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Introdução

Doenças infecciosas são causadas por microrganismos como vírus,


bactérias, protozoários ou fungos. Algumas espécies de bactérias e fungos
podem normalmente, estar presentes no organismo sem causar qualquer dano
ao mesmo, no entanto, quando há alguma alteração no sistema imune,
principalmente, esses microrganismos podem se proliferar e causar doenças
ou facilitar a entrada de outros microrganismos causadores de doenças.
As doenças infecciosas podem ser adquiridas por meio do contato direto
com os agentes infecciosos, com água ou alimentos contaminados, através da
via respiratória e sexuais ou por meio de ferimentos causados por animais.
Muitas vezes as doenças infecciosas também podem ser transmitidas para
outras pessoas, sendo denominadas doenças infectocontagiosas.

A tragetória das doenças infecciosas e a sua importância em saúde pública

Teve seu início desde a origem do homem, onde se propagou com o


aumento da população, de tamanho suficiente para sua circulação. Sua origem
exata ainda não é conhecida, porém, com o aumento das doenças, o homem é
um agente transmissor de muitos microorganismos e parasitas. Além do
homem, os animais, os alimentos, e as águas contaminadas são fontes
transmissoras.

Com a ampliação do continente, as doenças infecciosas foram espalhando-


se rapidamente pelo mundo a fora. Um dos causadores desse processo foram
os agentes do exército em períodos de guerras. As epedemias eram: peste,
varíola, tifo (doença bacteriana dividida em dois tipos principais, endêmica e
epidêmica, quando a bactéria entra em contato com humanos, normalmente
através de vetores como pulgas, piolhos ou carrapatos que as adquiriram de
animais como ratos, gatos, gambás, guaxinins e outros) e sarampo.

Até o final do século passado, as doenças eram causadoras de grande


parte da mortalidade infantil. Com a falta de saneamento básico, ocorriam
então, as diarréias, a varíola, a peste, a cólera e a tuberculose. Neste século,
houve uma evolução e o tratamento começou a ser aplicado, o uso de vacinas
e antibióticos diminuiram as mortalidades.
Com o rápido processo de urbanização, as mudanças de hábitos
populacionais, as alterações ambientais nas cidades e no campo, as
migrações e o aumento do intercâmbio internacional, assume o papel de “vetor
cultural” na disseminação de microrganismos (Altekruse, 1997; Fidler, 1996;
Morse & Hughes, 1996).

A partir dos anos 90, temos o retorno das doenças infecciosas à agenda de
prioridades em saúde pública, mesmo nos países desenvolvidos (CDC, 1994).
Nesta mesma época, surge o conceito de doenças infecciosas emergentes e
reemergentes, que seriam “aquelas só recentemente identificadas na
população humana ou já existentes, mas que rapidamente aumentaram sua
incidência e ampliaran sua distribuição geográfica” (Satcher, 1995).

As principais doenças infecciosas emergentes ou reemergentes dos anos


90, foram: o hantavírus (da família bunyaviridae, geralmente
tendo artrópodes como vetor, porém é transmitido apenas
por roedores silvestres), a febre de Lassa (febre de hemorrágica viral aguda,
em humanos acontece tipicamente pela exposição à excrementos animais,
através do trato respiratório ou área gastrointestinal), o dengue, a cólera
(causada por uma série de tipos da bactéria Vibrio cholerae, é uma infeção
do intestino delgado por algumas estirpes das bactérias), coqueluche
(causada pela bactéria Bordetella pertussis e é uma doença transmitida pelo ar
que se espalha facilmente através da tosse e os espirros de uma pessoa
infectada) e a febre amarela.

Conceitos de controle de doenças infecciosas

O conceito de controle de doenças infecciosas abrange uma série de


atividades destinadas a reduzir a incidência e a prevalência de uma doença
até alcançar um nível, podendo não ser mais um problema de saúde pública. A
erradicação é a extinção de métodos artificiais do agente de uma doença
infecciosa ou de seu vetor, sendo incapaz de se propagar por todo o globo.

Formas de organização das ações de controle

As principais formas de organização das ações de controle foram


campanhas e ações programáticas.
As campanhas, de maneira geral, ocupavam-se do controle de uma única
doença ou de grupos de doenças controláveis por meio de estratégias e
instrumentos semelhantes; por outro lado, não se caracterizavam pelo
oferecimento de serviços regulares à população. Só a partir dos anos 70 que
houve um planejamento para essa implantação.

Os programas integrais de saúde deveriam ser elaborados visando os


seguintes objetivos: Remover as causas das doenças; reduzir o número e o
nível dos precursores das doenças a um estágio em que as condições
adversas sejam reversíveis e tratar a doença clínica com vistas a prolongar a
vida e limitar as sequelas.

O exemplo da AIDS/HIV

O HIV/AIDS é uma doença que ataca o sistema imunológico do indivíduo,


deixando-o vulnerável para adquirir infecções que podem agravar a doença, no
Brasil desde 1980 o índice de pessoas com o vírus vem crescendo, essa
doença é transmitida através de fluidos corporais, normalmente a doença é
adquirida através de relações sexuais sem preservativo, uso de agulhas
“comunitárias”, ou até mesmo aparelhos que são usados por mais de uma
pessoa e não são esterilizados corretamente.
A algum tempo atrás o HIV/AIDS era relacionado a pessoas
homossexuais, se alguém era diagnosticado como portador do vírus
automaticamente diziam que a pessoa em questão era homossexual, por
conta desse estereótipo relacionado a doença a muito tempo atrás ainda é
comum encontrar pessoas que tem vergonha de assumir que são soro
positivas, essa vergonha de assumir normalmente também criam sentimentos
de culpa por ter adquirido o vírus, revolta, medo e principalmente medo da
rejeição.
A psicologia da saúde trabalha diretamente com o processo entre saúde e
doença e tem como função trabalhar a prevenção da saúde, como por
exemplo, campanhas que mostrem para a população o que é o HIV/AIDS,
como se prevenir, como tratar, e trabalhar também com os portadores.
O psicólogo da saúde tem como foco principal no atendimento desses
indivíduos o acolhimento e aconselhamento, a partir do momento que o
individuo recebe o resultado positivo do exame ele necessita de apoio
psicológico para lhe dar com a situação. A rejeição de pessoas portadoras do
vírus na sociedade é muito grande, por esse motivo as pessoas preferem não
dizer que são portadores.
Os psicólogos da saúde têm como função dentro da sociedade realizar
intervenções de prevenção primária e secundária com pacientes portadores do
vírus HIV, o atendimento psicológico é extremamente necessário, pois além do
paciente ter que lidar com a descoberta do diagnóstico, ele também encara
discriminação da população. Esse acompanhamento psicológico ajuda os
pacientes a não se julgar, e assim, possam se sentir acolhido nos ambitos de
trabalho, familia e sociedade.
A psicólogia atua com as dificuldades desse paciente que se vê em plena
rejeição, medo e culpa, sem querer contar aos amigos e familiares e
principalmente ao seu parceiro sobre o diagnostico. O acolhimento, o plantão
psicológico e a psicoterapia em grupo ou individual são alguns dos meios em
que o psicólogo trabalha esse medo do paciente e informa questões
pertinentes a doença, para que ele saiba que é possível viver com o vírus.

Repercussões psicológicas do isolamento.

A segurança do paciente no ambiente hospitalar se faz de extrema


importância, para manter sua qualidade de vida. Mostrando que o
desenvolvimento de tecnologias foi fundamental para essa conduta ser
efetivada para visar os cuidados com os pacientes.

A hospitalização e o isolamento de pacientes com doenças


infectocontagiosas trás aos pacientes grandes mudanças em sua vida, pois ele
já não pode agir como antes, nessa nova fase ele se encontra limitado a
realizar algumas ações, podem apresentar sofrimentos psíquicos e
dificuldades para se adaptar a enfermidade. Apesar do isolamento ser
apropriado para impedir que a doença se espalhe a sociedade, ele apresento
no paciente efeitos aversivos que geram no paciente solidão devido a alguns
casos ser restringida as visitas, estresse, manifestações emocionais,
comportamentais, que geram alteração no humor, insônia, ansiedade,
depressão dentre outras complicações.

O papel do psicólogo da saúde é proporcionar melhorias e tranquilidade,


dando assistência a esses pacientes que se encontram em situação de
isolamento. O psicólogo também ira trabalhar com a família do paciente para
que ambos consigam lidar e passar pela enfermidade, orientando e
proporcionando conhecimentos sobre a situação que o paciente se encontra
tirando os estigmas. O hospital deve proporcionar ao paciente isolado um
ambiente estruturado que promova segurança, conforto, acolhimento, que
traga ocupações ao paciente. Além de possuir funcionários qualificados e
treinados para lidar com esses tipos de enfermidades infectocontagiosas, onde
utilize os equipamentos e vestuários corretos para não serem contaminados e
também possuam capacidades de passarem orientações precisas durante os
atendimentos, apoio, cuidados necessários e assistência.

O fazer do psicólogo na saúde

O conceito saúde envolve a concepção do ser humano e a cultura em que


se vive, a saúde e a doença envolvem uma complexa interação entre os
aspectos físicos, psicológicos, sociais e ambientais da condição humana.
A pratica da psicologia da saúde deve ser prestados a comunidade, ensino
e a pesquisa diante da cultura e realidade da sociedade. Segundo Angerami-
Camon (2009) conceitua a Psicologia da saúde como sendo um conjunto de
práticas que atuem numa integração da saúde mental com a saúde física e
social do paciente. É uma psicologia que leva em consideração todos os
parâmetros da mesma e nos detalhamentos de sua intervenção nas diferentes
doenças apresentadas pelo paciente e que leve em conta a historicidade do
paciente.
É uma psicologia que tenta compreender o sofrimento do seu paciente e
sua realidade existencial e tem como campo de atuação sua própria realidade
de inserção tornando-se ao mesmo tempo, clínica, social, hospitalar e
institucional.
Algumas praticas da psicologia da saúde:
Independente da instituição onde atua, o psicólogo da saúde pode atuar
como mediador da relação entre os profissionais e o paciente, facilitando a
compreensão dos procedimentos recomendados, assim como pode ajudar
estes profissionais na comunicação mais clara e efi ciente com os pacientes.
Segundo Martins e Rocha Júnior (2001): “O trabalho de psicólogos em
instituições de saúde remonta ao início do século XX e teve como principal
objetivo integrar a Psicologia na educação médica. Nesta prática, o psicólogo
adotou inicialmente o modelo médico, fundamentado na visão cartesiana,
constituindo-se em uma atuação mais voltada à humanização dos
atendimentos”.
Junto de uma equipe multidisciplinar, o psicólogo pode contribuir na
elaboração de campanhas de prevenção, buscando informar sobre os
tratamentos existentes. A interação da equipe reflete na melhor abordagem
para o paciente, provendo ele de bem estar físico e emocional. O trabalho do
psicólogo é de extrema importância, visto que o profissional tem olhar
humanizado do paciente, além disso, sua presença assegura a intermediação
entre as equipes de saúde.

A importância do profissional também se percebe no processo de


descoberta do diagnóstico e durante o tratamento dos pacientes bem como
dos familiares. A demanda do psicólogo vai desde o paciente, acompanhando
também o sofrimento dos seus familiares, até a equipe multiprofissional, visto
que esta necessita de atendimento psicológico diante situações de piora de
pacientes ou morte dos mesmos. Dessa forma, é possível concluir que a
escuta é o papel fundamental do psicólogo nas instituições de saúde.
REFERÊNCIAS

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SANTOS, J, H; JACINTO, H, M, C; SILVA, L, V; SILVA, T, D, S; JUNIOR, J,


R, R - ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO DA SAÚDE COM PESSOAS
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Souza, A. R. B; Delevati, D. (2013). O FAZER DO PSICÓLOGO NA
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WALDMAN, Eliseu Alves. O CONTROLE DAS DOENCAS INFECCIOSAS


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