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• Compreendida entre 1096 e 1099, a Primeira Cruzada lançada pelo Papa Urbano II
conquista aos muçulmanos os lugares sagrados.
• Em 1048, alguns ricos mercadores de Amalfi compraram a permissão de construir em Jerusalém, perto
do Santo Sepulcro, um mosteiro do rito latino e um hospital para acolher os peregrinos pobres e
doentes. A eles ajuntaram uma igreja sob o nome de Santa Maria, a Latina.
• Gerard Tum (1040-1120), considerado como o grande impulsionador da Ordem, viveu o sucesso da
Primeira Cruzada e impulsionou, ainda mais, o apoio aos doentes na recém-conquistada Jerusalém entre
1099 e 1113.
Gerard de Tum,
considerado por
muitos como o
fundador da Ordem
FUNÇÕES DA ORDEM DO HOSPITAL
• A Ordem do Hospital, também conhecida como Ordem de São João de Jerusalém, e mais
tarde como Ordem de Malta, contemplava o cumprimento das seguintes missões:
- Prestar assistência aos peregrinos doentes que se deslocavam até à Terra Santa. Velar pelos
pobres e doentes (esta primeira missão era a vocacional).
- Praticar a fé cristã, estando sujeitos a três votos monásticos: pobreza, castidade e obediência
- Assegurar a defesa militar dos peregrinos e cristãos, vigiando centros médicos e estradas
principais. Ganhará, com tempo, uma vocação militar, juntando-se aos templários na defesa
dos territórios cristãos.
A EXPANSÃO DA ORDEM DO HOSPITAL
• Nos tempos posteriores à sua fundação, a atuação da Ordem do Hospital não se confinaria
apenas à Terra Santa, expandindo-se também na Europa, onde recebeu a doação de
propriedades e privilégios que fomentaram a sua instalação nesses reinos.
• A Ordem do Hospital surge em Portugal, ainda nos inícios do século XII. Os hospitalários
terão, no nosso país, importantes comendas em Leça do Bailio, Belver, Crato, Proença-a-
Nova, Amieira, etc.
Mosteiro da Flor da Rosa –
Crato, propriedade histórica dos
hospitalários
As Comendas da Ordem do
Hospital na Europa por volta do
ano de 1300
Propriedades da Ordem
do Hospital na Terra
Santa/Palestina em 1146
1- CARÁCTER ASSISTENCIAL
• A Ordem do Hospital contava com médicos (falta saber se pertenceriam ou não à Ordem,
ou se eram requisitados), enfermeiros/protetores dos doentes (prestavam cuidados
contínuos) e despenseiros (responsáveis pela divisão da comida).
I. CARÁCTER ASSISTENCIAL
• As suas casas parecem evoluir de locais apenas de descanso destinados a peregrinos para
verdadeiros locais de cura de doentes, sempre seguindo a sua missão original assistencial.
• Havia todo um conjunto de procedimentos que norteavam os freires desde o momento da receção
dos pobres, dos carenciados e dos peregrinos até aquele que poderemos considerar o último reduto
da assistência, consubstanciado no sepultamento.
• Além de prestar assistência primordial a peregrinos, pobres, irá alargar os seus procedimentos
assistenciais a órfãos, viúvas e outros doentes.
“Em 1170, Raimundo de Baux deixa à Ordem o castelo de Lage; entre outros bens que doa,
deixa um moinho e um forno aos freires Piedro e Raimundo Berenguer para que o seu
rendimento fosse para entre outras coisas vestir 50 pobres”.
• Como qualquer ordem monástica, os freires hospitalários tinham que prestar um culto
cristão diário nos seus aposentos.
• Chegaram a controlar algo em torno de 25 castelos no Médio Oriente (o mais importante foi o Krak
des Chevaliers), muitos dos quais guarneciam importantes áreas costeiras e rotas terrestres.
Também viriam a fazê-lo na Europa.
III- A FUNÇÃO MILITAR
• A Ordem do Hospital que era liderada por um Grão-Mestre e contemplava uma hierarquia
interna, onde se encontravam igualmente condestáveis, almirantes, mestres escudeiros,
cavaleiros, porta-estandarte, monges, priores, tesoureiros e aqueles que prestavam as
funções assistenciais.
• Em 1244, os cruzados perdem definitivamente Jerusalém que tinha sido recuperada por
um acordo diplomático na Sexta Cruzada.
• Com a perda total dos territórios cristãos na Terra Santa em 1291, devido ao avanço
terrível dos mamelucos do Egipto, a Ordem do Hospital teve que procurar uma nova sede
até porque Jerusalém e São João de Acre, outrora grandes cidades e capitais dos estados
cruzados, estavam agora novamente nas mãos dos muçulmanos.
Os Mamelucos do Egipto
conquistarão a Terra
Santa, vencendo os
cruzados
A INSTALAÇÃO DA SEDE EM RODES
• Durante este período, a Ordem desenvolve uma nova vocação. Se antes, a sua atividade
militar enquadrava-se nas batalhas terrestres, agora os hospitalários começam a apostar
no desenvolvimento de uma frota naval até porque, em breve, a guerra contra os “infiéis”
seria travada, não na Palestina, mas sim no Mar Mediterrâneo.
A INSTALAÇÃO DA SEDE EM RODES
• Rodes prosperou sob o domínio hospitalário e, embora o Império Otomano se estivesse a expandir
cada vez mais, a ilha subsistiu como um dos últimos postos avançados cristãos no Mar Egeu.
• Em meados do século XV, os hospitalários poderiam contar com algo em torno de 450 cavaleiros e
2000 soldados na ilha.
• Os turcos otomanos atacaram Rodes em 1455 e novamente em 1480, mas fracassaram. No entanto,
à terceira foi de vez. Em 1522, após seis meses de cerco e combate feroz contra a frota e exército do
sultão Suleiman, o Magnífico, os hospitalários tiveram que abandonar a ilha e procurar um novo
sítio para a sua sede.
O Palácio do Grão-Mestre da
Ordem do Hospital na ilha de
Rodes ou Rhodes
A MUDANÇA DA SEDE PARA MALTA
• Após algumas breves paragens na Sicília e na Itália continental, em 1530, a ordem escolheu dessa
vez Malta como o seu novo lar, que lhe foi dado pelo rei Carlos V da Espanha (reinou entre1516-
1556).
• A partir daqui, a organização começa a ser conhecida como Ordem de Malta e os seus cavaleiros
como “cavaleiros de Malta”,
• Malta não tinha muitas terras férteis para a agricultura, sendo apenas o algodão e o cominho
fontes significativas de receitas, mas a ilha de facto tinha um dos melhores portos no
Mediterrâneo.
A MUDANÇA DA SEDE PARA MALTA
• Mesmo assim, a Ordem não escapou a novas ameaças perante o Império Otomano que
ameaçava dominar a Europa.
• A Ordem do Hospital persistiu em Malta até a ilha ser capturada por Napoleão em 1798.
• Ainda hoje a organização perdura, de várias formas e em vários países, não só atuando
como ordem de cavalaria na atribuição de medalhas, como também prestando serviços de
ambulância voluntários, sendo este último, é claro, uma continuação do objetivo original
dos hospitalários de dar assistência médica gratuita àqueles que mais precisam.
A Ordem de Malta nos dias de hoje
CURIOSIDADE
• Destaque especial para Fernando Afonso (Afonso de Portugal) que viveu no período
concreto das cruzadas e que era filho bastardo de D. Afonso Henriques.
Fernando Luís Mendes Vasconcelos
Afonso ou
Afonso de
Portugal
António Manuel de Manuel Pinto da Fonseca
Vilhena
A Ordem de Malta atua
hoje em 120 países,
prestando funções
assistenciais
VÍDEO SOBRE A ORDEM DO HOSPITAL OU DE
MALTA
• https://www.youtube.com/watch?v=950Q7ci13z0,