Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SÃO CRISTÓVÃO - SE
2017
ii
SÃO CRISTÓVÃO - SE
2017
iii
____________________________________
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado saúde para conseguir realizar meu sonho de
cursar Engenharia Civil na Universidade Federal de Sergipe.
Agradeço também aos meus pais que nunca mediram esforços para que eu tivesse uma
boa educação e uma vida feliz e aos meus dois anjos da guarda, minha avó Aldecy e meu avô
Djalmy (in memorian), que com certeza estão muito felizes com mais uma fase concluída da
minha vida.
A todos os professores que eu tive nessa jornada de 23 anos. As minhas eternas “tias”
do Jardim Escola Espírito Santo, aos meus professores do Colégio Módulo e a todos os
professores do curso de Engenharia Civil da UFS que de algum modo se esforçaram para
passar todo seu conhecimento e fazer de nós, alunos, pessoas melhores, especialmente a
minha professora e orientadora Denise que fez eu me apaixonar pela área de “águas”.
Agradeço a Alexandre Dala por toda ajuda que me deu para realizar este trabalho e me
levantar nos momentos de angústia e ansiedade.
A Lukas Freire, meu amigo-irmão de infância que sempre se preocupou comigo e
também me ajudou a relembrar os cálculos de temperatura de mistura para este trabalho.
Agradeço a todos os amigos que estiveram presentes nessa longa jornada de 5 anos,
pois eles provaram que eu fiz a melhor escolha cursando engenharia na UFS. Eu não me
encaixaria tão bem em outro lugar se não tivesse vocês ao meu lado. Até porque, como nós
mesmo dizemos: a viga é feita de momentos...
vii
(J.K. Rowling)
viii
RESUMO
Cada vez mais aumenta a procura pela eficiência energética, buscando ao máximo, não apenas
a economia nos gastos familiares, mas também a sustentabilidade. O aquecimento elétrico é
responsável por aproximadamente um quarto da energia consumida em uma residência e sua
geração, que no Brasil o principal meio é com as hidrelétricas, causa destruição de fauna,
flora e comunidades ribeirinhas. Neste contexto, o presente trabalho apresenta um estudo de
caso comparativo entre dois sistemas de aquecimento de água em uma unidade residencial
unifamiliar de alto-padrão: aquecimento solar e elétrico. O estudo considera os custos de
implantação e operação, além das vantagens e desvantagens dos respectivos sistemas,
objetivando conhecer o tempo de retorno do investimento através de pesquisas de mercado,
além da elaboração de projetos, mostrando aos usuários quais são as melhores opções
econômicas permitindo escolha fundamentada. O dimensionamento do aquecimento por
energia elétrica mostrou que o consumo para esta atividade foi de 392,2 kWh. Após o
dimensionamento para aquecimento solar, constatou-se que este é o sistema com maior custo
benefício, principalmente pelo fato de a residência estar localizada no Nordeste brasileiro
(região com alto índice de incidência solar). Foram propostas duas situações para o cálculo do
tempo de retorno: o primeira com o sistema solar sendo instalado em uma residência ainda em
construção ou que nunca tenha adquirido nenhum equipamento de aquecimento elétrico de
água e a segunda, a instalação do sistema solar em uma residência em uso que já possuísse um
sistema de aquecimento elétrico com investimento já pago pelo tempo de uso. Para a primeira
situação o tempo de retorno foi de 8 meses e 2 semanas e para a segunda, de 2 anos e 2 meses.
LISTA DE FIGURAS
Figura 13: Tipos de energia utilizada para aquecimento de água para banho. .........................34
Figura 23: Consumo de água aquecida referente a cada tipo de ocupação. ..............................45
Figura 24: Consumo de água aquecida para cada tipo de aparelho. .........................................46
x
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................14
2. OBJETIVOS........................................................................................................................16
2.1. Objetivo Geral ................................................................................................................................. 16
2.2. Objetivos Específicos...................................................................................................................... 16
4. METODOLOGIA ...............................................................................................................38
4.1. Área de Estudo ................................................................................................................................ 38
4.2. Estimativa do consumo de energia elétrica para o aquecimento elétrico de água .......................... 38
4.3. Avaliação dos custos do sistema de aquecimento elétrico.............................................................. 41
4.4. Dimensionamento dos equipamentos para aquecimento solar de água .......................................... 45
4.5. Avaliação dos custos do sistema de aquecimento solar .................................................................. 48
4.6. Tempo de retorno do investimento para implantação do sistema solar .......................................... 49
CONCLUSÃO .........................................................................................................................68
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................69
ANEXOS ..................................................................................................................................74
14
1. INTRODUÇÃO
É inquestionável que a atual situação climática mundial seja preocupante. As mudanças que
estão ocorrendo com o clima geram elevações nos níveis dos oceanos, aumento da
temperatura global, derretimento das calotas polares, aumento da força de desastres naturais e
secas severas. Parte da comunidade científica afirma que essa mudança climática é causada
pela poluição, a qual recebe grande contribuição da geração de energia por meios não-
renováveis ou energias que não sejam limpas.
Pelos motivos citados acima é que STEM (2017) afirma que a energia hidráulica é
renovável, pois sua fonte é inesgotável e está em constante renovação, mas não pode ser
classificada como energia limpa. O mesmo se aplica para a energia de biomassa, já que sua
fonte também é renovável (materiais vegetais não-fossilizados), mas a sua geração é dada por
queima, liberando, assim, poluentes na atmosfera.
15
É nesse enredo que a energia solar térmica se mostra tão importante, pois é um tipo de
energia que não emite poluentes em sua geração, não causa poluição sonora ou visual, não
contribui para o efeito estufa e possui fonte farta e inesgotável, sendo assim, classificada
como energia limpa (STEM, 2017).
2. OBJETIVOS
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
De acordo com Bezerra (1990), o mundo contemporâneo tem uma demanda energética
que cresce em ritmo acelerado para tentar atender as necessidades da população, o que
está levando a uma crise nesse ramo, a qual o homem tenta contornar buscando
alternativas na Natureza que sejam capazes de proporcionar a energia que tanto
necessita de modo inesgotável.
Segundo Aldabó (2002), essa busca por recursos renováveis, além de ter como
objetivo atender à demanda de energia atual, também tem a preocupação de não gerar
poluição ambiental, pois a forma de geração convencional, como energia nuclear e
combustível fóssil, traz impactos negativos ao meio ambiente. Isso não significa que
toda energia renovável seja limpa. Como exemplo, tem-se a energia de biomassa que
libera gás carbônico na atmosfera, e assim contribui com o aquecimento global,
enquanto que a energia solar é tida como a fonte de energia renovável menos poluente,
menos nociva ao meio ambiente e menos finita existente até o momento.
Contudo, Benito (2009) afirma que as primeiras instalações de energia solar térmica
com aplicação doméstica iniciaram no ano de 1930 em algumas universidades nos Estados
Unidos da América, com o objetivo de garantir o aquecimento de água em residências das
zonas isoladas das grandes cidades, e não por preocupação ecológica. Esta começou a surgir
apenas no ano de 1966 no Congresso “Novas Fontes de Energia” em Roma.
A energia solar sempre esteve disponível para toda a humanidade, entretanto nunca foi
tão aproveitada quanto as outras fontes de energia, mesmo estas apresentando
desvantagens, pois garantir suprimento de energia solar confiável é uma atividade que
encontra algumas dificuldades e possui certo grau de complexidade (ALDABÓ, 2002).
Aldabó (2002) afirma que a energia solar que incide diariamente sobre a Terra é
equivalente a toda energia consumida durante 27 anos no mundo e a quantidade de
radiação solar que incide sobre a Terra, num período de três dias, equivale à energia
armazenada de todas as fontes atuais de energia proveniente de combustíveis fosseis.
Essas informações confirmam a excelência desse tipo de energia.
19
Existem três tipos de processos que utilizam a energia proveniente do sol, são
eles: processo térmico, processo elétrico e processo químico. O processo térmico é
aquele que utiliza a radiação solar em processos que necessitam alterar a temperatura de
um líquido para que esses ocorram. Pode ser um processo térmico de alta temperatura,
quando esta fica acima dos 1000ºC, um processo de média temperatura, quando esta
chega até 1000ºC, utilizado em gerador de vapor de água, transformação de energia
elétrica em mecânica e fornos solares, e um processo de baixa temperatura, quando esta
não ultrapassa 100ºC, utilizado em aquecimento de ambientes, condicionamento de ar,
resfriamento, evaporação, destilação e gerador de vapor de líquido especial. O processo
elétrico possui o método de transformação direta da energia solar em energia elétrica, o
qual é usado no processo fotovoltaico e no gerador termelétrico. E por fim, o processo
químico, possui o processo bioquímico utilizado para fotólise – absorção de fótons que
provoca decomposição química ou dissociação de moléculas - e fotossíntese
(ALDABÓ, 2002).
Benito (2009) também afirma que toda luz solar que incide nos painéis é
aproveitada, porém a energia solar útil é determinada de acordo com as horas de pico de
sol, sendo que este valor depende da zona geográfica da instalação e da estação do ano.
Na Figura 1, pode-se ver esses valores em todo o território brasileiro.
20
Hodge (2011) afirma que existem três classificações de aplicação da energia solar:
ativa, passiva ou fotovoltaica.
Segundo Hodge (2011), existem três tipos de coletores: o coletor de campo heliostático,
o coletor parabólico e o coletor plano. O primeiro é formado por um conjunto de
espelhos refletores que seguem o movimento diurno do sol, a fim de refletir seus raios
para um receptor central e desse modo produz temperaturas muito mais altas que
qualquer outro tipo de coletor (Figura 3). Já o segundo, também conhecido por coletor
com concentração, usualmente se movimenta de acordo com o movimento do sol e,
graças ao seu espelho em forma de parábola, concentra os raios solares em uma única
tubulação, garantindo assim, altas temperaturas (Figura 4). E por fim o terceiro, o
coletor plano, apesar de não transferir altas temperaturas para o fluido como os dois
tipos anteriores, é o mais utilizado, principalmente em empreendimentos residenciais,
pelo seu menor custo, já que é um equipamento mais simples e, normalmente, fixo
(Figura 5).
Ainda de acordo com Aldabó (2002), as partes que constituem um coletor solar
são:
Aldabó (2002) ratifica que os coletores solares devem ser posicionados com
orientação pré-definida de forma a aproveitar ao máximo a radiação solar, e
normalmente são fixos. No hemisfério sul no Brasil, o coletor solar plano deve ser
posicionado com sua face voltada para o norte.
Benito (2009) alega que existe outro tipo de coletor que é usado para o
aquecimento de piscinas por causa do seu baixo rendimento para temperaturas maiores
que 30ºC, por isso é utilizado quase exclusivamente neste tipo de aplicação. Esse é um
painel composto de tubos de polipropileno acoplados, a fim de formar um sistema
hidráulico por onde a água proveniente da piscina circula para aquecer. Na Figura 7 é
possível ver um exemplo deste tipo de painel.
26
Caso a instalação não seja projetada para ser autossuficiente durante todo o ano,
por exemplo, nos casos de grande variação energética sazonal, o acumulador deve ser
associado a um sistema de apoio energético para que este opere na ocorrência de
insuficiência da radiação solar. Seria inviável manter um sistema que fosse
autossuficiente nas épocas de menor energia, como no inverno, durante todo o ano, pois
a variação de energia entre as estações pode chegar a quatro vezes menos, como alega
Benito (2009). O sistema de apoio pode ser resistência elétrica ou sistema de
aquecimento a gás.
27
Carvalho et al. (2012) explicam que o aquecimento ativo pode ter dois tipos de
circulação do líquido: Circulação Natural ou Circulação Forçada. A primeira, também
chamada de termossifão, é o sistema utilizado em instalações de dimensões reduzidas e
para a produção de águas quentes sanitárias, pois é um sistema de baixa produtividade
solar, de capacidade de armazenamento de energia e de área de captação, contudo,
possui instalação mais simples e não depende de bombas ou controles eletrônicos. A
segunda é o sistema que utiliza bomba para que haja a circulação do líquido entre os
coletores e o depósito, isso garante que maior volume de água seja aquecido, porém
exige cálculos de dimensionamento e instalação do sistema mais complexos. Este tipo
de sistema também permite que o acumulador seja instalado num nível mais inferior que
os coletores e a maior distância caso seja necessário. Nas Figuras 8 e 9 é possível ver o
esquema das circulações em termossifão e forçada, respectivamente.
Carvalho et al. (2012) também afirmam que existem diversos tipos de ligações
que podem ser executadas entre os coletores e que as principais são as ligações em série,
as em paralelo e as mistas.
• A ligação em série (Figura 10) é aquela em que a água passa por todas as
placas em sequência, ou seja, após sair do primeiro coletor, ela entra no
segundo e sucessivamente, isso garante a ela maior temperatura.
• A ligação em paralelo (Figura 11) é aquela que visa aumentar o volume
de água aquecida, pois a água passa apenas por uma placa, ou seja, a
água que passa pelo primeiro coletor vai direto para o acumulador e isto
acontece também nos outros coletores.
• E por fim, o sistema misto (Figura 12), como o próprio nome insinua, é
uma combinação de série e paralelo, o que gera maior volume de água
aquecida e com maior temperatura que uma instalação de apenas coletor.
29
PENA (20??) explica que apesar de ser considerado umas das melhores maneiras de
aquecimento de água, há desvantagens como o alto custo de implantação do sistema,
principalmente dos equipamentos como os coletores e o reservatório térmico. O autor ressalta
ainda que, por depender diretamente de fatores climáticos, não é possível ser implantando em
qualquer região, ficando restrito a lugares que recebem forte insolação, e a eficácia do sistema
varia de região para região. Ademais, há um baixo aproveitamento no que diz respeito ao
armazenamento de calor nas placas.
energia renovável. A cada m² de placa instalado para este método é possível: (ABRAVA,
2014):
Constata-se que a geração e produção de energia solar térmica é uma das mais baratas
em todo o território brasileiro, aumentando assim a capacidade energética do país. Por
conseguinte, há maior economia para o consumidor final, uma vez que há redução no
consumo de energia, aumentando o rendimento líquido das famílias, principalmente de baixa
renda, e convertendo esta redução de gastos em compras de produtos e aquisição de serviços
variados (ABRAVA, 2014).
Pena (20??) destaca outros pontos importantes como a geração de empregos diretos e
indiretos em toda a sua cadeia; baixa necessidade de manutenção; não há necessidade de
grandes áreas para instalação e produção da energia solar; desmatamento praticamente
inexistente, mesmo em áreas de grandes usinas solares, além de que é possível ser utilizado
em nível residencial.
3.4. Legislação vigente para projetos e instalações prediais de água quente e de sistema de
aquecimento solar de água em circuito direto
As normas da ABNT, NBR 7198 (ABNT, 1993) e NBR 15569 (ABNT, 2008) são as que
regulamentam as atividades de instalações prediais de água quente e de sistema de
aquecimento solar de água em circuito direto, respectivamente.
A NBR 7198 (ABNT, 1993) tem como objetivo apresentar as exigências mínimas de
higiene, segurança, economia e conforto dos usuários para execução de projetos e execuções
32
de instalações prediais de água quente para consumo humano com temperatura de até 70ºC.
Nela estão definidos:
Já a NBR 15569 (ABNT, 2008) tem como objetivo estabelecer os requisitos para o
sistema de aquecimento solar. Os principais tópicos apresentados nesta norma são:
• Termos e definições:
33
Figura 13: Tipos de energia utilizada para aquecimento de água para banho.
Equipamentos elétricos para aquecimento da água como o chuveiro são utilizados com
muito mais frequência no Brasil quando comparado a qualquer outro país, segundo o
Ministério de Minas e Energia (2011), em decorrência da crise do petróleo na década de 1970,
35
De acordo com Day (2009), por conta do alto custo das instalações a gás, os chuveiros
elétricos passaram a ser utilizados por quase toda a população, entretanto os aparelhos não
apresentavam segurança em consequência da negligência não só dos fabricantes, mas também
dos desmazelos dos instaladores quanto ao isolamento dos condutores elétricos, por exemplo.
Porém, a partir do final da década de 1960, foram desenvolvidos chuveiros elétricos de
plástico, barateando os custos, propiciando diferentes modelos e melhorando o isolamento
elétrico. Adicionalmente, no final da década de 1980, surgiram novas normas de aterramento
e instalação elétrica contribuindo ainda mais para o melhoramento dos equipamentos.
Existem vários tipos de chuveiros desde modelos convencionais e mais simples, até
aqueles que possuem pressurizador, blindagem ou que são eletrônicos. Contudo, o
consumidor não deve se preocupar apenas com o produto. É necessário haver cuidados com a
instalação e a manutenção, pois é um equipamento elétrico que está em constante contato com
água, o que pode levar a algum tipo de acidente com o usuário. Por esse motivo, se indica a
instalação e manutenção por profissionais capacitados (BARBOSA, 20??).
no uso de água se comparados a outros sistemas, pois não há necessidade de esperar até a
água aquecer para começar a tomar o banho, e a vazão de saída é menor.
Complementarmente, Nakamura (2016) cita que além da praticidade na instalação e o baixo
custo, necessita de pouca manutenção (demanda limpeza esporádica e substituição da
resistência caso queime), fácil manuseio e é um produto acessível à grande maioria da
população, mesmo de baixa renda.
38
4. METODOLOGIA
4.1. Área de Estudo
(dois) banhos quentes e 1 (um) frio por dia por pessoa da moradia. Brasil Post (2014) afirma
que, de acordo com Benedito Braga, presidente do Conselho Mundial da Água e professor de
engenharia ambiental da Universidade de São Paulo, um banho de 10 (dez) minutos é o
suficiente, principalmente para se evitar o desperdício de água. Para a pia da cozinha,
estimou-se 3 (três) lavagens de louça por dia, com duração de 5 (cinco) minutos cada uma. Já
para a pia da varanda gourmet, estimou-se 1 (uma) lavagem de louça por semana, sugerindo
assim que será 1 (uma) utilização a cada fim de semana, com duração também de 5 (cinco)
minutos. E por fim, para a banheira supôs-se 1 (uma) utilização por semana com duração de
30 (trinta) minutos.
onde, T6789: é a temperatura final desejada da água, no caso 38℃, T9;< é a temperatura da água
quente de serviço em ℃, T6=79 é a temperatura da água fria em ℃, V9;< é o volume de água
quente em litros, V6=79 é o volume de água fria em litros e V?@?9: é o volume de água total
necessário, no caso 1080 litros.
Por fim, para o cálculo da área de coletores, de acordo com Creder (2012), deve-se
utilizar a Equação 5.
𝐐
𝐒= (Equação 5)
𝐈×𝛈
Para a determinação da capacidade do boiler, foi utilizada a Figura 27, a qual relaciona
o volume de água quente necessário com um reservatório térmico de capacidade um pouco
inferior, já que este estará em constante preenchimento e aquecimento, logo, não sendo
necessário estocar toda a água que será consumida durante o dia de uma única vez. Já em
relação à escolha do tipo de equipamento, será utilizado reservatório térmico de baixa pressão,
caso a disposição do sistema atenda aos requisitos para funcionar por termossifão, caso
contrário, haverá a necessidade de ser de alta pressão, para que possa funcionar com
circulação forçada.
O custo do sistema de aquecimento solar de água é composto pela compra dos equipamentos,
instalação e manutenção.
Para o levantamento de preço dos equipamentos, foram feitos contatos com empresas
tanto do Estado, como fora dele. O contato foi realizado pela internet e necessitava do
acréscimo do valor do frete para que os produtos pudessem ser entregues.
49
Para a questão da manutenção, WGSol (2017) explica que esta é simples de ser
realizada, necessitando apenas de limpeza semestral na parte superior dos coletores para
garantir que a luz solar será totalmente aproveitada e verificação de vazamentos na tubulação
ou danos no vidro superior do coletor. Anualmente, se recomenda fazer o completo
esvaziamento do reservatório térmico para a realização de limpeza, evitando assim o acúmulo
de impurezas que eventualmente são carreadas pela água. Pela dada simplicidade, estas
atividades podem ser realizadas pelo próprio morador da residência.
Também vale salientar que Eco Casa (2014) afirma que o sistema solar tem vida útil
de no mínimo 25 anos, aumentando assim, o seu custo-benefício.
Para calcular o tempo de retorno, foram propostas duas situações: a primeira é para a situação
da residência em questão a qual serve de base para o desenvolvimento deste trabalho, ou seja,
uma residência em fase de construção ou pelo menos sem a aquisição de equipamento de
aquecimento solar elétrico; a segunda situação é de residência já construída e em uso, que
possua um sistema de aquecimento elétrico que já teve seu investimento pago pelo tempo de
utilização. Foram feitas essas duas suposições pois este trabalho também tem como objetivo
contribuir com a sociedade para com a demonstração da viabilidade dos sistemas de
aquecimento solar de água.
Para o segundo caso, o custo de implantação do sistema solar foi comparado apenas
com o custo mensal de energia elétrica, já que o investimento com o sistema de aquecimento
elétrico já foi pago pelo seu tempo de uso.
50
51
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1. Determinação do consumo de energia elétrica mensal para o aquecimento elétrico de água
Sabendo que, para a pior situação, haverá 6 moradores na residência, cada um tomando dois
banhos quentes diários, e realizando o cálculo para o período de 1 semana, tem-se:
6 moradores x 2 banhos quentes x 7 dias = 84 Banhos quentes por semana
Considerando que a secretária doméstica trabalha 5 dias por semana e toma 1 banho
quente por dia, tem-se: 5 dias x 1 banho quente = 5 Banhos quentes por semana
Como cada banho possui duração de 10 minutos, por semana, foram computadas 14,8
horas de banho quente, totalizando, aproximadamente, 60 horas de banho quente mensais. De
acordo com a Equação 1 e sabendo que o chuveiro escolhido possui potência de 5500 W,
conforme destaque na Figura 16, o consumo elétrico mensal de chuveiro é de 330 kWh.
Como a pia da cozinha será utilizada 3 vezes por dia durante 5 minutos, em uma semana, tem-
se o correspondente a 105 minutos de uso do aquecedor elétrico para a pia de cozinha, por
semana.
Com relação à pia da varanda gourmet será utilizada apenas 1 vez por semana durante
5 minutos, o uso correspondente é de 5 minutos semanais.
Logo, o total de tempo de utilização das pias é de 2 horas semanais, totalizando utilização
mensal de 8 horas. De acordo com a Equação 1 e sabendo que o aquecedor escolhido possui
potência de 5500 W, o consumo elétrico mensal de aquecedor é de 44 kWh.
Sabendo que a banheira terá 1 utilização com duração de 30 minutos por semana, e que 1 mês
possui aproximadamente 4 semanas, tem-se: 1 uso x 30 minutos x 4 semanas = 2 horas de
utilização da banheira mensalmente
52
Os itens que compõem o custo total de um sistema de aquecimento elétrico de água são: custo
dos equipamentos, da instalação e o custo mensal com energia elétrica. O custo de
manutenção é praticamente nulo, pois o próprio morador pode realizar o serviço, tomando os
devidos cuidados, dada a facilidade deste.
5.2.1. Equipamentos
Fonte: ML (2017).
Fonte: W (2017).
54
Fonte: A (2017).
Fonte: S (2017).
Fonte: A (2017).
Fonte: BB (2017).
Logo, para a compra dos chuveiros e dos aquecedores de pia, foi escolhida a empresa
ML com o orçamento de 1.782,16 reais, para a compra do aquecedor de banheira pode ser
escolhida qualquer uma das duas opções pois possuem o mesmo valor de 818,39 reais e para a
compra da bomba, foi escolhida a empresa A com o valor de 752,56 reais, totalizando assim
um custo de equipamentos de 3.353,11 reais. Assim, o trabalho tem por base os orçamentos
das correspondentes a ML (2017), A (2017) e BB (2017), por apresentarem menor custo e/ou
ser igual a outra empresa fornecedora de orçamento.
5.2.2. Instalação
Fonte: A (2017).
Para o cálculo do custo anual de energia elétrica para o aquecimento de água, foi elaborada
uma planilha com abrangência de 1 ano, pois este é o intervalo para os dados das alíquotas de
PIS e COFINS fornecidos pela Energisa Sergipe. Além disso, também foi acrescida a alíquota
de ICMS referente à classe residencial com consumo acima de 220 kWh, que apresenta um
valor de 27% e o valor da COCIP para classe residencial com consumo entre 351 e 400 kWh,
que é de 11,91 reais, conforme Energisa Sergipe (2017b). O custo do kWh se enquadrou na
tarifa B1 e classe residencial sem benefício, resultando, assim, o valor de 0,46759 reais,
conforme Energisa Sergipe (2017a).
Por fim, o custo energético anual para a situação projetada foi de 3048,00 reais, como
pode ser observado na Figura 35, junto com todos os valores citados anteriormente.
57
Vale destacar que o ICMS só deve ser cobrado para item de produto e energia é
consumo. Isso significa que o ICMS é cobrado indevidamente na fatura de energia, o que
implica que esse item pode ser retirado do custo energético.
Entretanto, oficialmente esse ICMS consta na fatura de energia, por isso que participa
dos cálculos apresentados. Assim, é possível concluir que o custo para implantação do sistema
de aquecimento elétrico de água é de 4453,11 reais e o custo anual de energia elétrica
consumida é de 3048,00 reais, isto é, 254,00 reais por mês, em média.
O consumo de pia de cozinha é de 13 litros por hora, conforme a Figura 24. Como o
tempo máximo de utilização será de 20 minutos por dia (3 usos de 5 minutos para a pia da
58
cozinha + 5 minutos para a pia da varanda gourmet) o volume de água será de,
aproximadamente, 4,3 litros por dia.
O volume de água quente necessário para a banheira foi determinado com o sistema
entre a Equação 2 e Equação 3, com a temperatura final de 38℃, a temperatura de água
quente de 60℃ e a temperatura de água fria de 25,6℃, sendo que o volume total de água é de
1080 litros. Deste modo, tem-se:
Desse modo, a quantidade total de água quente necessária é de: 315 + 4,3 + 389,3 =
708,6 litros.
Para a região litorânea de Sergipe, onde está localizado o município da Barra dos
Coqueiros, pode-se constatar uma intensidade de radiação de 5,0 a 5,5 kWh/m2/dia pela
Figura 26, conforme Arquitetura Solar (2014). Utilizando o valor médio de 5,25 kWh/m2/dia
e o rendimento de 50% na Equação 5, tem-se:
𝟐𝟖, 𝟐𝟕
𝐒= = 𝟏𝟎, 𝟖 𝐦𝟐
𝟓, 𝟐𝟓 × 𝟎, 𝟓
Dessa forma, foi adotado 12 m2, podendo, assim, utilizar 6 coletores de 2 m2 cada um.
De acordo com Soletrol (2017), a inclinação de instalação das placas solares deve ser
de 10º a mais que a latitude da região. Como esta tem valor de, aproximadamente, 10º para o
município da Barra dos Coqueiros, a inclinação do coletor deverá ser de 20º. O autor também
afirma que para o sistema de termossifão e instalação em desnível, o topo do coletor deve
59
5.4.1. Equipamentos
Fonte: HS (2017).
Já a empresa SS, que tem ilustrado seu orçamento na Figura 41, apresentou um valor
de 4.982,00 reais para os equipamentos e o frete de categoria FOB – Free On Board (Posto a
Bordo) – que usualmente possui valor máximo de 20% do valor da mercadoria, totalizando
assim 5.978,40 reais.
64
Fonte: SS (2017).
Fonte: SG (2017).
Logo, para a compra dos equipamentos de aquecimento solar de água, foi escolhida a
empresa SS com o orçamento 5978,40 reais (SS, 2017), por apresentar menor custo.
5.4.2. Instalação
Para produtos adquiridos sem instalação, como é o caso de equipamentos comprador online,
deve-se contratar um profissional capacitado para a realização deste serviço. Assim, foi
solicitado o orçamento para a empresa D que pode ser visto na Figura 43.
66
Fonte: D (2017).
Portanto, de posse dos orçamentos para compra do equipamento solar de água somado
com o frete (SS, 2017), associado ao custo de instalação (D, 2017), pode-se concluir que o
custo para implantação do sistema de aquecimento solar de água é de 6.578,40 reais.
Como pode ser visto, o custo total de implantação do sistema elétrico é de 4.453,11 reais e o
custo médio mensal de consumo elétrico é de 254,00 reais, totalizando 3.048,00 reais
anualmente. Já para a implantação do sistema solar, o custo é de 6.578,40 reais.
CONCLUSÃO
Com este estudo, foi possível concluir que o sistema de aquecimento solar de água é um
sistema viável, tanto na questão sustentável, quanto na questão de custos para o consumidor.
Primeiramente, pois é um sistema que não necessita de energia elétrica como carga principal
para tais finalidades, evitando assim a poluição do meio ambiente e os malefícios que lhe
possam causar pelo uso de recursos não renováveis e construção de usinas. Em segundo lugar,
por questões econômicas. Foi possível comprovar que o tempo de retorno é menos
significativo que a outra situação proposta, se comparado à vida útil do sistema que pode
ultrapassar os 20 anos, considerando ainda que após a instalação, não possui custos adicionais
para seu funcionamento e haverá economia de pelo menos 25% do custo total de energia
elétrica da residência já que esta é a parcela consumida pelo uso de chuveiros elétricos.
A quantidade de energia elétrica que seria necessária para o aquecimento de água seria
de 392,2kWh mensais com um custo anual de funcionamento de 3048,00 reais. Já o custo da
implantação deste sistema seria de 4.453,11 reais, referentes a aquisição de cinco chuveiros
elétricos, dois aquecedores elétricos de pia, uma bomba de hidromassagem e um aquecedor
elétrico de hidromassagem e a instalação dos mesmos.
REFERÊNCIAS
BOHN, Adolar Ricardo. Instalação predial de água quente. 20??. Disponível em:
<http://www.labeee.ufsc.br/~luis/ecv5644/apostilas/aq.pdf> Acesso em 07/07/2017 às 21:25
BENITO, Tomás Perales. Práticas de Energia Solar Térmica. Porto: Publindústria, Produção
de comunicação, 2009.
BEZERRA, Arnaldo Moura. Aplicações Práticas da Energia Solar: aquecedor de água, fogão,
destilador, silo-secador de grãos. São Paulo: Nobel, 1990.
CARVALHO, Luís Miguel Rodrigues de; BARBOSA, Joaquim Carlos Lopes; TEIXEIRA,
Tiago Manual Machado; CALADO, Vítor Manuel Lourenço. Manual de Instalação de
Sistemas Solares Térmicos. Publindústria, Produção de comunicação, 2012.
CASA & CONSTRUÇÃO. Dicas: Manutenção de duchas e chuveiros. 2017. Disponível em:
<http://www.cec.com.br/dicas-manutencao-manutencao-de-duchas-e-chuveiros?id=176>.
Acesso em 08/07/2017 às 16:15.
CREDER, Hélio. Instalações Hidráulicas e Sanitárias. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012.
ELETROBRAS PROCEL. Energia Solar para Aquecimento no Brasil. Rio de Janeiro, 2012.
Disponível em:
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/60553/mod_resource/content/1/Livro%20Solar.pdf
>. Acesso em 06/08/2017 às 15:35.
ENERGISA – Energisa Sergipe – Distribuidora de Energia S.A. 2017a. Disponível em: <
http://www.energisa.com.br/Paginas/informacoes/taxas-prazos-e-normas/tipos-tarifas.aspx>.
Acesso em 06/07/17 às 13:20
71
ENERGISA – Energisa Sergipe – Distribuidora de Energia S.A. 2017b. Disponível em: <
http://www.energisa.com.br/Paginas/informacoes/taxas-prazos-e-normas/impostos-outros-
encargos.aspx>. Acesso em 06/07/17 às 18:45.
GRIMONI, José Aquiles Baesso; GALVÃO, Luiz Cláudio Ribeiro; UDAETA, Miguel Edgar
Morales. Iniciação a Conceitos De Sistemas Energéticos Para O Desenvolvimento Limpo. São
Paulo: Edusp, 2004
HRUSKA, Joel. New solar power plant is the first to go supercritical, but solar’s long term
cost and efficiency still questioned. 2014. Disponível em:
<http://www.extremetech.com/extreme/184501-new-solar-power-plant-is-the-first-to-go-
supercritical-but-solars-long-term-cost-and-efficiency-still-questioned>. Acesso em
28/07/2017.
PALAZZO JR, Jose Truta; CARBOGIN, João Bosco Priamo. Conservação da Natureza: EU
COM ISSO? 2012. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/institutopeabiru/conservao-da-
natureza-e-eu-com-isso>. Acesso em 10/09/2017 às 14:10.
PENA, Rodolfo Alves. Vantagens e Desvantagens da Energia Solar. 20??. Disponível em:
<http://brasilescola.uol.com.br/geografia/vantagens-desvantagens-energia-solar.htm>. Acesso
em 04/08/2017 às 16:17.
PORTO SEGURO. Dicas: Como fazer a manutenção do seu chuveiro e ter água quente de
verdade. 2016. Disponível em: <https://www.meuportoseguro.com.br/minha-casa/dicas-para-
casa/manutencao-do-seu-chuveiro/>. Acesso em 08/07/2017 às 16:15
VIEIRA, Bruna. Tomar banho todos os dias não é prática comum em alguns países. 2015.
Disponível em: < http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2015/08/tomar-banho-todos-os-dias-
nao-e-pratica-comum-em-alguns-paises.html>. Acesso em 03/09/2017 às 17:15.
ANEXOS