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JOHN LOCKE

E O ESTADO DE HOJE

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................5
2. CONTEXTO HISTÓRICO....................................................................................6
3. ESTADO DE NATUREZA....................................................................................6
4. PACTO (CONTRATO SOCIAL)...........................................................................7
5. SOCIEDADE CIVIL..............................................................................................9
6. PROPRIEDADE ................................................................................................10
7. DIREITO DE RESISTÊNCIA.............................................................................10
8. CONCLUSÃO....................................................................................................13
9. REFERÊNCIA....................................................................................................14

JOÃO PESSOA - PARAÍBA


MAIO DE 2016
JOHN LOCKE
E O ESTADO DE HOJE

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalha fala sobre o filósofo inglês John Locke nascido em 29


de agosto de 1632 na cidade de Wrington, período de conflitos políticos,
religiosos e sociais, intensos e incessantes. Estudou na escola Westminster,
indo estudar na Universidade de Oxford, localizada na Inglaterra onde lá estudou
filosofia, medicina e ciências naturais foi professor da mesma instituição
lecionando grego, filosofia e retórica. Sendo uma grande referência no
empirismo, conceito que o ser só adquire conhecimento através das
experiências e não de deduções e especulações. Para Locke o homem está
sempre em Estado de Natureza, estado esse que os homens são iguais e que
não devem fazer nenhum mal a outro, vivendo em harmonia, liberdade e
igualdade, necessitando de representantes escolhidos pelo povo, sendo um dos
primeiros filósofos a falar na criação de poderes que representariam o povo, com
poderes limitados para que os representantes do povo não usassem do poder
para adquirir bem próprios.
Com o objetivo de trazer um pouco da vida e teorias de John Locke,
dividido em 9 pontos, tendo a Introdução, Contexto Histórico, Estado de
Natureza, Contrato Social, Sociedade Civil, Propriedade, Direito de Resistencia,
Conclusão e Referencias.

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2. CONTEXTO HISTÓRICO

John Locke foi um importante filósofo inglês. É considerado um dos líderes


da doutrina filosófica conhecida como empirismo e um dos ideólogos do
liberalismo e do iluminismo. Filho de um pequeno proprietário de terras, nasceu
em 29 de agosto de 1632 na cidade inglesa de Wrington. Estudou na escola de
Westminster, Locke teve uma vida voltada para o pensamento político e
desenvolvimento intelectual. Em 1652 estudou Filosofia, Medicina e Ciências
Naturais na Universidade de Oxford, uma das mais conceituadas instituições de
ensino superior da Inglaterra. Foi também professor desta Universidade, onde
lecionou grego, filosofia e retórica. Foi admitido na Sociedade Real de Londres,
a academia científica, em 1668, para estudar medicina: graduou-se seis anos
depois, mas sem o título de doutor. No ano de 1683, após a Revolução Gloriosa
na Inglaterra, foi morar na Holanda, retornando para a Inglaterra somente em
1688, após o restabelecimento do protestantismo. Com a subida ao poder do rei
William III de Orange, Locke foi nomeado ministro do Comércio, em 1696. Ficou
neste cargo até 1700, onde precisou sair por motivo de doença. Locke faleceu
em 28 de outubro de 1704, no condado de Essex (Inglaterra). Nunca se casou
ou teve filhos.
Para Locke a busca do conhecimento deveria ocorrer através de
experiências e não por deduções e especulações, desta forma as experiências
cientificas deve ser baseada na observação do mundo, o empirismo filosófico
descarta também as explicações baseadas na fé, ele também afirmava que a
mente de uma pessoa ao nascer é como uma folha em branco e as experiências
que o indivíduo passa ao logo de sua vida é que vão formando seus
conhecimentos e suas qualidades e que todos os humanos nasce bons, iguais e
independentes, assim a sociedade que é responsável pela formação do
indivíduo.
Locke criticou a teoria de vida dos reis, formulada por Thomas Hobbes
para Locke a soberania não reside do estado e sim da população, embora
admitisse a supremacia do estado ele dizia que este deveria respeitar as leis
naturais e civis, também defendeu a separação da igreja do estado e a liberdade
religiosa recebendo forte crítica da igreja católica, para Locke o pode deveria ser
dividido em três: legislativo, executivo e judiciário.
Na sua visão o poder legislativo, por representar o povo era o mais
importante. Mesmo defendendo que todos os homens são iguais foi defensor da
escravidão, não relacionando a raça e sim os vencidos em guerras, de acordo
com Locke os inimigos capturados em guerra podiam ser mortos, mas como sua
vida era mantida deve ser trocada a liberdade por escravidão.

3. ESTADO DE NATUREZA

Para Locke, o Estado de Natureza é o estado no qual o homem se


encontra na plena liberdade. As pessoas agem conforme os seus próprios
interesses sem dependerem da vontade de qualquer outro homem. O homem

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tem o direito de dispor de posses próprias. Entretanto, ele não tem o direito de
matar qualquer outro homem. Isto porque para Locke, há uma Lei da Natureza:
essa Lei da Natureza é a razão que ensina todos os homens a serem iguais e
que nenhum dos indivíduos deve prejudicar outra pessoa “na saúde, na liberdade
ou nas posses”.
John Locke parte de princípios de que o ser humano nem é bom e nem
ruim estando em estado de natureza, e sim os indivíduos seriam neutros, que
teriam a tendência de ser uma pessoa boa, pressupondo dois conjuntos de leis:
as leis da natureza e as leis de Deus, sem a influência do homem. Afirmando
que são neutros e com tendência de que são boas, então para Locke o estado
de natureza é tudo bom.
Temos bem claro então, que existem muitas diferenças entre as
abordagens de Hobbes e Locke. Para Locke, o Estado de Natureza não é
desorganizado. Há a uma lei que garanta a estabilidade: a Lei da Natureza.
Os diretos naturais são direito a vida, direito a propriedade e o direito a
punir. Para Locke o direito a propriedade é um estado obrigatório, assim
reconhecendo os limites do homem, respeitando um ao outro, punindo as
pessoas que cometerem algum tipo de infração. A pessoa deve ser punida, mas
não com a morte e sim proporcional com os atos sofridos por causa das leis da
natureza e leis de Deus.
Por isso a criação de leis.
Leis estabelecidas, conhecidas, recebidas e aprovadas por meio de
conhecimentos criadas pelo ser humano para que o indivíduo seja livre.
Juízes imparciais, para que haja um julgamento justo e honesto.
Poder coercitivo, para poder colocar em pratica as leis criadas.
A principal razão pela qual o homem abre mão do estado de liberdade
total é o fato de ter um interesse comum a todos. O direito e a garantia da
propriedade. “Não fosse a corrupção de homens degenerados não seria preciso
sair do Estado de Natureza”. Estando a execução das leis a cargo de todos os
indivíduos (não há divisão do trabalho que garanta a execução das leis, ou seja,
não há uma entidade que garanta o cumprimento das leis) o risco é o de julgar
em causa própria.
O Estado vai surgir para garantir uma boa vida, estando em estado de
natureza, ou seja, se o indivíduo tem um problema ou outro, mas é solucionado,
iremos garantir uma vida boa a todos, sendo criado o Estado com o
consentimento compreendendo o indivíduo.
Nessa criação de Estado, o indivíduo é dono de seus direitos, mas o
estado poderá agir em seu nome, já Locke propõe que ele seja um dos primeiros
autores a falar sobre a separação de poderes e ele vai partir dos princípios que
o poder deve se limitados, executivo (rei), legislativo (parlamento) e o federativo
(relações internacionais), com poderes separados trabalhando harmonicamente
entre si. Para Locke o povo é a nobreza rica dando o direito de votar e escolher
que é merecedor de representa como indivíduo.

4. PACTO OU CONTRATO SOCIAL

A vida no estado de natureza, para Locke, caracterizaria - se pela perfeita


igualdade e liberdade. Entretanto, haveria alguns inconvenientes, tais como uma

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possível tendência de os indivíduos se autofavorecerem, assim como a seus


parentes e amigos, na inexistência de uma autoridade superior isenta, que
tivesse poder suficiente para solucionar conflitos entre os interesses dos
indivíduos. Desta maneira, o direito à propriedade e a manutenção da liberdade
e da igualdade estaria ameaçada.
Também podemos informar os problemas existentes no estado de
natureza, tais como o desrespeito ao direito de propriedade, entendida como
vida, liberdade e bens, a inexistência de juiz isento, imparcial, fato que conduziria
à inclinação do homem para ser juiz em causa própria, e, também, a ausência
de uma força coativa para impor a execução das sentenças.
De acordo com Locke, Justamente para evitar a concretização dessas
ameaças, o homem teria abandonado o estado de natureza e criado a sociedade
civil, politicamente organizada, através de um contrato não entre governantes e
governados, mas entre homens igualmente livres. O pacto social não criaria
nenhum direito que viesse a ser acrescentado aos direitos naturais, que não
implicam a renúncia por parte dos homens de seus direitos em favor do poder
dos governantes. O pacto seria apenas o acordo entre esses próprios indivíduos,
reunidos para empregar sua força coletiva na execução das leis naturais,
renunciando a executá-las pelas mãos de cada um. Seu objetivo seria a
preservação da vida, da liberdade e da propriedade, bem como reprimir as
violações desses direitos naturais.
A necessidade de superar esses inconvenientes que Locke, leva os
homens a se unirem e estabelecerem livremente entre si o contrato social, que
realiza a passagem do estado de natureza para a sociedade política ou civil. Esta
é formada por um corpo político único, dotado de legislação, de judicatura e da
força concentrada da comunidade. Seu objetivo principal é a preservação da
propriedade e a proteção da comunidade tanto dos perigos internos quanto das
invasões estrangeiras.
O contrato social é um pacto de consentimento em que os homens
concordam livremente em formar a sociedade civil para preservar e consolidar
ainda mais os direitos que possuíam originalmente no estado de natureza. Ou
seja, os direitos naturais dos indivíduos são mantidos e o contrato é celebrado
com a finalidade de proporcionar maior proteção aos referidos direito,
principalmente ao de propriedade e o direito de resistência, que seria a
prerrogativa detida pelo povo no sentido de colocar governantes tiranos,
opressores e que não governassem visando ao bem comum.
Os seguintes trechos do "Segundo Tratado sobre o Governo Civil" serão
transcritos para atestar o que foi escrito acima:

"(...) ninguém pode ser (...) submetido ao poder político de


outrem sem dar consentimento. A maneira única em virtude da
qual uma pessoa qualquer renuncia à liberdade natural e se
reveste dos laços da sociedade civil consiste em concordar
com outras pessoas em juntar-se e unir-se em comunidade
para viverem em segurança, conforto e paz umas com as
outras, gozando garantidamente das propriedades que tiverem
e desfrutando de maior proteção contra quem quer que não
faça parte dela. Qualquer número de homens pode fazê-lo,
porque não prejudica a liberdade dos demais; ficam como
estavam na liberdade do estado de natureza. Quando qualquer

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número de homens consentiu desse modo em constituir uma


comunidade ou governo, ficam, de fato, a ela incorporados e
formam um corpo político no qual a maioria tem o direito de agir
resolver por todos" (Locke, 1.973:77).

Nesta passagem, Locke enfatiza que a submissão de qualquer


indivíduo ao poder político se dá por intermédio da concordância, da
aceitação de cada indivíduo com referência a essa sujeição.
Outro trecho no qual Locke tece comentários relativos ao seu
entendimento sobre o que seja o contrato social é o a seguir reproduzido,
que está contido no capítulo VII do " Segundo Tratado sobre o Governo
Civil", intitulado "Do começo das sociedades políticas":

Quando qualquer número de homens, pelo consentimento de cada


indivíduo, constituir uma comunidade, tornou, por isso mesmo, essa
comunidade um corpo, com o poder de agir como um corpo, o que se
dá tão só pela vontade e resolução da maioria. Pois o que leva
qualquer comunidade a agir (...) é o consentimento da maioria, (...);
dessa sorte, todos ficam obrigados pelo acordo estabelecido pela
maioria. E, portanto, vemos que, nas assembleias que têm poderes
para agir mediante leis positivas, o ato da maioria considera-se como
sendo o ato de todos(...) (Locke, 1.973: 77).

Aqui, Locke salienta a necessidade de aprovação da maioria para que os


atos do corpo político representativo da comunidade tenham legitimidade.
Para finalizar este item relativo ao contrato social, tem-se uma passagem
na qual Locke sobre a essência do contrato social, qual seja, o compromisso de
cada contratante de que respeitará as decisões do corpo político representativo
da sociedade, respaldadas pelo beneplácito da maioria, mesmo que tal decisão
vá de encontro ao interesse particular, individual, e também aborda das
implicações do referido pacto social:

"E assim todo homem, concordando com todos os outros em


formar um corpo político sob um governo, assume a obrigação para
com todos os membros dessa sociedade de submeter-se à resolução
da maioria conforme a assentar; se assim não fosse, esse pacto
inicial, pelo qual ele juntamente com outros se incorpore à sociedade,
nada significaria, deixando de ser pacto, se aquele indivíduo ficasse
livre e sob nenhum outro vínculo senão aquele em que se achava no
estado de natureza" (Locke, 1.973: 77).

5. SOCIEDADE CIVIL

O Estado Civil é considerado por Locke o estado em que se deixa o estado


de natureza, para constituir as condições do convívio social sob o amparo das
autoridades que decidem os conflitos e julgam as pendências, que no estado de

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liberdade pré-social caiam no estado de guerra, um aperfeiçoamento do estado


de natureza.
Para Locke existe uma divisão dos três poderes:
Legislativo: elaborar as leis;
Executivo: executar as leis e
Federativo: encarregado das relações interiores.
Para Locke, o Poder Legislativo é o mais importante, pois através dele
são elaboradas as leis. A soberania estabelece objetivos que se quer alcançar,
é o poder incomparável e irrecusável, existente no Estado por intermédio do qual
são elaboradas as metas e regras a serem cumpridas e alcançadas por
governantes e governados.
Ele defende um Estado que se baseia no governo das leis. A semelhança
desse Estado liberal com o atual é que hoje continua sendo um estado com
poder político centralizado, mas com órgãos distintos, legislativo, executivo e
federativo. Mudou a titularidade da soberania, hoje é um governo popular e se é
governo do povo, tem que basear na vontade popular.
Para Locke, o Estado de Natureza é regido pela lei da razão e o Estado
Civil tentar como forma de evitar o Estado de Guerra. Para Locke, os direitos e
poderes populares são irrenunciáveis ou inalienáveis, ou seja, o povo tem o
direito de escolher.
O pensamento de Locke de que ninguém está submetido a outro poder
senão naquele contido ou previsto em lei. O que caracteriza a constituição de
todos os Estados Democráticos de Direito, que se governa com base no princípio
da legalidade. Este pensamento de Locke contribuiu na formação do Estado
contemporâneo.

6. PROPRIEDADE

Locke aborda a questão do direito de propriedade conceituando-o


segundo duas significações diferentes. A primeira designando-a como algo que,
simultaneamente, a vida, a liberdade e os bens como direitos naturais do ser
humano. O segundo conceito defini rigorosamente, a posse de bens móveis e
imóveis. Para Locke a propriedade já existe no estado de natureza e, sendo uma
instituição anterior à sociedade.
Com referência ao direito de propriedade propriamente dito, Locke
considera que " O direito à propriedade seria natural e anterior à sociedade civil,
mas não inato. Sua origem residiria na relação concreta entre os homens e as
coisas, através do processo de trabalho. Se, graças a este, o homem transforma
as coisas – pensa Locke – o homem adquire o direito de propriedade, na medida
em que todo homem possui uma propriedade em sua própria pessoa, de tal
forma que a fadiga de seu corpo e o trabalho de suas mãos são seus. Assim, em
lugar de opor o trabalho à propriedade, Locke sustenta a tese de que o trabalho
é a origem e o fundamento da propriedade. As coisas em seu trabalho teriam
pouco valor, e mediante o trabalho, elas deixariam o estado em que se
encontravam na natureza, tornando – se propriedade.
Assim, Locke descreve, no "Segundo Tratado", o surgimento do dinheiro,
e a legitimidade de seu uso como forma de adquirir propriedades, da seguinte
forma:

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"A maior parte das coisas realmente úteis à vida do homem são,
em geral, de curta duração e, tal como a necessidade de subsistência,
obrigou os primeiros membros das comunidades a procurar por elas,
...se não forem consumidas pelo uso, estragar-se-ão e perecerão por
si mesmas: o ouro, a prata e os diamantes são artigos que a
imaginação ou o acordo atribui valor, mais do que pelo uso real e
sustento necessário da vida. (...)
E assim originou-se o uso do dinheiro – algo de duradouro que os
homens pudessem guardar sem se estragar e que, por consentimento
mútuo, recebessem em troca sustentáculos de vida, verdadeiramente
úteis, mas perecíveis. (...)
Mas como o ouro e a prata são de pouca utilidade para a vida
humana em comparação com o alimento, vestuário e transporte,
tendo valor somente pelo consenso dos homens, enquanto o trabalho
dá em grande parte a medida, é evidente que os homens
concordaram com a posse desigual e desproporcionada da terra,
tendo descoberto, mediante consentimento tácito e voluntário , a
maneira de um homem possuir licitamente mais terra do que aquela
cujo produto pode utilizar, recebendo em troca, pelo excesso, ouro e
prata, que podem guardar sem causar danos a terceiros, uma vez que
esses metais não se deterioram nem se estragam nas mãos de quem
os possui" (Locke, 1.973:59).

Desta maneira, o pensador político britânico justifica que, além do


trabalho, o uso do dinheiro é uma forma legítima de se exercer o direito à
propriedade.

7. DIREITO DE RESISTENCIA

A respeito da noção de sociedade civil em Locke, informa que ele é


constituído pelo contrato social, já as leis são aprovadas mediante a aceitação
mútua dos contratantes e aplicadas por magistrados isentos. A concordância
recíproca antes referida tornaria os indivíduos organizados na sociedade civil
aptos a optarem pela modalidade de governo que melhor os aprouvesse.
Locke nos fala que para que os homens se encontrem em sociedade civil
uns com os outros é necessário que sejam partes integrantes do contrato social,
caracterizado pelo fato de cada indivíduo se sujeitar à decisão da maioria,
mesmo que tal decisão seja contra a seus interesses individuais, e que também
estejam unidos em um corpo, tendo lei instituída que valha para todos.
Sobre isso nos informa Locke no capítulo VIII do "Segundo Tratado",
intitulado " Da sociedade civil e política":

" (...) haverá sociedade política somente quando cada um dos


membros renunciar ao próprio poder natural, passando – às mãos da
comunidade em todos os casos que não lhe impeçam de recorrer à
lei por ela estabelecida. (...), os que estão se unindo em um corpo,
tendo lei comum estabelecida e judicatura – para a qual apelar – com
autoridade para decidir controvérsias e punir ofensores, estão em

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sociedade civil uns com os outros, mas os que não têm essa apelação
em comum, ..., se encontram em estado de natureza sendo cada um,
onde não há outro, juiz para si e executor, o que constitui, ..., o estado
perfeito de natureza" (Locke, 1.973: 73).

Em relação ao Governo Liberal, Locke fala sobre a importância do


consentimento dos governados como base, fundamento, para a legitimidade do
Governo, conforme fica claro no seguinte trecho do "Segundo Tratado sobre o
Governo Civil":

"Assim sendo, o que dá início e constitui realmente qualquer


sociedade política nada mais é senão o assentimento de qualquer
número de homens livres capazes de maioria para se unirem e
incorporarem a tal sociedade. E isto, e somente isto, deu ou podia dar
origem a qualquer governo legítimo no mundo" (Locke, 1.973:78).

Locke também ressalta os motivos pelos quais o homem decide renunciar


à liberdade e aos direitos que possui no estado de natureza para, mediante a
celebração do contrato social, formar a sociedade política, o estado civil, e
estabelecer um governo representativo:
"... embora no estado de natureza tenha tal direito, a fruição do
mesmo é muito incerta porque, sendo todos tão reis quanto ele, todo
homem igual a ele, e na maior parte pouco observadores da equidade
e da justiça, a fruição da propriedade que possui nesse estado é muito
insegura, muito arriscada. Estas circunstâncias obrigam-no a
abandonar uma condição que, embora livre, está cheia de temores e
perigos constantes; e não é sem razão que procura de boa vontade
juntar-se em sociedade com outros que já unidos ou pretendem unir-
se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que
chamo de "propriedade" " (Locke, 1.973: 88).

A respeito do estabelecimento do estado civil e da ausência de


determinados requisitos para a defesa da propriedade no estado de natureza,
Locke nos diz o seguinte:

“ O objetivo grande e principal, portanto, da união dos homens em


comunidade, colocando-se eles sob governo, é a preservação da
propriedade. Para alcançar esse objetivo muitas condições faltam no
estado de natureza:
Primeiro, falta uma lei estabelecida, firmada, conhecida, recebida
e aceita mediante consentimento comum, como padrão do justo e do
injusto e medida comum para resolver quaisquer controvérsias entre
os homens....
Em segundo lugar falta um juiz conhecido e indiferente para
resolver quaisquer dissensões, de acordo com a lei estabelecida,
nesse estado, juiz e executor da lei de natureza, sendo os homens
parciais para consigo, a paixão e a vingança podem levá-los a
exceder-se nos casos que os interessam, enquanto a negligência e a
indiferença os tornam por demais descuidados nos casos de terceiros.

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Em terceiro lugar, no estado de natureza falta muitas vezes poder


que apoie e sustente a sentença quando justa, dando – lhe a devida
execução" (Locke, 1.973:88,89).

Com referência ao direito de resistência, Locke afirma que quando o


executivo e o legislativo violam a lei estabelecida e atentam contra a propriedade,
o governo deixa de cumprir o fim a que foi destinado, tornando - se ilegal e
degenerando em tirania (...) conferindo ao povo o legítimo direito à opressão e à
tirania".
Sobre o tema, Magalhães nos explica que:

"O poder dos governantes seria outorgado pelos signatários


(participantes) do contrato social e, portanto, revogável. Com base
nessa premissa, Locke sustenta o direito de resistência e insurreição
sempre que se fizer presente o abuso de poder por parte das
autoridades. Quando o governante torna - se tirano, coloca-se em
situação de guerra contra o povo. Este, se não encontrar qualquer
reparação pode revoltar-se, e esse direito é uma extensão do direito
natural que cada um teria de punir seu agressor. Se, para o homem,
a razão de sua participação no contrato social é evitar o estado de
guerra, a tirania é um estado de guerra do governante contra seus
súditos, então trata-se de uma quebra do contrato" (Magalhães,
2.001:).

É como se o governante escolhido pelo povo em seu poder visasse seu


bem particular, fazendo do referido contrato letra morta e voltasse ao Estado de
Natureza. Diante disso o povo poderia destituir o governante, tentando
restabelecer o Estado Civil, através da repactuação do contrato social.
Além disso, Locke afirma, no "Segundo Tratado" que:

"em todos os estados e condições, o verdadeiro remédio contra a


força sem autoridade é opor – lhe a força. O emprego da força sem
autoridade coloca sempre quem dela faz uso num estado de guerra,
como agressor, e sujeita – o a ser tratado da mesma forma"
"E quem quer que em autoridade exceda o poder que lhe foi dado
pela lei, e faça uso da força que tem sob suas ordens para levar a
cabo sobre o súdito o que a lei não permite, deixa de ser magistrado
e, agindo sem autoridade, pode sofrer oposição como qualquer
pessoa que invada pela força o direito de outrem. (...)
(...) se a parte prejudicada encontrar remédio e os seus danos
reparados mediante apelação à lei, não haverá qualquer necessidade
de recorrer à força, que somente se deverá usar quando alguém se
vir impedido de recorrer à lei; porque só deve se considerar força hostil
a que não possibilita o recurso a semelhante apelação, e é tão só essa
força que põe em estado de guerra aquela que faz dela uso, e torna
legítimo resistir – lhe" (Locke, 1.973:).
8. CONCLUSÃO

Trabalhamos um pouco da vida e teorias de John Locke, falando de


teorias de natureza que o homem nasce sem conhecimento mas adquiri ao longo

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de sua vida fazendo escolhas, que para Locke o homem nasce nem bom e nem
mal podendo fazer suas escolhas através de Leis da Natureza e as Leis de Deus.
Com uma grande influência na formação do Estado em que hoje vivemos, Locke
conseguiu dividir os poderes do estado em três poderes: legislativo, executivo e
federativo. Onde o legislativo é o mais importante para a população, pois é
representada pelo povo.
Locke é importante no conceito de propriedades escrevendo sobre posse,
já que o primeiro conceito fala de vida, liberdade que é um estado e natureza, na
posse fala que todo indivíduo tem direito a propriedades. Locke informa que o
ser, tem direito a resistência e que ninguém que é escolhido para representar a
sociedade não pode impor poder sobre a população não impondo tirania,
acontecendo isso a população tem o direito de destituir o representante para
restabelecer a sociedade através do contrato social.

9. REFERÊNCIAS

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E O ESTADO DE HOJE

ALVERGA, Carlos Frederico Rubino Polari de. O pensamento político de


John Locke, 04/2011 Disponível em:
<https://jus.com.br/artigos/18963/o-pensamento-politico-de-john-
locke/2>. Acesso em: 29 maio 2016.

ALVERGA, Carlos Frederico Rubino Polari de. O pensamento político de


John Locke. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 16, n. 2852, 23
abr. 2011.
Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/18963>. Acesso em: 28
maio 2016.

CHAUI, Marilena. Introdução à história da filosofia: dos pré-


socráticos a Aristóteles volume 1. 2° ed., rev. e ampl. São Paulo:
Companhia das Letras, 2002

EDUARDO, Luiz. John Locke, 5 de dezembro de 2007


Disponível em:
<http://cienciassociaisefilosofia.blogspot.com.br/2007/12/john-
loke-estado-de-natureza-direito.html>. Acesso em: 26 maio 2016.

Filósofo, Acadêmico e Pesquisador Médico Inglês, John Locke.


Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/biografias/john-
locke.html>. Acesso em: 26 maio 2016.

John Locke,
Disponível em:
<http://www.suapesquisa.com/biografias/john_locke.html>. Acesso
em: 26 maio 2016.

LARIUCCI, Edson. John Locke.


Disponível em:
<http://monitoriacienciapolitica.blogspot.com.br/2009/03/john-
locke.html>. Acesso em: 29 maio 2016.

MICHAUD, Yves. Locke. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editor, 1991.


Disponível em: <http://www.arcos.org.br/cursos/teoria-politica-
moderna/john-locke/contexto-historico>. Acesso em: 29 maio
2016.

Weffort, Francisco C.. Os clássicos da política Maquiavel, Hobbes,


Locke, Montesquieu, Rousseau, “O Federalista” volume 1. 13.
Ed. São Paulo: Ática, 2002.

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