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INSTITUTO FEDERAL DO CEARÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES


MESTRADO PROFISSIONAL EM ARTES

METODOLOGIA DA PESQUISA EM ARTES


TRABALHO FINAL

Prof. Dr. José Albio Moreira Sales


Prof. Dr. José Maximiano Arruda Ximenes de Lima
Aluno: Jonatas Souza e Silva
ESTADO DA ARTE

A construção do Estado da Arte da (proposta de) Pesquisa intitulada: MÚSICA


EM PONTOS: POSSIBILIDADES DE ENSINO/APRENDIZAGEM DA
MUSICOGRAFIA BRAILLE1, concentrou-se na busca por dissertações e teses,
compreendidas no período de dez anos (2009 - 2019) disponíveis em repositórios online.
Foram utilizados especificamente dois repositórios, o Catálogo de Teses e Dissertações
da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior 2(CAPES), e a
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações3 (BDTD). Realizamos as buscas por trabalhos
que estejam em alinho com a temática/objeto de estudo da pesquisa a partir de cinco
palavras-chave: Musicografia Braille; Educação Musical de Pessoas com Deficiência
Visual; Educação Musical de Cegos; Ensino de Música e Deficiência Visual e Ensino de
Música e Cegos.
Foram encontrados um total de vinte trabalhos, quinze dissertações (75%) e cinco
teses (25%).

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Dissertações Teses

Podemos observar a partir do gráfico acima, a produção acadêmica (do presente


Estado da Arte) ano a ano. Destacamos dentre as dissertações o ano de 2017 como período
de ápice na produção, totalizando quatro trabalhos. Quanto às teses, podemos destacar o
período de 2013 a 2015, ciclo de constante produção, onde temos uma tese por ano. Logo
abaixo apresentamos uma síntese dos trabalhos encontrados, em ordem cronológica.

1
Trabalho pertencente à Linha de Pesquisa: Ensino e Aprendizagem em Artes, do Programa de Pós-
Graduação em Artes do Instituto Federal do Ceará.
2
Disponível em: <https://catalogodeteses.capes.gov.br/catalogo-teses/#!/>
3
Disponível em: <http://bdtd.ibict.br/vufind/>
Título Do Toque ao Som: o ensino da musicografia braille como um
caminho para a educação musical inclusiva
Palavras-chave Notação musical; Educação musical; Educação inclusiva;
Musicografia Braille; Deficiência visual.
Tipo de Trabalho Tese
Ano de Publicação 2010
Autor Fabiana Factor Gouvêa Bonilha
Local do Depósito http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/283935

Objetivos Este, por sua vez, tem por objetivo problematizar o ensino e a difusão
da musicografia braille, como um requisito imprescindível à
educação musical de pessoas com deficiência visual.
Metodologias Esta pesquisa possui um enfoque qualitativo, pois visa apreender as
percepções dos indivíduos frente aos desafios da alfabetização
musical em braille. A coleta de dados foi realizada por meio do
acompanhamento e estudo de três casos, nos quais três sujeitos
experienciaram o processo de aprendizado da notação musical
desenvolvida para os cegos. Além disso, foi realizada uma
investigação acerca dos meios utilizados para a transcrição de
partituras em Braille, delineando-se as peculiaridades desse processo.
Na análise dos dados coletados, discute-se o papel do educador
musical, do aluno com deficiência visual e do especialista em
aplicações da musicografia braille.
Resultados Como desdobramentos deste trabalho, há a produção de um áudio-
documentário que retrata o desenvolvimento da pesquisa e a
implantação de um acervo musical que contém obras em braille. São,
por fim, levantadas questões relevantes, que podem resultar em novas
investigações sobre o tema e na implementação de iniciativas
favoráveis ao ensino e a difusão da musicografia braille.

Título Música e Inclusão: necessidades educacionais especiais ou


necessidades profissionais especiais?
Palavras-chave educação musical, educação especial, inclusão educacional,
deficiência visual.
Tipo de Trabalho Dissertação
Ano de Publicação 2010
Autor Catarina Shin de Lima Souza
Local do Depósito https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/9148

Objetivos O objetivo principal deste trabalho é analisar a situação da educação


musical em face às recentes mudanças na legislação nacional em
relação à inclusão educacional de pessoas com necessidades
especiais buscando situar o educador musical nesse contexto.
Metodologias Busco por meio de questionário identificar as principais concepções
e dificuldades enfrentadas por educadores musicais diante do
paradigma da inclusão de pessoas com necessidades especiais nas
escolas.
Resultados Finalmente, a partir da experiência de ensino de música em uma
instituição especializada para pessoas com deficiência visual,
procuro sistematizar possibilidades e estratégias de atuação para o
professor de música junto a este público, bem como desmistificar
alguns estereótipos e preconceitos em relação às pessoas com
necessidades educacionais especiais e, mais especificamente,
daquelas com deficiência visual.

Título Um Estudante Cego no Curso de Licenciatura em Música da


UFRN: questões de acessibilidade curricular e física
Palavras-chave Inclusão Escolar; Educação Musical; Ensino Superior.
Tipo de Trabalho Dissertação
Ano de Publicação 2011
Autor Isaac Samir Cortes de Melo
Local do Depósito http://repositorio.ufrn.br:8080/jspui/handle/123456789/14471
Objetivos Discutir o processo de inclusão escolar de uma pessoa cega no curso
de Licenciatura em Música, na Escola de Música na Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, bem como, refletir sobre a
importância da constituição de sistemas de apoio para assegurar o
processo inclusivo universitário de pessoas com deficiência visual.
Metodologias Essa investigação opta por uma abordagem metodológica qualitativa,
do tipo estudo de caso, utilizando como procedimentos de construção
dados a entrevista, a observação, a análise de documentos e os
registros fotográficos. Integraram o grupo de participantes desse
estudo, um aluno cego da turma 2009.1 do curso de Licenciatura em
Música da EMUFRN, professores de duas disciplinas cumpridas por
esse aluno, dois colegas de turma, um monitor de apoio em teoria
musical, o coordenador do curso e o diretor da escola, além de outros
dois sujeitos que contribuíram com o processo de inclusão em ações
não formalizadas institucionalmente.
Resultados Os resultados encontrados indicam iniciativas propostas pela UFRN
que contribuem com inclusão de alunos com deficiência na
instituição, a principal delas é a criação da Comissão Permanente de
Apoio a Estudantes com Necessidades Educacionais Especiais
(CAENE), grupo que orienta setores administrativos, professores,
diretores, coordenadores e alunos quanto às medidas necessárias para
o acesso e a permanência com qualidade para todos. A acessibilidade
física ainda está em processo de construção na UFRN, vários acessos
e setores vêem sendo adaptados para que os alunos com deficiência
física ou visual, além daqueles com dificuldades de mobilidade,
possam ter acesso aos diversos pontos da universidade, entretanto,
conforme apresentado nesse estudo, alguns pontos precisam ser
reconsiderados, já que existem diversos locais onde a instalação do
piso tátil não segue totalmente as orientações propostas na legislação.
Quanto às propostas de acesso ao currículo, mediadas pela
EMUFRN, tratam-se de ações que propõem a inclusão do aluno cego,
como a existência de um monitor pedagógico para auxiliar no estudo
da teoria musical, contudo, é necessário repensar essas propostas para
que não se resumam em ações de intervenção reativas. Assumindo
uma postura mais pró-ativa a EMUFRN estará preparada a receber a
diversidade
de alunos que espera. O estudo aponta, ainda, que o aluno cego faz
parte de um grupo de estudantes que são músicos práticos, os quais
precisam trabalhar em eventos e shows à noite, e que apresentam
pouco conhecimento em teoria musical, acarretando,
respectivamente, baixa frequência nas aulas e dificuldades de
aprendizagem em determinados componentes curriculares, podendo
ocasionar o trancamento de tais componentes. Nesse caso, o desafio
da EMUFRN, considerando a perspectiva inclusiva, não é,
especificamente, adequar-se para o acolhimento acadêmico de um
aluno cego, mas desenvolver um projeto de acessibilidade curricular
que considere, efetivamente, a diversidade da totalidade dos seus
alunos, levando em conta, principalmente, as condições econômicas
e culturais. Isso implica em um processo de redimensionamento das
práticas acadêmicas que se orientem por ações articuladas e
colaborativas que envolvam os diversos agentes educacionais da
EMUFRN e da UFRN.

Título Uma Ferramenta para Notação Musical em Braille

Palavras-chave musicografia braille, tecnologia assistiva, notação musical.


Tipo de Trabalho Dissertação
Ano de Publicação 2012
Autor Arthur Piza Mosterio Tofani
Local do Depósito http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/45/45134/tde-18102012-
174817/pt-br.php
Objetivos O foco principal da pesquisa realizada é a análise da musicografia
braille sob a ótica das possibilidades de se produzir transcrições
automáticas entre partituras em braille e tinta, a fim de prover
recursos tecnológicos direcionados à solução deste problema.
Metodologias O aplicativo desenvolvido foi utilizado e avaliado por usuários
decientes visuais e com visão normal por meio de um questionário.
Os dados foram então analisados, buscando mapear as diferenças nas
experiências de uso e verificar necessidades de melhorias e novas
funcionalidades, buscando com isso o aprofundamento nas questões
pertinentes ao problema e dando suporte a novas pesquisas relativas
ao assunto.
Resultados foi desenvolvido um aplicativo capaz de receber informação musical
em braille e convertê-la para o formato MusicXML, adequado para a
leitura a partir de outros aplicativos de notação musical e,
consequentemente, a impressão deste material em tinta. Este
programa está sendo distribuído como software livre sob licença
LGPL, contrapondo-se às suas alternativas hoje existentes no
mercado.

Título Uma Proposta de Oficina de Música para Alunos com Deficiência


Visual – construção de instrumentos musicais e performance
Palavras-chave Diversidade, Educação Musical e Deficiência visual
Tipo de Trabalho Dissertação
Ano de Publicação 2013
Autor José Carlos Quintanilha
Local do Depósito encurtador.com.br/jvxEN
Objetivos O trabalho objetiva descrever os procedimentos didáticos realizados
na oficina e, ainda, analisar e criticar os dados coletados, a partir de
um entendimento pós-moderno de educação, visando construir
subsídios para o ensino de música na diversidade, oferecendo uma
proposta dinâmica a educadores que desejam trabalhar com
construção de instrumentos musicais em práticas inclusivas.
Metodologias Por meio de uma descrição e análise da oficina são contemplados os
procedimentos pedagógicos em diálogo com toda a trama social. (...)
A partir desses focos, estabelece-se uma triangulação entre três eixos:
1) as entrevistas com os alunos, 2) com a professora da instituição, e
3) nosso olhar como pesquisador imerso no contexto, na figura de
professor de música da oficina, documentado pelas anotações de
campo e algumas gravações de áudio de realizações musicais.
Resultados Como resultado, os instrumentos musicais são construídos pelos
alunos, e ferramentas são adaptadas para a situação. O trabalho ganha
uma ampliação de público, pois dentro da diversidade, as
especificidades dialogam com a coletividade, logo, muitos dos
procedimentos descritos podem ser adaptados, ou não, em outros
contextos na educação musical especial. Dentro da própria cegueira,
perceberam-se particularidades que geram novos desdobramentos e
modos de entender o aluno com deficiência visual. O trabalho aponta
para novos contextos onde há possibilidades da utilização de seus
procedimentos, a citar: pessoas idosas, surdas, entre outras. A
deficiência deixa de ser o foco e passa a ser entendida como uma
característica do aluno a ser contemplada dentro do conceito da
inclusão. Este aluno, um ser humano singular, passa a ser visto como,
potencialmente, autor de riquíssimas contribuições para o processo
pedagógico.

Título O Deficiente Visual em Contato com a Música


Palavras-chave Música – Cegueira – Educação especial.
Tipo de Trabalho Dissertação
Ano de Publicação 2013
Autor Leonardo Augusto Cardoso de Oliveira
Local do Depósito http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/310472

Objetivos Este estudo, de natureza qualitativa, pretende compreender quais as


problemáticas enfrentadas por pessoas cegas que tenham atuação em
música como atividade de lazer ou profissional quanto ao acesso à
aprendizagem da música. Com base em seus relatos sobre a vivência
e formação musical de pessoas cegas, o objetivo foi criar subsídios
que possam nortear o preparo de professores de música que atuam
com pessoas com deficiência visual.
Metodologias Os participantes do estudo foram adultos com cegueira congênita ou
adquirida precocemente que atuam no campo da música
profissionalmente ou por lazer. Por meio de entrevistas semi-
estruturadas, procurou-se conhecer suas vivências no campo da
música: preferência musical, conhecimento formal em iniciação
musical, instrumento ou canto, e interesse em realizar atividades
relacionadas ao ensino musical. Os participantes foram indicados por
profissionais que trabalham em instituições de Campinas e região que
atendem a deficientes visuais e no Centro Cultural Louis Braille de
Campinas. Os dados foram analisados por categorização e discutidos
a partir da literatura e da realidade do cenário cultural atual.
Resultados Os resultados apontam para a ausência da iniciação musical na escola
e destacam a importância do incentivo da família, da comunidade, e
o engajamento do próprio aluno com deficiência visual nos seus
processos de formação musical.

Título Software Musibraille: a interface entre educador leigo em


musicografia braille e educando cego
Palavras-chave Software Musibraille, Educação Especial, Educação Musical
Especial, Musicografia Braille.
Tipo de Trabalho Dissertação
Ano de Publicação 2013
Autor Kátia Daniela Cucchi
Local do Depósito encurtador.com.br/yzNS7
Objetivos tem o objetivo geral de verificar a eficácia do uso do software
Musibraille como uma das ferramentas tecnológicas, consideradas
parte da Tecnologia Assistiva, na intermediação da comunicação
entre o educador leigo em Musicografia Braille e um educando cego,
na aula do componente curricular “Literatura e Estruturação Musical
II”, do curso Técnico em Música do Centro de Educação Profissional
em Arte e Design (CEEP). Seus objetivos específicos são: 1)
descrever os caminhos de interação do software Musibraille na
aplicação do estudo de teoria musical; 2) identificar as dificuldades
enfrentadas pelo educando cego no uso do software Musibraille; e 3)
registrar as buscas de competências do educador, no processo de
ensino musical do educando cego.
Metodologias Esta dissertação, cuja metodologia qualitativa está ancorada no
estudo de caso como método científico...
Resultados A questão norteadora – Como o software Musibraille faz a
intermediação entre o educando cego e o educador musical leigo em
musicografia Braille? – tem como pressuposto que o software
Musibraille possibilita a interface entre educando cego e educador
musical leigo em Musicografia Braille.

Título Proposta de um Sistema Computacional Utilizando Metáforas


Aderentes à Escrita e Leitura Musical por Deficientes Visuais e
seus Acompanhantes, Utilizando Células Hexadecimais com
Quatro Pontos em Relevo, Conceito da Numerofonia e a
Codificação Numérica do Código Braille
Palavras-chave Deficiente Visual. Música. Numerofonia. Aschero. MIDI. Braille.
Barbier. Musicografia Lima. Código Lima.
Tipo de Trabalho Tese
Ano de Publicação 2013
Autor Sandra Fernandes de Oliveira Lima
Local do Depósito https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/14323

Objetivos Este trabalho apresenta uma solução que busca tanto simplificar a
codificação da escrita e leitura musical através de células de pontos
em relevo, como, também, tornar o ensino e o aprendizado mais
atrativos, exigindo dos deficientes visuais e seus assistentes, um
menor esforço, menos tempo e menos dedicação.
Este trabalho apresenta uma solução computacional que busca dar,
aos deficientes visuais, acessibilidade às músicas à medida que as
mesmas são postadas na internet. Infelizmente, a maior barreira a ser
enfrentada, ainda é a falta de profissionais para ensinar o deficiente
visual a ler tal codificação.
Metodologias O método proposto tem como base o paradigma da codificação
decimal proposta por Braille e o paradigma numérico já utilizado na
codificação internacional de eventos musicais. O método desta
pesquisa apresenta um paradigma que permite, com um menor
esforço e menor dedicação, a capacitação dos professores, dos
familiares e dos assistentes dos deficientes visuais no aprendizado da
notação Musical aqui proposta.
Resultados Destaca-se ser isto relevante devido ao fato de que, uma vez que o
assistente aprenda o paradigma e ele consiga ler as músicas, ficará
mais fácil ensinar ao deficiente visual sob sua tutela, a nova
musicografia. Um software foi idealizado e implementado em
linguagem funcional CLEAN para geração dos códigos da
musicografia deste trabalho, bem como dos outros paradigmas
voltados à utilização pelos acompanhantes dos deficientes visuais.

Título Acessibilidade na Educação Musical para Educandos com


Deficiência Visual no Contexto da Sala de Aula
Palavras-chave Educação musical. Educação inclusiva. Deficiência visual.
Acessibilidade.
Tipo de Trabalho Tese
Ano de Publicação 2014
Autor Marcos Welby Simões Melo
Local do Depósito https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/16911

Objetivos O objetivo desta pesquisa foi analisar o processo de ensino da música


para alunos com deficiência visual; identificar procedimentos de
acessibilidade que poderão melhor contribuir para a prática da
educação musical para esses educandos, incluindo os possíveis
recursos didáticos pedagógicos que estejam sendo utilizados em sala
de aula, para entender como a educação musical está sendo ensinada
às pessoas com deficiência visual.
Metodologias Para tanto, situei esta pesquisa numa abordagem de estudo de caso
do tipo qualitativo, realizada em seis escolas de Salvador, públicas e
particulares em que existiam, no mesmo espaço, o professor de
música e o aluno com deficiência visual. Realizei entrevistas com
educadores musicais, que atuam nessas instituições, e também com
aluno com limitação visual.
Resultados Como resultado, constatei que a educação Inclusiva não tem
encontrado um espaço amplo nas práticas escolares e que o número
de escolas regulares preparadas para incluir, de fato, os educandos
deficientes visuais na aula de música, é muito restrito, sobretudo na
utilização de recursos adaptados, que visem o desenvolvimento de
novos critérios metodológicos para o seu aprendizado. A
identificação e interpretação dos dados investigados podem
proporcionar uma melhor discussão e reflexão quanto à
acessibilidade da educação musical com o entendimento de que não
somente são importantes as técnicas e os procedimentos em sala de
aula, mas toda a investigação das necessidades específicas dos alunos
com deficiência visual.

Título Os Cursos de Formação de Profissionais Aptos ao Trabalho de


Educação Musical para Alunos com Deficiência Visual
Palavras-chave deficiência visual, inclusão social, formação de professores.
Tipo de Trabalho Dissertação
Ano de Publicação 2014
Autor Raphael Ota
Local do Depósito http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/285246

Objetivos este trabalho teve por finalidade apresentar propostas que possam
auxiliar na realização de cursos de formação de profissionais aptos a
trabalharem o ensino musical com alunos que tenham deficiência
visual.
Metodologias Para atingir tal objetivo foram feitos os seguintes estudos: histórico
sobre os cursos de formação de professores tanto para educação
regular quanto para a educação especial; o sistema braille e o campo
de educação musical para pessoas com deficiência visual; o processo
de ensino e aprendizagem de pessoas com esta deficiência; e os
conceitos que o professor deve ter conhecimento ao trabalhar com
este público. A partir deste material e de experiências práticas,
propostas são elencadas estruturando assim um possível curso de
formação de profissionais para este campo de educação.
Resultados Os resultados desta pesquisa objetivam assessorar professores de
música que almejam realizar cursos de formação, lhes oferecendo
diretrizes para uma melhor condução e estruturação pedagógica.

Título Particularidades da Musicografia Braille para o Auxílio de


Novas Metodologias de Ensino
Palavras-chave educação musical, educação inclusiva, musicografia braille,
deficiência visual.
Tipo de Trabalho Dissertação
Ano de Publicação 2014
Autor Rafael Moreira Vanazzi de Souza
Local do Depósito http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/285231

Objetivos Este trabalho busca oferecer ferramentas teóricas que possam auxiliar
a elaboração de metodologias para o ensino da Musicografia Braille,
que pode ser considerado um campo recente, e, por isso, com poucas
pesquisas especializadas e muitos relatos de experiência.
Metodologias

Resultados Os resultados desta dissertação objetivam beneficiar professores de


música de pessoas com deficiência visual, oferecendo-lhes diretrizes
para a elaboração e o planejamento de aula que incluam o ensino de
partituras em braille. Nesse sentido, também se beneficiam os cursos
de música, que aqui poderão encontrar fundamentação que os auxilie
a remodelar seus métodos, voltando-os ao acolhimento das
necessidades de aprendizagem dos músicos leitores de música em
braille, e também para que possam elaborar provas de admissão que
ofereçam igualdade de condições para as pessoas com e sem
deficiência visual.

Título Ensino de Música para Pessoas com Deficiência Visual


Palavras-chave educação musical; deficiência visual; educação musical para pessoas
com deficiência visual; competências e habilidades do educador
musical.
Tipo de Trabalho Dissertação
Ano de Publicação 2014
Autor Shirlei Escobar Tudissaki
Local do Depósito https://repositorio.unesp.br/handle/11449/110652

Objetivos (1) descrever os conceitos e princípios gerais que se aplicam à


deficiência visual e ao ensino musical destinado a estes alunos; (2)
verificar como o ensino de música para estes alunos está sendo
oferecido no Brasil, sob o ponto de vista pedagógico e legislativo; (3)
avaliar as adaptações empregadas neste processo de ensino; (4)
refletir acerca das competências e habilidades necessárias ao
educador musical para a docência de alunos com deficiência visual.
Metodologias A metodologia seguiu os pressupostos da pesquisa qualitativa,
utilizando como ferramentas para a coleta de dados a pesquisa
bibliográfica e documental; a pesquisa de campo sob a forma da
observação participativa, realizada na organização Laramara; e a
entrevista, realizada com educadores musicais de referência no
ensino de música para tais indivíduos.
Resultados Na etapa inicial da pesquisa, verificou-se que os cursos de
Licenciatura em Música/Educação Musical das Universidades
Públicas do Estado de São Paulo não oferecem disciplinas voltadas
ao ensino de música para pessoas com deficiência visual, embora a
legislação vigente determine que estes indivíduos estejam incluídos
na sala de aula. A partir desta constatação, passou-se a refletir a
respeito de como os educadores musicais poderiam trabalhar com
alunos com deficiência se não há este preparo na Universidade. A
análise das aulas observadas, a opinião dos entrevistados e o
referencial teórico permitiu elencar as competências e habilidades
necessárias ao educador musical para a atuação frente a alunos com
deficiência visual. Além disso, foram contempladas as ferramentas e
os materiais de apoio pedagógico a serem utilizados pelos educadores
musicais frente ao trabalho com estes indivíduos.

Título Cegueira e Cegueiras na Multirreferencialidade: construção de


conhecimentos – música e aprendizagem
Palavras-chave Cegueira. Multirreferencialidade. Educação Musical para cegos.
Construção de Conhecimento Musical.
Tipo de Trabalho Tese
Ano de Publicação 2015
Autor Albérico Salgueiro de Freitas Neto
Local do Depósito https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/18893

Objetivos Esta tese tem como objetivo geral desenvolver uma modelagem
compreensiva dos processos de aprendizagem musical de pessoas
cegas por meio de uma análise multirreferencial da cegueira.
Metodologias O caráter subjetivo desta pesquisa emprega etnopesquisa
multirreferencial crítica, em uma compreensão dos campos de
sentido que emergem e submergem no mundo relacionado à cegueira.
Os sujeitos cegos estão presentes em dois campos de interação com
o pesquisador: i) em trabalhos da literatura universal, religião, mitos,
ciências e imagens (sejam pintadas, desenhadas, fotografadas ou
filmadas). Particularmente em referências de músicos cegos e
canções que abordam esta questão; ii) em pessoas presentes na vida
do pesquisador em situações cotidianas na rua, ou como professor de
música em uma instituição, no último caso, como servidor municipal
e professor de música na cidade de Salvador, Bahia, lotado de janeiro
de 2007 a março de 2014 no Instituto de Cegos da Bahia. Um mapa
conceitual foi delineado sobre como o conceito cegueira percola na
difusão do conhecimento. Isto se realizou no intuito de desenvolver
uma leitura multirreferencial da cegueira, com contribuição oriunda
das experiências pedagógicas e leituras sobre cegueira e autores
cegos, bem como enquanto profissional e na vida pessoal com
intelectuais cegos. Revisaram-se os lugares social e institucional da
cegueira na história da assistência. Estudou-se também a história da
relação entre cegueira e música, resultando em uma análise
conceitual de imagens contendo esta relação. O trabalho também
constrói leituras e análises da cegueira em uma política de sentido,
revelando seu aspecto multirreferencial como complexo, diverso,
polifônico e heterogêneo. Começando em uma visão compreensiva
da cegueira, o pesquisador foca em sua prática de sala de aula como
espaço multirreferencial de aprendizagem. É construída uma base
teórica de educação musical como parte essencial da prática, e suas
reflexões foram sistematicamente documentadas em diário de campo.
Para compor os procedimentos do estudo de caso e sua relação com
a música, descrições e análises da evolução musical de três estudantes
foram tomadas como unidades de pesquisa.
Resultados O trabalho finaliza com uma proposta de uma modelagem
compreensiva da relação entre o mundo individual e social da
cegueira. Especificamente, esta modelagem se relaciona com o mapa
conceitual e política social de educação musical. Esta tese intenciona
um processo de destigmatização dos atributos associados ao cego,
uma elucidação da alienação sobre a cegueira, destituição de sua
identidade deteriorada. Precisa-se de uma refacção da ideia de
cegueira em uma nova base conceitual. O argumento aqui é que a
canção na força de atividades musicais pedagogicamente
intencionadas é parte essencial desta estrutura.

Título Música e Deficiência Visual: os processos de aprendizagem


musical no projeto esperança viva
Palavras-chave Deficiência visual. Educação Musical. Processos de aprendizagem.
Tipo de Trabalho Dissertação
Ano de Publicação 2016
Autor Edibergon Varela Bezerra
Local do Depósito https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21926

Objetivos A presente pesquisa objetivou identificar quais e como se dão os


processos de aprendizagem musical dos alunos com deficiência
visual no Projeto Esperança Viva.
Metodologias Utilizou-se o estudo de caso e a entrevista semiestruturada. Para a
realização da entrevista, escolheram-se quatro alunos do Projeto
Esperanças Viva, utilizando como critério de seleção dois alunos com
cegueira e dois com baixa visão.
Resultados Como resultado desta pesquisa, identificaram-se seis processos de
aprendizagem musical: percepção musical, leitura musical, escrita
musical, imitação/repetição, memorização e execução/prática
instrumental, bem como os caminhos didáticos envolvidos nesses
processos: estratégias, atividades, motivações, conhecimento prévio,
diversidade de atividades e cooperação. Portanto, é importante
salientar a necessidade de maiores investigações acerca do ensino-
aprendizagem musical das pessoas com deficiência visual,
objetivando ampliar as possibilidades de desenvolvimento musical
desses alunos.

Título O Ensino de Música para Alunos Cegos em Classe Regular de


Ensino no Colégio Universitário da UFMA
Palavras-chave Educação musical; oficina de música; jogos musicais; alunos cegos;
classe regular.
Tipo de Trabalho Dissertação
Ano de Publicação 2016
Autor Eliza de Oliveira Rocha
Local do Depósito http://tedebc.ufma.br:8080/jspui/handle/tede/1483

Objetivos Esta pesquisa procura relatar uma experiência pedagógico-musical


desenvolvida no Colégio Universitário da UFMA com alunos cegos
no contexto da classe regular de ensino. (...)Também contextualizará
historicamente a trajetória do ensino de música e o carácter universal
que ele foi adquirindo ao longo do século XX e início do presente
século. E por fim, realizará um trabalho pedagógico-musical, no
formato de oficina de música, desenvolvida no Colégio Universitário
da UFMA com alunos cegos no contexto da classe regular de ensino.
Metodologias De caráter analítico descritivo e abordagem qualitativa, esta pesquisa
se utiliza da modalidade de pesquisa-ação. Os dados foram coletados
em pesquisa de campo, através de observação pessoal direta, registros
de aulas por meio de relatórios, fotos, gravações em áudio e vídeo,
além de entrevistas semi-estruturadas buscando obter o feedback dos
alunos com relação à proposta em questão.
Resultados Os resultados revelam que o professor precisa conhecer as referências
legais sobre a educação para todos e as inovações e descobertas no
campo da pedagogia musical a fim de traçar um caminho
metodológico possível de ser trabalhado em um contexto múltiplo,
cujo os encaminhamentos sejam flexíveis e que contemplem todos os
alunos.

Título Musicografia Braille: estratégias e recursos para a formação


musical da pessoa normovisual, cega e/ou com deficiência visual
Palavras-chave Musicografia Braille. Inclusão. Educação Musical.
Tipo de Trabalho Dissertação
Ano de Publicação 2017
Autor Ozani Pereira de Oliveira Malheiros
Local do Depósito https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/11345

Objetivos Deste modo, a pesquisa teve como objetivo geral: investigar


estratégias e recursos metodológicos para o ensino da Musicografia
Braille a educandos normovisuais, cegos e/ou com deficiência visual.
Os objetivos específicos buscaram: trabalhar a interseção de
realidades musicais de educandos normovisuais, educando cegos
e/ou com baixa visão, em sala de aula; identificar ferramentas que
possibilitem a melhora do aprendizado da Musicografia Braille;
analisar o desenvolvimento destes alunos no decorrer deste estudo e
transcrever, de tinta para braille, o resultado desta pesquisa. Para isso,
foram ministradas 14 aulas, incluindo filmagens, fotografias e
depoimentos que foram usados na coleta de dados. Mudanças no
conteúdo programático ocorreram no decorrer da ação, objetivando
atender às necessidades dos alunos.
Metodologias Sendo uma pesquisa de cunho qualitativo, ela teve como metodologia
a pesquisa-ação, pois apresenta um processo que se baseia em um
ciclo, pelo qual se permite a intervenção do pesquisador no processo
da ação, buscando o aprimoramento da prática.
Resultados Desta forma, concluiu-se que o trabalho de sensibilização feito entre
os alunos, os materiais e as estratégias usadas para o
ensino/aprendizagem da Musicografia Braille em um contexto
inclusivo é possível e fundamental. Outrossim, possibilitou uma
reflexão sobre a educação musical da criança cega, da mesma forma
que se pensa a educação musical de uma criança normovisual, caso
ele/ela queira seguir a vida acadêmica como músico/musicista.

Título Mediação Informacional e Inclusão para Musicistas Cegos

Palavras-chave Mediação da informação. Acessibilidade. Deficiência visual.


Musicistas cegos.
Tipo de Trabalho Dissertação
Ano de Publicação 2017
Autor Layara Feifer Calixto Seco
Local do Depósito http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000215276

Objetivos Adstringindo-se o norte da pesquisa, são discutidas as


particularidades dos deficientes visuais, especialmente dos
musicistas. Além disso, trata da relação entre as bibliotecas e seus
atores, atuando como mediadores da informação, e musicista cego,
como usuário mediado. Discorre sobre a inclusão e acessibilidade no
Brasil, visto que são muitos os desafios enfrentados pelos indivíduos
com deficiência visual em uma sociedade essencialmente vidente.
Metodologias Possui enfoque qualitativo, permitindo melhor entendimento da
experiência humana; utiliza-se da técnica de amostragem
denominada Snowball para conhecer as características da população.
Com esta técnica conseguiu-se o número de nove participantes
distribuídos entre Sul, Sudeste e Norte do Brasil. Tem a Questão
Gerativa da Narrativa como técnica de coleta de dados, pois as
narrativas permitem a apresentação de experiências pessoais nos
acontecimentos de vida. Os discursos dos sujeitos permitiram
identificar alguns pontos significativos para a análise do discurso que
foram categorizados como problemas e desafios na aquisição de
partituras e materiais adaptados; dificuldades do ensino básico ao
superior; gastos extras para transcrição de partituras durante o curso
de Música; deficiência na produção de material musicográfico em
braille; superação constante de desafios relacionada à desistência da
formação musical; instituições jurídicas sem fins lucrativos, escolas
e universidades; capacitação profissional dos agentes universitários;
falta de investimentos; familiares, amigos e voluntários;
acessibilidade; tecnologias; bibliotecas.
Resultados Observou-se no tópico principal da análise a inconsistência das
bibliotecas na garantia do acesso democrático à informação, mesmo
que a tentativa de contribuição para ações inclusivas seja frequente.
A mediação da informação foi temática pouco abordada pelos
sujeitos da pesquisa, visto que o acesso a materiais didático-musicais
acessíveis em formatos tradicionais em braille e tecnológicos ainda é
precário no Brasil, tornando os musicistas cegos usuários pouco ou
nada frequentes nas bibliotecas.

Título Acessibilidade Recíproca no Diálogo Musical entre Violonistas


Cegos e Videntes
Palavras-chave acessibilidade; musicografia braille; notação musical;
Tipo de Trabalho Dissertação
Ano de Publicação 2017
Autor Antônio Fernando da Cunha Penteado
Local do Depósito http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/330604

Objetivos Estudo e desenvolvimento de um sistema de escrita textual, para a


notação musical, que favoreça a comunicação e o intercâmbio de
informações musicais entre um violonista cego e um vidente, com
foco na pedagogia do violão, permitindo entre eles um diálogo
musical apoiado por um sistema computacional que lhes propicie a
acessibilidade recíproca.
Metodologias A metodologia qualitativa da pesquisa-ação crítica foi empregada
na obtenção e análise dos dados deste trabalho, que ocorreu em
sucessivos ciclos em forma de espirais de reflexão e ação.
Resultados Durante esta pesquisa concluiu-se que o registro de informações
musicais em formato de texto é uma das possibilidades que cumpre
bem o requisito de acessibilidade exigido nesta pesquisa, o qual
denominou-se acessibilidade recíproca. Alguns sistemas de notação
textual existentes foram analisados e também iniciou-se o
desenvolvimento de um novo formato textual, denominado sistema
LE. Este sistema permite a representação de elementos musicais
básicos e seu diferencial é utilizar uma sintaxe mais simples e
intuitiva, permitindo que uma pessoa com poucos conhecimentos
técnicos em música possa colaborar com a produção de materiais
musicais acessíveis para a pedagogia do violão. Este trabalho
apresenta um estudo inicial que poderá ser utilizado como ponto de
partida para novas pesquisas na área da acessibilidade que favoreçam
a interação e o intercâmbio dinâmico de informações entre músicos
cegos e videntes, na forma de um diálogo musical.

Título Particularidades do Desenvolvimento Musical de um Aluno


Observado com Múltiplos Sinais de Talento entre Estudantes
Cegos
Palavras-chave música; talento; dotação; capacidade acima da média; cegueira.
Tipo de Trabalho Tese
Ano de Publicação 2017
Autor Marcia Gabriela Correia Ogando
Local do Depósito http://www.repositorio-bc.unirio.br:8080/xmlui/handle/unirio/11580

Objetivos (...) teve como objetivo investigar as particularidades do


desenvolvimento musical de um aluno cego observado com múltiplos
sinais de talento em aulas de música. Os objetivos específicos desta
investigação foram: descrever as observações dos sinais de talento e
dotação desse aluno realizadas entre 2013 e 2017; descrever os
aspectos de seu desenvolvimento musical; relacionar as observações
de seu desenvolvimento musical e de seus sinais de talento e dotação.
Metodologias A pesquisa teve seu início em 2013, a partir da observação das
atividades musicais de alunos cegos da educação básica do Instituto
Benjamin Constant (IBC) paralelamente à revisão de bibliografias
sobre o talento, a dotação, a cegueira e a educação musical. A fase de
observações exploratórias culminou na realização de um estudo de
casos-piloto entre 2016 e 2017, envolvendo três grupos de alunos
selecionados por aspectos comuns, especialmente por seus níveis de
envolvimento com música. (...) As análises desse estudo
influenciaram a decisão de aprofundar a investigação sobre um aluno
identificado como: um caso extremo, por ter sido observado com
sinais de talento em diferentes disciplinas escolares, incluindo a
música; um caso revelador, por ter sido observado com aparentes
dificuldades durante práticas específicas introduzidas em suas aulas
(particularmente com pandeiro, tamborim e ganzá), o que pareceu
contraditório diante das observações anteriores de seus múltiplos
sinais de talento; um caso relevante para estudo e, consequente, para
compreensão de suas particularidades frente aos seus sinais de
talento. (...)Para reunir dados válidos, recorreu-se, ao longo da
pesquisa, a fontes variadas de evidências, como: observação de
atividades musicais escolares; gravações de vídeo e áudio dessas
atividades; documentos escolares; entrevistas com alunos, familiares
e professores; avaliação de especialistas sobre as gravações musicais
levantadas.
Resultados Nas análises sobre o caso do referido aluno, constatou-se que suas
dificuldades surgiram em práticas musicais envolvendo complexos
trabalhos de propriocepção, que também haviam desafiado seus
colegas cegos. Observou-se que esses trabalhos são inerentemente
carregados de referências visuais que podem exercer função
complementar imediata na aprendizagem musical, exceto no caso de
pessoas com limitações sensoriais como a cegueira. Por fim, apenas
com base em observações de longo prazo tornou-se possível constatar
a superação desse aparente desafio pelo aluno e, consequentemente,
compreender essa superação como evidência de seu talento e dotação.
Título Trajetória Acadêmica de Alunos com Deficiência Visual: um
estudo com egressos da graduação em música
Palavras-chave Educação Musical. Deficiência Visual. Ensino Superior. Egressos.
Tipo de Trabalho Dissertação
Ano de Publicação 2017
Autor Daltro Keenan Júnior
Local do Depósito encurtador.com.br/tBDHR
Objetivos Esta pesquisa investigou, sob a ótica de quatro egressos com
deficiência visual, quais as principais ações, recursos e serviços que
viabilizaram a conclusão de suas trajetórias acadêmicas na graduação
em música.
Metodologias Os dados foram produzidos através dos relatos de quatro egressos
com deficiência visual que cursaram a graduação em música em
instituições públicas do estado do Rio Grande do Sul, em um período
compreendido entre 2004 a 2012. A abordagem utilizada foi
qualitativa, tendo como método a história oral e como ferramenta de
coleta de dados a entrevista temática. A categorização e análise dos
dados amparou-se na Análise de Conteúdo e no software IRaMuTeQ,
via análise lexicográfica clássica e análise de similitude.
Resultados No contexto universitário, os resultados apontaram para a presença
de barreiras atitudinais, de comunicação e de informação. Constatou-
se, pela fala dos entrevistados, grande dificuldade de acesso à
bibliografia básica e adaptação de partituras em Braille. Diante disso,
a atuação dos núcleos de inclusão/acessibilidade, de alguns
professores que reformularam suas metodologias, a presença de
monitores/bolsistas e o auxílio de colegas e familiares contribuíram
para a permanência de estudantes com deficiência visual em um curso
de graduação em música. Concluiu-se que a independência, a
autonomia, o empoderamento e a maturidade demonstrada pelos
egressos foram fatores preponderantes no enfrentamento dos desafios
apresentados em suas formações. A promoção de ações, recursos e
serviços vinculados aos núcleos de acessibilidade das instituições
mostrou-se pontual às necessidades desses alunos. Espera-se que os
referidos núcleos possam cada vez mais organizar e planejar suas
ações e oferta de recursos e serviços de modo prospectivo, incluindo
projetos de inclusão educacionais mais amplos e consolidados, de
forma a desenvolver ações efetivas que visem a participação de toda
a comunidade acadêmica e comunidade em geral.

2. Descreva a metodologia da sua pesquisa, justifique as escolhas metodológicas e


explique seu produto.

Esse trabalho está inserido no campo da pesquisa em ensino de artes/música, a


partir de um paradigma pós-positivista, de realidade múltipla (FORTIN e GOSSELIN,
2014). Apoia-se na abordagem Qualitativa, por buscar compreender os fenômenos,
possuir um caráter interpretativo, e por entender a subjetividade como aspecto importante
para a produção do conhecimento científico (PENNA, 2015).
A subjetividade apresenta-se como umas das principais características do projeto,
sem dispensar os aspectos objetivistas, compreendendo a relativização do conceito de
verdade para com os resultados, entendendo a dinamicidade do conhecimento e as
transformações do fenômeno social (FREIRE, 2010). Aspectos muito comuns ao trabalho
com artes, seja em qual for a linguagem. A proposta metodológica parte de uma reflexão
do pesquisador, com princípios de autonomia, criatividade e rigor, entendendo a pesquisa
em si como um ato político/social (SEVERINO, 2007).
Esta pesquisa utilizar-se-á da Pesquisa-Ação como estratégia metodológica, por
se alinhar diretamente com os objetivos da proposta, onde o pesquisador (docente)
desempenhará um papel ativo na resolução dos problemas, acompanhamento e avaliação
da pesquisa. (THIOLLENT, 2011, p. 21)
Franco (2005, p. 491), ao apresentar a pedagogia da pesquisa-ação, compreende a
mesma em três dimensões: ontológica, epistemológica e metodológica. Aproximando-se
da metodologia proposta pela referente pesquisa, a dimensão metodológica expõe alguns
princípios que alinham-se:
• a práxis social é ponto e de chegada na construção/ressignificação do
conhecimento;
• a flexibilidade de procedimentos é fundamental e a metodologia deve permitir
ajustes e caminhar de acordo com as sínteses provisórias que vão se estabelecendo
no grupo;
• o método deve contemplar o exercício contínuo de espirais cíclicas: planejamento;
ação; reflexão; pesquisa; ressignificação; replanejamento, ações cada vez mais
ajustadas às necessidades coletivas, reflexões, e assim por diante.
Estruturando um processo pedagógico para a pesquisa-ação, Franco (2005, p. 497)
sintetiza organiza-os da seguinte forma: construção da dinâmica do coletivo;
ressignificação das espirais cíclicas; produção de conhecimento e socialização dos
saberes; análise/redireção e avaliação das práticas; conscientização das novas dinâmicas
compreensivas. É a partir dessa estrutura que a pesquisa pretende se estruturar.
A pesquisa será executada na Associação de Cegos do Estado do Ceará (ACEC)
e consistirá a partir da oferta de uma atividade formativa, exclusiva para pessoas com
deficiência visual que tenham domínio sobre a grafia em braille e tenham interesse em
aprender a musicografia braille. O grupo abrigará o máximo de dez pessoas, e terá
encontros semanais com duração de 50 minutos. A intenção é que a atividade tenha um
total de 15 encontros.
O pesquisador terá a responsabilidade de propor inicialmente a ação (a partir de
experiências docentes), avaliação do desempenho coletivo do grupo, e sugestões dos
colaboradores. Os dados serão obtidos a partir do diário de campo, fotografias, vídeos e
entrevistas semiestruturadas.
A análise dos dados implicará no diálogo do material coletado, com as referências
conceituais e bibliográficas presentes na pesquisa, afim de descrever e identificar os
objetivos alcançados a partir da execução da proposta.
O produto será uma proposta pedagógica, em formato acessível (braille),
específica para o ensino/aprendizagem da musicografia braille às pessoas com deficiência
visual. Pretende-se que o material seja produzido em média escala e distribuído
gratuitamente às instituições e/ou escolas especializadas que dedicam-se à educação de
pessoas cegas.

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