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Cadeira:
MIJ
Discente: Docente:
Licenciatura em Direito
Discentes:
Alberto Pedro
Delimitação da pesquisa..................................................................................................................5
Objectivos:...................................................................................................................................6
Objectivo Geral............................................................................................................................6
Objectivos específicos:................................................................................................................6
Hipótese de pesquisa........................................................................................................................6
Integração jurídica........................................................................................................................7
Os obstáculos políticos...............................................................................................................12
As opções da SADC...................................................................................................................19
Escolha política: a opção para um direito comum à SADC ou a opção para a OHADA..........23
Escolha política: a opção para um direito comum à SADC ou a opção para a OHADA..........24
A opção OHADA.......................................................................................................................25
Limitações da Pesquisa..................................................................................................................27
CRONOGRAMA..........................................................................................................................28
Referência bibliográfica.............................................................................................................29
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
Contextualização
O presente trabalho com o seguinte tema os problemas de integração jurídica da SADC, definido
nestes termos, o conceito de integração articula-se em torno da ideia de supranacionalidade que o
distingue claramente do processo de cooperação no qual os Estados mantêm a sua
individualidade e procura apenas a sua valorização através de relações com outros Estados. A
supranacionalidade é, por conseguinte, o corolário da integração; como ensinam alguns autores:
«As funções de integração pressupõem que uma entidade não estatal concorra com ou em
paralelo com Estados-Membros das suas actividades tradicionais de monopólio (funções quase
legislativas, executivas e jurisdicionais)».
Delimitação da pesquisa
Segundo LAKATOS e MARCONI (1992), a delimitação do tema especifica os limites da
extensão tanto do sujeito, tanto do objecto, o tempo e o espaço. Por sua vez, GIL (2002) defende
que a delimitação do tema se assenta em dois critérios fundamentais: O critério espacial e o
critério Temporal.
Como o próprio tema sugere, apesar de ter vários pontos de acesso a justiça face as nomeações
oficiosas em julgamento no ordenamento jurídico moçambicano, que é um direito de todo o
cidadão, o nosso estudo incide sobre o acesso a justiça face as nomeações oficiosas em
julgamento no ordenamento jurídico moçambicano, numa perspectiva de laboralização dos
tribunais, que é um fenómeno cada vez mais crescente em muitos ordenamentos jurídicos, tal é o
caso de Moçambique. Portanto, o nosso estudo concentra-se nas limitações do acesso a justiça
face as nomeações oficiosas em julgamento.
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Objectivos:
Objectivo Geral: compreender quais são os problemas de integração jurídica na SADC.
Objectivos específicos:
Identificar as reais causas da integração jurídica na SADC;
Abordar as opções da SADC;
Falar dos aspectos relacionados a integração jurídica na SADC.
Hipótese de pesquisa
Citando Gil (1996, p.35), António Henriques Medeiros afirma que a hipótese é uma “proposição
testável que pode vir a ser a solução do problema”. Define a hipótese como solução tentativa,
que consiste numa suposta resposta destinada a explicar provisoriamente um problema até que os
factos venham a contradizê-la ou confirmá-la. Assim, cabe formular a nossa hipótese de pesquisa
nos termos seguintes:
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CAPITÓLIO I: PROBLEMAS DE INTEGRAÇÃO JURÍDICA DA SADC
Integração jurídica
Em direito, entende-se por «integração», «um processo constituinte através do qual novo pedido
internacional e / ou municipal com base na união de dois ou mais estados e seus assuntos por
arranjo associativo em conformidade para definir a forma e o estado de união conseguido ou
desejado a ser conseguido na base de tempo longo». Por outras palavras, entende-se por esta
palavra o <<... Processo pelo qual dois ou mais estados podem se unir em uma união de natureza
estabelecida, estabelecendo um estado ou autoridade supra nacional» ou «<Transferência de
competências étnicas de um Estado ou de uma organização internacional dotada de poderes de
decisão e poderes supranacionais».
Os poderes supracionais são poderes atribuídos à organização internacional pelo seu próprio
estatuto que conferem aos órgãos competentes o poder de tomar decisões que obrigam os
Estados-Membros da organização e os sujeitos de direito interno, directamente, sem o
consentimento destes mesmos Estados membros. É isto que confere, verdadeiramente, à este tipo
de organizações internacionais, um carácter «<supranacional» e uma certa primazia em relação
aos Estados-Membros.
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a criação de um mercado único entre os Estados Membros exige uma genuína harmonização de
todas as condições de produção e movimentação de pessoas, bens e serviços>>.
Contudo estes fundamentos são apenas exemplos que sustentam a necessidade da dimensão
jurídica da integração, outros podem ser avançados, como o estabelecimento de um espaço
seguro juridicamente e judicialmente, a luta contra a heterogeneidade dos sistemas jurídicos que
favorecem a criação de obstáculos não tarifários que é, em si, uma fonte de perturbação das
escolhas económicas que fundamentam o ciclo do investimento, e a prevenção do <«<dumping
social» ou «<ecológico».
Por exemplo, a atracção do sistema OHADA procede largamente da confiança numa instância
judicial supranacional, ao abrigo da incompetência, corrupção, pressões políticas e tráfico de
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influência. Assim, a criação de uma jurisdição supranacional contribui para promover à
segurança judicial.
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dificilmente admitir que numa mesma organização regional as escolhas dos operadores
económicas sejam ditadas pelas normas sociais menos avançadas no do progresso social ou os
padrões de defesa do ambiente mais baixos quando o objectivo desta mesma organização é
construir uma «<Comunidade>>.
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difícil especificar a priori, em quais casos é necessário recorrer a uma ou outra dessas técnicas.
Como a integração jurídica é apenas um meio, a escolha de técnicas, que não são excluídas, está
directamente relacionada aos objectivos buscados».
Nesta perspectiva, pelo menos três técnicas podem ser combinadas para obter uniformidade: a
harmonização dos direitos nacionais, a elaboração de um direito comum ou convenções
internacionais que favorecem a integração jurídica. A integração jurídica através de convenções
internacionais não deve ser negligenciado mas induz, por natureza, certos limites,
nomeadamente, as de submeter estes últimos ao direito internacional público. O que é que a
SADC oferece, em termos de instrumentos de integração jurídica?
O Tratado da SADC não consagra nenhum instrumento que permite razoavelmente concluir à
existência de um processo real de uniformização das legislações dos Estados-Membros. Neste
sentido conclui claramente o estudo promovido pelo SEPAC, em 1999: «... A SADC ainda não
realizou um programa de harmonização do direito empresarial... Pelo contrário, o objectivo é
«cooperar», ou seja, coordenar a acção dos Estados-Membros numa determinada área. O
instrumento privilegiado desta opção é «o Protocolo». Assim, estes acordos entre Estados
membros aparecem como instrumentos particularmente indicados para a promoção de uma
cooperação entre Estados.
Contudo, estes instrumentos não são concebidos realmente para lutar contra a disparidade das
legislações que constitui um obstáculo para a realização de um espaço económico e social
integrado. Com efeito, apesar da sua aprovação pela cimeira dos Chefes de Estados (n.º 3 do
Artigo 10), os protocolos estão abertos à assinatura e ratificação dos Estados e não existe
nenhum mecanismo que garante e assegura que todos os Estados membros procederão
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uniformemente ao cumprimento destas formalidades. Na prática, pode-se medir os efeitos
perversos ou inadaptados destes instrumentos para levar a empregue que se resume numa
equação a duas incógnitas: «eliminar» e «<não fazer». Visivelmente, não se constrói nada
conjuntamente ou melhor, o que se trata de produzir não é a integração stricto sensu (sentido
limitado) mas apenas um «<quadro jurídico para a cooperação entre os Estados-Membros>>
através da aprovação de protocolos em áreas escolhidas em comum acordo entre os Estados
membros.
Em resumo, coopera-se, mas não se integra. Assim, o processo de integração no Tratado SADC
não é pensado globalmente dado que as visões jurídicas e políticas são ausentes e o uso mesmo
do termo «integração» está muito próximo de se tornar um verdadeiro abuso de linguagem se
não o for já.
Os obstáculos políticos
O principal obstáculo ao processo de integração no seu conjunto e da integração jurídica, em
especial, na SADC é a inércia política ao qual se pode acrescentar a defesa exacerbada da
soberania. A doutrina sublinhou, a justo título este aspecto, que se manifesta, principalmente,
pelo facto que as administrações nacionais não consideram, na sua imensa maioria, o processo de
integração regional como uma prioridade mas como uma «tarefa»> sem particularidade nenhuma
em relação às outras tarefas que exerce ou realiza uma Administração.
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instrumento jurídico do «<Protocolo» para proceder à integração é, designadamente, uma destas
manifestações mais incontestáveis. A arquitectura complexa da estrutura institucional é uma
outra.
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Contudo, não se pode ligar o sucesso da SADC com o sucesso de um Estado líder. Isto
conduziria a construir uma SADC totalmente dependente das iniciativas individuais de apenas
um Estado membro, o que teria por finalidade desresponsabilizar todos os outros. O que é
necessário é um melhor equilíbrio entre a liderança de um Estado (por exemplo, a África do Sul)
e a existência de mecanismos e processos colectivos comunitários, o que um autor designou por
«Commuity-ship (Agência da comunidade)». Olhando de forma realista para a cultura, a
economia e a história da SADC, pode-se perceber melhor a complexidade desta organização
regional A liderança do processo de integração regional têm dificuldades a surgir porque, por um
lado, tudo foi feito para impedir, estruturalmente, o seu nascimento (a multiplicação dos órgãos e
a brevidade dos mandatos desses constituem verdadeiros impedimentos para a constituição de
uma liderança duradoura), e, por outro lado, a rivalidade existente entre alguns Estados membros
(Angola e África do Sul) não favorece a sua existência. Assim, a SADC confrontada a uma
«crise de liderança, por um lado, e à ausência de «Community-ship (loja da comunidade)», por
outro lado.
A liderança deve adquirir uma certa legitimidade para surgir do espaço político da Comunidade,
ou seja, os Estados membros devem virar-se <<naturalmente>> para um deles a fim de procurar
assessoria e aconselhamentos, é pois a existência de uma confiança partilhada em relação a um
Estado- Membro que reclama a constituição de uma liderança capaz de congregar o trabalho de
todos Estados que compõem a organização à favor do processo de integração.
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membros, os objectivos dos protocolos não são integrados em tempo útil nos planos nacionais de
desenvolvimento ou nos programas sectoriais dos ministérios técnicos interessados.
Contudo, parece existir um consenso sobre uma metodologia idónea para realizar a integração
nas «agendas» ou planos políticos nacionais da agenda da SADC. Um estudo realizado em Maio
de 2009 pela UNECA e o CEDIR desenhou um quadro lógico para proceder à integração dos
objectivos da integração regional (Agenda da SADC) nos planos desenvolvimento nacional. Em
particular, para uma integração sistemática dos objectivos da integração regional nos planos de
desenvolvimento nacional, o referido estudo realça a importância dos aspectos institucionais e
processuais do processo de integração regional; como referem os autores deste trabalho: «A
integração da Agenda de Integração Regional da SADC nos Planos Nacionais de
Desenvolvimento não inclui apenas as questões da SADC nos documentos para cumprir um
mandato, mas na verdade considera quais são as questões da agenda de integração regional da
SADC, priorizando-as, formulando, implementando e monitorando políticas adequadas e
reformas estruturais necessárias, e estabelecimento de responsabilidades institucionais
essenciais>>.
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O proteccionismo tem uma relação estrutural estreita com a protecção da soberania dos Estados.
Manifesta-se na SADC no que diz respeito, mais particularmente, a implementação do Protocolo
sobre as Trocas Comerciais pelos Estados-Membros. A este respeito, RASUL SHAMS escreve:
«Essa falta de progresso na implementação do Protocolo deve-se provavelmente ao
proteccionismo predominante na região».
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A reforma das estruturas existentes
A estrutura institucional complexa, hoje existente na SADC, reflecte a vontade dos Estados de
afastar a criação de um processo destinado a estabelecer a supranacionalidade da organização.
Pode-se mesmo considerar que constitui uma das causas dos atrasos sucessivos na concretização
dos objectivos devidamente aprovados e a lentidão na implementação da Zona de Comércio livre
e da União Aduaneira. Por outras palavras, uma estrutura institucional e um processo de tomada
de decisão complexos constituem fraquezas reconhecidas do próprio processo de integração.
Uma simplificação das estruturas existentes conjugada com um redimensionamento dos poderes
atribuídos a cada órgão, ao qual deveria se acrescentar um crescimento dos poderes atribuídos a
cada órgão, ao qual deveria se acrescentar crescimento dos poderes do Secretariado parecem
urgentes necessárias. Um Com efeito, a estrutura institucional da SADC, hoje existente, inibe a
eficiência e a eficácia da organização. É a clara manifestação daquilo que os Estados-Membros
não estão prontos e dispostos em comprometer-se e obrigar- se plenamente no processo de
integração. A complexidade da estrutura (Cimeira, Órgão de cooperação nas áreas da Política,
Defesa e Segurança, Conselho de Ministros, Comité Integrado de Ministros, Comité Permanente
dos Altos Funcionários, Secretariado, Tribunal, Comissões Nacionais da SADC e a Tróica)
constitui uma fonte de multiplicação de riscos de conflitos e de desacordos sobre as
competências atribuídas à cada um deles e, sobretudo, um antidoto contra um processo de
decisão célere. Assim, um autor chegou a conclusão segundo a qual: «Formular objectivos e criar
instituições que não sejam adequadas para realizá-los, é uma indicação de que outras razões,
além das mencionadas no tratado, possam existir para explicar a existência e o modo de operação
da organização».
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resume-se em saber: quais os instrumentos jurídicos que permitiriam harmonizar e uniformizar
as normas juridicas dos Estados membros da SADC com efeito de avançar para uma verdadeira
organização regional integrada?
A elaboração de normas comuns para regulamentar os subsídios dos Estados que impedem o
comércio livre, o regime das compras públicas, o direito do trabalho, o direito da concorrência,
as formas das sociedades comerciais, os instrumentos de paramento e de crédito, o direito fiscal,
o direito dos contractos, o direito dos transportes e telecomunicações, o direito do ambiente,
dentre outros, parece inevitável para assegurar e garantir um processo de integração sólido e
duradouro; como ensina JOSEPH ISSA-SAYEGH: «A integração económica (um espaço
económico único) deve corresponder idealmente, à integração jurídica (um espaço jurídico seu),
ou seja, à harmonização ou à padronização do direito comercial)».
O Tratado do OHADA previu, quanto a ele, a aprovação «de actos uniformes>> para atingir o
objectivo de uniformização jurídico através da instauração de normas comuns para todos os
Estados membros da organização (Artigo 5). Estes actos uniformes são directamente aplicáveis e
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obrigatórios para os Estados. Assim, os Estados da África do Oeste, entre outros, perceberam
muito bem que «não existe uma política real de integração económica sem um mínimo de
supranacionalidade» o que se manifestou, à nível dos instrumentos juridicos a adoptar, pelas
experiências supra mencionadas.
As opções da SADC
A questão das opções deve tomar em conta a natureza dos instrumentos a aprovar e os seus
respectivos efeitos.
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Uma interpretação extensiva da alínea j) do n.º 2 do Artigo 5 do Tratado da SADC poderia servir
de fundamento para a implementação deste processo. Contudo, a forma dos instrumentos
prevista pelo Tratado para esse efeito << O processo>> - não é plenamente satisfatória para ter
êxito na realização efectiva de um processo de harmonização que compreende numerosos riscos.
Em todos os casos, a entrada num processo de harmonização do direito, com ajuda destes
instrumentos deveria passar, inevitavelmente, por uma alteração do Tratado com efeito de criar
estes instrumentos que também ainda não existem, talvez, deve-se para outros instrumentos, tais
como a lei-modelo ou leis-tipo elaborados pelos órgãos da SADC ou por entidades externas à
organização (peritos ou consultores externos) e propostas, quer, aos órgãos da SADC que
poderiam, sem estar a inspirar para elaborar normas a submeter aos parlamentos ou autoridades
regulamentares nacionais, quer, directamente submetidos aos parlamentos da SADC para
aprovação por entidades externas à organização.
Nesta perspectiva, duas vias podem ser exploradas. A estreia consiste em propor aos parlamentos
nacionais, um texto único elaborado por um orgao da organização. Este procedimento acomoda
as soberanias nacionais mas não é plenamente satisfatório pelo facto de que alguns parlamentos
podem, ou rejeitar a proposta, ou altera-la, dando-lhe um sentido diferente ou, ainda altera-la
posteriormente à sua aprovação, o que constitui um sério risco de não atingir o objectivo inicial.
Este procedimento pode ser seguido, em termos comparáveis, na SADC, contudo, o resultado
final pode ser garantido com um elevado grau de certeza pelas razões previamente expostas.
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Não há nenhuma duvida sobre o facto de que se a SADC decidir seguir esta ultima via, para a
uniformizar o direito dos seus Estados membros que constitui incontestavelmente a via mais
eficaz para prosseguir o objectivo da integração jurídica uma reforma do tratado será necessária
para introduzir a supranacionalidade na organização.
De facto, a aplicabilidade directa integra duas realidades. Primeira, um aspecto formal no que
concerne a introdução do Direito comunitário nas ordens jurídicas nacionais. Neste sentido, a
aplicabilidade directa implica a proibição de qualquer transformação das normas comunitárias
bem como a aprovação de qualquer acto nacional de recepção. Segundo, um aspecto material que
se relaciona com a capacidade do Direito Comunitário de criar ao beneficio ou a cargo dos
particulares, direitos e obrigações que eles podem reivindicar, directamente, sem que seja
necessário uma medida nacional de execução. Trata-se do efeito directo da norma, comunitária
que implica a imediata aplicação da norma bem como sua execução integral.
Não há nenhuma duvida sobre o facto de que se a SADC decidir seguir esta ultima via, para a
uniformizar o direito dos seus Estados membros que constitui incontestavelmente a via mais
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eficaz para prosseguir o objectivo da integração jurídica uma reforma do tratado será necessária
para introduzir a supranacionalidade na organização.
De facto, a aplicabilidade directa integra duas realidades. Primeira, um aspecto formal no que
concerne a introdução do Direito comunitário nas ordens jurídicas nacionais. Neste sentido, a
aplicabilidade directa implica a proibição de qualquer transformação das normas comunitárias
bem como a aprovação de qualquer acto nacional de recepção. Segundo, um aspecto material que
se relaciona com a capacidade do Direito Comunitário de criar ao beneficio ou a cargo dos
particulares, direitos e obrigações que eles podem reivindicar, directamente, sem que seja
necessário uma medida nacional de execução. Trata-se do efeito directo da norma, comunitária
que implica a imediata aplicação da norma bem como sua execução integral.
Assim, serão expostos as seguintes sequências: a realização de uma auditoria jurídica estratégica,
a escolha política, a elaboração de um calendário credível de acções a promover, a formação dos
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juristas para o sucesso de execução do Direito Comunitário e a procura de uma parceria com a
sociedade civil.
Olhando para as experiências realizadas fora da SADC, alguns Estados, em particular, realizaram
este tipo de estudo, antes de iniciar um processo de adesão à uma organização de integração. Foi
o caso, por exemplo da República Democrática do Congo, na ocasião do início do seu processo
de adesão à OHADA.
Nesta perspectiva, porque não adoptar a mesma sequência à nível dos Estados membros da
SADC no seu conjunto? Este estudo preliminar não constituíra um compromisso dos Estados
membros, mas teria o mérito de trazer uma informação objectiva e argumentada sobre uma
temática determinante para o futuro da organização.
Escolha política: a opção para um direito comum à SADC ou a opção para a OHADA
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necessário entender que a progressão neste processo necessita de instrumentos jurídicos capazes
de acompanhá-lo em boas condições e sobretudo consolidá-lo em cada uma das suas fases.
Assim, existe domínios ou sectores de actividades onde a coordenação não será suficiente para
realizar uma verdadeira integração.
Nesta perspectiva, a harmonização dos direitos dos países membros constitui um dos meios ao
qual pode se recorrer, em alguns casos, para garantir, de uma forma efectiva, a integração
económica. A intensidade desta aproximação é variável segundo as matérias e, sobretudo,
segundo o estado dos direitos dos Estados membros. Contudo, há dominios em que a integração
económica é perfeitamente conciliavel com uma disparidade de legislações; existe outras, pelo
contrário, onde é preciso ultrapassar a coordenação e a harmonização para conseguir realizar
uma verdadeira unificação. Como realizar uma União Monetária sem uma União Política, se a
primeira depende da segunda e que esta última pressupõe a existência de uma organização
supranacional?
Escolha política: a opção para um direito comum à SADC ou a opção para a OHADA
A escolha do direito substantivo ou adjectivo, que deverá constituir o Direito Comunitário é
meramente política. Todavia, esta escolha pode ser circunscrita a duas: ou os Estados membros
optam por um Direito comunitário próprio ou escolher uma organização internacional que
oferece já um direito uniformizado como, por exemplo, a OHADA.
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Nesta perspectiva, a harmonização dos direitos dos países membros constitui um dos meios ao
qual pode se recorrer, em alguns casos, para garantir, de uma forma efectiva, a integração
económica. A intensidade desta aproximação é variável segundo as matérias e, sobretudo,
segundo o estado dos direitos dos Estados membros. Contudo, há dominios em que a integração
económica é perfeitamente conciliavel com uma disparidade de legislações; existe outras, pelo
contrário, onde é preciso ultrapassar a coordenação e a harmonização para conseguir realizar
uma verdadeira unificação. Como realizar uma União Monetária sem uma União Política, se a
primeira depende da segunda e que esta última pressupõe a existência de uma organização
supranacional?
A seguir, os projectos, com as observações dos Estados membros, poderiam ser acaminhados
para o Tribunal para dar o seu parecer. Depois, desta fase, o Secretariado poderia elaborar a
proposta definitiva de norma uniforme a submeter para aprovação do Conselho.
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Em todo caso, na zona da SADC, caracterizada por uma assimetria em termos políticos,
económicos e culturais dos Estados membros, deve se tomar em conta o facto de que o processo
de harmonização e uniformização do direito não deve-se tornar um processo de assimilação
jurídica padronizado no direito do país mais influente.
A opção OHADA
Em primeiro lugar, afirmar que, teoricamente, nada impede um Estado membro da SADC de
aderir ao Tratado da OHADA que tem, como ensina JOSEPH-ISSA-SAYEGH," ... uma vocação
a uma expansão sem limite no plano territorial ...", e "... uma ambição de integração jurídica à
escala continental e em todos os domínios do direito económico". Com efeito, no plano
territorial, a adesão está aberta sem condição aos Estados membros da União Africana. Nos
termos do Artigo 53, do Tratado OHADA: "O presente Tratado é, desde a sua entrada em vigor,
aberto à adesão de todos os membros da OUA e não signatários do Tratado...".
Este evento terá certamente consequências do ponto de vista dos debates que poderiam ter lugar,
numa fase posterior de harmonização ou de unificação do Direito Económico, no espaço da
SADC. Com efeito, os direitos comerciais e económicos unificados da OHADA, através do
vector da RDC, constituirá um facto incontornável de debate em qualquer negociação e
estratégia de harmonização e uniformização do Direito Económico que ainda não começou nesta
organização.
Nesta perspectiva, todas as hipóteses podem ser exploradas. Em primeiro lugar, o direito da
OHADA pode constituir uma simples informação pelos Estados membros da SADC como
modelo de normas jurídicas uniformizadas e das suas vantagens práticas. Em segundo lugar, o
modelo da OHADA pode, também, servir de método para a elaboração de uma estratégia futura
para a implementação de um processo de harmonização ou de uniformização do Direito
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Económico. Finalmente, o modelo OHADA pode suscitar uma adesão parcial ou total dos
Estados membros da SADC a este Tratado
A OHADA tem uma vocação africana. Por outras palavras, "A promoção da União Africana,
mais exactamente da organização de um mercado comum africano, constitui um dos objectivos
da OHADA". A adesão a esta visão pelos Estados membros da SADC contribuiria para a
harmonização do direito ao escalão continental, bem como facilitaria os objectivos perfilhados
pelo Tratado de Abuja, nomeadamente, o da criação de um Mercado Comum Africano.
Por outras palavras, os Estados devem determinar um cronograma obrigatório e credível com a
finalidade de transpor eficazmente as referidas normas. Os riscos de sobrevivência de
especificidades nacionais podem dificultar a sua atractividade e o seu impacto para o
investimento. Não se pode negar as dificuldades da operação; como afirma ANNA F.
PERSSON: o direito privado, ao qual pertencem os interesses de segurança, costuma ser visto
"como uma espécie de símbolo da identidade jurídica nacional e uma forte expressão da cultura
jurídica nacional". Por esse motivo, muitos estados tendem a resistir à harmonização do direito
privado".
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Limitações da Pesquisa
As limitações de pesquisa são as barreiras que vão enfrentar o pesquisador no campo no
momento de recolha de informações a concretização do seu trabalho de forma sustentável. São as
limitações dum estudo, as dificuldades encaradas no decurso da pesquisa, por exemplo, assuntos
culturais, económicas, políticas, que por ventura possam inviabilizar a materialização do estudo
pretendido (Sampieri, 2006).
Deste modo, para a realização deste estudo, terão algumas limitações tais como: a falta de
material, manuais, artigos para a obtenção de informações, as dificuldades para a aceder aos
dados da Instituição devido aos constrangimentos sigilosos ou seja, não fornecimento de
informações achadas confidenciais para as pessoas entrevistadas e as limitações financeiras
CRONOGRAMA
Quadro 1. Cronograma de Execução das Actividades
No ACTIVIDADES PERIODOS DE TRABALHOS (MESES)
01 Levantamento de Dados
02 Análise e interpretação
de doados
03 Pesquisa bibliográfica
04 Entrega do Trabalho
Final
09 Defesa
Orçamento da Pesquisa
28
10 Internet 3.000,00
11 Papel A4 2.500,00
12 Impressão 1.000,00
13 Encadernação 2.000,00
14 Deslocações 9.000,00
15 Alojamento 0,00
16 Alimentação 0,00
Total………………..………………………………………………...……….. 18.500.00
Referência bibliográfica
MAZRUI, A. A. Introdução. In: MAZRUI, A. A.; WONDJI, C. (Eds) História Geral da África,
VIII: África desde 1935. Brasília: UNESCO, 2010.
CHANAIWA, D. A África Austral. In: MAZRUI, A. A.; WONDJI, C. (Eds) História Geral da
África, VIII: África desde 1935. Brasília: UNESCO, 2010.
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DIOP, M. et al. A África Tropical e a África Equatorial sob Domínio Francês, Espanhol e
Português. In: MAZRUI, A. A.; WONDJI, C. (Eds) História Geral da África, VIII: África desde
1935. Brasília: UNESCO, 2010.
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