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CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL

TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AFC-CGU


PROFESSORES: DICLER FERREIRA E RAPHAEL MORETH
AULA 02 – DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL PARA A CGU

Excepcionalmente nesta aula, as questões de provas anteriores da ESAF


sobre pessoas jurídicas serão apresentadas ao final do assunto, com os
respectivos comentários cabíveis.

TÓPI
TÓPIC
CO
O 3:
3: PE
PES
SS
SO
OA
A JU
JUR
RÍÍDIC
DICA
A

TÓPICO 3.1: Conceito de pessoa jurídica

A pessoa jurídica é o conjunto de pessoas naturais ou de patrimônios, que visa a


consecução de certos fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e
obrigações. Para existir, são necessários três requisitos:
1) organização de pessoas ou de bens;
2) licitude de propósitos ou fins; e
3) capacidade jurídica reconhecida por norma.
Dessa forma, para que o ser humano possa atingir seus fins e objetivos lícitos, ele
se une a outros homens formando agrupamentos. A esses grupos a lei atribui
personalidade jurídica, capacitando-os a serem sujeitos de direitos e de obrigações.
Nesse sentido é que surgem as pessoas jurídicas, também chamadas de pessoas
morais, pessoas coletivas, pessoas abstratas, pessoas místicas, pessoas civis ou
pessoas intelectuais.

TÓPICO 3.2: Classificação da pessoa jurídica

Vários são os critérios adotados para a classificação das pessoas jurídicas, para
fins de concurso, destaco os que seguem abaixo:
a) Quanto à nacionalidade: as pessoas jurídicas podem ser nacionais ou
estrangeiras.
b) Quanto à estrutura interna: as pessoas jurídicas podem ser uma universitas
personarum (conjunto de pessoas) como é o caso das corporações (associações
– fins não econômicos - e sociedades – fins econômicos), ou uma universitas
bonorum (patrimônio personalizado) como é o caso das fundações.
c) Quanto às funções e capacidade (arts. 40 a 42 do CC): as pessoas jurídicas são
de direito público (interno – art. 41 do CC - ou externo – art. 42 do CC) e de
direito privado.

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Art. 40 do CC - As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de
direito privado.
Art. 41 do CC - São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público,
a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao
seu funcionamento, pelas normas deste Código.
Art. 42 do CC - São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados
estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
Art. 44 do CC - São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
§ 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das
organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou
registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.
§ 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às
sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código.
§ 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei
específica.

Fazendo um gráfico esquemático juntando as três classificações, temos,


basicamente, o seguinte:

ADM. DIRETA União / Est. / Territ. / D.F. / Munic.


N
E
R
TO
I
ADM. INDIRETA Aut. e demais entid. criadas por lei.
DIREITO
PÚBLICO

EXTERNO Estados estrangeiros e pessoas regidas pelo D.I.P.

SIMPLES
PESSOA SOCIEDADE
JURÍDICA A
fim econômico
CORPORAÇÃO ASSOCIAÇÃO

universitas ASSOCIAÇÃO PART. POLÍTICO


m u r an O
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PRIVADO fim não ORG. RELIGIOSA
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A seguir vamos tratar de cada uma das pessoas jurídicas citadas:


1. As PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO INTERNO são aquelas cuja
atuação se restringe aos interesses e limites territoriais do país. Podem ser da
Administração Direta (União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios) ou
da Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, associações públicas e
agências reguladoras).
É comum a ESAF colocar em suas provas a sigla de uma pessoa jurídica e cobrar
do aluno a respectiva classificação. Como a banca em questão costuma utilizar
como base o livro da Profa. Maria Helena Diniz, seguem algumas siglas citadas
pela renomada autora:
- AUTARQUIAS: INSS, INCRA, INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial),
IPHAN (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), USP, Embratur, SUFRAMA
(Superintendência da Zona Franca de Manaus), CVM (Comissão de Valores
Mobiliários), CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica);
- ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS: são consórcios públicos com personalidade jurídica
de direito público, por conjugarem esforços visando atingir uma finalidade pública.
Ex: COPATI (consórcio formado por municípios cortados pelo rio Tibagi, no
Paraná, com o fim de preservar esse rio);
- FUNDAÇÕES PÚBLICAS: surgem quando a lei individualiza um patrimônio a
partir de bens pertencentes a uma pessoa jurídica de direito público, afetando-o à
realização de um fim administrativo, e dotando-o de organização adequada. Ex:
FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), FUNARTE
(Fundação Nacional das Artes), FUNASA (Fundação Centro Brasileiro para a
Infância e Adlescência);
- AGÊNCIAS REGULADORAS: são autarquias federais especiais incumbidas de
normatizar, disciplinar e fiscalizar a prestação de certos bens e serviços de grande
interesse público por agentes econômicos públicos e privados. Ex: ANA (Agência
Nacional de Águas), ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), ANCINE
(Agência Nacional do Cinema), ANTAQ (Agência Nacional de Transportes
Aquáticos), ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), etc.
2. As PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO EXTERNO são
regulamentadas pelo direito internacional e compreendem as nações
estrangeiras (Ex: Itália, França, Alemanha, Uruguai, etc.) e as pessoas regidas

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pelo direito internacional público tal como a Santa Sé, uniões aduaneiras com o
objetivo de facilitar o comércio exterior (Ex: MERCOSUL, União Européia, etc) e
organismos internacionais (Ex: ONU, OEA, UNESCO, FMI, INTERPOL, OIT, FAO
– Food and Agriculture Organization, etc.).
3. As PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO são elencadas no art. 44 do
Código Civil. São elas:
- CORPORAÇÕES: são caracterizadas pela existência de seus membros. Toda
corporação é representada por um grupo de pessoas (naturais ou jurídicas), sendo
que o patrimônio não é essencial. No Direito Romano, as corporações eram
conhecidas como universitas personarum. Têm por objetivo sempre o bem-estar
de seus membros, ou seja, existem para beneficiar os seus membros.
O gênero corporações se subdivide em duas espécies: as associações e as
sociedades.
a) ASSOCIAÇÕES: surgem quando não há um fim lucrativo ou intenção de
dividir o resultado, embora tenham patrimônio, formado por contribuição de seus
membros para a obtenção de fins culturais, educacionais, esportivos, religiosos,
beneficentes, recreativos, morais, etc. Entretanto, não perdem a categoria de
associação mesmo que realizem negócios para manter ou aumentar o seu
patrimônio, desde que não proporcionem ganho aos associados. (Ex: APAE, UNE,
Associação de Pais e Mestres, Associação dos Advogados de São Paulo, etc.)

Art. 53 do CC - Constituem-se as associações pela união de pessoas que se


organizem para fins não econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.

b) SOCIEDADES: podem ser simples ou empresárias. A sociedade simples visa o


fim econômico ou lucrativo, pois o lucro obtido deve ser repartido entre os
sócios , sendo alcançado pelo exercício de cenas profissões ou pela prestação de
serviços técnicos. Já a sociedade empresária objetiva o lucro através do
exercício de atividade empresarial ou comercial.

Art. 981 do CC - Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se


obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e
a partilha, entre si, dos resultados.
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios
determinados.

- FUNDAÇÕES PARTICULARES: é um acervo de bens livres de ônus e encargos


(universitas bonorum) representando um patrimônio a que a lei atribui

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personalidade jurídica, em atenção ao fim a que se destina (fins religiosos, morais,
culturais ou de assistência). O CC começa a regular a criação de uma fundação no
seu art. 62.

Art. 62 do CC - Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou
testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e
declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais,
culturais ou de assistência.

Percebe-se que a instituição da fundação é um ato solene que depende de


escritura pública ou testamento. Tais documentos deverão conter a dotação de
bens a serem transferidos para a fundação, assim como a finalidade a que ela se
destina.
Após a escritura pública ou o testamento, deve ocorrer a elaboração do seu
estatuto. Documento este que deve ser levado à apreciação do Ministério
Público (responsável por fiscalizar a fundação) para depois ocorrer o registro no
Cartório das Pessoas Jurídicas.
Dessa forma, concluímos que a instituição de uma fundação deve atravessar as
seguintes fases:
1) dotação de bens livres: é o momento em que o instituidor destina determina-
dos bens para a criação da fundação;
2) elaboração do estatuto: pode ser própria (feita pelo próprio instituidor) ou
fiduciária (quando fica a cargo de alguém de confiança do instituidor). Caso a
pessoa responsável pela elaboração do estatuto não o faça no prazo estipulado, o
encargo de elaborar o estatuto caberá ao Ministério Público nos termos do art. 65
do CC;

Art. 65 do CC - Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em


tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o
estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da
autoridade competente, com recurso ao juiz.
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor,
ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério
Público.

3) aprovação do estatuto pelo Ministério Público: sendo elaborado pelo próprio


instituidor ou pessoa de sua confiança, a aprovação o estatuto fica a cargo do
Ministério Público (MP), entretanto, caso o MP não aprove, poderão passar pela
apreciação do Juiz da comarca, de forma subsidiária, para que a aprovação do MP

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seja suprida pelo magistrado; no entanto, se o estatuto for elaborado pelo MP,
sempre deverá passa pela aprovação do juiz; e
4) registro no Cartório das Pessoas Jurídicas: após ultrapassadas as fases
anteriores, a fundação deverá ser registrada no Cartório do Registro Civil das
Pessoas Jurídicas.
Nos termos do art. 66 do CC, também cabe ao Ministério Público Estadual (MPE)
o encargo de velar pelas fundações.

Art. 66 do CC - Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.


§ 1o Se funcionarem no Distrito Federal, ou em Território, caberá o encargo ao
Ministério Público Federal. (Vide ADIN nº 2.794-8)
§ 2o Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada
um deles, ao respectivo Ministério Público.

A ADIN em questão, que foi julgada procedente por unanimidade, atribui o


encargo de fiscalizar as fundações que funcionarem no DF ou em um Território ao
Ministério Público do Distrito Federal e Território (MPDFT).
Já nos termos do art. 69 do CC, as hipóteses de extinção de uma fundação são
as seguintes:
- quando vencer o prazo de sua duração (entretanto é raro, tendo em vista
que normalmente não se dispõe prazo de duração);
- quando se tornar ilícita a finalidade da fundação, o Ministério Público poderá
ingressar com uma ação visando à sua extinção; e
- quando se tornar impossível ou inútil a sua manutenção (a causa mais comum,
nessa hipótese, é o surgimento de dificuldades financeiras).

Art. 69 do CC - Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a


fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou
qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio,
salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação,
designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.

- ASSOCIAÇÕES: surgem quando não há um fim lucrativo ou intenção de dividir


o resultado, embora tenha patrimônio, formado por contribuição de seus membros
para a obtenção de fins culturais, educacionais, esportivos, religiosos,
beneficentes, recreativos, morais, etc. Entretanto, não perde a categoria de
associação mesmo que realizem negócios para manter ou aumentar o seu
patrimônio, desde que não proporcione ganho aos associados.

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Art. 53 do CC - Constituem-se as associações pela união de pessoas que se
organizem para fins não econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.

- PARTIDOS POLÍTICOS: são associações civis defensoras do interesse do regime


democrático, da autenticidade do sistema representativo e dos direitos
fundamentais definidos na Constituição Federal de 1988. Sua organização e seu
funcionamento são regulados por lei específica (Lei 9.096/95).
- ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS: também têm natureza de associação. Além
disso, a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das
organizações religiosas são livres, sendo vedado ao poder público negar-lhes
reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu
funcionamento.

Enunciado 142 do CJF, aprovado na Jornada de Direito CIvil de 2004: “Os partidos
políticos, os sindicatos e as associações religiosas possuem natureza associativa,
aplicando-se-lhes o Código Civil.”

TÓPICO 3.3: Começo da existência legal das pessoas jurídicas

Enquanto a existência legal das pessoas naturais ocorre através de um fato


biológico (nascimento com vida), a pessoa jurídica tem seu início legal (aquisição da
personalidade) subordinado a um ato jurídico ou a uma norma.
As pessoas jurídicas de direito público são criadas através de fatos históricos
(Ex: independência do Brasil), de criação constitucional (ex: Estados- membros da
federação brasileira), de lei especial (ex: autarquias) e de tratados internacionais, caso
se trate de uma pessoa jurídica de direito público externo.
Já o processo de formação das pessoas jurídicas de direito privado é diferente.

Art. 45 do CC - Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado


com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no
registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas
jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da
publicação de sua inscrição no registro.
Compõe-se de duas fases:
1) a elaboração do ato constitutivo: Sendo uma associação, que tem por
natureza a inexistência de fins lucrativos, deve-se elaborar um estatuto

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como ato constitutivo. Se a pessoa jurídica tiver fins lucrativos, seja uma
sociedade simples ou empresária, elabora-se um contrato social como ato
constitutivo. As fundações possuem como ato constitutivo o testamento ou
a escritura pública.
2) o registro do ato constitutivo: para que a pessoa jurídica de direito
privado exista legalmente é necessário inscrever os contratos ou estatutos
no seu registro peculiar. As sociedades empresárias devem se registrar no
Registro Público de Empresas Mercantis (Junta Comercial), porém, as
demais pessoas jurídicas devem se registrar no Registro Civil de
Pessoas Jurídicas.
Entretanto, algumas pessoas jurídicas necessitam de autorização do Poder
Executivo para terem a constituição e o funcionamento válidos. Temos como exemplo as
sociedades estrangeiras, as agências ou estabelecimento de seguros, as caixas
econômicas, as bolsas de valores, as cooperativas, etc.
Faz-se necessário compararmos o início da existência legal (aquisição de
personalidade jurídica) das pessoas naturais e das pessoas jurídicas de direito privado.
O registro, nas pessoas naturais, representa um ato meramente declaratório,
pois, mesmo que uma pessoa nasça e não seja feita a certidão de nascimento, ocorre o
início da personalidade jurídica.
No entanto, o registro, nas pessoas jurídicas, representa um ato constitutivo,
ou seja, apenas com o registro que se adquire personalidade jurídica. A personalidade
não surge, simplesmente, quando se firma o contrato.
Conforme o art. 45, § único do CC, havendo defeito no ato constitutivo de uma
pessoa jurídica de direito privado, pode-se desconstituí-la dentro do prazo decadencial de
três anos, contado este prazo a partir da publicação de sua inscrição no Registro.
Segue tabela:

REGISTRO CONSEQÜÊNCIA
PESSOA A personalidade é adquirida antes do registro,
natureza declaratória
NATURAL ou seja, através do nascimento com vida.
PESSOA
natureza constitutiva A personalidade é adquirida através do registro.
JURÍDICA

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TÓPICO 3.4: Fim da existência legal das pessoas jurídicas

Os mesmos fatores que dão origem a uma pessoa jurídica de direito público,
também acarretam o seu término. Dessa forma, extinguem-se pela ocorrência de fatos
históricos, por norma constitucional, lei especial ou tratados internacionais.
Já a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado termina através da
dissolução (ato declaratório motivado por causas supervenientes à constituição da
sociedade, oriundo de deliberação dos sócios, do Poder Judiciário ou de autoridade
administrativa, com a finalidade de fazer cessar as atividades) e da liquidação (objetiva a
desativação operacional da sociedade e a apuração do ativo e passivo para posterior
pagamento das dívidas e partilha do patrimônio remanescente entre os sócios). Após
estar encerrada a liquidação promove-se o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica
no respectivo registro. Caso a pessoa jurídica esteja em funcionamento decorrente de
autorização do Poder Executivo, o seu término também pode ocorrer através de um ato
governamental que cassar a autorização para o funcionamento.

Art. 51 do CC - Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização


para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se
conclua.
§ 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua
dissolução.
§ 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às
demais pessoas jurídicas de direito privado.
§ 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa
jurídica.

TÓPICO 3.5: Desconsideração da personalidade jurídica

O fato da pessoa jurídica registrar seu ato constitutivo acarreta a sua aquisição da
personalidade, como já vimos. Essa personalidade jurídica é muito importante, pois ela dá
origem ao princípio da autonomia da pessoa jurídica. Ou seja, A pessoa jurídica,
quando personificada, não se confunde com as pessoas que a integram. Dessa forma, é a
pessoa jurídica, e não seus integrantes, que participa dos negócios jurídicos de seu
interesse e titulariza os direitos e obrigações dela decorrentes. Também é ela quem
demanda e é demandada em razão de tais direitos e obrigações. Finalmente, é apenas o
patrimônio da pessoa jurídica (e não o de seus integrantes) que, em princípio, responde
por suas obrigações. Ou seja, com a aquisição da personalidade ocorre uma separação
patrimonial entre os bens da pessoa jurídica e os bens dos sócios e administradores.

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Dessa forma, de acordo com o artigo 50 do CC, apesar de haver uma separação
patrimonial entre os bens dos sócios e administradores dos bens da pessoa jurídica, é
possível que em razão de atos fraudulentos e abusivos o juiz, a requerimento da parte
interessada ou do Ministério Público quando couber intervir, decida estender aos bens
dos sócios e administradores a execução por dívidas da pessoa jurídica. Quando este
fenômeno acontece, a doutrina diz que houve uma desconsideração da personalidade
jurídica.

Art. 50 do CC - Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio


de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da
parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos
de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens
particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

Este fenômeno, também chamado de disregard of the legal entity, encontra


fundamento no fato de a pessoa jurídica não poder servir de manto protetor aos seus
representantes ou integrantes da diretoria que praticarem atos fraudulentos ou abusivos
contra as demais pessoas (terceiros). O escudo que a personalidade da pessoa jurídica
proporciona aos seus representantes pode ser removido e o manto protetor ser suspenso
pela teoria da desconsideração da personalidade jurídica, também chamada de teoria da
despersonalização ou teoria da penetração.
Ou seja, o juiz (não pode ser autoridade administrativa), desde que
fundamentadamente em processo legalmente estabelecido, pode afastar
temporariamente a personalidade jurídica da pessoa jurídica e determinar que as pessoas
naturais que a representam respondam solidariamente pelos atos e negócios jurídicos
praticados em nome da mesma. Ocorrendo a quebra da personalidade, tais pessoas
naturais serão incluídas no pólo passivo do processo e responderão com seus bens, em
face da fraude ou abuso comprovados e praticados sob o manto protetor da pessoa
jurídica.
Ressalta-se que a desconsideração da personalidade não acarreta a extinção da
pessoa jurídica e nem a exclusão do sócio, apenas permite, em determinada relação
(episodicamente), a execução dos bens dos sócios e representantes em nome da pessoa
jurídica.
Segue quadro resumo sobre o assunto:

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DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA NO CÓDIGO CIVIL

podem solicitar que o juiz decida sobre a extensão


abuso da - parte interessada dos efeitos de certas e determinadas relações de
personalidade - Ministério Público obrigações da PJ aos bens particulares dos
jurídica (quando couber intervir) administradores ou sócios da PJ.

desvio de finalidade (Ex: fundação com finalidade lucrativa)


confusão patrimonial (Ex: celebrar contrato particular em nome da PJ)

Pela desconsideração da personalidade jurídica fica afastado, provisoriamente, o princípio


da autonomia da personalidade jurídica.

A doutrina criou a desconsideração inversa da personalidade jurídica que ocorre


quando o juiz decide sobre a extensão dos efeitos de determinada relação jurídica praticada
pelo particular aos bens da pessoa jurídica.
Como exemplo, temos os casos de separação judicial em que o marido transfere seus bens
particulares para a empresa, fazendo com que, na hora da divisão dos bens, a esposa fique
quase sem nada. Nesse caso o juiz pode atingir os bens sociais de forma a estabelecer uma
correta divisão do patrimônio adquirido de forma conjunta pelo casal.

TÓPICO 3.6: Exercícios comentados sobre a pessoa jurídica

1. (ESAF - Agente Tributário – MT – 2001) Os partidos políticos são:


a) pessoas jurídicas de direito público interno de administração direta
b) fundações públicas
c) fundações particulares
d) pessoas jurídicas de direito privado
e) pessoas jurídicas de direito público interno de administração indireta

Gabarito: Letra D. Conforme gráfico esquemático apresentado na pg 2 e art. 44, V do CC.

2. (ESAF - TCU – Analista de Controle Externo – 2006) As associações públicas são


a) pessoas jurídicas de direito público interno de administração indireta.
b) empresas públicas.
c) autarquias federais especiais.
d) agências reguladoras.
e) pessoas jurídicas de direito público interno de administração direta.

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Gabarito: Letra A. Conforme gráfico esquemático apresentado na pg 2 e art. 44, V do CC.

3. (ESAF - CGU – Correição – 2006) A Comissão de Valores Mobiliários (CVM)


é considerada
a) pessoa jurídica de direito privado.
b) pessoa jurídica de direito público interno de administração indireta.
c) associação.
d) sociedade simples.
e) pessoa jurídica de direito público interno de administração direta.

Gabarito: Letra B. A CVM é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, assim


como o Banco Central do Brasil (BACEN).

4. (ESAF - Auditor Fiscal do Tesouro Nacional – 1998) O Instituto Nacional


do Seguro Social - INSS é
a) pessoa jurídica de direto privado.
b) pessoa jurídica de direito público interno de administração direta.
c) associação.
d) fundação particular.
e) pessoa jurídica de direito público interno de administração indireta.

Gabarito: Letra E. O INSS é uma autarquia vinculada ao Ministério da Previdência Social,


ou seja, faz parte do grupo das pessoas jurídicas de direito público interno.

5. (ESAF - Auditor do Tesouro Municipal – Recife-PE – 2003) A Fundação Centro


Brasileiro para a Infância e a Adolescência é:
a) fundação particular.
b) associação de utilidade pública.
c) pessoa jurídica de direito público interno de administração direta.
d) sociedade simples.
e) pessoa jurídica de direito público interno de administração indireta.

Gabarito: Letra E. A FCBIA é uma fundação pública, portanto é uma pessoa jurídica
de direito público interno da administração indireta.

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6. (ESAF - Analista Judiciário – TRT 7ª Região – 2003) A Fundação Centro Brasileiro
para a Infância e Adolescência é:
a) pessoa jurídica de direito público interno de administração direta.
b) pessoa jurídica de direito público interno de administração indireta.
c) pessoa jurídica de direito privado.
d) pessoa jurídica de direito público, dotada de personalidade jurídica de
direito privado.
e) sociedade não personificada.

Gabarito: Letra B. Idem à anterior.

7. (ESAF - Analista de Controle Externo – TCU – 2002) A Companhia de Pesquisa


de Recursos Minerais é:
a) empresa pública.
b) pessoa jurídica de direito público interno de administração indireta.
c) autarquia.
d) sociedade de economia mista.
e) associação.

Gabarito: Letra A. A C.P.R.M. é uma Empresa Pública vinculada ao Ministério de Minas e


Energia com as atribuições de Serviço Geológico do Brasil.

( ) 8. (ESAF - Auditor do Tesouro Municipal – Fortaleza-CE – 2003) O Con-


selho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) é uma autarquia.

Gabarito: Certa. O CADE é uma autarquia vinculada ao Ministério da Justiça.

( ) 9. (ESAF - BACEN – Procurador – 2001) O Conselho Administrativo de


Defesa Econômica é pessoa jurídica de direito público interno de administração
indireta.

Gabarito: Certa. Semelhante à questão anterior.

10. (ESAF) A Dersa é:


a) sociedade de economia mista.
b) autarquia.
c) pessoa jurídica de direito público interno de administração direta.
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d) pessoa jurídica de direito público interno de administração indireta.
e) empresa pública.

A Dersa - Desenvolvimento Rodoviário S.A. é uma sociedade de economia mista,


subordinada à Secretaria dos Transportes do Estado de São Paulo, fundada em 1969
para projetar e implantar uma nova estrada entre o Planalto e o Litoral Paulista: a Rodovia
dos Imigrantes.
Atualmente o desafio da Dersa é a construção do Rodoanel Mario Covas, uma
obra importante para o futuro da Grande São Paulo e para o desenvolvimento econômico
do País.
Gabarito: Letra A.

( ) 11. (ESAF - BACEN – Procurador – 2001) A teoria da ficção legal de Savigny


conclui que, como só o homem é capaz de ser sujeito de direito, a pessoa jurídica é
uma criação artificial da lei para exercer direitos patrimoniais e facilitar a função de
certas entidades.

Gabarito: Certa.

Classificação das pessoas jurídicas de direito privado quanto à estrutura:


- Universitas personarum: é composta pela reunião de pessoas físicas e/ou
jurídicas (ex: associações e sociedades).
- Universitas bonorum: é constituída em torno de um patrimônio (bens) destinado a um
fim (ex: fundações).

Para decorar:
- PERSONARUM = PESSOAS
- BONORUM = BENS

( ) 12. (ESAF - BACEN – Procurador – 2001) A universitas bonorum não é o


patrimônio personalizado destinado a um fim que lhe dá unidade.

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Gabarito: Errada. A fundação é o clássico exemplo de universitas bonorum e justamente
se caracteriza por ser um patrimônio personalizado destinado a um fim que lhe dá
unidade..

( ) 13. (ESAF - BACEN – Procurador – 2001) As pessoas jurídicas de direito


público extinguem-se pela ocorrência de fatos históricos e por imposição de norma
constitucional, de lei especial ou de tratado internacional.

Gabarito: Certa. O Brasil, por exemplo, surgiu de fatos históricos; os Estados e Municí-
pios surgiram de norma constitucional; a Autarquia surge de lei especial e, atualmente,
novos países surgem de tratados internacionais.

( ) 14. (ESAF - BACEN – Procurador – 2001) O processo genético da pessoa


jurídica de direito privado apresenta duas fases: a do ato constitutivo e a do
registro público.

Em regra a criação da pessoa jurídica de direito privado atravessa 2 fases:


a) a do ato constitutivo: tal documento deve ser escrito, podendo revestir-se de
forma pública ou particular, com exceção da fundação que requer instrumento
público ou testamento (art. 62 do CC). Porém, existem determinadas sociedades
que dependem de prévia autorização ou aprovação do Poder Executivo Federal
para adquirir personalidade jurídica (ex: sociedades estrangeiras).
b) a do registro público: os contratos sociais ou estatutos devem ser inscritos nos
respectivos registros (Junta Comercial – sociedades; Registro Civil de Pessoas
Jurídicas – demais PJ de direito privado).
Gabarito: Certa.

( ) 15. (ESAF - Auditor – TCE-GO – 2007) O direito de anular a constituição das


pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, não se sujeita
aos prazos decadenciais ou prescricionais.

Gabarito. Errada. Não se sujeita a prazo prescricional, mas se sujeita ao prazo


decadencial de 3 anos, conforme o art. 45, § único do CC.

16. (ESAF - Analista Jurídico – SEFAZ-CE – 2006) Para que uma fundação partic-
ular adquira personalidade jurídica será preciso:

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a) elaboração de seu estatuto pelo instituidor ou por aquele a quem ele cometer a
aplicação do patrimônio.
b) aprovação do seu estatuto pelo Ministério Público.
c) dotação e aprovação da autoridade competente com recurso ao juiz.
d) dotação e registro do seu estatuto.
e) dotação, elaboração e aprovação dos estatutos, e registro.
A instituição da fundação é um ato solene que depende de escritura pública ou
testamento. Tais documentos deverão conter a dotação de bens a serem transferidos
para a fundação, assim como a finalidade a que ela se destina.
Após a escritura pública ou o testamento, deve ocorrer a elaboração do seu estatuto.
Documento este que deve ser levado à apreciação do Ministério Público para depois
ocorrer o registro no Cartório das Pessoas Jurídicas.
Dessa forma, concluímos que a instituição de uma fundação deve atravessar as
seguintes fases:
1) dotação de bens livres;
2) elaboração do estatuto;
3) aprovação do estatuto pelo Ministério Público; e
4) registro no Cartório das Pessoas Jurídicas.
Gabarito: Letra E.

17. (ESAF – AFRFB – Auditor Fiscal – 2009) Na criação de fundação há duas fases:
a) a do ato constitutivo, que deve ser escrito, podendo revestir-se da
forma particular, e a do registro público.
b) a do ato constitutivo, que deve ser escrito, pois requer instrumento particular ou
testamento, e a do assento no registro competente.
c) a do ato constitutivo, que deve ser escrito, e a da aprovação do Poder Exec-
utivo Federal.
d) a da elaboração do estatuto por ato inter vivos, (instrumento público ou
particular), sem necessidade de conter a dotação especial, e a do registro.
e) a do ato constitutivo, que só pode dar-se por meio de escritura pública
ou testamento, e a do registro.

Gabarito: Letra E. Conforme comentários da questão anterior.

( ) 18. (ESAF - Auditor – TCE-GO – 2007) É decadencial o direito de anular as


decisões tomadas por órgão de administração coletiva de pessoa jurídica, quando
eivadas de simulação.
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O art. 48, § único do CC é a base legal da questão.

Art. 48 do CC - Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se


tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de
modo diverso.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere
este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo,
simulação ou fraude.

Obs: Todos os prazos do Código Civil que não estão nos arts. 205 e 206 são
decadenciais. Na penúltima aula estudaremos sobre a prescrição e a decadência.
Gabarito: Certa.

( ) 19. (ESAF - Procurador do MPE – TCE-GO – 2007) As decisões tomadas por


órgão de administração coletiva de pessoa jurídica, quando eivadas de simulação,
são casos de nulidades absolutas, não sendo suscetíveis de convalidação pelo
decurso do tempo.

O erro, conforme questão anterior, ocorre ao afirmar que tais decisões são casos
de nulidade absoluta, quando, o correto, seria dizer que são casos de nulidade relativa,
além disso, também está errado dizer que tais decisões não são suscetíveis de
convalidação no tempo, pois a convalidação ocorrerá após o decurso de três anos.
Quando estudarmos os fatos jurídicos teceremos maiores detalhes sobre
nulidades e convalidação.
Gabarito: Errada.

( ) 20. (ESAF - Auditor – TCE-GO – 2007) O cancelamento da inscrição da


pessoa jurídica dar-se-á a partir do início da sua dissolução, não sendo necessário
aguardar o encerramento da liquidação.

Vejamos o art. 51 do CC.

Art. 51 do CC - Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização


para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se
conclua.

As pessoas jurídicas de Direito Privado encontram fim na dissolução ou na


liquidação. A dissolução ocorre por deliberação dos seus próprios membros, por ato
governamental ou decisão judicial ou mesmo por força de lei. A liquidação é típica das
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Sociedades Anônimas disciplinadas pela Lei 6.404/76 e das pessoas jurídicas de direito
privado integrantes da Administração Pública, como é o caso das empresas públicas e
sociedades de economia mista, devendo ocorrer o encerramento de suas atividades de
forma voluntária pela venda do seu ativo para satisfação de créditos vencidos e não
pagos aos seus credores ou por determinação legal ou judicial.
Dessa forma, havendo dívidas a serem pagas pela pessoa jurídica, ela deve
liquidar tais dívidas com os respectivos credores para, posteriormente, realizar o
cancelamento da inscrição.
Gabarito: Errada. É necessário aguardar o encerramento da liquidação.

( ) 21. (ESAF – TRT 7a Região – Juiz Substituto – 2005) As associações públicas


são consórcios públicos que não têm personalidade jurídica de direito público,
apesar de conjugarem esforços de entidades públicas, que firmam acordos para a
execução de um objeto de finalidade pública.

Nos termos do art. 1o da Lei 11.107/2005, os consórcios públicos podem figurar


como pessoas jurídicas de direito público ou privado. Quando forem de direito público,
deverão ser constituídos sob a forma de associação pública.

Art. 1o da Lei 11.107/2005 - Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem consórcios públicos para a
realização de objetivos de interesse comum e dá outras providências.
§ 1o O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de
direito privado.
§ 2o A União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte
todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados.
§ 3o Os consórcios públicos, na área de saúde, deverão obedecer aos princípios,
diretrizes e normas que regulam o Sistema Único de Saúde – SUS.

Gabarito: Errada. Podem possui personalidade jurídica de direito público.

( ) 22. (ESAF - Procurador do MPE – TCE-GO – 2007) Nas associações, a


qualidade de associado é transmissível, se o estatuto não dispuser o contrário.

O art. 56 do CC é a base para a solução.

Art. 56 do CC - A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser


o contrário.
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da
associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da
qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do
estatuto.

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Conclui-se que no silêncio do estatuto a qualidade de associado é intransmissível,


seja por ato inter vivos (ex: doação) ou causa mortis (testamento). Entretanto, é possível a
transferência de quota ou fração ideal do patrimônio da associação.
Gabarito: Errada.

( ) 23. (ESAF – PGE-DF – Procurador – 2004) Os associados devem ter iguais


direitos, sendo vedado, pelo Código Civil, ao estatuto, instituir categorias, entre os
associados, com vantagens especiais.

Através do art. 55 do CC é possível concluir que o estatuto poderá criar posições


privilegiadas ou conferir direitos preferenciais para certas categorias de membros.

Art. 55 do CC - Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir
categorias com vantagens especiais.

Gabarito: Errada.

( ) 24. (ESAF - PGFN - Procurador da Fazenda Nacional – 2006) A decisão pela


desconsideração da personalidade jurídica é faculdade do juiz nos termos do
Código Civil, e mediante requerimento da parte ou do Ministério Público quando lhe
couber intervir, não sendo possível a concessão de ofício.

Conforme o art. 50 do CC, para o juiz decidir pela desconsideração da


personalidade jurídica deve haver uma provocação. Tal provocação deve ter como
legitimado ou a parte interessada, ou o Ministério Público, dependendo da situação
concreta.
Gabarito: Certa.

Sobre o histórico de tal instituto (desconsideração da personalidade jurídica) no


direito positivo brasileiro, o pioneirismo coube ao Código de Defesa do consumidor (CDC -
Lei 8.078/90) em seu art. 28, cujas regras foram copiadas e estendidas a outras relações
diferentes das relações de consumo, tal como as infrações a ordem econômica (Lei
8.884/94) e a desconsideração em relação às lesões ao meio ambiente (Lei 9.605/98). A
desconsideração da personalidade jurídica não era prevista no CC de 1916, entretanto

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devido às inovações jurídicas e à evolução do dispositivo existente no CDC, passou a
figurar no novo CC de 2002.

Art. 28 do CDC - O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade


quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder,
infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A
desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de
insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má
administração.
§ 1° (Vetado).
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas,
são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações
decorrentes deste código.
§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua
personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos
causados aos consumidores.

( ) 25. (ESAF - PGFN - Procurador da Fazenda Nacional – 2006) A teoria da


desconsideração da personalidade jurídica, positivada pela primeira vez no direito
brasileiro pelo Código Civil de 2002, permite que, preenchidos os requisitos legais,
os efeitos de certas e determinadas obrigações sociais sejam estendidos aos bens
particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

A primeira vez que a teoria da desconsideração da personalidade jurídica foi


positivada no direito brasileiro ocorreu em 1990 através do Código de Defesa do
Consumidor.
Gabarito: Errada.

( ) 26. (ESAF - PGFN - Procurador do Distrito Federal – 2007) O juiz poderá


desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do
consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato
ilícito ou violação dos estatutos ou do contrato social.

Gabarito: Certa. Conforme o art. 28, caput, do CDC.

( ) 27. (ESAF - PGFN - Procurador do Distrito Federal – 2007) O juiz também


poderá desconsiderar a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de

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alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos
consumidores.

Gabarito: Certa. Conforme o art. 28, § 5o, do CDC.

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Na conceituação da Profª. Maria Helena Diniz, “os direitos da personalidade são


direitos subjetivos da pessoa de defender o que lhe é próprio, ou seja, a sua integridade
física (vida, alimentos, próprio corpo vivo ou morto, corpo alheio vivo ou morto, partes
separadas do corpo vivo ou morto); a sua integridade intelectual (liberdade de
pensamento, autoria científica, artística e literária); e a sua integridade moral (honra,
recato, segredo profissional e doméstico, identidade pessoal, familiar e social)”.
Em razão da matéria tratar de assunto bastante complexo e de significação ética
essencial, o legislador preferiu enunciar no Código Civil poucas normas dotadas de rigor e
clareza, cujos objetivos permitem o desenvolvimento da doutrina e da jurisprudência.

( ) 28. (ESAF - Advogado do IRB - 2006) O direito da personalidade é o direito da


pessoa defender o que lhe é próprio, como a vida, a identidade, a liberdade, a
imagem, a privacidade, a honra etc.

Gabarito: Certa. Conforme conceituação da Profª. Maria Helena Diniz.

Não só a pessoa natural possui tais direitos, mas também a pessoa jurídica nas
situações que cabem à sua natureza (art. 52 do CC). Dessa forma, a pessoa jurídica pode
titularizar os direitos personalidade no que tange à honra, à imagem e ao nome.

Art. 52 do CC - Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos


da personalidade.

Os direitos da personalidade são irrenunciáveis e intransmissíveis, segundo prevê


o art. 11 do CC. Assim, nunca caberá afastamento volitivo (pela vontade do agente) de
tais direitos, como daquele atleta que se expõe a uma situação de risco e renuncia
expressamente a qualquer indenização futura decorrente de lesão ou ameaça a tais
direitos. Tal declaração não valerá. Mas sem dúvidas que o valor da indenização deve ser
reduzido, diante de culpa concorrente da própria vítima, nos moldes dos art. 945 do CC.

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Art. 11 do CC - Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade
são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação
voluntária.
Art. 945 do CC - Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a
sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto
com a do autor do dano.

A intransmissibilidade dos direitos da personalidade não é absoluta, pois pode


ocorrer em casos excepcionais, como naqueles envolvendo os direitos patrimoniais do
autor, exemplo sempre invocado pela doutrina. De qualquer forma, não cabe limitação
permanente e geral de direito da personalidade, como cessão de imagem vitalícia,
conforme reconhece o enunciado nº 4, também aprovado na I Jornada CJF, nos seguintes
termos:

Enunciado 4 da I Jornada de Direito Civil do CJF: “Art.11: o exercício dos direitos


da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente
nem geral”.

Para exemplificar a regra acima, caso fosse celebrado em nosso País, não teria
validade o contrato do jogador de futebol Ronaldo com a empresa esportiva Nike, pois,
nesse negócio, pelo menos de forma aparente, há uma cessão vitalícia de direitos de
imagem, o que representa uma limitação permanente do direito de imagem.

( ) 29. (ESAF - AFC/CGU – Correição – 2008) Os direitos da personalidade são


intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo sofrer exceção e nem o seu
exercício sofrer limitação voluntária.

A solução da assertiva fica a cargo do art. 11 do CC. Gabarito: Errada, pois pode
sofrer exceção nos casos previstos em lei.

( ) 30. (ESAF – PGE-DF – Procurador – 2004) Os direitos de personalidade, além


de irrenunciáveis, não admitem limitações voluntárias, razão pela qual o
Ordenamento Jurídico Pátrio permite que um filho, seja ele capaz ou incapaz, seja
reconhecido pelo verdadeiro pai ainda que não almeje tal reconhecimento.

Gabarito: Errada. Excepcionalmente, nos casos previstos em lei, os direitos da


personalidade podem sofrer limitação voluntária.

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O art. 12 do novo Código Civil traz o princípio da prevenção e da reparação
integral nos casos de lesão a direitos da personalidade.

Art. 12 do CC - Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da


personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas
em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida
prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou
colateral até o quarto grau.

Esse mesmo art. 12 consagra os direitos do morto, prevendo o seu § único a


legitimidade de ascendentes, descendentes, cônjuge e colaterais até quarto grau
pleitearem indenização no caso de danos à personalidade de pessoa falecida. São os
denominados lesados indiretos, que sofrem muitas vezes um dano reflexo, indireto,
comumente denominado dano em ricochete (maiores detalhes na última aula que tratará
da responsabilidade civil).

( ) 31. (ESAF – PGE-DF – Procurador – 2004) Apenas o titular do direito de


personalidade pode exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da
personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções
previstas em lei, sendo vedado a qualquer outra pessoa levar a efeito tais medidas,
ainda que o titular do direito de personalidade já tenha falecido.

Gabarito: Errada. Ascendentes, descendentes, cônjuge e colaterais até quarto grau


também estão legitimados.

Art. 13 do CC - Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio


corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os
bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na
forma estabelecida em lei especial.

O art. 13 do CC proíbe a disposição de parte do corpo, a não ser em casos de


exigência médica e desde que tal disposição não traga inutilidade do órgão ou contrarie
os bons costumes. Ou seja, é possível a doação voluntária, feita por escrito e na presença
de testemunhas, por pessoa capaz, de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo para
efetivação de transplante ou tratamento , desde que comprovada a necessidade
terapêutica do receptor, e que não contrarie os bons costumes, nem traga risco para a

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integridade física do doador de modo a comprometer suas aptidões vitais ou lhe provocar
deformação ou mutilação, pois não se pode exigir que alguém se sacrifique em benefício
de terceiro.

Art. 14 do CC - É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do


próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.

O art. 14 do CC veda qualquer disposição de parte do corpo a título oneroso,


sendo possível apenas quando assumir a forma gratuita, com objetivo altruístico ou
científico. A questão é ainda regulamentada pela legislação específica, particularmente
pela Lei nº 9.437/97, que em seu art. 9º dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e
partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento e dá outras providências.

Art. 9o da Lei 9.434/97 - É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente


de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para
transplantes em cônjuge ou parentes consangüíneos até o quarto grau, inclusive, na
forma do § 4o deste artigo, ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial,
dispensada esta em relação à medula óssea.

( ) 32. (ESAF - AFC/CGU – Correição – 2008) É ampla a permissão do ato de


disposição do próprio corpo, inclusive para fins de transplante, in vida.

Através da análise dos artigos citados, conclui-se que o ato de disposição do


próprio corpo não é amplo, pois não pode ser oneroso, acarretar diminuição permanente
da integridade física ou contrariar os bons costumes.
Gabarito: Errada.

( ) 33. (ESAF – PGE-DF – Procurador – 2004) É vedado, seja qual for a hipótese,
à pessoa juridicamente capaz, dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do
próprio corpo vivo, pois os direitos de personalidade, entre os quais se pode citar a
integridade física, são irrenunciáveis.

Conforme comentários da questão anterior, a pessoa pode dispor gratuitamente de


seus órgãos, desde que não acarrete diminuição permanente da integridade física ou
contrarie os bons costumes. Ou seja, não é vedado.

Gabarito: Errada.

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( ) 34. (ESAF - Auditor do Tesouro Municipal – Recife-PE – 2003) Pelo Código


Civil (art. 14, parágrafo único) não está nítida a consagração do princípio do
consenso afirmativo, pelo qual cada um deve manifestar sua vontade de doar seus
órgãos e tecidos para depois de sua morte, com objetivo terapêutico.

A doação para a retirada de órgãos e tecidos post mortem é disciplinada no art. 14


do CC. Tal doação só é válida se o objetivo for científico (para fins de pesquisa) ou
altruístico (para fins de transplante) e pode ser feita pela própria pessoa antes de morrer,
dando origem ao “princípio do consenso afirmativo”, ou pelo cônjuge do morto.
Gabarito: Errada, pois a consagração do princípio do consenso afirmativo é nítida.

Os direitos do paciente encontram-se consagrados no art. 15 do CC.

Art. 15 do CC - Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a


tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.

De acordo com o dispositivo legal em questão, ninguém pode ser constrangido a


tratamento médico ou intervenção cirúrgica que implique em risco de vida. Logicamente,
se a pessoa está necessitando de uma cirurgia, à beira da morte, deve ocorrer a
intervenção, sob pena de responsabilização do profissional de saúde.

O direito ao nome já foi abordado na aula das pessoas naturais.

Art. 16 do CC - Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o


sobrenome.
Art. 17 do CC - O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em
publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando
não haja intenção difamatória.
Art. 18 do CC - Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda
comercial.
Art. 19 do CC - O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se
dá ao nome.

Os arts. 16 a 19 do CC confirmam a proteção do nome da pessoa natural, sinal


que representa a mesma no meio social, bem como do pseudônimo, nome atrás do qual
esconde-se o autor de uma obra cultural ou artística. Entretanto, nos termos do art. 52
do CC, tal proteção também se aplica à pessoa jurídica.

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( ) 35. (ESAF - AFC/CGU – Correição – 2008) O nome da pessoa pode ser
empregado por outrem, sem autorização, em propaganda comercial, desde que não
a exponha ao desprezo público.

A questão é resolvida pelo art. 18 do CC. Dentre os direitos da personalidade


destaca-se o direito ao nome que, sem autorização, não pode ser usado em propaganda
alheia comercial. A proibição compreende qualquer anúncio destinado a promover a
venda ou serviço do anunciante. Caso tal direito seja violado caberá ação de proibição.
Gabarito: Errada

( ) 36. (ESAF - AFC/CGU – Correição – 2008) O pseudônimo adotado para


atividades lícitas não goza da proteção que se dá ao nome.

Questão com base no art. 19 do CC. O pseudônimo é um nome independente do


nome civil, que é registrado e usado pela pessoa especialmente para fins literários,
artísticos, políticos, científicos, etc.
Apesar do pseudônimo não integrar o nome civil, ele goza da mesma proteção que
se dá ao nome quando adotado para finalidades lícitas.
Gabarito: Errada

( ) 37. (ESAF - Auditor do Tesouro Municipal – Fortaleza-CE – 2003) O


pseudônimo é protegido legalmente e não pode ser usado sem autorização de seu
titular, sob pena de perdas e danos.

Por gozar da mesma proteção que se dá ao nome (art. 19 do CC), o pseudônimo


para ser utilizado necessita de autorização de seu titular (art. 18 do CC).
Gabarito: Certa.

( ) 38. (ESAF – PGE-DF – Procurador – 2004) Embora o nome de uma pessoa


goze de proteção legal, o mesmo não se dá quanto ao pseudômino utilizado em
atividades lícitas.

Gabarito: Errada. Conforme comentários das questões anteriores.

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O art. 20 consagra expressamente a proteção da imagem, sub-classificada em
imagem retrato (aspecto físico da imagem, a fisionomia de alguém) e imagem atributo
(repercussão social da imagem).

Art. 20 do CC - Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou


à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra,
ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser
proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe
atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins
comerciais.
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para
requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.

Esse dispositivo legal teve a redação um pouco “embolada”. Devemos entender


que a utilização de imagem retrato alheia somente é possível mediante autorização do
seu legítimo detentor. Mas o comando legal prevê duas situações de exceção: a primeira
nos casos envolvendo a administração da justiça, a segunda nos casos envolvendo a
ordem pública.

Ainda existe a discussão se a pessoa investigada ou que teve imagem exposta


sem autorização (ex: pessoa foragida procurada pela polícia) interessa ou não à
sociedade como um todo. Logicamente, cabe a análise ao juiz que deverá analisar cada
caso concreto.

Caso a pessoa que sofra lesão à imagem esteja morta, terão legitimidade para
promover a ação indenizatória os descendentes, ascendentes e o cônjuge.

( ) 39. (ESAF – PGE-DF – Procurador – 2004) É viável a utilização, por terceiro,


da imagem de uma pessoa, desde que tal uso não lhe atinja a honra, a boa fama ou
a respeitabilidade, ou se destine a fins comerciais.

Gabarito: Certa. De acordo com o art. 20 do CC.

IMPORTANTE !!!
No caso de lesão ao direito de imagem, a lei não reconhece legitimidade aos
colaterais até quarto grau.

Vejamos o quadro a seguir:

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DIREITOS DA PERSONALIDADE EM GERAL DIREITO À IMAGEM
(art. 12, § único do CC) (art. 20, § único do CC)
Em se tratando de morto, terão legitimidade, Em se tratando de morto, terão legitimidade,
pela lei, os descendentes, ascendentes, cônjuge pela lei, os descendentes, ascendentes e
e colaterais até quarto grau. Pelo nosso cônjuge. Pelo nosso entendimento está incluído
entendimento está incluído o companheiro ou o companheiro ou convivente.
convivente.

Conclui-se que o art. 12 do CC trata da lesão/ameaça a um direito da


personalidade de forma geral, ao passo que o art. 20 do CC trata apenas da lesão ao
direito de imagem.

O art. 21 do CC, último dispositivo que cuida dos direitos da personalidade,


confirma o direito à intimidade, já reconhecido na Constituição Federal, sendo inviolável a
vida privada da pessoa natural e cabendo sempre medidas visando proteger essa
inviolabilidade.

Art. 21 do CC - A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento


do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato
contrário a esta norma.

Com certeza você percebeu que o Código Civil trata dos direitos da personalidade
de forma bem sucinta. Com essa atitude, pretendeu o legislador estabelecer diretrizes
gerais sobre o tema, de modo a propiciar que a própria doutrina e jurisprudência
pudessem atribuir um tratamento mais detalhado com condições de acompanhar as
diversas e freqüentes inovações trazidas com o mundo moderno.

A aula de hoje termina por aqui. Tenho certeza que o assunto começou a
ficar um pouco mais complicado. Isso é normal. Entretanto, preste atenção nas
questões de provas anteriores para saber qual é o “jeitinho” da banca ESAF.
Lembre-se, para ser aprovado você só precisa saber o que é cobrado na prova.

Um abraço e até a próxima!!!!!

Dicler e Raphael.

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LISTA DOS EXERCÍCIOS APRESENTADOS:

1. (ESAF - Agente Tributário – MT – 2001) Os partidos políticos são:


a) pessoas jurídicas de direito público interno de administração direta
b) fundações públicas
c) fundações particulares
d) pessoas jurídicas de direito privado
e) pessoas jurídicas de direito público interno de administração indireta

2. (ESAF - TCU – Analista de Controle Externo – 2006) As associações públicas são


a) pessoas jurídicas de direito público interno de administração indireta.
b) empresas públicas.
c) autarquias federais especiais.
d) agências reguladoras.
e) pessoas jurídicas de direito público interno de administração direta.

3. (ESAF - CGU – Correição – 2006) A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é


considerada
a) pessoa jurídica de direito privado.
b) pessoa jurídica de direito público interno de administração indireta.
c) associação.
d) sociedade simples.
e) pessoa jurídica de direito público interno de administração direta.

4. (ESAF - Auditor Fiscal do Tesouro Nacional – 1998) O Instituto Nacional do


Seguro Social - INSS é
a) pessoa jurídica de direto privado.
b) pessoa jurídica de direito público interno de administração direta.
c) associação.
d) fundação particular.
e) pessoa jurídica de direito público interno de administração indireta.

5. (ESAF - Auditor do Tesouro Municipal – Recife-PE – 2003) A Fundação Centro


Brasileiro para a Infância e a Adolescência é:
a) fundação particular.
b) associação de utilidade pública.
c) pessoa jurídica de direito público interno de administração direta.
d) sociedade simples.
e) pessoa jurídica de direito público interno de administração indireta.

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6. (ESAF - Analista Judiciário – TRT 7ª Região – 2003) A Fundação Centro Brasileiro


para a Infância e Adolescência é:
a) pessoa jurídica de direito público interno de administração direta.
b) pessoa jurídica de direito público interno de administração indireta.
c) pessoa jurídica de direito privado.
d) pessoa jurídica de direito público, dotada de personalidade jurídica de direito
privado.
e) sociedade não personificada.

7. (ESAF - Analista de Controle Externo – TCU – 2002) A Companhia de Pesquisa de


Recursos Minerais é:
a) empresa pública.
b) pessoa jurídica de direito público interno de administração indireta.
c) autarquia.
d) sociedade de economia mista.
e) associação.

( ) 8. (ESAF - Auditor do Tesouro Municipal – Fortaleza-CE – 2003) O Conselho


Administrativo de Defesa Econômica (CADE) é uma autarquia.

( ) 9. (ESAF - BACEN – Procurador – 2001) O Conselho Administrativo de Defesa


Econômica é pessoa jurídica de direito público interno de administração indireta.

10. (ESAF) A Dersa é:


a) sociedade de economia mista.
b) autarquia.
c) pessoa jurídica de direito público interno de administração direta.
d) pessoa jurídica de direito público interno de administração indireta.
e) empresa pública.

( ) 11. (ESAF - BACEN – Procurador – 2001) A teoria da ficção legal de Savigny


conclui que, como só o homem é capaz de ser sujeito de direito, a pessoa jurídica é
uma criação artificial da lei para exercer direitos patrimoniais e facilitar a função de
certas entidades.

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( ) 12. (ESAF - BACEN – Procurador – 2001) A universitas bonorum não é o
patrimônio personalizado destinado a um fim que lhe dá unidade.
( ) 13. (ESAF - BACEN – Procurador – 2001) As pessoas jurídicas de direito
público extinguem-se pela ocorrência de fatos históricos e por imposição de
norma constitucional, de lei especial ou de tratado internacional.

( ) 14. (ESAF - BACEN – Procurador – 2001) O processo genético da pessoa


jurídica de direito privado apresenta duas fases: a do ato constitutivo e a do
registro público.

( ) 15. (ESAF - Auditor – TCE-GO – 2007) O direito de anular a constituição das


pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, não se sujeita
aos prazos decadenciais ou prescricionais.

16. (ESAF - Analista Jurídico – SEFAZ-CE – 2006) Para que uma fundação partic-
ular adquira personalidade jurídica será preciso:
a) elaboração de seu estatuto pelo instituidor ou por aquele a quem ele cometer
a aplicação do patrimônio.
b) aprovação do seu estatuto pelo Ministério Público.
c) dotação e aprovação da autoridade competente com recurso ao juiz.
d) dotação e registro do seu estatuto.
e) dotação, elaboração e aprovação dos estatutos, e registro.

17. (ESAF – AFRFB – Auditor Fiscal – 2009) Na criação de fundação há duas fases:
a) a do ato constitutivo, que deve ser escrito, podendo revestir-se da
forma particular, e a do registro público.
b) a do ato constitutivo, que deve ser escrito, pois requer instrumento particular ou
testamento, e a do assento no registro competente.
c) a do ato constitutivo, que deve ser escrito, e a da aprovação do Poder Exec-
utivo Federal.
d) a da elaboração do estatuto por ato inter vivos, (instrumento público ou
particular), sem necessidade de conter a dotação especial, e a do registro.
e) a do ato constitutivo, que só pode dar-se por meio de escritura pública
ou testamento, e a do registro.

( ) 18. (ESAF - Auditor – TCE-GO – 2007) É decadencial o direito de anular as


decisões tomadas por órgão de administração coletiva de pessoa jurídica, quando
eivadas de simulação.

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( ) 19. (ESAF - Procurador do MPE – TCE-GO – 2007) As decisões tomadas por


órgão de administração coletiva de pessoa jurídica, quando eivadas de simulação,
são casos de nulidades absolutas, não sendo suscetíveis de convalidação pelo
decurso do tempo.

( ) 20. (ESAF - Auditor – TCE-GO – 2007) O cancelamento da inscrição da


pessoa jurídica dar-se-á a partir do início da sua dissolução, não sendo necessário
aguardar o encerramento da liquidação.

( ) 21. (ESAF – TRT 7a Região – Juiz Substituto – 2005) As associações públicas


são consórcios públicos que não têm personalidade jurídica de direito público,
apesar de conjugarem esforços de entidades públicas, que firmam acordos para a
execução de um objeto de finalidade pública.

( ) 22. (ESAF - Procurador do MPE – TCE-GO – 2007) Nas associações, a


qualidade de associado é transmissível, se o estatuto não dispuser o contrário.

( ) 23. (ESAF – PGE-DF – Procurador – 2004) Os associados devem ter iguais


direitos, sendo vedado, pelo Código Civil, ao estatuto, instituir categorias, entre os
associados, com vantagens especiais.

( ) 24. (ESAF - PGFN - Procurador da Fazenda Nacional – 2006) A decisão pela


desconsideração da personalidade jurídica é faculdade do juiz nos termos do
Código Civil, e mediante requerimento da parte ou do Ministério Público quando lhe
couber intervir, não sendo possível a concessão de ofício.

( ) 25. (ESAF - PGFN - Procurador da Fazenda Nacional – 2006) A teoria da


desconsideração da personalidade jurídica, positivada pela primeira vez no direito
brasileiro pelo Código Civil de 2002, permite que, preenchidos os requisitos legais,
os efeitos de certas e determinadas obrigações sociais sejam estendidos aos bens
particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

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( ) 26. (ESAF - PGFN - Procurador do Distrito Federal – 2007) O juiz poderá
desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do
consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato
ilícito ou violação dos estatutos ou do contrato social.

( ) 27. (ESAF - PGFN - Procurador do Distrito Federal – 2007) O juiz também


poderá desconsiderar a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de
alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos
consumidores.

( ) 28. (ESAF - Advogado do IRB - 2006) O direito da personalidade é o direito da


pessoa defender o que lhe é próprio, como a vida, a identidade, a liberdade, a
imagem, a privacidade, a honra etc.

( ) 29. (ESAF - AFC/CGU – Correição – 2008) Os direitos da personalidade são


intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo sofrer exceção e nem o seu
exercício sofrer limitação voluntária.

( ) 30. (ESAF – PGE-DF – Procurador – 2004) Os direitos de personalidade, além


de irrenunciáveis, não admitem limitações voluntárias, razão pela qual o
Ordenamento Jurídico Pátrio permite que um filho, seja ele capaz ou incapaz, seja
reconhecido pelo verdadeiro pai ainda que não almeje tal reconhecimento.

( ) 31. (ESAF – PGE-DF – Procurador – 2004) Apenas o titular do direito de


personalidade pode exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da
personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções
previstas em lei, sendo vedado a qualquer outra pessoa levar a efeito tais medidas,
ainda que o titular do direito de personalidade já tenha falecido.

( ) 32. (ESAF - AFC/CGU – Correição – 2008) É ampla a permissão do ato de


disposição do próprio corpo, inclusive para fins de transplante, in vida.

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( ) 33. (ESAF – PGE-DF – Procurador – 2004) É vedado, seja qual for a hipótese,
à pessoa juridicamente capaz, dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do
próprio corpo vivo, pois os direitos de personalidade, entre os quais se pode citar a
integridade física, são irrenunciáveis.

( ) 34. (ESAF - Auditor do Tesouro Municipal – Recife-PE – 2003) Pelo Código


Civil (art. 14, parágrafo único) não está nítida a consagração do princípio do
consenso afirmativo, pelo qual cada um deve manifestar sua vontade de doar seus
órgãos e tecidos para depois de sua morte, com objetivo terapêutico.

( ) 35. (ESAF - AFC/CGU – Correição – 2008) O nome da pessoa pode ser


empregado por outrem, sem autorização, em propaganda comercial, desde que não
a exponha ao desprezo público.

( ) 36. (ESAF - AFC/CGU – Correição – 2008) O pseudônimo adotado para


atividades lícitas não goza da proteção que se dá ao nome.

( ) 37. (ESAF - Auditor do Tesouro Municipal – Fortaleza-CE – 2003) O


pseudônimo é protegido legalmente e não pode ser usado sem autorização de seu
titular, sob pena de perdas e danos.

( ) 38. (ESAF – PGE-DF – Procurador – 2004) Embora o nome de uma pessoa


goze de proteção legal, o mesmo não se dá quanto ao pseudômino utilizado em
atividades lícitas.

( ) 39. (ESAF – PGE-DF – Procurador – 2004) É viável a utilização, por terceiro,


da imagem de uma pessoa, desde que tal uso não lhe atinja a honra, a boa fama ou
a respeitabilidade, ou se destine a fins comerciais.

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GABARITO:

1 LETRA D 11 CERTA 21 ERRADA 31 ERRADA


2 LETRA A 12 ERRADA 22 ERRADA 32 ERRADA
3 LETRA B 13 CERTA 23 ERRADA 33 ERRADA
4 LETRA E 14 CERTA 24 CERTA 34 ERRADA
5 LETRA E 15 ERRADA 25 ERRADA 35 ERRADA
6 LETRA B 16 LETRA E 26 CERTA 36 ERRADA
7 LETRA A 17 LETRA E 27 CERTA 37 CERTA
8 CERTA 18 CERTA 28 CERTA 38 ERRADA
9 CERTA 19 ERRADA 29 ERRADA 39 CERTA
10 LETRA A 20 ERRADA 30 ERRADA

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