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DIREITO INTERNO

PROFESSOR: RICARDO VICTALINO


OBJETIVO DA AULA: Preparar o candidato ao CACD para as provas de primeira (prova objetiva) e de
segunda (prova discursiva) fases.
PONTO DO EDITAL ABORDADO: 1.

AULA 01 – TEORIA GERAL DA NORMA JURÍDICA

É importante distinguir o significado de três conceitos elementares da Teoria Geral da Norma Jurídica:

 Norma jurídica é um dever de conduta, ou seja, uma determinação ou prescrição que deve ser adotada.
Com efeito, existem diferentes tipos de normas (deveres de conduta), a exemplo das seguintes:

A) Normas Religiosas: são deveres de conduta estabelecidos por entidades religiosas;


B) Normas Morais: são deveres de conduta estabelecidos por uma determinada comunidade,
isto é, por uma organização social;
C) Normas Jurídicas: são deveres de conduta estabelecidos pelo Estado, que atua no exercício do
monopólio da função legislativa, com a finalidade de promover o bem comum.

 OBS: no que se refere à norma jurídica, é importante fixar os seguintes pontos:

1 – A função legislativa é exercida pelos Três Poderes do Estado. Trata-se de uma função típica do Poder
Legislativo e uma função atípica dos Poderes Executivo e Judiciário;

2 – A finalidade de promover o bem comum que deve nortear a criação de normas jurídicas é definida como a
necessidade de proteger e acomodar, concomitantemente, os interesses da maioria e das minorias que convivem
em sociedade.

3 – O conteúdo da norma jurídica é de observância obrigatória ou compulsória por parte dos seus
destinatários, sob pena de aplicação de sanções jurídicas punitivas aos transgressores. Por isso, os autores afirmam
que o Direito é um instrumento sancionador do Estado (que tem aparato próprio para garantir o cumprimento das
normas e aplicar as sanções aos transgressores).

 Lei ou Ato Normativo -> é ao instrumento que pode ser empregado para instituir as normas jurídicas, isto é,
para informar aos destinatários quais deveres de conduta deverão ser obrigatoriamente adotados. Em outras
palavras, a lei ou o ato normativo é considerado o elemento textual da norma jurídica. É por meio da
interpretação da lei ou ato normativo que se extrai a norma jurídica, ou seja, o dever de conduta. Exemplo: O
art. 121 do Código Penal prevê o crime de homicídio nos seguintes termos:

“Art. 121. Homicídio simples - Matar alguém. Pena: reclusão de 06 a


20 anos”.

Ou seja, a norma jurídica que essa lei traz (dever de conduta) é a ordem estabelecida pelo Estado de não
matar, pois, se ocorrer o homicídio, o infrator será punido com a pena de reclusão de 6 a 20 anos. A atividade
interpretativa é muito importante.
OBS: O termo “lei” pode ser empregado em dois sentidos em Direito:

A) Em sentido lato (geral): o termo “lei” significa qualquer ato normativo editado pelo Estado -> qualquer um
dos atos normativos que consta no artigo 59 da CF/88 e que integram o processo legislativo brasileiro:
emenda constitucional, leis ordinárias, leis complementárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos
legislativos e resoluções.
B) Em sentido estrito ou formal: a expressão “lei formal” indica apenas as duas espécies normativas que têm
forma de lei, ou seja, lei ordinária e lei complementar. Dica: se determinada matéria exigir lei formal para ser
tratada (disciplinada), o legislador, obrigatoriamente, deverá empregar a lei ordinária ou a lei complementar
para criar norma jurídica. Estará impedido de usar as demais leis -> medida provisória, resolução etc.

 Direito: o conceito de Direito identifica-se com a noção de ordenamento jurídico, isto é, o conjunto de leis e
atos normativos que é produzido pelo Estado para instituir norma jurídica.

Norma Jurídica Lei ou Ato normativo Direito ou Ordenamento Jurídico

VALIDADE E EXISTÊNCIA DO DIREITO INTERNO

Estudar a Teoria da Validade e da Existência do Direito Interno permite definir quais normas jurídicas
instituídas pelo Estado devem ou não ser adotadas como obrigatórias pelos seus destinatários. Nem sempre o
legislador criará normas jurídicas válidas e existentes. Há duas teorias que explicam a validade e a existência do Direito
Interno:

1) JUSNATURALISMO OU DIREITO NATURAL -> a relevância da concepção jusnaturalista sobre a existência


e validade do Direito Interno é meramente histórica (sem aplicação prática no atual Direito brasileiro).
De acordo com a Teoria do Direito Natural, o Estado apenas poderia criar normas jurídicas (deveres de
conduta) que não ofendessem o denominado Direito Natural, ou seja, um conjunto de direitos inatos à
pessoa humana. A grande dificuldade de empregar a concepção do Direito Natural sobre a validade e a
existência do Direito Interno reside justamente em definir quais são esses direitos inatos. O
Jusnaturalismo foi amplamente discutido, embora não tenha sido concretamente aplicado na Europa
durante a Idade Média. A principal contribuição dessa teoria foi ter despertado nas universidades
europeias a necessidade de reflexão acerca de limites â produção normativa dos Estados soberanos
(criou um mecanismo para limitar o poder dos reis). Após o século XVIII, em grande medida por
influência das Revoluções Liberais, a concepção do Direito Natural cedeu espaço para a Teoria do
Positivismo ou do Direito Positivo, que atualmente é aplicado nos países ocidentais.

2) DIREITO POSITIVO OU POSITIVISMO – aula 02

 LEITURAS

Leituras Obrigatórias: Caderno de aula; Código Civil; Edital do CACD; e Questões anteriores sobre o tema da
aula (bancas do CESPE/CEBRASPE e IADES).
Leituras Complementares: Capítulo correspondente do livro: SUNDFELD, Carlos Ari, Fundamentos de
Direito Público,
Ed. Malheiros.

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