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TJ-RS
OFICIAL DE JUSTIÇA
DIREITO CIVIL
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Edital 2019
DIREITO CIVIL: Código Civil Brasileiro. Das pessoas naturais: arts. 1º a 5º. Das pessoas jurídicas:
arts. 40 a 45. Do domicílio: arts. 70 a 78. Dos bens: arts. 79 a 103. Do mandato: arts. 653 a 692.
Da tutela, da curatela e da tomada de decisão apoiada: arts. 1.728 e 1.783-A.
BANCA: FGV
CARGO: Oficial de Justiça
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Direito Civil
Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa Parágrafo único. Cessará, para os menores,
do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, a incapacidade:
desde a concepção, os direitos do nascituro. I – pela concessão dos pais, ou de um deles
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer na falta do outro, mediante instrumento pú-
pessoalmente os atos da vida civil os menores blico, independentemente de homologação
de 16 (dezesseis) anos. (Redação dada pela Lei judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o
nº 13.146, de 2015) (Vigência) tutor, se o menor tiver dezesseis anos com-
pletos;
I – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência) II – pelo casamento;
II – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº III – pelo exercício de emprego público efe-
13.146, de 2015) (Vigência) tivo;
III – (Revogado). (Redação dada pela Lei nº IV – pela colação de grau em curso de ensi-
13.146, de 2015) (Vigência) no superior;
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TÍTULO II III – as fundações.
IV – as organizações religiosas; (Incluído
Das Pessoas Jurídicas pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
V – os partidos políticos. (Incluído pela Lei
CAPÍTULO I nº 10.825, de 22.12.2003)
DISPOSIÇÕES GERAIS VI – as empresas individuais de responsabi-
lidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441,
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito pú- de 2011) (Vigência)
blico, interno ou externo, e de direito privado.
§ 1º São livres a criação, a organização, a es-
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público truturação interna e o funcionamento das
interno: organizações religiosas, sendo vedado ao
I – a União; poder público negar-lhes reconhecimento
ou registro dos atos constitutivos e neces-
II – os Estados, o Distrito Federal e os Terri- sários ao seu funcionamento. (Incluído pela
tórios; Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
III – os Municípios; § 2º As disposições concernentes às asso-
ciações aplicam-se subsidiariamente às so-
IV – as autarquias, inclusive as associações
ciedades que são objeto do Livro II da Parte
públicas; (Redação dada pela Lei nº 11.107,
Especial deste Código. (Incluído pela Lei nº
de 2005)
10.825, de 22.12.2003)
V – as demais entidades de caráter público
§ 3º Os partidos políticos serão organizados
criadas por lei.
e funcionarão conforme o disposto em lei
Parágrafo único. Salvo disposição em con- específica. (Incluído pela Lei nº 10.825, de
trário, as pessoas jurídicas de direito públi- 22.12.2003)
co, a que se tenha dado estrutura de direito
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas
privado, regem-se, no que couber, quanto
jurídicas de direito privado com a inscrição do
ao seu funcionamento, pelas normas deste
ato constitutivo no respectivo registro, precedi-
Código.
da, quando necessário, de autorização ou apro-
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público vação do Poder Executivo, averbando-se no re-
externo os Estados estrangeiros e todas as pes- gistro todas as alterações por que passar o ato
soas que forem regidas pelo direito internacio- constitutivo.
nal público.
Parágrafo único. Decai em três anos o direi-
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público to de anular a constituição das pessoas jurí-
interno são civilmente responsáveis por atos dicas de direito privado, por defeito do ato
dos seus agentes que nessa qualidade causem respectivo, contado o prazo da publicação
danos a terceiros, ressalvado direito regressivo de sua inscrição no registro.
contra os causadores do dano, se houver, por
parte destes, culpa ou dolo.
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I – as associações;
II – as sociedades;
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LIVRO II II – os direitos reais sobre objetos móveis e
as ações correspondentes;
Dos Bens III – os direitos pessoais de caráter patrimo-
nial e respectivas ações.
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TÍTULO VI Parágrafo único. Se o mandato for oneroso,
caberá ao mandatário a retribuição prevista
Das Várias Espécies De Contrato em lei ou no contrato. Sendo estes omissos,
será ela determinada pelos usos do lugar,
ou, na falta destes, por arbitramento.
CAPÍTULO X Art. 659. A aceitação do mandato pode ser táci-
DO MANDATO ta, e resulta do começo de execução.
Art. 660. O mandato pode ser especial a um ou
Seção I
mais negócios determinadamente, ou geral a
DISPOSIÇÕES GERAIS todos os do mandante.
Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém Art. 661. O mandato em termos gerais só confe-
recebe de outrem poderes para, em seu nome, re poderes de administração.
praticar atos ou administrar interesses. A procu-
ração é o instrumento do mandato. § 1º Para alienar, hipotecar, transigir, ou pra-
ticar outros quaisquer atos que exorbitem
Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas da administração ordinária, depende a pro-
para dar procuração mediante instrumento par- curação de poderes especiais e expressos.
ticular, que valerá desde que tenha a assinatura
do outorgante. § 2º O poder de transigir não importa o de
firmar compromisso.
§ 1º O instrumento particular deve conter a
indicação do lugar onde foi passado, a qua- Art. 662. Os atos praticados por quem não te-
lificação do outorgante e do outorgado, a nha mandato, ou o tenha sem poderes suficien-
data e o objetivo da outorga com a desig- tes, são ineficazes em relação àquele em cujo
nação e a extensão dos poderes conferidos. nome foram praticados, salvo se este os ratifi-
car.
§ 2º O terceiro com quem o mandatário tra-
tar poderá exigir que a procuração traga a Parágrafo único. A ratificação há de ser ex-
firma reconhecida. pressa, ou resultar de ato inequívoco, e re-
troagirá à data do ato.
Art. 655. Ainda quando se outorgue mandato
por instrumento público, pode substabelecer-se Art. 663. Sempre que o mandatário estipular
mediante instrumento particular. negócios expressamente em nome do mandan-
te, será este o único responsável; ficará, porém,
Art. 656. O mandato pode ser expresso ou táci- o mandatário pessoalmente obrigado, se agir
to, verbal ou escrito. no seu próprio nome, ainda que o negócio seja
de conta do mandante.
Art. 657. A outorga do mandato está sujeita à
forma exigida por lei para o ato a ser praticado. Art. 664. O mandatário tem o direito de reter,
Não se admite mandato verbal quando o ato do objeto da operação que lhe foi cometida,
deva ser celebrado por escrito. quanto baste para pagamento de tudo que lhe
for devido em conseqüência do mandato.
Art. 658. O mandato presume-se gratuito quan-
do não houver sido estipulada retribuição, ex- Art. 665. O mandatário que exceder os poderes
ceto se o seu objeto corresponder ao daqueles do mandato, ou proceder contra eles, será con-
que o mandatário trata por ofício ou profissão siderado mero gestor de negócios, enquanto o
lucrativa. mandante lhe não ratificar os atos.
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Art. 666. O maior de dezesseis e menor de dezoi- Art. 670. Pelas somas que devia entregar ao
to anos não emancipado pode ser mandatário, mandante ou recebeu para despesa, mas em-
mas o mandante não tem ação contra ele senão pregou em proveito seu, pagará o mandatário
de conformidade com as regras gerais, aplicáveis juros, desde o momento em que abusou.
às obrigações contraídas por menores.
Art. 671. Se o mandatário, tendo fundos ou cré-
Seção II dito do mandante, comprar, em nome próprio,
algo que devera comprar para o mandante, por
DAS OBRIGAÇÕES DO MANDATÁRIO
ter sido expressamente designado no mandato,
Art. 667. O mandatário é obrigado a aplicar toda terá este ação para obrigá-lo à entrega da coisa
sua diligência habitual na execução do mandato, comprada.
e a indenizar qualquer prejuízo causado por cul- Art. 672. Sendo dois ou mais os mandatários
pa sua ou daquele a quem substabelecer, sem nomeados no mesmo instrumento, qualquer
autorização, poderes que devia exercer pessoal- deles poderá exercer os poderes outorgados, se
mente. não forem expressamente declarados conjun-
§ 1º Se, não obstante proibição do man- tos, nem especificamente designados para atos
dante, o mandatário se fizer substituir na diferentes, ou subordinados a atos sucessivos.
execução do mandato, responderá ao seu Se os mandatários forem declarados conjuntos,
constituinte pelos prejuízos ocorridos sob a não terá eficácia o ato praticado sem interferên-
gerência do substituto, embora provenien- cia de todos, salvo havendo ratificação, que re-
tes de caso fortuito, salvo provando que o troagirá à data do ato.
caso teria sobrevindo, ainda que não tivesse Art. 673. O terceiro que, depois de conhecer os
havido substabelecimento. poderes do mandatário, com ele celebrar negó-
§ 2º Havendo poderes de substabelecer, só cio jurídico exorbitante do mandato, não tem
serão imputáveis ao mandatário os danos ação contra o mandatário, salvo se este lhe pro-
causados pelo substabelecido, se tiver agi- meteu ratificação do mandante ou se responsa-
do com culpa na escolha deste ou nas ins- bilizou pessoalmente.
truções dadas a ele. Art. 674. Embora ciente da morte, interdição ou
§ 3º Se a proibição de substabelecer constar mudança de estado do mandante, deve o man-
da procuração, os atos praticados pelo subs- datário concluir o negócio já começado, se hou-
tabelecido não obrigam o mandante, salvo ver perigo na demora.
ratificação expressa, que retroagirá à data
do ato. Seção III
DAS OBRIGAÇÕES DO MANDANTE
§ 4º Sendo omissa a procuração quanto ao
substabelecimento, o procurador será res- Art. 675. O mandante é obrigado a satisfazer
ponsável se o substabelecido proceder cul- todas as obrigações contraídas pelo mandatá-
posamente. rio, na conformidade do mandato conferido, e
adiantar a importância das despesas necessá-
Art. 668. O mandatário é obrigado a dar contas rias à execução dele, quando o mandatário lho
de sua gerência ao mandante, transferindo-lhe pedir.
as vantagens provenientes do mandato, por
qualquer título que seja. Art. 676. É obrigado o mandante a pagar ao
mandatário a remuneração ajustada e as despe-
Art. 669. O mandatário não pode compensar os sas da execução do mandato, ainda que o negó-
prejuízos a que deu causa com os proveitos que, cio não surta o esperado efeito, salvo tendo o
por outro lado, tenha granjeado ao seu consti- mandatário culpa.
tuinte.
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Art. 677. As somas adiantadas pelo mandatário, Art. 684. Quando a cláusula de irrevogabilidade
para a execução do mandato, vencem juros des- for condição de um negócio bilateral, ou tiver
de a data do desembolso. sido estipulada no exclusivo interesse do man-
datário, a revogação do mandato será ineficaz.
Art. 678. É igualmente obrigado o mandante a
ressarcir ao mandatário as perdas que este so- Art. 685. Conferido o mandato com a cláusula
frer com a execução do mandato, sempre que "em causa própria", a sua revogação não terá
não resultem de culpa sua ou de excesso de po- eficácia, nem se extinguirá pela morte de qual-
deres. quer das partes, ficando o mandatário dispensa-
do de prestar contas, e podendo transferir para
Art. 679. Ainda que o mandatário contrarie as si os bens móveis ou imóveis objeto do manda-
instruções do mandante, se não exceder os li- to, obedecidas as formalidades legais.
mites do mandato, ficará o mandante obrigado
para com aqueles com quem o seu procurador Art. 686. A revogação do mandato, notificada
contratou; mas terá contra este ação pelas per- somente ao mandatário, não se pode opor aos
das e danos resultantes da inobservância das terceiros que, ignorando-a, de boa-fé com ele
instruções. trataram; mas ficam salvas ao constituinte as
ações que no caso lhe possam caber contra o
Art. 680. Se o mandato for outorgado por duas procurador.
ou mais pessoas, e para negócio comum, cada
uma ficará solidariamente responsável ao man- Parágrafo único. É irrevogável o mandato
datário por todos os compromissos e efeitos do que contenha poderes de cumprimento ou
mandato, salvo direito regressivo, pelas quan- confirmação de negócios encetados, aos
tias que pagar, contra os outros mandantes. quais se ache vinculado.
Art. 681. O mandatário tem sobre a coisa de Art. 687. Tanto que for comunicada ao manda-
que tenha a posse em virtude do mandato, di- tário a nomeação de outro, para o mesmo ne-
reito de retenção, até se reembolsar do que no gócio, considerar-se-á revogado o mandato an-
desempenho do encargo despendeu. terior.
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Art. 691. Os herdeiros, no caso do artigo ante- Parágrafo único. A nomeação deve constar
cedente, devem limitar-se às medidas conserva- de testamento ou de qualquer outro docu-
tórias, ou continuar os negócios pendentes que mento autêntico.
se não possam demorar sem perigo, regulando-
-se os seus serviços dentro desse limite, pelas Art. 1.730. É nula a nomeação de tutor pelo pai
mesmas normas a que os do mandatário estão ou pela mãe que, ao tempo de sua morte, não
sujeitos. tinha o poder familiar.
Art. 1.731. Em falta de tutor nomeado pelos
Seção V pais incumbe a tutela aos parentes consangüí-
DO MANDATO JUDICIAL neos do menor, por esta ordem:
Art. 692. O mandato judicial fica subordinado às I – aos ascendentes, preferindo o de grau
normas que lhe dizem respeito, constantes da mais próximo ao mais remoto;
legislação processual, e, supletivamente, às es-
tabelecidas neste Código. II – aos colaterais até o terceiro grau, prefe-
rindo os mais próximos aos mais remotos,
e, no mesmo grau, os mais velhos aos mais
moços; em qualquer dos casos, o juiz esco-
LIVRO IV lherá entre eles o mais apto a exercer a tu-
tela em benefício do menor.
Do Direito de Família
Art. 1.732. O juiz nomeará tutor idôneo e resi-
dente no domicílio do menor:
TÍTULO IV
I – na falta de tutor testamentário ou legí-
Da Tutela, da Curatela e timo;
da Tomada de Decisão Apoiada II – quando estes forem excluídos ou escu-
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) sados da tutela;
III – quando removidos por não idôneos o
tutor legítimo e o testamentário.
CAPÍTULO I Art. 1.733. Aos irmãos órfãos dar-se-á um só tu-
DA TUTELA tor.
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Art. 1.734. As crianças e os adolescentes cujos III – aqueles que tiverem sob sua autorida-
pais forem desconhecidos, falecidos ou que ti- de mais de três filhos;
verem sido suspensos ou destituídos do poder
familiar terão tutores nomeados pelo Juiz ou IV – os impossibilitados por enfermidade;
serão incluídos em programa de colocação fa- V – aqueles que habitarem longe do lugar
miliar, na forma prevista pela Lei n o 8.069, de onde se haja de exercer a tutela;
13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do
Adolescente. (Redação dada pela Lei nº 12.010, VI – aqueles que já exercerem tutela ou
de 2009) Vigência curatela;
VI – aqueles que exercerem função pública II – reclamar do juiz que providencie, como
incompatível com a boa administração da houver por bem, quando o menor haja mis-
tutela. ter correção;
III – adimplir os demais deveres que nor-
Seção III malmente cabem aos pais, ouvida a opinião
DA ESCUSA DOS TUTORES do menor, se este já contar doze anos de
idade.
Art. 1.736. Podem escusar-se da tutela:
I – mulheres casadas;
II – maiores de sessenta anos;
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Art. 1.741. Incumbe ao tutor, sob a inspeção do III – fazer-lhe as despesas de subsistência
juiz, administrar os bens do tutelado, em pro- e educação, bem como as de administra-
veito deste, cumprindo seus deveres com zelo ção, conservação e melhoramentos de seus
e boa-fé. bens;
Art. 1.742. Para fiscalização dos atos do tutor, IV – alienar os bens do menor destinados a
pode o juiz nomear um protutor. venda;
Art. 1.743. Se os bens e interesses administra- V – promover-lhe, mediante preço conve-
tivos exigirem conhecimentos técnicos, forem niente, o arrendamento de bens de raiz.
complexos, ou realizados em lugares distantes
do domicílio do tutor, poderá este, mediante Art. 1.748. Compete também ao tutor, com au-
aprovação judicial, delegar a outras pessoas físi- torização do juiz:
cas ou jurídicas o exercício parcial da tutela. I – pagar as dívidas do menor;
Art. 1.744. A responsabilidade do juiz será: II – aceitar por ele heranças, legados ou do-
I – direta e pessoal, quando não tiver nome- ações, ainda que com encargos;
ado o tutor, ou não o houver feito oportu- III – transigir;
namente;
IV – vender-lhe os bens móveis, cuja con-
II – subsidiária, quando não tiver exigido ga- servação não convier, e os imóveis nos ca-
rantia legal do tutor, nem o removido, tanto sos em que for permitido;
que se tornou suspeito.
V – propor em juízo as ações, ou nelas assis-
Art. 1.745. Os bens do menor serão entregues tir o menor, e promover todas as diligências
ao tutor mediante termo especificado deles e a bem deste, assim como defendê-lo nos
seus valores, ainda que os pais o tenham dis- pleitos contra ele movidos.
pensado.
Parágrafo único. No caso de falta de autori-
Parágrafo único. Se o patrimônio do menor zação, a eficácia de ato do tutor depende da
for de valor considerável, poderá o juiz con- aprovação ulterior do juiz.
dicionar o exercício da tutela à prestação de
caução bastante, podendo dispensá-la se o Art. 1.749. Ainda com a autorização judicial,
tutor for de reconhecida idoneidade. não pode o tutor, sob pena de nulidade:
Art. 1.746. Se o menor possuir bens, será sus- I – adquirir por si, ou por interposta pessoa,
tentado e educado a expensas deles, arbitrando mediante contrato particular, bens móveis
o juiz para tal fim as quantias que lhe pareçam ou imóveis pertencentes ao menor;
necessárias, considerado o rendimento da for-
II – dispor dos bens do menor a título gra-
tuna do pupilo quando o pai ou a mãe não as
tuito;
houver fixado.
III – constituir-se cessionário de crédito ou
Art. 1.747. Compete mais ao tutor:
de direito, contra o menor.
I – representar o menor, até os dezesseis
Art. 1.750. Os imóveis pertencentes aos me-
anos, nos atos da vida civil, e assisti-lo, após
nores sob tutela somente podem ser vendidos
essa idade, nos atos em que for parte;
quando houver manifesta vantagem, mediante
II – receber as rendas e pensões do menor, prévia avaliação judicial e aprovação do juiz.
e as quantias a ele devidas;
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Art. 1.751. Antes de assumir a tutela, o tutor de- Art. 1.754. Os valores que existirem em estabe-
clarará tudo o que o menor lhe deva, sob pena lecimento bancário oficial, na forma do artigo
de não lhe poder cobrar, enquanto exerça a tu- antecedente, não se poderão retirar, senão me-
toria, salvo provando que não conhecia o débito diante ordem do juiz, e somente:
quando a assumiu.
I – para as despesas com o sustento e edu-
Art. 1.752. O tutor responde pelos prejuízos cação do tutelado, ou a administração de
que, por culpa, ou dolo, causar ao tutelado; mas seus bens;
tem direito a ser pago pelo que realmente des-
pender no exercício da tutela, salvo no caso do II – para se comprarem bens imóveis e títu-
art. 1.734, e a perceber remuneração propor- los, obrigações ou letras, nas condições pre-
cional à importância dos bens administrados. vistas no § 1º do artigo antecedente;
§ 1º Ao protutor será arbitrada uma gratifi- III – para se empregarem em conformidade
cação módica pela fiscalização efetuada. com o disposto por quem os houver doado,
ou deixado;
§ 2º São solidariamente responsáveis pelos
prejuízos as pessoas às quais competia fis- IV – para se entregarem aos órfãos, quando
calizar a atividade do tutor, e as que concor- emancipados, ou maiores, ou, mortos eles,
reram para o dano. aos seus herdeiros.
Seção V Seção VI
DOS BENS DO TUTELADO DA PRESTAÇÃO DE CONTAS
Art. 1.753. Os tutores não podem conservar em Art. 1.755. Os tutores, embora o contrário tives-
seu poder dinheiro dos tutelados, além do ne- sem disposto os pais dos tutelados, são obriga-
cessário para as despesas ordinárias com o seu dos a prestar contas da sua administração.
sustento, a sua educação e a administração de
seus bens. Art. 1.756. No fim de cada ano de administra-
ção, os tutores submeterão ao juiz o balanço
§ 1º Se houver necessidade, os objetos de respectivo, que, depois de aprovado, se anexará
ouro e prata, pedras preciosas e móveis aos autos do inventário.
serão avaliados por pessoa idônea e, após
autorização judicial, alienados, e o seu pro- Art. 1.757. Os tutores prestarão contas de dois
duto convertido em títulos, obrigações e le- em dois anos, e também quando, por qualquer
tras de responsabilidade direta ou indireta motivo, deixarem o exercício da tutela ou toda
da União ou dos Estados, atendendo-se pre- vez que o juiz achar conveniente.
ferentemente à rentabilidade, e recolhidos
Parágrafo único. As contas serão prestadas
ao estabelecimento bancário oficial ou apli-
em juízo, e julgadas depois da audiência dos
cado na aquisição de imóveis, conforme for
interessados, recolhendo o tutor imediata-
determinado pelo juiz.
mente a estabelecimento bancário oficial os
§ 2º O mesmo destino previsto no parágrafo saldos, ou adquirindo bens imóveis, ou títu-
antecedente terá o dinheiro proveniente de los, obrigações ou letras, na forma do § 1º
qualquer outra procedência. do art. 1.753.
§ 3º Os tutores respondem pela demora na Art. 1.758. Finda a tutela pela emancipação ou
aplicação dos valores acima referidos, pa- maioridade, a quitação do menor não produzi-
gando os juros legais desde o dia em que rá efeito antes de aprovadas as contas pelo juiz,
deveriam dar esse destino, o que não os exi- subsistindo inteira, até então, a responsabilida-
me da obrigação, que o juiz fará efetiva, da de do tutor.
referida aplicação.
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I – ao expirar o termo, em que era obrigado Art. 1.769. (Revogado pela Lei n º 13.105, de
a servir; 2015) (Vigência)
Art. 1.766. Será destituído o tutor, quando ne- Art. 1.774. Aplicam-se à curatela as disposições
gligente, prevaricador ou incurso em incapaci- concernentes à tutela, com as modificações dos
dade. artigos seguintes.
Art. 1.775. O cônjuge ou companheiro, não se-
parado judicialmente ou de fato, é, de direito,
curador do outro, quando interdito.
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§ 1º Na falta do cônjuge ou companheiro, Seção III
é curador legítimo o pai ou a mãe; na falta DO EXERCÍCIO DA CURATELA
destes, o descendente que se demonstrar
mais apto. Art. 1.781. As regras a respeito do exercício da
§ 2º Entre os descendentes, os mais próxi- tutela aplicam-se ao da curatela, com a restri-
mos precedem aos mais remotos. ção do art. 1.772 e as desta Seção.
§ 3º Na falta das pessoas mencionadas nes- Art. 1.782. A interdição do pródigo só o privará
te artigo, compete ao juiz a escolha do cura- de, sem curador, emprestar, transigir, dar qui-
dor. tação, alienar, hipotecar, demandar ou ser de-
mandado, e praticar, em geral, os atos que não
Art. 1.775-A. Na nomeação de curador para a sejam de mera administração.
pessoa com deficiência, o juiz poderá estabele-
cer curatela compartilhada a mais de uma pes- Art. 1.783. Quando o curador for o cônjuge e o
soa. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vi- regime de bens do casamento for de comunhão
gência) universal, não será obrigado à prestação de con-
tas, salvo determinação judicial.
Art. 1.776. (Revogado pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)
Art. 1.777. As pessoas referidas no inciso I do CAPÍTULO III
art. 1.767 receberão todo o apoio necessário DA TOMADA DE DECISÃO APOIADA
para ter preservado o direito à convivência fami-
liar e comunitária, sendo evitado o seu recolhi- (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
mento em estabelecimento que os afaste desse Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o
convívio. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de processo pelo qual a pessoa com deficiência ele-
2015) (Vigência) ge pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as
Art. 1.778. A autoridade do curador estende-se quais mantenha vínculos e que gozem de sua
à pessoa e aos bens dos filhos do curatelado, confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de
observado o art. 5º. decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes
os elementos e informações necessários para
Seção II que possa exercer sua capacidade. (Incluído
DA CURATELA DO NASCITURO E pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
DO ENFERMO OU PORTADOR DE § 1º Para formular pedido de tomada de de-
DEFICIÊNCIA FÍSICA cisão apoiada, a pessoa com deficiência e
os apoiadores devem apresentar termo em
Art. 1.779. Dar-se-á curador ao nascituro, se o que constem os limites do apoio a ser ofe-
pai falecer estando grávida a mulher, e não ten- recido e os compromissos dos apoiadores,
do o poder familiar. inclusive o prazo de vigência do acordo e o
respeito à vontade, aos direitos e aos inte-
Parágrafo único. Se a mulher estiver interdi- resses da pessoa que devem apoiar. (Inclu-
ta, seu curador será o do nascituro. ído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 1.780. (Revogado pela Lei nº 13.146, de § 2º O pedido de tomada de decisão apoia-
2015) (Vigência) da será requerido pela pessoa a ser apoia-
da, com indicação expressa das pessoas ap-
tas a prestarem o apoio previsto no caput
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)
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TJ-RS (Oficial de Justiça) – Direito Civil – Prof. Giuliano Tamagno
§ 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido § 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a ex-
de tomada de decisão apoiada, o juiz, assis- clusão de sua participação do processo de
tido por equipe multidisciplinar, após oitiva tomada de decisão apoiada, sendo seu des-
do Ministério Público, ouvirá pessoalmente ligamento condicionado à manifestação do
o requerente e as pessoas que lhe prestarão juiz sobre a matéria. (Incluído pela Lei nº
apoio. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) 13.146, de 2015) (Vigência)
(Vigência)
§ 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoia-
§ 4º A decisão tomada por pessoa apoiada da, no que couber, as disposições referentes
terá validade e efeitos sobre terceiros, sem à prestação de contas na curatela. (Incluído
restrições, desde que esteja inserida nos li- pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
mites do apoio acordado. (Incluído pela Lei
nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada
mantenha relação negocial pode solicitar
que os apoiadores contra-assinem o con-
trato ou acordo, especificando, por escrito,
sua função em relação ao apoiado. (Incluído
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 6º Em caso de negócio jurídico que possa
trazer risco ou prejuízo relevante, haven-
do divergência de opiniões entre a pessoa
apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz,
ouvido o Ministério Público, decidir sobre
a questão. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)
§ 7º Se o apoiador agir com negligência,
exercer pressão indevida ou não adimplir
as obrigações assumidas, poderá a pessoa
apoiada ou qualquer pessoa apresentar de-
núncia ao Ministério Público ou ao juiz. (In-
cluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigên-
cia)
§ 8º Se procedente a denúncia, o juiz desti-
tuirá o apoiador e nomeará, ouvida a pes-
soa apoiada e se for de seu interesse, outra
pessoa para prestação de apoio. (Incluído
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer
tempo, solicitar o término de acordo fir-
mado em processo de tomada de decisão
apoiada. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)
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