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EDITAL 2019

TJ-RS
OFICIAL DE JUSTIÇA

DIREITO CIVIL

Prof. Giuliano Tamagno


Direito Civil

Professor Giuliano Tamagno

www.acasadoconcurseiro.com.br
Edital 2019

DIREITO CIVIL: Código Civil Brasileiro. Das pessoas naturais: arts. 1º a 5º. Das pessoas jurídicas:
arts. 40 a 45. Do domicílio: arts. 70 a 78. Dos bens: arts. 79 a 103. Do mandato: arts. 653 a 692.
Da tutela, da curatela e da tomada de decisão apoiada: arts. 1.728 e 1.783-A.

BANCA: FGV
CARGO: Oficial de Justiça

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Direito Civil

CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO

PARTE GERAL II – os ébrios habituais e os viciados em tó-


xico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)
LIVRO I
III – aqueles que, por causa transitória ou
Das Pessoas permanente, não puderem exprimir sua
vontade; (Redação dada pela Lei nº 13.146,
de 2015) (Vigência)
TÍTULO I
IV – os pródigos.
Das Pessoas Naturais Parágrafo único. A capacidade dos indíge-
nas será regulada por legislação especial.
CAPÍTULO I (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
DA PERSONALIDADE (Vigência)
E DA CAPACIDADE Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos
Art. 1º Toda pessoa é capaz de direitos e deve- completos, quando a pessoa fica habilitada à
res na ordem civil. prática de todos os atos da vida civil.

Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa Parágrafo único. Cessará, para os menores,
do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, a incapacidade:
desde a concepção, os direitos do nascituro. I – pela concessão dos pais, ou de um deles
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer na falta do outro, mediante instrumento pú-
pessoalmente os atos da vida civil os menores blico, independentemente de homologação
de 16 (dezesseis) anos. (Redação dada pela Lei judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o
nº 13.146, de 2015) (Vigência) tutor, se o menor tiver dezesseis anos com-
pletos;
I – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência) II – pelo casamento;

II – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº III – pelo exercício de emprego público efe-
13.146, de 2015) (Vigência) tivo;

III – (Revogado). (Redação dada pela Lei nº IV – pela colação de grau em curso de ensi-
13.146, de 2015) (Vigência) no superior;

Art. 4º São incapazes, relativamente a certos V – pelo estabelecimento civil ou comercial,


atos ou à maneira de os exercer: (Redação dada ou pela existência de relação de emprego,
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) desde que, em função deles, o menor com
dezesseis anos completos tenha economia
I – os maiores de dezesseis e menores de própria.
dezoito anos;

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TÍTULO II III – as fundações.
IV – as organizações religiosas; (Incluído
Das Pessoas Jurídicas pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
V – os partidos políticos. (Incluído pela Lei
CAPÍTULO I nº 10.825, de 22.12.2003)
DISPOSIÇÕES GERAIS VI – as empresas individuais de responsabi-
lidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441,
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito pú- de 2011) (Vigência)
blico, interno ou externo, e de direito privado.
§ 1º São livres a criação, a organização, a es-
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público truturação interna e o funcionamento das
interno: organizações religiosas, sendo vedado ao
I – a União; poder público negar-lhes reconhecimento
ou registro dos atos constitutivos e neces-
II – os Estados, o Distrito Federal e os Terri- sários ao seu funcionamento. (Incluído pela
tórios; Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
III – os Municípios; § 2º As disposições concernentes às asso-
ciações aplicam-se subsidiariamente às so-
IV – as autarquias, inclusive as associações
ciedades que são objeto do Livro II da Parte
públicas; (Redação dada pela Lei nº 11.107,
Especial deste Código. (Incluído pela Lei nº
de 2005)
10.825, de 22.12.2003)
V – as demais entidades de caráter público
§ 3º Os partidos políticos serão organizados
criadas por lei.
e funcionarão conforme o disposto em lei
Parágrafo único. Salvo disposição em con- específica. (Incluído pela Lei nº 10.825, de
trário, as pessoas jurídicas de direito públi- 22.12.2003)
co, a que se tenha dado estrutura de direito
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas
privado, regem-se, no que couber, quanto
jurídicas de direito privado com a inscrição do
ao seu funcionamento, pelas normas deste
ato constitutivo no respectivo registro, precedi-
Código.
da, quando necessário, de autorização ou apro-
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público vação do Poder Executivo, averbando-se no re-
externo os Estados estrangeiros e todas as pes- gistro todas as alterações por que passar o ato
soas que forem regidas pelo direito internacio- constitutivo.
nal público.
Parágrafo único. Decai em três anos o direi-
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público to de anular a constituição das pessoas jurí-
interno são civilmente responsáveis por atos dicas de direito privado, por defeito do ato
dos seus agentes que nessa qualidade causem respectivo, contado o prazo da publicação
danos a terceiros, ressalvado direito regressivo de sua inscrição no registro.
contra os causadores do dano, se houver, por
parte destes, culpa ou dolo.
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I – as associações;
II – as sociedades;

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TÍTULO III § 1º Tendo a pessoa jurídica diversos esta-


belecimentos em lugares diferentes, cada
Do Domicílio um deles será considerado domicílio para
os atos nele praticados.
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar
onde ela estabelece a sua residência com ânimo § 2º Se a administração, ou diretoria, tiver
definitivo. a sede no estrangeiro, haver-se-á por domi-
cílio da pessoa jurídica, no tocante às obri-
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diver- gações contraídas por cada uma das suas
sas residências, onde, alternadamente, viva, agências, o lugar do estabelecimento, sito
considerar-se-á domicílio seu qualquer delas. no Brasil, a que ela corresponder.
Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o
quanto às relações concernentes à profissão, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.
lugar onde esta é exercida.
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar pro- o do seu representante ou assistente; o do
fissão em lugares diversos, cada um deles servidor público, o lugar em que exercer
constituirá domicílio para as relações que permanentemente suas funções; o do mili-
lhe corresponderem. tar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da
Aeronáutica, a sede do comando a que se
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natu- encontrar imediatamente subordinado; o
ral, que não tenha residência habitual, o lugar do marítimo, onde o navio estiver matricu-
onde for encontrada. lado; e o do preso, o lugar em que cumprir
Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a re- a sentença.
sidência, com a intenção manifesta de o mudar. Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, ci-
Parágrafo único. A prova da intenção resul- tado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade
tará do que declarar a pessoa às municipa- sem designar onde tem, no país, o seu domicí-
lidades dos lugares, que deixa, e para onde lio, poderá ser demandado no Distrito Federal
vai, ou, se tais declarações não fizer, da pró- ou no último ponto do território brasileiro onde
pria mudança, com as circunstâncias que a o teve.
acompanharem. Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os con-
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio tratantes especificar domicílio onde se exerci-
é: tem e cumpram os direitos e obrigações deles
resultantes.
I – da União, o Distrito Federal;
II – dos Estados e Territórios, as respectivas
capitais;
III – do Município, o lugar onde funcione a
administração municipal;
IV – das demais pessoas jurídicas, o lugar
onde funcionarem as respectivas diretorias
e administrações, ou onde elegerem domi-
cílio especial no seu estatuto ou atos cons-
titutivos.

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LIVRO II II – os direitos reais sobre objetos móveis e
as ações correspondentes;
Dos Bens III – os direitos pessoais de caráter patrimo-
nial e respectivas ações.

TÍTULO ÚNICO Art. 84. Os materiais destinados a alguma cons-


trução, enquanto não forem empregados, con-
Das Diferentes Classes de Bens servam sua qualidade de móveis; readquirem
essa qualidade os provenientes da demolição
de algum prédio.
CAPÍTULO I Seção III
DOS BENS CONSIDERADOS DOS BENS FUNGÍVEIS
EM SI MESMOS E CONSUMÍVEIS
Seção I Art. 85. São fungíveis os móveis que podem
DOS BENS IMÓVEIS substituir-se por outros da mesma espécie, qua-
lidade e quantidade.
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto
se lhe incorporar natural ou artificialmente. Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo
uso importa destruição imediata da própria
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos substância, sendo também considerados tais os
legais: destinados à alienação.
I – os direitos reais sobre imóveis e as ações Seção IV
que os asseguram; DOS BENS DIVISÍVEIS
II – o direito à sucessão aberta.
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: fracionar sem alteração na sua substância, dimi-
nuição considerável de valor, ou prejuízo do uso
I – as edificações que, separadas do solo, a que se destinam.
mas conservando a sua unidade, forem re-
movidas para outro local; Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem
tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou
II – os materiais provisoriamente separados por vontade das partes.
de um prédio, para nele se reempregarem.
Seção V
Seção II
DOS BENS SINGULARES E COLETIVOS
DOS BENS MÓVEIS
Art. 89. São singulares os bens que, embora
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movi- reunidos, se consideram de per si, independen-
mento próprio, ou de remoção por força alheia, temente dos demais.
sem alteração da substância ou da destinação
econômico-social. Art. 90. Constitui universalidade de fato a plu-
ralidade de bens singulares que, pertinentes à
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos mesma pessoa, tenham destinação unitária.
legais:
Parágrafo único. Os bens que formam essa
I – as energias que tenham valor econômi- universalidade podem ser objeto de rela-
co; ções jurídicas próprias.

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Art. 91. Constitui universalidade de direito o CAPÍTULO III


complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, DOS BENS PÚBLICOS
dotadas de valor econômico.
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacio-
nal pertencentes às pessoas jurídicas de direito
CAPÍTULO II público interno; todos os outros são particula-
DOS BENS RECIPROCAMENTE res, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
CONSIDERADOS Art. 99. São bens públicos:
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, I – os de uso comum do povo, tais como
abstrata ou concretamente; acessório, aquele rios, mares, estradas, ruas e praças;
cuja existência supõe a do principal.
II – os de uso especial, tais como edifícios
Art. 93. São pertenças os bens que, não cons- ou terrenos destinados a serviço ou estabe-
tituindo partes integrantes, se destinam, de lecimento da administração federal, estadu-
modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao afor- al, territorial ou municipal, inclusive os de
moseamento de outro. suas autarquias;
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respei- III – os dominicais, que constituem o patri-
to ao bem principal não abrangem as pertenças, mônio das pessoas jurídicas de direito pú-
salvo se o contrário resultar da lei, da manifesta- blico, como objeto de direito pessoal, ou
ção de vontade, ou das circunstâncias do caso. real, de cada uma dessas entidades.
Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem Parágrafo único. Não dispondo a lei em
principal, os frutos e produtos podem ser obje- contrário, consideram-se dominicais os
to de negócio jurídico. bens pertencentes às pessoas jurídicas de
direito público a que se tenha dado estrutu-
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, ra de direito privado.
úteis ou necessárias.
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do
§ 1º São voluptuárias as de mero deleite ou povo e os de uso especial são inalienáveis, en-
recreio, que não aumentam o uso habitual quanto conservarem a sua qualificação, na for-
do bem, ainda que o tornem mais agradável ma que a lei determinar.
ou sejam de elevado valor.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem
§ 2º São úteis as que aumentam ou facili- ser alienados, observadas as exigências da lei.
tam o uso do bem.
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a
§ 3º São necessárias as que têm por fim usucapião.
conservar o bem ou evitar que se deteriore.
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode
Art. 97. Não se consideram benfeitorias os me- ser gratuito ou retribuído, conforme for estabe-
lhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem lecido legalmente pela entidade a cuja adminis-
sem a intervenção do proprietário, possuidor ou tração pertencerem.
detentor.

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TÍTULO VI Parágrafo único. Se o mandato for oneroso,
caberá ao mandatário a retribuição prevista
Das Várias Espécies De Contrato em lei ou no contrato. Sendo estes omissos,
será ela determinada pelos usos do lugar,
ou, na falta destes, por arbitramento.
CAPÍTULO X Art. 659. A aceitação do mandato pode ser táci-
DO MANDATO ta, e resulta do começo de execução.
Art. 660. O mandato pode ser especial a um ou
Seção I
mais negócios determinadamente, ou geral a
DISPOSIÇÕES GERAIS todos os do mandante.
Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém Art. 661. O mandato em termos gerais só confe-
recebe de outrem poderes para, em seu nome, re poderes de administração.
praticar atos ou administrar interesses. A procu-
ração é o instrumento do mandato. § 1º Para alienar, hipotecar, transigir, ou pra-
ticar outros quaisquer atos que exorbitem
Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas da administração ordinária, depende a pro-
para dar procuração mediante instrumento par- curação de poderes especiais e expressos.
ticular, que valerá desde que tenha a assinatura
do outorgante. § 2º O poder de transigir não importa o de
firmar compromisso.
§ 1º O instrumento particular deve conter a
indicação do lugar onde foi passado, a qua- Art. 662. Os atos praticados por quem não te-
lificação do outorgante e do outorgado, a nha mandato, ou o tenha sem poderes suficien-
data e o objetivo da outorga com a desig- tes, são ineficazes em relação àquele em cujo
nação e a extensão dos poderes conferidos. nome foram praticados, salvo se este os ratifi-
car.
§ 2º O terceiro com quem o mandatário tra-
tar poderá exigir que a procuração traga a Parágrafo único. A ratificação há de ser ex-
firma reconhecida. pressa, ou resultar de ato inequívoco, e re-
troagirá à data do ato.
Art. 655. Ainda quando se outorgue mandato
por instrumento público, pode substabelecer-se Art. 663. Sempre que o mandatário estipular
mediante instrumento particular. negócios expressamente em nome do mandan-
te, será este o único responsável; ficará, porém,
Art. 656. O mandato pode ser expresso ou táci- o mandatário pessoalmente obrigado, se agir
to, verbal ou escrito. no seu próprio nome, ainda que o negócio seja
de conta do mandante.
Art. 657. A outorga do mandato está sujeita à
forma exigida por lei para o ato a ser praticado. Art. 664. O mandatário tem o direito de reter,
Não se admite mandato verbal quando o ato do objeto da operação que lhe foi cometida,
deva ser celebrado por escrito. quanto baste para pagamento de tudo que lhe
for devido em conseqüência do mandato.
Art. 658. O mandato presume-se gratuito quan-
do não houver sido estipulada retribuição, ex- Art. 665. O mandatário que exceder os poderes
ceto se o seu objeto corresponder ao daqueles do mandato, ou proceder contra eles, será con-
que o mandatário trata por ofício ou profissão siderado mero gestor de negócios, enquanto o
lucrativa. mandante lhe não ratificar os atos.

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Art. 666. O maior de dezesseis e menor de dezoi- Art. 670. Pelas somas que devia entregar ao
to anos não emancipado pode ser mandatário, mandante ou recebeu para despesa, mas em-
mas o mandante não tem ação contra ele senão pregou em proveito seu, pagará o mandatário
de conformidade com as regras gerais, aplicáveis juros, desde o momento em que abusou.
às obrigações contraídas por menores.
Art. 671. Se o mandatário, tendo fundos ou cré-
Seção II dito do mandante, comprar, em nome próprio,
algo que devera comprar para o mandante, por
DAS OBRIGAÇÕES DO MANDATÁRIO
ter sido expressamente designado no mandato,
Art. 667. O mandatário é obrigado a aplicar toda terá este ação para obrigá-lo à entrega da coisa
sua diligência habitual na execução do mandato, comprada.
e a indenizar qualquer prejuízo causado por cul- Art. 672. Sendo dois ou mais os mandatários
pa sua ou daquele a quem substabelecer, sem nomeados no mesmo instrumento, qualquer
autorização, poderes que devia exercer pessoal- deles poderá exercer os poderes outorgados, se
mente. não forem expressamente declarados conjun-
§ 1º Se, não obstante proibição do man- tos, nem especificamente designados para atos
dante, o mandatário se fizer substituir na diferentes, ou subordinados a atos sucessivos.
execução do mandato, responderá ao seu Se os mandatários forem declarados conjuntos,
constituinte pelos prejuízos ocorridos sob a não terá eficácia o ato praticado sem interferên-
gerência do substituto, embora provenien- cia de todos, salvo havendo ratificação, que re-
tes de caso fortuito, salvo provando que o troagirá à data do ato.
caso teria sobrevindo, ainda que não tivesse Art. 673. O terceiro que, depois de conhecer os
havido substabelecimento. poderes do mandatário, com ele celebrar negó-
§ 2º Havendo poderes de substabelecer, só cio jurídico exorbitante do mandato, não tem
serão imputáveis ao mandatário os danos ação contra o mandatário, salvo se este lhe pro-
causados pelo substabelecido, se tiver agi- meteu ratificação do mandante ou se responsa-
do com culpa na escolha deste ou nas ins- bilizou pessoalmente.
truções dadas a ele. Art. 674. Embora ciente da morte, interdição ou
§ 3º Se a proibição de substabelecer constar mudança de estado do mandante, deve o man-
da procuração, os atos praticados pelo subs- datário concluir o negócio já começado, se hou-
tabelecido não obrigam o mandante, salvo ver perigo na demora.
ratificação expressa, que retroagirá à data
do ato. Seção III
DAS OBRIGAÇÕES DO MANDANTE
§ 4º Sendo omissa a procuração quanto ao
substabelecimento, o procurador será res- Art. 675. O mandante é obrigado a satisfazer
ponsável se o substabelecido proceder cul- todas as obrigações contraídas pelo mandatá-
posamente. rio, na conformidade do mandato conferido, e
adiantar a importância das despesas necessá-
Art. 668. O mandatário é obrigado a dar contas rias à execução dele, quando o mandatário lho
de sua gerência ao mandante, transferindo-lhe pedir.
as vantagens provenientes do mandato, por
qualquer título que seja. Art. 676. É obrigado o mandante a pagar ao
mandatário a remuneração ajustada e as despe-
Art. 669. O mandatário não pode compensar os sas da execução do mandato, ainda que o negó-
prejuízos a que deu causa com os proveitos que, cio não surta o esperado efeito, salvo tendo o
por outro lado, tenha granjeado ao seu consti- mandatário culpa.
tuinte.

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Art. 677. As somas adiantadas pelo mandatário, Art. 684. Quando a cláusula de irrevogabilidade
para a execução do mandato, vencem juros des- for condição de um negócio bilateral, ou tiver
de a data do desembolso. sido estipulada no exclusivo interesse do man-
datário, a revogação do mandato será ineficaz.
Art. 678. É igualmente obrigado o mandante a
ressarcir ao mandatário as perdas que este so- Art. 685. Conferido o mandato com a cláusula
frer com a execução do mandato, sempre que "em causa própria", a sua revogação não terá
não resultem de culpa sua ou de excesso de po- eficácia, nem se extinguirá pela morte de qual-
deres. quer das partes, ficando o mandatário dispensa-
do de prestar contas, e podendo transferir para
Art. 679. Ainda que o mandatário contrarie as si os bens móveis ou imóveis objeto do manda-
instruções do mandante, se não exceder os li- to, obedecidas as formalidades legais.
mites do mandato, ficará o mandante obrigado
para com aqueles com quem o seu procurador Art. 686. A revogação do mandato, notificada
contratou; mas terá contra este ação pelas per- somente ao mandatário, não se pode opor aos
das e danos resultantes da inobservância das terceiros que, ignorando-a, de boa-fé com ele
instruções. trataram; mas ficam salvas ao constituinte as
ações que no caso lhe possam caber contra o
Art. 680. Se o mandato for outorgado por duas procurador.
ou mais pessoas, e para negócio comum, cada
uma ficará solidariamente responsável ao man- Parágrafo único. É irrevogável o mandato
datário por todos os compromissos e efeitos do que contenha poderes de cumprimento ou
mandato, salvo direito regressivo, pelas quan- confirmação de negócios encetados, aos
tias que pagar, contra os outros mandantes. quais se ache vinculado.
Art. 681. O mandatário tem sobre a coisa de Art. 687. Tanto que for comunicada ao manda-
que tenha a posse em virtude do mandato, di- tário a nomeação de outro, para o mesmo ne-
reito de retenção, até se reembolsar do que no gócio, considerar-se-á revogado o mandato an-
desempenho do encargo despendeu. terior.

Seção IV Art. 688. A renúncia do mandato será comuni-


cada ao mandante, que, se for prejudicado pela
DA EXTINÇÃO DO MANDATO
sua inoportunidade, ou pela falta de tempo, a
Art. 682. Cessa o mandato: fim de prover à substituição do procurador, será
indenizado pelo mandatário, salvo se este pro-
I – pela revogação ou pela renúncia; var que não podia continuar no mandato sem
prejuízo considerável, e que não lhe era dado
II – pela morte ou interdição de uma das
substabelecer.
partes;
Art. 689. São válidos, a respeito dos contratan-
III – pela mudança de estado que inabilite o
tes de boa-fé, os atos com estes ajustados em
mandante a conferir os poderes, ou o man-
nome do mandante pelo mandatário, enquanto
datário para os exercer;
este ignorar a morte daquele ou a extinção do
IV – pelo término do prazo ou pela conclu- mandato, por qualquer outra causa.
são do negócio.
Art. 690. Se falecer o mandatário, pendente o
Art. 683. Quando o mandato contiver a cláusula negócio a ele cometido, os herdeiros, tendo ci-
de irrevogabilidade e o mandante o revogar, pa- ência do mandato, avisarão o mandante, e pro-
gará perdas e danos. videnciarão a bem dele, como as circunstâncias
exigirem.

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Art. 691. Os herdeiros, no caso do artigo ante- Parágrafo único. A nomeação deve constar
cedente, devem limitar-se às medidas conserva- de testamento ou de qualquer outro docu-
tórias, ou continuar os negócios pendentes que mento autêntico.
se não possam demorar sem perigo, regulando-
-se os seus serviços dentro desse limite, pelas Art. 1.730. É nula a nomeação de tutor pelo pai
mesmas normas a que os do mandatário estão ou pela mãe que, ao tempo de sua morte, não
sujeitos. tinha o poder familiar.
Art. 1.731. Em falta de tutor nomeado pelos
Seção V pais incumbe a tutela aos parentes consangüí-
DO MANDATO JUDICIAL neos do menor, por esta ordem:
Art. 692. O mandato judicial fica subordinado às I – aos ascendentes, preferindo o de grau
normas que lhe dizem respeito, constantes da mais próximo ao mais remoto;
legislação processual, e, supletivamente, às es-
tabelecidas neste Código. II – aos colaterais até o terceiro grau, prefe-
rindo os mais próximos aos mais remotos,
e, no mesmo grau, os mais velhos aos mais
moços; em qualquer dos casos, o juiz esco-
LIVRO IV lherá entre eles o mais apto a exercer a tu-
tela em benefício do menor.
Do Direito de Família
Art. 1.732. O juiz nomeará tutor idôneo e resi-
dente no domicílio do menor:
TÍTULO IV
I – na falta de tutor testamentário ou legí-
Da Tutela, da Curatela e timo;
da Tomada de Decisão Apoiada II – quando estes forem excluídos ou escu-
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) sados da tutela;
III – quando removidos por não idôneos o
tutor legítimo e o testamentário.
CAPÍTULO I Art. 1.733. Aos irmãos órfãos dar-se-á um só tu-
DA TUTELA tor.

Seção I § 1º No caso de ser nomeado mais de um


tutor por disposição testamentária sem in-
DOS TUTORES dicação de precedência, entende-se que a
Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tu- tutela foi cometida ao primeiro, e que os
tela: outros lhe sucederão pela ordem de nome-
ação, se ocorrer morte, incapacidade, escu-
I – com o falecimento dos pais, ou sendo es- sa ou qualquer outro impedimento.
tes julgados ausentes;
§ 2º Quem institui um menor herdeiro, ou
II – em caso de os pais decaírem do poder legatário seu, poderá nomear-lhe curador
familiar. especial para os bens deixados, ainda que o
beneficiário se encontre sob o poder fami-
Art. 1.729. O direito de nomear tutor compete
liar, ou tutela.
aos pais, em conjunto.

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Art. 1.734. As crianças e os adolescentes cujos III – aqueles que tiverem sob sua autorida-
pais forem desconhecidos, falecidos ou que ti- de mais de três filhos;
verem sido suspensos ou destituídos do poder
familiar terão tutores nomeados pelo Juiz ou IV – os impossibilitados por enfermidade;
serão incluídos em programa de colocação fa- V – aqueles que habitarem longe do lugar
miliar, na forma prevista pela Lei n o 8.069, de onde se haja de exercer a tutela;
13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do
Adolescente. (Redação dada pela Lei nº 12.010, VI – aqueles que já exercerem tutela ou
de 2009) Vigência curatela;

Seção II VII – militares em serviço.


DOS INCAPAZES DE Art. 1.737. Quem não for parente do menor não
EXERCER A TUTELA poderá ser obrigado a aceitar a tutela, se hou-
ver no lugar parente idôneo, consangüíneo ou
Art. 1.735. Não podem ser tutores e serão exo- afim, em condições de exercê-la.
nerados da tutela, caso a exerçam:
Art. 1.738. A escusa apresentar-se-á nos dez
I – aqueles que não tiverem a livre adminis- dias subseqüentes à designação, sob pena de
tração de seus bens; entender-se renunciado o direito de alegá-la; se
o motivo escusatório ocorrer depois de aceita a
II – aqueles que, no momento de lhes ser tutela, os dez dias contar-se-ão do em que ele
deferida a tutela, se acharem constituídos sobrevier.
em obrigação para com o menor, ou tive-
rem que fazer valer direitos contra este, e Art. 1.739. Se o juiz não admitir a escusa, exer-
aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tive- cerá o nomeado a tutela, enquanto o recurso
rem demanda contra o menor; interposto não tiver provimento, e responderá
desde logo pelas perdas e danos que o menor
III – os inimigos do menor, ou de seus pais, venha a sofrer.
ou que tiverem sido por estes expressamen-
te excluídos da tutela; Seção IV
IV – os condenados por crime de furto, rou- DO EXERCÍCIO DA TUTELA
bo, estelionato, falsidade, contra a família
ou os costumes, tenham ou não cumprido Art. 1.740. Incumbe ao tutor, quanto à pessoa
pena; do menor:

V – as pessoas de mau procedimento, ou fa- I – dirigir-lhe a educação, defendê-lo e pres-


lhas em probidade, e as culpadas de abuso tar-lhe alimentos, conforme os seus haveres
em tutorias anteriores; e condição;

VI – aqueles que exercerem função pública II – reclamar do juiz que providencie, como
incompatível com a boa administração da houver por bem, quando o menor haja mis-
tutela. ter correção;
III – adimplir os demais deveres que nor-
Seção III malmente cabem aos pais, ouvida a opinião
DA ESCUSA DOS TUTORES do menor, se este já contar doze anos de
idade.
Art. 1.736. Podem escusar-se da tutela:
I – mulheres casadas;
II – maiores de sessenta anos;

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Art. 1.741. Incumbe ao tutor, sob a inspeção do III – fazer-lhe as despesas de subsistência
juiz, administrar os bens do tutelado, em pro- e educação, bem como as de administra-
veito deste, cumprindo seus deveres com zelo ção, conservação e melhoramentos de seus
e boa-fé. bens;
Art. 1.742. Para fiscalização dos atos do tutor, IV – alienar os bens do menor destinados a
pode o juiz nomear um protutor. venda;
Art. 1.743. Se os bens e interesses administra- V – promover-lhe, mediante preço conve-
tivos exigirem conhecimentos técnicos, forem niente, o arrendamento de bens de raiz.
complexos, ou realizados em lugares distantes
do domicílio do tutor, poderá este, mediante Art. 1.748. Compete também ao tutor, com au-
aprovação judicial, delegar a outras pessoas físi- torização do juiz:
cas ou jurídicas o exercício parcial da tutela. I – pagar as dívidas do menor;
Art. 1.744. A responsabilidade do juiz será: II – aceitar por ele heranças, legados ou do-
I – direta e pessoal, quando não tiver nome- ações, ainda que com encargos;
ado o tutor, ou não o houver feito oportu- III – transigir;
namente;
IV – vender-lhe os bens móveis, cuja con-
II – subsidiária, quando não tiver exigido ga- servação não convier, e os imóveis nos ca-
rantia legal do tutor, nem o removido, tanto sos em que for permitido;
que se tornou suspeito.
V – propor em juízo as ações, ou nelas assis-
Art. 1.745. Os bens do menor serão entregues tir o menor, e promover todas as diligências
ao tutor mediante termo especificado deles e a bem deste, assim como defendê-lo nos
seus valores, ainda que os pais o tenham dis- pleitos contra ele movidos.
pensado.
Parágrafo único. No caso de falta de autori-
Parágrafo único. Se o patrimônio do menor zação, a eficácia de ato do tutor depende da
for de valor considerável, poderá o juiz con- aprovação ulterior do juiz.
dicionar o exercício da tutela à prestação de
caução bastante, podendo dispensá-la se o Art. 1.749. Ainda com a autorização judicial,
tutor for de reconhecida idoneidade. não pode o tutor, sob pena de nulidade:

Art. 1.746. Se o menor possuir bens, será sus- I – adquirir por si, ou por interposta pessoa,
tentado e educado a expensas deles, arbitrando mediante contrato particular, bens móveis
o juiz para tal fim as quantias que lhe pareçam ou imóveis pertencentes ao menor;
necessárias, considerado o rendimento da for-
II – dispor dos bens do menor a título gra-
tuna do pupilo quando o pai ou a mãe não as
tuito;
houver fixado.
III – constituir-se cessionário de crédito ou
Art. 1.747. Compete mais ao tutor:
de direito, contra o menor.
I – representar o menor, até os dezesseis
Art. 1.750. Os imóveis pertencentes aos me-
anos, nos atos da vida civil, e assisti-lo, após
nores sob tutela somente podem ser vendidos
essa idade, nos atos em que for parte;
quando houver manifesta vantagem, mediante
II – receber as rendas e pensões do menor, prévia avaliação judicial e aprovação do juiz.
e as quantias a ele devidas;

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Art. 1.751. Antes de assumir a tutela, o tutor de- Art. 1.754. Os valores que existirem em estabe-
clarará tudo o que o menor lhe deva, sob pena lecimento bancário oficial, na forma do artigo
de não lhe poder cobrar, enquanto exerça a tu- antecedente, não se poderão retirar, senão me-
toria, salvo provando que não conhecia o débito diante ordem do juiz, e somente:
quando a assumiu.
I – para as despesas com o sustento e edu-
Art. 1.752. O tutor responde pelos prejuízos cação do tutelado, ou a administração de
que, por culpa, ou dolo, causar ao tutelado; mas seus bens;
tem direito a ser pago pelo que realmente des-
pender no exercício da tutela, salvo no caso do II – para se comprarem bens imóveis e títu-
art. 1.734, e a perceber remuneração propor- los, obrigações ou letras, nas condições pre-
cional à importância dos bens administrados. vistas no § 1º do artigo antecedente;
§ 1º Ao protutor será arbitrada uma gratifi- III – para se empregarem em conformidade
cação módica pela fiscalização efetuada. com o disposto por quem os houver doado,
ou deixado;
§ 2º São solidariamente responsáveis pelos
prejuízos as pessoas às quais competia fis- IV – para se entregarem aos órfãos, quando
calizar a atividade do tutor, e as que concor- emancipados, ou maiores, ou, mortos eles,
reram para o dano. aos seus herdeiros.

Seção V Seção VI
DOS BENS DO TUTELADO DA PRESTAÇÃO DE CONTAS
Art. 1.753. Os tutores não podem conservar em Art. 1.755. Os tutores, embora o contrário tives-
seu poder dinheiro dos tutelados, além do ne- sem disposto os pais dos tutelados, são obriga-
cessário para as despesas ordinárias com o seu dos a prestar contas da sua administração.
sustento, a sua educação e a administração de
seus bens. Art. 1.756. No fim de cada ano de administra-
ção, os tutores submeterão ao juiz o balanço
§ 1º Se houver necessidade, os objetos de respectivo, que, depois de aprovado, se anexará
ouro e prata, pedras preciosas e móveis aos autos do inventário.
serão avaliados por pessoa idônea e, após
autorização judicial, alienados, e o seu pro- Art. 1.757. Os tutores prestarão contas de dois
duto convertido em títulos, obrigações e le- em dois anos, e também quando, por qualquer
tras de responsabilidade direta ou indireta motivo, deixarem o exercício da tutela ou toda
da União ou dos Estados, atendendo-se pre- vez que o juiz achar conveniente.
ferentemente à rentabilidade, e recolhidos
Parágrafo único. As contas serão prestadas
ao estabelecimento bancário oficial ou apli-
em juízo, e julgadas depois da audiência dos
cado na aquisição de imóveis, conforme for
interessados, recolhendo o tutor imediata-
determinado pelo juiz.
mente a estabelecimento bancário oficial os
§ 2º O mesmo destino previsto no parágrafo saldos, ou adquirindo bens imóveis, ou títu-
antecedente terá o dinheiro proveniente de los, obrigações ou letras, na forma do § 1º
qualquer outra procedência. do art. 1.753.
§ 3º Os tutores respondem pela demora na Art. 1.758. Finda a tutela pela emancipação ou
aplicação dos valores acima referidos, pa- maioridade, a quitação do menor não produzi-
gando os juros legais desde o dia em que rá efeito antes de aprovadas as contas pelo juiz,
deveriam dar esse destino, o que não os exi- subsistindo inteira, até então, a responsabilida-
me da obrigação, que o juiz fará efetiva, da de do tutor.
referida aplicação.

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Art. 1.759. Nos casos de morte, ausência, ou in- CAPÍTULO II


terdição do tutor, as contas serão prestadas por DA CURATELA
seus herdeiros ou representantes.
Art. 1.760. Serão levadas a crédito do tutor to- Seção I
das as despesas justificadas e reconhecidamen- DOS INTERDITOS
te proveitosas ao menor.
Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela:
Art. 1.761. As despesas com a prestação das
contas serão pagas pelo tutelado. I – aqueles que, por causa transitória ou
permanente, não puderem exprimir sua
Art. 1.762. O alcance do tutor, bem como o vontade; (Redação dada pela Lei nº 13.146,
saldo contra o tutelado, são dívidas de valor e de 2015) (Vigência)
vencem juros desde o julgamento definitivo das
contas. II – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência)
Seção VII
III – os ébrios habituais e os viciados em tó-
DA CESSAÇÃO DA TUTELA xico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
Art. 1.763. Cessa a condição de tutelado: 2015) (Vigência)

I – com a maioridade ou a emancipação do IV – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº


menor; 13.146, de 2015) (Vigência)

II – ao cair o menor sob o poder familiar, no V – os pródigos.


caso de reconhecimento ou adoção. Art. 1.768. (Revogado pela Lei n º 13.105, de
Art. 1.764. Cessam as funções do tutor: 2015) (Vigência)

I – ao expirar o termo, em que era obrigado Art. 1.769. (Revogado pela Lei n º 13.105, de
a servir; 2015) (Vigência)

II – ao sobrevir escusa legítima; Art. 1.770. (Revogado pela Lei n º 13.105, de


2015) (Vigência)
III – ao ser removido.
Art. 1.771. (Revogado pela Lei n º 13.105, de
Art. 1.765. O tutor é obrigado a servir por espa- 2015) (Vigência)
ço de dois anos.
Art. 1.772. (Revogado pela Lei n º 13.105, de
Parágrafo único. Pode o tutor continuar no 2015) (Vigência)
exercício da tutela, além do prazo previsto
neste artigo, se o quiser e o juiz julgar con- Art. 1.773. (Revogado pela Lei n º 13.105, de
veniente ao menor. 2015) (Vigência)

Art. 1.766. Será destituído o tutor, quando ne- Art. 1.774. Aplicam-se à curatela as disposições
gligente, prevaricador ou incurso em incapaci- concernentes à tutela, com as modificações dos
dade. artigos seguintes.
Art. 1.775. O cônjuge ou companheiro, não se-
parado judicialmente ou de fato, é, de direito,
curador do outro, quando interdito.

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§ 1º Na falta do cônjuge ou companheiro, Seção III
é curador legítimo o pai ou a mãe; na falta DO EXERCÍCIO DA CURATELA
destes, o descendente que se demonstrar
mais apto. Art. 1.781. As regras a respeito do exercício da
§ 2º Entre os descendentes, os mais próxi- tutela aplicam-se ao da curatela, com a restri-
mos precedem aos mais remotos. ção do art. 1.772 e as desta Seção.

§ 3º Na falta das pessoas mencionadas nes- Art. 1.782. A interdição do pródigo só o privará
te artigo, compete ao juiz a escolha do cura- de, sem curador, emprestar, transigir, dar qui-
dor. tação, alienar, hipotecar, demandar ou ser de-
mandado, e praticar, em geral, os atos que não
Art. 1.775-A. Na nomeação de curador para a sejam de mera administração.
pessoa com deficiência, o juiz poderá estabele-
cer curatela compartilhada a mais de uma pes- Art. 1.783. Quando o curador for o cônjuge e o
soa. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vi- regime de bens do casamento for de comunhão
gência) universal, não será obrigado à prestação de con-
tas, salvo determinação judicial.
Art. 1.776. (Revogado pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)
Art. 1.777. As pessoas referidas no inciso I do CAPÍTULO III
art. 1.767 receberão todo o apoio necessário DA TOMADA DE DECISÃO APOIADA
para ter preservado o direito à convivência fami-
liar e comunitária, sendo evitado o seu recolhi- (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
mento em estabelecimento que os afaste desse Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o
convívio. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de processo pelo qual a pessoa com deficiência ele-
2015) (Vigência) ge pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as
Art. 1.778. A autoridade do curador estende-se quais mantenha vínculos e que gozem de sua
à pessoa e aos bens dos filhos do curatelado, confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de
observado o art. 5º. decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes
os elementos e informações necessários para
Seção II que possa exercer sua capacidade. (Incluído
DA CURATELA DO NASCITURO E pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
DO ENFERMO OU PORTADOR DE § 1º Para formular pedido de tomada de de-
DEFICIÊNCIA FÍSICA cisão apoiada, a pessoa com deficiência e
os apoiadores devem apresentar termo em
Art. 1.779. Dar-se-á curador ao nascituro, se o que constem os limites do apoio a ser ofe-
pai falecer estando grávida a mulher, e não ten- recido e os compromissos dos apoiadores,
do o poder familiar. inclusive o prazo de vigência do acordo e o
respeito à vontade, aos direitos e aos inte-
Parágrafo único. Se a mulher estiver interdi- resses da pessoa que devem apoiar. (Inclu-
ta, seu curador será o do nascituro. ído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 1.780. (Revogado pela Lei nº 13.146, de § 2º O pedido de tomada de decisão apoia-
2015) (Vigência) da será requerido pela pessoa a ser apoia-
da, com indicação expressa das pessoas ap-
tas a prestarem o apoio previsto no caput
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)

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§ 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido § 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a ex-
de tomada de decisão apoiada, o juiz, assis- clusão de sua participação do processo de
tido por equipe multidisciplinar, após oitiva tomada de decisão apoiada, sendo seu des-
do Ministério Público, ouvirá pessoalmente ligamento condicionado à manifestação do
o requerente e as pessoas que lhe prestarão juiz sobre a matéria. (Incluído pela Lei nº
apoio. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) 13.146, de 2015) (Vigência)
(Vigência)
§ 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoia-
§ 4º A decisão tomada por pessoa apoiada da, no que couber, as disposições referentes
terá validade e efeitos sobre terceiros, sem à prestação de contas na curatela. (Incluído
restrições, desde que esteja inserida nos li- pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
mites do apoio acordado. (Incluído pela Lei
nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada
mantenha relação negocial pode solicitar
que os apoiadores contra-assinem o con-
trato ou acordo, especificando, por escrito,
sua função em relação ao apoiado. (Incluído
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 6º Em caso de negócio jurídico que possa
trazer risco ou prejuízo relevante, haven-
do divergência de opiniões entre a pessoa
apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz,
ouvido o Ministério Público, decidir sobre
a questão. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)
§ 7º Se o apoiador agir com negligência,
exercer pressão indevida ou não adimplir
as obrigações assumidas, poderá a pessoa
apoiada ou qualquer pessoa apresentar de-
núncia ao Ministério Público ou ao juiz. (In-
cluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigên-
cia)
§ 8º Se procedente a denúncia, o juiz desti-
tuirá o apoiador e nomeará, ouvida a pes-
soa apoiada e se for de seu interesse, outra
pessoa para prestação de apoio. (Incluído
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer
tempo, solicitar o término de acordo fir-
mado em processo de tomada de decisão
apoiada. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)

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