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FDCE - 2 teste

Cavare
- Aconselhamentos dos particulares na realização de negócios jurídicos (ex.: a
Sponcio - negócio mais importante em Roma)

Agere
- Assistências às partes em tribunal (tribunal do Pretor)
- Os iuris prodentium podiam acompanhar os reclamantes e reclamados perante o
Juex e o Pretor, para ajudarem e definir que tipos de actions podiam ser escolhidas

Respondere
- Pareceres (criticas, reflexões, decisões) que os Iuris Prudente dão a quem os
consulta (os magistrados)
- O Pretor tinha de pensar as actions e propor alterações, interpretando as actions
para resolver o caso concreto, contudo, o Pretor não é jurista, quem o ajuda é o
Jurisprudencia através do respondere. Isto é, as respostas dadas pelo Pretor são
influenciadas pelo Respondere

Netoritas - experiência social

Augusto chega ao poder -> Início da era Cristã

Ius Publice Respondendi ex Auctoritas Principis


- Direito de Respondere (dar pareceres em público) sob ou debaixo da autoridade do
Princip, este dá ao Iuris Prudente a habilidade de dar pareceres à sua autoridade.
- Iuris Prudentia é totalmente livre até à República

Os últimos anos da República são caracterizados por conclusões políticas (guerras perdidas
por Roma), Roma já não tinha capacidade militar, tinha falta de recursos, crises alimentares
de trigo, e houve uma extensão do Império o que fazia com que houvesse maior dificuldade
no Governo, este também entrou em crise.

Júlio César !
- Os Comitia vão alterar algumas coisas

Havia 3 cônsules e Júlio César matou 2 deles, o que causou posteriormente num governo
unitário de Júlio César, que primeiro tornou-se o 1º Cônsul Vitalício (até à morte) e mais
tarde pro consule.
A justificação para estas medidas foi porque Júlio César tirou de certa maneira Roma da
miséria. Com ele no comando dos exércitos, Roma começou a ganhar Guerras e então ele
começou a ser visto pelo povo como um herói. Com isto é-lhe reconhecido um poder
específico, e como ele era o suposto “herói”, ninguém se opôs.
Depois o seu filho adotivo, Augusto, é proclamado como princips, isto é, é o primeiro dos
cidadãos e dos magistrados, tal como no poder militar. Quando Augusto intitula-se como
príncipe, passa a ter um poder maior que todos os órgãos, portanto ele vem primeiro até
dos próprios senadores.

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Quando Augusto começa o principado, inicia-se o governo centrado com uma ideia de
sucessão hereditária.
- Com a Roma do Principado (27 a. C), deixa de haver eleições para o consule.
- Augusto começa assim um processo lento de concentração dos poderes de Roma
nas mãos do Príncipe

Começa a assumir vários poderes:


- Tributia Potestas (poder de que o consule tem de exercer através das suas
decisões, vincular todos os cidadãos nas suas decisões)
- Imperium por Consulta Malus (poder de substituição do consule, ele passa através
das suas decisões a sobrepor-se a qualquer poder de Roma)

Há uma sucessão natural, não forçada.

Constituições Imperiais
- São as leis do período do Dominato, há uma evolução que em termos legislativos, a
República tinha leis específicas (Lex Rogata e Plebiscito)

Senatus Consulta

- Resposta do Senado a uma consulta que é feita pelos magistrados (cidadãos)

No período de transição da República para o Principado, o Senado vai pôr em consideração


Tácita da população, assumir funções legislativas.
Não é uma transição revolucionária, vai haver uma continuidade.

Características:
- Perto da era cristã, Roma começou a ter uma crise, havia mais guerras e eles
perdiam, havia uma conturbação maior e isso fez com que os comitia curiata
elegessem o Triunvirato. Júlio César, visto como herói, acaba por assumir o poder
sozinho e ele intitula-se cônsul vitalício, invés de apenas consule.
- Ele vai dizer que o poder deve ser hereditário, portanto o seu filho tem o dever de
ser o próximo príncipe e ficar no poder.
- Júlio César tem uma política que dá alimento e diversão de maneira a não haver
resolvas. É um processo lento mas que altera as instâncias da República, mantendo
a ideia que ainda existe, tanto que ele diz que é o consule da República.
- Começa o Princípato, disfarçado de República.

Otávio César II, vai ter um poder superior aos outros magistrados e vai assim ser o MAIOR
deles, torna-se principis.
Ele é o 1º consule vitalício, começa a deixar de haver eleição de consule e Augusto vai
assumir também o poder de Tribuntia Potestas e Imperium Proconsulare Maius

Tribuntia Potestas - impôr a vontade de todos, o povo e magistrados


Imperium Proconsulare Maius - poder de governo a todo o Império, ou seja, ele vai poder
governar todo o Império

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Era o Senado que governava as províncias Romanas, mas passou a ser Augusto o
governador, e vai ter o poder de governo sobre todos e vai ser ele a nomear os
governadores. Assim começa a ter poder político, que competia anteriormente ao Senado,
mas se Augusto tira o poder político ao Senado, então vai reconhecer o poder legislativo ao
Senado.

Portanto, havia o Mores Maiorum que determinava se os escravos matassem o seu senhor
ou ameaçasse matar, o pater familias novo tinha que aplicar uma pena exemplar. Era a
morte de todos os escravos da casa, como exemplo, tinham de retirar a cabeça e expô-la
ao longo da estrada, para que aqueles que saíssem de Roma e entrassem, percebessem o
Direito de Roma.

Por volta do ano 10 a.C., um escravo matou um pater familias e, aí há um problema, porque
uma casa normal antes da era cristã tinha por volta dos 60 escravos e, isso dava prejuízo,
portanto é perguntado se esses Mores Maiorum tinham uma nova interpretação e o Senado
vai responder com o Senatus Consulto Silanianus (a resposta do Senado) que devem ser
mortos apenas o escravo homicida e os autores morais se existissem. Portanto, o Mores
Maiorum deve ser interpretado de acordo com a atualidade.

- O Senatus Consulta vale como lei, aplicado de forma geral para todos, e Augusto
aproveita-se disso, assim dá ao Senado o poder Legislativo (vai ser retirado aos
Comitia Curiata)

Constituições Imperiais

Há 4 períodos:
- monarquia
- república
- principado
- dominato

Fontes de direito:
- mores maiorum
- consuetudo
- leges (leis)
- Jurisprudência
- ius pretori
- cenatus consulta
- constituições imperiais

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Monarquia República Princípado Dominatos

Mores Maiorum X X X X

Consuetudo X X X X

Leges X

Jurisprudência X X X - Ius Publicia X - com a lei


Correspondendi das citações

Ius Pretori X X - até 130 d.C.


- Edito Prepeto
de Adriano

Cenatus Consulta X - com carácter X


consultivo

Constituições X X - fonte de
Imperiais Direito por
excelência

Orácio Princeps

Os Cenatos Consulta eram as leis aprovadas pelo Senado, o príncipe ou os senadores


pedia ao Senado a negociação e aprovação das leis.
- No Principado era o Senado que tinha o poder Legislativo.
No século 3 d.C., o Senado era nomeado pelo príncipe, o que significava que os senadores
tinham a confiança dos príncipes. O principe chegava ao Senado e proponha uma lei
(Senatos Consulta) e o Senado aprovava logo no exato momento, não analisava o seu
conteúdo, portanto era aprovado como a própria Orácio.
O Senado demite-se de negociar o conteúdo da lei, apenas os concelheiros do principe
fazem isso, os Senatos Consulta são aprovados como uma mera apresentação da lei,
demitindo o Senado de negociar ou discutir o conteúdo da própria lei.
Com isto, ou seja, o Senatos Consulta ser aprovado a partir da Orácio Princeps, o principe
começa a pensar sobre o propósito do Senado.
A Horácio Princeps permite o início do desenvolvimento das constituições imperiais como
leis, a partir do século IV é a única lei, a fonte de Direito por excelência.

A partir do Principado muda o poder legislativo, antes estava no Comitia, no entanto, com o
Principado vai haver uma transferência do poder dos Comitia Curiata para o Senado (é
aceite pelo povo), vai perder o poder político. O príncipe retira o poder político e fina nela, e
assim ele cria o órgão do principe.

Senatos Consulta Silanianun (o Mores Maiorum dos escravos e a sua punição - está
aplicado mais acima)

- O Senado faz isso e os patrícios assumem como obrigatório e, com isso, o príncipe
percebe que a sociedade aceita sem oposição as ordens do Senado.

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- O Senado interpreta o Mores Maiorum e o povo assume como obrigatório e assim
não há oposição.
- O Senatus Consulta era proposto por senadores ou pelo príncipe
- Há um preâmbulo que é o objeto da lei e a conclusão (consequências se não o
cumprir).

Há uma decadência, quando o príncipe acaba por ter um papel de propor os Senatus
Consulta e o resumo desta lei (Orácio Princeps), o Senado por sua vez aprova esse
Senatus Consulta, sem sequer perceber a lei que foi proposta.
O Senatos Consulta é aprovado mesmo com apenas a Orácio Princeps, portanto, com
apenas a apresentação da lei , sem qualquer discussão.

Porquê que o príncipe mostra a lei sendo que será aprovada sem discussão?
- Com essa questão o príncipe decide que vai começar a não ir ao Senado, portanto é
ele próprio que aprova a sua lei. Assim constitui-se as Constituições Imperiais (a
partir do século IV a.C.).

- Consuetudo: É o costume que a população tem e que vai contra as decisões do


príncipe, isto porque alguns costumes vão contra a lei.

(ISTO PROVAVELMENTE VAI SAIR)

O Direito da República é Ius ou Lex?


- É Ius

Como se resolvem os problemas?


- A partir do caso concreto

Qual é o papel do Ius Prudente?


- Aconselhar o Pretor, a função deste é ouvir o problema e tentar solucioná-lo de
maneira a criar Direito para resolver o problema. Atende a justiça do caso concreto.

A constituição imperial existe para resolver casos concretos?


- Não, porque é uma lei geral e abstrata, é para todos independente das situações.
- É uma Lex, uma centralização da construção jurídica.
- São leis (LEX), então a lex é geral e abstrata, já não trata dos problemas como a Ius.

Qual se aproxima mais da Justiça?


- A Ius

IUS NOVUM E IUS VETES

Ius Novum
- Ius enquanto lex, pensado para o geral e abstrato.
- Começa a partir do principado por estar dependente do poder soberano de uma
entidade política

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Ius Vetes
- Direito da República enquanto Ius é dominado como Ius Vetos (Direito de pensar de
acordo com os termos da Justiça)
> Direito da República
- Direito para solucionar casos concretos
- «Aplicado pelos pretores
- muda o iuris civile e interpreta-o

IMPORTANTE!!

Lei das citações (período do Dominato)


- 7 de novembro 426 do Imperador Valentiniano III
- Conhecida pelo tribunal dos mortos

Constituição elaborada pelo Imperador Valentiniano III e tem como destinatários os


tribunais, o objetivo é determinar quais os jurisprudentes que poderiam ser invocados a
tribunal.
- Lei que vem impor quem os juízes podem citar nos tribunais e quem pode ser citado
pelos advogados. É a evolução total de uma centralização das jurisprudência
(decisões) nas mãos do Imperador.

1. Até ao século V d.C., se constata que o imperador para acabar com as confusões
dentro do tribunal diz que só afixa os jurisprudentes que podem ser citados:
- Papiniano
- Paulo
- Modestino
- Gaio
- Ulpiano
Diz-se que chamasse tribunal dos mortos porque os jurisprudentes citados na altura já
estavam mortos.

- Gaio pode não ter existido como pessoa física mas pode constituir um acrónimo de 5
juristas, as iniciais de cada um (é apenas uma suposição). Todos estes são do
período do Principado, apesar das suas opiniões repensarem a República.

2. Considerar que não podem ser atendidas críticas de Paulo e Ulpiano a Papiniano,
ou seja, se na obra de Paulo e na obra de Ulpiano houver críticas de Papiniano,
então a opiniões desses não pode ser atendida caso não seja igual a Papiniano.

3. Tudo que não contraria Papiniano. As sentenças de Paulo são fonte de Direito se
não contrariar a opinião de Papiniano.

4. É adotado um critério quantitativo


- Sempre que houver opiniões opostas sobre a mesma matéria entre os 5
jurisprudentes, seguir-se-ia a opinião mais prefixada. Mas supondo que há 3
jurisprudentes que seguem a mesma orientação, então segue-se aquela que
tiver mais opiniões iguais.

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5. É adotado um critério qualitativo
- Em caso de empate de opiniões, se um dos juristas não tiver dado opinião
sobre (se 1 dos 5 não tiver opinião sobre a matéria) então aquela que é
seguida pelo juiz é a de Papiniano. É obrigação a seguir. Caso Papiniano
seja aquele que não tem opinião então o juiz segue aquela que acha mais
certa.

Em soma:
- Foi Valentiniano que disse que Papiniano era o que tinha a opinião mais coerente e
prefiada.
- Para que houvesse uma ordem organizada e com os mesmos critérios, Valentiniano
III lança uma leis de jurisprudentes que podem ser mencionados, aqueles que o juiz
deveria basear a sua decisão.
- Cada um tem a sua opinião mas a de Papiniano é a mais importante.

A evolução do Direito de IUS para LEX, já no Império da lei do Oriente, o Imperador manda
compilar o Direito Romano, ou grande parte dele.
Tinham sido elaborados dois códigos privados (por juristas sem opinião: Código
Hermogeniano, Gregoriano - século 3) e um código público (Código Teodosiano - Imperador
Teodósio, século 5).
- Os dois Códigos privados não foram concluídos então não fizeram efeito

Justiniano (Império romano do oriente) decide mandar compilar o Direito Romano e, decide
o fazer pelos juristas -> Triboniano e uma comissão de juristas.

Justiniano vai aprovar através de uma constituição Imperial uma obra que é composta por 4
blocos:

1. Codex (534)
- composto por 12 livros de constituições imperiais datadas de desde o início
do Dominato até ao período de Justiniano.

2. Digesto (533 e 534)


- Em grego: Pandectas
- Compilação em 50 livros (2 versões)
- Compilação da doutrina (ou iura) de juristas romanos
- O Digesto apesar de ter opiniões republicadas tem juristas que têm ius
respondendi
- Opinião oficial de Roma

3. Institutas (534)
- Manual escolar para o ensino do Direito
- Dividido em 4 partes:
- Geral
- Direito das obrigações (contratos)
- Direito das coisas

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- Direito das famílias e sucessões

- O código civil segue isso acima


- Tem uma particularidade, o preâmbulo apresenta as regras da interpretação jurídica
e a aplicação da lei no tempo > Justiniano atribui força de lei

4. Novelas ou Novelai (534)


- Nova lei
- Livro de constituições imperiais que compila as de Justiniano que não
ficaram no código.
- Suplemento do Codex

É importante porque acompanha o Direito e as fontes de Direito de hoje, o Digesto foi o livro
mais ensinado até ao século 18.

Pragmática Sanção
- A obra de Justiniano (Código Justiniano) chega à Europa e manda aplicá-la à
Península Itálica.
- Vai-se aplicar no Império do Oriente e no Império Ocidental da Europa, no qual
permanece até hoje.

O código de Justiniano é uma obra constituída por doutrina, contudo, especificamente no


Digésio. Estamos perante uma obra interpolada, isto porque tem alterações, correções,
modificações, ou seja, não estamos perante Direito Romano puro, já que entre a República
e o Império Romano do Oriente passam 700 ou 600 anos, e isso trouxe alterações
conceituais (por exemplo: o Homem passa a ser visto como semelhante de Deus, o que não
existia no Direito Romano).
Significa que o Direito que está no Digésio não é Direito Romano pensado na época da
República. O Direito Romano que é aplicado a partir do século VI é Direito Romano que
sofreu influências do tempo, foi corrigido e a isto se chama interpolações, o Direito Romano
pós clássico (está no Código de Justiniano)

Direito Romano vulgar


- É Direito Romano que via ser aplicado na Europa Ocidental após a queda do
Império Romano do Ocidente.

Império romano do oriente:


- Tem vitalidade jurídica
- Teme escolas de Direito Romano, estas que vão ajudar Justiniano a elaborar o seu
código

O Ocidente cai e ao cair vai ser dividido em Reinos, por povos germânicos.
Ao longo dos anos os povos que vinham do Oriente (Ásia) começam a entrar no Império
Romano e começam a estabelecer-se e a ser mais, tanto que integram-se nos militares.
- E assim começa a haver mais estrangeiros e não tantos Romanos

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Com isto, a tradição Romana apenas fica pela Igreja, no qual não vai sair, não vai ser
derrubada, já que está estruturalmente enraizada e vai ser ela a manter o Direito Romano.

O que se aplica no Ocidente?


- O Direito Romano mais influenciado com o Direito dos povos que estão a criar os
seus próprios Reinos (Direito Romano vulgar)
- Não é escrito na maior parte dele
- Direito Romano modificado pelo tempo > pelo Cristianismo e pelos direitos dos
povos que constroem o seu Reino do Império Romano do Ocidente.

DIREITO VISIGÓTICO

Surge a ocupação dos povos germânicos e esse ocupação vai influenciar uma
transformação do Direito Romano (este que continua no Oriente).
- Vai também haver uma mutação no Latim, torna-se mais fácil de ser falado, tal como
o Direito, o Latim evolui.

Quem vai agitar a Europa Ocidental?


- Os povos germânicos
Vêm para a parte ocidental e vão ser romanizados, acabam por ser influência pela cultura
romana, seja a religião como igualmente o Direito Romano.

Adotar o Direito Romano significa que não o vão aplicar de forma linear, vão adaptá-lo de
acordo com os seus costumes - Direito Vulgar - direito que se aplica na Europa pelas
influências trazidas pelos povos (e o seu direito) que habitam na Europa Ocidental.

Península Ibéria
- Vão habitar Visigodos e Suevos
- Os visigodos conquistam os suevos e assim tomam posse e habitam a Península
Ibérica (Século 5 até à ocupação Árabe do ano 711).

Os visigodos vão elaborar várias obras jurídicas:


- Compilações visigóticas:
1. Código de Eurico
2. Breviário de Alarico
3. Código de Leovigildo
4. Código Visigótico

O Código de Eurico vai ser revogado pelo Breviário de Alarico, este vai ser revogado pelo
Código de Leovigildo e este vai ser revogado pelo Código Visigótico, que vai ficar.

Cada código tem o nome de um rei (ex.: Rei Eurico).

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Estes códigos vão se aplicar na Península Ibérica, portanto o Direito vai ser aplicado a partir
do:

● Código de Eurico (486):

- mistura Direito Romano e povos visigóticos


- 476 a 506 d.C > Compilação de Direito Romano que existia na Europa Ocidental,
baseada a partir dos Códigos de Hermogeniano (privado), Gregoriano (privado) e
Teodosiano (público), no entanto estes estão incompletos.

O código Justiniano vai ser aplicado na Europa Ocidental a partir do século XI e XII. Além
disso, vai ser só usado Direito Romano vulgar.
Na Península Ibérica é utilizado o Código de Teodósio (público), Hermogeniano e
Gregoriano (privados), isto antes da queda do Império Romano.

- A obra de Justiniano vai ser guardada em conventos, entretanto o Direito que


posteriormente vai ser aplicado no pico da Idade Média (século VI) o Direito Romano
vulgar, que era utilizado pelos povos que habitavam a Europa.

Mais tarde, ainda na Península Ibérica…

● Breviário de Alarico (506 até 572)

- Lex Romana Visigothorum (Lei Romana dos Visigodos)


- É elaborado na base do Código de Teodósio, Hermogeniano e Gregoriano. O
Alarico (rei dos visigodos) vai agarrar nas obras que já estavam na Península
Ibérica, ou seja, os códigos romanos (compilações de constituições imperiais) e vai
adaptá-los.

● Código de Leovigildo
- 586
- Conjugação das normas do Código de Eurico e Breviário de Alarico.

● Código Visigótico
- Terminos da elaboração legislativa visigótica

Processo de elaboração do CÓDIGO VISIGÓTICO:

1. 1ª Edição (654)
- Rei Recesvinto
- Aprovada no 8º Concílio de Toledo (633)
- É corrigida por Sambrólio
- Entra em vigor em 654
- Tem base na herança do Código de Eurico e do Código de Leovigildo

2. Revisão
- Rei Ervígio (reina entre 680 e 687)
- Revisão do Código

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- Aprovada no 13º Concílio de Toledo
- Com esta revisão o Código fica com 12 volumes (este volume chama-se
Fórmula Ervígiana)
- Há outra revisão (século VIII), não é oficial mas vai transformar o Código:
Formula Vulgata (formula vulgar, privada mas não oficial, no entanto obteve
um acolhimento oficial). Vai recolher tudo que foi elaborado anteriormente e
vai incluí-las no Código Visigótico (lei 15º de Egica > Novelas) – 702
- Leis de Vitiza (do rei até 710), lei vulgata que vai ser adicionada no Código. É
um tratado de Direito Público (formula vulgata). No qual vai estar presente
até à revolução Cristã.

Novelas de Ervígio
- Leis de Egica (são 16 leis ao todo)
- Leis de Vitiza:
- constitui o tratado de Direito Público > é adicionado ao Código que era privado
- vai ficar presente até ao século XII

Resumindo o Código Visigótico vai ter 16 leis (volumes):


- 12 volumes (Formula Ervigiana)
- + 1 volume (Formula Vulgata)
- + 2 volumes (Lei 15º de Egica)
- + 1 volume (Lei de Vitiza)

Código de Eurico (476) - Direito Romano vulgar


Breviário de Alarico - Direito Romano

Tendo em conta que o Código de Eurico era Direito Romano Vulgar e o Breviário de Alarico
era Direito Romano, alguns historiadores espanhóis do Direito desenvolveram teses que
concluíram que naturalmente os Visigodos seguiram o princípio de aplicação pessoal do
Direito.
No mundo visigótico segue a aplicação pessoal do Direito, o historiador defende que os
Visigodos desenvolveram uma concepção mista de Direito, uma mistura de Direito territorial
(Código de Eurico) e Direito pessoal (Breviário de Alarico). Portanto foi pensado que o
Breviário de Alarico como era pessoal, apenas era aplicado aos romanos que viviam no
reino visigodo. Enquanto que o Código de Eurico, por ser territorial, era aplicado aos
visigodos.
No entanto, posteriormente esta teoria é negada por outro historiador, que refuta ao dizer
que “as fontes são silenciadas da história”. Em lugar nenhum, existem fontes que indicam
que em dados momentos no mundo visigodo havia dois códigos utilizados ao mesmo
tempo. Caso tenha havido esse fenômeno, isso significa que esse povo era deveras
inovador, não só isso como essa situação em si era demasiado complexa para a época e,
até mesmo para a atualidade. Nessa sequência de ideias, ele defende que devido à
ausência de fontes, tem de negar as posições do outro autor, e diz que o método usado
para o Direito era apenas territorial (Código de Eurico e Breviação de Alarico eram ambos
territoriais).

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DIREITO CANÔNICO

Os imperadores romanos, Constantino adota a religião cristã, entretanto passado alguns


anos o Imperador Teodósio oficializou o cristianismo como religião oficial.
Constantino dá privilégios ao Papa e com isso automaticamente reconhece a Igreja Cristã
que passa a não ser perseguida. Não vai ser oficializada, mas é aceite a veneração da
religião.
Já com Teodósio, vai ser adotado o Cristianismo como religião oficial e assim o politeísmo
passa a ser proibido e perseguido.

Isto vai ser extremamente importante porquê?

1. Porque a Igreja vai desenvolver-se de forma institucional, e ter como modelo o


Império Romano. A estrutura política do Império vai ser adotada pela Igreja Cristã.
Toda a organização administrativa passa a influenciar a construção da Igreja, as
tribos romanas passam a ser chamadas de paróquias, é basicamente uma cópia da
organização administrativa romana.

- Quando o Império do Ocidente cai, a Igreja mantém-se, os povos germânicos


quando chegam à Europa Ocidental vão aproveitar a estrutura organizativa para
estabelecerem-se, não só isso como igualmente aproveitam-se dos recursos que a
Igreja os pode dar, e isso dá uma garantia de estabilidade.

2. A Igreja quando passa a ser oficial e territorial, cria um Direito que regula os
membros da Igreja e fiéis. Assim é criado o Direito Canônico, que tem base no
Direito Romano, no entanto, adapta-o e inspira-se nele para criar um Direito que
regule a Igreja, as relações entre membros e poderes e as relações da Igreja entre si
enquanto Igreja hierárquica com os fiéis.
- Origem: Século IV d.C.
- Direito Canônico: É estruturante na Europa, começa a partir do Império
Romano e vai se manter ao longo dos séculos (mais no Ocidente do que no
Oriente)

Temos hoje Direito Canônico?


- Sim
- Foi aprovado em 1982 e aplicado em todos os países europeus, de carácter
pessoal.
- Aplica-se aos membros da Igreja de Roma.
- Onde se julga? Nos tribunais eclesiásticos canônicos, existem 19 em Portugal.

Teve uma grande importância para o desenvolvimento da Europa.

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Direito Canônico tem 3 grande fontes:

➔ Sagradas escrituras:
- Antigo testamento (Pentantelgo: primeiros livros cristãos - há um jurídico,
chama-se deuteronômico) e o Novo testamento

➔ Tradição:
- Prática da Igreja desde os seus tempos iniciais, como a Igreja vai-se
organizar

➔ Costume:
- As próprias normas adotadas pela Igreja, têm regras obrigatórias e retidas no
Código Canônico

O DIREITO CANÔNICO também é uma fonte e a própria Igreja vai influenciar o


desenvolvimento do Direito na Europa. Isto porque através dos Concílios (Assembleias de
Clérigos e Laicos) ou do Papa, vão elaborar regras jurídicas que vão integrar e aplicar nos
diversos reinos da cristandade e da Europa.
- A isto chama-se Fontes Humanas > FONTES CANÔNICAS DE DIREITO HUMANO
- Direito dos Reinos: Diplomas elaborados pela Igreja (concílios ou papas) que
tem como destinatários a cristandade (a nível global ou apenas um reino)

Quais são as fontes canônicas de direito humano?

➔ Cânones:
- Decisões tomadas nos concílios (Assembleias):
- Concílios ecoménicos (toda a cristandade)
- Concílios regionais (reinos)
- Locais
- Nacionais
- Reuniões convocadas pelo rei

➔ Decreto e Decretal:
- Decreto:
- É uma decisão do Papa com o conselho dos seus cardeais, sem consultar
ninguém.
- Decisão unilateral: Só o Papa o faz, com ou não conselhos.
- É para resolver quaisquer problemas da Igreja.
- Aplicação geral e abstrata.

- Decretal:
- Decisão apenas do Papa, com ou sem consulta dos seus cardeais, de
modo a responder à consulta de alguém.
- Pergunta, pedido, consulta que se faz ao Papa, entretanto ele decide
sozinho ou pode recorrer aos conselhos dos cardeais.
- O que fica decidido apenas aplica-se ao destinatário da consulta.

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➔ Concordias:
- Acordo entre o clero nacional e o rei desse reino

➔ Concordátia:
- Acordo entre o rei e o Papa (acordo internacional)

Na Idade Média os decretos e as decretais deram origem à obra que compilou decretos e
decretais > CORPUS IURIS CANONICI <.

CORPUS IURIS CANONICI

Constituído pelos livros:

➔ Decretum ou Decreto de Graciano (1140)


- Compilação de decretos
- OU concórdia dos cânones discordantes (agarra em todos os decretos e
compila-os em um livro, no entanto, retira as contradições entre decretos).

➔ Decretais de Gregório IX (1234)


- Feito por um Papa
- Compilação de todas as respostas desse Papa
- Revisão de São Raimundo de Penafort
- 6ª Decretais de Promil Faso VIII (após 1234)
- Clementinas OU livros 7º das decretais de Clemente V (1313)
- Extravagantes de João XXII (após 1313)

São quantos ao todo?


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- Gregório IX tem 6 volumes decretais
- Clementinas tem 1 volume (volume 7)
- Extravagantes tem 1 volume (volume 8)

Estes volumes são ensinados em todas as universidades

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