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-Direito Civil-
será regulada por legislação especial. (Redação
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades
declararem ou reconhecerem a filiação; lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
III - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias
à administração da justiça ou à manutenção da
CAPÍTULO II
ordem pública, a divulgação de escritos, a
Dos Direitos da Personalidade transmissão da palavra, ou a publicação, a
exposição ou a utilização da imagem de uma
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e
lei, os direitos da personalidade são sem prejuízo da indenização que couber, se lhe
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade,
seu exercício sofrer limitação voluntária. ou se se destinarem a fins comerciais. (Vide ADIN
4815)
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou
a lesão, a direito da personalidade, e reclamar Parágrafo único. Em se tratando de morto ou
perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções de ausente, são partes legítimas para requerer essa
previstas em lei. proteção o cônjuge, os ascendentes ou os
descendentes.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá
legitimação para requerer a medida prevista neste Art. 21. A vida privada da pessoa natural é
artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado,
em linha reta, ou colateral até o quarto grau. adotará as providências necessárias para impedir ou
fazer cessar ato contrário a esta norma. (Vide
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ADIN 4815)
ato de disposição do próprio corpo, quando
importar diminuição permanente da integridade CAPÍTULO III
física, ou contrariar os bons costumes.
Da Ausência
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo
será admitido para fins de transplante, na forma Seção I
estabelecida em lei especial.
Da Curadoria dos Bens do Ausente
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do
altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo,
seu domicílio sem dela haver notícia, se não
no todo ou em parte, para depois da morte.
houver deixado representante ou procurador a
quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a
requerimento de qualquer interessado ou do IV - os credores de obrigações vencidas e não
Ministério Público, declarará a ausência, e pagas.
nomear-lhe-á curador.
Art. 28. A sentença que determinar a abertura
Art. 23. Também se declarará a ausência, da sucessão provisória só produzirá efeito cento e
e se nomeará curador, quando o ausente oitenta dias depois de publicada pela imprensa;
deixar mandatário que não queira ou não mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à
possa exercer ou continuar o mandato, ou se abertura do testamento, se houver, e ao inventário e
os seus poderes forem insuficientes. partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.
Art. 37. Dez anos depois de passada em V - as demais entidades de caráter público
julgado a sentença que concede a abertura da criadas por lei.
sucessão provisória, poderão os interessados
requerer a sucessão definitiva e o Parágrafo único. Salvo disposição em
levantamento das cauções prestadas. contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a
que se tenha dado estrutura de direito privado,
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão regem-se, no que couber, quanto ao seu
definitiva, também, provando-se que o funcionamento, pelas normas deste Código.
ausente conta oitenta anos de idade, e que de
cinco datam as últimas notícias dele. Art. 42. São pessoas jurídicas de direito
público externo os Estados estrangeiros e todas as
Art. 39. Regressando o ausente nos dez pessoas que forem regidas pelo direito
anos seguintes à abertura da sucessão internacional público.
definitiva, ou algum de seus descendentes ou
ascendentes, aquele ou estes haverão só os Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público
bens existentes no estado em que se interno são civilmente responsáveis por atos dos
acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o seus agentes que nessa qualidade causem danos a
terceiros, ressalvado direito regressivo contra os I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de
causadores do dano, se houver, por parte destes, duração e o fundo social, quando houver;
culpa ou dolo.
II - o nome e a individualização dos
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito fundadores ou instituidores, e dos diretores;
privado:
III - o modo por que se administra e
I - as associações; representa, ativa e passivamente, judicial e
extrajudicialmente;
II - as sociedades;
IV - se o ato constitutivo é reformável no
III - as fundações. tocante à administração, e de que modo;
VI - (Revogado pela Lei nº 14.382, de Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos
2022) administradores, exercidos nos limites de seus
poderes definidos no ato constitutivo.
§ 1º São livres a criação, a organização, a
estruturação interna e o funcionamento das Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver
organizações religiosas, sendo vedado ao poder administração coletiva, as decisões se tomarão pela
público negar-lhes reconhecimento ou registro dos maioria de votos dos presentes, salvo se o ato
atos constitutivos e necessários ao seu constitutivo dispuser de modo diverso.
funcionamento. (Incluído pela Lei nº 10.825, de
22.12.2003) Parágrafo único. Decai em três anos o direito
de anular as decisões a que se refere este artigo,
§ 2º As disposições concernentes às quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas
associações aplicam-se subsidiariamente às de erro, dolo, simulação ou fraude.
sociedades que são objeto do Livro II da Parte
Especial deste Código. (Incluído pela Lei nº Art. 48-A. As pessoas jurídicas de direito
10.825, de 22.12.2003) privado, sem prejuízo do previsto em legislação
especial e em seus atos constitutivos, poderão
§ 3º Os partidos políticos serão organizados e realizar suas assembleias gerais por meio
funcionarão conforme o disposto em lei específica. eletrônico, inclusive para os fins do disposto no art.
(Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) 59 deste Código, respeitados os direitos previstos
de participação e de manifestação. (Incluído pela
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas
Lei nº 14.382, de 2022)
jurídicas de direito privado com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro, precedida, Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica
quando necessário, de autorização ou aprovação do vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer
Poder Executivo, averbando-se no registro todas as interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.
alterações por que passar o ato constitutivo.
Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde
Parágrafo único. Decai em três anos o direito com os seus sócios, associados, instituidores ou
de anular a constituição das pessoas jurídicas de administradores. (Incluído pela Lei nº 13.874, de
direito privado, por defeito do ato respectivo, 2019)
contado o prazo da publicação de sua inscrição no
registro. Parágrafo único. A autonomia patrimonial
das pessoas jurídicas é um instrumento lícito
Art. 46. O registro declarará: de alocação e segregação de riscos,
estabelecido pela lei com a finalidade de
estimular empreendimentos, para a geração § 5º Não constitui desvio de finalidade a
de empregos, tributo, renda e inovação em mera expansão ou a alteração da finalidade
benefício de todos. original da atividade econômica específica da
pessoa jurídica. (Incluído pela Lei nº 13.874,
Art. 50. Em caso de abuso da de 2019)
personalidade jurídica, caracterizado pelo
desvio de finalidade ou pela confusão Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa
patrimonial, pode o juiz, a requerimento da jurídica ou cassada a autorização para seu
parte, ou do Ministério Público quando lhe funcionamento, ela subsistirá para os fins de
couber intervir no processo, desconsiderá-la liquidação, até que esta se conclua.
para que os efeitos de certas e determinadas
relações de obrigações sejam estendidos aos § 1º Far-se-á, no registro onde a pessoa
bens particulares de administradores ou de
jurídica estiver inscrita, a averbação de sua
sócios da pessoa jurídica beneficiados direta
dissolução.
ou indiretamente pelo abuso. (Redação dada
pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 2º As disposições para a liquidação das
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, sociedades aplicam-se, no que couber, às demais
desvio de finalidade é a utilização da pessoa pessoas jurídicas de direito privado.
jurídica com o propósito de lesar credores e
para a prática de atos ilícitos de qualquer § 3º Encerrada a liquidação, promover-se-á o
natureza. (Incluído pela Lei nº 13.874, de cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.
2019)
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que
§ 2º Entende-se por confusão patrimonial couber, a proteção dos direitos da personalidade.
a ausência de separação de fato entre os
patrimônios, caracterizada por: (Incluído pela CAPÍTULO II
Lei nº 13.874, de 2019)
DAS ASSOCIAÇÕES
I - cumprimento repetitivo pela sociedade
Art. 53. Constituem-se as associações pela
de obrigações do sócio ou do administrador
união de pessoas que se organizem para fins não
ou vice-versa; (Incluído pela Lei nº 13.874, de
econômicos.
2019)
Parágrafo único. Não há, entre os associados,
II - transferência de ativos ou de passivos
direitos e obrigações recíprocos.
sem efetivas contraprestações, exceto os de
valor proporcionalmente insignificante; e Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das
(Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) associações conterá:
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a
ser alienados, observadas as exigências da lei. cláusula de não valer sem instrumento público, este
é da substância do ato.
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a
usucapião. Art. 110. A manifestação de vontade subsiste
ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de
Art. 103. O uso comum dos bens públicos não querer o que manifestou, salvo se dela o
pode ser gratuito ou retribuído, conforme for destinatário tinha conhecimento.
estabelecido legalmente pela entidade a cuja
administração pertencerem. Art. 111. O silêncio importa anuência, quando
as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não
LIVRO III for necessária a declaração de vontade expressa.
III - corresponder à boa-fé; (Incluído pela Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a
Lei nº 13.874, de 2019) contar da conclusão do negócio ou da cessação da
incapacidade, o prazo de decadência para
IV - for mais benéfico à parte que não
pleitear-se a anulação prevista neste artigo.
redigiu o dispositivo, se identificável; e
(Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) Art. 120. Os requisitos e os efeitos da
representação legal são os estabelecidos nas normas
V - corresponder a qual seria a razoável
respectivas; os da representação voluntária são os
negociação das partes sobre a questão
da Parte Especial deste Código.
discutida, inferida das demais disposições do
negócio e da racionalidade econômica das CAPÍTULO III
partes, consideradas as informações
disponíveis no momento de sua celebração. Da Condição, do Termo e do Encargo
(Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
Art. 121. Considera-se condição a cláusula
§ 2º As partes poderão livremente que, derivando exclusivamente da vontade das
pactuar regras de interpretação, de partes, subordina o efeito do negócio jurídico a
preenchimento de lacunas e de integração evento futuro e incerto.
dos negócios jurídicos diversas daquelas
previstas em lei. (Incluído pela Lei nº 13.874, Art. 122. São lícitas, em geral, todas as
de 2019) condições não contrárias à lei, à ordem pública ou
aos bons costumes; entre as condições defesas se
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a incluem as que privarem de todo efeito o negócio
renúncia interpretam-se estritamente. jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma
das partes.
CAPÍTULO II
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que
Da Representação lhes são subordinados:
o CAPÍTULO V
§ 1 Igual direito assiste aos credores cuja
garantia se tornar insuficiente. Da Invalidade do Negócio Jurídico
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; Art. 172. O negócio anulável pode ser
confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou
proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. Art. 173. O ato de confirmação deve conter a
substância do negócio celebrado e a vontade
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, expressa de mantê-lo.
mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma. Art. 174. É escusada a confirmação expressa,
quando o negócio já foi cumprido em parte pelo
o devedor, ciente do vício que o inquinava.
§1 Haverá simulação nos negócios jurídicos
quando: Art. 175. A confirmação expressa, ou a
execução voluntária de negócio anulável, nos
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a
termos dos arts. 172 a 174, importa a extinção de
pessoas diversas daquelas às quais realmente se
todas as ações, ou exceções, de que contra ele
conferem, ou transmitem;
dispusesse o devedor.
II - contiverem declaração, confissão, condição
Art. 176. Quando a anulabilidade do ato
ou cláusula não verdadeira;
resultar da falta de autorização de terceiro, será
III - os instrumentos particulares forem validado se este a der posteriormente.
antedatados, ou pós-datados.
Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes
o de julgada por sentença, nem se pronuncia de
§2 Ressalvam-se os direitos de terceiros de ofício; só os interessados a podem alegar, e
boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo
simulado. o caso de solidariedade ou indivisibilidade.
Art. 168. As nulidades dos artigos Art. 178. É de quatro anos o prazo de
antecedentes podem ser alegadas por qualquer decadência para pleitear-se a anulação do negócio
interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe jurídico, contado:
couber intervir.
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
Parágrafo único. As nulidades devem ser
pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do II - no de erro, dolo, fraude contra credores,
negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar estado de perigo ou lesão, do dia em que se
provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda realizou o negócio jurídico;
que a requerimento das partes.
III - no de atos de incapazes, do dia em que
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é cessar a incapacidade.
suscetível de confirmação, nem convalesce pelo
Art. 179. Quando a lei dispuser que
decurso do tempo.
determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo
Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a
contiver os requisitos de outro, subsistirá este contar da data da conclusão do ato.
quando o fim a que visavam as partes permitir
Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito
supor que o teriam querido, se houvessem previsto
anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação,
a nulidade.
invocar a sua idade se dolosamente a ocultou
Art. 171. Além dos casos expressamente quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de
declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: obrigar-se, declarou-se maior.
I - por incapacidade relativa do agente; Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por
uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, se não
provar que reverteu em proveito dele a importância TÍTULO IV
paga.
Da Prescrição e da Decadência
Art. 182. Anulado o negócio jurídico,
restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele CAPÍTULO I
se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão
Da Prescrição
indenizadas com o equivalente.
Seção I
Art. 183. A invalidade do instrumento não
induz a do negócio jurídico sempre que este puder Disposições Gerais
provar-se por outro meio.
Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos
invalidade parcial de um negócio jurídico não o prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
prejudicará na parte válida, se esta for separável; a
invalidade da obrigação principal implica a das Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo
obrigações acessórias, mas a destas não induz a da em que a pretensão.
obrigação principal.
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser
TÍTULO II expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem
prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se
Dos Atos Jurídicos Lícitos consumar; tácita é a renúncia quando se presume de
fatos do interessado, incompatíveis com a
Art. 185. Aos atos jurídicos lícitos, que não
prescrição.
sejam negócios jurídicos, aplicam-se, no que
couber, as disposições do Título anterior. Art. 192. Os prazos de prescrição não podem
ser alterados por acordo das partes.
TÍTULO III
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em
Dos Atos Ilícitos
qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão aproveita.
voluntária, negligência ou imprudência, violar
Art. 194. (Revogado pela Lei nº 11.280, de
direito e causar dano a outrem, ainda que
2006)
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 195. Os relativamente incapazes e as
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular
pessoas jurídicas têm ação contra os seus
de um direito que, ao exercê-lo, excede
assistentes ou representantes legais, que derem
manifestamente os limites impostos pelo seu fim
causa à prescrição, ou não a alegarem
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons
oportunamente.
costumes.
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
pessoa continua a correr contra o seu sucessor.
I - os praticados em legítima defesa ou no
Seção II
exercício regular de um direito reconhecido;
Das Causas que Impedem ou Suspendem a
II - a deterioração ou destruição da coisa
Prescrição
alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo
iminente. Art. 197. Não corre a prescrição:
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato I - entre os cônjuges, na constância da
será legítimo somente quando as circunstâncias o sociedade conjugal;
tornarem absolutamente necessário, não excedendo
os limites do indispensável para a remoção do II - entre ascendentes e descendentes, durante
perigo. o poder familiar;
III - entre tutelados ou curatelados e seus Parágrafo único. A prescrição interrompida
tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela. recomeça a correr da data do ato que a interrompeu,
ou do último ato do processo para a interromper.
Art. 198. Também não corre a prescrição:
Art. 203. A prescrição pode ser interrompida
o por qualquer interessado.
I - contra os incapazes de que trata o art. 3 ;
Art. 204. A interrupção da prescrição por um
II - contra os ausentes do País em serviço
credor não aproveita aos outros; semelhantemente,
público da União, dos Estados ou dos Municípios;
a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu
III - contra os que se acharem servindo nas herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.
Forças Armadas, em tempo de guerra.
o
§ 1 A interrupção por um dos credores
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:
solidários aproveita aos outros; assim como a
I - pendendo condição suspensiva; interrupção efetuada contra o devedor solidário
envolve os demais e seus herdeiros.
II - não estando vencido o prazo;
o
§ 2 A interrupção operada contra um dos
III - pendendo ação de evicção.
herdeiros do devedor solidário não prejudica os
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que outros herdeiros ou devedores, senão quando se
deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a trate de obrigações e direitos indivisíveis.
prescrição antes da respectiva sentença definitiva.
o
§ 3 A interrupção produzida contra o
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de
principal devedor prejudica o fiador.
um dos credores solidários, só aproveitam os outros
se a obrigação for indivisível. Seção IV
Seção III Dos Prazos da Prescrição
Das Causas que Interrompem a Prescrição Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos,
quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
Art. 202. A interrupção da prescrição, que
somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: Art. 206. Prescreve:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente,
o
que ordenar a citação, se o interessado a promover §1 Em um ano:
no prazo e na forma da lei processual;
I - a pretensão dos hospedeiros ou
II - por protesto, nas condições do inciso fornecedores de víveres destinados a consumo no
antecedente; próprio estabelecimento, para o pagamento da
hospedagem ou dos alimentos;
III - por protesto cambial;
II - a pretensão do segurado contra o
IV - pela apresentação do título de crédito em segurador, ou a deste contra aquele, contado o
juízo de inventário ou em concurso de credores; prazo:
V - por qualquer ato judicial que constitua em a) para o segurado, no caso de seguro de
mora o devedor; responsabilidade civil, da data em que é citado para
responder à ação de indenização proposta pelo
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que
terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza,
extrajudicial, que importe reconhecimento do
com a anuência do segurador;
direito pelo devedor.
b) quanto aos demais seguros, da ciência do
fato gerador da pretensão;
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da c) para os liquidantes, da primeira assembléia
justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos, semestral posterior à violação;
pela percepção de emolumentos, custas e
honorários; VIII - a pretensão para haver o pagamento de
título de crédito, a contar do vencimento,
IV - a pretensão contra os peritos, pela ressalvadas as disposições de lei especial;
avaliação dos bens que entraram para a formação
do capital de sociedade anônima, contado da IX - a pretensão do beneficiário contra o
publicação da ata da assembléia que aprovar o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de
laudo; seguro de responsabilidade civil obrigatório.
V - a pretensão dos credores não pagos contra § 4º Em quatro anos, a pretensão relativa à
os sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o tutela, a contar da data da aprovação das contas.
prazo da publicação da ata de encerramento da
§ 5º Em cinco anos:
liquidação da sociedade.
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas
o
§ 2 Em dois anos, a pretensão para haver constantes de instrumento público ou particular;
prestações alimentares, a partir da data em que se
II - a pretensão dos profissionais liberais em
vencerem.
geral, procuradores judiciais, curadores e
o professores pelos seus honorários, contado o prazo
§3 Em três anos: da conclusão dos serviços, da cessação dos
respectivos contratos ou mandato;
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios
urbanos ou rústicos; III - a pretensão do vencedor para haver do
vencido o que despendeu em juízo.
II - a pretensão para receber prestações
vencidas de rendas temporárias ou vitalícias; Art. 206-A. A prescrição intercorrente
observará o mesmo prazo de prescrição da
III - a pretensão para haver juros, dividendos pretensão, observadas as causas de impedimento,
ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em de suspensão e de interrupção da prescrição
períodos não maiores de um ano, com capitalização previstas neste Código e observado o disposto no
ou sem ela; art. 921 da Lei nº 13.105, de 16 de março de
2015 (Código de Processo Civil). (Redação
IV - a pretensão de ressarcimento de
dada pela Lei nº 14.382, de 2022)
enriquecimento sem causa;
CAPÍTULO II
V - a pretensão de reparação civil;
Da Decadência
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou
dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo da Art. 207. Salvo disposição legal em contrário,
data em que foi deliberada a distribuição; não se aplicam à decadência as normas que
impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida
indicadas por violação da lei ou do estatuto, Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto
contado o prazo: nos arts. 195 e 198, inciso I.
a) para os fundadores, da publicação dos atos Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada
constitutivos da sociedade anônima; em lei.
b) para os administradores, ou fiscais, da Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da
apresentação, aos sócios, do balanço referente ao decadência, quando estabelecida por lei.
exercício em que a violação tenha sido praticada,
ou da reunião ou assembléia geral que dela deva Art. 211. Se a decadência for convencional, a
tomar conhecimento; parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer
grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a V - referência ao cumprimento das exigências
alegação. legais e fiscais inerentes à legitimidade do ato;
Art. 220. A anuência ou a autorização de Art. 227. (Revogado pela Lei n º 13.105,
outrem, necessária à validade de um ato, de 2015) (Vigência)
provar-se-á do mesmo modo que este, e constará,
sempre que se possa, do próprio instrumento. Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do
negócio jurídico, a prova testemunhal é admissível
Art. 221. O instrumento particular, feito e como subsidiária ou complementar da prova por
assinado, ou somente assinado por quem esteja na escrito.
livre disposição e administração de seus bens,
prova as obrigações convencionais de qualquer Art. 228. Não podem ser admitidos como
valor; mas os seus efeitos, bem como os da cessão, testemunhas:
não se operam, a respeito de terceiros, antes de
I - os menores de dezesseis anos;
registrado no registro público.
II - ( Revogado); (Redação dada pela Lei nº
Parágrafo único. A prova do instrumento
13.146, de 2015) (Vigência)
particular pode suprir-se pelas outras de caráter
legal. III - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 222. O telegrama, quando lhe for
contestada a autenticidade, faz prova mediante IV - o interessado no litígio, o amigo íntimo ou
conferência com o original assinado. o inimigo capital das partes;
Art. 223. A cópia fotográfica de documento, V - os cônjuges, os ascendentes, os
conferida por tabelião de notas, valerá como prova descendentes e os colaterais, até o terceiro grau de
de declaração da vontade, mas, impugnada sua alguma das partes, por consangüinidade, ou
autenticidade, deverá ser exibido o original. afinidade.
Parágrafo único. A prova não supre a ausência o
do título de crédito, ou do original, nos casos em §1 Para a prova de fatos que só elas conheçam,
que a lei ou as circunstâncias condicionarem o pode o juiz admitir o depoimento das pessoas a que
exercício do direito à sua exibição. se refere este artigo. (Redação dada pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 224. Os documentos redigidos em língua
estrangeira serão traduzidos para o português para o
§2 A pessoa com deficiência poderá testemunhar
ter efeitos legais no País.
em igualdade de condições com as demais pessoas,
Art. 225. As reproduções fotográficas, sendo-lhe assegurados todos os recursos de
cinematográficas, os registros fonográficos e, em tecnologia assistiva. (Incluído pela Lei nº 13.146,
geral, quaisquer outras reproduções mecânicas ou de 2015) (Vigência)
eletrônicas de fatos ou de coisas fazem prova plena
destes, se a parte, contra quem forem exibidos, não Art. 229. (Revogado pela Lei n º 13.105,
lhes impugnar a exatidão. de 2015) (Vigência)
Art. 226. Os livros e fichas dos empresários e Art. 230. (Revogado pela Lei n º 13.105,
sociedades provam contra as pessoas a que de 2015) (Vigência)
pertencem, e, em seu favor, quando, escriturados
Art. 231. Aquele que se nega a submeter-se a
exame médico necessário não poderá aproveitar-se
de sua recusa.