Você está na página 1de 88

Prof.

Paulo Oliveira
Disciplina: Direito nas Organizações

Capitulo 1 - Noções Gerais de Direito Tributário

Antes de começarmos a estudar, preciso que você faça o seguinte:

Imprima (caso tenha esse costume) ou salve em PDF o Código Tributário Nacional
completo e também a Constituição Federal, entre os arts. 145 a 162. Seguem os
endereços abaixo:

Código Tributário Nacional:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm

Constituição Federal (apenas entre arts. 145 a 162):


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm

Divisão do Direito

Didaticamente, há uma divisão do direito em Público e Privado. Nenhuma Lei só


protege os interesses do ESTADO, assim como nenhuma Lei só protege interesses de
particulares. Esses ramos do direito apoiam-se uma sobre o outro, entrosam-se,
completam-se. O Direito público se refere às relações entre particulares, bem como
àquelas entre um particular e o Estado, desde que esse esteja despido de seu poder de
império. Para quem ainda não sabe, esse poder é o que permite ao Estado impor sua
vontade – o interesse público – ao particular, independentemente da vontade dele.
Sendo assim, o direito privado está relacionado aos interesses particulares de cada
pessoa, até mesmo do Estado. Cite-se, por exemplo, um contrato de aluguel entre o
Estado do Rio de Janeiro (locador) e um indivíduo (locatário). Este contrato será regido
pelas normas de direito privado, mesmo que uma das partes seja uma pessoa jurídica
de direito público.

Por outro lado, o direito público rege as relações em que uma das partes
necessariamente será uma pessoa jurídica de direito público, e esta possui poderes que
a colocam em uma situação privilegiada diante dos cidadãos. Isso tudo é possível
porque o Estado está visando aos interesses coletivos da sociedade de uma forma
geral, enquanto o particular visa a seus próprios interesses.

 Direito Público: É o destinado a disciplinar (reger) o interesse geral da


coletividade.

- Direito Publico Interno: é o que vigora dentro dos limites de um determinado Estado
(Nação).
- Direito Público Externo: é o que rege as relações entre Estados (Nações).

O direito público rege-se por dois princípios:

 supremacia do interesse público sobre o particular


Este princípio está intimamente relacionado ao fato de que o poder público deseja
satisfazer os interesses coletivos e, para que isso seja concretizado, muitas vezes é
necessário ir contra a vontade de determinado cidadão. Existe uma relação horizontal
entre o Estado e o Particular.
Exp. Duplicação de uma rodovia entre as cidades “A” e “B”. (desapropriação)

1
Imagine como seria a cobrança de tributos se o Estado não pudesse impor sua vontade
arrecadatória sobre o particular?

 indisponibilidade do interesse público.


- Agente público não pode desprezar o patrimônio e interesse público.
- Não pode haver o perdão senão por intermédio de lei.

Exp. Um servidor público não pode fazer o que bem entender com o patrimônio público,
sob pena de responder pessoalmente por isso. Se um sujeito deve ao Estado R$
1.000,00 de IPVA, o agente público não pode perdoar tal dívida, por entender que o
cidadão não possui recursos disponíveis para o pagamento da exação (tributo).

 Atenção: Os recursos são públicos, logo, somente o povo pode dispor de tal
patrimônio.

Assim, podemos afirmar que o Direito Tributário é um ramo do Direito Público.

Conceito: “(...) o direito tributário é a disciplina jurídica dos tributos. Com isso se
abrange todo o conteúdo de princípios e normas reguladores da criação,
fiscalização e arrecadação das prestações de natureza tributária.” (AMARO,
Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 14ª Ed. Saraiva, 2008, p.02)

 Direito Tributário e os outros ramos do Direito.

 Direito Financeiro

O direito financeiro estuda a atividade financeira do Estado, o orçamento público,


receitas públicas, despesas públicas e dívidas públicas.

Desde os tempos mais remotos o ente estatal (Estado) dirigiu suas atividades
para suprir as chamadas necessidades públicas.

De fato, o Estado, para prestar os seus serviços necessita de recursos


financeiros. Antes, no início, os recursos utilizados eram do próprio ente estatal, mas
com o aumento das necessidades foi necessário avançar no patrimônio particular,
cobrando tributos e tarifas ou confiscando bens.Assim, foi necessário o desenvolvimento
do Estado para com a atividade financeira, buscando dinheiro para atender às
necessidades públicas.

O Estado presta serviços públicos, ele substitui o indivíduo, por isso, precisa de
recursos financeiros (receita) para atingir seus fins.

Vamos citar um trecho de nossa Constituição Federal (CF/88), que


aponta categoricamente os objetivos da República Federativa do Brasil. São
eles (Art. 3º):

“I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;


II - garantir o desenvolvimento nacional;

2
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades
sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.”

Ora, se temos esses objetivos a serem cumpridos, certamente precisaremos de


dinheiro para alcançá-los, concorda? Ao construirmos um hospital, por exemplo, os
pedreiros não irão trabalhar por outra mercadoria que não seja grana. Afinal de contas, o
escambo não existe mais. Da mesma forma, após a construção do hospital, os médicos
não vão trabalhar em troca de sacos de arroz.

Porém, para alcançar suas finalidades nos diversos setores em que atua o
ESTADO necessita de uma grande soma de recursos econômicos capazes de custear
suas realizações em prol do bem comum. Tais recursos recebem o nome genérico de
receita públicas.

Em resumo direito financeiro cuida:

- orçamento público
- despesas públicas e
- dívidas públicas.
- receita pública

 RECEITA PUBLICA

É a importância recebida pelo Estado ou todo o ingresso de dinheiro nos cofres públicos.

As receitas do ESTADO podem ser divididas nas seguintes modalidades:

Originárias: são auferidas com base na exploração do patrimônio do Estado.


Derivadas: tem origem no patrimônio particular e entram nos cofres públicos por meio de
coação ao indivíduo.

Originárias Regime Jurídico Cacarterísticas Exp


- originam-se do Predominamente O Estado explora Alugueis e receitas
patrimônio do de Direito Privado seu próprio de empresas
Estado patrimônio públicas e SEM
Não há poder de
império
Sua fonte é o
contrato.

Derivadas Regime Jurídico Características Exp


Originam-se do Direito Público O Estado usa o seu Tributos, multas e
patrimônio do poder de império e reparações de
particular obriga o particular a guerra
contribuir

3
 Pessoa Jurídica

Classificação da Pessoa Jurídica

Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito
privado.

 Pessoa jurídica de direito público

Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:

I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela Lei nº 11.107,
de 2005)
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.

Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a


que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu
funcionamento, pelas normas deste Código.

Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas
as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.

São os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito
internacinal público como ONU, OEA, União Européia, Mercosul.

Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por
atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado
direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou
dolo

 Pessoa jurídica de direito privado

No direito brasileiro, as pessoas jurídicas de direito privado são constituídas


exclusivamente com recursos particulares e como estabelece o Código Civil, são
divididas nas seguintes modalidades distintas:

Art. 44 - CC. São pessoas jurídicas de direito privado:

I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
VI - empresa individual de responsabilidade limitada

§ 1o - São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das


organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou
registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. (Incluído pela Lei nº
10.825, de 22.12.2003)

4
§ 2o - As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às
sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código. (Incluído pela Lei
nº 10.825, de 22.12.2003)

§ 3o - Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei


específica. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)

 ESTADO

Conforme ensina Hely Lopes Meireles, o conceito de Estado varia segundo o ângulo em
que é considerado. Nas palavras do ilustre doutrinador, “do ponto de vista sociológico,
o Estado é corporação territorial dotada de um poder de mando originário; sob o aspecto
político, é comunidade de homens, fixada sobre um território, com poder superior de
ação, mando e coerção; sob o prisma constitucional, é pessoa jurídica territorial
soberana”.

O nosso Código Civil caracteriza o Estado como pessoa jurídica de direito público
interno (art. 40 e 41). Portanto, o Estado é um ente personalizado, ou seja, é um sujeito
capaz de adquirir direitos e obrigações na ordem jurídica, podendo se relacionar tanto
internamente – com seus servidores e empregados, com os cidadãos, com as empresas
etc. – quanto externamente – com outros Estados soberanos (“países”).

Elementos do Estado: povo, território, governo soberano.

Poderes do Estado: Legislativo, Executivo e Judiciário.

Tais poderes figuram de forma expressa na nossa Constituição:

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o


Executivo e o Judiciário.

 Forma de Estado: Federação

O Brasil, por exemplo, é um Estado federado, pois, em seu território, coexistem pessoas
políticas distintas – a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os
Municípios. Nossa Constituição define os limites de atuação dessas esferas políticas.
Assim, temos um poder político central (União), poderes políticos regionais (estados) e
poderes políticos locais (municípios), além do Distrito Federal, que, em virtude da
vedação constitucional para sua divisão em municípios, acumula poderes regionais
e locais (CF, art. 32, §1º).

 Entes Políticos

- Federal: UNIÃO
- Estadual: ESTADOS-MEMBROS
- Municipal: MUNICÍPIOS
- Distrital: DISTRITO FEDERAL

5
 Constituição Federal

O que é Constituição? Se estudarmos ou examinar os sentidos do vocábulo significa


“organização” , “ estrutura”.

Imaginemos a seguinte situação: “uma poltrona” se examinar, descrever sua estrutura,


sua função, utilidade, ou seja, como ela é (seu ser), ao fazermos, indicaremos as peças
componentes daquela cadeira, que somadas perfazem a unidade “poltrona”.

A constituição significa “o corpo”, a estrutura, de um ser denominado de ESTADO,


nele podemos localizar as partes componentes do Estado.

CONSTITUIÇÃO: é o conjunto de normas impositivas que fixam deveres, atribuem


direitos, distribui competências e que vai proporcionar a estrutura social, ligando
pessoas que se encontram em certo território e em determinada época.

Constituição: é a lei máxima e fundamental do Estado. Ocupa o ponto mais alto da


hierarquia das normas jurídicas, pode ser chamada de lei suprema, carta magna, lei
das leis, lei fundamental.

É o conjunto de normas que estabelecem os princípios e os fundamentos que visam


cuidar dos seguintes temas:

Capitulo 2 - Direito Tributário

 Historia

 O Estado dirigia suas atividades para suprir as necessidades públicas.


 Atuava em diversos seguimentos da economia (Telefonia/Energia
Elétrica/Estradas)
 Utilizava dos próprios recursos
 O aumento das necessidades há o avanço no patrimônio do particular com a
cobrança de tributos e confisco de bens.
 Estado presta serviços (energia/água/saneamento básico/coleta de
lixo/segurança)
 Estado substitui o indivíduo.

Diante dessas necessidades coletivas, ele precisa de recursos financeiros


(receitas) para atingir seus fins.

Disciplinando as relações jurídicas entre o fisco e o contribuinte existe o Direito


Tributário.

Conceito: Direito Tributário é o conjunto de normas que cria, disciplina e regulam as


relações jurídicas entre o ESTADO, no seu direito de exigir tributos (qualidade de fisco)
e as pessoas que estão a ele sujeitas (sob sua jurisdição) e se denominam contribuintes,
no seu dever de contribuir.

Como sabemos, para viver em sociedade, necessitou o homem de uma entidade


com força superior para fazer as regras de conduta, para construir o Direito – o
ESTADO.

6
O Direito Tributário é o ramo do direito público que disciplina a relação entre o
Estado e o Contribuinte. Ele irá estudar a relação jurídica entre o Estado enquanto
arrecadador e o contribuinte enquanto pagador de tributos.

O ESTADO para alcançar seus objetivos precisa de recursos financeiros, no


caso em tela, gerado pelas receitas derivadas, e estas inseridas nos tributos de um
modo geral. E por meio das receitas derivadas que o Estado cumpre sua função, ou
seja, é por meio das receitas derivadas que o Estado realiza o bem comum.

Devemos lembrar que não podemos perder a condição de cidadão e


contribuinte. É por intermédio do pagamento de tributos que o Estado realiza o bem
comum, ou seja, desenvolve atividades e aprimora o serviço prestado.

O Estado também pode atuar no campo econômico, com maior ou menor


intensidade, ou explorando patrimônio seu, com o fim de lucrar, ora intervindo no
setor privado da economia, ora na defesa da coletividade.

Em principio vigora a regra da liberdade de iniciativa na ordem econômica. A


atividade econômica é entregue à iniciativa privada.

A tributação é sem sombra de dúvida o instrumento de que se tem valido a


economia capitalista para sobreviver. Sem a tributação não seria possível o Estado
realizar seus fins sociais, a não ser que monopolizasse toda a atividade econômica. O
tributo é inegavelmente a grande e talvez única arma contra a estatização da economia.

Como vimos o direito tributário é parte do direito financeiro que estuda


relações jurídicas entre o Estado (fisco) e os particulares (contribuintes).

É um direito autônomo, pois se rege por princípios e normas próprias.

O Direito Tributário estuda os princípios e regras que disciplinam a tributação. A


tributação, no Brasil, só pode ser levada a efeito pelo Estado, representado pelas
pessoas políticas.

O direito tributário rege as relações entre contribuintes e fisco (Estado).

O direito tributário foi construído em torno da noção de tributo, sendo o


ponto central, núcleo do Direito Tributário.

O Direito Tributário relaciona-se, principalmente, com:

 Direito Constitucional (Organização do Estado)


 Direito Civil (Pessoa Física e Jurídica)
 Direito Penal (Crimes Tributários)
 Direito Administrativo (Ato Administrativo/Serviço Público)

A Constituição Federal de 1988 constitui objetivos fundamentais do Brasil garantir entre


outros, o desenvolvimento nacional e promover o bem de todos (art. 3º, II e V)

Buscando atender esses objetivos, o ESTADO procura realizar inúmeras tarefas de


alguns setores:

7
- Político: detectar as inclinações da NAÇÃO e traduzir os grandes anseios da
sociedade.

- Econômico: desenvolver os meios de produção, reduzir as desigualdades sociais


e promover uma distribuição mais justa da renda nacional.

- Social: cuidar do bem-estar social da população, por meio de medidas de amparo


ao trabalho, educação, saúde pública.

- Policial: zelar pela segurança interna e externa do povo, garantindo-lhe a


autodeterminação e a soberania nacional.

- Administrativo: procurar aparelhar-se eficientemente, a fim de atender às


atividades dos demais setores.

 Sistema Tributário Nacional - STN

O STN é o conjunto de normas que regem o direito tributário.

Direito Tributário é regido – Constituição Federal


Código Tributário Nacional (status de Lei Complementar)
Legislação Esparsa

Constituição Federal (Sistema Tributário Nacional – STN) análise sob dois ângulos:

1) formal (princípios)
2) material (competência tributária – poder de tributar)

Capitulo 3 - Tributos

Porque a pessoa política (P. Legislativo) cria tributos? Para atender suas
necessidades.

Para que servem os tributos? Servem para custear as “despesas publicas” do Estado.

Como estudar o Direito Tributário? Através dos Princípios (base do D. Tributário).

Importância:

I) Tem impacto na economia


II) Atinge dois valores:

- Liberdade: ninguém paga o tributo com satisfação.


- Propriedade: o tributo fica com parcela da riqueza das pessoas.

O conceito de tributo está definido no art. 3º do Código Tributário Nacional (CTN), abaixo
citado:

8
“Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”

Cumpre observar que o art. 3º do CTN traz a definição de tributos exigida pela CF/88, no
art. 146, III, a, primeira parte, conforme vemos a seguir:

"Art. 146. Cabe à lei complementar:

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:

a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos


discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de
cálculo e contribuintes;”

 Características

1. Prestação pecuniária (quantia em dinheiro que deve dar ao Estado), em moeda


(espécie/cheque) ou cujo valor nela se possa exprimir

a) O tributo deve ser pago em valor monetário direto (moeda, cheque), não é permitido
alguém liquidar uma dívida tributária mediante a utilização de efeitos patrimoniais ou
simbólicos diversos, ou seja, autorização para a instituição de tributos in natura (bens)
ou in labore (em trabalho, em serviços), uma vez que bens e serviços são suscetíveis de
avaliação em moeda.

Exp: I. Importação fosse 50%, o importador, ao adquirir 1.000 garrafas “Red Label”,
poderia deixar 500 na alfândega a título de tributo.
IPTU, Município permitir quitar suas dividas pintando os prédios públicos ou
podando arvores espalhadas pela cidade.

Pela redação do art. 162 do CTN, também notamos que o pagamento deve ser feito em
dinheiro. Vejam:

“Art. 162. O pagamento é efetuado:


I - em moeda corrente, cheque ou vale postal;

Aqui precisamos ficar atendo ao detalhe “ou cujo valor nela se possa exprimir”, que
permite que o tributo seja expresso em algo que não seja moeda propriamente dita, mas
que possa ser convertido em dinheiro com facilidade, como é o caso das unidades
fiscais usadas para idexação.
Exp. a idéia foi permitir a utilização de indexadores como a UFIR (Unidade Fiscal
de Referencia) ou UFIR-RJ, UFESP

Entretanto, há uma novidade novidade que a Lei Complementar 104/2001 trouxe, ao


acrescentar o inciso XI ao art. 156 da Lei 5.172 (CTN). O dispositivo prevê o seguinte:

“Art. 156. Extinguem o crédito tributário:

(...)
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em
lei.”

9
Para os que não sabem, dação em pagamento significa pagar com algo que não seja
dinheiro. No caso em tela, o contribuinte poderia quitar a sua dívida, oferecendo bens
IMÓVEIS ao fisco. Tal hipótese não derroga o art. 3º do CTN, tendo em vista que este
afirma que a quitação do tributo pode ser feita por algo que possa ser expresso em
moeda. Os bens imóveis inegavelmente podem ser expressos em moeda, concorda?

2. Prestação compulsória (obrigatória)

Obrigação: é o vinculo abstrato de conteúdo patrimonial pelo qual alguém


(sujeito passivo) vê-se compelido a dar, fazer, a não-fazer ou a suportar algo
em favor de outrem (sujeito ativo)

 Vínculo jurídico
 categoria geral do direito, pertence ao direito como um todo;
 obrigação tributária é como outra qualquer;
 toda obrigação é bilateral, tem um sujeito ativo e outro passivo;
 obrigação ex lege, que deriva direta e imediatamente da vontade da lei.

 O tributo é obrigatório porque decorre do poder de império do Estado sobre o


particular.

 É um encargo financeiro de natureza pecuniária e compulsória, no qual o


contribuinte é obrigado a entregar dinheiro, (pecúnia), ao Estado, sendo
irrelevante a vontade das partes (credor e devedor).

3. Prestação instituída em lei (Princípio da Legalidade)

O tributo só pode ser criado por lei conforme expressa previsão no texto da Constituição
Federal:

“Artigo 5o., II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa
senão em virtude de lei.”

** princípio democrático** : como a lei é aprovada pelos representantes do povo,


pode-se dizer, ao menos teoricamente, que o povo só paga os tributos que aceitou a
pagar.

4. Prestação que não constitui sanção de ato ilícito

 Ato ilícito: é aquele que contraria as normas jurídicas, sendo, por isso,
punido pelo Estado.

O pagamento do tributo, entretanto, não constitui punição de ato ilícito, não devendo ser
encarado como sanção ou penalidade.

10
Portanto, pagar tributo não constitui sanção, mas dever-prestação do particular
(contribuinte).

O dever de pagar surge com a ocorrência do fato gerador.


Exp. Manifestação de riqueza (Imposto de Renda)

Importante: O tributo não possui o objetivo de punir, mas sim de arrecadar.

Para a cobrança de tributo o que é relevante é o fato gerador, assim, é devedor de


Imposto de Renda mesmo se os rendimentos tem origem um ato ilícito na esfera penal
(tráfico, corrupção). Aplica-se o principio do pecúnia non olet (dinheiro não cheira).

As multas, embora também sejam receitas derivadas, compulsórias e instituídas em lei,


não podem ser comparadas aos tributos, pois possuem natureza claramente
sancionatória. Na verdade, o ideal é que os atos ilícitos não sejam praticados, para
que as multas não venham a ser cobradas.

TRIBUTO X MULTA
Não possui finalidade
sancionatória É sanção por ato ilícito

Visa a arrecadar e a intervir em O ideal é que não arrecade,


situações sociais e economicas pois visa a coibir o ato
ilícito.

5. Prestação cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada

A cobrança de tributos, como está definido no próprio conceito, é atividade vinculada,


logo, o servidor público encarregado de tal tarefa deve cobrá-la, sem qualquer outra
opção.

A previsão do tributo está na lei, assim, o poder público deve cumprir o que está fixado
por essa, assim:

 O ato de cobrar tributos dos contribuintes não poderá ser discricionário


(facultativo)
 Terá que ser vinculado à lei e nos limites da lei.
 Não haverá margem para o administrador a seu critério dispensar o pagamento.
 Na atividade vinculada, a autoridade administrativa agirá exatamente como
determina a norma geral.

11
 Como nasce o tributo?

 Previsão na norma (Hipótese de Incidência)

É o fato descrito em lei que, se e quando acontecido, faz nascer para alguém o
dever de recolher um dado tributo.

 Ocorrendo o fato gerador (fato imponível), deve dar quantia em dinheiro para o
Estado.

Exp. Lei estabelece que pessoa que obtém rendimentos deve pagar imposto

Fato Imponível: João obteve rendimentos

O tributo nasce quando um fato ajusta-se rigorosamente a uma hipótese de incidência


tributária.
Exp. Moldura (hipótese de incidência)
Preenchimento da moldura (fato imponível)

 Deve ser oriundo de ato lícito com conotação econômica


 Vontade do contribuinte é irrelevante para origem do tributo
 Ocorrência do fato anteriormente descrito na lei e por ela considerado apto a
desencadear obrigações tributárias.

 Fato Gerador

No direito privado geralmente são os contratos que fazem surgir a obrigação de pagar.
Exp. Empréstimo bancário (cliente-devedor, pegou $ emprestado) e o banco
(credor, que concede o dinheiro), e a quantia em $ que é o objeto do contrato de
empréstimo.

A fonte, a origem da obrigação, é o contrato.

O fato que faz surgir a obrigação é assinatura do contrato (manifestação de vontade) e a


entrega do dinheiro.

No direito tributário

A obrigação nasce quando ocorre no mundo real um fato previsto em lei.


A origem da obrigação é a lei e este prevê uma hipótese de incidência.
Quando temos a ocorrência no mundo real de um fato previsto em lei nasce a obrigação
de pagar o tributo.

12
NATUREZA JURÍDICA DOS TRIBUTOS

Dando continuidade ao nosso estudo, vamos observar com atenção outros importantes
artigos do CTN:

“Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da


respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:

I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;


II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.

E como fazemos para identificar a espécie de determinado tributo? Ora, pela redação do
art. 4º, devemos levar unicamente em consideração o fato gerador que deu origem à
obrigação tributária.

Nesse sentido, temos que observar, caso a caso, qual é o fato gerador descrito na lei
que instituiu o tributo. Se o fato se referir a uma manifestação
de riqueza do contribuinte, será um imposto. Tal manifestação dar-se-á por meio de
renda, propriedade ou consumo.

Assim:

- se o contribuinte auferiu rendimentos, incidirá Imposto de Renda;


- se possui um imóvel localizado em zona urbana, incidirá IPTU;
- se vendeu um lote de mercadorias, sobre a venda pagará ICMS.

ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

A Constituição Federal no artigo 145 e o CTN no artigo 5 o. relacionam como tributos


sendo:

 Impostos
 Taxas
 Contribuições de melhoria
 Empréstimos compulsórios
 Contribuições sociais

Vamos estudá-las separadamente:

 Imposto

Considerado "a viga mestra da arrecadação tributária". É o braço forte do Estado na


arrecadação.

 É um tributo não vinculado (o FG dos impostos não está vinculado a nenhuma


atuação estatal).
 O contribuinte ao pagar o imposto não recebe do Estado nenhuma
contraprestação imediata e específica em troca do seu pagamento.

13
Porque pagamos imposto? Porque realizamos atos que manifestam riqueza.

O Fato Gerador manifestação de riqueza (ela é desvinculada de atuação do


Estado).

O particular diz para o Estado “tenho capacidade contributiva” – demonstra riqueza.

Por conta disso não há contraprestação específica

Atenção: As pessoas em geral costumam se referir a impostos como se fossem


sinônimos de tributos. A partir de agora, não admito que você os trate assim. Os
Impostos são apenas uma espécie dos tributos

Trata-se de tributos que buscam realizar a solidariedade social. As pessoas


contribuem para consecução do bem comum, pois o poder público não se obriga em
prestar qualquer tipo de serviço específico para aqueles que pagaram impostos.

O art. 16 do CTN é claro, ao dizer que “o imposto é o tributo cuja obrigação tem
por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica,
relativa ao contribuinte.” Isto é, cabe ao contribuinte apenas pagar!! Podemos dizer, em
outros termos, que o pagamento de impostos não exige uma contraprestação por
parte do
Estado.

As receitas dos impostos não poderão ser vinculadas, seu dinheiro ($) vai para
custear as despesas gerais (167, IV, CF).

Assim, quando uma pessoa paga Imposto de Renda, por exemplo, não recebe
do Estado benefício específico em seu favor. O dinheiro do imposto não se reverte
imediatamente em prol do contribuinte, porque destina, de modo geral, ao bem comum.

A definição apresentada pelo Código destaca os dois elementos básicos do


imposto:

a) é tributo cobrado de modo genérico;


b) não obriga o Estado a uma contraprestação específica em favor do
contribuinte.

Vale lembrar que as características gerais dos impostos serão definidas por Lei
Complementar. Agora os impostos poderão ser criados por Lei Ordinária.

O imposto é um tipo de tributo que tem por hipótese de incidência um comportamento do


contribuinte.

Exp. ICMS – nasce do comportamento de alguém vender mercadorias ou serviços de


transporte e comunicação.
ISS – nasce do comportamento de alguem prestar serviços
ITBI – nasce do comportamento de alguém transmitir a titularidade de bens
imóveis

14
 Principio da Capacidade Contributiva

 O imposto deve ter uma relação com a capacidade contributiva (econômica) do


contribuinte.
 Cada um deve pagar o imposto de acordo com aquilo que tem e recebe.
 Imprime aos impostos sempre que possível caráter pessoal
 São graduados de acordo com a capacidade do contribuinte
 A fórmula é a progressividade da alíquota.
 Alíquotas devem ser aumentadas a medida em que for aumentando sua base de
cálculo.
Exp. IRPF – 0%; 15%; 27,5%

Os impostos podem ser classificados como:

 Reais ou Pessoais

- Pessoais:
 Incidem sobre as pessoas. Exp. IR
 No pólo passivo da obrigação tributária figura sempre uma pessoa.

- Reais
 Incidem sobre bens móveis ou imóveis (IPVA, ICMS, IPTU, ITR)

Podemos dizer que graduá-lo segundo a capacidade econômica do contribuinte seria


possibilitar que contribuintes que ganham o mesmo salário mas tenham despesas
totalmente diferentes, possam contribuir com valores diferentes. Ou seja, considera-se
os aspectos pessoais de cada contribuinte.

Competência Tributária Privativa dos Impostos

 Impostos Federais (competência da União – art. 153, CF)

- IMPOSTO DE IMPORTAÇAO (importação de produtos estrangeiros) - II


- IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO (produtos nacionais ou nacionalizados) - IE
- IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI
- IMPOSTO DE RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA - IR
- IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS (operações de crédito, câmbio e
seguro ou relativas a títulos ou valores mobiliários) - IOF
- IMPOSTO TERRITORIAL RURAL – ITR
- IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS - IGF
- IMPOSTOS EXTRAORDINÁRIOS DE GUERRA - IEG (ART. 154, II, CF)

 Impostos Estaduais (competência dos Estados/DF – art. 155)


- IMPOSTO SOBRE CAUSA MORTIS E DOAÇÃO de quaisquer bens ou direitos -
ITCMD
- IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SOBRE PRESTAÇÕES DE
SERVIÇOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL OU INTERMUNICIPAL E DE
COMUNICAÇÃO, AINDA QUE AS OPERAÇÕES E AS PRESTAÇÕES SE INICIEM NO
EXTERIOR - ICMS
- IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEICULO AUTOMOTOR - IPVA

15
 Impostos Municipais (competência dos Municípios – art. 156)
- IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDITAL E TERRITORIAL URBANA – IPTU
- IMPOSTO SOBRE A TRASMISSÃO DE BENS IMÓVEIS – ITBI
- IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUZA – ISS

Cada pessoa política tem competência para criar seus respectivos impostos.

União pode criar (esta autorizada) outros impostos (novos) que não tenham a mesma
hipótese de incidencia e nem a mesma base de calculo dos arts. 153,155 e 156. O nome
para essa competência é residual.

Exp. Imposto sobre o selo


Imposto sobre atos jurídicos
Imposto sobre arrematações em leilão

O instrumento legal para criação dos impostos é a Lei Ordinária. Já os impostos novos
(residuais) só podem ser criados por Lei Complementar.

A palavra pode indicar quem é o contribuinte, este promove a ação do verbo.


ISS – prestar serviços
II – Importar

 Taxas (art. 145,II, CF e arts. 77/78/79 do CTN)

Diferente do conceito de imposto, o fato gerador das taxas é uma atividade que o
poder público realiza para o contribuinte e para custear tais atividades, são instituídas as
taxas.

Dessa forma, a situação que faz surgir a obrigação de um contribuinte arcar com
o pagamento de taxa, é um fato do Estado, e não do contribuinte. Isso significa que é o
Estado que deve agir para realizar a cobrança da taxa.

A taxa caracteriza-se por ser tributo vinculado a uma contraprestação direta e


específica do Estado (poder público) em benefício do contribuinte.

Dispõe o artigo 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato
gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de
serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos
aos que correspondam a imposto, nem ser calculada em função do capital das
empresas. (Expressão “nem ser calculada em função do capital das empresas"
acrescida pelo Ato Complementar nº 34, de 30/1/1967)

16
Fatos Geradores das Taxas: a) Taxas de Serviços e b) Taxas de Polícia

a) Taxas de Serviços

As taxas de serviço são criadas para custear serviços públicos prestados


pelo poder público à população em geral.
Cabe observar, como é do conceito dos tributos, que o contribuinte
não poderá fazer opção por não receber determinada prestação de
serviço estatal.
Por outro lado, o Estado pode ou não optar por tributar
determinado serviço (dependendo de uma lei para instituir a respectiva
taxa) que se enquadre na definição do CTN, que a seguir veremos:

Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o art. 77 consideram-se:

I - utilizados pelo contribuinte:

a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;


b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua
disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;

II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção,


de utilidade ou de necessidade públicas;
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um
dos seus usuários.

Serviço público é a atividade prestada pela Administração Pública diretamente ou por


delegação (concessão, permissão ou autorização) de forma contínua e que tem por
finalidade atender as necessidades coletivas (sociedade).

Serviço Público (Específico e Divisível)


(Efetivo ou Potencial)

Logo, a taxa de serviço ocorre em função de um serviço público a um contribuinte de


forma específica e divisível, entretanto, o serviço pode ser utilizado efetivamente ou
não pelo usuário.

Importante: A cobrança da taxa de serviço será devida quando o serviço público é


prestado ao contribuinte separadamente.

Atenção! Serviço geral: é aquele destinado a comunidade como um todo considerado.


Não se refere diretamente a ninguém, alcançam um número indeterminável de pessoas.
São remunerados pelos impostos e pelas cobranças de multas.

Exp.
- Segurança Pública
- Serviço de combate a sinistros
- Serviço Diplomático
- Serviço de Defesa da Soberania Nacional

17
- Em 1o. lugar é necessário que esse serviço seja específico e divisível.

Significa dizer que esse serviço deve ser direcionado a uma determinada pessoa
(usuário) ou a um número determinável de pessoas, de forma que consiga delimitar
quem são as pessoas (não é geral). São prestados a título singular.

- Específico: quando o contribuinte sabe por qual serviço está pagando. Exp. Serviço
Judiciário (custas processuais), emissão de passaporte.

- Divisível: quando é possível o Estado (poder público) identificar os usuários do serviço.


Podemos dizer que tais serviços trazem benefícios individuais a cada usuário. Exp.
Taxa para confecção de passaporte

Quem vai definir o serviço público será a Lei. O serviço deve ser utilizável pelo cidadão e
a utilização pode ser:

I) Efetiva: quando o contribuinte de fato utiliza, usufrui diretamente e


concretamente da prestação de serviço estatal. O núcleo é a utilização.
Exp. Emissão de CNH, Certidão de Antecedentes Criminais

II) Potencial: o serviço esta à disposição. Sendo o serviço de utilização


compulsória, seja posto à disposição de contribuinte mediante uma atividade
administrativa em efetivo funcionamento. É um serviço fruível pelo
contribuinte.

Exp. Serviço público a sua disposição (potencial) – Municípios que tem a taxa
do lixo, paga a taxa independentemente de ter utilizado (motivo: viagem), há o sistema
de coleta e que permanece a sua disposição do usuário.

O serviço potencial deve ser de utilização obrigatória (lixo). O lixo é produzido por todos.
Agora, quem vai dizer se é obrigatório ou não é a lei.

O serviço para ser cobrado deve ser de utilização compulsória, logo, a lei já impõe a
utilização do serviço.
Exp. Proibido cavar um buraco, jogar o lixo e concretar o local.

Art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no


âmbito das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios
aquelas que, segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis
Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível,
competem a cada uma dessas pessoas de direito público.

18
b)Taxas de Polícia

No artigo 77 do CTN fala que o fato gerador das taxas tanto pode ser a prestação de
serviços públicos como o exercício do poder de polícia. Mas o que vem a ser poder de
polícia?

Na definição do próprio CTN, temos que:

“Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,


limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato
ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à
higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à
tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
coletivos.”

São tributos que têm por hipótese de incidência a prática de atos de polícia de efeitos
concretos.

Atos de polícia é aquele que envolve o exercício do chamado Poder de Polícia.

Poder de Polícia é a faculdade que o Estado tem de observados os ditames


constitucionais, baixar normas (regras) de nível legal ou infralegal para disciplinar o
exercício dos direitos à liberdade e à propriedade das pessoas compatibilizando como o
bem comum.

Temos a limitação dos direitos dos particulares em benefício do interesse público.

A taxa de polícia não remunera diretamente o ato de polícia e sim as diligências


necessárias a prática do ato de polícia.

 Taxa de alvará para fiscalização de anúncios (Outdoors, Placas), visa custear a


fiscalização das atividades publicitárias dentro do município.

 Taxa de alvará cobrada para custear a fiscalização sobre as obras.

 Taxa de polícia de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários pela


CVM.

Nas taxas de polícia, o dever de pagar ocorre pela atuação da Administração Pública.
Exp. Taxa de alvará para construção, foram feitas diligências e o pedido foi indeferido,
não terei a taxa de volta pois paguei pelas diligências e não pelo alvará.

Embora todo o cidadão seja livre para estabelecer-se como uma indústria, não pode,
entretanto, instalar-se num bairro estritatamente residencial. O poder de polícia vai
limitar esse direito.

Policia nesse caso se refere à possibilidade de fiscalizar e autorizar determinada


atividade, limitando-a em razão do interesse público.

19
Base de cálculo das Taxas

De acordo com Aires Barreto, a base de cálculo “consiste em critério abstrato para medir
os fatos tributários que, conjugado à alíquota, permite obter a ‘dívida tributária’”.

No que se refere às taxas, a base de cálculo deve ser utilizada para permitir que o ente
federado encontre um valor que satisfaça apenas as despesas que ele teve com a
prestação dos serviços. Caso contrário, haveria enriquecimento sem causa por parte do
Estado. É claro que não é exigida uma precisão dos valores, mas apenas que não
haja total desvinculação entre um valor e outro.

Nesse contexto, se o legislador criar um tributo e denominá-lo taxa, mas, em sua base
de cálculo, inserir uma grandeza que não tenha a ver com qualquer atividade estatal
relativa ao contribuinte, estará na verdade criando um “imposto disfarçado”. É por isso
que a nossa Constituição Federal proibiu a identidade entre a base de cálculo de uma
taxa e de um imposto (tal proibição também pode ser encontrada no art. 77, parágrafo
único, do CTN). Veja:

Art. 145: (...)


§ 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

Com base no texto constitucional, o STF editou a seguinte súmula:

Súmula STF 595 – É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de


rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do Imposto Territorial Rural.

Ainda sobre a base de cálculo das taxas, o CTN acrescentou outro detalhe, dizendo que
as taxas também não podem ser calculadas em função do capital social das
empresas, como vemos a seguir:

Art. 77: (...)

Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que
correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.

A base de cálculo tem ligação direta com o serviço prestado.

Súmula STF 19 – Taxa do lixo é constitucional, já taxa de limpeza urbana é


inconstitucional.

Ora, o motivo é óbvio. Sabemos que o fato gerador das taxas deve ser necessariamente
um serviço público prestado ou o exercício do poder de polícia. Sabemos também que
deve haver uma correlação entre o custo da atividade prestada ao contribuinte e o
valor a ser cobrado dele.

Taxas e Preços Públicos (tarifas)

O regime jurídico (regras que são aplicadas) entre os dois institutos são
diferentes. As taxas, são tributos, sujeitas ao direito público. Já as tarifas, seguem
o direito privado.

20
Taxas só podem ser cobradas por PJ de Direito Público.
Tarifa podem ser cobradas por PJ de Direito Público ou Privado.

Taxa Preço Público (tarifa)

* Tributo
* Prestação compulsória (pago em * Prestação voluntária (ela decorre do
função que a lei determina, não tem exercício de autonomia do indivíduo a
escolha, afasta qualquer exercício de uma escolha). Há uma relação de
autonomia, por conta disso há relação coordenação (horizontal), a escolha
de subordinação). pode sujeitar-se a uma cobrança.
* Receita derivada * Receita originária

Nesse rumo, há que se ressaltar que, tanto o serviço de energia elétrica como o de água
e esgoto são remunerados por tarifas (ou preços públicos):

“EMENTA: (...) A tarifa de energia elétrica não é considerada de natureza tributária.


Sendo assim, o prazo prescricional é vintenário. (...)” (STJ, REsp 30.847/SP, Rel. Min.
Helio Mosimann, 02/10/1995)

“EMENTA: ÁGUA E ESGOTO – TARIFA VERSUS TAXA. A jurisprudência do


Supremo é no sentido de haver, relativamente ao fornecimento de água e
tratamento de esgoto, o envolvimento de tarifa e não de taxa.” (STF, AI 753.964-
AgR/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, 15/10/2013)

Pedágio é Tributo. Para o STF tem natureza de taxa. Senão tiver uma via vicinal é
tributo, se não tem escolha. Se tiver a natureza de taxa é porque é compulsória. (RE
181475)

Contribuições de melhoria (art. 145, III, CF)

Dispõe o “Art. 145. III, CF - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


poderãoinstituir os seguintes tributos:

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.”

Perceba que a CF/88 definiu que todos os entes federados (União, Estados, Distrito
Federal e Municípios) poderão instituir a contribuição de melhoria. Podemos dizer,
então, que é um tributo de competência comum, assim como a taxa.

Vamos abordar agora os conceitos trazidos pelo CTN, e que dizem respeito a esse
tributo:

Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída
para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária,
tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo
de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

21
A contribuição de melhoria é um tributo vinculado cobrado pelo Estado dos proprietários
de imóveis beneficiados por obras públicas.

* características:

- tributo vinculado
- atuação estatal específica
- exigida em virtude de valorização de imóvel em razão de obra pública
(valorização imobiliária é requisito essencial).
- Valorização imóveis adjacentes, localizados nas imediações.

Fato Gerador: valorização imobiliária.

Assim, para fazer frente aos custos da obra, é justo que o Estado cobre tributos dos
proprietários que diretamente se beneficiaram com ela. Se o objetivo é custear a obra
pública, não tem razão ser superior ao custo desta.

Do ponto de vista individual, não pode pagar mais do que o imóvel valorizou.
Do ponto de vista global é o custo de toda a obra.

Obra Pública: é a edificação, a ampliação ou a total reforma de um bem imóvel


pertencente ou incorporado ao patrimônio público. Exp. Avenida, estrada, viaduto.

Se a obra pública causar prejuízos, o Estado deve indenizar.

Obs: só pode ser cobrada após o término da obra.

Dependendo da sua natureza, poderá provocar uma depreciação dos referidos imóveis.
Nesses casos, não terá ocorrido, evidentemente, o fato gerador da contribuição de
melhoria, porque não houve benefício algum aos proprietários.

Após concluída a obra pública, avaliada a valorização que o imóvel experimentou, daí
sim cobra-se a Contribuição de Melhoria.
Exp. Alargamento da Avenida Faria Lima

Onde estão os limites?

Resp. Estão na legislação infraconstitucional – art. 81 do CTN e art. 4o. Dec. Lei 165/67

Para cobrança da contribuição de melhoria esta limitada a zona (região) que teve
valorização imobiliária (sujeitos passivos determinados).

Sendo tributo tem BC e Alíquota.

 Qual a BC que elege para medir o FG?

- Resp. Deve ser o montante de valorização.


- A BC possui limitação, está limitada ao custo da obra.
- deve ser o quantum da valorização experimentada pelo imóvel em decorrência da obra
pública realizada nas imediações.

22
Alíquota

 Deve ser um percentual desse quantum.


 Pode variar, mas não pode imprimir ao tributo feições confiscatórias

Exp. Sem obra publica o imóvel custa R$ 100 mil, com a obra ele passa a valer R$ 150
mil.

Base de calculo será os R$ 50 mil


Alíquota de 10% (50 x 10% = R$ 5 mil)

Contribuinte pode impugnar administrativa/judicialmente o valor cobrado se entender


que houve excesso.

- Ela só pode ser exigida uma única vez por cada obra pública realizada. Mesmo se
inicialmente a valorização foi precária e passados 5 anos houve grande valorização, não
pode haver nova cobrança.

Sendo tributo, portanto, tem uma base de calculo e alíquota. Sendo obra de
competência da União, será criada por lei federal e assim por diante.

** Princípio Informador da Contribuição de Melhoria**

 É o principio da proporcionalidade
 Em tese a obra publica beneficia a coletividade (melhora o trânsito, embeleza a
cidade)
 Algumas obras favorecem algumas pessoas do que outras
 Na pratica é difícil sua cobrança em razão da dificuldade quanto ao cumprimento
dos requisitos da lei.

EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS (art. 148, CF)

É competência da União.

Vai ser instituído por intermédio de Lei Complementar (não admite MP, Lei Ordinária).

O artigo 148 da Constituição Federal não diz qual é o Fato Gerador, apenas define as
situações fáticas em virtude das quais o Empréstimo Compulsório poderá ser criado
através da leitura dos incisos I e II.

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos


compulsórios:

I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de


guerra externa ou sua iminência;
13135049809
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevanteinteresse nacional,
observado o disposto no art. 150, III, "b".

Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo


compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

Os incisos são os motivos que justificam a criação, são eles:

23
1. Despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública,
2. Despesas extraordinárias decorrentes de guerra externa ou sua iminência.

Vamos entender o conceito de despesas extraordinárias com as lições de Sacha


Calmon:

“Despesas extraordinárias são aquelas absolutamente necessárias, após esgotados os


fundos públicos inclusive os de contingência. Vale dizer, a inanição do Tesouro há de
ser comprovada.” (COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Comentários à Constituição de
1988/Sistema Tributário Nacional. Pág. 147)

Calamidade Pública, Guerra externa ou sua iminência: esse são os pressupostos


para sua criação. Se ocorrer, a União, pode criar um ou mais empréstimo compulsório.

Cabe ao Judiciário, se invocado, manifestar se estão presentes ou não tais


pressupostos.

3. em função de investimento público de caráter urgente e relevante interesse


nacional.

Qual é o FG?

Resposta. Sendo o FG de Imposto Federal, temos uma situação de BIS IN IDEM


(cobrança pela União de 2 (dois) tributos diferentes sobre o mesmo FG.

No Empréstimo Compulsório tenho o mesmo ente que cobra 2 tributos distintos sobre o
mesmo fato gerador.

Diferença entre Bis In Idem e Bitributação

Bis in idem

É o fenômeno que ocorre quanto a mesma pessoa política institui tributos


aparentemente diversos sobre o mesmo fato gerador e o mesmo contribuinte.
No Empréstimo Compulsório, tenho o mesmo ente (União) que cobra 2 (dois) tributos
distintos sobre o mesmo FG.

União – FG (renda) cobra Imposto de Renda e Empréstimo Compulsório (sobre a renda)

Bitributação: Dois (2) entes distintos que cobram dois (2) tributos distintos sobre o
mesmo FG.

FG – propriedade imóvel

Urbana Rural
(IPTU – Município) (ITR – União)

Obs: dúvida se o imóvel está na zona urbana ou rural e ambos os entes cobram.

24
O art. 15 CTN : Empréstimo Compulsório – elenca as hipóteses, todavia, o inciso III não
está contemplado, não foi recepcionado.
Exp. O Plano Collor não é Empréstimo Compulsório, baseado no art. 15, III, CTN

Todos os valores arrecadados serão destinados ao atendimento aos fins


para os quais foram arrecadados. Se é relevante (art. 148, § único) vinculado
a despesa.

Ele será objeto de restituição a partir do momento em que a situação fática


deixar de existir. Deve ser feita na mesma espécie que foi arrecadado.

Exp. Se for 1% do rendimento, deve devolver o mesmo percentual, se for em $,


deve devolver em $, ou seja, da mesmo forma que foi arrecadado (RE 175385)

Restituição: é obrigatório, a Lei Complementar ao criar esse empréstimo compulsório,


deve apontar como e quando (prazo) ele será devolvido ao contribuinte.

 Cria direito subjetivo ao contribuinte de reaver o dinheiro com juros e correção


monetária.
 A restituição dar-se-á em moeda (mesma espécie)

Contribuições Especiais (art. 149)

 São tributos, deve observar o art. 146, CF.


 Competência exclusiva da União.
 União está autorizada a veicular normas gerais em matéria tributária.
 União por meio de lei ordinária.

“Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de


intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou
econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o
disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º,
relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.”

Exceção quanto a competência da União. É permitido aos Estados, DF e Municípios


instituírem contribuições especiais, no § 1º do art. 149, a saber:

“§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de


seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que
trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores
titulares de cargos efetivos da União.”

Tipos de Contribuição Especial Competência para Instituir


Contribuições Sociais União (Exceção: todos os demais entes
podem instituir Contribuição Previdenciária
a ser cobrada de seus servidores)
Contribuição de Intervenção no Somente a União
Domínio Economico – CIDE
Contribuições de Interesse das Somente a União
Categorias Profissionais
Contribuição para Custeio do Serviço Somente Distrito Federal e Municípios
de Iluminação Pública - COSIP

25
As contribuições podem ter a seguinte finalidade:

a) Visa intervir e beneficiar a ordem social (custeio da seguridade social)


b) Visa intervir no domínio econômico
c) Visa o atendimento a interesses de categorias profissionais ou econômicas

As contribuições se distinguem uma das outras pela finalidade a cujo atendimento


se destinam. Sua atuação vai depender do dinheiro ($) arrecadado, dando destinação
das receitas às respectivas áreas de atuação. Podemos dizer que a destinação é
relevante. Assim, a atuação da União se verifica com a destinação das receitas nas
respectivas áreas de destino. São chamadas de contribuições especiais para diferenciar
das espécies tributárias já estudadas as contribuições de melhoria.
Por serem tributos podem revestir-se da natureza ou de imposto ou de taxa.
Quando assumem a natureza de impostos, a elas não se aplica a regra do art. 167, IV
(produto da arrecadação do imposto não é vinculado a órgão, fundo).

 Modalidades de Contribuições Especiais (art. 149)

Competência: UNIÃO

Contribuições Sociais
Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE
Contribuições de Interesse de categorias profissionais ou econômicas
(corporativas)

Exceção:

Competência: ESTADOS/DF/MUNICIPIOS instituir contribuição, cobrada de seus


servidores, para o custeio, em benefícios destes, do regime previdenciário.

I) Contribuições Sociais

Trata-se de ferramenta utilizada pela União para atuar na área social. Temos as
contribuições para o custeio da seguridade social (art. 149/195 CF)

As contribuições de seguridade social têm por objetivo carrear recursos para a


seguridade social, obviamente. A seguridade social, de acordo com o art. 194 da CF/88,
“compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à
assistência social”.

Logo, a seguridade social engloba:

- previdência social;
- sistema público de saúde;
- assistência social.

26
De acordo com esse artigo, as contribuições para seguridade social poderão incidir
sobre várias bases econômicas. Vou listar os principais e apresentar os tributos que
foram instituídos para satisfazer a disposição constitucional.

Base Economica Contribuição Instituída


Receita ou Faturamentoc COFINS (LC 70/91)
LUCRO CSLL (Lei 7.689/88)
Importação de bens ou serviços do PIS/PASEP – Importação
exterior CONFINS – Importação (Lei 10.865/04)

COFINS - Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social


CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

Além disso, as contribuições sociais poderão incidir sobre as seguintes


bases econômicas:

 Folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a


qualquer título, à pessoa física que preste serviço ao empregador;

 Do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo


contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de
previdência social;

 Receita de concursos prognósticos.

Ainda nesse campo temos as Contribuições Sociais Gerais são aquelas destinadas a
custear atividades do poder público na área social, mas que não estejam destinadas à
seguridade social.

Como exemplo, podemos citar o salário-educação, que foi instituído com base no art.
212, § 5º da CF/88 e também as contribuições ao Sistema “S”, previstas no art. 240 da
CF. Estas últimas destinam-se ao custeio dos Serviços Sociais Autônomos (SESC,
SENAI, SEBRAE etc.).

Estas entidades são pessoas jurídicas de direito privado, não pertencendo à


administração pública direta ou indireta, mas realizam atividades de interesse público, e
por isso podem receber recursos públicos. Trata-se de caso em que os recursos são
destinados a outras entidades, que não o Estado.

II) Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE (art. 149 e 177).

Competência da União

O Estado pode atuar na ordem econômica das seguintes formas:

a) Participação do Estado como agente econômico, mediante a exploração direta da


atividade econômica (Exp. SEM/Empresas Públicas)

27
b) Participação do Estado como agente interventor, quando atua como agente
normativo, disciplinador, como ocorre através das agências reguladoras e através
das CIDE, sendo uma intervenção indireta.

A CIDE não se trata de um imposto, cuja finalidade principal é arrecadar recursos


para os cofres públicos. A sua denominação nos remete a uma intervenção estatal na
economia, no mercado. Portanto, é um tributo extrafiscal, pois a finalidade é intervir
no funcionamento da economia do país.
13135049809

Objetivo: visa intervir na economia para ajusta-la aos objetivos da política


econômica, visando desenvolvimento de certos setores da economia, empresas
que compõem esse setores podem ficar sujeitas ao pagamento da CIDE.

Na CIDE, a intervenção ocorre pela destinação do produto da arrecadação a uma


determinada atividade, que, justamente por conta desse “reforço orçamentário”, tem-se
por incentivada.

Assim, diferentemente dos impostos, cuja arrecadação, via de regra, não pode ser
vinculada, as CIDES são tributos de arrecadação vinculada, e é o próprio destino da
arrecadação que faz com que ela intervenha na economia, direcionando recursos
para setores específicos. Com efeito, se o Governo quiser estimular um setor da
economia, ele pode instituir uma CIDE, e utilizar os recursos arrecadados para fomentar
tal setor.

Também poderá haver intervenção quando há abuso do poder econômico e se


justifica a edição de norma legal interventiva, para reprimi-lo, no sentido de evitar a
dominação dos mercados, a eliminação da concorrência e o aumento arbitrário dos
lucros.

Nesse contexto, vimos que, assim como as contribuições sociais, as CIDEs não
incidirão sobre exportações, mas incidirão sobre as importações de produtos ou serviços
estrangeiros. Vimos também que suas alíquotas podem ser ad valorem ou específicas.

Um aspecto importante a ser comentado sobre as CIDEs é que a CF não delineou


os fatos geradores sobre os quais o tributo deveria incidir. Por conta disso, podemos
dizer que a União possui certa autonomia para criar novas Contribuições de
Intervenção no Domínio Econômico.

Exemplos de CIDEs instituídas:

 Lei 10.336/01 instituiu a CIDE-Combustíveis - incide sobre atividades de importação


ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e
álcool combustível.

Com a Emenda Constitucional 42/2003 – (art. 149, § 2o., II) a CIDE-Combustíveis passa
a incidir sobre toda e qualquer importação de produtos estrangeiros ou serviços
originados no exterior e não mais sobre apenas combustíveis.

Destinação, art. 177, § 4º., da CF/88.

28
“§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às
atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e
seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos:

I - a alíquota da contribuição poderá ser:


a) diferenciada por produto ou uso;
b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o
disposto no art. 150,III, b;

II - os recursos arrecadados serão destinados:

a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás


natural e seus derivados e derivados de petróleo;
b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do
petróleo e do gás;

Terá alíquota específica:

Consiste em um valor expresso em moeda, estabelecido pela lei, aplicável sobre


determinada unidade, como por exemplo metros, metros cúbidos (m3), quilos, toneladas.
E será diferenciada por produto ou uso, também poderá ser reduzida e restabelecida por
ato do Poder Executivo (art. 150, III, b – Principio da Anterioridade)

Exp. CIDE

a) gasolina – R$ 860 por m3;


b) diesel – R$ 390,00 por m3;
c) óleos combustíveis (fuel oil), R$ 11,40 por t (tonelada)

Fatos Geradores

A CIDE-Combustíveis tem como fatos geradores as seguintes operações, realizadas


com os combustíveis elencados no art. 3º da Lei nº 10.336, de 2001 (gasolinas, diesel,
querosenes, etc.):

a) a comercialização no mercado interno; e


b) a importação.

 CONTRIBUINTES

São contribuintes da Cide-Combustíveis, o produtor, o formulador e o importador


(pessoa física ou jurídica) dos combustíveis e seus derivados elencados no art. 3º da Lei
nº 10.336, de 2001.

Na EC 42/2003 determinou que 25% da arrecadação da CIDE seja repartida pela a


União com os Estados e o Distrito Federal.

Estados, deve repartir com os municípios 25% de sua parte na CIDE. (25% de 25 =
6,25% para os municípios)

Os recursos arrecadados serão destinados:

a) Ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível;

29
b) Financiamento de projetos ambientais relacionados com a industria do petróleo e
gás
c) Ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes

Vejamos outros exemplos de CIDEs existentes em nosso ordenamento jurídico:

 Adicional ao Frete para Renovação da Marinha (AFRRM) – Lei 10.893/2004


 Contribuições para o SEBRAE (Lei 8.029/90) – Considerada CIDE pelo STF
 Adicional de Tarifa Portuária (Lei 7.700/88) – Considerada CIDE pelo STF
 Contribuição de intervenção de domínio econômico destinada a financiar o
Programa de Estímulo à Interação Universidade-Empresa para o Apoio à
Inovação (Lei 10.168/2000) – Denominada CIDE-Royalties

III) Contribuições de interesse das categorias Profissionais ou Econômicas


(Contribuições Corporativas)

São contribuições devidas pelos profissionais a seus órgãos de registro e fiscalização,


ou seja, em favor de entidades representativas de classe.

Competência: UNIÃO

Todas elas serão utilizadas como instrumento (forma) de atuar nas respectivas áreas,
visando propiciar a organização desta categoria, fornecendo recursos financeiros para a
manutenção de entidade associativa.

Nesse contexto, identificamos a contribuição cobrada pelos conselhos profissionais de


fiscalização e regulamentação do exercício profissional e a contribuição sindical.

1. Contribuições para o custeio dos conselhos de fiscalização e regulamentação


de categorias profissionais

Em primeiro lugar, o que vem a ser esses conselhos? São aquelas famosas autarquias
que regulamentam determinadas categorias profissionais, como o CREA, o CRC, o CRA
e o CRM, por exemplo. A previsão para que estas entidades existam está prevista no
art. 5º, XIII, da CF/88.

Exp. contador (CRC); engenheiro (CREA), médico (CRM), administrador (CRA)

2. Contribuições Sindicais

A contribuição sindical é compulsória, instituída em lei e quem possui natureza


tributária, pois atende a todos os requisitos previstos no art. 3º do CTN. Veja que essa
contribuição é cobrada independentemente da filiação sindical.

Contribuição para o Custeio do serviço de Iluminação Pública

Conforme entendimento jurisprudencial, para o STF (Súmula 670), o serviço de


iluminação pública não pode ser custeado por taxas, por não atender aos
requisitos de especificidade e divisibilidade exigidos tanto pela CF/88 (art. 145, II) quanto
pelo CTN (art. 77).

30
Diante desse impedimento, o correto é que fosse utilizada parte da arrecadação
decorrentes dos impostos. Contudo, os municípios alegavam que não havia recursos
disponíveis para financiar este serviço. Por esse motivo, o legislador constituinte
derivado, por meio da Emenda Constitucional 39/2002, acrescentou o art. 149-A ao texto
constitucional. Tal dispositivo prevê a criação da Contribuição para o custeio do serviço
de iluminação pública (COSIP).

Vejamos o que diz o art. 149-A:

“Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma


das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o
disposto no art. 150, I e III.

Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na


fatura de consumo de energia elétrica.”

Três aspectos devem ser levados em conta, na leitura dos dispositivos supra citados:

 A competência é restrita aos Municípios e ao DF;

 A arrecadação do tributo é vinculada ao custeio do serviço de iluminação


pública;

 É facultado que a cobrança desse tributo seja feita na fatura de consumo de


energia elétrica.

Para entender devemos observar os seguintes questionamentos:

- Em primeiro lugar, é possível identificar os usuários do serviço de


iluminação pública?

 Classificação dos Tributos

Os entes políticos possuem competência tributária para instituir seus próprios tributos.
Lei federais, estaduais, distritais e municipais estão no mesmo patamar (plano). Todas
buscam seu fundamento na Constituição Federal, entre as leis tributárias não há vínculo
de subordinação, esta, existe apenas para com a CF.

CF

FEDERAL ESTADUAL DISTRITAL MUNICIPAL

Elas se diferenciam pelo âmbito de incidência, mas isso não implica hierarquia.

 Quanto à finalidade

1. Será fiscal quando visa objetivamente arrecadar, carrear recursos para os cofres
públicos.
Exp. IRPJ, IRPF, ICMS, IPVA, Taxas e Contribuições.

31
2. Será extrafiscal

 Quando tem a intenção de induzir ação ou omissão do particular


 Quando objetiva fundamentalmente intervir numa situação social ou econômica.
- Exp. II, IE, IPI (aumento ou redução de alíquotas)

Antes de arrecadar, objetivam o controle do comércio internacional (II), servindo de


barreira protetiva da economia nacional e outras de estímulo à importação ou
exportação de determinada espécie de bem.

3. Será parafiscal quando a lei tributária que criou o tributo nomeia outra pessoa para
ser sujeito ativo (capaz de cobrar os triubtos) e destina-lhe os recursos arrecadados.
Exp. Contribuições cobradas pelas autarquias responsáveis pela regulamentação
e fiscalização das atividades profissionais, como CRC e CRM.

 Quanto à hipótese de incidência

Vimos que hipótese de incidência é a previsão abstrata, na lei, já o fato gerador é


quando esta hipótese é concretizada no mundo real. Essa classificação serve para saber
se os tributos possuem o fato gerador (H.I) vinculada a alguma atuação por parte do
Estado ou não.

a) Vinculados

São aqueles cujo fato gerador enseja por parte do Estado realizar uma atividade
específica ao contribuinte, de forma a justificar a cobrança do tributo.
Exp. Taxas e Contribuições de Melhoria

b) Não vinculados

São aqueles cujo fato gerador, não é necessário que o Estado desempenhe qualquer
atividade específica ao contribuinte para legitimar a cobrança. Foram criados para
custear os serviços gerais prestados pelo poder público como segurança e saúde.
Exp. Impostos

 Quanto à possibilidade de transferência do encargo tributário

I) Indiretos

Existem tributos que, por permissão legal, permitem a transferência do encargo


econômico aos consumidores, ou seja, o vendedor inclui o tributo no preço a ser pago
pelos seus clientes.

O vendedor é quem recolhe o tributo aos cofres públicos, contudo, quem efetivamente é
onerado pelo tributo são os consumidores. Então, temos o “Contribuinte de Direito”
(comerciante) que o transfere para o consumidor, “Contribuinte de Fato” o ônus
financeiro.

 Contribuinte de direito  pessoa designada pela lei para pagar o imposto.


 Contribuinte de fato  pessoa que de fato suporta o ônus fiscal.

32
 Exemplo: o IPI e o ICMS são impostos indiretos, uma vez que o consumidor final
é que, de fato, acaba por suportar a carga tributária, embora não seja designado
pela lei como contribuinte desses impostos.

Nem sempre o contribuinte que paga é, efetivamente, quem suporta em definitivo a


carga tributária.

II) Direto

Neste caso, não é permitido a transferência, pois o contribuinte de direito é o mesmo


que o contribuinte de fato.

 Exemplo: No Imposto de Renda da pessoa física assalariada, por exemplo, é o


empregado que recebe o salário quem suporta a obrigação de pagar o imposto,
não havendo condições de ocorrer o que é chamado de repercussão
(transferência do ônus tributário para outrem).
 Pessoa que adquire um automóvel, ele irá pagar o IPVA.

 Competência Tributária (quem pode tributar)

Segundo o professor Carrazza, os limites da competência estão traçados na


Constituição Federal, assim, não podem haver atropelos ou qualquer desarmonia quanto
à aplicação da Constituição.

A Constituição Federal não cria tributos, ela atribui poder as pessoas políticas para
que por intermédio de uma lei criem os tributos. Isso quer dizer que o exercício da
competência é próprio da pessoa política, essa pessoa política cria ou institui tributo,
portanto, no Brasil, a competência tributária é partilhada entre a União, Estados-
membros, o Distrito Federal e os Municípios, ou seja, teremos Lei Federal, Estadual,
Distrital e Municipal. A CF distribui competência tributária, ou seja, delimita os poderes
entre a União, Estados, Municípios e Distrito Federal, (entes políticos, com poderes
legislativos) na edição (elaboração) de leis que instituam (criam) tributos.

A referida Constituição traçou com rigor a competência das pessoas políticas,


distribuindo a cada uma delas o seu poder e fixa os limites de atuação.

Conceito: é a atribuição que a Constituição Federal faz aos entes políticos para que
institua (crie) seus próprios tributos, descrevendo legislativamente, sua hipótese
de incidência, o sujeito ativo, o sujeito passivo, a base de calculo e a alíquota.

Quem atribui a competência tributária é a Constituição, através da própria


organização jurídica do Estado. Evidentemente só as pessoas jurídicas de Direito
Público, dotadas de poder legislativo, pode ser atribuída a elas a competência tributária,
posto que tal competência somente é exercida através de lei.

A instituição de tributos é tarefa tipicamente legislativa e, portanto, política. O


exercício da competência é própria da pessoa política, só essa pessoa política cria ou
institui tributo, portanto a Constituição Federal não cria tributos, reparte competência.

33
Competência tributária: envolve não só o poder de fiscalizar e cobrar tributos, mas
também o de legislar (criar) a respeito.

Competência tributária: o exercício é facultativo, a pessoa política só cria o tributo se


quiser (art. 145).

O que tributar? Ocorre através da análise da competência tributária sob 2 (dois)


aspectos:

1. Positivo: poder de tributar


2. Negativo: proibições relativas ao poder de tributar (Imunidades, art. 150, VI, CR)

1. Positivo (poder de tributar)

O poder de tributar está na Constituição. E trata-se da Constituição de atribuir em


sentido + (mais) estrito competência tributária aos entes da Federação (U, E, DF e M).

A CF não cria tributos, apenas outorga competência para que os entes políticos o façam
por meio de leis próprias.

Conceito: É o poder constitucionalmente atribuído de editar leis que instituam


tributos.

 Características de competência tributária (poder de tributar):

a) é indelegável (nem mesmo por EC, trata-se de delegação rígida).

Não pode delegar: não é possível ao ente político que recebeu a competência delega-la
a outro entre ou a outra entidade (artigo 7o)

Sendo indelegável, não se confunde com o poder de cobrar o tributo, isso pode ser
delegado, bem como a fiscalização, a administração dos recursos dos tributos podem
ser delegados.

Eles consistem na “capacidade tributária ativa”, ou seja, poder de cobrar, fiscalizar,


arrecadar tributos.

Competência Tributária Capacidade Tributária Ativa (art. 7o., CTN)

* poder de tributar * poder de arrecadar, fiscalizar e


administrar tributos.
- CR(U, E, DF e M) (Definida por lei e é de quem cria o
tributo)
- criação/modificação de tributos
* elementos do tributo - integral: Parafiscalidade, é a delegação
( FG, BC, AL, SUJ ) de todos os elementos da capacidade
tributária ativa.
- parcial: delegação de certas atribuições
* 4 atribuições (instituir, arrecadar,
fiscalizar e executar leis, serviços, atos ou
decisões admvas relativas ao tributo)

34
* Indelegável (instituir) * Delegável (arrecadar, fiscalizar e
executar)

Facultatividade da Competência Tributária – é quando a criação de tributos é


facultativa
Exp. Art. 153, VII (grandes fortunas), deverá fazer por LC

b) irrenunciável (não pode renunciar): em razão de a competência ser proveniente de


uma regra constitucional, mesmo que o ente político não a queira, ou dela não se valha
essa atitude não lhe entrega o direito de renunciar a competência. Exp. Municípios que
não cobram ISS por ser mais caro o custo da administração do que o valor arrecadado.

c) incaducavel (não caduca): essa característica garante ao ente político valer-se desse
poder de tributar quando desejar sem que tenha de se preocupar com seu prazo de
validade.

 Modalidades de competência tributária

1. Competência Privativa

Refere-se a instituição de impostos, cada ente político possui uma competência privativa
sobre determinado conteúdo econômico (propriedade, renda, consumo, patrimônio).

a) Impostos – podem criar os impostos conforme os artigos 153 (UNIÃO), 155


(E/DF) e 156 (Municípios)

 Não poderá haver invasão de competência


 Em relação aos E, DF e M a lista prevista nos arts. 155 e 156 da CF é exaustiva
(NÃO PODEM CRIAR OUTROS)
 Já em relação a União, não é exaustiva, ela possui competência residual, podem
criar impostos residuais e extraordinário de guerra (154 CF).

b) Contribuições

b.1) União: poderá criar contribuições especiais previstas no art. 149, CR;

b.2) E, DF e M: poderão cobrar contribuições previdenciárias de seus servidores para o


custeio da Previdência (art. 149, §1o., CF);

b.3) M e DF: podem criar contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública
(COSIP), essa é privativa (art. 149-A, CF

c) Empréstimos Compulsórios

c.1) UNIÃO, só ela e somente nas hipóteses do art. 148, CF, mediante LC.

2. Competência residual

É a competência que a União tem para instituir impostos (154, I) e contribuições sociais
(art. 195, § 4o.) previstos na CF.

35
Competência residual é quando a instituição de impostos não é realizada de forma
expressa na Lei Maior (CF).

Requisitos Constitucionais:

- LC
- FG
- BC novos
- Não-cumulatividade

A competência residual, portanto:

1. É competência privativa da união


2. É o poder para instituir novo imposto ou contribuição social
3. Deve respeitar aos princípios constitucionais tributários
4. Sua instituição é por LC
5. Deve ser não-cumulativa
6. Deve ter FG e BC novos em cada espécie tributária
7. O tributo instituído pode ter caráter permanente e ser instituído a qualquer tempo.

3. Competência extraordinária

É a competência da União (art. 154, II) para instituir imposto em caso de guerra externa
ou sua iminência, ou seja, exige circunstância especial para seu uso.
Pode ser um novo imposto, ou já um existente, mesmo de competência de outro entre
federativo.

Deve ser suprimido gradativamente cessadas as causas de sua instituição.

O CTN estabelece prazo máximo de 5 (cinco) anos da celebração da paz para cessar
sua cobrança.

A competência extraordinária, portanto:

- É competência privativa da união


- É o poder para instituir novo imposto ou contribuição social
- Deve respeitar aos princípios constitucionais tributários
- Sua instituição é por LC
- Deve ser não-cumulativa
- Deve ter FG e BC novos em cada espécie tributária
- O tributo instituído pode ter caráter permanente e ser instituído a qualquer tempo.

4. Competência Comum

É a “competência” aos mesmos Fatos Geradores e com relação aos mesmos entes da
Federação, ou seja, é a competência para instituir tributos comuns a todos os entes da
Federação.
Exp. Todos os entes têm competência instituir a taxa e a contribuição de
melhoria (art. 145, II e III).

36
5. Competência Cumulativa

Ocorre quanto um ente federado acumula sua competência tributária própria com a de
outro ente de esfera de governo diversa. Sua previsão está no art. 147. Existem três
casos

I) União: os seus + impostos estaduais: União cobra o seus impostos e os impostos


próprios dos Estados nos Territórios. O território não tem personalidade jurídica e
política, e constitui uma descentralização administrativa. Já os municípios nos territórios
não perdem a sua competência tributária. (art. 18, §1o.)

II) União: os seus + impostos estaduais e impostos municipais: existe essa


cumulatividade se o território não for dividido em municípios, ou seja, se não existir na
base territorial do território nenhum município.

III) Distrito Federal: os seus + impostos municipais: O Distrito Federal, por expressa
determinação constitucional (art. 32, caput) não pode ser dividido em municípios. O DF
acumula as atribuições estaduais (3 impostos) e, por conseguinte, os impostos próprios
dos municípios (3 impostos). Também é do DF a competência para instituir as taxas e
contribuições de melhoria de competência dos Estados e Municípios, a Contribuição
Previdenciária dos seus servidores e a contribuição de iluminação pública.

O art. 18 CTN reforça o mandamento constitucional do art. 147.

2. Negativo: proibições relativas ao poder de tributar (Imunidades, art. 150, VI, CR e

Princípios - Limitações ao Poder de Tributar

Vimos que as competências tributárias (faculdade de tomar decisões), é o poder que os


entes políticos (União, Estados-Membros, DF e Municípios) têm para instituir seus
tributos, aquela por sua vez não é ilimitada. Ao contrário, encontra limites na
Constituição Federal e CTN. É como uma espécie de “código de defesa do
contribuinte”.

As limitações ao poder de tributar devem ser observadas sob 2 aspectos:

a) os princípios, os quais regulam, norteiam a competência dos entes políticos;

b) às imunidades, regras que proíbem a tributação sobre certos bens, pessoas ou


fatos a fim de proteger determinados conteúdos axiologicos contidos na
Constituição.

a) Princípios Constitucionais Tributários

Direito é o conjunto de princípios e normas que regulam a convivência social, de forma


coercitiva.

Normas constitucionais existem algumas que são regras e outras que são princípios,
essas são mais importante, pois não cumprir um princípio acarreta conseqüências mais
sérias para o mundo jurídico do que a desobediência a uma regra constitucional.

37
Princípios são fundamentos, diretrizes políticas, sociais e econômicas do
ordenamento jurídico de um país, prevalecem sobre todas as demais normas. É a
viga-mestra.

A norma que contrariar um princípio não tem validade por não ter fundamento jurídico,
ou seja, estas só têm validade se estiverem em estrita consonância com eles.

Tais princípios existem para proteger o cidadão contra os abusos do Poder.

Direito é o instrumento de defesa contra o arbítrio e a supremacia constitucional, que


alberga os mais importantes princípios jurídicos, é por excelência um instrumento do
cidadão contra o Estado. Não pode ser invocada pelo Estado contra o cidadão.

 Princípios Constitucionais Tributários: estabelecem regras básicas, de forma implícita


ou explícita que por sua grande generalidade, ocupa posição de destaque no mundo
do direito e por isso vincula o entendimento e a boa aplicação, seja dos simples atos
normativos, seja dos próprios mandamentos constitucionais.

Nos princípios constitucionais tributários encontramos regras segundo as quais


ocorrerá a tributação, assim, neles visam valores:

1. Principio que tem por objetivo o valor certeza na tributação (segurança)


2. Princípio que tem por objetivo o valor justiça.

Principio constitucional é um vetor para soluções interpretativas, é uma regra


básica implícita ou explícita que por sua grande generalidade, ocupa posição de
destaque no mundo do direito e por isso vincula o entendimento e a boa
aplicação. Exerce, dentro do ordenamento jurídico, uma função axiologicamente mais
importante do que as regras, mesmo a constitucional.

- Axiologia: é a ciência dos valores


Exp. Artigo, 5º., inciso I, CF, “mais importante”.
Artigo 87,§ único, inciso III, CF.

Princípios

fundamentos do ordenamento jurídico


prevalecem sobre todas as demais normas
as normas só tem validade se estiverem em consonância com eles
estabelecem as regras segundo as quais ocorrerá a tributação

1) Principio da Estrita Legalidade

Art. 5º, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei;

38
 Ele não é exclusivamente tributário
 Ele se projeta para todos os ramos do direito
 Vigora a universalidade da legislação (só se faz ou deixa de fazer alguma coisa
em virtude de lei)

2) Principio da Legalidade (art. 150, da CF)

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à


União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (as Pessoas Políticas)

I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

Nenhum tributo será instituído, nem aumentado, a não ser por lei. A simples atualização
monetária, porém, não caracteriza a majoração (aumento). (art. 97, parágrafo 2 o, do
CTN).

Para compreensão é necessário ter presente o significado da palavra criar. Criar um


tributo é estabelecer todos os elementos de que necessita para a sua exigência como:

- a descrição do fato tributável


- a definição da base de calculo
- a alíquota
- critério para identificação do sujeito passivo e ativo da obrigação tributária
- deve prever a hipótese de incidência e o conseqüente mandamento.

* Ponto importante:

Lei (fonte principal) – para exigir (criado) ou aumentar (majorado) tributo

Não pode ser fontes acessórias como decreto, portaria, instrução normativa.

Criado ou Majorado significa dispor sobre os elementos do tributo que são:

fato gerador
base de cálculo
alíquota
sujeitos

O aumento da carga fiscal geralmente é obtido pelo aumento da alíquota do tributo. Só a


lei pode diminuir ou isentar tributos, criar obrigações acessórias, parcelar ou perdoar
débitos tributários.

Porém existem exceções, é permitido a majoração (aumento) de alíquotas nos seguintes


impostos:

- II, IE, IPI e IOF (art. 153, § 1o.)


- CIDE COMBUSTÍVEIS (177, § 4o., I, b)
- ICMS COMBUSTÍVEIS (art. 155, § 4o.)

No ICMS COMBUSTÍVEIS – as alíquotas desse imposto serão estabelecidas por


convenio. É um imposto estadual mas que tem dimensão nacional. Para evitar a guerra
fiscal, a Constituição prevê determinação de alíquotas, deve ser proveniente através de

39
acordo entre os estados e DF. Este acordo gera o CONVENIO, e tem aplicação em
alguns casos, em especial no ICMS COMBUSTÍVEIS.

No CONVENIO, benefícios fiscais (isenções/parcelamentos) deve ser estabelecidos por


ele.

 podem ser majorados por meio de ato do Poder Executivo, ou seja, por
meio de Decreto (153, parágrafo 1o, da CF).

CF, artigo 153, § 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os


limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I,
II, IV e V. (Imposto de Importação, Exportação, IOF e IPI)

O II, IE, IPI e IOF chamados de Impostos Extrafiscal, eles não tem por objetivo a
arrecadação.
Exp. IPI redução da alíquota no ramo de automóveis, construção civil,
eletrodomésticos.

Características:

utiliza o imposto conforme a conveniência;


as alíquotas podem ser alteradas por DECRETO, todavia lei prevê margem entre
o mínimo e máximo;

- Na Contribuição de Intervenção no Dominio Economico (CIDE – petróleo), desde que


incidente sobre a importação ou comercialização de petróleo e seus derivados e alcool
combustivel e seus derivados (art. 177, parágrafo 4o, I, b).
Quanto a Medida Provisória (art. 62)

Obs: observados os requisitos de relevância e urgência

utilizada para criar ou majorar tributos


pode fazer desde que não invadam matéria reservada à lei complementar (62,
§1o.,III)

Regra: só produzira efeitos no exercício seguinte se for convertida em lei até o ultimo dia
daquele que foi editada. Assim, sua utilização é lícita.

Exceção:

II, IE, IPI e IOF e os Impostos Extraordinários de Guerra (arts. 153, I, II, IV, V e 154, II
CF)

Quanto aos Decretos

- não podem instituir impostos


- podem alterar alíquotas de alguns impostos, são eles: II, IE, IPI, IOF
Exp. Lei II estabeleceu alíquotas entre 0% e 50%, incidindo sobre determinada
operação em 4%., poderá elevar ou diminuir sempre respeitando os limites da
lei.

40
3) Princípio da Irretroatividade (art. 150, III, “a”)

Somente se aplica para o futuro. A cobrança de tributos não retroage.

Os fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que houver instituído ou
aumentado os tributos (estabelecida a hipótese de incidência ou alíquota maior) não
acarretam obrigações. A lei nova não se aplica a fatos geradores já consumados (art.
105, CTN).

Ele é uma limitação à cobrança de tributos.

Art. 150 (... é VEDADO)

III - cobrar tributos:


a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os
houver instituído ou aumentado;

É espécie do principio geral da irretroatividade da lei, expresso no inciso XXXVI, do art.


5o., da CF/88, que diz: “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico
perfeito e a coisa julgada;”

A lei aplica-se aos fatos que se realizam após sua entra em vigor, não pode retroagir
para alcançar fatos já ocorridos na vigência de lei anterior.

“Art. 105 (CTN). A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos


geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência
tenha tido início mas não esteja completa.”

Trata-se de uma limitação à cobrança de tributos.

O principio da irretroatividade da lei não comporta nenhuma exceção. Aplica-se a lei da


época do fato gerador, ainda que modificada ou revogada.

Em direito tributário quando um tributo é criado ou aumentado, ele jamais terá eficácia
para o passado.

Todavia, é permitido aplicação ao passado quando se tratar de penalidade e não de


criação ou majoração de tributo (art. 106, CTN) quando:

- quando a lei for meramente interpretativa;


- deixe de trata-lo como infração;
- comine penalidade menos severa.

4) Princípio da Anterioridade

- Ele estabelece uma vacatio legis (período de adaptação) para o Direito Tributário.
- A lei que cria ou majora o tributo deve observar o prazo para iniciar a produção de
efeitos da lei tributária.

- Objetivo é proteger o contribuinte de uma surpresa com aumento ou novo tributo.

41
- Vedado as pessoas políticas (União, aos Estados, ao DF e aos Municípios) cobrar
tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou (150, III, b)

Obs: exercício financeiro é o mesmo que o exercício civil, ou seja, de 1 o. de janeiro a 31


de dezembro.
Exp. I_______________________________I
2007 2008 (exercício seguinte)

A CF veda a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido


publicada a lei que os instituiu ou aumentou (150, III, b). Exige, que a lei que cria ou
aumenta um tributo só venha a incidir sobre fatos ocorridos no exercício subsecutivo ao
de sua entrada em vigor.

A lei tributária que cria ou majore o tributo ao entrar em vigor, fica com sua eficácia
paralisada até o início do próximo exercício financeiro, quando incidirá.

Dessa forma, o princípio, estabelece o prazo para a produção de efeitos da lei tributária
(elementos)

Antes da EC/42 funcionava da seguinte forma. O Congresso Nacional publicava a lei


sempre a partir de 20/12 ou até mesmo 31/12, utilizando a regra geral, seria o dia 1/1 do
exercício seguinte. Isso feria a segurança jurídica aos contribuintes.

O principio da segurança jurídica tem como fundamento o princípio da anterioridade, de


sorte que os contribuintes não poderão ser surpreendidos com uma nova exação
tributária não-prevista para aquele exercício.

Só que existe exceções.

Ele traz dois tipos:

1. princípio especial só para as contribuições previdenciárias

Art. 195, § 6º. - para as Contribuições Previdenciárias a vacatio legis só produz efeitos
depois de 90 dias.

2. principio para os outros tipos de tributo

* Anterioridade nonagesimal (150, III, c)

Sem prejuízo da anterioridade comum, muitos tributos não podem ser cobrados antes de
decorridos 90 dias em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, é a
chamada anterioridade nonagesimal.

Exp. Tem uma lei que altera alíquota da COFINS de 2% para 3%. Conta-se da
publicação da lei que o instituiu ou aumentou.

10/11/05 09/02/06
I____________90 dias corridos____________________________I

Hipóteses:

Ago/08 01/01/09

42
I__________________________I

31/12/04 __________________________ 31/03/05

Assim a regra é: entre a publicação e data dos efeitos deve haver um intervalo mínimo
de 90 dias.

Exceções (artigo 150, § 1o., CF)

Exigência Imediata (dia Apenas 90 dias após Apenas Exercício


seguinte Seguinte
(31/12 01/01)
I. Extraordinário de Guerra IPI IR
Emp. Compulsório CIDE/ICMS Combustíveis Emp. Compulsório
(calamidade pública) (decorrentes investim.
Publico relevante)
II, IE e IOF Contribuições Leis q mudam a BC do
Previdenciárias (195, §6º, IPTU/IPVA
CF)

5. Princípio da capacidade contributiva (145, § 1o.)

A aplicação dos impostos “sempre que possível” decorre do entendimento de que todos
os impostos incidem sobre alguma manifestação de riqueza do contribuinte como:

É uma forma de instrumentalizar-se o principio da igualdade.

- auferir renda, ser proprietário, importar, transmitir bens

Objetivo: Solidariedade Social compulsoriamente imposta. Estado, por lei, obriga o


particular a entregar-lhe parte da riqueza, parte esta que será redistribuída para toda a
sociedade por meio das atividades estatais.

Sempre que possível os impostos terão:

- caráter pessoal
- graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte
- respeitados direitos individuais, pode Administração Tributária identificar o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do sujeito passivo.

Carga tributária quando instituída deve levar em consideração:

- capacidade econômica do contribuinte


- quem ganha mais deverá pagar mais e vice-versa

Exemplo: IMPOSTO DE RENDA

# capacidade contributiva corresponde a real possibilidade de diminuir-se


patrimonialmente, sem destruir-se e sem perder a possibilidade de persistir gerando a
riqueza de lastro à tributação.

43
- legislador ordinário é o destinatário da Capacidade Contributiva ele deve observar
o principio ao instituir um imposto.

1a. parte – sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal

# Diferença entre impostos pessoais e reais

Impostos Pessoais Impostos Reais

- FG leva em conta características - FG se relaciona NÃO com a


pessoais (IR) característica pessoal do contribuinte
- FG se ralaciona com um BEM
(propriedade ou transmissão de um bem
– IPTU, ITR, IPVA, ITBI, ITCMD) Ex.
quem tem uma BMW pagar maior IPVA
de quem tem um GOL, mesmo que o
dono seja endividado e o do Gol não.

2a. parte – capacidade econômica do contribuinte, aplica-se apenas aos impostos e não
a todos os Tributos

Capacidade Economica Capacidade Contributiva


- É a manifestação da aptidão de - É a aptidão de determinado sujeito
determinado sujeito de receber relacionada com a imposição do ônus
rendimentos e aumentar seu patrimônio, tributário.
não importando se muito ou pouco Trata-se de uma capacidade econômica
específica e qualificada, que resulta na
possibilidade de tributação.
Exp. Ganhar R$ 500,00, mesmo que Exp. Se a pessoa ganhar só R$ 500,00
pouco a pessoa tem capacidade não tem capacidade contributiva
economica
RIQUEZA RIQUEZA suficiente para gerar
imposição tributária

Quanto mais riqueza o sujeito manifestar, maior será a capacidade contributiva.

Quanto maior a capacidade econômica. Maior será a capacidade contributiva.

O que significa essa graduação? É a aplicação de algumas técnicas:

1o.) Proporcionalidade
2º.) A progressividade de alíquotas

E qual é o resultado dessa graduação? É uma tributação de acordo com a capacidade


contributiva. É uma forma de realizar a Justiça na tributação (Justiça Distributiva), onera-
se mais as pessoas que tem mais riqueza.

1. Tributação Proporcional

X quer comprar uma caneta : R$ 100,00 x ICMS (18%) = 18,00

44
R$ 1.000,00 x ICMS (18%) = 180,00

Temos uma Base de Calculo variável x Alíquota Fixa: se eu comprar uma caneta 10x +
barata, eu pago 10 x a menos imposto. Se eu comprar uma caneta 10 x + cara, eu pago
um imposto 10x + caro.

Quem compra uma caneta de R$ 100,00, tem menos (-) riqueza do que quem compra
caneta de 1.000. A capacidade contributiva é maior (>) de quem compra caneta + cara e
a tributação será maior.

Porém, pode ser que uma pessoa nem tem tanto dinheiro ($) e quer comprar um sabão
em pó + caro. Nesse momento, essa pessoa demonstra riqueza. O contrário também
pode acontecer, um rico pode ser mão de vaca e comprar sabão em pó + barato. Ele
demonstra menos (-) riqueza.

2) Tributação Progressiva

Alíquotas progressivas – graduação de riqueza

BC ALIQUOTA

BC variável alíquota variável

Exemplo: IR

Quanto + renda : maior tributação

Quanto + dinheiro: maior alíquota

Alíquota progressiva pode ser utilizada também com um objetivo diferente da graduação
de riqueza.

Exp. Quanto maior a produtividade menor a tributação. O objetivo não é pagar +


pela maior riqueza, o objetivo é estimular a produção rural (realizar a função social)

Critica:

1. ICMS não respeita, pois quem paga é o consumidor final, seja ele rico ou pobre. Vai
pagar sobre uma mercadoria 18%.

2. ICMS poderá ser seletivo em razão da essencialidade da mercadoria. Quanto mais


essencial a mercadoria menor será a alíquota. Alimentos (atinge toda população) menor
alíquotas e supérfulos maiores alíquotas (cigarro).

a. Tributos diretos (pessoais) incidem sobre a propriedade e a renda, estes


devem respeitar a capacidade econômica do sujeito passivo, ou seja, incidir de acordo
com o valor da propriedade e faixa de renda do contribuinte, garantindo, dessa forma,
que os que se encontrem em melhor situação econômica contribuam mais, diminuindo a
carga tributária daqueles que têm pouca renda e menor patrimônio.

45
b. Tributos indiretos incidem sobre a produção e a venda de bens ou serviços
e são repercutidos no preço, ou seja, são calculados e repassados para o preço final.

Exp. Há um contribuinte de direito que responde pelo recolhimento do


tributo e um contribuinte de fato (consumidor) que suporta toda a carga tributária
embutida no preço, não importando sua capacidade econômica.

Nos tributos indiretos através do principio da essencialidade do produto, busca-se


a realização da justiça econômica e social que estabelece a tributação de acordo com a
necessidade de consumo básico deste diferenciando o essencial daquele menos
essencial (supérfulo).
Exp. Alimentos sofrem pouca tributação
Cigarros, perfumes, cosméticos são tributados com alíquotas mais
altas.

3a parte – “ facultado a administração tributária identificar o patrimônio, os rendimentos e


as atividades econômicas do contribuinte”

- nos termos da lei, a administração tributária pode identificar, como forma de


concretizar os objetivos estabelecidos nesse § 1o.

Objetivos: 1a e 2a parte.

Respeitados os direitos e garantias individuais, ou seja, a identificação não pode ofender


direitos e garantias individuais sob pena de ofensa à CF.

Exp. De Identificação: quebra do sigilo bancário (LC 105/01) com base no art. 145,
§1o, parte final.

5) Principio da Igualdade/Isonomia Tributária

Todos são iguais perante a lei, de modo que a tributação deve alcançar todos os
contribuintes. Para atingir a igualdade em matéria tributária, os contribuintes que se
encontrem em situação de equivalência serão tratados igualmente e os que estiverem
em situação diferente serão tratados desigualmente, na medida de suas desigualdades.

Tem-se a idéia que todos são iguais perante a lei. Além disso, os impostos devem ter
caráter pessoal e ser graduados de acordo com a capacidade econômica do
contribuinte.

Alíquotas diferenciadas por exemplo “Imposto de Renda” representam uma das formas
de se efetivar esse principio, pois distribuem de forma proporcional os ônus de prover as
necessidades da coletividade.

Art. 150, II – CF

Art. 150, II (... é VEDADO) instituir tratamento desigual entre contribuintes que se
encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação

46
profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica
dos rendimentos, títulos ou direitos;

Esse principio deve observar no campo do Direito Tributário a questão da capacidade


contributiva, art. 145, parágrafo 1o:

Não quer dizer que todas as pessoas terão que ter idêntico tratamento do fisco, mas,
apenas as pessoas em situação jurídica idêntica devem ser tratadas de maneira
isonômica.

Obrigatoriedade do agente arrecadador:

 Acepção horizontal

- refere-se as pessoas que estão niveladas na mesma situação e que, portanto, devem
ser tratadas da mesma forma.
Exp. Pessoas com o mesmo rendimento e as mesmas despesas devem pagar o
mesmo IR.

 Acepção vertical

- refere-se às pessoas que se encontram em situações distintas e que justamente por


isso, devem ser tratadas de maneira diferenciada na medida em que se diferenciam.

Exp. Pessoa que ganha R$ 500,00 por mês está isenta do IR


Pessoa que ganha R$ 5.000,00 por mês se sujeita a uma alíquota de 27,5%
do mesmo imposto.

Obs: pessoas com mesmo rendimento (R$ 5.000) sendo uma solteira e a outra casada,
pode incidir tratamentos diferentes. No caso do IR vai ocorrer através das deduções.
Exp. Se há diferença entre o numero de filhos, despesas com saúde, educação,
previdência.

c. Princípio da Lei Complementar (art. 146, CF)

- estabelece o alcance da LC em matéria tributária


- cabe a LC dispor sobre conflito de competência entre U, E, DF e M.
- cabe a LC regular limitações ao poder de tributar, estabelecer normas gerais em
matéria de legislação tributária.
- Cabe a LC estabelecer regime tributário único, como é o caso do SUPER
SIMPLES.

LC define:

a) o que é tributo
b) espécies tributárias
c) fatos gerados dos tributos
d) créditos tributários
e) decadência
f) prescrição

O CTN foi recepcionado como Lei Complementar, cabendo a ele definir as normas
gerais em matéria tributária.

47
A CF diz no artigo 148 que cabe a LC instituir os empréstimos compulsórios e no artigo
154, cabe a LC instituir novos impostos não previstos no artigo 153, desde que:
- não sejam cumulativos.
- Não tenham fato gerador ou base de calculo próprios dos impostos discriminados
na CF.

d. Principio Republicano

A coisa publica pertence a todos.

Art. 1º.

e. Princípio Federativo

Consiste:

- Autonomia aos Estados-Membros para legislar sobre a criação de impostos que lhe
são conferidos na repartição exaustiva da competência tributária.

b) Imunidade Tributária

A competência tributária é o poder de tributar (criar/modificar) tributos, conferido pela CF


aos entes da Federação (U, E, DF e M).

A própria CF delimita a competência do ente federativo, impedindo-o de definir


determinadas situações como hipótese de incidência de tributos.

Significa que cada ente federativo pode instituir seus tributos, através de suas casas
legislativas. (Poder Legislativo)
Exp. União tem competência tributária para criar o IR.

Competência tributária tem 2 aspectos:

1) Positivo: que é o poder de tributar.


2) Negativo: que estabelece a incompetência dos entes da Federação, impõe uma
proibição quanto ao poder de tributar – IMUNIDADE.

Competência Tributária

Poder de Tributar Imunidade


(características, discriminação, tributos + espécies)

A CF permitiu a União tributar a renda, mas não é qualquer renda.


Exp. A renda do Partido Político não pode ser tributada, pois há uma IMUNIDADE
(proibição quanto à tributação).

48
Imunidade é uma limitação ao poder de tributar previsto na CF.

 IMUNIDADE

 sempre estará no texto da Constituição


 tem por objeto delimitar a competência tributária
 sempre que houver necessidade de disciplinar uma imunidade, será feita por Lei
Complementar.

- Emenda Constitucional pode afastar essa imunidade?

Resposta.

a) Se a imunidade tiver por objetivo realizar uma Clausula Pétrea, não pode ser
revogada.
Exp. Imunidade dos Templos (visa realizar a liberdade religiosa)

b) imunidade do ICMS na exportação só visa incentivar a exportação, então pode


ser revogada, pois não se relaciona com à Cláusula Pétrea.
Imunidade (conceito): são limitações constitucionais ao poder de tributar
consistentes na delimitação da competência tributária constitucionalmente
conferida aos entes políticos.

Ao estabelecer as imunidades, o legislador toma como base parâmetros que podem


levar em consideração as pessoas beneficiadas pela exceção, os objetos ou as duas
coisas.

O art. 150, VI, CF, traz hipóteses de imunidade: É vedado União, Estados, DF e
Municípios

VI - instituir impostos sobre:

O inciso estabelece alguns casos de Imunidades (mas há outros espalhados na CF),


vamos tratar dos principais.

Proíbe a instituição de impostos entre os entes da Federação:

a) sobre: patrimônio, renda ou serviços uns dos outros. Aqui são as “pessoas
que são beneficiadas”.

É a chamada “Imunidade Recíproca”

 Objetivo: garantir o equilíbrio da Federação, apenas em relação aos impostos.

Exp. Veiculo PMSP é imune ao pagamento do IPVA.

49
Agora, se tal veiculo é vendido a um particular, automaticamente passa a ser sujeito ao
IPVA, o que demonstra que não é o bem que é imune, mas sim a pessoa que é sua
proprietária.

Princípio do Pacto Federativo (CF, artigos 1º e 18: “A organização político-


administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição”)

A imunidade se dá com relação aos impostos, não impedindo que um Município institua
taxa pela coleta domiciliar de lixo, cobrando-a, também, pelo serviço prestado nas
repartições públicas federais e estaduais localizadas em seu territorio.

1a. discussão – É necessária a delimitação dos FG que são atingidos por essa
imunidade, pois é possível haver imposto não abrangido pelo FG (patrimônio, renda ou
serviço).
Exp. IOF

Nesse caso a União queria tributar os Municípios por ½ do IOF e essa discussão foi para
o STF, que disse que a União não podia tributar imposto sobre o Município (RE 192.888)
– a imunidade aplica-se a TODOS OS IMPOSTOS.

Alcance do art. 150,,§2º. - Extensão às autarquias e às fundações instituídas e


mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos
serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

A diferença que aos entes políticos é permitido não estar vinculado a sua necessidade.
Exp. Uniao instalar um campo de golfe, não perdera a imunidade. Já o INSS
se fizer terá afastada a imunidade.

Obs: Não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com


exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a
empreendimentos privados ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou
tarifas pelo usuário.
Exp. Autarquias:
- CVM (Comissão de Valores Mobiliários)
- CADE (Conselho Administrativo de Defesa Economica)
- Banco Central
- Agências Reguladoras

Exp. Fundações
- (CNPq) Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico)
- (IBGE) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
- (FUNASA) Fundação Nacional de Saúde

Exp. Empresas Públicas


- (EMBRAPA) Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
- (ECT) Empresa de Correios e Telégrafos
- (BNDS) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

2a. discussão – Se refere aos entes da Administração Indireta: Autarquias, Fundações,


SEM, Empresas Públicas se beneficiam dessa imunidade tributária?

50
Resposta: art. 150, §2o., CF (§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às
autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere
ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às
delas decorrentes).

- Autarquias e às Fundações, estende-se a imunidade no que se refere ao


patrimônio, a renda e aos serviços vinculados às suas atividades essenciais.

- SEM e Empresas Públicas ? Se for exploração da atividade econômica do


setor privado, não haverá imunidade recíproca.

* se funcionarem como agentes públicos (prestando serviços públicos fora da lógica dos
empreendimentos privados) haverá imunidade tributária recíproca.

§ 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao


patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades
econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em
que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem
exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao
bem imóvel.

1. Partidos Políticos (+ fundações) e entidades sindicais dos trabalhadores

Não haverá cobrança de impostos sobre patrimônio, renda ou serviços desde que
relacionados com as finalidades essenciais (art. 150, §4o., CF)

São imunes porque, nos 2 casos, haverá a garantia de liberdade de expressão –


Cláusula Pétrea (não pode ser extinguida por EC).

Isso se dá tanto aos partidos políticos como também às fundações por ele mantidas em
virtude do Estado Democrático de Direito que assegura o pluralismo político, ao evitar
que o Estado abuse do Poder de Tributar como pretexto para subjugar partidos políticos
cujas concepções contrariem aquelas dotadas por quem esteja no exercício do poder.

Ao imunizar as entidades sindicais dos trabalhadores, o legislador quis proteger a


liberdade de associação sindical.

2. Entidades de Educação e de Assistência Social sem Fins Lucrativos

A imunidade refere-se ao patrimônio, renda ou serviço, desde que relacionados com a


Finalidade Essencial da instituição (150, § 4o., CF)

As atividades dessas instituições não poderão ser direcionadas com o objetivo de atingir
lucro, mas isso não significa que ela não possa ter lucro. O que não pode acontecer, sob
pena de configuração de finalidade lucrativa, é a distribuição de excedentes entre os
sócios, diretores, gerentes ou quaisquer outras pessoas.

51
Ela não poderá distribuir esse lucro, terá que pegar esse $ e reaplicar na instituição
conforme o artigo 14 CTN.

Essas instituições são imunes porque prestam assistência ao Estado, auxiliam o


Estado na realização de suas finalidades.

Além dessa imunidade relacionada aos impostos, o art. 195, §7o.,CF, também prevê
imunidade às contribuições previdenciárias.

* o artigo 195, §7o. fala em “isenção”, mas na verdade se trata de IMUNIDADE. Porque
isenção é a dispensa do pagamento do tributo autorizada pela LEI. Toda vez que a CF
dispensa o pagamento, será IMUNIDADE.

CF – Imunidade
Lei – Isenção

Requisitos para que tais entidades gozem de imunidade:

 Não poderá haver distribuição de patrimônio ou renda.


 Todo o dinheiro ($) vai ser aplicado na manutenção de seus objetivos (no país)
 Manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros, para controlar os
1º. e 2 º. Requisitos (livros contábeis).

Se a entidade deixar de cumprir esses requisitos, ela perde a imunidade. Quem fiscaliza
é a Receita Federal.

Essa LC que tratará de imunidade será NACIONAL, ou seja, abrangerá todos os entes
não é possível L.O.

Obs: abrangência

- partidos políticos, inclusive suas Fundações;


- entidades sindicais;

- instituição de educação sem fins lucrativos


- instituição de assistência social

Discussões Jurisprudenciais: alínea “c”

O fato de a entidade utilizar seu patrimônio em atividade que gere renda e, a rigor,
não se enquadrar nas suas finalidades essenciais, não afasta a imunidade, desde
que os recursos obtidos sejam destinados a tais finalidades essenciais.

1a. discussão – O ICMS exigido no caso de venda de mercadorias para uma dessas
instituições.

ICMS – um dos fatos geradores é a venda de mercadorias. Ele é repassado no preço da


mercadoria para o próximo da cadeia (ele está embutido no preço). Então há 2
contribuintes.

*icms B
A

52
contrib. de direito contrib. de fato
(realiza o FG) (que efetivamente paga o ICMS)

Entidade de Assistência Social faz um bazar e vende mercadorias (realiza o FG do


ICMS). Nos termos do art. 150, VI, “c”, CF, essa entidade não precisa pagar o ICMS pois
tem imunidade.

Entretanto, a fazenda estadual começou a dizer que essa entidade deve pagar sim o
ICMS, pois de todo modo, ele é repassado para o próximo da cadeia e o ônus financeiro
seria transferido, ocasionando que na prática, teria o mesmo efeito da imunidade para
essa entidades. O assunto foi para o STF, questionando bens que tenham sido
produzidos por essas entidades, mas que se aplicam a todo o comércio.

STF diz que o ICMS não é devido: “o argumento econômico não basta” (Embargos
Divergência RE 186.175/2006)

Exp. Inverso.

“A” (supermercado) x “B” (entidade de assistência social que compra alimentos)

O supermercado paga ICMS e repassa no preço de produtos que serão comprados pela
entidade de assistência social.

Esse ICMS pode ser repassado para essa entidade, ela deve arcar com ônus financeiro
ou ofende a imunidade?

Seguindo a lógica do STF, não ofende a imunidade, porque se ele tivesse dado causa
ao FG (fosse contribuinte de direito), teria imunidade, mas sendo contribuinte de fato,
deve pagar o ICMS.

A venda de bens de entidade imune não se sujeita ao ICMS.

2a. discussão – Locação de bens de Propriedade da Entidade de Assistência Social

Assist. Social proprietária

Loca o bem a 3o. (que exerce atividade comercial), que paga $ pela
locação.

Pergunta: este bem permanece imune ao IPTU?


Resp. Pelo art. 150, §4º., CF, ficaríamos em duvida, pois a imunidade só ocorre
quando o patrimonio relaciona-se com as finalidades essenciais (e locar imóvel não é
finalidade essencial). Mas o STF disse que a imunidade existirá se a entidade pegar
esse dinheiro ($) do aluguel e aplicar nas finalidades essenciais.

O STF dá (+) mais valor a destinação do $ arrecadado com a atividade, do que


propriamente com a finalidade do imóvel (locação) – Sumula 724:

“Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel


pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da CF,

53
desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de
tais entidades”.

E a situação inversa? Assist. Social locatária (locando um determinado bem)

Contrato de aluguel com previsão em cláusula de que o IPTU é de responsabilidade da


locatária.

Nesse caso está imune? Para Administração Tributária pouco importa, as convenções
particulares (art. 123) não podem ser opostas ao Poder Público. Assim não estaria
imune.

3a. discussão – Imunidades das Entidades de Previdência Privada

Entidades que as pessoas pagam determinada quantias para complementar a


aposentadoria do INSS. Elas começaram a argumentar que se tratam-se de entidades
de assistência social. Se for considerada, tem imunidade? Sendo entidade assistencial
não pode ter fins lucrativos, deve obedecer os requisitos do artigo 14, do CTN.

Pode ser entidade de previdência privada fechada, exp. Funcionários da C&A sob o
argumento de que sua existência seria com a finalidade assistencial. Para o STF elas
podem ser imunes desde que não haja contribuições dos beneficiários (Sum. 730 STF).
Ela tem que ser autruísta e deve observar os requisitos do art. 14, do CTN.

A) Imunidade de livros, jornais, periódicos e papel destinado a sua impressão


(150, alínea D) ou Imunidade Cultural

Essa imunidade visa baratear o acesso à cultura e, por facilitar a livre manifestação do
pensamento, a liberdade de atividade intelectual, artística e científica e da comunicação
e o acesso à informação, todos direitos e garantias individuais constitucionalmente
protegidos.

Imunidade objetiva – imunidade relativa a determinados bens

Editora faz comercialização dos livros, a imunidade não é quanto ao faturamento da


editora.

1a. discussão – imunidade dos livros....

Ela gira em torno do conteúdo desses. O conteúdo deve estar vinculado a cultura,
educação, conhecimento?

Vale lembrar que a CF prevê a liberdade de expressão + difusão do conhecimento, só


caberia nesses casos?

A Fazenda Tributária tentou sustentar essa tese, mas foi vencida no STF, pois cultura
tem sentido amplo e subjetivo.

Listas telefônicas? É um periódico. E as paginas amarelas? Para o STF estas são


imunes, não interessa o conteúdo.

54
Outro caso – alguns álbuns de figurinha também persiste a imunidade – RE 221.239
STF

2a. discussão – O papel destinado a sua impressão é imune.

Agora não há imunidade dos insumos como: tinta para impressão, barbante e cola que
são inseridos no livro.

STF decidiu sobre a imunidade dos “filmes e papes fotográficos” Sumula 657 – STF
Exp. Revista Veja (folha brilhante da capa) isso é filme é papel fotográfico. Seria
uma extensão do próprio periódico e não outra classificação ou extensão dos insumos.

Obrigação Tributária

É a relação jurídica entre Estado e as pessoas sujeitas a tributação, em virtude da qual o


particular (sujeito passivo) tem o dever de prestar dinheiro ao Estado (sujeito passivo),
ou de fazer ou tolerar algo no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos, e
o Estado tem o direito de constituir contra o particular um crédito.

A relação tributária surge da ocorrência de um fato previsto em uma norma/lei (hipótese


de incidência), capaz de produzir efeitos perante as partes envolvidas (sujeito ativo e
sujeito passivo).

 Hipótese de incidência – é a descrição contida na lei, da situação necessária e


suficiente ao nascimento da obrigação tributária – é uma previsão ou uma
concepção abstrata.

Diante de uma descrição em tese, feita pela lei, de um fato ou situação é que
poderá surgir a obrigação tributária (nasce o dever de pagar o tributo).

Exp. “Se ocorrer o fato X, incidirá o tributo Y”.

- Se adquirir um veiculo automotor (ser proprietário), incidirá o IPVA

Case - Prostituição: crime é mediar, induzir, facilitar ou tirar proveito da prostituição


alheia.

Uma coisa é considerar-se a manutenção de casa de prostituição como


hipótese de incidência de um tributo e outra coisa é admitir-se a incidência do imposto
de renda sobre os rendimentos auferidos na referida atividade.
A Hipótese de Incidência do Imposto de Renda é a aquisição da
disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou de proventos de qualquer natureza.

 Elementos do Tributo (Hipótese de Incidência)

 fato gerador (hipótese de incidência)


 base de cálculo
 alíquota
 sujeitos

55
 Elementos do Tributo (Lei)

 Hipótese de Incidência
 Sujeito ativo
 Sujeito passivo
 Base de Calculo
 Alíquota

A quantia a ser paga a titulo de tributo, na maioria das vezes, não está diretamente
prevista na lei, eis que depende de cálculo que a apure. Esse cálculo, em regra, é
expresso pela combinação de duas grandezas que são:

Base de Calculo e alíquota


 são os elementos quantitativos do tributo.
 eles conjugados permitem que se chegue a quantia devida a titulo de
tributo.

 Base de Cálculo: indica o montante, o valor, a grandeza sobre o qual o tributo


será recolhido, indica a grandeza sobre qual incide a alíquota indicada na lei, é uma
projeção da hipótese de incidência.

Exp. Imposto de Renda – incidirá sobre a renda


Exp. ICMS – a base de calculo é o valor da venda da mercadoria (salvo
disposição em contrário).

 A base de calculo deve ser definida em lei complementar (art.146,CF).


 Sua alteração está sujeita aos princípios da legalidade, da anterioridade e da
irretroatividade.
 A lei complementar deve definir com muita clareza os critérios para determinação
da base de calculo.

A base de calculo poderá ser expressa em dinheiro, ou qualquer outra grandeza (m3,
tonelada, litro)

Se expressa em outra grandeza, a alíquota será expressa em moeda ou indexador


fiscal.
Exp. R$ 20,00 (por cada volume de processo)

 Alíquota: é o percentual definido em lei que aplicado sobre a base de calculo,


determina o montante do tributo a ser pago.

 é um critério legal, normalmente expresso em porcentagem que conjugado à base


de calculo permite que se chegue a quantia a pagar a título de tributo.

Exp. Imposto de Renda

HI – obter rendimentos
BC – renda liquida obtida
Aliquota – 0%, 15%, 27,5%

56
Exp. IPTU – é o valor venal do imóvel, valor que o bem alcançaria em uma venda à
vista.

Aliquota ad valorem – quando a BC é expressa em dinheiro.


Exp. Xx% sobre os rendimentos auferidos
15% sobre o lucro relal (IRPJ)
3% sobre o faturamento (COFINS)

Alíquota especifica – quando a BC é expressa em outra grandeza. Consiste em um


valor expresso em moeda, estabelecido por Eli, aplicável sobre determinada unidade
como m3, toneladas.
Exp. R$ 30,00 por tonelada importada
R$ 860,00 por m3 (de gasolina)

Aliquota fixa – esta possui valor indicado diretamente na lei em unidade monetária
Exp. Fato Geradaor da Taxa “A”, o contribuinte terá que pagar R$ 100,00

Alíquota progressiva – consiste na fixação de percentuais crescentes sobre cada faixa


de valor.
Exp. IRPF (7,5%, 15%, 22,5%, 27,5%)

Até R$ - isento
De X até XX – 15%
Acima de YY – 27,5%

Tabela de ajuste (para aplicar as deduções)


Até xx – isento
De x até XX – 15% - decução de R$ xxx,00
Acima de YY – 27,5% - dedução de R$ xxx,00

Exemplo: Salário de R$ 5.000 x 27,5% - 500,00 =

 Aspectos da Hipótese de Incidência

a) PESSOAL

É a identificação do sujeito da relação jurídico-tributária.


É a identificação do sujeito ativo e sujeito passivo da obrigação tributária.
É um critério de indicação de sujeitos, que se contém na hipótese de incidência.

 Sujeito ativo é a pessoa detentora do direito de exigir o cumprimento da


obrigação tributária. Via de regra é a pessoa detentora da competência tributária.
(pessoa política – art. 119 CTN). A identificação desse sujeito decorre da lei,
somente esta pode identificá-lo.

Exp. União, Estados, DF e Municípios


Pessoa diversa: INSS, DNER, OAB, CEF, Autarquias Entidades
Assistenciais/Parestatais (SESI, SENAI)

 Sujeito Passivo (devedor): é o devedor do tributo, a pessoa que tem o dever


jurídico de pagar, recolher o tributo ou penalidade.

57
- Imposto: é a pessoa que realiza o fato gerador

- Taxa: é aquele que se beneficia ou se utiliza de um serviço público ou ainda requer a


fiscalização da administração tributária, em se tratando do poder de polícia.

- Contribuição de melhoria: aquele cujo imóvel foi beneficiado por uma obra pública.

b) TEMPORAL

É o momento em que se considera ocorrido o fato gerador.


Essa indicação pode ser expressa ou implícita. Na maioria da vezes é implícita.
Ela não pode ser anterior a prática do fato gerador (p. da irretroatividade, art. 150, III, a).
Corresponde a um fato futuro, toda lei que cria ou majora um tributo é aplicada no futuro
Importante verificar o resultado, isto é, o fato ocorreu ou não ocorreu.

Exp. Saída do produto industrializado de certo estabelecimento (IPI


Saldo final que determina a renda liquida (IR)
c) ESPACIAL

Cada Pessoa Política possui seu território, uma lei tributaria terá incidência o aspecto
territorial.
É a indicação do lugar da ocorrência do fato gerador e está relacionado com a
territorialidade da lei. (lei nacional, estadual/distrital ou municipal)
É através do aspecto espacial que identificamos o lugar da realização da prática do fato
gerador.

d) MATERIAL

Representa a imagem abstrata de um fato jurídico: propriedade imobiliária, patrimônio,


renda, produção, consumo de bens, prestação de serviços.

e) QUANTITATIVO

Composto pela base de calculo + a alíquota do imposto, determina o quantum debeatur.

 FATO GERADOR (fato imponível)

 É a ocorrência do fato que já era previsto na norma e que torna apto a gerar uma
obrigação tributária.

 É a ocorrência real (concreta) da descrição abstrata apresentada pela lei.

 É o fato ou situação que gera ou cria a obrigação tributária.

 É o fato ocorrido em virtude do qual eu pago o tributo, é o fato que uma vez
realizado gera a obrigação de pagar o tributo.

 É a concretização da hipótese

 É o acontecimento do que foi previsto pela lei.

58
 A lei descreve um fato (HI) e atribui a este, o efeito de criar uma relação entre
alguém (sujeito passivo) e o Estado (sujeito ativo).

 Ocorrido o fato, que em Direito Tributário denomina-se fato gerador, nasce a


relação tributária, que compreende o dever de alguém (sujeito passivo da
obrigação) e o direito do Estado (sujeito ativo da obrigação) de exigir o crédito.

Exp.
 Imposto de Renda (ter renda)
 prestar serviços (ISS)
 fazer circular mercadorias (ICMS)

 Ocorrência do Fato Gerador

Necessidade: (ocorreu o fato gera obrigação) gera:


conduta
ação

Art. 114, do CTN – Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como
necessária e suficiente à sua ocorrência.

 Espécies:

I) Abstrato: hipótese de incidência prevista na lei abstrata e não faz gerar por si
só a Obrigação Tributária, traz apenas a previsão.

II) Concreto: fato ou situação concreta que ocorrendo faz surgir a O.T. (decorre
da lei)

 Nascimento da O.T

FG Abstrato + FG Concreto = Obrigação Tributária

FG O. TRIBUTÁRIA (consiste num dever que pode ser:

a) patrimonial Sujeito Passivo


b) não patrimonial
 Base de Calculo: indica o montante, o valor, sobre o qual o tributo será recolhido

Exp. Imposto de Renda – incidirá sobre a renda


Exp. ICMS – a base de calculo é o valor da venda da mercadoria (salvo
disposição em contrário).

A base de calculo deve ser definida em lei complementar (art.146,CF). Sua alteração
está sujeita aos princípios da legalidade, da anterioridade e da irretroatividade.

A lei complementar deve definir com muita clareza os critérios para determinação da
base de calculo.

 Alíquota: é o percentual definido em lei que aplicado sobre a base de calculo,


determina o montante do tributo a ser pago.

59
Exp. Imposto de Renda – 15% ou 27,5 sobre a renda
Exp. IPTU – é o valor venal do imóvel, valor que o bem alcançaria em uma venda
à vista.

 Classificação do Fato Gerador

1. Fato Gerador da Obrigação Principal

- Surge com a ocorrência do FG


- Finalidade o pagamento do Tributo ou Penalidade Pecuniária ($)
- Objeto: é a entrega de dinheiro ao Estado (obrigação da dar).

 FG da Obrigação Principal

- dever patrimonial (previsão legal)

a) tributo
b) penalidade (juros e multa)

Obs: Pagamento em dinheiro ($), hoje é permitido efetuar o pagamento através de bens
imóveis (não é pacífico esse entendimento).

É quando diante da ocorrência de um fato gerador nos termos da lei determina ao sujeito
passivo o cumprimento de um dever (obrigação tributária), nesse caso, de natureza
pecuniária (patrimonial), isto é, pagar um tributo. (art. 114, CTN)

Aqui poderíamos dizer que a obrigação é de dar dinheiro, ou seja, um dever jurídico
do sujeito passivo pagar o tributo.

Ex.: o fato X ocorreu, portanto haverá incidência do tributo Y

a) situação – ocorrência do fato, independente da vontade.

b) definida em lei – a lei descreve o fato que irá gerar a obrigação.

c) necessária – sem a situação prevista em lei não surge a obrigação tributária, para
existir, é indispensável a ocorrência da situação prevista em lei.

d) suficiente – significa que a situação prevista em lei é bastante para o surgimento


da obrigação tributaria.

1.2. Fato gerador da obrigação acessória


É qualquer situação que na forma da Legislação Tributária impõe a prática ou abstenção
de ato que não configura Obrigação Principal.

A obrigação é sempre não patrimonial – decorre da legislação tributária e tem por


objeto uma obrigação de fazer ou não fazer prevista em favor da arrecadação ou
fiscalização dos tributos.

60
O contribuinte dá a administração instrumentos para que ela fiscalize o adequado
recolhimento de tributos.

É um dever instrumental, é um fazer em favor da Administração.

Pessoa que quer abrir uma empresa – nasce o dever de requerer inscrição nos
cadastros fiscais dos respectivos orgãos (Jucesp, Secretaria da Fazenda - Posto Fiscal,
Pref. Municipal e Vigilância Sanitária).

Exp. Saída de Mercadorias/Prestação de Serviços

Ambos os casos deve emitir o documento fiscal (NF) e escriturar livros

Exp. Administração Tributária (Receita Federal) intima para o S.Passivo


apresente alguma informação, temos um FG Concreto.

Obs: Legislação pode impor constantemente uma obrigação acessória como:


c) Declaração do IR ou
d) Não Rasurar a Escrituração Fiscal

É uma situação de fato que, nos termos da legislação tributária, faz nascer uma
obrigação acessória.

Exp. Pessoa que tem estabelecimento empresarial faz nascer obrigações acessórias:

- não fazer: não receber mercadorias desacompanhadas da documento fiscal


correspondente ou legalmente exigida.

- fazer: prestar declarações em formulários próprios


emitir notas ficais
escriturar livros.

- tolerar: admitir o exame (fiscalização) de livros fiscais e documentos pelo Fiscal;

Exp. Um comerciante, ao vender determinada mercadoria isenta de ICMS, é obrigado a


emitir nota fiscal. A operação de venda, no caso, não gera a obrigação de pagar o ICMS.
Inexiste portanto, a específica obrigação tributária à qual diretamente esta ligada a
obrigação acessória de emitir nota fiscal. Não obstante, a emissão da nota fiscal lhe é
exigida porque se presta para controlar sua receita, elemento formador da base de
calculo do imposto de renda. Presta-se, ainda, para o controle dos custos e despesas do
adquirente, ou pelo menos par ao controle da circulação de mercadorias.

 Conceito de Legislação Tributária:

São todas as normas que disciplinam o direito tributário (Lei, Norma, Instrução
Normativa)

O CTN – artigo 96 definiu: A expressão legislação tributária compreende as leis, os


tratados e convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que
versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a ele pertinentes.

61
Características:

- obrigação de fazer
- não fazer

 Descumprimento da obrigação acessória

- converte-se em obrigação tributária principal relativa a penalidade pecuniária,


todavia, esta para ser imposta deve estar prevista em lei.

Exp. Para o fiscal impor a multa com a lavratura do Auto de Infração (AI), deve haver
uma previsão legal de que o descumprimento é uma INFRAÇÃO.

 Sujeitos da Relação Jurídica Tributária

1. Sujeito Ativo

Aquele que tem o direito subjetivo de lançar, de cobrar, de arrecadar o tributo. O sujeito
ativo é, normalmente, uma pessoa política, aquela que cria em abstrato o tributo (quase
sempre). Normalmente a mesma pessoa que exerce a competência tributária (aptidão
para criar tributos) também tem a capacidade tributária (aptidão para cobrar o tributo).

 Quem pode ser sujeito ativo

O CTN no artigo 119 dispõe:

Sujeito ativo da O.T. (principal ou acessória) é a pessoa jurídica de direito público titular
da competência para exigir o seu cumprimento.

O direito de criar tributo é indelegável (competência tributária) mas o de cobrar é


delegável por lei editada pela pessoa política tributante, o que chamamos de
parafiscalidade.

2. Sujeito Passivo (art. 121)

Devedor: S. Passivo aquele que tem o dever de cumprir (fazer ou não fazer)

É o devedor do tributo, é a pessoa que tem o dever jurídico de efetuar o pagamento do


tributo ou penalidade pecuniária, é a pessoa fisica ou jurídica que tem capacidade
tributaria passiva e o dever de cumprir a obrigação tributária principal.

Qualquer pessoa tem capacidade tributária passiva, inclusive as pessoas políticas, as


jurídicas (autarquias, sociedades de economia mista, empresas publicas, empresas
privadas) ou físicas, independentemente de ter ou não capacidade civil, mesmo as
pessoas naturais incapazes para os atos da vida civil (menores, alienados mentais),
aqueles que sofrem restrições quanto às suas atividades comerciais ou profissionais e
aquelas sociedades que não estão regularmente constituídas podem ser sujeitos
passivos de uma obrigação tributaria. (art. 126, CTN).

O.T.Principal SP contribuinte

62
SP responsável

Por quê o dever existe?

1o.) Porque o s.passivo realiza o FG OTP (contribuinte)

2o.) Pode ele não realizar o FG e ser um terceiro eleito pela Lei como aquela PF/PJ que
tem o dever ?. Resposta: SIM (responsável)

Características gerais:

1) A sujeição passiva está na Lei


2) A lei vai dizer quem tem o dever de pagar o tributo e por quê
3) Esta lei não pode ser alterada por acordo entre as partes na prática do FG.
Exp. Locação (locador que transfere o dever para o locatário)

Exceção: Se a lei prever (autorizar) nesse sentido

O art. 126 CTN trata da capacidade tributária passiva, aqui o objeto é o sujeito passivo.

- Quem pode figurar como sujeito passivo?


- Quem tem capacidade tributária passiva?

Resposta: Qualquer pessoa física ou jurídica – não importa a regular constituição

Não importa a idade e capacidade civil

O sujeito passivo da obrigação principal diz-se contribuinte.

Contribuinte: aquele que tem relação direta com a situação que constitua o fato
gerador.

- está designado na lei instituidora do Tributo


- pessoa destinada a arcar com o ônus do tributo e na maioria das vezes a arcar
com o pagamento do tributo.
- É o devedor nato
- Está obrigado ao cumprimento da obrigação pelos seguintes motivos:

a) Ora porque praticou o fato imponível de determinado imposto


b) Ora porque contratou um serviço público
c) Ora porque foi beneficiado por tal serviço

 Responsável:

Mesmo sem revestir a condição de contribuinte, mesmo sem realizar o fato gerador, é
eleito por lei como responsável da obrigação tributaria, pode ser uma PF ou PJ que
venha a ter esse dever.

 não é contribuinte

63
 sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorre de disposição
expressa em lei.
 não é contribuinte mas tem o dever de pagar o tributo, este dever deve estar
estabelecido (criado) em lei.
 ele é o terceiro responsável pelo pagamento vinculado ao fato gerador.
 a lei atribui o dever patrimonial a um 3o.,
 este não realiza o FG mas está vinculado ao FG da respectiva obrigação.

Exp. IRRF (Imposto de renda retido na fonte) Empregador faz o desconto e repassa
para a Receita Federal, o empregador está vinculado ao pagamento do IR.

Também conhecida como sujeição passiva indireta. Ela decorre de transferência.

 Espécies ou Graus de Responsabilidade:

1) Solidária: responde conjuntamente com o contribuinte;


Ocorre quando concorre na mesma obrigação mais de um credor ou devedor, cada um
com direito ou obrigado à dívida toda. Não há benefício de ordem, o credor poderá
cobrar de qualquer um dos coobrigados ou de todos.

Solidariedade Passiva (art. 124/125), temos mais de um devedor tributário.

Significa a existência de mais (+) de 1 (um) sujeito passivo (2 ou +) pessoas sujeitas a


obrigação de pagar o tributo. Pode ter um regime de solidariedade.

Esses sujeitos passivos são devedores no mesmo pé de igualdade, cada um deles tem
que pagar o tributo.

Elementos:

a) a existência de + de 1 sujeito passivo (há relação de igualdade)

 característica central – ausência de benefício de ordem (tenho mais de 1 devedor)


e posso cobrar de qualquer um deles.

b.1) pode ocorrer por uma situação de fato (pessoas que tenham interesse comum na
situação que constitua o fato gerador da obrigação principal)

“De fato”: os sujeitos passivos realizam o mesmo fato gerador


Exp: IPTU com 3 proprietários (todos realizam), todos são contribuintes.

b.2) situação de “de direito ou jurídica”: implica a existência de um contribuinte ou


responsável em regime de solidariedade. Aqui a responsabilidade será determinada pela
lei, vai ter um contribuinte e um responsável.

Exp: Importação – Faz através de uma transportadora. (FEDEX) esta é


responsável pelo pagamento do tributo juntamente com o contribuinte que está
importando. Nesse caso, ela paga, liga para o contribuinte para buscar o produto e ele,
para retirá-lo, tem que pagar o tributo, mas a FEDEX é solidária pelo pagamento.

64
 Efeitos da solidariedade (Art. 125)

 Pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais


 A isenção abrange todos, salvo se outorgada pessoalmente a um deles
 A interrupção da prescrição em favor ou contra um dos co-obrigados favorece ou
prejudica o outro.

2) Subsidiária: primeiro eu cobro de um e depois de esgotados os meios para


obtenção do resultado, eu cobro dos demais numa ordem, responde depois do
contribuinte;

* Aqui há o benefício de ordem.

Quem dirá quem deve pagar primeiro (1º.) é a lei. A lei vai dizer quem deve pagar o
tributo. Não pode ser alterada por acordo entre as partes.

Exp.

O IPTU, no contrato de locação, pode o locatário assumir a obrigação de pagar, mas a


responsabilidade será sempre do dono do imóvel.

3) Substituição Tributária (responsabilidade exclusiva)

Ela atende varias finalidades:

I) simplificar a fiscalização que se concentra no produtor;


II) antecipar o recolhimento do imposto ou contribuição já na venda do produtor
III) evitar a sonegação fiscal que possa ocorrer nas diversas etapas da
comercialização até o produto chegar ao consumidor final.

Aqui temos a exclusão da Figura do Contribuinte, significa dizer que apenas o


responsável tem o dever de pagar, é a chamada responsabilidade por substituição.

É quando o responsável tem responsabilidade exclusiva e esta surge:

- com a ocorrência simultânea do fato gerador (conjuntamente);


- ou antes ou depois do fato gerador (por antecipação ou “para frente”)
3.1) Ocorrência do FG conjuntamente/simultânea

Ela surge conjuntamente com o nascimento da obrigação tributária, e a figura do


responsável já fica conhecida na mesma hora em que se conhece a do contribuinte.

Aqui o CTN permite ao ente federado criar, nas hipóteses que julgar conveniente essa
responsabilidade.

65
É necessário que a Lei que imputa essa responsabilidade seja anterior e pré-estabeleça
que determinada pessoa está vinculada ao fato gerador receba esse ônus.

Exp.: Responsabilidade do pagador de salários (empregador) que tem a


obrigação de reter e recolher o tributo do assalariado. Desconto do IR retido na Fonte.

3.1.1. Responsabilidade antecipada ao FG ou “para a frente”

É aquela que nasce antes mesmo de ocorrer o fato gerador concreto do tributo.
O FG nem ocorreu e já existe alguém que deve pagar o tributo.
A lei pode atribuir ao sujeito passivo da obrigação tributária a condição de substituto e
responsável pelo pagamento do imposto ou contribuição.

Fato gerador futuro e presumido

Lei pode estabelecer que os produtores de determinados bens fixem o preço de venda
ao consumidor final, nele incluindo os impostos ou contribuições sobre esse preço, já na
saída do bem do estabelecimento do produtor.

Exp. Automóveis, tintas e vernizes, produtos farmacêuticos, gasolina etc.

Vem sendo adotada para recolhimento antecipado do ICMS, IPI, PIS e COFINS em
diversas atividades econômicas.

 Crédito Tributário

É um direito pertencente ao sujeito ativo da obrigação tributária.(U-E-DF-M)

É o direito do Estado de exigir do contribuinte o pagamento do tributo devido, originado


da relação jurídica tributária, que nasce com a ocorrência do fato gerador, na data ou no
prazo determinado em lei. Decorre da obrigação tributária. Resulta da conjugação da lei,
do fato gerador e do lançamento.

Conceito: é o vínculo jurídico, de natureza obrigacional, por força do qual o Estado


(sujeito ativo) pode exigir do particular, o contribuinte ou responsável (sujeito
passivo), o pagamento do tributo ou da penalidade (objeto da relação
obrigacional).

Para chegar ao credito tributário há um itinerário a ser cumprido:


 elaboração da CF;
 a CF dá competência à U-E-DF-M para, por meio, de lei, instituir tributos;

66
 sobrevém a lei, que descreve o tipo tributável;
 o sujeito passivo pratica um fato gerador tributável; neste instante nasce a
obrigação tributária, em que ele é o devedor de um tributo que, no momento, é
representando por um montante ilíquido;
 sobrevém o lançamento, cujo procedimento administrativo converte a obrigação
tributária em credito tributário.
 Se pago, extingue-se o credito tributário. Se não pago, o credito será levado a
registro no Livro da Divida Ativa, extaindo-se certidão para a propositura de ação
de execução fiscal.

Crédito tributário é a quantia devida a título de tributo. “O crédito decorre da obrigação


principal e tem a mesma natureza desta” (art. 139 do CTN).

Quando o código Tributário, no artigo 139, diz que "o crédito tributário decorre da
obrigação principal e tem a mesma natureza desta", isto significa que somente pode
existir crédito a partir de uma obrigação tributária principal que o anteceda e justifique,
sendo o crédito o seu retrato perfeito, exato.

No momento em que acontece o fato gerador de uma obrigação tributária principal,


todos os elementos obrigacionais logo se revelam, desde os sujeitos até o objeto; mas
é necessário, que por ato formal, a administração fiscal providencie a identificação
daquela obrigação, o cálculo do tributo, de juros e de penalidades (se for o caso), a
forma e os prazos de pagamento.

A obrigação tributária cria direitos e o crédito tributário declara o direito já existente.

“Lei + fato gerador + obrigação tributária = Crédito tributário <- Lançamento”

 Constituição do crédito

Para a cobrança do crédito tributário é necessária a comprovação de sua existência.

Todo credor tem o direito de receber uma obrigação, todavia deve possuir provas, estas
podem ser comprovadas através:

- um título
- documento

A documentação da existência da dívida tributária é feita em um ato administrativo de


concretização da lei denominado lançamento.

 Lançamento: é o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência


do fato gerador da obrigação correspondente, identificar o sujeito passivo da

67
obrigação tributária, determinar a matéria tributária ou apontar o montante do
crédito, e aplicar se for o caso, a penalidade cabível (art. 142).

Aspectos Gerais:

 O lançamento é ato privativo da autoridade administrativa (competência), só ela


pode fazer o lançamento.

- Sujeito Passivo não faz o lançamento


- Crédito Tributário é constituído pelo SP pode ser feito por Declaração
- Apenas o lançamento é privativo

Instituição do Tributo Fiscalização/Arrecadação

Ente Legislativo Executivo

UNIÃO Congresso Nacional Min Fazenda/Secret Receita Federal


ESTADOS Assemb Legislativa Secret. De Estados dos Negocios da Faz
MUNICIPIOS Câmara Municipal Secret. Das Finanças dos Municípios

O conceito legal de lançamento é

Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito


tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo
tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente,
determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar
o sujeito passivo e, sendo o caso, propor aplicação da penalidade cabível.

O desdobramento desse conceito legal torna possível sua compreensão, sendo:

a) Procedimento administrativo: o lançamento é um ato de concretização da lei tributária


efetuado pela autoridade administrativa competente para arrecadar e fiscalizar o tributo.

 Competência exclusiva da pessoa política que arrecada e faz a fiscalização das


dívidas tributárias.

b) Tendente a verificar a ocorrência do FG da obrigação correspondente: o


procedimento da autoridade é verificar, em primeiro lugar, se foi realizada a hipótese de
incidência tributária.

- verifica a ocorrência do FG, montante do Tributo

FG (tornou-se proprietário) ocorreu (HI) Lançamento (ato admvo)

FG(não pagto)_______Fiscalização_____________Lançamento (ato admvo)

Notificação SP (não pgto)

c) determinar a matéria tributável: cabe ao credor (autoridade admva) verificar a


legislação aplicável ao fato gerador ocorrido.

68
Exp. IPTU, cabe a Sec de Finanças verificar a legislação aplicável ao fato gerador
do IPTU.

d) Calcular o montante do tributo devido: é o que se denomina de “valoração


quantitativa”. É o ato de tomar a BC do tributo, sobre esta aplicar a alíquota
correspondente a fim de se apurar o valor da dívida do contribuinte, ou o quantum
debeatur.

Exp. Verifica a legislação do IPTU qual é a BC (valor venal) e a alíquota aplicável (que
pode variar em função desse valor venal)

e) Identificar o sujeito passivo: constatar quem será a pessoa chamada a pagar a


dívida tributária.

f) Propor a aplicação da penalidade cabível: para o caso de o contribuinte ter


deixado de recolher o tributo.

g) Lançamento corresponde a um ato administrativo vinculado e obrigatório: quer


dizer que a autoridade admva deve documentar a existência de um crédito tributário. A
lei indica para a administração somente um caminho a seguir, não existem diversas
alternativas leais a serem escolhidas.

O lançamento é uma atividade obrigatória porque sem o seu procedimento não há


comprovação do crédito tributário a que o Estado tem direito. Se os agentes
deixarem de comprovar o direito do Estado de arrecadar recursos para os cofres
públicos, estarão cometendo crime de responsabilidade funcional.

Lançamento:

- declara a ocorrência do FG
- constitui o CT ou RJT, com indicação do S.Passivo/S.Ativo, montante do tributo
- é atividade obrigatória

A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória sob pena de


responsabilidade funcional.
 Efeitos do lançamento

- Retroage a data do fato jurídico, impõe obrigação tributária desde a data do fato
gerador, retroagindo no tempo, será regido pela lei vigente à época da ocorrência do fato
gerador, não sofrendo qualquer alteração em virtude de modificação ou revogação
dessa lei (efeito temporal do lançamento)

OBS: art. 144, CTN “o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da
obrigação tributaria e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente revogada
ou modificada”.

69
Significa dizer que, a lei aplicável é a do momento em que se caracterizou o FG. e não a
lei vigente no momento do lançamento (independente da alíquota ter baixado).

- estabelece a exigibilidade do tributo, é a fase em que o crédito tributário se torna


líquido e exigível, isto é, certa sua existência e o seu valor.

- permite a liquidação do crédito tributário

- é praticado por servidor público e têm presunção de verdade e capacidade.

HI OFG OT(vinc jur) Partic (SP) sujeita-se a ter contra ele feito um
Lançamento

Dessa forma, o fato gerador, é necessário definir:

“Montante do tributo ou penalidade devedor prazo pagamento


(procedimento oficial)”

Tal procedimento tem o objetivo de

 declarar formalmente a ocorrência do fato gerador

 definir os elementos materiais da obrigação surgida (alíquota e base de calculo)

 calcular o montante devido

 Identificar o sujeito passivo, com o fito de possibilitar que contra este seja feita a
cobrança do tributo ou da penalidade.

Todo esse procedimento é legalmente denominado de lançamento.

 Características

a) Ato declaratório: é um ato que declara a existência de uma relação jurídica entre
o Estado e o particular. Eles tem presunção de validade e certeza, por isso
mesmo é dotado de executoriedade. Quer dizer que até prova em contrário,
entende-se que o lançamento foi efetuado de acordo com a lei. Isso não quer
dizer que o ato não possa ser contestado.

Hipóteses de alteração do lançamento após a notificação do devedor:

1) Impugnação do sujeito passivo: se o contribuinte ou responsável entende que


ocorre um erro no ato administrativo de lançamento, ele tem o direito de impugná-
lo, isto é, contestar no todo ou em parte os termos do lançamento.

2) Recurso de ofício: é quando a própria autoridade administrativa recorre dos atos


praticados por ela, ou seja, revê o lançamento efetuado. Isso ocorre quando ela
constata por si um erro ou irregularidade no ato praticado por ela e toma a
iniciativa de rever esse ato.

70
b) Reporta-se à ocorrência do fato gerador: estabelece ser o lançamento tributário
um ato retroativo, isto é, praticado de acordo com a legislação em vigor na data
em que ocorreu o fato gerador.

Momento:

ISS(Lei 2006) FG2007 ISS(Lei 2008) Lançamento(2009)


4% N PGTO 3% 4%
Multa 20% Multa 15% Multa 15%

Aplica a lei vigente a época do FG (art. 144). Para a multa aplica o art. 106, II, C, (CTN)

O mesmo ocorre quando o valor da dívida tributária está expresso em moeda


estrangeira. A conversão é feita em moeda nacional ao câmbio da data da ocorrência do
fato gerador.

NOTIFICAÇAO:

A notificação do contribuinte é obrigatória é vinculada e não discricionária (não é


facultativo, ou seja, sempre que a situação estiver prevista em lei que dá origem a uma
obrigação tributária (fato gerador) a administração está obrigada a fazer o lançamento),
só a partir dela, o crédito passa a ser exigível. Pela notificação se completa o processo,
podendo ser feita de diferentes formas: pessoalmente, via postal, telegráfica, em
endereço-eletrônico ou por qualquer meio com prova de recebimento.

 Modalidades ou Espécies de Lançamento:

a) Lançamento direto ou “de oficio”


b) Lançamento por Declaração
c) Lançamento por Homologação

1) Lançamento de ofício ou direto: é realizado por iniciativa da autoridade fiscal


administrativa, independentemente de qualquer colaboração relevante do sujeito
passivo.
Exp. IPTU, IPVA

São casos em que a autoridade fiscal utilizar-se-á dos dados que dispõe a respeito do
sujeito passivo, identificando-o, declarando a ocorrência do fato gerador da obrigação
correspondente, determinando a matéria tributável, calculando o montante do tributo
devido e sendo o caso, aplicando a penalidade cabível.

71
Todos os atos do procedimento de lançamento são realizados no âmbito da
administração pela autoridade designada competente para tanto. (art. 149, CTN)

As hipóteses em que a autoridade administrativa poderá efetuar o lançamento de ofício


em procedimento fiscalizador estão previstas no art. 149, do CTN.

Prazo decadência para o lançamento de ofício (art. 150, § 4º.)

2) Lançamento por Declaração: é considerado um lançamento misto, é aquele feito por


intermédio de declaração prestada pelo contribuinte ou terceiro (3º.) na forma da
legislação tributária prestada à autoridade administrativa, informações sobre matéria de
fato indispensáveis à sua efetivação.

A participação do sujeito passivo (para ele obrigação acessória) aparece de forma


bastante relevante, a colaboração do sujeito passivo ou terceiro, com a atividade
privativa da autoridade administrativa.

Há um misto de atuação (administração e sujeito passivo ou terceiro) na realização


do procedimento.

O lançamento por declaração passa obrigatoriamente por três etapas: declaração à


autoridade; lançamentos pela autoridade, e; notificação do contribuinte.
Há atos tanto do sujeito passivo quanto do ativo, por isso, é também conhecido por
lançamento misto.

- sem obrigação do pagamento antecipado.


Exp. ITBI
Declaração de bens sujeitos à tributação nos aeroportos

A retificação da declaração só poderá ser feita entre o seu lançamento pela autoridade e
a notificação ao contribuinte. O lançamento por declaração é utilizado em impostos de
transmissão.

“O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro,


quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa
informações sobre matérias de fato, indispensáveis a sua efetivação” (art. 147 do CTN).

“A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou


excluir tributo, só é admissível mediante comprovação de erro em que se funde e antes
de notificado o lançamento do mesmo” (art. 147, §1º do CTN). “Os erros contidos na
declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificadas de ofício pela autoridade
administrativa a que competir a revisão daquela” (art. 147, §2º do CTN).

72
3) Lançamento por homologação: é aquele feito quanto aos tributos cuja legislação
atribua ao sujeito passivo o dever de calcular o tributo e antecipar o seu pagamento
sem prévio exame da autoridade administrativa. Ex. COFINS, PIS, IRRF, ICMS.

É uma forma de pagamento antecipado sujeito à condição posterior da homologação.

Sujeito passivo realizando o FG do tributo tem o dever de fazer o pagamento do


tributo, sem prévio exame da autoridade administrativa. Ele mesmo apura a BC,
aplica a alíquota e paga.

A extinção do crédito tributário ocorrerá apenas com a homologação expressa ou


tácita desse pagamento, que ocorre quando a autoridade administrativa concorda ou
não com o pagamento do tributo.

Essa homologação pode ocorrer no prazo de 5 (cinco) anos a contar da prática do


FG (e não do pagamento)

Essa concordância (homologação) pode ser:


I) expressa
II) tácita (é presumida pelo silêncio da admção)

Com a homologação, tanto expressa quanto tácita, haverá a extinção do crédito


tributário.

Durante esse prazo de 5 anos, pode acontecer de a Administração discordar desse


pagamento antecipado (é possível, pois o sujeito passivo erra). Não haverá
homologação. Nesse caso, teremos a exigência do tributo que a Administração
entende devido.

O lançamento por homologação é também chamado de auto-lançamento, ou seja, o


sujeito passivo pratica o fato gerador e se auto-lança o montante do tributo devido.

Essa exigência ou é motivada:

1. pelo pagamento insuficiente ou


2. pela ausência de pagamento (que ocorre qdo suj passivo não paga)

Pergunta:

- Como se dará essa exigência?


- Qual é o prazo que a Admção tem para exigir esse tributo que o suj passivo não
pagou corretamente?

________________________________________
FG pgto
Antecipado errado (gera exigência)

73
Pagto errado – a exigência como? prazo?

Para responder a essa perguntas, teremos que observar a atividade do sujeito passivo.
Há 2 situações de atividade do sujeito passivo no lançamento por homologação:

1a) Lançamento por Homologação nos termos estritos do CTN

SP tem apenas o dever de antecipar o pagamento do tributo, ou seja, não existe


nenhum outro dever vinculado ao SP.

Como se dará a exigência se o pgto for insuficiente ou ausente? Prazo?

2a.) O SP tem, alem do dever de antecipar o pagamento do tributo, tem o dever de


declarar que realizou o FG e que deve uma determinada quantia de tributo. Aqui, a
atividade do SP é mais (+) externa.

Como? prazo? Se dará a exigência se o pagamto for insuficiente ou ausente

Praticada a homologação, extingue-se o crédito tributário.


* Legislação aplicável

Deve a autoridade administrativa utilizar a lei vigente na data do fato gerador,


observando-se quanto à apuração e fiscalização o § 1o., do art. 144

 Suspensão do Crédito Tributário (art. 151, CTN)

Depois que o contribuinte é notificado do lançamento, o tributo está em


condições de ser recolhido pelo contribuinte e recebido pela Fazenda Pública, mas nada
impede que ocorra um evento novo, previsto em lei, adiando a exigibilidade do tributo.
Estes eventos que adiam a exigibilidade do crédito tributário são as causas suspensivas
do crédito tributário.
O contribuinte tem direito de contestar uma exigência descabida feita pela
autoridade administrativa, devendo esta ser feita pela via adequada. O CTN prevê
algumas hipóteses no art. 151.

O crédito tributário lançado ou em processo de lançamento pode ter a sua


exigibilidade suspensa regularmente, mediante providências realizadas pelo sujeito
passivo.

Dentre as características, podemos destacar que a suspensão da


exigibilidade crédito tributário será transitória ou temporária.

74
Constituição do Crédito Tributário tem como principal efeito tornar liquida,
certa e exigível a obrigação já existente.

Exigibilidade permite ao S.A. promover os atos executivos necessários


para o recebimento coativo do que lhe é devido. (Ação Judicial)

 Efeitos: Impossibilita a cobrança do tributo

a) Cobrança
b) Não afasta o cumprimento das obrigações acessórias

 suspender a exigibilidade do crédito tributário

a) MORATÓRIA

Conceito: é a dilação (prorrogação) do prazo para pagamento (vencimento do tributo),


concedidas mediante lei. É uma medida de política fiscal.

 Aspectos gerais

 retardar ou dilatar o prazo normal de recolhimento. Normalmente a lei fixa o prazo


normal de recolhimento do tributo, sendo indicado no lançamento, mas se assim
não o fizer, será de 30 dias a contar da notificação do lançamento (art. 160 do
CTN).

 dilação concedida pelo S.A. ao S.P. para o adimplemento do crédito tributário.


 Não há mora no pagamento do tributo, pois é concedido novo prazo para esse
fim, ou seja, não incide juros.
 Será concedida por intermédio de LEI
 aplica-se aos casos em que os créditos tributários já foram devidamente
constituídos.

A moratória pode ser em caráter:

 geral (sem requisitos, concedido direta e genericamente por Lei)

 beneficia a generalidade dos sujeitos passivos, sem a necessidade da


comprovação por parte destes de alguma característica pessoal especial.

Exp. União – em razão de crise econômica, editar lei dilatando por um mês os prazos
para pagamento da COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social)

 individual – depende sempre de requerimento do interessado à autoridade


competente, autorizada por lei, só terá efeito após despacho favorável, se
dá através de ato administrativo declaratório do cumprimento dos
requisitos previstos em Lei)

75
A concessão da moratória individual não gera direito adquirido, podendo ser revogada
de oficio quando apurado que o beneficiário: Não satisfazia ou deixou de satisfazer as
condições; não cumpriu ou deixou de cumprir os requisitos. Nestes casos, será cobrado
o crédito e mais juros de mora, e a revogação só pode ocorrer antes da prescrição. Se
for caso de dolo ou simulação ainda haverá penalidade e não será computada a
prescrição se a revogação não ocorrer até esse prazo (art. 155, I, II e parágrafo único do
CTN).

 Exp. Surge em casos excepcionais – calamidade pública (seca, enchente,


terremoto, frio excessivo)

Exp. Excepcionais temperaturas elevadas na Serra Gaucha fizeram com que parte das
videiras brotasse no inverno, sendo posteriormente dizimadas por uma friagem de
primavera, gerando elevados prejuízos aos produtores de vinho.

Exp. Ultimo dia para a entrega do IR é 30 de abril. Apagão em 3 estados em virtude


disso pode por lei permitir a entrega e pagamento para o 1 o. dia de maio.

A lei deve estabelecer:

- Prazo de duração do favor;


- As condições do favor em caráter individual
- tributos alcançados;
- requisitos;
- número de prestações e seus vencimentos;
- garantias, se for o caso.

"Salvo disposição de lei em contrario, a moratória somente abrange os créditos


definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo
lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito
passivo” (art. 154 do CTN). “A moratória não aproveita aos casos de dolo, fraude ou
simulação do sujeito passivo ou terceiro em benefício daquele” (art. 154, parágrafo único
do CTN).

b) depósito de seu montante integral (art. 151, II)

É uma faculdade do sujeito passivo, que pretende discutir o débito, com o objetivo de
suspender a exigibilidade do crédito tributário, pela via administrativa ou judicial, no
intuito de se precaver, caso ocorra um revés na ação promovida.

 o depósito não é obrigatório para que o contribuinte possa impugnar a exigência


fiscal, ou seja, é facultativo.
 Não realizado o deposito, o fisco poderá inscrever o débito em divida ativa e
cobra-lo
 Feito o depósito, suspende-se a exigibilidade do crédito tributário.
 Também é meio para se livrar da fluência dos juros de mora

76
 No final do litígio, se for dado razão ao depositante o SP levantará o depósito
(integral ou parcialmente)
 Se for julgado pela procedência do lançamento (contribuinte perder), o valor
depositado será convertido em renda (destinado definitivamente aos cofres
públicos).
 O depósito deve ser do montante exigido pela Fazenda Pública (incluído juros e
multas) Exp. SP entende q deve 100, mas a fazenda lhe exige 200, deve
depositar os 200 e discutir o correto valor.

c) Reclamações (impugnações) e recursos no processo administrativo fiscal

 exercício do direito à ampla defesa e ao contraditório


 na via administrativa possibilidade do SP de formular impugnação administrativa.
 A primeira manifestação de inconformismo do SP contra o lançamento efetuado
pela administração tributária enquadra-se dentro do gênero “reclamações”.
 Decidido em 1a instancia e havendo previsão na lei do processo administrativo
fiscal, poderá haver a interposição de “recurso”.
 Basta a defesa tempestiva para que haja a suspensão da exigibilidade do CT
 Aqui o requisito é a tempestividade (30 dias)
 É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévio de dinheiro ou
bens para a sua admissibilidade.
 Prazo para decisão:
a) Regra geral: 30 dias (Lei 9.784/99)
b) Regra especial: 360 (Lei 11.457/07)
 Possuem o poder de sustar, mesmo que provisoriamente, a exigibilidade do
Credito Tributário.

d) Parcelamento

Parcelamento (art. 151, VI do CTN): Foi introduzido com a LC 104/01, mas


a doutrina já o admitia. Há autores que afirmam que o parcelamento nada mais do que
uma modalidade de moratória, visto que encontra-se na mesma seção da moratória.

O parcelamento deve ser concedido por meio de lei específica (art. 155- A
do CTN). “Salvo disposição em contrária o parcelamento do crédito tributário não exclui
a incidência de juros e multas” (art. 155-A §1º do CTN). “Aplica-se, subsidiariamente ao
parcelamento as disposições desta lei, relativas à moratória” (art. 150-A, §2º do CTN).

77
 O parcelamento é corriqueira medida de política fiscal.

 Objetivo: recuperar créditos

 Permite que contribuintes inadimplentes voltem à situação de regularidade,


podendo gozar dos benefícios decorrentes de tal status.

 O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei


específica. Esta é a de cada ente tributante, isto é, a federal, a estadual, a
distrital ou a municipal.

 Salvo disposição de lei contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui


a incidência de juros e multas.

 A confissão não impede a discussão do débito em juízo.

Exp. REFIS, PAES, PAEX, Parcelamento da Crise

 Extinção do Crédito Tributário

É quando o crédito tributário deixa de existir por algum motivo previsto na


legislação. Nós temos um fato ou situação que resulta na extinção ou mutilação de um
dos aspectos da relação jurídica tributária.

Todas estas causas extintivas têm a mesma força de fazer


desaparecer o crédito tributário (de gerar certidão negativa do crédito fiscal). O rol
não é taxativo.

Elementos da relação jurídica tributária

S.A (credor) X SP (devedor)

- É a eliminação de um desses aspectos

- O devedor fica liberado apenas da obrigação tributária principal (art. 157)

 Formas de extinção do crédito:

PAGAMENTO (art. 156, I)

É a maneira normal de extinção da obrigação tributária, ocorre com a entrega à fazenda


pública da quantia correspondente ao crédito tributário (tributo mais penalidade
pecuniária).

Pagamento parcial não importa em presunção de pagamento das demais parcelas em


que ele se decomponha.

78
Tempo do pagamento: o pagamento é definido na legislação própria, mas se nada
dispuser, o prazo é de 30 dias depois da data em que se considera o sujeito passivo
notificado do lançamento. (art, 160)

Nos termos do art. 161 do CTN, o débito não pago no vencimento é acrescido de juros,
sem prejuízo da aplicação da penalidade cabível (multa).

Para cobrança dos tributos federais, aplica-se a SELIC, índice que abrange juros e
correção monetária. Na ausência de lei específica, aplicar-se-ia, supletivamente o § 1º,
art. 161, que é de 1% ao mês.

A legislação tributária pode conceder desconto pela antecipação do pagamento (art.


160, parágrafo único do CTN).

Lugar do pagamento: “Quando a legislação tributária não dispuser a respeito, o


pagamento é efetuado na repartição competente onde o contribuinte encontrar-se
domiciliado ou sediado” (art. 159 do CTN). Hoje os Bancos estão credenciados a
receber tributos.

Cheque: No pagamento em cheque recebe-se uma quitação provisória até a


compensação do mesmo. “O crédito pago com cheque somente se considera
extinto com o resgate pelo sacado” (art. 162, §2º do CTN). Na prática, os bancos
relutam em receber pagamentos em cheque.

“A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o pagamento


em cheque ou vale postal, desde que não o torne impossível ou mais oneroso
que o pagamento em moeda” (art. 162, §1º do CTN).

Obs.

 não basta pagar só a multa, pois tal pagamento não quer dizer que adimpliu a
OTP de pagar o tributo.
 A multa não se compensa com o pagamento do tributo.
 O tributo deve ser pago com o acréscimo da multa moratória.
 Esse pagamento é realizado em pecúnia (dinheiro, cheque)
 O pagamento de uma parcela não se presume o pagamento de outras.

O pagamento é feito através de guia DARF (Documento de Arrecadação de Receitas


Federais).

 Imputação: Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do


mesmo sujeito passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito público,
relativos ao mesmo ou a diferentes tributos, ou provenientes de penalidade
pecuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa competente para receber
o pagamento determinará a respectiva imputação, obedecida as seguintes regras,
nas ordem em que enumeradas (art. 163 do CTN):

79
 1º os débitos por obrigação própria; 2º os decorrentes de responsabilidade
tributária (art. 163, I do CTN).

 1º as contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim os impostos (art.


163, II do CTN).

 Na ordem crescente dos prazos de prescrição (art. 163, III do CTN).

 Na ordem decrescente dos montantes (art. 163, IV do CTN).

 Pagamento indevido e restituição

Caso o contribuinte efetue o pagamento indevido terá direito à restituição total ou


parcial, independentemente de prévio protesto.

A restituição deve ser requerida no prazo de cinco anos.

Há dois modos possíveis de ressarcimento: a restituição do montante devido,


e o aproveitamento do crédito para a compensação com tributos efetivamente devidos.

Na restituição, o valor pago indevidamente é simplesmente devolvido.

Poder ser sujeito do pedido de restituição: o contribuinte de direito, substituto ou


responsável, desde que tenha suportado a tributação com o seu próprio patrimônio.

A restituição pode ser buscada administrativamente em caso de simples erro na


apuração do tributo devido.

Também será feita diretamente em juízo através de ação de repetição de


indébito tributário.

COMPENSAÇÃO

É aquela quando se é devedor e credor ao mesmo tempo.

 É o encontro de contas entre do Fisco e do Contribuinte.

SP tem que recolher tributo no valor superior ao devido (era 1000 e pagou 1500) aqui há
um crédito de 500.

Esse SP é devedor do Tributo, no caso COFINS. Há um débito. Assim pode compensar


com o crédito de R$ 500,00.

80
 confronto entre créditos e débitos, evitando-se a desnecessária multiplicação de
providencias administrativas e demandas judiciais.

 Necessidade de lei autorizativa para esta causa extintiva (federal, estadual ou


municipal), em razão da indisponibilidade do interesse público.

Efeitos:

 liberação das obrigações


 os juros deixam de fluir
 a prescrição não mais se consuma e impede a ocorrência de mora do devedor
 eventuais garantias como penhora, hipoteca, fiança extinguem-se com os créditos

“A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada
caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários
com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a
Fazenda Pública” (art. 170 do CTN).

- Requisitos para a compensação legal:

 A lei autorizadora tem que ser específica e da pessoa política tributante.

O artigo 66 da lei 8383/91 determina que é possível compensar tributos federais


indevidos ou recolhidos a maior com outros da mesma espécie. Segundo a doutrina,
diferentemente da Fazenda Pública, tributo da mesma espécie é tributo do mesmo tipo.

Ex: imposto com imposto. Não precisa ser IR com IR.

 As partes devem ser as mesmas e seus créditos devem ser líquidos e certos.

Embora a compensação não possa ser deferida por medida liminar, pode ser pleiteada
em mandado de segurança (súmula 213 do STJ).

Não é possível utilizar crédito cuja existência está em controvérsia judicial para fins de
compensação tributária. “É vedada a compensação mediante o aproveitamento do
tributo, objeto de contestação pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da
respectiva decisão” (art. 170-A do CTN).

O legislador pode estabelecer condições e limites para a compensação.

Compensação de ofício: quando o fisco verifica que há o pedido administrativo de


indébito e verifica que o requerente também está com débito em aberto, poderá
proceder à compensação total ou parcial, conforme seja o crédito do requerente
suficiente.

A nível federal temos a Declaração de Compensação (DCOMP), do qual constam


informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados.

TRANSAÇÃO (art. 156,III e 171, CTN)

81
Transação é o negócio jurídico em que as partes, mediante concessões mútuas,
extinguem obrigações, prevenindo ou terminando litígios.

É um acordo.

É permitido por intermédio de LEI. Esta vai definir os critérios, a vontade do Estado é
manifestada pela lei.

Aqui vige o princípio da indisponibilidade do patrimônio publico, a utilização da transação


acaba sendo algo bastante restrito.

REMISSÃO – Perdão (art. 156, IV do CTN)

É uma medida de política fiscal semelhante à moratória, que confere o perdão ao


débito tributário, por meio de lei. Não se confunde com remição, que é
pagamento.

 É o perdão da dívida tributária.


 É a dispensa gratuita da dívida, feita pelo credor em benefício do devedor.
 É permitido por intermédio de lei.
 As formas de remissão como forma de extinção, encontram-se no art. 172
 Refere-se a tributos e multas
 Remissão poderá ser total ou parcial.

 Requisito: necessário que o crédito já esteja constituído, ou seja, lançado.

FG – OT ----- CT – Não pagto/Lei (afasta o pagto da penalidade ou tributo)

Por meio de lei: A Fazenda Pública não pode perdoar débitos tributários sem respaldo
na lei, em razão da indisponibilidade do interesse público.

Somente lei específica da pessoa política competente para instituir o tributo (lei
remissiva) pode conceder remissão ao crédito tributário. “Qualquer subsídio, isenção,
redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão,
relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei
específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima
enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no
artigo 155, §2º, XII, “g”” (art. 150, §6º da CF). Com relação ao ICMS cabe a lei
complementar regular a forma como, mediante liberação dos Estados e Distrito Federal,
isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.

“A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho


fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: I - à situação
econômica do sujeito passivo; II - ao erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo,
quanto a matéria de fato; III - à diminuta importância do crédito tributário; IV - a
considerações de equidade, em relação com as características pessoas ou materiais do
caso; V - as condições peculiares a determinada região do território da entidade
tributante” (art. 172, I, II, III, IV e V do CTN). O despacho referido neste artigo não gera

82
direito adquirido, assim a remissão pode ser revogada de ofício, conforme o artigo 155
do CTN.

 PRESCRIÇÃO e DECADÊNCIA (art. 156, V do CTN)

O decurso do tempo é um fato jurídico em sentido estrito, vem da natureza, independe


da vontade do homem. O tempo é um fenômeno relevante para as relações jurídicas. O
tempo serve para extinguir relações jurídicas (prescrição e decadência).

 direito subjetivo é desprovido de pretensão não passa de uma mera faculdade


jurídica (o sujeito faz se quiser)

 a pretensão é a marca registrada do Direito Subjetivo.

 Alguns direitos potestativos tem prazo para serem exercido outros não.
Igualmente, alguns direitos potestativos exigem homologação do Estado, outros
não.

Os institutos da decadência e da prescrição explicam a extinção de direitos, em


decorrência de dois fatores:

a) decurso do tempo, legalmente previsto;


b) inatividade do titular desses direitos

Correspondem a extinção do direito de crédito em decorrência da inatividade da


Fazenda Pública, pelo período de 5 anos.

Constituição (SP ou Administração)

FG -------- OT --------- CT ----- PAGTO

NÃO --- D.A. ---- CDA ---- EX.FISCAL (COBRANÇA JUDICIAL)

 DECADÊNCIA

O que é Decadência? É a perda de um direito que não foi exercido pelo titular no prazo
contemplado em lei. Ela extingue direitos potestativos (invioláveis), ou seja, dá fim a um
direito, extingue a obrigação, não permitindo à Fazenda Pública que eternize o direito de
constituir o crédito tributário. Desaparece o próprio direito e com ele a ação que viabiliza.

O fato gerador faz nascer a obrigação tributária.


O lançamento constitui o CT, ou seja, a obrigação é tornada líquida e certa.

Se o Fisco não o faz o lançamento no prazo para apurar ou determinar o crédito, ter-se-
á o instituto da decadência.

A decadência é:
 a perda do direito de lançar. (direito potestativo)
 É a perda do próprio direito de constituir o crédito tributário

83
Termo inicial do prazo decadencial:

- via de regra do 1o. dia do exercício financeiro subseqüente aquele em que o


lançamento poderia ter sido realizado (art. 173, I do CTN). A lei aponta a data em que o
lançamento será efetuado.
Exp. IPTU, em 01/01

O Fisco tem o prazo improrrogável de 5 (cinco) anos para efetuar o lançamento


tributário, com a finalidade de constituir o crédito tributário.

Tributos Prazo
Direto ou de ofício e por declaração 5 anos, contados do 1o. dia seguinte
àquele em que o lançamento poderia ter
sido efetuado.
Da data em que fora anulado por vício
formal o lançamento anteriormente
realizado (art. 173, II do CTN). A
Fazenda Pública tem um prazo de 5
anos para anulá-lo e mais 5 anos para
lançá-lo a contar da anulação. Tal
oportunidade só se abre uma vez.
Da tomada de qualquer providência
administrativa conducente ao
lançamento (art. 173, parágrafo único do
CTN): Tal providência só pode ser
tomada durante o exercício em que o
lançamento teria que ser realizado. Ex:
notificação do contribuinte para prestar
declarações necessárias ao
lançamento. Na prática, esta hipótese é
absorvida pela primeira.
Homologação 5 anos, contados da data do fato
gerador, salvo se comprovada a
ocorrência de dolo, fraude ou simulação.

 Prescrição

O que é prescrição?

Resposta: É a perda da pretensão de exigir de alguém um determinado


comportamento. Então, só existe prescrição de direitos subjetivos e, ainda, de
direitos subjetivos patrimoniais e relativos.

Aqui o lançamento foi efetuado, cabe à Fazenda Pública propor a Ação de Execução,
visando à satisfação do crédito tributário.

A Fazenda Pública possui um prazo assinalado na lei para fazê-lo.

84
Pressupostos:

1. existência de uma ação exercitável pelo titular de um direito


2. inércia desse titular em relação ao uso da ação durante certo tempo
3. ausência de ato ou fato que a Lei atribua uma função impeditiva

O prazo é contado da constituição definitiva do crédito tributário pelo lançamento (da


mora do contribuinte, isto é, 30 dias após a notificação do lançamento). Sendo esse de 5
(cinco) anos.

Contagem:

- lançamento por declaração ou confissão: o momento da apresentação da declaração e


escoado o prazo para pagamento espontâneo.

 Interrupção do prazo prescricional (vide art. 174)

A prescrição interrompe-se:

I) pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;


- Obs: “Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação,
por motivos inerentes ao mecanismo da Justiça, não justifica o acolhimento da
argüição de prescrição ou decadência” (sumula 106 do STJ).

II) pelo protesto judicial;


- Trata-se de medida cautelar disciplina no CPC. O extrajudicial não interrompe.

III) por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;


- a doutrina indica a intimação judicial, interpelação judicial, notificação judicial.

IV) por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe em
reconhecimento do débito pelo devedor.
- Ex: Carta do contribuinte à Autoridade Fazendária; Pedido de parcelamento do
débito.

OBS:

a) A diferença entre a decadência e a prescrição está em que na decadência, há a


perda do direito de constituição do crédito tributário e na prescrição, há a perda
do direito de ação para cobrança do crédito tributário já constituído.

b) é matéria de normas gerais de Direito Tributário sob reserva de lei


complementar.

85
Conversão do Depósito em Renda – quando o sujeito passivo perde ou desiste da
ação em que efetuou depósito judicial em garantia. Esse depósito é revertido para a
fazenda pública.

Pagamento Antecipado e a Homologação do Lançamento - Ocorre nos casos de


tributos sujeitos ao lançamento por homologação, o contribuinte calcula o montante do
tributo devido e o recolhe antecipadamente aos cofres públicos.

Consignação em Pagamento - Consiste no depósito do objeto da obrigação, por parte


do devedor, perante o juiz, em caso de recusa do recebimento; subordinação desse
pagamento ao cumprimento de exigências sem fundamento legal, ou da exigência por
mais de uma pessoa jurídica de tributo idêntico.

Decisão Administrativa – tem que ser irreformável e que não mais possa ser objeto de
ação anulatória. Ocorre quando o próprio órgão administrativo reconhece o direito do
contribuinte.

Decisão Judicial Passada em Julgado – quando a decisão judicial for favorável ao


contribuinte, reconhecendo a inexistência da obrigação. É a decisão judicial imutável e
indiscutível, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário.

 Exclusão do Crédito Tributário

A legislação tributária consagra, ainda, 2 (duas) hipóteses de exclusão do crédito


tributário. São situações em que não se permite a constituição do crédito tributário. São
causas de exclusão a isenção e anistia.

Ambas dependem de lei específica.

Excluído o crédito, resta o contribuinte dispensado da apuração e cumprimento da sua


obrigação tributária principal.

Tal exclusão não dispensa o sujeito passivo das obrigações tributárias acessórias,
mesmo as pessoas isentas continuam sujeitas à fiscalização e aos deveres formais que
a instrumentalizam.

 Isenção

Não se confunde com a imunidade. Havendo imunidade, resta ausente a própria


competência tributária relativamente ao fato, operação ou pessoa imunizada.

Na isenção pressupõe a incidência da norma jurídica tributária impositiva. Entretanto,


por intermédio de lei, o ente tributante tendo instituído o tributo, decide abrir mão de
exigi-lo a determinada pessoa.

Segundo a corrente tradicional, seria a dispensa, por expressa disposição legal, do


tributo devido, pressupondo a ocorrência do fato gerador e o nascimento da obrigação
tributária. Nesse sentido, a legislação tributária estaria impedindo o lançamento ou
constituição e cobrança do crédito tributário nas situações de isenção.

86
A lei vai definir suas condições, requisitos e abrangência. Nesse caso vai delimitar a
determinado tributo em particular. Como também pode isentar determinadas pessoas ou
operações dos tributos de competência do respectivo ente político.

A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que


especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que
se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração. A isenção pode ser restrita a
determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela
peculiares.

 Não se aplica as taxas e contribuições e aos tributos instituídos após a concessão.

- é passível de revogação a qualquer tempo.

- a isenção onerosa concedida por prazo certo, ou seja, isenção temporária concedida
mediante o cumprimento de condições que exijam do contribuinte determinada ações
concretas como: a realização de investimentos, a manutenção de determinado numero
de empregados, não poderá o legislador suprimi-la relativamente aos contribuintes que
já tenham cumprido as condições, portanto, eles têm direito adquirido.

A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por
despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça
prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei
ou contrato para concessão. Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo,
o despacho mencionado será renovado antes da expiração de cada período, cessando
automaticamente os seus efeitos a partir do primeiro dia do período para o qual o
interessado deixar de promover a continuidade do reconhecimento da isenção. O
despacho não gera direito adquirido. Ademais, aplica-se, à revogação das isenções
concedidas em caráter individual, idêntico tratamento concedido à revogação da
moratória.

Importa insistir na diferença básica entre a isenção e a imunidade. Enquanto a primeira


decorre de disposição legal, a segunda implica na vedação absoluta de tributação
(exoneração) decorrente da Constituição.

 Anistia

Ocorre quando o legislador exclui o crédito tributário decorrente de infrações à


legislação tributária, dispensando o pagamento da multa (art. 180, CTN).

Obs: Não se confunde com a remissão, ou seja, com a extinção do crédito que
alcança o próprio tributo devido.

É a exclusão do crédito tributário relativo a penalidades pecuniárias. Pela


anistia, o legislador extingue a punibilidade do sujeito passivo, infrator da legislação
tributária, impedindo a constituição do crédito tributário. Significa dizer que se o crédito já
estiver constituído o legislador pode dispensá-lo pela remissão, mas não pela anistia.

87
A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à
vigência da lei que a concede, não se aplicando:

a) aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem
essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo
ou por terceiro em benefício daquele e

b) salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais


pessoas naturais ou jurídicas. O conluio é justamente uma combinação entre duas ou
mais pessoas para lesar outrem.

A anistia pode ser concedida:

a) em caráter geral e

b) limitadamente:

b.1) às infrações da legislação relativa a determinado tributo;

b.2) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante,


conjugadas ou não com penalidades de outra natureza;

b.3) a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a


ela peculiares e

b.4) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou
cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa.

A anistia, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso,


por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com a qual o interessado
faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos
em lei para sua concessão. O despacho não gera direito adquirido, aplicando-se,
quando cabível, as regras da moratória.

Aspectos gerais
A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias
dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela conseqüente.

88

Você também pode gostar