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Breve Histórico
Cotta (2012, p. 136 e 169) confirma esta questão ao citar que as diretrizes do
Conde de Lippe aos Oficiais do exército português no século XVIII incluíam, além
da disciplina e da conservação do armamento, atenção ao asseio dos soldados
e a publicação de regulamentos destinados à escolha dos cirurgiões e do
cuidado com a saúde dos militares.
Não poderia ser diferente no então Brasil colônia, inclusive aos militares que
estavam estacionados nos sertões das Gerais, das Minas Gerais, uma vez que
esses sertões se tornaram o coração do Império Português ao fornecer, de forma
abundante, o ouro e os diamantes que tanto contribuíram de forma ímpar para
financiar a armada e os exércitos portugueses.
Deve-se ainda incluir nesta análise a criação, em 1775, da Unidade militar que é
considerada a Celula Mater da PMMG, o Regimento Regular de Cavalaria de
Minas. O Regimento foi organizado pelo Capitão-General Dom Antônio de
Noronha, então Governador da Capitania de Minas Gerais (COTTA, 2006, p. 67).
Ainda nesta vertente, Cotta (2012, p. 319) traz que o pensamento administrativo
militar quanto aos gastos do orçamento militar na Capitania avaliava, dentre
vários pontos, os ordenados pagos aos que serviam nos hospitais militares, ou
seja, salários devidos a estes militares.
Embora precário em seu início no século XVIII, o Real Hospital Militar de Vila
Rica foi estruturando-se e despontando em importância ao longo do tempo,
tendo sido o ponto de referência para o ensino da medicina prática na Capitania
e depois Província de Minas Gerais.
Este atendimento aos militares é confirmado por relatório datado de 1909 do Dr.
Hugo Werneck, Diretor do Serviço Clínico da própria Santa Casa, destinado ao
Exmo. Sr. Coronel Emydio R. Germano, Provedor do Hospital da Santa Casa de
Misericórdia, que cita os relevantes serviços prestados pelo médico Olyntho
Meirelles na direção do tratamento dos Soldados internados.
com base no fato de não serem os militares enfermeiros com prática, bem como
a ocorrência de questões administrativas quanto à organização dos serviços de
enfermaria, visto terem os Sargentos e Cabos ainda outras funções no quartel
(SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE BELO HORIZONTE, 1909, p. 3, 4 e 19).
Marques (2011, p. 116) cita ainda que este atendimento ocorria porque nos
primórdios da nova capital do Estado de Minas Gerais havia apenas um hospital
em funcionamento, que era a Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
fundada em 21 de maio de 1899, sendo que os casos de maior gravidade eram
enviados para a Santa Casa de Sabará.
Já Santos (2016, p. 35) cita que, em fevereiro de 1900, a então Diretoria da Santa
Casa de Misericórdia, naquele ano, pediu ao Presidente do Estado de Minas
Gerais, o Sr. Wenceslau Braz, “que os doentes da Polícia Militar fossem tratados
na Santa Casa, como meio de robustecer sua receita”.
O Coronel Alvim argumentou ainda que, para tentar amenizar a situação, foram
realizadas algumas obras no prédio antigo, mas, mesmo com as adaptações, o
atendimento era precário, e um novo Hospital Militar deveria ser construído, “com
todos os requisitos da técnica hospitalar moderna e atendendo às exigências
atuais da Corporação a que serve” (SILVEIRA,1955, p. 229), conforme relatado:
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REFERÊNCIAS
SANTOS, Manoel Hygino dos. Santa Casa de Belo Horizonte - uma história
de amor à vida. Texto de Manoel Hygino dos Santos. 3 ed. rev. e ampl. Belo
Horizonte: Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte, 2016.