Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CURSO DE PSICOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
bem detalhada dos sintomas para iniciar o tratamento de maneira correta. Para
Barletta a entrevista clínica ocorre nas primeiras sessões, após a coleta de dados é
iniciada uma análise com presença obrigatória do responsável e é indispensável a
presença do cuidador nessa análise, pois é desde o nascimento que começa a
ocorrer os primeiros contatos com fatores psicossociais, portanto, importante para a
elaboração de um diagnóstico. Feita a análise, inclui-se nas sessões instrumentos
avaliativos para crianças e adolescentes. Em relação ao tratamento, normalmente é
realizado com a criança e com os pais auxiliando e moldando os comportamentos e
ensinando novas táticas para relação entre a criança e o responsável, eliminando os
comportamentos hostis. As técnicas mais utilizadas na terapia são fundamentadas
na abordagem comportamental e cognitiva, contudo, é necessário um levantamento
de informações completo para identificar qual a melhor técnica para tratar a criança
ou o adolescente.
Para Assumpção Jr. (2014), o uso de exames psicológicos é importante
para identificar falhas nos mecanismos do ser humano, porque é entendido que as
interações com o meio são feitas pelo sistema nervoso central. Quando uma criança
realiza um teste é possível identificar alterações cognitivas, cerebrais e sociais e isso
possui relevância para auxiliar no diagnóstico da criança.
Do ponto de vista da psiquiatria, conforme Assumpção Jr. (2014), o
cuidado multidisciplinar com a pessoa com TOD é apontado em cinco
procedimentos terapêuticos: prescrição de medicamentos; psicopedagógico;
psicoterapia comportamental; orientação escolar e orientação familiar.
Uma contribuição da neurociência é oferecida por Velasques e Ribeiro
(2014) que ressaltam que a etiologia do TOD é multifatorial e complexa, portanto,
seu diagnóstico implica na análise de fatores genéticos, ambientais e emocionais.
Contudo, chama a atenção para os aspectos neurobiológicos do transtorno, no que
diz respeito à possíveis desorganizações em relação aos comportamentos
disruptivos. Há estudos, segundo os autores, que indicam alterações no córtex pré-
frontal e no funcionamento de neurotransmissores. As alterações têm sido atribuídas
principalmente a fatores biológicos exógenos, como presença de substâncias tóxicas
no útero ou deficiência nutricional. Os autores ressaltam, ainda, que até o momento,
não há exames laboratoriais ou de imagem que possam auxiliar na evidência do
TOD.
7
tratamento. Além disso, a psicoeducação escolar possibilita que a escola possa ter
estratégias escolares adequadas que permitam a reintegração da criança no
contexto de sala de aula, recreio e outras atividades, e que aprendam técnicas
comportamentais para extinguir comportamento de negativismo, agressivo e
desrespeitoso e estimular comportamentos que queiram ser introduzidos.
Para Siqueira e Gianetti (2011), a educação formal no Brasil tem um
importante papel na questão sócio cultural, porque uma boa educação é sinal de
sucesso social. Quando começou a ocorrer muitos casos de queixas escolares em
consultórios de saúde, passou-se a questionar a educação fundamental nas escolas.
Desta forma, capacitar profissionais da área escolar é de extrema importância para
entender o funcionamento neurológico de aprendizagem da criança. Nesse sentido,
um professor do ensino fundamental deve identificar se há dificuldade de
aprendizagem ou se há outros fatores comportamentais que estão prejudicando o
desempenho escolar. Uma criança com transtorno opositor desafiante pode
apresentar comportamentos agressivos diante de situações em que ela não
consegue aprender e ter dificuldades em realizar tarefas.
Em alguns casos a criança que possui transtorno opositor desafiante
pode ser considerada uma criança que oferece risco para si e para os outros. Para
Caponi (2018), é extremamente importante identificar o transtorno e realizar um
diagnóstico logo no início da infância, porque se uma criança com o diagnóstico de
TOD atingir a idade adulta sem o devido tratamento e a devida atenção, é possível
que seja desenvolvido um transtorno de personalidade antissocial. A escassez de
estudos sobre o TOD é preocupante, ainda não há confirmação sobre a criança
desenvolver um transtorno de personalidade. Caponi (2018), acrescenta que se for
comprovado que o TOD tem relação com transtorno de personalidade antissocial é
necessário, juntamente com a terapia, um tratamento medicamentoso. Um indivíduo
que cresce e se desenvolve sem entender sua condição também não compreenderá
algumas frustrações que podem ocorrer ao longo de sua vida. Se de fato o
transtorno for caracterizado, vários âmbitos da sua vida podem ser influenciados
negativamente como vida amorosa, acadêmica, profissional. A dificuldade de
sucesso pode gerar desapontamento, frustração, e desmotivação para novas
conquistas.
No que diz respeito à assistência educacional, no Brasil existe a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) e as Diretrizes Nacionais
10
2 METODOLOGIA
2.2 Local
2.3 Instrumentos
2.4 Procedimento
Tabela 1
Resultados da primeira etapa da pesquisa
Características Resultados
Capacitação profissional para atuar com 80% realizaram algum tipo de capacitação
inclusão
Aspectos comportamentais apontados pelos Não sabe esperar, quer tudo na hora
professores em relação ao transtorno indicado por 89,5% dos participantes;
agressividade indicado por 78,9% dos
participantes, acredita que tem sempre
razão, que está sempre certo indicado em
73,7%; birra/falta de limites indicado em
63,2%
birra/falta de limites 12
ataques de fúria 10
predominância de agressividade 15
pessimismo 5
dificuldades na aprendizagem 7
comportamento vingativo 11
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Figura 1
Características do TOD apontadas pelos participantes
entenda sobre o assunto para poder fazer diferença na vida da criança de maneira
mais eficaz, tanto na aprendizagem escolar, como nas relações sociais. Professores
que não compreendem boas estratégias sobre o tratamento do TOD podem utilizar
recursos que dificultam a eficácia das estratégias (Teixeira, 2014).
Em relação a manifestação do TOD, as participantes 1 e 3 relataram que
o transtorno está relacionado com educação familiar, principalmente por falta de
experiência dos pais que, sem saberem identificar o transtorno e lidar com as
manifestações, encontram dificuldade em impor regras e, por vezes, aumentando o
grau do transtorno. As participantes 2 e 4, relatam manifestações comportamentais,
como fatores desencadeantes que estão relacionados aos comportamentos
característicos do TOD, como quando a criança é contrariada. Já as participantes 1
e 3, acreditam que a manifestação do transtorno está relacionada a educação e
base familiar que a criança possui. Para Paulo e Rondina (2010), a birra e a
desobediência existem, por isso é importante entender o conjunto de características
que apontam a presença do transtorno.
“Acredito que começa na família, muitos pais têm uma fase de negação,
principalmente em famílias que tem o primeiro filho, eles depositam muitas
expectativas nessas crianças e quando elas não vêm do jeito que eles queriam o
tratamento acaba sendo diferente, então o meio que a criança está inserida
desperta esse transtorno.” (participante 1)
“Tinha dias que eu achava que tinha um fator desencadeador, por
exemplo, ele não queria fazer a lição, e você insisti pra ele fazer a lição, tanto que
descobri estratégias pra ele fazer lição e fui fazendo combinados.” (participante 3)
Existe o grau de manifestação do transtorno como leve, moderado e
grave, quando o transtorno vem ocorrendo em mais de dois ambientes já é
considerado como moderado (DSM-V, 2013). Por isso, é importante que família e
escola se integrem nas estratégias para o manejo do transtorno.
Uma educação permissiva dos pais pode agravar os comportamentos dos
sintomas, mas não é considerada a causa para a manifestação do transtorno (Paulo
& Rondina, 2010).
As participantes de maneira geral relatam que os professores não
possuem preparo específico pelas instituições e em relação ao que tiveram durante
a graduação. Apenas a participante 2 declarou ter tido mais contato com assunto em
pós-graduação. Porém, as participantes relatam estar sempre pesquisando e se
17
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
http://www.psicologia.pt/artigos/ver_
artigo.php?transtorno-desafiador-de-oposicao-e-suas-comorbidades-um-desafio-
da-infancia-a-adolescencia&codigo=A1175&area=d5
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-
56872011000200005&lng=pt&tlng=pt.
Paulo, M. M.; & Rondina, R. C. (2010). Os principais fatores que contribuem para o
aparecimento e evolução do transtorno desafiador opositor (TDO). Revista
Científica Eletrônica de Psicologia,1, 1-7, São Paulo. Disponível em:
20
<http://hdl.handle.net/11449/115154>.
Siqueira, C. M., & Gurgel-Giannetti, J. (2011). Mau desempenho escolar: uma visão
atual. Revista da Associação Médica Brasileira, 57(1), 78-
https://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302011000100021.