Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Na próxima página, saiba como surgiu a Ordem dos Templários, mas antes
descubra como ela ficou tão rica e poderosa.
Banqueiros internacionais
Menos de meio século após sua fundação, a Ordem
dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de
Salomão só era pobre no nome. Reis e nobres da
Espanha, França e Inglaterra doaram para a Ordem
castelos, propriedades, títulos de nobreza e
autoridade territoriais que a fez acumular milhares de
propriedades espalhadas pela Europa Ocidental,
regiões do Mediterrâneo e Palestina. Sua força
militar e os votos de fé cristã a tornou também
confiável para fazer a colet a, o armazenamento e a
entrega de barras de ouro, moedas e outras riquezas
de nobres europeus em seus país es e na Terra
Santa. Os Templários estabeleceram uma rede
segura de locais para guarda dos tesouros e de
transporte de valores que passou a funcionar como
verdadeiro banco internacional tanto para realezas
como para os peregrinos que iam para a Terra
Santa. Além de cobrarem juros (ironicamente algo
condenado pela Igreja Católica) quando realizavam
empréstimos das riquezas que guardavam e estarem
isentos de impostos e do dízimo, eles também
lucravam com heranças que recebiam de monarcas
e nobres, como a fortuna deixada para a Ordem pelo
rei Henrique 2.° da Inglaterra.
Em 1127, Hugo partiu de volta para a Europa em busca de mais recursos para
a Ordem. Sua ideia foi muito bem recebida por nobres, principalmente na
França, Espanha e Inglaterra e ele obteve generosas doações. Nos anos
seguintes, além das doações ele conseguiria um apoio fundamental para a
importância e o poder que os Templários teriam: a simpatia e o apoio do abade
Bernardo de Clairvaux, na época um dos mais influentes intelectuais europeus.
Bernardo não só escreveu as regras que regeriam os Templários e textos que
defenderam a Ordem das críticas por sua atuação religiosa-militar, como
também ajudou os Templários a conseguir vários privilégios do papa Inocêncio
2.°, como o que que os isentava das jurisdições epsicopais e os ligava
hierarquicamente direto com o papa.
Bernardo - que seria canonizado e viraria santo - obteve também para os
Templários o direito ao "malicídio", uma espécie de "licença para matar", no
melhor estilo James Bond. Só que como o ato de matar outro ser humano era
algo condenado pelos Dez Mandamentos, e portanto por Deus, era preciso
justificar a tarefa dos Templários de matar os "infiéis", nesse caso os
muçulmanos. O abade Bernardo então teorizou que nesses casos matar em
nome de Deus não era um homícidio, pois não estava se matando homens e
sim encarnações do mal, portanto tratava -se de um "malicídio", e isso podia.
Vida de monge-guerreiro
Em 1187, uma tropa de cerca de cinco mil soldados muçulmanos liderados por
Al-Afdal, filho de Saladino, pediu permissão para atravessar pacificamente a
Galiléia. Raimundo 3.°, príncipe da Galiléia, mantinha um acordo de paz com
Saladino e autorizou a passagem da tropa muçulmana. Mas o grão -mestre dos
Templários, Gérard de Ridefort tinha desavenças com Raimundo e ao saber da
autorização decidiu atacar os muçulmanos com cerca de uma centena de
cavaleiros. Os Templários foram massacrados - Ridefort fugiu - e Saladino
considerou o acordo rompido e atacou o Reino de Jerusalém. Em outubro de
1187 ele tomou a cidade e mais de duas centenas de Cavaleiros Templários
foram decapitados.
A perseguição orquestrada pelo rei francês incluiu torturas para obter falsas
confissões e pressões para que o papa Clemente 5.° revogasse uma decisão
do Concílio de 1311 que considerou os Templários inocentes das acusações.
As propriedades dos Templários em toda a Europa foram confiscadas ou
transferidas para outra ordem militar-religiosa, a dos Hospitalários. A
perseguição política aos Cavaleiros Templá rios empreendida por Filipe, o Belo,
e o papa levaram ao fim da Ordem mas não acabaram com o imenso prestígio
que eles construíram na Europa e na Terra Santa e acabaram por alimentar
novas lendas e mistérios que envolvem os Templários até hoje.
Conspirações templárias