Você está na página 1de 68

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ


Criada pela Lei nº 10.435, de 24 de abril de 2002
Instituto de Engenharia Mecânica
UNIFEI/IEM Trabalho Final de Graduação

Universidade Federal de Itajubá


Instituto de Engenharia Mecânica

INSTALAÇÃO SOLAR FOTOVOLTAICA CONECTADA A


REDE: PROJETO, ASPECTOS LEGAIS, DADOS REAIS E
VIABILIDADE ECONÔMICA EM UMA RESIDÊNCIA
FAMILIAR BRASILEIRA.

Larissa Ferraz Felipe Santos

Monografia submetida à banca


examinadora do Trabalho Final de Graduação
apresentado à Universidade Federal de Itajubá,
como parte dos requisitos para a obtenção do título
de Engenheiro (a) de Energia.

Orientador: Prof. Christian J. R. Coronado


Co-orientador: Prof. Tatiane Caetano Silva

Itajubá - MG
Julho / 2018
1
Dedicatória

Dedico este trabalho a Deus e à minha querida família.

2
Agradecimentos

Este trabalho não poderia ser terminado sem a ajuda de diversas pessoas, às quais presto
minha homenagem.
Aos meus pais, Célia e Luis Paulo, pelo incentivo em todos os momentos da minha vida,
eles que sempre me apoiaram, ouviram e se sacrificaram pelos meus sonhos.
Ao meu orientador, Dr. Christian Jeremi Coronado Rodriguez, pela paciência e horas
de dedicação, sempre compartilhando seu conhecimento.
Aos professores pela dedicação em promover o saber, dentro e fora de sala de aula,
contribuindo para minha formação profissional.
A meus amigos de faculdade e moradia, pelo incentivo, apoio e paciência, vocês
contribuíram para minha formação humana.

3
“Cada pessoa deve trabalhar para o seu aperfeiçoamento e,
ao mesmo tempo, participar da responsabilidade coletiva por toda a humanidade."
Marie Curie

4
Resumo

O presente trabalho tem como objetivo o estudo do dimensionamento de uma instalação

solar fotovoltaica interligada à rede elétrica para uma residência na cidade de Itajubá, Minas

Gerais, Brasil, utilizando tecnologias nacionais comercialmente disponíveis no mercado e

respeitando as políticas públicas para esta implementação. O estudo baseia-se em uma

residência unifamiliar, considera-se, portanto; em um valor médio da demanda de energia

elétrica registrada na conta de energia fornecida pela companhia elétrica local e também dados

referentes ao potencial solar da região, desta forma elabora-se o projeto de um sistema

fotovoltaico (FV) capaz de suprir a demanda requerida. Realizou-se também um estudo da

viabilidade econômica considerando dados reais de um sistema FV instalado nesta residência,

tarifa de energia elétrica atual, custo de investimento com dados atuais do mercado brasileiro,

assim calculou-se alguns parâmetros decisórios como a TIR, VPL e o respectivo Payback.

Por outro lado, aborda-se também questões legais e políticas a fim de se mostrar como

o cenário brasileiro se comporta perante a implantação de novos projetos fotovoltaicos para

residências. No Brasil, as micros gerações são empregadas para abastecer o consumo próprio,

podendo gerar créditos de energia nos períodos em que a geração supre a demanda. A instalação

em massa de pequenos sistemas de geração distribuída está em crescimento e contribui para o

aumento da disponibilidade de eletricidade no Brasil.

Palavras-chave: Energia, fotovoltaica, solar, micro geração, viabilidade econômica.


5
Abstract

The present work aims to study the design of a solar photovoltaic installation that has

been interconnected to the electricity grid at a residence located in Itajubá, Minas Gerais, Brazil,

by using technologies which are available in the market and following the public policies on its

implementation. It is based on a single-family home, thence it is considered an average price of

electricity demand from a bill supplied by the local electricity agency. Furthermore, data on

sunlight potential in the region has been collected, thus it was designed a project aimed at

implementing a photovoltaic system (PV) facility which is able to supply the required local

demand. An economic feasibility analysis has also been performed by considering actual data

of a PV system installed in this residence, current electricity charges, and investment cost with

current data on the Brazilian market so as to calculate some decision-making parameters, such

as IRR, NPV and their respective Payback.

On the other hand, it was also assessed legal and political issues in order to depict the

Brazilian scenario as regards the implementation of new photovoltaic solar projects for homes.

In Brazil, power microgeneration facilities are used to provide for their own consumption needs,

which can generate energy credits during periods in which generation meets demand. Large-

scale microgeneration systems have been progressively implemented in Brazil, which

contributes to an increase in electricity availability nationwide.

Key words: Energy, Photovoltaic, Solar, microgeneration, economic viability.


6
Lista de Figuras

Figura 1. Energia solar.............................................................................................................. 14


Figura 2.Componentes dos raios solares .................................................................................. 15
Figura 3. Média anual das radiações na latitude do local nas capitais Brasileiras ................... 16
Figura 4.Valores das potencias instaladas em placas fotovoltaicas no setor industrial brasileiro
.................................................................................................................................................. 26
Figura 5. Valores das potencias instaladas em placas fotovoltaicas no setor residencial
brasileiro ................................................................................................................................... 27
Figura 6. Valores das potencias instaladas em placas fotovoltaicas no setor comercial
brasileiro ................................................................................................................................... 28
Figura 7. Evolução das potências instaladas em placas fotovoltaicas no estado de Minas
Gerais ........................................................................................................................................ 29
Figura 8. Valores das radiações global horizontal e na latitude do local da cidade de Itajubá 32
Figura 9. Comparação entra a geração real de eletricidade com sistema fotovoltaico e o
modelo teórico para o sistema fotovoltaico instalado na residência do caso em estudo .......... 37
Figura 10. Instalação do inversor na parede interior da residência .......................................... 39
Figura 11. a) Instalação das 8 placas FV no telhado da residência, b) Detalhes da instalação
dos suportes das placas no telhado da residência. .................................................................... 39
Figura 12. Instalação residencial com placas fotovoltaicas e baterias ..................................... 41
Figura 13. Gerador Fotovoltaico Hibrido PHB ........................................................................ 46
Figura 14. Composição de uma placa fotovoltaica................................................................... 49
Figura 15. Comparação placas com células bifacial e monofacial ........................................... 50
Figura 16. Placa da marca LG com 12 barramentos................................................................. 51
Figura 17. Split panels .............................................................................................................. 52
Figura 18. Organic PhotoVoltaic (OPV) .................................................................................. 53
Figura 19.OPTree Museu do amanhã Rio de Janeiro ............................................................... 54
Figura 20. Sede da TOTVS ...................................................................................................... 55
Figura 21. Ônibus solar ............................................................................................................ 56

7
Lista de Tabelas

Tabela 1. Unidades consumidoras (UC) com geração distribuída por tipo de fonte ................ 24
Tabela 2. Unidades consumidoras (UC) com geração distribuída por estado .......................... 25
Tabela 3. Radiação solar e média para cidade de Itajubá ......................................................... 32
Tabela 4. Valores retirados do catalogo da placa Canadian Solar CS6P-260/265/270P em
condições standart..................................................................................................................... 33
Tabela 5. Dados do inversor Fonius Galvo 2.0-1 ..................................................................... 38
Tabela 6. Potência dos equipamentos componentes da carga prioritária ................................. 44
Tabela 7. Comparativo de valores referentes aos painéis da marca Canadian com diferentes
potências ................................................................................................................................... 47
Tabela 8. Comparação de valores sobre diferentes marcas de painéis com mesma potência .. 48

8
Lista de Abreviaturas e Siglas

AC - Acre
Ah - Ampere hora
AL - Alagoas
AM – Amazonas
ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica
AP - Amapá
BA - Bahia
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CA - Corrente Alternada
CC - Corrente Contínua
CE - Ceará
CEMIG - Companhia Energética de Minas Gerais
CONFAZ - Conselho Nacional de Política Fazendária
DF - Distrito Federal
EPE - Empresa de Pesquisa Energética
ES - Espirito Santo
EVA - Espuma Vinílica Acetinada
FV - Fotovoltaica
ºC - Graus Centigrados
G - Irradiância global horizontal
GD - Geração Distribuída
Gdif - Radiação difusa
Gdir - Irradiância difusa horizontal
Gn - Irradiância direta normal
Gn - Radiação direta normal
9
GO. - Irradiância no topo da atmosfera
GO - Goiás
GW - Gigawatt
Hz – Hertz
ICMS - Imposto sobre operações relativas a Circulação de Mercadorias e prestação de Serviços
Imp - Corrente de Operação
Isc - Corrente de curto circuito
MA - Maranhão
MG - Minas Gerais
MPPT - Maximal Power Point Tracker
MT - Mato Grosso
MS - Mato Grosso do Sul
MW - Megawatt
OPV - Organic PhotoVoltaic
PA – Pará
PB – Paraíba
PCH - Pequena Central Hidrelétrica
PE - Pernambuco
PERC - Passivated Emitter Rear Cell
PI - Piauí
PR – Paraná
ProGD - Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia Elétrica
PROINFA - Programa de Incentivos às Fontes Alternativas de Energia Elétrica
PV - Photovoltaic System
% - Porcentagem
kW - Quilowatt
kWh - Quilowatt Hora

10
REN - Resolução Normativa
RJ - Rio de Janeiro
RN - Rio Grande do Norte
RS - Rio Grande do Sul
RO - Rondônia
RR – Roraima
SE - Sergipe
SP - São Paulo
SC - Santa Catarina
SWERA - Solar and Wind Energy Resource Assessment
TIR - Taxa Interna de Retorno
TMA - Taxa Mínima de Atratividade
TO - Tocantis
V – Volts
Vmp - Tensão de Operação
Voc - Tensão de circuito aberto
VPL - Valor presente liquido
UC- Unidade Consumidora
W - Watts
Wp – Watts pico

11
SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................. 13


1.1 Conceitos Fundamentais ..................................................................................................... 13
1.2 Radiação solar mundo e brasil ............................................................................................ 14
1.3 Justificativas ....................................................................................................................... 16
1.4 Objetivos............................................................................................................................. 18
1.4.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 18
1.4.2 Objetivos específicos ....................................................................................................... 18
1.5 Descrição do trabalho ......................................................................................................... 18
CAPÍTULO 2 - REVISÃO LITERÁRIA ................................................................................. 20
2.1 Introdução ........................................................................................................................... 20
2.2 Sistemas solares fotovoltaicos no Brasil ............................................................................ 20
2.2.1 Legislação Brasileira ....................................................................................................... 22
2.2.2 Situação da Micro e Mini Geração no Brasil .................................................................. 24
2.2.3 Minas gerais ..................................................................................................................... 28
CAPÍTULO 3 - MODELAGEM TEÓRICA ............................................................................ 31
3.1 Dimensionamento On grid.................................................................................................. 31
3.1.1 Introdução a modelagem teórica – Estudo de caso ......................................................... 31
3.1.2 Dados de radiação ............................................................................................................ 31
3.1.3 Dimensionamento dos Módulos FV ................................................................................ 33
3.1.4 Dimensionamento do Inversor......................................................................................... 37
3.2 Dimensionamento de um sistema híbrido .......................................................................... 40
3.3 Comparação entre diferentes potências das placas fotovoltaicos ....................................... 47
3.4 Comparação entre diferentes tecnologias ........................................................................... 48
CAPÍTULO 4 – ANÁLISE ECONÔMICA ............................................................................. 57
4.1 Investimento do sistema fotovoltaico ................................................................................. 57
4.2 Tarifação de energia elétrica fotovoltaica. ......................................................................... 57
4.3 Viabilidade econômica ....................................................................................................... 59
CAPÍTULO 5 - CONCLUSÃO................................................................................................ 61
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 64
12
CAPÍTULO 1– INTRODUÇÃO

1.1 Conceitos Fundamentais

A energia do Sol possui basicamente duas maneiras de ser retratada; energia térmica e
energia solar fotovoltaica.
Quando citado a captação térmica há subdivisão entre a energia solar passiva refere-se
ao método mais antigo de aproveitar-se da energia do sol. E a energia solar térmica ativa.
As culturas primitivas perceberam a grande importância do sol e sua influência para os
ciclos de água e desenvolvimento de seus alimentos, por meio da fotossíntese. Muitas dessas
civilizações até mesmo desenvolveram religiões onde exaltavam o astro, a exemplo; Grécia, o
Egito, o Império Inca, a Mesopotâmia, o Império Asteca, etc....
Em termos propriamente da energia passiva, destacam-se os gregos, que em cerca de
400 a.c. projetavam as casas para aproveitar a luz solar. Posteriormente, o império Romano foi
o responsável por utilizar janelas de vidro, que além de permitir aproveitar por mais tempo a
luz solar diariamente, também promovem o aprisionamento do calor no ambiente. Foram eles
também os primeiros a construírem estufas, que lhes permitiram dominar a criação de plantas,
frutas e árvores, com maior controle sobre temperatura e, consequentemente, sobre o ambiente
da criação alimentar.
Já a energia solar térmica ativa, é aquela, onde, por meio da utilização de coletores
solares, aquece-se um fluído, comumente água, para ser então utilizado. Tais coletores podem
ser dos mais diversificados modelos, subdividindo-se entre placas planas, para coleta de calor
baixa temperatura, e, concentradores, para caso de média e alta temperatura.
A vertente da energia solar fotovoltaica que resulta na geração da eletricidade, ocorre
pelo efeito fotovoltaico e consiste na conversão direta da luz solar em energia elétrica.
Photo é grego e significa luz e voltaics refere-se à eletricidade, assim o termo
"fotovoltaica" refere-se à conversão de energia luminosa diretamente em energia elétrica.

13
Os dispositivos fotovoltaicos mais conhecidos são os nomeados de placas fotovoltaicas,
que são fabricados em "módulos" onde cada um produz uma voltagem em corrente contínua,
encontram-se montados em matrizes e ligados entre si.
A geração de energia elétrica é proporcional à luz incidente sobre essas placas, ou seja,
depende da área superficial das mesmas e radiação do local, e, a energia pode ser utilizada no
local, alimentando um painel elétrico.
No diagrama presente na Figura 1, têm-se a explanação das vertentes da energia solar.

Figura 1. Energia solar

Fonte: [1]

1.2 Radiação solar mundo e brasil

Para entender como é gerada a energia elétrica a partir dos raios solares incidentes sobre
placas fotovoltaicas, faz-se necessário compreender as parcelas que compõem essa incidência.
Para auxilio da explicação têm-se a Figura 2.
Os raios solares que atingem um plano horizontal imaginário situado no topo da
atmosfera é conhecido como irradiância no topo da atmosfera ou GO.

14
A parcela da luz solar que atinge perpendicularmente a superfície da Terra sem
dispersão é chamada radiação direta normal (Gn), e varia muito ao longo do dia devido às
condições atmosféricas, principalmente em locais com grande nebulosidade. [2]
Já a luz do sol espalhada é chamada radiação difusa (Gdif) e representa a parte dispersa
por reflexão nos componentes atmosféricos, como, por exemplo; nuvens, poeira e vapor d’água.
[2]
A componente conhecida como irradiância difusa horizontal, Gdir, é a taxa de energia
por unidade de área do feixe solar direto numa superfície horizontal. Calcula-se como o produto
entre irradiância direta normal (Gn) e o cosseno do ângulo zenital solar. [2]
A luz solar que é refletida a partir do solo é chamada de radiação albedo ou refletida, e
esta inclusa na radiação difusa. Somando-se a radiação difusa e a direta horizontal obtém-se a
irradiância global horizontal (G), que é muito importante para a geração fotovoltaica, pois
quantifica a radiação recebida por uma superfície plana horizontal.

Figura 2.Componentes dos raios solares

Fonte: [3]

15
A radiação na latitude do local são valores de radiação solar convertidos do plano
horizontal para o plano da latitude local, pois, as placas devem ser colocadas na latitude do
local, logo para efeito de dimensionamento deve-se usar os valores de radiação referentes ao
ângulo de inclinação da própria latitude do local.
O Brasil em um todo apresenta valores consideráveis da radiação. Sendo afortunado,
portanto para investir em uso da fonte solar como alternativa para a geração de energia elétrica.
A Figura 3 apresenta os valores da radiação média anual de todas as capitais do Brasil.

Figura 3. Média anual das radiações na latitude do local nas capitais Brasileiras

6,00

5,80
Radiation [kWh/m2/dia]

5,60

5,40

5,20

5,00

4,80

4,60

4,40

Fonte: [4]

1.3 Justificativas

Com o avanço do sistema de produção fordista, caracterizado como um processo de


produção e de consumo em massa no mundo, surgiu nos últimos anos uma preocupação muito
grande com as questões ambientais. Afinal, as indústrias necessitam de energia para produzir e
o consumidor para o uso a favor de seu bem-estar. Para obter energia é necessário gerá-la, o

16
que ocorre, muitas vezes, queimando combustíveis fósseis ou por meio de exploração de
recursos da natureza, causando danos ao meio ambiente.
A fim de diminuir os impactos ambientais e sociais causados pelas fontes de energia
tradicionais, e, buscando a preservação dos recursos naturais, iniciou-se uma busca por
alternativas que resultaram nas chamadas fontes de energias renováveis. Dentre as quais
podemos citar: a energia solar, eólica, hidráulica, biomassa, biogás, biocombustíveis e
geotérmica, e cada vez mais essas energias têm ganhado espaço e competido com as outras
energias já existentes.
Além de causarem impactos substancialmente menores, ainda evitam a emissão de
toneladas de gás carbônico na atmosfera. O debate contínuo, sobre os impactos causados pela
dependência de combustíveis fósseis, contribui decisivamente para o interesse mundial por
soluções sustentáveis por meio de geração de energia oriunda de fontes limpas e renováveis, e
ambientalmente corretas [5].
Da mesma forma que o padrão dos países mais industrializados, no Brasil, também, o
consumo de energia é crescente. Com o desenvolvimento econômico e social há uma expressiva
demanda por energia e com isso a necessidade de um alto grau de segurança e de
sustentabilidade energética, a fim de evitar desagradáveis impactos ambientais. A
sustentabilidade é um meio de promover o crescimento econômico e social aliado à redução
dos impactos ambientais.
Percebe-se que, nacionalmente, o interesse por duas dessas novas fontes de energia
renovável tem crescido, tratando-se da eólica e a solar. Sendo que, esta última, apresenta um
crescimento primoroso nos recentes anos devido a facilidade de sua instalação e barateamento
tecnológico.
Este trabalho final de graduação visa, portanto, descrever a utilização dessa fonte
renovável que apresentou um crescimento nove vezes maior do ano de 2015 para 2017.
Destacando principalmente os números deste crescimento, as leis que incentivaram a expansão
solar no Brasil e realizando dimensionamento e análise econômica de uma instalação solar
residencial On e Off grid. Os valores obtidos no modelo teórico são então comparados com uma
instalação real. Deseja-se também contextualizar o desenvolvimento quanto à instalação de
placas solares, em dados estatísticos e tecnologias, no Brasil.

17
1.4 Objetivos

1.4.1 Objetivo Geral

Projetar e analisar técnica e economicamente uma instalação solar fotovoltaica para uma
residência unifamiliar na região sudeste do Brasil.

1.4.2 Objetivos específicos

- Revisão bibliográfica da energia solar fotovoltaica.


- Dados estatísticos da geração de energia elétrica brasileira por meio de placas
fotovoltaicas, a nível nacional e estadual comparando diferentes setores da economia.
- Revisão dos aspectos legais da geração distribuída fotovoltaica no Brasil.
- Projeto de instalações On grid, para uma residência unifamiliar.
- Explanação sobre uma instalação híbrida
- Comparação entre placas fotovoltaicas e tecnologias.
- Analise econômica e viabilidade

1.5 Descrição do trabalho

No primeiro capitulo é abordado a evolução da aplicação da energia solar, suas


diferentes formas de utilização.
O capitulo dois contextualiza no que tange a leis incentivadoras de uso de energia
renovável no Brasil, além de apresentar os números representantes das instalações nacionais
por setor econômico e estado.
A seguir, no capitulo três, têm-se o estudo de caso, onde realizou-se o dimensionamento
de uma instalação de placas fotovoltaicas para uma residência unifamiliar. Além disto, contém
um estudo de um sistema hibrido, que poderia futuramente ser instalado, para esta mesma
residência, a fim de mantê-la com energia elétrica mesmo quando houver falhas no

18
fornecimento pela rede. Há também comparação entre diferentes marcas de placas e as
diferentes tecnologias utilizadas para geração de energia elétrica por meio de fonte solar.
O quarto capitulo contém a viabilidade econômica, onde se realizou análise de
sensibilidade considerando as possíveis variações ao longo dos meses das tarifas da
concessionária elétrica, investimento inicial, entre outros fatores que impactam diretamente no
fluxo de caixa e, consequentemente, atratividade do investimento.
E, por fim, o capitulo cinco apresenta os resultados obtidos com esse trabalho, as
informações adquiridas, os conhecimentos ratificados, e proposta de possíveis trabalhos.

19
CAPÍTULO 2 - REVISÃO LITERÁRIA

2.1 Introdução

A vida no planeta existe graças ao sol, é intrínseca e necessária ligação entre o astro e o
desenvolvimento. As culturas mais primitivas utilizam-no indiretamente, como por exemplo;
dos ciclos da água, ou então da fotossíntese das plantas que lhes serviam de alimento. As
civilizações com o decorrer do tempo evoluíram, e suas técnicas para melhor aproveitar todo o
potencial presente nos raios solares também. Transitando desde o campo da religião à
arquitetura, da agricultura à geração de energia, o sol e seus benefícios foram descobertos e
hoje são utilizados pela sociedade.
O interesse mundial em energias renováveis tendeu ao crescimento nos últimos anos
principalmente em relação a energia solar fotovoltaica. Algo que se refletiu quando analisado
os números de pesquisas e publicações em jornais e revistas sobre o tema, entre os anos de 1996
e 2016 foram publicados 142 artigos. O ano de 2014 aparece como ano destaque de publicações
com 26 itens. Os países com maior publicação são Estados Unidos, com 26 publicações, China
(15) e Alemanha (14). Os demais países como Japão, Itália, Espanha, Dinamarca, Coréia do
Sul, Bélgica, Croácia, Lituânia, Escócia, Grécia, Emirados Árabes Unidos, Singapura, Espanha,
Austrália, Áustria, Brasil, Índia, Polônia, Paquistão, Israel, Marrocos, México, Malásia, Chile,
Turquia, reino Unido e Taiwan, Noruega reuniram 87 textos publicados [6]. Existem muitos
estudos de avaliação de desempenho de sistemas fotovoltaicos instalados ao ar livre em toda a
Europa, Índia, Brasil como referenciados em [7-10], assim como a viabilidade econômica
desses empreendimentos.

2.2 Sistemas solares fotovoltaicos no Brasil

As tradicionais fontes de energia ainda constituem a base mundial da geração de


eletricidade. Entretanto, tem-se observado a próspera participação de fontes alternativas para
geração de energia elétrica em muitos países, incluso o Brasil.

20
No ano de 2016 a energia solar representou 1% na matriz energética brasileira [11].
Segundo projeções feitas pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), os projetos de energia
solar podem chegar a 25GW em potência instalada até 2030. Com essa expansão estima-se que
a participação da energia solar na matriz energética vai para mais de 10% em 2030 [12].
Um estudo realizado por JANUZZI e MELO [13] analisou as políticas e os impactos
potenciais de sistemas fotovoltaicos conectados à rede no Brasil até ano de 2030, considerando
mecanismos políticos para promover o desenvolvimento da geração FV conectada à rede. O
estudo demonstrou boas oportunidades para o Brasil diversificar sua matriz energética com
potenciais benefícios econômicos e ambientais.
Há uns 5 anos atrás, no Brasil, a energia solar fotovoltaica era utilizada principalmente
em pequenos sistemas isolados não atendidos pela rede elétrica, onde a instalação de linhas de
distribuição de energia era inviável. Porém, o número de sistemas fotovoltaicos conectados à
rede tem aumentando nestes últimos anos e deve ser ainda maior nos próximos devido as
aprovações pela Agência Nacional de Energia Elétrica, (ANEEL), de leis que incentivam a
micro geração e mini geração para sistemas de distribuição conectados em baixa tensão e
alimentados por fontes renováveis de energia, como a energia solar. Estes sistemas são
conhecidos como Sistemas GD (Geração Distribuídas).
Determina-se por micro geração distribuída quando o gerador possui potência instalada
de até 75kW, e mini geração aquela cuja potência encontra-se entre os valores de 75kW e 5MW,
exceto para geração por fonte hídrica cujo limite máximo é de 3MW [14].
Quando instalado um sistema fotovoltaico, por exemplo, em uma região urbana e ligado
diretamente à rede elétrica de baixa tensão (conexão On Grid), produzirá eletricidade a um
custo muito competitivo, e pode então ser empregado para reduzir a conta de eletricidade do
consumidor. Sistemas similares a estes se tornam ainda mais vantajosos considerando, a
inflação do preço da energia elétrica nos últimos anos, e também, a confiabilidade do sistema
elétrico, pois reduzem as perdas e o custo referente a uma possível ampliação do mesmo, afinal
a geração ocorre junto à unidade de consumo, consequentemente ocorre também aumento na
segurança do abastecimento, e por fim, há o ganho sob o aspecto ambiental, pois são projetos
totalmente sustentáveis.

21
2.2.1 Legislação Brasileira

Para entender o processo de incentivo a energia renovável é necessário mencionar o


PROINFA (Programa de Incentivo a Fontes Alternativas de Energia no Brasil). Dentre diversos
programas, leis e facilidades criadas para o incentivo ao uso dos recursos renováveis como
fontes geradoras de energia, o PROINFA destaca-se.
As fontes alternativas; PCH, eólica, biomassa e solar, são hoje incentivadas por quatro
mecanismos básicos: reserva de mercado e desconto nas tarifas de uso, leilões de compra de
energia renovável e o PROINFA, que ocorreu em duas fases. [15]

A. PROINFA I

Devido à necessidade de investimentos em energias renováveis, seja por pequenos


geradores ou grandes geradores, foi criado o PROINFA (Programa de Incentivos às Fontes
Alternativas de Energia Elétrica).
Decretado pela Lei 10.438 de 15 de abril de 2002 ele resulta de esforços da década de
90 direcionados para fontes de energia alternativas no Brasil. Este programa garantia a
contratação de 3.300 MW em projetos de energia alternativa, como biomassa, PCH e eólica. A
energia eólica ganhou um impulso com previsão de contratação de 1422 MW até 2008 [16].
Até 2009 estavam em operação 60 PCH’s, 50 eólicas e 20 biomassas. Totalizando 3030 MW,
ou seja 92 % do previsto [15].

B. PROINFA II

Na segunda fase do PROINFA, estipularam-se regras para que as participações destas


fontes renováveis correspondam cerca de 10% de toda demanda energética do país em até 20
anos (2022) [16].
Outras características dessa fase do programa é que se adotou um índice de
nacionalização de 90% dos equipamentos, além disso, os créditos complementares seriam
suportados por encargos repartidos entre todos os consumidores. Os preços seriam fixos com
condições especiais de financiamento pelo BNDES e haveria contrato, ao preço de energia
competitiva, por 20 anos com a Eletrobrás [15].
22
Quando a discussão retrata o panorama que pode afetar de forma mais direta o cidadão
brasileiro deve-se citar a resolução de 2012 nº 482 da ANEEL (Agencia Nacional de Energia
Elétrica), e sua revisão que culminou na Resolução Normativa REN nº 687/2015, que estabelece
as condições gerais para o acesso de micro e mini geração aos sistemas de distribuição de
energia elétrica e também determina o sistema de compensação desta energia. Permitindo ao
consumidor a instalação de pequenas unidades geradoras de energia elétrica, e caso a
quantidade gerada em determinado mês for superior à consumida no período, o consumidor
obterá créditos que são descontados nas futuras faturas, tendo o prazo máximo de 60 meses para
essa dedução. Há também o chamado autoconsumo remoto, onde os créditos podem ser
abatidos em outra unidade consumidora desde que possua o mesmo titular em conta e encontre-
se na mesma área de atendimento da distribuidora em questão [14].
O governo federal e órgãos do setor de energia têm buscado cada vez mais estimular a
geração distribuída e para isso apresentam leis e normativas favoráveis ao consumidor- gerador.
Um comprobatório disto foi a atitude do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ)
que em abril de 2015 revogou a cobrança do ICMS (Imposto sobre operações relativas a
Circulação de Mercadorias e prestação de Serviços), assim o consumidor a partir do momento
que injeta energia na rede não irá pagar imposto sobre isto, apenas será tributado pelo excedente
consumido, o qual ele recebe da rede quando sua geração de energia é incapaz de suprir sua
demanda [17].
Atualmente está a cargo das unidades federadas a cobrança ou não do ICMS e até o
presente momento, novembro de 2017, a lei de isenção já possuem 23 estados mais o Distrito
Federal aderidos, sendo eles: Acre, Amapá, Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato
grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro,
Rio Grande do Norte, Rio grande do Sul, Rondônia, Roraima, São Paulo, Sergipe e Tocantins,
e ainda em 2015 foi lançado o Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de
Energia Elétrica (ProGD) [17]. Espera-se que até 2030, 2.7 milhões de unidades consumidoras
como; residências, comércios, indústrias e setor agrícola, gerem sua própria energia elétrica, o
que pode resultar em 23.500 MW de energia limpa e renovável [18].

23
2.2.2 Situação da Micro e Mini Geração no Brasil

De acordo com dados da ANEEL datados de maio de 2018 há o registro 27.414 micro
e mini usinas cujo potência instalada totalizam 325.350,33 kW. Sendo a fonte solar a mais
utilizada pelos consumidores-geradores, correspondendo a 99,31% do total de usinas, como
pode ser visto na Tabela 1 [19].

Tabela 1. Unidades consumidoras (UC) com geração distribuída por tipo de fonte

Unidades consumidoras (UC) com geração distribuída

Potência
Quantidade de UC que recebem os
Tipo Quantidade instalada
créditos
[kW]

Hidrelétrica 45 6.795 43.325,90


Eólica 54 97 10.305,60
Fotovoltaica 27.226 32.250 246.963,95
Termoelétricas 89 231 24.754,88

Total de usinas: Total de UCs que recebem os créditos: Potência total:


27.414 39.373 325.350,33 kW
Fonte: [19].

A potência instalada de unidades geradoras por estado brasileiro, são retratados na


Tabela 2. Ressalta-se que tais valores englobam todos os tipos de micro e mini geração; solar,
eólica, termoelétricas, hidrelétricas, biodigestores, etc. O estado de Minas Gerais é o estado
líder com 5.781conexões, seguido por São Paulo, 5.349, e na terceira posição encontra-se o Rio
Grande do Sul com 3.220 [20].

24
Tabela 2. Unidades consumidoras (UC) com geração distribuída por estado
Potência Instalada
UF Quantidade Quantidade de UCs que recebem os créditos
[kW]
AC 20 21 227,14
AL 121 143 1.393,84
AM 30 30 295,99
AP 11 11 315,60
BA 582 700 5.930,28
CE 965 1.136 24.743,35
DF 400 421 5.031,63
ES 764 787 3.725,97
GO 607 696 9.442,85
MA 309 346 3.731,96
MG 5.781 14.761 94.424,45
MS 579 1.213 5.878,37
MT 527 665 11.724,15
PA 203 204 1.319,76
PB 313 432 3.500,95
PE 451 598 7.266,31
PI 226 255 5.198,79
PR 1.765 1.773 15.027,61
RJ 1.989 2.123 20.312,53
RN 401 411 6.078,85
RO 56 74 4.188,87
RR 9 9 244,57
RS 3.220 3.719 39.287,12
SC 2.416 2.706 19.553,46
SE 167 172 1.540,89
SP 5.349 5.808 33.734,28
TO 153 159 1.230,76
Fonte: [20].

25
A medida que aumentem, tanto as leis de incentivo fiscal a instalações desse tipo de
sistema de geração de energia, como o valor do preço do kWh de energia elétrica, muitas
industrias incrementarão o interesse em sistemas fotovoltaicos.
Na Figura 4, apesar da ausência de instalações de alguns estados, percebe-se um uso
significativo no uso da energia fotovoltaica no setor industrial nos estados do Rio Grande do
Sul, São Paulo e Minas Gerais, isto desde o ano de 2017, e pela tendência desse início de 2018,
acredita-se em um crescimento ainda maior ao findar do ano.
O comum neste setor é a instalação de uma grande potência por uma única indústria.
Como foi caso do Ceará em 2016, ano que totalizou 3563,06 kW de potência instalada, sendo
que 2.983,50 kW se refere a apenas um titular [21]. Isto difere dos outros setores; comercial e
residencial, onde se encontram pequenos valores de potências instaladas, porém em maior
número de ocorrência.

Figura 4.Valores das potencias instaladas em placas fotovoltaicas no setor industrial


brasileiro

Setor Industrial
4000
3500
Potência instalada [kW]

3000
2500
2000
1500
1000
500
0
PA

PI
RO
SE

BA
CE

PB
PE

RJ

SP
RN
PR

SC

RR
RS
MT

MG
MA
MS
AC

AP

TO

DF
AL

ES
GO
AM

Estados brasileiros

2015 2016 2017 abr/18

Fonte: Autoria própria [20].

26
Comparando os valores dos anos de 2016 e 2017 quanto as potências instaladas percebe-
se o aumento no setor industrial, cujo o crescimento foi de: 21,82%.
Com bases nos valores de 2017 o setor comercial é o que possui maior potência
instalada, representando 46,63% contra 46,12% do setor residencial e 7,25% do industrial,
porém analisando em termos de unidades de instalações de micro e mini geração de energia por
radiação solar, o setor residencial é o líder representando cerca de 81,89% do total do país, bem
à frente do setor comercial, com 15,81%.
As Figuras 5 e 6 representam a comparativa dos anos, de 2015 até 2017, para ambos os
setores anteriormente citados em termos de potência instalada.

Figura 5. Valores das potencias instaladas em placas fotovoltaicas no setor residencial


brasileiro

Setor Residencial
10000
9000
Potência Instalada [kW]

8000
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
MA

MG
MS
MT
PA

PB

PR

SC
AC

AM

RO
SE
TO
BA
CE

ES

PE
PI
RN

RS

SP

RR
AL

AP

DF

GO

RJ

Estados brasileiros
2015 2016 2017 abr/18

Fonte: Autoria própria [20].

27
Figura 6. Valores das potencias instaladas em placas fotovoltaicas no setor comercial
brasileiro

Setor Comercial
14000
Potência Instalada [kW]

12000
10000
8000
6000
4000
2000
0

MA

MG
MS
MT
PA

SE
TO

ES

PB
PE

PR

SC
SP
AL
AM
AP
AC

RO

BA
CE
DF

GO

PI
RN

RJ
RS

RR
Estados brasileiros
2015 2016 2017 abr/18

Fonte: Autoria própria [20].

2.2.3 Minas gerais

Mesmo possuindo diversas opções para possíveis fontes de energia o Brasil atrelou
fortemente sua matriz energética com a geração por fonte hídrica e apresentou um despertar
tardio para as fontes renováveis, dentro elas a proveniente dos raios solares.
Apesar disso tudo o estado de Minas Gerais atualmente é destaque na geração
fotovoltaica distribuída, ou seja, na geração de energia elétrica por radiação solar em micro e
mini usina localizadas, em sua maioria, como placas situadas em residências.
Com a difusão do conhecimento dos impactos, tanto econômicos, como ambientais, que
esse tipo de geração ocasiona, essas instalações estão conquistando outros setores como as
indústrias. Um exemplo presente no estado mineiro é a empresa Bio Extratus, indústria de
cosméticos que em 2016 foi responsável pela instalação em sua planta industrial do maior
sistema privado de geração de energia solar fotovoltaica, para isto demandou-se cerca de 3
milhões de reais [22].

28
De acordo com a empresa além do fator ambiental e a busca pelo aprimoramento da
imagem da empresa frente a interação com o meio ambiente, outro ponto que foi decisivo na
escolha por este elevado investimento foi o risco dos apagões. A queda do nível de água dos
rios e reservatórios suscitou na empresa o desejo de tornar-se independente dessa fonte
energética esgotável que é a fonte hídrica.
A instalação em questão encontra-se na cidade de Alvinópolis, região central do estado
de Minas Gerais, e consta de mais de 2000 placas com sensores de luminosidade que permitem
assim a movimentação e, portanto, maior aproveitamento da radiação solar [22].
Na Figura 7 é possível visualizar o crescimento do número de instalações solares em
mini e micro geração no estado de Minas Gerais, nos três principais setores; industrial,
comercial e residencial. Os dados retratados referem-se aos cinco últimos anos [20].

Figura 7. Evolução das potências instaladas em placas fotovoltaicas no estado de Minas Gerais

Minas Gerais

14000
Potência Instalada [kW]

12000 2014
10000 2015
8000 2016
6000 2017
4000 abr/18
2000
0

Setores do mercado

Fonte: Autoria própria [20].

29
Percebe-se um forte crescimento quando analisados os dados do ano 2016 para o ano de
2017, isto pode ser resultado entre outros fatores como queda no preço das placas e maior
conhecimento da população, mas no que refere-se ao estado de Minas Gerais há uma grande
contribuição por parte do decreto 47.210/2017 da lei 22.549/17 publicado no dia 1º de julho
pelo governo de Minas que isenta o valor do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias
e Serviço) de todos os equipamentos utilizados na instalação de micro e mini geradores de
energia solar fotovoltaica [23]. Além também, do incentivo proveniente da concessionária local,
a CEMIG

30
CAPÍTULO 3 - MODELAGEM TEÓRICA

3.1 Dimensionamento On grid

3.1.1 Introdução a modelagem teórica – Estudo de caso

Será realizado um modelo de dimensionamento de um sistema fotovoltaico para uma


residência unifamiliar para suprir a demanda por energia elétrica, o modelo teórico será então
comparado com os dados reais de geração elétrica por meio das placas fotovoltaicas já
instaladas nesta residência.
A residência onde se encontra a instalação está localizada na cidade de Itajubá, Minas
Gerais, Brasil. É unifamiliar, com quatro moradores. A análise aqui retratada considera que o
sistema estará interligado à rede, sendo assim, composto de placas fotovoltaicas e um inversor.
A concessionária de energia elétrica desta região é a CEMIG (Companhia Energética de Minas
Gerais) e tem um mínimo de disponibilidade obrigatório, 50kWh considerando uma conexão
bifásica. Conhecendo-se esse valor e considerando, para efeito dos cálculos, que o consumo
desta residência é em média de 315 kWh/mês, e de porte de dados necessários como, radiação
local, o dimensionamento do sistema On grid foi então realizado.

3.1.2 Dados de radiação

No Brasil, os níveis de radiação solar são altamente favoráveis ao emprego de sistemas


de geração fotovoltaica.
A Figura 8 apresenta os dados de radiação global horizontal e radiação na latitude local
da cidade de Itajubá os valores foram obtidos pelo site Solar and Wind Energy Resource
Assessment (SWERA) – OpenEI onde, obteve-se também os valores da radiação em kWh/m²
para cada mês no local da instalação, constituindo assim a Tabela 3.
Para realização dos cálculos utilizou-se a média de radiação ao longo do ano, cujo valor
é de 5,09 kWh/m².dia [4].

31
Tabela 3. Radiação solar e média para cidade de Itajubá

Mês Radiação [kWh/m². dia]


Janeiro 4,87
Fevereiro 4,95
Março 4,92
Abril 5,13
Maio 4,83
Junho 4,94
Julho 5,08
Agosto 5,71
Setembro 5,1
Outubro 5,16
Novembro 5,17
Dezembro 5,18
Fonte: [4].

Figura 8. Valores das radiações global horizontal e na latitude do local da cidade de Itajubá

6
Radiation [kWh/m2/day]

Global Horizontal Irradiance Latitude Tilt Irradiance

Fonte: [4].
32
3.1.3 Dimensionamento dos Módulos FV

O ponto inicial do modelo teórico de dimensionamento é saber a demanda da residência,


que neste caso é de 315 kWh/mês e subtrair o mínimo que a CEMIG cobra como
disponibilidade para uma residência com conexão bifásica, ou seja, 50 kWh. Desta forma, o
dimensionamento foi realizado para fornecer o mínimo de 265 kWh/mês de energia elétrica.
Após análises de custo benefício referente a compra das placas fotovoltaicas, sua
instalação e disponibilidade no mercado, optou-se pelo modelo com potência nominal máxima
de 260 W com recurso MPPT. A seleção das placas da marca “Canadian Solar” ocorreu, pois,
trata-se do mesmo modelo presente na instalação domiciliar usada como comparação. Assim, a
fim de tornar os cálculos e futuras análises mais próximas ao estudo de caso real optou-se por
utilizar-se dos equipamentos da mesma marca, tanto no que tange as placas como o inversor da
marca “Fronius”.
A Tabela 4 apresenta as especificações técnicas da placa CS6P 260P, necessárias para
os cálculos, e que foram retiradas do catálogo fornecido pela empresa [24].

Tabela 4. Valores retirados do catalogo da placa Canadian Solar CS6P-260/265/270P


em condições standart.
Marca Canadian
Modelo CS6P
Potência 260 Wp
Dimensões 1,638 x 0,982 x 0,04 m
Tensão de Operação (Vmp) 30.4 V
Corrente de Operação (Imp) 8.56 A
Tensão de circuito aberto (Voc) 37.5 V
Corrente de curto circuito (Isc) 9.12 A
Correção sobre a tensão -0.31%/ºC
Fonte: [24].

33
Desta forma a partir da Eq. 1, pode-se calcular a eficiência do mesmo. Para isto é
necessário conhecer o valor da potência nominal do equipamento, por isto a escolha prévia da
marca e modelo fez-se necessária:

Pnominal
Eficiência = (1)
1000 × área da placa
260
Eficiência =
1000 × 1,608516
Eficiência = 16,16%

A partir da eficiência de cada placa, a área da mesma e a radiação média do local,


5,09kWh/m²dia, pode-se calcular a energia produzida mensalmente em kWh por cada placa,
conforme a Eq. 2:

Energia produzida = Radiação média × Área da placa × Eficiência (2)


Energia produzida = 5,09 × 1,6085 × 0,16164
Energia produzida = 39,702 kWh/mês

Como relatado anteriormente a demanda para efeito de projeto é de 265 kWh/mês e a


energia produzida por cada placa é de 39,702 kWh/mês, conclui-se então que o número de
placas necessárias seriam de 7,93. Porém, deve-se considerar as perdas elétricas que, para uma
instalação de médio a grande porte, são as seguintes: 11% por temperatura, 2,27% de perdas na
conversão CC-CA, 7% de perdas por sujeira e sombreamento e 2% de perdas no cabeamento,
totalizando 22,27%.
A fim de garantir o fornecimento de energia elétrica como requerido serão utilizadas 8
placas conectadas em série, a energia total gerada por elas é de 317,616 kWh/mês, considerando
as perdas elétricas o valor decai para 247 kWh/mês. Este valor somado a disponibilidade de
50kWh, resulta em 297 kWh/mês, não suprindo a demanda do usuário.
Todavia, alguns fatores devem ser considerados neste ponto de projeto, o valor das
perdas elétricas é apenas uma estimativa, varia conforme a instalação do sistema for realizada,
além disso a radiação solar tem forte influência na quantidade de energia será produzido pelas
34
placas fotovoltaicas e nos cálculos realizados considerou-se apenas um valor para a mesma, e
o montante de 315 kWh/mês representa a média da demanda da residência. E, se considerar a
quantidade de 9 placas fotovoltaicas o total de energia gerada descontado as perdas e somado a
disponibilidade ultrapassaria muito da demanda, além disso ter-se-ia o custo da compra de uma
placa a mais e possível dificuldade na configuração da instalação das mesmas, visto que
resultaria em número ímpar de placas. Por tanto, o número de placas usadas no
dimensionamento foi assertivo em 8 unidades.
De acordo com o dado retirado da Tabela 3, a máxima tensão de cada placa (tensão de
circuito aberto) é de 37,5 V, considerando que as 8 placas estão conectadas em série e
assumindo um fator de segurança de 10%, pode-se calcular a tensão máxima do circuito a partir
da Eq. 3.

Tensãomáxima = Tensãoplaca × nº paineis × fator de segurança (3)


Tensãomáxima = 37,5 × 8 × 1,1
Tensãomáxima = 330 V

Porém essa tensão pode variar de acordo com a temperatura, de acordo com as
especificações do catálogo da placa escolhida, essa variação seria de -0,31%/°C. Assumindo
que na cidade de Itajubá a temperatura comumente atingida não é inferior à 0°C, e que 25°C é
a temperatura em condições STC (condições stantard), pode-se concluir que com a variação
máxima da tensão, considerando variações de temperatura, fornece uma tensão máxima de
355,58 V.
Na Eq. 4 apresentam-se os cálculos da variação tensão pela temperatura.

Variação da tensão = ∆T × variação de catálogo (4)


Variação da tensão = (25 − 0) × 0,31%
Variação da tensão = 7,75%

A Eq. 5 mostra o cálculo para obter a tensão máxima.

35
𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑎 = (𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 × 𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 ) + 𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 (5)
Tensãomáxima corrigida = (7,75% × 330V) + 330 V
𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑎 = 355,58 𝑉

Portanto, o string de 8 placas de 260 W, fornecerá uma potência máxima de 2080 Wp,
ou seja 2,08 kWp com uma tensão máxima de 355,58 V.
Assim, para verificar a eficácia do modelo teórico realizado, considerando as 8 placas e
as perdas elétricas anteriormente citadas, obtém-se a Figura 9, que apresenta uma comparação
entre os valores teóricos calculados para cada mês, portanto com radiação mensal, e o valor real
registrado no sistema de monitoramento da residência que possui instalação fotovoltaica.
No caso, os valores registrados da instalação foram, de maio a dezembro do ano de 2017,
e de janeiro a abril utilizou-se o ano vigente, 2018. Pela análise da Figura 9 percebe-se que o
modelo teórico é valido frente à geração fotovoltaica real das placas.

36
Figura 9. Comparação entra a geração real de eletricidade com sistema fotovoltaico e o
modelo teórico para o sistema fotovoltaico instalado na residência do caso em estudo

Relação Geração Fotovoltaica Real X Teorico


300
275
250
225
Energia [kWh]

200
175
150
125
100

Meses
Geração real Geração teorica

Fonte: Autoria própria.

3.1.4 Dimensionamento do Inversor

Da mesma forma que as placas, o inversor foi selecionado visando a qualidade, preço e
disponibilidade no Brasil, além de respeitar os limites do projeto.
No caso, o inversor escolhido foi da marca Fronius, modelo Fronius Galvo de 2kWp. O
determinante para esta opção é que a tensão em circuito aberto do string não ultrapassasse a
tensão máxima permitida na entrada do inversor. Ou seja, pelos cálculos apresentados na Eq.
5, tem-se que a tensão máxima do string é de 355,58V, portanto o inversor deve ser capaz de
suporta essa tensão e a potência deve ser igual ou superior a potência do pico do conjunto de
placas.
O modelo escolhido apresenta, portanto, capacidade de suportar potência até 2,14 kWp,
frequência de 60Hz, eficiência máxima de 96% e tensão máxima de entrada de 420V.
37
As informações técnicas do inversor podem ser observadas na Tabela 5.

Tabela 5. Dados do inversor Fonius Galvo 2.0-1

Dados de entrada

Potência CC máxima para cos φ=1 2.140 W


Máxima corrente de entrada 17.8 A
Corrente curto circuito 26.8 A
Mínima Tensão MPP 120 V
Mínima tensão de entrada 140 V
Tensão nominal de entrada 260 V
Tensão máxima de entrada 420 V
Faixa de tensão MPP 120-335 V
Número de ligações CC 3
Dados de saída
Saída Nominal 2.000 W
Potência de saída máxima 2.000 VA
Corrente de saída máxima 9.7 A
Tensão de saída mínima 180 V
Tensão de saída máxima 270 V
Frequência 50/60 Hz
Fonte: [25]

O inversor Fronius possui interface WLAN a qual permite um fácil monitoramento do


sistema via internet. Este sistema, muito comum nos inversores, permite ao usuário que possui
as placas em sua residência acesso a diversos dados, como por exemplo; geração de energia em
tempo real, relatórios mensais em gráficos e tabelas que facilitam a compreensão, além dos
valores referentes a geração fotovoltaica e consumo de energia elétrica da residência. A
interface tanto da página como do aplicativo a ser instalado no aparelho celular, por exemplo,

38
facilita o entendimento e controle do usuário, tornando notável a este a economia frente ao
investimento nesta instalação.
Finalmente as Figuras 10 e 11 apresentam as fotografias tomadas da residência aonde
se observam as 8 placas PV instaladas assim como detalhes da instalação do inversor das placas.

Figura 10. Instalação do inversor na parede interior da residência

Fonte: [1].

Figura 11. a) Instalação das 8 placas FV no telhado da residência, b) Detalhes da


instalação dos suportes das placas no telhado da residência.

Fonte: [1]
39
3.2 Dimensionamento de um sistema híbrido

Várias são as residências que possuem a instalação solar fotovoltaica conectada à rede,
conhecida como conexão On grid. Questiona-se muito sobre ter acesso a energia elétrica mesmo
em cenário em que ocorra uma queda de energia proveniente da rede elétrica, seja por apagão
(black out) ou manutenção. Ou seja, os proprietários destas micro usinas fotovoltaicas
desejariam que no caso da falta de energia elétrica proveniente da concessionária, suas
residências portadas das placas fotovoltaicas sejam capazes de suprir ao menos as demandas
básicas, como as cargas para funcionamento de alguns eletrodomésticos, por exemplo:
geladeira, televisão, lâmpadas, e também o sistema de monitoramento e segurança, assim como
a operação do portão automático da residência.
A solução então seria o uso de baterias que são capazes de armazenar energia e então
utiliza-la em circunstâncias atípicas. Desta forma realiza-se o dimensionamento do sistema
conhecido como híbrido. Este sistema é formado, entre outros equipamentos, por um inversor
solar, semelhante ao presente no sistema On Grid e um “sistema inversor”, que é a ligação
principal das cargas prioritárias e funciona convertendo corrente continua (CC) em corrente
alternada (CA).
Considera-se a situação apresentada para dimensionamento On Grid, ou seja, uma
residência unifamiliar.
O funcionamento deste tipo de sistema requer que as cargas prioritárias sejam instaladas
separadamente das convencionais assim possibilitam que sejam alimentadas através de um
sistema inversor CC/CA modular.
Placas solares geram energia em CC (corrente continua) que é a forma correta para
armazenamento em baterias. Na Figura 12 há uma ilustração retirada do catalogo da PHB [26],
de como deve ser a instalação hibrida, considerando o uso de baterias.
Gera-se energia pelas placas (1), esta energia passa por um String box (2), semelhante
ao que deve estar presente também em uma instalação On grid. O String box tem função de
proteção pois ele isola o sistema fotovoltaico, impedindo acidentes elétricos como curtos-
circuitos e surtos elétricos.
O equipamento seguinte é o sistema inversor (3) que pode ser alimentado através da
rede principal pela entrada CA ou através do sistema retificador CC (4) com as baterias (5).
40
Como requer-se um projeto capaz de operar tanto com a rede elétrica quanto com painéis
fotovoltaicos, o sistema retificador deverá operar também como um controlador de carga solar
com MPPT.

Figura 12. Instalação residencial com placas fotovoltaicas e baterias

Fonte: [26]

Os demais itens que são representados em: sistema de supervisão (5), que é aquele que
o dono da usina possui acesso para verificar o funcionamento da instalação como um todo, e o
gerenciamento de baterias (6), responsável pelo controle de temperatura e chaveamento para
carga/descarga e manutenção das mesmas.

41
Diversos são os cenários que esta instalação irá operar. Nos itens (a) a (d) tem-se uma
explanação de cada um, como apresentado pelo catálogo da PHB, que é um dos diversos
fornecedores desse exemplar de instalação [26].

a) Condição normal de funcionamento durante o dia


Este cenário, que é considerado o ideal, as baterias estão carregadas, há geração
fotovoltaica e energia proveniente da rede.
Assim, a geração por meio das placas é utilizada para otimizar o autoconsumo,
funcionando como um sistema On Grid, o excesso, quando houver, é injetado na rede elétrica
da concessionária gerando créditos para o usuário.
Caso a bateria necessite de carga, o sistema retificador, operando em transformação de
CA para CC, utilizará a energia proveniente da rede para carrega-las ou, se houver sol, as placas
FV carregarão as baterias.
As cargas da residência são normalmente alimentadas pelo sistema inversor em sua
entrada CA.

b) Condição normal de funcionamento durante a noite


Neste caso há fornecimento de energia elétrica por parte da concessionária de energia,
mas, por questões obvias, não há geração fotovoltaica.
As baterias, se o sistema de gerenciamento de bateria e o controlador de carga estiverem
funcionando corretamente, estarão carregadas. Caso necessite de recarga esta será realizada
utilizando a rede elétrica, como no caso apresentado no item ‘a’, energia da rede passa pelo
retificador entrando CA tornando-se CC.
As cargas prioritárias são alimentadas pela rede através do sistema inversor em sua
entrada CA.

c) Falha da rede com geração solar durante dia


Como o sistema hibrido é dimensionado para atender apenas as cargas prioritárias tem-
se como duas instalações elétricas diferentes; uma para as cargas prioritárias e outra para as
cargas convencionais.

42
Assim, quando este cenário de falha ocorrer as cargas ligadas a rede elétrica da
concessionária, cargas convencionais, deixam de ser alimentadas.
Por segurança o inversor solar é desconectado para executar o anti-ilhamento.
Entende-se por ilhamento como um fenômeno que acontece quando parte da instalação
elétrica, que contém cargas e sistema de geração é isolada do restante do sistema, após um
defeito na rede elétrica básica. O sistema de geração permanece operando e sendo capaz de
fornecer eletricidade as cargas, ou seja, opera ilhado. Para evitar diversos problemas como:
excursões de tensão e frequência, dificuldades no religamento e segurança dos trabalhadores do
sistema elétrico, realiza-se o anti-ilhamento, que é o corte do fornecimento de energia elétrica
do sistema de geração para as cargas e para a rede básica. [27]
Os painéis são então direcionados, pelo controlador de carga, a alimentar as cargas
prioritárias através do sistema retificador, que opera no modo FV, e do sistema inversor,
operando pela entrada CC e convertendo para CA. É pelo sistema retificador também que as
baterias poderão ser carregadas
Caso a geração solar seja insuficiente as baterias entram no sistema para suprir essa
demanda faltosa.

d) Falha da rede sem geração solar, dia ou noite


Este é o cenário que contribuiu para a procura do sistema hibrido solar para residências,
neste caso a geração solar não está funcionando e a rede da concessionária também não provém
energia. Logo as cargas prioritárias serão alimentadas exclusivamente pela energia armazenada
nas baterias e autonomia dependerá do dimensionamento do banco.

Tendo em vista que objetivo do dimensionamento do banco de baterias é para atendar


apenas as cargas prioritárias e por um certo intervalo de tempo, onde espera-se o
restabelecimento da energia proveniente da rede elétrica da concessionária, adotou-se, após
consultas, valores médios das potências demandadas pelos equipamentos, considerando o
intervalo de tempo de 5 horas. O resultado disto está presenta na Tabela 6.

43
Tabela 6. Potência dos equipamentos componentes da carga prioritária

Produto Unidades Potência [W]


Geladeiraa 1 130
Televisãoa 1 110
a
Lâmpadas 3 11
b
Portão elétrico 1 1,20
c
Monitoramento e segurança 1 80,8
Fonte: Adaptado pela autora [28 ], [29 ] e [30c]
a b

c
Kit de sistema de segurança portanto 4 câmeras VHD MultiHD cuja potência máxima é de 2,7W cada,
1 DVR MultiHD com potência de 10W e um monitor 14” de 60W.

Aplicando-se a Eq. 6 obteve-se o consumo total em Wh sendo que as horas de


funcionamento dessas cargas são 5 horas, exceto para o caso do portão elétrico, onde
considerou-se tempo de operação de 20 minutos.

Carga prioritária = ∑Produtos(Quantidade × PotênciaX horas) (6)

Por exemplo para o caso das lâmpadas a Eq. 6 torna-se assim:

ConsumoLâmpadas = (3 × 11 X 5)
ConsumoLâmpadas = 165 Wh

E no caso do portão elétrico têm-se:

20
ConsumoPortão elétrico = (1 × 1,20 X ( ))
60
ConsumoPortão elétrico = 0,4 Wh

O consumo final é de: Carga prioritária = 1769,40 Wh. Isto deverá ser atendido
mesmo quando o cenário ‘d’ ocorrer.
Para dimensionar o banco de baterias deve-se compreender que o controlador de carga
é o cérebro da instalação, funciona acionando o dispositivo eletrônico que permite o
44
fornecimento de energia proveniente das placas para as baterias ou para o sistema inversor,
sendo que, ele é também o responsável por não permitir que a carga das baterias fique abaixo
dos 20% (descarga profunda), pois isto reduz a vida útil delas.
Por isso na Eq. 7 são contabilizados um fator de segurança (10%) além do período de
no mínimo 5 horas de ausência de energia proveniente da rede.

Carga prioritária (Wh/dia) x dias de autonomia x Fator de segurança (1,1)


Q(Ah) = (7)
(Tensão da instalação: 12V,24V,48V) X Profundidade de descarga

Sendo:
Carga prioritária = 1769,40 Wh
5
dias de autonomia =
24
Fator de segurança = 10%
Tensão da instalação = 12 V
Profundidade de descarga = 80%

Tem-se que:

5
1769,40 x (24) x 1,1
Q(Ah) =
12 X0,8

Logo o banco de baterias deve ter a capacidade de Q = 3,840 Ah


Supondo um regime de descarga diária de 25% de sua capacidade, e um 80% de
descarga 2 vezes ao ano a bateria solar pode atingir uma vida útil de 6 a 8 anos.
Em busca no mercado fotovoltaico obteve –se que o custo de uma bateria solar com as
características necessárias para essa instalação, ou seja, 12V e capacidade 3,84 Ah, tem em
média o valor de R$300,00 [31].
Há instalações que utilizam bateria de carro, mas isto não é indicado visto que a
economia que se pode obter com o valor inicial contradiz em sua necessidade de constante

45
troca. Baterias solares tem a média de custo de investimento inicial mais alta, porém
durabilidade maior.
Há no mercado fotovoltaico sistemas híbridos compactados, que atendem apenas
pequenas demandas. Nesta forma tem-se apenas um equipamento, uma caixa metálica que
contém internamente o inversor solar, o sistema inversor, String box, baterias e todos os demais
equipamentos necessários, na Figura 13 há uma representação de um modelo, sendo este da
marca PHB.

Figura 13. Gerador Fotovoltaico Hibrido PHB

Fonte: [26].

46
3.3 Comparação entre diferentes potências das placas fotovoltaicos

A fim de analisar a relação do custo por benefício, ao utilizar-se de uma placa


fotovoltaica de potência maior ou menor, os mesmos cálculos realizados nas equações de 1 a 5
foram replicados para diferentes potencias de placas da mesma marca, no caso Canadian.
Atentou-se também para a qualidade das células que compõem as placas comparadas, ou seja,
todas são células policristalinas.
Obteve-se então a Tabela 7, retratando os valores de eficiência, energia total gerada,
potência máxima, tensão máxima e quantidade de placas necessárias na instalação, além de um
valor aproximado do custo total referentes as mesmas.

Tabela 7. Comparativo de valores referentes aos painéis da marca Canadian com diferentes
potências

Modelo CS6P CS6P CS6P CS6P CS6X CS6X


Potência de uma placa
255 260 265 270 315 320
[Wp]

Eficiência
15,85 16,16 16,47 16,79 16,14 16,39
[%]
Energia total gerada por
todos painéis 311,51 317,62 323,73 329,83 336,70 342,05
[kWh/mês]
Potência máxima da
instalação 2040 2080 2120 2160 2205 2240
[W]
Tensão máxima corrigida
357 355,58 357,47 359,37 374,18 375,84
[V]

Quantidade de painéis
8 8 8 8 7 7
[un]
Custo de todos os painéis
(Cotação de 29 de maio de
2018)
1.331,28 1.169,23 1.279,69 1.495,38 1.489,74 1.512,16
[ US$]
Fonte: Autoria própria [32] e [33].

47
Ressalta-se que a demanda utilizada nos cálculos além dos dados de radiação do local e
perdas elétricas adotados são constantes desde o caso base, aquele com a placa CS6P 260P.
E, a fim de obter margem dos custos referentes apenas a compra das placas, respeitou-
se, em todas as alternativas de potencias de placas, os números em unidades que tornam a
instalação capaz de atender a demanda por energia elétrica pré-determinada de 260 kW.
Pode-se notar com essa comparação presente na Tabela 7 que a instalação realizada na
residência de estudo foi assertiva visto que, contabilizando eficiência, energia gerada, número
e disposição física das placas e principalmente o custo, a Canadian CS6P de 260Wp apresentou
os melhores resultados.
Por fim, realizou-se também o comparativo dos custos entre 3 diferentes marcas de
placas da mesma potência, sendo elas: Canadian, Globo Brasil e YGE, todas com 260Wp, como
retratado na Tabela 8.

Tabela 8. Comparação de valores sobre diferentes marcas de painéis com mesma potência

Marca Canadian – CS6P Globo Brasil YGE

Custo
(Cotação de 29 de maio de 2018) 1.169,23 1.638,97 1.392,82
[US$]

Fonte: Autoria própria. [32], [34] e [35]

3.4 Comparação entre diferentes tecnologias

A placa solar, modulo solar ou painel solar o é fruto da junção de várias células
fotovoltaicas, que se encontram encapsuladas a fim de garantir proteção contra possíveis danos
físicos e químicos.
A célula é a unidade básica do sistema fotovoltaica. É ela a responsável pela conversão
da radiação solar em eletricidade, mas como uma única não é suficiente para gerar potencias
elétricas elevadas, por isso associam-nas, geralmente em série, formando as placas.
As células são constituídas de silício purificado e dopado. A eficiência das mesmas e
consequentemente das placas está vinculada, entre outros aspectos, a pureza do silício. As

48
placas mais comuns atualmente possuem células constituídas de silício monocristalino ou
policristalino, sendo que as maiores eficiências estão atreladas a primeira citada.
Na Figura 14 tem-se uma representação de como é formado as placas fotovoltaicas
comumente encontradas no mercado nacional.

Figura 14. Composição de uma placa fotovoltaica

Fonte: [36].

Como mostrado na Figura 14, as placas que são compostas por: uma moldura de
alumínio, vidro, EVA, conjunto de células, EVA, fundo protetor e caixa de junção, sendo que
destes itens apenas as células têm função de converter a radiação solar em energia elétrica, os
demais itens são necessários para garantir a estrutura física das placas.
Sabe-se que as placas fotovoltaicas mais recentes no mercado possuem eficiência
máxima de 20%, esta eficiência pode ser considerada abaixo da média se compararmos a
tecnologia solar com outras formas de gerar energia independente da rede. Com o propósito de
expandir os empreendimentos solares há uma constante busca por novos materiais e tecnologias
que possam vir a contribuir para elevar esta eficiência. Nesta vertente, tem-se desde
modificações nas placas fotovoltaicas até novos materiais e formatos sendo desenvolvidas e
que estarão futuramente presentes no mercado nacional.
49
As inovações mais recentes estão presentes nos itens (a) ao (e) [37].

a) PERC - Passivated Emitter Rear Cell


Nos últimos anos essa inovação tem sido aplicada em células policristalinas, a empresa
Jinko conseguiu atingir a eficiência de 22,04% com esse modelo de célula sendo aplicada em
suas placas.
Trata-se de um enclausuramento dos fótons, ou seja, adiciona-se uma camada na parte
de trás das células solares, assim alguns fótons que conseguem passar inicialmente pelas
células são aproveitados na sua parte traseira, aumentando a eficiência total.
Acredita-se que a aplicação de novo modelo em células monocristalinas resultará em
uma eficiência ainda maior.

b) Bifacial – Dois lados de painéis e células


Esta é uma tecnologia já conhecida, porém que tem se destacado recentemente devido
à queda no custo de painéis monocristalinos.
Essas células bifaciais absorvem energia em ambos os lados da placa.
Como pode ser notado na Figura 15, a placa desse modelo possui vidro em ambos os
lados, assim a célula fica encapsulada logo, mais protegida se comparada com painéis comuns
que possuem fundo protetor de plástico.

Figura 15. Comparação placas com células bifacial e monofacial

Fonte: [37].
50
Neste modelo pode ser aplicado apenas em locais onde a placa está disposta afastada
da superfície, por exemplo de modo inclinado, e a superfície proporciona espelhamento dos
raios solares, pois a superfície é que irá refletir os raios que vão então atingir a parte traseira
da célula, onde são então transformados em energia.
No local certo e com as condições ideias do ambiente e radiação acredita-se que uma
eficiência de 30% possa ser atingida.

c) Multi / Wire Busbars – Barramentos de fita e fios


Busbars ou traduzindo barramentos são os fios finos presente em cada célula e por
onde as correntes (elétrons) se movimentam na placa fotovoltaica.
Na Figura 16 é possível visualizar uma placa da marca LG que possui 12 desses fios
finos.
Figura 16. Placa da marca LG com 12 barramentos

Fonte: [37].

Esses barramentos ou fios podem gerar sombreamento levando a diminuição da


eficiência das células por isso sua largura deve ser mínima possível. A medida que uma PV
se torna mais eficiente ela é capaz de gerar mais corrente, logo possuir mais fios que

51
possibilitam um transporte mais rápido e de menor resistência resulta em um maior
desempenho.

d) Split panels – usar metade das células


Esta inovação trata-se de uma divisão de células, ao invés de se usar uma célula inteira,
corta-se a mesma na metade e utiliza-se de uma caixa de junção no centro da placa para juntar
essas células cortadas. Com isto tem-se uma placa de tamanho comum só que com duas vezes
o número de células. O aumento do desempenho deste modelo ocorre devido à redução nas
perdas pelos barramentos já que suas células produzem metade da corrente com mesma
voltagem, assim a largura do barramento pode ser reduzida. Outro ponto positivo é que a
menor distância das partes superioras e inferiores para o centro da placa melhora a eficiência
geral e pode aumentar a potência de uma placa de tamanho similar em até 20W. A esclarecer
esta inovação vide Figura 17.
Figura 17. Split panels

Fonte: [37].

e) Placas inteligentes e otimizadores


Esta inovação é na verdade uma junção de uma tecnologia já conhecida, o otimizador,
com as placas fotovoltaicas.

52
O otimizador é um equipamento comum de ser empregado em grandes plantas solares,
sua função é direcionar as placas para posição onde as mesmas obterão maior aproveitamento
dos raios solares, ele era geralmente encomendado como um utensílio a ser adicionado ao
sistema, a inovação está neste ponto. Atualmente o otimizador é um pequeno chip que está
integrado dentro da placa, e possui a capacidade de notar quais partes da mesma esta
sombreada ou com resíduos em sua superfície, sendo capaz de notificar o sistema de controle
da planta solar para assim o operador saber onde está o problema possibilitando uma resposta
mais rápida, visto que nestes casos a eficiência da placa fica comprometida.
Além das tecnologias citadas anteriormente há no mercado um novo destaque quanto a
uso de radiação solar na geração de energia, trata-se de uma tecnologia mais esteticamente
aceitável e com empregabilidade nos mais diversificados formatos de superfície, são os
conhecidos como OPV (Organic PhotoVoltaic), que é uma membrana orgânica, composta da
combinação de polímeros orgânicos e plásticos em um filme flexível, como mostra a Figura 18.

Figura 18. Organic PhotoVoltaic (OPV)

Fonte: [38].
53
São a terceira geração de células solares, são uma alternativa mais verde para geração
de energia visto que o OPV é sustentável desde sua concepção. O processo produtivo mais
baixa demanda energética, 1,4MJ/Wp e também a mais baixa pegada de carbono, 10 a 20 vezes
menores que as tecnologias solares tradicionais [38].
A Figura 19 representa um dos diversos locais onde o OPV encontra-se aplicado.

Figura 19.OPTree Museu do amanhã Rio de Janeiro

Fonte: [39].

Esta tecnologia é muitas vezes empregada devido a sua atrelagem com a propaganda
sustentável, isto devido a sua fácil adaptação a diferentes superfícies e integração ao meio, como
a representação da Figura 19, onde o OPV foi utilizado referenciando folhas de uma árvore.
Esta instalação encontra-se no Museu do Amanhã no Rio de Janeiro e possui 6 entradas USB
54
sendo útil como carregador de celular [39]. Outro exemplo de aplicação pode ser visto na Figura
20.

Figura 20. Sede da TOTVS

Fonte: [39].

É a nova sede da TOTVS construída para ser mais sustentável possível, contém sistema
de reaproveitamento de água e jardins no telhado mas destaca-se principalmente por possuir
maior fachada fotovoltaica do mundo. São cerca de 100m² de OPV instalados [39].
Mas a aplicação do OPV tem se tornando algo além da atração estética. Hoje há
aplicações que solucionam diversos mercados como, por exemplo, mobilidade urbana. Na
Figura 21 pode-se ver que os filmes fotovoltaicos são adesivados ao teto do veículo e
conectados a um controlador de carga que pode direcionar a energia para a bateria do veículo e
sistemas elétricos [39].

55
Figura 21. Ônibus solar

Fonte: [39]

56
CAPÍTULO 4 – ANÁLISE ECONÔMICA

4.1 Investimento do sistema fotovoltaico

Para a residência já mencionada, conexão de baixa tensão e bifásica, grupo B, valor da


disponibilidade de 50kWh, e a tarifa para energia elétrica, considerando junho de 2018, tem o
valor de R$ 0,894 por kWh, o investimento total do projeto foi de R$ 15.930,00 [40] (US$
4.084,62) (cotação Maio de 2018, R$ 3,90 = 1 US$). Os detalhes desse investimento são listados
a seguir:
 08 placas Canadian Solar módulo 260Wp de 60 cell multicrystalline
 Inversor Fronius potência nominal de 2,5 kWp
 Estruturas metálicas de alumínio de telhado para fixação
 Sistema de monitoramento remoto de geração e operação do sistema
fotovoltaico, com capacidade de armazenamento e de análise dos dados, e com capacidade de
conexão à internet e visualização de dados remotamente
 Materiais elétricos diversos para conexão, proteção (String box -1 corda de
saída) em corrente continua, proteção em corrente alternada, seccionamento, entre outros para
o perfeito funcionamento de sistema
 Projeto elétrico completo
 Quadro de distribuição e proteção
 Acompanhamento junto a concessionária local
 Documentação e registro do projeto junto a concessionária
 ART do projeto

4.2 Tarifação de energia elétrica fotovoltaica.

Pela regulamentação da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) a geração


distribuída aplicada a micro e mini geração, como é o caso de estudo; residência com placas
fotovoltaicas instaladas e gerando energia a ser creditada no mesmo local, opera da seguinte
forma: tem-se o valor do consumo mensal da residência sem a operação das placas, e tem-se o
57
valor da energia produzida pelas placas, essa diferença entre o consumo e o que pode ser
injetado na rede pelas placas resulta nos créditos em kWh, que são debitados no consumo.
Por exemplo, como pode ser visto na Tabela 9, no mês de janeiro o consumo foi de
128kWh, enquanto as placas produziram 246,06kWh, assim sendo 118,06kWh não foram
utilizados, tornam-se, portanto, crédito, e pode ser utilizado futuramente.
Como trata-se da classe B, ou seja, conexão bifásica e baixa tensão, a disponibilidade
mínima que se deve pagar a concessionária elétrica, no caso CEMIG (Companhia Energética
de Minas Gerais) é de 50kWh, ou seja, mesmo que o consumo seja menor que 50kWh, o titular
sempre deverá pagar o valor mínimo referente a esta energia mínima, no caso R$ 44,70, isto
quando se considera a tarifa de energia igual a R$0,894 por kWh.
Observando o mês de maio onde o consumo foi maior 361kWh, enquanto que as placas
geram apenas 244,68kWh, desta maneira deveria ser debitado na conta de energia cerca de
116,32 kWh. Porém, de acordo com a resolução normativa nº 687 de 2015, pode-se retirar desse
valor de consumo os 50kWh referentes a disponibilidade, resta ainda 66,32 kWh, que serão
debitados do credito do mês anterior, ou seja, dos 131,34kWh do mês de abril, e também o
mínimo da disponibilidade, os 50kWh, restando assim o credito de 65,02kWh.
Elaborou-se a tabela 9 da seguinte forma: obteve-se a coluna de kWh consumidos com
uma conta de energia elétrica da residência de estudo, os valores presentes na coluna “Injetado”
são somatórios diários por mês registrados pelo sistema de controle fotovoltaico presente na
residência, a quarta coluna das diferentes refere-se apenas a diferença entre consumido e
injetado na rede, o crédito acumulado é calculado conforme anteriormente explicado, e as três
últimas colunas estão atreladas ao valor monetário de qual seria o gasto do usuário sem é com
a instalação fotovoltaica em sua residência e diferença entres estes.

58
Tabela 9 - Balanço de consumo e energia injetada na rede
Consumido Injetado Crédito Fatura Fatura Diferença
Mês Diferença
[kWh] [kWh] Acumulado sem FV com FV monetária
Jan/18 128 246,06 118,06 118,06 R$ 114,43 R$ 44,70 R$ 69,73
Fev/18 264 235,09 -28,91 118,06 R$ 236,02 R$ 44,70 R$ 191,32
Mar/18 245 258,28 13,28 131,34 R$ 219,03 R$ 44,70 R$ 174,33
Abr/18 273 238,89 -34,11 131,34 R$ 244,06 R$ 44,70 R$ 199,36
Mai/17 361 244,68 -116,32 65,02 R$ 322,73 R$ 44,70 R$ 278,03
Jun/17 554 219,78 -334,22 0,00 R$ 495,28 R$ 356,92 R$ 138,36
Jul/17 548 246,00 -302,00 0,00 R$ 489,91 R$ 269,99 R$ 219,92
Ago/17 223 233,71 10,71 10,71 R$ 199,36 R$ 44,70 R$ 154,66
Set/17 647 283,39 -363,61 0,00 R$ 578,42 R$ 334,64 R$ 243,78
Out/17 223 259,96 36,96 36,96 R$ 199,36 R$ 44,70 R$ 154,66
Nov/17 243 239,31 -3,69 36,96 R$ 217,24 R$ 44,70 R$ 172,54
Dez/17 229 269,40 40,40 77 R$ 204,73 R$ 44,70 R$ 160,03
Total 3938 2974,55 -963,45 77,36 R$ 3.520,57 R$ 1.363,85 R$ 2.156,72
Fonte: Autoria própria

Observa-se que no mês de junho a diferença entre o consumido e o injetado resultou em


valor representado negativamente de 334,22kWh, este valor é então debitado no crédito que
existia, ou seja, referente ao mês de maio, montante de 65,02kWh. Este foi insuficiente para
débito de toda a conta, porém a fatura com o FV é de menor valor se comparado com fatura
sem FV, já que o crédito abateu parte do que deveria ser cobrado. Como todo o crédito do mês
de maio foi utilizado não há acumulado em junho, por isso o valor zerado.

4.3 Viabilidade econômica

Efetuando a diferença entre a fatura da conta de energia elétrica sem as placas


fotovoltaicas e com o uso das mesmas, tem-se uma economia anual de R$ 2.156,72.
Como citado anteriormente, o valor do investimento de tal empreendimento foi de
R$15.930,00, referenciando-se ao caso real, adota-se 100% de fundos próprios (sem nenhum
financiamento bancário). Considerando o valor da economia anual que ter-se-ia utilizando-se
as placas fotovoltaicas para geração de energia elétrica para suprir a demanda da residência, ou
seja, R$ 2.156,72, e considerando uma inflação anual e taxa mínima de atratividade (TMA) de
10%, obtém-se então um fluxo de caixa com uma TIR de 22% e VPL de R$ 23.283,10. Nota-

59
se que com menos de seis anos o gasto realizado com a instalação de todo o sistema fotovoltaico
estará pago, ressalta-se que se considerou um valor fixo para a tarifa de energia elétrica, mas é
de conhecimento popular que nos últimos anos esta tarifa tem sofrido um crescimento que tende
a prosseguir em mudança, desta forma o Payback resultaria provavelmente em menos de 5 anos.
Considerando um caso hipotético de financiamento, onde 50% do valor do investimento
provém de empréstimo do BNDS, por exemplo, que possui linha de crédito diferenciada para
esse tipo de empreendimento, tendo taxa de juros é 1,2% ao mês com financiamento em até 48
meses [41]. Ter-se-ia uma TIR de 23% e VPL de R$ 22.555,80, e também menos de seis anos
para pagamento do investimento total do sistema, sendo assim ainda é um empreendimento
viável economicamente e possível de ser realizado mesmo por aqueles que não possui fundos
próprios para tal e que, portanto, necessitam de empréstimos e facilidades dos bancos.

60
CAPÍTULO 5 – CONCLUSÃO

O crescimento econômico brasileiro promove o acesso de cada vez mais pessoas a


hábitos de consumo até então restritos a uma menor parcela da sociedade. Essa nova demanda
por bens e serviços intensifica a necessidade de produzir, o que acarreta no crescimento dos
gastos com energia, e logicamente na necessidade de gera-la em um montante cada vez mais
maior.
A oportunidade atual é de incentivar a geração de energia elétrica de fontes renováveis
de maneira distribuída e colaborando para a minimização dos impactos ambientais e das perdas
de transmissão e, além disso, colaborar para a diversificação da matriz energética brasileira de
maneira sustentável.
Além dos fatores já citados, o viés econômico, principalmente se analisando a longo
prazo a relação custo/benefício, torna muito atrativo esse tipo de mercado de energia. Afinal,
as fontes renováveis são formas de energia justas e igualitárias, ou seja, não há grandes
variações em seus preços devido à escassez ou alta demanda como ocorre por exemplo com
carvão, e elas podem atingir as mais diversas classes sociais se houver o apoio governamental.
A energia proveniente da fonte solar é conhecida desde de antiguidade, e assim como
outras fontes renováveis tem apresentado forte crescimento nacional. Limitando-se a energia
elétrica por fonte solar, especificamente a geração residencial On grid, são três fatores
principais que explicam seu forte crescimento nos últimos anos, são eles: as leis incentivadoras,
tanto a nível nacional quanto regional, a disseminação do conhecimento e barateamento das
tecnologias requeridas para existência de uma instalação deste modelo.
Gerar energia por meio de placas fotovoltaicas é algo muito além de apenas possuir
maior área de insolação ou intensidade, trata-se de um conjunto de fatores que resultaram em
um sistema eficiente, algo desde técnicas para instalação, correto dimensionamento, até
materiais escolhidos e profissionais capacitados. O Brasil possui a virtude de possuir boas
condições climáticas para uso da fonte solar, a incidência da radiação é uma das melhores do
mundo.
Para dimensionar um sistema fotovoltaico residencial On grid faz necessário
inicialmente ter a exata localização para a instalação, assim é possível conhecer a latitude e

61
radiação do local, isto em conjunto com as características da placa escolhida e a demanda média
em kWh da residência em questão, é possível por meio de aplicações de fórmulas obter dados
que determinam a dimensão do sistema, como por exemplo número de placas e energia gerada
pelas mesmas.
Com este trabalho pode-se comparar os valores teóricos esperados com os valores
realmente atingidos com uma instalação real, levando, portanto, a ratificação do modelo teórico
de cálculo, visto a semelhança entre os valores. Destaque-se que os valores reais só foram
possíveis de se obter pois o estudo deste trabalho foi realizado com base em uma residência
onde já existe o sistema e, portanto, possui também mecanismo de controle de kWh injetados
na rede. Alguns pontos são importantes a serem destacados, como o fato que há perdas devido,
por exemplo, ao cabeamento, que foram consideradas no cálculo, outro fator de destaque é que
a placa utilizada no explanar dos cálculos é a mesma presente na residência, trata-se da marca
Canadian, muito conhecida e disseminada no mercado brasileiro, possui eficiência em torno de
16% e apresentou queda em seu valor nos últimos meses, assim como os demais itens de
sistemas fotovoltaicos para residência, e como dito anteriormente isto é mais um incentivo para
crescimento no número de instalações. Além das placas fotovoltaicas tão conhecidas desses
sistemas outro equipamento que deve ser destacado é o inversor que coordena todo o sistema é
possui os registros do que é injetado na rede.
A análise econômica foi realizada a partir do cálculo de como era e como é atualmente
a conta de energia elétrica dessa residência sem e com as placas fotovoltaicas, respectivamente.
Sabe-se, por informação do sistema real, que R$15.930,00 é o custo do investimento da
instalação, sendo o valor economizado anualmente na conta de energia elétrica igual à R$
2.156,72, obteve-se simulando dois cenários, um com 100% de investimentos próprios e outro
com 50% financiado pelo banco que o retorno do investimento ocorreria em menos de 6 anos,
porém para primeiro cenário o VPL foi de R$ 23.283,10, com TIR de 22% e para o segundo
um pouco menor VPL de R$ 22.555,80 com TIR de 23%.
Comprovou-se a atratividade do investimento realizado, mas além disso, deve-se pensar
nesse investimento como algo muito além da área econômica. Utilizar-se de fontes alternativas
e renováveis para saciar a demanda por energia elétrica, aliado aos hábitos de consumo mais
racionais é uma forma de romper com o paradigma vigente nas relações entre o homem, a

62
energia e o ambiente, é uma busca pela recuperação de uma possível condição de equilíbrio que
foi perdida durante as buscas dos países, de modo geral, para potencializar-se.
Este trabalho buscou coletar as informações que há atualmente no que tange instalações
de sistemas fotovoltaicos no Brasil, há aqui informações atualizadas dos valores em unidades
dessas instalações no âmbito dos três setores, residencial, comercial e industrial, além disso há
também comparação entre diferentes marcas de placas fotovoltaicas e também apresenta as
novidades do mercado de energia solar, novas tecnologias, novos materiais, etc....
Como proposta de trabalho futuro poder-se-ia um aprofundamento no sistema híbrido
que desponta como sucessor da instalação On grid residencial, assim como possível atualização
das leis quanto a sua regulamentação.

63
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] RODRIGUEZ, C.J.C. “Apostila de energia solar térmica e fotovoltaica – EEN907”. 2007.
Universidade Federal de Itajubá. Instituto de Engenharia Mecânica.

[2] INPE- Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Atlas Brasileiro de Energia Solar. 2ª
Edição.São José dos Campos, Brasil. 2017.

[3] DUFFIE,J.A., BECKMAN,W.A.Solar engineering of termal processes. 3 Ed. New York:


John Wiley & Sons, 2013.

[4] SWERA. Solar and Wind Energy Resource Assessment. TILT NASA Low Resolution.
Disponível em: https://maps.nrel.gov/swera/#/?aL=ukG-
Gd%255Bv%255D%3Dt&bL=groad&cE=0&lR=0&mC=-22.41229808576513%2C-
45.389671325683594&zL=12. Acesso em 13 de setembro de 2017.

[5] BERMANN, C. “Crise ambiental e ar energias renováveis”. Cienc. Cult. vol.60 no.3 São
Paulo Sept. 2008. Disponível em:
http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252008000300010.
Acesso em 20 de junho de 2017.

[6] SAMPAIO, P. G. V., González, M. O. A., Photovoltaic Solar Energy: Conceptual


framework. Renewable and Sustainable Energy Reviews, July 2017, Vol.74, pp. 590-601.

[7] MICHELI, D., Alessandrini, S., Radu, R., Casula, I. Analysis of the outdoor performance
and efficiency of two grid connected photovoltaic systems in northern Italy. Energy Conversion
and Management. April 2014, Vol.80, pp. 436-445.

[8] ADARAMOLA, M. S., Vagnes, E.E.T. Preliminary assessment of a small-scale rooftop PV-
grid tied in Norwegian climatic conditions. Energy Conversion and Management. January
2015, Vol. 90, pp. 458-465.

[9] DE LIMA, L. C., Ferreira, .L. A., Morais, F. H. b. L. Performance analysis of a grid
connected photovoltaic system in northeastern Brazil. Energy for Sustainable Development.
April 2017, vol.37, pp. 79-85.

[10] KUMAR, K. A., Sandareswaran, K., Venkateswaran. Performance study on a grid


connected 20 kWp solar photovoltaic installation in an industry in Tiruchirappalli (India).
Energy for Sustainable Development. December 2014, vol. 23, pp. 294-304.

[11] MME. Ministério de Minas e Energia. “Participação de renováveis na matriz energética


brasileira é três vezes superior ao indicador mundial”. 19/05/2017. Disponível em:
<http://www.mme.gov.br/web/guest/pagina-inicial/outras-noticas/-
/asset_publisher/32hLrOzMKwWb/content/participacao-de-renovaveis-na-matriz-energetica-
brasileira-e-tres-vezes-superior-ao-indicador-mundial >. Acesso: 21 de maio de 2017.
64
[12] EPE. Empresa de pesquisa energética. Planos e balanços. Energia solar. Disponível em: <
http://www.epe.gov.br/Estudos/Paginas/default.aspx >. Acesso: 21 de maio de 2017.

[13] JANNUZZI, G. M.; MELO, C. A. Grid-connected photovoltaic in Brazil: Policies and


potential impacts for 2030. Energy for Sustainable Development. February 2013, vol. 17, pp.
40-46.

[14] ANEEL. Agencia Nacional de Energia Elétrica. Cadernos Temáticos ANEEL. Micro e
Minigeração Distribuída. Sistema de compensação de energia elétrica. 2ªEdição. Brasília -DF.
Maio/2016. Disponível em: < http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/pdf/03-
energia_solar(3).pdf>.Acesso: 21 de maio de 2017

[15] MAIA, F. Presidente da ABRADEE – Associação Brasileira de Distribuidores de Energia


Elétrica. “Incentivos às fontes renováveis de energia e impacto sobre as tarifas”. Brasília. 2 de
junho de 2009. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/atividade-
legislativa/comissoes/comissoes-temporarias/especiais/53a-legislatura
encerradas/pec59006/PL63003Fernando%20Maia020609.pdf . Acesso em 20 de junho de
2017.

[16] DUTRA, R. M. e SZKLO, A. S.“A Energia Eólica no Brasil: Proinfa e o Novo Modelo do
Setor Elétrico”. Pág. 856.

[17] CONFAZ. Conselho Nacional de Política Fazendária. Ministério da Fazenda. Legislação.


Convênios ICMS. 2015. CV016_15. Disponível em:
https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/convenios/2015/cv016_15. Aceso em 29 de
agosto de 2017.

[18] MME. Ministério de Minas e Energia. “Brasil lança Programa de geração distribuída com
destaque para energia solar”. 16/12/2015. Disponível em:
http://www.mme.gov.br/web/guest/pagina-inicial/outras-noticas/
/asset_publisher/32hLrOzMKwWb/content/programa-de-geracao-distribuida-preve-
movimentar-r-100-bi-em-investimentos-ate-2030. Acesso em 29 de agosto de 2017

[19] ANEEL. Agência Nacional de Energia Elétrica. Geração distribuída. Resumo por tipo de
geração. “Unidades consumidoras com geração distribuída”. Disponível em:
http://www2.aneel.gov.br/scg/gd/GD_Fonte.asp. Acesso em 6 de maio de 2018.

[20] ANEEL. Agência Nacional de Energia Elétrica. Geração distribuída. Resumo Estadual.
“Unidades consumidoras com geração distribuída”. Disponível em:
http://www2.aneel.gov.br/scg/gd/GD_Estadual.asp. Acesso em 6 de maio de 2018.

[21] ANEEL. Agência Nacional de Energia Elétrica. Geração distribuída. Resumo Estadual.
“Unidades consumidoras com geração distribuída da Unidade da Federação: CE”. Disponível
em: http://www2.aneel.gov.br/scg/gd/gd_estadual_detalhe.asp?uf=CE. Acesso em 2 de
novembro de 2017.
65
[22] BIOEXTRATUS. Cosméticos naturais. “Bio Extratus: Projeto sol nascente vence o VII
Prêmio Hugo Werneck de sustentabilidade”. 2 de dezembro de 2016. Disponível em:
http://bioextratus.com.br/bio-extratus-projeto-sol-nascente-vence-o-vii-premio-hugo-
werneck-de-sustentabilidade/. Acesso em 20 de setembro de 2017.

[23] SEFA. Secretaria de Estado de Fazenda. Decreto nº 47.210, de 30 de junho de 2017


(MG de 01/07/2017). Disponível em:
http://www.fazenda.mg.gov.br/empresas/legislacao_tributaria/decretos/2017/d47210_2017.ht
m. Acesso em 20 de setembro de 2017.

[24]CANADIAN SOLAR. CS6P -260. 265. 270P. Disponível em:


https://www.canadiansolar.com/fileadmin/user_upload/downloads/datasheets/en/new/Canadia
n_Solar-Datasheet-CS6P-P_en.pdf . Acesso em 19 de outubro de 2017.

[25]FRONIUS BRASIL. Fronius Galvo 2.0-1. Solar Energy. Disponível em:


http://www3.fronius.com/cps/rde/xchg/SID-65C5F774-
8170CF6F/fronius_brasil/hs.xsl/7552_9355.htm#.Wg3l_kqnHIU. Acesso em 19 de outubro de
2017.

[26] ENERGIA SOLAR PHB. Tutoriais. Downloads. “Gerador Fotovoltaico Hibrido PHB”.
Disponível em: https://www.energiasolarphb.com.br/pdf/GFV-hibrido-modular.pdf. Acesso
em 28 de maio de 2018.

[27] ALMEIDA, P. M. “Condicionamento da Energia Solar Fotovoltaica para Sistemas


Interligados à Rede Elétrica”. 26 de maio de 2011. Disponível em:
http://www.ufjf.br/labsolar/2011/05/26/condicionamento/. Acesso em 4 de junho de 2018.

[28] ELETROBRAS. Centrais Elétricas Brasileiras S.A. “ Consumo de energia dos aparelhos
elétricos”. Disponível em: http://www.eletrobras.gov.br. Acesso em 28 de maio de 2018.

[29] GAREN. Produtos. “Para residência: Portão deslizante”. KDZ TSI. “Manual de instalação
para portões deslizantes”. Disponível em:
http://garen.com.br/assets/uploads/0ec66835b7bc88ae0bf7dab9eedb5be6.pdf. Acesso em 28
de maio de 2018.

[30] INTELBRAS. Kit monitoramento. Kit alta resolução 720p. “KIT DVR Intelbras MHDX
+ 4 Câmeras VHD 1010D G3 + Acessórios”. Código de referência: 10000258. Disponível em:
https://www.zikoshop.com.br/xkit-dvr-mhdx-intelbras-4-canais-4-cameras-vhd-1010-d-g3-
720p . Acesso em 28 de maio de 2018.

[31] NEOSOLAR. Baterias. Até 100Ah. “Bateria Estacionária Heliar Freedom DF300 (30Ah /
26Ah) ”. Código de referência: 05.005.001. Disponível em:
https://www.neosolar.com.br/loja/bateria-estacionaria-freedom-df300-30ah-26ah.html.
Acesso em: 04 de junho de 2018.

66
[32]CANADIAN SOLAR. Solar Panels. Solar. Modules. Disponível em:
https://www.canadiansolar.com/solar-panels/standard.html. Acesso 19 de outubro de 2017.

[33]NEOSOLAR. Painéis solares. De 200Wp até 295Wp. Disponível em:


https://www.neosolar.com.br/loja/painel-solar/placa-solar-de-200w-ate-295w.html . Acesso
em: 04 de junho de 2018.

[34] MINHA CASA SOLAR. Painel solar. Painel de 205W a 280W. “Painel solar de 260W
Policristalino Globo Brasil- GBR- 260P”. Disponível em:
https://www.minhacasasolar.com.br/produto/painel-solar-de-260w-policristalino-globo-brasil-
gbr-260p-78604?atributo=178:unica&atributo=25:u&atributo=26:unica. Acesso em 4 de junho
de 2018.

[35]60HZ. Energias Renováveis. Produtos. Placa Solar. Disponível em:


https://www.60hz.com.br/placa-solar-fotovoltaico-260w-24v-yingli.html. Acesso em 4 de
junho de 2018.

[36] FONTES, R. BlueSol Energia Solar. Tudo sobre Energia Solar. “Como Funcionam as
Placas Fotovoltaicas: As 7 Principais Questões Respondidas Que Você Não Pode Ficar Sem
Saber ”. 8 de fevereiro de 2018. Disponível em: http://blog.bluesol.com.br/placas-
fotovoltaicas/. Acesso em 28 de maio de 2018.

[37] SVARC, J. Clean Energy Reviews. “Top 10 Solar Panels – Latest Technology 2018”. April
0, 2018. Disponível em: https://www.cleanenergyreviews.info/blog/2017/9/11/best-solar-
panels-top-modules-review. Acesso em 28 de maio de 2018.

[38] SUNEW. Organic Photovoltaic (OPV). “Um produto inovador, várias soluções para salvar
o mundo”. Disponível em: http://sunew.com.br/organic-photovoltaic-opv/. Acesso em 28 de
maio de 2018.

[39] SUNEW. Aplicações. “Energia em todo lugar com possibilidade infinitas”. Disponível em:
http://sunew.com.br/aplicacoes/. Acesso em 28 de maio de 2018.

[40] MINAS ENERGY. Soluções Energéticas. Orçamento da Usina Coronado. Documentação


própria. Orçamento semelhante disponível em: http://www3.fronius.com/cps/rde/xchg/SID-
65C5F774-8170CF6F/fronius_brasil/hs.xsl/7552_9355.htm#.Wg3l_kqnHIU. Acesso em 16 de
novembro de 2017.

[41] RENEW ENERGIA. Eficiência e sustentabilidade por um mundo melhor. “BNDES


financia micro e mini usinas em até 48x para empresas”. Disponível em:
http://renewenergia.com.br/bndes-financia-micro-e-mini-usinas-em-ate-48x-para-empresas/.
Acesso em 7 de novembro de 2017.

67

Você também pode gostar