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O QUE SÃO OS MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOL

CONFLITOS

O QUE SÃO OS MÉTODOS


ALTERNATIVOS DE
RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

Os tão conhecidos métodos alternativos de solução de conflitos


são, simplesmente, formas de resolver um conflito de forma
não imposta pelo Poder Judiciário.

O processo pode até mesmo contar com a participação do


Judiciário, porém, as decisões finais acerca das soluções para o
caso, não serão dadas por magistrados, como normalmente
acontece durante as audiências de conciliações, quando, por
exemplo, é realizada a propositura de uma demanda judicial.

Entre os principais tipos de métodos alternativos de solução de


conflitos, podemos destacar os seguintes:

1 » Autocomposição

Este método é o mais simples de todos e ocorre quando as


próprias partes, sem ajuda de um terceiro imparcial,
conseguem ajustar suas desavenças.

» Conciliação

Neste método, as partes litigantes vão buscar, juntamente a


um terceiro imparcial, chamado de conciliador, obter um
acordo que possa ser benéfico para ambos.

» Mediação
O QUE SÃO OS MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOL
CONFLITOS
A mediação é muito semelhante à conciliação. A principal
diferença aqui é que o terceiro imparcial não vai interferir na
possível solução, ou seja, apenas conduzirá as partes a
criarem uma comunicação eficiente para que, assim, elas
possam encontrar, por si só, uma solução plausível.

Este método é aplicado para casos mais complexos. Já a


conciliação se destina a casos mais simples.

» Arbitragem

Por fim, neste método, as partes litigantes deverão


estabelecer que o conflito seja decidido por um terceiro, no
caso, o árbitro. De forma geral, a arbitragem é muito
parecida com um processo judicial, já que a decisão é
tomada por um terceiro, uma vez que as partes não
chegaram a um acordo entre si.

A grande diferença e benefícios deste processo se dão pelo


fato de evitar a morosidade do Judiciário, utilizando-se de
uma Câmara Arbitral, uma espécie de “tribunal privado”.
Outra grande diferença, é que o julgador não
necessariamente precisa ser bacharel em Direito, podendo ser
usado aqui simplesmente alguém com experiência na área
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relacionada ao conflito (por exemplo, Administração,
Medicina, Contabilidade, Engenharia Mecânica, Engenharia
Civil etc.).

POR QUE, VOCÊ ADVOGADO, DEVE SER CONTRA A


JUDICIALIZAÇÃO EXACERBADA?

É comum que advogados que são contra a chamada


judicialização exacerbada ouçam discursos como: “você é
advogado, ao incentivar pessoas a brigarem no Judiciário, você
ganharia muito com isso!”
O QUE SÃO OS MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOL
CONFLITOS

Se você simplesmente observar a questão de forma fria,


sim, você realmente ganharia muito mais com toda essa
judicialização desnecessária. Afinal, é realmente mais caro
para o cliente resolver os problemas tendo que contratar um
advogado para poder defendê-lo na Justiça do que
simplesmente para intermediar um simples acordo, ou
mesmo para representá-lo em um desses métodos
alternativos de resolução de conflitos.

Entretanto, alguns fatores precisam ser levados em conta:

• Quanto mais pessoas ajuizando ações, mais


processos serão tramitados. Automaticamente, mais
tempo levará para se chegar a uma solução para a
causa.

• Com processos que demoram períodos mais longos


para ser concluídos, maior será o número de pessoas
desestimuladas em querer buscar a efetivação de
seus direitos.

• O tempo que você investirá para poder defender os


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interesses de apenas um cliente no Judiciário é
infinitamente maior do que você gastaria se
procurasse uma negociação.
O QUE SÃO OS MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOL
CONFLITOS

Em resumo, quanto mais as pessoas


estiverem buscando resolver seus problemas
de formas alternativas, mais rápido os
conflitos serão resolvidos e, assim, elas se
sentirão mais motivadas a sempre buscar um
advogado para avaliar suas causas.

Seguindo esse pensamento, você,


advogado, gastará muito menos tempo
com cada ação e, dessa forma, receberá
seus honorários também de forma mais
ágil e podendo pegar diversas outras
causas.

POR QUE É PRECISO EVITAR A JUDICIALIZAÇÃO?

4 tratamos desse assunto de um ponto de visto individual.



Já da perspectiva coletiva, a situação não é nem um pouco
mais agradável.

Nesse prisma, ao evitarmos a judicialização desnecessária e


optarmos por formas alternativas para a resolução de
conflitos, só nos trarão benefícios.

Apenas como exemplo: no estado de Santa


Catarina, nos cinco primeiros meses do ano de
2016, os aproximadamente 500 magistrados
do estado receberam mais de 341.000 novos
O QUE
processos. EmSÃO OS MÉTODOS
contrapartida, ALTERNATIVOS DE RESOL
só conseguiram
CONFLITOS
julgar cerca de 269.000.

Esses números são realmente assustadores, e não apenas


por ser quase 700 novos processos por magistrado no
período, mas também pelo déficit em torno de 72.000
processos que vão simplesmente somando-se a outros
déficits.

Se formos acrescentar a essa matemática também a Justiça


Federal, a Eleitoral, a Trabalhista e a Militar, notamos que a
dimensão do problema é ainda maior.

Com base nesses números, o impacto que isso resulta no


orçamento público é enorme. Não é à toa que o nosso
Judiciário consome 1,3% de todo o PIB. E se formos
comparar com nossa vizinha Argentina, os Estados Unidos ou
a Inglaterra, cujo gasto nessa área é de apenas 0,1% do PIB,
notamos ainda mais esse absurdo.

É claro, há outros fatores que contribuem muito para essa


disparidade nas contas, por exemplo, os benefícios que são
concedidos aos magistrados, as remunerações dada aos
servidores, o nosso sistema processual em si, entre outros.
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De toda forma, não há como negar que, se ao menos o
volume de processos fosse menor, poderíamos ter
menos gastos com isso.

Assim, o primeiro grande ponto que podemos


destacar como o resultado da desjudicialização
de conflitos seria uma possível redução de
gastos com nosso Judiciário.

E claro que os benefícios não ficam só nisso: menor número


de processos está diretamente ligado à eficiência do
Judiciário.
Dessa forma, nossos juízes poderiam focar em outras
questões muito mais relevantes, como as que realmente
dependem de uma análise profunda do Judiciário.

Com isso, teríamos em nosso país processos que tramitariam


muito mais rápido e receberiam maior atenção,
frutificando como serviço jurisdicional prestado com maior
qualidade. Por fim, toda essa cadeia de melhorias
aumentaria toda a segurança jurídica do Brasil, resultando
em uma confiança ampliada dos empreendedores,
melhorando a economia e atraindo mais capital estrangeiro.

E claro, quando há a opção por esses métodos alternativos,


o próprio indivíduo também goza de vários benefícios, por
exemplo:

• Economia financeira por questões


envolvidas no litígio;

• Economia
com
6 advogados;
Menos desgaste emocional;

Economia de tempo.

Agora que pudemos analisar uma visão geral dos tipos de


métodos alternativos de resolução de conflitos e também
vimos um pouco sobre os benefícios em se optar por eles,
vamos analisar melhor cada uma das opções e entender
quando cada caso é mais bem utilizado.
A MEDIAÇÃO

mediação é um recurso extrajudicial que visa


resolver conflitos. É utilizada para poder solucionar
e prevenir impasses na comunicação ou na
negociação e também situações de litígio. Ela é a
grande criação de oportunidade para que as partes
possam discutir, questionar e contestar seus
conflitos de forma aberta, buscando uma solução
consensual.

Esse processo pode ser utilizado para qualquer tipo de


litígio que decorre das relações de direito civil, porém,
uma área na qual a mediação costuma ter melhores
resultados é no direito de família, especialmente para
litígios que envolvem filhos.

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Esse processo é voluntário e confidencial, em que a autoria
das negociações cabe inteiramente às partes envolvidas.
Diferentemente de resoluções judiciais, cuja decisão é
transferida a um juiz.

Um dos grandes objetivos da mediação é restaurar o diálogo


e o relacionamento, por isso, as partes envolvidas nesse
processo devem estar dispostas a participar na busca de um
acordo. O intuito não é ser melhor para um ou para outro, e
sim para ambos.
Um ponto interessante é que, caso não haja
um acordo entre as partes, elas podem
recorrer à justiça comum. Da mesma forma,
se o processo estiver na justiça, mas os
envolvidos decidirem por buscar uma solução
mais amigável, poderão transferir a causa
para a mediação.

Apesar de esta opção ser relativamente recente no Brasil, a


mediação já é utilizada com êxito há mais de cinco décadas
em alguns países como Estados Unidos, Canadá, China,
Japão e alguns da Europa, África e mesmo na América
Latina.

QUAIS OS BENEFÍCIOS DA MEDIAÇÃO?

Quando tratamos da mediação familiar, seu maior benefício é


poder promover harmonia em longo prazo. Para isso, as
partes são conduzidas a mudar sua postura com relação ao
desentendimento. Esse método é muito bom para famílias,
pois tratam de questões do futuro, das relações de amizade
e também de confiança, tanto entre o ex-cônjuges quanto
de seus filhos.

Como lidamos aqui com uma forma consensual e privada da


resolução
8 de conflitos, e por se tratar de um processo
conduzido para se chegar a um acordo, a mediação trará
muitas vantagens às partes envolvidas.

Outra vantagem é que a mediação oferece


um prazo muito melhor para a mitigação,
especialmente quando comparado aos 15 a 30
minutos típicos que são dados para se discutir
o futuro de uma audiência.

Em um processo judicial de divórcio clássico, a lógica é olhar


apenas o passado e, com isso, resolver aquela questão do
momento. Já em separações com filhos, o passado é o que
menos importa e, portanto, a sentença raramente vai
resolver o litígio.

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Nesse momento, todo o foco da família e do casal deve ser
de construir uma relação para o futuro, ou seja, o
casamento está acabando, mas é importante pensar na
melhor solução para os filhos.

Quem opta por decisões judiciais em um litígio acaba


normalmente promovendo situações em que uma das partes
deverá ceder para a outra ganhar. Já quando usado o
método da mediação, isso poderá reduzir muito o
desgaste emocional e também os custos tornando esse
período da separação em um divórcio amigável.

Com um processo mais rápido e com resultados eficazes,


fica garantida a privacidade entre as partes, reduzindo a
duração e a reincidência de discussões, facilitando a
comunicação. Entre outras coisas, a mediação promove um
ambiente colaborativo, melhorando o relacionamento e
também o compromisso em cumprir os acordos.

QUANDO SOLICITAR A MEDIÇÃO?

Toda mediação pode ser solicitada, seja antes do


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ajuizamento de um processo, durante seu curso, ou mesmo
depois de uma sentença judicial já proferida (antes de julgar
os recursos).
Caso seja uma sentença proferida sobre guarda de filhos,
alimentos ou visitas, e uma das partes queira rever a
sentença, estas podem buscar o recurso da mediação e, por
meio de novo acordo, mudar o que foi determinado pelo
magistrado.

QUAIS OS PROCEDIMENTOS DA MEDIAÇÃO?

Primeiramente, antes de tratar dos procedimentos,


precisamos ter ciência de que a duração de um processo de
mediação vai depender do tipo, da complexidade dos temas,
da persistência dos conflitos existentes e do relacionamento
existente entre as partes.

Nesse processo, é esperado que, após a primeira sessão,


que é chamada de pré-mediação, já seja possível concluir o
processo, no máximo em seis sessões.

Durante a pré-mediação, fica definida a


quantidade total dos encontros e também
que essa quantidade poderá ser reduzida, caso
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ocorrer dificuldades em se chegar a um
acordo.

Isso se dá por razões éticas, uma vez que, em meio de


diversos litígios, o melhor é encerrar e encaminhar todos
para a conciliação. Em contrapartida, os encontros também
podem ser reduzidos caso as partes estiverem dispostas a
realizar imediatamente o acordo.

No caso, a pré-mediação é como uma apresentação do ‘há


por vir’, uma entrevista com as partes. Ali são informados os
objetivos e as etapas do processo, além de avaliar se todas
as questões que foram trazidas são ou não adequadas para
aquela ocasião.

Nesse momento, ambas as partes devem


entender que aquele processo poderá ser
interrompido a qualquer hora, caso seja de
interesse e, então, concordam em participar.

Quando não há progresso positivo após as sessões


estipuladas, se as partes concordarem, o processo poderá
ser encaminhado para uma fase seguinte, chamada Conciliação
(vide a seguir), em que o mediador deixará de ser um simples
facilitador e passará a sugerir algumas alternativas para
que possa se chegar a um acordo razoável.

A EFETIVIDADE DA MEDIAÇÃO

Para que haja validade legal do acordo obtido durante a


mediação, ocorre então uma homologação do processo pela
justiça.

Após esse acordo, as partes assinam o Compromisso de


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Mediação, que ambos podem levar aos seus respectivos
advogados, ou mesmo advogado em comum, caso as partes
decidam assim. Nesse momento, o acordo é homologado
judicialmente e encerra-se o caso. Entretanto, devendo-se
lembrar de que os métodos alternativos são para, o máximo
do possível, sair da esfera judicial, o Compromisso pode ser
praticado a partir daquele momento. O intuito do acordo é
apenas basear e formalizar o combinado.

A AÇÃO DO MEDIADOR

Todo mediador possui formação específica para atuar no


cargo. Ele é um especialista em determinadas técnicas de
negociação e comunicação. Atua como um terceiro imparcial
e costuma ser indicado pelas partes envolvidas no acordo.

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O profissional, como mediador, deverá assumir um papel
neutro, desprendido de sua condição profissional (assistente
social, psicólogo, advogado etc.), e agindo apenas como
facilitador entre as partes discordantes para resolver a
situação da melhor forma possível e em um período mais
curto também.

Se acordado entre as partes, estes também poderão ser


acompanhados por seus advogados, ou mesmo outros
especialistas no assunto tratado, se assim fizer necessário.
Só é preciso certo cuidado, pois, algumas vezes, cria-se
certa dificuldade em se mediar na presença desses
profissionais.

Quando for necessário, o mediador também


poderá efetuar algumas consultas com outros
especialistas, melhorando assim o
esclarecimento e orientação sobre a situação
proposta entre os solicitantes.

É importante ressaltar que mediador não é juiz, advogado,


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policial, médico ou psicólogo. Ou seja, não está ali para
punir, defender, corrigir ou aconselhar os envolvidos, e sim
mediar as discussões e conduzir o processo para uma
resolução amigável.
Em contrapartida, o mediador poderá ter papel passivo e se
limitar a simplesmente facilitar a comunicação ou mesmo
um papel mais ativo e ajudar, se necessário, na negociação,
assim como na resolução dos conflitos e busca de
alternativas. Esse tipo de ajuda é focado especialmente em
guiá-los no problema, evitando divagações.

É importante também que o mediador saiba


lidar bem com os envolvidos, não permitindo
que um se coloque acima do outro, evitando
dessa forma uma possível relação de poder
unilateral.

Por fim, ele vai auxiliar nas ampliações de alternativas que


possam resolver ou prevenir todo tipo de conflito, buscando,
juntamente das partes, soluções que possa atender a todos.

O PAPEL DOS ADVOGADOS

Como tratamos que uma das formas mais eficazes para o


uso da mediação é no direito de família, também é preciso
salientar que nunca deve ser feita uma homologação de
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divórcio, separação, guarda, visitas, arrolamento, alimentos
etc. sem a companhia de um advogado.

O tempo nos mostra que, especialmente para esses casos,


os melhores resultados nas mediações são alcançados
somente quando os representantes das partes estão
presentes nas sessões.

Assim, fica claro que os advogados devem, se


as partes permitirem, estar presentes na
sessão de pré-mediação. Isso permite que o
representante legal possa instruir e
direcionar seu cliente, porém, sem interferir
ou criar dificuldades em se mediar, como já
abordamos.

A opção em se ter advogados individuais, um para cada


parte, ou apenas um comum para ambos fica por conta dos
interessados. Nas duas opções, há riscos e benefícios, seja
no custo, na eficiência, na imparcialidade ou em uma
eventual animosidade do processo.

Caso apenas uma das partes tenha um defensor, é


importante haver o aviso para o outro lado, caso ele
também queria buscar auxílio. Se não houver o interesse, o
advogado da única parte interessada não pode ser impedido
de estar presente na reunião de pré-mediação.

O TERMO DE CONFIDENCIALIDADE

O termo de confidencialidade deverá, por fim, ser assinado e


cumprido por ambas as partes, abstendo-se de buscar
utilizar das reuniões de mediação, para captar provas a seu
favor em um suposto futuro processo.

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Atualmente, ainda não possuímos uma legislação expressa
sobre todos os limites durante a mediação, porém, a
confidencialidade é a principal essência da mediação.

Dessa forma, devemos deixar claro que


nossos magistrados repudiam toda e
qualquer tentativa da utilização desse meio de
comunicação para má-fé.

Aqueles que buscarem a mediação devem ser com o intuito


único e claro de querer resolver seus conflitos. Por isso, esta
deve ser a grande motivação para as pessoas buscarem esse
método alternativo de resolução de conflitos.

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A CONCILIAÇÃO

No caso da conciliação judicial, esta pode


ocorrer quando já há um pedido para a
solução do problema na justiça. A partir daí,
tanto o juiz quanto um conciliador treinado
para tal poderão ter a oportunidade de atuar
em prol de possibilitar o acordo.

Esse processo é muito incentivado, uma vez que é


considerado a melhor forma de resolver conflitos. Isso
porque ele é mais rápido, mais barato, mais eficaz e
também pacífico. Com isso, o risco de o autor se sentir
injustiçado é muito menor, uma vez que os próprios
envolvidos, com auxílio do conciliador ou do juiz,
definem a melhor solução para aquele problema, e,
enfim, todos saem ganhando.

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O próprio Código de Processo Civil incentiva a conciliação,


como podemos ver em alguns de seus artigos, nas leis nº
9.245/95 e nº 10.444/02:

Art. 277. O juiz designará a audiência de


conciliação a ser realizada no prazo de trinta
dias, citando-se o réu com a antecedência
mínima de dez dias e sob advertência prevista
no § 2º deste artigo, determinando o
comparecimento das partes. Sendo ré a
Fazenda Pública, os prazos contar-se-ão em
dobro.

§ 1º A conciliação será reduzida a termo e


homologada por sentença, podendo o juiz ser
auxiliado por conciliador.

Art. 331. Se não ocorrer qualquer das hipóteses


previstas nas seções precedentes, e versar a causa
sobre direitos que admitam transação, o juiz
designará audiência preliminar, a realizar-se no prazo
de 30 (trinta) dias, para a qual serão as partes
intimadas a comparecer, podendo fazer-se
representar por procurador ou preposto, com poderes
para transigir.

§ 1º Obtida a conciliação, será reduzida a termo e homologada por


sentença.

Art. 447. Quando o litígio versar sobre direitos


patrimoniais de caráter privado, o juiz, de ofício,
determinará o comparecimento das partes ao início da
audiência de instrução e julgamento.

Parágrafo único. Em causas relativas à família, terá


lugar igualmente a conciliação, nos casos e para os
fins em que a lei consente a transação.

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Art. 448. Antes de iniciar a instrução, o juiz tentará
conciliar as partes. Chegando a acordo, o juiz mandará
tomá-lo por termo.

Art. 449. O termo de conciliação, assinado pelas


partes e homologado pelo juiz, terá valor de sentença.
Art. 125. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições
deste Código, competindo-lhe: I - assegurar às partes
igualdade de tratamento;
II - velar pela rápida solução do litígio;

III - prevenir ou reprimir qualquer ato


contrário à dignidade da Justiça; IV -
tentar, a qualquer tempo, conciliar as
partes.

A partir daí e devido a sua tão grande importância e


também eficácia, o processo da conciliação tornou-se
fundamento dos juizados especiais, onde, antes de mais
nada, os magistrados buscam tentar uma conciliação.

Na Lei nº 9.099/95:

[...] Art. 2º O processo orientar-


se-á pelos critérios da oralidade,
simplicidade, informalidade,
economia processual e
celeridade, buscando, sempre
que possível, a conciliação ou a
transação.
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A ARBITRAGEM

Após passar pela autocomposição, mediação e conciliação sem sucesso,


chegamos ao último nível entre os métodos alternativos de resolução de
conflitos: a arbitragem. Também caracterizado pela informalidade, este é
um método alternativo e similar ao Poder Judiciário, em que são
oferecidas formas de decisões ágeis e técnicas para solucionar
controvérsias.

A arbitragem só pode ser usada em forma de acordo


espontâneo das partes envolvidas, que automaticamente se
dispõem a não discutir a causa na Justiça. A opção da
arbitragem pode então ser prevista em forma de contrato
(antes de acontecer o litígio), ou também feita por acordos
posteriores ao surgimento da discussão.

21 Por se tratar de um método privado, as partes


envolvidas no conflito é que deverão eleger
um ou mais árbitros, imparciais e também
com experiência na área disputada, para
analisar e ditar o que será preciso fazer.

Nesse momento, os árbitros buscarão aconselhar as partes


a poder entrar em algum acordo. Se mesmo assim não
houver nenhum acordo, eles então emitem sua decisão, que
é chamada de laudo ou sentença arbitral, a qual terá a
mesma força de uma sentença judicial.
A tomada de decisão terá prazo definido pelos próprios
envolvidos no processo. Porém, caso esse ponto não seja
preestabelecido, há um prazo máximo de seis meses para o
veredito, conforme determinado na Lei de Arbitragem (Lei
nº 9.307/96). Diferentemente de um processo judicial, esse
processo é todo sigiloso. Já quanto aos custos, dependerão
do tipo de conflito e também da câmara de arbitragem
optada.

QUAL A PRINCIPAL VANTAGEM DA ARBITRAGEM EM


RELAÇÃO À JUSTIÇA?

Em geral, podemos citar como uma das principais


vantagens a rapidez na tomada de decisão, uma vez que o
Judiciário tente a ter decisão de extrapolar qualquer prazo
coerente para todo tipo de ação.

Vale lembrar que, como já mencionamos, o prazo máximo


estabelecido pela Lei de Arbitragem prevê que a sentença
seja dada em até seis meses. Ou seja, é um prazo muito
mais atrativo que muitos processos que chegam a demorar
anos até que possam ser analisados e julgados por um
magistrado.

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Outro ponto que contribui bastante para a agilidade do
procedimento é a ausência de recursos contra a sentença
arbitral. Enquanto sentenças judiciais podem gerar vários
recursos em diversas instâncias, uma vez que a decisão
arbitral é definitiva, ela só poderá ser questionada em casos
extremamente limitados.

QUAIS OUTRAS VANTAGENS A ARBITRAGEM PODE


PROPORcIONAR?

Além da agilidade, podemos listar como vantagens a


informalidade, o sigilo, as decisões precisas, por serem de
profissionais da área, e a possibilidade de uma solução
amigável.

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Por se tratar de natureza sigilosa, o processo da arbitragem
evita possíveis constrangimentos pela exposição dos
conflitos, seja envolvendo pessoas ou empresas, sem falar
de possíveis prejuízos financeiros e danos da imagem.

Como já tratamos, o maior benefício de uma parecer técnico


sobre o caso é que, diferentemente de um juiz de Direito,
que julga sobre questões em diversos setores, os árbitros
escolhidos são especialistas na área.

No caso da informalidade e a linguagem


simples, vão em total contraste com as
formalidades do Poder Judiciário. E, além
disso, as duas partes terão total flexibilidade
para poder definir as regras do procedimento
a ser arbitrado, indo desde o local do
processo até as leis aplicáveis.

Por fim, destacamos que, em alguns casos, o custo de um


processo de arbitragem pode ser bem inferior aos de uma
ação judicial, especialmente quando são levados em
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consideração os gastos de eventuais demoras do
julgamento pela Justiça.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO

Com base em tudo o que vimos neste material, é muito


importante que você, advogado, tenha a consciência
completa desses métodos, assim como de seus benefícios.
Você, como o grande guia dos clientes na escolha das
melhores ferramentas e métodos para tratar de suas
causas, deve sempre direcioná- los a fazer a melhor
escolha para tal.

Com o uso dessas alternativas de resolução de conflitos,


o Poder Judiciário poderá fluir muito melhor com as causas
já pendentes, seus clientes verão que podem encontrar em
você uma boa referência para o melhor direcionamento de
soluções e, além do mais, você poderá conduzir muito mais
processos pela agilidade que cada um desses métodos
dispõe.

Esperamos, assim, que estas informações possam


ter sido de grande valia para seu trabalho e
enriquecimento de seus conhecimentos. Até a
próxima!

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