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BIOGEOGRAFIA
BELO HORIZONTE / MG
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BIOGEOGRAFIA
Sumário
1 INTRODUÇÃO A BIOGEOGRAFIA ............................................................................... 4
4.1.3 Cerrado............................................................................................................ 39
4.1.6 Pampas............................................................................................................ 43
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 54
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BIOGEOGRAFIA
1 INTRODUÇÃO A BIOGEOGRAFIA
Fonte: brasilescola.uol.com.br
organismos, enfocando nos fatores atuais, como as relações dos seres vivos e o meio ambiente1.
Fonte: br.pinterest.com
Essas questões, assim como muitas outras que podem ser formuladas nesse contexto,
levaram ao surgimento de uma ciência a qual busca compreender os padrões de distribuição
das espécies e os processos responsáveis por estes padrões a Biogeografia. Esta é uma ciência
complexa que utiliza informações e teorias de outras disciplinas, como a Geografia, Geologia,
Ecologia, Paleontologia e Sistemática Filogenética, para documentar e entender os padrões de
distribuição dos organismos, tanto no espaço, quanto no tempo.
Neste capítulo, serão apresentados os principais conceitos e processos biogeográficos,
os quais são fundamentais para a compreensão de como o pensamento biogeográfico se
modificou ao longo do tempo. Será apresentado também um breve histórico do desenvolvimento
da Biogeografia, desde as ideias criacionistas até os dias atuais, incluindo os paradigmas,
escolas, autores e principais hipóteses que contribuíram para sua formação como ciência.
1.2 Biogeografia Histórica e Ecológica
Tradicionalmente, a Biogeografia foi dividida em duas subdisciplinas, Biogeografia
Ecológica e Histórica, as quais são caracterizadas principalmente quanto às escalas de tempo e
espaço que abordam. A Biogeografia Ecológica analisa padrões em nível de população ou
espécie, em escalas curtas de tempo e espaço, buscando relacionar os padrões de distribuição
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Extraído e adaptado: SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Biogeografia"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/biogeografia.htm. Acesso em 28 de agosto de 2019.
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dos seres vivos com fatores bióticos e abióticos – tais como topografia, latitude, clima, tipo de
solo, taxas de predação ou competição – e entender como esses fatores alteram ou mantêm a
distribuição atual dos organismos em seus ambientes. Já a Biogeografia Histórica – a qual será
contemplada com mais detalhes neste capítulo – preocupa-se em analisar padrões em nível de
espécies ou táxons supra específicos, em escalas temporais e espaciais maiores. O principal
interesse dessa abordagem está relacionado a processos históricos que ocorrem por longos
períodos de tempo e ao entendimento de como estes são responsáveis pelos padrões
biogeográficos atuais. Contudo, deve-se ressaltar que essa divisão é artificial, meramente
didática e mascara a complexidade da disciplina.
1.3 Principais eventos históricos em Biogeografia
Há três processos ou eventos históricos básicos capazes de explicar a distribuição
geográfica dos seres vivos: extinção, dispersão e vicariância 2. A extinção, dentre os três
conceitos, é o mais simples, podendo ser entendido como o desaparecimento total de um táxon.
Figura 1: Principais processos (eventos históricos) em Biogeografia: (A) extinção, (B) dispersão e (C) vicariância.
Fonte: www.researchgate.net
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Vicariância: É o mecanismo evolutivo no qual ocorre uma fragmentação de uma área biótica, separando
populações de determinadas espécies. A falta de fluxo gênico entre as duas sub-populações agora formadas fará
com que elas fiquem cada vez mais diferentes e, mantendo-se a barreira por tempo suficiente, levará à especiação.
Resumindo, vicariância é a quebra na distribuição de um táxon. Fonte:
https://www.dicionarioinformal.com.br/vicari%C3%A2ncia/.
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entre dispersão e vicariância consiste na idade da barreira em relação aos táxons (Figuras B-C).
No caso da vicariância, há o aparecimento de uma barreira que separa a população original em
duas ou mais populações, isolando-as. Nesse caso, a barreira possui a mesma idade dos táxons
resultantes (Figura C). Já no modelo de dispersão, ocorre a transposição de uma barreira pré-
existente por uma parcela da população original. Nesse caso, portanto, a barreira é mais antiga
do que os táxons. Assim, podemos definir o processo de vicariância como o surgimento de uma
barreira capaz de fragmentar a distribuição da população original. Essa fragmentação pode,
como consequência, isolar as duas populações e, assim como no caso da dispersão, resultar no
aparecimento de duas espécies distintas.
É interessante ressaltar que o termo “barreira biogeográfica” não está limitado a barreiras
geológicas, como o soerguimento de uma cadeia de montanhas (como ilustrado na Figura C) ou
a separação dos continentes. Qualquer aspecto biótico ou abiótico – seja ele geográfico,
ecológico (competição, predação, comportamento), fisiológico (temperatura, profundidade) – que
restrinja o movimento ou interação entre populações em diferentes ambientes é considerado
uma barreira biogeográfica.
Fonte: aprendendoabiologar.blogspot.com
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BIOGEOGRAFIA
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Extraído e adaptado do site:
https://www.researchgate.net/publication/323259439_Conceitos_e_Historia_da_Biogeografia
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Fonte: http://www.eismeaqui.com.br
O segundo caso é o mito da Arca de Noé, segundo o qual, após o dilúvio, a arca teria
desembarcado no monte Ararat (atual território Turco) e, a partir de lá, o homem e todos os
animais e plantas mantidos na arca teriam colonizado o restante do mundo.
Fonte: https://m.megacurioso.com.br
Fonte: www.infoescola.com
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áreas do globo, Sclater reconheceu a existência de duas grandes divisões, ou “locais de criação”
– Velho e Novo Mundo –, as quais eram subdivididas em seis regiões biogeográficas. Em 1876,
Wallace expandiu o número de regiões biogeográficas propostas por Sclater após a inclusão de
outros grupos animais além das aves. As regiões biogeográficas estabelecidas por Wallace são
reconhecidas até hoje.
Além disso, durante sua expedição às ilhas malaias, Wallace observou a existência de
uma delimitação entre as ilhas do Leste e do oeste do arquipélago quanto à distribuição das
espécies. Segundo ele, a fauna das ilhas a oeste era muito semelhante àquela encontrada na
Ásia, enquanto que as espécies das ilhas a leste eram mais similares às espécies que habitavam
a Austrália. Essa delimitação imaginária entre leste e oeste ficou conhecida como Linha de
Wallace e é aceita pelos zoogeógrafos desde então.
Fonte: https://knoow.net
Fonte: researchgate.net
2.5 O Endemismo
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Extraído e adaptado do site:
https://www.researchgate.net/publication/323259439_Conceitos_e_Historia_da_Biogeografia
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Fonte: meioambiente.culturamix.com
Endemismo Paleogênico
Os endemismos paleogênicos se referem a espécies que eram bastante comuns em
épocas remotas e que subsistem, num determinado momento, e numa área restrita. Um exemplo
desse tipo de endemismo é a Ginkgo biloba, uma planta que atualmente aparece de forma
espontânea somente no sul da China.
Porém, no período Jurássico e no Cretáceo a Ginkgo biloba fazia parte de um grupo de
gimnospérmicas bem comum, os seus principais representantes desse tempo desapareceram
quase que totalmente. Exatamente por isso é que esse tipo de endemismo é chamado também
de relíquia.
Endemismos Neogênicos
Esse tipo de endemismo se refere aos casos que são resultantes da evolução (causada
por mutação ou outro fator qualquer) de uma espécie em tempos recentes e sem que o grupo
biológico tenha tido tempo hábil para se disseminar numa área mais extensa.
Um bom exemplo desse tipo de endemismo é a espécie Saxifraga cintrana que pode ser
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Fonte: obotanicoaprendiznaterradosespantos.com
Fonte: www.orthoptera.com.br
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Dessa forma é importante utilizar a informação sobre a filogenia dos organismos para
fazer a determinação de áreas endêmicas. É necessário saber que essas áreas de endemismo
são hipóteses que podem vir a ser testadas ou mesmo modificadas de acordo com a obtenção
de novos dados de distribuição.
As áreas endêmicas servem para dar suporte ou então para falsear uma hipótese. No
decorrer do tempo foram implementados métodos diversos para fazer o reconhecimento de uma
área tida como endêmica.
Porém, existe um problema metodológico para fazer a determinação dessas áreas,
identificar qual é o nível de congruência espacial necessário entre as espécies para que seja
possível considerar uma área como sendo endêmica.
Basicamente é utilizado um aspecto simples que é a extensão da área ter que ser menor
que os limites da distribuição da espécie endêmica5.
Fonte: https://explorandolafe.wordpress.com
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Extraído e adaptado do site: https://meioambiente.culturamix.com/ecologia/o-endemismo-
mudancasnas-especies
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Fonte: www.infoescola.com
Atualmente, o conceito mais difundido dentro da ciência corresponde àquele definido por
Mayr em 1963, de espécie biológica (Mayr, 1977). Para esse autor, a espécie é um conjunto de
indivíduos reprodutivamente isolados, ou seja, populações que, em razão de seu isolamento
geográfico ou biológico, reagem aos processos genéticos e às influências ambientais de modo
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a torná-los geneticamente incompatíveis com outras populações com as quais tenham contato.
Embora a incompatibilidade genética entre duas espécies pressuponha a impossibilidade
de gerar descendentes férteis, é preciso entender isso como um processo que se aprofunda
cada vez mais à medida que a espécie evolui. Portanto, nos primeiros momentos dessa
diferenciação há a possibilidade de que a incompatibilidade não seja total, com a produção de
subespécies, raças ou variedades distintas, de modo que a taxa de fertilidade decai, mas a
geração de indivíduos férteis ainda é possível.
Com uma taxa ainda menor de compatibilidade genética entre as espécies que se
cruzam, há a possibilidade de serem gerados indivíduos híbridos, incapazes de continuar a se
reproduzir, como é o caso bastante conhecido da mula, uma espécie híbrida surgida do
cruzamento de um jumento (Equus africanus asinus) com uma égua (Equus caballus) ou de um
cavalo com uma jumenta6.
3.2 Os territórios biogeográficos
O estabelecimento e a comparação das áreas evidenciam certas correspondências na
distribuição geográfica dos seres vivos. Mas, na realidade, duas áreas nunca são exatamente
superpostas, é possível conhecer grupos de táxons de localização geográfica idêntica, ou
endêmica de uma mesma região do globo. Tal conjunto de táxons permite definir territórios
florísticos e faunísticos, cuja hierarquia está baseada no nível de endemismo ao que
correspondem. Assim, podemos distinguir os impérios, caracterizados por endemismos de
ordens e famílias, subdivididas em regiões com endemismos de famílias e gêneros. Portanto, as
regiões se subdividem em domínios, estes em setores, e estes em distritos cujos táxons
endêmicos se situam, respectivamente, em nível de gênero, da espécie e da subespécie.
Agora vamos a conhecer os impérios continentais, baseados nos endemismos de ordens
e famílias. A classificação foi proposta por George Lemée, estes impérios são separados por
zonas de transição de extensão variável.
Os fatores limitantes que estabelecem os limites entre as distribuições das espécies são
do tipo abiótico (temperatura, precipitação, disponibilidade de luz, tipo de solo, acidentes
topográficos) e bióticos (competência, depredação, capacidade de dispersão). Para o
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Extraído e adaptado do site: http://ofitexto.arquivos.s3.amazonaws.com/Biogeografia-DEG.pdf
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estabelecimento dos limites enfrentamos vários problemas, um deles é que as barreiras não são
universais para a taxa, por exemplo, se queremos estabelecer o limite de distribuição para os
peixes de água doce no continente americano, e tomamos como barreira a capacidade de tolerar
água salgada, neste exemplo o limite de distribuição será o istmo de Panamá. Mais resulta
impossível estabelecer líneas de demarcação absolutas, por exemplo, o limite do istmo de
Panamá funciona para peixes de água doce, incapazes de tolerar água salgada, porém não
conseguem cruzar o istmo, mais para uma ave essa barreira não funcionaria porem não teríamos
o mesmo limite.
3.3 Principais Impérios e os Táxons Representativos
FLORA
Ranunculácea Sauce
Fonte: https://www.flickr.com Fonte: www.revolvy.com
FAUNA
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Também conhecido como Império Americano, inclui a desde a parte sul do México,
América central e América do Sul, neste império se localiza Brasil, e apresenta fauna e flora
representativos ilustrados nas figuras abaixo.
FLORA
FAUNA
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Gerânio Mogno
Fonte: flores.culturamix.com Fonte: www.pensamentoverde.com.br
FAUNA
Chimpanzé Girafa
Fonte: hypeness.com.br Fonte: gizmodo.uol.com.br
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FLORA
FAUNA
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FLORA
FAUNA
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Extraído e adaptado do site:
http://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCatalago/10481627032014Biogeografia_Aula_5.pdf
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Fonte: https://www.estudokids.com.br
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Cabe ressaltar que os valores de temperatura e precipitação usados para definir as zonas
climáticas correspondem às condições de estresse de umidade e frio que são determinantes nas
formas de vegetação e, portanto, a distribuição dos grandes biomas da Terra segue esses
valores. Além disso, tais valores interagem para determinar as condições e os recursos
disponíveis para o crescimento das plantas.
Dessa forma, os padrões climáticos de Heinrich Walter contêm períodos sazonais de
déficit e abundância de água e, portanto, permite comparações com significados ecológicos de
climas entre as localidades. Os padrões climáticos de Walter retratam a precipitação e a
temperatura média mensal ao longo de um ano.
Assim, os fatores relacionados aos padrões climáticos e determinam o bioma. E como
ficam as zonas climáticas?
O bioma de floresta pluvial tropical, zona climática I, é encontrado em três regiões
importantes nos trópicos, sendo elas: (1) bacia do Amazonas e do Orinoco da América do Sul,
com áreas adicionais na América Central e a longo da costa atlântica do Brasil; (2) área do
extremo sul da África oeste que se estende na direção leste através da bacia do rio Congo e,
constitui a floresta tropical africana; (3) a floresta pluvial Indo-Malásia cobre parte do sudeste da
Ásia (Vietnã, Tailândia e a Península Malásia), as ilhas entre a Ásia e a Austrália, incluindo as
Filipinas, Bornéu e Nova Guiné e a costa de Queensland na Austrália (RICKFLES, 2003).
O clima de floresta pluvial tropical, também chamada de floresta ombrófila densa, possui
dois picos de chuvas quando a convergência intertropical se situa sob a região equatorial. Isso
ocorre sobretudo em torno dos equinócios. Nesse tipo de floresta, os solos são altamente
intemperizados e, relativamente desprovidos de argila e húmus, o que faz com que retenham
poucos nutrientes. Além disso, possuem cores avermelhadas, devido à presença de óxidos de
ferro e alumínio.
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tropical é maior que em qualquer outra parte da Terra. Isso é possível devido à alta produtividade
biológica e à grande quantidade de biomassa presente acima do solo. Nas florestas tropicais
úmidas, forma-se uma camada de material orgânico ou em decomposição acima do solo.
Fonte: https://www.infoescola.com
Essa camada é chamada de serapilheira e é constituída por folhas, galhos, flores, frutos,
sementes e dejetos de animais. Como nesse bioma as temperaturas e a umidade são altas, a
serapilheira se decompõe rapidamente, liberando nutrientes para o solo. É essa rápida
reciclagem de nutrientes que sustenta a alta produtividade. Por isso, o desmatamento das
florestas tropicais deixa os solos vulneráveis à erosão rapidamente, uma vez que não há
ciclagem de nutrientes, degradando o ambiente e tornando a paisagem improdutiva.
O bioma de floresta/savana sazonal tropical (zona climática II) ocorre nos trópicos, mas
além dos 10º (ao Norte e ao Sul) do Equador, os climas tropicais frequentemente apresentam
uma estação seca acentuada, que corresponde ao inverno das latitudes mais altas. Essas
florestas possuem, principalmente árvores decíduas que perdem suas folhas durante a estação
de estresse hídrico.
Contudo, estações secas cada vez mais longas e mais severas proporcionam uma
vegetação mais baixa e com mais espinhos, que protegem suas folhas das pastagens. Além
disso, os solos também tendem a ser pobres em nutrientes. Já as savanas são campos com
árvores esparsas, e se distribuem em grandes áreas nos trópicos secos, sobretudo na África.
Fonte: www.infoenem.com.br
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Fonte: https://www.coladaweb.com
Fonte: https://www.eweb.unex.es
Fonte: conhecimentocientifico.r7.com
O bioma de floresta sazonal temperada, referente à zona climática VI, é também chamado
de floresta decídua e ocorre sob condições moderadas de congelamento no inverno. Esse bioma
é encontrado no leste dos Estados Unidos, no sul do Canadá, além de estar amplamente
distribuído da Europa e no leste da Ásia. Seus solos são, geralmente, de cor marrom devido aos
abundantes húmus orgânicos. Além disso, a precipitação maior do que a evaporação e a
transpiração, permite a percolação da água no solo.
No entanto, as partes mais quentes e secas do bioma, sobretudo onde os solos são
arenosos e pobres em nutrientes, tendem a desenvolver florestas de acículas, dominadas por
pinheiros, muito comuns no oeste dos Estados Unidos. Ressalta-se que como os solos tendem
a ser secos é comum que ocorram incêndios e a maioria das espécies é resistente aos danos
causados pelo fogo.
O bioma de campo/deserto temperado (zona climática VII) ocorre na América do Norte,
onde os verões são quentes e úmidos e os invernos frios. Esses biomas são chamados de
pradarias. Também são encontradas na Ásia Central, onde são conhecidos como estepes. São
caracterizados por uma baixa precipitação e por solos ricos em matéria orgânica.
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Fonte: http://camposedeserto.com
A vegetação é dominada por gramíneas, que crescem mais de 2 metros nas partes mais
úmidas e menos que 0,2 metros nas regiões mais áridas. Os incêndios também são frequentes
nesse bioma e, a maioria das espécies de campo tem caules subterrâneos resistentes ao fogo,
ou rizomas, dos quais os brotos renascem.
Já o bioma deserto temperado cobre a maior parte do oeste dos Estados Unidos e é
caracterizado pela elevada evaporação e transpiração do habitat, excedendo à precipitação
durante a maior parte do ano. Por isso, os solos são secos e pouca água percola através deles.
Porém, nele os incêndios raramente ocorrem.
Finalizando o estudo das zonas climáticas e de seus respectivos biomas, vamos falar
sobre as zonas climáticas polares e boreais, que têm temperaturas abaixo de 5 ºC.
O bioma de floresta boreal, correspondente à zona climática VIII, estende-se de 50 ºC na
América do Norte e a cerca de 60 ºC na Europa e Ásia. Ele é conhecido como taiga e sua
temperatura média anual fica abaixo de 5 ºC, contando com invernos severos.
Dessa forma, como a evaporação é baixa, os solos são úmidos durante a maior parte da
estação de crescimento. A vegetação consiste em bosques densos de 10-20 centímetros de
altura, com árvores aciculadas perenes, extremamente tolerantes ao congelamento. Além disso,
como a serapilheira se decompõe lentamente, esta se acumula na superfície do solo, deixando-
o ácido e com baixa fertilidade.
Por fim, o bioma de tundra, referente à zona climática IX, ocorre ao norte da floresta
boreal, na chamada zona climática polar. A vegetação desse bioma é caracterizada por uma
extensão sem árvores sustentada por solo permanentemente congelado, chamado de
permafrost. Durante uma breve estação de verão o solo pode atingir uma pequena profundidade
de 0,5 -1 metro. A maior parte das plantas são arbustos lenhosos prostrados, anões, que se
desenvolvem próximo ao solo, protegidas das camadas de gelo.
Fonte: https://meioambiente.culturamix.com
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Fonte: conhecimentocientifico.r7.com
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Extraído e adaptado: PENA, Rodolfo F. Alves. "Vegetação no Brasil"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/brasil/vegetacao-brasil.htm. Acesso em 04 de setembro de 2019.
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Mata de igapó
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br
Mata de várzea
Assim como a mata de igapó, a várzea também sofre com as inundações, porém apenas
no período das cheias dos grandes rios, por se encontrar em áreas um pouco mais elevadas. É
uma mata muito fechada, com elevada densidade, árvores altas (em média 20m de altura) e, em
geral, com galhos espinhosos, o que dificulta o seu acesso. As espécies mais conhecidas são o
Jatobá e a Seringueira, essa última muito usada na extração de látex, a matéria-prima da
borracha.
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Fonte: https://brasilescola.uol.com.br
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Extraído e adaptado do site: https://brasilescola.uol.com.br/brasil/floresta-amazonica.htm
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Fonte: https://www.todamateria.com.br
Fonte: https://ecoa.org.br
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• Manguezais;
• Vegetações de restingas;
• Campos de altitude;
• Brejos interioranos;
• Encraves florestais do Nordeste.
De acordo com a Fundação SOS Mata Atlântica, atualmente, restam apenas 12,4% da
floresta que existia originalmente, e, desses remanescentes, cerca de 80% estão localizados em
áreas privadas. Os 12,4% de floresta original correspondem a todos os fragmentos de floresta
nativa acima de três hectares. Atualmente, os remanescentes florestais são muito fragmentados.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, atualmente, são encontradas cerca de 29% de
cobertura original quando considerados os diferentes estágios de regeneração das
fitofisionomias. Vale destacar que os dados sobre a cobertura vegetal podem variar de acordo
com o autor e com a metodologia que foi escolhida para esse cálculo.
Fauna e Flora
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Uma das espécies mais conhecidas de animais da Mata Atlântica é, sem dúvidas, o mico-
leão-dourado (Leontopithecus rosalia), espécie hoje considerada símbolo desse bioma. Essa
espécie é endêmica e podia ser encontrada, originalmente, em toda a região costeira do Rio de
Janeiro e sul do Espirito Santo.
Além do mico-leão-dourado, podemos citar, como espécies de animais da Mata Atlântica:
sapo-pingo-de-ouro; porco-do-mato; macaco-guicó; pintor-verdadeiro; macuco; onça-pintada;
harpia; tucano; papagaio-de-cara-roxa; muriqui; e sabiálaranjeira.
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br
No que diz respeito às espécies vegetais, não podemos deixar de citar o paubrasil
(Caesalpinia echinata), que deu nome ao nosso país. Além do pau-brasil, na Mata Atlântica
encontramos várias espécies de bromélias, orquídeas, samambaias, a araucária e o palmito-
juçara.
A Mata Atlântica é extremamente importante tanto economicamente, quanto
ecologicamente. As formações florestais encontradas na Mata Atlântica ajudam, por exemplo,
na regulação do clima e proteção do solo. Não podemos esquecermo-nos ainda de que sete das
nove maiores bacias hidrográficas brasileiras estão na Mata Atlântica, e a vegetação preservada
protege rios e nascentes, garantindo, desse modo, o abastecimento de água para a população.
Nesse bioma, encontramos também uma grade variedade de espécies animais e vegetais
que possui diversas aplicações econômicas. Várias espécies são usadas na alimentação, para
obtenção de madeira e como matéria-prima para a fabricação de medicamentos e cosméticos.
Infelizmente, o uso descontrolado da biodiversidade da Mata Atlântica tem causado grande
destruição desse importante bioma.
Dentre as ações antrópicas prejudiciais realizadas contra esse bioma, podemos destacar:
o desmatamento com a finalidade de criar áreas propícias para a agricultura e pecuária; a
exploração exagerada dos recursos desse local; e a expansão urbana. No que diz respeito à
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exploração dos recursos, muitas áreas de Mata Atlântica, por exemplo, foram e são atualmente
destruídas com a finalidade de extração de madeira.
Além do desmatamento, a biodiversidade é também ameaçada de outras formas, como
por meio da caça de animais, da pesca predatória e do tráfico ilegal de plantas e animais nativos
da região. Não podemos deixar de citar, ainda, o turismo desordenado que acaba prejudicando
esses biomas por causar danos ao meio ambiente, por exemplo, poluindo o local 10.
4.1.3 Cerrado
É uma formação florestal do tipo Savana, sendo considerado por muitos autores como o
mais complexo tipo de savana do mundo. É o segundo maior domínio florestal brasileiro,
ocupando mais de 24% da área do país. Assim como a Mata Atlântica, o Cerrado também foi
bastante devastado, tendo quase 80% de sua biomassa destruída pela ação do homem.
Fonte: www.matanativa.com.br
Em virtude do fato de a baixa umidade ser predominante durante a maior parte do ano,
bem como por apresentar um solo pobre em nutrientes, o Cerrado apresenta árvores esparsas,
não muito altas e de tronco retorcido para evitar a perda de água. Existem também os chamados
Cerradões, em que a formação florestal é mais densa.
Por apresentar um solo muito ácido, seu território pouco favoreceu a agricultura até os
anos 1970, quando se descobriu que, acrescendo Calcário ao solo, essa acidez era corrigida.
Tal descoberta contribuiu para um avanço da agricultura no país, porém também foi responsável
pela intensificação de processo de devastação dessa composição florestal11.
10
Extraído e adaptado: SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Mata Atlântica"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/mata-atlantica.htm. Acesso em 04 de setembro de 2019.
11
https://brasilescola.uol.com.br/brasil/vegetacao-brasil.htm
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4.1.4 Caatinga
Caatinga é um bioma brasileiro que apresenta clima semiárido, vegetação com poucas
folhas e adaptadas para os períodos de secas, além de grande biodiversidade. Esse bioma é
encontrado em áreas do Nordeste do Brasil, nos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio
Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e parte de Minas Gerais.
Toda essa área abrange cerca de 844 mil km2, ou seja, 11% do território brasileiro.
O nome Caatinga significa, em tupi-guarani, "mata branca". Esse nome faz referência
a cor predominante da vegetação durante a estação de seca, onde quase todas as plantas
perdem as folhas para diminuir a transpiração e evitar a perda de água armazenada. No
inverno, devido a ocorrência de chuva, as folhas verdes e as flores voltam a brotar.
Apesar de sua importância ecológica, calcula-se que 40 mil km2 da Caatinga já foram
transformados em quase deserto, o que é explicado pelo corte da vegetação para servir como
lenha e pelo manejo inadequado do solo.
Vegetação
A vegetação da caatinga constitui um tipo de vegetação adaptada à aridez do solo e a
escassez de água da região. Dependendo das condições naturais das áreas em que se
encontram, apresentam diferentes características.
Quando as condições de umidade do solo são mais favoráveis, a caatinga se
assemelha à mata, onde são encontradas árvores como o juazeiro, também conhecido por joá,
ou laranjeira do vaqueiro, a aroeira e a baraúna.
Nas áreas mais secas, de solo raso e pedregoso, a caatinga se reduz a arbustos e
plantas tortuosas, mais baixas, deixando o solo parcialmente descoberto.
Nas regiões mais secas aparecem também plantas cactáceas, como o facheiro, o
mandacaru, o xique-xique, que servem de alimento para os animais, na época de seca, e as
bromeliáceas (macambira).
Algumas palmeiras e o juazeiro, que possuem raízes bem profundas para absorver
água do solo, não perdem as folhas.
Outras plantas possuem um mecanismo fisiológico, o xeromorfismo, produção de uma
cera que reveste suas folhas que faz que percam menos água na transpiração, um exemplo é
a carnaubeira denominada "árvore da vida" ou árvore da providência, pois tudo dela se
aproveita.
A maioria das espécies tem espinhos, o que leva o vaqueiro da região usar roupa de
couro, para sua proteção.
Fauna
Fonte: https://www.todamateria.com.br
Entre as espécies que habitam a caatinga e estão ameaçadas de extinção podem ser
citadas a ararinha azul, o tamanduá-bandeira, o tatu-canastra, o cachorro do mato, a águia-
cinzenta, o lobo-guará, entre outras.
Como acontece em muitos outros biomas, a Caatinga também sofre com uma série de
ameaças que comprometem a conservação da sua biodiversidade, sendo que um desses
riscos acontece por causa do tráfico de animais.
Dentre as principais ações responsáveis pela destruição da Caatinga estão:
desmatamento, queimadas, exploração dos recursos naturais e mudanças no uso do
solo.
4.1.5 Pantanal
O bioma Pantanal é a maior planície inundável do mundo. Com uma área de cerca de
250 mil Km², o Pantanal estende-se pela Bolívia, Paraguai e Brasil, sendo aproximadamente
62% no Brasil, nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Inserido na parte central
da bacia hidrográfica do Alto Paraguai, o Pantanal é influenciado pelo rio Paraguai e por seus
vários afluentes que alagam a região formando extensas áreas alagadiças.
Fonte: www.diariodigital.com.br
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https://www.todamateria.com.br/caatinga/
4.1.6 Pampas
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https://www.infoescola.com/biomas/pantanal/
5 BIOGEOGRAFIA MARITÍMA
Os ambientes aquáticos estão espalhados pelas mais diversas regiões do planeta, cuja
constituição está em torno de 70% de água. Com essa informação, é possível imaginar a
diversidade de espécies animais e vegetais que tais ambientes abrigam, inclusive, há, ainda,
muitas formas que desconhecemos.
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Extraído e adaptado do site: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/pampas.htm
• Zona litoral é o local que apresenta vegetação que margeia os lagos; representa a parte
rasa.
• Zona limnética é a área que vai além da margem, onde ocorre a presença de algas
flutuantes e algumas espécies de animais planctônicos.
• Zona bentônica fica em maiores profundidades, onde sedimentos são depositados.
Abriga espécies de animais cavadores, microrganismos e poucas espécies vegetais,
uma vez que pouca luz penetra nessas profundidades.
Fonte: https://bit.ly/2R7OKAn
Talvez a característica física mais importante do mar seja que as condições não se
alteram uniformemente a partir da superfície, onde a água é mais quente e, portanto, menos
densa, até as condições frias e densas das grandes profundidades. Abaixo da superfície da
água, ou seja, da zona eufótica, não há iluminação solar suficiente para sustentar a
fotossíntese. Por isso, a zona de transição, situada entre essa camada e as inferiores, é
conhecida como picnoclíneo.
Nessa região, a temperatura da água cai e a densidade aumenta, enquanto a zona
epipelágica, por ser mais quente e iluminada, possui uma concentração maior de organismos
vivos. Portanto, o picnoclíneo é o limite mais importante das águas oceânicas.
Para a melhor compreensão da biogeografia marinha, é importante tomar
conhecimento de que o formato das bacias oceânicas é o principal responsável pela divisão
básica entre o reino dos mares rasos (nerítico) e o reino dos mares abertos (pelágico).
A biogeografia do reino dos mares abertos é melhor compreendida a partir da descrição
dos padrões de circulação nos oceanos, visto que eles promovem diferenças nas
concentrações de nutrientes, influenciando, assim, na distribuição da vida. Nos oceanos,
imensas massas de ar circulam horizontalmente com uma periodicidade a cada cerca de 20
anos. Esses movimentos são resultados dos padrões de ventos, que, por sua vez, advêm da
distribuição irregular da energia solar sobre a superfície da Terra e do movimento de revolução
do planeta para o Leste.
Dessa forma, o calor das regiões equatoriais é distribuído em direção aos polos por
Fonte: megaarquivo.wordpress.com
Fonte: http://www.esalq.usp.br
O reino das águas rasas é formado por unidades individuais, a maioria das quais é
comprida e estreita, espremida entre a costa e a borda continental. Além disso, quando se fala
em águas rasas, é preciso considerar que a topografia do ambiente marinho é irregular,
portanto, existem regiões chamadas de baixios, que são partes do fundo marítimo onde a
profundidade da água é muito baixa em comparação com áreas vizinhas.
Contudo, é difícil para os organismos dos baixios ou suas larvas transporem a longa
distância e, por isso, a maior parte das semelhanças entre as faunas dos diferentes mares
rasos ocorre a diferentes latitudes no mesmo lado de um oceano. Essas faunas foram
classificadas pelo zoólogo marinho norte- -americano Jack Briggs (1920-1988) em 23 regiões,
considerando padrões de endemismo nas faunas costeiras (COX; MOORE, 2014). Briggs
identificou locais que aparentam ser zonas de rápida mudança faunística, como resultado das
mudanças nas correntes oceânicas.
Por isso, essas zonas são fronteiras entre regimes térmicos diferentes.
Nesse sentido, os recifes de corais proporcionam os mais diversificados ambientes nos
mares e são os exemplos mais claros dos gradientes de diversidade marinha. Eles comportam
a maior diversidade de espécies de vertebrados por metro quadrado conhecida sobre a Terra
(COX; MOORE, 2014).
Fonte: https://www.vix.com
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Extraído e adaptado do site: http://cm-kls-
content.s3.amazonaws.com/201901/INTERATIVAS_2_0/BIOGEOGRAFIA/U1/LIVRO_UNICO.pdf
Extraído e
adaptado do site:
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REFERÊNCIAS
Bibliografia Básica
ALMEIDA, José R., org. – Ciências ambientais, Rio de Janeiro, Thex Ed., 2002, 482 p.
ARAÚJO, Maria C. Pansera, COELHO, Geraldo C. & MEDEIROS, Lenice –
Interações ecológicas e biodiversidade. Ijuí, Ed. Unijuí, 1996, 252 p.