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Da indenização
Artigo 944 CC – A indenização mede-se pela extensão do dano. (Teoria alemã da diferença)
Parágrafo único – se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano,
poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.
(Teoria alemã da diferença – differenz theorie) = faz uma comparação para verificar o
decréscimo sofrido – é indicada para o DANO PATRIMONIAL! Uma vez que nesse dano
sabemos efetivamente o valor do dano por meio do preço. É possível no dano material
retomar o estado quo ante. O dano patrimonial é quantificado patrimonialmente – objeto de
reparação civil. O artigo 944 foi construído para tratar do dano material.
Ao lado desse dano material que pode ser reparado, eu tenho que me lembrar do dano
extrapatrimonial, conhecido como dano moral. E deve-se lembrar que o ano moral não é
aferido economicamente em prima facie. São bens que não são economicamente aferíveis
porque são bens fora do comercio. Não posso dizer que o dano moral é reparável uma vez que
não se pode voltar ao status quo ante.
Esse parágrafo único é uma exceção ao principio da restitutio in integrum ele deve ser visto
com reservas/interpretações restritas – a reparação civil é uma garantia fundamental, está lá
no artigo 5º, inciso V e X CF – e desde Roma antiga que vigora o principio imperador da
reparação civil, que é o principio da reparação integral chamado de restitutio in integrum – a
reparação tem que ser a mais ampla possível, o que esse paragrafo excepciona uma vez que
afirma que em certos casos em que o dano for grande mas a culpa for pequena o juiz deve, por
conta da culpa, reduzir a indenização, ora, essa letra fria do artigo 944 CC mitiga o principio da
restitutio in integrum, devendo ser interpretado restritivamente: em primeiro lugar para se
concluir que essa regra apenas se aplica a responsabilidade civil subjetiva e, em segundo lugar
para se entender que essa regra não merece interpretação analógica!
Essa redução equitativa tem caráter excepcional – a primeira coisa a se analisar aqui é o que
esta disposto no enunciado 475, CJF – a possibilidade dessa redução deve ser interpretada
restritivamente e é excepcional.
Veja também o enunciado 46, CJF - da primeira jornada.
Culpa concorrente
Nesse caso, tanto a vitima, quanto o agente agressor atuaram de forma culposa, dolosa.
Imagine que José está dirigindo e olhando o celular ao mesmo tempo, José esta tendo uma
conduta culposa. Imagine que paralelamente a isso, João atravessa a rua fora da faixa de
segurança e desrespeitando o comando vermelho para o pedestre, o sinal estava vermelho
para João e, ainda assim, ele atravessou a rua. E diante essa situação, João é atropelado –
nessa situação estamos diante de culpa concorrente.
Em primeiro lugar, no direito civil NÃO HÁ COMPENSAÇÃO DE CULPA! Cada culpa será
levada em conta para aferir as responsabilidades!
Não existem compensações de culpas, de mo que cada um responderá na medida da sua
culpabilidade, pelo evento danoso que causar.
Art. 945 – se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua
indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a
do autor do dano.
O juiz deve considerar, então, a proporção da contribuição causal. A esse respeito há dois
enunciados das Jornadas de Direito Civil – enunciado 459 CJF – a conduta pode ser fator
atenunante; o segundo enunciado – enunciado 630, CJF – culpa não se compensam, mas
podem servir para diminuir a quantificação.
De pouca ocorrência em provas objetivas, notadamente por se tratar de tema mais afeto
ao processo civil, esta disciplinado no art. 946 CC.
Esse artigo diz que se o contrato é genérico, se na lei não há quantum debeatur, então o
critério para se aferir o valor é o critério da lei processual, liquidação por simples cálculos,
por arbitramento... é o processo civil que será aplicado!
A ideia de não realizar a prestação nos exatos termos pactuada é a ideia que atualmente
não agrada o direito brasileiro, muto menos a processualística. O magistrado vai tentar
adotar medidas processuais típicas ou atípicas para tentar obter o resultado útil do
processo. Então será astreintes, multas, mandados de fazer específicos... mas se a
prestação não for realizada converte-se em perdas e danos.
Responsabilidade civil decorrente de homicídio:
O homicídio é um evento que gera uma sanção penal e uma sanção civil ressarcitória.
Precisa-se recordar que a responsabilidade civil é independente da penal. A
responsabilidade civil é autônoma e independente se comparada a criminal.
Obs.: O STJ entende que esse tipo de pensão alimentícia não autoriza a prisão civil do
inadimplente, não. Decisão do STJ do final de 2020 – a prisão alimentícia é exclusiva da
pensão decorrente da área de família e não pensão alimentícia decorrente de ato ilícito.
Pode ser utilizada para situações jurídicas envolvendo erro médico. A gente sabe que a
responsabilidade do médico é subjetiva, inclusive tem fundamento no código de
defesa do consumidor. Mas esse artigo é muito amplo e pode ser aplicado a qualquer
lesão a saúde de outra pessoa por alguém, por exemplo, que não seja médico.
Reponsabilidade Civil decorrente de incapacidade laboral:
A incapacidade laboral pode ser absoluta – de modo que o ofendido não tenha
condição de realizar nenhum trabalho – ou pode ser relativa – quando o incapacitado fica
inapto para realizar certos tipos de trabalho.
950 CC – Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu
ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das
despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão
correspondente à importância do trabalho pra que se inabilitou, ou de depreciação que ele
sofreu.
Pegadinha: Parágrafo único!Paragrafo único – autoriza a vítima a pedir que toda essa
pensão seja paga de uma so vez.
Parágrafo único – o prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e
paga de uma só vez.
Pela lei, se cair isso vc vai responder com a letra da lei! Mas lembre-se que a lei só diz isso para
incapacidade laborativa, não diz para homicídio!! Quando se vai para a doutrina – Enunciados
192 CJF e o Enunciado 381 CJF – e ao lado da jurisprudência percebemos que - Resp.
876.448/RJ ou Resp. 1.378.444/RJ – a doutrina e a jurisprudência irão flexibilizar a letra fria da
lei, para a doutrina e para a jurisprudência é possível que esse pagamento não se realize de
uma só vez tendo em vista a condição econômica do ofensor – se a condição econômica do
ofensor contra indicar que o pagamento se faça de uma só vez, tanto a doutrina quanto vao
admitir o parcelamento.
NA sua prova você marca o texto de lei. Masse perguntar o ponto de vista da doutrina, da
jurisprudencia você deve afirmar que apesar do pagamento se fazer de uma so vez, é possível
o parcelamento – tendo em visa a condição social do ofensor, a função social da empresa, a
função social da reparação civil.
Art. 951 CC – O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida
por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou
imperícia, causar a morte de paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para
o trabalho.
Enunciado 460 CJF, 5º jornada.
É muito interessante verificar que o direito brasileiro tem uma disciplina jurídica da posse que
transborda não só o direito pessossorio em si, como o direito civil em si. Veja: la no artigo
1.210 CC é dito que o possuidor tem direito de ser reintegrado na posse em caso de esbulho,
mantido na posse em caso de turbação e ser assegurado na posse em caso de ameaça. Mas,
curiosamente, isso também esta dito no direito processual civil – apartir do art. 554 do CPC se
tem o procedimento das ações possessórias, portanto, para se conhecer o tema da
responsabilidade civil é necessário que se entenda um pouco dessas questões.
Interditos possessórios são o que chamamos hoje de ações possessórias e essas ações
possessórias são dividias em 3 grupos: ação de reintegração, ação de manutenção e a terceira
é o denominado interdito proibitório.
Esbulho, além de ilícito civil que gera a ação de reintegração na posse, é também um
tipo penal, é CRIME!
Não há perda da posse, ainda, tem-se apenas uma turbação – uma situação na qual
alguém perturba a posse.
Paragrafo único – para se restituir o equivalente, quando não exista a própria coisa,
estimar-se-á ela pelo seu preço ordinário e pelo de afeição, contanto que este não se
avantaje àquele.
Parágrafo único – Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz
fixar, equitativamente, o valor da indenização, na conformidade das circunstâncias
do caso.
O dano moral ocorrerá quando não for fácil demonstrar a quantificação do dano
material.
A legislação autoriza ao magistrado fixar dano moral quando não for possível a prova do
prejuízo material disto decorrente. Esse artigo é importante em casos de prisão ilegal e casos
de cárcere privado.
Esse rol é meramente ilustrativo de modo que é juridicamente exemplificativo de modo que é
juridicamente possível outras situações que servem para pedido de reparação civil.
Importante recordar que o artigo 954 deve ser interpretado a luz da constituição federal
quando envolver prisão ilegal, prisão por queixa falsa ou liberdades públicas – utilize a lei
maior particularmente o artigo 37, paragrafo 6ºCF que trata da responsabilidade aquiliana.