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Evolução do Serviço de Saúde

na Ilha da Madeira

A ideia de construir um hospital na Madeira remonta ao início da


colonização da ilha. Uma escritura de 25 de março de 1454 do
próprio descobridor João Gonçalves Zarco, com a doação de
terrenos para a edificação do novo estabelecimento hospitalar, é
um indício desse propósito. A construção do edifício, junto da
capela de São Paulo (Rua da Carreira) foi feita à custa do povo,
em 1469.

O hospital funcionou, aproximadamente, durante quinze anos e


foi depois transferido para a freguesia de Santa Maria Maior,
onde foi também instituída, em 1508, a Santa Casa da
Misericórdia do Funchal, através de Carta de Lei do rei D. Manuel
I. Presume-se que o edifício hospitalar tenha sido construído na
rua que atualmente é denominada de rua do Hospital Velho.
Hospital de São Lázaro

A construção do Hospital de São Lázaro remonta ao século XV. Ficava


no sítio de Santa Catarina e era assim chamado porque servia,
sobretudo, para receber todos os indivíduos com lepra, doença
também conhecida por mal de São Lázaro. Por ordem da Câmara
Municipal, todos os que padecessem da doença deveriam usar uma
tableta nas ruas, para então serem identificados e encaminhados ao
hospital.

Devido ao aumento do número de casos, foi construída uma nova


gafaria, ou seja, um local de isolamento para os leprosos. Para o efeito,
procedeu-se à ampliação do hospital já existente, com a ajuda de
donativos de vários moradores no Funchal.

A 5 de junho de 1912 a Câmara do Funchal extinguiu o hospital de São


Lázaro, que naquela altura só tinha quatro doentes. No ano seguinte,
deliberou-se que a Cadeia Civil fosse instalada no edifício do extinto
hospital.
Hospital dos Marmeleiros Hospital Militar

A 24 de junho de 1905 iniciou-se a construção do sanatório dos pobres, nos Marmeleiros A constituição de um hospital militar na Madeira enquadrou-se na reformulação da
(Monte). Este edifício hospitalar era destinado a indigentes, como contrapartida da guarnição, no quadro de forças armadas nacionais implantado pelos governos da
concessão de exploração de sanatórios a um sindicato alemão (Sanatórios), numa altura Regeneração. Até então, os militares do presídio da fortaleza de S. Lourenço eram
em que a Madeira era procurada como estância de turismo terapêutico, para tratamento tratados no hospital da Misericórdia (Santa Casa da Misericórdia do Funchal), que lhe
da tuberculose. Devido a problemas com os alemães, o hospital foi cedido à Misericórdia ficava quase contíguo, mas por volta de 1824, ou pouco antes, começou a funcionar um
do Funchal, em 1928. Os primeiros doentes eram admitidos em 1930, transferidos do hospital militar na grande casa da antiga morgada D. Guiomar de Vilhena (1705-1789),
Hospital de Santa Isabel. na esquina da Rua do Castanheiro com a Rua Nova de São Pedro, dado os bens da
mesma terem sido confiscados pela fazenda real, face às dívidas acumuladas pela sua
Já sob a administração da Santa Casa, procedeu-se à conclusão do edifício, que se tornou casa comercial.
numa das primeiras casas hospitalares do país, com instalações apropriadas para os
doentes e pela administração de todos os serviços clínicos e de enfermagem. Mas com o A determinação da instalação do hospital naquele antigo solar foi feita pelo governador
passar do tempo e com o número crescente de doentes, as instalações tornaram-se Sebastião Xavier Botelho (1768-1840), que em janeiro desse ano de 1824 refere o
insuficientes. Das novas obras de ampliação do edifício, inauguradas em 1940, resultaram movimento do hospital; mas como aquele edifício tinha ficado inacabado na sequência
novas enfermarias para acomodar mais 120 doentes; mais três salas de operações, da morte de D. Guiomar, o hospital passou então para a área acima do convento das
amplas e bem equipadas; a canalização de águas e de esgotos; e melhores condições para Mercês (Convento das Mercês), onde até há pouco tempo se levantava o complexo do
os trabalhos de secretaria e de administração. Auxílio Maternal, em edifício que dava para a Travessa das Capuchinhas. O contínuo
movimento de forças militares entre o continente e a Madeira no quadro da
instabilidade política dos meados do séc. XIX, e a necessidade de delimitar os contatos
dessas forças com a sociedade civil, levou a que progressivamente se procurasse um
espaço mais afastado do centro da cidade para hospital militar.

O hospital militar ficou registado em algumas fotografias dos finais do séc. XIX a inícios
do séc. XX. As plantas militares daquela antiga quinta madeirense, entre a Rua da
Rochinha e a Rua Bela de Santiago, utilizadas para solicitar alterações a arranjos,
possibilitam um interessante conhecimento das alterações urbanísticas desta área e do
nome dos proprietários. O hospital ficou naquele local até aos anos de 1936 a 1938,
quando o conjunto passou a propriedade da Fazenda Pública e aí foi construído o
edifício do futuro Liceu Jaime Moniz. As praças passaram então a ser tratadas, após
complexas negociações, no hospital dos Marmeleiros, no Monte, construído pela
Sociedade dos Sanatórios alemães, e depois entregue à Santa Casa da Misericórdia do
Funchal.
Depois da construção do novo hospital, os Marmeleiros
passariam a ser conhecidos popularmente como “hospital
velho”, em oposição ao “hospital novo” que passaria a
centralizar os serviços de Saúde no Funchal.

São os dois únicos hospitais existentes na Madeira. Passaram


a designar-se, a partir de 2003, por Hospital Central do
Funchal.

Neste estabelecimento é possível tratar mais de 30


especialidades médicas. Já o Hospital dos Marmeleiros recebe
apenas os serviços de doenças infeciosas, endocrinologia,
imagiologia, psiquiatria, medicina interna e pneumologia.
Ambos oferecem condições de internamento, hospital de dia,
consultas externas e serviço de urgência.
Hospital Dr. Nélio Mendonça
São mais de 40 milhões de euros o valor investido pelo grupo
HPA Saúde no Hospital Privado da Madeira que teve esta
O Hospital dos Marmeleiros era a única unidade hospitalar
sexta-feira a sua apresentação pública. O edifício possui 3.500
em meados do século XX. Com o passar do tempo, as
metros quadrados, e terá mais de 50 especialidades médico-
instalações e os serviços já não eram suficientes para uma
cirúrgicas, e mais de 100 camas de internamento.
população que estava a crescer e que precisava de melhores
cuidados de saúde. Assim, surgiu a necessidade de se
O presidente da Câmara Municipal do Funchal, Paulo Cafôfo,
construir um novo edifício, mais central, com maiores e
salientou que é um grande orgulho ter um madeirense a
melhores instalações e equipamentos mais modernos. O
investir numa unidade de saúde, e que a região autónoma
Hospital Cruz de Carvalho foi inaugurado a 9 de setembro de
tem valências e capacidade no sector da saúde.
1973, com capacidade para 526 camas.
Nesta ilha de águas calmas e límpidas e podemos tirar partido dos
Bem-estar e Saúde. extratos de algas e plantas, do fresco aroma das flores, do ar 100%
puro, aliado ao clima temperado, e renovar as energias.

A grande maioria dos estabelecimentos hoteleiros oferece um vasto


leque de opções - piscinas naturais, saunas e centros de massagens.
Alguns são mesmo "estâncias de saúde", complementando a oferta
com serviços como talassoterapia, hidromassagem, banho turco,
centros de estética, aliando a componente médica à estética.

Não devemos esquecer da ilha do Porto Santo que, para além da


imensa praia de areia dourada, cujas propriedades minerais
apresentam já reputação internacional pelas suas possibilidades
terapêuticas ao nível do tratamento de doenças do foro reumático,
disponibiliza também um Centro de Talassoterapiaque presta serviços
A Madeira é muito mais do que uma ilha, é um lugar místico, de de saúde complementar nas vertentes preventiva e curativa.
descoberta da natureza e de nós próprios. Tal como nós, feitos da
dualidade corpo e alma, é feita de contrastes entre o Oceano Possuidora de elementos tão saudáveis quanto naturais, a Madeira
profundo e as montanhas altas, o sol e a neve, o azul do mar e as oferece as condições essenciais para desfrutar de umas férias
cores exuberantes das flores. É nesta paisagem de contrastes, em relaxantes ou revigorantes em qualquer altura do ano.
perfeita harmonia, que encontramos o equilíbrio entre o corpo e a
mente.

Desde há muito tempo procurada pelas suas qualidades terapêuticas


para a cura de doenças essencialmente do foro respiratório, a
Madeira continua a oferecer condições excecionais como destino de
saúde.

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