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Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo

Natureza Jurídica Direito Administrativo tem como


OBJETO:
Regula interesses
sociais e estatais. Relações Relações entre Atividades de
internas à administração e administração pública
Prevalência do AP. administrado. em sentido material.
interesse público.

DIREITO PÚBLICO Só alcança as


Fontes do Direito Adm.
condutas individuais Lei (sentido amplo) – fonte primária, abrange a CF
de forma indireta e até regulamentos executivos.
reflexa.
Doutrina – fonte secundária, conjunto de
DIREITO

Desigualdade construções teóricas.


jurídica. Jurisprudência – fonte secundária, decisões
reiteradas pelos tribunais, salvo no caso de um
Regula interesses cumprimento obrigatório – súmula vinculante – perde
particulares.
DIREITO PRIVADO o caráter de secundariedade.
Costume – fonte secundária, prática administrativa.
Igualdade jurídica.
Sistemas Administrativos
Os três elementos do Estado Sistema francês, dualidade de jurisdição ou sistema
do contencioso administrativo: jurisdição
Povo administrativa e jurisdição comum.
Sistema inglês, jurisdição una ou sistema de
ESTADO Território controle judicial:
Adotado pelo Brasil;
Governo Soberano Inafastabilidade da jurisdição – a lei não excluirá
da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
Funções do Estado ameaça a direito (art. 5º, XXXV, CF).
Função Legislativa - elaboração das leis. Exercida
tipicamente pelo Poder Legislativo.
Função Jurisdicional - aplicação da lei aos casos
concretos. Exercida tipicamente pelo Poder
Judiciário.
Função Administrativa - administração da máquina
pública. Exercida tipicamente pelo Poder Executivo.
Atipicamente os Poderes Legislativo e Judiciário
também exercem uma função administrativa.
Conceitos e Objeto do Direito Adm.
Hely Lopes Meirelles: Conjunto harmônico de
princípios jurídicos que regem os órgãos, agentes e
atividades públicas tendentes a realizar concreta,
direta e imediatamente os fins desejados pelo
Estado.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro: Ramo do direito
público que tem por objeto os órgãos, agentes e
pessoas jurídicas administrativas que integram a
Administração Pública, a atividade jurídica não
contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza
para a consecução de seus fins, de natureza pública.
Princípios Formas de intervenção da propriedade
privada;
Expressos na CF
Implícitos Cláusulas exorbitantes em contratos
(art. 37) administrativos;
Exercício do poder de polícia administrativo;
Razoabilidade e Presunção de legitimidade dos atos
Legalidade Proporcionalidade administrativos.
Princípio da Indisponibilidade do
Impessoalidade Autotutela
Interesse Público
Dele derivam todas as restrições especiais impostas
Continuidade dos
Moralidade Serviços Públicos à atividade administrativa. Tais restrições decorrem,
exatamente, do fato de não ser a administração
pública a “dona” da coisa pública e sim mera gestora
Publicidade Motivação dos bens e interesses alheios (públicos, isto é, do
povo). Quem não é proprietário de algo não
dispõe desse algo, esse algo é, para ele,
Eficiência Segurança Jurídica indisponível.
Princípio da Legalidade
Supremacia do
Interesse Público A administração pública só pode fazer o que a lei
determina (atuação vinculada) ou autorize (atuação
Indisponibilidade do discricionária).
Interesse Público O particular pode fazer tudo o que a lei não proíbe,
autonomia de vontade (genérica, ampliativa).
Pilares do regime jurídico
Princípio da Impessoalidade
administrativo
Toda atuação da administração deve visar ao
interesse público.
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO A impessoalidade impede que o ato administrativo
seja praticado visando a interesses do agente ou de
terceiros devendo ater-se à vontade da lei,
Prerrogativas Sujeições
comando geral e abstrato em essência.
Qualquer ato praticado com objetivo diverso da
Meios especiais de satisfação do interesse público será nulo por desvio
atuação. Restrições, limitações. de finalidade.
O princípio da impessoalidade também está ligado à
ideia de vedação à pessoalização das realizações
SUPREMACIA DO INDISPONIBILIDADE
INTERESSE PÚBLICO DO INTERESSE da administração pública (art. 37, § 1º, CF).
SOBRE O PRIVADO. PÚBLICO. Teoria do órgão: os atos não são imputados ao
agente que os pratica, mas ao órgão/entidade em
Princípio da Supremacia do Interesse nome do qual ele atua (imputação volitiva).
Público Princípio da Moralidade
Presume-se que toda atuação do Estado seja Torna jurídica a exigência de atuação ética dos
pautada pelo interesse público, cuja determinação agentes da administração pública.
deve ser extraída da CF e das leis. É necessário que o legal se junte ao ético.
Prevalece o interesse público sobre o particular. Este princípio complementa, ou torna mais efetivo,
Incidência direta: nos atos de império (aqueles que materialmente, o princípio da legalidade.
a administração impõe coercitivamente ao A moralidade administrativa independe da
administrado; caracterizados pela verticalidade, concepção subjetiva (pessoal) de moral que o
pela desigualdade jurídica). agente possa ter.
Não há incidência direta: nas atividades-meio (atos A moral administrativa é objetiva, muito embora,
de gestão e atos de mero expediente); quando a evidentemente, traduza um conceito jurídico
administração atua como agente econômico caracterizado por um elevado grau de
produtivo. indeterminação.
Prerrogativas derivadas diretamente do princípio Um ato contrário à moral administrativa está sujeito
da supremacia do interesse público: a uma análise de legitimidade, ou seja, um ato
praticado em desacordo com a moral medidas desnecessárias induz à
administrativa é nulo, e não meramente inoportuno ilegalidade do ato, por abuso do
ou inconveniente. poder.
Princípio da Publicidade É importante no controle de atos sancionatórios,
especialmente nos atos de polícia administrativa.
Tem dupla acepção: Em sentido estrito, consiste em perquirir se as
Exigência de publicação oficial dos atos restrições ocasionadas pelo ato são
administrativos; compensadas pelos benefícios que ele
Exigência de transparência da atuação proporciona.
administrativa (derivada do princípio da Ao se utilizar os princípios da razoabilidade e
indisponibilidade do interesse público). proporcionalidade para controlar o exercício da
A publicidade é um pressuposto de eficácia do discricionariedade administrativa, não se estará
ato, e não um requisito de validade. realizando controle de mérito administrativo.
O ato que obrigatoriamente deva ser publicado é um
ato imperfeito (não concluído) enquanto a sua Princípio da Autotutela
publicação não ocorre. Também referido como poder de autotutela
Ver Lei de Acesso à Informação (Lei Nº 12.527/11). administrativa pode ser uma prerrogativa ou um
Princípio da Eficiência poder-dever da administração pública.
O poder de autotutela possibilita à administração
Vertentes: pública controlar seus próprios atos, apreciando-os
Forma de atuação do agente público, espera- quanto ao mérito e quanto à legalidade.
se o melhor desempenho possível de suas
atribuições, a fim de obter os melhores Autotutela
resultados;
Modo de organizar, estruturar e disciplinar a Controle de Controle de Anula atos
administração pública, mais racional possível, no LEGALIDADE MÉRITO ilegais e revoga
intuito de alcançar melhores resultados na os atos
prestação de serviços públicos. inconvenientes
Análise da ou inoportunos.
A noção de eficiência vincula-se à de Conformidade conveniência e
economicidade. do ato com a
oportunidade
Deve-se buscar que a prestação de serviços lei.
do ato.
públicos ocorra do modo mais simples, mais rápido
Não confundir o poder de autotutela com a tutela
e mais econômico, melhorando a relação
administrativa, expressão usada pra designar o
custo/benefício da atividade da administração.
controle finalístico (ou supervisão) exercido pelos
Eficiência tem como consectário (consequência) a
órgãos da administração direta, nos termos da lei,
boa qualidade.
sobre as entidades da administração indireta a eles
Princípios da Razoabilidade e vinculados.
Proporcionalidade Princípio da Continuidade dos
Estes princípios encontram aplicação especialmente Serviço Público
no controle dos atos discricionários. Trata-se de
Não pode sofrer interrupção (colapso nas
controle de legalidade ou legitimidade, ou seja,
não se avaliam conveniência e oportunidade atividades).
administrativas do ato. Lei 8.987/95 (concessão e permissão de serviços
públicos):
O ato que se mostre incompatível com os princípios
da razoabilidade e proporcionalidade é ilegal ou Não se caracteriza como descontinuidade a
interrupção (emergência, prévio aviso): motivada
ilegítimo e deve ser anulado.
por razões de ordem técnica ou de segurança
Requisitos da razoabilidade:
das instalações; por inadimplemento do usuário,
Adequação: se o ato está apto a atingir os
objetivos. considerando o interesse da coletividade.
Serviço adequado é o que satisfaz as condições
Necessidade: exigibilidade ou não de adotar as
medidas restritivas. de regularidade, continuidade, eficiência,
segurança, atualidade, generalidade, cortesia na
O princípio da proporcionalidade:
sua prestação e modicidade nas tarifas.
É uma vertente do princípio da razoabilidade. Se
um ato administrativo não guarda uma proporção
adequada entre os meios empregados e o fim
almejado, será um ato desproporcional,
excessivo em relação a essa finalidade visada.
Impede que a administração restrinja os direitos
do particular além do que caberia, pois impor
Princípio da Motivação
Exposição dos motivos, indicação dos fatos e
fundamentos.
Regra: motivação dos atos (art. 50, Lei 9.784/99).
Alguns atos não precisam de motivação, ex.:
nomeação, exoneração de cc.
Motivação deve ser clara, explícita e congruente.
Pode consistir em declaração de concordância com
anteriores pareceres, informações, decisões ou
propostas, que serão parte integrante do ato
(motivação aliunde).
Princípio da Segurança Jurídica
Resguarda a estabilização das relações jurídicas.
Vedada aplicação retroativa de nova aplicação (art.
2º, Lei 9.784/99).
Ato ilegal de que decorrem efeitos favoráveis:
Decai em 5 anos o direito de anular contados
da data em que foram praticados. Salvo
comprovada má-fé.
Conceitos Artista/cientista consagrado para representar o
Brasil num congresso internacional, por exemplo.
Agente público é a pessoa natural mediante a qual
o Estado se faz presente. O agente manifesta uma Agentes Honoríficos
vontade que, afinal, é imputada ao próprio Estado. São cidadãos requisitados ou designados para,
Agentes públicos são todas as pessoas físicas que transitoriamente, colaborarem com o Estado
externam, por algum tipo de vínculo, a vontade do mediante a prestação de serviços específicos, em
Estado, nas três esferas da Federação, nos três razão de sua condição cívica, de sua honorabilidade,
Poderes da República. ou de sua notória capacidade profissional.
Agente público, é todo aquele que exerce, ainda Não tem qualquer vínculo profissional com a
que transitoriamente ou sem remuneração, por administração pública e usualmente atuam sem
eleição, nomeação, designação, contratação ou remuneração.
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, Mesário eleitoral, jurado (Tribunal do Juri).
mandato, cargo, emprego ou função (art. 2º, Lei Agentes Delegados
8.429/92).
Funcionário Público, termo usado apenas no Particulares que atuam sob forma de delegação,
Código Penal: Considera-se funcionário público, exercem determinada atividade, obra ou serviço, em
para os efeitos penais, quem, embora seu próprio nome, por sua conta e risco.
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, Colaboram com o poder público, mas não são
emprego ou função pública. Equipara-se a servidores públicos. São concessionários e
funcionário público quem exerce cargo, emprego ou permissionários de serviços públicos.
função em entidade paraestatal, e quem trabalha Leiloeiros, interpretes, serventuários de
para empresa prestadora de serviço contratada ou cartórios.
conveniada para a execução de atividade típica da Agentes Administrativos
Administração Pública. São aqueles que exercem atividade pública de
Agentes Políticos natureza profissional e remunerada, sujeitos à
hierarquia funcional e ao regime jurídico
Altos escalões. estabelecido pelo ente federado.
Políticos
Agentes

Atribuições Constitucionais.
Administrativos

Prerrogativas especiais. Vínculo profissional.


Agentes

Hierarquia funcional.
Integrantes dos altos escalões, incumbência de
elaboração das diretrizes de atuação Regime jurídico do ente.
governamental, funções de direção, orientação e
supervisão geral da administração pública; Servidores públicos: sujeitos a regime jurídico-
Características: administrativo, de caráter estatutário, são titulares de
Competências constitucionais; cargos públicos de provimento efetivo ou de
Não sujeição às mesmas normas funcionais dos provimento em comissão.
demais servidores públicos; Cargo em Comissão Função de Confiança
Investidura por eleição, nomeação ou Direção, Chefia e Assessoramento
Ocupantes de cargo
designação;
efetivo ou não
Ausência de subordinação hierárquica, exceto Livre nomeação e
Somente cargo efetivo
dos auxiliares imediatos dos chefes do PE. exoneração
PR, governadores prefeitos, Vereadores, Empregados Públicos: ocupantes de empregos
Deputados, Senadores. públicos, sujeitos ao regime jurídico contratual
Ministros, secretários estaduais/municipais. trabalhista.
Magistrados e Membros do MP. STF: vedada dispensa imotivada.
Agentes políticos concursados que possuem Temporários:
com o Estado vínculo de natureza estatutária. Contratados por tempo determinado;
Exceto os que ingressaram nos tribunais pelo Processo seletivo simplificado;
quinto constitucional. Desempenham função pública;
Ministros ou conselheiros dos tribunais de Regime especial;
contas e dos conselhos de contas. Necessidade temporária e excepcional de
STF: são apenas agentes administrativos. interesse público.
Agentes Credenciados
Representa a administração em determinado ato ou
atividade específica mediante remuneração.
Estado remunerada ou não, com ou sem vínculo
profissional.
Eletividade direta Não é rigorosamente correto afirmar que
ou indireta. administração pública em sentido subjetivo
Temporalidade corresponde ao aparelhamento do Estado destinado
Forma no exercício do ao exercício da função administrativa, porque há
de República poder. entidades integrantes da administração pública
Governo Representação formal que exercem atividades econômica em
popular. sentido estrito.
Dever de prestar Sentido Objetivo, Material ou
contas.
Noções de Estado

Funcional (O que faz?)


Descentralização
política. Atividades desempenhadas pelo Estado visando
Forma satisfazer as necessidades da coletividade.
de Federação Entidades
Estado políticas Serviço público
autônomas.
Polícia Administrativa
Divisão dos
Poderes. ATIVIDADES
Sistema Fomento
de Presidencialismo
Governo PR é Chefe de
Estado e Chefe Intervenção
de Governo.

Sentido amplo X sentido estrito


Entidades integrantes da administração pública
Administração pública em sentido amplo abrange
formal que exploram atividade econômica em
os órgãos de governo - e as funções políticas que
sentido estrito (BB, Petrobras), não exercem
eles exercem - e também os órgãos e pessoas
atividade em sentido material.
jurídicas que desempenham funções meramente
As pessoas privadas que prestam serviços
administrativas.
públicos mediante delegação (concessão,
Administração pública em sentido estrito só inclui
permissão ou autorização), não fazem parte da
os órgãos e pessoas jurídicas administrativos e
administração pública formal, mas
as funções que eles desempenham, de natureza
desempenham atividades em sentido material.
puramente administrativa - profissional, técnica,
instrumental, apartidária -, de execução dos
programas de governo.
Sentido Subjetivo Sentido Objetivo
Sentido AmPlo Sentido Estrito

Quem faz? O quê faz?


Órgãos Políticos e Órgãos Estritamente
Administrativos. administrativos.

Orgânico (Órgão) Material (Matéria)


Elaboração e execução Apenas a execução de
de políticas públicas. políticas públicas.
Formal (Forma) Funcional (Função)
Sentido Subjetivo, Orgânico ou Formal
(Quem faz?) Pessoas
Serviço Público
Polícia Adm.
Conjunto de órgãos, agentes e entidades que Agentes Públicos
Fomento
exercem a função administrativa. Órgãos/Entidades
Intervenção
Órgãos: unidades despersonalizadas (sem
personalidade jurídica). Ex.: secretarias, ministérios.
Entidades: estruturas dotadas de personalidade
jurídica. Ex.: autarquia (INSS).
Agentes públicos: pessoas físicas que
desempenham alguma função pública, de forma
Entidades políticas X entidades Em nenhuma forma de
descentralização há hierarquia.
administrativas A delegação por contrato é sempre efetivada por
ENTIDADES prazo determinado.
Na delegação por ato administrativo, como regra,
não há prazo certo, em razão da precariedade
POLÍTICAS (AD) ADMINISTRATIVAS (AI) típica do ato, mas com possibilidade de revogação a
qualquer tempo, em regra, sem indenização.
Entes Federados (U, Autarquias, FP, EP, Na descentralização por serviços, ocorre a
E, DF, M) SEM transferência da titularidade do serviço público
outorgado.
PJ D Público. Sem autonomia Princípio da especialidade: reflete a ideia de
política.
descentralização administrativa, em que se criam
Autonomia política = entidades para o desempenho de finalidades
pessoas políticas. Autonomia específicas. Decorre, ademais, dos princípios da
administrativa e
autoadministração. legalidade e da indisponibilidade o interesse
Competências público.
políticas, legislativas
e administrativas Não há subordinação POR OUT ORGA POR DELEGAÇÃO
conferidas pela CF. hierarquica.

Técnica, funcional Descentralização


São vinculadas. ou por serviços. por colaboração.

Controle
administrativo = tutela Outorga legal (LEI). Contrato ou ato
= supervisão. unilateral.

Transfere a
Mera execução das Titularidade e a Transfere a
leis. execução do execução do
serviço. serviço.

As entidades da AI não estão subordinadas Ex.:


à AD, mas sim vinculadas. Ex.: auTarquias. Concessionárias de
Não há hierarquia entre AD e AI. serviço público.

Descentralização territorial ou geográfica: um


Controle ente central cria uma PJDPúblico com limites
Finalístico
AD Princípio AI territoriais bem definidos e competências
administrativas amplas, genéricas, heterogêneas.
da Tutela Ex.: Territórios Federais, usualmente chamados de
autarquias territoriais, que excepcionam o princípio
da especialização.
PODER de Autotutela TUTELA Administrativa
Desconcentração: ocorre exclusivamente dentro da
estrutura de uma mesma PJ. Trata-se de mera
técnica administrativa de distribuição interna de
Possibilida à adm É o controle competências.
pública controlar finalístico ou
seus atos, supervisão Como resultado da desconcentração temos o
apreciando-os exercido pelos surgimento dos órgãos públicos.
quanto ao mérito e órgãos da AD, nos Ocorre no âmbito de uma mesma PJ, portanto
quanto à termos da lei, existe a relação de hierarquia e subordinação
legalidade. sobre as entidades entre os órgãos resultantes.
da AI a eles
vinculados. Há controle hierárquico com poderes de
comando, fiscalização, revisão, punição, solução
de conflitos de competência, delegação e
Formas de organização e atuação avocação.
Centralização administrativa: ocorre quando o
Estado executa suas tarefas diretamente, por meio
dos órgãos e agentes integrantes da administração
direta.
Descentralização administrativa: ocorre quando o
Estado desempenha algumas de suas atribuições
por meio de outras pessoas, e não da AD.
Concentração administrativa: quando a PJ Independentes: previstos na CF, sem
extingue órgãos existentes sem sua estrutura, qualquer subordinação hierárquica ou
reunindo em um número menor de unidades. funcional, sujeitam-se apenas aos controles,
atribuições exercidas por agentes políticos (PE, PL,
PJ, MP, tribunais de contas).
Um serviço pode ser prestado
Autônomos: subordinação aos órgãos
centralizadamente mediante
independentes; possuem autonomia
desconcentração, se for por um órgão da AD,
administrativa, financeira e técnica; participam da
ou pode ser prestado descentralizadamente
formulação de políticas públicas, diretrizes e ação
mediante desconcentração, se for por uma
governamental. Ex.: Ministérios, secretarias
unidade despersonalizada.
estaduais e municipais)
Superiores: atribuições de direção, controle e
Resumindo: decisão; não tem autonomia administrativa nem
Centralização – Execução direta, por meio de financeira. Ex.: Procuradorias, Coordenadorias,
órgãos e agentes integrantes da AD. Gabinetes etc.
Descentralização – Distribuição de competência Subalternos: apenas execução e reduzido poder
para outra pessoa. Entidades distintas. decisório. Ex.: Almoxarifado, zeladoria, portaria
Concentração – Aglutinação de órgãos. etc.
Desconcentração – Distribuição interna de
competência. Ocorre entre órgãos Administração Indireta (AI)
Órgãos Públicos É o conjunto de pessoas jurídicas desprovidas de
autonomia política que, vinculadas à
Centros de competência sem personalidade administração direta, têm competência para
jurídica; exercício, de forma descentralizada, de atividades
Unidades integrantes da AD e AI; administrativas.
São resultado da desconcentração;
Possuem cargos, funções, agentes; Características comuns às entidades
Não tem capacidade para representar em juízo a PJ da AI (autarquias, FP, EP, SEM)
que integram; Pessoas jurídicas com patrimônio próprio e
Em regra, não possuem capacidade processual. autonomia administrativa.
Salvo na defesa de prerrogativas e competências Fruto de descentralização administrativa.
institucionais. Vinculadas à AD.
Podem firmar contratos de gestão com outros órgãos Especialização das atividades.
ou PJ. Sujeitas a controle/tutela pelo ente instituidor =
Não possuem patrimônio próprio. controle finalístico.
Unidades abstratas que sintetizam os vários círculos Sujeitam-se a fiscalização e controle pelo PL.
de atribuições do Estado (Celso A. B. Mello). Sujeitam-se aos controles dos tribunais de contas.
Teoria do Órgão: o ato praticado pelo agente é Necessário concurso público para o provimento de
imputado ao órgão ou entidade em nome do qual cargos e empregos públicos.
atua (teoria da imputação volitiva). Proibição constitucional de acumulação de cargos.
Classificação dos órgãos Necessidade de licitações.
Controle judicial: todos os seus atos estão sujeitos
Quanto a sua Quanto a sua
Quanto a sua atuação posição a controle de legalidade ou legitimidade pelo PJ,
estrutura desde que provocado.
funcional estatal
Atos de autoridade: são passíveis de impugnação
por mandado de segurança.
Simples Singulares Independentes
Todos os seus agentes estão sujeitos a lei de
improbidade.
Compostos Colegiados Autônomos Têm legitimidade ativa para propor ação civil
pública.
Atos lesivos a essas entidades podem ser anulados
Superiores por ação popular.

Subalternos

Simples: um único centro de competência, não


possuem subdivisões.
Composto: vários centros de competência.
Singulares: decisões tomadas por 1 pessoa (PR).
Colegiados: decisões conjuntas (CN).
Controle Hierárquico Controle Finalístico
S231 TCU: A exigência de concurso público
para admissão de pessoal se estende a
É presumido e = tutela toda a AI, nela compreendidas as
permanente (pontual administrativa ou
e eventual). supervisão
autarquias, fundações instituídas e
ministerial. mantidas pelo poder público, as SEM, as EP
e, ainda, as demais entidades controladas
Independe de direta ou indiretamente pela União,
expressa previsão Pressupõe
legal. expressa mesmo que visem a objetivos estritamente
previsão legal econômicos, em regime de competitividade
que determinará com a iniciativa privada.
Abrange todos os os limites e
aspectos da atuação instrumentos de
do órgão controle (atos de
subordinado. tutela). Criação e extinção de entidades da
AI
A criação de entidades da AI encontra fundamento
As PJDPúblico e as PJDPrivado
no princípio da especialização ou da
prestadoras de serviços públicos têm
especialidade: um ente federado (U, E, DF, M) edita
responsabilidade civil OBJETIVA na
uma lei por força da qual competências específicas,
modalidade risco administrativo.
nela discriminadas, quer foram atribuídas à pessoa
Exceto as EP e SEM que tenham por
política, passarão a ser exercidas por outra PJ,
objeto a exploração de atividades
meramente administrativa.
econômicas em sentido estrito.
A extinção deve ser efetuada segundo a mesma
sistemática observada na sua criação – princípio da
simetria das formas jurídicas.
Organização legal do serviço público Somente por lei específica poderá ser criada
autarquia e autorizada a instituição de empresa
Cargos, empregos e funções públicas, bem como pública, de sociedade de economia mista e de
ministérios e órgãos públicos, devem ser criados e fundação, cabendo à lei complementar, neste
extintos por meio de lei (em regra). último caso, definir as áreas de sua atuação (art.
37, XIX, CF).
Autarquias
Cabe ao CN, por meio de LEI

Criação,
Salvo CD/SF, ato
transformação e a
próprio mediante PJDPúblico, criada por lei, com capacidade de
extinção de cargos, autoadministração, para o desempenho de serviço
RESOLUÇÃO.
empregos e funções. público descentralizado, mediante controle
administrativo exercido nos termos da lei (Di Pietro).
Criação e extinção de
ministérios e Lei de iniciativa do Serviço autônomo, criado por lei, com
órgãos da adm PR. personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios
federal. para executar atividades típicas da AP, que
requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão
administrativa e financeira descentralizada (art. 5º, I,
Decreto 200/67).
Iniciativa de lei para A criação de autarquia, modalidade de
criação de cargo,
emprego ou função
descentralização administrativa, consubstancia a
na AD e autárquica. Sem aumento de personificação de um serviço retirado da
despesa nem criação administração pública centralizada.
ou extinção de órgãos Somente devem ser outorgados serviços típicos
Organização e
Cabe ao PR

públicos.
funcionamento da de Estado às autarquias.
adm federal. Bens públicos:
Por meio de
DECRETO
AUTÔNOMO.

Por meio de
Extinção de funções DECRETO
ou cargos VAGOS.
AUTÔNOMO.
Não podem ser adquiridos
Imprescritibilidade mediante usucapião.
1000 salários mín. (U).

Não se aplica o duplo grau de jurisdição


Execução judicial contra Quando a
Impenhoralibidade autarquias está sujeita ao condenação for 500 salários mín. (E, DF e M
regime de precatórios. de capital).
inferior
100 salários mín. (demais M).
Imóveis (autorização
Alienação legislativa, precedida, em
regra, de licitação). Súmula de tribunal superior.

Imunidade tributária recíproca: veda a instituição Acórdão do STF ou STJ.


de impostos sobre seu patrimônio, suas rendas e Quando a
sentença Entendimento firmado em
sobre os serviços. fundamentada
Responsabilidade civil: objetiva, na modalidade demandas repetitivas.
risco administrativo. Parecer ou súmula
A autarquia terá que indenizar danos administrativa.
(patrimoniais, morais e estéticos) que seus
agentes, atuando nessa qualidade, causem a um Agências Reguladoras Agências Executivas
terceiro, independentemente de terem agido com
dolo ou culpa (responsabilidade extracontratual Autarquias em Qualificação
do agente é subjetiva, na modalidade culpa regime especial. conferida pelo
comum). poder público às
entidades que
Regulação de celebram contrato
Conselhos fiscalizadores de profissões: determinado setor
de gestão.
CFM, CRM, CFA, CRA etc. da economia.
Autarquias federais com características Autarquias e FP.
singulares ANATEL
OAB:
Entidade sui generis, serviço público INMETRO
independente, não integrante da AP. Autarquia em regime especial:
Competência jurisdicional: justiça federal. Não reporta um regime jurídico delimitado,
Juízo competente: uniforme, preestabelecido, bem definido.
Autarquias federais: Justiça Federal; Qualquer peculiaridade pode ser considerada,
Autarquias estaduais e municipais: Justiça pela lei instituidora, motivo suficiente para afirmar
Estadual. que a entidade que está sendo criada é autarquia
Privilégios processuais: em regime especial.
Prazo em dobro para todas as manifestações
processuais;
Isenção de custas judiciais;
Dispensa de exibição de instrumento de mandato
em juízo;
Dispensa de preparo e de depósito prévio para
interposição de recurso;
Não sujeição a concurso de credores ou à
habilitação em falência, liquidação, recuperação
judicial;
Prescrição: dívidas e direitos em favor de terceiros
contra autarquia prescrevem em 5 anos.
Sujeição a duplo grau de jurisdição: o juiz ao
proferir sentença deve determinar o envio dos autos
ao tribunal.
Autarquia
comum ou Sem nenhuma
peculiaridade.
ordinária FUNDAÇÃO
Agências reguladoras.
Espécies ou subdivisões do gênero autarquia

Autarquia em PÚBLICA PRIVADA


regime especial ANATEL, ANAC,
ANCINE, ANEEL.
MP faz o controle MP exerce a
ordinário curadoria
Fundação Pública de (pontual e (velar).
DPúblico. eventual).
Autarquia
fundacional Patrimônio D. PRIVADO
personalizado destinado D. PÚBLICO D. PRIVADO
a uma finalidade.
Direito Civil
= Fundação = Fundação
Consórcios públicos que Autárquica Governamental
podem ser constituídos Fundação
sob a forma de Lei autoriza Xuxa
Autarquia associação pública. Lei cria a criação
interfederativa
ou multifederada Com
ou associações Será uma autarquia Sem registro Com registro registro
públicas integrante
simultaneamente da AI
de mais de um ente Empresa Pública X Sociedade de
federado.
Economia Mista
Fundações Públicas Empresa Pública (EP): empresa estatal de Direito
Privado, integrante da AI, instituída pelo poder
Entidade da AI instituída pelo poder público público sob qualquer forma jurídica, mediante
mediante personificação de um patrimônio que autorização de lei específica, tendo como objeto,
adquire personalidade jurídica de direito público ou em regra, a exploração de atividades econômicas
de direito privado, à qual a lei atribui competências em sentido estrito ou a prestação de serviços
administrativas específicas, observadas as áreas de públicos de natureza econômica; o seu capital
atuação a serem definidas em lei complementar. pertence à pessoa política instituidora, admitindo-se,
Em regra, voltadas para o desempenho de desde que esta mantenha o controle societário
atividades de interesse social, como assistência (capital votante), a participação de outras pessoas
médica e hospitalar, educação e ensino, pesquisa políticas, bem como de entidades da AI de quaisquer
científica, assistência social, atividades culturais etc. entes federativos.
FP de DPrivado: É uma entidade dotada de personalidade jurídica
Só adquirem personalidade jurídica com a de direito privado, com patrimônio próprio e
inscrição dos seus atos constitutivos no capital exclusivamente governamental, cuja
registro público; criação é autorizada por lei, para exploração de
Não exercem o poder de império (ato de poder atividade econômica ou industrial que o governo
de polícia, atos imperativos ou auto executórios, seja levado a exercer por força de contingência
sanções administrativas); ou conveniência administrativa (Decreto Nº
Não tem poder normativo; 200/67).
Não estão sujeitas ao regime de precatórios; Sociedade de Economia Mista (SEM): empresa
Não gozam de privilégios processuais estatal de Direito Privado, integrante da AI, instituída
outorgados à Fazenda Pública; pelo poder público, mediante autorização de lei
Não tem prerrogativa de cobrar suas dividas específica, sob a forma de sociedade anônima,
mediante execução judicial; com participação obrigatória de capital privado e
Não podem ser sujeitos ativos tributários. público, sendo da pessoa política instituidora ou de
Juízo competente: entidade da respectiva AI o controle acionário
FP DPúblico federais: Justiça Federal; (ações com direito a voto), tendo como objeto, em
FP DPúblico estaduais ou municipais: Justiça regra, a exploração de atividades econômicas em
Estadual; sentido estrito ou a prestação de serviços públicos
FP DPrivado federais, estaduais ou municipais: de natureza econômica.
Justiça Estadual.
EP SEM Subsidiárias (controlada)
Capital 100% público Maioria público
Empresa estatal cuja maioria das ações
Forma Qualquer SA
Federal – Justiça Federal – Justiça com direito a voto pertença direta ou indiretamente a
Foro EP ou SEM (art. 2º, I, Decreto 8.945/2016).
Federal Estadual
A criação de subsidiárias pelas EP e SEM, bem
como a participação de qualquer delas (como
Atividades não Atividades exclusivas de Estado. investidoras) em empresas privadas, depende de
econômicas,
SEM finalidade autorização legislativa.
lucrativa Atividades de interesse social. É sinônimo de controlada.
PJ predominantemente de direito privado, distinta
Rurais, da controladora, não é órgão.
comerciais e
Atividades industriais. Subsidiária Integral Subsidiária Controlada
econômicas em
Atividades sentido estrito Serviços
econômicas em privados abertos Quando a Quando a
sentido amplo, à livre iniciativa. entidade-matriz entidade-matriz
COM finalidade detém a detém apenas
lucrativa totalidade do o controle
Delegados. capital da societário da
Serviços públicos subsidiária. subsidiária.
Telefonia,
energia elétrica. Consórcios públicos
Atividades econômicas Adquirem personalidade jurídica, que poderá ser de
em sentido estrito Serviços públicos direito público ou de direito privado.
Consórcio Público de Consórcio Público de
Regime de direito Regime de direito DPúblico DPrivado
privado. público.
Autarquias Associações Públicas
EP e SEM têm por objeto, como regra, o exercício
de atividades econômicas em sentido amplo: O consórcio público será constituído por contrato,
Atividades de produção e circulação de bens e
cuja celebração dependerá da prévia subscrição de
de prestação de serviços de natureza privada, protocolo de intenções (contrato preliminar).
inclusive as que estejam constitucionalmente
Em nenhuma hipótese um consórcio público poderá
sujeitas ao regime de monopólio da U; e ser criado sem a participação do Poder Legislativo
A prestação de serviços públicos de natureza
de cada um dos entes federados consorciados.
econômica. Gestão associada de serviços públicos: exercício
das atividades de planejamento, regulação ou
Privilégios fiscais. fiscalização de serviços públicos por meio de
consórcio público ou de convênio de
EP e SEM prestadoras de serviços públicos

cooperação.
Imunidade tributária recíproca. Prestação de serviço público em regime de
gestão associada: execução, por meio de
Responsabilidade civil objetiva. cooperação federativa, de toda e qualquer
atividade ou obra com objetivo de permitir aos
usuários o acesso a um serviço público com
Em decorrência do
princípio da características e padrões de qualidade determinados
Bens impenhoráveis continuidade dos pela regulação ou pelo contrato de programa.
serviços públicos. Contrato de programa: instrumento que devem ser
constituídas e reguladas as obrigações que um ente
Serviços públicos
essencias e próprias da Federação, inclusive sua AI, tenha para com
de Estado. outro ente, ou para com o consórcio público, no
âmbito da prestação de serviços públicos por meio
Regime de Sem fins lucrativos. de cooperação federativa. O contrato de programa
precatórios
substitui o contrato de concessão de serviços
Sem competir com públicos, possibilitando a prestação indireta de um
empresas do setor serviço público.
privado. Contrato de rateio: contrato pelo qual os entes
consorciados comprometem-se a fornecer recursos
financeiros para a realização das despesas do
consórcio público.
Convênio de cooperação entre entes federados:
pacto firmado exclusivamente por entes da
federação, com objetivo de autorizar a gestão
associada de serviços públicos, desde que ratificado
ou previamente disciplinado por lei editada por cada
um deles.
Paraestatais (terceiro setor)
PJ privadas que não integram a estrutura da
administração pública direta ou indireta, colaboram
com o Estado no desempenho de atividades não
lucrativas, dele recebendo variadas modalidades de
fomento.
As entidades paraestatais integram o chamado
terceiro setor, que pode ser definido como aquele
composto por entidades privadas da sociedade
civil, que prestam atividades de interesse social,
por iniciativa privada, sem fins lucrativos.

1º Setor 2º Setor 3º Setor

Estado Mercado Paraestatais

O terceiro setor coexiste com o primeiro setor, que é


o próprio Estado, e com o segundo setor, que é o
mercado.
Serviços sociais autônomos (SESI, SESC,
SENAT e outros);
Organizações sociais;
Organizações da sociedade civil de interesse
público (OSCIP);
Instituições comunitárias de educação superior
(ICES);
Entidades de apoio.

AUTARQUIAS FP EP SEM
Personalidade
PJ DPúblico PJ DPúblico ou PJ DPrivado PJ DPrivado
jurídica
Típicas de Estado De interesse social
Prestam serviços públicos ou
Atividades Personificação de um Personificação de um
desempenham atividade econômica
serviço público patrimônio
DPúblico - estatutário
Regime jurídico Estatutário CLT
DPrivado - CLT
Autorizada por lei específica
Criação Criada por lei específica e LC define área de atuação Autorizada por lei específica
(DPrivado)
Capital Público Público 100% público Maioria Público
INSS, BACEN, CVM, IBGE, FUNAI, FUNASA, CEF, Correios,
Exemplos BB, Petrobras
INCRA, IBAMA FIOCRUZ BNDS
Atos da administração Ato administrativo Fato administrativo
Mais genérico, pois engloba também atos de direito
privado da administração, ou seja, nem todo ato da Manifestação Materialização
de vontade. do ato.
administração é ato administrativo.
Os atos da adminstração incluem

Decisão. Acontecimento.
Os atos administrativos propriamente
ditos. Categorias de atos típicos dos Poderes do
Estado: atos legislativos; atos judiciais; atos
Os atos da adm pública regidos pelo administrativos.
direito privado.
Atributos do ato administrativo
Os atos materiais praticados pela adm São as qualidades ou características dos atos
pública, que são atos de mera execução
de determinações administrativas. administrativos: presunção de legitimidade,
imperatividade, autoexecutoriedade e tipicidade.
Presunção de legitimidade (ou legalidade):
Presume-se que todo ato adm é legal e legítimo.
Fatos jurídicos em sentido amplo
Atributo presente em todos os atos, desde o
nascimento do ato e independe de norma legal
Fatos jurídicos em
que o preveja.
sentido estrito Atos jurídicos Presunção relativa: admite prova em contrário;
O ônus da prova da existência de vício no ato
administrativo é de quem alega;
Acontecimentos que Qualquer manifestação Salvo se a lei dispuser em contrário, não se
não decorrem unilateral humana suspendem os efeitos do ato impugnado ou
diretamente da voluntária que tenha
finalidade imediata (direta) recorrido, uma vez que ele é presumido legítimo.
vontade humana.
Ex.: nascimento, de produzir determinada
morte. alteração no mundo Presunção de Legitimidade e Veracidade
jurídico.

Atos administrativos Di Pietro


Manifestação ou declaração da administração
pública, nesta qualidade, ou de particulares no Presunção de Legitimidade Presunção de Veracidade
exercício de prerrogativas públicas, que tenha por
fim imediato a produção de efeitos jurídicos Ato conforme a lei. Fatos verdadeiros.
determinados, em conformidade com o interesse
público e sob predominante de direito público.
Interpretação e Fatos alegados pela
aplicação da norma adm existem,
jurídica pela adm ocorreram e são
Ato administrativo é a manifestação foram corretas. verdadeiros.
unilateral de vontade da AP que, agindo
nessa qualidade, tenha por fim imediato Imperatividade: impor unilateralmente uma
adquirir, resguardar, declarar, extinguir, obrigação ou uma restrição.
modificar e transferir direitos ou impor Decorre do Poder Extroverso do Estado:
obrigações aos administrados ou a si prerrogativa que o poder público tem de praticar
própria. (Hely Lopes) atos que extravasam sua própria esfera
jurídica e adentram a esfera jurídica alheia,
alterando-a, independentemente da anuência
prévia de qualquer pessoa.
Ato administrativo é a declaração do Não está presente em todos os atos, apenas
Estado ou de quem o represente, que naqueles que implicam obrigação para o
produz efeitos jurídicos imediatos, sob administrado, são a ele impostos, por exemplo,
observância da lei e regime de direito atos punitivos.
público, sujeito a controle pelo Poder Autoexecutoriedade: atos que podem ser
Judiciário. (Di Pietro) materialmente implementados pela administração,
diretamente, inclusive mediante uso da força, se
necessária, e não depende de ordem judicial.
A autoexecutoriedade jamais afasta a apreciação estes não lhe sejam hierarquicamente
judicial do ato; subordinados, quando for conveniente,
Não está presente em todos os atos, é qualidade em razão de circunstâncias de índole técnica,
própria de atos inerentes ao exercício de social, econômica, jurídica ou territorial.
atividades típicas da administração quando ela Regra geral: permitida a delegação, salvo se
está atuando na condição de poder público. houver impedimento legal.
Exigibilidade e Executoriedade
Pode ser feita para órgãos ou agentes
subordinados, mas também é possível mesmo
que não exista subordinação hierárquica.
Celso A. B. Mello Delegação de apenas uma parte das
competências, não da integralidade.
Por prazo determinado.
Exigibilidade Executoriedade Não afasta a possibilidade de exercício pela
autoridade delegante.
Meios diretos de
Pode conter ressalvas para o exercício da
Meios indiretos de
coerção. coerção. atribuição.
É ato discricionário e revogável a qualquer
A adm pratica o ato tempo
Obrigação que o
administrado tem de ou compele direta e O ato de sua revogação deve ser publicada no
cumprir o ato. materialmente o meio oficial.
administrado a
praticá-lo. A edição de atos normativos
Ex.: aplicação de
multa pelo
descumprimento da Ex.: apreensão de A decisão de recursos
ordem x. produtos. Não podem ser objeto administrativos
de delegação
Tipicidade: o ato deve corresponder a figuras
previamente definidas na lei como aptas a produzir As matérias de competência
determinados resultados. exclusiva do órgão ou
autoridade
Representa uma garantia para o administrado,
pois impede que a administração pratique um
ato, unilateral e coercitivo, sem prévia previsão Avocação de competências: ato pelo qual o
legal; superior hierárquico chama para si,
Afasta a possibilidade de ser praticado ato temporariamente, o exercício (e não a titularidade)
totalmente discricionário, pois a lei, ao prever de determinada competência originariamente
o ato, já define os limites em que a pertencente a um agente público a ele subordinado.
discricionariedade poderá ser exercida. A avocação é um ato discricionário.
Medida excepcional e fundamentada, ou seja,
Elementos ou requisitos de validade
tem caráter extraordinário.
dos atos administrativos Não é admitida quando se tratar de
Competência (quem?): poder legal atribuído ao competência exclusiva do subordinado.
agente público para desempenho específico das Vício na competência: a incompetência fica
atribuições de seu cargo. caracterizada quando o ato não se inclui nas
Somente a lei pode estabelecer competências atribuições legais do agente.
administrativas; Quando o agente público atua fora ou
Excesso de além de sua esfera de competências
poder
É irrenunciável estabelecidas em lei.

Quando a pessoa investida no CEFP,


É intransferível Função de mas há ilegalidade em sua investidura
Celso A. B. fato ou algum impedimento legal para a
Mello prática do ato.
Características
da competência É imodificável
É crime, e o usurpador é alguém que
Usurpação não foi por nenhuma forma investido
É imprescritível de função
em cargo, emprego ou função públicos.
Finalidade (para que?): resultado que se pretende
É improrrogável
alcançar.
Finalidade geral: satisfação do interesse
Delegação de competências: Um órgão
público.
administrativo e seu titular poderão, se não houver
Finalidade específica: objetivo direto, resultado
impedimento legal, delegar parte da sua
específico a ser alcançado
competência a outros órgãos ou titulares, ainda que
Efeito mediato.
Vício na finalidade: fim diverso daquele previsto MOTIVO
explicita ou implicitamente na regra de competência.
O desatendimento das finalidades de um ato Mérito
administrativo configura vício insanável, com administrativo
obrigatória anulação do ato.
Vício denominado de desvio de poder. OBJETO
ABUSO DE PODER
Só existe mérito administrativo em atos
discricionários.
E XCESSO DE P ODER DESVIO DE P ODER
Requisitos Vinculado Discricionário
Fora dos limites da Fim diverso, desvio de Competência V V
C ompetência. F inalidade. Finalidade V V
Forma V V
CEP FDP Motivo V D
Objeto V D

Forma (como?): é o modo de exteriorização do ato, Motivação


em regra, escrita.
Vício na forma: É a declaração escrita do motivo que determinou
Regra: passível de convalidação, ou seja, a prática do ao.
defeito sanável, que pode ser corrigido sem A motivação faz parte da forma do ato.
obrigar à anulação do ato. Se o ato deve ser motivado para ser válido, e a
A convalidação não é possível quando a lei motivação não é feita, o ato é nulo por vício de
estabelece determinada forma como essencial à forma (vício insanável) e não por vício no motivo.
validade do ato, caso em que o ato será nulo se Em regra, a motivação, quando obrigatória, deve ser
não observada a forma legalmente exigida. prévia ou contemporânea à expedição do ato, sob
Motivo (porquê?): é a causa imediata do ato. É a pena de nulidade deste.
situação de fato e de direito que determina ou Deverão ser motivados os atos que (art. 50, Lei
autoriza a prática do ato, ou o pressuposto fático e 9.784/99):
jurídico (ou normativo) que enseja a prática do ato. Neguem, limitem ou afetem direitos ou
Razão que antecede o ato. interesses;
Vício no motivo: quando a matéria de fato ou de Imponham ou agravem deveres, encargos ou
direito no qual o ato se fundamenta é materialmente sanções;
inexistente ou juridicamente inadequada ao Decidam processos adm de concurso ou seleção
resultado obtido. pública;
Objeto (o quê?): conteúdo material do ato. Dispensem ou declarem a inexigibilidade de
O objeto do ato adm é a própria alteração no processo licitatório;
mundo jurídico que o ato provoca. Decidam recursos adm;
Efeito imediato que o ato produz. Decorram de reexame de ofício;
É lícito, possível e determinado. Deixem de aplicar jurisprudência firmada ou
Vício no objeto: quando o resultado do ato importar discrepem de pareceres, laudos, propostas e
violação de lei, regulamento ou outro ato normativo. relatórios oficiais;
É insanável, ou seja, invariavelmente acarreta a Importem anulação, revogação, suspensão ou
nulidade do ato. convalidação de ato adm.
Ato praticado com conteúdo não previsto em lei. Teoria dos motivos determinantes: uma vez
Ato praticado com objeto diferente daquele que a motivado o ato, os motivos alegados passam a
lei prevê para aquela situação. constituir pressupostos de validade.
Mediato Finalidade
EFEITO
Imediato Objeto

Mérito do ato administrativo


É o poder conferido pela lei ao agente público para
que ele decida sobre a oportunidade e
conveniência de praticar determinado ato
discricionário, e escolha o conteúdo desse ato,
dentro dos limites estabelecidos na lei.
Espécies de atos alguma atividade de
predominantemente interesse deste, ou
Comando geral e a utilização de um bem público.
abastrato.
É um ato discricionário e precário.
Hipóteses de atos de autorização:
Garantia da fiel execução Ato de polícia adm para a prática de atividade
NORMATIVOS da lei.
privada. Ex.: porte de arma.
Ato de polícia adm para o exercício de
Decretos, regulamentos,
resoluções, regimentos. atividade econômica. Observada a CF: É
assegurado a todos o livre exercício de
Disciplina o qualquer atividade econômica,
funcionamento da AP, independentemente de autorização de
conduta funcional dos órgãos públicos, salvo nos casos previstos
agentes. em lei.
ORDINATÓRIOS Ato de polícia adm para o exercício de
Avisos, portarias, ordem atividades de interesse social que não sejam
de serviços, circulares,
despachos, instruções, de titularidade exclusiva do PP. Ex.: serviços
memorandos, oficios. privados de saúde e educação.
Ato de delegação para prestação indireta de
Declaração de vontade um serviço público – autorização de serviço
do PP coincidente à público.
pretensão do particular. Permissão: ato adm discricionário e precário
NEGOCIAIS mediante o qual é consentida ao particular alguma
Licença, autorização, conduta que exista interesse predominante da
permissão, admissão,
homologação, aprovação. coletividade. Ex.: uso de bem público.
Ato adm de Ato adm de Ato adm de
Certificam, atestam uma LICENÇA AUTORIZAÇÃO PERMISSÃO
situação de fato/direito.
Unilateral Unilateral Unilateral
Não cabe revogação. Vinculado DiscricionáRio DiscricionáRio
ENUNCIATIVOS
Definitivo PrecáRio PrecáRio
Certidão, atestado,
parecer (facultativo, Facula
Faculta Faculta o
obrigatório ou vinculante), exercício exercício de uso de
apostila (averbação). de atividade ou bem
atividade. utilização público
de bem
Sanções impostas. público.
PUNITIVOS Não confundir permissão e concessão de serviços
Demissão, suspensão, públicos que são contratos administrativos
apreensão, interdição. (bilaterais), e não meros atos administrativos
(unilaterais).
Atos precários: aqueles que podem ser revogados Parecer: é um documento técnico, de caráter
a qualquer tempo, não geram direito adquirido opinativo, emitido por órgão especializado na
para os seus destinatários. matéria de que trata.
Atos definitivos: são aqueles praticados em face de
um direito individual do requerente. São vinculados Não é obrigatório solicitar;
Facultativo não é obrigatório decidir
e, por isso, não comportam revogação. Mas conforme.
podem sofrer a cassação ou anulação.
PARECER

Licença: é ato adm vinculado e definitivo, editado Obrigatório solicitar; não é


com fundamento no poder de polícia Obrigatório obrigatório decidir conforme.
administrativa, nas situações em que o
ordenamento jurídico exige a obtenção de anuência Obrigado a solicitar;
prévia da adm pública como condição para o Vinculante obrigado a decidir conforme
o parecer.
exercício, pelo particular, de um direito subjetivo de
que ele seja titular. Certidão: é uma cópia de informações registradas
Não pode ser revogada (ato vinculado), mas é em algum livro em poder da administração,
passível de cassação ou anulação. geralmente requerida pelo administrado que algum
Autorização: é ato adm por meio do qual a adm interesse tenha nessas informações.
pública possibilita ao particular a realização de
Atestado: é uma declaração da administração obrigações gerais ou individuais,
referente a uma situação de que ela toma declarando situações jurídicas etc.
conhecimento em decorrência de uma atuação de É condição de vigência e de eficácia dos atos
seus agentes. externos a publicação em meio oficial.
Apostila: apostilar é anotar à margem, emendar, Ex.: todos os atos normativos, nomeação de
corrigir, complementar um documento. Apostila é um aprovados em concurso público, edital de
aditamento a um ato adm, ou a um contrato adm, licitação etc.
para o fim de retificá-lo, atualizá-lo ou complementá- Atos simples: são aqueles que decorrem de uma
lo. única manifestação de vontade de um único órgão,
Classificações dos atos unipessoal (ato simples singular) ou colegiado (ato
simples colegiado).
Atos vinculados: são os que a administração Ex.: ato de exoneração do servidor, acórdão
pratica sem margem alguma de liberdade de administrativo do CARF.
decisão, pois a lei previamente determinou o único Atos complexos: são aqueles que necessitam para
comportamento possível a ser obrigatoriamente sua formação, manifestação de vontade de dois ou
adotado sempre que se configure a situação objetiva mais diferentes órgãos ou autoridades.
descrita na lei. Ex.: concessão de determinados regimes
Ex.: concessão da licença paternidade. especiais de tributação.
Atos discricionários: são aqueles que a Atos compostos: são aqueles cujo conteúdo resulta
administração pode praticar com certa liberdade de da manifestação de um só órgão, mas sua edição ou
escolha, nos termos e limites da lei. produção de seus efeitos depende de um outro ato
Existe discricionariedade: quando a lei que o aprove. A função desse outro ato é meramente
expressamente dá à administração liberdade instrumental (acessório), autorizar a prática do ato
para atuar dentro de limites bem definidos; principal ou conferir eficácia a este
quando a lei emprega conceitos jurídicos Ex.: nomeação do PGR (nomeação editada pelo
indeterminados na descrição do motivo PR é o ato principal e a aprovação pelo Senado
determinante da prática de um ato administrativo. é o ato acessório).
Ex.: concessão da licença para tratar de Complexo X composto: enquanto no ato
interesses particulares. complexo temos um único ato, integrado por
Atos gerais: caracterizam-se por não possuir manifestações homogêneas de vontades de
destinatários determinados. órgãos diversos, no ato composto existem dois
Os atos gerais prevalecem sobre os individuais: atos, um principal e outro acessório ou
a administração, na prática de atos individuais, é instrumental.
obrigada a observar os atos gerais pertinentes,
por ela própria editados. Ato complexo Ato composto
Os atos gerais são sempre discricionários, pelo
menos quanto ao seu conteúdo. SeXO = Ato principal + ato acessório
Ex.: decretos regulamentares, instruções 2 órgãos e 1 ato. 2 órgãos e 2 atos.
normativas, atos declaratórios normativos,
algumas resoluções editadas por agências Atos de império ou de autoridade: são aqueles
reguladoras. que a administração impõe coercitivamente aos
Atos individuais: são aqueles que possuem administrados, criando para eles obrigações ou
destinatários determinados, produzindo diretamente restrições, de forma unilateral e independentemente
efeitos concretos, constituindo ou declarando de sua anuência.
situações jurídicas subjetivas. Ex.: desapropriação de um bem privado,
O ato individual pode ter um único destinatário interdição de estabelecimento comercial,
(ato singular) ou diversos destinatários (ato apreensão de mercadorias, multa administrativa.
plúrimo), desde que determinados. Atos de gestão: são praticados pela administração
Ex.: nomeação de aprovados, exoneração de na qualidade de gestora de seus bens e serviços,
servidor, autorização de uso de bem público, sem exercício de supremacia sobre os particulares.
decreto de desapropriação. Ex.: alienação ou aquisição de bens, aluguel a
Atos internos: são aqueles destinados a produzir um particular de um imóvel, atos negociais em
efeitos somente no âmbito da administração pública, geral, autorização, permissão.
atingindo diretamente apenas seus órgãos e Atos de expediente: são atos internos da
agentes. administração pública, relacionados às rotinas de
Ex.: portaria de remoção de servidor, ordens de andamento dos variados serviços executados por
serviço em geral, portaria de criação de grupos seus órgãos e entidades administrativos. São
de trabalho, memorando determinando servidor caracterizados pela ausência de conteúdo
a participar de curso de aperfeiçoamento. decisório.
Atos externos: são aqueles que atingem os Ex.: encaminhamento de documentos à
administrados em geral, criando direitos ou autoridade competente; formalização, o preparo
e a movimentação de processos; documentos e seus efeitos quando ocorrer um
petições protocoladas; cadastramento de evento futuro que subordina a sua
processos nos sistemas. eficácia.
Atos constitutivos: aqueles que criam uma nova Ato consumado ou exaurido: é o que já produziu
situação jurídica individual para seus todos os efeitos que estava apto a produzir, que já
destinatários, em relação à administração. esgotou sua possibilidade de produzir efeitos.
Ex.: concessão de licença, nomeação de
servidores, aplicação de sanções

Ato administrativo
Incompleto É um ato imperfeito
administrativas.
Atos extintivos ou desconstitutivos: aqueles que Eficaz (disponível para
produzir efeitos)
põem fim a situações jurídicas individuais existentes.
É um ato
Ex.: cassação de uma autorização, demissão de Completo perfeito Pendente (sujeito a
um servidor, decretação de caducidade de uma condição para inciar
concessão de serviço público. seus efeitos)
Atos modificativos: são os que tem por fim alterar
situações preexistentes sem provar a sua extinção. Perfeito Válido Eficaz
Ex.: alteração de horários de uma repartição, P V E
mudança de local de uma reunião.
P V I
Atos declaratórios: são aqueles que apenas
P I E
afirmam a existência de um fato ou de uma situação
P I I
jurídica anterior a ele. O ato declaratório atesta um
fato ou reconhece um direito ou uma obrigação
preexistente. Extinção dos atos administrativos
Ex.: expedição de certidão de regularidade fiscal,
DESFAZIMENTO DO ATO ADM
emissão de uma declaração de tempo de serviço
ou de contribuição previdenciária.
Ato válido: é o que está em conformidade com o
J. S. Carvalho Filho
ordenamento jurídico. Não contém qualquer vício,
qualquer irregularidade.
Ato nulo: é aquele que nasce com vício insanável, VOLITIVO NÃO VOLITIVO
normalmente resultante da ausência de um de seus
elementos constitutivos. Resultante da Independem de
O ato nulo está em desconformidade com a lei ou Vontade expressa manifestação
com os princípios jurídicos e seu defeito não da adm pública ou expressa.
pode ser convalidado (corrigido). do Poder
Ato anulável: é aquele que apresenta defeito Judiciário.
Extinção natural,
sanável, ou seja, é passível de convalidação pela subjetiva e objetiva.
própria administração que o praticou, desde que ele Anulação
não seja lesivo ao interesse público, nem cause
Caducidade
prejuízo a terceiros. Revogação
Ato inexistente: é aquele que possui apenas
aparência de manifestação de vontade da Contraposição
Cassação
administração pública, mas em verdade, não se
origina de um agente público, mas de alguém que se
passa por tal condição, como usurpador de função. Anulação: deve ocorrer quando há vício no ato,
Ato perfeito: é aquele que está pronto, terminado, relativo à legalidade ou legitimidade.
que já concluiu o seu ciclo, suas etapas de É sempre controle de legalidade.
formação. Efeito retroativo = ex tunc.
Ato eficaz ou exequível: é aquele que já está Devem ser resguardados os efeitos já produzidos
disponível para a produção de seus efeitos próprios. em relação aos terceiros de boa-fé. Isso não
Um ato inválido pode ser eficaz (em razão da significa que o ato nulo gere direito adquirido.
presunção da legitimidade e da imperatividade). Não há direito adquirido à produção de efeitos de
Ato pendente: é aquele que, embora perfeito, está um ato nulo.
sujeito a condição ou termo para que comece a Revogação: é a retirada de um ato válido, do
produzir efeitos. O ato pendente é um ato perfeito mundo jurídico, mas que, segundo critério
que ainda não está apto a produzir efeitos. discricionário da administração, tornou-se
Ato pendente X ato imperfeito: o ato imperfeito inoportuno ou inconveniente.
é aquele que não completou o seu ciclo de É a supressão de um ato adm legítimo e eficaz.
formação, já o ato pendente, ao contrário, É sempre o controle de mérito.
sempre é um ato perfeito, mas que produzirá Efeito não retroativo = ex nunc.
Tem fundamento no poder discricionário, circunstâncias e do juízo de
portanto, aplica-se somente aos atos oportunidade e conveniência.
discricionários. Condições cumulativas para que um ato seja
convalidado:
Atos consumados. Defeito sanável;
São insuscetíveis de revogação Não acarreta lesão ao interesse público;
Não acarreta lesão a terceiros;
Atos vinculados. Decisão discricionária acerca da conveniência e
oportunidade de convalidar o ato.
Atos que geraram direitos Quando a convalidação é

Formas de convalidação (J. S. Carvalho Filho)


adquiridos. realizada pela mesma
Ratificação autoridade que praticou o
Atos que integram ato
procedimento.
É quando há defeito em
Meros atos relação ao objeto que seja
administrativos (certidão, Confirmação plurimo e a administração
atestado). retira o objeto inválido e
deixa o objeto valido.
Cassação: é a extinção do ato adm quando seu
beneficiário deixa de cumprir os requisitos. É quando também há vicio
Caducidade: quando surge nova lei que contraria em relação ao objeto
aquela que respaldava a prática do ato. Conversão
prurimos, mas neste caso
Contraposição: outro ato com efeitos contrários é retirado o objeto inválido
derruba o ato anterior. e incluído outro objeto
válido.
Extinção natural: desfaz um ato adm pelo mero
cumprimento normal de seus efeitos.
Extinção subjetiva: ocorre quando há
desaparecimento do sujeito que se beneficiou do
ato.
Extinção objetiva: ocorre quando desaparece o
próprio objeto do ato praticado.
Convalidação de ato administrativo
Convalidar um ato é corrigi-lo, regulariza-lo, desde
a origem (ex tunc), de tal sorte que:
Os efeitos já produzidos passem a ser
considerados efeitos válidos, não passíveis de
desconstituição; e
Esse ato permaneça no mundo jurídico como um
ato válido.

DEFEITOS SANÁVEIS

Vício na
competência Vício na forma

Desde que não se trate Desde que não seja


de competência essencial à validade do
exclusiva. ato.

Não cabe
Di Pietro convalidação.

Vício no objeto Admite-se


convalidação
J. S. Carvalho quando for ato
Filho plúrimo, mediante
conversão ou
reforma.

Atos adm anuláveis são os que podem ser objeto de


convalidação (ou saneamento), dependendo das
Deveres discricionariedade adm, ampliando os aspectos de
controle do ato.
Dever de agir: dever de exercício das O postulado da proporcionalidade é importante,
competências, o que o agente público não pode sobretudo, no controle de atos sancionatórios,
dispor (é imposição, não é faculdade). especialmente nos atos de polícia.
Dever de eficiência: exigência de elevado padrão
de qualidade na atividade adm. Atuação pautada por Poder hierárquico
celeridade, perfeição técnica, economicidade, Hierarquia caracteriza-se pela existência de níveis
presteza, rendimento funcional, entre outros. de subordinação entre órgãos e agentes públicos,
Dever de probidade: agir com ética, honestidade e sempre no âmbito de uma mesma pessoa jurídica.
boa-fé, em consonância com o princípio da Não há hierarquia entre diferentes pessoas jurídicas,
moralidade administrativa. nem entre os Poderes da República, nem mesmo
Dever de prestar contas: decorre diretamente do entre a administração e os administrados.
princípio da indisponibilidade do interesse A prerrogativa de dar ordens, também referida como
público, sendo inerente à função do administrador poder de comando, permite que o superior
público, mero gestor de bens e interesses alheios hierárquico assegure o adequado funcionamento
do povo. dos serviços sob sua responsabilidade.
Poder vinculado Os servidores públicos têm o dever de acatar e
cumprir as ordens de seus superiores hierárquicos,
Apenas possibilita à administração executar o ato exceto quando manifestamente ilegais, hipótese em
vinculado nas estritas hipóteses legais. que surge para o destinatário da ordem o dever de
Quando pratica um ato vinculado a administração representação contra a ilegalidade.
está muito mais cumprindo um dever do que O poder de controle inclui a manutenção de atos
exercendo uma prerrogativa. válidos, convenientes e oportunos, a convalidação
O poder vinculado é fundamento também dos atos de atos com defeitos sanáveis, quando esta for
discricionários nos seguintes elementos: possível e conveniente, a anulação de atos ilegais e
Competência a revogação de atos discricionários inoportunos ou
Finalidade inconvenientes.
Forma Competência é irrenunciável, mas a lei admite
Poder discricionário delegação e avocação.
É aquele em que o agente dispõe de uma razoável Poder Disciplinar
liberdade de atuação, podendo valorar a Permite à adm pública:
oportunidade e conveniência da prática do ato. Punir internamente as infrações funcionais de
O núcleo essencial do poder discricionário traduz- seus servidores;
se no denominado mérito administrativo. Punir infrações administrativas cometidas por
O poder discricionário implica liberdade de particulares.
atuação administrativa, sempre dentro dos limites Toda e qualquer pessoa está sujeita ao poder
expressamente estabelecidos em lei, ou dela punitivo do Estado, ao passo que somente as
decorrentes. pessoas que possuem algum vínculo jurídico
A extrapolação dos limites legais, assim como a específico com a adm pública são alcançadas pelo
atuação contrária aos princípios administrativos, poder disciplinar.
configura a denominada arbitrariedade (= atuação
ilegal). Poder regulamentar ou normativo
O ato discricionário ilegal ou ilegítimo poderá ser Usado tradicionalmente para designar as
anulado tanto pela adm pública quanto pelo PJ. O competências do Chefe do Poder Executivo para
que não pode ser apreciado pelo PJ é o mérito editar atos administrativos normativos.
administrativo, que consiste justamente na O exercício do poder regulamentar, em regra, se
atividade valorativa de oportunidade e conveniência materializa na edição de decretos e regulamentos
que levou o administrador a praticar o ato e, se for o destinados a dar fiel execução às leis.
caso escolher o seu objeto, dentro dos limites Decretos de execução ou regulamentares: são
legalmente fixados, ou decorrentes do texto em lei. atos normativos secundários, pois situam-se
Os princípios da razoabilidade e da hierarquicamente abaixo da lei.
proporcionalidade são eficazes limitações Decretos autônomos: atos primários, isto é, atos
impostas ao poder discricionário da adm. Por meio que decorrem diretamente do texto constitucional,
desses princípios, impõem-se limitações à decretos que não são expedidos em função de
alguma lei ou de algum outro ato infraconstitucional.
A CF, art. 49, V, atribui competência ao CN para Discricionariedade: razoável
sustar os atos normativos do PE que exorbitem do margem de atuação.
poder regulamentar. Coercibilidade: imposição de medidas
Regulamentos autorizados (ou delegados): coativamente, inclusive mediante o emprego da
quando o PL, na própria lei, autoriza o PE a força.
disciplinar determinadas situações nela não Autoexecutoriedade: execução direta pelo
reguladas. poder público, sem ordem judicial.
Regulamento autorizado é um ato adm Exigibilidade: meios indiretos de coerção.
secundário infralegal. Ex.: multa.
Regulamento autorizado não se confunde com Executoriedade: meios diretos de coerção.
lei delegada, esta é um ato normativo primário Ex.: apreender uma mercadoria.
(é uma lei). Meios de atuação:
Admite-se a utilização de regulamento Poder de polícia originário: exercido pela AD (U,
autorizado para a fixação de normas técnicas, E, DF, M).
desde que a lei que o autoriza estabeleça as Poder de polícia delegado: exercido pela AI com
diretrizes, os parâmetros, as condições e os PJDPúblico.
limites da atuação do PE.
Atividades jurídicas Atividades sociais
Decretos de execução do Estado do Estado
Decretos autônomos
ou regulamentares
CF, Art. 84, VI - dispor, Atividades cujo
mediante decreto, sobre: desempenho se funda Atividades destinadas
CF, Art. 84, IV - a) organização e a incrementar o bem-
no poder de império
estar social, que não
sancionar, promulgar e funcionamento da como decorrência da
impliquem exercício de
fazer publicar as leis, administração federal, quando própria noção de
poder de império.
bem como expedir não implicar aumento de soberania.
decretos e despesa nem criação ou
regulamentos para sua extinção de órgãos públicos; Polícia administrativa Polícia judiciária
fiel execução b) extinção de funções ou Aquela que inicia na seara
cargos públicos, quando Aquela concernente ao
das infrações
vagos; ilícito penal.
administrativas.
Apenas complementa, É exercida sobre
Independe da existência de Incide diretamente sobre
regulamenta uma LEI. atividades privadas, bens
uma lei. Só pode em 2 as pessoas.
Não inovando a ordem ou direitos.
hipóteses previstas na CF.
jurídica. É desempenhada, em É executada por
Pode ser delegado a ME, PGR regra, por órgãos corporações específicas
Não pode ser delegado.
ou AGU. administrativos de caráter (polícia civil, polícia federal,
Controle de fiscalizador. polícia militar)
Controle de legalidade.
constitucionalidade. Atuação predominante Atuação predominante
preventiva. repressiva.
Controle de legalidade: se o ato normativo
extrapolou os limites da lei ou se contrariou STF: é constitucional a atribuição às guardas
frontalmente seus comandos, a questão municipais do exercício de poder de polícia de
caracterizará, sempre, típica de ilegalidade, e não trânsito – fiscalização, controle e orientação do
inconstitucionalidade. tráfego, incluída imposição de multas e sanções
Condições cumulativas para que um ato adm seja adm.
objeto de controle judicial mediante ADI (ação
direta de inconstitucionalidade):
É indispensável que ele tenha efetivamente
caráter normativo; e
É necessário que ele tenha caráter autônomo,
o ato deve conflitar diretamente com a CF.
Poder de polícia
Poder de que dispõe a administração pública para,
na forma da lei, condicionar ou restringir o uso de
bens, o exercício de direitos e a prática de
atividades privadas, visando a proteger os interesses
gerais da coletividade.
O poder de polícia é inerente à atividade
administrativa.
Atributos do Poder de Polícia:
Ciclo de polícia Atenção
Poderes administrativos: conjunto de
ORDEM
SANÇÃO prerrogativas de direito público que a ordem jurídica
• Corresponde à confere ao agentes administrativos para o fim de
• Atuação legislação que
administrativa estabelece os permitir que o Estado alcance seus fins (J.S.
coercitiva limites. Carvalho Filho).
• É a fase inicial. Poder de Polícia: representa uma atividade estatal
restrita aos interesses privados, limitando ao
liberdade e a propriedade individual em favor do
interesse público.
O Poder de Polícia conferido à Administração
para restringir, frenar, condicionar, limitar o
FISCALIZAÇÃO CONSENTIMENTO exercício de direitos e atividades econômicas dos
• Verifica se a prática de • Anuência da adm. particulares, a fim de preservar os interesses da
uma atividade privada coletividade.
está em conformidade • Se materializa com
com as condições e os atos adm de licenças A subordinação e a vinculação constituem
requisitos e autorizações. relações jurídicas peculiares ao sistema
administrativo.
Delegação do poder de polícia: sustenta-se que o
exercício de atividades de polícia tem fundamento no
Punições
poder de império e que este não pode ser exercido
Punição do servidor
por nenhuma PJDPrivado.
pela AP deriva:
STJ: as fases de consentimento e de Imediatamente Poder Disciplinar
fiscalização podem ser delegadas a
PJDPrivado. Mediatamente Poder Hierárquico
Permitido: PJDPúblico (autarquias e fundações
autárquicas).
Abuso de poder
particular pela AP:
Punição de

O postulado da supremacia do interesse público Com vínculo jurídico Poder Disciplinar


justifica o exercício de poderes administrativos única
e exclusivamente na estrita medida em que sejam Sem vínculo jurídico Poder de Polícia
necessários ao atingimento dos fins públicos.
O exercício ilegítimo das prerrogativas conferidas
pelo ordenamento jurídico à administração pública
caracteriza, genericamente, o denominado abuso de
poder.
Quando o agente
Excesso de atua fora dos
poder limites de suas
competências.
Abuso de
poder
Quando o agente
Desvio de contraria a
poder
finalidade.

ABUSO DE PODER

E XCESSO DE P ODER DESVIO DE P ODER

Fora dos limites da Fim diverso, desvio de


C ompetência. F inalidade.

CEP FDP
Responsabilidade civil ou Teoria do risco administrativo
extracontratual Responsabilidade civil objetiva:
Consubstancia-se na obrigação de indenizar um Independe de comprovação de dolo ou culpa.
dano patrimonial, moral ou estético causado ou Fundamento constitucional (art. 37, § 6º): As
possibilitado por um fato humano. pessoas jurídicas de direito público e as de direito
Só origina responsabilidade civil, em princípio, o privado prestadoras de serviços públicos
nexo causal direto e imediato, isto é, deve haver responderão pelos danos que seus agentes, nessa
ligação lógica direta entre a conduta (comissiva ou qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
omissiva) e o dano efetivo. direito de regresso contra o responsável nos casos
A responsabilidade civil do Estado é regida por de dolo ou culpa.
normas e princípios de direito público. Traduz-se
ela na obrigação da adm pública, ou dos Dano
delegatários de serviços públicos, de indenizar os
danos que seus servidores, empregados e
prepostos, atuando na qualidade de agentes Fato Nexo Causal
públicos causem a terceiros.
A responsabilidade extracontratual se exaure com Teoria do
a indenização do dano causado. do risco
adm -
Respons.
Dano Infração Crime Objetiva

Civil Administrativo Penal Excludentes:


Culpa exclusiva da vítima;
Força maior;
Evolução da responsabilidade do Caso fortuito.
Estado Concorrente:
Culpa recíproca, haverá mitigação (atenuação)
Irresponsabilidade Teve relevância nos regimes de responsabilidade.
do Estado absolutistas. Pessoas abrangidas:
Todas as PJDPúblico AD e AI;
Refletia o individualismo característico
Teoria civilista do liberalismo clássico. PJDPrivado prestadoras de serviços públicos
da culpa (incluindo EP e SEM);
comum do E. PJDPrivado não integrantes da AP, delegatárias
Estado comparado ao indivíduo.
de serviços públicos (concessionárias,
Somente se permissionárias e detentoras de autorização de
Responsabilidade comprovada a serviços públicos).
Teoria da culpa SUBJETIVA ocorrência de
administrativa
uma falha na
Não estão incluídas EP e SEM exploradoras de
F ou culpa atividade econômica.
prestação de
A anônima STF: É irrelevante perquirir se a vítima de prejuízo
um serviço
S público. causado por prestador de serviço público é, ou não,
E usuária do serviço, bastando que o dano seja
Presentes o
fato do serviço produzido pelo sujeito na qualidade de prestador de
S
Responsabilidade e o nexo direto serviço público.
OBJETIVA de causalidade Nas situações em que o poder público está
Teoria do risco
administrativo entre o fato e o legalmente na condição de garantidor da
dano ocorrido
nasce o a integridade de pessoas e coisas, que se encontram
obrigação de sob sua proteção direta, terá que indenizar danos a
indenizar. elas ocasionados, mesmo que não provocados
por atuação de agentes estatais.
Basta a existência do evento danoso Exceto se ficar comprovada a ocorrência de
Teoria do e do nexo causal para que surja a alguma causa excludente dessa
risco obrigação de indenizar para o Estado,
integral sem possibilidade de que este alegue responsabilidade extracontratual objetiva, a
excludentes de sua responsabilidade. exemplo de um evento imprevisível e
irresistível, sem relação com qualquer ação ou
omissão da administração, caracterizador de
hipóteses de força maior ou caso fortuito.
A responsabilidade extracontratual se exaure com a É usual a asserção de que os eventos de
indenização do dano causado. caso fortuito e de força maior rompem o
nexo de causalidade entre determinada atuação
Teoria do risco integral
Teoria do risco administrativa e o dano sofrido por terceiro.
administrativo
Atos legislativos e atos jurisdicionais
Não admite Irresponsabilidade estatal (em regra):
excludentes. Admite escludentes.
Não acarretam responsabilidade extracontratual
para o Estado.
Responsabilidade por omissão estatal Exceções
Atos legislativos Atos jurisdicionais
Omissão da adm pública caracterizadora de Leis inconstitucional;
falta de serviço público: Lei de efeito concreto: não
são dotadas de
Erro judiciário;
generalidade,
Atraso na Prisão além do tempo
Inexistência Deficiência impessoalidade e
prestação fixado na sentença.
abstração; tem
destinatários certos e
Responsabilidade civil subjetiva (em regra): determinados.
Regulada pelos danos ensejados por omissão
estatal na prestação de serviços obrigatórios,
mas há situações que mesmo em face da
Danos de obra pública
omissão, o Estado responde objetivamente. Responsabilidade civil por danos deocrrentes de obras públicas
Para que seja reconhecido direito a indenização, o São danos pela sua localização,
particular deverá demonstrar que a atuação estatal extenção ou duração, sem
regular, normal, ordinária, teria sido suficiente para qualquer irregularidade na sua
evitar o dano a ele infligido. execução.
Só fato da
Quando um dano causado a particular não decorre obra, ou por Independe de quem esteja
da atuação de agentes públicos, e sim de outras má execução. executando a obra.
circunstâncias, tais como atos de terceiros ou
eventos climáticos, o Estado somente poderá ser Respons. Objetiva
obrigado a indenizar a vítima consoante os termos
da teoria da culpa administrativa, ou seja, a vítima Execução Respons.
precisa comprovar que, o resultado danoso, Execução direta Objetiva
concorreu determinada omissão culposa da direta pela AP Execução por
administração pública. ou a cargo de particular Respons.
particular. contratado Subjetiva
Omissão Genérica Omissão Específica pela adm públ

Responsabilidade Responsabilidade
Subjetiva Objetiva
Reparação de dano:
Força maior e caso fortuito terceiro lesado X Adm
Eventos que sua ocorrência é inescapável e cujos Responsabilidade civil objetiva:
efeitos são inevitáveis ou irresistíveis.
Caracterizada pela mera comprovação de que
Responsabilidade civil subjetiva (em regra): estão presentes os pressupostos nexo causal
Os danos decorrentes de caso fortuito ou força direto e o dano.
maior, sem que exista alguma conduta comissiva Adm pública:
da adm pública (sem atuação), esta poderá ser Se não conseguir provar, responderá
responsabilizada se tiver ocorrido diretamente integralmente pelo dano, devendo indenizar o
com sua omissão, para o surgimento do dano, particular;
por haver de deixar de prestar adequadamente
Se comprovar que a culpa foi total do particular,
um serviço de que estivesse incumbida, isto é, ficará eximida da obrigação de reparar;
caso se comprove que a adequada prestação do Se comprovar que houve culpa recíproca, a
serviço estatal obrigatório teria evitado ou obrigação será atenuada proporcionalmente.
reduzido o resultado danoso. Prescrição da ação de reparação: 5 anos.
A responsabilidade do Estado, se houver, é
subjetiva, baseada na teoria da culpa
administrativa.
Ação regressiva:
agente público X Adm
Responsabilidade civil subjetiva:
Para intentar ação contra seu agente, a PJ
deverá comprovar que já foi condenada
judicialmente a indenizar terceiro.
Somente se comprovado dolo ou culpa do
agente, na modalidade culpa comum.

Reparação de
Ação regressiva:
dano: PJ X
PJ X AGENTE
TERCEIRO

Responsabilidade Responsabilidade
OBJETIVA SUBJETIVA

Responsabilidade administrativa, civil


e penal do agente público
Admite-se a cumulação das responsabilidades civil,
administrativa e penal do agente público em razão
de ato danoso por ele praticado.
Os processos de apuração das responsabilidades
podem correr separada e independentemente em
cada órbita.
Entretanto, quando a órbita penal está envolvida, é
possível ocorrer exceção à regra de independência
das esferas de responsabilidade.
O julgamento na esfera penal pode resultar em:
Condenação criminal do servidor;
Absolvição pela inexistência do fato ou pela
negativa de autoria;
Absolvição por ausência de tipicidade ou de
culpabilidade penal, por insuficiência de provas,
ou por qualquer outro motivo.
A absolvição penal cujo fundamento seja a
negativa de autoria ou a inexistência do fato
interfere nas esferas administrativa.
Responsabilidade por dano ambiental
Responsabilidade civil objetiva:
STJ: “A responsabilidade civil por danos
ambientais, seja por lesão ao meio ambiente
propriamente dito (dano ambiental público), seja
por ofensa a direitos individuais (dano ambiental
privado), é objetiva, fundada na teoria do risco
integral, em face do disposto no art. 14 §1º, da lei
6.938/1981, que consagra o princípio do
poluidor-pagador. A responsabilidade objetiva
fundamenta-se na noção de risco social, que
está implícito em determinadas atividades, como
a indústria, os meios de transporte de massa, as
fontes de energia”.
Conceito nulidade, a sua revogação, a sua cassação ou
mesmo conferir eficácia ao ato.
Controle administrativo: é o conjunto de Ex.: homologação de concurso público,
instrumentos que o ordenamento jurídico estabelece homologação de um procedimento licitatório,
a fim de que a própria adm pública, os Poderes sustação pelo CN de atos normativos do PE que
Judiciário e Legislativo, e ainda o povo, diretamente exorbitem o poder regulamentar etc.
ou por meio de órgãos especializados, possam
exercer o poder de fiscalização, orientação e Classificação quanto ao aspecto
revisão da atuação administrativa de todos os controlado
órgãos, entidades e agentes públicos, em todos os Controle de legalidade ou legitimidade:
Poderes e níveis da Federação. verificação da conformidade com a lei.
A mais ampla sindicabilidade dos atos adm e da A administração ou o PJ e, nos casos expressos
atuação administrativa globalmente considerada, na CF, o PL, confirmam a validade de atos
inclusive das omissões indevidas, é o corolário da praticados em conformidade com o ordenamento
cidadania, fundamento da República e garantia de jurídico, anulam os atos adm ilegais ou ilegítimos,
legitimação da adm pública como aparato de ou convalidam atos com defeitos sanáveis.
concretização e defesa do interesse público. O controle que visa à confirmação da validade
Classificação quanto à origem de um ato geralmente é exercido por autoridade
Controle interno: realizado dentro de um mesmo diversa daquela que o praticou.
poder. Controle de mérito: visa a verificar a oportunidade
Controle que as chefias exercem sobre os atos e a conveniência administrativas do ato controlado.
de seus subordinados de um órgão público. Trata-se de uma atuação discricionária, exercida,
Controle externo: realizado por um Poder sobre os igualmente, sobre atos discricionários.
atos adm praticados por outro. O PJ não pode revogar ato adm praticado pela
Sustação, pelo CN, de atos normativos do PE adm pública.
que exorbitem o poder regulamentar; Classificação quanto à amplitude
Anulação de um ato do PE por decisão judicial; Controle hierárquico: decorre do escalonamento
Julgamento anual, pelo CN, das contas vertical de órgãos (poder hierárquico).
prestadas pelo PR; Ex.: os ministérios exercem controle sobre suas
Auditoria realizada pelo TCU sobre as despesas secretarias.
do PE federal. Controle finalístico: é aquele exercido pela AD
Controle popular: feito pelo cidadão. Decorre do sobre as pessoas jurídicas da AI (tutela
princípio da indisponibilidade do interesse público. administrativa, supervisão ministerial).
Verificar a regularidade;
Impedir a prática de atos lesivos; Classificação quanto à iniciativa
Provocar a reparação dos danos e a punição do Controle de ofício: não há necessidade de
agente responsável. provocação.
Ex.: ação popular. Controle provocado: deflagrado por terceiros.
Classificação quanto ao momento de Classificação quanto ao órgão
exercício Controle Judicial: exercido pelo PJ, no
Controle prévio, preventivo ou a priori: quando desempenho de atividade jurisdicional, sobre os atos
exercido antes do início da pratica ou antes da administrativos praticados pelo PE, PL e PJ.
conclusão do ato adm, constituindo-se em requisito Verifica exclusivamente a legalidade ou
para a validade ou para a produção de efeitos do ato legitimidade dos atos adm, nunca o mérito
controlado. adm.
Ex.: autorização do SF para a U, E, DF e M O PJ pode, sempre, desde que provocado,
contrair empréstimos externos. anular atos adm, vinculados ou discricionários,
Controle concomitante: exercido durante a que apresentem vícios de ilegalidade ou
realização do ato. ilegitimidade.
Ex.: realização de auditoria durante a execução Não se admite que o PJ revogue atos.
do orçamento, fiscalização da execução de um Habeas corpus, habeas data, mandado de
contrato adm etc. segurança, mando de injunção, ação popular,
Controle subsequente, corretivo ou a posteriori: ação civil pública.
exercido após a conclusão do ato. É possível a
correção de defeitos do ato, a declaração de
inspeções e auditorias (controle
Atos Políticos concomitante), que podem ser
Não cabe controle realizadas a qualquer tempo.
judicial
Atos Internacorporis. Fiscalizar e controlar diretamente, ou por
qualquer de suas Casas, atos do PE, incluída
da AI.
Controle Administrativo: controle que a própria
administração pública realiza sobre suas atividades. Sustar atos normativos do PE que exorbitem do
É o controle interno, fundado no poder de autotutela. poder regulamentar ou dos limites de delegação
O controle adm típico é aquele realizado pelo PE legislativa.
sobre os atos de seus próprios órgãos e Sustar contratos que apresentem ilegalidade,

Controles exercidos pelo CN


entidades. Entretanto, o PL e o PJ também mediante solicitação do TCU.
realizam controle adm, quando, exercendo a
função administrativa, fiscalizam os atos adm Julgar anualmente as contas prestadas pelo PR
e apreciar os relatórios sobre a execução dos
editados pelos seus órgãos. planos de governo.
Denúncia de irregularidades
Representação perante a própria Autorizar ou aprovar determinados atos
administração. concretos do PE.

Oposição a atos da CN + TCU, exercer a fiscalização contábil,


Reclamação administração que afetam financeira e orçamentária federal.
direitos/interesses legítimos.
CD/SF ou qualquer comissão pode convocar
ME para prestarem informações...
Pedido feito a mesma
Reconsideração autoridade que proferiu a CD/SF encaminhar pedidos de informações a
decisão. ME...

Pedido feito a autoridade Processar e julgar o PR e o Vice-PR, nos


Recurso superior àquela que proferiu crimes de responsabilidade, bem como os ME,
a decisão. CMEA nos crimes de natureza conexos com
aqueles.
Controles exercídos pelo SF

Fatos novos, circunstâncias Aprovar previamente, por voto secreto, após


sucetíveis de justificar a arguição pública, a escola de magistrados e
inadequação da penalidade ministros do TCU, de governador de Território,
aplicada. presidente e diretores do Banco Central.
Revisão
Aprovar previamente, por voto secreto, após
Não pode agravar a arguição em sessão secreta, a escolha dos
penalidade. chefes de missão diplomática de caráter
permanente.
Controle Legislativo: ou parlamentar, é exercido
pelos órgãos legislativos ou por comissões Aprovar, por MA e voto secreto, a exoneração,
parlamentares sobre determinados atos da adm de ofício, do PGR antes do término de seu
pública. mandato.
Exercido de forma
Controle Legislativo

Convocar investigados e e testemunhas a


Controle exercido por Comissões

Político direta pelo CN


ou parlamentar

depor, incluindo autoridades públicas.


(órgãos, casas).
Determinar diligências.
Financeiro Exercido pelo CN e
externo TCU. Requisitar das repartições públicas informações
e documentos.
Tribunais de contas: são órgãos vinculados ao Determinar a quebra dos sigilos fiscal, bancário
PL, que auxiliam no exercício do controle externo e telefônico das pessoas investigadas.
da adm pública, sobretudo o controle financeiro.
Não existe hierarquia entre as cortes de contas Convocar juízes para depor.
e o PL.
Os tribunais de contas não praticam atos de STF (SV nº3): Nos processos perante o TCU
natureza legislativa, mas tão somente atos de asseguram-se o contraditório e a ampla defesa
fiscalização e controle, de natureza adm. quando a decisão puder resultar anulação ou
O controle que os tribunais de contas exercem revogação de ato administrativo que beneficie o
sobre os atos ou contratos da adm pública é um interessado, excetuada a apreciação da legalidade
controle posterior ou subsequente, salvo do ato de concessão inicial de aposentadora,
reforma e pensão.
Serviços públicos Hely Lopes Meirelles
Incumbe ao poder público, na forma da lei, • É todo aquele prestado pela administração ou por
diretamente ou sob regime de concessão ou seus delegados, sob normas e controles estatais,
permissão, sempre através de licitação, a prestação para satisfazer necessidades essenciais ou
secundárias da coletividade ou simples
de serviços públicos (art. 175, CF). conveniências do Estado.
A CF prevê também a autorização como instrumento
de delegação de serviços públicos (art. 21, XI e XII e Maria Sylvia Di Pietro
223).
• É toda atividade material que a lei atribui ao
A titularidade dos serviços públicos é exclusiva do Estado para que a exerça diretamente ou por
Estado, isto é, os particulares não podem prestá-los meio de seus delegados, com o objetivo de
por sua livre-iniciativa. Caso pretendam fazê-lo, satisfazer concretamente às necessidades
deverão, obrigatoriamente, receber delegação do coletivas, sob regime jurídico total ou
poder público, cujo instrumento será um contrato de parcialmente público.
concessão ou de permissão de serviço público, José dos Santos Carvalho Filho
sempre precedido de licitação, ou ainda, nas
restritas hipóteses em que admitido, um ato • É toda atividade prestada pelo Estado ou por seus
delegados, basicamente sob regime de direito
administrativo de autorização de serviço público. público, com vistas à satisfação de necessidades
A delegação nunca transfere a titularidade do essenciais e secundárias da coletividade.
serviço público, o particular que recebe a condição
de mero executor. Celso Antônio Bandeira de Mello
Direitos fundamentais • É toda atividade de oferecimento de utilidade ou
Serviços públicos sociais comodidade material fruível diretamente pelos
administrados, prestado pelo Estado ou por quem
Titularidade Não são de titularidade lhe faça as vezes, sob regime de Direito Público -
exclusiva de exclusiva. portanto, consagrador de prerrogativas de
Estado. supremacia e de restrições especiais - instituído
pelo Estado em favor dos interesses que houver
Permitida a livre iniciativa. definido como próprios no sistema normativo.
Afastada a livre
iniciativa.
Podem ser Classificações dos serviços públicos
Podem ser desempenhados por
prestados por particulares sem que se
particulares aplique o regime de Serviços gerais Serviços individuais
mediante delegação.
delegação Específicos,
(prestação São serviços privados e Indivisíveis ou uti
estão sujeitas a universi. singulares ou uti
indireta). singuli.
fiscalização e controle
estatal. Prestados a toda Prestados a usuários
coletividade. determinados.
Conceitos de serviços públicos
Sentido subjetivo (ou orgânico): serviço prestado Usuários Podem ser
indeterminados e remunerados
pelo Estado através dos seus órgãos. indetermináveis. mediante taxas e
Sentido objetivo (ou material): se refere as tarifas.
atividades realizadas para atender as necessidades Ex.: iluminação
essenciais da coletividade. pública, varrição de Ex.: coleta de lixo,
Sentido formal: previsto na CF/lei, sob regime ruas e praças... água encanada, gás
jurídico de direito público. canalizado, energia
elétrica, serviço
As atividades jurídicas do Estado não configuram postal.
serviço público em sentido estrito.
Os serviços públicos em sentido estrito (atividade
material) classificam-se entre as atividades sociais
do Estado.
A atividade dos serviços notariais e de registro não
se enquadra como serviço público em sentido
estrito (atividade material), mas sim como atividade
jurídica estatal.
Podem ser prestados pelo Estado
Prestação descentralizada: o serviço é
ou ter a sua prestação delegada a prestado por pessoa diversa do ente
Serviços particulares. federado.
delegáveis Outorga legal (descentralização por
Ex.: telefonia, energia elétrica, serviços): o serviço é prestado por entidade da
transporte coletivo. AI, à qual a lei transfere a titularidade.
Delegação (descentralização por
Somente podem ser prestados pelo colaboração): o serviço é prestado por
Estado ou pelas entidades da AI.
particulares, aos quais, mediante delegação do
poder público, é atribuída a sua mera execução.
Serviços
indelegáveis Exige exercíco de poder de império. Prestação desconcentrada: o serviço é prestado
por um órgão, com essa competência específica,
Ex.: defesa nacional, segurança integrante da estrutura da pessoa jurídica que detém
interna, a fiscalização. a titularidade do serviço.
Prestação desconcentrada centralizada:
órgão com competência específica para prestar
Atividades internas da o serviço integra a AD.
Administrativos adm pública, as suas Prestação desconcentrada descentralizada:
atividades-meio.
órgão com competência específica para prestar
Previstos na CF. Devem o serviço integra uma entidade da AI.
obrigatoriamente ser
oferecidos à população pelo Para entidades da AI.
Serviços públicos

Sociais Estado. OUTORGA


A entidade recebe a
Ex.: educação, saúde, titularidade do serviço público.
assistência social.
PJ ou
consórcio de
Atividade econômica em empresas.
sentido amplo, explorados
Formas de prestação dos serviços públicos

Econômicos, com intuito de lucro. Licitação


CONCESSÃO
comerciais ou modalidade
industriais. Ex.: telefonia, energia Concorrência.
elétrica,fornecimento de
gás. Contrato.
DELEGAÇÃO
PJ ou PF.
Serviços
Licitação.

= a indelegáveis e Contrato de
PERMISSÃO adesão.
delegáveis
Revogação
unilateral a
Próprios Impróprios título precário.

Ato unilateral, precário,


Usa de discricionário.
Atividades de natureza
supramacia, sem social. Executadas por
delegação. AUTORIZAÇÃO Não necessita licitação.
particulares sem delegação
Não possui caráter
contratual.
Ex.: segurança Ex.: educação, saúde.
pública.
Regulamentação e controle
A regulação dos serviços públicos é uma atividade
Formas de prestação dos serviços estatal exclusiva, absolutamente indelegável a
públicos particulares.
Prestação direta: o serviço é prestado pela AD ou O controle dos serviços públicos deve ser exercido
AI. pela própria adm pública, pela população em geral e
Prestação indireta: o serviço é prestado por pelos órgãos incumbidos de tutelar interesses
particulares, aos quais, mediante delegação do coletivos e difusos, tais como o MP e os órgãos de
poder público, é atribuída a sua mera execução. defesa do consumidor.
Prestação centralizada: o serviço é prestado pela
AD.
Direitos básicos dos usuários de Princípios para um serviço
serviços públicos adequado
Lei 13.460/2017 estabelece normas básicas para Lei 8.987/95 Dispõe sobre o regime de concessão
participação, proteção e defesa dos direitos do e permissão da prestação de serviços públicos.
usuário dos serviços públicos prestados direta ou No art. 6º, § 1º estabelece as condições (princípios):
indiretamente pela adm pública. Aplica-se Segurança: prevenção de riscos.
subsidiariamente o disposto nesta Lei aos serviços Modicidade de tarifas: tarifas acessíveis.
públicos prestados por particular. Permanência ou Continuidade: não pode
Usuário - pessoa física ou jurídica que se beneficia sofrer interrupções (colapsos).
ou utiliza, efetiva ou potencialmente, de serviço Generalidade: universalidade, máximo de
público. usuários possível, atende o princípio da
A lei determina que os órgãos e entidades por ela isonomia.
abrangidos divulguem Carta de Serviços ao Regularidade: regular, frequência.
Usuário, a qual tem por objetivo informar ao usuário Atualidade: conservação, expansão,
sobre os serviços prestados pelo órgão ou entidade, modernização.
as formas de acesso a esses serviços e seus Cortesia: urbanidade.
compromissos e padrões de qualidade de Eficiência: qualidade.
atendimento ao público. Concessão X Permissão
São direitos básicos do usuário:
Participação no acompanhamento da prestação Concessão de serviço público: a delegação de
e na avaliação dos serviços; sua prestação, feita pelo poder concedente,
Obtenção e utilização dos serviços com liberdade mediante licitação, na modalidade concorrência, à
de escolha entre os meios oferecidos e sem pessoa jurídica ou consórcio de empresas que
discriminação; demonstre capacidade para seu desempenho, por
Acesso e obtenção de informações relativas à sua conta e risco e por prazo determinado.
sua pessoa constantes de registros ou bancos de Permissão de serviço público: a delegação, a
dados; título precário, mediante licitação, da prestação de
Proteção de suas informações pessoais; serviços públicos, feita pelo poder concedente à
Atuação integrada e sistêmica na expedição de pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade
atestados, certidões e documentos para seu desempenho, por sua conta e risco.
comprobatórios de regularidade; e
Obtenção de informações precisas e de fácil Concessão Permissão
Precedida de licitação, na
acesso nos locais de prestação do serviço, assim Precedida de licitação.
modalidade concorrência.
como sua disponibilização na internet,
Contrato. Contrato de adesão.
especialmente sobre: PJ ou consórcio de
horário de funcionamento das unidades PF ou PJ.
empresas.
administrativas; Delegação a título
serviços prestados pelo órgão ou entidade, Não há precariedade.
precário.
sua localização exata e a indicação do setor Revogação unilateral do
Não cabe revogação do
responsável pelo atendimento ao público; contrato pelo poder
contrato.
acesso ao agente público ou ao órgão concedente.
encarregado de receber manifestações;
situação da tramitação dos processos Intervenção na concessão ou
administrativos em que figure como
interessado; e permissão
valor das taxas e tarifas cobradas pela Ocasionada pela prestação de serviço inadequado;
prestação dos serviços, contendo Determinada por decreto do PE;
informações para a compreensão exata da Não tem prazo de duração;
extensão do serviço prestado. Prazo de 30 dias para instaurar procedimento adm;
Comunicação prévia da suspensão da prestação Prazo de 180 dias para concluir o procedimento
de serviço. adm;
É vedada a suspensão da prestação de serviço Não resulta obrigatoriamente na extinção da
em virtude de inadimplemento por parte do concessão ou permissão.
usuário que se inicie na sexta-feira, no sábado ou
no domingo, bem como em feriado ou no dia
anterior a feriado.
Formas de extinção da concessão ou Autorização de serviço
permissão público
Extinta a concessão ou permissão, passam à Autorização de serviço público é um ato
propriedade do poder concedente todos os bens administrativo discricionário mediante o qual é
reversíveis, direitos e privilégios transferidos à delegada a um particular, em caráter precário, a
concessionária, conforme previsto no edital e prestação de serviço público que não exija elevado
estabelecido no contrato. grau de especialização técnica, nem vultoso aporte
de capital.
Advento do É modalidade de delegação para cuja outorga não
termo Ocorre quando chega ao fim o prazo
no contrato. se exige licitação, e sua utilização é adequada,
contratual
regra geral, em casos de emergência ou em
Interesse público. situações transitórias ou especiais, ou, ainda,
quando o serviço seja prestado a usuários restritos,
É a retomada do Lei autorizativa em benefício exclusivo ou principal do próprio
Encampação serviço por específica. particular autorizado.
interesse público.
Pagamento
prévio da
indenização.

Em razão da inexecução total ou


Caducidade parcial do contrato por parte da
Concessionária.

Decorre do descumprimento de
Rescisão normas contratuais pelo poder
concedente e é sempre judicial.

É a extinção do contrato em
Anulação decorrência de vício, isto é, por
motivo de ilegalidade ou ilegitimidade.

Falência,
Falecimento Natureza pessoal (intuitu personae).

Parcerias público-privadas
As parcerias público-privadas têm como objetivo
atrair o setor privado, nacional e estrangeiro,
basicamente para investimentos em projetos de
infraestrutura de grande vulto, necessários ao
desenvolvimento do País, cujos recursos envolvidos
excedem a capacidade financeira do setor público.
Espécies de parcerias pública-privadas:
Concessão patrocinada: é a concessão de
serviços públicos ou de obras públicas, quando
envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos
usuários, contraprestação pecuniária do
parceiro público ao parceiro privado.
Concessão administrativa: é o contrato de
prestação de serviços de que a administração
pública seja a usuária direta ou indireta, ainda
que envolva execução de obra ou fornecimento e
instalação de bens.
Em qualquer modalidade de parceria haverá uma
contraprestação pecuniária do parceiro público ao
parceiro privado.
Bens públicos Características dos bens públicos
São bens de domínio nacional pertencentes às Não alienável, não pode
pessoas jurídicas de direito público interno, todos os INALIENABILIDADE ser vendido.
outros são particulares, seja qual for a pessoa a que
pertencerem (art. 98, CC). Não podem ser objeto de
IMPENHORABILIDADE
Classificação dos bens públicos penhora.
titularidade

Insuscetíveis de aquisião
Quanto à

Podem pertencer a U, E, DF, M, ou suas IMPRESCRITIBILIDADE mediante usucapião.


autarquias e fundações de direito público.

Não podem ser usados


NÃO ONERABILIDADE como garantia.
Utilização por todos, sem
Bens de uso necessidade de consentimento.
comum do
povo Ex.: ruas, praças, estradas, Bens de uso comum
mares, praias, rios. Bens de uso especial Bens dominicais

Afetados a destinação pública.


INALIENÁVEIS, enquanto
conservarem a sua INALIENÁVEIS,
Pertencentes às PJDPúblico, conforme a lei
Quanto à destinação

utilizados na prestação de qualificação.


Bens de uso serviços públicos.
especial Alienação de bens públicos
Ex.: edifícios públicos, escolas
públicas, hospitais públicos, Interesse público devidamente justificado; e
quartéis, veículos oficiais, Precedida de avaliação.
material de consumo da adm.
Órgãos da AD,
entidades autárquicas e Depende de autorização
Desafetados à destinação legislativa.
pública. fundacionais.
Imóveis

Pertencentes às PJDPúblico, Avaliação prévia.


mas não têm um destinação
Bens Licitação na modalidade
dominicais pública definida. Para todos
(AD e AI) concorrência.
Ex.: terras devolutas, terrenos de
marinha, prédios públicos Admitida dispensa de licitação
desativados, móveis inservíveis, em alguns casos.
divida ativa.
Avaliação prévia.
Natureza não patrimonial.
Móveis

Bens Licitação.
indisponívies Não podem ser alienados ou
onerados. Admitida dispensa de licitação
por natureza
em alguns casos.
Insuscetíveis de alienação.
Uso de bens públicos
Quanto à disponibilidade

Natureza patrimonial.
O uso de bem público é gratuito ou retribuído. Ex.:
Bens O PP não pode dispor. estrada com pedágio.
patrimoniais
Afetados a uma destinação
Autorização de uso: ato discricionário e precário.
indisponíveis Predomina o interesse do particular. Ex.: fechamento
pública.
de rua para uma festa.
Não podem ser alienados. Permissão de uso: ato discricionário e precário.
Interesse público e particular. Ex.: quiosques e
Natureza patrimonial. bancas de jornal em passeios públicos.
Bens
patrimoniais Desafetados à destinação
pública. Concessão de direito
disponíveis Concessão de uso
real de uso
Podem ser alienados. Contrato, não precário,
Regularização fundiária.
mediante licitação.
Espécies de bens públicos
Terras devolutas: são todas aquelas que,
pertencentes ao domínio público de qualquer das
entidades estatais, não se acham utilizadas pelo
poder público, nem destinadas a fins administrativos
específicos.
As terras devolutas indispensáveis à defesa das
fronteiras, das fortificações e construções
militares, das vias federais de comunicação e à
preservação ambiental pertencem à União. As
demais pertencem aos estados.
Terrenos de marinha: são áreas que, banhadas
pelas águas do mar ou dos rios navegáveis, em sua
foz, se estendem à distância de 33 metros para a
área terrestre, contados da linha do preamar médio
de 1831.
Os terrenos de marinha e seus acrescidos
pertencem à União, por imperativos de defesa e
de segurança nacional.
Terrenos reservados: são terrenos marginais pelas
correntes navegáveis, fora do alcance das marés,
vão até a distância de 15 metros, medidos
horizontalmente para a parte da terra, contados
desde a linha média das enchentes ordinárias.
As margens dos rios navegáveis são de domínio
público, insuscetíveis de expropriação e, por isso
mesmo, excluídas de indenização.
Terras ocupadas por índios: ocupadas em caráter
permanente, utilizadas para suas atividades
produtivas, imprescindíveis à preservação dos
recursos ambientais.
São bens pertencentes à União e por possuírem
destinação específica, são classificados com
bens de uso especial.
Plataforma continental: é a extensão das áreas
continentais sob o mar até a profundidade de carca
de 200 metros.
Pertence à União e tal domínio é imprescindível
para a proteção dos recursos minerais e animais
existentes nessa faixa.
Ilhas: extensão de terra firme, localizada em um
corpo de água e por ele cercada em todo o seu
perímetro.
Podem ser marítimas, fluviais e lacustres.
Ilhas marítimas classificam-se como: oceânicas
e costeiras.
Em regra, as ilhas são classificadas como bens
dominicais, mas poderão se enquadrar na
definição de bens de uso comum do povo, se
tiverem destinação específica.
Pertencentes à União, em regra.
Faixa de fronteiras: é a área de 150 km de largura
que corre paralelamente à linha terrestre
demarcatória da divisa entre o território nacional e
países estrangeiros.
Águas públicas: mares, rios e lagos de domínio
público.
Podem ser de uso comum e dominicais.

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