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Aula 07

Direito Administrativo p/ DETRAN-MA (Todos os Cargos) Pós-edital - Com videoaulas

Professor: Herbert Almeida

01505277302 - Celson Barros de Oliveira


No•›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 7

AULA 7: Contratos administrativos

SUMÁRIO

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS..................................................................................................................... 2
CONCEITO .............................................................................................................................................................. 2
FORMALIDADE ........................................................................................................................................................ 5
CLÁUSULAS NECESSÁRIAS .......................................................................................................................................... 9
EXIGÊNCIA DE GARANTIA ......................................................................................................................................... 12
VIGÊNCIA CONTRATUAL (DURAÇÃO DO CONTRATO) ...................................................................................................... 14
CLÁUSULAS EXORBITANTES (PRERROGATIVAS DE DIREITO PÚBLICO) .................................................................................. 16
ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS ................................................................................................................................... 18
TEORIA DA IMPREVISÃO .......................................................................................................................................... 20
RESERVA DE VAGAS ................................................................................................................................................ 28
ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO DO CONTRATO ................................................................................. 28
RECEBIMENTO DO OBJETO DO CONTRATO ................................................................................................................... 33
SUBCONTRATAÇÃO ................................................................................................................................................ 35
ESPÉCIES DE CONTRATOS ......................................................................................................................................... 37
RECURSOS ADMINISTRATIVOS .................................................................................................................................. 44
CONVÊNIOS E TERMOS SIMILARES ............................................................................................................................. 46
QUESTÕES MÚLTIPLA ESCOLHA .................................................................................................................... 50
QUESTÕES COMENTADAS NA AULA ............................................................................................................. 85
GABARITO .................................................................................................................................................. 101
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................. 102

Ol‡ pessoal, tudo bem?


Prosseguindo com o nosso curso, vamos estudar os contratos
administrativos. AlŽm disso, adicionei um pequeno cap’tulo para abordar
os principais aspectos dos conv•nios e termo similares.
Espero que gostem da aula. Bons estudos!

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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

Conceito

Segundo Hely Lopes Meirelles1,


Contrato administrativo Ž o ajuste que a Administra•‹o Pœblica, agindo
nessa qualidade, firma com o particular ou outra entidade administrativa
para a consecu•‹o de objetivos de interesse pœblico, nas condi•›es
estabelecidas pela pr—pria Administra•‹o. (grifos nossos)

O conceito apresentado pela Lei 8.666/1993 Ž encontrado no artigo 2¼


nos seguintes termos:
Art. 2¼ [...] Par‡grafo œnico. Para os fins desta Lei, considera-se contrato
todo e qualquer ajuste entre —rg‹os ou entidades da Administra•‹o Pœblica
e particulares, em que haja um acordo de vontades para a forma•‹o de
v’nculo e a estipula•‹o de obriga•›es rec’procas, seja qual for a
denomina•‹o utilizada.

Dessa forma, o contrato Ž um acordo de vontades realizado entre a


Administra•‹o Pœblica e outra pessoa, seja ela f’sica ou jur’dica, pœblica ou
privada, com o objetivo de atender a determinado interesse pœblico, como
a presta•‹o de um servi•o, realiza•‹o de uma obra ou fornecimento de um
produto.
Em regra, o contrato Ž a consequ•ncia da licita•‹o, estando, portanto,
vinculado aos termos do instrumento convocat—rio (edital ou convite) e da
legisla•‹o aplic‡vel, principalmente a Lei 8.666/19932 (Lei de Licita•›es e
Contratos).
Para finalizar, Ž importante diferenciar os contratos administrativos dos
contratos da administra•‹o:
¥ contratos da administra•‹o: s‹o os ajustes firmados pela
Administra•‹o Pœblica e os particulares, nos quais a Administra•‹o
n‹o figura na qualidade de poder pœblico. Esses contratos s‹o
regidos predominantemente pelo direito privado. Dessa forma, o
Poder Pœblico n‹o age com supremacia sobre o privado. TambŽm
s‹o conhecidos como contratos at’picos, semipœblicos ou
horizontais;

1
Meirelles, 2013, p. 223.
2
Ao longo desta aula, quando não mencionarmos a qual lei estamos nos referindo, considere que se trata da Lei
8.666/1993. Além disso, vamos utilizar os termos Lei de Licitações e Contratos, LLC, Lei de Licitações, Estatuto
geral das licitações ou somente Estatuto para nos referir à Lei 8.666/1993.

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¥ contratos administrativos: s‹o os ajustes que a Administra•‹o,


nessa qualidade, celebra com pessoas f’sicas ou jur’dicas, pœblicas
ou privadas, para consecu•‹o de fins pœblicos, segundo o regime
jur’dico de direito pœblico. Nesse caso, a Administra•‹o age com
supremacia sobre o particular. TambŽm s‹o conhecidos como
contratos t’picos ou verticais.

A diferen•a fundamental dos contratos da administra•‹o e dos


contratos administrativos Ž que, no primeiro caso, a Administra•‹o age
como se particular fosse, utilizando predominantemente o regime jur’dico
de direito privado. S‹o exemplos desse tipo de ajuste os contratos de
loca•‹o, quando a Administra•‹o age como locat‡ria; e os contratos de
compra e venda de bens de uma sociedade de economia mista (SEM)
relacionados com a atividade fim da entidade (por exemplo, uma SEM que
produza minŽrio, quando firmar um contrato de venda de minŽrio, utilizar‡
predominantemente as normas de direito privado).
Como exemplos de contratos administrativos, podemos mencionar as
contrata•›es de obras, servi•os e/ou compras realizados pelos —rg‹os da
Administra•‹o direta, buscando satisfazer o interesse pœblico.
Vamos ver como isso pode constar em provas.

1. (Cespe - TNS/MP/2013) Contrato administrativo é todo e qualquer ajuste entre


órgãos ou entidades da administração pública e entes particulares, em que haja um
acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações
recíprocas.
Comentário: de acordo com parágrafo único do artigo 2º da LLC, considera-
se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da
Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades
para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual
for a denominação utilizada.
Gabarito: correto.

2. (Cespe - TA/IBAMA/2012) Todo contrato celebrado pela administração pública


será considerado um contrato administrativo.

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Comentário: somente será considerado contrato administrativo aqueles que a


Administração, agindo nesta qualidade, celebra com pessoas físicas ou
jurídicas, públicas ou privadas, para consecução de fins públicos, segundo o
regime jurídico de direito público. Nos contratos administrativos, a
Administração goza das prerrogativas inerentes ao princípio da supremacia
do interesse público sobre o privado, e exemplo das cláusulas exorbitantes.
Por outro lado, existem contratos em que a Administração age em igualdade
com os particulares, sem possuir, portanto, as prerrogativas do Poder
Públicos. Esses são chamados de “contratos da administração”. Como
exemplo, pode-se citar um contrato do Banco do Brasil S.A. com um de seus
clientes.
Gabarito: errado.

3. (Cespe - TJ/TRT 10/2013) Para os fins legais, somente será considerado


contrato o ajuste firmado entre a administração pública e particular que seja assim
expressamente denominado em documento formal por escrito.
Comentário: para os fins da Lei 8.666/1993, considera-se contrato todo e
qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e
particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo
e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação
utilizada (art. 2º, parágrafo único). Assim, desde que preenchidos esses
requisitos, o ajuste será considerado um contrato, independentemente do
nome que as partes lhe atribuírem. Portanto, o item está errado.
Gabarito: errado.

4. (Cespe - Proc/AGU/2013) Os contratos administrativos, embora bilaterais, não


se caracterizam pela horizontalidade, já que as partes envolvidas não figuram em
posição de igualdade.
Comentário: os contratos administrativos são firmados sob regime jurídico de
direito público e, portanto, a Administração Pública goza das prerrogativas
inerentes ao princípio da supremacia do interesse público sobre o privado.
Como exemplo, temos as cláusulas exorbitantes, que permitem a alteração
unilateral dos termos contratuais. Dessa forma, ainda que sejam bilaterais, os
contratos administrativos são marcados pela verticalidade. Assim, o item está
perfeito!
Gabarito: correto.

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Formalidade

Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus


representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o nœmero
do processo da licita•‹o, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujei•‹o dos
contratantes ˆs normas da Lei de Licita•›es e Contratos e tambŽm ˆs
pr—prias cl‡usulas contratuais (art. 61).
AlŽm dessas exig•ncias, Ž necess‡ria a publica•‹o resumida do
instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial
como condi•‹o indispens‡vel para sua efic‡cia. Essa publica•‹o deve
ocorrer independentemente do valor do contrato, inclusive se ele for sem
™nus. A efic‡cia representa a produ•‹o dos efeitos do contrato.
De acordo com a Lei 8.666/1993,
Art. 62. O instrumento de contrato Ž obrigat—rio nos casos de
concorr•ncia e de tomada de pre•os, bem como nas dispensas e
inexigibilidades cujos pre•os estejam compreendidos nos limites
destas duas modalidades de licita•‹o, e facultativo nos demais em que
a Administra•‹o puder substitu’-lo por outros instrumentos h‡beis, tais
como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autoriza•‹o de
compra ou ordem de execu•‹o de servi•o.

Entenda como instrumento de contrato o termo formal, que Ž assinado


pelas partes pactuantes.
De acordo com o TCU, a contrata•‹o deve ser formalizada
obrigatoriamente por meio de termo de contrato nas seguintes
situa•›es3:
¥ licita•›es realizadas nas modalidades tomada de pre•os,
4
concorr•ncia e preg‹o ;

¥ dispensa ou inexigibilidade de licita•‹o, cujo valor esteja


compreendido nos limites das modalidades tomada de pre•os
e concorr•ncia; e

¥ contrata•›es de qualquer valor das quais resultem obriga•›es


futuras, por exemplo: entrega futura ou parcelada do objeto e
assist•ncia tŽcnica.

Veja que a jurisprud•ncia do TCU inclui o preg‹o no rol das


modalidades de licita•‹o que exigir‹o, posteriormente, a celebra•‹o de

3
Brasil. Tribunal de Contas da União, 2011, p. 652.
4
Percebam que o TCU inclui também a modalidade pregão, sem prejuízo da ressalva prevista no Art.
62, §4º.

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termo de contrato. Contudo, a Lei 8.666/1993 s— inclui a tomada de pre•os


e a concorr•ncia. Assim, se o enunciado tomar por base somente a Lei
8.666/1993, as modalidades s‹o apenas concorr•ncia e tomada de pre•os.
Nas demais situa•›es, o termo de contrato Ž facultativo, podendo
ser substitu’do pelos instrumentos h‡beis a seguir:
¥ carta-contrato;

¥ nota de empenho de despesa;

¥ autoriza•‹o de compra; ou

¥ ordem de execu•‹o de servi•o.

Ademais, Ž dispens‡vel o termo de contrato nas compras com entrega


imediata e integral dos bens adquiridos, das quais n‹o resultem obriga•›es
futuras, inclusive assist•ncia tŽcnica, independentemente do valor e da
modalidade realizada (Art. 62, ¤4¼). Nesse caso, Ž facultada a
substitui•‹o pelos instrumentos apresentados acima. Ou seja, se a
Administra•‹o realizar um preg‹o ou uma tomada de pre•os para compra
de um milh‹o de unidades de l‡pis de escrever para entrega imediata e
integral, sem obriga•›es futuras, poder‡ dispensar o termo de contrato.
Mas o que vem a ser carta-contrato, nota de empenho etc? Segundo o
TCU,
Carta-contrato, nota de empenho, autoriza•‹o de compra ou ordem
de execu•‹o de servi•os s‹o documentos mais simples utilizados para
formaliza•‹o da compra, obra ou servi•o, que devem ser precedidos de nota
de empenho. A esses instrumentos se aplicam, no que couber, as
exig•ncias do termo de contrato. Exemplo: descri•‹o do objeto, pre•o,
prazos de entrega do bem ou da execu•‹o da obra ou da presta•‹o do
servi•o, o crŽdito pelo qual correr‡ a despesa, entre outras exig•ncias.

Assim, eles s‹o instrumentos mais simples, sem tanta burocracia, mas
que n‹o dispensam algumas exig•ncias, como descri•‹o do objeto, pre•o,
prazos de entrega do bem ou da execu•‹o da obra ou da presta•‹o do
servi•o, o crŽdito pelo qual correr‡ a despesa, etc.
Os contratos e seus aditamentos devem ser numerados e
arquivados em ordem cronol—gica, na sequ•ncia das datas de
assinaturas e registro sistem‡tico dos respectivos extratos em meio
eletr™nico ou em livro pr—prio. Para os contratos que tiverem por objeto
direitos reais sobre im—veis, ou seja, compra, venda ou doa•‹o de bens
im—veis, devem ser formalizados por instrumento lavrado em cart—rio de
notas, juntando-se c—pia de tudo no processo que lhe deu origem.

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Em geral, os contratos s‹o formais e escritos. PorŽm, a Lei permite


a utiliza•‹o de contrato verbal para pequenas compras de pronto
pagamento, assim entendidas aquelas de valor n‹o superior a R$
4.000,00, feitas em regime de adiantamento. Para os demais casos, o
contrato verbal ser‡ nulo e de nenhum efeito.

Formalidade dos contratos administrativos


¥ concorrência, tomada de preços e pregão;

¥ dispensas e inexigibilidades cujos valores de contratação


estejam dentro dos limites obrigatórios para tomada de preços
Termo de contrato
obrigatório ou concorrência; e

¥ contratações de qualquer valor das quais resultem obrigações


futuras.

¥ convites;

¥ dispensas e inexigibilidades não englobadas nos limites para


tomada de preços e concorrência;

¥ compras com entrega imediata/integral, das quais não


resultem obrigações futuras, independentemente do valor e da
Termo de contrato
modalidade realizada; e
facultativo
¥ carta-contrato;
¥ nota de empenho;
¥ poderá ser substituído ¥ autorização de compra;
por:
¥ ordem de execução de
serviço.
¥ permitido: pequenas compras de pronto pagamento, ou seja,
aquelas cujo valor não seja superior a R$ 4.000,00, feitas sob
Contrato verbal regime de adiantamento; e
¥ nulo e de nenhum efeito: nos demais casos.

Vamos resolver algumas quest›es!

5. (Cespe – APGI/INPI/2013) É obrigatória a publicação resumida dos


instrumentos de contratos administrativos que apresentarem algum custo para a
administração pública, sendo facultativo quando não houver ônus.
Comentário: vejamos o conteúdo da Lei:

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Art. 61. [...]


Par‡grafo œnico. A publica•‹o resumida do instrumento de contrato ou
de seus aditamentos na imprensa oficial, que Ž condi•‹o indispens‡vel
para sua efic‡cia, ser‡ providenciada pela Administra•‹o atŽ o quinto dia
œtil do m•s seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte
dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem
™nus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei. (grifos nossos)
Ou seja, até mesmo para os contratos sem ônus a publicação do resumo do
instrumento de contrato é obrigatória.
Gabarito: errado.

6. (Cespe – APGI/INPI/2013) Os contratos administrativos devem ser


formalizados por meio de instrumentos escritos indicados pela Lei n.º 8.666/1993,
como o termo de contrato e a carta-contrato, sendo nulo e de nenhum efeito o
contrato verbal com a administração.
Comentário: a questão não apresentou a ressalva:
Art. 60. [...] Par‡grafo œnico. ƒ nulo e de nenhum efeito o contrato verbal
com a Administra•‹o, salvo o de pequenas compras de pronto
pagamento, assim entendidas aquelas de valor n‹o superior a 5% (cinco
por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, al’nea "a" desta
Lei, feitas em regime de adiantamento.
O valor a que se refere o dispositivo acima é de R$ 4.000,00 (quatro mil reais).
Ou seja, há possibilidade de contrato verbal para pequenas compras e de
pronto pagamento, isto é, aquelas de até R$ 4.000,00 feitas sob regime de
adiantamento.
Gabarito: errado.

7. (Cespe - TNS/MP/2013) A publicação resumida do instrumento de contrato ou


de seus aditamentos na imprensa oficial não é uma condição necessária para sua
eficácia, mas pode ser providenciada pela administração até o quinto dia útil do mês
seguinte ao de sua assinatura.
Comentário: a publicação resumida do instrumento de contrato é condição
necessária para sua eficácia – produção dos efeitos jurídicos – (art. 61,
parágrafo único).
Gabarito: errado.

8. (Cespe - Funasa/2013) O instrumento de contrato é obrigatório em todas as


modalidades de licitação.
Comentário: o instrumento de contrato é obrigatório para as modalidades de
concorrência e tomada de preços. Incluem-se as dispensas e inexigibilidades
compreendidas cujo valor esteja compreendido nos limites para essas duas

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modalidades. O TCU inclui, ainda, o pregão e as contratações que resultem


obrigações futuras.
Ressalvam-se dessas exigências: os convites; as dispensas e inexigibilidades
não englobadas nos limites para tomada de preços e concorrência; as
compras com entrega imediata/integral, das quais não resultem obrigações
futuras, independentemente do valor e da modalidade realizada. Nestes casos,
o termo de contrato poderá ser substituído por:
® carta-contrato;
® nota de empenho;
® autorização de compra;
® ordem de execução de serviço.
Gabarito: errado.

9. (Cespe – Analista/MPU/2013) As licitações realizadas na modalidade pregão


devem, obrigatoriamente, ser formalizadas por meio de termo de contrato, podendo
a administração pública dispensar o referido termo, em caso de compras, se os bens
adquiridos forem imediata e integralmente entregues e se dessas compras não
resultarem obrigações futuras.
Comentário: a celebração de termo de contrato abrange também as licitações
realizadas na modalidade de pregão. Porém, o termo é dispensável para as
compras com entrega imediata/integral, das quais não resultem obrigações
futuras.
Gabarito: correto.

Cláusulas necessárias

Enquanto no direito privado os particulares s‹o livres para estipularem


a maioria das cl‡usulas do contrato, como consequ•ncia da autonomia da
vontade que impera para os administrados (sociedade em geral); nos
contratos administrativos existem algumas cl‡usulas necess‡rias,
impostas pelo artigo 55 da Lei de Licita•›es e que, sempre que for o caso,
devem constar nos termos do ajuste, sob pena de nulidade. S‹o elas:
I. o objeto e seus elementos caracter’sticos;

II. o regime de execu•‹o ou a forma de fornecimento;

III. o pre•o, as condi•›es de pagamento, os critŽrios de reajuste;

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IV. os prazos de in’cio de etapas de execu•‹o, de conclus‹o, de entrega,


de recebimento;

V. o crŽdito pelo qual correr‡ a despesa, com a indica•‹o da


classifica•‹o funcional program‡tica e da categoria econ™mica;

VI. as garantias, quando exigidas;

VII. os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades e


os valores das multas (obs.: o TCU entende que n‹o se pode
incluir cl‡usula prevendo a aplica•‹o de multa ou indeniza•‹o
contra a Administra•‹o em caso de rescis‹o);

VIII. os casos de rescis‹o;

IX. o reconhecimento dos direitos da Administra•‹o, em caso de


rescis‹o administrativa pela inexecu•‹o total ou parcial do contrato;

X. as condi•›es de importa•‹o, a data e a taxa de c‰mbio para


convers‹o, quando for o caso;

XI. a vincula•‹o ao edital de licita•‹o ou ao termo que a dispensou


ou a inexigiu, ao convite e ˆ proposta do licitante vencedor;

XII. a legisla•‹o aplic‡vel ˆ execu•‹o do contrato;

XIII. a obriga•‹o do contratado de manter, durante toda a execu•‹o


do contrato, todas as condi•›es de habilita•‹o e qualifica•‹o
exigidas na licita•‹o; e

XIV. dever‡ constar necessariamente cl‡usula que declare competente o


foro da sede da Administra•‹o para dirimir qualquer quest‹o
contratual.

Percebam, contudo, que algumas dessas cl‡usulas nem sempre


estar‹o presentes. Por exemplo, se o objeto do contrato n‹o exigir garantia,
n‹o ser‡ o caso incluir algum dispositivo para isso. Ou seja, boa parte
dessas cl‡usulas n‹o Ž obrigat—ria, mas apenas facultativa ou desej‡vel.
Vamos resolver algumas quest›es!

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10. (Cespe - TNS/MP/2013) Entre as cláusulas necessárias em contratos


administrativos estão o objeto e seus elementos característicos, o preço e as
condições de pagamento e os prazos de início das etapas de execução. Por outro
lado, entre as cláusulas que não são necessárias nesses contratos, está o
estabelecimento do foro da sede da administração a ser adotado para dirimir
qualquer questão contratual.
Comentário: encontramos a resposta no §2º do artigo 55 da LLC:
Art. 55. [...] ¤ 2o Nos contratos celebrados pela Administra•‹o Pœblica
com pessoas f’sicas ou jur’dicas, inclusive aquelas domiciliadas no
estrangeiro, dever‡ constar necessariamente cl‡usula que declare
competente o foro da sede da Administra•‹o para dirimir qualquer
quest‹o contratual, salvo o disposto no ¤ 6o do art. 32 desta Lei.
Assim, o estabelecimento do foro da sede da Administração é cláusula
necessária nos contratos administrativos. As demais exigências
apresentadas na questão também são cláusulas necessárias.
Gabarito: errado.

11. (Cespe - Nível Superior/MC/2013) Conforme a Lei de licitações e contratos


administrativos, as cláusulas necessárias em todo contrato estabelecem, dentre
outras coisas, os casos de rescisão contratual. Entretanto, segundo entendimento
do TCU, é inadmissível, em princípio, a inclusão, nos contratos administrativos, de
cláusula que preveja, para o Poder Público, multa ou indenização, em caso de
rescisão.
Comentário: os casos de rescisão devem constar no contrato, nos termos do
art. 55, VIII, da Lei 8.666/1993. Além disso, o TCU entende que não se pode
incluir cláusula prevendo a aplicação de multa ou indenização contra a
Administração em caso de rescisão contratual.
Gabarito: correto.

12. (Cespe - AA/PREVIC/2011) As cláusulas do contrato administrativo devem ser


negociadas de comum acordo entre a administração e os interessados.
Comentário: as cláusulas do contrato são aquelas previstas na Lei 8.666/1993,
em particular no art. 55, e outras conforme dispuser o edital de licitação.
Ademais, os contratos administrativos são considerados contratos de
adesão, uma vez que seus termos são todos estipulados pela Administração,
cabendo ao contratado apenas concordar com os termos ali previstos.

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Gabarito: errado.

13. (Cespe - AA/PREVIC/2011) É permitido ao gestor público elaborar contrato


administrativo sem a cláusula de reajustamento.
Comentário: a exigência de cláusula de reajustamento consta no art. 55, III:
Art. 55. S‹o cl‡usulas necess‡rias em todo contrato as que estabele•am:
[...]
III - o pre•o e as condi•›es de pagamento, os critŽrios, data-base e
periodicidade do reajustamento de pre•os, os critŽrios de atualiza•‹o
monet‡ria entre a data do adimplemento das obriga•›es e a do efetivo
pagamento;
Logo, o item está errado.
Gabarito: errado.

Exigência de garantia

Ë Administra•‹o Ž facultada a exig•ncia de garantia a fim de assegurar


a execu•‹o do contrato. Neste caso, porŽm, a garantia s— poder‡ ser exigida
do licitante vencedor e dever‡ estar prevista no instrumento convocat—rio.
Ademais, uma vez exigida a garantia, caber‡ ao contratado optar por
uma das modalidades previstas na Lei. Ou seja, cabe ˆ autoridade
competente decidir se Ž o caso ou n‹o de exigir garantia; contudo, a escolha
cabe ao vencedor da licita•‹o, dentre uma das seguintes modalidades de
garantia (Art. 56, ¤1¼):

¥ cau•‹o em dinheiro ou em t’tulos da d’vida pœblica, devendo


estes ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em
sistema centralizado de liquida•‹o e de cust—dia autorizado pelo
Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econ™micos,
conforme definido pelo MinistŽrio da Fazenda;

¥ seguro-garantia;
¥ fian•a banc‡ria.
O valor da garantia n‹o poder‡ exceder a cinco por cento do valor do
contrato, com exce•‹o dos contratos de obras, servi•os e fornecimentos de
grande vulto envolvendo alta complexidade tŽcnica e riscos
financeiros consider‡veis, nos quais o valor da garantia poder‡ chegar
a dez por cento do valor do contrato.

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H‡ uma hip—tese em que o valor da garantia poder‡ ser superior aos


mencionados acima. Nos casos de contratos que importem na entrega de
bens pela Administra•‹o, dos quais o contratado ficar‡ deposit‡rio, ao valor
da garantia dever‡ ser acrescido o valor desses bens (Art. 56, ¤5¼).
Por fim, a garantia prestada pelo contratado dever‡ ser liberada ou
restitu’da ap—s a execu•‹o do contrato e, quando em dinheiro, atualizada
monetariamente (Art. 56, ¤4¼).
Vamos ver como isso cai em prova?

14. (Cespe – APGI/INPI/2013) É possível, e lícita, a substituição da garantia


prestada pelo contratado após a assinatura do contrato, cabendo, à administração
pública, aceitar ou não essa substituição.
Comentário: mesmo após a celebração do contrato, o particular pode pleitear
a substituição da garantia. Contudo, cabe à Administração aceitar ou não a
substituição.
Gabarito: correto.

15. (Cespe – AFCE/2013) Visando resguardar o adequado cumprimento do


contrato administrativo, a administração pública deve indicar e exigir, entre as
opções legalmente previstas, a garantia a ser prestada pelo particular contratado
para executar obras, serviços e compras no âmbito dos poderes da União, dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios.
Comentário: em primeiro lugar, a exigência de garantia não é obrigatória,
devendo acontecer “A critério da autoridade competente” (art. 56). Além
disso, a autoridade competente decide pela necessidade de prestar garantia,
porém é o contratado que escolhe a modalidade.
Logo, o item possui dois erros. Primeiro que ela disse que a administração
“deve” exigir a garantia, quando na verdade essa exigência é facultativa. Em
segundo lugar, porque a indicação da modalidade cabe ao contratado, ou seja,
a Administração decide pela necessidade de garantia, enquanto o contratado
escolha uma daquelas previstas em lei (art. 56, §1º).
Gabarito: errado.

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Vigência contratual (duração do contrato)

Em regra, a dura•‹o dos contratos Ž limitada ˆ vig•ncia dos


respectivos crŽditos or•ament‡rios, exceto quanto aos relativos (art.
57):
a) aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas
estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poder‹o ser prorrogados
se houver interesse da Administra•‹o e desde que isso tenha sido
previsto no ato convocat—rio;

b) ˆ presta•‹o de servi•os a serem executados de forma cont’nua,


que poder‹o ter a sua dura•‹o prorrogada por iguais e sucessivos
per’odos com vistas ˆ obten•‹o de pre•os e condi•›es mais vantajosas
para a administra•‹o, limitada a sessenta meses. Em car‡ter
excepcional, devidamente justificado e mediante autoriza•‹o da
autoridade superior, este prazo poder‡ ser prorrogado por mais
doze meses.

c) ao aluguel de equipamentos e ˆ utiliza•‹o de programas de


inform‡tica, podendo a dura•‹o estender-se pelo prazo de atŽ 48
(quarenta e oito) meses ap—s o in’cio da vig•ncia do contrato.

d) ˆs hip—teses de licita•‹o dispens‡vel previstas nos incisos IX, XIX,


XXVIII e XXXI do art. 245, cujos contratos poder‹o ter vig•ncia por atŽ
120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da administra•‹o.

5
Apenas para ilustrar, vamos apresentar o conteúdo dos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI da Lei
8.666/1993. Ressalto, contudo, que não há necessidade de decorar esses incisos. Lembrem-se apenas
que eles estão relacionados com segurança e defesa nacional e tecnologia.
Art. 24. É dispensável a licitação:
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos
estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; [...]
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso
pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela
estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão
instituída por decreto; [...]
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam,
cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão
especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. [...]
o
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei n 10.973,
de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes.
Obs.: a Lei 10.973/2004 dispõe sobre “incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no
ambiente produtivo e dá outras providências”.

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Ou seja, em regra os contratos est‹o adstritos ˆ vig•ncia dos


respectivos crŽditos or•ament‡rios, a exce•‹o das hip—teses apresentadas
acima, nas quais admitir-se-‹o prorroga•›es dentro dos limites
apresentados.
A Lei apresenta os motivos que justificam as prorroga•›es dos
prazos de in’cio de etapas de execu•‹o, de conclus‹o e de entrega dos
contratos administrativos. Nessas situa•›es, dever‹o ser mantidas as
demais cl‡usulas do contrato e assegurada a manuten•‹o de seu
equil’brio econ™mico-financeiro. Vejamos quais s‹o esses motivos:
Art. 57. [...] ¤1¼ Os prazos de in’cio de etapas de execu•‹o, de conclus‹o
e de entrega admitem prorroga•‹o, mantidas as demais cl‡usulas do
contrato e assegurada a manuten•‹o de seu equil’brio econ™mico-
financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente
autuados em processo:
I - altera•‹o do projeto ou especifica•›es, pela Administra•‹o;
II - superveni•ncia de fato excepcional ou imprevis’vel, estranho ˆ
vontade das partes, que altere fundamentalmente as condi•›es de
execu•‹o do contrato;
III - interrup•‹o da execu•‹o do contrato ou diminui•‹o do ritmo de
trabalho por ordem e no interesse da Administra•‹o;
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos
limites permitidos por esta Lei;
V - impedimento de execu•‹o do contrato por fato ou ato de terceiro
reconhecido pela Administra•‹o em documento contempor‰neo ˆ sua
ocorr•ncia;
VI - omiss‹o ou atraso de provid•ncias a cargo da Administra•‹o,
inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente,
impedimento ou retardamento na execu•‹o do contrato, sem preju’zo das
san•›es legais aplic‡veis aos respons‡veis. (grifos nossos)

Por fim, nos termos do ¤2¼, Art. 57, toda prorroga•‹o de prazo dever‡
ser justificada por escrito e previamente autorizada pela autoridade
competente para celebrar o contrato.

Vamos dar uma olhada numa quest‹ozinha.

16. (Cespe – AJ/STJ/2012) Na execução dos contratos administrativos,


prorrogações de prazo devem ser justificadas por escrito e previamente autorizadas
pela autoridade competente para celebrar o contrato.
Comentário: vejamos o que dispõe a LLC:

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Art. 57. [...] ¤1¼ Os prazos de in’cio de etapas de execu•‹o, de conclus‹o


e de entrega admitem prorroga•‹o, mantidas as demais cl‡usulas
do contrato e assegurada a manuten•‹o de seu equil’brio
econ™mico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos,
devidamente autuados em processo:
I - altera•‹o do projeto ou especifica•›es, pela Administra•‹o;
II - superveni•ncia de fato excepcional ou imprevis’vel, estranho ˆ
vontade das partes, que altere fundamentalmente as condi•›es de
execu•‹o do contrato;
III - interrup•‹o da execu•‹o do contrato ou diminui•‹o do ritmo
de trabalho por ordem e no interesse da Administra•‹o;
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato,
nos limites permitidos por esta Lei;
V - impedimento de execu•‹o do contrato por fato ou ato de
terceiro reconhecido pela Administra•‹o em documento contempor‰neo
ˆ sua ocorr•ncia;
VI - omiss‹o ou atraso de provid•ncias a cargo da Administra•‹o,
inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente,
impedimento ou retardamento na execu•‹o do contrato, sem preju’zo
das san•›es legais aplic‡veis aos respons‡veis.
¤ 2o Toda prorroga•‹o de prazo dever‡ ser justificada por escrito
e previamente autorizada pela autoridade competente para
celebrar o contrato. (grifos nossos)
Portanto, as prorrogações de prazo devem ser justificadas por escrito e
autorizadas previamente pela autoridade competente.
Gabarito: correto.

Cláusulas exorbitantes (prerrogativas de direito público)

O regime jur’dico de direito pœblico d‡ ˆ Administra•‹o algumas


prerrogativas que a colocam em situa•‹o de superioridade perante o
particular. Essas prerrogativas, conhecidas como cl‡usulas exorbitantes,
representam a principal diferen•a entre os contratos de direito pœblico
(contratos administrativos) e os contratos de direito privado.
As cl‡usulas exorbitantes existem em decorr•ncia do princ’pio da
supremacia do interesse pœblico sobre o privado, que decorre da
pr—pria raz‹o de existir da Administra•‹o, ou seja, a Administra•‹o atua
voltada aos interesses da coletividade. Assim, em uma situa•‹o de
conflito entre interesse de um particular e o interesse pœblico, este œltimo
deve predominar. Por conseguinte, a doutrina considera esse um princ’pio
fundamental do regime jur’dico-administrativo.
As principais cl‡usulas exorbitantes encontram-se no artigo 58 da LLC,
vejamos:
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Art. 58. O regime jur’dico dos contratos administrativos institu’do por esta
Lei confere ˆ Administra•‹o, em rela•‹o a eles, a prerrogativa de:
I - modific‡-los, unilateralmente, para melhor adequa•‹o ˆs finalidades
de interesse pœblico, respeitados os direitos do contratado;
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do
art. 79 desta Lei;
III - fiscalizar-lhes a execu•‹o;
IV - aplicar san•›es motivadas pela inexecu•‹o total ou parcial do ajuste;
V - nos casos de servi•os essenciais, ocupar provisoriamente bens
m—veis, im—veis, pessoal e servi•os vinculados ao objeto do
contrato, na hip—tese da necessidade de acautelar apura•‹o administrativa
de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hip—tese de rescis‹o do
contrato administrativo.
¤ 1¼ As cl‡usulas econ™mico-financeiras e monet‡rias dos contratos
administrativos n‹o poder‹o ser alteradas sem prŽvia concord‰ncia
do contratado.
¤ 2¼ Na hip—tese do inciso I deste artigo, as cl‡usulas econ™mico-
financeiras do contrato dever‹o ser revistas para que se mantenha o
equil’brio contratual. (grifos nossos)

Podemos mencionar outras prerrogativas encontradas ao longo da Lei


de Licita•›es, vejamos:
¥ possibilidade de exigir garantia (Art. 60);

¥ faculdade para exig•ncia de medidas de compensa•‹o comercial,


industrial, tecnol—gica ou acesso a condi•›es vantajosas de
financiamento (Art. 3¼, ¤11);

¥ restri•›es a aplica•‹o da Òexce•‹o do contrato n‹o cumpridoÓ (Art.


78, XV).

Explicando este œltimo item, devemos entender que, nos contratos em


geral, as partes s‹o obrigadas a cumprir os termos pactuados a n‹o ser que
uma das partes deixe de cumprir alguma norma, fazendo com que a outra
parte se livre das obriga•›es assumidas. Ou seja, se voc• celebrar um
contrato para pintura de sua casa, mas deixar de pagar uma das parcelas
acordadas, o pintor poder‡ se desobrigar de continuar o servi•o.
PorŽm, nos contratos administrativos as coisas s‹o um pouco
diferentes. Os requisitos para deixar de cumprir os termos contratuais s‹o
mais rigorosos para os particulares quando celebram contratos
administrativos. Vejamos o que disp›e o inciso XV do artigo 78 da Lei
8.666/1993:
Art. 78. Constituem motivo para rescis‹o do contrato:
[...]

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XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos


pela Administra•‹o decorrentes de obras, servi•os ou fornecimento, ou
parcelas destes, j‡ recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade
pœblica, grave perturba•‹o da ordem interna ou guerra, assegurado ao
contratado o direito de optar pela suspens‹o do cumprimento de suas
obriga•›es atŽ que seja normalizada a situa•‹o;

Ou seja, o particular s— estar‡ livre de suas obriga•›es ap—s um atraso


superior a 90 (noventa) dias, existindo ainda ressalvas nos casos de
calamidade pœblica e grave perturba•‹o da ordem.

Alteração dos contratos

Os contratos administrativos podem ser alterados unilateralmente


pela Administra•‹o ou por acordo das partes. Na primeira situa•‹o,
ocorre uma das prerrogativas ou cl‡usulas exorbitantes. Em todos os casos,
ademais, deve existir justificativa para a altera•‹o.
As hip—teses para altera•‹o unilateral pela Administra•‹o encontram-
se no inciso I do artigo 65, quais sejam:
¥ quando houver modifica•‹o do projeto ou das especifica•›es,
para melhor adequa•‹o tŽcnica aos seus objetivos;

¥ quando necess‡ria a modifica•‹o do valor contratual em


decorr•ncia de acrŽscimo ou diminui•‹o quantitativa de seu
objeto, nos limites permitidos por esta Lei.

Em regra, o contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condi•›es


contratuais, os acrŽscimos ou supress›es que se fizerem nas obras,
servi•os ou compras, atŽ 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial
atualizado do contrato. No caso particular de reforma de edif’cio ou
de equipamento, o limite Ž de atŽ 50% (cinquenta por cento) para os
seus acrŽscimos.

v IMPORTANTE: altera•‹o unilateral pela


Administra•‹o
o em regra, 25% para acrŽscimos
e supress›es;
o para reforma de edif’cio e de
equipamento, atŽ 50% somente
para acrŽscimos.

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As hip—teses de altera•‹o em virtude de acordo das partes, ou


altera•‹o bilateral do contrato, s‹o as seguintes (Art. 65, II):
¥ quando conveniente a substitui•‹o da garantia de execu•‹o;

¥ quando necess‡ria a modifica•‹o do regime de execu•‹o da obra


ou servi•o, bem como do modo de fornecimento, em face de
verifica•‹o tŽcnica da inaplicabilidade dos termos contratuais
origin‡rios;

¥ quando necess‡ria a modifica•‹o da forma de pagamento, por


imposi•‹o de circunst‰ncias supervenientes, mantido o valor
inicial atualizado, vedada a antecipa•‹o do pagamento, com rela•‹o
ao cronograma financeiro
5 fixado, sem a correspondente
contrapresta•‹o de fornecimento de bens ou execu•‹o de obra ou
servi•o;

¥ para restabelecer a rela•‹o que as partes pactuaram


inicialmente entre os encargos do contratado e a retribui•‹o da
administra•‹o para a justa remunera•‹o da obra, servi•o ou
fornecimento, objetivando a manuten•‹o do equil’brio
econ™mico-financeiro inicial do contrato, na hip—tese de
sobrevirem fatos imprevis’veis, ou previs’veis porŽm de
consequ•ncias incalcul‡veis, retardadores ou impeditivos da
execu•‹o do ajustado, ou, ainda, em caso de for•a maior, caso
fortuito ou fato do pr’ncipe, configurando ‡lea econ™mica
extraordin‡ria e extracontratual.

Em havendo altera•‹o unilateral do contrato que aumente os encargos


do contratado, a Administra•‹o dever‡ restabelecer, por aditamento, o
equil’brio econ™mico-financeiro inicial (Art. 65, ¤6¼).
A doutrina costuma mencionar que as altera•›es unilaterais alcan•am
apenas as cl‡usulas regulamentares, tambŽm conhecidas como
cl‡usulas de servi•o ou de execu•‹o. Recebem este nome, pois se
referem ˆs cl‡usulas que disp›em sobre o objeto do contrato e sua
execu•‹o. PorŽm, a altera•‹o unilateral n‹o alcan•a as cl‡usulas
econ™mico-financeiras (rela•‹o entre remunera•‹o e encargos do
contratado).

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Quanto ˆ substitui•‹o da garantia de execu•‹o, Mar•al Justen Filho6


destaca que ÒNuma contrata•‹o administrativa, nada obsta a que o
particular pleiteie a substitui•‹o da garantia prestada, desde que a
nova preencha os requisitos do ato convocat—rio. A Administra•‹o
somente pode opor-se caso a garantia seja insuficienteÓ. Ou seja, o
particular pode, mesmo ap—s a celebra•‹o do contrato, pleitear a
substitui•‹o da modalidade de garantia prestada, desde que a nova
preencha os requisitos estabelecidos no instrumento convocat—rio. Apesar
da exposi•‹o do autor, a Administra•‹o deve analisar o caso, podendo
aceitar ou n‹o a substitui•‹o pleiteada.

Teoria da imprevisão
4
A teoria da imprevis‹o abrange os fatos extracontratuais,
extraordin‡rios e imprevis’veis Ð ou previs’veis, mas que ocorreram
num grau imprevis’vel Ð surgidas ou descobertas ap—s a celebra•‹o do
contrato, que acarretam, na execu•‹o do contrato: (a) maior demora;
(b) excessiva onerosidade para uma das partes; ou (c) a
impossibilidade absoluta de execu•‹o.
A origem da teoria da imprevis‹o vem da doutrina e da jurisprud•ncia,
mas, atualmente, encontra-se normatizada na legisla•‹o. Nessa esteira, em
que pese n‹o consta na Lei 8.666/1993 exatamente a designa•‹o Òteoria
da imprevis‹oÓ, podemos encontrar diversas formas de sua aplica•‹o, em
especial no trecho do art. 65, II, ÒdÓ, que permite altera•‹o para
manuten•‹o do equil’brio econ™mico-financeiro inicial do contrato: Òna
hip—tese de sobrevirem fatos imprevis’veis, ou previs’veis porŽm de
conseqŸ•ncias incalcul‡veis, retardadores ou impeditivos da
execu•‹o do ajustado, ou, ainda, em caso de for•a maior, caso
fortuito ou fato do pr’ncipe, configurando ‡lea econ™mica7
extraordin‡ria e extracontratualÓ (grifos nossos).
Inicialmente, cumpre frisar que a regra geral Ž que os termos dos
contratos sejam cumpridos, trata-se do que a doutrina chama de princ’pio
pacta sunt servanda, ou Òos pactos devem ser cumpridosÓ. Dessa forma,

6
Justen Filho, 2012, p. 886.
7
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2014, p. 295), álea econômica “é todo acontecimento externo ao
contrato, estranho à vontade das partes, imprevisível e inevitável, que causa desequilíbrio muito grande,
tornando a execução do contrato excessivamente oneroso para o contratado”.

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uma vez firmado um contrato, os seus termos devem ser cumpridos pelas
partes.
No entanto, existe outra regra igualmente aplic‡vel, expressa ou
implicitamente, aos contratos de execu•‹o prolongada Ð inclusive aos
contratos administrativos. Trata-se da regra rec sic standibus, que
significa que o contrato deve ser cumprido, desde que presentes as mesmas
condi•›es existentes no cen‡rio dentro do qual foi o pacto ajustado. Se
forem alteradas tais condi•›es, rompe-se o equil’brio contratual, sem que
se possa imputar culpa ˆ parte inadimplente8.
O entendimento Ž simples. As partes tomaram suas decis›es com base
na situa•‹o vigente. Assim, se a situa•‹o se modificar, o contrato poder‡
ficar excessivamente oneroso oua vantajoso para uma das partes, o que
ensejar‡ a sua revis‹o ou rescis‹o.
No entanto, deve ficar claro que n‹o Ž qualquer altera•‹o do estado de
fato origin‡rio que gera a revis‹o ou rescis‹o contratual, mas somente os
fatos imprevis’veis, extraordin‡rios e extracontratuais.
Feita essa abordagem inicial, podemos analisar as principais aplica•›es
da teoria da imprevis‹o segundo a doutrina: caso fortuito, for•a maior, fato
do pr’ncipe, fato da Administra•‹o e interfer•ncias imprevistas.

Caso fortuito e força maior

ƒ comum utilizar os termos Òcaso fortuitoÓ ou Òfor•a maiorÓ para indicar


a ocorr•ncia de eventos da natureza ou de atos de terceiros, de car‡ter
extraordin‡rio, imprevis’vel e inevit‡vel, estranhos ˆ vontade das partes,
que acarretem onerosidade excessiva, retardamento ou impossibilidade de
execu•‹o do objeto do contrato.
A doutrina administrativista9 costuma utilizar o caso fortuito para
indicar os eventos da natureza Ð p. ex. tuf‹o em uma regi‹o n‹o sujeita a
esse tipo de fen™meno, inunda•‹o imprevis’vel que cause estragos onerosos
no local de execu•‹o, etc. Ð, enquanto a for•a maior resulta de um fato
decorrente da a•‹o ou vontade humana Ð p. ex. greve que paralise o
transporte da matŽria prima. No entanto, o C—digo Civil, ao tratar do tema,
no par‡grafo œnico do art. 393, n‹o apresenta tal distin•‹o, vejamos: ÒO
caso fortuito ou de for•a maior verifica-se no fato necess‡rio, cujos efeitos

8
Carvalho Filho, 2014, p. 213.
9
Nesse sentido podemos citar: Meirelles (2013, p. 251); Carvalho Filho (2014, p. 214); e Justen Filho (2014, p.
552).

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n‹o era poss’vel evitar ou impedirÓ. Com efeito, a Lei 8.666/1993 atribui os
mesmos efeitos aos dois eventos, motivo pelo qual n‹o Ž necess‡rio fazer
tal distin•‹o.
Nos termos do art. 78, inc. XVII, a ocorr•ncia de caso fortuito ou de
for•a maior, regularmente comprovada, impeditiva da execu•‹o do contrato
Ž considerada motivo para a rescis‹o do contrato. Nesse caso, se n‹o
existir culpa do contratado, a Administra•‹o deve indeniz‡-lo pelos
preju’zos decorrentes do desfazimento do acordo.
Esses eventos tambŽm s‹o causas para a altera•‹o do contrato,
mediante acordo das partes, com o objetivo de obter a revis‹o para
recompor o equil’brio econ™mico-financeiro inicial (art. 65, II, ÒdÓ).
1
Como j‡ dito, a situa•‹o deve caracterizar-se como imprevis’vel,
inevit‡vel e com impossibilidade total do cumprimento das obriga•›es nos
termos iniciais. Fora disso, os fatos ser‹o considerados ‡lea normal inerente
aos riscos de qualquer contrato10. Com efeito, o contratado s— pode invocar
o caso fortuito e a for•a maior como eventos justificadores da inexecu•‹o
do contrato se provar que n‹o contribuiu para colocar-se em situa•‹o
prejudicada pelo evento. Por exemplo, imagine que uma tempestade
imprevis’vel causou sŽrios danos a uma obra contratada. PorŽm, o
cronograma estava atrasado injustificadamente e por culpa do contratado.
Se restar comprovado que os danos s— ocorreram em virtude do atraso, o
contratado n‹o poder‡ utilizar o evento como causa justificadora para a
inexecu•‹o de suas obriga•›es. Vale dizer, se a obra estivesse em dia, a
tempestade n‹o teria gerado os danos e, portanto, isso n‹o ser‡
justificativa para a inexecu•‹o da aven•a.

Fato do príncipe

O fato do pr’ncipe Ž uma determina•‹o estatal geral, imprevis’vel


ou inevit‡vel, que atinge reflexamente o contrato, ocasionando onera•‹o
excessiva ao particular, independentemente da vontade deste. Por
conseguinte, o fato do pr’ncipe autorizar‡ a revis‹o ou a rescis‹o do
contrato, neste œltimo caso quando tornar imposs’vel o cumprimento das
obriga•›es.
Segundo Mar•al Justen Filho, a teoria do fato do pr’ncipe consagra o
direito de indeniza•‹o a um particular em vista da pr‡tica de ato l’cito e

10
Carvalho Filho, 2014, p. 215.

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regular imput‡vel ao Estado. Ademais, a determina•‹o estatal deve ser


geral, influenciando no contrato apenas de forma reflexa ou indireta. Por
exemplo, a eleva•‹o da carga tribut‡ria incidente sobre a execu•‹o da
presta•‹o devida pelo particular.
O fato do pr’ncipe difere do fato da Administra•‹o porque este
corresponde a uma a•‹o ou omiss‹o do Poder Pœblico que reflete
diretamente na execu•‹o do contrato, ou seja, direcionado
especificamente ao contrato; enquanto os efeitos daquele surgem de
forma indireta. Por exemplo, o aumento da carga tribut‡rio n‹o se direciona
especificamente ao contrato, mas pode atingi-lo de maneira reflexa. Agora
se a Administra•‹o Pœblica n‹o liberar um bem que estava previsto no
contrato para viabilizar a sua execu•‹o,
c teremos um ato da Administra•‹o,
uma vez que se vocacionou especificamente ao contrato.
O fato do pr’ncipe est‡ previsto no art. 65, II, ÒdÓ como uma forma de
altera•‹o bilateral, ou seja, por acordo das partes, buscando garantir o
reequil’brio econ™mico-financeiro.
AlŽm disso, a Lei disp›e no ¤5¼ do art. 65, que quaisquer tributos ou
encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a
superveni•ncia de disposi•›es legais, quando ocorridas ap—s a data da
apresenta•‹o da proposta, de comprovada repercuss‹o nos pre•os
contratados, implicar‹o a revis‹o destes para mais ou para menos,
conforme o caso.
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo consideram que essa hip—tese do
art. 65, ¤5¼, Ž a mesma que embasa a revis‹o do fato do pr’ncipe. Contudo,
os autores disp›em que esse caso n‹o Ž exatamente um fato do pr’ncipe,
uma vez que a Lei n‹o exige que a altera•‹o torne o contrato
extraordinariamente oneroso. Assim, o dispositivo Ž ainda mais benŽfico do
que a teoria da imprevis‹o tradicionalmente descrita.
Por outro lado, o dispositivo exige a altera•‹o tanto para mais como
para menos, resguardando, assim, tambŽm os interesses da Administra•‹o.
Isso ocorreria, por exemplo, no caso de extin•‹o ou redu•‹o de um tributo
que incide sob o objeto do contrato.
Por fim, vale destacar que a maior parte dos administrativistas11
considera o fato do pr’ncipe como um ato estatal geral; porŽm, Maria Sylvia
Di Pietro, apresenta um posicionamento divergente. Segundo a autora, s—

11
e.g. Carvalho Filho. 2014, p.213-214; e Justen Filho, 2014, 548-549.

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Ž fato do pr’ncipe os atos gerais oriundos da mesma esfera de governo em


que se celebrou o contrato (Uni‹o, estados e munic’pios).
Todavia, conforme j‡ destacado, esse n‹o Ž o posicionamento
majorit‡rio, motivo pelo qual conclu’mos que o fato do pr’ncipe alcan•a
todos os atos estatais gerais do Poder Pœblico, independentemente da
esfera de governo.

Fato da Administração

O fato da Administra•‹o Ž toda a•‹o ou omiss‹o do Poder Pœblico, que


incide direta e especificamente sobre o contrato, retardando ou
impedindo a sua execu•‹o.
Ocorre, por exemplo, quando a Administra•‹o deixa de entregar o local
da obra ou servi•o, n‹o providencia as desapropria•›es necess‡rias, atrasa
os pagamentos, ou pratica qualquer ato impeditivo dos trabalhos a serem
desenvolvidos pela outra parte12. Nessa esteira, podemos mencionar como
hip—teses de fato da Administra•‹o as situa•›es previstas no art. 78, incs.
XIV a XVI da Lei 8.666/1993, vejamos:
Art. 78. Constituem motivo para rescis‹o do contrato:
[...]
XIV - a suspens‹o de sua execu•‹o, por ordem escrita da Administra•‹o,
por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade
pœblica, grave perturba•‹o da ordem interna ou guerra, ou ainda por
repetidas suspens›es que totalizem o mesmo prazo, independentemente
do pagamento obrigat—rio de indeniza•›es pelas sucessivas e
contratualmente imprevistas desmobiliza•›es e mobiliza•›es e outras
previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela
suspens‹o do cumprimento das obriga•›es assumidas atŽ que seja
normalizada a situa•‹o;
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela
Administra•‹o decorrentes de obras, servi•os ou fornecimento, ou parcelas
destes, j‡ recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pœblica,
grave perturba•‹o da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado
o direito de optar pela suspens‹o do cumprimento de suas obriga•›es atŽ
que seja normalizada a situa•‹o;
XVI - a n‹o libera•‹o, por parte da Administra•‹o, de ‡rea, local ou objeto
para execu•‹o de obra, servi•o ou fornecimento, nos prazos contratuais,
bem como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto;

Nesse contexto, o fato da Administra•‹o Ž uma a•‹o ou omiss‹o do


Poder Pœblico na qualidade de parte contratante. Representa, portanto,
descumprimento das obriga•›es contratuais por parte da Administra•‹o, o

12
Meirelles, 2013, p. 254.

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que permite que o contratado busque o reparo, seja por acordo com a
pr—pria Administra•‹o, seja por meio judicial.

Interferências imprevistas

Segundo Hely Lopes Meirelles, as interfer•ncias imprevistas s‹o


ocorr•ncias materiais, n‹o cogitadas pelas partes na celebra•‹o do
contrato, mas que surgem na sua execu•‹o de modo excepcional e
surpreendente, dificultando ou onerando extraordinariamente o
prosseguimento e a conclus‹o dos trabalhos.
Diferentemente das outras hip—teses da teoria da imprevis‹o que
estudamos, as interfer•ncias imprevistas j‡ existiam quando da
celebra•‹o do contrato, no entanto n‹o eram conhecidas pelas partes.
Imagine, por exemplo, que a descri•‹o do objeto de uma obra
considerava a exist•ncia de um terreno arenoso. PorŽm, ao iniciar as
escava•›es, descobre-se que o solo Ž rochoso, fato este que implicar‡ em
gastos excessivamente maiores que os previstos inicialmente.
Com efeito, as interfer•ncias imprevistas n‹o s‹o causas impeditivas
da execu•‹o do contrato, mas geram maiores dificuldades e onerosidades,
ensejando, portanto, a adequa•‹o dos pre•os e dos prazos. Justamente por
isso que esse tipo de situa•‹o enquadra-se nas hip—teses de altera•‹o por
acordo das partes, nos termos do art. 65, II, ÒdÓ, da Lei 8.666/1993.
Vejamos como isso pode ser cobrado.

17. (Cespe – Técnico Superior/Detran ES/2010) Entre as ações de gestão de


contrato público admitidas após a sua celebração, inclui-se a sua modificação
unilateral pela administração pública.
Comentário: a Lei 8.666/1993 estabelece algumas hipóteses de alteração
unilateral do contrato, vejamos:
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poder‹o ser alterados, com
as devidas justificativas, nos seguintes casos:
I - unilateralmente pela Administra•‹o:
a) quando houver modifica•‹o do projeto ou das especifica•›es, para
melhor adequa•‹o tŽcnica aos seus objetivos;
b) quando necess‡ria a modifica•‹o do valor contratual em decorr•ncia
de acrŽscimo ou diminui•‹o quantitativa de seu objeto, nos limites
permitidos por esta Lei; (grifos nossos)

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Gabarito: correto.

18. (Cespe – AJ/STF/2008) O poder público tem a prerrogativa de modificar,


unilateralmente, sem prévia concordância do contratado, as cláusulas econômico-
financeiras dos contratos administrativos, para adequá-los melhor às finalidades
de interesse público.
Comentário: vamos novamente ao texto da Lei:
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poder‹o ser alterados, com as
devidas justificativas, nos seguintes casos:
[...]
II - por acordo das partes:
[...]
d) para restabelecer a rela•‹o que as partes pactuaram
inicialmente entre os encargos do contratado e a retribui•‹o da
administra•‹o para a justa remunera•‹o da obra, servi•o ou
fornecimento, objetivando a manuten•‹o do equil’brio econ™mico-
financeiro inicial do contrato, na hip—tese de sobrevirem fatos
imprevis’veis, ou previs’veis porŽm de conseqŸ•ncias incalcul‡veis,
retardadores ou impeditivos da execu•‹o do ajustado, ou, ainda, em caso
de for•a maior, caso fortuito ou fato do pr’ncipe, configurando ‡lea
econ™mica extraordin‡ria e extracontratual.Ó (grifos nossos)
Ou seja, as cláusulas econômico-financeiras do contrato só podem ser
modificadas através de acordo entre as partes, não se admitindo alteração
unilateral.
Gabarito: errado.

19. (Cespe - Nível Superior/MC/2013) Os contratos administrativos podem ser


alterados, com as devidas justificativas, unilateralmente pela administração ou por
acordo das partes. Entretanto, o contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas
condições contratuais, quaisquer acréscimos ou supressões de valores que se
fizerem nas obras, serviços ou compras.
Comentário: o contratado é obrigado a aceitar, nas mesmas condições
contratuais, os acréscimos ou supressões, feitos de forma unilateral, que se
fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do
valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício
ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus
acréscimos.
Dessa forma, não são quaisquer acréscimos e supressões que podem ser
feitas, mas somente aqueles compreendidos nos limites apresentados. A Lei
estabelece ainda uma possibilidade de supressão maior que 25%. Entretanto,

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este tipo de supressão só poderia ocorrer por acordo entre as partes,


vejamos:
Art. 65. [...] ¤ 2o Nenhum acrŽscimo ou supress‹o poder‡ exceder os
limites estabelecidos no par‡grafo anterior, salvo:
I - (VETADO)
II - as supress›es resultantes de acordo celebrado entre os
contratantes. (grifos nossos)
Gabarito: errado.

20. (Cespe – Analista/Planejamento e Orçamento/MPU/2013) Havendo


necessidade de adequar determinado contrato administrativo às finalidades do
interesse público, a administração poderá alterá-lo unilateralmente, se a alteração
incidir sobre cláusulas de serviço.
Comentário: as alterações unilaterais alcançam as cláusulas de serviço,
também chamadas de cláusulas regulamentares ou de execução. Não
alcançam, contudo, as cláusulas econômico-financeiras.
Gabarito: correto.

21. (Cespe - AA/PREVIC/2011) O gestor público pode, unilateralmente, diminuir o


valor do contrato administrativo previamente estipulado.
Comentário: o contratado é obrigado a aceitar, nas mesmas condições
contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços
ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do
contrato. No caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, o limite
é de até 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos (art. 65, §1º).
Com efeito, a Administração pode alterar, unilateralmente, os termos do
contrato “quando necessária a modificação do valor contratual em
decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos
limites permitidos por esta Lei” (art. 65, I, “b”).
Gabarito: correto.

22. (Cespe - AA/PREVIC/2011) O contrato administrativo deve ser executado até


o fim sem alterações das condições remuneratórias, mesmo que elas se tornem
desvantajosas para o contratado.
Comentário: a LLC apresenta diversas hipóteses de alteração unilateral ou por
acordo das partes. Além disso, a Lei prevê várias aplicações da teoria da
imprevisão que ensejam a revisão ou rescisão do contrato em decorrência os
fatos extracontratuais, extraordinários e imprevisíveis – ou previsíveis, mas
que ocorreram num grau imprevisível – surgidas ou descobertas após a
celebração do contrato, que acarretam, na execução do contrato: (a) maior

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demora; (b) excessiva onerosidade para uma das partes; ou (c) a


impossibilidade absoluta de execução.
Com efeito, a teoria da imprevisão se aplica nas situações em que não há
culpa do administrado, permitindo a revisão dos termos contratuais.
Por fim, a lei determina que alteração unilateral do contrato que aumente os
encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por
aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial (Art. 65, §6º).
Assim, há possibilidade de alteração das condições remuneratórias, daí o erro
da questão.
Gabarito: errado.

Reserva de vagas

O art. 66-A da Lei 8.666/1993, inclu’do pela Lei 13.146/2015,


determina que as empresas enquadradas no critŽrio de desempate previsto
no inciso V do ¤ 2¼ e no inciso II do ¤ 5¼ do art. 3¼ da Lei de Licita•›es (ou
seja, as empresas que se beneficiarem do critŽrio de desempate ou da
margem de prefer•ncia por reserva de vagas para pessoa com defici•ncia
ou para reabilitado da Previd•ncia Social) dever‹o cumprir, durante todo o
per’odo de execu•‹o do contrato, a reserva de cargos prevista em lei para
pessoa com defici•ncia ou para reabilitado da Previd•ncia Social, bem como
as regras de acessibilidade previstas na legisla•‹o. Nesse caso, caber‡ ˆ
administra•‹o fiscalizar o cumprimento dos requisitos de acessibilidade nos
servi•os e nos ambientes de trabalho.

Acompanhamento e fiscalização da execução do contrato

O artigo 67 da Lei 8.666/1993 estabelece que a execu•‹o do contrato


dever‡ ser acompanhada e fiscalizada por um representante da
Administra•‹o especialmente designado, permitida a contrata•‹o de
terceiros para assisti-lo e subsidi‡-lo de informa•›es pertinentes a essa
atribui•‹o.
O representante da Administra•‹o anotar‡ em registro pr—prio todas
as ocorr•ncias relacionadas com a execu•‹o do contrato, determinando o
que for necess‡rio ˆ regulariza•‹o das faltas ou defeitos observados (Art.
67, ¤ 1¼). AlŽm disso, as decis›es e provid•ncias que ultrapassarem a

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compet•ncia do representante dever‹o ser solicitadas a seus superiores em


tempo h‡bil para a ado•‹o das medidas convenientes (Art. 67, ¤2¼).
O Anexo I da Instru•‹o Normativa SLTI/MPOG n¼ 02 de 30 de abril de
2008 define o fiscal ou o gestor do contrato como o representante da
Administra•‹o, especialmente designado para exercer o
acompanhamento e a fiscaliza•‹o da execu•‹o contratual, devendo
informar a Administra•‹o sobre eventuais v’cios, irregularidades ou baixa
qualidade dos servi•os prestados pela contratada, propor as solu•›es e as
san•›es que entender cab’veis para regulariza•‹o das faltas e defeitos
observados.
Ao lado do representante da Administra•‹o, h‡ o preposto, que Ž o
representante do contratado, no local da obra ou servi•o, durante a
execu•‹o do contrato. O preposto Ž indicado pelo contratado, mas deve ser
aceito pela Administra•‹o. Devemos entender o preposto como o Òelo de
liga•‹oÓ entre o contratado e a Administra•‹o. Ele e o fiscal do contrato
devem manter contato constante para que o contrato seja executado de
forma satisfat—ria.
Cabe destacar, ademais, que o contratado Ž respons‡vel pelos danos
causados diretamente ˆ Administra•‹o ou a terceiros, decorrentes de sua
culpa ou dolo na execu•‹o do contrato, n‹o excluindo ou reduzindo essa
responsabilidade a fiscaliza•‹o ou o acompanhamento pelo —rg‹o
interessado (art. 70). Ou seja, o exerc’cio do poder-dever de fiscalizar por
parte da Administra•‹o n‹o diminui a responsabilidade do contratado pelos
danos eventualmente causados ˆ pr—pria Administra•‹o ou a terceiros na
execu•‹o do contrato.

Atribuições do fiscal do contrato

O fiscal do contrato Ž designado pelo ordenador de despesas.


Normalmente, a designa•‹o Ž realizada por meio de portaria. O fiscal deve
atuar preventiva e proativamente, com vistas a garantir a fiel execu•‹o do
contrato.
Vejamos as atribui•›es do fiscal do contrato, conforme ensinamentos
de Augustinho Paludo13:

13
Paludo, 2013, p. 366-367.

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¥ providenciar c—pia do contrato, do edital e da proposta da empresa


vencedora da licita•‹o, para fins de an‡lise e arquivamento em pasta
apropriada;

¥ identificar a necessidade de contrata•‹o de terceiros para assisti-lo


e subsidi‡-lo com informa•›es pertinentes ˆ execu•‹o, se
necess‡rio;

¥ anotar em registro pr—prio todas as ocorr•ncias relacionadas com a


execu•‹o do contrato, determinando o que for necess‡rio ˆ
regulariza•‹o das falhas ou defeitos observados;

¥ levar ao conhecimento de seus superiores as decis›es e provid•ncias


que ultrapassarem sua compet•ncia, com vistas ˆ ado•‹o das
medidas convenientes;

¥ comunicar ˆ autoridade competente, com a anteced•ncia necess‡ria,


ind’cios de n‹o cumprimento do objeto contratado com vistas ˆ
ado•‹o de provid•ncias;

¥ levar ao conhecimento do preposto as reclama•›es de funcion‡rios


do ente contratante, ou dos empregados da contratada, para fins de
solu•‹o;

¥ acompanhar e fiscalizar, diariamente se necess‡rio, a execu•‹o do


objeto contratado;

¥ verificar se os prazos e as quantidades foram atendidos, e se as


demais especifica•›es est‹o de acordo com o contratado;

¥ realizar medi•›es (individualmente ou em conjunto com a


contratada) com vistas a avaliar o cumprimento do cronograma e
autorizar o pagamento parcial do objeto, se for o caso;

¥ lavrar termo provis—rio e/ou definitivo de recebimento do objeto Ð


individualmente ou mediante comiss‹o designada;

¥ atestar a execu•‹o total ou parcial do objeto contratado,


encaminhando as notas fiscais ao setor competente;

¥ manter controle dos pagamentos efetuados;

¥ acompanhar a varia•‹o/evolu•‹o dos pre•os de mercado referente


ao objeto contratado com vistas a identificar a melhor vantagem
para a administra•‹o: prorroga•‹o da vig•ncia ou nova contrata•‹o;

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¥ instruir processo visando ˆ rescis‹o e/ou anula•‹o do contrato;

¥ monitorar o prazo de vig•ncia do contrato, identificando a


provid•ncia a ser tomada: prorroga•‹o ou nova contrata•‹o, se
necess‡rio;

¥ elaborar projeto b‡sico e encaminhar em tempo h‡bil para os


procedimentos de contrata•‹o, de forma a evitar a interrup•‹o do
servi•o;

¥ elaborar relat—rios peri—dicos sobre a execu•‹o (para contratos


complexos);

¥ prestar informa•›es relacionadas ao contrato sempre que solicitado.

N‹o s‹o todas as situa•›es que demandam o acompanhamento ou


fiscaliza•‹o por parte do fiscal de contrato. Por exemplo, para o caso de
compra de material, com entrega œnica e que n‹o demande maiores
cuidados (como assist•ncia tŽcnica), a designa•‹o de fiscal de contrato n‹o
Ž obrigat—ria. Nesse sentido, vejamos os ensinamentos de Mar•al Justen
Filho14:
Haver‡ casos nos quais ser‡ dispens‡vel aplica•‹o t‹o estrita do texto legal.
A regra ser‡ atendida quando a atividade de fiscaliza•‹o puder realizar-se
satisfatoriamente no momento da entrega da presta•‹o. Em muitos casos,
basta o controle de qualidade desenvolvido na ocasi‹o do recebimento da
presta•‹o. Em outros casos, a fiscaliza•‹o Ž invi‡vel e o dispositivo n‹o tem
qualquer aplica•‹o. Assim, por exemplo, n‹o haveria sentido em designar
um agente para acompanhar a elabora•‹o de um trabalho jur’dico do
advogado contratado pela Administra•‹o. A fiscaliza•‹o poderia
desenvolver-se sob outras modalidades, tais como a exig•ncia de relat—rios
mensais etc. Enfim, o dispositivo apresenta relev‰ncia e aplicabilidade
especialmente ˆs hip—teses de obras e servi•os de engenharia.

ƒ importante destacar, tambŽm, que a autoridade competente poder‡


designar mais de um fiscal de contrato. AlŽm disso, faculta-se, de modo
expresso, que a Administra•‹o contrate terceiros para acompanhamento da
atividade de fiscaliza•‹o. Isso ocorreria nos casos em que a especialidade
ou a complexidade superam os limites de atua•‹o dos agentes
administrativos15.
Vamos resolver quest›es.

14
Justen Filho, 2012, p. 934.
15
Justen Filho, 2012, p. 936.

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23. (Cespe – Analista/BACEN/2013) O fiscal de contrato que for designado pelo


ordenador de despesas deve atuar de maneira preventiva e proativa para garantir o
cumprimento da execução do contrato, devendo, ainda, quando necessário, solicitar
a seus superiores hierárquicos, em tempo hábil para a adoção das medidas
convenientes, providências e decisões que ultrapassarem sua competência.
Comentário: o fiscal do contrato é designado pelo ordenador de despesas,
normalmente, por meio de portaria. Representa uma pessoa fundamental, que
deverá agir sempre de forma preventiva e proativa para garantir a execução
do contrato, mesmo antes de eventuais irregularidades acontecerem.
Ademais, o §2º do artigo 67 da Lei de Licitações e Contratos estabelece que
as decisões e providências que ultrapassarem a competência do
representante (fiscal do contrato) deverão ser solicitadas a seus superiores
em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.
Gabarito: correto.

24. (Cespe – APGI/INPI/2013) O contrato que envolve a aquisição de material, de


entrega única e sem demandar maiores cuidados, não necessitará de
acompanhamento ou fiscalização por intermédio de fiscal de contrato, designado
em portaria.
Comentário: quando se tratar de compra de material, de entrega única e que
não necessite de maiores cuidados, a designação de fiscal do contrato não é
obrigatória.
Gabarito: correto.

25. (Cespe – APGI/INPI/2013) O contrato, em uma organização pública, pode ser


acompanhado por um ou mais fiscais de contrato, podendo inclusive ser designado
um terceiro que não seja servidor público.
Comentário: a autoridade competente poderá designar um ou mais fiscais de
contrato. Com efeito, é admissível a contratação de terceiros quando a
especialidade ou a complexidade do objeto do contrato superam os limites de
atuação dos agentes administrativos. Por exemplo, o Departamento Nacional
de Infraestrutura e Transportes poderia contratar uma empresa terceirizada
para supervisionar a realização de obras (Acórdão nº 2.651/2010, Plenário-
TCU, relator Min. Walton Alencar Rodrigues).

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Gabarito: correto.

26. (Cespe – ATI/ABIN/2010) A empresa contratada por processo licitatório é


responsável pelos danos que causar aos equipamentos e(ou) a outros bens de
propriedade do contratante e aos de propriedade dos funcionários contratados.
Comentário: questão polêmica! Vamos ao texto da Lei:
Art. 70. O contratado Ž respons‡vel pelos danos causados diretamente ˆ
Administra•‹o ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na
execu•‹o do contrato, n‹o excluindo ou reduzindo essa responsabilidade
a fiscaliza•‹o ou o acompanhamento pelo —rg‹o interessado. (grifos
nossos)
Acontece, todavia, que essa responsabilidade é subjetiva, pois decorre da
existência de culpa ou dolo. Como o enunciado não mencionou a existência
de culpa ou dolo, poder-se-ia entender que se trata de responsabilidade
objetiva (quando independe da demonstração de culpa/dolo).
Gabarito: errado.

Recebimento do objeto do contrato

A disciplina do recebimento do objeto do contrato encontra-se nos


artigos 73 a 76 da LLC.
Segundo Hely Lopes Meirelles, a entrega e recebimento do objeto do
contrato constitui a etapa final da execu•‹o de todo o ajuste administrativo
para libera•‹o do contratado. Dessa forma, o recebimento representa um
ÒatesteÓ de que o objeto do contrato foi entregue ˆ Administra•‹o nos
termos estabelecidos no ajuste.
Em regra, dever‡ ocorrer um recebimento provis—rio e, depois, um
recebimento definitivo. Contudo, Ž somente no recebimento definitivo
que a Administra•‹o confirma efetivamente que o contrato foi realizado
dentro de suas especifica•›es. PorŽm, o recebimento provis—rio ou
definitivo n‹o exclui a responsabilidade civil pela solidez e seguran•a
da obra ou do servi•o, nem Žtico-profissional pela perfeita execu•‹o do
contrato (art. 73, ¤2¼).
Ademais, o recebimento tambŽm n‹o exclui a obriga•‹o do contratado
de reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, ˆs suas
expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem
v’cios, defeitos ou incorre•›es resultantes da execu•‹o ou de materiais
empregados (Art. 69).

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Os procedimentos para recebimento do objeto podem ser


esquematizados da seguinte forma:

¥ provisoriamente, pelo respons‡vel por seu


acompanhamento e fiscaliza•‹o, mediante
termo circunstanciado, assinado pelas partes em
atŽ 15 (quinze) dias da comunica•‹o escrita do
contratado;
Para contratos de
obras e ¥ definitivamente, por servidor ou comiss‹o
servi•os: designada pela autoridade competente, mediante
termo circunstanciado, assinado pelas partes, ap—s
o decurso do prazo de observa•‹o, ou vistoria que
comprove a adequa•‹o do objeto aos termos
contratuais. Este prazo n‹o poder‡ ser superior a
90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais,
devidamente justificados e previstos no edital.

¥ provisoriamente, para efeito de posterior


Para contratos de verifica•‹o da conformidade do material com a
compras ou de especifica•‹o;
loca•‹o de
equipamentos: ¥ definitivamente, ap—s a verifica•‹o da qualidade
e quantidade do material e consequente aceita•‹o.

O recebimento de compras ou de loca•‹o de equipamentos ser‡ feito


mediante recibo. Todavia, nos casos de aquisi•‹o de equipamentos de
grande vulto, o recebimento far-se-‡ mediante termo circunstanciado.
O artigo 74 estabelece que poder‡ ser dispensado o recebimento
provis—rio nos seguintes casos:

¥ g•neros perec’veis e alimenta•‹o preparada;


¥ servi•os profissionais;
¥ obras e servi•os de atŽ R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), desde
que n‹o se componham de aparelhos, equipamentos e instala•›es
sujeitos ˆ verifica•‹o de funcionamento e produtividade.

Nesses casos, o recebimento ser‡ efetivado atravŽs de recibo.


O artigo 75 prev• que, salvo disposi•›es em contr‡rio constantes do
edital, do convite ou de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas

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exigidos por normas tŽcnicas oficiais para a boa execu•‹o do objeto do


contrato correm por conta do contratado.
Finalizando, o artigo 76 disp›e que a Administra•‹o rejeitar‡, no todo
ou em parte, obra, servi•o ou fornecimento executado em desacordo com
o contrato.

Subcontratação

A subcontrata•‹o ocorre quando o contratado firma um ajuste com


uma terceira pessoa para que ela realize parte do objeto do contrato. Para
exemplificar, imagine que voc• contratou uma empresa para realizar o seu
casamento. A empresa contratada pode realizar, com seus pr—prios meios,
todo o evento ou, ent‹o, subcontratar parte dos servi•os, como fotografia,
filmagem e prepara•‹o dos doces. Isso Ž uma subcontrata•‹o.
A Lei 8.666/1993 disp›e que o contratado, na execu•‹o do contrato,
sem preju’zo das responsabilidades contratuais e legais, poder‡
subcontratar partes da obra, servi•o ou fornecimento, atŽ o limite
admitido, em cada caso, pela Administra•‹o (art. 72). Dessa forma,
n‹o se admite a subcontrata•‹o total, pois os contratos administrativos t•m
natureza intuitu personae16. Somente se admite a subcontrata•‹o em casos
espec’ficos, devidamente justificados e autorizados.
Vamos resolver quest›es!

27. (Cespe – APGI/INPI/2013) É viável a subcontratação do contrato administrativo


celebrado pela administração pública.
Comentário: o artigo 72 da Lei 8.666/1993 dispõe que o contratado, na
execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades contratuais e
legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o
limite admitido, em cada caso, pela Administração.
Gabarito: correto.

16
Os contratos administrativos, em regra, são contratos pessoais (intuitu personae), isto é, devem ser realizados
pela pessoa que se obrigou perante à Administração. Assim, somente em casos restritos os serviços podem ser
subcontratados.

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28. (Cespe - Funasa/2013) Caso ocorra a morte de uma pessoa que tenha
pactuado um contrato administrativo, seus herdeiros deverão ser chamados para
dar cumprimento à parte restante das obrigações assumidas.
Comentário: os contratos apresentam natureza intuitu personae, ou seja, as
obrigações devem ser cumpridas pela mesma pessoa que assumiu a
obrigação junto à Administração. Assim, o dever de cumprir os termos
pactuados não alcança os herdeiros da pessoa que celebrou o contrato.
Gabarito: errado.

29. (Cespe – Agente Administrativo/MTE/2014) Todos os contratos para os quais


a lei exige licitação são firmados intuitu personae, ou seja, em razão de condições
pessoais do contratado, apuradas no procedimento da licitação.
Comentário: os contratos possuem natureza intuitu personae. Agora, vamos
aprofundar o assunto com um pequeno trecho da lavra de Marcelo
Alexandrino e Vicente Paulo:
Os contratos administrativos, em regra, s‹o contratos pessoais,
celebrados intuiutu personae, ou seja, a execu•‹o do contrato deve ser
levada a termo pela mesma pessoa (f’sica ou jur’dica) que se obrigou
perante a administra•‹o. A natureza dos contratos administrativos
decorre principalmente do fato de serem eles celebrados ap—s a
realiza•‹o de um procedimento licitat—rio em que se visa, n‹o apenas a
selecionar a proposta mais vantajosa para a administra•‹o, mas tambŽm
a selecionar uma pessoa, f’sica ou jur’dica, que ofere•a condi•›es de
assegurar a adequada execu•‹o do que foi contratado.
Dessa forma, podemos considerar o item correto, uma vez que os contratos
possuem natureza intuitu personae, decorrentes das condições pessoais,
apuradas durante o procedimento licitatório.
Gabarito: correto.

30. (Cespe - AA/PREVIC/2011) O contrato celebrado pela administração pública


possui natureza personalíssima.
Comentário: lembrem-se os contratos administrativos possuem natureza
personalíssima (intuitu personae).
Gabarito: correto.

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Espécies de contratos

Contratos de concessão de serviços públicos

De acordo com a Constitui•‹o Federal de 1988, o Poder Pœblico poder‡


prestar os servi•os diretamente ou sob regime de concess‹o ou permiss‹o,
sempre atravŽs de licita•‹o. Dessa forma, a concess‹o e a permiss‹o s‹o
formas de delega•‹o de servi•os pœblicos, ou seja, representam a
descentraliza•‹o de servi•os por colabora•‹o ou delega•‹o.
Durante algum tempo, houve muita discuss‹o sobre a natureza da
permiss‹o de servi•os pœblicos, se consistia ato ou contrato administrativo.
N‹o nos cabe, neste momento, aprofundar tal debate. Apenas afirmamos
que a Lei 8.987/1995 expressamente disp›e que a permiss‹o Ž formalizada
por contrato de ades‹o. Dessa forma, para fins de concurso, a permiss‹o
de servi•o pœblico Ž formalizada por contrato, conforme expressamente
disp›e o art. 40 da Lei 8.987/1995.
De qualquer forma, quando abordam as espŽcies de contrato, a
doutrina fala apenas em Òcontrato de concess‹oÓ. Assim, debateremos a
parte conceitual dos contratos de concess‹o e, ao final deste t—pico,
traremos rapidamente o conceito de permiss‹o de servi•o pœblico.
A concess‹o Ž uma forma de delega•‹o de servi•os pœblicos, realizada
por meio de contrato administrativo precedido de licita•‹o pœblica. Assim,
por meio da concess‹o, a Administra•‹o transfere determinados poderes a
particulares para que prestem determinado servi•o pœblico. Por exemplo, Ž
concess‹o a delega•‹o dos servi•os de telefonia para a Oi, Vivo, Tim, Claro,
etc.; tambŽm Ž concess‹o a delega•‹o da manuten•‹o e operacionaliza•‹o
de rodovias; Ž concess‹o a delega•‹o da realiza•‹o de investimentos,
manuten•‹o e explora•‹o dos aeroportos; etc.
De acordo com a Prof. Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a concess‹o, em
sentido amplo, Ž definida como o:
[...] contrato administrativo pelo qual a Administra•‹o confere ao
particular a execu•‹o remunerada de servi•o pœblico, de obra pœblica
ou de servi•o de que a Administra•‹o Pœblica seja a usu‡ria direta
ou indireta, ou lhe cede o uso de bem pœblico, para que o explore pelo
prazo e nas condi•›es regulamentares e contratuais. (grifos do original)

Nessa defini•‹o, a jurista apresenta v‡rias modalidades de concess‹o,


sujeitas cada uma a regime jur’dico parcialmente diferenciado17:

17
Di Pietro, 2009, p. 64.

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a) concess‹o de servi•o pœblico ordin‡ria, comum ou tradicional: na


qual a remunera•‹o b‡sica decorre de tarifa paga pelo usu‡rio ou outra
forma de remunera•‹o decorrente da pr—pria explora•‹o do servi•o
(receitas alternativa); Ž a categoria b‡sica prevista na Lei 8.987/95 e
legisla•‹o esparsa sobre os servi•os pœblicos espec’ficos;
Na mesma linha, a Lei 8.987/1995 define a concess‹o de servi•o
pœblico (na conhecida categoria comum) como a Òa delega•‹o de sua
presta•‹o, feita pelo poder concedente, mediante licita•‹o, na
modalidade de concorr•ncia, ˆ pessoa jur’dica ou cons—rcio de
empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta
e risco e por prazo determinadoÓ (Lei 8.987/1995, art. 2¼, II).
AlŽm da forma comum, a Lei 11.079/2004 Ð Lei das Parcerias Pœblico-
Privadas Ð criou duas novas formas de concess‹o, vejamos:
b) concess‹o patrocinada: em que se conjugam a tarifa paga pelos
usu‡rios e a contrapresta•‹o pecuni‡ria do concedente (parceiro
pœblico) ao concession‡rio (parceiro privado); ou seja, o
concession‡rio (a empresa que explora a atividade) recebe a tarifa do
usu‡rio e um complemento pago pela Administra•‹o; essa modalidade
est‡ prevista na Lei 11.079/2004;
Na Lei das Parcerias Pœblico-Privadas Ð PPP, a concess‹o patrocinada
Ž definida como Òa concess‹o de servi•os pœblicos ou de obras pœblicas de
que trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver,
adicionalmente ˆ tarifa cobrada dos usu‡rios contrapresta•‹o pecuni‡ria do
parceiro pœblico ao parceiro privadoÓ (Lei 11.079/2004, art. 2¼, ¤1¼).
c) concess‹o administrativa: a remunera•‹o b‡sica Ž constitu’da por
contrapresta•‹o feita pelo parceiro pœblico ao parceiro privado;
encontra-se prevista na Lei 11.079/2004.
De acordo a Lei 11.079/2004, a concess‹o administrativa Ž Òo contrato
de presta•‹o de servi•os de que a Administra•‹o Pœblica seja a usu‡ria
direta ou indireta, ainda que envolva execu•‹o de obra ou fornecimento e
instala•‹o de bensÓ.
Assim, de forma simples, na concess‹o comum, a concession‡ria
recebe uma tarifa do usu‡rio e, complementarmente, outras fontes de
recursos decorrentes da explora•‹o do servi•o. Na concess‹o
patrocinada, ocorrer‡ o pagamento de tarifa pelo usu‡rio e um
complemento pago pela Administra•‹o. Por fim, na concess‹o
administrativa, a remunera•‹o b‡sica do concession‡rio decorre de
pagamentos da Administra•‹o.

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d) concess‹o de obra pœblica: prevista para as modalidades


disciplinadas na Lei 8.987/1995 e na Lei 11.079/2004.

Podemos encontrar a defini•‹o de concess‹o de servi•o pœblico


precedida da execu•‹o de obra pœblica no art. 2¼, III, da Lei 8.987/1995,
nos seguintes termos:
III - concess‹o de servi•o pœblico precedida da execu•‹o de obra
pœblica: a constru•‹o, total ou parcial, conserva•‹o, reforma, amplia•‹o
ou melhoramento de quaisquer obras de interesse pœblico, delegada pelo
poder concedente, mediante licita•‹o, na modalidade de concorr•ncia, ˆ
pessoa jur’dica ou cons—rcio de empresas que demonstre capacidade para
a sua realiza•‹o, por sua conta e risco, de forma que o investimento da
concession‡ria seja remunerado e amortizado mediante a explora•‹o do
servi•o ou da obra por prazo determinado

A concess‹o de obra pœblica n‹o se confunde com os simples contratos


de obras.
Na concess‹o de obra pœblica, Ž o usu‡rio ou o benefici‡rio da obra
que realiza a remunera•‹o do investimento. Nesse caso, alŽm da obra em
si, existe a presta•‹o de um servi•o decorrente da utiliza•‹o da obra, que
dever‡ ser remunerado pelo usu‡rio do servi•o. Portanto, na concess‹o de
servi•o precedida de obra, o objeto do contrato n‹o Ž simplesmente a
realiza•‹o da obra, mas tambŽm a presta•‹o de um servi•o pœblico ao
usu‡rio. Vale dizer que, nos contratos de obra pœblica (ou seja, sem a
concess‹o), a remunera•‹o do contratado Ž realizada diretamente pela
Administra•‹o Pœblica.
Com efeito, destaca-se que a Lei 11.079/2004 veda a celebra•‹o de
contrato de parceria pœblico-privada que tenha como objeto œnico o
fornecimento de m‹o-de-obra, o fornecimento e instala•‹o de
equipamentos ou a execu•‹o de obra pœblica. Portanto, alŽm da obra,
dever‡ existir a presta•‹o de um servi•o pœblico.
e) concess‹o de uso de bem pœblico: com ou sem explora•‹o do bem,
conforme disciplinado em v‡rias leis.

A concess‹o de uso de bem pœblico Ž uma forma de atribuir o uso de


bens pœblicos a particulares. Diferencia-se da autoriza•‹o e permiss‹o de
uso, pois estas duas s‹o realizadas por atos administrativos.
Para Maria Di Pietro, a concess‹o de uso Ž o Òcontrato administrativo
pelo qual a Administra•‹o Pœblica faculta a terceiro a utiliza•‹o privativa de
bem pœblico, para que a exer•a conforme sua destina•‹oÓ18. Complementa
a autora dispondo que a concess‹o de uso possui natureza de contrato de

18
Di Pietro, 2014, p. 771.

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direito pœblico, sinalagm‡tico19, oneroso ou gratuito, comutativo20 e


realizado intuitu personae.
Portanto, na concess‹o de uso a Administra•‹o concede a utiliza•‹o de
determinado bem pœblico ao particular, podendo ou n‹o exigir remunera•‹o
em troca. Um exemplo de concess‹o de uso ocorre quando a Administra•‹o
concede a utiliza•‹o de uma loja dentro de uma institui•‹o pœblica para que
o particular explore comercialmente o lugar.
Ressalta-se, por fim, que a concess‹o de uso deve ser precedida de
licita•‹o, nos termos do art. 2¼ da Lei 8.666/1993.
Antes de finalizarmos, cumpre observar que, ao lado da concess‹o de
servi•os pœblicos, temos a permiss‹o de servi•os pœblicos. A permiss‹o de
servi•o pœblico Ž definida pela Lei 8.987/1995 como Òa delega•‹o, a t’tulo
prec‡rio, mediante licita•‹o, da presta•‹o de servi•os pœblicos, feita pelo
poder concedente ˆ pessoa f’sica ou jur’dica que demonstre capacidade
para seu desempenho, por sua conta e riscoÓ (art. 2¼, IV). Complementa
ainda a norma que ÒA permiss‹o de servi•o pœblico ser‡ formalizada
mediante contrato de ades‹oÓ, que dever‡ observar os termos da Lei
8.987/1995, das demais normas pertinentes e do edital de licita•‹o,
Òinclusive quanto ˆ precariedade e ˆ revogabilidade unilateral do
contrato pelo poder concedenteÓ.

Contrato de obra

Consoante o art. 6¼, I, da Lei 8.666/1993, a obra Ž toda constru•‹o,


reforma, fabrica•‹o, recupera•‹o ou amplia•‹o, realizada por
execu•‹o direta ou indireta. Por conseguinte, o contrato administrativo
de obra ser‡ o ajuste entre a Administra•‹o e um particular, tendo por
objeto pactuado a constru•‹o, reforma, fabrica•‹o, recupera•‹o ou
amplia•‹o de determinado bem pœblico.
Assim, s‹o exemplos de contratos de obras pœblicas aqueles que
tenham por objeto a constru•‹o de um edif’cio para funcionar uma c‰mara
municipal, a reforma de uma escola pœblica, a constru•‹o de um viaduto,
etc.
Para Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, o Òtra•o distintivo entre o
contrato de obra e de servi•o Ž a predomin‰ncia, no primeiro, do material

19
O contrato sinalagmático é o contrato bilateral em que as duas partes se obrigam reciprocamente, ou seja, as
duas partes possuem as duas obrigações que devem ser cumpridas.
20
O contrato comutativo é aquele em que cada as obrigações de cada uma das partes são conhecidas e certas.

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sobre a atividade operativaÓ21. Portanto, na obra, predomina o emprego dos


materiais.
Devemos acrescentar ainda os ensinamentos de JosŽ dos Santos
Carvalho Filho, que apresenta a defini•‹o de cada um dos tipos de
atividades que integram o conceito de obra presente na Lei 8.666/199322:
a) constru•‹o: Òresulta de atividades e materiais destinados ˆ cria•‹o
do bemÓ;

b) reforma: ÒŽ o conjunto de altera•›es que esse bem pode sofrer, sem


que seja ampliadoÓ;

c) amplia•‹o: Òpressup›e tambŽm que o bem j‡ exista, mas que pelo


contrato vai receber acrŽscimo em suas dimens›esÓ;

d) fabrica•‹o: Òindica o sentido de cria•‹o do bemÓ;

e) recupera•‹o: Ò(que n‹o deixa de ser uma reforma), contrata-se para


o fim especial de restaura•‹o do bemÓ.

AlŽm disso, as obras podem ser executadas de forma direta ou indireta.


Direta Ž a execu•‹o pelos pr—prios —rg‹os administrativos, enquanto a
execu•‹o indireta Ž aquela que decorre da contrata•‹o de terceiros. Nessa
linha, a Lei 8.666/1993 apresenta os seguintes regimes de execu•‹o
indireta: (i) empreitada por pre•o global; (ii) empreitada por pre•o unit‡rio;
(iii) tarefa; (iv) empreitada integral. Vamos detalhar cada um desses
regimes de execu•‹o:
1) empreitada por pre•o global Ð ocorre quando se contrata a
execu•‹o da obra ou do servi•o por pre•o certo e total (art. 6¼, VIII,
ÒaÓ). Portanto, o pre•o ajustado para toda a obra j‡ Ž previamente
definido, em que pese possa sofrer os reajustes previstos na Lei de
Licita•›es;

2) empreitada por pre•o unit‡rio - quando se contrata a execu•‹o da


obra ou do servi•o por pre•o certo de unidades determinadas (art.
6¼, VIII, ÒbÓ).Trata-se do Òregime mais adequado a obras que constem
de partes distintas ou que se determinem por medida (como metro
quadrado de muro levantado, metros cœbicos de concreto etc.) e o

21
Alexandrino e Paulo, 2015, p. 609.
22
Carvalho Filho, 2014, p. 182.

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pagamento Ž devido ap—s o recebimento de cada unidade pela


administra•‹oÓ23;

3) tarefa Ð Ž o tipo de regime que ocorre quando se ajusta m‹o-de-obra


para pequenos trabalhos por pre•o certo, com ou sem
fornecimento de materiais (art. 6¼, VIII, ÒdÓ);

4) empreitada integral Ð ocorre quando se contrata um


empreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as
etapas das obras, servi•os e instala•›es necess‡rias, sob inteira
responsabilidade da contratada atŽ a sua entrega ao contratante em
condi•›es de entrada em opera•‹o, atendidos os requisitos tŽcnicos e
legais para sua utiliza•‹o em condi•›es de seguran•a estrutural e
operacional e com as caracter’sticas adequadas ˆs finalidades para que
foi contratada. Assim, a empreitada integral Ž utilizada na realiza•‹o
de empreendimentos de grande vulto e alta complexidade.

Contrato de serviço

Para a Lei 8.666/1993, servi•o Ž Òtoda atividade destinada a obter


determinada utilidade de interesse para a Administra•‹o, tais como:
demoli•‹o, conserto, instala•‹o, montagem, opera•‹o, conserva•‹o,
repara•‹o, adapta•‹o, manuten•‹o, transporte, loca•‹o de bens,
publicidade, seguro ou trabalhos tŽcnico-profissionaisÓ (art. 6¼, II).
Em primeiro lugar, devemos notar que esses servi•os s‹o prestados ˆ
pr—pria Administra•‹o Pœblica, portanto n‹o podem ser confundidos com a
presta•‹o dos servi•os pœblicos. Estes œltimos s‹o prestados ˆ sociedade,
diretamente pelo Poder Pœblico ou indiretamente, por meio de concess‹o
ou permiss‹o de servi•os pœblicos (CF, art. 175). Assim, os servi•os que
tratamos aqui s‹o servi•os privados prestados ˆ Administra•‹o, como a
limpeza de uma reparti•‹o pœblica, o conserto de algum equipamento
utilizado em um —rg‹o pœblico, etc.
Com efeito, tambŽm n‹o podemos confundir servi•o com obra pœblico.
Vimos acima um critŽrio utilizado na doutrina que refere-se ao emprego de
material, considerando que, na obra, a utiliza•‹o de material prevalece
sobre a atividade operativa. Contudo, h‡ muita discuss‹o doutrin‡ria e nem

23
Alexandrino e Paulo, 2015, p. 611.

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sempre Ž poss’vel verificar, na pr‡tica, se um contrato seria de obra ou de


servi•o.
De acordo com JosŽ dos Santos Carvalho Filho, Òno fundo a obra n‹o
deixa de ser um servi•o com resultadoÓ. Complementa o autor: ÒParece-
nos que, apesar das dificuldades, pode entender-se que na obra h‡ sempre
um acrŽscimo ou modifica•‹o significativa no bem im—vel, enquanto que
nos servi•os gerais predomina a atividade, a execu•‹o, o facere, enfimÓ24.
Para fins de concurso, Ž recomendado conhecer cada um dos
substantivos utilizados na defini•‹o de obra ou servi•o. Assim, a obra Ž
toda Òconstru•‹o, reforma, fabrica•‹o, recupera•‹o ou amplia•‹oÓ;
enquanto o servi•o Ž toda atividade destinada a obter determinada
utilidade de interesse para a Administra•‹o, como Òdemoli•‹o, conserto,
instala•‹o, montagem, opera•‹o, conserva•‹o, repara•‹o,
adapta•‹o, manuten•‹o, transporte, loca•‹o de bens, publicidade,
seguro ou trabalhos tŽcnico-profissionaisÓ.

Contrato de fornecimento (ou compras)

Os contratos de fornecimento s‹o aqueles destinados ˆ aquisi•‹o de


bens m—veis Ð tais como material de escrit—rio, g•neros aliment’cios,
material de limpeza, equipamentos, etc. Ð necess‡rios ˆ manuten•‹o das
atividades administrativas, ˆ presta•‹o de servi•os pœblicos ou ˆ realiza•‹o
de obras.
Segundo JosŽ dos Santos Carvalho Filho a Lei 8.666/1993 n‹o utiliza
o termo ÒfornecimentoÓ, mas sim ÒcompraÓ. Para o autor, o contrato de
fornecimento nada mais Ž que um contrato de compra e venda, tal como
existente no campo do direito privado e, por isso, Ž regido por algumas
regras b‡sicas de direito privado, sem preju’zo da incid•ncia de regras
pr—prias dos contratos administrativos.
Por fim, a Lei de Licita•›es e Contratos define compra como Òtoda
aquisi•‹o remunerada de bens para fornecimento de uma s— vez ou
parceladamenteÓ (art. 6¼, III).

24
Carvalho Filho, 2014, p. 185.

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Recursos administrativos

Os recursos administrativos, na Lei de Licita•›es e Contratos, est‹o


disciplinados no art. 109. A Lei apresenta tr•s tipos de recursos
administrativos:
(a) recurso Ð ou recurso propriamente dito;
(b) representa•‹o; e
(c) pedido de reconsidera•‹o.

O recurso Ð ou recurso propriamente dito, recurso em sentido estrito


ou recurso hier‡rquico Ð pode ser interposto no prazo de cinco dias œteis
a contar da intima•‹o do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:
a) habilita•‹o ou inabilita•‹o do licitante;
b) julgamento das propostas;
c) anula•‹o ou revoga•‹o da licita•‹o;
d) indeferimento do pedido de inscri•‹o em registro cadastral, sua
altera•‹o ou cancelamento;
e) rescis‹o unilateral do contrato por parte da Administra•‹o.
f) aplica•‹o das penas de advert•ncia, suspens‹o tempor‡ria ou de
multa.
Os recursos previstos nas letras ÒaÓ e ÒbÓ acima possuem efeito
suspensivo, ou seja, eles impedem o prosseguimento dos demais atos da
licita•‹o atŽ que sejam julgados. Por exemplo, se uma empresa for
inabilitada, ela poder‡ interpor recurso, que impedir‡ o prosseguimento da
licita•‹o atŽ a decis‹o final. A aplica•‹o do efeito suspensivo Ž l—gica, uma
vez que a empresa poderia ficar de fora da fase de julgamento, caso fosse
poss’vel dar andamento normal ao processo licitat—rio.
Com efeito, a autoridade competente, motivadamente e desde que
estejam presentes raz›es de interesse pœblico, poder‡ atribuir ao recurso
interposto efic‡cia suspensiva aos demais recursos.
A representa•‹o, por outro lado, poder‡ ser interposta no prazo de
atŽ cinco dias œteis da intima•‹o da decis‹o relacionada com o objeto da
licita•‹o ou do contrato para os casos em que n‹o caiba o recurso
hier‡rquico.

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Vale mencionar que, tratando-se de licita•‹o na modalidade de Òcarta-


conviteÓ, os prazos para o recurso e a representa•‹o ser‹o de dois dias
œteis.
Por fim, o pedido de reconsidera•‹o tem por objetivo rever a decis‹o
de Ministro de Estado, ou Secret‡rio Estadual ou Municipal, conforme o
caso, na hip—tese de aplica•‹o da pena de declara•‹o de inidoneidade para
licitar ou contratar com a Administra•‹o Pœblica, prevista no art. 8725, IV e
¤3¼ da Lei 8.666/1993, sendo que o prazo para interposi•‹o Ž de dez dias
œteis da intima•‹o do ato.
Vamos ver um pequeno resumo:
Tipo de recurso
Prazo Aplicação
administrativo
Recurso Até cinco dias (a) habilitação ou inabilitação do licitante; (b)
úteis (dois dias julgamento das propostas; (c) anulação ou
úteis se for revogação da licitação; (d) indeferimento do
convite) pedido de inscrição em registro cadastral, sua
alteração ou cancelamento; (e) rescisão unilateral
do contrato por parte da Administração; (f)
aplicação das penas de advertência, suspensão
temporária ou de multa.
Representação Até cinco dias Casos em que não caiba o recurso hierárquico
úteis (dois dias
úteis se for
convite)
Pedido de Até dez dias úteis Declaração de inidoneidade para licitar ou
reconsideração contratar com a Administração Pública aplicada
pelo Ministro de Estado ou Secretario estadual ou
municipal

A intima•‹o dos atos de (a) habilita•‹o ou inabilita•‹o do licitante; (b)


julgamento das propostas; (c) anula•‹o ou revoga•‹o da licita•‹o; e (d)
rescis‹o unilateral do contrato por parte da Administra•‹o, exclu’dos os
relativos a advert•ncia e multa de mora, e de declara•‹o de inidoneidade

25
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar
ao contratado as seguintes sanções: [...]
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os
motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que
aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos
resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior. [...]
§ 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência exclusiva do Ministro de Estado, do
Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo,
no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua
aplicação.

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para licitar ou contratar com a Administra•‹o Pœblica dever‡ ser feita


mediante publica•‹o na imprensa oficial. Todavia, a Lei excepciona esta
regra de publica•‹o para os casos de (a) habilita•‹o ou inabilita•‹o do
licitante e (b) julgamento das propostas, desde que estejam presentes os
prepostos dos licitantes no ato em que foi adotada a decis‹o, quando poder‡
ser feita por comunica•‹o direta aos interessados e lavrada em ata.
A Lei determina ainda que, se for interposto, o recurso ser‡
comunicado aos demais licitantes, que poder‹o impugn‡-lo no prazo de 5
(cinco) dias œteis.
Ademais, o recurso dever‡ ser dirigido ˆ autoridade superior, por
intermŽdio de que praticou o ato recorrido, a qual poder‡ reconsiderar sua
decis‹o, no prazo de cinco dias œteis. Caso n‹o reconsidere sua decis‹o, a
autoridade que praticou o ato recorrido dever‡, no mesmo prazo de cinco
dias œteis, fazer o recurso subir para aprecia•‹o da autoridade superior,
devidamente informado, devendo, neste caso, a decis‹o ser proferida
dentro do prazo de cinco dias œteis, contado do recebimento do recurso,
sob pena de responsabilidade.
Por fim, nenhum prazo de recurso, representa•‹o ou pedido de
reconsidera•‹o se inicia ou corre sem que os autos do processo estejam
com vista franqueada ao interessado.

Convênios e termos similares

Ensina JosŽ dos Santos Carvalho Filho26 que: ÒConsideram-se


conv•nios administrativos os ajustes firmados por pessoas administrativas
entre si, ou entre estas e entidades particulares, com vistas a ser
alcan•ado determinado objetivo de interesse pœblicoÓ.
Na mesma linha, Hely Lopes Meirelles27 disp›e que,
Conv•nio Ž acordo, mas n‹o Ž contrato. No contrato as partes t•m
interesses diversos e opostos; no conv•nio os partic’pes t•m
interesses comuns e coincidentes. Por outras palavras: no contrato h‡
sempre duas partes (podendo ter mais de dois signat‡rios), uma que
pretende o objeto do ajuste (a obra, o servi•o etc.), outra que pretende a
contrapresta•‹o correspondente (o pre•o, ou qualquer outra vantagem),
diversamente do que ocorre no conv•nio, em que n‹o h‡ partes, mas
unicamente partic’pes com as mesmas pretens›es. Por essa raz‹o, no
conv•nio a posi•‹o jur’dica dos signat‡rios Ž uma s—, id•ntica para todos,
podendo haver apenas diversifica•‹o na coopera•‹o de cada um, segundo

26
Carvalho Filho, 2013, p. 224.
27
Meirelles, 2013, p. 464.

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suas possibilidades, para a consecu•‹o do objetivo comum por todos.


(grifos nossos)

IMPORTANTE:
v a diferen•a mais marcante entre
conv•nio e contrato Ž que, no
primeiro, os interesses s‹o
comuns e coincidentes;
enquanto, no contrato, os
interesses s‹o diversos e
opostos.

Vamos exemplificar. Quando um —rg‹o contrata uma empresa para


construir uma escola, ele deseja obter a obra, pagando o menor valor
poss’vel. Por outro lado, o contratado deseja receber o dinheiro e que seja
o maior poss’vel. Perceberam? S‹o interesses opostos.
Agora pense em um conv•nio celebrado entre o governo e a uma
organiza•‹o social que atende crian•as especiais. As duas partes desejam
fornecer o melhor servi•o para as crian•as e com o menor custo poss’vel.
Viram s—? Os dois lados querem a mesma coisa: atendimento das
necessidades das crian•as com qualidade e economicidade.
A Lei 8.666/1993 apresenta algumas regras sobre conv•nios, em
particular no artigo 116, vejamos:
Art. 116. Aplicam-se as disposi•›es desta Lei, no que couber, aos
conv•nios, acordos, ajustes e outros instrumentos cong•neres celebrados
por —rg‹os e entidades da Administra•‹o.
¤ 1o A celebra•‹o de conv•nio, acordo ou ajuste pelos —rg‹os ou entidades
da Administra•‹o Pœblica depende de prŽvia aprova•‹o de competente
plano de trabalho proposto pela organiza•‹o interessada, o qual
dever‡ conter, no m’nimo, as seguintes informa•›es:
I - identifica•‹o do objeto a ser executado;
II - metas a serem atingidas;
III - etapas ou fases de execu•‹o;
IV - plano de aplica•‹o dos recursos financeiros;
V - cronograma de desembolso;
VI - previs‹o de in’cio e fim da execu•‹o do objeto, bem assim da conclus‹o
das etapas ou fases programadas;
VII - se o ajuste compreender obra ou servi•o de engenharia, comprova•‹o
de que os recursos pr—prios para complementar a execu•‹o do objeto est‹o
devidamente assegurados, salvo se o custo total do empreendimento recair
sobre a entidade ou —rg‹o descentralizador.

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A Lei destaca, ainda, que, assinado o conv•nio, a entidade ou —rg‹o


repassador do recurso dar‡ ci•ncia do mesmo ˆ Assembleia Legislativa ou
ˆ C‰mara Municipal respectiva (¤2¼).
As parcelas do conv•nio ser‹o liberadas em estrita conformidade com
o plano de aplica•‹o aprovado, exceto nos casos a seguir, em que as
mesmas ficar‹o retidas atŽ o saneamento das impropriedades ocorrentes
(¤3¼):
a) quando n‹o tiver havido comprova•‹o da boa e regular aplica•‹o
da parcela anteriormente recebida, na forma da legisla•‹o
aplic‡vel, inclusive mediante procedimentos de fiscaliza•‹o local,
realizados periodicamente pela entidade ou —rg‹o descentralizador dos
recursos ou pelo —rg‹o competente do sistema de controle interno da
Administra•‹o Pœblica;

b) quando verificado desvio de finalidade na aplica•‹o dos recursos,


atrasos n‹o justificados no cumprimento das etapas ou fases
programadas, pr‡ticas atentat—rias aos princ’pios
fundamentais de Administra•‹o Pœblica nas contrata•›es e demais
atos praticados na execu•‹o do conv•nio, ou o inadimplemento do
executor com rela•‹o a outras cl‡usulas conveniais b‡sicas;

c) quando o executor deixar de adotar as medidas saneadoras


apontadas pelo part’cipe repassador dos recursos ou por integrantes
do respectivo sistema de controle interno.

Essa medidas s‹o importantes e buscam resguardar os recursos


pœblicos de eventuais entidades que n‹o cumprem com os termos
pactuados e com a legisla•‹o aplic‡vel. Assim, caso uma organiza•‹o social
n‹o comprove a boa e regular aplica•‹o dos recursos, atesta atravŽs do
respectivo processo de presta•‹o de contas, as parcelas subsequentes
dever‹o ficar retidas, atŽ saneamento das impropriedades.
A Lei 8.666/93 determina que os saldos de conv•nio, enquanto n‹o
utilizados, ser‹o obrigatoriamente aplicados em cadernetas de
poupan•a de institui•‹o financeira oficial se a previs‹o de seu uso
for igual ou superior a um m•s, ou em fundo de aplica•‹o financeira de
curto prazo ou opera•‹o de mercado aberto lastreada em t’tulos da d’vida
pœblica, quando a utiliza•‹o dos mesmos verificar-se em prazos menores
que um m•s (¤4¼). As receitas obtidas dessas aplica•›es ser‹o

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consideradas como crŽdito do conv•nio e aplicadas, exclusivamente, no


objeto de sua finalidade (¤5¼).
Ao tŽrmino do conv•nio (conclus‹o, denœncia, rescis‹o ou extin•‹o do
conv•nio, acordo ou ajuste) os saldos financeiros remanescentes, inclusive
os provenientes das receitas obtidas das aplica•›es financeiras realizadas,
ser‹o devolvidos ˆ entidade ou —rg‹o repassador dos recursos, no
prazo improrrog‡vel de 30 (trinta) dias do evento, sob pena da
imediata instaura•‹o de tomada de contas especial do respons‡vel,
providenciada pela autoridade competente do —rg‹o ou entidade titular dos
recursos.
A tomada de contas especial Ž um procedimento administrativo que
tem por objetivo apurar danos, identificar respons‡veis e obter eventuais
ressarcimentos. Caso o titular n‹o tome as medidas cab’veis, nem instaure
a tomada de contas, poder‡ ser responsabilizado solidariamente pelo dano
decorrente do repasse dos recursos.
Vamos ver como isso cai em prova.

31. (Cespe - Analista de Planejamento/INPI/2013) Caracterizando-se como


modalidade de contrato, o convênio administrativo constitui instrumento do qual o
poder público se utiliza para associar-se a outras entidades públicas, visando mútua
colaboração.
Comentário: conforme vimos nos ensinamentos de Hely Lopes Meirelles, o
convênio é um acordo, mas não um contrato. O convênio pode ser celebrado
entre pessoas administrativas entre si, ou entre estas e entidades particulares.
Gabarito: errado.

32. (Cespe - Adm/MJ/2013) Embora institua normas para licitações e contratos da


administração pública, as disposições da Lei n.º 8.666/1993 aplicam-se, no que
couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres
celebrados por órgãos e entidades da administração.
Comentário: por força de seu art. 116, as normas da Lei 8.666/1993 aplicam-
se, no que couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos
congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração. Logo, o
item está correto.

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Gabarito: correto.

QUESTÕES MÚLTIPLA ESCOLHA

33. (FCC – Analista em Gestão Previdenciária/FUNAPE/2017) A contratação de


serviços de pavimentação de estradas municipais está sob responsabilidade de
empresa selecionada mediante procedimento de licitação. Diante da crise financeira,
no entanto, o Município pagou algumas parcelas do contrato, ainda que com atraso,
mas há mais de 120 dias suspendeu os pagamentos. A contratada,
(A) depende de autorização do Judiciário para suspender a prestação dos serviços,
mas a rescisão contratual somente pode ser efetivada mediante concordância do
poder público contratante.
(B) deve rescindir unilateralmente o contrato, não lhe sendo permitido, entretanto,
cobrar os atrasados nessa hipótese, cabível somente em caso de suspensão.
(C) considerando que se trata de contrato de prestação de serviço público, não é
permitida a rescisão unilateral do contrato, cabendo pleitear a medida judicialmente.
(D) diante do princípio da continuidade do serviço público, não pode interromper a
prestação do serviços, não obstante possa cobrar posteriormente a diferença de
valores.
(E) pode interromper a prestação dos serviços, diante do tempo de inadimplência
sucessiva, sem prejuízo de lhe ser facultado demandar judicialmente o pagamento
dos valores em aberto.
Comentário: nos contratos administrativos, as contratadas são obrigadas a
suportar os atrasos nos pagamentos até o prazo de 90 dias (art. 78, XV). Trata-
se de uma cláusula exorbitante dos contratos administrativos, constituindo uma
restrição à oposição do contrato não cumprido. Vale dizer: a simples
inadimplência do poder público não permite que o contratado imediatamente
pare de cumprir com suas obrigações, sendo que ele terá que suportar os
atrasos até o limite de 90 dias.
Dessa forma, como o prazo de atraso já é bem maior (superior 120 dias), o
contratado pode interromper a prestação dos serviços, sendo que, na falta de
pagamento, poderá a empresa pleitear judicialmente o pagamento dos valores
devidos. Nesse caso, o gabarito é a letra E.
Vejamos as outras alternativas:
a) a interrupção independe de autorização do Judiciário, pois está amparada no
art. 78, XV, da Lei de Licitações – ERRADA;

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b) a contratada interromper o serviço, mas ela não rescinde unilateralmente o


contrato (só quem pode fazer isso é o poder público). Ademais, mesmo que
ocorre a rescisão (amigável ou judicial) a contratada poderá exigir
(administrativa ou judicialmente) os pagamentos – ERRADA;
c) não se trata de contrato de prestação de serviços públicos, mas sim de
contrato de obra público. Os contratos de serviços públicos estão disciplinados
na Lei 8.987/1995, sendo que exigem a prestação de uma comodidade fruível
imediatamente pela população, que não se resume à conclusão da obra em si –
ERRADA;
d) conforme vimos, a empresa tem que aturar os atrasos até o limite de 90 dias,
após isso pode interromper os serviços. Somente não poderia interromper se
fosse um contrato de serviços públicos, no caso só admite a interrupção
mediante decisão judicial transitada em julgado – ERRADA.
Gabarito: alternativa E.

34. (FCC – Analista Administrador/Copergás/2016) Um pequeno Município do


Estado de Pernambuco, após o respectivo procedimento licitatório, celebrará o
respectivo contrato com a empresa vencedora do certame. O objeto contratual
concerne à compra de flores para o cemitério da Cidade, a ser feita em regime de
adiantamento, sendo o valor da contratação R$ 3.000,00. Nos termos da Lei nº
8.666/1993, o contrato administrativo
a) deve ser substituído por nota de empenho.
b) deve ser escrito.
c) é nulo, haja vista ser incabível licitação no caso narrado.
d) pode ser verbal.
e) deve ser precedido de licitação na modalidade tomada de preços.
Comentário: como regra, os contratos administrativos devem ser escritos.
Porém, a própria Lei 8.666/1993 prevê exceção ao caso, vejamos:
Art. 60. [...] Par‡grafo œnico. ƒ nulo e de nenhum efeito o contrato verbal
com a Administra•‹o, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento,
assim entendidas aquelas de valor n‹o superior a 5% (cinco por cento) do
limite estabelecido no art. 23, inciso II, al’nea "a" desta Lei, feitas em
regime de adiantamento.
O art. 23, II, alínea “a”, apresenta o valor de R$ 80 mil reais. Assim, 5% desse
valor será R$ 4 mil reais. Logo, as compras de até R$ 4 mil reais, feitas em regime
de adiantamento (suprimento de fundos) poderão ter contratos verbais. Seria o
caso, por exemplo, da compra e pneus para viaturas públicas em uma missão
em uma região pouco povoada.

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Logo, no caso da questão, o contrato poderá ser verbal, uma vez que de baixo
valor (R$ 3 mil) e feito em regime de adiantamento (letra D).
Agora, vamos analisar as demais opções:
a) o instrumento de contrato não é obrigatório em todos os casos. Ele será
obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas
dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites
destas duas modalidades de licitação. Nos demais casos, ele será facultativo,
podendo ser substituído por outros instrumentos hábeis, tais como carta-
contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de
execução de serviço (art. 62, caput). Além disso, o instrumento do contrato
poderá ser substituído, independentemente do valor, nos casos de compra com
entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem
obrigações futuras, inclusive assistência técnica (art. 62, § 4º). Observa-se,
portanto, que em todos os casos de substituição do instrumento de contrato, a
utilização dos outros instrumentos é facultativa, não obrigatória. Assim, mesmo
nos casos em que o instrumento de contrato não é obrigatório, a Administração
poderá utilizá-lo – ERRADA;
b) o contrato poderá ser verbal, no caso do enunciado – ERRADA;
c) a licitação, no valor previsto no enunciado, é dispensável. Porém, é possível
licitar, caso a Administração assim deseje – ERRADA;
e) pelo valor, a Administração também poderá adotar o convite, a tomada de
preços ou a concorrência, já que o valor do objeto admite qualquer das três
modalidades de licitação – ERRADA.
Gabarito: alternativa D.

35. (FCC – Auxiliar Administrativo/Copergás/2016) Considere as afirmações


abaixo.
I. O ato que autorizou sua lavratura.
II. O número do processo da licitação.
III. A sujeição dos contratantes às normas da Lei no 8.666/1993.
IV. O ato de adjudicação do objeto da licitação ao vencedor do certame.

Nos termos da Lei no 8.666/1993, após o respectivo procedimento licitatório, o


contrato administrativo deve mencionar, dentre outros, o que consta em
a) I e III, apenas.
b) I, II e III, apenas.
c) II, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.

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Comentário: de acordo com o art. 61 da Lei 8.666/1993, todo contrato deve


mencionar: (i) os nomes das partes e os de seus representantes; (ii) a finalidade;
(iii) o ato que autorizou a sua lavratura; (iv) o número do processo da licitação,
da dispensa ou da inexigibilidade; (v) a sujeição dos contratantes às normas da
Lei 8.666/1993 e às cláusulas contratuais.
Assim, apenas o item IV – “O ato de adjudicação do objeto da licitação ao
vencedor do certame” não precisa constar no contrato administrativo.
Gabarito: alternativa B.

36. (FCC – Auxiliar Administrativo/Copergás/2016) O Estado de Pernambuco, ao


final de determinado procedimento licitatório, convocou o licitante vencedor para
assinar o respectivo termo de contrato, no prazo assinalado pela lei. Tendo em vista
que o vencedor convocado não assinou o termo de contrato,
a) ao Estado só é permitido revogar o certame, podendo assim o fazer com efeitos ex
nunc.
b) faculta-se ao Estado convocar o licitante remanescente, na ordem de classificação,
para assinar o contrato no mesmo prazo e nas mesmas condições propostas ao
primeiro classificado ou revogar o certame.
c) não pode o Estado revogar o certame, devendo, necessariamente, convocar o
licitante remanescente, na ordem de classificação, para assinar o contrato no mesmo
prazo e nas mesmas condições propostas ao primeiro classificado.
d) faculta-se ao Estado convocar o licitante remanescente, na ordem de classificação,
para assinar o contrato ou revogar o certame. No primeiro caso, deve convocar no
mesmo prazo previsto para o primeiro classificado, no entanto, algumas condições
podem ser diversas das propostas ao primeiro classificado.
e) ao Estado só é permitido revogar o certame, devendo necessariamente assim o
fazer com efeitos ex tunc.
Comentário: de acordo com a Lei 8.666/1993, quando o convocado não assinar
o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo
e condições estabelecidos, faculta-se à Administração:
(i) convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para
fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro
classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade
com o ato convocatório; ou
(ii) revogar a licitação independentemente da aplicação das sanções previstas
na Lei.
Logo, o nosso gabarito é a letra B.
Gabarito: alternativa B.

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37. (FCC – Analista Judiciário/TRF-3/2016) A qualificação de um contrato firmado


com a Administração pública como administrativo traz implicações para dotar a
contratante de prerrogativas que, quando utilizadas, garantem ao contratado
determinadas e proporcionais contrapartidas ou direitos, como no caso
a) da Administração pública alterar unilateralmente o contrato administrativo, impondo
ao contratado a concordância com as novas disposições e obrigações, seja para
aumento, seja para supressão de objeto, desde que com fundamento de interesse
público e mediante indenização preestabelecida em favor do privado.
b) da rescisão unilateral, faculdade atribuída exclusivamente à Administração pública
nos casos arrolados na lei, garantido ao contratado a remuneração pelos serviços
prestados até a data da extinção do contrato, para evitar enriquecimento ilícito, vedado
agregar ao montante a ser pago o custo da desmobilização.
c) da aplicação de sanções pela Administração pública em face do contratado diante
dos casos de inexecução parcial, requisitos que permitem, no caso de reincidência, a
rescisão unilateral do ajuste, vedada qualquer remuneração em favor do contratado,
independentemente dos serviços prestados, em razão da culpa pela extinção do
ajuste.
d) de alteração unilateral do ajuste pela Administração pública, inclusive para
supressão de objeto, nos casos em que assim justificar o interesse público, ficando o
contratado obrigado a aceitar a imposição nos casos de contrato de obras de reforma
até o limite de 50% do valor contratado.
e) da Administração pública, nos casos legalmente previstos de rescisão de contratos
cujo objeto seja a prestação de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens
imóveis e móveis do contratado, bem como utilizar o pessoal empregado na execução
do contrato, para garantir a continuidade do serviço, cabendo ao contratado a
remuneração pelos serviços prestados, de cujo montante pode ser descontado o valor
correspondente aos prejuízos causados pela inexecução adequada do contrato.
Comentário: nos contratos administrativos, a Administração Pública está
investida de um conjunto de prerrogativas conhecidas como cláusulas
exorbitantes. As principais delas constam no art. 58 da Lei 8.666/1993, que
dispõe que a Administração possui, nos contratos administrativos, as seguintes
prerrogativas:
(i) modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse
público, respeitados os direitos do contratado;
(ii) rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta
Lei;
(iii) fiscalizar-lhes a execução;
(iv) aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;

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(v) nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis,
pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade
de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem
como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.
Agora, vamos julgar os itens:
a) a Administração realmente possui a prerrogativa de alterar unilateralmente os
contratos administrativos, dentro dos limites previstos em Lei. Isso, no entanto,
não gera dever de indenizar. Vale dizer, as alterações, quando permitidas, não
geram direito à indenização, mas tão somente o direito de receber
proporcionalmente ao que foi aumentado ou diminuído, em respeito ao
equilíbrio econômico-financeiro do contrato – ERRADA;
b) de fato, apenas a Administração pode rescindir o contrato unilateralmente.
Ao contratado, cabe apenas pleitear a rescisão de forma judicial ou
administrativa. O erro da alternativa, no entanto, é que o contratado pode
receber pelo custo de desmobilização, quando não der causa a rescisão
contratual (art. 79, § 2º, III) – ERRADA;
c) mesmo quando a rescisão decorrer de culpa do contratado, este deverá
receber por aquilo que prestou, descontados os valores de multas e de
ressarcimento de prejuízos causados à Administração. O Poder Público não
pode simplesmente deixar de pagar o que foi executado, sob pena de violar o
princípio da vedação do enriquecimento sem causa da Administração –
ERRADA;
d) em primeiro lugar, a rescisão unilateral não poderá ensejar a supressão do
objeto, tendo em vista que o limite para supressão unilateral é de até 25%. Para
alterar mais que isso, deverá ocorrer acordo entre as partes. Além disso, para
os acréscimos, o limite, em regra, é de 25% para as alterações unilaterais,
aplicando-se o limite de 50% apenas para os casos de reforma de edifício ou
equipamento. Portanto, não se aplica o limite de 50% para “obras” – ERRADA;
e) isso é exatamente o que consta no art. 58, V, da Lei 8.666/1993, que permite a
ocupação provisória no caso de serviços essenciais. Ademais, o contratado
deve receber, no caso de rescisão, os valores decorrentes dos serviços já
prestados, aplicando-se o desconto de multas ou de prejuízos causados quando
a rescisão for por culpa do contratado – CORRETA.
Gabarito: alternativa E.

38. (FCC – Analista Judiciário/TRT-14/2016) A empresa WX, vencedora de licitação


promovida pela União Federal, foi convocada para assinar o respectivo contrato
administrativo. No curso do prazo de convocação para a assinatura do contrato, a
mencionada empresa solicitou prorrogação do prazo, justificando a impossibilidade de

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assinar o contrato dentro do lapso temporal inicialmente previsto. Nos termos da Lei
no 8.666/1993, o prazo de convocação para a assinatura do contrato
a) não admite qualquer tipo de prorrogação.
b) poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado pela parte
durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela
Administração.
c) admite prorrogação automática uma única vez, que, portanto, independe de
justificativa, bastando a solicitação da empresa contratante.
d) poderá ser prorrogado uma vez, por período igual ou superior, quando solicitado
pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela
Administração.
e) poderá ser prorrogado duas vezes, por período igual ou inferior, desde que
solicitado pela parte durante seu transcurso e haja motivo justificado aceito pela
Administração.
Comentário: o art. 64 da Lei de Licitações dispõe que a Administração
convocará regularmente o interessado para assinar o termo de contrato, aceitar
ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos,
sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo da aplicação das
sanções previstas em Lei.
Contudo, o prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual
período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que
ocorra motivo justificado aceito pela Administração (art. 64, § 1º) – letra B.
Vejamos o erro nas demais opções:
a) é possível sim a prorrogação – ERRADA;
c) a prorrogação não é automática, pois depende de solicitação do convocado,
além de aprovação da Administração – ERRADA;
d) a prorrogação é somente “por igual período” – ERRADA;
e) somente se admite uma única prorrogação, que deverá ser por igual período
– ERRADA.
Gabarito: alternativa B.

39. (FCC – Técnico de Nível Superior/Prefeitura de Teresina-PI/2016) Uma


determinada Secretaria de Saúde estadual está licitando a construção de um hospital
referência para atendimento das pessoas portadoras de deficiência, abrangendo
todos os níveis de gravidade e comprometimento, bem como todos os tratamentos e
intervenções, inclusive cirúrgicas. Dadas as peculiaridades da obra, o Poder Público
entendeu por fazer exigências mais rigorosas para habilitação dos licitantes do que
usualmente faz nos contratos de obra regidos pela Lei no 8.666/1993. Partindo das
premissas fáticas postas, uma das possíveis exigências seria
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a) comprovação de patrimônio líquido superior a 10% do valor atribuído ao contrato,


para demonstrar e garantir a higidez financeira da empresa.
b) comprovação de experiência anterior de construção de obra da mesma natureza,
dimensão e valor, para garantir o atingimento do resultado idealizado pelo projeto
básico da licitação.
c) garantia da proposta e da execução do contrato no valor de 10% do investimento.
d) garantia da execução no valor de 10% do faturamento líquido da empresa, para
assegurar o término da obra pelo contratante no caso de descumprimento
comprovado pela contratada, garantida ampla defesa e contraditório.
e) comprovação da licitante de experiência na execução de obras civis hospitalares
com dimensão mínima, baseado em critério técnico e demonstrada a pertinência.
Comentário: essa é uma questão de licitações de um tema pouco cobrado
(habilitação) e em um nível bastante elevado. Mesmo assim, vamos comentá-la
para ajudar na compreensão do tema.
Em relação à qualificação econômico-financeira, a Lei 8.666/1993 permite que a
Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e
serviços, estabeleça, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de
capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas
na Lei.
Portanto, a Administração tem as seguintes opções:
a) pode exigir a apresentação de garantia de proposta, prevista no § 1º do art. 56,
limitada a 1% do valor estimado da contratação; ou

b) pode exigir a apresentação de capital ou patrimônio líquido mínimos.


Caso opte pela exigência de capital mínimo ou patrimônio líquido mínimo, o
valor não poderá não poderá exceder a 10% do valor estimado da contratação,
devendo a comprovação ser feita relativamente à data da apresentação da
proposta, na forma da lei, admitida a atualização para esta data através de
índices oficiais.
Portanto, a opção A está incorreta, pois o capital ou patrimônio líquido mínimos
não podem exceder a 10%.
Da mesma forma, a exigência de garantia de proposta não pode superar,
conforme já falamos, o limite de 1% do valor estimado da contratação (art. 31,
III), motivo do erro da letra C.
Além disso, a exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade
financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso
lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos de
faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade (art. 31, § 1º).
Logo, a letra D também está incorreta.

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O erro na alternativa B é um pouco mais sútil. Em relação à qualificação técnica,


a Lei 8.666/1993 permite, entre outras coisas, que se exija a comprovação de
aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em
características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das
instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis
para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um
dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos (art. 30,
II).
Contudo, não é possível exigir que a comprovação seja para uma obra de igual
natureza, valor e dimensão, por se mostrar medida desproporcional à
comprovação da capacidade da empresa, restringindo a competitividade do
certame.
Por exemplo, no Acórdão 3663/2016 - Primeira Câmara, o TCU entendeu que “é
irregular a exigência de atestado de capacidade técnica com quantitativo
mínimo superior a 50% do quantitativo de bens e serviços que se pretende
contratar, exceto nos casos em que a especificidade do objeto recomende e não
haja comprometimento à competitividade do certame, circunstância que deve
ser devidamente justificada no processo licitatório”.
Portanto, as exigências devem se tratar de quantitativos mínimos, relacionados
com as parcelas mais relevantes, mas não de uma obra igual à que será licitada;
Por fim, sobrou a opção E. Essa exigência se coaduna com as decisões do TCU
e do STJ. A ideia é exigir da empresa a comprovação de que tem experiência no
ramo do objeto que será licitado. No caso, dada a pertinência, é possível exigir
que a licitante demonstre experiência na execução de obras civis hospitalares
com dimensão mínima (e não total).28
Não se preocupe tanto com uma questão tão aprofundada, pois estas são
exceções!
Gabarito: alternativa E.

28
Um exemplo dessa validade dessa exigência ocorreu no RMS 39.883-MT, no âmbito do STJ:
Não fere a igualdade entre os licitantes, nem tampouco a ampla competitividade entre eles, o
condicionamento editalício referente à experiência prévia dos concorrentes no âmbito do objeto licitado, a
pretexto de demonstração de qualificação técnica, nos termos do art. 30, inc. II, da Lei n. 8.666⁄93. Tem-se
aí exigência plenamente proporcional pois
(i) adequada (a prévia experiência em atividades congêneres ou similares ao objeto licitado é medida que faz
presumir, como meio, a qualificação técnica - o fim visado),
(ii) necessária (a prévia experiência em atividades congêneres ou similares ao objeto licitado é medida de fácil
demonstração, autorizando a sumarização das exigências legais) e
(iii) proporcional em sentido estrito (facilita a escolha da Administração Pública, porque nivela os
competidores uma vez que parte de uma qualificação mínima, permitindo, inclusive, o destaque objetivo das
melhores propostas com base no background dos licitantes).

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40. (FCC – Analista Judiciário/TRT-23/2016) O contrato administrativo confere à


Administração pública algumas prerrogativas não concedidas ao contratado, mas
também a sujeita a controle externo,
a) que não pode adentrar às alterações unilaterais promovidas no objeto contratual,
qualitativas e quantitativas, tendo em vista que essas medidas se inserem no exame
essencialmente discricionário do contratante.
b) exercido previamente à celebração da avença, durante a fase de licitação, tendo
em vista que após o contrato constitui lei entre as partes, não podendo ser alterado,
sob pena de comprometimento do equilíbrio econômico-financeiro.
c) que se presta ao exame de legalidade não só das alterações que o Poder Público
venha a promover, qualitativas ou quantitativas, com ou sem concordância do
contratado, mas também dos termos originais do contrato celebrado, que pode ser
maculado, inclusive, por vícios identificados no procedimento licitatório.
d) exercido pela Administração pública central, quando se tratar de instrumentos
celebrados por entes da Administração indireta, hipótese em que se implementa com
maior rigor e alcance, inclusive para permitir a análise de aspectos discricionários,
desde que preservado o núcleo essencial de decisão.
e) sobre os aspectos orçamentário-financeiros, capitaneado pelo Tribunal de Contas
competente, que exerce essa competência em auxílio ao Poder Legislativo, em cujo
âmbito é promovido o exame de mérito das contratações da Administração pública,
para autorizar a celebração dos ajustes.
Comentário: essa é uma questão bem interessante, sobre o controle externo da
Administração e os contratos administrativos. Sabe-se que o controle externo é
aquele que um poder exercer sobre os atos do outro. São exemplos de controle
externo: (i) a anulação de um ato administrativo do Executivo pelo Poder
Judiciário; (ii) a análise que o Senado faz dos nomes indicados pelo Presidente
da República para direção das agências reguladoras; (iii) a possibilidade que o
Presidente da República tem de vetar ou sancionar leis; etc.
Porém, o meio de controle que a Constituição Federal expressamente chamou
de controle externo é o chamado controle orçamentário-financeiro, previsto nos
arts. 70 e 71 da Carta Política.
Em que pese o controle externo possa entrar, ainda que de forma bastante
limitada, na análise do mérito de algumas questões, ele é essencialmente um
controle de legalidade.
Dessa forma, o controle externo dos contratos administrativas busca analisar
as cláusulas originais dos contratos, incluindo os vícios identificados no
processo licitatório. Anota-se que a Lei 8.666/1993 dispõe que a nulidade do
procedimento licitatório induz à do contrato (art. 49, § 2º).
Além disso, esse controle poderá analisar as alterações quantitativas e
qualitativas dos contratos administrativos. Assim, é possível verificar, por

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exemplo, se as mudanças quantitativas não extrapolam os limites previstos na


Lei 8.666/1993 ou ainda se as mudanças qualitativas (do projeto ou das
especificações) não acabam desnaturando o objeto da licitação ao ponto de
configurar burla ao princípio da licitação. Logo, o gabarito é a letra C.
Vejamos o erro das demais opções:
a) ainda que a realização das alterações encontre-se no juízo da
discricionariedade, essa liberdade está limitada pela lei, que apresenta limites
objetivos para as alterações: as mudanças quantitativas não podem extrapolar
os limites previstos na Lei 8.666/1993; enquanto as mudanças qualitativas não
podem representar uma mudança total do objeto da licitação – ERRADA;
b) o controle pode ser exercido a qualquer momento, seja durante a licitação, na
execução contratual ou até mesmo após a conclusão do objeto – ERRADA;
d) o controle dos contratos firmados pela Administração indireta pode ser
exercido pelo ente central, porém com limites previstos em lei. Além disso, não
há consenso se o controle que o ente central exerce sobre as entidades da
administração indireta é um controle interno ou externo – ERRADA;
e) o Tribunal de Contas, de fato, exerce o controle externo, auxiliando o Poder
Legislativo. Contudo, não compete ao Tribunal de Contas fazer o registro prévio
dos contratos administrativos, isto é, o Poder Executivo não depende de
autorização do Tribunal de Contas, ou mesmo do Poder Legislativo – ERRADA.
Gabarito: alternativa C.

41. (FCC – Defensor Público/DPE-BA/2016) João, Defensor Público estadual, ao


analisar os contratos com a administração pública, verificou a falta de um dos
elementos formais do contrato. Segundo a Lei no 8.666 de 1993, por determinação do
artigo 55, esses elementos são:
I. o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional
programática e da categoria econômica.
II. a cláusula de subcontratação unilateral ad nutum.
III. a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao
convite e à proposta do licitante vencedor.
IV. o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do
reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do
adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) I, II e IV.
b) I e II.
c) II e III.

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d) III e IV.
e) I, III e IV.
Comentário: as cláusulas necessárias (ou essenciais) dos contratos
administrativos estão relacionadas no art. 55 da Lei 8.666/1993. Não vamos
relacionar toda a extensa lista do art. 55, mas apenas os dispositivos tratados
na questão. Porém, sugiro que você “pegue” a sua Lei de Licitações e aproveite
para fazer uma leitura das cláusulas necessárias.
I. o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional
programática e da categoria econômica – é cláusula necessária (art. 55, V) –
CORRETO;
II. a cláusula de subcontratação unilateral ad nutum. – NÃO é cláusula
necessária – ERRADO;
III. a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu,
ao convite e à proposta do licitante vencedor – é cláusula necessária (art. 55,
XI) – CORRETO;
IV. o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade
do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do
adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento. – é cláusula necessária
(art. 55, III) – CORRETO;
Dizer que algo é “ad nutum” significa que ele pode ser realizado a qualquer
tempo, pela vontade de apenas uma das partes. Porém, as subcontratações
somente podem ocorrer nos casos admitidos, caso a caso, pela Administração
(art. 72) e previstos no edital e no contrato (art. 78, VI). Portanto, a
subcontratação não ocorre livremente (não é “unilateral” nem “ad nutum”),
devendo o contratado obter autorização para isso, além da previsão no edital e
no contrato.
Logo, o item II está incorreto, enquanto os itens I, III e IV estão certos.
Gabarito: alternativa E.

42. (FCC – Técnico Judiciário/TRE-RR/2015) Uma das características dos contratos


administrativos denomina-se comutatividade, segundo a qual o contrato administrativo
a) deve ser executado pelo próprio contratado.
b) se expressa por escrito e com requisitos especiais.
c) é remunerado na forma convencionada.
d) pressupõe anterior licitação.
e) se reveste de obrigações recíprocas e equivalentes para as partes.
Comentário: os contratos administrativos possuem um conjunto de
características entre as quais está a comutatividade, que significa que eles se

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revestem de um conjunto de obrigações recíprocas e equivalentes entre si.


Dessa forma, enquanto o contratado tem a obrigação de entregar o objeto do
contrato, a Administração tem o dever de remunerá-lo justamente pela
conclusão do ajuste.
A opção A trata da personalidade dos contratos, uma vez que eles são, em regra,
intuitu personae, ou seja, devem ser executados pela pessoa que se obrigou
perante a Administração. Decorre disso as limitações para subcontratar a
execução do contrato.
A letra B trata do formalismo, já que os contratos, em regra, devem ser escritos,
observando-se um conjunto de requisitos.
Na letra C, sabemos que de fato os contratos devem ser remunerados na forma
convencionada, mas isso não representa em si a comutatividade. O mesmo
ocorre com a opção D, em regra, os contratos são precedidos de licitação, mas
isso também não representa a comutatividade.
Gabarito: alternativa E.

43. (FCC - AJ/TRF 2/2012) Segundo a Lei no 8.666/1993, que estabelece normas
sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras e serviços, o Projeto
Básico deve conter:
I. o conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da obra,
de acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas
− ABNT;
II. desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e
identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;
III. soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a
minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de
elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem;
IV. informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos,
instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter
competitivo para a sua execução.

É correto o que consta APENAS em


a) II e IV.
b) II e III.
c) II, III e IV.
d) III e IV.
e) I e III.
Comentário: vamos reproduzir a legislação para fixação dos conceitos de
projeto básico e projeto executivo:

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Art. 6¼ [...] IX - Projeto B‡sico - conjunto de elementos necess‡rios e


suficientes, com n’vel de precis‹o adequado, para caracterizar a obra ou
servi•o, ou complexo de obras ou servi•os objeto da licita•‹o, elaborado
com base nas indica•›es dos estudos tŽcnicos preliminares, que assegurem
a viabilidade tŽcnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do
empreendimento, e que possibilite a avalia•‹o do custo da obra e a
defini•‹o dos mŽtodos e do prazo de execu•‹o, devendo conter os seguintes
elementos:
a) desenvolvimento da solu•‹o escolhida de forma a fornecer vis‹o
global da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos
com clareza;
b) solu•›es tŽcnicas globais e localizadas, suficientemente
detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformula•‹o
ou de variantes durante as fases de elabora•‹o do projeto executivo
e de realiza•‹o das obras e montagem;
c) identifica•‹o dos tipos de servi•os a executar e de materiais e
equipamentos a incorporar ˆ obra, bem como suas especifica•›es que
assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o
car‡ter competitivo para a sua execu•‹o;
d) informa•›es que possibilitem o estudo e a dedu•‹o de mŽtodos
construtivos, instala•›es provis—rias e condi•›es organizacionais
para a obra, sem frustrar o car‡ter competitivo para a sua
execu•‹o;
e) subs’dios para montagem do plano de licita•‹o e gest‹o da obra,
compreendendo a sua programa•‹o, a estratŽgia de suprimentos, as
normas de fiscaliza•‹o e outros dados necess‡rios em cada caso;
f) or•amento detalhado do custo global da obra, fundamentado em
quantitativos de servi•os e fornecimentos propriamente avaliados;
X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necess‡rios e
suficientes ˆ execu•‹o completa da obra, de acordo com as normas
pertinentes da Associa•‹o Brasileira de Normas TŽcnicas - ABNT;
(grifos nossos)
Está errado apenas o item I, que apresentou o conceito de projeto executivo. As
demais afirmativas estão todas corretas.
Gabarito: alternativa C.

44. (FCC - AJ/TST/2012) A duração dos contratos regidos pela Lei no 8.666/93, em
regra, ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários. Essa regra
comporta exceções, dentre as quais NÃO se inclui o caso de
a) aluguel de equipamentos e utilização de programas de informática, podendo a
duração estender-se pelo prazo de até 48 meses após o início da vigência do contrato.
b) prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a
sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de
preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses.
c) projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas na Lei de
Diretrizes Orçamentárias, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da
Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório.
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d) fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam,


cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer
de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão, cujos
contratos poderão ter vigência por até 120 meses, caso haja interesse da
Administração.
e) contratação em situação de possibilidade de comprometimento da segurança
nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o
Conselho de Defesa Nacional, situação em que os contratos poderão ter vigência por
até 120 meses, caso haja interesse da Administração.
Comentário: vejamos quais os casos apresentados no artigo 57 da LLC que
permitem a modificação de vigência:
a) aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas
estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poder‹o ser prorrogados se
houver interesse da Administra•‹o e desde que isso tenha sido
previsto no ato convocat—rio;
b) ˆ presta•‹o de servi•os a serem executados de forma cont’nua, que
poder‹o ter a sua dura•‹o prorrogada por iguais e sucessivos per’odos com
vistas ˆ obten•‹o de pre•os e condi•›es mais vantajosas para a
administra•‹o, limitada a sessenta meses. Em car‡ter excepcional,
devidamente justificado e mediante autoriza•‹o da autoridade superior,
este prazo poder‡ ser prorrogado por mais doze meses.
c) ao aluguel de equipamentos e ˆ utiliza•‹o de programas de
inform‡tica, podendo a dura•‹o estender-se pelo prazo de atŽ 48
(quarenta e oito) meses ap—s o in’cio da vig•ncia do contrato.
d) ˆs hip—teses de licita•‹o dispens‡vel previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII
e XXXI do art. 24, cujos contratos poder‹o ter vig•ncia por atŽ 120 (cento
e vinte) meses, caso haja interesse da administra•‹o [...]
Art. 24. [...]
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da seguran•a
nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da Repœblica,
ouvido o Conselho de Defesa Nacional; [...]
XIX - para as compras de material de uso pelas For•as Armadas, com
exce•‹o de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver
necessidade de manter a padroniza•‹o requerida pela estrutura de apoio
log’stico dos meios navais, aŽreos e terrestres, mediante parecer de
comiss‹o institu’da por decreto; [...]
XXVIII Ð para o fornecimento de bens e servi•os, produzidos ou prestados
no Pa’s, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade
tecnol—gica e defesa nacional, mediante parecer de comiss‹o
especialmente designada pela autoridade m‡xima do —rg‹o. [...]
A alternativa C trocou o plano plurianual pela lei de diretrizes orçamentárias,
estando, portanto, errada.
Gabarito: alternativa C.

45. (FCC - Proc/AL PB/2013) A Lei Federal no 8.666/93 agasalha a presença de


diversas cláusulas exorbitantes que caracterizam o regime jurídico dos contratos

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administrativos e excepcionam o regime contratual comum. NÃO merece a


qualificação de cláusula exorbitante
a) o poder de rescisão unilateral do contrato, nos casos especificados na lei.
b) o poder de modificação do contrato, independente da vontade do contratado, para
melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do
contratado e os limites estabelecidos na lei.
c) a chamada exceptio non adimpleti contractus (exceção do contrato não cumprido).
d) a possibilidade de aplicar sanções ao contratado, de forma unilateral, pela
inexecução parcial ou total do ajuste.
e) a prerrogativa de, nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens
móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da
necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo
contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.
Comentário: de acordo com o artigo 58 da LLC,
Art. 58. O regime jur’dico dos contratos administrativos institu’do por esta
Lei confere ˆ Administra•‹o, em rela•‹o a eles, a prerrogativa de:
I - modific‡-los, unilateralmente, para melhor adequa•‹o ˆs finalidades
de interesse pœblico, respeitados os direitos do contratado;
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do
art. 79 desta Lei;
III - fiscalizar-lhes a execu•‹o;
IV - aplicar san•›es motivadas pela inexecu•‹o total ou parcial do ajuste;
V - nos casos de servi•os essenciais, ocupar provisoriamente bens m—veis,
im—veis, pessoal e servi•os vinculados ao objeto do contrato, na hip—tese
da necessidade de acautelar apura•‹o administrativa de faltas contratuais
pelo contratado, bem como na hip—tese de rescis‹o do contrato
administrativo.
Dessa forma, a única alternativa que não corresponde a uma cláusula
exorbitante é a C.
No direito privado, as partes são obrigadas a cumprir as obrigações assumidas
desde que a outra parte seja adimplente também. Ou seja, enquanto uma parte
cumpre com as suas obrigações, a outra também deve cumpri-las. Todavia, se
uma parte se tornar inadimplente, a outra poderá deixar de cumprir os seus
compromissos. A isso dá-se o nome de oposição da exceção do contrato não
cumprido (exceptio non adimpleti contractus).
Nos contratos administrativos, contudo, há exceções:
Art. 78. Constituem motivo para rescis‹o do contrato: [...]
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela
Administra•‹o decorrentes de obras, servi•os ou fornecimento, ou parcelas
destes, j‡ recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pœblica,
grave perturba•‹o da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado
o direito de optar pela suspens‹o do cumprimento de suas obriga•›es atŽ
que seja normalizada a situa•‹o;

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Vejam que o contratado não poderá opor-se diretamente, pois deverá esperar 90
dias para, só então, desobrigar-se dos compromissos assumidos.
Nessa linha, nos contratos administrativos existem restrições à oposição da
exceção do contrato não cumprido, ou seja, o contratado não poderá opor-se
diretamente ao não cumprimento contratual diretamente, pois deverá esperar o
prazo de inadimplência de 90 dias.
Gabarito: alternativa C.

46. (FCC – ACE/TCE AP/2012) Poderá ser exigida prestação de garantia nas
contratações de obras, serviços e compras celebradas pela Administração Pública.
NÃO se trata de uma modalidade de garantia que o contratado poderá optar:
a) caução em dinheiro.
b) caução em títulos da dívida pública.
c) fiança bancária.
d) seguro-garantia.
e) fiador com imóvel registrado.
Comentário: o Art. 56, §1º da LLC apresenta as seguintes modalidades de
garantia:
¥ caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública – alternativas A e B;

¥ seguro-garantia – alternativa D; e

¥ fiança bancária – alternativa C.


Assim, a alternativa que não apresenta nenhuma modalidade de garantia é a E.
Gabarito: alternativa E.

47. (FCC – Adm/SERGAS/2013) Em contratos administrativos regidos pela Lei no


8.666/1993, a garantia de execução do objeto pelo contratado é
a) obrigatória, quando se tratar de contrato de obras, podendo ser prestada mediante
caução em dinheiro ou títulos da dívida pública, seguro-garantia ou fiança bancária.
b) admitida, nos termos do edital e do contrato, apenas quando se tratar de compras
ou fornecimento para entrega futura, limitada a 5% do valor estimado da contratação.
c) obrigatória, em contratos de obras e fornecimento de equipamentos de grande
vulto, limitada a 10% do valor estimado da contratação.
d) admitida, nos termos do edital e do contrato, para obras e serviços de grande vulto,
limitada a 15% do valor estimado da contratação.
e) admitida, nas contratações de obras, serviços e compras, a critério da autoridade
competente e desde que prevista no edital, podendo ser prestada mediante caução
em dinheiro ou títulos da dívida pública, seguro-garantia ou fiança bancária.
Comentário: vamos analisar questão a questão?

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a) e c) a exigência de garantia não é obrigatória. Fica a cargo de a Administração


requerê-la ou não – ERRADA;
b) a garantia é admitida, nos termos do edital, para contratos de obras, serviços
e compras em que a Administração desejar fazer uso. Ela ficará limitada a 5%
do valor estimado da contratação com exceção dos contratos de obras, serviços
e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos
financeiros consideráveis, nos quais poderá chegar a 10% do valor. Além disso,
nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Administração,
dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantia deverá ser
acrescido o valor desses bens – ERRADA;
d) conforme falamos na alternativa acima, o valor poderá chegar a 10% do valor
e não 15% - ERRADA;
Com isso a nossa alternativa correta é a letra E.
Gabarito: alternativa E.

48. (FCC - AJ/TRT 6/2012) No curso da execução de contrato administrativo regido


pela Lei no 8.666/1993 para a construção de uma rodovia, identificou-se a
necessidade de alteração do projeto inicial para melhor adequação técnica. A
alteração importou majoração dos encargos do contratado, em relação àqueles
tomados por base para o oferecimento de sua proposta na fase de licitação. Diante
dessa situação, a Administração contratante
a) poderá alterar unilateralmente o contrato, desde que a alteração do projeto não
importe acréscimo de mais de 50% do objeto.
b) poderá alterar o contrato de forma consensual com o contratado, assegurado o
reequilíbrio econômico-financeiro, que não poderá superar 25% do valor do contrato.
c) poderá alterar unilateralmente o contrato, sem necessidade de recomposição do
equilíbrio econômico-financeiro, que somente é devido nas hipóteses de álea
econômica extraordinária.
d) poderá alterar unilateralmente o contrato, reestabelecendo o seu equilíbrio
econômico-financeiro por aditamento contratual.
e) somente poderá alterar o contrato se contar com a concordância do contratado e
assegurado o seu reequilíbrio econômico-financeiro.
Comentário: a modificação do projeto ou das especificações para melhor
adequação técnica aos seus objetivos constitui hipótese de alteração unilateral
do contrato pela Administração. Somente com essa informação já podemos
descartar as alternativas B e E, que mencionam a necessidade de concordância
com o contratado.
Vejamos então as alternativas A, C e D:

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a) o acréscimo máximo de 50% é enquadrado apenas para reforma de edifício


ou de equipamento. No caso de obras – como o mencionado na questão – o
valor de acréscimo não poderá superar 25% (vinte e cinco por cento) do valor
inicial atualizado do contrato – ERRADA;
c) e d) havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do
contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio
econômico-financeiro inicial (art. 65, §6º). Dessa forma, a opção C está errada,
enquanto a opção D está correta.
Assim, nossa resposta é alternativa D.
Gabarito: alternativa D.

49. (FCC - TJ/TRF 2/2012) Analise, sob o tema dos contratos administrativos, as
prerrogativas conferidas à Administração em relação a esses contratos:
I. Modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse
público, respeitado os direitos do contratado.
II. Rescindi-los unilateralmente, em qualquer hipótese, desde que necessário.
III. Ocupar provisoriamente, em determinadas hipóteses, bens móveis e imóveis e
serviços vinculados ao objeto do contrato nos casos de serviços essenciais.
IV. Aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste.
Nesses casos, está correto o que consta APENAS em
a) I, III e IV.
b) II e III.
c) II, III e IV.
d) I e IV.
e) I e II.
Comentário: as prerrogativas conferidas à Administração encontram-se no
artigo 58 da LLC, vejamos:
I - modific‡-los, unilateralmente, para melhor adequa•‹o ˆs finalidades de
interesse pœblico, respeitados os direitos do contratado;
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art.
79 desta Lei;
III - fiscalizar-lhes a execu•‹o;
IV - aplicar san•›es motivadas pela inexecu•‹o total ou parcial do ajuste;
V - nos casos de servi•os essenciais, ocupar provisoriamente bens m—veis,
im—veis, pessoal e servi•os vinculados ao objeto do contrato, na hip—tese
da necessidade de acautelar apura•‹o administrativa de faltas contratuais
pelo contratado, bem como na hip—tese de rescis‹o do contrato
administrativo.
Assim, temos as afirmativas I, III e IV corretas (alternativa A).

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O erro da afirmativa II é que a rescisão só poderá ser determinada por ato


unilateral e escrito da Administração, nos casos enumerados nos incisos I a XII
e XVII do artigo 78 da Lei 8.666/1993.
Gabarito: alternativa A.

50. (FCC - TJ/TRF 2/2012) Sob o aspecto da inexecução e da rescisão dos contratos,
NÃO constitui motivo, dentre outros, para a rescisão contratual:
a) a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que
prejudique a execução do contrato.
b) a paralisação da obra, serviço ou fornecimento, sem justa causa e prévia
comunicação à Administração.
c) o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos.
d) a dissolução da sociedade ou do falecimento do contratado.
e) o atraso justificado no início da obra, serviço ou fornecimento.
Comentário: embora longo, vejamos o texto do art. 78 da LLC. Ele dispõe sobre
os motivos para a rescisão e nos ajudará a responder essa pergunta (além de
complementar o que já falamos):
Art. 78. Constituem motivo para rescis‹o do contrato:
I - o n‹o cumprimento de cl‡usulas contratuais, especifica•›es, projetos ou
prazos;
II - o cumprimento irregular de cl‡usulas contratuais,
especifica•›es, projetos e prazos; (alternativa C)
III - a lentid‹o do seu cumprimento, levando a Administra•‹o a comprovar
a impossibilidade da conclus‹o da obra, do servi•o ou do fornecimento, nos
prazos estipulados;
IV - o atraso injustificado no in’cio da obra, servi•o ou fornecimento;
(alternativa E)
V - a paralisa•‹o da obra, do servi•o ou do fornecimento, sem justa
causa e prŽvia comunica•‹o ˆ Administra•‹o; (alternativa B)
VI - a subcontrata•‹o total ou parcial do seu objeto, a associa•‹o do
contratado com outrem, a cess‹o ou transfer•ncia, total ou parcial, bem
como a fus‹o, cis‹o ou incorpora•‹o, n‹o admitidas no edital e no contrato;
VII - o desatendimento das determina•›es regulares da autoridade
designada para acompanhar e fiscalizar a sua execu•‹o, assim como as de
seus superiores;
VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execu•‹o, anotadas na
forma do ¤ 1o do art. 67 desta Lei;
IX - a decreta•‹o de fal•ncia ou a instaura•‹o de insolv•ncia civil;
X - a dissolu•‹o da sociedade ou o falecimento do contratado;
(alternativa D)
XI - a altera•‹o social ou a modifica•‹o da finalidade ou da estrutura
da empresa, que prejudique a execu•‹o do contrato; (alternativa A)

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XII - raz›es de interesse pœblico, de alta relev‰ncia e amplo conhecimento,


justificadas e determinadas pela m‡xima autoridade da esfera
administrativa a que est‡ subordinado o contratante e exaradas no
processo administrativo a que se refere o contrato;
XIII - a supress‹o, por parte da Administra•‹o, de obras, servi•os ou
compras, acarretando modifica•‹o do valor inicial do contrato alŽm do
limite permitido no ¤ 1o do art. 65 desta Lei;
XIV - a suspens‹o de sua execu•‹o, por ordem escrita da Administra•‹o,
por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade
pœblica, grave perturba•‹o da ordem interna ou guerra, ou ainda por
repetidas suspens›es que totalizem o mesmo prazo, independentemente
do pagamento obrigat—rio de indeniza•›es pelas sucessivas e
contratualmente imprevistas desmobiliza•›es e mobiliza•›es e outras
previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela
suspens‹o do cumprimento das obriga•›es assumidas atŽ que seja
normalizada a situa•‹o;
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela
Administra•‹o decorrentes de obras, servi•os ou fornecimento, ou parcelas
destes, j‡ recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pœblica,
grave perturba•‹o da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado
o direito de optar pela suspens‹o do cumprimento de suas obriga•›es atŽ
que seja normalizada a situa•‹o;
XVI - a n‹o libera•‹o, por parte da Administra•‹o, de ‡rea, local ou objeto
para execu•‹o de obra, servi•o ou fornecimento, nos prazos contratuais,
bem como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto;
XVII - a ocorr•ncia de caso fortuito ou de for•a maior, regularmente
comprovada, impeditiva da execu•‹o do contrato.
Par‡grafo œnico. Os casos de rescis‹o contratual ser‹o formalmente
motivados nos autos do processo, assegurado o contradit—rio e a ampla
defesa.
XVIII Ð descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem preju’zo
das san•›es penais cab’veis.
Portanto, das alternativas apresentadas, a única que não apresenta motivo
cabível para a rescisão do contrato é a alternativa E, uma vez que o atraso deve
ser injustificado.
Aproveitando para acrescentar um pouco mais, as hipóteses de rescisão
unilateral são as que constam nos incisos I a XII e XVII demonstrados acima.
Gabarito: alternativa E.

51. (FCC - AJ/TRF 2/2012) No tocante à formalização de todos os contratos


administrativos, são cláusulas necessárias, dentre outras, as que estabeleçam:
I. o objeto e seus elementos característicos.
II. o regime de execução, a modalidade de garantia a ser ofertada pelo contratado e a
forma de fornecimento.
III. o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional
programática e da categoria econômica.

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IV. a obrigatoriedade da exigência de garantias, em qualquer hipótese, para assegurar


sua plena execução.

Nesses casos, está correto o que consta APENAS em


a) I e II.
b) I, III e IV.
c) II e III.
d) I, II e IV.
e) I e III.
Comentário: as cláusulas necessárias dos contratos administrativos são
aquelas que constam no art. 55 da Lei 8.666/1993.
I. o objeto e seus elementos característicos.
Isso mesmo! O objeto e seus elementos característicos são considerados
cláusulas necessárias ao contrato (art. 55, I) – CORRETA;
II. o regime de execução, a modalidade de garantia a ser ofertada pelo contratado e a
forma de fornecimento.
A modalidade de garantia não constitui cláusula necessária ao contrato, pois
não está enumerada no art. 55 da Lei 8.666/1993 – ERRADA;
III. o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional
programática e da categoria econômica.
O art. 55, V, determina como cláusula necessária o crédito pelo qual correrá a
despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da
categoria econômica – CORRETA;
IV. a obrigatoriedade da exigência de garantias, em qualquer hipótese, para assegurar
sua plena execução.
A Administração pode ou não fazer a exigência de garantia (art. 56), ou seja,
deverá decidir discricionariamente pela necessidade de exigir garantia.
Portanto, essa não é uma cláusula necessária – ERRADA.
Finalizando, temos: I – correto; II – errado; III – correto; e IV – errado. Dessa
forma, nossa resposta corresponde a alternativa E (I e III).
Gabarito: alternativa E.

52. (FCC - AJ/TRF 2/2012) Conforme a Lei no 8.666/1993, todo e qualquer ajuste
entre órgãos ou entidades da administração pública e particulares, em que haja um
acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações
recíprocas, seja qual for a denominação utilizada, considera-se:
a) compromisso.
b) termo.
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c) contrato.
d) memorando.
e) preferência.
Comentário: a banca resolveu dar uma moleza para o candidato não é mesmo?
Questão facilmente respondida! Conforme o art. 2º da Lei 8.666/1993, considera-
se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração
Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de
vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação
utilizada.
Gabarito: alternativa C.

53. (FCC – TJ/TRF 5/2013) Constitui característica peculiar dos contratos


administrativos, a
a) mutabilidade, consistente na possibilidade de alteração de seu objeto pela
Administração.
b) presença de cláusulas exorbitantes, que conferem privilégios à Administração em
relações aos particulares.
c) possibilidade de alteração unilateral pelo contratado na hipótese de área econômica
extraordinária.
d) mutabilidade, consistente na alteração da equação econômico-financeira original,
nas hipóteses de reequilíbrio previstas legalmente.
e) presença de cláusulas exorbitantes, que asseguram à Administração a
possibilidade de alteração unilateral, ainda que em detrimento do equilíbrio
econômico-financeiro do contrato.
Comentário:
a) os contratos administrativos são mutáveis, ou seja, eles admitem formas de
alteração do ajuste inicialmente pactuado (de forma unilateral e bilateral), desde
que observadas as exigências e limitações da Lei de Licitações e Contratos.
Nesse sentido, é possível a alteração contratual no que se refere às cláusulas
qualitativas (adequação técnica) e quantitativas (acréscimos ou diminuições de
valor). Entretanto, o objeto permanece o mesmo, sob pena de transmutação do
objeto do contrato. Explicando melhor, o objeto não pode ser alterado, uma vez
que a Administração e o particular encontram-se vinculados ao instrumento
convocatório da licitação. Dessa forma, não pode ser licitada a construção de
uma ponte e, depois, alterar o objeto para construir um edifício. Da mesma
forma, não poderia ser feita a licitação para aquisição de cadernos e, depois,
alterar o objeto para livros.
Assim, as alterações ocorrem nos quantitativos e nas especificações, mas o
objeto do contrato permanece o mesmo (construção de um prédio, construção
de uma ponte, fornecimento de cadernos, etc.) – ERRADA;
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b) as cláusulas exorbitantes são prerrogativas concedidas pelo regime jurídico


de direito público à Administração que a colocam em situação de superioridade
perante o particular, e representam a principal diferença entre os contratos de
direito público (contratos administrativos) e os contratos de direito privado –
CORRETA;
c) nos casos de álea econômica extraordinária e extracontratual, a modificação
do contrato se dará por acordo entre as partes para restabelecer a relação
pactuada inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da
administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento,
objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do
contrato (art. 65, II, “d”) – ERRADA;
d) a doutrina costuma mencionar que as alterações unilaterais alcançam apenas
as cláusulas regulamentares, também conhecidas como cláusulas de serviço
ou de execução. Porém, a alteração unilateral não alcança as cláusulas
econômico-financeiras (relação entre remuneração e encargos do contratado) –
ERRADA;
e) as cláusulas exorbitantes asseguram à Administração a possibilidade de
alteração unilateral. Todavia, sempre que alteração do contrato concorrer para
o aumento de encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por
aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial – ERRADA.
Gabarito: alternativa B.

54. (FCC - TJ/TRE RO/2013) Nos contratos administrativos, mesmo naqueles não
precedidos de licitação, a Administração pública estabelece todas as cláusulas
contratuais; justamente por tal razão, são tidos como contratos de adesão. A frase em
questão
a) está correta, uma vez que os contratos administrativos são considerados contratos
de adesão.
b) não está correta, porque a Administração pública não estabelece previamente todas
as cláusulas contratuais.
c) não está correta, porque inexiste contrato que não seja precedido de licitação.
d) está correta, porque embora a Administração pública nem sempre esteja vinculada
ao ordenamento jurídico, é ela quem dita todas as cláusulas contratuais.
e) não está correta, porque, embora a Administração pública estabeleça previamente
todas as cláusulas contratuais, os contratos administrativos não são tidos como
contratos de adesão.
Comentário: os chamados contratos de adesão são aqueles em que a
Administração dispõe sobre todos os termos. Na formalização desse contrato
com o interessado, cabe ao segundo apenas aceitar, ou não, o que foi disposto
no documento. Em caso de aceitação, temos a adesão do contratado.

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Vejamos agora as alternativas:


a) perfeito! Um contrato de adesão é aquele em que uma das partes estabelece
todas as cláusulas do contrato, cabendo à outra apenas concordar com os
termos contratuais. Por exemplo, o contrato que as pessoas físicas firmam com
empresas de telefonia ou de internet são contratos de adesão, uma vez que as
empresas estabelecem todas as cláusula, enquanto o particular apenas deve
concordar, caso deseje receber o serviço.
Nos contratos administrativos, a Administração Pública estabelece todas as
cláusulas contratuais, enquanto os particulares apenas devem aderir aos
termos estabelecidos pelo Poder Público. Portanto, os contratos
administrativos são contratos de adesão – CORRETA;
b) como acabamos de ver, é a Administração que estabelece previamente todas
as cláusulas contratuais – ERRADA;
c) em regra, o contrato é a consequência da licitação. Entretanto, existem casos
de dispensa ou inexigibilidade de licitação, nos quais o contrato será firmado
sem prévio procedimento licitatório – ERRADA;
d) a administração pública sempre estará vinculada ao ordenamento jurídico –
ERRADA;
e) os contratos administrativos podem ser entendidos como contratos de
adesão – ERRADA.
Gabarito: alternativa A.

55. (FCC - AJ/TRT 19/2014) Uma das características dos contratos administrativos
decorre justamente das denominadas cláusulas exorbitantes, que conferem à
Administração pública o poder de, unilateralmente, alterar cláusulas contratuais ou
rescindir o contrato, por motivo de interesse público e é chamada de
a) onerosidade.
b) comutatividade.
c) intuitu personae.
d) mutabilidade.
e) formalidade.
Comentário: vamos as definições:
® onerosidade: significa que os contratos administrativos, em regra, geram
um ônus financeiro para a Administração, isto é, o Poder Público terá que
pagar pela realização do objeto do contrato. Destaca-se, todavia, que bem
todos os contratos são onerosos para a Administração, como ocorre na
alienação (venda), em que o ônus será do particular que fará a aquisição
do produto;

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® comutatividade: a comutatividade significa que os interesses da partes são


opostos. Assim, enquanto a Administração deseja pagar o mínimo possível
pelo serviço, o contratado deseja receber o máximo possível;

® intuitu personae: característica dos contratos administrativos que indica


que eles são pessoais, ou seja, devem ser realizados pela pessoa que se
obrigou perante à Administração. Assim, somente em casos restritos os
serviços podem ser subcontratados.

® mutabilidade: traço característico do contrato administrativo, decorrente


da possibilidade de alterar os termos inicialmente pactuados. Com efeito,
determinadas cláusulas exorbitantes conferem à Administração o poder
de, unilateralmente, alterar as cláusulas regulamentares ou reincidir o
contrato antes do prazo estabelecido, por motivo de interesse público.
Além da alteração unilateral, também é possível modificar os termos por
acordo das partes;

® formalidade: a formalidade é a regra nos contratos administrativos. De


acordo com o art. 61 da Lei 8.666/1993, todo contrato administrativo deve
mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade,
o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da
dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas da
Lei de Licitações e Contratos e também às próprias cláusulas contratuais
(art. 61). Além disso, em regra, os contratos administrativos são escritos,
admitindo-se o contrato verbal para pequenas compras de pronto
pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a R$ 4.000,00,
feitas em regime de adiantamento. Para os demais casos, o contrato verbal
será nulo e de nenhum efeito.
Assim, o poder de alterar unilateralmente os contratos administrativos se
relaciona com a característica de mutabilidade (opção D) dos contratos
administrativos.
Gabarito: alternativa D.

56. (FCC - TJ/TRE SP/2012) Os contratos administrativos, de acordo com a Lei no


8.666/1993, possuem vigência adstrita aos respectivos créditos orçamentários,
constituindo EXCEÇÃO
a) os contratos de obras, que poderão ser prorrogados por até 24 meses, caso
comprovada a ocorrência de condições supervenientes que determinem a alteração
do projeto.
b) os contratos para entrega futura e parcelada de bens, que poderão ser prorrogados
até o limite de 24 meses, para atender necessidade contínua da Administração.

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c) os contratos de prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que


poderão ser prorrogados, por iguais e sucessivos períodos, até o limite de 60 meses.
d) os contratos por escopo, até limite de 12 meses, e desde que o objeto esteja contido
nas metas estabelecidas no Plano Plurianual.
e) o aluguel de equipamentos e a utilização de programas de informática, até o limite
de 60 meses e por mais 12 meses, em caráter excepcional.
Comentário: as regras sobre prorrogação dos contratos estão previstas no art.
57 da Lei 8.666/1993, que determina que a duração dos contratos é limitada à
vigência dos respectivos créditos orçamentários, mas admite algumas
exceções:
® contratos relativos a projetos cujos produtos estejam contemplados nas
metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados
se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto
no ato convocatório;

® contratos de prestação de serviços a serem executados de forma contínua,


que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos
com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a
administração, limitada a sessenta meses. Excepcionalmente, este período
poderá ser prorrogado por mais doze meses, desde que devidamente
justificado e autorizado pela autoridade superior;

® contratos de aluguel de equipamentos e à utilização de programas de


informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta
e oito) meses após o início da vigência do contrato;

® contratos relativos às hipóteses de licitação dispensável previstas nos


incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24 , cujos contratos poderão ter vigência
por até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da administração.
Vamos analisar as alternativas:
a) essa não é exatamente uma hipótese de prorrogação contratual. A redação
da questão se aproxima do que consta no art. 57, §1º, II, da Lei 8.888/1993, que
dispõe que os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de
entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e
assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que
ocorra superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade
das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato
– ERRADA;
b) a questão misturou conceitos, como a necessidade de entrega futura, que se
relaciona com o sistema de registro de preços, e a necessidade contínua da
Administração. Os contratos que podem ser prorrogados são os de prestação

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de serviços de natureza contínua, e não de entrega futura e parcelada de bens.


Além disso, o prazo é de 60 meses – ERRADA;
c) a prestação de serviços a serem executados de forma contínua, poderá ter a
sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos, limitada a sessenta
meses (art. 57, II) – CORRETA;
d) os projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas
no Plano Plurianual, poderão ser prorrogados se houver interesse da
Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório (art.
57, I). Todavia, novamente não temos um prazo previsto na Lei – ERRADA;
e) o aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, poderá
ter a sua duração estendida pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o
início da vigência do contrato – ERRADA.
Gabarito: alternativa C.

57. (FCC - AFF/TCE-SP/2012) Determinado órgão da Administração estadual


celebrou, após regular procedimento licitatório, contrato de prestação de serviços de
vigilância. Aproximando-se do prazo final do contrato, com base na Lei no 8.666/93, o
órgão
a) está obrigado a instaurar novo procedimento licitatório, eis que os contratos
administrativos não admitem prorrogação, limitando-se ao prazo compatível com a
dotação orçamentária que lhes dá suporte.
b) poderá prorrogar o contrato, eis que os contratos administrativos admitem
prorrogação, independentemente da natureza do serviço, até o máximo de 12 meses
e desde que assegurada dotação orçamentária.
c) está obrigado a instaurar novo procedimento licitatório, exceto se comprovar que a
interrupção do serviço causará prejuízo ao serviço público, situação em que,
assegurado o suporte orçamentário, poderá prorrogar o contrato pelo prazo máximo
de 12 meses.
d) poderá prorrogar o contrato, excepcionalmente, até o limite de 6 meses, se
comprovar que o preço contratado situa-se abaixo dos praticados no mercado e que
não haverá tempo hábil para realização de nova licitação.
e) poderá prorrogar o contrato, desde que caracterizado que se trata de serviços a
serem executados de forma contínua, até o máximo de 60 meses e,
excepcionalmente, por mais 12 meses.
Comentário:
a), c) e d) os serviços de vigilância enquadram-se no grupo dos serviços de
natureza contínua e, portanto, seus contratos admitem sucessivas
prorrogações, até o prazo de sessenta meses – ERRADAS;

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b) os contratos administrativos admitem prorrogação, mas isso varia de acordo


com a natureza do serviço, conforme os casos especificados no art. 57 da Lei
8.666/1993 – ERRADA;
e) por fim, chegamos ao que já foi comentado em outras alternativas. O serviço
de vigilância se dará em continuidade, podendo dessa forma, ser prorrogado
por até sessenta meses. Em caráter excepcional, devidamente justificado e
mediante autorização da autoridade superior, este prazo poderá ser prorrogado
por mais doze meses – CORRETA.
Gabarito: alternativa E.

58. (FCC - Adm/SERGAS/2013) A Administração celebrou contrato tendo por objeto


a utilização de programas de informática e, identificando condições financeiras
vantajosas para a manutenção do referido contrato por mais de um exercício, poderá
prever, com base nas disposições da Lei no 8.666/1993,
a) a extensão da duração do contrato por até 48 meses após o início de sua vigência.
b) sucessivas prorrogações, até o limite de 60 (sessenta) meses, por iguais períodos.
c) a duração do contrato adstrita à vigência dos correspondentes créditos
orçamentários, desde que previstos no Plano Plurianual.
d) a possibilidade de prorrogação do contrato até 60 (sessenta) meses e,
excepcionalmente, por mais 12 (doze) meses, mediante justificativa da autoridade
competente.
e) a extensão da duração do contrato por até 48 meses, desde que previsto no Plano
Plurianual e, por mais 12 (doze) meses, em caráter excepcional.
Comentário: continuando o raciocínio da outra assertiva, temos que para o
aluguel de equipamentos e utilização de programas de informática, a duração
contratual poderá estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após
o início da vigência do contrato. Portanto, correta a alternativa A.
O erro das alternativas B e D é que o prazo apresentado não se refere a
programas de informática, mas sim a prestação de serviços a serem executados
de forma contínua.
A alternativa C apresentou uma situação em que é possível realizar a
prorrogação dos contratos: “aos projetos cujos produtos estejam
contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão
ser prorrogados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha
sido previsto no ato convocatório” (art. 57, I). Ora, essa é justamente uma
exceção de quando a duração do contrato não ficará adstrita à vigência dos
créditos orçamentários. No entanto, a questão está errada, pois não
corresponde à situação prevista no enunciado.

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Por fim, a alternativa E faz uma mistura de tudo. O prazo de 48 meses


corresponde aos programas de informática; a previsão no Plano Plurianual trata
de uma das hipóteses de prorrogação; e a possibilidade de prorrogação
excepcional por mais doze meses se refere aos serviços contínuos – ERRADA.
Gabarito: alternativa A.

59. (FCC - ACE/TCE AP/2012) Após sagrar-se vencedor em procedimento licitatório


para execução de obra pública, o particular subcontratou parte dos serviços objeto do
contrato celebrado com a Administração. De acordo com a Lei no 8.666/1993, essa
subcontratação é
a) legal, desde que no limite admitido no edital e no contrato, sem prejuízo das
responsabilidades legais e contratuais do contratado.
b) ilegal, tendo em vista que o contrato administrativo é intuito personae, constituindo
a subcontratação uma burla ao procedimento licitatório.
c) ilegal, exceto se o contrato tiver sido celebrado na modalidade empreitada integral
e sempre mediante prévia e expressa anuência da Administração.
d) legal, independentemente de autorização da Administração ou desde que os
serviços subcontratados sejam acessórios e não exijam capacitação técnica objeto de
aferição no procedimento licitatório.
e) ilegal, eis que a subcontratação somente é admitida na hipótese de incapacidade
superveniente do contratado para executar a integralidade do contrato, apurada em
procedimento administrativo.
Comentário: a Lei 8.666/1993 dispõe que o contratado, sem prejuízo das
responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra,
serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela
Administração (art. 72). Dessa forma, não se admite a subcontratação total, pois
os contratos administrativos têm natureza intuitu personae. Somente se admite
a subcontratação em casos específicos, devidamente justificados e autorizados.
Analisando a situação apresentada, vimos que a empresa subcontratou parte
dos serviços, ou seja, é permitida tal ação. Assim, podemos excluir as
alternativas B, C e E.
Vejamos as outras duas:
a) nem precisamos ir muito além. Desde que sejam respeitados os limites
impostos pela Administração, a subcontratação poderá ser feita – CORRETA;
d) toda e qualquer subcontratação deve ser justificada e autorizada pela
Administração – ERRADA.
Gabarito: alternativa A.

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60. (FCC - AJ/TRT 6/2012) Sobre a Lei no 8.666/1993, que institui normas para
licitações e contratos da Administração Pública, é correto afirmar.
a) O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os
acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras novas, até 25% do valor inicial
atualizado do contrato.
b) As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando houver projeto
executivo aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos
interessados em participar do processo licitatório.
c) A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um
representante da Administração especialmente designado, vedada a contratação de
terceiros para assisti-lo e subsidia-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
d) Executado o contrato, a obra será recebida definitivamente pelo responsável por
seu acompanhamento e fiscalização, mediante recibo, assinado pelas partes em até
150 dias da comunicação do contratado.
e) A Administração só poderá contratar, pagar, premiar ou receber projeto ou serviço
técnico especializado desde que o autor ceda os direitos autorais a ele relativos e a
Administração possa utiliza-lo de acordo com previsto no regulamento de concurso ou
no ajuste para sua elaboração.
Comentário:
a) o contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os
acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras novas, até 25% do valor
inicial atualizado do contrato. Além disso, no caso de reforma de edifício ou de
equipamento, o limite é de até 50% (cinquenta por cento) para os seus
acréscimos – CORRETA;
b) de acordo com o art. 7º, §2º, da Lei 8.666/1993, as obras e os serviços somente
poderão ser licitados quando: (a) houver projeto básico aprovado pela
autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar
do processo licitatório; (b) existir orçamento detalhado em planilhas que
expressem a composição de todos os seus custos unitários; (c) houver previsão
de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações
decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exercício financeiro
em curso, de acordo com o respectivo cronograma; e (d) o produto dela
esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual,
quando for o caso – ERRADA;
c) a execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um
representante da Administração especialmente designado, vedada permitida a
contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes
a essa atribuição (art. 67) – ERRADA;
d) o recebimento de obra ou serviços deve ocorrer da seguinte forma:

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® provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização,


mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15
(quinze) dias da comunicação escrita do contratado;

® definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade


competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o
decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do
objeto aos termos contratuais. Este prazo não poderá ser superior a 90
(noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devidamente justificados e
previstos no edital – ERRADA;
e) de acordo com o art. 111 da Lei 8.666/1993, “A Administração só poderá
contratar, pagar, premiar ou receber projeto ou serviço técnico especializado
desde que o autor ceda os direitos patrimoniais a ele relativos e a Administração
possa utilizá-lo de acordo com o previsto no regulamento de concurso ou no
ajuste para sua elaboração”. Logo, não são os direitos “autorais” que devem
ser cedidos, mas sim os direitos patrimoniais.
Gabarito: alternativa A.

61. (FCC - AJ/TRF 3/2014) De acordo com a Lei nº 8.666/93, o contratado é


responsável, dentre outros, por encargos comerciais resultantes da execução do
contrato. A inadimplência do contratado, com referência a tais encargos,
a) transfere parcialmente à Administração pública a responsabilidade por seu
pagamento.
b) poderá onerar o objeto do contrato.
c) não transfere à Administração pública a responsabilidade por seu pagamento.
d) poderá restringir a regularização de obras e edificações.
e) poderá restringir a utilização de obras e edificações.
Comentário: o art. 71 da Lei 8.666/1993 estabelece que o contratado é
responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais
resultantes da execução do contrato. Já o §1º do mesmo artigo dispõe que a
inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais
e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu
pagamento (opção C – correta; opção A – errada), nem poderá onerar o objeto
do contrato (opção B – errada) ou restringir a regularização e o uso das obras e
edificações (opções D e E – erradas), inclusive perante o Registro de Imóveis.
Gabarito: alternativa C.

62. (FCC - AJ/TRT 12/2013) De acordo com a legislação de regência, uma das etapas
da gestão de contratos, dentre outras, consiste no recebimento do objeto contratado
e

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a) é vedada a dispensa de recebimento provisório quando se tratar de contratos de


obras, independentemente do valor.
b) somente é admitido o recebimento provisório em contratos de fornecimento de
gêneros perecíveis e alimentação preparada.
c) o recebimento definitivo deve ser atestado no prazo máximo de 30 (trinta) dias,
quando se tratar de obras de grande vulto.
d) as compras ou locações de equipamentos admitem recebimento condicional, para
verificação de conformidade, com prazo máximo de 90 (noventa) dias.
e) o recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade do contratado
pela segurança e solidez da obra ou serviço, dentro dos limites da lei ou do contrato.
Comentário:
a) o recebimento provisório poderá ser dispensado para obras e serviços de até
R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), desde que não se componham de aparelhos,
equipamentos e instalações sujeitos à verificação de funcionamento e
produtividade (art. 74, III) – ERRADA;
b) pelo contrário. O fornecimento de gêneros perecíveis e alimentação
preparada é uma das hipóteses em que o recebimento provisório poderá ser
dispensado – ERRADA;
c) o prazo máximo para o recebimento definitivo de obras é de 90 (noventa) dias,
salvo em casos excepcionais, devidamente justificados e previstos no edital –
ERRADA;
d) para as compras ou locações de equipamentos o que temos é o recebimento
provisório, para efeito de posterior verificação da conformidade do material com
a especificação, e o recebimento definitivo, após a verificação da qualidade e
quantidade do material e consequente aceitação – ERRADA;
e) o recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil pela
solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita
execução do contrato (Art. 73, §2º) – CORRETA.
Gabarito: alternativa E.

63. (FCC - AJ/TRE SP/2012) O Estado contratou, mediante prévio procedimento


licitatório, a construção de um conjunto de unidades escolares em diferentes
localidades. No curso da execução do contrato, identificou decréscimo na demanda
escolar em Município no qual seria construída uma das unidades. Diante dessa
situação, decidiu reduzir, unilateralmente, o objeto inicialmente contratado, não
contando, contudo, com a concordância da empresa contratada. De acordo com a Lei
no 8.666/1993, a contratada
a) está obrigada a aceitar a supressão quantitativa determinada pela Administração,
desde que não ultrapasse 25% do valor inicial atualizado do contrato.

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b) não está obrigada a aceitar a supressão, em face do princípio da vinculação ao


edital, exceto quando decorrente de contingenciamento de recursos orçamentários.
c) está obrigada a aceitar a supressão quantitativa determinada pela Administração,
desde que não ultrapasse 50% do valor do contrato, assegurado o direito ao
recebimento por materiais já adquiridos e eventuais prejuízos devidamente
comprovados.
d) não está obrigada, em nenhuma hipótese, a aceitar a supressão do objeto do
contrato, que somente poderá ser implementada por acordo entre as partes e
observado o limite de 50% do valor inicial atualizado do contrato.
e) poderá rescindir o contrato, unilateralmente, desde que comprove que a sua
execução tornou-se economicamente desequilibrada, fazendo jus à indenização por
prejuízos comprovados e lucros cessantes.
Comentário: quando necessária a modificação do valor contratual em
decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, a
Administração poderá alterar o contrato unilateralmente, e caberá a contratada
aceitar os acréscimos ou supressões de até 25% (vinte e cinco por cento) do
valor inicial atualizado do contrato.
Caso a modificação ocorresse em contrato para reforma de edifício ou de
equipamento, esse percentual máximo passaria para 50% (cinquenta por cento),
para acréscimos.
Assim, correta a alternativa A.
Gabarito: alternativa A.

64. (FCC - ACE/TCE AP/2012) Os limites estabelecidos pela Lei no 8.666, de 1993 e
alterações posteriores, para celebração de aditivos de obras novas, são
a) acréscimo de até 25% do valor inicial.
b) supressão de até 35% do valor inicial, não podendo exceder o limite ainda que haja
acordo entre as partes.
c) acréscimo de até 35% e supressão de 55% do valor inicial.
d) acréscimo de até 50% do valor inicial.
e) supressão de até 50% do valor inicial, podendo exceder o limite caso haja acordo
entre as partes.
Comentário: vamos relembrar os valores de alterações quantitativas:
® em regra, 25% para acréscimos e supressões;

® para reforma de edifício e de equipamento, até 50% somente para


acréscimos.
Portanto, nossa alternativa correta é a letra A.
As alternativas B e C trazem percentuais que não refletem o disposto na Lei. Já
a alternativa D traz um percentual que se adequa apenas para a reforma de
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edifício e de equipamento, e não para obras que é o caso da assertiva. Por fim,
a alternativa E, apresenta um valor que só se aplica aos acréscimos em reforma
de edifício ou equipamento.
Gabarito: alternativa A.

65. (FCC - ACE/TCE AP/2012) A Administração contratou o fornecimento de


equipamentos para um hospital que estava em construção. Após a assinatura do
contrato de fornecimento, constatou que teria que reduzir o número de leitos
inicialmente estimados, não necessitando, portanto, da integralidade dos
equipamentos cujo fornecimento já havia contratado.
Diante dessa situação, a Administração
a) não poderá reduzir o objeto do contrato, exceto se comprovar inequívoca
insuficiência de recursos orçamentários decorrente de circunstância superveniente à
contratação.
b) poderá reduzir o objeto do contrato, até o limite de 25% do valor original atualizado
do contrato, independentemente da concordância do contratado, ficando obrigada a
ressarcir os materiais já adquiridos e colocados no hospital, bem como eventuais
danos regulamente comprovados.
c) poderá reduzir o objeto do contrato, apenas se contar com a concordância do
contratado e até o limite de 50% do objeto original, que poderá exigir indenização
apenas pelos custos comprovadamente incorridos.
d) não poderá reduzir o objeto do contrato, salvo se a possibilidade de supressão
esteja expressa no Edital e contrato e desde que comprove que decorre, no caso
concreto, de álea econômica extraordinária.
e) poderá reduzir o objeto do contrato, com base no poder de alteração unilateral
assegurado à Administração, sem qualquer limitação, cabendo ao contratado o
reequilíbrio econômico-financeiro.
Comentário: já podemos perceber que a alteração contratual é assunto
recorrente para as provas da FCC, não é mesmo? Então, para fixação, vamos
responder mais uma!
Aqui temos um detalhe para prestar atenção. O contrato é de “fornecimento de
equipamentos”, ou seja, a aquisição de equipamentos, e não de “reforma de
equipamentos”. Assim, os percentuais aplicáveis são de até 25% para
acréscimos ou decréscimos.
Finalizando, podemos assinalar como resposta a alternativa B – a
Administração poderá reduzir o objeto do contrato, até o limite de 25% do valor
original atualizado do contrato, independentemente da concordância do
contratado, ficando obrigada a ressarcir os materiais já adquiridos e colocados
no hospital, bem como eventuais danos regulamente comprovados.
Gabarito: alternativa B.

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ƒ isso! Em nosso pr—ximo encontro, vamos falar sobre o preg‹o.


Espero por voc•s!
Bons estudos e atŽ breve.
HERBERT ALMEIDA.
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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (Cespe - TNS/MP/2013) Contrato administrativo é todo e qualquer ajuste entre


órgãos ou entidades da administração pública e entes particulares, em que haja um
acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações
recíprocas.
2. (Cespe - TA/IBAMA/2012) Todo contrato celebrado pela administração pública
será considerado um contrato administrativo.
3. (Cespe - TJ/TRT 10/2013) Para os fins legais, somente será considerado contrato
o ajuste firmado entre a administração pública e particular que seja assim
expressamente denominado em documento formal por escrito.
4. (Cespe - Proc/AGU/2013) Os contratos administrativos, embora bilaterais, não se
caracterizam pela horizontalidade, já que as partes envolvidas não figuram em
posição de igualdade.
5. (Cespe – APGI/Administração/INPI/2013) É obrigatória a publicação resumida
dos instrumentos de contratos administrativos que apresentarem algum custo para a
administração pública, sendo facultativo quando não houver ônus.
6. (Cespe – APGI/Direito/INPI/2013) Os contratos administrativos devem ser
formalizados por meio de instrumentos escritos indicados pela Lei n.º 8.666/1993,
como o termo de contrato e a carta-contrato, sendo nulo e de nenhum efeito o contrato
verbal com a administração.

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7. (Cespe - TNS/MP/2013) A publicação resumida do instrumento de contrato ou de


seus aditamentos na imprensa oficial não é uma condição necessária para sua
eficácia, mas pode ser providenciada pela administração até o quinto dia útil do mês
seguinte ao de sua assinatura.
8. (Cespe - Funasa/2013) O instrumento de contrato é obrigatório em todas as
modalidades de licitação.
9. (Cespe – Analista/Planejamento e Orçamento/MPU/2013) As licitações
realizadas na modalidade pregão devem, obrigatoriamente, ser formalizadas por meio
de termo de contrato, podendo a administração pública dispensar o referido termo, em
caso de compras, se os bens adquiridos forem imediata e integralmente entregues e
se dessas compras não resultarem obrigações futuras.
10. (Cespe - TNS/MP/2013) Entre as cláusulas necessárias em contratos
administrativos estão o objeto e seus elementos característicos, o preço e as
condições de pagamento e os prazos de início das etapas de execução. Por outro
lado, entre as cláusulas que não são necessárias nesses contratos, está o
estabelecimento do foro da sede da administração a ser adotado para dirimir qualquer
questão contratual.
11. (Cespe - Nível Superior/MC/2013) Conforme a Lei de licitações e contratos
administrativos, as cláusulas necessárias em todo contrato estabelecem, dentre
outras coisas, os casos de rescisão contratual. Entretanto, segundo entendimento do
TCU, é inadmissível, em princípio, a inclusão, nos contratos administrativos, de
cláusula que preveja, para o Poder Público, multa ou indenização, em caso de
rescisão.
12. (Cespe - AA/PREVIC/2011) As cláusulas do contrato administrativo devem ser
negociadas de comum acordo entre a administração e os interessados.
13. (Cespe - AA/PREVIC/2011) É permitido ao gestor público elaborar contrato
administrativo sem a cláusula de reajustamento.
14. (Cespe – APGI/Administração/INPI/2013) É possível, e lícita, a substituição da
garantia prestada pelo contratado após a assinatura do contrato, cabendo, à
administração pública, aceitar ou não essa substituição.
15. (Cespe – AFCE/2013) Visando resguardar o adequado cumprimento do contrato
administrativo, a administração pública deve indicar e exigir, entre as opções
legalmente previstas, a garantia a ser prestada pelo particular contratado para
executar obras, serviços e compras no âmbito dos poderes da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios.

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16. (Cespe – AJ/Judiciário/STJ/2012) Na execução dos contratos administrativos,


prorrogações de prazo devem ser justificadas por escrito e previamente autorizadas
pela autoridade competente para celebrar o contrato.
17. (Cespe – Técnico Superior/Contador/Detran ES/2010) Entre as ações de
gestão de contrato público admitidas após a sua celebração, inclui-se a sua
modificação unilateral pela administração pública.
18. (Cespe – AJ/Administrativo/STF/2008) O poder público tem a prerrogativa de
modificar, unilateralmente, sem prévia concordância do contratado, as cláusulas
econômico-financeiras dos contratos administrativos, para adequá-los melhor às
finalidades de interesse público.
19. (Cespe - Nível Superior/MC/2013) Os contratos administrativos podem ser
alterados, com as devidas justificativas, unilateralmente pela administração ou por
acordo das partes. Entretanto, o contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas
condições contratuais, quaisquer acréscimos ou supressões de valores que se fizerem
nas obras, serviços ou compras.
20. (Cespe – Analista/Planejamento e Orçamento/MPU/2013) Havendo
necessidade de adequar determinado contrato administrativo às finalidades do
interesse público, a administração poderá alterá-lo unilateralmente, se a alteração
incidir sobre cláusulas de serviço.
21. (Cespe - AA/PREVIC/2011) O gestor público pode, unilateralmente, diminuir o
valor do contrato administrativo previamente estipulado.
22. (Cespe - AA/PREVIC/2011) O contrato administrativo deve ser executado até o
fim sem alterações das condições remuneratórias, mesmo que elas se tornem
desvantajosas para o contratado.
23. (Cespe – Analista/Infraestrutura e Logística/BACEN/2013) O fiscal de contrato
que for designado pelo ordenador de despesas deve atuar de maneira preventiva e
proativa para garantir o cumprimento da execução do contrato, devendo, ainda,
quando necessário, solicitar a seus superiores hierárquicos, em tempo hábil para a
adoção das medidas convenientes, providências e decisões que ultrapassarem sua
competência.
24. (Cespe – APGI/Administração/INPI/2013) O contrato que envolve a aquisição de
material, de entrega única e sem demandar maiores cuidados, não necessitará de
acompanhamento ou fiscalização por intermédio de fiscal de contrato, designado em
portaria.
25. (Cespe – APGI/Administração/INPI/2013) O contrato, em uma organização
pública, pode ser acompanhado por um ou mais fiscais de contrato, podendo inclusive
ser designado um terceiro que não seja servidor público.
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26. (Cespe – ATI/Administração/ABIN/2010) A empresa contratada por processo


licitatório é responsável pelos danos que causar aos equipamentos e(ou) a outros
bens de propriedade do contratante e aos de propriedade dos funcionários
contratados.
27. (Cespe – APGI/Administração/INPI/2013) É viável a subcontratação do contrato
administrativo celebrado pela administração pública.
28. (Cespe - Funasa/2013) Caso ocorra a morte de uma pessoa que tenha pactuado
um contrato administrativo, seus herdeiros deverão ser chamados para dar
cumprimento à parte restante das obrigações assumidas.
29. (Cespe – Agente Administrativo/MTE/2014) Todos os contratos para os quais a
lei exige licitação são firmados intuitu personae, ou seja, em razão de condições
pessoais do contratado, apuradas no procedimento da licitação.
30. (Cespe - AA/PREVIC/2011) O contrato celebrado pela administração pública
possui natureza personalíssima.
31. (Cespe - Analista de Planejamento/Direito/INPI/2013) Caracterizando-se como
modalidade de contrato, o convênio administrativo constitui instrumento do qual o
poder público se utiliza para associar-se a outras entidades públicas, visando mútua
colaboração.
32. (Cespe - Adm/MJ/2013) Embora institua normas para licitações e contratos da
administração pública, as disposições da Lei n.º 8.666/1993 aplicam-se, no que
couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados
por órgãos e entidades da administração.
33. (FCC – Analista em Gestão Previdenciária/FUNAPE/2017) A contratação de
serviços de pavimentação de estradas municipais está sob responsabilidade de
empresa selecionada mediante procedimento de licitação. Diante da crise financeira,
no entanto, o Município pagou algumas parcelas do contrato, ainda que com atraso,
mas há mais de 120 dias suspendeu os pagamentos. A contratada,
(A) depende de autorização do Judiciário para suspender a prestação dos serviços,
mas a rescisão contratual somente pode ser efetivada mediante concordância do
poder público contratante.
(B) deve rescindir unilateralmente o contrato, não lhe sendo permitido, entretanto,
cobrar os atrasados nessa hipótese, cabível somente em caso de suspensão.
(C) considerando que se trata de contrato de prestação de serviço público, não é
permitida a rescisão unilateral do contrato, cabendo pleitear a medida judicialmente.
(D) diante do princípio da continuidade do serviço público, não pode interromper a
prestação do serviços, não obstante possa cobrar posteriormente a diferença de
valores.

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(E) pode interromper a prestação dos serviços, diante do tempo de inadimplência


sucessiva, sem prejuízo de lhe ser facultado demandar judicialmente o pagamento
dos valores em aberto.
34. (FCC – Analista Administrador/Copergás/2016) Um pequeno Município do
Estado de Pernambuco, após o respectivo procedimento licitatório, celebrará o
respectivo contrato com a empresa vencedora do certame. O objeto contratual
concerne à compra de flores para o cemitério da Cidade, a ser feita em regime de
adiantamento, sendo o valor da contratação R$ 3.000,00. Nos termos da Lei nº
8.666/1993, o contrato administrativo
a) deve ser substituído por nota de empenho.
b) deve ser escrito.
c) é nulo, haja vista ser incabível licitação no caso narrado.
d) pode ser verbal.
e) deve ser precedido de licitação na modalidade tomada de preços.
35. (FCC – Auxiliar Administrativo/Copergás/2016) Considere as afirmações
abaixo.
I. O ato que autorizou sua lavratura.
II. O número do processo da licitação.
III. A sujeição dos contratantes às normas da Lei no 8.666/1993.
IV. O ato de adjudicação do objeto da licitação ao vencedor do certame.

Nos termos da Lei no 8.666/1993, após o respectivo procedimento licitatório, o


contrato administrativo deve mencionar, dentre outros, o que consta em
a) I e III, apenas.
b) I, II e III, apenas.
c) II, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
36. (FCC – Auxiliar Administrativo/Copergás/2016) O Estado de Pernambuco, ao
final de determinado procedimento licitatório, convocou o licitante vencedor para
assinar o respectivo termo de contrato, no prazo assinalado pela lei. Tendo em vista
que o vencedor convocado não assinou o termo de contrato,
a) ao Estado só é permitido revogar o certame, podendo assim o fazer com efeitos ex
nunc.
b) faculta-se ao Estado convocar o licitante remanescente, na ordem de classificação,
para assinar o contrato no mesmo prazo e nas mesmas condições propostas ao
primeiro classificado ou revogar o certame.

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c) não pode o Estado revogar o certame, devendo, necessariamente, convocar o


licitante remanescente, na ordem de classificação, para assinar o contrato no mesmo
prazo e nas mesmas condições propostas ao primeiro classificado.
d) faculta-se ao Estado convocar o licitante remanescente, na ordem de classificação,
para assinar o contrato ou revogar o certame. No primeiro caso, deve convocar no
mesmo prazo previsto para o primeiro classificado, no entanto, algumas condições
podem ser diversas das propostas ao primeiro classificado.
e) ao Estado só é permitido revogar o certame, devendo necessariamente assim o
fazer com efeitos ex tunc.
37. (FCC – Analista Judiciário/TRF-3/2016) A qualificação de um contrato firmado
com a Administração pública como administrativo traz implicações para dotar a
contratante de prerrogativas que, quando utilizadas, garantem ao contratado
determinadas e proporcionais contrapartidas ou direitos, como no caso
a) da Administração pública alterar unilateralmente o contrato administrativo, impondo
ao contratado a concordância com as novas disposições e obrigações, seja para
aumento, seja para supressão de objeto, desde que com fundamento de interesse
público e mediante indenização preestabelecida em favor do privado.
b) da rescisão unilateral, faculdade atribuída exclusivamente à Administração pública
nos casos arrolados na lei, garantido ao contratado a remuneração pelos serviços
prestados até a data da extinção do contrato, para evitar enriquecimento ilícito, vedado
agregar ao montante a ser pago o custo da desmobilização.
c) da aplicação de sanções pela Administração pública em face do contratado diante
dos casos de inexecução parcial, requisitos que permitem, no caso de reincidência, a
rescisão unilateral do ajuste, vedada qualquer remuneração em favor do contratado,
independentemente dos serviços prestados, em razão da culpa pela extinção do
ajuste.
d) de alteração unilateral do ajuste pela Administração pública, inclusive para
supressão de objeto, nos casos em que assim justificar o interesse público, ficando o
contratado obrigado a aceitar a imposição nos casos de contrato de obras de reforma
até o limite de 50% do valor contratado.
e) da Administração pública, nos casos legalmente previstos de rescisão de contratos
cujo objeto seja a prestação de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens
imóveis e móveis do contratado, bem como utilizar o pessoal empregado na execução
do contrato, para garantir a continuidade do serviço, cabendo ao contratado a
remuneração pelos serviços prestados, de cujo montante pode ser descontado o valor
correspondente aos prejuízos causados pela inexecução adequada do contrato.
38. (FCC – Analista Judiciário/TRT-14/2016) A empresa WX, vencedora de licitação
promovida pela União Federal, foi convocada para assinar o respectivo contrato
administrativo. No curso do prazo de convocação para a assinatura do contrato, a
mencionada empresa solicitou prorrogação do prazo, justificando a impossibilidade de

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assinar o contrato dentro do lapso temporal inicialmente previsto. Nos termos da Lei
no 8.666/1993, o prazo de convocação para a assinatura do contrato
a) não admite qualquer tipo de prorrogação.
b) poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado pela parte
durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela
Administração.
c) admite prorrogação automática uma única vez, que, portanto, independe de
justificativa, bastando a solicitação da empresa contratante.
d) poderá ser prorrogado uma vez, por período igual ou superior, quando solicitado
pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela
Administração.
e) poderá ser prorrogado duas vezes, por período igual ou inferior, desde que
solicitado pela parte durante seu transcurso e haja motivo justificado aceito pela
==54a1c==

Administração.
39. (FCC – Técnico de Nível Superior/Prefeitura de Teresina-PI/2016) Uma
determinada Secretaria de Saúde estadual está licitando a construção de um hospital
referência para atendimento das pessoas portadoras de deficiência, abrangendo
todos os níveis de gravidade e comprometimento, bem como todos os tratamentos e
intervenções, inclusive cirúrgicas. Dadas as peculiaridades da obra, o Poder Público
entendeu por fazer exigências mais rigorosas para habilitação dos licitantes do que
usualmente faz nos contratos de obra regidos pela Lei no 8.666/1993. Partindo das
premissas fáticas postas, uma das possíveis exigências seria
a) comprovação de patrimônio líquido superior a 10% do valor atribuído ao contrato,
para demonstrar e garantir a higidez financeira da empresa.
b) comprovação de experiência anterior de construção de obra da mesma natureza,
dimensão e valor, para garantir o atingimento do resultado idealizado pelo projeto
básico da licitação.
c) garantia da proposta e da execução do contrato no valor de 10% do investimento.
d) garantia da execução no valor de 10% do faturamento líquido da empresa, para
assegurar o término da obra pelo contratante no caso de descumprimento
comprovado pela contratada, garantida ampla defesa e contraditório.
e) comprovação da licitante de experiência na execução de obras civis hospitalares
com dimensão mínima, baseado em critério técnico e demonstrada a pertinência.
40. (FCC – Analista Judiciário/TRT-23/2016) O contrato administrativo confere à
Administração pública algumas prerrogativas não concedidas ao contratado, mas
também a sujeita a controle externo,
a) que não pode adentrar às alterações unilaterais promovidas no objeto contratual,
qualitativas e quantitativas, tendo em vista que essas medidas se inserem no exame
essencialmente discricionário do contratante.

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b) exercido previamente à celebração da avença, durante a fase de licitação, tendo


em vista que após o contrato constitui lei entre as partes, não podendo ser alterado,
sob pena de comprometimento do equilíbrio econômico-financeiro.
c) que se presta ao exame de legalidade não só das alterações que o Poder Público
venha a promover, qualitativas ou quantitativas, com ou sem concordância do
contratado, mas também dos termos originais do contrato celebrado, que pode ser
maculado, inclusive, por vícios identificados no procedimento licitatório.
d) exercido pela Administração pública central, quando se tratar de instrumentos
celebrados por entes da Administração indireta, hipótese em que se implementa com
maior rigor e alcance, inclusive para permitir a análise de aspectos discricionários,
desde que preservado o núcleo essencial de decisão.
e) sobre os aspectos orçamentário-financeiros, capitaneado pelo Tribunal de Contas
competente, que exerce essa competência em auxílio ao Poder Legislativo, em cujo
âmbito é promovido o exame de mérito das contratações da Administração pública,
para autorizar a celebração dos ajustes.
41. (FCC – Defensor Público/DPE-BA/2016) João, Defensor Público estadual, ao
analisar os contratos com a administração pública, verificou a falta de um dos
elementos formais do contrato. Segundo a Lei no 8.666 de 1993, por determinação do
artigo 55, esses elementos são:
I. o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional
programática e da categoria econômica.
II. a cláusula de subcontratação unilateral ad nutum.
III. a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao
convite e à proposta do licitante vencedor.
IV. o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do
reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do
adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) I, II e IV.
b) I e II.
c) II e III.
d) III e IV.
e) I, III e IV.
42. (FCC – Técnico Judiciário/TRE-RR/2015) Uma das características dos contratos
administrativos denomina-se comutatividade, segundo a qual o contrato administrativo
a) deve ser executado pelo próprio contratado.
b) se expressa por escrito e com requisitos especiais.
c) é remunerado na forma convencionada.
d) pressupõe anterior licitação.
e) se reveste de obrigações recíprocas e equivalentes para as partes.

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43. (FCC - AJ/TRF 2/2012) Segundo a Lei no 8.666/1993, que estabelece normas
sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras e serviços, o Projeto
Básico deve conter:
I. o conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da obra,
de acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas
− ABNT;
II. desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e
identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;
III. soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a
minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de
elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem;
IV. informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos,
instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter
competitivo para a sua execução.

É correto o que consta APENAS em


a) II e IV.
b) II e III.
c) II, III e IV.
d) III e IV.
e) I e III.
44. (FCC - AJ/TST/2012) A duração dos contratos regidos pela Lei no 8.666/93, em
regra, ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários. Essa regra
comporta exceções, dentre as quais NÃO se inclui o caso de
a) aluguel de equipamentos e utilização de programas de informática, podendo a
duração estender-se pelo prazo de até 48 meses após o início da vigência do contrato.
b) prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a
sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de
preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses.
c) projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas na Lei de
Diretrizes Orçamentárias, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da
Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório.
d) fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam,
cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer
de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão, cujos
contratos poderão ter vigência por até 120 meses, caso haja interesse da
Administração.
e) contratação em situação de possibilidade de comprometimento da segurança
nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o
Conselho de Defesa Nacional, situação em que os contratos poderão ter vigência por
até 120 meses, caso haja interesse da Administração.

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45. (FCC - Proc/AL PB/2013) A Lei Federal no 8.666/93 agasalha a presença de


diversas cláusulas exorbitantes que caracterizam o regime jurídico dos contratos
administrativos e excepcionam o regime contratual comum. NÃO merece a
qualificação de cláusula exorbitante
a) o poder de rescisão unilateral do contrato, nos casos especificados na lei.
b) o poder de modificação do contrato, independente da vontade do contratado, para
melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do
contratado e os limites estabelecidos na lei.
c) a chamada exceptio non adimpleti contractus (exceção do contrato não cumprido).
d) a possibilidade de aplicar sanções ao contratado, de forma unilateral, pela
inexecução parcial ou total do ajuste.
e) a prerrogativa de, nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens
móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da
necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo
contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.
46. (FCC – ACE/TCE AP/2012) Poderá ser exigida prestação de garantia nas
contratações de obras, serviços e compras celebradas pela Administração Pública.
NÃO se trata de uma modalidade de garantia que o contratado poderá optar:
a) caução em dinheiro.
b) caução em títulos da dívida pública.
c) fiança bancária.
d) seguro-garantia.
e) fiador com imóvel registrado.
47. (FCC – Adm/SERGAS/2013) Em contratos administrativos regidos pela Lei no
8.666/1993, a garantia de execução do objeto pelo contratado é
a) obrigatória, quando se tratar de contrato de obras, podendo ser prestada mediante
caução em dinheiro ou títulos da dívida pública, seguro-garantia ou fiança bancária.
b) admitida, nos termos do edital e do contrato, apenas quando se tratar de compras
ou fornecimento para entrega futura, limitada a 5% do valor estimado da contratação.
c) obrigatória, em contratos de obras e fornecimento de equipamentos de grande
vulto, limitada a 10% do valor estimado da contratação.
d) admitida, nos termos do edital e do contrato, para obras e serviços de grande vulto,
limitada a 15% do valor estimado da contratação.
e) admitida, nas contratações de obras, serviços e compras, a critério da autoridade
competente e desde que prevista no edital, podendo ser prestada mediante caução
em dinheiro ou títulos da dívida pública, seguro-garantia ou fiança bancária.

48. (FCC - AJ/TRT 6/2012) No curso da execução de contrato administrativo regido


pela Lei no 8.666/1993 para a construção de uma rodovia, identificou-se a
necessidade de alteração do projeto inicial para melhor adequação técnica. A

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alteração importou majoração dos encargos do contratado, em relação àqueles


tomados por base para o oferecimento de sua proposta na fase de licitação. Diante
dessa situação, a Administração contratante
a) poderá alterar unilateralmente o contrato, desde que a alteração do projeto não
importe acréscimo de mais de 50% do objeto.
b) poderá alterar o contrato de forma consensual com o contratado, assegurado o
reequilíbrio econômico-financeiro, que não poderá superar 25% do valor do contrato.
c) poderá alterar unilateralmente o contrato, sem necessidade de recomposição do
equilíbrio econômico-financeiro, que somente é devido nas hipóteses de álea
econômica extraordinária.
d) poderá alterar unilateralmente o contrato, reestabelecendo o seu equilíbrio
econômico-financeiro por aditamento contratual.
e) somente poderá alterar o contrato se contar com a concordância do contratado e
assegurado o seu reequilíbrio econômico-financeiro.

49. (FCC - TJ/TRF 2/2012) Analise, sob o tema dos contratos administrativos, as
prerrogativas conferidas à Administração em relação a esses contratos:
I. Modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse
público, respeitado os direitos do contratado.
II. Rescindi-los unilateralmente, em qualquer hipótese, desde que necessário.
III. Ocupar provisoriamente, em determinadas hipóteses, bens móveis e imóveis e
serviços vinculados ao objeto do contrato nos casos de serviços essenciais.
IV. Aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste.
Nesses casos, está correto o que consta APENAS em
a) I, III e IV.
b) II e III.
c) II, III e IV.
d) I e IV.
e) I e II.

50. (FCC - TJ/TRF 2/2012) Sob o aspecto da inexecução e da rescisão dos contratos,
NÃO constitui motivo, dentre outros, para a rescisão contratual:
a) a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que
prejudique a execução do contrato.
b) a paralisação da obra, serviço ou fornecimento, sem justa causa e prévia
comunicação à Administração.
c) o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos.
d) a dissolução da sociedade ou do falecimento do contratado.
e) o atraso justificado no início da obra, serviço ou fornecimento.

51. (FCC - AJ/TRF 2/2012) No tocante à formalização de todos os contratos


administrativos, são cláusulas necessárias, dentre outras, as que estabeleçam:

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I. o objeto e seus elementos característicos.


II. o regime de execução, a modalidade de garantia a ser ofertada pelo contratado e a
forma de fornecimento.
III. o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional
programática e da categoria econômica.
IV. a obrigatoriedade da exigência de garantias, em qualquer hipótese, para assegurar
sua plena execução.

Nesses casos, está correto o que consta APENAS em


a) I e II.
b) I, III e IV.
c) II e III.
d) I, II e IV.
e) I e III.

52. (FCC - AJ/TRF 2/2012) Conforme a Lei no 8.666/1993, todo e qualquer ajuste
entre órgãos ou entidades da administração pública e particulares, em que haja um
acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações
recíprocas, seja qual for a denominação utilizada, considera-se:
a) compromisso.
b) termo.
c) contrato.
d) memorando.
e) preferência.

53. (FCC – TJ/TRF 5/2013) Constitui característica peculiar dos contratos


administrativos, a
a) mutabilidade, consistente na possibilidade de alteração de seu objeto pela
Administração.
b) presença de cláusulas exorbitantes, que conferem privilégios à Administração em
relações aos particulares.
c) possibilidade de alteração unilateral pelo contratado na hipótese de área econômica
extraordinária.
d) mutabilidade, consistente na alteração da equação econômico-financeira original,
nas hipóteses de reequilíbrio previstas legalmente.
e) presença de cláusulas exorbitantes, que asseguram à Administração a
possibilidade de alteração unilateral, ainda que em detrimento do equilíbrio
econômico-financeiro do contrato.

54. (FCC - TJ/TRE RO/2013) Nos contratos administrativos, mesmo naqueles não
precedidos de licitação, a Administração pública estabelece todas as cláusulas

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contratuais; justamente por tal razão, são tidos como contratos de adesão. A frase em
questão
a) está correta, uma vez que os contratos administrativos são considerados contratos
de adesão.
b) não está correta, porque a Administração pública não estabelece previamente todas
as cláusulas contratuais.
c) não está correta, porque inexiste contrato que não seja precedido de licitação.
d) está correta, porque embora a Administração pública nem sempre esteja vinculada
ao ordenamento jurídico, é ela quem dita todas as cláusulas contratuais.
e) não está correta, porque, embora a Administração pública estabeleça previamente
todas as cláusulas contratuais, os contratos administrativos não são tidos como
contratos de adesão.

55. (FCC - AJ/TRT 19/2014) Uma das características dos contratos administrativos
decorre justamente das denominadas cláusulas exorbitantes, que conferem à
Administração pública o poder de, unilateralmente, alterar cláusulas contratuais ou
rescindir o contrato, por motivo de interesse público e é chamada de
a) onerosidade.
b) comutatividade.
c) intuitu personae.
d) mutabilidade.
e) formalidade.

56. (FCC - TJ/TRE SP/2012) Os contratos administrativos, de acordo com a Lei no


8.666/1993, possuem vigência adstrita aos respectivos créditos orçamentários,
constituindo EXCEÇÃO
a) os contratos de obras, que poderão ser prorrogados por até 24 meses, caso
comprovada a ocorrência de condições supervenientes que determinem a alteração
do projeto.
b) os contratos para entrega futura e parcelada de bens, que poderão ser prorrogados
até o limite de 24 meses, para atender necessidade contínua da Administração.
c) os contratos de prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que
poderão ser prorrogados, por iguais e sucessivos períodos, até o limite de 60 meses.
d) os contratos por escopo, até limite de 12 meses, e desde que o objeto esteja contido
nas metas estabelecidas no Plano Plurianual.
e) o aluguel de equipamentos e a utilização de programas de informática, até o limite
de 60 meses e por mais 12 meses, em caráter excepcional.

57. (FCC - AFF/TCE-SP/2012) Determinado órgão da Administração estadual


celebrou, após regular procedimento licitatório, contrato de prestação de serviços de
vigilância. Aproximando-se do prazo final do contrato, com base na Lei no 8.666/93, o
órgão
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a) está obrigado a instaurar novo procedimento licitatório, eis que os contratos


administrativos não admitem prorrogação, limitando-se ao prazo compatível com a
dotação orçamentária que lhes dá suporte.
b) poderá prorrogar o contrato, eis que os contratos administrativos admitem
prorrogação, independentemente da natureza do serviço, até o máximo de 12 meses
e desde que assegurada dotação orçamentária.
c) está obrigado a instaurar novo procedimento licitatório, exceto se comprovar que a
interrupção do serviço causará prejuízo ao serviço público, situação em que,
assegurado o suporte orçamentário, poderá prorrogar o contrato pelo prazo máximo
de 12 meses.
d) poderá prorrogar o contrato, excepcionalmente, até o limite de 6 meses, se
comprovar que o preço contratado situa-se abaixo dos praticados no mercado e que
não haverá tempo hábil para realização de nova licitação.
e) poderá prorrogar o contrato, desde que caracterizado que se trata de serviços a
serem executados de forma contínua, até o máximo de 60 meses e,
excepcionalmente, por mais 12 meses.

58. (FCC - Adm/SERGAS/2013) A Administração celebrou contrato tendo por objeto


a utilização de programas de informática e, identificando condições financeiras
vantajosas para a manutenção do referido contrato por mais de um exercício, poderá
prever, com base nas disposições da Lei no 8.666/1993,
a) a extensão da duração do contrato por até 48 meses após o início de sua vigência.
b) sucessivas prorrogações, até o limite de 60 (sessenta) meses, por iguais períodos.
c) a duração do contrato adstrita à vigência dos correspondentes créditos
orçamentários, desde que previstos no Plano Plurianual.
d) a possibilidade de prorrogação do contrato até 60 (sessenta) meses e,
excepcionalmente, por mais 12 (doze) meses, mediante justificativa da autoridade
competente.
e) a extensão da duração do contrato por até 48 meses, desde que previsto no Plano
Plurianual e, por mais 12 (doze) meses, em caráter excepcional.

59. (FCC - ACE/TCE AP/2012) Após sagrar-se vencedor em procedimento licitatório


para execução de obra pública, o particular subcontratou parte dos serviços objeto do
contrato celebrado com a Administração. De acordo com a Lei no 8.666/1993, essa
subcontratação é
a) legal, desde que no limite admitido no edital e no contrato, sem prejuízo das
responsabilidades legais e contratuais do contratado.
b) ilegal, tendo em vista que o contrato administrativo é intuito personae, constituindo
a subcontratação uma burla ao procedimento licitatório.
c) ilegal, exceto se o contrato tiver sido celebrado na modalidade empreitada integral
e sempre mediante prévia e expressa anuência da Administração.

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d) legal, independentemente de autorização da Administração ou desde que os


serviços subcontratados sejam acessórios e não exijam capacitação técnica objeto de
aferição no procedimento licitatório.
e) ilegal, eis que a subcontratação somente é admitida na hipótese de incapacidade
superveniente do contratado para executar a integralidade do contrato, apurada em
procedimento administrativo.

60. (FCC - AJ/TRT 6/2012) Sobre a Lei no 8.666/1993, que institui normas para
licitações e contratos da Administração Pública, é correto afirmar.
a) O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os
acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras novas, até 25% do valor inicial
atualizado do contrato.
b) As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando houver projeto
executivo aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos
interessados em participar do processo licitatório.
c) A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um
representante da Administração especialmente designado, vedada a contratação de
terceiros para assisti-lo e subsidia-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
d) Executado o contrato, a obra será recebida definitivamente pelo responsável por
seu acompanhamento e fiscalização, mediante recibo, assinado pelas partes em até
150 dias da comunicação do contratado.
e) A Administração só poderá contratar, pagar, premiar ou receber projeto ou serviço
técnico especializado desde que o autor ceda os direitos autorais a ele relativos e a
Administração possa utiliza-lo de acordo com previsto no regulamento de concurso ou
no ajuste para sua elaboração.

61. (FCC - AJ/TRF 3/2014) De acordo com a Lei nº 8.666/93, o contratado é


responsável, dentre outros, por encargos comerciais resultantes da execução do
contrato. A inadimplência do contratado, com referência a tais encargos,
a) transfere parcialmente à Administração pública a responsabilidade por seu
pagamento.
b) poderá onerar o objeto do contrato.
c) não transfere à Administração pública a responsabilidade por seu pagamento.
d) poderá restringir a regularização de obras e edificações.
e) poderá restringir a utilização de obras e edificações.

62. (FCC - AJ/TRT 12/2013) De acordo com a legislação de regência, uma das etapas
da gestão de contratos, dentre outras, consiste no recebimento do objeto contratado
e
a) é vedada a dispensa de recebimento provisório quando se tratar de contratos de
obras, independentemente do valor.

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b) somente é admitido o recebimento provisório em contratos de fornecimento de


gêneros perecíveis e alimentação preparada.
c) o recebimento definitivo deve ser atestado no prazo máximo de 30 (trinta) dias,
quando se tratar de obras de grande vulto.
d) as compras ou locações de equipamentos admitem recebimento condicional, para
verificação de conformidade, com prazo máximo de 90 (noventa) dias.
e) o recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade do contratado
pela segurança e solidez da obra ou serviço, dentro dos limites da lei ou do contrato.

63. (FCC - AJ/TRE SP/2012) O Estado contratou, mediante prévio procedimento


licitatório, a construção de um conjunto de unidades escolares em diferentes
localidades. No curso da execução do contrato, identificou decréscimo na demanda
escolar em Município no qual seria construída uma das unidades. Diante dessa
situação, decidiu reduzir, unilateralmente, o objeto inicialmente contratado, não
contando, contudo, com a concordância da empresa contratada. De acordo com a Lei
no 8.666/1993, a contratada
a) está obrigada a aceitar a supressão quantitativa determinada pela Administração,
desde que não ultrapasse 25% do valor inicial atualizado do contrato.
b) não está obrigada a aceitar a supressão, em face do princípio da vinculação ao
edital, exceto quando decorrente de contingenciamento de recursos orçamentários.
c) está obrigada a aceitar a supressão quantitativa determinada pela Administração,
desde que não ultrapasse 50% do valor do contrato, assegurado o direito ao
recebimento por materiais já adquiridos e eventuais prejuízos devidamente
comprovados.
d) não está obrigada, em nenhuma hipótese, a aceitar a supressão do objeto do
contrato, que somente poderá ser implementada por acordo entre as partes e
observado o limite de 50% do valor inicial atualizado do contrato.
e) poderá rescindir o contrato, unilateralmente, desde que comprove que a sua
execução tornou-se economicamente desequilibrada, fazendo jus à indenização por
prejuízos comprovados e lucros cessantes.

64. (FCC - ACE/TCE AP/2012) Os limites estabelecidos pela Lei no 8.666, de 1993 e
alterações posteriores, para celebração de aditivos de obras novas, são
a) acréscimo de até 25% do valor inicial.
b) supressão de até 35% do valor inicial, não podendo exceder o limite ainda que haja
acordo entre as partes.
c) acréscimo de até 35% e supressão de 55% do valor inicial.
d) acréscimo de até 50% do valor inicial.
e) supressão de até 50% do valor inicial, podendo exceder o limite caso haja acordo
entre as partes.

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65. (FCC - ACE/TCE AP/2012) A Administração contratou o fornecimento de


equipamentos para um hospital que estava em construção. Após a assinatura do
contrato de fornecimento, constatou que teria que reduzir o número de leitos
inicialmente estimados, não necessitando, portanto, da integralidade dos
equipamentos cujo fornecimento já havia contratado.
Diante dessa situação, a Administração
a) não poderá reduzir o objeto do contrato, exceto se comprovar inequívoca
insuficiência de recursos orçamentários decorrente de circunstância superveniente à
contratação.
b) poderá reduzir o objeto do contrato, até o limite de 25% do valor original atualizado
do contrato, independentemente da concordância do contratado, ficando obrigada a
ressarcir os materiais já adquiridos e colocados no hospital, bem como eventuais
danos regulamente comprovados.
c) poderá reduzir o objeto do contrato, apenas se contar com a concordância do
contratado e até o limite de 50% do objeto original, que poderá exigir indenização
apenas pelos custos comprovadamente incorridos.
d) não poderá reduzir o objeto do contrato, salvo se a possibilidade de supressão
esteja expressa no Edital e contrato e desde que comprove que decorre, no caso
concreto, de álea econômica extraordinária.
e) poderá reduzir o objeto do contrato, com base no poder de alteração unilateral
assegurado à Administração, sem qualquer limitação, cabendo ao contratado o
reequilíbrio econômico-financeiro.

GABARITO

1. C 11. C 21. C 31. E 41. E 51. E 61. C


2. E 12. E 22. E 32. C 42. E 52. C 62. E
3. E 13. E 23. C 33. E 43. C 53. B 63. A
4. C 14. C 24. C 34. D 44. C 54. A 64. A
5. E 15. E 25. C 35. B 45. C 55. D 65. B
6. E 16. C 26. E 36. B 46. E 56. C
7. E 17. C 27. C 37. E 47. E 57. E
8. E 18. E 28. E 38. B 48. D 58. A
9. C 19. E 29. C 39. E 49. A 59. A
10. E 20. C 30. C 40. C 50. E 60. A

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REFERÊNCIAS

ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª Ed. Rio de
Janeiro: Método, 2011.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª Ed. São Paulo:
Malheiros, 2014.

BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas,
2014.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2014.

JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 15ª ed. São
Paulo: Dialética, 2012.

MEIRELLES, H.L.; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39ª Ed. São
Paulo: Malheiros Editores, 2013.

PALUDO, Augustinho Vicente. Administração pública. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2013.

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