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Felipe Rebouças
Universidade Federal da Bahia
felipemreboucas@gmail.com
Introdução
Fundamentação teórica
Swanwick (2003) alerta para o fato de que na avaliação formal o conceito de difícil
está associado tradicionalmente ao acúmulo de elementos técnicos musicais, o que sugere que
o aspecto quantitativo é valorizado em detrimento do aspecto qualitativo da realização
musical (SWANWICK, 2003).
O método MAaV1 (NUNES, 2005) observa as características da educação na fase
adulta, quando há “resistência a novas estruturas de pensamento” e predominância das
“motivações extrínsecas”. (NUNES, 2005, p. 19). A autora considera, ainda, que todos têm
alguma musicalidade, a qual pode ter sido estimulada e manifestar-se formalmente, ou não ter
sido educada, tornando-se expressões espontâneas, mas sem aproveitamento das capacidades
do indivíduo (NUNES, 2005).
Westermann (2010) analisa os fatores que influenciam a autonomia do aluno de
violão no PROLICENMUS. O autor considera a interferência do tutor residente, no
atendimento presencial como fator determinante para o desenvolvimento da autonomia do
aluno. Sugere que professores e tutores criem situações presenciais ou virtuais para estimular
a interação e a reflexão por parte dos alunos (WESTERMANN, 2010).
Tourinho et al. (2012) faz uma descrição das metodologias utilizadas no ensino de
violão no curso, observando as transformações ocorridas ao longo dos semestres. Com relação
à avaliação, destaca o aumento na freqüência das gravações como forma de “aproximar” o
aluno da equipe da interdisciplina e de dar mais oportunidades para o aluno lidar com a
situação de gravação e performance. São abordados no referido trabalho os procedimentos de
gravação uma vez por semestre e a progressão até o sistema de gravação por pontos de prova.
Este modelo consistia em uma estrutura de avaliação que permitia diferentes níveis de
aprendizado do instrumento. A autora também salienta as mudanças na forma de divulgação
dos resultados das avaliações, sempre através de pareceres, os quais indicavam, nos primeiros
semestres, apenas os resultados parciais e finais, indicando se os alunos estavam aptos ou não
aptos a seguirem adiante no programa (repertório). Estes pareceres passaram a explicitar, nos
semestres finais, cada critério considerado na avaliação, fornecendo um julgamento mais
detalhado do desempenho do aluno (TOURINHO et al., 2012).
Rebouças (2012) aborda a gravação como instrumento de coleta de dados para a
avaliação de performance em violão no PROLICENMUS. O autor fala da necessidade de
1
O MAaV (Musicalização de Adultos através da Voz) é um método que utiliza o canto como principal
ferramenta para o desenvolvimento da musicalidade de pessoas adultas.
Perspectivas
lacunas na comunicação entre professor e aluno podem gerar possíveis mal-entendidos, como
afirmam Moore e Kearsley (2007). E estes mal-entendidos podem resultar no desestímulo do
aluno, o que pode ser potencializado pela impossibilidade de o professor avaliar de imediato a
reação do aluno, a menos que este se pronuncie através dos meios disponíveis, no caso do
PROLICENMUS, os fóruns de discussão ou mensagens privadas.
Contudo, precisamos registrar que a despeito de toda a fragilidade deste projeto
inovador, as atividades foram conduzidas com muita competência e dedicação, resultando em
benefícios para as comunidades onde os alunos atuavam e/ou atuam. Isto pode ser verificado
por um número significante de aprovações no último semestre da interdisciplina SI Violão –
cerca de 60% (TOURINHO et al., 2012, p.162) -, mesmo que este tenha sido o momento em
que o desempenho do aluno frente ao perfil estabelecido para egresso do curso tenha sido
mais cobrado.
Como resultado de todos os esforços, tanto pela equipe da sede, quanto pelas equipes
dos polos e alunos, foi possível alcançar o número de 189 alunos formados nesta edição do
curso, o que significa a capacitação de professores com domínio técnico e conhecimento
idiomático do instrumento escolhido (violão ou teclado) suficientes para o trabalho em sala de
aula, além de conhecimentos pedagógicos para atuarem na educação básica com competência.
Referências
MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg. Educação a Distância: uma visão integrada. Trad.
Roberto Galman. São Paulo: Thomson, 2007.