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Ambiente e Desenvolvimento Rural
Índice
Apresentação ............................................................................................................. 3
Objetivos ................................................................................................................... 4
1. Diversidade da Vida - uma perspetiva evolutiva ........................................................ 5
2. Sistemática – ciência da classificação ....................................................................... 8
2.1 Classificações biológicas e sua evolução (breve referência) ................................... 8
3. Critérios de classificação ........................................................................................ 13
4. Categorias taxonómicas ......................................................................................... 21
4.1. Regras básicas de nomenclatura ....................................................................... 28
5. Sistemas de classificação dos seres vivos em Reinos ................................................ 31
5.1.Procariontes - Reino Monera ............................................................................. 35
5.1.1. Organização dos procariontes ..................................................................... 36
5.1.2. Importância biológica dos procariontes ....................................................... 40
5.2. Eucariontes - Reino Protista ............................................................................. 41
5.2.1. Divisão dos protozoários ............................................................................ 43
5.2.2. Divisão das algas....................................................................................... 46
5.3. Eucariontes - Reino Fungi ................................................................................ 49
5.3.1. Diversidade e classificação dos fungos ........................................................ 53
5.3.2. Fungos – importância ecológica e económica ............................................... 57
Anexo 1 – Guia de atividades de campo ...................................................................... 58
Bibliografia/Outros recursos ....................................................................................... 60
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Apresentação
Ao longo dos tempos têm surgido diferentes propostas para explicar a diversidade
biológica. A seleção natural dos organismos mais adaptados permite compreender que as
populações se possam modificar e, nesse sentido, possam ser consideradas unidades
evolutivas.
A fim de tornar mais acessível o estudo da enorme diversidade do mundo vivo foram
também surgindo, ao longo dos tempos, diferentes propostas de classificação taxonómica
dos organismos.
Para não tornar este módulo muito extenso, serão apenas abordados os Reinos Monera,
Protista e Fungi, ficando a sistemática do Reino das Plantas e Animais para o módulo
seguinte.
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Objetivos
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A existência de vida na Terra é uma singularidade que distingue o nosso planeta do resto
do Universo conhecido. Há evidências de que a Terra é habitada por seres vivos desde há
3800 M.a. aproximadamente. A história da vida é uma história de mudança. As teorias
evolucionistas procuram explicar como se desenvolveram as diversas formas de vida, com
as semelhanças e diferenças que apresentam.
Considera-se, hoje, que o número de espécies de seres vivos que existem na Terra pode
estar compreendido entre 5 e 100 milhões, e a diversidade da vida atual representa
apenas uma pequena parte da biodiversidade que existiu no passado.
As espécies não se formam nem se extinguem a um ritmo fixo. Pelo contrário, devem ter
existido períodos na história da Terra em que a vida floresceu e, noutras ocasiões, ocorreu
uma extinção em massa, com desaparecimento de muitas espécies ou mesmo de grupos
completos de organismos.
O estudo dos fósseis revela que a vida mudou ao longo do tempo, sugerindo
reconstituições que, embora por vezes fantasistas, permitem representar a história
geológica da vida (Figura 1).
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Felizmente sabe-se que cada organismo vivo transporta vestígios da sua história evolutiva,
na anatomia, nas suas moléculas e no metabolismo. Esses vestígios são como uma
passagem para o passado completando os dados fósseis.
A história da vida é demasiado complexa, feita de avanços e recuos, para poder ser
representada de um modo tão simplista. De qualquer forma, podemos aperceber-nos de
que houve uma diversificação e um aumento progressivo de complexidade ao longo do
tempo.
Uma das hipóteses sobre a origem da vida admite que ela se iniciou na água, talvez há
3800 M.a. Julga-se que os primeiros organismos eram unicelulares, procariontes e
heterotróficos, talvez do tipo de bactérias muito primitivas. Bastante mais tarde
apareceram as células eucarióticas e, a partir destas, ter-se-ão originado os organismos
multicelulares.
A conquista dos ambientes terrestres foi acompanhada por uma explosão de diversidade,
dada a variedade de nichos ecológicos diferentes que estavam disponíveis e que foram
ocupados pelos seres vivos terrestres. Há 120 M.a. deve ter ocorrido uma radiação
adaptativa nas plantas, tendo evoluído todos os ancestrais das plantas atuais com flor. A
radiação adaptativa dos Mamíferos ocorreu há 65 M.a., ao mesmo tempo que se dava a
extinção dos dinossauros.
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Em meados do século XVIII, Carl Von Linné (Lineu), naturalista sueco, apresentou um
sistema de classificação baseado em várias características morfológicas e fisiológicas,
tendo constituído o primeiro sistema de classificação natural proposto.
As classificações naturais têm por base uma organização dos grupos segundo o maior
número de caracteres possível. Os grupos assim formados conseguem reunir organismos
com maior grau de semelhança.
Quer as classificações artificiais quer as naturais surgiram numa época na qual dominavam
as ideias fixistas e, por isso, partem do princípio da imutabilidade das espécies,
privilegiando as características estruturais dos organismos e não entrando em linha de
conta com o fator tempo. Por esse motivo, são frequentemente designadas
classificações horizontais.
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3. Critérios de classificação
✓ Critérios morfológicos
Os critérios morfológicos são importantes mas têm de ser utilizados com prudência. Nem
todas as semelhanças morfológicas devem ser consideradas como tradutoras de um
passado evolutivo com origem idêntica. Há seres com aspeto morfológico semelhante que
se incluem em grupo taxonómicos diferentes e há seres com aspeto morfológico diferente
incluídos no mesmo grupo taxonómico (Figura 6).
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✓ Simetria corporal
O termo simetria refere-se à distribuição das partes de um todo em relação a planos. A
maioria dos seres vivos tem simetria bilateral (quando possuem um único plano de
simetria) ou simetria radiada (simetria em relação a vários planos que se intercetam
num eixo), podendo alguns apresentar outros tipos de simetria, ou mesmo serem
assimétricos (Figura 7).
✓ Paleontologia
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✓ Tipos de nutrição
O Sol é a fonte primária de energia para a vida e o carbono é um elemento químico básico
da matéria orgânica.
Os seres vivos que sintetizam matéria orgânica utilizando a energia radiante dizem-se
seres fototróficos e os que utilizam a energia química proveniente de compostos
químicos são seres quimiotróficos. Quanto à fonte de carbono, consideram-se os seres
autotróficos os que usam como fonte de carbono um composto inorgânico (CO2 ou CO)
e heterotróficos os que usam a matéria orgânica como fonte de carbono (Quadro 1).
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O consumo da matéria orgânica pelos seres heterotróficos pode efetuar-se por ingestão
e absorção. No processo de ingestão, o alimento é digerido no interior do organismo
(digestão intracorporal), podendo ocorrer dentro de células (digestão intracelular)
ou no interior de cavidades especializadas (digestão extracelular). Na digestão
extracorporal, através de enzimas digestivas que lança para o exterior, o organismo
efetua a decomposição das macromoléculas fora do seu corpo. As moléculas simples,
provenientes da digestão, são depois absorvidas.
✓ Organização estrutural
Existe um aumento de complexidade evidente desde os seres procariontes aos seres
eucariontes unicelulares e aos multicelulares mais complexos, o que se traduz por uma
elevada especialização celular, morfológica, estrutural e fisiológica. Surgem assim os
tecidos e, em organismos mais complexos, órgãos e sistemas de órgãos.
✓ Embriologia
A Embriologia consiste no estudo do desenvolvimento embrionário dos organismos e tem-
se revelado um critério muito útil na classificação dos seres vivos, especialmente nos
animais. O estudo comparativo dos embriões revela semelhanças nas primeiras fases de
desenvolvimento embrionário e estruturas comuns aos embriões de diferentes grupos, em
particular entre vertebrados (Figura 8).
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✓ Cariologia
Há identidade entre os conjuntos cromossómicos de todas as células dos indivíduos que
pertencem à mesma espécie, existindo mesmo numerosas analogias entre cariótipos de
indivíduos incluídos em espécies diferentes. Métodos de análise modernos têm permitido
comparar cariótipos como, por exemplo, o cariótipo humano com os cariótipos de alguns
símios superiores e estabelecer possíveis relações entre os respetivos grupos. (Figura 9).
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✓ Comportamento
As diferenças observadas nos padrões de comportamento dos indivíduos constituem
também um critério válido na classificação dos seres vivos. É também frequente a
utilização de dados relativos à parada nupcial.
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✓ Dados bioquímicos
Estes critérios permitem comparar biomoléculas. Todos os organismos são constituídos
pelos mesmos compostos orgânicos mas pode dizer-se que cada espécie tem as suas
próprias proteínas. Quanto maior for o número de aminoácidos diferentes entre cadeias
polipeptídicas de uma dada molécula proteica em dois indivíduos diferentes, menor é o
grau de parentesco entre esses dois indivíduos.
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4. Categorias taxonómicas
O modelo lineano de ordenação dos seres vivos numa série ascendente de grupos de
complexidade crescente é um sistema hierárquico de classificação. Esta hierarquia
taxonómica ampliou-se consideravelmente desde o tempo de Lineu e cada uma das
categorias taxonómicas é também designada por taxon (plural taxa).
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A utilização de chaves dicotómicas permite classificar cada um dos seres vivos através de
um conjunto de características que eles possuem.
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TRABALHO PRÁTICO
Diversidade de animais
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TRABALHO PRÁTICO
Diversidade de animais (cont.)
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TRABALHO PRÁTICO
Diversidade de animais (cont.)
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O reino Protista foi proposto por vários autores, entre os quais Ernest Haeckel (1834-
1919). Este reino incluía formas mais primitivas e ambíguas, como bactérias, protozoários
e fungos, cujas características não são claramente de animais nem de vegetais.
Este sistema era coerente, quer com o registo fóssil quer com os dados moleculares mais
recentes. Numa versão modificada, em 1979, Whittaker passou a incluir no reino Protista
seres eucariontes unicelulares e alguns multicelulares de reduzida diferenciação (Figura
13).
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2. Tipos de nutrição
Tem por base o processo de obtenção do alimento: autotrofismo e heterotrofismo (por
absorção e ingestão).
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TRABALHO PRÁTICO
Observação de seres vivos representantes de diversos reinos.
MATERIAL:
▪ Iogurte
▪ Amostra de bolor (por ex., de tomate ou de citrinos)
▪ Lactuca sativa (alface)
▪ MOC
▪ Lâminas e lamelas
▪ Azul-de-metileno
▪ Lamparina
▪ Ansa de inoculação
▪ Agulha de dissecção
▪ Água destilada
▪ Fósforos
PROCEDIMENTO:
2 – Com a ajuda de uma ansa de inoculação, retire uma pequena porção de iogurte e esfregue-a
sobre a lâmina.
4 – Cubra o esfregaço obtido com azul-de-metileno e deixe atuar durante dois minutos.
5 – Lave a preparação, inclinando-a e fazendo passar água destilada, suavemente, sobre a mesma.
Seque-a ao ar.
B – Observação de bolor
2 – Com a ajuda de uma agulha de dissecção, coloque uma porção de bolor na lâmina.
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DISCUSSÃO:
1 – Com base nos dados recolhidos durante a atividade laboratorial, justifique a colocação:
3 – Dos critérios utilizados por Whittaker no seu sistema de classificação, identifique os que foram
evidenciados durante esta atividade experimental.
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Todos os seres vivos que estão incluídos no Reino Monera são procariontes, ou seja, são
desprovidos de membrana nuclear. Estes seres dominam a Biosfera, superando em
número todos os outros organismos. Representados pelas bactérias, estes seres podem
viver em habitats demasiados frios ou quentes, demasiado salgados ou alcalinos.
Os seres vivos do Reino Monera estão distribuídos por dois grupos fundamentais:
Eubacteria (verdadeiras bactérias) e Archaebacteria (primeiras bactérias). Estas são
bactérias que têm uma grande capacidade de resistência e, portanto, são capazes de se
desenvolver em ambientes muito rigorosos, provavelmente semelhantes àqueles em que
se formaram. As eubactérias são designadas simplesmente por bactérias.
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á bactérias que vivem isoladas mas muitas vezes mostram-se em agrupamentos de duas
células ou agregados filamentosos em forma de cacho ou outras formas de agregação.
Estes seres multiplicam-se rapidamente constituindo colónias, cuja cor e propriedades
químicas ajudam à sua classificação.
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TRABALHO PRÁTICO
Cultura de bactérias
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No entanto, a atividade dos procariontes nem sempre se revela benéfica, podendo mesmo
tornar-se prejudicial ao Homem. A contaminação das águas produzida, por exemplo, por
excesso de matéria orgânica em decomposição, a alteração dos alimentos, ou mesmo
inúmeras doenças (meningite, pneumonia, tuberculose e tétano, entre outras) que podem
afetar o próprio Homem são exemplos de ações prejudiciais provocadas pelos
procariontes.
Não existe ainda grande consenso relativamente aos grupos de organismos a incluir no
Reino Protista. Segundo a classificação de Whittaker (1979), este reino inclui seres
eucariontes unicelulares e organismos que, pela simplicidade da sua multicelularidade,
mostram formas em que não existem tecidos especializados.
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Podem apresentar aspetos muito variados: uns podem mudar a sua forma, emitindo
pseudópodes, outros mantêm uma forma mais ou menos constante. A captação de
alimento pode fazer-se através da superfície do corpo, pela formação de vacúolos
digestivos, ou ainda por uma abertura apropriada para esse fim. Possuem uma grande
variedade de formas e de processos de locomoção (Ameba por pseudópodes; a Paramécia
por cílios; Tripanossoma por flagelos; o Plasmódio é desprovido de estruturas
locomotoras).
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Existem protozoários de vida livre, mas muitos são parasitas. Entre as mais importantes
causas de morte da espécie humana encontram-se as doenças provocadas por
protozoários que se podem desenvolver em vários órgãos do corpo humano e assim
perturbar o seu funcionamento:
• a doença do sono é provocada pelo Trypanossoma gambiense, que se encontra
nas regiões intertropicais de África;
• a malária ou paludismo é também uma parasitose provocada por um protozoário
do grupo dos esporozoários, o Plasmodium vivax;
• a toxoplasmose é uma parasitose provocada pelo Toxoplasma gondi;
• as amebíases são produzidas por certos protozoários como, por exemplo, a
Entamoeba diysenteriae, que origina a disenteria amebiana tropical.
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TRABALHO PRÁTICO
Observação de protozoários numa infusão
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Durante muito tempo, pelo facto de possuírem clorofila, as algas foram consideradas
plantas. Por mais complexas que possam parecer, são muito mais simples do que as
plantas mas as mais diferenciadas apresentam, por vezes, estruturas que exteriormente
fazem lembrar folhas, caules e raízes das plantas. No entanto, interiormente não
possuem qualquer diferenciação, formando um talo.
A nível reprodutor, e apesar de algumas algas terem ciclos de vida muito complexos, não
têm estruturas reprodutoras muito especializadas.
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São utilizadas pelo Homem, desde há muito tempo, como adubo do solo, uma vez que
fornecem não só substâncias orgânicas como sais minerais, encontrando-se ainda na
constituição de rações.
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TRABALHO PRÁTICO
Observação da espirogira
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Quando nas hifas septadas existe um núcleo apenas em cada célula, as hifas dizem-se
monocarióticas; designam-se dicarióticas se existirem dois núcleos em cada
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O aspeto filamentoso do micélio confere uma grande superfície através da qual se realiza
a absorção de nutrientes. O micélio pode estender-se rapidamente em todas as direções,
através da fonte de alimento.
No que respeita à nutrição os Fungos são, então, seres heterotróficos que obtêm o
alimento por absorção. Os diferentes processos de obtenção dos compostos orgânicos
permitem considerar três tipos diferentes de fungos:
• Saprófitos: Muitos vivem sobre matéria orgânica, onde parte do micélio cresce por
cima da fonte de alimento, originando estruturas reprodutoras. O resto do micélio
desenvolve-se no interior do substrato provocando a sua decomposição (Figura 22).
Existem no solo e crescem sobre os alimentos, como o bolor do pão.
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As hifas segregam enzimas hidrolíticas que lançam sobre o alimento, ocorrendo uma
digestão extracorporal, em que as moléculas mais complexas são decompostas em
moléculas mais simples que são absorvidas posteriormente. Após a absorção os
nutrientes passam através das hifas para todo o organismo. Apesar de se tornarem
prejudiciais ao Homem ao atacar alimentos úteis para si, são de extrema importância
nos ecossistemas, enquanto organismos decompositores.
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Os esporos são levados pelo vento, pela água ou pelos animais e germinam se caírem
num meio em que exista alimento. Eles são muito importantes na dispersão dos fungos e
contribuem para a enorme área de distribuição geográfica de muitas espécies.
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• Zygomycota
Os membros desta divisão são conhecidos por Zigomicetes e possuem hifas cenocíticas
com núcleos haploides. A maioria é saprófita mas alguns são parasitas de plantas e
animais. Um dos zigomicetes mais conhecidos é o bolor do pão da espécie Rhizopus
stolonifer (Figura 26), cujo micélio se desenvolve no pão e em outros alimentos ricos em
amido.
• Ascomycota
Este grupo é muito diversificado, contendo cerca de 30000 espécies. Dele fazem parte as
leveduras (Figura 27), muitos fungos saprófitos que decompõem os alimentos e muitos
parasitas das plantas como o míldio (Figura 28), entre outros.
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• Basidiomycota
Esta divisão inclui os Fungos vulgarmente conhecidos por cogumelos. Grande parte deles
é saprófita mas também existem alguns parasitas. A parte visível destes Fungos é
constituída por um conjunto compacto de hifas que forma uma estrutura reprodutora
complexa denominada basidiocarpo (Figura 29). A parte subterrânea do micélio não é
visível, sendo constituída por hifas septadas e é a partir dela que se forma a parte aérea,
na altura da reprodução.
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TRABALHO PRÁTICO
Observação do bolor do pão
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Alguns são comestíveis, mas muitas espécies de Fungos são venenosas, podendo
causar a morte. Existem numerosos Fungos que têm importante valor económico devido
às suas aplicações industriais. São disso exemplo as leveduras usadas no fabrico de
cerveja, do vinho e pão, por exemplo; alguns Fungos usados no fabrico de queijos como o
Roquefort, Camembert e Brie; fungos que atuam na fermentação de uma mistura de
grãos de soja e trigo, essencial para a produção de óleo de soja; e na indústria
farmacêutica, por exemplo, na produção de antibióticos.
No entanto, pode dizer-se que os fungos tanto podem beneficiar os outros organismos
como constituir verdadeiras pragas.
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Atitude no campo
Para que o trabalho de campo possa ser levado a cabo com sucesso, é importante que os
alunos/formandos tenham em atenção alguns conselhos:
− ouvir as instruções do professor/formador ou do guia;
− realizar todas as tarefas com serenidade e precaução;
− deslocar-se sem pressas de forma a precaver-se de eventuais irregularidades de
terreno;
− as intervenções no terreno devem ser suficientes para recolher dados de
qualidade, devendo evitar prejudicar o ecossistema (por exemplo, pisar ninhos,
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Bibliografia/Outros recursos
CARRAJOLA, C.; CASTRO, M.; HILÁRIO,T. (2008), Planeta com Vida – Biologia e Geologia 11º ano.
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MATIAS, O.; MARTINS, P. (2008), Biologia 11 – Biologia e Geologia 11. Porto: Areal Editores.
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ROQUE, M.; FERREIRA, A.; CASTRO, A. (1998), Biologia 12º ano. Porto: Porto Editora.
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Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$sistematica>.
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