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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURICIO DE NASSAU

FORTALEZA – DOROTEIAS
DIREITO - 5º SEMESTRE NOITE

VITORIA REGIA RODRIGUES DOS SANTOS


01402208

DIREITO PROCESUAL CONSTITUCIONAL


XXIV Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase OAB Constitucional Mandado de
Segurança Coletivo

Ao juízo da ___ vara da Fazenda Pública da Comarca X do Estado Alfa


Sindicato W, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº 24.841.943/0001-05,
com sede na Rua Violeta, 202, Parque das Flores, nesta cidade, por intermédio de seu advogado,
conforme procuração anexa, com escritório na Rua Anajá, 419, Sol Nascente, cidade X, endereço
que indica para os fins do art. 77, V, do CPC/15, com fundamento no art. 5º, LXX, b, da
CRFB/88 e da Lei nº 12.016/09, vem impetrar
• MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO – COM PEDIDO LIMINAR
em face do comandante da Polícia Militar, autoridade coatora, com endereço Rua Artemísia,
1006, cidade X e o Estado Alfa, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir aduzidos.

•– DOS FATOS

Após anos de defasagem salarial, milhares de trabalhadores que integravam o mesmo segmento
profissional reuniram-se na sede do Sindicato W, legalmente constituído e em funcionamento há
vinte anos, que representava os interesses da categoria, em assembleia geral convocada
especialmente para deliberar a respeito das medidas a serem adotadas pelos sindicalizados. Ao
fim de ampla discussão, decidiram que, em vez da greve, que causaria grande prejuízo à
população e à economia do país, iriam se encontrar nas praças da capital do Estado Alfa, com o
objetivo de debater publicamente os interesses da categoria de forma organizada e ordeira, e
ainda fariam passeatas semanais pelas principais ruas da capital. Em situações dessa natureza, a
lei dispõe que seria necessária a prévia comunicação ao comandante da Polícia
Militar.

No mesmo dia em que recebeu a comunicação dos encontros e das passeatas semanais, que
teriam início em dez dias, o comandante da Polícia Militar, em decisão formalmente comunicada
ao Sindicato W, decidiu indeferi-los, sob o argumento de que atrapalhariam o direito ao lazer nas
praças e a tranquilidade das pessoas, os quais são protegidos pela ordem jurídica

• - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS


O Mandado de Segurança Coletivo, para proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público, nos
termos do art. 5º, LXIX, da CRFB/88.

A legitimidade ativa do Sindicato W decorre do fato de ser uma organização sindical legalmente
constituída e em funcionalmente há mais de um ano, estando em defesa de direitos líquidos e
certos de parte dos trabalhadores da categoria, conforme é da essência dos sindicatos
profissionais, tal qual autorizado pelo Art. 21 da Lei nº 12.016/09 e pelo Art. 5º, inciso LXX,
alínea b, da CRFB/88.

A legitimidade passiva do comandante da Polícia Militar decorre do fato de ter exarado decisão
impedindo a realização das reuniões e das passeatas, o que violaria direito líquido e certo dos
trabalhadores sindicalizados, daí a incidência do Art. 1º da Lei nº 12.016/12.
A Constituição da República ampara os direitos fundamentais à livre manifestação do
pensamento, à liberdade de expressão e à reunião pacífica, nos termos do Art. 5º, incisos IV, IX e
XVI, da CRFB, respectivamente. Neste último caso, a comunicação ao Comandante da Polícia
Militar visava apenas a evitar a frustração de reunião anteriormente convocada para o mesmo
local.
Os trabalhadores têm o direito fundamental à liberdade de expressão, conforme Art. 5º, inciso
IX, da CRFB/88 e têm o direito fundamental à reunião pacífica, conforme Art. 5º, inciso XVI, da
CRFB/88
A comunicação ao comandante da Polícia Militar visava apenas a evitar a
frustração de reunião anteriormente convocada para o mesmo local, o que não era o caso. Como
a reunião independe de autorização, o indeferimento violou os direitos de parte dos associados
do Sindicato W, sendo cabível a medida nos termos do Art. 1º da Lei nº 12.016/09

• - DA TUTELA DE URGÊNCIA

A medida liminar em mandado de segurança está fundamentada no art.


7º, III, da Lei 12.016/09 e tem natureza de medida cautelar
O fumus boni iuris está configurado no fundamento relevante do direito dos trabalhadores
sindicalizados, e o periculum in mora está no risco de ineficácia da medida final se a liminar não
for deferida, há o risco de ineficácia da medida final se a liminar não for deferida, tendo em vista
a urgência da situação, já que as reuniões nas praças e as passeatas começariam em poucos dias.

• – DOS PEDIDOS

• a concessão da Tutela de Urgência para, liminarmente, que a autoridade coautora se abstenha


de medidas que impeça o direito de reunião;

• ao final, a procedência do pedido, com confirmação da concessão da ordem, atribuindo-se


caráter definitivo à tutela liminar;

• a notificação do comandante da Polícia Militar para que preste as informações que entender
pertinentes do caso, nos termos do art. 7º, I, da Lei nº 12.016/09;

• a ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, nos termos
do art. 7º, II, da Lei nº 12.016/09;

• a intimação do Representante do Ministério Público, nos termos do art. 12 da Lei nº


12.016/09;

• a juntada dos documentos anexos, nos termos do art. 6º da Lei nº 12.016/09;


• prioridade de tramitação, nos termos do art. 20 da Lei nº 12.016/09;

• fixação de astreintes, em caso de descumprimento da decisão judicial, nos termos do art. 26


da Lei nº 12.016/09.

• - DO VALOR DA CAUSA

Dá se a causa o valor de R$ 250,00 para fins meramente fiscais.

Pede deferimento.

Estado Alfa, 28 de junho 2023

Vitória Regia Rodrigues dos Santos

22.872 OAB/ALFA.

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