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Afetividade: termo utilizado para designar e resumir não só os afetos, mas também os

sentimentos ligeiros ou matizes (gradação) de sentimentos de agrado ou desagrado.


afeto: definido como qualquer espécie de sentimento e (ou) emoção associada a ideia.
Afeto na escola: os sentimentos e emoções do aluno precisam ser levados em conta, já
que podem favorecer ou desfavorecer o desenvolvimento cognitivo – com o qual está
intimamente relacionado desde que o bebê vem ao mundo. A emoção é a forma que o
corpo encontra de exprimir o que é pessoal e socialmente agradável ou desagradável
para determinado sujeito.
Classificação: A afetividade positiva (AP) se refere ao tipo de emoções positivas tanto
de alta energia (entusiasmo e excitação, prazer e alegria) como de baixa energia (calma
e tranquilidade). afetividade negativa (AN) se refere a emoções negativas como a
ansiedade, a raiva, a culpa e a tristeza (é possível que um aluno apresente alta energia
em ambas dimensões (AP e AN) ao mesmo tempo: apresentar um alto nível de energia
entusiasta e, ao mesmo tempo, estar irritado).
Construção: Desde que a criança nasce, o ambiente precisa satisfazer suas necessidades
básicas de afeto, apego, desapego, segurança, disciplina e comunicação, pois é nele que
se estrutura a mais importante forma de aprendizagem: a de estabelecer vínculos, isto é,
a capacidade de se relacionar, tendo-se em conta que o ser humano é um ser social.
Teoria do Apego (Bowlby): postula a existência de uma organização psicológica
interna situada no sistema nervoso central, responsável pela formação e manutenção de
laços emocionais íntimos entre indivíduos. A propensão para estabelecer tais laços é
considerada um componente básico da natureza humana, encontrando-se presente no
recém-nascido em forma germinal e continuando na idade adulta e na velhice, quando
os primeiros laços persistem e são complementados por outros. Além do motivo
primordial de sobrevivência, Bowlby ressalta a influência no desenvolvimento da
criança, em termos de saúde mental, da maneira como a criança é tratada por seus pais -
sobretudo pelo cuidador principal que, em sociedades ocidentais, geralmente é a mãe. A
relação complexa, rica e recompensadora com tal figura nos 1º anos de vida,
enriquecida pelas relações com o pai, familiares e professores – entre outros agentes
importantes de socialização – que a ciência julga estar na base do desenvolvimento da
personalidade e da saúde mental. Considerar de forma integrada o desenvolvimento da
afetividade com os demais âmbitos da natureza humana – em especial com o cognitivo.
Piaget (afetividade): é caracterizada como instrumento propulsor das ações, estando a
razão a seu serviço. A afetividade seria a energia, o que move a ação, enquanto a Razão
seria o que possibilitaria ao sujeito identificar desejos, sentimentos variados, e obter
êxito nas ações, não há conflito entre as duas partes. Ao pensar a Razão contra a
afetividade não se deve dotar a Razão de algum poder semelhante ao da afetividade, ou
seja, reconhecer nela a característica de móvel, de energia. um ambiente afetuoso pode
determinar o sucesso das atividades propostas pelo professor, assim é importante
considerar no cotidiano das salas de aula, ações que favoreçam o surgimento e
crescimento de sentimentos positivos, que possam fortalecer laços e conduzir a uma
maior interação entre o grupo.
Vygotsky (afetividade): considera que a aprendizagem ocorre a partir de um intenso
processo de interação social, através do qual o indivíduo vai internalizando os
instrumentos culturais, ou seja, as experiências vivenciadas com outras pessoas é que
vão possibilitar a ressignificação individual do que foi internalizado. como um sujeito
social e interativo, sendo que a criança, constrói seu conhecimento com a ajuda do
adulto e de seus pares. o pensamento tem sua origem na esfera da motivação, a qual
inclui inclinações, necessidades, interesses, impulsos, afeto e emoção. as crianças que
desenvolvem fortes ligações afetivas têm curiosidade em conhecer o ambiente que as
cerca, em explorá-lo e ainda, desenvolvem a capacidade de enfrentar situações
estressantes. 
Wallon: o desenvolvimento da pessoa é visto como uma construção progressiva em
que fases se sucedem com predominância alternadamente afetiva e cognitiva, mas
também uma fase do desenvolvimento, a mais arcaica. A afetividade e inteligência estão
sincreticamente misturadas, com predomínio da primeira. Corresponde à primeira
manifestação do psiquismo – impulsiona o desenvolvimento cognitivo ao instaurar
vínculos imediatos com o meio social, abstraindo deste seu universo simbólico,
culturalmente elaborado e historicamente acumulado pela humanidade. Os instrumentos
mediante os quais se desenvolverá o aprimoramento intelectual são irremediavelmente
garantidos por estes vínculos estabelecidos pela consciência afetiva. Se considera
essencial a influência social, pois ela estabelece um vínculo maior entre os indivíduos a
fim de suprir a articulação cognitiva nos anos iniciais de vida de cada indivíduo.
Desenvolvimento da afetividade na escola: quando a criança atinge a idade escolar as
funções neurossensório-motoras e as demais funções cerebrais (sensação, percepção e
emoção) estão ainda confusas e, por isso, a discriminação entre seu eu e sua experiência
não se realiza apenas na dimensão cognitiva. a educação deve, inicialmente, se
concentrar na avaliação de quatro pontos: 1)como a criança procura resolver suas
dificuldades, 2) seu nível de auto-estima, 3) características de seu humor e 4) posturas
da criança diante do adulto resultantes de sua relação com a família, tais como nível de
autonomia, relação com figuras de autoridade e relação com estruturas de poder.  Na
relação professor-aluno, a afetividade deve proporcionar o desenvolvimento das
relações afetivas, assim, o professor deve procurar utilizar as emoções como fonte de
energia e, quando possível, as expressões emocionais dos alunos como facilitadores do
conhecimento.
âmbito emocional – identificar os sentimentos, expressar os sentimentos, avaliar sua
intensidade, adiar a satisfação, controlar os impulsos, reduzir a tensão. âmbito cognitivo
– saber a diferença entre sentimento e ação, ler e interpretar indícios sociais,
compreender a perspectiva dos outros, usar etapas para resolver problemas, criar
expectativas realistas sobre si, compreender normas de comportamento. âmbito
comportamental – comportamentos não verbais: comunicar-se com os olhos, com
gestos, com expressão facial; comportamentos verbais: fazer pedidos claros, resistir a
influências negativas, ouvir os outros, responder eficientemente a críticas.
o desenvolvimento da afetividade no processo educativo deve incluir a oportunidade
para a manipulação da realidade e a estimulação da função simbólica, depois da
construção de si mesmo – o que exige espaço para todo tipo de manifestação expressiva
direta ou indireta mediante personagens susceptíveis de provocar identificação. Entre
esses personagens estão os professores e, portanto, não se pode esquecer que a
afetividade na própria relação professor aluno é outro aspecto fundamental a ser
considerado. Afetividade está ligada à auto-estima e às formas de relacionamento entre
aluno e aluno e professor aluno. Um professor que não seja afetivo com seus alunos
fabricará uma distância perigosa, criará bloqueios com os alunos e deixará de estar
criando um ambiente rico em afetividade.
esta relação deve ter como base a confiança a ser transmitida, por um e por outro,
auxiliando nas tomadas de decisão e na aprendizagem. Os professores precisam estar
comprometidos com mudanças em suas idéias e posturas tradicionais, as quais trazem
ranços de práticas escolares que apenas depositam informações nos alunos,
desconsiderando a afetividade no processo ensino-aprendizagem. A falta de motivação
do professor geralmente se reflete em sua resistência em aceitar inovações tecnológicas
e em assumir novos papéis a formação, ou a falta de formação adequada, os baixos
salários, a desvalorização social do professor, as condições materiais em que se vê
compelido a trabalhar, a falta de um sistema adequado de reforços pelo empenho em
concretizar um bom trabalho, a diversidade dos alunos, a falta de uma boa
administração do tempo, planejamentos deficientes, a sobrecarga de trabalho (em
número de alunos, de turmas e até de escolas em que atua), a falta de envolvimento dos
alunos entre outras variáveis a que estão sujeitos, conduzem à apresentação de respostas
de manutenção da situação atual, de falta de iniciativa, de desinteresse pela mudança e
não-engajamento efetivo em qualquer inovação.
Teoria de Wallon (slide 2)
Wallon considerou não só o corpo da criança em desenvolvimento, mas também suas
emoções para dentro da sala de aula. Trabalhou no projeto de construir uma educação
mais justa para uma sociedade mais justa, com base na solidariedade. Wallon parte da
idéia de que o psiquismo humano foi e é produzido historicamente pelos próprios
homens no interior das relações que estabelecem entre si e com a natureza aprimorando-
se cognitivamente e desenvolvendo, assim, suas condutas e personalidade propõe o
estudo integrado do desenvolvimento: afetividade, motricidade, inteligência são vistos
como campos funcionais entre os quais se distribui a atividade infantil. “geneticamente
social” Para ele a atividade do homem é inconcebível sem o meio social; pressupõe uma
conformação determinada do cérebro, haja vista que certas perturbações de sua
integridade privam o indivíduo.
Implicação: Estudo integrado do desenvolvimento humano (afetividade-motricidade-
inteligência), Até que a criança saiba identificar sua personalidade e a dos outros,
correspondendo a primeira ao eu e as segundas à categoria do não-eu, encontra-se num
estado de dispersão e indiferenciação, percebendo-se como que fundida ao outro e
aderida às situações e circunstâncias.
Princípios: Predominância Funcional: predominância de um determinado tipo de
funcionamento mental (afetivo e cognitivo) que interfere na forma como o sujeito se
relaciona com o mundo; cada fase tem suas peculiaridades, delineadas pela
predominância de um tipo de atividade. Alternância Funcional: alternância entre as
formas de atividades e interesses das crianças. Assim, ora o interesse para o interior,
conhecimento de si e construção do “eu”– fase centrípeta, ora para o exterior, para a
descoberta do mundo- fase centrífuga. Integração Funcional: a mudança de fase,
assimilando o que já foi adquirido, não exclui o estágio precedente. Dá uma
continuidade a tudo o que já foi adquirido.
Fases: Impulsivo-emocional (1º ano de vida) afetivo (orienta as primeiras reações do
bebê às pessoas, as quais intermediam sua relação com o mundo físico) - construção de
si. Estágio Sensório motor e projetivo (até 3 anos) cognitivo – construção do real
(compreensão do mundo físico ) aparecimento da marcha, da linguagem e da função
simbólica; imitação. Estágio Personalista (3 - 6 anos) afetivo – construção de si
Construção da consciência de si pela interação social (é a diferenciação psíquica da
criança em relação ao outro); Estágio Categorial (6-11/12 anos) cognitivo – construção
do real, pensamento pré-categorial até os 9-10 anos (classifica os objetos e as situações
de acordo com a relação concreta e imediata que tem com eles). Estágio da Puberdade e
da Adolescência (11-12 anos) afetivo – construção de si, ocorrência de modificações
fisiológicas impostas pelo amadurecimento sexual que provocam alterações psíquicas.
A afetividade precede nitidamente o aparecimento das condutas cognitivas e as
possibilita, daí a afirmação de que estimular a afetividade é nutrir a inteligência; A
emoção, tipo particular de manifestação afetiva, é o primeiro recurso de que o ser
humano dispõe para comunicar-se e interagir com o outro (desenvolvimento da
comunicabilidade do bebê: a emoção encontra-se na origem da consciência, operando a
passagem do mundo orgânico para o social, do plano fisiológico para o psíquico). As
necessidades de movimento são imprescindíveis ao desenvolvimento infantil: O
movimento começa como manifestação da emoção, e depois passa a ser usado como
meio de exploração do ambiente
Quem sustenta o pensamento no início é a motricidade, que será depois inibida por ele:
A criança de início apresenta uma indiferenciação entre a motricidade, a linguagem e o
pensamento, comunicando-se pelo corpo. A redução da motricidade exterior e o
progressivo ajustamento do movimento ao mundo físico está ligada à possibilidade de
controle voluntário sobre o ato motor. O controle da criança sobre suas próprias ações:
autodisciplinas mentais, é um processo lento e gradual que depende de fatores orgânicos
e sociais (se manter atenta por mais tempo em uma mesma atividade, desconsiderando
os vários estímulos que recebe do ambiente).

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