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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

THAISA DE ANDRADE NUNES

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AQUECIMENTO DE ÁGUA


SOLAR E ELÉTRICO EM HABITAÇÃO UNIFAMILIAR

SÃO CRISTÓVÃO - SE
2017
ii

THAISA DE ANDRADE NUNES

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AQUECIMENTO DE ÁGUA


SOLAR E ELÉTRICO EM HABITAÇÃO UNIFAMILIAR

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Departamento de
Engenharia Civil da UFS, como
requisito para a obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Civil pela
Universidade Federal de Sergipe.

Orientadora: Profa. Dra. Denise


Conceição de Gois Santos Michelan.

SÃO CRISTÓVÃO - SE
2017
iii

É concedida à Universidade Federal de Sergipe permissão para reproduzir cópias desta


monografia e emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e
científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte deste trabalho
acadêmico pode ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor.

____________________________________

Thaisa de Andrade Nunes

NUNES, Thaisa de Andrade.


Análise comparativa entre aquecimento de água solar e elétrico em habitação unifamiliar.
São Cristóvão, 2017.
76p. : il.
Trabalho de Conclusão de Curso. Centro de Ciências Exatas e Tecnologia.
Universidade Federal de Sergipe, Sergipe.
I. Universidade Federal de Sergipe/Sergipe. CCET
II. Título
iv
v

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, irmãos, familiares, amigos e


professores.
vi

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado saúde para conseguir realizar meu sonho de
cursar Engenharia Civil na Universidade Federal de Sergipe.
Agradeço também aos meus pais que nunca mediram esforços para que eu tivesse uma
boa educação e uma vida feliz e aos meus dois anjos da guarda, minha avó Aldecy e meu avô
Djalmy (in memorian), que com certeza estão muito felizes com mais uma fase concluída da
minha vida.
A todos os professores que eu tive nessa jornada de 23 anos. As minhas eternas “tias”
do Jardim Escola Espírito Santo, aos meus professores do Colégio Módulo e a todos os
professores do curso de Engenharia Civil da UFS que de algum modo se esforçaram para
passar todo seu conhecimento e fazer de nós, alunos, pessoas melhores, especialmente a
minha professora e orientadora Denise que fez eu me apaixonar pela área de “águas”.
Agradeço a Alexandre Dala por toda ajuda que me deu para realizar este trabalho e me
levantar nos momentos de angústia e ansiedade.
A Lukas Freire, meu amigo-irmão de infância que sempre se preocupou comigo e
também me ajudou a relembrar os cálculos de temperatura de mistura para este trabalho.
Agradeço a todos os amigos que estiveram presentes nessa longa jornada de 5 anos,
pois eles provaram que eu fiz a melhor escolha cursando engenharia na UFS. Eu não me
encaixaria tão bem em outro lugar se não tivesse vocês ao meu lado. Até porque, como nós
mesmo dizemos: a viga é feita de momentos...
vii

“Afinal, aquilo que amamos sempre será parte de nós”

(J.K. Rowling)
viii

RESUMO

Cada vez mais aumenta a procura pela eficiência energética, buscando ao máximo, não apenas
a economia nos gastos familiares, mas também a sustentabilidade. O aquecimento elétrico é
responsável por aproximadamente um quarto da energia consumida em uma residência e sua
geração, que no Brasil o principal meio é com as hidrelétricas, causa destruição de fauna,
flora e comunidades ribeirinhas. Neste contexto, o presente trabalho apresenta um estudo de
caso comparativo entre dois sistemas de aquecimento de água em uma unidade residencial
unifamiliar de alto-padrão: aquecimento solar e elétrico. O estudo considera os custos de
implantação e operação, além das vantagens e desvantagens dos respectivos sistemas,
objetivando conhecer o tempo de retorno do investimento através de pesquisas de mercado,
além da elaboração de projetos, mostrando aos usuários quais são as melhores opções
econômicas permitindo escolha fundamentada. O dimensionamento do aquecimento por
energia elétrica mostrou que o consumo para esta atividade foi de 392,2 kWh. Após o
dimensionamento para aquecimento solar, constatou-se que este é o sistema com maior custo
benefício, principalmente pelo fato de a residência estar localizada no Nordeste brasileiro
(região com alto índice de incidência solar). Foram propostas duas situações para o cálculo do
tempo de retorno: o primeira com o sistema solar sendo instalado em uma residência ainda em
construção ou que nunca tenha adquirido nenhum equipamento de aquecimento elétrico de
água e a segunda, a instalação do sistema solar em uma residência em uso que já possuísse um
sistema de aquecimento elétrico com investimento já pago pelo tempo de uso. Para a primeira
situação o tempo de retorno foi de 8 meses e 2 semanas e para a segunda, de 2 anos e 2 meses.

Palavras-chave: Sustentabilidade. Aquecimento de água. Energia Elétrica. Energia Solar.


Chuveiro Elétrico.
ix

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Atlas solar de insolação diária em horas no Brasil. ...................................................20

Figura 2: Placa fotovoltaica. .....................................................................................................21

Figura 3: Coletor de campo heliostático. ..................................................................................22

Figura 4: Coletor parabólico. ....................................................................................................23

Figura 5: Coletor plano. ............................................................................................................23

Figura 6: Esquema em corte de um coletor de placa plana.......................................................25

Figura 7: Coletor para aquecimento de piscina.........................................................................26

Figura 8: Esquema de termossifão. ...........................................................................................27

Figura 9: Esquema de circulação forçada. ................................................................................28

Figura 10: Ligação em série. .....................................................................................................29

Figura 11: Ligação em paralelo. ...............................................................................................29

Figura 12: Sistema misto. .........................................................................................................30

Figura 13: Tipos de energia utilizada para aquecimento de água para banho. .........................34

Figura 14: Aparelhos que consomem energia elétrica em residências. ....................................34

Figura 15: Funcionamento do chuveiro elétrico. ......................................................................36

Figura 16: Consumo de energia elétrica de chuveiros elétricos. ..............................................39

Figura 17: Consumo de energia elétrica de aquecedores elétricos de passagem. .....................40

Figura 18: Potência de equipamento por região. ......................................................................40

Figura 19: Custo de energia elétrica. ........................................................................................42

Figura 20: ICMS. ......................................................................................................................43

Figura 21: PIS e COFINS. ........................................................................................................44

Figura 22: COCIP. ....................................................................................................................44

Figura 23: Consumo de água aquecida referente a cada tipo de ocupação. ..............................45

Figura 24: Consumo de água aquecida para cada tipo de aparelho. .........................................46
x

Figura 25: Temperatura da água aquecida para cada atividade. ...............................................46

Figura 26: Média anual de radiação solar no Brasil. ................................................................47

Figura 27: Determinação de capacidade de reservatório térmico em litros. .............................48

Figura 28: Orçamento ML de chuveiro elétrico e aquecedores de passagem...........................53

Figura 29: Orçamento W de chuveiro elétrico e aquecedores de passagem. ............................53

Figura 30: Orçamento A de aquecedor para banheira. .............................................................54

Figura 31: Orçamento S de aquecedor para banheira. ..............................................................54

Figura 32: Orçamento A de bomba para banheira. ...................................................................55

Figura 33: Orçamento BB de bomba para banheira..................................................................55

Figura 34: Orçamento A para instalação de equipamentos de aquecimento elétrico. ..............56

Figura 35: Custo de energia elétrica para aquecimento de água. ..............................................57

Figura 36: Planta de cobertura do barrilete. ..............................................................................60

Figura 37: Detalhe da disposição do sistema. ...........................................................................61

Figura 38: Corte. .......................................................................................................................61

Figura 39: Detalhe do corte.......................................................................................................62

Figura 40: Orçamento HS de equipamento solar e frete. ..........................................................63

Figura 41: Orçamento SS de equipamento solar e frete. ..........................................................64

Figura 42: Orçamento SG de equipamento solar e instalação. .................................................65

Figura 43: Orçamento D de instalação de equipamento solares. ..............................................66


xi

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABRAVA Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e


Aquecimento

COCIP Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública

COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

CRESESB Centro de Referência para as Energias Solar e Eólica Sérgio de S. Brito

GLP Gás Liquefeito de Petróleo

ICMS Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços

INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

NBR Norma Brasileira

PIS Programa de Integração Social

PPR Polipropileno Copolímero Random

PVC Policloreto de Vinila

STEM English for Science, Technology, Engineering, and Mathematics


xii

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. ix

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS............................................................................ xi

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................14

2. OBJETIVOS........................................................................................................................16
2.1. Objetivo Geral ................................................................................................................................. 16
2.2. Objetivos Específicos...................................................................................................................... 16

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..........................................................................................17


3.1. Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável ........................................................................... 17
3.2. Energia Solar ................................................................................................................................... 18
3.3. Aquecimento Solar de Água ........................................................................................................... 20
3.3.1. Coletores Solares ......................................................................................................................... 22
3.3.2. Acumulador de Água Quente ....................................................................................................... 26
3.3.3. Circulação do Líquido e Ligação do Sistema .............................................................................. 27
3.3.4. Vantagens e Desvantagens do Aquecimento Solar ...................................................................... 30
3.4. Legislação vigente para projetos e instalações prediais de água quente e de sistema de
aquecimento solar de água em circuito direto........................................................................................ 31
3.5. Aquecimento Elétrico de Água ....................................................................................................... 33

4. METODOLOGIA ...............................................................................................................38
4.1. Área de Estudo ................................................................................................................................ 38
4.2. Estimativa do consumo de energia elétrica para o aquecimento elétrico de água .......................... 38
4.3. Avaliação dos custos do sistema de aquecimento elétrico.............................................................. 41
4.4. Dimensionamento dos equipamentos para aquecimento solar de água .......................................... 45
4.5. Avaliação dos custos do sistema de aquecimento solar .................................................................. 48
4.6. Tempo de retorno do investimento para implantação do sistema solar .......................................... 49

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................................51


5.1. Determinação do consumo de energia elétrica mensal para o aquecimento elétrico de água ........ 51
5.1.1. Chuveiro elétrico ......................................................................................................................... 51
5.1.2. Aquecedor elétrico para pias ....................................................................................................... 51
5.1.3 Aquecedor elétrico e bomba para banheira ................................................................................. 51
5.1.4 Consumo total de energia elétrica ................................................................................................ 52
5.2. Custos do sistema de aquecimento elétrico .................................................................................... 52
5.2.1. Equipamentos ............................................................................................................................... 52
xiii

5.2.2. Instalação ..................................................................................................................................... 55


5.2.3. Energia Elétrica ........................................................................................................................... 56
5.3. Dimensionamento e Projeto do aquecimento solar de água ........................................................... 57
5.4. Custos do sistema de aquecimento solar ......................................................................................... 62
5.4.1. Equipamentos ............................................................................................................................... 62
5.4.2. Instalação ..................................................................................................................................... 65
5.5. Tempo de retorno do investimento para implantação do sistema solar .......................................... 66

CONCLUSÃO .........................................................................................................................68

REFERÊNCIAS ......................................................................................................................69

ANEXOS ..................................................................................................................................74
14

1. INTRODUÇÃO

É inquestionável que a atual situação climática mundial seja preocupante. As mudanças que
estão ocorrendo com o clima geram elevações nos níveis dos oceanos, aumento da
temperatura global, derretimento das calotas polares, aumento da força de desastres naturais e
secas severas. Parte da comunidade científica afirma que essa mudança climática é causada
pela poluição, a qual recebe grande contribuição da geração de energia por meios não-
renováveis ou energias que não sejam limpas.

Segundo o Anuário Estatístico de Energia de 2016 da Empresa de Pesquisa Energética


(2016), no ano de 2012, 78,1% da energia gerada mundialmente provieram de fontes não-
renováveis, sendo que 67,2% foram de combustíveis fósseis e 10,9% nuclear. Já a energia de
fontes renováveis representa parcela de 21,9%, sendo que apenas 3,2% são energia limpa, ou
seja, além de ser proveniente de fontes renováveis, não causam tanto impacto ao meio
ambiente, tanto com a liberação de poluentes – queima de biomassa e resíduos sólidos –
quanto com alterações do ambiente onde são instaladas hidrelétricas. Portanto, as energias
tidas como limpas são as geotérmicas, eólicas e solares.

No Brasil, para o ano de 2015, a hidroeletricidade foi a modalidade predominante para


a produção de energia com 61,9% da geração total do país. A parcela de energia renovável foi
de 76,2%, mas a de energia limpa foi de apenas 3,7%, valor este referente à energia eólica.
Pode-se perceber que o Brasil aproveita seu grande potencial hidráulico para geração de
energia a partir das usinas hidrelétricas, porém, de acordo com Palazzo Jr e Carbogin (2012),
estas causam grandes impactos ambientais e sociais nas proximidades onde são instaladas,
pois a construção da barragem causa a inundação da região à jusante. Isto acarreta na
destruição direta da flora, diminuindo a área responsável pela absorção do gás carbônico – um
dos principais causadores do efeito estufa, conforme STEM (2017) - pela vegetação, o
comprometimento da fauna, pois destrói o habitat dos animais terrestres e impede a migração
dos aquáticos, e o fim de comunidades ribeirinhas e riquezas naturais.

Pelos motivos citados acima é que STEM (2017) afirma que a energia hidráulica é
renovável, pois sua fonte é inesgotável e está em constante renovação, mas não pode ser
classificada como energia limpa. O mesmo se aplica para a energia de biomassa, já que sua
fonte também é renovável (materiais vegetais não-fossilizados), mas a sua geração é dada por
queima, liberando, assim, poluentes na atmosfera.
15

Aldabó (2002) e Grimoni (2004) explicam que desenvolvimento sustentável é aquele


em que as necessidades atuais são atendidas sem que haja o comprometimento da capacidade
do meio ambiente de atender às gerações futuras, para isso, deve haver equilíbrio entre o uso
dos recursos naturais e o desenvolvimento sócio econômico.

É nesse enredo que a energia solar térmica se mostra tão importante, pois é um tipo de
energia que não emite poluentes em sua geração, não causa poluição sonora ou visual, não
contribui para o efeito estufa e possui fonte farta e inesgotável, sendo assim, classificada
como energia limpa (STEM, 2017).

Alguns países em desenvolvimento, inclusive o Brasil, são os que possuem o maior


potencial energético solar, que se for melhor aproveitado, pode garantir economias nessa
atividade indispensável que é a geração de energia e ainda, proteger o meio ambiente e evitar
o esgotamento de recursos não-renováveis para as gerações futuras.
16

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Analisar e comparar o aquecimento de água por meio de Energia Solar e Energia


Elétrica em habitação unifamiliar a fim de comprovar a viabilidade desse sistema
sustentável.

2.2. Objetivos Específicos

• Estimar a quantidade de energia elétrica necessária para o funcionamento de


chuveiro elétrico, aquecedor elétrico para pia e aquecedor elétrico para banheira;
• Detalhar custos do sistema de aquecimento elétrico com chuveiros, aquecedor de
pia e aquecedor de banheira;
• Mensurar o sistema de aquecimento solar para a habitação em questão;
• Detalhar custos de sistema de aquecimento solar, como equipamentos, instalação
e manutenção;
• Determinar o tempo de retorno do investimento do sistema de aquecimento solar
dimensionado.
17

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável

De acordo com Bezerra (1990), o mundo contemporâneo tem uma demanda energética
que cresce em ritmo acelerado para tentar atender as necessidades da população, o que
está levando a uma crise nesse ramo, a qual o homem tenta contornar buscando
alternativas na Natureza que sejam capazes de proporcionar a energia que tanto
necessita de modo inesgotável.

Essas alternativas energéticas provenientes da Natureza, na verdade, são aquelas


que desempenharam um importante papel na história da humanidade e agora estão
sendo redescobertas: o vento e o sol. Elas estão recobrando sua notoriedade por causa
da crise das reservas petrolíferas mundiais que alertou sobre o possível esgotamento
destas. Consequentemente, os países altamente industrializados iniciaram a busca por
novas tecnologias, principalmente a solar, até porque, viram o Terceiro Mundo como
um verdadeiro mercado em potencial (BEZERRA, 1990).

Coincidentemente, é nos países de Terceiro Mundo que se encontra o maior


potencial dessas fontes energéticas renováveis, por isso, precisam iniciar uma ação
conjunta a fim de desenvolver suas próprias tecnologias nessa área, evitando, assim, a
dependência dos países industrializados no futuro (BEZERRA, 1990).

Segundo Aldabó (2002), essa busca por recursos renováveis, além de ter como
objetivo atender à demanda de energia atual, também tem a preocupação de não gerar
poluição ambiental, pois a forma de geração convencional, como energia nuclear e
combustível fóssil, traz impactos negativos ao meio ambiente. Isso não significa que
toda energia renovável seja limpa. Como exemplo, tem-se a energia de biomassa que
libera gás carbônico na atmosfera, e assim contribui com o aquecimento global,
enquanto que a energia solar é tida como a fonte de energia renovável menos poluente,
menos nociva ao meio ambiente e menos finita existente até o momento.

Ainda de acordo com Aldabó (2002), o desenvolvimento sustentável tem como


objetivo conservar a natureza, a fim de manter a capacidade do planeta de sustentar o
desenvolvimento, levando em consideração a capacidade dos ecossistemas e as
necessidades das futuras gerações. Ou seja, é aquele que atende às necessidades da
18

população do presente sem comprometer a capacidade do meio ambiente de atender às


gerações futuras.

Contudo, Benito (2009) afirma que as primeiras instalações de energia solar térmica
com aplicação doméstica iniciaram no ano de 1930 em algumas universidades nos Estados
Unidos da América, com o objetivo de garantir o aquecimento de água em residências das
zonas isoladas das grandes cidades, e não por preocupação ecológica. Esta começou a surgir
apenas no ano de 1966 no Congresso “Novas Fontes de Energia” em Roma.

3.2. Energia Solar

A energia solar sempre esteve disponível para toda a humanidade, entretanto nunca foi
tão aproveitada quanto as outras fontes de energia, mesmo estas apresentando
desvantagens, pois garantir suprimento de energia solar confiável é uma atividade que
encontra algumas dificuldades e possui certo grau de complexidade (ALDABÓ, 2002).

Os sistemas de energia solar em maior uso no mundo atualmente são os de


aquecimento residencial passivo e fornecimento de energia elétrica. Estas são
exatamente duas aplicações práticas dos dois métodos de aproveitamento desse tipo de
energia, que são o sistema térmico e o sistema fotovoltaico. O primeiro é aquele que
converte a energia proveniente da radiação solar em calor e o segundo é aquele que
converte em energia elétrica comum (ALDABÓ, 2002).

Aquecimento de água residencial, alimentador para bombas de recalque de água,


repetidores de telecomunicações e fornecimento de energia em dispositivos espaciais
são outros exemplos de sistemas de energia solar, os quais são tão eficazes quantos os
anteriores, porém são menos populares. São sistemas que estão sendo estudados e
aplicados em larga escala para serem utilizados de maneira mais abrangente no futuro
(ALDABÓ, 2002).

Aldabó (2002) afirma que a energia solar que incide diariamente sobre a Terra é
equivalente a toda energia consumida durante 27 anos no mundo e a quantidade de
radiação solar que incide sobre a Terra, num período de três dias, equivale à energia
armazenada de todas as fontes atuais de energia proveniente de combustíveis fosseis.
Essas informações confirmam a excelência desse tipo de energia.
19

Existem três tipos de processos que utilizam a energia proveniente do sol, são
eles: processo térmico, processo elétrico e processo químico. O processo térmico é
aquele que utiliza a radiação solar em processos que necessitam alterar a temperatura de
um líquido para que esses ocorram. Pode ser um processo térmico de alta temperatura,
quando esta fica acima dos 1000ºC, um processo de média temperatura, quando esta
chega até 1000ºC, utilizado em gerador de vapor de água, transformação de energia
elétrica em mecânica e fornos solares, e um processo de baixa temperatura, quando esta
não ultrapassa 100ºC, utilizado em aquecimento de ambientes, condicionamento de ar,
resfriamento, evaporação, destilação e gerador de vapor de líquido especial. O processo
elétrico possui o método de transformação direta da energia solar em energia elétrica, o
qual é usado no processo fotovoltaico e no gerador termelétrico. E por fim, o processo
químico, possui o processo bioquímico utilizado para fotólise – absorção de fótons que
provoca decomposição química ou dissociação de moléculas - e fotossíntese
(ALDABÓ, 2002).

Benito (2009) explica que radiação solar é a energia eletromagnética produzida


no sol e que incide sobre a superfície terrestre após atravessar a atmosfera. A
quantificação dessa energia é chamada de constante solar, a qual possui valor de
1,35kW/m2 e 1kW/m2 externamente à atmosfera e na superfície terrestre,
respectivamente. Estes valores são utilizados no dimensionamento das instalações
solares e esta quantidade de energia que atinge a superfície é equivalente à de um barril
de petróleo.

Benito (2009) também afirma que toda luz solar que incide nos painéis é
aproveitada, porém a energia solar útil é determinada de acordo com as horas de pico de
sol, sendo que este valor depende da zona geográfica da instalação e da estação do ano.
Na Figura 1, pode-se ver esses valores em todo o território brasileiro.
20

Figura 1: Atlas solar de insolação diária em horas no Brasil.

Fonte: Tiba (2000).

3.3. Aquecimento Solar de Água

Hodge (2011) afirma que existem três classificações de aplicação da energia solar:
ativa, passiva ou fotovoltaica.

De acordo com Aldabó (2002), para na aplicação fotovoltaica, para a geração de


energia elétrica, se utiliza painéis solares, que são conjuntos de células fotovoltaicas
interligadas e dispostas em estrutura de sustentação, a qual pode dispor de algum
equipamento que oriente este painel de acordo com a movimentação do sol, essa é a
aplicação fotovoltaica. Na Figura 2 tem-se um exemplo de uma placa fotovoltaica.
21

Figura 2: Placa fotovoltaica.

Fonte: Placas Solares Brasil (2017).

Já as aplicações ativas e passivas são usadas para o aquecimento de um fluido. O


aquecimento passivo é aquele que ocorre em um tanque com aquecimento direto da
radiação solar e possui baixa eficiência. Para o aquecimento ativo se utiliza coletor solar
e é um sistema bem mais eficiente, mas não gera eletricidade, pois absorve a radiação
do sol e a transfere para o líquido em questão na forma de energia térmica (ALDABÓ,
2002).

O aquecimento ativo pode ser do tipo direto, quando o líquido é aquecido


diretamente no coletor, ou indireto, quando um outro fluido, como freon ou água
destilada, é aquecido e posteriormente transfere esse calor para o líquido em questão. O
sistema direto é mais eficiente, porém requer mais manutenção e está sujeito à
deposição de material que pode levar à obstrução dos dutos (ALDABÓ, 2002).

Benito (2009) afirma que, no aquecimento ativo, são necessários basicamente


dois acessórios: o coletor solar e o acumulador de água quente. Ele também declara que
o coletor é o equipamento mais importante desta instalação e que este deve ser instalado
no exterior do edifício, com a melhor orientação, para captar a maior quantidade
possível de energia incidente durante o período diurno.
22

3.3.1. Coletores Solares

Segundo Hodge (2011), existem três tipos de coletores: o coletor de campo heliostático,
o coletor parabólico e o coletor plano. O primeiro é formado por um conjunto de
espelhos refletores que seguem o movimento diurno do sol, a fim de refletir seus raios
para um receptor central e desse modo produz temperaturas muito mais altas que
qualquer outro tipo de coletor (Figura 3). Já o segundo, também conhecido por coletor
com concentração, usualmente se movimenta de acordo com o movimento do sol e,
graças ao seu espelho em forma de parábola, concentra os raios solares em uma única
tubulação, garantindo assim, altas temperaturas (Figura 4). E por fim o terceiro, o
coletor plano, apesar de não transferir altas temperaturas para o fluido como os dois
tipos anteriores, é o mais utilizado, principalmente em empreendimentos residenciais,
pelo seu menor custo, já que é um equipamento mais simples e, normalmente, fixo
(Figura 5).

Figura 3: Coletor de campo heliostático.

Fonte: Hruska (2014).


23

Figura 4: Coletor parabólico.

Fonte: CRESESB (2016).

Figura 5: Coletor plano.

Fonte: New Home (2017).


24

Consoante Aldabó (2002), coletor solar plano se apresenta na forma de uma


caixa rasa de alumínio com cobertura de vidro e internamente possui uma serpentina,
geralmente de cobre, por onde o fluido escoa e é aquecido. O calor passa para a
serpentina graças ao fundo de cobre pintado de preto presente no fundo do coletor, o
que facilita a absorção da radiação solar. Além do vidro na parte superior que evita a
perda de calor por convecção pela ação do vento, também são tomados outros cuidados,
como, por exemplo, uma vedação eficiente da caixa, para prevenir a entrada de
umidade, e também o isolamento térmico na parte inferior do coletor, para minimizar as
perdas de calor para o ambiente.

Ainda de acordo com Aldabó (2002), as partes que constituem um coletor solar
são:

• Cobertura - geralmente é de vidro e serve para permitir a passagem da


radiação solar e reduz a perda de calor para o meio.
• Isolamento térmico - é feito com um material de condutividade térmica
baixa, como lã de vidro ou espuma de poliuretano, para minimizar as
perdas por condução. Está presente embaixo e nas laterais da placa de
absorção e funciona como revestimento do módulo.
• Módulo - em geral é de alumínio e serve para suportar e proteger todos
os componentes do coletor.
• Placa de absorção - frequentemente é de alumínio ou cobre, pela boa
condutividade térmica destes materiais e é pintada de preto, pois essa cor
é responsável pela absorção e transferência de energia solar para o fluido.
Este é o principal componente do sistema solar.
• Tubulação - usualmente é de cobre, por causa da boa condutividade
térmica deste material, e é por onde o fluido escoa por dentro do coletor.
• Vedação - geralmente é de silicone e serve para evitar interferências
externas, perda de calor para o meio e a entrada de umidade que
degradaria alguns componentes do coletor solar.

Na Figura 6 pode-se ver um esquema em corte de um coletor de placa plana.


25

Figura 6: Esquema em corte de um coletor de placa plana.

Fonte: Hodge (2011).

A escolha do cobre nos dutos e na placa de absorção ocorre por causa da


condutibilidade térmica, que é de 2 a 8 vezes maior que outros materiais, o que garante
também placa de menor espessura, resistência a corrosão maior que outros possíveis
materiais e dispensa de manutenção durante anos (ALDABÓ, 2002).

Aldabó (2002) ratifica que os coletores solares devem ser posicionados com
orientação pré-definida de forma a aproveitar ao máximo a radiação solar, e
normalmente são fixos. No hemisfério sul no Brasil, o coletor solar plano deve ser
posicionado com sua face voltada para o norte.

Benito (2009) alega que existe outro tipo de coletor que é usado para o
aquecimento de piscinas por causa do seu baixo rendimento para temperaturas maiores
que 30ºC, por isso é utilizado quase exclusivamente neste tipo de aplicação. Esse é um
painel composto de tubos de polipropileno acoplados, a fim de formar um sistema
hidráulico por onde a água proveniente da piscina circula para aquecer. Na Figura 7 é
possível ver um exemplo deste tipo de painel.
26

Figura 7: Coletor para aquecimento de piscina.

Fonte: Arte Obra (2017).

3.3.2. Acumulador de Água Quente

O acumulador de água quente, como o próprio nome sugere, é o equipamento que


armazena a água aquecida pelos coletores para que esta possa ser utilizada mesmo em
dias com menor quantidade de insolação, como dias nublados, ou até mesmo no período
noturno. Este equipamento é feito de material metálico espesso para conservar o calor
da água e também é conhecido como boiler (BENITO, 2009).

Caso a instalação não seja projetada para ser autossuficiente durante todo o ano,
por exemplo, nos casos de grande variação energética sazonal, o acumulador deve ser
associado a um sistema de apoio energético para que este opere na ocorrência de
insuficiência da radiação solar. Seria inviável manter um sistema que fosse
autossuficiente nas épocas de menor energia, como no inverno, durante todo o ano, pois
a variação de energia entre as estações pode chegar a quatro vezes menos, como alega
Benito (2009). O sistema de apoio pode ser resistência elétrica ou sistema de
aquecimento a gás.
27

3.3.3. Circulação do Líquido e Ligação do Sistema

Carvalho et al. (2012) explicam que o aquecimento ativo pode ter dois tipos de
circulação do líquido: Circulação Natural ou Circulação Forçada. A primeira, também
chamada de termossifão, é o sistema utilizado em instalações de dimensões reduzidas e
para a produção de águas quentes sanitárias, pois é um sistema de baixa produtividade
solar, de capacidade de armazenamento de energia e de área de captação, contudo,
possui instalação mais simples e não depende de bombas ou controles eletrônicos. A
segunda é o sistema que utiliza bomba para que haja a circulação do líquido entre os
coletores e o depósito, isso garante que maior volume de água seja aquecido, porém
exige cálculos de dimensionamento e instalação do sistema mais complexos. Este tipo
de sistema também permite que o acumulador seja instalado num nível mais inferior que
os coletores e a maior distância caso seja necessário. Nas Figuras 8 e 9 é possível ver o
esquema das circulações em termossifão e forçada, respectivamente.

Figura 8: Esquema de termossifão.

Fonte: Adaptado de Portal das energias renováveis (2017).


28

Figura 9: Esquema de circulação forçada.

Fonte: Adaptado de Portal das energias renováveis (2017).

Carvalho et al. (2012) também afirmam que existem diversos tipos de ligações
que podem ser executadas entre os coletores e que as principais são as ligações em série,
as em paralelo e as mistas.

• A ligação em série (Figura 10) é aquela em que a água passa por todas as
placas em sequência, ou seja, após sair do primeiro coletor, ela entra no
segundo e sucessivamente, isso garante a ela maior temperatura.
• A ligação em paralelo (Figura 11) é aquela que visa aumentar o volume
de água aquecida, pois a água passa apenas por uma placa, ou seja, a
água que passa pelo primeiro coletor vai direto para o acumulador e isto
acontece também nos outros coletores.
• E por fim, o sistema misto (Figura 12), como o próprio nome insinua, é
uma combinação de série e paralelo, o que gera maior volume de água
aquecida e com maior temperatura que uma instalação de apenas coletor.
29

Figura 10: Ligação em série.

Fonte: Carvalho et al. (2012).

Figura 11: Ligação em paralelo.

Fonte: Carvalho et al. (2012).


30

Figura 12: Sistema misto.

Fonte: Carvalho et al. (2012).

3.3.4. Vantagens e Desvantagens do Aquecimento Solar

PENA (20??) explica que apesar de ser considerado umas das melhores maneiras de
aquecimento de água, há desvantagens como o alto custo de implantação do sistema,
principalmente dos equipamentos como os coletores e o reservatório térmico. O autor ressalta
ainda que, por depender diretamente de fatores climáticos, não é possível ser implantando em
qualquer região, ficando restrito a lugares que recebem forte insolação, e a eficácia do sistema
varia de região para região. Ademais, há um baixo aproveitamento no que diz respeito ao
armazenamento de calor nas placas.

Todavia, apesar das desvantagens apresentadas, o custo benefício que os sistemas


solares térmicos apresentam superam qualquer dificuldade. As maiores vantagens são por ter
a sua produção de maneira “limpa”, sem emissão de gases contaminantes e causadores do
efeito estufa, por exemplo, além de evitar o uso de formas poluentes de energia, bem como ser
31

energia renovável. A cada m² de placa instalado para este método é possível: (ABRAVA,
2014):

• Conter 223 m³ de gás natural para termoelétricas;


• Economizar 55 Kg de GLP/ano;
• Eliminar o consumo de 215 Kg de lenha/ano;
• Evitar que cerca de 56m² de áreas sejam inundadas para a geração de energia
elétrica;
• Poupar 66 litros de diesel/ano;
• Poupar 67m³ de gás natural;
• Reduzir 73 litros de gasolina/ano;
• Suprimir 227 litros de diesel para termoelétricas.

Constata-se que a geração e produção de energia solar térmica é uma das mais baratas
em todo o território brasileiro, aumentando assim a capacidade energética do país. Por
conseguinte, há maior economia para o consumidor final, uma vez que há redução no
consumo de energia, aumentando o rendimento líquido das famílias, principalmente de baixa
renda, e convertendo esta redução de gastos em compras de produtos e aquisição de serviços
variados (ABRAVA, 2014).

Pena (20??) destaca outros pontos importantes como a geração de empregos diretos e
indiretos em toda a sua cadeia; baixa necessidade de manutenção; não há necessidade de
grandes áreas para instalação e produção da energia solar; desmatamento praticamente
inexistente, mesmo em áreas de grandes usinas solares, além de que é possível ser utilizado
em nível residencial.

3.4. Legislação vigente para projetos e instalações prediais de água quente e de sistema de
aquecimento solar de água em circuito direto

As normas da ABNT, NBR 7198 (ABNT, 1993) e NBR 15569 (ABNT, 2008) são as que
regulamentam as atividades de instalações prediais de água quente e de sistema de
aquecimento solar de água em circuito direto, respectivamente.

A NBR 7198 (ABNT, 1993) tem como objetivo apresentar as exigências mínimas de
higiene, segurança, economia e conforto dos usuários para execução de projetos e execuções
32

de instalações prediais de água quente para consumo humano com temperatura de até 70ºC.
Nela estão definidos:

• Termos técnicos dessa área;


• Condições para projetos e execuções: responsabilidade de um profissional de
nível superior legalmente capacitado;
• Isolamento térmico: os materiais e equipamentos utilizados devem ser
projetados e executados a fim de racionalizar o consumo;
• Preservação da potabilidade da água: os materiais utilizados nas instalações
prediais não devem modificar o padrão de potabilidade da água;
• Aquecedor: deve ser dimensionado e especificado pelo projetista;
• Estimativa do consumo de água quente: depende das particularidades da
instalação, das características climáticas da região e de utilização do sistema;
• Temperatura da água: deve-se utilizar misturadores quando a temperatura da
água para uso humano for maior que 40ºC no ponto de utilização;
• Pressão de serviço: a pressão estática máxima é de 400 kPa nos pontos de
utilização e a pressão dinâmica mínima é de 5kPa nas tubulações;
• Velocidade da água: a velocidade máxima da água na tubulação é de 3m/s;
• Vazões de projeto: em casos não-especiais, deve-se determinar a vazão de
projetos na tubulação para funcionamento não-simultâneo;
• Tubulações: devem ser projetadas e executadas de modo que as
particularidades do material especificado pelo projetista sejam respeitadas;
• Dilatação térmica: quando o sistema for projetado para haver dilatação
térmica, deve ser executado em dispositivos apropriados para garantir o livre
movimento, quando não, deve ser ancorado firmemente;
• Inspeção: deve ser feita pelo responsável técnico a inspeção da execução do
sistema, dos materiais, componentes e juntas;
• Aceitação e rejeição: deve-se colocar no projeto todas as modificações que
ocorrem durante a execução do sistema, sendo que estas devem ser aceitas
pelo projetista.

Já a NBR 15569 (ABNT, 2008) tem como objetivo estabelecer os requisitos para o
sistema de aquecimento solar. Os principais tópicos apresentados nesta norma são:

• Termos e definições:
33

• Requisitos gerais: aponta os elementos necessários na documentação do


projeto e descreve o funcionamento, operação e manutenção do sistema;
• Regulamentações gerais e recomendações: as regulamentações legais devem
ser seguidas na instalação e utilização do sistema;
• Concepção do sistema de aquecimento solar: afirma que este sistema tem como
principais elementos os coletores, o reservatório térmico e o sistema de
aquecimento auxiliar;
• Operação, segurança e manutenção: o instalador deve assegurar que os
equipamentos e o sistema atendem às condições de segurança;
• Circuito hidráulico: garantir o equilíbrio hidráulico através da contemplação da
proporcionalidade das vazões dos coletores;
• Dimensionamento: determinar área coletora e volume de armazenamento;
• Instalação: deve-se garantir as premissas especificadas, manual de instalação e
projetos;
• Operacionalização: procedimento de verificação conforme projeto e manual do
fabricante.

Apesar de existirem as normas supracitadas, para questão de dimensionamento e projeto, a


bibliografia e os manuais de fabricantes são os materiais mais comumente utilizados.

3.5. Aquecimento Elétrico de Água

O principal tipo de energia utilizada para o aquecimento da água do banho no Brasil é a


eletricidade de acordo com a Eletrobras Procel (2012), como se observa na Figura 13, a qual
mostra que 73,5% do aquecimento é realizado desta maneira. O equipamento utilizado para
isto, em 99,6% dos casos, é o chuveiro elétrico, deste modo, este é o responsável por quase
um quarto da energia consumida em uma residência, como é possível ver na Figura 14.
34

Figura 13: Tipos de energia utilizada para aquecimento de água para banho.

Fonte: Eletrobras Procel (2012).

Figura 14: Aparelhos que consomem energia elétrica em residências.

Fonte: Eletrobras Procel (2012).

Equipamentos elétricos para aquecimento da água como o chuveiro são utilizados com
muito mais frequência no Brasil quando comparado a qualquer outro país, segundo o
Ministério de Minas e Energia (2011), em decorrência da crise do petróleo na década de 1970,
35

além da abundância de energia elétrica no mercado com a construção de diversos


empreendimentos hidrelétricos, fazendo com que houvesse um estímulo para que se
utilizassem a energia elétrica. Além disto, Barbosa (20??) explica que outro motivo que
manteve a escolha foi o fato do país não ter infraestrutura como os Estados Unidos ou países
da Europa para a instalação de rede de gás, esta que seria outra alternativa para o aquecimento
residencial de água.

De acordo com Day (2009), por conta do alto custo das instalações a gás, os chuveiros
elétricos passaram a ser utilizados por quase toda a população, entretanto os aparelhos não
apresentavam segurança em consequência da negligência não só dos fabricantes, mas também
dos desmazelos dos instaladores quanto ao isolamento dos condutores elétricos, por exemplo.
Porém, a partir do final da década de 1960, foram desenvolvidos chuveiros elétricos de
plástico, barateando os custos, propiciando diferentes modelos e melhorando o isolamento
elétrico. Adicionalmente, no final da década de 1980, surgiram novas normas de aterramento
e instalação elétrica contribuindo ainda mais para o melhoramento dos equipamentos.

Barbosa (20??) descreve que o funcionamento do chuveiro elétrico se dá por uma


resistência (Figura 15) instalada em seu interior que aquece quando há a passagem da corrente
elétrica e transfere, assim, o calor para a água quando esta passa pelo mesmo compartimento.
36

Figura 15: Funcionamento do chuveiro elétrico.

Fonte: Suzuki (2011).

Existem vários tipos de chuveiros desde modelos convencionais e mais simples, até
aqueles que possuem pressurizador, blindagem ou que são eletrônicos. Contudo, o
consumidor não deve se preocupar apenas com o produto. É necessário haver cuidados com a
instalação e a manutenção, pois é um equipamento elétrico que está em constante contato com
água, o que pode levar a algum tipo de acidente com o usuário. Por esse motivo, se indica a
instalação e manutenção por profissionais capacitados (BARBOSA, 20??).

Os chuveiros elétricos apresentam inúmeras vantagens, entretanto também apresentam


desvantagens como todos os sistemas. Ainda segundo Barbosa (20??), o ponto fraco deste é o
alto consumo de energia elétrica, o que acaba aumentando os gastos familiares, além de ser
indispensável a energia elétrica para seu funcionamento, ou seja, caso haja queda de energia
ou black out, é necessário que o banho seja tomado sem água aquecida, uma vez que é
aquecida diretamente no seu ponto de utilização e no horário de uso, sem funcionamento.
Entretanto, ainda de acordo com a autora, apresenta vantagens como: a uniformidade de
temperatura da água ao passar do uso, ou melhor, se um indivíduo toma banho em
determinada temperatura, esta se manterá constante até o fim do banho sem que a temperatura
decresça como em outros sistemas; baixo custo de instalação; mas principalmente a redução
37

no uso de água se comparados a outros sistemas, pois não há necessidade de esperar até a
água aquecer para começar a tomar o banho, e a vazão de saída é menor.
Complementarmente, Nakamura (2016) cita que além da praticidade na instalação e o baixo
custo, necessita de pouca manutenção (demanda limpeza esporádica e substituição da
resistência caso queime), fácil manuseio e é um produto acessível à grande maioria da
população, mesmo de baixa renda.
38

4. METODOLOGIA
4.1. Área de Estudo

O estudo foi realizado em uma residência de 311 m2 de área construída em fase de


acabamento. Trata-se de uma moradia de alto padrão, localizada no Condomínio Maikai
Residencial Resort, na Avenida Adilson Távora, no município da Barra dos Coqueiros em
Sergipe. Será utilizada tubulação de Policloreto de Vinila (PVC) para a água fria e de
Polipropileno Copolímero Random (PPR) para a água quente, para que seja possível a
utilização do aquecimento solar de água. Foram 8 (oito) pontos de água quente: 5 (cinco)
chuveiros, 1 (uma) banheira de imersão e 2 (duas) pias de cozinha, sendo que destas, uma está
localizada na cozinha e outra na varanda gourmet. No Anexo pode-se observar o projeto com
as plantas baixas do pavimento térreo, superior e cobertura.

O município da Barra dos Coqueiros, situado no Estado de Sergipe, está localizado na


região Nordeste do Brasil à latitude de 10º 53’ 14.1”S e longitude de 37º 00’ 10.2”O.
Localização esta que possui excelente índice de insolação. Como é possível verificar na
Figura 1, a região litorânea de Sergipe possui média anual de 7h de insolação, então este será
o valor utilizados nos cálculos posteriores.

4.2. Estimativa do consumo de energia elétrica para o aquecimento elétrico de água

Com os modelos disponíveis no mercado e levando-se em consideração que a residência é de


alto padrão, o chuveiro escolhido tem uma potência de 5.500W, os quais serão 5 (cinco). Já
para as 2 (duas) pias, foram previstos aquecedores elétricos de passagem também com
potência de 5.500W. Por fim, para a banheira, propôs-se a utilização de 1 (um) aquecedor de
hidromassagem elétrico que necessita de 1 (uma) bomba, para que haja recirculação da água e
assim, possa ser mantida aquecida. O aquecedor escolhido tem potência de 8.000W e a
bomba, de 1,5cv (1.105W).

Como já foram escolhidos os chuveiros, foi possível obter informações de consumo


mensal, com base na especificação do mesmo. Na Figura 16 é possível verificar que o
consumo mensal máximo de cada chuveiro é de 26,50kWh/mês e o mínimo é de 10,10
kWh/mês. Pelo fato da edificação estar em fase final de construção e não estar habitada, foi
considerado como consumo mensal a média do consumo mínimo e máximo do modelo em
destaque na figura 16.
39

Já na Figura 17 é possível verificar que o consumo máximo de cada aquecedor de pia é


de 2,80 kWh/mês e o mínimo é de 1,50 kWh/mês. Com base na mesma ideia de consumo do
chuveiro, propôs-se o consumo do aquecedor de pia.

Figura 16: Consumo de energia elétrica de chuveiros elétricos.

Fonte: Adaptado de Inmetro (2016b).


40

Figura 17: Consumo de energia elétrica de aquecedores elétricos de passagem.

Fonte: Adaptado de Inmetro (2016a).

A escolha tanto do chuveiro quanto do aquecedor baseou-se em sugestões de


atendimento do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(Inmetro), que no caso para o consumo da região Nordeste, devem ser equipamentos de classe
de potência D. Esta sugestão de potência por região pode ser verificada na Figura 18.

Figura 18: Potência de equipamento por região.

Fonte: Inmetro (2016a) e Inmetro (2016b).

A edificação em estudo será habitada por 4 (quatro) moradores e 1 (uma) secretária


doméstica. Porém, como possui quarto de hóspedes, serão acrescidos 2 (dois) moradores para
que o cálculo seja feito para a pior situação, totalizando assim, 6 (seis) residentes. Vieira
(2015) afirma que os brasileiros tomam até 3 (três) banhos por dia, logo, consideram-se 2
41

(dois) banhos quentes e 1 (um) frio por dia por pessoa da moradia. Brasil Post (2014) afirma
que, de acordo com Benedito Braga, presidente do Conselho Mundial da Água e professor de
engenharia ambiental da Universidade de São Paulo, um banho de 10 (dez) minutos é o
suficiente, principalmente para se evitar o desperdício de água. Para a pia da cozinha,
estimou-se 3 (três) lavagens de louça por dia, com duração de 5 (cinco) minutos cada uma. Já
para a pia da varanda gourmet, estimou-se 1 (uma) lavagem de louça por semana, sugerindo
assim que será 1 (uma) utilização a cada fim de semana, com duração também de 5 (cinco)
minutos. E por fim, para a banheira supôs-se 1 (uma) utilização por semana com duração de
30 (trinta) minutos.

Para o cálculo do consumo de energia elétrica do sistema de aquecimento da banheira,


utilizou-se a fórmula disponibilizada pela Aneel, expressa na equação 1:

Consumo de energia elétrica = Potência × Tempo (Equação1)

4.3. Avaliação dos custos do sistema de aquecimento elétrico

Os custos do sistema elétrico englobam tanto a compra dos equipamentos, instalação e


manutenção, quanto o consumo mensal de energia elétrica, em valor monetário, que estes irão
demandar.

Para calcular este consumo em reais, é necessário fazer a multiplicação do consumo de


todos os equipamentos pela tarifa de consumo residencial da concessionária que atende a
região. Para o município da Barra dos Coqueiros, em Sergipe, a empresa responsável pela
distribuição de energia é a Energisa Sergipe – Distribuidora de Energia S.A.

Como é possível verificar na Figura 19 disponibilizada no endereço eletrônico da


concessionária, o valor do kWh é de 0,46759 reais, já que a residência se enquadra na classe
“Residencial Sem Benefício” da modalidade tarifária convencional de baixa tensão. Assim,
para desenvolvimento do trabalho, utilizou-se esse investimento para o consumo.

Após o cálculo do valor monetário encontrado referente à quantidade total de kWh


consumido na habitação, considerou-se os acréscimos dos impostos necessários como:
Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) (Figura 20), Programa de
Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS)
(Figura 21) e Contribuição para o Custeio dos Serviços de Iluminação Pública (COCIP)
42

(Figura 22). Os valores de ICMS e COCIP dependem apenas do consumo da residência, já os


valores de PIS e COFINS dependem tanto do consumo, quanto do mês e do ano de cálculo.

O valor do COCIP é o mesmo tanto para o município de Aracaju, quanto para o da


Barra dos Coqueiros, pois se trata de uma região metropolitana.

Figura 19: Custo de energia elétrica.

Fonte: Energisa Sergipe (2017a).


43

Figura 20: ICMS.

Fonte: Energisa Sergipe (2017b).


44

Figura 21: PIS e COFINS.

Fonte: Energisa Sergipe (2017b).

Figura 22: COCIP.

Fonte: Prefeitura Municipal de Aracaju (2017).


45

Como os chuveiros e aquecedores são equipamentos de fácil aquisição no mercado, as


empresas não realizam orçamentos destes, portanto, os levantamentos de preço foram feitos
via internet, o que gerou um acréscimo com o valor do frete.

De acordo com Casa & Construção (2017), a manutenção dos equipamentos de


aquecimento elétrico de água deve ser periódica apenas com a limpeza dos orifícios de saídas
de água, pois estes podem ficar obstruídos pela presença de minerais na água e/ou resíduos na
tubulação. Porto Seguro (2016) também atenta que, eventualmente, será necessária a troca das
resistências elétricas quando estas pararem de funcionar. Este, que é um serviço simples, pode
ser realizado pelo próprio residente da moradia, se atentando para o desligamento prévio do
disjuntor do equipamento ou do disjuntor geral, a fim de evitar choques elétricos.

4.4. Dimensionamento dos equipamentos para aquecimento solar de água

Para o dimensionamento do sistema de aquecimento solar de água, foi necessário,


primeiramente, averiguar o volume de água que será solicitado pelos moradores da habitação.
Na Figura 23 é possível verificar o consumo diário de água para cada tipo de ocupação e, na
Figura 24, o consumo horário para cada tipo de aparelho em cada tipo de ocupação.

Já na Figura 25 é possível observar a temperatura necessária da água para cada


atividade. Assim, com base nas Figuras 23, 24 e 25, pode-se determinar o consumo diário de
água, consumo horário e a temperatura que a água deve alcançar, para realização das
atividades pertinentes à função.

Figura 23: Consumo de água aquecida referente a cada tipo de ocupação.


Tipo de Ocupação Consumo (litros/dia)
Alojamento provisório de obra 24 por pessoa
Casa popular ou rural 36 por pessoa
Residência 45 por pessoa
Apartamento 60 por pessoa
Quartel 45 por pessoa
Escola (internato) 45 por pessoa
Hotel (sem incluir cozinha e lavanderia) 36 por hóspede
Hospital 125 por leito
Restaurante e similares 12 por refeição
Lavanderia 15 por Kgf de roupa seca
Fonte: Bohn (20??).
46

Figura 24: Consumo de água aquecida para cada tipo de aparelho.

Fonte: Bohn (20??).

Figura 25: Temperatura da água aquecida para cada atividade.


Hospitais e laboratórios : 100℃ ou mais
Lavanderias : 75℃ a 85℃
Cozinhas : 60℃ a 70℃
Uso pessoal e banhos : 35℃ a 50℃
Fonte: Bohn (20??).

De acordo com o Wikihow (2017), para um banho de banheira agradável, a


temperatura da água não deve ultrapassar 38℃, desse modo, como a água estará a 60℃,
deverá ser feita a mistura com água fria na própria banheira. Para o cálculo do volume de
água quente necessário, foi feito um sistema com média ponderada (Equação 2) e somatório
das partes com o volume total (Equação 3).

(𝐓𝐚𝐪𝐬 × 𝐕𝐚𝐪𝐬 /𝐓𝐟𝐫𝐢𝐚 × 𝐕𝐟𝐫𝐢𝐚 )


𝐓𝐟𝐢𝐧𝐚𝐥 = (Equação 2)
𝐕𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥

𝐕𝐚𝐪𝐬 + 𝐕𝐟𝐫𝐢𝐚 = 𝐕𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥 (Equação 3)

onde, T6789: é a temperatura final desejada da água, no caso 38℃, T9;< é a temperatura da água
quente de serviço em ℃, T6=79 é a temperatura da água fria em ℃, V9;< é o volume de água
quente em litros, V6=79 é o volume de água fria em litros e V?@?9: é o volume de água total
necessário, no caso 1080 litros.

Segundamente, é preciso calcular a quantidade de calor necessária para a elevação de


temperatura da água. Isto é feito através do cálculo energético, o qual, de acordo com Benito
(2009), deve ser feito com base na Equação 4:
47

𝐐(𝐤𝐖𝐡) = 𝐌 × 𝛒 × 𝐂𝐩 × (𝐓𝐚𝐪𝐬 − 𝐓𝐟𝐫𝐢𝐚 ) (Equação 4)

onde, Q(kWh) é a quantidade de calor necessária, M é o consumo total de água quente em


litros/dia, r é a densidade da água que tem o valor igual a 1kg/L, Cp é o calor específico da
água que tem o valor igual a 1,16x10-3kWh, Taqs é a temperatura da água quente de serviço em
℃ e Tfria é a temperatura da água fria da rede em ℃.

Por fim, para o cálculo da área de coletores, de acordo com Creder (2012), deve-se
utilizar a Equação 5.

𝐐
𝐒= (Equação 5)
𝐈×𝛈

onde, S é a área de coletor em m2, Q é a quantidade de calor necessária em kWh, I é a


intensidade de radiação solar em kWh/m2.dia, a qual pode ser identificada no atlas de radiação
solar da Figura 26 e η é o rendimento do aproveitamento da energia por painel, usualmente
estimado em 50%.

Figura 26: Média anual de radiação solar no Brasil.

Fonte: Arquitetura Solar (2014).


48

Para a determinação da capacidade do boiler, foi utilizada a Figura 27, a qual relaciona
o volume de água quente necessário com um reservatório térmico de capacidade um pouco
inferior, já que este estará em constante preenchimento e aquecimento, logo, não sendo
necessário estocar toda a água que será consumida durante o dia de uma única vez. Já em
relação à escolha do tipo de equipamento, será utilizado reservatório térmico de baixa pressão,
caso a disposição do sistema atenda aos requisitos para funcionar por termossifão, caso
contrário, haverá a necessidade de ser de alta pressão, para que possa funcionar com
circulação forçada.

Figura 27: Determinação de capacidade de reservatório térmico em litros.

Fonte: Bohn (20??).

4.5. Avaliação dos custos do sistema de aquecimento solar

O custo do sistema de aquecimento solar de água é composto pela compra dos equipamentos,
instalação e manutenção.

Para o levantamento de preço dos equipamentos, foram feitos contatos com empresas
tanto do Estado, como fora dele. O contato foi realizado pela internet e necessitava do
acréscimo do valor do frete para que os produtos pudessem ser entregues.
49

No caso dos equipamentos comprados fora da localidade, o morador deve se


preocupar em contratar um instalador capacitado para que este serviço possa ser realizado de
maneira correta, garantindo, assim, o correto funcionamento do sistema.

Para a questão da manutenção, WGSol (2017) explica que esta é simples de ser
realizada, necessitando apenas de limpeza semestral na parte superior dos coletores para
garantir que a luz solar será totalmente aproveitada e verificação de vazamentos na tubulação
ou danos no vidro superior do coletor. Anualmente, se recomenda fazer o completo
esvaziamento do reservatório térmico para a realização de limpeza, evitando assim o acúmulo
de impurezas que eventualmente são carreadas pela água. Pela dada simplicidade, estas
atividades podem ser realizadas pelo próprio morador da residência.

Também vale salientar que Eco Casa (2014) afirma que o sistema solar tem vida útil
de no mínimo 25 anos, aumentando assim, o seu custo-benefício.

4.6. Tempo de retorno do investimento para implantação do sistema solar

Para calcular o tempo de retorno, foram propostas duas situações: a primeira é para a situação
da residência em questão a qual serve de base para o desenvolvimento deste trabalho, ou seja,
uma residência em fase de construção ou pelo menos sem a aquisição de equipamento de
aquecimento solar elétrico; a segunda situação é de residência já construída e em uso, que
possua um sistema de aquecimento elétrico que já teve seu investimento pago pelo tempo de
utilização. Foram feitas essas duas suposições pois este trabalho também tem como objetivo
contribuir com a sociedade para com a demonstração da viabilidade dos sistemas de
aquecimento solar de água.

É importante salientar que a residência deve possuir as instalações hidráulicas de água


quente como são exigidas pelas NBR 7198 e NBR 15569 para que o sistema de aquecimento
solar possa ser implementado.

Para o primeiro caso, o tempo de retorno foi calculado dividindo-se a diferença de


investimento entre o sistema solar e o elétrico pelo custo mensal de energia elétrico, que este
último necessita para seu funcionamento.

Para o segundo caso, o custo de implantação do sistema solar foi comparado apenas
com o custo mensal de energia elétrica, já que o investimento com o sistema de aquecimento
elétrico já foi pago pelo seu tempo de uso.
50
51

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1. Determinação do consumo de energia elétrica mensal para o aquecimento elétrico de água

5.1.1. Chuveiro elétrico

Sabendo que, para a pior situação, haverá 6 moradores na residência, cada um tomando dois
banhos quentes diários, e realizando o cálculo para o período de 1 semana, tem-se:
6 moradores x 2 banhos quentes x 7 dias = 84 Banhos quentes por semana

Considerando que a secretária doméstica trabalha 5 dias por semana e toma 1 banho
quente por dia, tem-se: 5 dias x 1 banho quente = 5 Banhos quentes por semana

Logo, o total de banhos semanal considerado é de 89 Banhos quentes.

Como cada banho possui duração de 10 minutos, por semana, foram computadas 14,8
horas de banho quente, totalizando, aproximadamente, 60 horas de banho quente mensais. De
acordo com a Equação 1 e sabendo que o chuveiro escolhido possui potência de 5500 W,
conforme destaque na Figura 16, o consumo elétrico mensal de chuveiro é de 330 kWh.

5.1.2. Aquecedor elétrico para pias

Como a pia da cozinha será utilizada 3 vezes por dia durante 5 minutos, em uma semana, tem-
se o correspondente a 105 minutos de uso do aquecedor elétrico para a pia de cozinha, por
semana.

Com relação à pia da varanda gourmet será utilizada apenas 1 vez por semana durante
5 minutos, o uso correspondente é de 5 minutos semanais.

Logo, o total de tempo de utilização das pias é de 2 horas semanais, totalizando utilização
mensal de 8 horas. De acordo com a Equação 1 e sabendo que o aquecedor escolhido possui
potência de 5500 W, o consumo elétrico mensal de aquecedor é de 44 kWh.

5.1.3 Aquecedor elétrico e bomba para banheira

Sabendo que a banheira terá 1 utilização com duração de 30 minutos por semana, e que 1 mês
possui aproximadamente 4 semanas, tem-se: 1 uso x 30 minutos x 4 semanas = 2 horas de
utilização da banheira mensalmente
52

De acordo com a Equação 1 e sabendo que o aquecedor escolhido possui potência de


8000 W e a bomba, de 1105 W (1,5CV) o consumo elétrico mensal do aquecimento da
banheira é de 18,2 kWh

5.1.4 Consumo total de energia elétrica

O valor total do consumo de energia elétrica para o aquecimento de água mensalmente é de


392,2 kWh, considerando as parcelas de consumo do chuveiro, aquecimento elétrico para as
pias e aquecimento elétrico com bomba da banheira.

5.2. Custos do sistema de aquecimento elétrico

Os itens que compõem o custo total de um sistema de aquecimento elétrico de água são: custo
dos equipamentos, da instalação e o custo mensal com energia elétrica. O custo de
manutenção é praticamente nulo, pois o próprio morador pode realizar o serviço, tomando os
devidos cuidados, dada a facilidade deste.

5.2.1. Equipamentos

Foram solicitados os orçamentos dos equipamentos às empresas ML, W, A, S e BB, os quais


estão detalhados nas Figuras 28 a 33, respectivamente. Destaca-se que a empresa A participou
de duas solicitações de orçamento, os quais são apresentados nas Figuras 30 e 32.

Na Figura 28 tem-se o orçamento da empresa ML para 5 chuveiros elétricos e 2


aquecedores elétricos de pia, o qual é possível comparar com o da empresa W na Figura 29
que possui os mesmos equipamentos.
53

Figura 28: Orçamento ML de chuveiro elétrico e aquecedores de passagem.

Fonte: ML (2017).

Figura 29: Orçamento W de chuveiro elétrico e aquecedores de passagem.

Fonte: W (2017).
54

Na Figura 30 é possível observar o orçamento da empresa A para o aquecedor de


banheira, o qual se pode comparar com a Figura 31, que representa o orçamento realizado
pela empresa S.

Figura 30: Orçamento A de aquecedor para banheira.

Fonte: A (2017).

Figura 31: Orçamento S de aquecedor para banheira.

Fonte: S (2017).

Já na Figura 32 e na Figura 33, pode-se observar a comparação dos orçamentos para


bomba de hidromassagem das empresas A e BB, respectivamente.
55

Figura 32: Orçamento A de bomba para banheira.

Fonte: A (2017).

Figura 33: Orçamento BB de bomba para banheira.

Fonte: BB (2017).

Logo, para a compra dos chuveiros e dos aquecedores de pia, foi escolhida a empresa
ML com o orçamento de 1.782,16 reais, para a compra do aquecedor de banheira pode ser
escolhida qualquer uma das duas opções pois possuem o mesmo valor de 818,39 reais e para a
compra da bomba, foi escolhida a empresa A com o valor de 752,56 reais, totalizando assim
um custo de equipamentos de 3.353,11 reais. Assim, o trabalho tem por base os orçamentos
das correspondentes a ML (2017), A (2017) e BB (2017), por apresentarem menor custo e/ou
ser igual a outra empresa fornecedora de orçamento.

5.2.2. Instalação

Como a proposta é adquirir os produtos online, foi necessária a contratação de um profissional


local para executar a instalação dos mesmos. Desse modo, foi solicitado o orçamento para a
empresa A (2017), que pode ser visto na Figura 34:
56

Figura 34: Orçamento A para instalação de equipamentos de aquecimento elétrico.

Fonte: A (2017).

5.2.3. Energia Elétrica

Para o cálculo do custo anual de energia elétrica para o aquecimento de água, foi elaborada
uma planilha com abrangência de 1 ano, pois este é o intervalo para os dados das alíquotas de
PIS e COFINS fornecidos pela Energisa Sergipe. Além disso, também foi acrescida a alíquota
de ICMS referente à classe residencial com consumo acima de 220 kWh, que apresenta um
valor de 27% e o valor da COCIP para classe residencial com consumo entre 351 e 400 kWh,
que é de 11,91 reais, conforme Energisa Sergipe (2017b). O custo do kWh se enquadrou na
tarifa B1 e classe residencial sem benefício, resultando, assim, o valor de 0,46759 reais,
conforme Energisa Sergipe (2017a).

Por fim, o custo energético anual para a situação projetada foi de 3048,00 reais, como
pode ser observado na Figura 35, junto com todos os valores citados anteriormente.
57

Figura 35: Custo de energia elétrica para aquecimento de água.

Fonte: Autor (2017).

Vale destacar que o ICMS só deve ser cobrado para item de produto e energia é
consumo. Isso significa que o ICMS é cobrado indevidamente na fatura de energia, o que
implica que esse item pode ser retirado do custo energético.

Entretanto, oficialmente esse ICMS consta na fatura de energia, por isso que participa
dos cálculos apresentados. Assim, é possível concluir que o custo para implantação do sistema
de aquecimento elétrico de água é de 4453,11 reais e o custo anual de energia elétrica
consumida é de 3048,00 reais, isto é, 254,00 reais por mês, em média.

5.3. Dimensionamento e Projeto do aquecimento solar de água

Foram considerados 6 integrantes e 1 secretária doméstica na residência e o consumo de água


por dia é de 45 litros por pessoa, como é possível constatar na Figura 23, serão 315 litros de
água consumidos diariamente. De acordo com a Climate-Data (2017) a temperatura média
anual do município da Barra dos Coqueiros é de 25,6℃. Por fim, na Figura 25, é possível
verificar que a temperatura mínima para esta residência de acordo com as atividades que serão
desenvolvidas é de 60℃, pois esta é a temperatura mínima necessária para a pia de cozinha,
conforme apresentado por Bohn (20??).

O consumo de pia de cozinha é de 13 litros por hora, conforme a Figura 24. Como o
tempo máximo de utilização será de 20 minutos por dia (3 usos de 5 minutos para a pia da
58

cozinha + 5 minutos para a pia da varanda gourmet) o volume de água será de,
aproximadamente, 4,3 litros por dia.

O volume de água quente necessário para a banheira foi determinado com o sistema
entre a Equação 2 e Equação 3, com a temperatura final de 38℃, a temperatura de água
quente de 60℃ e a temperatura de água fria de 25,6℃, sendo que o volume total de água é de
1080 litros. Deste modo, tem-se:

(𝟔𝟎℃ × 𝐕𝐚𝐪𝐬 + 𝟐𝟓, 𝟔℃ × 𝐕𝐟𝐫𝐢𝐚 )


𝟑𝟖℃ =
𝟏𝟎𝟖𝟎

𝐕𝐚𝐪𝐬 + 𝐕𝐟𝐫𝐢𝐚 = 𝟏𝟎𝟖𝟎

Logo: V9;< = 389,30 litros e V6=79 = 690,70 litros.

Desse modo, a quantidade total de água quente necessária é de: 315 + 4,3 + 389,3 =
708,6 litros.

Aplicando as devidas variáveis na Equação 4, tem-se:

𝐐(𝐤𝐖𝐡) = 𝟕𝟎𝟖, 𝟔 × 𝟏 × 𝟏, 𝟏𝟔×𝟏𝟎c𝟑 × 𝟔𝟎 – 𝟐𝟓, 𝟔 = 𝟐𝟖, 𝟐𝟕 𝐤𝐖𝐡

Para a região litorânea de Sergipe, onde está localizado o município da Barra dos
Coqueiros, pode-se constatar uma intensidade de radiação de 5,0 a 5,5 kWh/m2/dia pela
Figura 26, conforme Arquitetura Solar (2014). Utilizando o valor médio de 5,25 kWh/m2/dia
e o rendimento de 50% na Equação 5, tem-se:

𝟐𝟖, 𝟐𝟕
𝐒= = 𝟏𝟎, 𝟖 𝐦𝟐
𝟓, 𝟐𝟓 × 𝟎, 𝟓

Dessa forma, foi adotado 12 m2, podendo, assim, utilizar 6 coletores de 2 m2 cada um.

Por se fazer necessário, conforme Benito (2009), foi determinada a capacidade do


boiler, utilizando-se as informações de Bohn (20??), de acordo com a Figura 27, e foi
escolhido o consumo de 700 litros de água quente, valor próximo ao volume total de água
quente que é de 708,6 litros, necessitando então, de um reservatório térmico de 500 litros,
correspondendo à 4,0 kW de potência.

De acordo com Soletrol (2017), a inclinação de instalação das placas solares deve ser
de 10º a mais que a latitude da região. Como esta tem valor de, aproximadamente, 10º para o
município da Barra dos Coqueiros, a inclinação do coletor deverá ser de 20º. O autor também
afirma que para o sistema de termossifão e instalação em desnível, o topo do coletor deve
59

estar a uma distância mínima de 30 centímetros do fundo do reservatório e que o fundo da


caixa d’água deve estar, no máximo, no mesmo nível do topo do reservatório térmico.

Na Figura 36 é possível ver a disposição do sistema na planta de cobertura com


encaminhamento de tubos para formar os barriletes e, na Figura 37, pode-se ver esta
disposição em detalhe. Observa-se que o conduto em azul conduzirá água fria, enquanto que o
traçado em vermelho transportará a água aquecida. Nessa Figura 37 observa-se onde estão
locadas as 6 placas solares que atendem à área calculada conforme (CREDER, 2012). Já na
Figura 38 é possível ver o corte com a inclinação das placas e o desnível entre coletor e
reservatório térmico e entre reservatório térmico e caixas d’água, o que garantirá o bom
funcionamento do sistema e, na Figura 39, pode-se observar o corte com mais detalhe, a
exemplo, presença de 30 cm entre o topo dos coletores e o fundo do reservatório, chegada de
água fria à placas por baixo e saída da água quente por cima, declividade das placas solares
com a horizontal de 20º, conforme recomendação de Soletrol (2017).

Nas Figuras de 36 a 39, em verde são os equipamentos do sistema solar (coletores


planos e reservatório térmico), em azul é a tubulação de água fria e em vermelho é a
tubulação de água quente. As medidas apresentadas estão em metros.
60

Figura 36: Planta de cobertura do barrilete.

Fonte: Autor (2017).


61

Figura 37: Detalhe da disposição do sistema.

Fonte: Autor (2017).

Figura 38: Corte.

Fonte: Autor (2017).


62

Figura 39: Detalhe do corte.

Fonte: Autor (2017).

5.4. Custos do sistema de aquecimento solar

5.4.1. Equipamentos

Foram solicitados os orçamentos dos equipamentos às empresas HS, SS e SG os quais estão


detalhados nas Figuras 40 e 41. As negociações com as empresas HS e SS foram online e a
SG foi local. A Figura 40 apresenta o orçamento da empresa HS com o valor dos produtos de
6.566,00 reais e frete de 622,46 reais, totalizando 7.188,46 reais.
63

Figura 40: Orçamento HS de equipamento solar e frete.

Fonte: HS (2017).

Já a empresa SS, que tem ilustrado seu orçamento na Figura 41, apresentou um valor
de 4.982,00 reais para os equipamentos e o frete de categoria FOB – Free On Board (Posto a
Bordo) – que usualmente possui valor máximo de 20% do valor da mercadoria, totalizando
assim 5.978,40 reais.
64

Figura 41: Orçamento SS de equipamento solar e frete.

Fonte: SS (2017).

A Figura 42 apresenta o orçamento da empresa SG com o valor dos produtos de


8.400,00 reais e 900,00 reais de mão de obra, totalizando 9.300,00 reais.
65

Figura 42: Orçamento SG de equipamento solar e instalação.

Fonte: SG (2017).

Logo, para a compra dos equipamentos de aquecimento solar de água, foi escolhida a
empresa SS com o orçamento 5978,40 reais (SS, 2017), por apresentar menor custo.

5.4.2. Instalação

Para produtos adquiridos sem instalação, como é o caso de equipamentos comprador online,
deve-se contratar um profissional capacitado para a realização deste serviço. Assim, foi
solicitado o orçamento para a empresa D que pode ser visto na Figura 43.
66

Figura 43: Orçamento D de instalação de equipamento solares.

Fonte: D (2017).

Portanto, de posse dos orçamentos para compra do equipamento solar de água somado
com o frete (SS, 2017), associado ao custo de instalação (D, 2017), pode-se concluir que o
custo para implantação do sistema de aquecimento solar de água é de 6.578,40 reais.

5.5. Tempo de retorno do investimento para implantação do sistema solar

Como pode ser visto, o custo total de implantação do sistema elétrico é de 4.453,11 reais e o
custo médio mensal de consumo elétrico é de 254,00 reais, totalizando 3.048,00 reais
anualmente. Já para a implantação do sistema solar, o custo é de 6.578,40 reais.

Para a situação da residência em questão, o tempo de retorno do investimento no


sistema solar, foi preciso verificar em quantos meses a diferença dos custos de implantação
será recuperada, ou seja: 6.578,40 – 4.453,11 = 2.125,29 reais, dividindo pela média mensal
do consumo de energia, tem-se: 2.125,29 / 254,00 = 8,4 meses, considerando o consumo
mensal e o faturamento pela energia, constantes. Logo, o tempo de retorno para esta situação
chega a ser menor que 1 ano, aproximadamente 8 meses e 2 semanas.

Para o cálculo do tempo de retorno da situação de residência já construída e em uso,


com investimento de sistema de aquecimento elétrico já pago pelo tempo de utilização, o
custo de implantação do sistema solar será comparado apenas com o custo mensal de energia
67

elétrica, ou seja: 6.578,40 / 254,00 = 25,9 meses. O que corresponde a aproximadamente 2


anos e 2 meses.
68

CONCLUSÃO

Com este estudo, foi possível concluir que o sistema de aquecimento solar de água é um
sistema viável, tanto na questão sustentável, quanto na questão de custos para o consumidor.
Primeiramente, pois é um sistema que não necessita de energia elétrica como carga principal
para tais finalidades, evitando assim a poluição do meio ambiente e os malefícios que lhe
possam causar pelo uso de recursos não renováveis e construção de usinas. Em segundo lugar,
por questões econômicas. Foi possível comprovar que o tempo de retorno é menos
significativo que a outra situação proposta, se comparado à vida útil do sistema que pode
ultrapassar os 20 anos, considerando ainda que após a instalação, não possui custos adicionais
para seu funcionamento e haverá economia de pelo menos 25% do custo total de energia
elétrica da residência já que esta é a parcela consumida pelo uso de chuveiros elétricos.

A quantidade de energia elétrica que seria necessária para o aquecimento de água seria
de 392,2kWh mensais com um custo anual de funcionamento de 3048,00 reais. Já o custo da
implantação deste sistema seria de 4.453,11 reais, referentes a aquisição de cinco chuveiros
elétricos, dois aquecedores elétricos de pia, uma bomba de hidromassagem e um aquecedor
elétrico de hidromassagem e a instalação dos mesmos.

O custo da implantação do sistema de aquecimento solar foi de 6.578,40 reais, onde


1.484,00 reais corresponderam a compra do reservatório térmico de 500 litros de baixa
pressão, 3.498,00 reais é o custo das placas que equivale aos 6 coletores solares de 2m2 cada,
996,40 reais referem-se o valor máximo do frete e 600,00 reais representam a instalação.

É importante ressaltar que quando o sistema solar é instalado ainda na fase de


construção da obra, o tempo de retorno é ainda menor, já que se deixa de adquirir
equipamentos elétricos para aquecimento de água. Como foi observado, o tempo de retorno
para este caso é de 8 meses e 2 semanas e numa situação de instalação onde o sistema de
aquecimento elétrico já foi pago pelo tempo de uso, o tempo de retorno é de 2 anos e 2 meses.
69

REFERÊNCIAS

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74

ANEXOS

Planta baixa do pavimento térreo.

Fonte: Utilitá (2017)


75

Planta baixa do pavimento superior.

Fonte: Utilitá (2017)


76

Planta baixa de cobertura.

Fonte: Utilitá (2017)

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