... 101
4.2 ESTUDO DO CARREGAMENTO E RENDIMENTO DOS
TRANSFORMADORES............................................................................................102
4.3 ESTUDO DE MIGRAÇÃO AO MERCADO LIVRE DE ENERGIA ..................... 109
5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 115
6 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 119
APÊNDICE............ .................................................................................................. 129
RESUMO

O objetivo deste trabalho de conclusão de curso é realizar um estudo de


qualidade de energia e analisar a situação atual de carregamento e o rendimento dos
transformadores da faculdade de engenharia de Sorocaba (FACENS), além de
realizar um estudo de migração do mercado cativo para o mercado livre de energia,
visando a redução de custo nas tarifas de energia. Serão analisados os parâmetros
elétricos do sistema, tendo como base os dados obtidos pelo analisador de qualidade
de energia, a fim de obter uma visão macro dos principais problemas encontrados no
sistema elétrico, tais como harmônicos na rede, desbalanço de fases, perturbações
elétricas e demais pontos que envolvem a qualidade de energia. Além desse
parâmetro, de maneira consequente, serão estudados alguns pontos do sistema de
distribuição, mais precisamente no que afeta o carregamento e rendimento dos
transformadores. Serão levantadas as faturas de energia e com base nos dados
obtidos, propor melhorias para a redução de custo com as possíveis modalidades
tarifárias e/ou com a mudança no ambiente de contratação. Fundamentado em
conceitos teóricos e comprovados pela concepção empírica, já que isso é feito por
medições, métodos de cálculo, análises e determinações comportamentais das
cargas, o projeto tem caráter analítico, fornecendo sugestões de estudos e trabalhos
futuros.

Palavras-Chave: Qualidade de energia. Sistema Elétrico. Gestão de energia.


ABSTRACT

The aim of this course conclusion paper is to conduct a power quality study and
to analyze the current loading situation and the efficiency of the transformers of the
Sorocaba Engineering College (FACENS), as well as to carry out a captive market
migration study to a free energy market aiming at cost reduction in energy tariffs. The
electrical parameters of the system will be analyzed, based on the data obtained by
the power quality analyzer, in order to obtain a macro view of the main problems found
in the electrical system, such as mains harmonics, phase unbalance, electrical
disturbances and others points involving power quality. In addition to this parameter,
consequently, some points of the distribution system will be studied, more precisely as
regards the loading and efficiency of the transformers. Energy bills will be raised and
based on the data obtained, propose improvements to the cost reduction with the
possible tariff modalities and / or with the change in the contracting environment. Based
on theoretical concepts and proven by the empirical conception, since this is done by
measurements, calculation methods, analyzes and behavioral determinations of loads,
the project has analytical character, providing suggestions for future studies and work.

Key-words: Power quality. Electrical system. Power management.


18

1 INTRODUÇÃO

A partir da década de 1990 houve mudanças consideráveis no setor elétrico


brasileiro, devido a uma nova estruturação iniciada nessa época. Por essa
estruturação, entende-se a de verticalização do Sistema Elétrico de Potência, a
criação da Agência Nacional de Energia Elétrica e outras agências reguladoras
estaduais e a privatização de muitas empresas, principalmente no tocante às
empresas distribuidoras (LEÃO, 2013).
O sistema elétrico de potência funciona com base em três grandes grupos: a
geração, transmissão e distribuição. São respectivamente responsáveis por converter
uma fonte primária de energia em energia elétrica, transmitir a energia gerada até as
centrais consumidoras e distribuir a mesma aos pontos de consumo (BENEDITO,
2019).
A função do sistema elétrico é fornecer essa energia, com a qualidade
adequada e no instante em que for solicitada. Deve-se atender aos padrões mínimos
estabelecidos pelos agentes regulamentadores ANEEL e ONS, e por isso tem-se a
preocupação de manter a qualidade de fornecimento apropriadas, e cuidar para que
os componentes do sistema falhem o mínimo possível, e continuem em constante
operação, tudo isso de forma segura e econômica. Para isso as companhias de
transmissão e distribuição de energia realizam constante e ininterrupta verificação do
sistema, de modo a estabelecer confiabilidade e qualidade do fornecimento, visto que
muitas fontes operam juntamente para o suprimento das cargas do sistema
(BENEDITO, 2019).
A confiabilidade dos sistemas de distribuição pode ser comprometida em
decorrência de falhas geradas por fatores externos ou internos ao sistema elétrico,
sendo no segundo caso a falha de algum equipamento do sistema. No caso das
falhas, os componentes da rede podem ser reparados ou substituídos, sendo ações
como essa as chamadas manutenções corretivas. Como alternativa, as falhas
causadas por deterioração dos componentes da rede, podem ser mitigadas ou
evitadas, tratando-as de forma antecipada, com ações chamadas de manutenções
preventivas. Essas ações têm função de interferir o processo de deterioração do
19

componente do sistema, fazendo com que a vida útil dele se prolongue, e


consequentemente, as falhas ocorridas pelos equipamentos sejam reduzidas ou ao
menos, retardadas (REIS, 2007). Como a proteção de sistemas de distribuição está
diretamente relacionada a qualidade do fornecimento de energia elétrica, esse é um
fator a ser considerado como objeto de estudo no sistema de distribuição. No sistema
de distribuição de energia elétrica, os alimentadores abastecem as cargas das áreas
urbanas e rurais. As diferentes áreas estão sujeitas a diferentes tipos de danos
(MAMEDE, 2013).
A qualidade de energia refere-se aos distúrbios que podem ocorrer nos
parâmetros da rede. Esses distúrbios podem atingir a magnitude, a forma de onda e
a frequência da tensão e da corrente elétrica. Essas alterações nas características da
tensão e corrente podem ocorrer de forma transitória ou permanente e podem afetar
diretamente o desempenho desde a geração, passando pela transmissão e
distribuição até chegar ao consumidor final (ALBADÓ-LOPEZ, 2013). Alguns dos
problemas que podem ser citados em relação à qualidade de energia são a elevação
e o afundamento de tensão, surtos, ruídos, interrupções, interação das harmônicas
com o sistema e o flicker, que nada mais é do que uma cintilação ou flutuação da
forma de onda no tempo (ANEEL, 2017).
As oscilações na qualidade de energia de um sistema afetam diretamente a
segurança e a qualidade de vida das pessoas, já que quando se implementa um
sistema de distribuição de energia elétrica, a população imediatamente é beneficiada
com seus efeitos, por isso a importância de se preocupar com o que diz respeito a
qualidade do seu fornecimento (ANEEL, 2010). Podem ainda ocorrer perda de
produtividade, falha e desgaste de equipamentos, que culminam em um maior
consumo de energia, acarretando ainda em uma elevação de custos (ALBADÓ-
LOPEZ, 2013) (ANEEL, 2017).
Atualmente a qualidade de energia vem sendo associada à sustentabilidade do
planeta, pois alguns problemas causados podem acarretar desperdícios, o que
contribui para as preocupações de demanda versus escassez de energia, o que
explica a necessidade de se trabalhar com uma melhor gestão da energia elétrica
(ANEEL, 2017).
20

Visando também a melhor gestão de energia, existem junto a ela,


possibilidades de redução de custo entre modalidades tarifárias e tipos de mercado
que melhor se encaixam ao tipo de consumidor (ANEEL, 2017).
Conforme descrito acima o sistema elétrico brasileiro é composto pela geração,
transmissão e distribuição de energia, onde os maiores consumidores do país são
unidos pelo Sistema Interligado Nacional, possibilitando o intercâmbio entre essas
regiões, onde este fluxo de potência é coordenado pelo ONS. A fim de baratear o
custo com a energia neste intercâmbio entre um consumidor e um fornecedor é
constituído o Ambiente de Contratação Livre, onde o consumidor contrata a própria
energia de forma bilateral, negociando volume, prazo e preço. Neste ambiente é o que
se denomina o mercado livre de energia, onde o mesmo é coordenado pela CCEE e
de forma financeira está atrelado às garantias físicas de fornecimento de energia
mediante às contratações registradas na CCEE (ABRACEEL, 2019).
Para alguns consumidores, a migração do Ambiente de Contratação Regulada
para o Ambiente de Contratação Livre, pode-se obter uma grande redução de custo,
por conta da negociação do preço da energia. Já para o ACR, está diretamente
atrelada às distribuidoras de energia, onde as mesmas têm seus preços regulados
pela ANEEL e não existe negociação neste mercado (ABRACEEL, 2019).
No capítulo 2, serão abordados os conteúdos pertinentes às literaturas cabíveis
para o embasamento teórico desse trabalho, onde abordar-se-á desde a temática do
sistema elétrico de potência, bem como suas características e dispositivos, qualidade
de energia, as definições e efeitos de cada distúrbio elétrico e considerações das
normativas no que tange o conteúdo discutido, finalizando com a trama do setor
elétrico brasileiro, com ênfase ao mercado de energia e sua regulação.
No capítulo 3, são explanados os materiais e métodos que se fizeram uteis
durante o período do estudo, abordando desde os métodos das medições, até as
diversas análises realizadas para o estudo elétrico.
No capítulo 4 serão demonstrados os resultados obtidos com o objeto de
estudo após a realização das análises dos eixos de estudos anteriormente
mencionados.
No capítulo 5 serão apresentadas uma síntese e as impressões gerais pós
trabalho, bem como as temáticas possíveis para os estudos futuros.
21

2 REVISÃO DE LITERATURA

Nesse capítulo são abordados assuntos referentes ao que tange o sistema


elétrico de potência, bem como suas características e fundamentos. São apontadas
de forma suscinta, porém coesa, as particularidades da qualidade de energia
referenciando os pensamentos de autores e autoridades que integram o mesmo setor.
Segundo Ewaldo MEHL (2012) a disponibilidade de energia elétrica significa
um aumento da qualidade de vida populacional, por isso a preocupação em
disponibilizar energia elétrica em níveis e qualidade adequados, sempre que for
solicitado.

2.1 SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA

Não é de agora que se tem a preocupação com a qualidade, confiabilidade, e


regime de operação dos sistemas de energia, pois esses itens são de fundamental
importância para o sistema de transmissão e distribuição elétrica desde sua criação.
Isso envolve diretamente o consumidor dessa energia, pois hoje, com os vários
modelos de obtenção e disponibilidade de mercados, é fundamental a garantia de
qualidade na entrega dela (FRANCISQUINI, 2006).
Para isso, tem-se o sistema elétrico de potência (SEP), que pode ser definido
de acordo com Benedito (2019) como sendo o conjunto de equipamentos físicos e
elementos de circuitos elétricos conectados atuando de forma coordenada, que tem a
missão de gerar, transmitir e distribuir energia elétrica aos consumidores. A geração
é, portanto, uma transformação de uma fonte energética em energia elétrica, e não
uma criação, e as etapas de transmissão e distribuição são imbuídas e encarregadas
de serem o transporte dessa transformação.
22

2.1.1 Estrutura de um Sistema de Potência

Um sistema de potência interligado, nas palavras de Caparó (2005), é dividido


em geração, transmissão e subtransmissão, e subsistema de distribuição. Na Figura
1, apresenta-se um esquema que representa de forma exemplificada as três etapas
do SEP.

Figura 1 - Etapas do SEP

1
Fonte: Disponível em: http://repositorio.unicamp.br Acesso em 07 ago. 2019

A transmissão de energia elétrica é feita em corrente alternada (CA), pois a


flexibilização com o intuito de obter diferentes níveis de tensão através dos
transformadores torna esse sistema mais atrativo. A transmissão em corrente contínua
(CC) é menos empregada (CAPARÓ, 2005).

1
Imagem retirada de: http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/260676
23

Após a geração, transformadores elevadores aumentam o nível da tensão


gerada para poder transmiti-la a distâncias longas com poucas perdas. Esses níveis
variam entre os relacionados adiante:
• Transmissão (EAT): 345kV e 765kV;
• Sub transmissão e transmissão (AT): 69kV e 230kV;
• Distribuição (MT): 13,8kV e 34,5kV.

No Brasil, os níveis de tensão são conforme abaixo:


• Transmissão:
o Padronizadas: 138, 230, 345 e 500 kV;
o Existentes: 440 e 750 kV;
• Subtransmissão:
o Padronizadas: 34,5; 69 e 138 kV;
o Existentes: 88 kV;
• Distribuição primária:
o Padronizadas: 13,8 e 34,5 kV;
o Existentes: 11,9 e 22,5 kV;
• Distribuição secundaria:
o Padronizadas: 127/220 V e 220/380 V;
o Existentes: 110 V e 115/230 V.

Esses níveis são mantidos e regulados pela ANEEL, e todas as aplicações são
realizadas respeitando as mesmas, bem como a classificação quanto ao nível de
tensão, onde a ANEEL classifica por baixa, média e alta tensão (ANEEL, 2019).
Segundo a ANEEL (2019), o sistema de distribuição se compõe pela rede
elétrica e pelo conjunto de instalações e equipamentos elétricos que operam em níveis
de alta tensão, média tensão e baixa tensão, relacionados abaixo.

• Alta tensão: Superior a 69 kV e inferior a 230 kV;


• Média tensão: Superior a 1 kV e inferior a 69 kV;
• Baixa tensão: Igual ou inferior a 1 kV.
24

Os níveis superiores aos relacionados acima, são chamados de níveis de extra


alta tensão (ANEEL, 2019).
É importante ressaltar que mesmo os níveis de tensão sendo mantidos pela
ANEEL, as normas brasileiras celebram uma concepção ligeiramente distinta nesse
contexto. Segundo a NBR 14039 (Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a
36,2 kV), considera-se média tensão o intervalo de 1 kV a 36,2 kV. A NR10 (norma
regulamentadora 10) considera como alta tensão toda a tensão em corrente alternada
superior a 1 kV e baixa tensão o intervalo de 50 V a 1 kV, além de trabalhar com a
nomenclatura de extra baixa tensão, classificando o intervalo 0 a 50 V. Isso porque as
NR’s (normas regulamentadoras) são obrigatórias, tendo poder efetivo de lei, ao passo
que normas brasileiras (NBR) tem caráter de orientar tecnicamente, devido à isso sua
adoção de critérios não é exigida legalmente (VASCO, 2018).
Deve-se abaixar o nível de tensão para os níveis de distribuição, o que
geralmente ocorre nas empresas de distribuição e concessionarias, pois, é essa
tensão que alimenta os diversos clientes, separados por tipo de consumidor. Esses
são os consumidores livres e cativos, que são abordados com maior teor nos próximos
capítulos (CAPARÓ, 2005).
Considerando-se a geração, no Brasil a referência é a usina hidrelétrica de
Itaipu. Esta é uma usina binacional, construída entre os anos de 1975 e 1982 pelos
governos brasileiro e paraguaio. No ano de sua conclusão, Itaipu era a maior barragem
do mundo, e manteve-se assim por 21 anos, até a construção da usina de três
gargantas na China (ANEEL, 2019).
A Itaipu binacional, operadora da usina, é líder mundial em produção de energia
elétrica limpa e renovável, tendo produzido desde sua criação 2,5 bilhões de
megawatts/hora (ANEEL, 2019).

2.1.2 Subsistema de distribuição

Esse sistema tem por função conectar subestações de distribuição com


consumidores finais. As linhas de distribuição primária alimentam as cargas sempre
em uma área geográfica definida, sendo que alguns consumidores industriais e
comerciais podem ser alimentados pelos circuitos primários. Na rede secundária de
25

distribuição, é onde estão os consumidores residenciais, em níveis de tensão bem


inferiores, onde a potência entregue a esse consumidor, tipicamente é derivada de um
transformador (CAPARÓ, 2005).

2.1.2.1 Linhas e Redes de distribuição

Segundo a ANEEL, é chamada linha de distribuição, ou rede de distribuição, o


conjunto de estruturas, equipamentos elétricos, sendo esses aéreos ou subterrâneos,
condutores e demais utilidades, que tem por finalidade serem utilizados para a
distribuição da energia elétrica, podendo esses operar em baixa, média e/ou alta
tensão de distribuição. Geralmente, encontram-se as linhas em circuitos radiais, sendo
que as redes de transmissão são circuitos malhados ou interligados (ANEEL, 2010).
As redes de distribuição no Brasil, são separadas em redes elétricas primárias,
e redes elétricas secundárias.

• Redes elétricas primárias: Todas as redes de distribuição que operam em


média tensão, e que além do papel de distribuição, abrangem as empresas e
indústrias de médio e grande porte.
• Redes elétricas secundárias: Todas as redes de distribuição que operam em
baixa tensão e abrangem os consumidores residenciais, pequenos
estabelecimentos comerciais e a iluminação pública (ANEEL, 2019).

Segundo a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, a


ABRADEE (2019), os sistemas de distribuição de energia são normalmente
encaminhados junto a topografia das cidades e em sua maioria ramificados entre as
ruas, a fim de conectar ao sistema de transmissão, ou mesmo às unidades geradoras
de médio e pequeno porte, ou aos consumidores finais, em sua maior parcela
consumidores residenciais.
Igualmente ao que ocorre com a transmissão, a distribuição se faz com cabos
condutores, transformadores, isoladores, equipamentos de medição e controle, bem
como de proteção e seccionamento no fornecimento do sistema, porém, mesmo
parecidos em sua idealização, a topologia se distingue do sistema de transmissão,
26

sendo o de distribuição distintamente extenso e ramificado devido a sua necessidade


de atender os domicílios e endereços de todos os seus consumidores.
As linhas de transmissão superiores a 230kV compõem a rede básica do
sistema elétrico, sendo que as linhas com tensão entre 69kV e 138kV são de
responsabilidade das empresas de distribuição, também chamadas de empresas de
subtransmissão. A responsabilidade das distribuidoras vai além, significando que
ficam sob sua responsabilidade as redes primária e secundária, com tensões de 2,3
kV a 44 kV. Esse sistema é composto de três cabos condutores aéreos sustentados
por cruzetas de madeira em postes de concreto em sua maioria (ABRADEE, 2019).
Alguns poucos sistemas são subterrâneos, mas essa opção é menos atrativa
devido ao custo para se implementar tal topologia, ficando exclusiva em casos
específicos, ou quando o cliente solicita que assim seja implementado o sistema de
distribuição. Apesar de ser uma forma de distribuição mais cara, existem algumas
aplicações no Brasil, como por exemplo na Avenida Paulista ou na Avenida Oscar
Freire, ambas localizadas na cidade de São Paulo.
As redes de distribuição em baixa tensão, operam com tensões que podem
variar entre 110 e 440 V, devido a topologia do fechamento dos transformadores. Esse
sistema é igualmente utilizado na mesma infraestrutura do sistema de subtransmissão
em postes de concreto que sustentam as redes de média tensão, porém se distingue
por se localizarem a uma altura inferior. Essas redes têm função de levar energia
elétrica para consumidores residenciais, industriais de pequeno porte, e comerciais de
pequeno e médio porte. As derivações desses consumidores são chamadas ramais
de ligação. Fica sob responsabilidade dos comércios a transformação do nível de
tensão que se deseja operar e ficam a encargo da distribuidora a entrega da energia,
em média tensão (ABRADEE, 2019).
A Figura 2 exemplifica uma rede de distribuição em cabo isolado com a rede
primária no lado superior e a rede secundária logo abaixo.
27

Figura 2 - Rede primária e secundária

2
Fonte: Disponível em: https://www.energisa.com.br. Acesso em 04 set. 2019

As redes de distribuição contemplam além dos transformadores, cabos e


isoladores ao longa da linha, equipamentos auxiliares que tem a função de melhorar,
corrigir, proteger, ou controlar os parâmetros da linha. É comum verificar capacitores
e reguladores de tensão ao longo do circuito, e ambos são usualmente aplicados para
corrigir anomalias na rede, pois a entrega de energia com a qualidade adequada é de
suma importância para o cliente, bem como para a distribuidora (ABRADEE, 2019).

2.1.2.1.1 Distribuidoras de Energia

Tudo o que diz respeito ao consumidor final, como a conexão de cabos,


atendimento, manutenção e entrega são de responsabilidade das distribuidoras de

2
Imagem retirada de: https://www.energisa.com.br/Normas%20Tcnicas/NDU%20004.1%20-
%20Instala%c3%a7%c3%b5es%20B%c3%a1sicas%20para%20Constru%c3%a7%c3%a3o%20de%2
0Redes%20de%20Distribui%c3%a7%c3%a3o%20MT%20Compacta%20Urbana%20V5.0.pdf
28

energia elétrica. No Brasil, segundo a ABRADEE, 60% das distribuidoras de energia


são de empresas privadas enquanto os outros 40% são de empresas públicas
(ABRADEE, 2018).
Segundo a ANEEL (2018), o Brasil possuí 109 distribuidoras de energia
elétrica, sendo 53 concessionárias, 43 permissionárias e 13 autorizadas. As
concessionárias podem ser definidas como um agente autorizado pelo governo
federal a prestar serviços no ramo de energia elétrica. As permissionárias e
autorizadas são duas categorias de cooperativas de eletrificação rural, sendo que
respectivamente uma atende as normativas do art. 23 da Lei nº 9.074/95 e da
Resolução ANEEL nº 012/02 e a outra não.
As cooperativas têm um papel fundamental no desenvolvimento rural, desde a
década de 40. Com a reestruturação do setor elétrico, notou-se a necessidade de
regulamentar os serviços prestados por elas (ARSESP, 2019). Com o auxílio da
ANEEL e da SRD (Superintendência de Regulação dos Serviços de Distribuição) as
cooperativas de eletrização rural foram regulamentas e divididas entre
permissionárias ou autorizadas (ANEEL, 2015).
De acordo com a ABRADEE (2018), até 2018 o Brasil contava com mais de 77
milhões de unidades consumidoras, sendo que 85% desse valor refere-se aos
consumidores residenciais. Por unidades consumidoras entende-se toda instalação
individual, de um único consumidor, podendo ser pessoa física ou pessoa jurídica, que
está ligada a uma subestação para fornecimento em tensão primária, onde são
alimentados equipamentos, instalações, condutores e acessórios, com um único
ponto de medição e recebimento de energia (ANEEL, 2014).

2.1.2.1.2 Tipos de Rede de distribuição

Basicamente são quatro os tipos de redes de distribuição:

• Rede de Distribuição Aérea Convencional: É a topologia mais comumente


encontrada. Os cabos condutores são nus e trafegam em postes ao longo da
linha. Como não há proteção sob os cabos, esse tipo de rede é mais
susceptível à ocorrência de curto-circuitos devido ao contato dos condutores
29

com galhos e árvores, e objetos que externamente possam ter contato com a
linha.
• Rede de Distribuição Aérea Compacta: Com surgimento na década de 90,
essa topologia de rede soluciona a questão das perturbações do sistema, pois
existe uma camada de isolação nos cabos e a rede ocupa um menor espaço
físico ao longo da linha (SOUZA, 2015).
• Rede de Distribuição Aérea Isolada: Essa topologia de rede é bastante
protegida. Seus condutores apresentam grande isolação, e são
acondicionados na rede aérea em forma de par trançado. Essa solução não
somente resolve a questão de perturbações do sistema elétrico por impedir que
corpos estranhos ao sistema entrem em contato com a rede, mas também por
ser trançada ao longo do seu trajeto formando um trifólio (arranjo triangular),
apresentando níveis menores de densidade de fluxo magnético do que no
arranjo planar (horizontal e vertical). Além do que, quando se reduz o
espaçamento entre as fases ocorre diminuição do campo magnético resultante
(SOUZA, 2015).
• Rede de Distribuição Subterrânea: Proporciona o maior nível de
confiabilidade e o melhor resultado estético, pois não existe infraestrutura
visível, visto que as redes ficam enterradas. No entanto, a questão custo dessa
topologia é bastante aparente. Para essa solução deve-se considerar um
cuidado especial nas proteções, coordenação e seletividade do sistema
elétrico, bem como os testes nos cabos condutores, por isso é comum em
regiões muito densas ou onde há restrições para a instalação das redes aéreas
(ABRADEE, 2019).

As redes de iluminação pública que também podem ser do tipo aéreo ou


subterrâneo, são todas derivadas das redes de distribuição das concessionárias. A
manutenção dessas, no entanto ficam a cargo das prefeituras das cidades.
30

2.1.3 Cargas dos Subsistemas

As cargas dos subsistemas são separadas em industriais, comerciais e


residenciais. Elas variam ao longo do dia para cada consumidor, essa é a chamada
curva de carga. Essa curva depende efetivamente da demanda solicitada do sistema.
Para avaliar o uso da rede, é solicitado o fator de carga, que nada mais é que a razão
entre a carga média e a carga máxima, ambas solicitadas num intervalo de mesmo
tempo. Os fatores podem variar por dia, mês ou ano (CAPARÓ, 2005).

2.1.4 Elementos do sistema elétrico de potência

Para que o sistema elétrico opere de forma correta, são necessários


componentes geralmente denominados como elementos do sistema elétrico. Em
distribuição de energia, foco do trabalho, esses equipamentos têm função de prover
nos níveis e qualidade adequados, o fornecimento contínuo de energia elétrica. Essa
etapa envolve os dispositivos fornecedores de energia, os transmissores, onde
analisa-se o melhor meio de transportar a energia, seja por meio aéreo, subterrâneo,
tipos de cabos e outros. As proteções do sistema também são envolvidas, pois sem
estas no momento de falhas, todo o sistema pode ser afetado, o que é um
inconveniente (GOMES, 2012).

2.1.4.1 Geradores

Geradores são os dispositivos do sistema elétrico capazes de fornecer energia


elétrica através da transformação da energia mecânica armazenada em energia
elétrica. Segundo Fitzgerald (1981), uma máquina elétrica é o nome do dispositivo
capaz de transformar ou converter uma forma de energia mecânica em energia
elétrica, ou a elétrica em mecânica. Quando ocorre a conversão de mecânica para
elétrica, se trata de um gerador.
31

2.1.4.2 Transformadores

Transformador é um dispositivo indispensável no fornecimento de energia. Sua


simplicidade de construção o torna uma solução atraente para os sistemas de energia,
desde o seu uso em eletrônica e controles de baixa corrente, até transmissão e
distribuição de grandes sistemas de potência. Ele é destinado a transmitir energia
elétrica ou potência elétrica de um circuito a outro induzindo tensão de um
enrolamento a outro, isso porque inclui dois ou mais circuitos elétricos acoplados
magneticamente por um circuito magnético comum (FITZGERALD et al., 1981).
Em essência, o transformador é constituído por dois ou mais enrolamentos
concatenados por um campo magnético mútuo, e, se um desses enrolamentos forem
ligados a um gerador de corrente alternada, é produzido então um fluxo alternado,
cuja amplitude dependerá somente do número de espiras e da tensão do primário. O
fluxo mútuo se concatena com o outro enrolamento, o secundário, e induz tensão cujo
valor depende do número de espiras, do secundário (FITZGERALD et al., 1981).
Os transformadores são destinados a rebaixar ou elevar a tensão, e
consequentemente reduzir ou elevar a corrente de determinado circuito de aplicação,
de modo a não se alterar sua potência útil. Os transformadores de distribuição são
normalmente instalados em postes ou câmaras subterrâneas, sendo que para critério
de distribuição sua potência é restrita nos níveis de 16300 kVA, pois para potências
maiores, devido a massa elevada que o dispositivo tem considerando o volume de
óleo e dos enrolamentos, fica inviável manter o mesmo em posteação. Para caso de
potências maiores, sua utilização deve-se fazer no solo, assim como os
transformadores de potência, ou força (FITZGERALD et al., 1981).

2.1.4.3 Postes

Tanto para estruturas primárias como secundárias, esse elemento é


responsável por carregar as linhas e os componentes do sistema elétrico de
distribuição. Os tipos encontrados são de concreto ou madeira, sendo o primeiro
utilizado na rede de distribuição urbana. Ambos possuem seção circular, quando
32

aplicados nas vias principais das cidades, e formato de “duplo T” quando aplicados
em locais de baixo grau de desenvolvimento e urbanização (ABRADEE, 2019).
A escolha de um ou outro se relaciona à carga mecânica, tipo de poste e
urbanização encontrados. Com exceção de transformadores, os componentes da
linha devem ser instalados somente em postes de concreto de seção circular
(ABRADEE, 2019).

2.1.4.4 Cabos

A escolha do cabo depende do tipo de rede em que se está trabalhando. Para


a rede primária, podem ser trifásicos a três fios, bifásicos a dois fios, ou monofásicos
a um fio com cabo neutro ou retorno pelo terra. Os materiais de confecção são
padronizados para ser em alumínio simples (CA), ou alma de aço (CAA), em seções
transversais de 2, 1/0, 4/0 AWG e 336,4 MCM, ou áreas salitrosas pode-se usar
condutor de cobre (ABRADEE, 2019).
Para a rede secundária os cabos usados são de alumínio simples (CA) com
seções que variam de 2, 1/0 e 4/0 AWG. Em alguns casos específicos podem ser
usados cabos de cobre de 35 mm² (ABRADEE, 2019).

2.1.4.5 Equipamentos de proteção, regulação e seccionamento.

Segundo o professor Delberis Araújo Lima (2015), a filosofia da proteção de


sistemas elétricos refere-se à coordenação, seletividade, ajuste e aplicação de
dispositivos de proteção, de tal maneira que uma irregularidade no circuito possa ser
separada e extraída o mais rápido possível, afetando minimamente os outros
integrantes do sistema, e por integrantes do sistema entende-se os equipamentos e
dispositivos ligados a rede e os usuários que de alguma maneira interagem com ele.
Os objetivos do sistema de proteção são proteger a integridade física de
operadores, usuários e animais, aumentar a vida útil de equipamentos, isolar falhas
dentro do sistema, melhorar os índices de interrupção e amenizar os custos de
manutenção (LIMA, 2015).
33

De acordo com João Mamede (2015), alguns pontos devem ser considerados
para a elaboração de um sistema de proteção. São eles:

• Seletividade: O sistema é elaborado de tal maneira, que a proteção mais


próxima a falha é a primeira a reconhecê-la e atuar, isolando o defeito.
• Zonas de Atuação: No momento da ocorrência de uma falta, o dispositivo deve
ser capaz de perceber o local da falta e se cabe a ele isolá-la. Durante a falta
ele deve atuar dentro dos parâmetros de tempo pré-estabelecidos.
• Tempo de Atuação: O dispositivo de proteção deve atuar no menor tempo
possível, dentro dos limites configurados, com o objetivo de reduzir as
possibilidades de defeito no sistema, diminuir os possíveis afundamentos de
tensão e auxiliar na ressincronização de motores.
• Sensibilidade: O dispositivo de proteção deve ser capaz de perceber as faixas
de valores em que deve ou não atuar.
• Confiabilidade: O dispositivo de proteção deve ser capaz de cumprir com
precisão e segurança as suas funções.
• Automação: O dispositivo deve ser capaz de atuar caso os níveis para os quais
ele foi configurado sejam atingidos e deve possibilitar o seu reset sem a
necessidade de interação física.

2.1.4.6 Linhas de transmissão

Segundo Rangel et al. (2009), as linhas de transmissão de energia são linhas


usadas para transmitir energia em alta tensão, guiada de uma fonte geradora para
uma carga consumidora. Ela é formada de cabos condutores por torres e isoladores
que sustentam esses cabos. No Brasil, a energia elétrica é gerada por usinas
majoritariamente hidroelétricas e termoelétricas, mesmo existindo parques eólicos e
até usinas nucleares. Essas usinas, devido a geografia do país, e até mesmo
segurança da população, ficam localizadas em lugares distantes da sociedade. O que
normalmente ocorre é que devido à localização das usinas geradoras de energia, a
energia gerada nem sempre será consumida no lugar de sua geração, utilizando,
34

portanto, as linhas de transmissão para transportar a energia gerada nas usinas para
a carga consumidora (subestações, residências ou indústrias), de forma econômica e
com a menor perda de energia possível.

2.2 CARREGAMENTO E RENDIMENTO DE TRANSFORMADORES

O carregamento de transformadores é um dos fatores mais importantes a se


definir, pois está relacionado à sua condição operacional. O carregamento, dentre
outros pontos, é quem dita em função das perdas qual é o rendimento que a máquina
tem e qual o máximo rendimento para um ciclo de operação. Logo, sabendo como o
carregamento afeta as perdas econômicas ao sistema e a vida da máquina em si, é
de interesse do proprietário que se tenha uma preocupação especial com esse item
(PICANÇO, 2006).

2.2.1 Princípio de funcionamento em transformadores

Em essência, o transformador é um equipamento constituído por duas ou mais


bobinas concatenadas por um campo magnético mútuo. Essas bobinas ou
enrolamentos são espiras envolvidas em torno de um núcleo ferromagnético, cuja
função é concatenar o fluxo gerado por um enrolamento (primário) com o outro
enrolamento (secundário). A amplitude desse fluxo depende unicamente do número
de espiras do enrolamento, e de uma fonte geradora de tensão alternada, para assim
produzir o fluxo alternado. O fluxo mútuo concatenar-se-á com o enrolamento
secundário, induzindo tensão, cujo valor dependerá do número de espiras desse
enrolamento (PINTO, 2011).
As correntes i1 e i2 percorrem os enrolamentos do primário e secundário,
respectivamente, ao ocorrer o acoplamento magnético entre os enrolamentos. As
correntes são responsáveis por desenvolver a força magnetomotriz (f.m.m.), podendo
ser calculadas no circuito magnético pela lei circuitual de Ampère como 𝑖1𝑁1 e 𝑖2𝑁2, ou
seja, a força desenvolvida depende do número de espiras e da corrente aplicada, e
como o produto 𝑁𝑖 é o mesmo que o produto da intensidade de campo magnético pela
35

distância média, pode-se dizer que a força magnetomotriz depende das dimensões
físicas do núcleo ferromagnético e da intensidade de campo, conforme descrito em (1)
(PINTO, 2011).

𝑓. 𝑚. 𝑚. = 𝑁𝑖 = 𝐻𝑙 (1)

Onde: “N” é o número de espiras, “H” é a intensidade de campo magnético


(Ae/m), “i” é a corrente elétrica (A) e “𝑙” é o comprimento da barra ferromagnética.
Para se obter fluxo magnético, a intensidade de campo é associada a uma
densidade de fluxo magnético 𝐵. A densidade de fluxo no núcleo resulta em fluxo
magnético 𝜙. O processo é ilustrado na Figura 3 (PINTO, 2011).

Figura 3 - Diagrama de transformador monofásico

3
Fonte: PICANÇO (2006). Disponível em: https://saturno.unifei.edu.br. Acesso em 15
ago. 2019

Surgem ainda nesse sistema forças eletromotrizes (f.e.m.), devido ao fluxo


magnético concatenado nos dois enrolamentos. Quando o fluxo varia com o tempo,
isso produz um campo elétrico induzido em torno da região de variação do fluxo,
conforme a premissa da lei de Faraday. O processo é descrito através de (2), (3) e (4)
(PINTO, 2011).

3
Imagem retirada de: https://saturno.unifei.edu.br/bim/0029876.pdf
36

𝑑𝜙
𝑒1 (𝑡) = −𝑁1 × (2)
𝑑𝑡

𝑑𝜙
𝑒2 (𝑡) = −𝑁2 × (3)
𝑑𝑡

𝑑𝜆
𝜆 = 𝑁𝜙 → 𝑒(𝑡) = (4)
𝑑𝑡

Em (4), 𝜆 representa a quantidade de fluxo magnético que enlaça as bobinas e


é chamado de fluxo concatenado.

2.2.2 Circuito equivalente de transformador

Utiliza-se para representação dos circuitos de transformadores sua topologia


real, ou seja, deve-se considerar a resistência dos enrolamentos, fluxo magnético de
dispersão, as perdas no ferro e a necessidade da existência de uma força
magnetomotriz aplicada ao primário para o estabelecimento do fluxo mútuo. O modelo
que representa o transformador real é visto na Figura 4.

Figura 4 - Circuito equivalente do transformador real

Fonte: PICANÇO (2006). Disponível em: https://saturno.unifei.edu.br. Acesso em 15 ago.


2019.

Onde: “r1” é a resistência do enrolamento primário, “x1” é a reatância de


dispersão do enrolamento primário, “r21” é a resistência do enrolamento secundário
referido ao primário e “x21” é a reatância de dispersão do enrolamento secundário
referido ao primário. e “𝑍𝑚” é a impedância formada por 𝑅𝑝 ∥ 𝑋𝑚, onde Rp equivale a
resistência de perdas no núcleo, e Xm a reatância de magnetização do núcleo.
37

2.2.3 Perdas em transformadores

O funcionamento dos transformadores em geral apresenta perdas de energia


na sua utilização. Uma parte da potência absorvida é dissipada em forma de calor
devido aos enrolamentos primários, secundários e pelo núcleo. Existem ainda as
perdas por correntes Foucault, correntes parasitas e as perdas histeréticas, inerentes
ao material de construção da máquina elétrica (PINTO, 2011) (PICANÇO, 2006).
Quando os transformadores estão operando em vazio ou com um mínimo de
carregamento, entregando o mínimo de sua potência, o transformador é
acompanhado pelas perdas em vazio. Sob carga, o transformador possui perdas
concentradas nos seus enrolamentos, denominadas perdas em carga que podem ser
estimadas através de ensaios, tanto a primeira quanto a segunda. Esses são ensaios
de perdas em vazio e ensaios de perdas em curto-circuito (PINTO, 2011) (PICANÇO,
2006).

2.2.3.1 Perdas em vazio

As perdas em vazio ocorrem quando o transformador opera sem carga, onde


verificam-se somente as perdas no núcleo. Tais perdas são ocasionadas devido a
corrente de magnetização para estabelecer o fluxo magnético constante. As perdas
em vazio são representadas em duas componentes, a componente das perdas
histeréticas e as correntes Foucault. A última também é conhecida por perdas por
correntes parasitas, que ocorrem nas lâminas do núcleo (PINTO, 2011) (PICANÇO,
2006).
Essas perdas são fixas, ou seja, dependem unicamente do material de
construção do transformador, e sua resistência dos enrolamentos (PINTO, 2011)
(PICANÇO, 2006).
A histerese é um fenômeno cíclico que ocorre no material magnético. Ela é
representada pela curva de magnetização 𝐵 versus 𝐻, que representa a área de
38

dissipação de energia do núcleo em forma de calor em um ciclo de alimentação


(PINTO, 2011) (PICANÇO, 2006).

Figura 5 - Ciclo de histerese em material ferromagnético

Fonte: Joel Rocha Pinto – Conversão Eletromecânica de Energia - 2011, 1° edição

As perdas histeréticas são definidas por Steinmetz, que comprova que as


perdas dependem do material ferromagnético que constitui o núcleo, da frequência
aplicada, volume do material ferromagnético e da densidade de campo magnético
máxima, conforme descrito em (5) (PINTO, 2011) (PICANÇO, 2006).

𝑛
𝑃ℎ = 𝐾ℎ × 𝑣 × 𝑓 × 𝐵𝑚á𝑥 (5)

Onde “Ph” representa as perdas histeréticas em Watts, “Kh” é a constante de


histerese que varia de acordo com o material, “v” é o volume total ativo do material em
𝑛
m³; “f” é a fequência da variação de “H” em Hertz, “𝐵𝑚á𝑥 “ é a densidade de campo
magnético máximo e “n” é a constante de Steinmetz que varia de 1,5≤n≤2,5.

Segundo a lei de Lenz, quando um fluxo alternado é induzido no núcleo,


ocorrem as perdas por correntes parasitas. Elas aquecem o núcleo reduzindo a
passagem do fluxo magnético aumentando as perdas Joule. Steinmetz mostrou de
forma empírica essas perdas (PINTO, 2011) (PICANÇO, 2006).

2
𝑃𝐹 = 𝐾𝐹 × 𝑣 × 𝑓 2 × 𝜏 2 × 𝐵𝑚á𝑥 (6)
39

2
Onde “pf” são as perdas Foucault em Watts “𝐵𝑚á𝑥 ” é a densidade de campo
magnético máximo, “kf” é a constante de Foucault que depende do material “𝜏” é a
espessura de laminação, “v” é o volume total ativo do material em m³, “f” é a frequência
da variação de H em Hertz.

2.2.3.2 Perdas em carga

Essas perdas são caracterizadas pelas perdas nos enrolamentos primário e


secundário do transformador, e pelas perdas de dispersão. Elas variam com o
quadrado da corrente da carga. As perdas 𝐼2𝑅 são devido à corrente eficaz da carga,
que considerando-se a resistência em corrente contínua, tende a aumentar a
temperatura (FERREIRA, 2008).
Conforme mencionado, essas perdas são causadas por efeito joule, devido à
resistência ôhmica dos enrolamentos. Tais perdas são alteradas de acordo com o
aumento ou diminuição de carga no transformador, e dependem principalmente da
corrente, do carregamento da máquina, e da geometria dos condutores das bobinas
(FERREIRA, 2008).
As perdas de energia com baixos ou elevados carregamentos nos
transformadores são bastante significativas, principalmente por afetar a operação
contínua do transformador, já que isso provoca diminuição de vida útil, e apresentar
forte impacto financeiro por manter em operação uma máquina com eficiência baixa.
Estima-se que uma melhora de 1% no rendimento de transformadores de
distribuição de todo o país, traria um retorno financeiro da ordem de R$ 57 milhões
por ano no Brasil, isso porque mesmo com a eficiência elevada dessas máquinas, o
consumo contínuo da energia gerada é em torno de 2%, o que equivale a quase 1/3
das perdas totais dos transformadores (FERREIRA, 2008)

2.2.3.3 Carregamento

Como visto, o transformador é o principal elemento de um sistema de


distribuição, pois tem função de disponibilizar a energia necessária para todo o
40

sistema. Além disso, o valor de aquisição de uma máquina dessa não é baixo, pois
para sua utilização é necessário que o mesmo tenha confiabilidade e disponibilidade
de fornecimento constantes e conhecidos, conceitos esses que são levados em conta
para extrair o melhor rendimento da máquina elétrica (ABNT, 2017).
Para se manter essa disponibilidade, a preocupação com o carregamento e
rendimento são itens fundamentais para se estimar o rendimento de potência do
sistema, e a vida útil da máquina, pois, quando a carga conectada nos
transformadores é baixa, a perda de vida útil aumenta, tendo em vista que as perdas
da máquina aumentam. A utilização correta de um transformador, pode significar a
redução de custo em determinados projetos e aplicações, e se tratando de carga, o
transformador suporta uma carga superior à sua nominal desde que não
ultrapassadas as temperaturas limites previstas em norma. A NBR 5356-7:2017
descreve os efeitos da operação de carregamento de transformadores imersos em
óleo mineral isolante sob várias temperaturas e condições de carga diferentes (ABNT,
2017).
O carregamento afeta diretamente a temperatura do óleo e dos enrolamentos
do transformador, sendo que para transformadores classe 55°C a temperatura
máxima de topo 100°C e 110°C para classe 65°C. A máxima temperatura mais quente
é de 120°C e 140°C para as respectivas classes (MAMEDE FILHO, 2015).
No entanto, as medições de carregamento em operação normal para efeito de
simulação não permite nenhuma perda de vida útil, logo os valores com essa
consideração ficam de 95°C e 105°C para a máxima temperatura de topo de óleo, e
105°C e 120° para máxima temperatura do ponto mais quente, respectivamente para
as classes 55°C e 65°C (MAMEDE FILHO, 2015).
Durante o dia, o transformador assume vários carregamentos e
consequentemente vários rendimentos, ou seja, a curva de carga num ambiente de
aplicação de um transformador é normalmente irregular, sendo preciso efetuar um
cálculo de carga equivalente no ciclo de carga desse transformador, para se estimar
a perda de vida útil que a máquina terá assumindo o carregamento em diferentes
horários (MAMEDE FILHO, 2015).
Para se determinar a carga equivalente de um transformador, utiliza-se a
expressão 7 e a Figura 6 mostra uma curva de carga fictícia.
41

𝑃12×𝑇1 +𝑃22×𝑇2 +𝑃32×𝑇3+⋯𝑃𝑛2 ×𝑇𝑛


𝐶𝑒𝑞 = √ (7)
𝑇1 +𝑇2 +𝑇3+⋯𝑇𝑛

Onde “p” é a potência demandada em kVA, “T” é o tempo da potência


demandada em horas.

Figura 6 - Curva de carga de um transformador

Fonte: João Mamede Filho – Manual de equipamentos Elétricos – 2013, 4° edição

Como os pontos de carga são muitos, (7) é útil para se determinar a


equivalência da potência realmente demandada em determinado período (MAMEDE
FILHO, 2015).
Sabendo a curva de carga e a carga equivalente, é possível determinar com
base nos horários de medição, o carregamento do transformador, e com isso,
determinar seu rendimento mediante o carregamento e perdas (MAMEDE FILHO,
2015).
Para se determinar o carregamento de um transformador utiliza-se (8)
(MAMEDE FILHO, 2015).
𝑆𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎
𝐾=𝑆 (8)
𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜

Onde “k” é o carregamento, “𝑆𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 ” é a potência medida consumida pela carga


e “𝑆𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜 ” é a potência do transformador instalado.
42

Para determinação do rendimento, o cálculo utilizado é especificado em (9)


(MAMEDE FILHO, 2015).

𝐾×𝑆𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜 ×cosϕ
𝑛𝑝 = (𝐾×𝑆 2 ×𝑃 (9)
𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜 ×cosϕ)+𝑃𝑜 +𝐾 𝑐𝑐

Onde “𝑛𝑝 ” é o rendimento de potência, “cosφ” é o fator de potência “𝑃𝑜 ” são as


perdas em vazio e “𝑃𝑐𝑐 ” as perdas em carga (MAMEDE FILHO, 2015).

Com essas expressões, consegue-se determinar o carregamento do


transformador, de acordo com a curva de carga apresentada.
Para se estabelecer com qual carga o transformador obterá o maior rendimento,
Joel Rocha Pinto (2011) estabelece que o rendimento para essa condição dependerá
das perdas da máquina elétrica, como pode ser visto em (10).

𝑃
𝐾𝑝𝑎𝑟𝑎𝜂𝑀Á𝑋 = √𝑃 𝑜 (10)
𝑐𝑐

A vida útil do transformador é dependente das perdas apresentadas, mas sofre


muito mais influência do carregamento, isso é considerado na NBR 5356-7:2017, que
estabelece a vida útil do transformador, com base no seu carregamento.
Mamede Filho (2015) considera no cálculo de vida útil de transformadores as
diferentes temperaturas que a máquina tem ao longo do ciclo de carga, pois a
temperatura do óleo mineral isolante tem comportamento distinto da temperatura
atingida pelos enrolamentos, que podem chegar a valores superiores a 100°C
dependendo do carregamento, horas de trabalho e temperatura ambiente.

2.2.3.4 Efeitos harmônicos nas perdas dos transformadores

As componentes harmônicas influenciam no aumento das perdas totais dos


transformadores. Assim como as perdas com a carga, ocorrem nos transformadores
43

as perdas por histerese harmônica, também em Watts. Em (11) é apresentada a


definição do comportamento dessas perdas.

∞ 𝑠
𝑈𝑛
𝑃𝐻𝑛 = (∑ × 𝑐𝑜𝑠𝜙𝑛 ) (11)
𝑛=1 𝑛×𝑈1

Onde “PHn” é a perda por histerese harmônica em Watts, “Un” é a tensão da


n-ésima harmônica em Volts, “n” é a ordem harmônica do ciclo de histerese “U1” é a
tensão fundamental em Volts, “Φn” é o ângulo de fase da tensão harmônica e “S” é o
coeficiente do material do núcleo, que para aço-silício utiliza-se 1,6 de acordo com
coeficiente de Steinmetz (PICANÇO, 2006).
Segundo Picanço (2006), o efeito harmônico nas perdas em vazio de um
transformador é pequeno e de pouca influência na sua operação. Sendo assim, esse
efeito não é considerado na determinação do fator K do transformador e do fator de
perdas harmônicas, segundo o IEEE std C57.110.
A influência harmônica tem efeito nas perdas sob carga. O efeito harmônico,
porém, depende do carregamento da máquina, isso porque devido ao aumento da
corrente da carga em função das harmônicas, faz com que as perdas joule 𝐼2𝑅 sofram
acréscimo. As perdas pelas correntes parasitas são da ordem de 5% das perdas sob
carga, e, como elas variam com o quadrado da frequência, as harmônicas a ela
relacionadas tendem a aumentar tais perdas (PICANÇO, 2006).

2.3 QUALIDADE DE ENERGIA

A crescente preocupação com a qualidade de energia está relacionada com o


aumento de cargas não-lineares e cargas menos eficientes, que causam distorções
na rede devido ao fato de terem um comportamento predominantemente não senoidal,
independente da tensão fornecida, como é o caso de equipamentos que funcionam
por chaveamento e eletrônicos em geral (ALBADÓ-LOPEZ, 2013) (ANEEL, 2017).
Segundo Edson Martinho (2009), a qualidade de energia está diretamente
relacionada a qualquer variação de amplitude, de frequência e/ou qualquer
44

deformação da forma de onda das grandezas elétricas, que podem acarretar falha ou
mau funcionamento de um equipamento elétrico (FILHO, 2017).
O inconveniente dessa variação que ocorre em um sistema elétrico, conhecido
também como distúrbio, é que pode ocasionar interferências como: acionamento
indevido de relés, mau funcionamento de equipamentos sensíveis, distorções em
equipamentos de medição, podendo ocasionar a interrupção do fornecimento de
energia (ALBADÓ-LOPEZ, 2013).
Esses distúrbios, na concepção de Ewaldo Mehl (2012) podem ser
classificados devido à falta de continuidade do fornecimento, nível de tensão,
oscilações de tensão, desequilíbrios, distorções harmônicas de tensão e interferência
em sistemas de comunicação. José Maurício dos Santos Pinheiro (2010) acrescenta
um fato muito relevante referente ao aparecimento desses distúrbios, que seria a
instalação de cargas não lineares.

De acordo com Ricardo Albadó (2013) os distúrbios podem ser classificados


como:

• Transitórios, dos tipos impulsivos ou oscilatórios;


• Variação de tensão de curta duração, que podem ser instantâneas,
momentâneas ou temporárias;
• Variação de tensão de longa duração, que podem ser de três tipos:
interrupções, subtensões ou sobretensões sustentadas;
• Desiquilíbrios de tensão, causados por má distribuição de cargas monofásicas,
e que fazem surgir no circuito tensões de sequências negativas;
• Distorções da forma de onda, que podem ser classificadas em cinco tipos: nível
CC, harmônicas, inter-harmônicas, notching e ruídos;
• Oscilações de tensão, variações sistemáticas dos valores eficazes da tensão
de suprimento (entre 0,95 e 1,05 pu), e que podem ser aleatórias, repetitivas
ou esporádicas;
• Variações da frequência do sistema.
• Fator de potência;
• Harmônicos;
45

• Desequilíbrio de tensão;
• Flutuação de tensão;
• Variações de tensão de curta duração;
• Variação de frequência.

A maior parte dos distúrbios que condizem à falta da qualidade de energia são
originados na própria instalação, por exemplo o uso de equipamentos que aumentam
os níveis de distorções, causando instabilidade no sistema elétrico (PINHEIRO, 2010).
Segundo Ricardo Albadó-Lopez (2013) a maioria dos distúrbios que surgem no
sistema elétrico são causados pelo próprio consumidor final devido à excessiva
distorção das correntes ou tensões. E esse acontecimento tende a ocorrer devido ao
crescente número de equipamentos eletrônicos de baixa potência, que geralmente
possuem uma corrente de entrada altamente distorcida que acaba ocasionando uma
distorção na tensão de saída devido à queda de tensão nas impedâncias do sistema
de alimentação.
As descargas atmosféricas também podem causar distúrbios em um sistema,
pelo fato de ocasionar impulsos elétricos de alta intensidade resultando na falha ou
na diminuição da vida útil de um equipamento eletrônico instalado na rede, e isso
tende a ocorrer pelo fato de que os equipamentos são mais sensíveis a problemas de
qualidade de energia e mais poluidores, ocasionando distúrbios ao seu redor
(PINHEIRO, 2010).

2.3.1 Fator de Potência

De acordo com João Mamede Filho (2017), o fator de potência é definido como
a relação entre as componentes ativas e aparentes da potência, e pode também ser
definido como o cosseno do ângulo formado entre essas mesmas componentes.
46

Figura 7 - Ciclo de histerese em material ferromagnético

Fonte: Elaborado pelo autor

O fator de potência e cos φ são conhecidos como sinônimos, entretanto só


podem ser considerados como a mesma coisa caso não existam harmônicas no
circuito, ou seja, se os sinais forem unicamente senoidais. O fator de potência é a
relação entre as potências ativa e aparente para um sinal periódico não senoidal. Já
o cos φ é a relação entre a potência ativa e aparente para cada uma das componentes
harmônicas (senoidais) do circuito (PROCOBRE, 2001).
De acordo com a Companhia Paranaense de Energia, COPEL (2019), as
principais causas do baixo fator de potência são:

• Transformadores trabalhando em vazio ou em sobrecarga, por longos períodos;


• Motores trabalhando com baixo carregamento;
• Uso de diversos motores com potências pequenas;
• Lâmpadas de descarga (fluorescentes, de vapor de mercúrio e de vapor de
sódio);
• Cargas com efeito capacitivo ligados a instalação, atuando no período da
madrugada.

Dentre as consequências do baixo fator de potência, as que mais afetam as


instalações são o aumento das perdas elétricas, afundamentos de tensão, redução da
disponibilidade da potência dos transformadores e aquecimento de condutores
(COPEL, 2019).
47

Entretanto, existem métodos eficazes para a correção do fator de potência,


como o correto dimensionamento e utilização de equipamentos, o uso de reatores ou
banco de capacitores nas instalações e a instalação de motores síncronos próximos
a carga (COPEL, 2019).
Com a correção do fator de potência para um valor igual ou superior a 0,92, o
consumidor passa a utilizar a energia da maneira mais econômica e eficiente possível,
pois não há mais cobrança de multas, há um melhor aproveitamento da energia
elétrica, as oscilações na rede diminuem, aumenta-se a vida útil de equipamentos,
diminuem-se as perdas devido a aquecimento de condutores e a capacidade dos
transformadores é melhor aproveitada (COPEL, 2019).

2.3.2 Harmônicas

Segundo Ruth Leão (2014), uma das muitas propriedades da energia elétrica é
o que ocorre com a chamada interação carga e fonte, ou seja, as suas propriedades
dependem não somente da eletricidade fornecida, mas também dos equipamentos
nas instalações dos clientes.
No que diz respeito a interação da fonte e da carga, as principais perturbações
do sistema que influenciam na operação da carga e as perturbações desta podem ser
divididas em duas análises: os efeitos do ponto de vista sistema-carga e no ponto de
vista da carga-sistema (LEÃO, 2014).
No ponto de vista da primeira análise, são observados afundamentos,
desequilíbrios, harmônicos de tensão, interrupção de tensão, oscilações de tensão,
impulso de tensão, entre outros. Na segunda análise (carga-sistema), são vistos
efeitos como: correntes harmônicas, corrente reativa, corrente desbalanceada,
notches de tensão e flutuação de tensão (LEÃO, 2014).
Percebe-se a QEE está relacionada intrinsicamente à carga instalada e a
tensão de suprimento tem influência na corrente que circula na instalação e a natureza
da carga pode influenciar o perfil da tensão (MEHL, 2012).
De acordo com Ricardo Lopez (2013), a eletricidade gerada nos subsistemas
de geração possui forma de onda senoidal, e, cargas como lâmpadas incandescentes
conectadas a uma fonte de tensão senoidal, drenam também uma corrente senoidal.
48

Isso que é chamado espelhamento da tensão na corrente, faz não existir presença de
harmônicas. O autor conclui então, que em uma onda senoidal pura não existe
harmônica.
No que tange aos sistemas elétricos, a simples presença da harmônica não
representa problema. O problema é, novamente, a interação com o sistema de
distribuição, causando distorções e perdas na tensão (ALDABÓ-LOPEZ, 2013).
A palavra “Harmônica” tem origem na área de acústica e de instrumentos
musicais e significa a múltipla inteira, ou componentes de um tom, assim como os
múltiplos não inteiros denominados de sub e sobretons (OLIVEIRA, Daniel, 2017)
(MEHL, 2012) (STEIMETZ, 2003).
A presença de harmônicas na rede elétrica não é um elemento novo, sendo a
preocupação com isso datada desde 1916, quando Steinmetz publicou devotando
atenção aos estudos das harmônicas nos sistemas trifásicos. Porém, em 1893, com
a corrente alternada sendo ainda algo novo, engenheiros da cidade de Hartford (EUA)
se depararam com problemas de aquecimento de um motor. Foram realizados então,
diversos testes e os engenheiros conduziram análises de componentes harmônicas
em várias formas de onda em cujo motor estavam conectadas. Segundo Owen (1998),
esse foi o primeiro relato do fenômeno em sistemas elétricos (OLIVEIRA, Daniel,
2017) (MEHL, 2012) (STEIMETZ, 2003).
Segundo Steinmetz (2003), a preocupação deveria ser voltada as correntes
harmônicas de terceira ordem, causadas pela saturação magnética do ferro em
transformadores e máquinas, propondo, então, o fechamento em delta nesses
transformadores para confinar as correntes de terceira ordem no interior do delta, a
fim de não transferir as mesmas às correntes de linha.
Os sinais senoidais são almejados nos sistemas elétricos, pois todos os
dispositivos são projetados de modo a funcionar com base em um suprimento
senoidal, de acordo com Ruth Leão (2014).
Distintamente do que preocupava Steinmetz no século passado, recentemente
a preocupação com as harmônicas se dá em sua maior parte devido ao grande
desenvolvimento da eletrônica e o advento dos mais diversos dispositivos. Isso porque
os harmônicos são gerados por cargas não lineares, o que faz com que esse efeito
49

estudado largamente dentro da QEE se apresente na rede elétrica de forma constante


e não como um efeito de natureza transitória (MARTINHO, 2009).

2.3.2.1 Distorção Harmônica

Por cargas não lineares, entende-se aquelas cuja corrente não é proporcional
a tensão aplicada. Isso faz com que enquanto a tensão aplicada é perfeitamente
senoidal, a corrente resultante é distorcida, o que ocasiona, segundo Dugan (2002),
uma grande elevação de corrente ao se aplicar um pequeno sinal de tensão, na
mesma carga.
A harmônica é o conjunto de ondas formado por um sinal que foi somado a
vários outros sinais, sendo que o sinal original é chamado fundamental, e suas
componentes de soma, as chamadas harmônicas. Porém, toda forma de onda
distorcida periodicamente pode ser expressa com um somatório de ondas puramente
senoidais (e também cossenoides, que são a mesma senoide defasada de 90°) em
cuja frequência de cada senoide é um múltiplo inteiro da frequência fundamental, nas
palavras de Oppenhiem (2010). A técnica das somas das senoides é referida como
série de Fourier (OLIVEIRA, Daniel, 2017) (OPPENHEIN, 2010).
Segundo James (2011), a série de Fourier permite estabelecer uma relação
entre uma função contínua no tempo e uma função no domínio da frequência.
A série é expressa em (12).
𝑎0 𝑎𝑛 𝜋𝑥 𝑛𝜋𝑥
𝑓 (𝑥 ) = + ∑∞
𝑛=1 (𝑎𝑛 cos ( ) + 𝑏𝑛 𝑠𝑒𝑛 ( )) (12)
2 𝐿 𝐿

Em que “a0”, “an” e “bn” são os coeficientes de Fourier, “n” é o índice da série
e “L” é o termo relacionado ao período da função (OPPENHEIN, 2010).
A análise de Fourier é a ferramenta matemática que permite obter a
decomposição de uma função nas suas componentes espectrais, cujas ondas
periódicas não senoidais podem ser decompostas em uma série infinita de ondas
senoidais chamadas “harmônicas” calculadas pela série de Fourier, de modo que para
cada harmônica se associa um valor de ordem, frequência, magnitude e ângulo de
fase (OLIVEIRA, 2007).
50

2.3.2.2 Índices Harmônicos

Os dois índices mais usados para avaliação de harmônicas de um sinal, são os


chamados Distorção Harmônica Total (DHT), e a Distorção Total de Demanda (DTD),
sendo que ambos são usados para sinais tanto de corrente como de tensão (LEÃO,
2014).
Pelos escritos de Ricardo Albadó (2013), sabe-se que quase todos os
equipamentos eletrônicos são fontes de harmônicas e quando o nível de distorção é
alto o bastante, efeitos destrutivos são causados na rede.
O DHT é uma medida em graus, que informa o afastamento da forma de onda
em relação a onda senoidal. Quando a distorção de tensão aumenta, o DHT de
corrente decresce, visto que a distorção de tensão força o aumento no tempo do fluxo
da corrente. Ela é então uma variável que representa a ação conjunta das frequências
harmônicas presentes nos sinais de tensão ou corrente, sendo expressa por uma
composição quadrática das distorções individuais, fato esse que resulta numa
distorção eficaz resultante, como expresso em (13) e (14).

Distorção Harmônica Total de Tensão.



𝑚á𝑥 𝑉 2 )
(√∑ℎ=2 ℎ
𝐷𝐻𝑇𝑉% = × 100 (13)
𝑉1

Distorção Harmônica Total de Corrente.



𝑚á𝑥 𝐼 2)
(√∑ℎ=2 ℎ
𝐷𝐻𝑇𝐼% = × 100 (14)
𝐼1

Sendo “Vh” a tensão harmônica individual de ordem h, expressa em Volt ou pu,


“Ih” a corrente harmônica individual de ordem h, expressa em Ampére ou pu, “h” a
ordem harmônica considerada, “hmáx“ a máxima ordem harmônica considerada, “V1”
a tensão fundamental, expressa em Volt ou pu e “I1” a corrente fundamental, expressa
em Ampère ou pu (GARCIA, 2008).
51

A normativa IEEE 519 (controle de harmônicos em sistemas elétricos)


especifica o limite de 25% para harmônicos de ordem par, e proíbe o uso de
conversores meia-onda, tentando evitar as condições de aparecimento na tensão CC
(ALBADÓ-LÓPEZ, 2013).
Pelo módulo 8 do PRODIST, regulamentado pelo ANEEL, que trata da
qualidade de energia elétrica, os limites de DHT estabelecidos segundo a tensão
nominal do barramento, conforme Quadro 1 (PRODIST, 2018).

Quadro 1 - Valores de referência para distorções Harmônicas


Tensão nominal do Barramento Distorção Harmônica Total de Tensão (%)
Vn ≤ 1kV 10
1 kV < Vn ≤ 13,8 kV 8
13,8 kV < Vn ≤ 69 kV 6
69 kV < Vn ≤ 230 kV 3
4
Fonte: Disponível em http://aneel.gov.br. Acesso em 16 mai. 2019

E para as harmônicas de ordem par e ímpares múltiplas ou não de 3, a


regulamentadora estipula conforme o Quadro 2 (GOMES, 2012).

4
Quadro adaptado de: https://www.aneel.gov.br/documents/656827/14866914/M%C3%B3dulo_8-
Revis%C3%A3o_10/2f7cb862-e9d7-3295-729a-b619ac6baab9
52

Quadro 2 - Valores de referência para distorções Harmônicas


Ordem Distorção Harmônica Individual de Tensão [%]
Harmônica Vn≤ 1kV 1kV < Vn≤ 13,8kV 13,8kV < Vn≤ 69kV 69 < Vn< 230kV
5 7,5 6 4,5 2,5
7 6,5 5 4 2
11 4,5 3,5 3 1,5
Ímpares não 13 4 3 2,5 1,5
múltiplas de 17 2,5 2 1,5 1
3 19 2 1,5 1,5 1
23 2 1,5 1,5 1
25 2 1,5 1,5 1
>25 1,5 1 1 0,5
3 6,5 5 4 2
Ímpares 9 2 1,5 1,5 1
múltiplas de 15 1 0,5 0,5 0,5
3 21 1 0,5 0,5 0,5
>21 1 0,5 0,5 0,5
2 2,5 2 1,5 1
4 1,5 1 1 0,5
6 1 0,5 0,5 0,5
Pares 8 1 0,5 0,5 0,5
10 1 0,5 0,5 0,5
12 1 0,5 0,5 0,5
>12 1 0,5 0,5 0,5
5
Fonte: Disponível em http://aneel.gov.br. Acesso em 16 mai. 2019

De acordo Edson Martinho (2009), como a preocupação com os efeitos de


harmônicos é grande, algumas soluções comuns podem ser vistas, a fim de mitigar
seus efeitos.
• Filtros: a solução por utilização de filtros vem logo à mente, mas nem sempre
é a mais viável, pois além de elevado custo na maioria das vezes, a
complexidade do filtro é outro fator. Primeiro deve-se estipular a topologia do
filtro (Ativo, passivo, híbrido).
• Separação de circuitos: essa solução tem como raciocínio segregar circuitos
ditos “poluidores” dos circuitos sensíveis, o que pode ser viável desde que a
separação seja sem maiores investimentos. Essa solução não elimina as
correntes harmônicas do circuito, apenas confina.

5
Quadro adaptado de: https://www.aneel.gov.br/documents/656827/14866914/M%C3%B3dulo_8-
Revis%C3%A3o_10/2f7cb862-e9d7-3295-729a-b619ac6baab9
53

• Transformadores de separação: para se ligar transformadores em uma ou


outra configuração, deve-se saber a ordem dos harmônicos que afetam a rede.
Um transformador ligado em delta/estrela pode reter correntes de 3° ordem e
suas múltiplas, porém as demais seguem no circuito. Se o transformador for
capaz de reter as correntes que poluem o sistema, elas ficam circulando no
interior do dispositivo.
• Transformador com desclassificação pelo fator K: o uso dessa solução é
interessante pois como a harmônica gera aquecimento reduzindo vida útil e
gastando maior quantidade de energia, o fator K permite um cálculo que define
para o transformador o quanto se deve reduzir a potência máxima de saída
quando existirem harmônicas. Isso faz com que a máquina (transformador)
possa suportar essas correntes harmônicas sem perder suas características
iniciais.
• Redimensionamento da rede: assim como no caso anterior, a circulação de
corrente gera aquecimento nos condutores, fazendo com que a proteção dos
circuitos atue. Isso gera perda de produção, paradas indesejadas nas indústrias
e manutenção do sistema. Um modo é, então, redimensionar a rede
considerando nas proteções a circulação das correntes harmônicas, inclusive
na corrente de neutro, que é o mais afetado pelas correntes de 3° ordem
(MARTINHO, 2009).

2.3.3 Corrente de Neutro

No início do século XX (1918), Charles LeGeyt Fortescue demostrou que


qualquer sistema polifásico com N fasores desequilibrados poderia ser expresso como
sendo o somatório de três conjuntos simétricos de N fasores equilibrados,
denominados componentes simétricos.
Essa técnica pode ser estendida para o estudo das harmônicas, no que se
refere às correntes de neutro. Como as componentes simétricas de LeGeyt propõem
que o somatório dessas componentes tem resultado sempre nulo, desde que seja
perfeitamente equilibrada. No sistema elétrico as três fases perfazem o que foi dito
pelo engenheiro canadense, sendo essas os fasores, e a somatória desses fasores
54

que resultam num valor nulo, o neutro do sistema. Nos sistemas desequilibrados e
não lineares, o teorema de Fortescue é aplicado, pois gera para cada harmônico de
ordem h, um conjunto de componentes simétricas (LEÃO, 2014).
Segundo Albadó-Lopez (2013), num sistema perfeitamente equilibrado com
tensões e correntes senoidais sem a presença de harmônicas, as correntes de fase
se cancelam e não há circulação no neutro. Em uma instalação onde existem muitas
cargas monofásicas ou não lineares, mesmo havendo um equilíbrio razoável entre as
cargas, a corrente de desiquilíbrio é superior. Somam-se então as correntes de linha
do sistema para se obter a corrente circulante no neutro. Para o sistema trifásico
equilibrado o cancelamento das componentes da corrente de neutro é completo para
correntes harmônicas de sequência positiva e negativa. Quando se calcula a corrente
eficaz do sistema então, encontra-se que a corrente que circula no sistema pode
chegar a três vezes a corrente tripla que percorre cada condutor fase, e por (15)
deduz-se que quando a participação da harmônica de 3° ordem é de 33% da
fundamental a corrente de neutro é igual ou maior do que a corrente na fase
(ALBADÓ-LÓPEZ, 2013) (LEÃO, 2014).

2 2 2 2
𝐼𝑅𝑀𝑆,𝑁 = 3 √(𝐼𝑅𝑀𝑆 , 3 + 𝐼𝑅𝑀𝑆 , 6 + 𝐼𝑅𝑀𝑆 , 9 + ⋯ ) = 3√∑ℎ⋲{3,6,9} 𝐼𝑅𝑀𝑆 ,ℎ (15)

Segundo Ruth Leão (2014), a corrente no neutro depende de a carga ser linear,
e ainda, pelo neutro de uma carga não linear equilibrada fluem apenas as harmônicas
de ordem tripla (LEÃO, 2014).

2.3.4 Desequilíbrio

O módulo 8 do PRODIST (2018) trata que o “desequilíbrio de tensão” é definido


matematicamente como a relação da tensão de sequência negativa e da tensão de
sequência positiva em um ponto de conexão comum entre a concessionária e o
consumidor. Contudo, segundo Starosta (2012) esta definição pode ser aplicada a
qualquer ponto de um sistema de potência.
55

A origem desse fenômeno se relaciona à ocorrência de situações típicas em


instalações elétricas, que podem ser corrigidas, mas em alguns casos apenas
atenuadas, tendo em vista a grande dificuldade da tratativa desses sinais.
Algumas razões desses fenômenos podem ser descritas, comumente
caracterizados por problemas nas fontes, como curto entre espiras em
transformadores ou em geradores, de modo que nesse caso, a solução é a correção
da máquina elétrica ou do equipamento. Defeitos encontrados em capacitores são
também causas de deformação de tensão, pois quando é feita a correção do fator de
potência, são colocados na instalação capacitores na média tensão, e normalmente
esse são capacitores monofásicos ligados entre fases e neutro ou entre fases, o que
neste caso, quando existe a queima de células monofásicas, a injeção de energia
reativa não é equilibrada, e como consequência, há desbalanceamento de tensão por
conta da injeção de energia reativa desequilibrada, sendo essa de proporção maior
ou menor dependendo do nível de injeção de reativo na rede (BOTELHO, 2001).
Quando existem cargas monofásicas não equilibradas entre as fases, é
também um problema, proporcionando consumos de corrente desequilibradas,
causando, como consequência, desequilíbrio de tensões.
Efeitos adversos como descargas atmosféricas em circuitos de distribuição, ou
ainda curtos-circuitos, que provocam variações de curta duração refletindo nos
desequilíbrios de tensão (STAROSTA, 2012).
Segundo Eduardo Teófilo (2013), um sistema de tensão equilibrado é aquele
cuja três fases possuem mesmo módulo e estão defasadas em 120° elétricos, e, é
definido como desiquilíbrio, quando tal cenário é alterado, mudando a fase dos
fasores, ou mesmo sua magnitude.

2.3.5 Parâmetros e Efeitos

No sistema elétrico brasileiro, a frequência dos parâmetros de tensão e corrente


é pré-determinada em 60 Hz. As variações dessa frequência estão relacionadas com
as variações de cargas no sistema e que, por sua vez, é regulada pelos controles de
velocidades dos geradores ligados ao sistema elétrico. As variações do sistema
56

podem acarretar um mau funcionamento dos equipamentos conectados ao sistema


(KAGAN, 2005).
A ANEEL define no módulo 8 do PRODIST (2018), que o sistema elétrico,
dentre geração e distribuição, deve em condições normais de operação, operar dentro
dos limites de frequência situado em 59,9 Hz a 60,1 Hz.
Quando ocorrer algum distúrbio no sistema de distribuição, o sistema de
geração deve garantir que a frequência retorne entre 59,5 Hz e 60,5 Hz em um prazo
de 30 segundos, a fim de permitir um equilíbrio de carga-geração (PRODIST, 2018).
É necessário o corte de carga ou geração quando a frequência exceder o limite
estabelecido entre 56,5 Hz e 66 Hz em condições extremas, a fim de permitir o
equilíbrio carga-geração. É permitido permanecer a frequência acima de 62 Hz por 30
segundos e acima de 63,5 Hz por no máximo 10 segundos; abaixo de 58,5 Hz por, no
máximo, 10 segundos e abaixo de 57,5 Hz, até 5 segundos (PRODIST, 2018).
A qualidade de energia também se refere à conformidade da tensão de regime
permanente, onde são estabelecidos limites adequados, precários e críticos da tensão
medida do sistema elétrico, comparado com a tensão de referência, na qual deve ser
a tensão nominal ou a contratada. As tensões contratadas junto à distribuidora,
maiores que 1 kV, devem estar entre o limite de 95% a 105% da tensão nominal de
operação do sistema. Para contratações iguais ou inferiores a 1 kV, a tensão deve ser
a mesma da contratada (PRODIST, 2018).
Segundo Ricardo Aldabó-Lopez (2013), um dos principais fenômenos são as
variações de tensão de curta duração, que podem ser instantâneas, momentâneas ou
temporárias; as variações de longa duração, que podem ser definidas como
interrupções, sobtensões e sobretensões.
As variações de curta duração se dão em função das variações dos níveis de
tensão por conta de uma falta do sistema ou por algum ligamento de cargas de alta
potência (KAGAN, 2005). Essas cargas drenam uma corrente de ligação denominada
de in-rush, fazendo com que haja um afundamento de tensão em um curto período de
tempo ou também em desconexões de cargas pesadas da rede, fazendo com que
haja uma elevação de tensão (ALBADÓ-LOPEZ, 2013). Esses eventos são
caracterizados por sua magnitude e duração, assim definem-se voltage sags
(afundamento de tensão) para magnitudes abaixo de 0,9 pu e voltage swells (elevação
57

de tensão) para magnitudes acima de 1,1 pu, para duração inferior a 1 minuto. Já as
variações de longa duração se dão em função das variações contínuas de cargas no
sistema elétrico ao longo do dia (KAGAN, 2005).
As definições das categorias são principalmente atribuídas às durações dos
eventos ocorridos e medidos. Para variações instantâneas, a duração está entre 0,5
e 30 ciclos, e entre as magnitudes de 0,1 pu a 0,9 pu e 1,1 pu a 1,8 pu para Sag e
Swell respectivamente. Para momentâneas, é considerada uma interrupção quando a
duração está entre o limite de 0,5 ciclos e 3 segundos e a uma magnitude menor que
0,1 pu; e para duração de 30 ciclos a 3 segundos e a uma magnitude de 0,1 pu a 0,9
pu e 1,1 pu a 1,4 pu para Sag e Swell respectivamente. Para eventos temporários, é
denominado para duração entre 3 segundos e 1 minuto, para magnitudes menores
que 0,1 pu, de 0,1 pu a 0,1 pu e de 1,1 pu a 1,2 pu para interrupção, Sag e Swell
respectivamente (PRODIST, 2018).
De acordo com o módulo 8 do PRODIST (2018) as variações de curta duração
são classificadas e definidas conforme o Quadro 3.

Quadro 3 - Variações de curta duração


AMPLITUDE DA
TENSÃO (VALOR
CLASSIFICAÇÃO DENOMINAÇÃO DURAÇÃO DA VARIAÇÃO EFICAZ) EM RELAÇÃO
À TENSÃO DE
REFERÊNCIA
Interrupção Momentânea
Inferior ou igual a três segundos Inferior a 0,1 pu
de Tensão
Variação
Momentânea de Afundamento Superior ou igual a um ciclo e Superior ou igual a 0,1 e
Tensão Momentâneo de Tensão inferior ou igual a três segundos inferior a 0,9 p.u
Elevação Momentânea Superior ou igual a um ciclo e
Superior a 1,1 p.u
de Tensão inferior ou igual a três segundos
Interrupção Temporária Superior a três segundos e inferior
Inferior a 0,1 pu
de Tensão a três minutos
Variação
Afundamento Superior a três segundos e inferior Superior ou igual a 0,1 e
Temporária de
Temporário de Tensão a três minutos inferior a 0,9 p.u
Tensão
Elevação Temporária de Superior a três segundos e inferior
Superior a 1,1 p.u
Tensão a três minutos
6
Fonte: Disponível em: http://www.aneel.gov.br Acesso em 20 mai. 2019

6
Quadro retirado de: http://www.aneel.gov.br/documents/656827/14866914/Módulo_8-
Revisão_10/2f7cb862-e9d7-3295-729a-b619ac6baab9
58

As variações de longa duração são definidas em subtensão e sobretensão, de


modo que segundo Ricardo Aldabó-Lopez (2013), a subtensão é causada por
instalação mal dimensionada, como por exemplo, taps de transformadores incorretos,
reguladores de tensão com ajuste irregular ou até mesmo por uma sobrecarga no
sistema elétrico. Esse problema gera má performance nos equipamentos, como no
caso de um motor de indução, por se tratar de uma tensão abaixo do nível
especificado. Ele drena uma corrente maior, fazendo com que haja um
sobreaquecimento e resultando em baixa eficiência. A sobretensão também pode
ocorrer por má regulação do sistema elétrico ou por flutuações de cargas. Uns dos
fatores bem comuns que resultam nesse efeito de sobretensão, são os bancos de
capacitores fixos para correção de fator de potência, de modo que quando operam no
horário de ponta, compensam o reativo indutivo, fazendo com que aumente a tensão
da rede por um período (MARTINHO, 2009).
Essas variações são definidas de acordo com Ricardo Aldabó-Lopez e Edson
Martinho, através de sua duração típica, que ocorre em períodos maiores que 1 minuto
e sua magnitude menor que 0,9 pu para subtensão, o que geralmente podem chegar
a 20% da tensão nominal e maior que 1,1 pu para sobretensão (ALBADÓ-LOPEZ,
2013) (MARTINHO, 2009).
De acordo com o que a ANEEL cita no módulo 8 do PRODIST (2018), um outro
tipo de fenômeno que pode ocorrer é a flutuação de tensão, que é caracterizada pela
variação aleatória, repetitiva ou esporádica do valor eficaz ou de pico instantânea da
tensão. Esse efeito está relacionado diretamente pelo incômodo ou desconforto
acarretado pela cintilação luminosa no consumidor (PRODIST, 2018). De acordo com
Edson Martinho (2009), a flutuação de tensão, também conhecida como efeito flicker,
ocorre entre a faixa de 0,1 a 7% da tensão eficaz.

2.4 O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

Para entender como é o funcionamento do Setor Elétrico Brasileiro (SEB),


deve-se conhecer como o mesmo é estruturado. De acordo com a Câmara de
Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o SEB é estruturado por instituições a
fim de atribuir diretrizes e regulações para coordenar o setor (CCEE, 2019).
59

Figura 8 - Governança Setor Elétrico Brasileiro

7
Fonte: Disponível em: https://www.ccee.org.br Acesso em 31 ago. 2019.

O Ministério de Minas e Energia (MME) está no nível mais alto da hierarquia do


SEB, onde é responsável pelo planejamento, gestão e desenvolvimento de
legislações do setor. Abaixo dele tem-se mais quatro instituições, sendo elas a
Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a Agência Nacional de Energia Elétrica
(ANEEL), o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e o Conselho
Nacional de Política Energética (CNPE). O CNPE define a política energética, a fim
de garantir a estabilidade energética do país. O CMSE é responsável pela supervisão,
que tem o objetivo de garantir a confiabilidade e continuidade do suprimento
energético. A serviço do MME, a EPE é responsável pelos planejamentos de
expansão de geração e transmissão de energia elétrica do país (CCEE, 2019).

7
Imagem retirada de: https://www.ccee.org.br/ccee/documentos/CCEE_382025
60

Dando um maior enfoque em três instituições, tem-se a ANEEL que é


responsável pela regularização e fiscalização de todo sistema elétrico (geração,
transmissão e distribuição) e da comercialização de energia elétrica. Também é
responsável por atribuir as tarifas e garantir equilíbrio das concessões de energia.
Abaixo da ANEEL tem-se mais dois órgãos, o Operador Nacional do Sistema Elétrico
(ONS) e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. O ONS controla toda a
operação do Sistema Nacional Interligado (SIN) e o planejamento de operação dos
sistemas isolados do país. A CCEE é responsável pela administração das transações
do mercado livre de energia e dos leilões (CCEE, 2019).

Figura 9 - Funcionamento do SEB

8
Fonte: Disponível em: https://www.ccee.org.br Acesso em 31 ago. 2019.

2.4.1 Mercado livre de energia

Conforme ilustrado na Figura 9, o Setor Elétrico Brasileiro possui o lado da


geração, transmissão, distribuição e os consumidores de energia elétrica. Antes de se
conhecer os tipos de consumidores, é preciso entender como é feito a composição do
valor final da energia elétrica. Onde para cada serviço do Setor Elétrico Brasileiro
(geração, transmissão, distribuição) existe um custo a ser pago pelo consumidor. De
acordo com a ANEEL a tarifa é composta por três custos, sendo eles o custo com a
energia elétrica, com o transporte de energia até as unidades consumidoras

8
Imagem retirada de: https://www.ccee.org.br/ccee/documentos/CCEE_382025
61

(transmissão e distribuição) e encargos setoriais. Além desta tarifa, os Governos


Federal, Estadual e Municipal cobram o PIS/COFINS, o ICMS e a Contribuição para
a Iluminação Pública (ANEEL, 2017).
A Figura 10 ilustra a divisão do valor final de energia elétrica, sendo a Parcela
A com 53,5% compondo os custos com a compra de energia, transmissão e encargos
setoriais. A Parcela B com 17% com o custo de distribuição de energia e os Tributos
de 29,5% com o ICMS e PIS/COFINS (ANEEL, 2017).

Figura 10 - Valor Final da Energia Elétrica

9
Fonte: Disponível em: http://www.aneel.gov.br Acesso em 31 ago. 2019.

No SEB existem três tipos de ambientes de comercialização de energia, que


segundo a CCEE e de forma resumida tem-se:
• Ambiente de Contratação Regulada (ACR): atrelado diretamente à distribuidora
de energia onde a mesma comercializa a energia para o consumidor final (ou
consumidor cativo), onde é remunerada pelas tarifas reguladas pela ANEEL;

9
Imagem retirada de: http://www.aneel.gov.br/entendendo-a-tarifa/-
/asset_publisher/uQ5pCGhnyj0y/content/composicao-da-
tarifa/654800?inheritRedirect=false&redirect=http%3A%2F%2Fwww.aneel.gov.br%2Fentendendo-
a%20tarifa%3Fp_p_id%3D101_INSTANCE_uQ5pCGhnyj0y%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3
Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3Dcolumn-
2%26p_p_col_pos%3D1%26p_p_col_count%3D2
62

• Ambiente de Contratação Livre (ACL): na forma de contratos bilaterais com


geradores, autoprodutores, produtores independentes, comercializadores,
importadores e exportadores de energia, os consumidores livres ou especiais
tem a liberdade de negociar volume, prazo e preço da energia;
• Mercado de Curto Prazo (MCP): este segmento é dado pela liquidação da
diferença de energia medida e contratadas pelos agentes. Está diferença é
valorada via Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), cabendo à CCEE
viabilizar a realização das compensações financeiras (ANEEL, 2017).

Figura 11 - Ambientes de Comercialização de Energia

10
Fonte: Disponível em: https://www.ccee.org.br Acesso em 31 ago. 2019.

Como descrito anteriormente, o mercado livre de energia ou Ambiente de


Contratação Livre (ACL), é um ambiente onde consumidores escolhem e negociam
diretamente com os fornecedores o volume, prazo e preço da energia elétrica.
Diferentemente do Ambiente de Contratação Regulada (ACR), onde a contratação é
feita pela distribuidora de energia, repassada aos consumidores cativos e tem suas
tarifas reguladas pela ANEEL. No ACR, ao quitar uma tarifa de energia, o consumidor
paga dois produtos, nos quais são divididos em duas parcelas, conforme mencionado
anteriormente. Quando um consumidor potencial migra para o mercado livre, a parcela
B que se refere aos custos com a infraestrutura de distribuição e a disponibilidade de
transporte de energia são mantidos (CCEE, 2019).

10
Imagem retirada de: https://www.ccee.org.br/ccee/documentos/CCEE_382025
63

Figura 12 - ACR x ACL

11
Fonte: Disponível em: https://abraceel.com.br Acesso em 31 ago. 2019.

Os consumidores que optam por este tipo de contratação, buscam


principalmente a redução de custo, que segundo a Associação Brasileira dos
Comercializadores de Energia (ABRACEEL), desde 2003 o mercado livre
proporcionou uma economia de 29% comparado com mercado cativo (ABRACEEL,
2019).
Os maiores consumidores e geradores de energia do país estão unidos pelo
Sistema Interligado Nacional. O SIN é dividido em submercados e o mercado livre de
energia possibilita o intercâmbio entre essas regiões, onde o mesmo é operado e
coordenado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). É de suma
importância esclarecer que o ONS está ligado a um ambiente físico e não tem relação
com contratos de energia realizado no ACL. A contratação está apenas ligada a um
ambiente financeiro e que estão atrelados para a garantia de fornecimento de energia
a seus fornecedores mediante aos contratos registrados na CCEE (ABRACEEL,
2019).

11
Imagem retirada de: https://abraceel.com.br/archives/doc/Cartilha_Mercado_Livre_Digital.pdf
64

Figura 13 - Fluxo de Intercâmbio

12
Fonte: Disponível em: http://www.ons.org.br Acesso em 31 ago. 2019.

Na Figura 13 pode-se observar o intercâmbio de energia entre os submercados


do SIN em tempo real disponível no site do ONS. A Figura 14 ilustra como é feita a
interligação de todo sistema elétrico nacional, com as linhas de transmissão
percorrendo todo o país e unindo consumidores aos geradores.

12
Imagem retirada de: http://www.ons.org.br/paginas/energia-agora/balanco-de-energia
65

Figura 14 - Sistema Interligado Nacional

13
Fonte: Disponível em: https://abraceel.com.br Acesso em 31 ago. 2019.

Os critérios para um consumidor tornar-se livre, se dá pelo volume de MUSD


(Montantes de Uso do Sistema de Distribuição). Até o mês de junho de 2019, a regra
definia que seria necessário possuir um MUSD igual ou superior a 3,0 MW. Conforme
estabelecido pela Portaria do MME nº 514, de 27 de dezembro de 2018 (PRT MME
514/18), a partir do dia 1º de julho de 2019, é necessário um MUSD igual ou superior
a 2,5 MW e a partir de janeiro de 2020, MUSD igual ou superior a 2 MW, o que impacta
diretamente aos consumidores especiais, pois estes também fazem parte dos
consumidores livres, mas possuem outros critérios (CCEE, 2019).

13
Imagem retirada de: https://abraceel.com.br/archives/doc/Cartilha_Mercado_Livre_Digital.pdf
66

Um consumidor especial deve possuir MUSD entre 0,5 MW e 3 MW, para a


regra até junho de 2019, entre 0,5 MW e 2,5 MW a partir de 1º de julho de 2019 e
entre 0,5 MW e 2,0MW a partir de 1º de janeiro de 2020 (CCEE, 2019).
Conforme estabelecido pela CCEE, o consumidor livre pode comprar energia
especial ou não especial. Já o consumidor especial deve comprar apenas energia
especial. Um outro critério para um consumidor se tornar especial mesmo não tendo
um MUSD entre 0,5 MW e 2,5 MW, pode-se realizar comunhão com outras unidades
consumidoras, desde que totalize um MUSD igual ou superior a 0,5 MW e cada
unidade deve ser do tipo consumidor especial e possuir um MUSD igual ou superior a
0,03 MW. A comunhão com outros consumidores só deve ser feita com unidades
consumidoras situadas em área contígua (sem separação por vias) e por unidades
consumidoras que possuem a mesma raiz de CNPJ e situadas no mesmo submercado
(CCEE, 2019).

Figura 15 - Critérios de pré-adesão

14
Fonte: Disponível em: https://www.ccee.org.br Acesso em 31 ago. 2019

14
Imagem retirada de: https://www.ccee.org.br/ccee/documentos/CCEE_350414
67

Conforme descrito anteriormente, existem dois tipos de energia, a energia não


especial, denominada de energia convencional, que são geradas a partir de grandes
hidrelétricas e usinas térmicas, onde são as fontes mais comuns no país. E existe
também a energia especial, denominada de energia incentivada. Essa energia é uma
medida de incentivo para o desenvolvimento da produção de energia de fontes
renováveis no país (ABRACEEL, 2019) e conforme a regulamentação da ANEEL,
estabelece que compras de hidrelétricas com potência igual ou inferior a 50 MW,
denominadas de Pequena Central Hidrelétrica (PCH) e Central Geradora Hidráulica
(CGH), e as energias provenientes de fontes solar, eólica, biomassa ou cogeração
qualificada, cuja potência seja igual ou inferior a 300 MW, obtém-se redução das
tarifas de uso dos sistemas de distribuição e transmissão (TUSD e TUST). Os
descontos para os consumidores especiais e os livres que optarem por essa energia,
podem obter o desconto de 50% ou 100% no valor do TUSD e TUST. Este valor de
desconto depende de alguns fatores conforme definido pela ANEEL na Resolução
Normativa Nº 77, de 18 de agosto de 2004 (ABRACEEL, 2019).
No mercado livre de energia existe um ponto de muita importância que é o
Mercado de Curto Prazo. Quando um contrato de compra e venda de energia é
fechado, e os valores de geração e consumo de energia não tem relação entre si, por
se tratar de um ambiente financeiro vs. despacho de energia, pode acontecer de uma
fonte geradora de energia, gerar mais ou menos do que está em contrato e também a
unidade consumidora, consumir mais ou menos do que estipulado no contrato. Assim
a CCEE compara e contabiliza essa diferença de energia efetivamente medida e
energia contrata. Essa diferença é liquidada no mercado de curto prazo e os valores
são repassados aos agentes em forma de crédito ou débito, como mostra a Figura 16.
Como o MCP é dado em unidade de energia, e os valores são repassados em reais,
é preciso de um preço de energia para liquidar está diferença. Este preço é chamado
de Preço de Liquidação das Diferenças – PLD (ABRACEEL, 2019).
68

Figura 16 - Mercado de Curto Prazo

15
Fonte: Disponível em: https://abraceel.com.br Acesso em 31 ago. 2019.

Essa exposição ao mercado de curto prazo de acordo com a contabilização da


diferença, pode-se ter duas posições conforme descrito anteriormente, na forma de
crédito ou débito ao agente conforme ilustrada nas Figuras 17 e 18 respectivamente
(ABRACEEL, 2019).

Figura 17 - Crédito pago pelo agente

16
Fonte: Disponível em: https://abraceel.com.br Acesso em 31 ago. 2019.

15
Imagem retirada de: https://abraceel.com.br/archives/doc/Cartilha_Mercado_Livre_Digital.pdf
16
Imagem retirada de: https://abraceel.com.br/archives/doc/Cartilha_Mercado_Livre_Digital.pdf
69

Figura 18 - Débito pago ao agente

17
Fonte: Disponível em: https://abraceel.com.br Acesso em 31 ago. 2019.

A CCEE atualmente calcula o PLD semanalmente por patamar de carga


(pesada, média e leve) para cada submercado através dos modelos de cálculo
Newave e Decomp. O Newave tem o objetivo de determinar a estratégia de geração
hidráulica e térmica a fim de minimizar o custo de operação para um determinado
período (Longo prazo). O Decomp tem o objetivo de determinar os despachos de
geração hidráulica e térmica a fim de minimizar o custo de operação ao longo de um
período (Curto prazo). Assim o PLD está diretamente atrelado ao Custo Marginal de
Operação (CMO), que segundo a ANEEL é o custo por unidade de energia produzida
para suprimir um acréscimo de carga no sistema. O PLD pode variar entre os valores
mínimo e máximo que é definido e ajustado periodicamente pela ANEEL (Boletim
CCEE, 2019).
Na Figura 19, disponível no boletim semanal emitido pela CCEE, pode-se
verificar o histórico do PLD no submercado sudeste anual, mensal para o ano corrente
e semanal para o mês corrente. Observa-se que nos períodos secos, o PLD fica com
um valor muito mais elevado que nos períodos úmidos, por conta dos despachos de
usinas térmicas a fim de suprir à baixa afluência nas usinas hidráulicas, com isso o
CMO aumenta e consequentemente o PLD também. Não somente o CMO, mas
também a previsão de carga, afluência e os níveis dos reservatórios do SIN, também
impactam diretamente no valor do PLD (Boletim CCEE, 2019).

17
Imagem retirada de: https://abraceel.com.br/archives/doc/Cartilha_Mercado_Livre_Digital.pdf
70

Figura 19 - Histórico PLD – Sudeste

18
Fonte: Disponível em: https://www.ccee.org.br Acesso em 03 set. 2019.

Uma outra possibilidade para se ter uma base de referência de preço de


energia, é o preço estimado de mercado, onde a Dcide disponibiliza semanalmente
em um boletim. A Dcide é uma empresa no setor elétrico, que desenvolve soluções
de informação, processamento e modelagem quantitativa para o setor de energia
elétrica. Reconhecida por oferecer produtos de qualidade, serviços de excelência e
atuar de forma neutra no mercado de energia, possui como cliente, as principais
empresas e instituições do setor. A Dcide disponibiliza semanalmente para seus
clientes o Boletim de Preços Forward de Energia Elétrica. Esse preço se dá pelo
processo de Benchmark das Curvas Forward, onde os principais agentes do setor
inserem suas referências de preços em um horizonte de cinco anos. Os dados
apresentados neste Boletim representam a curva de preço com o histórico de um ano,
para as energias convencional e incentivada, com 50% de desconto na TUSD. Os
horizontes apresentados são para o trimestre (M+1 até M+3) no curto prazo e para o
longo prazo (A+1 até A+4) (Boletim CCEE, 2019).

18
Imagem retirada de: https://www.ccee.org.br/ccee/documentos/CCEE_650152
71

A Dcide disponibiliza no Dashboard em seu próprio site, os índices com os


valores de mercado para os horizontes citados acima, como mostra a Figura 20. Além
dos preços de energia, também disponibiliza a variação de cada índice e um
explicativo contendo os principais fatores para essa variação e os impactos dela
(Boletim CCEE, 2019).

Figura 20 - Índices Curva Forward – DCIDE

19
Fonte: Disponível em: https://www.denergia.com.br Acesso em 03 set. 2019

2.4.2 Estrutura tarifária

A tarifa de energia elétrica, onde é composta pelas parcelas A e B, pode ser


representada de forma mais específica de acordo com a Figura 21. Elas refletem os
custos de operação, manutenção, geração, transmissão e distribuição de todo sistema
elétrico, além dos custos intrínsecos como as perdas elétricas e encargos setoriais
(ANEEL, 2018).
Para entender como é feita a fatura de energia elétrica que são geradas pelas
concessionárias aos seus consumidores, deve-se primeiramente entender as classes
e os grupos de consumidores definidos pela ANEEL. Os consumidores podem ser
divididos em dois grupos, o grupo A onde é composto pelas unidades consumidoras

19
Imagem retirada de: https://www.denergia.com.br/dashboard
72

com fornecimento de tensão superior ou igual a 2,3 kV e as unidades consumidoras


do grupo B, que são fornecidas com tensão inferior a 2,3 kV. A Resolução Normativa
nº 414 da ANEEL, define os subgrupos conforme descrito na Figura 21.

Figura 21 - Composição da tarifa de energia elétrica

20
Fonte: Disponível em: http://www.aneel.gov.br Acesso em 13 set. 2019

• Subgrupo A1: Fornecimento de tensão igual ou superior a 230 kV;


• Subgrupo A2: Fornecimento de tensão de 88 a 138 kV;
• Subgrupo A3: Fornecimento de tensão igual a 69 kV;
• Subgrupo A3a: Fornecimento de tensão de 30 a 44 kV;

20
Imagem retirada de: http://www.aneel.gov.br/audiencias-
publicas?p_p_id=audienciaspublicasvisualizacao_WAR_AudienciasConsultasPortletportlet&p_p_lifecy
cle=2&p_p_state=normal&p_p_mode=view&p_p_cacheability=cacheLevelPage&p_p_col_id=column-
2&p_p_col_count=1&_audienciaspublicasvisualizacao_WAR_AudienciasConsultasPortletportlet_docu
mentoId=42515&_audienciaspublicasvisualizacao_WAR_AudienciasConsultasPortletportlet_tipoFase
Reuniao=fase&_audienciaspublicasvisualizacao_WAR_AudienciasConsultasPortletportlet_jspPage=
%2Fhtml%2Faudiencias-publicas-visualizacao%2Fvisualizar.jsp
73

• Subgrupo A4: Fornecimento de tensão de 2,3 a 25 kV;


• Subgrupo AS: Fornecimento de tensão inferior a 2,3 kV para sistemas
subterrâneos;
• Subgrupo B1: Residencial e residencial baixa renda;
• Subgrupo B2: Rural e cooperativa de eletrificação rural;
• Subgrupo B3: Demais classes;
• Subgrupo B4: Iluminação pública.

Para cada grupo de fornecimento de tensão, a tarifa de energia é caracterizada


de uma forma diferente. Para a classe de consumidores que se enquadram no grupo
A, são aplicáveis a tarifa horo-sazonal azul ou verde. A modalidade convencional
binômia que se define por tarifas de consumo de energia elétrica e demanda de
potência independente do horário do dia, foi extinta a partir da revisão tarifária da
distribuidora.

• Tarifa Horo-Sazonal Azul (THS – Azul): É caracterizada por tarifas


diferenciadas para consumo de energia elétrica e demanda de potência de
acordo com o horário do dia;
• Tarifa Horo-Sazonal Verde (THS – Verde): É caracterizada por tarifas
diferenciadas para o consumo de energia elétrica de acordo com o horário do
dia e apenas uma única tarifa para a demanda de potência.

A classe de consumidores que se enquadram no grupo B, pode ser aplicada à


tarifa convencional monômia ou a tarifa branca.

• Convencional Monômia: É caracterizada por tarifas para consumo de energia


elétrica independe do horário do dia;
• Branca: Aplicada às unidades do grupo B, exceto para os subgrupos B4 e as
subclasses de baixa renda do subgrupo B1, é caracterizada por tarifas de
consumo de energia elétrica de acordo com o horário do dia.
74

Estas tarifas aplicadas em diferentes horas do dia, também é definida pela


ANEEL, onde estes postos tarifários para grupo A, são divididos em ponta e fora
ponta. Já para a tarifa branca, aplicada às unidades do grupo B, existe também além
dos postos citados, o posto tarifário intermediário.

• Posto tarifário de ponta: Período composto por 3 horas consecutivas definidas


pela concessionaria, considerando a curva de carga do sistema elétrico, exceto
aos sábados, domingos e feriados nacionais;
• Posto tarifário de fora ponta: Período composto pelas horas diárias
consecutivas e complementares ao período de ponta, ou seja, as 21 horas
restantes do dia e para os sábados, domingos e feriados;
• Posto intermediário: Período de uma hora imediatamente anterior e uma hora
imediatamente superior ao horário de ponta.

As modalidades do grupo A possuem algumas particularidades comparadas


com as do grupo B. Conforme citado acima, são atribuídas para este grupo tarifas de
consumo e demanda. Como já ilustrado na Figura 21, a tarifa de energia elétrica
possui as parcelas do TUSD e TE. Para os consumidores do grupo B, esta tarifa é
cobrada em cima do consumo de energia onde o TUSD representa os custos com os
serviços como já citado e a TE corresponde aos custos com a aquisição da energia
elétrica. Para o grupo A, existem duas parcelas de TUSD, uma aplicada em R$/kW à
demanda de potência contratada e outra aplicada em R$/MWh à energia consumida
pela unidade (ANEEL, 2012).
Os valores das tarifas de energia devem refletir os custos com a geração, e de
acordo com os períodos do ano, onde há maiores ou menores índices de afluências
no Sistema Interligado Nacional, deve então ser refletido aos consumidores cativos.
Estes incrementos nas tarifas de energia são definidos pela ANEEL (2019) e se
dividem em bandeiras conforme descrito a seguir:
• Bandeira Verde: Condições favoráveis de geração, portanto não há incremento
na tarifa;
• Bandeira Amarela: Condições de geração menos favoráveis, e a tarifa de
energia tem um incremento de R$/kWh 0,015;
75

• Bandeira Vermelha – Patamar 1: Condições com maior custo de geração, e a


tarifa de energia tem um incremento de R$/kWh 0,040;
• Bandeira Vermelha – Patamar 2: Condições com custos elevados de geração,
e a tarifa de energia tem um incremento de R$/kWh 0,060.

Além das tarifas aplicadas ao TUSD e TE, existem multas que podem ser
cobradas do consumidor das unidades do grupo A, caso excedam alguns critérios dos
limites definidos pela ANEEL na Resolução Normativa nº 414. O primeiro caso é
conforme a verificação do fator de potência da instalação, onde se este critério não for
atendido, pagará uma multa em cima da energia reativa consumida por uma tarifa
definida pela ANEEL.

• Fator de potência capacitivo: Período de 6 horas consecutivas, definida pela


distribuidora de energia entre 23:30 e 6:30 horas, para fator de potência
capacitivo inferior a 0,92 para os valores verificados a cada intervalo de uma
hora;
• Fator de potência indutivo: Período diário complementar ao definido para o fator
de potência capacitivo, para fator de potência indutivo inferiores a 0,92 para os
valores verificados a cada intervalo de uma hora.

A ultrapassagem de demanda contratada, também gera um acréscimo na fatura


de energia, isso ocorre quando o montante de potência ativa medida excede em mais
5% da demanda contratada. Assim o consumidor paga a demanda medida (não mais
a contratada) e também uma multa em cima do excedente no valor do dobro da tarifa.

• Demanda contratada: Potência ativa disponibilizada pela distribuidora e deve


ser paga integralmente com ou sem a utilização durante o período de
faturamento;
• Demanda medida: Maior potência ativa verificada em medições nos intervalos
integralizados de 15 minutos durante o período de faturamento (ANEEL, 2010).
76

Conforme visto na estrutura tarifária para o mercado cativo, pode-se determinar


também a estrutura para o mercado livre, que basicamente só difere a tarifa de
energia, levando em consideração que a mesma é feita em um outro contrato, porém
a estrutura como um todo para o consumidor livre possui algumas particularidades.
Quando pretende-se migrar do mercado cativo para o livre, em função da classe de
tensão da unidade consumidora e a demanda, deve-se verificar em qual modalidade
a mesma se enquadra e definir o melhor segmento horo-sazonal.
Conforme descrito no Manual Técnico publicado pela Eletrobrás (2016), para o
enquadramento em consumidor livre, nos dias de hoje, não existe um valor mínimo de
fornecimento de tensão para efetuar a migração, dependendo apenas da demanda
mínima de 3 MW, já para o consumidor especial, é necessário possuir uma tensão
mínima de fornecimento de 2,3 kV, o que enquadraria apenas nas modalidades do
grupo A e demanda mínima de 500 kW, conforme o Quadro 4.

Quadro 4 - Critérios de Migração

21
Fonte: Disponível em: http://www.eletrobrasamazonas.com Acesso em 13 set. 2019

A Resolução Nº 376 da ANEEL, estabelece as condições de contratação de


energia elétrica e nela descreve no Contrato de Uso do Sistema de Distribuição
(CUSD) ou no Contrato de Uso do Sistema de Transmissão (CUST), que para os
consumidores livres e especiais, pode-se enquadrar em qualquer segmento horo-
sazonal (verde ou azul para tensões acima de 2,3 kV).
Como já descrito anteriormente, para os consumidores especiais que devem
somente contratar energia incentivada, onde ela possui desconto na TUSD de 50% a
100%, a ANEEL define como e em qual tarifa é aplicado o desconto. As aplicações
deste desconto podem ser observadas no Quadro 5.

21
Imagem retirada de: http://www.eletrobrasamazonas.com/cms/wp-content/uploads/2016/11/Manual-
Migração-do-Consumidor-Livre-ou-Especial.pdf
77

Quadro 5 - Aplicação de Descontos na TUSD

22
Fonte: Adaptado de: http://www.aneel.gov.br Acesso em 13 set. 2019

Para os consumidores livres (que contratam energia especial), que optarem


pela tarifa azul, é aplicado o desconto apenas na TUSD referente à demanda (R$/kW),
já para a tarifa verde, conforme Quadro 5, o desconto aplica-se na TUSD referente à
demanda e na TUSD referente ao encargo de ponta (R$/MWh), abatendo a TUSD
referente ao encargo de fora ponta, resultando assim em duas parcelas que não estão
sujeitas a desconto, uma para o encargo de ponta e outra para o de fora ponta
(MERCADO LIVRE DE ENERGIA, [2019]).
Além dos custos com a concessionária local, conforme o Guilherme Florezi
(2009) descreve em sua tese, as perdas da rede básica e o Encargo de Serviços dos
Sistemas (ESS), são pagos diretamente à CCEE no momento da liquidação. Esses
valores para o mercado cativo, são estimados pela concessionária (MERCADO LIVRE
DE ENERGIA, [2019]).
Na liquidação da CCEE, é feito o cálculo das receitas e despesas de cada
agente, onde são contabilizadas a energia comercializada no mercado de curto prazo,
o pagamento do ESS multiplicado em cima do consumo mensal ou médio, apurado o
crédito ou débito referente às contabilizações e o pagamento das penalidades. Essas

22
Imagem retirada de: http://www.aneel.gov.br/tarifas-consumidores/-
/asset_publisher/zNaRBjCLDgbE/content/descontos/654800?inheritRedirect=false
78

penalidades são aplicadas por falta de cobertura no consumo de energia, ou seja,


consumir mais do que a energia contratada; pela insuficiência de lastro de potência
(saldo de energia dos últimos 12 meses); por medição e multa por não aporte de
garantias (MERCADO LIVRE DE ENERGIA, [2019]).
Quando é liquidado as diferenças na CCEE, observa-se um montante de
energia referente ao Proinfa, que é o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de
Energia Elétrica, conforme descrito no decreto nº 5.025, de 2004. Esse programa tem
como objetivo aumentar a participação de energia elétrica produzidas por fontes
renováveis como eólicas, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCH) no SIN
(MERCADO LIVRE DE ENERGIA, [2019]).
No mercado de curto prazo, a liquidação é apurada conforme ilustrado na
Figura 24, onde é comparada a soma da energia contratada e o Proinfa com a soma
da energia medida e as perdas. Assim o consumidor diante dessa diferença, pode
contratar ou vender a mesma no mercado de curto prazo ou liquidar na CCEE valorado
ao PLD (MERCADO LIVRE DE ENERGIA, [2019]).

Figura 22 - Mercado de Curto Prazo

23
Fonte: Disponível em: https://www.mercadolivredeenergia.com.br Acesso em 13 set. 2019

23
Imagem retirada de: https://www.mercadolivredeenergia.com.br/consumidores-livres-e-
especiais/mercado-spot-livre-e-especiais/
79

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Neste capítulo apresentam-se os métodos utilizados para se realização deste


trabalho, e as etapas de execução do estudo e análise estão divididas em subtópicos.

3.1 MEDIÇÕES

Objetivando primar a situação energética real presente no campus, realizaram-


se medições com o analisador de qualidade de energia nos principais pontos de
conexão das cargas e dos equipamentos instalados, ou seja, nos diversos painéis de
alimentação dos prédios. Dessa forma, garantiu-se que todos os possíveis distúrbios
da rede elétrica gerados pela carga ou pelo alimentador (sistema de distribuição),
poderam ser colhidos e gravados pelo medidor utilizado.

3.1.1 Equipamento de medição

O analisador de qualidade de energia utilizado para este trabalho foi o


EMBRASUL RE4000. Ele atende os requisitos mínimos estabelecidos pela ANEEL
(2017), que por sua vez segue o IEC 61000-4 quanto as questões de medição de
energia.
A IEC 61000-4 considera os pré-requisitos abaixo para que o instrumento
analisador esteja conforme quanto a sua coleta e confiabilidade dos dados, bem como
os processos de medição de qualidade de energia.

• Exatidão: O instrumento deve apresentar um erro aceitável ao realizar a


medição de uma determinada componente harmônica de modo a não
comprometer de maneira considerável a medição.
• Seletividade: O instrumento deve ter capacidade de selecionar as
componentes harmônicas em diferentes frequências.
• Cálculo instantâneo: Capacidade de procedimento tal, que o medidor possa
operar com resposta imediata às variações abruptas do sistema.
80

3.1.2 Processo de Medição

Ao todo 7 medições foram realizadas no campus e a cada grupo de carga


coloca-se o equipamento no Quadro de energia correspondente. O tempo de espera
para a coleta completa de dados tem intervalo de 7 dias, com um fator de integração
de 15 em 15 minutos.
O processo de inserção do instrumento nos painéis é realizado com o mesmo
energizado, conectando todas as três sondas de corrente e pontas de prova de tensão
nos respectivos barramentos A, B e C. Para o início da leitura pode-se conferir a
sequência de fase, valores de tensão de fase e de linha e data e hora de medição.
Nesse processo o objetivo é inserir de forma assertiva as pontas de prova, bem
como os probes de corrente. Possíveis falhas significam registro de dados de forma
incorreta, acarretando posterior análise também incorreta.
As pontas de prova de neutro e de PE (proteção, também chamado de cabo de
aterramento) estabelecem a referência de leitura do instrumento. O objetivo é destinar
a leitura dos valores de fase. No intervalo de uma semana as leituras são paradas e
colhidas para análise.

3.1.3 Software utilizado

Para compilar as medições realizadas, utilizou-se o software de compilação dos


dados medidos do instrumento, o EMBRASUL ANL6000. Ele é responsável por
garantir a visualização dos dados gravados, como os parâmetros de harmônicas,
tensão e corrente, visualizar os gráficos dos parâmetros no tempo, os relatórios
parciais e completos, e saber os horários onde determinado fato ocorreu durante o
período de medição.

3.2 LEVANTAMENTO DAS CARGAS ELÉTRICAS

O levantamento dos tipos de cargas elétricas é necessário devido aos


comportamentos típicos que cada carga possui, como por exemplo verificar se possui
81

uma característica resistiva, reativa indutiva ou capacitiva, se a resposta quanto ao


consumo de corrente é de forma linear ou não linear, e a qualidade energética da
mesma, fazendo com que os efeitos da má qualidade de energia possam ser
atenuados ou não.
O meio de efetuar tal levantamento se fez in loco, visando conhecer e analisar
as topologias e equipamentos conectados à rede. O levantamento de cargas
contempla reunir dos locais analisados, cargas de efeito luminotécnico, indutivas e
demais cargas que são usadas nas salas de aula da faculdade, ou que possuem uma
grande potência instalada em relação ao todo. A coleta se perfez no momento em que
todas as unidades dos prédios da faculdade foram visitadas e as características de
dados de placa dos equipamentos estavam sob posse dos responsáveis do
levantamento.
Para compilar esses dados coletados de forma eficaz, foram importados em
uma planilha Excel, onde para cada prédio do campus, foram organizados os tipos de
cargas, suas respectivas quantidades e potências.
A fim de visualizar a real situação do carregamento dos transformadores, com
a ajuda da equipe de manutenção do Campus, possibilitou-se a verificação das cargas
e os prédios que são conectadas em cada transformador. Esses dados foram
organizados em uma planilha Excel para facilitar o cálculo de potência instalada dos
alimentadores.

3.3 ANÁLISE DE QUALIDADE DE ENERGIA

Após a coleta dos dados pelo medidor, é feita a análise das medições
realizadas. Isso se faz visualizando os níveis dos valores medidos de tensão e
corrente, fator de potência, as taxas de distorções harmônicas de tensão e corrente,
e então compara-se com os valores limites das regulamentações vigentes impostos
pela ANEEL (2017).
Quanto a análise da taxa de distorção harmônica de corrente, as leituras foram
comparadas com o que estabelece o IEEE 519 (2014), pois o módulo 8 do PRODIST
(ANEEL, 2017) não contempla essas informações, para que então fosse possível
82

avaliar a qualidade da energia no que diz respeito a este parâmetro, tomou-se como
referência a norma internacional.
Todos os dados coletados do analisador de qualidade de energia foram
importados para o Excel, a fim de facilitar uma análise dos parâmetros e registar neste
projeto o pior caso da análise feita dentre todos os pontos medidos do sistema elétrico,
mesmo que os dados estejam dentro dos parâmetros com base nas normas vigentes.

3.4 CARREGAMENTO E RENDIMENTO DOS TRANFORMADORES

Utilizou-se os dados de potência obtidos anteriormente nos painéis de


alimentação pelo analisador de qualidade de energia e então realizadas as análises
de carregamento e rendimento dos transformadores de distribuição, com base nessas
medições.
A equação 8 já demonstrada anteriormente, auxilia na obtenção do
carregamento que consiste em utilizar a potência obtida nas medições (carga) e dividir
pela potência do transformador que alimenta o respectivo circuito.
O rendimento é levantado com base na equação 9, onde utiliza-se o
carregamento obtido anteriormente, o fator de potência, e as perdas. O fator de
potência é obtido pela relação entre a potência ativa e aparente, e as perdas foram
obtidas utilizando as normas NBR 5440, e NBR 5356-11. As perdas foram retiradas
da norma tendo como base transformadores a óleo eficiência D, com tensão de
alimentação até 24,1 kV. Para o transformador de 500 kVA foi considerado para
cálculo as perdas da NBR 5356-11, para transformador eficiência D, tensão de
alimentação de até 36,2 kV.
É utilizado o que é recomendado pelas normas, pois como não é possível
encontrar os dados de perdas dos transformadores levantadas em ensaio pelo
fabricante, para considerar um sistema mais conservador optou-se na utilização
desses dados. Ao substituir os respectivos valores de carregamento, fator de potência
e perdas na equação (9), tem-se o rendimento para todas as faixas de horário lidos
pelo analisador.
Com a obtenção dos pontos de carga, definiu-se um período de 24 horas para
levantar a curva de carga. Por se tratar de medições realizadas pontualmente, e não
83

da carga total, foram somadas as potências individuais e organizadas de modo que


todas fiquem com as leituras intervaladas sob o mesmo período.
Para obter uma curva mais limpa e com menos pontos, foi efetuado o cálculo
de carga equivalente da (7), a fim de estabelecer sob determinado período a demanda
de potência correspondente, eliminando assim o excesso de informações. Na curva
foi utilizado o intervalo de duas horas, o que segundo Mamede Filho (2015) é o período
mínimo de horas para se calcular a curva equivalente de determinado sistema, tendo
em vista o comportamento da temperatura do óleo.
Calculados esses parâmetros e com a curva de carga, é possível estabelecer
a demanda do campus, pois como as medições realizadas consideraram o período de
aula, a curva permanece padrão em todo o ano, tendo pequenas variações, mas que
não influenciam na demanda obtida. Nesse caso, duas escolhas podem ser feitas: ou
escolhe-se a demanda com base no máximo valor lido pela curva de carga ou pelo
cálculo de carga equivalente. Optou-se por escolher o valor de potência encontrado
no cálculo da carga equivalente.

3.5 ESTUDO DE MIGRAÇÃO AO MERCADO LIVRE DE ENERGIA

Conforme mencionado neste trabalho, a migração para o mercado de livre de


energia, em média pode resultar em uma economia de 29% e por isso obteve-se a
ideia de executar um estudo de viabilidade a fim de levantar a economia para este tipo
de mercado.
Primeiramente é necessário levantar as faturas atuais de energia de um
período mínimo de um ano, para analisar os dados que contém na mesma, como por
exemplo o consumo de energia ativa e reativa, demanda, as tarifas de TUSD e TE,
ambas para os horários de ponta e fora ponta. Além disto também é preciso observar
a modalidade e o grupo da tarifa.
Um ponto importante a respeito do método adotado, é que o Campus FACENS
não possui MUSD suficiente para a migração ao mercado livre de energia, portanto a
única maneira de realizar a mesma, seria por comunhão com uma outra unidade
consumidora e com a mesma raiz de CNPJ. O objetivo deste estudo é apenas para
levantar os custos que o Campus FACENS teria com o mercado livre de energia em
84

comunhão, dividindo os custos das duas unidades da mesma forma de tarifa,


independentemente do MUSD.
Para este trabalho não foram considerados os custos para a adequação do
sistema de medição à CCEE, com a comercializadora de energia e com a exposição
ao Mercado de Curto Prazo, assim a energia simulada é a mesma que a energia
registrada em cada fatura e não um montante de energia que supostamente seria
contratado.
Inseriu-se os dados de cada fatura em uma planilha, pois os dados medidos
pela concessionária e as tarifas aplicadas, podem ser utilizados para a simulação,
onde apenas o valor da energia será substituído pelos preços de energia
disponibilizada pela DCIDE, no boletim da curva Forward. As equações (16), (17) e
(18), determinam o método de cálculo para as faturas tanto para o mercado cativo,
quanto para o mercado livre utilizando as duas modalidades apresentadas e a
aplicação dos descontos referente à utilização da energia incentivada:

𝑉𝐴𝐶𝑅𝑉𝑒𝑟𝑑𝑒 = (𝑇𝑑𝑒𝑛𝑐 𝑝 + 𝑇𝑒𝑝 ) . 𝐶𝑝 + (𝑇𝑑𝑒𝑛𝑐 𝑓𝑝 + 𝑇𝑒𝑓𝑝 ) . 𝐶𝑓𝑝 + 𝑇𝑑𝑓𝑖𝑜 𝑓𝑝 . 𝐷 (16)

𝑉𝐴𝐶𝐿𝑉𝑒𝑟𝑑𝑒 = ([𝑇𝑑𝑒𝑛𝑐𝑝 − 𝑇𝑑𝑒𝑛𝑐 𝑓𝑝 ] . 𝑑% + 𝑇𝑑𝑒𝑛𝑐 𝑓𝑝 ) . 𝐶𝑝 + 𝑇𝑑𝑒𝑛𝑐𝑓𝑝 . 𝐶𝑓𝑝 + 𝑇𝑑𝑓𝑖𝑜 𝑓𝑝 . 𝐷. 𝑑% +

𝐷𝑐. 𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (17)

𝑉𝐴𝐶𝐿𝐴𝑧𝑢𝑙 = 𝑇𝑑𝑒𝑛𝑐𝑝 . 𝐶𝑝 + 𝑇𝑑𝑒𝑛𝑐𝑓𝑝 . 𝐶𝑓𝑝 + (𝑇𝑑𝑓𝑖𝑜𝑝 . 𝐷𝑝 + 𝑇𝑑𝑓𝑖𝑜𝑓𝑝 . 𝐷𝑓𝑝 ) . 𝑑% + 𝐷𝑐. 𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (18)

Onde “𝑉𝐴𝐶𝑅𝑉𝑒𝑟𝑑𝑒 ” é o custo final no ACR com a modalidade THS – Verde,


“𝑉𝐴𝐶𝐿𝑉𝑒𝑟𝑑𝑒 ” é o custo final no ACL com a modalidade THS – Verde, “𝑉𝐴𝐶𝐿𝐴𝑧𝑢𝑙 ” é o custo
final no ACL com a modalidade THS – Azul, “𝑇𝑑𝑒𝑛𝑐 𝑝 ” são os encargos no horário de

ponta, “𝑇𝑑𝑒𝑛𝑐 𝑓𝑝 ” são os encargos no horário de fora ponta, “𝑇𝑑𝑓𝑖𝑜 𝑝 ” são os encargos

no fio no horário de ponta, “𝑇𝑑𝑓𝑖𝑜 𝑓𝑝 ” são os encargos no fio no horário de fora ponta,

“𝑇𝑒𝑝 ” é a tarifa de energia no horário de ponta, “𝑇𝑒𝑓𝑝 ” é a tarifa de energia no horário


de fora ponta, “𝐶𝑝 " é o consumo no horário de ponta, “𝐶𝑓𝑝 ” é o consumo no horário de
fora ponta, “𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 " é o consumo total registrado para o período da fatura, “𝐷" é a
85

demanda máxima registrada para o período da fatura, “𝐷𝑝 " é a demanda máxima
registrada no horário de ponta, “𝐷𝑓𝑝 " é a demanda máxima registrada no horário de
fora ponta, “𝑑%” é o desconto aplicado referente à energia incentivada e “𝐷𝑐" é o preço
da energia obtido na Curva Forward – DCIDE.
Nas equações (16), (17) e (18), estão contemplados apenas os cálculos base
para compor o custo final para ambos os ambientes de contratação, onde os impostos
cobrados como PIS/COFINS e ICMS são dados pela equação (19), mas para o custo
com a energia contratada no ACL, é necessário apenas incluir o ICMS, pois os demais
impostos citados já estão inclusos na curva Forward disponibilizada pela DCIDE. Em
(19) define-se a inclusão do ICMS no preço da energia da curva Forward.

𝑃𝑟𝑒ç𝑜𝐹𝑜𝑟𝑤𝑎𝑟𝑑
𝑃𝑟𝑒ç𝑜𝑐𝑜𝑚 𝐼𝐶𝑀𝑆 = (19)
1−𝐼𝐶𝑀𝑆

Para a comparação entre os mercados e as modalidades de tarifa (horo-


sazonal verde ou azul) não serão considerados os valores de consumo de energia
reativa, pois não possuem diferenciação de preço entre os mercados.
86

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

São apontados os resultados obtidos a partir dos estudos e análises deste


trabalho, no que diz respeito a qualidade de energia, eficiência dos transformadores
de distribuição e a migração para o mercado livre de energia.

4.1 ESTUDO DE QUALIDADE DE ENERGIA

De acordo com os parâmetros apresentados no módulo 8 do PRODIST


(ANEEL, 2017), foram realizadas as análises abaixo, divididas em subtópicos.

4.1.1 Tensão em Regime Permanente

Segundo os parâmetros apresentados nas Tabelas 4 e 5 no módulo 8 do


PRODIST (ANEEL, 2017), verificou-se a partir das medições do analisador de
qualidade de energia, o pior caso de sub e sobre tensão dentre os painéis analisados.
A partir da análise de todas as medições, foi verificado o pior caso na medição
do prédio D, como mostra a Figura 23.
87

Figura 23 - Dados de Sub e Sobre Tensão

Fonte: Elaborada pelo autor.

É possível visualizar no gráfico da Figura 24 o comportamento da tensão em


regime permanente. A faixa azul representa os valores dentro dos parâmetros
estabelecidos pela norma, a faixa amarela representa os valores precários, que estão
próximos de ultrapassar os valores parametrizados e a faixa vermelha representa os
valores críticos.
Nota-se que o momento de maior nível de sobre tensão capturado é de 133,5V.
Esse valor está dentro dos parâmetros de valor precário superior do módulo 8 do
PRODIST (ANEEL, 2017) que diz que a tensão de leitura deve ser superior a 133V e
inferior ou igual a 135V, e minimamente acima do valor estabelecido pelo mesmo, que
deve ser igual ou superior a 117V e igual ou inferior a 133V.
88

Figura 24 - Gráfico de Sub e Sobre Tensão

Fonte: Elaborado pelo autor

4.1.2 Desbalanço de Tensão

Segundo o módulo 8 do PRODIST (ANEEL, 2017), o desbalanço de tensão não


pode ser superior a 2%. O analisador de qualidade de energia baseia seus parâmetros
nas normas NEMA e IEC. O pior caso de desbalanço foi encontrado no prédio B, com
um desbalanço de 0,625%, segundo a norma IEC, como mostra a Figura 25.

Figura 25 - Desbalanço de Tensão

Fonte: Elaborado pelo autor


89

Mesmo o pior caso de desbalanço, ainda está dentro dos limites, o que mostra
que há um bom equilíbrio entre as fases em todos os painéis analisados.

4.1.3 Frequência

De acordo com o módulo 8 do PRODIST (ANEEL, 2017), como já mencionado,


os valores de frequência devem estar entre 59,9 Hz e 60,1 Hz. Existem algumas
variações que são aceitas durante certos períodos, porém todas as medições ficaram
dentro dos valores do primeiro critério, como mostra a Figura 26, que apresenta o pior
caso dentro das medições analisadas.

Figura 26 - Análise de frequência

Fonte: Elaborado pelo autor

4.1.4 DHTU – Distorção Harmônica Total de Tensão

De acordo com o módulo 8 do PRODIST, o DHTU (Distorção Harmônica Total


de Tensão) não pode ser superior a 10%. O medidor de qualidade de energia
apresenta os valores de DHTU por fase e o pior caso foi de 5,2% encontrado no prédio
D, como mostra a Figura 27.
90

Figura 27 - Análise de DHTU

Fonte: Elaborado pelo autor

4.1.5 Fator de Potência

Como já mencionado, de acordo com a ANEEL (2010), o fator de potência deve


ser igual ou superior a 0,92. Para valores inferiores a este, não pode ser capacitivo
durante a madrugada (entre 23:30 e 6:30 horas) e indutivo para o período que
acrescentam o restante do dia.
O pior caso de fator de potência capacitivo foi observado no prédio C, no dia
21/04 as 8:45am, com um valor de -0,478 na fase C, como mostra a Figura 28.

Figura 28 - Fator de potência capacitivo

Fonte: Elaborado pelo autor


91

O pior caso de fator de potência indutivo foi observado no prédio C, no dia 21/04
as 01:45am, atingindo um valor de 0,5 na fase B, como mostra a Figura 29.

Figura 29 - Fator de potência Indutivo

Fonte: Elaborado pelo autor

Além destes pontos observados, também foram registrados fator de potência


fora dos parâmetros para os demais painéis medidos. Por se tratar apenas de
consumo reativo, para melhor análise, verificou-se nas faturas de energia no período
de janeiro de 2018 a março de 2019 se existiam multas por consumo de reativo
excessivo. Os dados foram importados em uma planilha Excel e plotado um gráfico
comparando o consumo de reativo excessivo com o consumo de energia ativa total
para os meses correspondentes, como mostra a Figura 30.
92

Figura 30 - Energia reativa excessiva

Fonte: Elaborado pelo autor

Pode-se concluir que mesmo nos pontos de medições algumas cargas


influenciam para um baixo fator de potência, outras cargas compensam o mesmo ao
verificar o consumo de reativo no ponto de conexão da concessionária. Como
observa-se na Figura 30, o maior consumo de reativo ocorreu no mês de janeiro de
2018, com o valor próximo a 400 kVArh, o que é um valor muito baixo comparado ao
consumo de energia ativa desse mês de aproximadamente 50.000 kWh. Em termos
de custo, com o consumo de energia reativa, como pode-se observar no gráfico, não
chega aos 0,6% da fatura total de energia. Portanto é viável considerar que o fator de
potência do Campus como um todo, está dentro dos parâmetros definidos pela
ANEEL.

4.1.6 Distorção harmônica de corrente

Conforme a análise feita das grandezas em termos de qualidade de energia,


não se obteve dados fora dos parâmetros com base no módulo 8 do PRODIST
(ANEEL, 2017). Para a análise de distorção harmônica de corrente, para a maioria
dos pontos de alimentação medidos, foram encontradas distorções muito acima dos
limites estabelecidos pela IEEE 519 (2014).
93

Antes de ser feito a análise, primeiro foi necessário calcular os limites máximos
de distorção harmônica total, conforme a IEEE 519 (2014) descrita no Quadro 6.

Quadro 6 - Limite de DHI em sistemas de 120V até 69kV

24
Fonte: Disponível em: https://edisciplinas.usp.br Acesso em 23 out. 2019.

No Quadro 6 “Isc” é a corrente de curto-circuito máxima (Short-Circuit), “IL” é a


corrente de carga de demanda máxima em condições operacionais normais de carga
com frequência fundamental (Load) e “TDD” é a taxa de distorção demandada máxima
total em porcentagem (%).
Para encontrar no Quadro 6 a taxa de distorção máxima demandada de cada
ponto de alimentação, utilizou-se a corrente de curto-circuito dos transformadores e a
corrente demandada máxima medida pelo analisador de qualidade de energia
(subtraindo a taxa de distorção total de correntes harmônicas, a fim de obter os dados
de corrente somente da frequência fundamental) para calcular a razão Isc/IL
respectivamente (IEEE, 2014).
Para cálculo da corrente de curto-circuito dos transformadores, foram utilizados
os dados típicos encontrados no site da WEG para os transformados de 45 kVA, 112,5
kVA e 300 kVA. Para o transformador de 500 kVA a seco de dois secundários de 200
kVA – 380 V e 300 kVA – 220 V, foram utilizados os dados de placa, pelo fácil acesso
para a visualização (WEG, 2019).

24
Imagem retirada de:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1589263/mod_resource/content/1/IEE%20Std%20519-
2014.pdf
94

Quadro 7 - TDD máxima dos alimentadores

Fonte: Elaborado pelo autor

Foram utilizadas as (19) e (20) para os cálculos das correntes nominais e de


curto-circuito dos transformadores.

𝑆 [𝑉𝐴]
𝐼𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 [𝐴] = (19)
√3 𝑉𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 [𝑉]

𝐼𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 [𝐴]
𝐼𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜−𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜 [𝐴] = (20)
𝑍%

O Quadro 7 indica a taxa de distorção demandada máxima para cada ponto de


alimentação, representada na coluna “Transformador”, pois para cada ponto medido,
os painéis são das próprias saídas de baixa tensão dos transformadores, com
exceção do TR (Transformador) de 112,5 kVA (localizado próximo ao ambulatório)
que possui dois painéis em paralelo na saída de baixa tensão do mesmo, portando
foram considerados os dados de curto-circuito do mesmo transformador e utilizadas
as correntes demandadas máximas medidas em cada um dos painéis (prédio D e H)
para o cálculo da TDD.
Conforme feito o levantamento in loco, observou-se que a carga com maior
representatividade é dos ares condicionados, o que representa 1,34 MW de potência
instalada no Campus. O Quadro 8 representa os tipos de cargas instaladas em cada
ponto medido.
95

Quadro 8 - Tipos de cargas por ponto de medição em kW

Fonte: Elaborado pelo autor

4.1.6.1 Painel de 380 V: TR 500 kVA - Prédio A

Antes de apresentar os gráficos das análises abaixo, é preciso notar que em

preto estão as correntes elétricas medidas e em vermelho a taxa de distorção

harmônica total de corrente.

O painel de 380 V do Transformador de 500 kVA que se localiza na cabine ao


lado do prédio A, é responsável por alimentar todos os ares condicionados dos prédios
A e E do Campus, conforme visto no Quadro 8. O gráfico da Figura 31 mostra os
dados coletados da fase A, pois as demais fases mostram o mesmo comportamento
de carga.

Figura 31 - Comportamento de carga: TR 500 kVA - 380 V

Fonte: Elaborado pelo autor

Na figura 31 pode-se verificar que a TDHi em média, excluindo o período do


tempo em que a carga se encontra desligada, está por volta de 18% e registrado o
ponto máximo de 31%.
96

Por se tratar de um painel que alimenta somente ares condicionados, a possível


explicação para os índices de TDHi estarem fora dos parâmetros calculados com base
na IEEE 519 (2014) de 15%, é de que existam equipamentos de baixa eficiência
energética instalados no mesmo (LIMA, 2017).

4.1.6.2 Painel de 220 V: TR 500 kVA - Prédio A

O painel de 220 V, também do transformador de 500 kVA, é responsável pela


alimentação das demais cargas dos prédios A e E do campus. Conforme visto
anteriormente no Quadro 8, o maior montante de carga instalada se dá principalmente
pelos computadores. O gráfico da Figura 32 abaixo representa os dados coletados da
fase A, pois ambas as fases também apresentam o mesmo comportamento.

Figura 32 - Comportamento de carga: TR 500 kVA - 220 V

Fonte: Elaborado pelo autor

No período de maior demanda, onde é representada pelos altos níveis de


corrente, a TDHi, encontra-se aproximadamente entre os valores de 8% e 15%. As
maiores taxas de distorções harmônicas de corrente ocorrem nos períodos de baixa
demanda, ou seja, o período onde o Campus encontra-se fora do horário de trabalho
e de aulas, variando entre 18% e 39% aproximadamente. Assim pode-se concluir que
os equipamentos ligados neste período estão contribuindo para esta alta taxa de
distorção harmônica, ultrapassando o limite calculado com base na IEEE 519 (2014)
de 12%.
97

4.1.6.3 Painel 220 V: TR 300 kVA - Prédio C

O painel de 220 V do transformador de 300 kVA, localizado no poste próximo


ao prédio C, é responsável pela alimentação do próprio prédio C e do restaurante dos
funcionários. O gráfico da Figura 33 representa os dados coletados da fase C, pois
possuem os piores índices de TDHi comparadas com as demais fases.

Figura 33 - Comportamento de carga: TR 112,5 kVA - 220 V

Fonte: Elaborado pelo autor

Na fase A, a TDHi permanece praticamente constante em todo o período de


medição, com uma média de 7%, variando entre os pontos mínimos de 4% e o máximo
de 10%. Para as fases B e C, o comportamento da TDHi são bem parecidos, variando
conforme a demanda. Para uma alta demanda, encontram-se os níveis mais baixos
de TDHi, representando uma média de 4% na fase B e 6% na fase C.
No período onde o Campus se encontra fora do horário de trabalho e de aulas,
as taxas de distorção harmônicas de correntes são as maiores, variando entre 15% e
25% para a fase C e na fase B, de 10% e 15% aproximadamente. Portanto pode-se
concluir que os equipamentos ligados neste período, contribuem pela alta taxa de
distorção harmônica, ultrapassando o limite calculado com base na IEEE 519 (2014)
de 8%.
98

4.1.6.4 Painel 220 V: TR 45 kVA - Prédio B

O painel de 220 V do transformador de 45 kVA, localizado no poste próximo ao


prédio B, é responsável pela alimentação do próprio prédio B, J e K. O gráfico da
Figura 34 representa os dados coletados da fase A, pois possuem os piores índices
de TDHi comparadas com as demais fases.

Figura 34 - Comportamento de carga: TR 45 kVA - 220 V

Fonte: Elaborado pelo autor

No período de maior demanda, conforme pode-se analisar na linha preta


referente a corrente elétrica, a taxa de distorção harmônica é mínima, o que
representa uma faixa de valores de 8% a 19% aproximadamente. Porém no período
onde o Campus está fora de horário de trabalho e de aulas, em todas as fases é
possível notar um pico periódico de corrente e da taxa de distorção harmônica de
corrente total aproximadamente de 4 em 4 horas, e em outros pontos no período de
zero horas às 6 horas, é possível notar o mesmo comportamento, mas de 45 em 45
minutos. E nesses pontos de baixa demanda, ocorrem os maiores níveis de distorção
harmônica de corrente, variando entre os valores de 22% e 49%. Além destes
equipamentos que são ligados periodicamente, existem aqueles que continuam
ligados mesmo no período de não funcionamento da instituição, como observou-se na
fase B e C, representando uma TDHi entre os valores de 9% e 15%.
Portanto pode-se concluir que os equipamentos ligados periodicamente como
mostrado acima e os que ficam ligados fora do período de funcionamento da
instituição, contribuem pela alta taxa de distorção harmônica total de corrente da
instalação, ultrapassando o limite calculado com base na IEEE 519 (2014) de 8%.
99

4.1.6.5 Painel 220 V: TR 112,5 kVA - Prédio D

O painel de 220 V que se encontra em frente à cantina principal, é alimentado


pelo transformador de 112,5 kVA, localizado no poste ao lado do ambulatório, e é
responsável pela alimentação do próprio prédio D, containers de manutenção, anel
viário e a portaria II. O gráfico da Figura 35 representa os dados coletados da fase A,
pois possuem os piores índices de TDHi comparadas com as demais fases.

Figura 35 - Comportamento de carga: TR 112,5 kVA - 220 V

Fonte: Elaborado pelo autor

Nos dias úteis é possível notar que para o período de maior demanda, a TDHi
está entre os valores de 20% e 34%, para os horários das zero horas às 6 horas
aproximadamente, a TDHi registrada fica entre as faixas de 35% e 54%. No período
das 8 às 16 horas, ocorreram as maiores taxas de distorções harmônicas, variando
entre 55% e 190%. Pode-se concluir que este é o painel mais crítico do Campus em
termos de distorções harmônicas de corrente, comparadas aos demais painéis
medidos. Baseando-se nos cálculos dos limites máximos estipulados pela IEEE 519
(2014), este painel tem como parâmetro máximo a taxa de distorção de 12%, e pode-
se observar que este ponto de medição está não conforme para todo período
observado.
100

4.1.6.6 Painel 220 V: TR 112,5 kVA - Prédio H

O painel de 220 V que se encontra ao lado do prédio H, alimentado também


pelo transformador de 112,5 kVA localizado no posto ao lado do ambulatório, é
responsável pela alimentação dos prédios F, G e H. O gráfico da Figura 36 mostra os
dados coletados da fase B.

Figura 36 - Comportamento de carga: TR 112,5 kVA - 220 V

Fonte: Elaborado pelo autor

Para ambas as fases, no período de maior demanda, ou seja, no horário de


funcionamento do Campus, a TDHi se encontra entre os valores de 5% e 12%
aproximadamente e sempre no último horário perto do fechamento do Campus, a
demanda cai consideravelmente e a TDHi é maior, e encontram-se entre os valores
de 7% e 23%. Esse efeito é mais visual nas fases A.
Para os períodos fora de funcionamento do Campus, foi possível observar o
consumo de energia apenas na fase B, onde encontra-se uma baixa demanda de
energia e as taxas de distorções são maiores do que no período de alta demanda.
Observando-se as taxas de distorções harmônicas de corrente neste período, ela
encontra-se em uma média aproximada de 12% e variando entre os valores de 1% e
20%.
Baseando-se no cálculo de limite máximo para a taxa de distorção harmônica
de corrente conforme a IEEE 519 (2014) nessa instalação que é de 8%, os valores
registrados estão fora dos parâmetros estabelecidos. Para os períodos de alta
demanda, possivelmente o alto nível da TDHi se dá por conta dos ares condicionados
de baixa eficiência energética instalados nesse painel, por terem maior
101

representatividade em potência instalada (LIMA, 2017). Já para as TDHi geradas


após o fechamento do Campus, pode se dar pela possível má qualidade das
iluminações LED instaladas (CATTANEO et al., 2017) e as distorções medidas fora
do funcionamento do Campus, podem ser explicadas devido aos equipamentos que
ficam ligados nesse período.

4.1.6.7 Painel 220 V: TR 300 kVA - Prédio L

O painel de 220 V que se encontra no prédio L, alimentado também pelo


transformador de 300 kVA localizado ao lado do prédio, é responsável pela
alimentação do próprio prédio L. O gráfico da Figura 37 mostra os dados coletados da
fase A, pois as demais fases possuem o mesmo comportamento de carga.

Figura 37 - Comportamento de carga: TR 300 kVA - 220 V

Fonte: Elaborado pelo autor

Para ambas as fases, no período de maior demanda, aproximadamente das 17


horas às 24 horas, a taxa de distorção harmônica total está entre os valores de 7% e
13%. Para os períodos de baixa demanda, que ocorrem das 6 horas às 17 horas
aproximadamente, a TDHi está entre os valores de 10% e 20%. Nos períodos onde o
Campus está fora do horário de funcionamento, encontram-se as maiores taxas de
distorções harmônicas de corrente, onde apenas nas fases A e B existem
equipamento ligados neste período, pois na fase C o consumo de energia é zero.
Essas TDHi variam entre 14% e 35%.
De acordo com as cargas instaladas nesse prédio ilustradas na Figura 37, é
possível que parte dessas distorções harmônicas geradas no período de
102

funcionamento do Campus, seja por conta de ares condicionados, lâmpadas LED e


fluorescentes instaladas. Porém os maiores índices de distorções harmônicas são
gerados no período de não funcionamento do Campus e que ultrapassam o limite
calculado máximo com base na IEEE 519 (2014) de 15%.

4.2 ESTUDO DO CARREGAMENTO E RENDIMENTO DOS TRANSFORMADORES

O presente estudo tem como objetivo registrar e documentar a situação das


perdas técnicas nos transformadores da rede elétrica de distribuição do Campus
FACENS.
O sistema elétrico do Campus é alimentado pela concessionária CPFL
Piratininga em 23,1 kV, sendo que da cabine de medição primária, saem cabos de
alumínio nu de 4 AWG, que percorrem todo o campus, atendendo todos os prédios.
Com base na metodologia aplicada, percorrendo o sistema de distribuição do
campus foi possível construir o diagrama unifilar da instalação (vide apêndice A).
O estudo de todo sistema elétrico tem início no seu diagrama unifilar, sem esse
se torna impraticável qualquer avaliação. Esse diagrama é o primeiro resultado obtido
após percorrer o circuito.
Com base no carregamento levantado, percebe-se que a maior parte dos
transformadores do sistema estão com um baixo carregamento, e operando com
rendimentos baixos para um transformador de distribuição. O Quadro 9 mostra a
situação dos carregamentos mínimos e máximos dos transformadores do Campus.

Quadro 9 - Carregamentos mínimos e máximos encontrados


Local Transformador Carregamento Máximo Carregamento Mínimo
Prédio A TR 500 kVA (200 kVA) 13% 0%
Prédio A TR 500 kVA (300 kVA) 21% 2%
Prédio C TR 112,5 kVA 45% 6%
Prédio B TR 45 kVA 67% 14%
Prédio H TR 112,5 kVA 71% 0%
Prédio L TR 300 kVA 12% 1%
Fonte: Elaborado pelo autor
103

Esta é uma visualização macro da situação e pode-se observar que para um


carregamento máximo, os valores não são aceitáveis, pois a literatura considera que
os transformadores devem operar com carregamento mínimo de 20%, o que não
acontece com os transformadores de 500 kVA e de 300 kVA (localizados próximos
aos prédios A e L, respectivamente). Os demais transformadores estão com o
carregamento expressivo, mas deve-se lembrar que esse é o carregamento máximo
que eles atingiram num período de 24 horas, ou seja, eles estão operando na média
com valores muito inferiores aos exibidos no Quadro 9, cujo carregamento mínimo
não ultrapassa o valor de 14%. Baixo carregamento significa rendimento de potência
baixo, o que representa perda de energia do sistema, e redução de vida útil do
transformador.
Conseguiu-se calcular o carregamento ideal, para que os transformadores
operem com máximo rendimento, isso a título de comparação da situação ideal para
a encontrada no campus. No Quadro 10 são ilustrados esses valores.

Quadro 10 - Carregamento ideal para máx. Rendimento do Trafo

Local Transformador K para n máximo (%)


Prédio A TR 500 kVA (200 kVA) 63,62%
Prédio A TR 500 kVA (300 kVA) 62,25%
Prédio C TR 112,5 kVA 51,14%
Prédio B TR 45 kVA 50,51%
Prédio H TR 112,5 kVA 51,14%
Prédio L TR 300 kVA 48,61%
Fonte: Elaborado pelo autor.

Para o transformador de 500 kVA localizado próximo ao prédio A, analisando o


resultado do secundário de 200 kVA, percebe-se o quanto o carregamento do
transformador está longe do ideal que seria 63,62% para uma operação energética
confiável. O carregamento máximo de 13% significa que o rendimento de potência
desse transformador está prejudicado.
O mesmo ocorre para o secundário de 300 kVA. Ao passo que para o
funcionamento com rendimento total a carga conectada na máquina seria de 62,25%,
encontra-se na prática 21% de carga conectada.
104

Já para o transformador de 112,5 kVA localizado próximo ao prédio C, o


carregamento não é o ideal, mas muito próximo do ideal de 51,14%. Na prática
encontra-se uma carga de 45%, o que é explicado pelo prédio ser o que concentra a
maior parte dos alunos nos períodos de aula.
Os transformadores de 45 kVA e de 112,5 kVA (localizados próximos aos
prédios B e H respectivamente), apresentam carregamentos máximos de 67 e 71%,
indicando que em alguns períodos do dia essas máquinas trabalham com carga além
da ideal para se ter um rendimento máximo, o que indica que o rendimento nesses
períodos diminui ao passo que se aumenta o carregamento para essa situação.
O transformador de 300 kVA tem situação semelhante comparado com o
transformador de 500 kVA. O carregamento deveria ser bem maior do que a situação
atual de 12%.
Considerou-se o carregamento em determinados períodos de funcionamento,
pois como o período de maior consumo é concentrado no período noturno, é natural
que nesse horário seja exigido maior uso dos transformadores.
Os Quadros 11, 12 e 13 mostram o carregamento das 00h a 08h, 08h a 18h e
18h a 00h respectivamente.

Quadro 11 - Carregamento de 00h – 08h

Local Transformador Carregamento (00h a 08h)


Prédio A TR 500 kVA (200 kVA) 0%
Prédio A TR 500 kVA (300 kVA) 3%
Prédio C TR 112,5 kVA 10%
Prédio B TR 45 kVA 18%
Prédio H TR 112,5 kVA 14%
Prédio L TR 300 kVA 1%
Fonte: Elaborado pelo autor.

Nesse período, percebe-se os carregamentos não ultrapassam 18%. Isso deve-


se pelo fato de que das 00h às 08h o campus fica com a maior parte das cargas
desligadas, logo não se tem habilitação do uso dos transformadores.
105

Quadro 12 - Carregamento de 08h – 18h

Local Transformador Carregamento (08h a 18h)


Prédio A TR 500 kVA (200 kVA) 7%
Prédio A TR 500 kVA (300 kVA) 12%
Prédio C TR 112,5 kVA 19%
Prédio B TR 45 kVA 52%
Prédio H TR 112,5 kVA 41%
Prédio L TR 300 kVA 3%
Fonte: Elaborado pelo autor.

Quadro 13 - Carregamento de 18h – 00h

Local Transformador Carregamento (18h a 00h)


Prédio A TR 500 kVA (200 kVA) 3%
Prédio A TR 500 kVA (300 kVA) 14%
Prédio C TR 112,5 kVA 33%
Prédio B TR 45 kVA 43%
Prédio H TR 112,5 kVA 53%
Prédio L TR 300 kVA 6%
Fonte: Elaborado pelo autor.

Percebe-se que para o transformador de 500 kVA, o carregamento se mantém


praticamente o mesmo das 08h às 18h e depois das 18h. Isso se dá porque esse
transformador é responsável pela alimentação dos prédios A e E, que são divididos
entre áreas administrativas e salas de aula. Algumas áreas administrativas ficam
abertas até as 22h.
Para o transformador de 112,5 kVA localizado próximo ao prédio C, o
carregamento aumentou consideravelmente, de 19% para 33% no horário de 18h em
diante. Isso é explicado pelo típico consumo da faculdade, com característica de carga
mostrado na Figura 38. Como o maior consumo é no período de aula, e a maior parte
das aulas acontecem a noite, o período de maior consumo ocorre entre 18h-00h, isso
explica o carregamento superior nesse faixa de horário.
A seguir nas Figuras 38 e 39, é visto a curva com o perfil de carga do Campus.
Essa curva explica no período de 24h o comportamento das cargas instaladas e qual
a potência demandada nos intervalos selecionados.
106

Figura 38 - Curva de carga para todos os pontos de medição

Fonte: Elaborado pelo autor.

Na Figura 39 o mesmo perfil de carga é apresentado, porém com pontos de


carga reduzidos com o auxílio de equações, como mencionado na metodologia.

Figura 39 - Curva de carga simplificada

Fonte: Elaborado pelo autor.


107

O campus tem seu pico de consumo a partir das 18h, com registro máximo de
241,3 kVA. Isso porque esse é o momento onde as aulas iniciam com maior fluxo de
alunos, portanto as salas de aula, laboratórios e demais dependências solicitam
maiores potências dos transformadores. Até as 00h, a potência tem pouca alteração,
ainda se mantendo em seus maiores valores no período das 24 horas.
No Quadro 14 é possível observar os rendimentos máximo e mínimo dos
transformadores do sistema de distribuição do campus.

Quadro 14 - Rendimentos máximos e mínimos encontrados

Local Transformador Rendimento Máximo Rendimento Mínimo


Prédio A TR 500 kVA (200 kVA) 66,97% 0%
Prédio A TR 500 kVA (300 kVA) 86,41% 5%
Prédio C TR 112,5 kVA 97% 49%
Prédio B TR 45 kVA 98% 82%
Prédio H TR 112,5 kVA 97% 0%
Prédio L TR 300 kVA 84% 1%
Fonte: Elaborado pelo autor.

Durante o período de 24 horas, os transformadores mostraram rendimentos


variando de 66% a 98% como mostrado no Quadro. Esses são os valores máximos
encontrados em um dia de operação, e como consequência, os transformadores
também apresentam rendimentos baixos durante o dia, com exceção do
transformador de 45 kVA (localizado próximo ao prédio B), que se manteve no período
com altos rendimentos, em uma mínima de 82% e máxima de 97%. Isso significa que
durante o dia seu desvio de rendimento não deslocou dessa faixa e é explicado pelo
carregamento do transformador que alimenta o prédio, estar ao longo do dia com
valores próximos do carregamento ideal, apresentados no Quadro 6. Como visto
anteriormente, o carregamento influencia diretamente no rendimento da máquina, e
quanto mais próximo do ideal, melhor será o rendimento.
Bem como o carregamento, são apresentados nos Quadros 15, 16 e 17 os
rendimentos de acordo com os horários de funcionamento dos transformadores e a
própria curva de carga da faculdade.
108

Quadro 15 - Rendimento de 00h – 08h


Local Transformador Rendimento (00h a 08h)
Prédio A TR 500 kVA (200 kVA) 0%
Prédio A TR 500 kVA (300 kVA) 10%
Prédio C TR 112,5 kVA 69%
Prédio B TR 45 kVA 87%
Prédio H TR 112,5 kVA 49%
Prédio L TR 300 kVA 4%
Fonte: Elaborado pelo autor.

Como visto no carregamento, devido ao período de funcionamento no horário


especificado não conter concentração de cargas significativas, o rendimento também
se apresenta com valores baixos para o horário de 00h as 08h.
O transformador de 45 kVA (localizado próximo ao prédio B) é responsável pela
alimentação do prédio B, J e K do campus, e quando as medições foram realizadas é
provável que um montante expressivo de carga se mantenha ligada mesmo no
período de não funcionamento do Campus.
O Quadro 16 mostra os rendimentos encontrados para o período de 08h às
18h.

Quadro 16 - Rendimentos de 08h – 18h


Local Transformador Rendimento (08h a 18h)
Prédio A TR 500 kVA (200 kVA) 34%
Prédio A TR 500 kVA (300 kVA) 66%
Prédio C TR 112,5 kVA 89%
Prédio B TR 45 kVA 97%
Prédio H TR 112,5 kVA 96%
Prédio L TR 300 kVA 23%
Fonte: Elaborado pelo autor.

Nesse horário o rendimento apresentado fica próximo do ideal para os


transformadores de 112,5 kVA, 45 kVA e 112,5 kVA localizados próximos aos prédios
C, B e H respectivamente. Novamente este período de utilização faz com que os
carregamentos aumentem para próximos do ideal, e como consequência o rendimento
apresentado nesses prédios nesse horário é bastante elevado, mostrando-se superior
ao intervalo de 00h às 08h.
109

O Quadro 17 apresenta os rendimentos de 18h às 00h. Nesse intervalo é obtido


o rendimento referente ao período de aula no campus.

Quadro 17 - Rendimentos de 18h – 00h


Local Transformador Rendimento (18h a 00h)
Prédio A TR 500 kVA (200 kVA) 12%
Prédio A TR 500 kVA (300 kVA) 69%
Prédio C TR 112,5 kVA 94%
Prédio B TR 45 kVA 96%
Prédio H TR 112,5 kVA 94%
Prédio L TR 300 kVA 44%
Fonte: Elaborado pelo autor.

Percebe-se o rendimento inferior do secundário de 200 kVA do transformador


de 500 kVA, por conta do horário de funcionamento deste. Como mencionado, por se
tratar dos prédios administrativo e de aula (A e E) durante a noite há menor movimento
nesse prédio.

4.3 ESTUDO DE MIGRAÇÃO AO MERCADO LIVRE DE ENERGIA

Conforme já discutido neste trabalho, a economia com a migração para o


mercado livre de energia é um ponto a ser levado em consideração. Para este estudo,
observou-se as faturas de energia de janeiro de 2018 a março de 2019, analisando os
pontos que compõem a mesma. Com esta análise verificou-se que o perfil da unidade
consumidora se dá pela modalidade tarifária Horo-Sazonal Verde, no grupo A4,
demanda contrata de 250 kW, onde tem-se a CPFL Piratininga como distribuidora.
Foram digitados todos os dados obtidos na fatura em uma planilha no Excel, para
facilitar a análise do consumo sazonal da unidade e para as simulações tarifárias
abordadas mais adiante.
Um ponto importante para análise da unidade consumidora é o fator de carga,
que relaciona o consumo mensal nos patamares de carga (ponta e fora ponta) com a
demanda contratada. Esta relação se dá em (21)
110

𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 [𝑘𝑊ℎ]
𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 (%) = 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 . 100 (21)
𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑎𝑑𝑎 [𝑘𝑊] . 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜𝑚ê𝑠 [ℎ]

Em (21) é possível analisar a relação percentual do consumo efetivamente


medido com a demanda contrata se consumida por todas as horas do mês corrente.
Este valor varia de 0 a 1, e quando ele está próximo a 1, indica o aproveitamento da
instalação elétrica frente à demanda contratada. No gráfico representado pela Figura
40, pode-se verificar o fator de carga calculado para o período analisado para os
horários de ponta e fora ponta.

Figura 40 - Fator de Carga da Instalação

FATOR DE CARGA
120%
98%
100% 85% 88%
83% 82% 84%
76%
80% 68% 70%
63% 62% 60%
53%
60%
39% 43%
35% 34% 34% 36% 37%
40% 30% 27% 30% 31%
24% 26% 25% 25%
20% 20%
20%

0%

FC - Ponta FC - Fora Ponta

Fonte: Elaborado pelo autor.

Conforme os dados de consumo analisados nas faturas e o levantamento das


cargas instaladas no Campus FACENS, verificou-se que a maior demanda da
instalação é de ar condicionado, o que afeta diretamente o consumo nos períodos
mais quentes. No gráfico da Figura 40, observa-se de forma clara a sazonalidades
para os períodos de frio e calor durante o ano. Por conta disso observou-se também
estouro de demanda em alguns meses, pelo uso expressivo dos ares condicionados.
Esta ultrapassagem de demanda representou 20% da demanda contratada em média
nas 8 ocorrências observadas, onde o pior caso foi no mês de novembro de 2018 com
111

35% da demanda contratada e em fevereiro de 2018 e 2019 em torno de 25%. Isto


pode ser explicado por conta do período letivo da instituição, onde o início do mesmo
começa em fevereiro e termina praticamente em novembro, e após este período de
dezembro a janeiro, a instituição conta apenas com as áreas administrativas sem a
grande quantidade de alunos, o que influencia muito no consumo dos ares
condicionados, o que representou uma ultrapassagem de 7,5% em média.
Como objetivo principal desta etapa do estudo é a redução de custo, verificou-
se através das faturas de energia a possibilidade de migração para o mercado livre
especial, com a adesão de forma de comunhão. Conforme já descrito anteriormente
o método adotado é fazer um estudo utilizando a mesma base de dados de MUSD e
consumo da unidade consumidora e apenas simular a forma de tarifa do mercado livre
em cima desses dados. Assim caso a instituição fizesse comunhão com outra unidade
de mesma raiz de CNPJ a soma do MUSD e consumo medido de ambas as unidades,
teriam que compor o MUSD necessário de 500 kW e o montante de energia
contratada.
Com base no consumo das faturas observadas foi aplicada o preço da energia
incentivada de longo prazo (A+1 até A+4) da semana 40 da curva Forward DCIDE, no
valor de R$ 200,38 por ser mais barata em relação ao preço curto prazo (M+1 até
M+3) no valor de R$ 245,34, onde ambas são com desconto de 50% de desconto na
TUSD e com PIS/COFINS já inclusos.

Figura 41 - Curva Forward - Semana 40

25

25
Imagem retirada de: https://dcide.com.br/wp-content/uploads/2019/10/Boletim-S40.pdf
112

Fonte: Disponível em: https://dcide.com.br/ Acesso em 05 out. 2019

Para simular o custo com a energia no mercado livre, foi necessário a inclusão
do ICMS no preço da energia, onde a equação (19) define como pode ser calculado
este acréscimo.
Para a simulação na modalidade THS verde, utilizou-se as mesmas tarifas
obtidas nas faturas e adequou conforme a equação (17), e para a simulação na
modalidade THS azul, utilizou-se também as tarifas obtidas nas faturas e também com
as tarifas vigentes da concessionária para cada mês, conforme disponibilizada no site
da CPFL Piratininga. Estes dados apurados das tarifas vigentes, também foram
consideradas as variações para período úmido e seco.

Figura 42 - TUSD para consumidores livres e especiais

26
Fonte: Disponível em: https://www.cpflempresas.com.br Acesso em 05 out. 2019

Com as respectivas formas de tarifa para as modalidades THS verde e azul,


com energia incentivada de 50% e o preço dela para o longo prazo está relativamente
barata, pode-se observar no gráfico da Figura 43 o comparativo entre essas
modalidades e a fatura atual no mercado cativo.

26
Imagem retirada de: https://www.cpflempresas.com.br/institucional/tarifas.aspx?emp=PIRA
113

Figura 43 - Comparativo - Livre x Cativo

Fonte: Elaborado pelo autor.

Para a elaboração desta comparação, foi apurado o custo (R$) total por mês
no período analisado e dividido pelo consumo total para cada mês (kWh), assim
obtêm-se o preço pago total a cada mês por energia consumida (R$/kWh). Um ponto
de grande importância para esta análise, é em novembro de 2018, quando houve uma
ultrapassagem de demanda de 35%. Se a modalidade contratada fosse a THS azul,
o consumidor pagaria um valor bem maior do que constituído na modalidade THS
verde, por conta de a tarifa de demanda ser consideravelmente maior. Para este mês
na THS azul, foi simulado um custo com as ultrapassagem, já considerados os
patamares de carga de R$ 6.048,48 e para a THS verde, foi simulado um custo de
apenas R$ 3.857,60, pois a THS azul cobra o maior custo da TUSD na demanda e
para a THS verde o maior custo da TUSD é no consumo.
A unidade consumidora é composta por um fator de carga baixo, ou seja, o
consumo é baixo em relação a demanda contratada se multiplicada pelas horas do
mês, porém a demanda contratada está ajustada com a potência demandada da
concessionária, o que resulta numa vantagem da modalidade THS verde, pois seu
custo cobrado na TUSD é maior no consumo.
Para calcular o percentual médio de redução de custo com o mercado livre de
energia elétrica, foi feito a média dos valores calculados para cada modalidade da
Figura 43. Este percentual médio de redução de custo pode ser observado na Figura
114

44, onde foi calculado através da equação 22 a razão do preço médio obtido no
mercado livre com o preço médio do mercado cativo.

𝑃𝑟𝑒ç𝑜
𝑅𝑒𝑑𝑢çã𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜(%) = 1 − 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝐿𝐼𝑉𝑅𝐸 . 100 (22)
𝐶𝐴𝑇𝐼𝑉𝑂

Figura 44 - Custo médio e redução de custo

Fonte: Elaborado pelo autor.

Conforme ilustrado na Figura 49 observa-se que para a modalidade THS azul,


pode se obter uma redução média de 32% e para a modalidade THS verde de 42%.
É preciso lembrar que este estudo não contempla a exposição ao mercado de curto
prazo e as penalidades cobradas na mesma, e os encargos liquidados pela CCEE
estão sendo considerados que eles são estimados pela concessionária e incluídos na
tarifa.
115

5 CONCLUSÃO

Por se tratar de um estudo do sistema elétrico, quanto a atual situação de


rendimento e carregamento dos transformadores da planta, a análise de qualidade de
energia e a gestão de energia com o estudo de redução de custo na migração ao
mercado livre, espera-se que as metodologias aplicadas possam ter contribuído para
resultados satisfatórios, visto que devido às exigências cada vez maiores quanto à
qualidade de energia e procedimentos que promovam resultados cada vez melhores
dos sistemas de energia, é de interesse tanto das concessionárias que fornecem
energia para seus clientes, quanto dos próprios clientes que seu sistema esteja
operando dentro dos padrões e requisitos mínimos estabelecidos pelas normas
vigentes dos órgãos regulatórios, e também possibilidades de manobras e opções que
reduzam o custo para se adquirir energia elétrica.
Percebe-se hoje uma mudança grande na postura dos agentes que regulam o
sistema, muito relacionado a conscientização e uso racional das reservas energéticas,
sendo assim, nos sistemas de distribuição de energia é analisado o quão eficiente
determinado equipamento ou grupo de equipamentos está sendo em sua vida
operacional, por interesse dos proprietários do equipamento, já que eficiência e
rendimento significam que o sistema está trazendo resultados com quantidade menor
de recursos.
Esses itens são atrelados às definições conhecidas da terceira geração por
apresentar fatores de disponibilidade, segurança e qualidade nos serviços, com maior
vida útil de equipamentos e maior efetividade de custos.
Portanto o estudo de carregamento e rendimento busca trazer de forma
confiável a situação atual de todos os transformadores do sistema de distribuição do
campus, documentar de forma clara o atual rendimento de potência dos
transformadores, servir como um guia para que planos de ações possam ser
montados pelos proprietários, visando com base no que foi apresentado melhorar o
sistema, permitir visualizar quais alimentadores operam com carregamentos não
adequados e permitir visualizar quais alimentadores apresentam o pior desempenho
de trabalho.
116

O estudo de caso apresentado indica que melhorias ao sistema podem ser


feitas, mais especificamente melhorias de rendimento, que são influenciadas pelo
carregamento das máquinas, no impacto que isso causa a vida útil do transformador
de distribuição, e a má gestão de energia associada ao processo.
Quanto ao estudo de qualidade de energia do Campus, realizou-se um estudo
com base na qualidade do produto como descreve o módulo 8 do PRODIST,
mostrando os índices observados para as variações de tensão em regime
permanente, desequilibro de fases, fator de potência e distorções harmônicas.
Como mostrado anteriormente, baseando-se na qualidade do produto, as
tensões em regime permanente de todos os painéis de alimentação, foram
considerados dentro dos limites no que se diz respeito ao range adequado, onde
somente em um ponto observou-se um registro de tensão precária superior. Os
distúrbios transitórios não foram observados por conta das limitações do analisador
utilizado. Para efeitos de distorções harmônicas de tensão e desequilíbrio de fases,
os dados observados estão muito abaixo nos parâmetros normatizados. O fator de
potência fora dos parâmetros definidos pela ANEEL, observados em alguns painéis,
são compensados de forma que ao analisar o Campus como um todo no ponto de
conexão da concessionária de energia, os índices são muito baixos e os valores
cobrados pelo consumo de reativo excessivo, não chegam a 0,6% da fatura total.
Assim pode-se concluir que em termos de qualidade do produto, os itens
analisados estão dentro dos limites estipulados pelo módulo 8 do PRODIST. No
entanto ao observar as distorções harmônicas totais de corrente e comparar com os
limites calculados com base na IEEE 519, grande parte dos painéis precisam de um
estudo mais aprofundado e de medições pontuais mais próximas das cargas, como é
o caso do painel próximo a cantina, que é alimentado pelo transformador de 112,5
kVA, que apresentaram distorções de até 190%. Em outros prédios como no caso do
transformador de 45 kVA, precisa-se conhecer as cargas que se mantém ligadas
mesmo fora do horário de funcionamento do Campus, e que são responsáveis pela
contribuição das altas taxas de distorções harmônicas de corrente.
Visando também a gestão de energia, e com ela possibilitando a redução de
custo com as opções de mudança nas variáveis técnicas no que se diz respeito à
aquisição de energia elétrica, foi possível verificar uma oportunidade com a saída do
117

mercado cativo e migração para o mercado livre de energia. Como se sabe as


aquisições de energia por conta deste mercado, vem crescendo e as projeções para
os próximos anos é de crescer ainda mais. Com o grande crescimento deste mercado
e com ela o aumento da concorrência entre as comercializadoras de energia, cabe ao
consumidor final, se beneficiar, obtendo valores ainda mais acessíveis. As projeções
da CCEE para os próximos anos são reduzir ainda mais os limites de MUSD para a
migração a esse mercado e os órgãos competentes atrelados a ele, já demonstram
expectativas para a abertura do mercado livre até para consumidores de baixa tensão
e com demanda inferiores a 500 kW.
As vantagens da migração para este mercado são inúmeras, mas o que diz
respeito ao foco deste projeto que é a de redução de custo, e com o preço de energia
visando a aquisição para o longo prazo, o preço que o mercado está precificando em
média, está relativamente barata o que fez com que essa redução seja bastante
expressiva comparada com o percentual médio de 29%.
Sendo assim, poderão ser contempladas em trabalhos futuros sugestões como
manutenção e operação dos transformadores; avaliação do comportamento dos
transformadores em relação aos defeitos e falhas; estudo do impacto econômico que
o baixo carregamento traz a instituição anualmente; verificação das formas de
melhorar o rendimento e carregamento apresentados; proposta de um novo modelo
para a rede de distribuição do Campus da FACENS dimensionando novos
transformadores, posteamento e infraestrutura; avaliação da condição de aterramento
e SPDA do Campus, propondo adequações da equipotencialização do sistema;
estudo de adequação da planta à NR-10; estudo de proteção, coordenação e
seletividade do sistema de MT e BT, incluindo avaliação das correntes de curto-
circuito e suportabilidade dos equipamentos de proteção atualmente instalados;
estudo de energia incidente de arcos elétricos causados pelas correntes de curto-
circuito; implantação de planos de ação para gestão de energia do campus.
Existem também pontos importantes a serem estudados envolvendo a
qualidade de energia do Campus, como por exemplo as situações encontradas após
as medições feitas nos painéis de alimentação, como estudo de distorções
harmônicas geradas por luminárias LED, estudo de distorções harmônicas geradas
por ares condicionados, estudo de distorções harmônicas de correntes elevadas
118

geradas no transformador de 112,5 kVA (que alimenta o Prédio D, containers de


manutenção, anel viário e portaria II), estudo de distorções harmônicas de correntes
geradas periodicamente no transformador de 45 kVA, estudo de distorções
harmônicas de correntes geradas nos transformadores nos horários de não
funcionamento do Campus.
Mesmo com os problemas encontrados neste trabalho voltado às distorções
harmônicas de corrente, também existem os efeitos que não foram analisados
referentes aos distúrbios transientes/oscilatórios, como por exemplo a percepção de
efeito flicker observado na iluminação do prédio D.
Em projetos futuros além das análises mencionadas, poderão também ser
apresentados os resultados da implantação da gestão de energia e os impactos
financeiros que isso implica para a instituição, como por exemplo, estudo de
implementação de controladores de demanda, estudo de viabilidade financeira para
centrais de ar para a melhoria da eficiência energética dos ares condicionados.
119

6 REFERÊNCIAS

ABRACEEL. Cartilha Mercado Livre de Energia Elétrica. 2019. Disponível em:


<http://www.abraceel.com.br/archives/doc/Cartilha_Mercado_Livre_Digital.pdf>.
Acesso em: 31 agosto 2019.

ALDABÓ-LOPEZ, Ricardo. Qualidade na energia elétrica: efeitos dos distúrbios,


diagnósticos e soluções. São Paulo, SP: Artliber, 2013. 527 p. ISBN 978858809

ANEEL. Bandeira Tarifária. [S. l.], 3 nov. 2017. Disponível em:


<http://www.aneel.gov.br/bandeiras-tarifarias>. Acesso em: 11 maio 2019.

______. Bandeiras Tarifárias. 2019. Disponível em:


<http://www.aneel.gov.br/bandeiras-tarifarias>. Acesso em: 13 setembro 2019.

______. Descontos. 2017. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/tarifas-


consumidores/-
/asset_publisher/zNaRBjCLDgbE/content/descontos/654800?inheritRedirect=false>.
Acesso em: 13 setembro 2019.

______. Entendendo a tarifa. [S. l.], 5 jul. 2017. Disponível em:


<http://www.aneel.gov.br/entendendo-a-tarifa/-
/asset_publisher/uQ5pCGhnyj0y/content/composicao-da-
tarifa/654800?inheritRedirect=false&redirect=http%3A%2F%2Fwww.aneel.gov.br%2
Fentendendo-a
tarifa%3Fp_p_id%3D101_INSTANCE_uQ5pCGhnyj0y%26p_p_lifecycle%3D0%26p_
p_state%3Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3Dcolumn-
2%26p_p_col_pos%3D1%26p_p_col_count%3D2>. Acesso em: 11 maio 2019.

______. Modalidades Tarifárias. 2016. Disponível em:


<http://www.aneel.gov.br/alta-tensao/-
/asset_publisher/zNaRBjCLDgbE/content/modalidade/654800?inheritRedirect=false&
redirect=http%3A%2F%2Fwww.aneel.gov.br%2Falta-
tensao%3Fp_p_id%3D101_INSTANCE_zNaRBjCLDgbE%26p_p_lifecycle%3D0%26
p_p_state%3Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3Dcolumn-
2%26p_p_col_pos%3D2%26p_p_col_count%3D3>. Acesso em: 13 setembro 2019.
120

______. Módulo 7: Estrutura Tarifária das Concessionárias de Distribuição: Sub


Módulo 7.1 – Procedimentos Gerais. 2012. Disponível em: <
http://www.aneel.gov.br/documents/654800/14861179/PRORET+Subm%C3%B3dulo
+7+1+V1+-+Procedimentos+Gerais_atualizado+em+22.8.2012.pdf/da96c049-842a-
4a56-a150-2a37b4f1b5c9>. Acesso em: 13 setembro 2019.

______. Resolução Normativa Nº 247. 2006. Disponível em:


<http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2006247.pdf>. Acesso em: 13 setembro 2019.

______. Resolução Normativa Nº 376. 2009. Disponível em:


<http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2009376.pdf>. Acesso em: 13 setembro 2019.

______. Resolução Normativa Nº 414. [S. l.], 9 set. 2010. Disponível em:
<http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2010414.pdf>. Acesso em: 11 maio 2019.

______. Resolução Normativa Nº 414. 2010. Disponível em:


<http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2010414.pdf>. Acesso em: 13 setembro 2019.

______. Resolução Normativa Nº 610. [S. l.], 01 jan. 2014 Disponível em: <
http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2014610.pdf>

______. Resolução Normativa Nº 77. 2004. Disponível em:


<http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2004077.pdf>. Acesso em: 31 agosto 2019.

______. Serviço Público de Distribuição de Energia Elétrica. [S. l.], 24 nov. 2015.
Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/distribuicao2>. Acesso em: 15 setembro
2019.

______. Tarifa Branca. [S. l.], 24 jan. 2019. Disponível em:


<http://www.aneel.gov.br/tarifa-branca>. Acesso em: 11 maio 2019.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5440:2014:


Transformadores para redes aéreas de distribuição — Requisitos. São Paulo: ABNT,
2014.

______. NBR 5356-7:2017: Transformadores de potência Parte 7: Guia de


carregamento para transformadores imersos em líquido isolante. São Paulo: ABNT,
2017.
121

______. NBR 5356-11:2016: Transformadores de potência Parte 11:


Transformadores do tipo seco - Especificação. São Paulo: ABNT, 2016.

______. NBR 14039:2005: Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV.
São Paulo: ABNT, 2005.

ARSESP. Cooperativas de energia elétrica. 2019. Disponível em: <


<http://www.arsesp.sp.gov.br/SitePages/energia-eletrica/cooperativas-energia-
eletrica.aspx>. Acesso em: 15 setembro 2019.

AVILÉS, Ivan Pablo Lobos. Ivan Pablo Lobos Avilés. Avaliação de Smelter de
Alumínio Auto-Suficiente em Geração de Energia Elétrica pela Metodologia de
Opções Reais. 2009. 93 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-graduação em
Administração de Empresas da Puc-rio, Puc-rio, Rio de Janeiro, 2009. Disponível em:
<https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/15022/15022_5.PDF>. Acesso em: 14 maio
2019.

BENEDITO, Raphael Augusto de Souza. Introdução a Sistemas Elétricos de


Potência. Disponível em:
<http://paginapessoal.utfpr.edu.br/raphaelbenedito/sistemas-eletricos-de-potencia-
i/aulas/SEP%201%20-%20Cap%202%20Introducao%20a%20SEP%20-
Modo%20de%20Compatibilidade.pdf>. Acesso em: 03 set. 2019.

Botelho, Fidélis & Bronzeado, Herivelto. (2001). Fator de Desequilíbrio em Sistema


Trifásicos.

BRAGA, Lucas de Almeida. UM ESTUDO SOBRE O MERCADO DE ENERGIA


ELÉTRICA NO BRASIL. 2018. 31 f. Monografia (Especialização) - Curso de
Bacharelado em Engenharia de Controle e Automação, Universidade Federal de Ouro
Preto, Ouro Preto, 2018. Disponível em:
<https://www.monografias.ufop.br/bitstream/35400000/1345/1/MONOGRAFIA_Estud
oSobreMercado.pdf>. Acesso em: 14 maio 2019.

CAPARÓ, José Luís Choque. MODELAGEM DE TRANSFORMADORES DE


DISTRIBUIÇÃO PARA APLICAÇÃO EM ALGORITMOS DE FLUXO DE POTÊNCIA
TRIFÁSICO. 2005. 155 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Elétrica,
Universidade Estadual Paulista, Ilha Solteira, 2005. Cap. 1.
122

CARREGAMENTO E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA. 2006. 154 f. Dissertação


(Mestrado) - Curso de Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Itajubá, Itajubá,
2006.

CATTANEO, Mariana Mustafa; PACHECO, Richard Santos; CHINAZZO,


Tamiris. ANÁLISE DOS HARMÔNICOS EM LÂMPADAS LED DISPONÍVEIS NO
BRASIL. 2017. 91 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Elétrica, Departamento
Acadêmico de Eletrotécnica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba,
2017. Disponível em: <https://nupet.daelt.ct.utfpr.edu.br/tcc/engenharia/doc-
equipe/2015_2_26/2015_2_26_final.pdf>. Acesso em: 31 out. 2019.

CCEE. InfoPLD - 414 - 1ª semana operativa - Set/2019. 2019. Disponível em:


<https://www.ccee.org.br/ccee/documentos/CCEE_650152>. Acesso em: 03
setembro 2019.

______. Informações sobre os novos requisitos de demanda para consumidores


livres – Portaria MME nº 514/2018. 2019. Disponível em:
<https://www.ccee.org.br/portal/faces/pages_publico/noticias-
opiniao/comunicados/detalhe_comunicado?contentId=CCEE_646407&_adf.ctrl-
state=oer9u2v15_1&_afrLoop=1679007339642068#!%40%40%3F_afrLoop%3D167
9007339642068%26contentId%3DCCEE_646407%26_adf.ctrl-
state%3Doer9u2v15_5>. Acesso em: 03 setembro 2019.

______. Obrigações Fiscais na Comercialização de Energia Elétrica. 2018.


Disponível em: <https://www.ccee.org.br/ccee/documentos/CCEE_382025>. Acesso
em: 31 agosto 2019.

______. Primeiros Passos. 2019. Disponível em:


<https://www.ccee.org.br/ccee/documentos/CCEE_350414>. Acesso em: 31 agosto
2019.

COPEL. Fator de Potência. Curitiba, 10 jan. 2019. Disponível em:


<https://www.copel.com/hpcopel/root/nivel2.jsp?endereco=%2Fhpcopel%2Findustrial
%2Fpagcopel2.nsf%2Fdocs%2F3EEA18EF30A08466032573F7006BCCA0>.
Acesso em: 11 maio 2019.

CORRAL, Maria Filomena Brito do. GESTÃO DA MANUTENÇÃO DE


TRANSFORMADORES DE DISTRIBUIÇÃO VISANDO À QUALIDADE NO
FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. 2008. 121 f. Dissertação (Mestrado) -
Curso de Engenharia Elétrica, Universidade Federal do Pará, Belém, 2008.
123

COSSI, Antônio Marcos. Planejamento de redes de distribuição de energia elétrica


de média e baixa tensão. 2008. 232 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual
Paulista, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, 2008. Disponível em:
<http://hdl.handle.net/11449/100330>.

CPFL. Proteção de Redes Aéreas de Distribuição – Sobrecorrente. 04 out. 2016.


Disponível em: <http://sites.cpfl.com.br/documentos-tecnicos/GED-2912.pdf>.
Acesso em: 22 setembro 2019.

DCIDE. Como utilizar o Boletim Semanal da CURVA FORWARD. 2018. Disponível


em: <https://dcide.com.br/wp-content/uploads/2018/05/Como-Utilizar-o-Boletim.pdf>.
Acesso em: 05 setembro 2019.

______. Índices Curva Forward. 2019. Disponível em:


<https://www.denergia.com.br/dashboard>. Acesso em: 05 setembro 2019.
EATON. Religadores e Chaves. 2017. Disponível em: <
http://www.eaton.com.br/EatonBR/ProductsSolutions/Electrical/ProdutoseServicos/Si
stemasdePotencia/ReligadoreseChaves/index.htm#tabs-2> Acesso em: 22 setembro
2019.

ELETROBRAS. Migração do consumidor livre ou especial. 2016. Disponível em:


<http://www.eletrobrasamazonas.com/cms/wp-content/uploads/2016/11/Manual-
Migra%C3%A7%C3%A3o-do-Consumidor-Livre-ou-Especial.pdf>. Acesso em: 13
setembro 2019.

ENERGISA. NDU 004.1: Instalações básicas para construção de redes de


distribuição. 5 ed. João Pessoa: Energisa, 2018. 116 p.

FERREIRA, Rodrigo Diniz. REDUÇÃO DE PERDAS TÉCNICAS NA UTILIZAÇÃO DE


TRANSFORMADORES DE DISTRIBUIÇÃO URBANOS. In: SEMINÁRIO NACIONAL
DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA, 18., 2008, Olinda. Seminário. Olinda:
Sendi, 2008. p. 1 - 12. Disponível em: <http://www.cgti.org.br/publicacoes/wp-
content/uploads/2016/03/REDU%C3%87%C3%83O-DE-PERDAS-
T%C3%89CNICAS-NA-UTILIZA%C3%87%C3%83O-DE-TRANSFORMADORES-
DE-DISTRIBUI%C3%87%C3%83O-URBANOS.doc>. Acesso em: 06 out. 2019.

FITZGERALD, A.e.; KINGSLEY JUNIOR, Charles; KUSKO, Alexandre. MÁQUINAS


ELÉTRICAS: conversão eletromecânica de energia, processos dispositivos e
sistemas. Recife: McGraw-Hill, 1981.
124

FLOREZI, Guilherme. Consumidores livres de energia elétrica: Uma visão prática.


2009. 158 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Elétrica, Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. Disponível em:
<https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3143/tde-12082010-
160912/publico/Dissertacao_Guilherme_Florezi.pdf>. Acesso em: 17 set. 2019.

GARCIA, Flávio Resende. Harmônicos em sistemas elétricos de Potência.


Campos Elíseos: Iesa S/a, 2008.

GOMES, Roberto (Org.). A gestão do sistema de transmissão do Brasil. Rio de


Janeiro: FGV, 2012. 432 p. ISBN 9788522509874

GUILHOTO, João Vitor de Araújo. REPRESENTAÇÃO TRIFÁSICA DE


DESEQUILÍBRIOS ESTRUTURAIS E OPERACIONAIS EM SISTEMA DE MÉDIA
TENSÃO DE DISTRIBUIÇÃO. 2012. 256 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Engenharia Elétrica, Universidade Estadual de Campinas - Unicamp, Campinas, 2012.
Disponível em: <http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/260676>.
Acesso em: 07 ago. 2019.

HAFNER, Angelo Alfredo. Estudo e simulação dos módulos lógicos de um


medidor de qualidade de energia elétrica. 2006. 119 f. Dissertação (Mestrado) -
Curso de Curso de Pós-graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial,
Utfpr, Curitiba, 2006.

INSTITUTE OF ELECTRICAL AND ELECTRONICS ENGINEERS. IEEE STD 519:


Recommended Practice and Requirements for Harmonic Control in Electric
Power Systems. New York: Institute Of Electrical And Electronics Engineers, 2014.
Disponível em:
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1589263/mod_resource/content/1/IEE%20S
td%20519-2014.pdf>. Acesso em: 06 out. 2019

______. IEEE STD C57.110: Recommended practice for establishing transformer


capability when supplying nonsinusoidal load currents. 1998.
JAMES, J. F A Student’s Guide to Fourier Transforms: With Applications in
Physics and Engineering. 3. Ed. Cambridge: University Press, 2011
KAGAN, Nelson; OLIVEIRA, Carlos César Barioni. Introdução aos sistemas
elétricos de potência. 1ª ed. São Paulo: Blucher Editora 2005.

LEÃO, Ruth Pastôra Saraiva; SAMPAIO, Raimundo Furtado; ANTUNES, Fernando


Luiz Marcelo. Harmônicos em sistemas elétricos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.
125

LEGADO BRASIL. Contratação de energia: Mercado Livre. 2017. Disponível em:


<http://www.brasil.gov.br/noticias/infraestrutura/2011/12/contratacao-de-energia-
mercado-livre>. Acesso em: 15 maio 2019.

______. Contratação de energia: Mercado Regulado. 2017. Disponível em:


<http://www.brasil.gov.br/noticias/infraestrutura/2011/12/contratacao-de-energia-
mercado-regulado>. Acesso em: 15 maio 2019.

LIMA, Delberis Araújo. Introdução à Proteção de Sistemas Elétricos. [S. l.], 22 abr.
2015. Disponível em: <https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/24484/24484.PDF>.
Acesso em: 15 setembro 2019.

LIMA, Lucas Felipe de. Estudos de Eficiência Energética em Aparelhos


Condicionadores de Ar e Técnicas para Redução da Carga Térmica nas
Edificações. 2017. 132 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Elétrica, Centro
de Tecnologia e Urbanismo Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade
Estadual de Londrina, Londrina, 2017. Disponível em:
<http://www.uel.br/ctu/deel/TCC/TCC2016_LucasFelipeLima.pdf>. Acesso em: 31
out. 2019.

MAMEDE FILHO, João. Instalações Elétricas Industriais. 9. ed. Rio de Janeiro:


LTC, 2017.

______. Manual de equipamentos elétricos. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015.


#Ebook Retirado de: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-216-
2292-5/ Acesso em: 15 setembro 2019.

MAMEDE FILHO, João. RIBEIRO, Daniel Mamede. Proteção de Sistemas Elétricos


de Potência. Rio de Janeiro: LTC, 2017. #Ebook Retirado de:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-216-2092-
1/cfi/4!/4/4@0.00:26.0> Acesso em: 15 setembro 2019.

MARTINHO, Edson. Distúrbios da energia elétrica. 2 ed. rev. São Paulo: Erica,
2009.

MEHL, Ewaldo L. M. Qualidade da Energia Elétrica. Curitiba: Academia.edu, 2012.


126

MERCADO LIVRE DE ENERGIA ELÉTRICA. Consolidação de Resultados. [2019].


Disponível em: <https://www.mercadolivredeenergia.com.br/consumidores-livres-e-
especiais/consolidacao-resultado/>. Acesso em: 17 setembro 2019.

______. Mercado Spot Livre e Especiais. 2019. Disponível em:


<https://www.mercadolivredeenergia.com.br/consumidores-livres-e-
especiais/mercado-spot-livre-e-especiais/>. Acesso em: 17 setembro 2019.

______. PROINFA. [2019]. Disponível em:


<https://www.mercadolivredeenergia.com.br/proinfa/>. Acesso em: 17 setembro 2019.
OLIVEIRA, Daniel Junior. Diagnóstico de Distorções Harmônicas em um Sistema
Elétrico Industrial. TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO JOÃO MONLEVADE,
MG 2017. 2017. 144 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Elétrica, Universidade
Federal de Ouro Preto, João Monlevade, 2017.

MINISTÉRIO DO TRABALHO. NR 10: NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E


SERVIÇOS EM ELETRICIDADE. 2016. Disponível em:
<http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR10.pdf>. Acesso em: 04 set.
2019.

OLIVEIRA, Hélio Magalhães de. Análise de Sinais Para Engenheiros: Uma


Abordagem Waveless. Av. Paulista: Brasport, 2007.

ONS. Energia Agora - Balanço de Energia. 2019. Disponível em:


<http://www.ons.org.br/paginas/energia-agora/balanco-de-energia>. Acesso em: 02
setembro 2019.

OPPENHEIN, Alan V.; WILLSKY, Alan S..Sinais e sistemas. Reino Unido: Pearson,
2010.

PEDROSO, Bruno Cosse et al. ANÁLISES DE CUSTOS NA GESTÃO DA


MANUTENÇÃO E REPAROS EM OFICINA DE TRANSFORMADORES DE
PICANÇO, Alessandra Freitas. AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE
TRANSFORMADORES DE DISTRIBUIÇÃO COM BASE NO
PINHEIRO, José Maurício dos Santos. Qualidade da Energia Elétrica em Sistemas
de Automação. Cadernos UniFOA. Volta Redonda, Ano V, n. 13, agosto 2010.
Disponível em: <
http://revistas.unifoa.edu.br/index.php/cadernos/article/download/1015/892>. Acesso
em: 11 de maio de 2019.
127

PINTO, JOEL ROCHA. Aterramento. Sorocaba, 2012. PDF.

______. CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA. São Paulo: Biblioteca 24


Horas, 2011.

PROCOBRE. Harmônicas em Instalações Elétricas - Causas, efeitos e soluções.


São Paulo, 2001. PDF.

PRODIST, Módulo 8. Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no


Sistema Elétrico Nacional. 10ª Revisão. ANEEL – Agência Nacional de Energia
Elétrica 2018.

R.C. Dugan, M.F. McGranaghan, Surya Santoso & H.W. Beaty, Electrical Power
Systems Quality, McGraw-Hill, 2. Ed. 2002.

RANGEL, Rodrigo Kuntz; KIENITZ, Karl Heinz; BRANDÃO, Mauricio Pazini. SISTEMA
DE INSPEÇÃO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
UTILIZANDO VEÍCULOS AÉREOS NÃO-TRIPULADOS. 9 f., Ita, São José dos
Campos, 2009.

REDES DE ENERGIA ELÉTRICA. Disponível em: <http://www.abradee.org.br/setor-


eletrico/redes-de-energia-eletrica/>. Acesso em: 08 set. 2019
REIS, Paulo Alexandre. Otimização baseada em confiabilidade de planos de
manutenção de sistemas de distribuição de energia elétrica. 2007. 85 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Elétrica, Faculdade de Engenharia
Elétrica e de Computação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2007.
Disponível em:
<http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258866/1/Reis_PauloAlexandre_
M.pdf>. Acesso em: 07 ago. 2019.

SANTOS, Eduardo Teófilo Araújo da Costa; SILVA, Gabriel de Barcelos Conceição.


ANÁLISE DAS INFLUÊNCIAS DO DESEQUILÍBRIO DE TENSÃO SOBRE
CONJUGADO E RENDIMENTO DE MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS. 2013.
94 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Elétrica, Universidade de Brasília,
Brasília/df, 2013.
128

SOUZA, Diogo Sampaio César. PROJETO OTIMIZADO DE LOOPS PARA A


MITIGAÇÃO DO CAMPO MAGNÉTICO GERADO POR LINHAS E REDES
SUBTERRÂNEAS. 2015. 152 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia
Elétrica, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2015.
STAROSTA, José. Desequilíbrio (desbalanceamento) de tensão. O Setor Elétrico,
Perdizes, v. 0, n. 0, p.1-4, 9 maio 2012. Disponível em:
<https://www.osetoreletrico.com.br/desequilibrio-desbalanceamento-de-tensao/>.
Acesso em: 08 maio 2019.

STEIMETZ, C.P.; Alger. Lectures on eletrical engineering. v. 3 , New York: Dover


Phoenix, 2003. 480p.

VASCO, Ralph. Entenda as diferenças entre as NR e NBR. 2018. Disponível em:


<http://www.stant.com.br/entenda-as-diferencas-entre-as-nr-e-nbr/>. Acesso em: 03
set. 2019.

WEG. Ficha técnica: Transformadores. 2019. Disponível em:


<http://ecatalog.weg.net/tec_cat/tech_transformadores.asp>. Acesso em: 23 out.
2019
129

APÊNDICE
Apêndice A - Diagrama Unifilar Campus Facens

Fonte: Elaborada pelo Autor

Você também pode gostar