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AVALIAÇÃO MÉTODOS ADEQUADOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS

– VALOR TOTAL (9,0 PONTOS)

1. Embora ocorra na prática, como visto em aula, o que NÃO É CONSIDERADO conciliar? (2,0)

Apesar de a conciliação ser um método para resolução de conflitos de forma amistosa e


conciliatória, como o nome diz, ocorrem algumas situações que não podem ser chamadas de
conciliação e, de fato, contribuem até mesmo para a ampliação do conflito.

Dentre elas estão comportamentos tais como questionar se existe um acordo já obtido. Tal
questionamento visa tão somente a levantar questões do passado que podem gerar novos conflitos.
Apesar de ser um questionamento válido, pode levar a perda de tempo e discussão de temas que
não contribuem para a conciliação em si.

Outra forma de não conciliar é argumentar sobre as desvantagens da decisão jurídica. Se há


judicialização, não fará sentido utilizar esse argumento pois é contraproducente.

Outro ponto importante é a intimidação e a pressão. Forçar um acordo por meio de insistência ou
pressão só leva a um aumento do conflito. Não é o caminho adequado para a conciliação.

Também não podemos forçar acordos, já que se chegou a ponto da judicialização, é porque os
acordos já tentados não foram frutíferos. Também não é possível comprometer a imparcialidade. A
conciliação deve levar em conta os dois lados, não podendo ser parcial nesse processo.

2. Fale sobre os critérios de negociação de Harvard (2,5)

A negociação é uma forma de chegar a um acordo no qual ambas as partes ficam satisfeitas com o
resultado. Esse é, na verdade, o principal objetivo. Muito embora situações de conflito nem sempre
terminam com uma resolução igualmente boa para ambos os lados, busca-se a satisfação de
princípios para que tal negociação seja frutífera.

O método de negociação proposto por William L. Ury, começa, necessariamente, com a ida do
negociador ao balcão. É preciso entender bem as partes para poder encontrar pontos em comum. É
importante, como na lição cristã, “amar o próximo como a ti mesmo”, ou seja, colocar-se no lugar do
outro e explorar suas possibilidades. É necessário escutar ativamente, sem demonstrar desinteresse
em nenhuma parte. E aí é necessário começar a fazer proposições com diversos benefícios, nessa
fase, criando situações que favoreçam ambas as partes. É importante não disputar forças, nem focar
em outra coisa que não sejam nos interesses de ambos.

Nesse momento é necessário usar critérios objetivos para alcançar o resultado final. Não podemos
usar critérios abstratos, como, “fulano só fica feliz se você fizer tal coisa”. É necessário ir além e
colocar critérios objetivos. Exemplo: “é necessário vender os móveis para pagar as dívidas e dividir
os valores resultantes”. Muito mais eficiente e objetivo.

Com os critérios listados, é preciso ter um bom plano de ação para a devida execução de tudo. Isso é
importante porque é comum negociações terem um final com a presença do negociador, e perder o
rumo quando de sua ausência sem documentos que determinem o que deve ser feito. Ao final do
processo, para evitar exatamente esse tipo de rompimento, é preciso construir uma relação
duradoura entre ambos, o que garante o devido cumprimento do acordo negociado.
3. Qual a diferença de sigilo na arbitragem e confidencialidade na mediação? (2,5)

Na mediação, a confidencialidade abrange todos os fatos, situações, propostas e documentos


apresentados durante o processo, não podendo nenhum destes serem utilizados em situações ou
processos futuros. Portanto, toda a mediação possui confidencialidade garantida por lei.

Já na arbitragem, a confidencialidade é conveniente, mas não essencial. Como trata de temas


relevantes do âmbito corporativo, o sigilo se torna relevante. Porém a quebra do sigilo da decisão
arbitral não interfere na decisão do árbitro, mas pode gerar impactos contratuais entre as partes. A
confidencialidade, nesse caso, é meramente um acordo entre as partes, e não exigência ou
obrigatoriedade.

4. Qual o marco temporal divisório para se pedir medidas urgentes (cautelar) relativos à
arbitragem, levando-se em conta a possibilidade de requerer ao Poder Judiciário ou à Câmara
Arbitral? (2,0)

De acordo com o Art. 22 da Lei da Arbitragem, as partes podem recorrer ao Judiciário antes de
instituída a arbitragem para a concessão de medida cautelar ou de urgência. Também se pode pedir
medidas urgentes ou cautelares à Câmara Arbitral após instituída a arbitragem. A decisão de
urgência do Poder Judiciário, ao ser analisada pela Câmara Arbitral, pode ser revogada ou não.

No referido artigo, em seu parágrafo único, fica definido que deve cessar a medida cautelar ou de
urgência se a parte interessada não solicitar a instituição de arbitragem no prazo de 30 dias, contado
da data de efetivação da respectiva decisão.

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