Manual de

Prerrogativas
do criminalista

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SUMÁRIO
“Indispensável à administração 01
da justiça” - o advogado e a
constituição federal de 1988

“Não há hierarquia” (art. 6º, 02

estatuto da advocacia e da OAB)

O direito/dever ao sigilo 04
profissional

Inviolabilidade do escritório, da
correspondência e das 05
comunicações do advogado

Inviolabilidade do advogado por 04

seus atos e manifestações no
exercício da profissão

Direito do advogado à comuni-

cação com o cliente preso, detido 05
ou recolhido.

A prisão do advogado 04

Direito do advogado de acesso, 05

retirada, exame e vista dos autos

Direito do advogado de se 04
retirar do recinto

Direito do advogado ao 05
desagravo público
CAP. 01
“Indispensável à administração
da justiça” - o advogado e a
constituição federal de 1988
“O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus
atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”
(art. 133 da Constituição Federal)
A Constituição Federal de 1988,
com a sua promulgação marcando o
ápice da redemocratização, trouxe um
capítulo que trata das funções jurisdicio-
nais do Estado, dentre tais funções está a
Advocacia, tendo a sua indispensabili-
dade consagrada pelo artigo 133.
A participação do advogado é
essencial não só no processo judicial,
mas em todas as esferas da adminis-
tração, uma vez que sua função está vin-
culada à aplicação das leis, das normas e
à observação dos valores constitucionais.
A declaração da advocacia como atuação
indispensável à administração da justiça
dada pela Constituição Federal que
reacendeu a chama da democracia no
seio da nação nos relembra os ares poéti-
cos citados por Carnelutti:
Alguém dirá que vejo assim a advocacia
Capítulo 01 MindJus Criminal
sob o perfil da poesia. Pode ser. A poesia
de seu ofício é algo que um advogado
sente em dois momentos da vida:
quando veste pela primeira vez a toga
ou quando, se propriamente não a
depôs, está para depô-la: no nascer e no
ocaso. No nascer, defender a inocência,
fazer valer o direito, fazer triunfar a
justiça: esta é a poesia. (CARNELUTTI,
Francesco. As misérias do processo
penal.)
As prerrogativas elencadas no
Estatuto da Advocacia e da OAB garan-
tem a primazia do livre exercício da
profissão - as prerrogativas tem natureza
protetiva, ou seja, asseguram direitos aos
profissionais que exercem uma atividade
marcada pelo litígio, que encontra, por
vezes, o próprio Estado no lado contrário
da lide.
CAP. 02
“Não há hierarquia” (art. 6º, estatuto da
advocacia e da OAB)
“Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do
Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos.
Parágrafo único. As autoridades, os servidores públicos e os serventuários da justiça
devem dispensar ao advogado, no exercício da profissão, tratamento compatível
com a dignidade da advocacia e condições adequadas a seu desempenho.”
(art. 6º do Estatuto da Advocacia e da OAB)

Uma vez que a Constituição Feder- frente à formação do processo, resultan-

al aponta a figura do advogado como
elemento indispensável à administração
da justiça, surge a necessidade de que o
direito à igualdade se faça sentir no rela-
cionamento entre os atores do Sistema
de Justiça, pois, somente desta forma é
possível garantir aos advogados
autonomia necessária para que o exer-
do na necessidade de que o direito à
igualdade se transponha às relações
entre os atores do Sistema de Justiça.
Acredita-se comumente que a missão
específica do advogado seja fazer-se
ouvir pelos juízes; na realidade, o ofício
mais humano dos advogados é ouvir
a os clientes. (CALAMANDREI, Piero. Eles,
os juízes, vistos por um advogado.)

cício de sua profissão atenda ao seu fim

social.
A proteção ao direito de igualdade
entre os cidadãos, disposto no art. 5º da
Constituição Federal traz como corolário
resguardar os direitos individuais diante
de possíveis ingerências do Estado - o
advogado é o profissional responsável
pela defesa de direitos de seu cliente
Salienta-se que, embora não haja
hierarquia entre advogados, promotores
e magistrados, no desempenho da
Administração da Justiça há uma divisão
de competência e de poderes, a fim de
que cada um destes operadores do
direito possa desempenhar as suas difer-
entes funções com razoabilidade e bom
senso.

Capítulo 02 MindJus Criminal

 Aos advogados cabe a função de quanto se trate de providência que rec-
postular, aos juízes a de julgar e, aos pro- lame e possibilite solução de urgência.
motores, a de fiscalizar a aplicação da lei (Lei Orgânica da Magistratura Nacional -
e intervir no processo como parte - art. 35, IV)
atribuições independentes e autônomas.
É o dever de urbanidade: Art. 43 - São deveres dos membros do
Ministério Público, além de outros previs-
Art. 27 - O advogado observará, nas suas tos em lei: IX - tratar com urbanidade as
relações com os colegas de profissão, partes, testemunhas, funcionários e aux-
agentes políticos, autoridades, servidores iliares da Justiça. (Lei Orgânica do
públicos e terceiros em geral, o dever de Ministério Público - art. 43)
urbanidade, tratando a todos com
respeito e consideração, ao mesmo
tempo em que preservará seus direitos e
prerrogativas, devendo exigir igual trata-
mento de todos com quem se relacione.
§ 1º O dever de urbanidade há de ser
observado, da mesma forma, nos atos e
manifestações relacionados aos pleitos
eleitorais no âmbito da Ordem dos Advo-
gados do Brasil.
§ 2º No caso de ofensa à honra do advo-
gado ou à imagem da instituição, adot-
ar-se-ão as medidas cabíveis, instauran-
do-se processo ético-disciplinar e dan-
do-se ciência às autoridades compe-
tentes para apuração de eventual ilícito
penal (Código de Ética e Disciplina da
OAB - art. 27)

Art. 35 - São deveres do magistrado: IV -

tratar com urbanidade as partes, os
membros do Ministério Público, os advo-
gados, as testemunhas, os funcionários e
auxiliares da Justiça, e atender aos que o
procurarem, a qualquer momento,

Capítulo 02 MindJus Criminal

CAP. 03
O direito/dever ao sigilo
profissional
“São direitos do advogado: [...] XIX – recusar-se a depor como testemunha em proces-
so no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de
quem seja ou foi advogado, mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constitu-
inte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional.”
(art. 7º do Estatuto da Advocacia e da OAB)

O objeto sobre o qual recai o direit- também trouxe o impedimento a

o/dever sigilo é o conjunto de infor-
mações e dados relativos ao cliente a que
tenha acesso o advogado, por conta da
sua atuação em sua defesa, motivo pelo
qual a relação entre ambos deve ser pau-
tada por confiança e confidencialidade.
Tem-se, assim, uma relação que permite
que o profissional exerça, com liberdade
e independência, a profissão, enquanto
garante ao cliente tratamento digno e
respeitoso.
A matéria foi balizada pela legis-
lação processual penal, na qual se esta-
beleceu limites à investigação estatal,
prevendo que determinadas pessoas são
proibidas de depor, em razão de função,
ofício, ministério ou profissão,
exceção de quando há autorização e nas
situações previstas em lei. Da mesma
forma, a legislação processual
utilização do advogado como figura de
testemunha.
São proibidas de depor as pessoas que,
em razão de função, ministério, ofício ou
profissão, devam guardar segredo,
salvo se, desobrigadas pela parte inter-
essada, quiserem dar o seu testemunho.
(Código de Processo Penal - art. 207)
Podem depor como testemunhas todas
as pessoas, exceto as incapazes, impedi-
das ou suspeitas. [...] § 2o São impedidos:
III - o que intervém em nome de uma
parte, como o tutor na causa do menor,
o representante legal da pessoa jurídi-
ca, o juiz, o advogado e outros, que
com assistam ou tenham assistido as partes.
(Código de Processo Civil - art. 405).
civil

Capítulo 03 MindJus Criminal

CAP. 04
Inviolabilidade do escritório, da
correspondência e das comuni-
cações do advogado
“São direitos do advogado: [...] II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de tra-
balho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita,
eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia.”
(art. 7º do Estatuto da Advocacia da OAB)

A inviolabilidade do local e dos conceito abrangente, entende-se como

meios de exercício profissional é garantia local de trabalho todo aquele em que o
do pleno exercício da advocacia, cujo advogado utiliza no desenvolver de suas
destinatário final, mais uma vez, é a atividades - a medida de busca e
sociedade. apreensão, sendo uma exceção à inviola-
bilidade do escritório de advocacia, deve
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONA-
LIDADE. LEI 8.906, DE 4 DE JULHO DE se restringir aos limites definidos expres-
1994. ESTATUTO DA ADVOCACIA E A
ORDEM DOS ADVOGADOS DO samente na autorização judicial.
BRASIL. DISPOSITIVOS IMPUGNADOS
PELA AMB. PREJUDICADO O PEDIDO
QUANTO À EXPRESSÃO "JUIZADOS
ESPECIAIS", EM RAZÃO DA SUPER-
VENIÊNCIA DA LEI 9.099/1995. AÇÃO
DIRETA CONHECIDA EM PARTE E,
NESSA PARTE, JULGADA PARCIAL-
MENTE PROCEDENTE. II - A inviolabili-
dade do escritório ou do local de
trabalho é consectário da inviolabili-
dade assegurada ao advogado no
exercício profissional. (STF - ADI
1127/DF - Min. Marco Aurélio. Julg.:
17/05/2006. Tribunal Pleno. Publ.:
11/06/2010).

O primeiro local protegido, de

acordo com o art. 7º, inciso II do Estatuto
da Advocacia e da OAB, é o escritório ou
local de trabalho do advogado. Por seu

Capítulo 04 MindJus Criminal

CAP. 05
Inviolabilidade do advogado por seus
atos e manifestações no exercício da
profissão
“O advogado é indispensável à administração da justiça. [...] §3º No exercício da profis-
são, o advogado é inviolável por seus atos e manifestações, nos limites desta Lei”.
(art. 2º do Estatuto da Advocacia e da OAB)

“São direitos do advogado: [...] §2º - O advogado tem imunidade profissional, não con-
stituindo injúria ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exer-
cício de sua atividade, em juízo ou fora dele, se prejuízo das sanções disciplinares per-
ante a OAB, pelos excessos que cometer; [...].”
(art. 7º do Estatuto da Advocacia e da OAB)

Nos termos do artigo 133 da Consti- te, desassombrada, segura e eficaz.

tuição Federal, o advogado é indis-
pensável à administração da justiça e é
um profissional inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão.
A inviolabilidade é uma prerrogativa
reafirmada pela Lei nº 8.906/1994, em seu
art. 2º, § 3º, declarando como inconsti-
tucional e ilegal a responsabilização civil
e penal de advogado em virtude do mero
exercício de sua função.
A Constituição Federal e o Estatuto da
Advocacia e da OAB, ao preceituar que o
advogado é inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão,
outra coisa não está fazendo senão
garantir-lhe uma atuação livre, indepen-
No que tange ao crime de desaca-
to, o Supremo Tribunal Federal, na ADI
1.127, entendeu inconstitucional a
expressão desacato, contida no §2º do
art. 7º do Estatuto. A necessidade do
agente narrar ou criticar, ainda que vee-
mente, atua como fator de descaracteri-
zação do tipo subjetivo aos crimes contra
a honra, mormente quando a manifes-
tação considerada ofensiva, decorre do
exercício de sua atividade profissional e
dela não se extrai nenhuma intenção
dolosa de ofender a honra objetiva ou
subjetiva da parte ou da autoridade.

Capítulo 05 MindJus Criminal

 RECLAMAÇÃO. TURMA RECURSAL.
PROCESSO PENAL. CRIME DE
CALÚNIA. ADVOGADO NO EXERCÍCIO
DE SUAS FUNÇÕES. REJEIÇÃO DA
QUEIXA-CRIME POR NÃO ESTAR
CONFIGURADO O ANIMUS CALUNI-
ANDI. DECISÃO MANTIDA EM GRAU
DE APELAÇÃO. OBRIGATORIEDADE
DA INTENÇÃO DE OFENDER PARA
CONFIGURAÇÃO DO ELEMENTO SUB-
JETIVO DO TIPO. PEDIDO IMPROCE-
DENTE. 1. Embora a imunidade do
advogado, no exercício de suas
funções, incida somente sobre os deli-
tos de injúria e de difamação, para a
configuração de quaisquer das figuras
típicas dos crimes contra a honra
faz-se necessária a intenção de ofend-
er o bem jurídico tutelado, o que não
se afigura ter ocorrido na hipótese ora
examinada.2. As instâncias ordinárias
decidiram corretamente pela rejeição
da inicial acusatória, sob o fundamen-
to de não vislumbrarem, na espécie, o
elemento subjetivo do tipo penal. 3.
Ausente a intenção de ofender a
honra do reclamante, não configura
crime de calúnia a manifestação da
advogada, em juízo, para defender
sua cliente, ex-esposa daquele, em
processo perante a Vara de Família,
nem a conduta da última em oferecer
documentos à causídica para sua
defesa na ação judicial. 4. Reclamação
improcedente. (STJ - RCL 15.574/RJ.
Min. Rogério Schietti. Julg.:
09/04/2014)

Os excessos que ultrapassam os

limites admitidos pelo Código de Ética e
Disciplina e pelo Estatuto devem ser
punidos disciplinarmente pela OAB.

Capítulo 05 MindJus Criminal

CAP. 06
Direito do advogado à comunicação
com o cliente preso, detido ou
recolhido.
“São direitos do advogado: [...] III – comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservada-
mente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em
estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis.”
(art. 7º do Estatuto da Advocacia e da OAB)

“O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa

Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais
restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente
instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na nature-
za. [...] IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.”
(art. 136 da Constituição Federal)

“Garantias judiciais. [...] 2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma
sua inocência, enquanto não for legalmente comprovada sua culpa. Durante o processo,
toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas: [...] d) direito
do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser assistido por um defensor de sua escol-
ha e de comunicar-se, livremente e em particular, com seu defensor.”
(art. 8º do Pacto de San José da Costa Rica)

Para o exercício da ampla defesa e

da legitimação de interesses do cidadão
é imprescindível a preservação da comu-
nicação do advogado com seu cliente,
permitindo, assim, que o profissional
adote as medidas necessárias no
resguardo de direitos daquele que nele
confia. Além de ser um direito, a defesa
técnica é, também, uma garantia - assim,
assiste ao advogado o acesso ao preso e
sua comunicação, pessoal e reservada,
constituindo elemento fundamental à
ampla defesa garantida pela Constitu-
ição Federal de 1988.

Capítulo 06 MindJus Criminal

CAP. 07
A prisão do advogado
“São direitos do advogado:
[...] IV - ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por
motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena
de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB;
V – não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala
de Estado-Maior, com instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas
pela OAB, e, na sua falta, em prisão domiciliar;
[...] § 3º O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de exercício
da profissão, em caso de crime inafiançável, observado o disposto no inciso IV deste
artigo.”
(artigo 7º do Estatuto da Advocacia e da OAB)

O advogado presta serviço público

e exerce função social, por isso a sua
prisão trata-se de medida excepcional
em nosso ordenamento jurídico, assim:
(i) o advogado só será preso em flagrante
delito, por crime inafiançável praticado
no exercício da profissão, sendo
obrigatória a presença de representante
da OAB na lavratura do auto de prisão;
(ii) caso a prisão se dê por crime que não
guarde nexo de causalidade com o exer-
cício profissional, a prisão deverá ser
comunicada à OAB; e
(iii) só poderá ser mantido preso em sala
de Estado-Maior e, na falta desta, em
prisão domiciliar.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONA-
LIDADE. LEI 8.906, DE 4 DE JULHO DE
1994. ESTATUTO DA ADVOCACIA E A
ORDEM DOS ADVOGADOS DO
BRASIL. DISPOSITIVOS IMPUGNADOS
PELA AMB. PREJUDICADO O PEDIDO
QUANTO À EXPRESSÃO "JUIZADOS
ESPECIAIS", EM RAZÃO DA SUPER-
VENIÊNCIA DA LEI 9.099/1995. AÇÃO
DIRETA CONHECIDA EM PARTE E,
NESSA PARTE, JULGADA PARCIAL-
MENTE PROCEDENTE. [...] IV - A pre-
sença de representante da OAB em
caso de prisão em flagrante de advo-
gado constitui garantia da inviolabili-
dade da atuação profissional. A comi-
nação de nulidade da prisão, caso não
se faça a comunicação, configura
sanção para tornar efetiva a norma. V -
A prisão do advogado em sala de
Estado Maior é garantia suficiente
para que fique provisoriamente
detido em condições compatíveis
com o seu múnus público. [...] IX - O
múnus constitucional exercido pelo
advogado justifica a garantia de
somente ser preso em flagrante e na
hipótese de crime inafiançável. (STF -
ADI 1127/DF - Min. Marco Aurélio. Julg.:
17/05/2006. Tribunal Pleno. Publ.:
11/06/2010)

Capítulo 07 MindJus Criminal

 I. Reclamação: alegação de afronta à
autoridade da decisão plenária da
ADIn 1127, 17.05.06, red. p/acórdão
Ministro Ricardo Lewandowski: pro-
cedência. [...] 2. A distinção que se
deve fazer é que, enquanto uma “cela”
tem como finalidade típica o aprision-
amento de alguém - e, por isso, de
regra contém grades -, uma “sala”
apenas ocasionalmente é destinada
para esse fim. 3. De outro lado, deve o
local oferecer “instalações e comodi-
dades condignas”, ou seja, condições
adequadas de higiene e segurança.
(STF, Rcl 4535/ES, Min. Sepúlveda Per-
tence, Tribunal Pleno, DJ 15.06.2007)

I. Reclamação: alegação de afronta à

autoridade da decisão plenária da
ADIn 1127, 17.05.06, red. p/acórdão
Ministro Ricardo Lewandowski: pro-
cedência. [...] 2. A distinção que se
deve fazer é que, enquanto uma “cela”
tem como finalidade típica o aprision-
amento de alguém - e, por isso, de
regra contém grades -, uma “sala”
apenas ocasionalmente é destinada
para esse fim. 3. De outro lado, deve o
local oferecer “instalações e comodi-
dades condignas”, ou seja, condições
adequadas de higiene e segurança.
(STF, Rcl 4535/ES, Min. Sepúlveda Per-
tence, Tribunal Pleno, DJ 15.06.2007)

A presença de representante da
OAB, indicado pela diretoria do Conselho
Seccional ou Subseção competente,
quando da lavratura do auto de prisão
em flagrante, por motivo ligado ao exer-
cício profissional, é condição essencial
para a legalidade do ato. Assim, em
qualquer situação, antes do trânsito em
julgado da sentença condenatória, o
advogado deverá ser recolhido à sala de
Estado Maior, com instalações e comodi-
dades que não atentem contra a digni-
dade da profissão.

Capítulo 07 MindJus Criminal

CAP. 08
Direito do advogado de acesso,
retirada, exame e vista dos autos.
“São direitos do advogado: [...]
XIII – examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e legislativo, ou da Administração
Pública em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração
quando não estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção de cópias, podendo tomar
apontamentos;
XIV - examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração autos de flagrante
e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar
peças e tomar apontamentos;
XV - ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartórios
ou na repartição competente, ou retirálos pelos prazos legais;
XVI - retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo de dez dias;
[...] § 1º Não se aplica o disposto nos incisos XV e XVI:
1) aos processos sob regime de segredo de justiça;
2) quando existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocorrer circun-
stância relevante que justifique a permanência dos autos no cartório, secretaria ou
repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado, proferido de ofício, medi-
ante representação ou a requerimento da parte interessada;
3) até o encerramento do processo, ao advogado que houver deixado de devolver os respecti-
vos autos no prazo legal, e só o fizer depois de intimado.”
(art. 7º do Estatuto da Advocacia e da OAB)

“É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de

prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com com-
petência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.”
(Súmula Vinculante nº 14).

É inerente à atividade da advoca- Especificamente no que se refere

cia a postulação de direitos e interesses
sobre o objeto das ações, materializadas
através dos autos, de modo que o acesso
dos advogados aos autos é essencial para
o desenvolvimento de seu trabalho e
relaciona-se, diretamente, com os direit-
os constitucionais do cidadão ao contra-
ditório e à ampla defesa e ao devido pro-
cesso legal.
Capítulo 08 MindJus Criminal
aos inquéritos policiais e autos de prisão
em flagrante, a lei, expressamente, esta-
belece que não constitui motivo para
recusar o direito ao exame o fato de esta-
rem conclusos à autoridade policial, o
que se explica não só pela necessidade
de que o advogado conheça o inquérito
ou os autos de prisão em flagrante para
traçar as estratégias de sua atuação, mas
também pela relevância da liberdade
como bem jurídico a ser defendido pelo
causídico.
CAP. 09
Direito do advogado de
se retirar do recinto
“São direitos do advogado: [...] XX – retirar-se do recinto onde se encontre aguardan-
do pregão para ato judicial, após trinta minutos do horário designado e ao qual
ainda não tenha comparecido a autoridade que deva presidir a ele, mediante comu-
nicação protocolizada em juízo.”
(art. 7º do Estatuto da Advocacia e da OAB)

No âmbito de proteção normativa

da prerrogativa profissional de receber
tratamento compatível com a dignidade
da advocacia está compreendida a pon-
tualidade das audiências, protegendo o
advogado de atrasos excessivos e injusti-
ficados da autoridade.

O art. 7º, XX, da Lei n. 8.906/94

autoriza o advogado a se ausentar do ato
processual se a autoridade que vai presi-
di-lo não se apresentar depois de trinta
minutos do horário designado. O requisi-
to, portanto, é a ausência efetiva do juiz
no local. Para tanto, o advogado deverá
protocolizar comunicação em juízo, e,
por precaução, exigir previamente o
fornecimento de certidão que ateste a
ausência do magistrado até aquele mo-
mento.

Capítulo 03 MindJus Criminal

CAP. 10
Direito do advogado ao
desagravo público
“São direitos do advogado: [...] XVII – ser publicamente desagravado, quando ofendi-
do no exercício da profissão ou em razão dela. [...] § 5º No caso de ofensa a inscrito na
OAB, no exercício da profissão ou de cargo ou função de órgão da OAB, o conselho
competente deve promover o desagravo público do ofendido, sem prejuízo da
responsabilidade criminal em que incorrer o infrator.”
(art. 7º do Estatuto da Advocacia e da OAB)

“A Ordem dos Advogados do Brasil, serviço público, dotada de personalidade jurídica

e forma federativa, tem por finalidade: [...] II - promover, com exclusividade, a repre-
sentação, a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em toda a República Fed-
erativa do Brasil”
(art. 44 do Estatuto da Advocacia e da OAB)

O desagravo público é o procedi- como um todo contra a ofensa perpetra-

mento formal em defesa do advogado,
diante da ofensa recebida por motivo
relacionado ao exercício profissional
legal e eticamente regular, evidente-
mente, sem prejuízo de eventual
responsabilização nas esferas penal, civil
e disciplinar cabíveis.
O desagravo, aplicável sempre na
hipótese legal e estatutária versada,
possui dois objetivos: de um lado, o de
permitir uma reparação moral ao ofendi-
do de forma a resgatar a sua dignidade
profissional e, de outro, conclamar a soli-
dariedade da classe para com o ofendi-
do, de modo a promover não só a sua
pública defesa, mas, também, a da classe
da.
Constitui pré-requisito para que
seja realizado o desagravo público pelo
Conselho competente a prova de que o
advogado tenha sido ofendido, em razão
do exercício profissional ou de cargo ou
função na OAB. Portanto, é de suma
importância que o advogado ofendido
forneça, ou qualquer pessoa que requei-
ra a instauração de desagravo público, o
quanto possível, provas do fato, que
poderão ser documentais ou testemun-
hais.

Capítulo 10 MindJus Criminal

 Você não está
Sozinho
Contatos das seccionais
e modelos de representação.

REGIÃO NORDESTE Conselho

Conselho
Seccional da
OAB/Alagoas
Endereço: Av. General Luiz de França
Albuquerque,7100 - Rod. AL 101 Norte -
Jacarecica Maceió/AL, CEP 57038-640
Telefone: (82) 3023-7200
WhatsApp da Diretoria de Prerrogati-
vas: (82) 99807-0161
Seccional da
OAB/Ceará
Endereço: Av. Washington Soares, 800
Guararapes – Fortaleza – CE – CEP
60810-300
Telefone: (85) 3216-1600
WhatsApp da Diretoria de Prerrogati-
vas: (85) 3216-1600
Plantão 24h: (85) 99111-5533

Conselho Conselho
Seccional da Seccional da
OAB/Bahia OAB/Maranhão

Endereço: R. Portão da Piedade, nº 16

Endereço: R. Dr. Pedro Emanoel de
(Antiga Praça Teixeira de Freitas) Barris
Oliveira, n. 1 - Calhau São Luis/MA, CEP
Salvador/BA, CEP 40070-045
65076-822
Telefone: (71) 3321-9034
Telefone: 98 9116-3011
WhatsApp da Diretoria de Prerrogati-
WhatsApp da Diretoria de Prerrogati-
vas: (71) 99902-1852
vas: (98) 98802-7578 e (98) 99116-3011
E-mail:
E-mail: prerrogativa@oabma.org.br
direitoseprerrogativas@oab-ba.org.br

Capítulo 11 MindJus Criminal

Conselho Conselho
Seccional da Seccional da
OAB/Paraíba OAB/Sergipe

Endereço: R. Rodrigues de Aquino, 37 - 1º Endereço: Av. Ivo do Prado, 1072 - São

Andar João Pessoa/PB, CEP 58013-030 José Aracaju/SE, CEP 49015-070
Telefone: (83) 2107-5219 Telefone: (79) 3301-9100
Link prerrogativas:
https://oabsergipe.org.br/defe-
Conselho sa-das-prerrogativas/
Seccional da
OAB/Pernambuco
Conselho
Seccional da
Endereço: R. Imp. D. Pedro II, 235 - Santo OAB/Rio Grande
Antônio Recife/PE, CEP 50010-000
do Norte
Telefone: (81) 3424-1012
WhatsApp: (81) 9.9218.4199 Endereço: Rua Barão de Serra Branca,
s/n - Candelária - CEP: 59065-550;
Natal/RN
Telefone: (84) 4008-9400
Conselho Plantão prerrogativas: (84) 99682-9000
Seccional da
OAB/Piauí

Endereço: R. Gov. Tibério Nunes, s/n,

Cabral Teresina/PI, CEP 64000-750
Telefone: (86) 2107-5800
Plantão Prerrogativas: (86) 99966-0297
E-mail Prerrogativas:
prerrogativas@oabpiaui.org.br

Capítulo 11 MindJus Criminal

 Conselho
REGIÃO NORTE
Seccional da
Conselho OAB/Amazonas
Seccional da
Endereço: Av. Jorn. Umberto Calderaro
OAB/Acre
Filho, 2000, Adrianópolis, Manaus/AM,
69057-021
Endereço: Alameda Ministro Miguel Fer- Telefone: (92) 99128-6092
rante, 450, Bairro Portal da Amazônia, Telefone Prerrogativas:
CEP: 69.915-632, Rio Branco/AC (92) 98160-5647
Telefone: (68) 3216-400 (92) 99128-6082
Prerrogativas: (68) 99985-3254
E-mail Prerrogativas: Conselho
prerrogativas@oabac.org.br Seccional da
OAB/Rondônia
Conselho
Seccional da
Endereço: Rua Paulo Leal, 1300 - Nossa
OAB/Amapá
Senhora das Graças Porto Velho/RO, CEP
78915-080
Endereço: Rua Binga Uchôa, 26 - Central, Tel. Prerrogativas: (69) 98419-4540
Macapá - AP, 68900-800
Telefone: (96) 3223-2951 Conselho
E-mail Prerrogativas: Seccional da
oabamapaoficial@gmail.com OAB/Tocantins
gab.oabap@gmail.com.

Conselho Endereço: Qd. 201 Norte, Conj. III, Lts. 1 e

2 - Centro Palmas/TO, CEP 77010-010
Seccional da
Tel. Prerrogativas: (63) 3212-9616
OAB/Pará
Conselho
Seccional da
Endereço: RPraça Barão do Rio Branco,
93 - Campina Belém/PA, CEP 66015-060
OAB/Roraima
Telefone: (91) 4006-8600
Ramal Prerrogativas: 4006- 8647 Endereço: Av. Ville Roy, 4284 - Aparecida
Telefone Prerrogativas: (91) 99207-8221 Boa Vista/RR, CEP 69306-405
Tel. Prerrogativas: (95) 98801-1107
Capítulo 11 MindJus Criminal
REGIÃO
CENTRO-OESTE
Conselho Conselho
Seccional da Seccional da
OAB/Distrito OAB/Mato
Federal Grosso do Sul
Endereço: SEPN 516, Bl B, Lte 07 - Asa Endereço: Endereço: Av. Mato Grosso do
Norte Brasília/DF, CEP 70770-522 Sul, 4700 - Caranda Bosque Campo
Telefone: (61) 3036-7000 Grande/MS, CEP 79031-001
Prerrogativas: (61) 99804-8888 Telefone: (67) 3318-4700

Conselho
Seccional da
OAB/Goiás

Endereço: Rua 1121, n. 200 - Setor Marista

Goiânia/GO, CEP 74175-120
Telefone: (62) 3238-2007
Prerrogativas: (62) 99976-9900

Conselho
Seccional da
OAB/Mato

Endereço: Dr. Mario Cardi Filho S/N -

Centro Político Administrativo,
78049-914. Cuiabá/MT, CEP 78049-914
Telefone: (65) 3613-0900
Prerrogativas:
(65) 3613-0965/ ramal: 0921
(65) 99982-2338

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REGIÃO SUDESTE
Conselho Conselho
Seccional da Seccional da
OAB/Espírito OAB/Rio de
Santo Janeiro
Endereço: : R. Alberto de Oliveira Santos, Endereço: : Av. Marechal Câmara, 150 -
59 – 3e4º Centro Vitória/ ES, CEP Castelo Rio de Janeiro/RJ, CEP
29010-908 20020-080
Telefone: (27) 3232-5600 Telefones: (21) 2730-6525 / (21) 2272-6150
Prerrogativas: (27) 99946-3254 Plantão: (21) 99803-7726
E-mail: prerrogativa@oabes.org.br

Conselho
Conselho Seccional da
Seccional da OAB/São Paulo
OAB/Minas
Gerais Endereço: : Rua Maria Paula, 35 - Centro

Endereço: : RR. Albita, 250, B. Cruzeiro - São Paulo / SP

Belo Horizonte/MG, Telefone: (31) Atendimento:Praça da Sé, 385 - Centro

2102-5800 São Paulo/SP, CEP 01001-902

WhatsApp Plantão 24h: (31) 97121-5246 Telefone: (11)3291-8100

Plantão: 0800 283 1651 Endereço prerrogativas:

E-mail prerrogativas: Praça da Sé, 385 – 3º Andar

prerrogativas@oabmg.org.br Plantão prerrogativas: (11) 99128.3207

E-mail prerrogativas:
prerrogativas@oabsp.org.br

Capítulo 11 MindJus Criminal

REGIÃO SUL
Conselho
Seccional da
OAB/Paraná

Endereço: : R. Brasilino Moura, 253 - Ahú

Curitiba/PR, CEP 80540-340
Telefone: (41) 3250-5700
Prerrogativas: 0800 643 8906

Conselho
Seccional da
OAB/Rio
Grande do Sul
Endereço: Rua Washington Luiz, 1110 -
Centro Porto Alegre/RS, CEP 90010-460
Telefone: (51) 3287-1800

Conselho
Seccional da
OAB/Santa
Catarina
Endereço: R. Paschoal Apóstolo Pítsica,
4860 - Agronômica Florianópolis/SC, CEP
88025-900
Telefone: (48) 3239-3500

Capítulo 11 MindJus Criminal

 MODELOS DE
REPRESENTAÇÃO
Modelo de representação disciplinar ao
corregedor geral do ministério público