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REDUÇÃO EQÜITATIVA DA
INDENIZAÇÃO
Aplicabilidade diante da quebra ao movimento
ressarcitório da responsabilidade civil
BRASÍLIA
2008
Dedicatória
2
Agradecimento
3
RESUMO
4
SUMÁRIO
2. ORIGEM DA NORMA................................................................................9
11. CONCLUSÃO......................................................................................49
5
1. UMA INTRODUÇÃO AO PROBLEMA
6
Caso não aconteça dessa forma, estará sendo afastado o
instituto da restitutio in integrum, em total dissonância com o caminho trilhado
pela doutrina e jurisprudência, caindo-se no abismo do vazio do irressarcimento.
7
Também não há como deixar de vislumbrar nessa regra de
exceção o poder discricionário que foi entregue ao Judiciário, posto que confere
ao julgador um indesejado e perigoso critério subjetivo de avaliação.
8
2. ORIGEM DA NORMA
1
SOUZA DINIZ. Código Civil Suíço e Código Federal Suíço das Obrigações, pp. 164-165
9
dos quais necessita para sua manutenção conveniente, assim como para a
realização das suas obrigações legais de alimentos”.2
“Artículo 1103
2
SOUZA DINIZ, Código Civil Alemão, pp. 138-139.
3
CARVALHO FILHO, Milton Paulo. Indenização por Eqüidade no Novo Código Civil, p. 97.
10
3. A JUSTIÇA COMO OBJETIVO DA NORMA
4
Responsabilidade Civil. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2004, v. IV, p. 30.
11
autores que acontecimentos trazem em si uma dose de fatalidade.’ ‘E a
fatalidade está em que a distração é uma lei inexorável, à qual nunca ninguém
se furtou.’ É justamente por reconhecer isso que o legislador manda indenizar no
caso de acidente do trabalho, embora ele ocorra, quase sempre, por motivo de
descuido, negligência, imprudência, enfim culpa do empregado. Por estas razões
é que o projeto faculta a o juiz, sem impor, que reduza a indenização. Ele o fará
usando da eqüidade individualizadora, tendo em vista o caso concreto e as suas
circunstâncias (‘Revista do Instituto dos Advogados Brasileiros’, n.º 24, págs.
101-2).”5 Grifei
5
GOMES, Luiz Roldão de Freitas. Elementos de Responsabilidade Civil, pp. 66-67.
6
Silvio Rodrigues, Direito Civil: Responsabilidade Civil, Vol. 4, 17ª ed. São Paulo: Saraiva, 1999, p. 189
12
Tal solução por vezes se apresenta injusta, pois
não raro de culpa levíssima resulta dano desmedido para a vítima.
Nesse caso, se se impuser ao réu o pagamento da indenização total,
a sentença poderá conduzi-lo à ruína. Então estar-se-á apenas
transferindo a desgraça de uma para outra pessoa, ou seja, da
vítima para aquele que, por mínima culpa, causou o prejuízo”.”7
7
Op. Cit, p. 189.
8
Op. Cit, p. 205.
13
com culpa leve, menos justo ainda seria onerar a vítima, que não agiu com culpa
alguma.9
9
Gustavo Tepedino, Heloisa Helena Barboza e Maria Celina Bodin de Moraes, Código Civil Interpretado
conforme a Constituição da República, Vol. II, Rio de Janeiro, Renovar, 2006, p. 860
10
Antônio Lindbergh C. Montenegro, Ressarcimento de Danos, 8ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005, p.
234.
14
Ademais, pode acontecer de o ofensor ser pessoa de
excelentes condições financeiras, que tenha causado à vítima considerada pobre
prejuízo desproporcional ao grau de culpa. Nesse caso, será que se mostra
possível a redução eqüitativa do dano, com a absorção de parte do prejuízo pela
vítima?
11
Gustavo Tepedino, Heloisa Helena Barboza e Maria Celina Bodin de Moraes, ob. cit.
12
idem.
15
seria nada mais do que tirar do rico, porquanto deverá absorver o prejuízo, para
dar ao pobre, na medida em que manterá o seu patrimônio.
13
Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka, Responsabilidade Pressuposta. Belo Horizonte: Del Rey, 2005, p.
118.
14
Sergio Cavalieri Filho, Programa de Responsabilidade Civil, 8ª edição, Editora Atlas: São Paulo. 2008. p. 13.
15
Maria Celina Bodin de Moraes, Danos à Pessoa Humana: uma leitura civil-constitucional dos danos morais.
Rio de Janeiro: Renovar, 2003, p. 181
16
4. QUEBRA DO PRINCÍPIO DA RESTITUTIO IN INTEGRUM
16
Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro, 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 1.
17
Art. 944, caput.
17
no que tange aos danos patrimoniais, ao contrário, preocupa-se, num primeiro
momento, apenas com a reparação do dano causado a outrem.
18
Gustavo Tepedino, Heloisa Helena Barboza e Maria Celina Bodin de Moraes, Código Civil Interpretado
conforme a Constituição da República, Vol. II, Rio de Janeiro, Renovar, 2006, p. 859.
19
Maria Helena Diniz, Indenização por dano moral, a problemática do quantum,
http://campus.fortunecity.com/clemson/493/jus/m03-005.htm
20
Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka, op. cit, p. 124.
18
corresponde um dever de recuperação ou, ao menos, de
21
reaproximação do estado anterior à lesão causada.”
21
Op. cit, p. 125
22
GAGLIANO, Pablo Stolze e PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil. Vol. III. São Paulo:
Saraiva, 2005. p. 160
23
in Responsabilidade Civil e sua Interpretação Jurisprudencial. 5º ed., São Paulo: RT, 2001. p. 13
19
exorbitante, absurda, ou, também, mesquinha, irrisória. O que o juiz deve levar
em conta, reforçado com o novo dispositivo, é a realidade da reparação integral,
a conseqüência efetiva do ato lesivo para a vítima, tendo presente a extensão do
dano.24
24
Carlos Alberto Menezes de Direito e Sérgio Cavalieri Filho, Comentários ao Novo Código Civil, Vol. XIII, Rio de
Janeiro: Forense, 2004, p. 334.
20
5. OFENSA A PRECEITOS CONSTITUCIONAIS
25
Orlando Gomes, Direitos Reais, 18ª ed. Rio de Janeiro, Forense, 2001, p. 100.
26
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade (...)
27
Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald, Direito Civil, Teoria Geral, 6ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Júris,
2007, p. 338.
21
individual e o poder de autodeterminação como fator básico da ordem social.28
Com efeito, a base da subsistência e do poder de autodeterminação do homem
moderno não é mais a propriedade privada em sentido tradicional, mas o próprio
trabalho e o sistema previdenciário e assistencial instituído e gerido pelo Estado,
conforme já havia observado Hesse.29
28
Gilmar Ferreira Mendes, Inocêncio Mártires Coelho e Paulo Gustavo Gonet Branco, Curso de Direito
Constitucional, 2º ed. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 424.
29
Konrad Hesse, citado por Gilmar Ferreira Mendes, Inocêncio Mártires Coelho e Paulo Gustavo Gonet Branco,
op. cit.
30
Celso Ribeiro Bastos e Ives Gandra Martins, Comentários à Constituição do Brasil, São Paulo: Saraiva, 1989,
vl. 2, citado por Gilmar Ferreira Mendes, Inocêncio Mártires Coelho e Paulo Gustavo Gonet Branco, op. cit, p.
426
22
Schlink que ‘as alterações do direito ordinário pertinentes à
propriedade revelam-se, a um só tempo, como conteúdo e limite do
direito’.
Assim, embora integre o conceito de propriedade
a definição constante da legislação civil, é certo que a garantia
constitucional da propriedade abrange não só os bens móveis e
imóveis, mas também outros valores patrimoniais”31
31
Gilmar Ferreira Mendes, Inocêncio Mártires Coelho e Paulo Gustavo Gonet Branco, op. cit.
32
José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo, 25ª ed. São Paulo: Malheiros, 2005, p. 270.
23
Tanto é real e desejável a garantia do direito constitucional da
propriedade que em caso de desapropriação de imóvel será pago ao proprietário
indenização justa e prévia indenização em dinheiro (art. 5º, XXIV). A ressalva
quanto à prévia indenização é feita apenas no caso de não estar a propriedade
urbana ou rural cumprindo a sua função social, caso em que a indenização se
fará mediante título da dívida pública ou da dívida agrária (art. 182 e 184).
33
Celso Antônio Bandeira de Mello, Curso de Direito Administrativo, 17ª ed. São Paulo: Malheiros, 2004, p. 777.
34
Idem, p. 779.
24
Afonso da Silva, é certo que o princípio da função social não autoriza a suprimir,
por via legislativa, a instituição da propriedade privada.
25
6. O DIREITO AO RESSARCIMENTO COMO OBJETIVO DA
RESPONSABILIDADE CIVIL
35
, Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka, op. cit, p. 149.
36
Maria Helena Diziz, Indenização por dano moral, a problemática do quantum,
http://campus.fortunecity.com/clemson/493/jus/m03-005.htm.
37
Maira Celina Bodin de Moraes, op. cit, p. 150.
26
Como exemplo de evolução da responsabilidade para não
deixar a vítima irressarcida tem-se a consagração da responsabilidade objetiva
por fato de outrem, conforme se verifica do art. 933.38
38
Art. 933: As pessoas indicadas nos incisos Ia V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte,
responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
39
Sergio Cavalieri Filho, Programa de Responsabilidade Civil, 8ª ed. São Paulo: Atlas, 2008, p. 186/187
40
RESP 64.682, 4ª Turma, Rel. Ministério Público. Bueno de Souza, julgado em 10.11.1998, DJ 29.3.99, com a
seguinte ementa: RESPONSABILIDADE CIVIL. OBJETOS LANÇADOS DA JANELA DE EDIFÍCIOS.A REPARAÇÃO
DOS DANOS É RESPONSABILIDADE DO CONDOMÍNIO. A impossibilidade de identificação do exato ponto de
onde parte a conduta lesiva, impõe ao condomínio arcar com a responsabilidade reparatória por danos
causados à terceiros. Inteligência do art. 1.529, do Código Civil Brasileiro. Recurso não conhecido.
41
Arnaldo Rizzardo, Responsabilidade Civil. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006 p. 35
27
A responsabilidade civil objetiva veio a consagrar o direito à
indenização, que muita das vezes era inatingível diante da inexistência da culpa
do agente ou da dificuldade em prová-la.
42
Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro, V. I, 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 455.
43
Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka, op. cit, p. 143
44
Idem, p. 133.
45
Sergio Cavalieri Filho, op. cit. p. 146.
28
7. QUEBRA DA FUNÇÃO PUNITIVA DA RESPONSABILIDADE CIVIL
46 Direito do Consumidor, Contratos, Responsabilidade Civil e Defesa do Consumidor em Juízo, 3ª ed. São
Paulo: Atlas, 2006, p.p. 150/151.
29
do que indevidamente foi subtraído do lesado mais os frutos (como é o caso de
responsabilidade civil por roubo ou furto), onde a condenação (a de restituir o
equivalente) em nada empobrece ao lesante. Entretanto, na maioria dos casos, o
patrimônio de onde se retira a indenização não tem nenhuma origem vinculada
ao ilícito, foi ganho, aliás, licitamente.47
47
Ob. cit, p. 151.
48
Vitor Fernandes Gonçalves, A Punição na Responsabilidade Civil: a indenização do dano moral e da lesão a
interesses difusos, Brasília: Brasília Jurídica, 2005, p. 104.
49
Diniz, Maria Helena. “A indenização por dano moral – a problemática do quantum”. Artigo publicado no site
http://campus.fortunecity.com/clemson/jus/m03-005.htm , p. 7/8
30
uma função essencialmente indenizatória, ressarcitória ou
reparadora.”.
50
Moacyr Amaral Santos, Primeiras Linhas de Direito Processual Civil. São Paulo: Saraiva, 1998, p. 7
51
Orlando Gomes, Obrigações, 12ª ed. São Paulo: Editora Forense, 1998, p. 260
31
É justamente essa função punitiva da responsabilidade civil
que tem o condão de desestimular as condutas que violam direitos alheios,
prevenindo novos ilícitos.
Muito embora a punição possa não exsurgir como uma
finalidade básica da responsabilidade civil, a prestação imposta ao ofensor
também gera um efeito punitivo pela ausência de cautela na prática de seus
atos, persuadindo-o a não mais lesionar. Sendo que essa função não se limita à
figura do ofensor, acabando por incidir numa outra função, de cunho
socioeducativo, que é a de tornar público que condutas semelhantes não serão
toleradas, alcançando-se, assim, por via indireta, a própria sociedade,
52
restabelecendo-se o equilíbrio e a segurança desejados pelo Direito.
52
Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, Novo Curso de Direito Civil, Vol. III, 6ª Ed. São Paulo:
Saraiva, 2008, p. 21.
32
8. O GRAU DE CULPA DO OFENSOR COMO CAUSA DE REDUÇÃO DA
INDENIZAÇÃO
53
Antônio Lindbergh C. Montenegro, Ressarcimento de Danos, 8ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005, p.
228.
54
Gustavo Tepedino, Heloisa Helena Barboza e Maria Celina Bodin de Moraes, ob. cit.p. 859.
33
Isso porque o dano provocado pelo ofensor,
independentemente do grau de culpa ou da presença de dolo, terá as mesmas
conseqüências para o patrimônio do ofendido, que merece ampla proteção.
55
João Casillo, Dano à Pessoa e sua Indenização, 2ª ed. São Paulo: RT, 1994, p. 92/93.
34
com que o juiz compare condutas, observadas as mesmas condições e iguais
circunstâncias de tempo e lugar.
56
Sergio Cavalieri Filho, op. cit.
57
Sergio Cavalieri Filho, op. cit. p. 37
35
homem comum, penso não haver lugar para redução da indenização. Isso
porque não se está no terreno das fatalidades, mas no da imprevisão do
previsível.
36
9. APLICAÇÃO AOS DANOS MORAIS
58
Antônio Lindbergh C. Montenegro, Ressarcimento de Danos, 8ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005, p.
241.
37
moral, comete ato ilícito. Mais adiante, no seu art. 927, estabelece a obrigação
de reparar o dano causado por ato ilícito.
59 Milton Paulo de Carvalho Filho, Indenização por Eqüidade no Novo Código Civil, 2ª ed. São Paulo: Atlas,
2003, p. 66.
60
Sergio Cavalieri Filho, op. Cit. p. 13.
38
Aliás, a indenização por danos morais está garantida pela
Constituição Federal de 1988, no rol dos direitos e garantias fundamentais (art.
5º, V).
61
Indenização por dano moral, a problemática do quantum,
http://campus.fortunecity.com/clemson/493/jus/m03-005.htm
39
Aquele que sofre dano moral deve ter direito a uma satisfação
de cunho compensatório. Diz-se compensação, pois o dano moral não é
propriamente indenizável, posto que não é possível devolver o patrimônio da
vítima ao estado anterior, eliminando o prejuízo e suas conseqüências, pois
trata-se de uma lesão de ordem extrapatrimonial.62
62
Maria Celina Bodin de Moraes, op. cit, p. 145.
63
Misael Montenegro Filho, Responsabilidade Civil: aspectos processuais. São Paulo: Atlas, 2007, p. 205
40
possibilidade econômica do ofensor, estimar uma quantia a título de reparação
pelo dano moral.64
64
Op. Cit. p. 91.
65
Maria Celina Bodin de Moraes, op. cit, p. 270.
66
Idem.
67
REsp 355.392/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, Rel. p/ Acórdão Ministro CASTRO FILHO, DJ 17.06.2002
p. 258
Resp 259.816/RJ, Rel. Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, DJ 27.11.2000 p. 171
Resp 216.904/DF, Rel. Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, DJ 20.09.1999 p. 67
41
“DANO MORAL. REPARAÇÃO. CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO DO VALOR.
CONDENAÇÃO ANTERIOR, EM QUANTIA MENOR.
Na fixação do valor da condenação por dano moral, deve o
julgador atender a certos critérios, tais como nível cultural
do causador do dano; condição sócio-econômica do ofensor e
do ofendido; intensidade do dolo ou grau da culpa (se for o
caso) do autor da ofensa; efeitos do dano no psiquismo do
ofendido e as repercussões do fato na comunidade em que
vive a vítima.
Ademais, a reparação deve ter fim também pedagógico, de modo a
desestimular a prática de outros ilícitos similares, sem que sirva,
entretanto, a condenação de contributo a enriquecimentos
injustificáveis.
Verificada condenação anterior, de outro órgão de imprensa, em
quantia bem inferior, por fatos análogos, é lícito ao STJ conhecer do
recurso pela alínea c do permissivo constitucional e reduzir o valor
arbitrado a título de reparação.
Recurso conhecido e, por maioria, provido.” (REsp 355392/RJ, Rel.
Ministra NANCY ANDRIGHI, Rel. p/ Acórdão Ministro CASTRO
FILHO, TERCEIRA TURMA, julgado em 26/03/2002, DJ 17/06/2002
p. 258). Grifei
68
Maria Celina Bodin de Moraes, op. cit, p. 275
42
culpa do agente, a repercussão social do dano e as condições socioeconômicas
da vítima e do ofensor:
69
idem, p. 162
43
Dessa forma, na situação em que a vítima sofra extremo
abalo na sua honra, por ter o seu nome sido utilizado, publicamente, de forma
indevida, mas se a utilização decorreu de culpa levíssima, por exemplo, por ser
comum o nome confundido, a redução da indenização é medida possível.
70
Idem, p. 219.
44
Assim, se a norma traz ínsito o objetivo de que o ofensor
deve ser menos penalizado, ou seja, a transferência de quantia do seu
patrimônio para o da vítima será diminuída, ao lado da utilização da
desproporção entre o grau de culpa e a gravidade do dano, para quantificar a
indenização, mas, ao mesmo tempo compensa o sofrimento da vítima, fácil é
aceitar a sua aplicação à responsabilidade civil por danos morais, ao contrário do
que ocorre com a indenização por danos materiais, que deve ser de acordo com
a extensão do dano.
45
10. PODER DO JUIZ
71
Rui Stoco, O Novo Código Civil, Estudos em Homenagem ao Prof. Miguel Reale, São Paulo: LTr, 2003, p. 825
72
Comentários ao Novo Código Civil, Vol. XIII, Rio de Janeiro: Forense, 2004, p. 334.
73
ALVIM, Agostinho. Da eqüidade. In RT, v. 797, mar. 2002, p. 767
74
Antônio Lindbergh C. Montenegro, ob. cit. 8ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005, p. 239 e 241.
46
culpa, para determinar a extensão da indenização, faz com que o juiz estabeleça
comparações entre condutas, observadas as mesmas condições e iguais
circunstâncias de tempo e lugar.
75
Anderson Schreiber, Novos Paradigmas da Responsabilidade Civil: da erosão dos filtros da reparação à
diluição dos danos. São Paulo:Atlas, 2007, 36
76
idem
47
socioeconômica que, muitas vezes, se vinculam indissociavelmente à situação
analisada.77
77
op. cit. p. 40
48
11. CONCLUSÃO
49
representativa do que seria se o ofensor fosse obrigado a ressarcir integralmente
o dano patrimonial causado por ter quebrado com o seu dever geral de cuidado.
50
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BODIN, Maria Celina de Moraes, Danos à Pessoa Humana: uma leitura civil-
constitucional dos danos morais. Rio de Janeiro: Renovar, 2003.
DIAS, José de Aguiar. Da Responsabilidade Civil. 10ª ed. Rio de Janeiro: Forense,
1995, v. I e II.
GOMES Orlando, Direitos Reais, 18ª ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2001.
GOMES Orlando, Obrigações, 12ª ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 1998.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, V. I, Parte Geral. 4ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2007.
51
GONÇALVES, Vitor Fernandes, A Punição na Responsabilidade Civil: a
indenização do dano moral e da lesão a interesses difusos, Brasília: Brasília
Jurídica, 2005.
RODRIGUES, Silvio, Direito Civil: Responsabilidade Civil, Vol. 4, 17ª ed. São
Paulo: Saraiva, 1999
SILVA, José Afonso da, Curso de Direito Constitucional Positivo, 25ª ed. São
Paulo: Malheiros, 2005
STOCO, Rui. Tratado de Responsabilidade Civil. 6ª ed. São Paulo: RT, 2004.
TEPEDINO, Gustavo. BARBOZA, Heloisa Helena, MORAES, Maria Helena Bodin de,
Código Civil Interpretado. Rio de Janeiro: Renovar, 2006, v. II.
52
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil - Responsabilidade Civil. 4ª ed. São Paulo:
Atlas, 2004, v. IV.
53