1. CRÍTICA AO CONCEITO DE DIREITO SUBJETIVO - CONCEITO
DE SITUAÇÃO JURÍDICA
Há quem acredite que o conceito de direito subjetivo
estaria em crise e, portanto, defasado. Alegam que é reducionista, pois somente aborda o poder de exigir ou pretender um comportamento de outrem.
Nesse passo, tentam-no substituí-lo pela idéia de situação
jurídica, que seria “o conjunto de direitos e deveres atribuídos pelo direito objetivo a uma pessoa, em determinadas circunstâncias.” (AMARAL, Francisco. Direito Civil. Introdução, p. 197).
Todavia, o que de certo se tem, é que o conceito de
situação jurídica se liga à noção de ordenamento jurídico. É, a situação jurídica, “resultante da valoração histórica da ordem jurídica.” (Ascensão, José de O. Direito Civil. Teoria geral, vol III, p. 11).
Assim, é possível concluir que a situação jurídica é situação
das pessoas, pelo regulamento do direito; é, mesmo aquele conjunto de direitos e deveres atribuídos pelo direito objetivo a uma pessoa, em determinadas circunstâncias., como já colocado acima, mas não serve (e nem é pode ser essa a idéia) como substituta do conceito de direito subjetivo, já consagrado e aceito pela esmagadora maioria da melhor doutrina.
2. SITUAÇÃO JURÍDICA PESSOAL E SITUAÇÃO JURÍDICA
PATRIMONIAL
Essa é a classificação fundamental de situação jurídica.
As situações jurídicas pessoais são aquelas em que há um
prevalente aspecto ético, e as patrimoniais aquelas cuja essência é compatível com a redução a um valor pecuniário.
De outro lado, não se pode dizer, em absoluto, que os
direitos de créditos são patrimoniais e os direitos de família são pessoais. A diferença passa pela análise de cada situação. O direito a alimentos é patrimonial ou pessoal? O direito sobre recordações familiares é um direito real ou pessoal?
3. DIREITO SUBJETIVO, PRETENSÃO E AÇÃO
Já se sabe que o direito subjetivo é o poder de exigir ou pretender de alguém determinado positivo (ação) ou negativo (omissão). Aqui o que se fala de pretender liga-se à idéia, própria do direito alemão, de pretensão. Pretensão é a faculdade de exercitar o conteúdo do direito de que ela mesma é conseqüência.
A pretensão nasce no momento em que se pode exigir a
prestação. Assim, se aquele sobre o qual pende um dever jurídico cumpre espontaneamente sua obrigação, até a data indicada, não há que se falar em pretensão. Depois disso, se a pretensão do titular do direito subjetivo for resistida, ou seja, se depois disso não há cumprimento do dever, nasce a possibilidade de reclamação judicial, por meio da ação.
Aqui, importante relembrar a diferença entre direito
subjetivo e faculdade, à qual não corresponde um dever de outrem. Ex: art. 68, do CC, que trata da impugnação, pela minoria vencida, de alteração de estatuto de fundação.