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Estado, governo e administração pública/Direito Administrativo

Estado Pessoa Jurídica de Direito Público/Prerrogativas e sujeições

Governo Criação do Direito/Inovação jurídica


Os 3 Poderes
Atuação política discricionária e desempenham suas
independente funções dos dois
Administração Pública Prestação de atividades definidas lados/Governo e
como o de interesse Público/ é “longa Administração Pública
manus”/ a atuação é neutra,
vinculada e hierarquizada

Governo Tutelado pelo Direito


Constitucional
Administração Pública Tutelado pelo Direito
Administrativo

O critério do poder Executivo não é mais o que prepondera na conceituação do Direito


Administrativo.
Atualmente, o critério é o da administração Pública não importando o Poder.
DIREITO ADMINISTRATIVO
O governo é a atividade política discricionária e tem conduta independente, enquanto a
administração é a atividade neutra, normalmente vinculada à lei ou à norma técnica e exercida
mediante conduta hierarquizada.

O poder executivo exerce, além da função administrativa, a denominada função política de


governo – como, por exemplo, a elaboração de políticas públicas, que também constituem
objeto de estudo do direito administrativo. Na função política de governo, o objeto de estudo é
o direito constitucional.

A administração é o aparelhamento do Estado preordenado à realização dos seus serviços, com


vista à satisfação das necessidades coletivas.

A tripartição de funções é absoluta no âmbito do aparelho do Estado.

Ao julgar crimes de responsabilidade do Presidente da República, o Senado Federal exerce a


função judicante.

O Poder executivo não só exerce sua função típica, que é administrar, mas também exerce
função atípica normativa.

O direito administrativo pode ser conceituado de acordo com vários critérios. Desses, o que
prepondera, para a melhor doutrina, é o critério do Poder Executivo, segundo o qual o direito
administrativo é o conjunto de regras e princípios jurídicos que disciplina a organização e
atividade desse poder. O que prepondera é o critério da Administração Pública.

O direito administrativo, por ser um dos ramos do direito público, disciplina não somente
atividade administrativa do Poder Executivo, mas também a do Poder Legislativo e do
Judiciário.

Material velado/intensivo I 2013


Direito Administrativo
g
Sentidos da ADM. Pública Subjetivo, formal, Aspecto
orgânico estrutural/forma/organização/órgãos,
pessoas jurídicas e os agentes públicos
Objetivo, material, Presta serviços públicos/atua fiscalizando, na
funcional chamada polícia administrativa, fomento e
intervenção
Fontes do Direito Leis Atos legislativos Apenas a lei/atos
Administrativo Atos legislativos é fonte
administrativos primária
Jurisprudência/é Fonte secudária
uma fonte não
escrita/interpretaçã
o/raciocínio/não é
codificada
Doutrina
Costumes
Princípios
A lei em sentido genérico é fonte primária
Súmula vinculante e decisões com efeito “erga omnes” são
fontes do direito administrativo primárias.
A maioria entende que costume é uma fonte de Direito secundário. Se
numa prova o examinador diferenciar costume de praxe, apenas o
primeiro é fonte secundária.
A jurisprudência, fonte não escrita do direito administrativo, obriga tanto a administração
Pública como o Poder Judiciário.

As decisões judiciais com efeitos vinculantes ou eficácia erga omnes são consideradas fontes
secundárias de direito administrativo, e não fontes principais.

Administração Generalidade Descentralização políticaAutotutela/controle


direta hierárquico/mérito
Administração Especificidade Descentralização por serviços, Tutela/controle é
Indireta técnica e administrativa finalístico,
supervisão
ministerial
Toda a Administração Pública Indireta só nasce por meio de lei (outorga)
Quando uma administração Pública Indireta desconcentra é chamada de desconcentração
descentralizada
Descentralização Cooperação Paraestatais “Sistema S”
externa OS
OSCIP
Entidade de Apoio
Colaboração Serviços delegados Concessionárias
Permissionários
Autorizatários
Considere que um Órgão Público contrate pessoa jurídica de direito privado para executar
determinado serviço público. Considere, ainda, que esse órgão conserve a titularidade da
prestação desse serviço. Nessa situação, ocorreu a descentralização por serviços. POR
COLABORAÇÃO.

É possível a existência, no plano federal, de entidades da administração indireta vinculadas


aos Poderes Legislativo e judiciário.

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Órgãos Posição Independente Originários da CF/88 Tem
Públicos estatal Representativos dos Poderes do Estado personalidade
(hierarqui Não há qualquer subordinação judicial/proces
a) hierárquica ou funcional sual/postulatór
Sujeitos aos controles constitucionais ia
de um Poder pelo outro
Órgãos primários do Estado
Câmara dos Deputados, Senado
Federal, Presidência da República,
Tribunais Judiciários e os Juízes
Singulares, Ministérios Públicos etc.
Autônomos Diretamente subordinados aos seus
chefes
Ampla autonomia administrativa,
financeira e técnica
Órgãos diretivos/funções de
planejamento, supervisão,
coordenação e controle das
atividades que constituem sua área de
competência
Ministérios, Secretarias de Estados e
Municípios
Superiores Poder de direção, controle, decisão e
comando dos assuntos de sua
competência específica
Subordinação e ao controle mais
hierárquico de uma chefia mais alta Não tem
Não possuem autonomia financeira capacidade
e nem administrativa judicial
Gabinetes, Secretarias-gerais,
Inspetorias-Gerais etc.
Subalternos/ Reduzido poder decisório e
subordinados predominância do poder de execução
Serviços de rotina, tarefas de
formalização de atos administrativos,
cumprimento de decisões superiores
etc.
Estrutura Unitário 1 centro de competência

Composto
Reúnem em sua estrutura outros
órgãos menores, com função principal
idêntica ou com funções auxiliares
diversificadas
Autuação Singular/ Atuam e decidem por meio de um
unipessoais único agente/chefe/representante
Colegiado/ Atuam e decidem pela manifestação
pluripessoais conjunta e majoritária da vontade de
seus membros
Os órgãos públicos superiores são os de direção, controle e comando, mas sujeitos à
subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia. Eles gozam de autonomia
administrativa e financeira.

Os órgãos públicos autônomos são originários da Constituição e representativos dos Três


Poderes do Estado, sem qualquer subordinação hierárquica ou funcional.

Os órgãos públicos burocráticos são aqueles que estão a cargo de uma só pessoa física ou de
várias pessoas ordenadas verticalmente.

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Órgãos públicos subalternos são órgãos de direção, controle e comando, mas sujeitos à
subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia.

Os órgãos públicos autônomos não gozam de uma autonomia administrativa e financeira.

ATOS Quando a administração declara ou manifesta sua vontade no âmbito das


ADMINISTRATIVOS relações jurídicas de direito público está praticando atos administrativos.

Manifestação da vontade unilateral do Estado.


A manifestação unilateral necessita ser dotada de supremacia/ Direito Público
(atributos).
Exercida pela Administração Pública ou por delegação.
É sempre de direito Público.
ATOS DA Podem ser de Direito Público ou de Direito Privado.
ADMINISTRAÇÃO
FATO Acontecimento que repercute Provocado
ADMINISTRATIVO diretamente no Direito
Natural (espontâneo)
Administrativo/produzem efeitos no
mundo jurídico.
O “silêncio da administração” é um fato administrativo.
Requisitos ou Competência Poder atribuído ao agente público para
elementos dos o desempenho de suas funções
atos
administrativos/e Se a competência for exercida além
lementos/validade dos limites legais, tem-se o abuso
, existência, de poder na modalidade de excesso
estrutura, formação de poder (ou de competência)

O Cespe/UNB já considerou que, na


ocorrência de pratica de atos alheios à
sua competência, ocorre o excesso de
poder
Competência é Não pode ser
irrenunciável, objeto de
logo o agente delegação:
público não
poderá abrir mão
de sua
competência. No Edição de atos
entanto, o exercício de caráter
de competência normativo
poderá ser
parcialmente
Decisão de
delegado
recursos
administrativos

Competência
exclusiva

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A delegação não é
caracterizada pela
renúncia da
competência, é
apenas um meio
hábil para a
prática de alguns
atos
administrativos
por outros órgãos
ou agentes

A delegação poderá ocorrer ainda que os órgãos ou


agentes não sejam subordinados.
A delegação deve ser feita por prazo determinado.
A regra geral é a delegabilidade.
A responsabilidade do ato recai ao delegado, ou seja,
quem praticou o ato.
A delegação não é exemplo de desconcentração. É
exemplo de descentralização externa.
Ao se delegar ao subordinado está obrigado a aceitar.
Não sendo subordinado não está subordinado a aceitar.
A avocação é o ato pelo qual o superior hierárquico traz
para si o exercício temporário de parte da competência
atribuída originalmente a um subordinado.

A avocação é mais restrita Excepcionalidade


Motivos relevantes
Justificativa
Temporalidade
Relação de
hierarquia/subordinação
Vício de competência pode ser declarado nulo ou
pode ser convalidado.
Se o vício for sobre matéria Se o vício for de
no exemplo do Ministro da competência quanto à
Fazenda editar uma portaria pessoa, desde que não
sobre matéria de seja competência
competência do Ministro da exclusiva, a
Saúde, ou se tratar de administração poderá
competência exclusiva, não é convalidar o ato
possível a convalidação. O administrativo
ato tem que ser declarado
nulo pela própria
Administração pelo Poder
Judiciário
O agente de fato ou “funcionário aparente” que pratica
ato não necessariamente o ato emanado será anulado.
O ato praticado pelo “funcionário aparente” pode ser
imputado ao Estado ou não.
Finalidade É o resultado que a Administração
quer atingir com a prática do ato.
É o efeito jurídico mediato
(indireto) que o ato administrativo
produz.
Elemento vinculado.

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Se a finalidade for viciada,
teremos, então, abuso de poder na
modalidade desvio de finalidade.
As teorias do desvio de poder, do desvio de
finalidade e do excesso de poder estabelecem
outras formas de controle judicial sobre os atos
administrativos.
Forma É o elemento exteriorizador do ato
administrativo.
Em regra, é um elemento vinculado.
A forma pode ser essencial e não
essencial para a prática do ato.
Essencial/ falta Não essencial/
dessas poderá haver a
formalidades convalidação.
implica na
anulação do ato.

A motivação faz parte da forma do


ato, logo integra o elemento forma,
e não o motivo.
A ausência da motivação quando
necessária implica vício no
elemento forma e não no elemento
motivo. Se o ato necessitar de
motivação, a sua falta resulta um
vício insanável (impossibilidade de
ser convalidado), pois a motivação
é essencial à forma do ato.
Motivo Dispositivo em que se baseia o ato, que
determina ou autoriza a prática do
ato
É o fundamento. É requisito e não se
dispensa
Motivação é a exposição dos motivos,
ou seja, é a justificativa por escrito do
motivo (pressuposto fático de direito)
que levou a administração a praticar o
ato
A motivação é a
fundamentação/explicação
Em regra, o ato precisa ter a
motivação, mas é possível dispensar
Motivação é, em regra, obrigatória,
tanto para os atos vinculados, quanto
para os atos discricionários
Ausência de motivação quando
obrigatória gera vício de forma e não de
motivo
A doutrina e jurisprudência entendem
que a motivação baseada em pareceres
é perfeitamente legal, é a denominada
motivação aliunde
Todo ato tem motivo, mas nem todo
ato tem motivação
Objeto Representa o conteúdo do ato, ou
seja, é a alteração que a vontade
pretende concretizar no mundo
jurídico.
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O vício no objeto torna o ato nulo
impossibilitando sua convalidação.
Grau de liberdade o ato Vinculado Não há
administrativo liberdade, juízo
de valor,
oportunidade e
conveniência
(preenchidos os
requisitos legais
o administrador
é obrigado a
praticar o ato).
Todos os
elementos ou
requisitos do ato
vinculado são
vinculados
(competência,
forma, motivo,
objeto e
finalidade).
Discricionários Atua com
liberdade, juízo
de valor,
oportunidade e
conveniência.
Nos atos
discricionários
apenas o motivo
e o objeto são
discricionários. A
competência, a
finalidade e a
forma são
vinculados.
Teoria dos Motivos Significa que quando um agente
Determinantes pratica um ato discricionário
exercendo quanto ao motivo e o
objeto a liberdade conferida pela lei
e faz a motivação do ato,
declinando-se as razões de sua
discricionariedade, importar-se ai a
teoria dos motivos determinantes.
A validade do ato administrativo ficará
vinculada a veracidade da motivação
expedida. Os atos administrativos,
quando tiverem sua prática motivada
ficam vinculados aos motivos expostos,
para todos os efeitos jurídicos.
Mérito do ato Atos vinculados Atos
administrativo discricionários
Competência Sempre Sempre vinculado
vinculado
Finalidade Sempre Sempre vinculado
vinculado
Forma Sempre Sempre vinculado
vinculado
Motivo Sempre Discricionário
vinculado

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Objeto Sempre Discricionário
vinculado
Poder conferido ao agente público para que ele
decida sobre a oportunidade e conveniência de
praticar determinado ato discricionário.
Segundo o STJ, é defeso ao Poder Judiciário
apreciar o mérito do ato administrativo,
cabendo-lhe unicamente examiná-lo sob o
aspecto da sua legalidade, isto é, se foi
praticado conforme ou contrariamente à lei.
Atributos dos atos Presunção de Presume-se que todos os
administrativos legitimidade/ atos praticados pelo Poder
Veracidade Público nascem em
conformidade com a lei
Presunção é relativa/
Admite-se prova em
contrário. É iures tantum.
Não iures et de iures.
Está presentes em
todos os atos
administrativos.
Autoexecutoriedade Os atos administrativos
são executados pela
própria administração
sem a necessidade de
intervenção do poder
judiciário.
Não está presente em
todos os atos
administrativos, tais
como cobrança de multa
e desapropriação
(ambos necessitam-se
recorrer a vi judicial).
Celso Antônio Bandeira de
Mello (2009), aponta os
seguintes atributos do atos
administrativos: presunção
de legitimidade,
imperatividade,
exigibilidade e
executoriedade. O autor
não faz referência a
autoexecutoriedade.
Imperatividade Decorre do poder
extroverso do Estado,
que permite ao poder
público editar atos que
vão além da esfera
jurídica doo sujeito
emitente, ou seja, que
interfere na esfera
jurídica de outras
pessoas, constituindo-
se unilateralmente em
obrigações.
Não são todos os atos que
são dotados de
imperatividade. Só aqueles
que impõe uma ordem,
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uma determinação, como,
por exemplo, os atos
punitivos e os atos de
polícia/ Permissões,
autorizações e emissões
de certidões não criam
obrigações, nem
imposição ao particular
(não são dotados de
imperatividade).
Tipicidade Atributo pelo qual o ato
administrativo deve
corresponder a figuras
determinadas previamente
pela lei como aptas a
produzir determinados
resultados. Para cada
finalidade que a
Administração pretende
alcançar existe um ato
definido em lei.
Ação da administração Pública

Nem toda ação da administração pública é considerada ato administrativo, a exemplo daquelas
praticadas pelas empresas públicas e sociedade de economia mista.

Fato administrativo

O fato administrativo é conceituado como a materialização da função administrativa.

Requisitos do ato administrativo

A competência para a prática de ato administrativo nem sempre decorre de lei, e não pode ser
objeto de delegação ou avocação. Sempre decorre de lei, segundo a maioria da doutrina.

Há incompetência quando o agente pratica o ato visando fim diverso daquele previsto, explícita
ou implicitamente, na regra de competência. Há desvio de finalidade e não de incompetência.

Há vício de forma quando há omissão ou observância irregular de formalidade indispensáveis à


existência ou seriedade do ato.

Pelo instituto da delegação ocorre a transferência do requisito da competência. Permite-se a


execução dos serviços.

O poder legal conferido aos agente público para o desempenho específico das atribuições de
seu cargo constitui um requisito do ato administrativo, ou seja, o requisito da competência.

Motivo é o resultado que a administração quer alcançar com a prática do ato. Finalidade.

Há ilegalidade do objeto quando a matéria de direito em que se fundamenta o ato é


juridicamente inadequada ao resultado obtido. Motivo.

Um órgão administrativo só poderá delegar parte de sua competência, se não houver


impedimento legal, a outros órgãos que lhe sejam hierarquicamente subordinados, em razão
de circunstâncias de índole técnica, social e econômica, jurídica ou territorial. Pode ser
hierarquicamente subordinado ou não.

A avocação será permitida em caráter excepcional e por motivos relevantes e devidamente


justificados.

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Somente em caráter temporário e por motivos relevantes devidamente justificados é permitida
a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

No que se refere aos requisitos de um ato administrativo, é considerado defeito grave em


relação ao sujeito a situação em que o particular, não agente público, pratica ato privativo da
Administração, constituindo, inclusive, causa de nulidade da atuação administrativa. Não
necessariamente.

De acordo com a teoria do órgão, quando determinada pessoa, de boa fé, desempenha função
pública em situações de emergência, deve ser aplicada a teoria do órgão, pois sua atuação será
imputável ao Estado, a exemplo do que ocorre com o denominado agente de fato. Não
necessariamente. É preciso dizer que a teoria adotada é essa mesma, ou seja, a Teoria do
Órgão (não é a Teoria do mandato e nem a da Representação).

A relação do agente com o órgão é o da imputação.

Não é possível, nos atos administrativos, haver a dispensa da motivação.

Quando importar em anulação, revogação, suspensão ou convalidação, o ato administrativo


deverá ser motivado, com a indicação dos fatos e fundamentos jurídicos que justifiquem sua
edição.

CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


Hely Lopes Meirelles
Quanto aos destinatários: Gerais Não possuem destinatários
determinados. Seus
comandos normativos alcançam um
número ilimitado
de destinatários.
São caracterizados por conterem
comandos gerais e
abstratos.
Não podem ser impugnados
diretamente por recursos
administrativos.
São exemplos de atos gerais, os
decretos regulamentares, as instruções
normativas, as circulares etc;
Individuais Possuem destinatários determinados
ou determináveis, portanto o ato
individual pode tanto atingir apenas
um administrado (ato singular) como
pode atingir vários administrados (ato
plúrimo).
Podem criar direitos subjetivos, como,
também, encargos para o
administrado.
Quando geram direitos adquiridos, não
há possibilidade de revogação (Súmula
nº 473 do STF).
Admitem impugnação por recurso
administrativo ou por ação judicial
(mandado de segurança, ação popular,
ações ordinárias etc.).
Sua revogação somente é possível se
este não houver gerado direito
adquirido para o seu destinatário, salvo
indenização, se for o caso.
Quanto aos efeitos: Internos São aqueles destinados a produzir
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efeitos somente no âmbito da
Administração, logo atingem os órgãos
e agentes da Administração que os
expediram.
Portaria de remoção do servidor,
suspensão do servidor, ordens de
serviço etc.
Sujeitos a revisão hierárquica e ao controle
judicial.
Externo Produzem efeitos fora da Administração
Pública, atingem os administrados em geral,
os contratantes e, em certos casos, os
próprios servidores.
Decretos, regulamementos a nomeação
de um servidor.
Quanto ao objeto: Império São aqueles que a Administração pratica
usando de sua supremacia sobre os
administrados. Ao praticar tais atos, a
Administração impõe sua vontade de
forma coercitiva sobre os
administrados.
Criam obrigações ou restrições
independentemente do consentimento
do administrado.
Desapropriações, interdições, multas e
apreensão de mercadorias etc.
Gestão São os atos que a Administração
pratica sem usar de sua supremacia
sobre os destinatários.
Doação de bens, aluguel de um imóvel pela
Administração, a compra de objetos pela
Administração, as autorizações, a
permissão para que o particular utilizem um
bem público etc.
Expediente Atos que se destinam a dar andamento
aos processos e papéis que tramitam
pelas repartições públicas, preparando-
os para decisão de mérito proferida
pela autoridade competente.

Recebimento de um processo, o
cadastramento de uma petição no
sistema administrativo do órgão etc.

Quanto ao regramento: Vinculados São aqueles atos nos quais a


Administração age nos estritos limites
da lei, simplesmente porque a lei não
deixou opções.
Não cabe o juízo de conveniência e
oportunidade.
O poder judiciário pode realizar controle de
legalidade em todos os elementos dos atos
vinculados (competência, finalidade, forma,
motivo e objeto).
Discricionários São aqueles em que o poder de atuação
administrativa, conferido pela lei,
permite ao administrado optar ou uma
ou outra solução, segundo critérios de

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oportunidade, conveniência, justiça e
equidade.
Mesmo nesses casos, a atuação do
administrador não é livre, porque ele
se vincula, obrigatoriamente, a
competência, finalidade e forma
(elementos vinculados).
Quanto à formação: Simples Resultam da vontade de um único
órgão ou agente, unipessoal ou
colegiado.
Praticado por um único órgão colegiado (ato
administrativo praticado pelos Ministros do
STJ).
Praticado por um único órgão unipessoal
(multa de trânsito).
Complexo Originam da conjugação de vontades
de dois ou mais órgãos singulares ou
colegiados, e a vontade dos órgãos
deverá constituir um único ato.
Ato conjunto do Ministério da Saúde e
Ministério da Educação para alunos terem
aulas relacionadas à prevenção de doenças,
portaria conjunta editada pela Receita
Federal e Ministério do Planejamento etc.
Compostos É o que resulta da vontade de um único
órgão, mas depende da verificação de
outro para se tornar exequível.
Dispensa de licitação, em determinadas
hipóteses, depende de homologação pela
autoridade superior pra produzir efeitos; a
homologação é ato acessório,
complementar do ato principal.
Quanto ao conteúdo Constitutivo Atos administrativos que criam uma
nova situação jurídica para seus
destinatários, em relação à
administração.
Nomeação de servidores, licenças, as
autorizações, a aplicação de sanções.

Extintivo São atos que extinguem ou põem fim as


situações jurídicas individuais.
Cassação de autorização, a encampação de
um contrato administrativo, a demissão de
um servidor.
Declaratório Visam declarar situações preexistentes,
visando a preservar o direito do
administrado. Não cria uma nova situação
jurídica, apenas declara uma situação já
existente.
Expedição de uma certidão.
Alienativo São os atos que têm por finalidade a
transferência de bens e direitos de um
titular para o outro.
Modificativo Visam alterar situações preexistentes, sem
suprimir ou modificar direitos.
Abdicativo É aquele pelo qual o titular abre mão de um
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direito. A peculiaridade desse ato é seu
caráter incondicional e irretratável.
Todo ato abdicativo a ser expedido pela
Administração Pública depende de
autorização legislativa, por exceder da
conduta ordinária do administrador público.
Quanto à eficácia Válido É aquele que é editado em conformidade
com as exigências legais. Deve atender não
só à lei, mas, também, aos princípios
orientadores da atividade administrativa.
Nulo Nasce com vício de ilegalidade (não pode
ser convalidado). O ato nulo contém vício
insanável que atinge a competência,
finalidade, forma, motivo e objeto. É um ato
ilegal e ilegítimo.
A declaração de nulidade do ato
administrativo opera efeitos
retroativos (efeito ex tunc),
desconstituindo seus efeitos desde a
sua expedição, salvo em relação ao
terceiro de boa fé.
Inexistente É o ato que apenas tem aparência de
manifestação da Administração, mas não
chega a se aperfeiçoar como ato
administrativo.
Atos praticados por um usurpador de
função pública, ou seja, alguém que não
tem vínculo com a Administração Pública e
se faz passar por agente público (multa de
trânsito realizada por uma pessoa que não
tenha qualquer vínculo com o Estado).
Quanto à Exequilibilidade Perfeito É o ato que está em condições de produzir
efeitos jurídicos, porque já completou todo
o seu ciclo de formação.
O ato perfeito pode ser declarado ilegal,
pois mesmo que tenha acabado o seu ciclo
de formação pode estar contrário à lei.
O ato perfeito pode ser válido ou não.
Já o ato válido sempre será perfeito.
Imperfeito Impossibilidade do ato produzir efeitos
jurídicos, porque não completou o seu ciclo
de formação.
Falta da publicação de ato quando esse for
exigida para a produção dos efeitos deste.
Pendente É o ato que está sujeito à condição ou
termo para que comece a produzir efeitos.
Consumado É o ato que já exauriu os seus efeitos, já
cumpriu a finalidade de sua produção.
Como, por exemplo, temos a concessão de
férias a um servidor quando este tem pleno
gozo das férias.
Extinção dos atos Anulação Administração pratica ato
administrativos administrativo com vício de legalidade
(contra a lei) ou de legitimidade
(ofensa ao direito).
Ato ilegal deve ser anulado pela própria
Administração presente vício insanável (ato
vinculado), contudo, se o ato apresentar

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vício sanável e não acarretar lesão ao
interesse público nem prejuízo a terceiros,
poderá ser convalidado.
Os efeitos da anulação retroagem no
momento da prática do ato (ex tunc).
Isso quer dizer que os efeitos
produzidos pelo ato devem ser
desfeitos, ressalvados os interesses do
terceiro de boa-fé.
A anulação do ato administrativo pode ser
realizada pela própria Administração (se
provocada ou de ofício) ou pelo Poder
Judiciário se provocado.
O prazo de anulação do ato na esfera
federal (art. 54 da Lei nº 9.784/99) é
de 5 anos, se o ato for favorável ao
administrado ou se em ato favorável o
administrado estava de má-fé.
Os atos administrativos podem ser
anulados pela própria administração
pública, sem que seja preciso recorrer
ao Judiciário. Essa possibilidade deriva
da autotutela que se traduz na
possibilidade que tem a Administração
de anular seus próprios atos quando
eivados de vício, ou revogá-los quando
inoportunos ou inconvenientes.
Convalidação É a correção, o aperfeiçoamento de um
ato administrativo que apresenta vícios
sanáveis.
A convalidação opera efeitos ex tunc, ou
seja, retroagindo seus efeitos ao momento
em que foi praticado o ato originário.
Em regra, a administração não pode
convalidar um ato viciado se este já foi
impugnado na esfera administrativa ou
judicial.
Os elementos COMPETÊNCIA e FORMA
(desde que ela não seja essencial à
validade do ato) podem ser
convalidados.
Os atos de competência exclusiva não
podem ser convalidados.
Os elementos finalidade, motivo e
objeto não são passíveis de
convalidação.
Revogação Instrumento jurídico utilizado pela
Administração para retirar ato
administrativo por razões de
conveniência e oportunidade. É o
instrumento adequado para a
Administração ajustar novas situações.
Respeita os efeitos já produzidos,
portanto, os efeitos da revogação são
ex nunc (a partir de
agora/prospectivos), diversamente da
anulação que opera efeitos ex tunc.
Só pode ser realizada pela própria
Administração, logo o Poder judiciário
não pode revogar atos administrativos
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produzidos por outro Poder.
Atos vinculados não podem ser
revogados, pois não há aspectos
concernentes à oportunidade e
conveniência.
Atos que exaurem os seus efeitos não
podem ser revogados. Ex: concessão de
férias a um servidor, se essa já foi gozada o
ato já se exauriu.
Não podem ser revogados os atos que
geram direitos adquiridos.
Pareceres, certidões e atestados não podem
ser revogados.
O poder judiciário pode fazer a
revogação dos seus próprios atos
(função atípica).
O desuso não é não é suficiente para se
revogar um ato administrativo.
Cassação É a extinção do ato administrativo
praticado de forma legal, mas que
tenha se tornado ilegal na sua
execução, por culpa ou dolo do
particular.
Estabilização de É a manutenção de um ato
efeitos administrativo ilegal (com defeito),
pois a sua retirada causará mais
prejuízos do que benefícios, em função
da segurança jurídica e boa fé. Se o ato
ilegal já ultrapassou mais de 5 anos é
melhor estabilizar.

Suponha que Maurício, servidor público federal, delegue autoridade hierarquicamente inferior
a competência que ele tem para decidir recursos administrativos. Nessa hipótese, não qualquer
ilegalidade no ato de delegação. Decisão de recursos administrativos não pode ser delegado.

Não viola o princípio da motivação dos atos administrativos o ato da autoridade que, ao
deliberar acerca de recurso administrativos o ato da autoridade que, ao deliberar acerca de
recurso administrativo, mantém decisão com base em parecer da consultoria jurídica, sem
maiores considerações. O próprio parecer é a motivação do ato.

Atos administrativos são aqueles praticados exclusivamente pelos servidores do Poder


Executivo, como, por exemplo, um decreto editado por ministro de estado ou uma portaria de
secretaria de justiça de estado da Federação. Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
praticam atos administrativos, temos como exemplo, a nomeação de um servidor pelo Poder
Legislativo, ou o edital de licitação promovido pelo Poder Judiciário.

Uma autoridade poderá, se não houver impedimento legal, delegar parte de sua competência a
outros titulares de órgãos, desde que esses lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando
for conveniente, unicamente em razão de circunstâncias técnicas, sociais e econômicas. A
delegação poderá ocorrer, ainda que os órgãos ou agentes não sejam subordinados. Não há
necessidade de haver hierarquia entre os órgãos para haver a delegação. A delegação poderá
ocorrer entre órgãos do mesmo nível, ainda que não sejam da mesma organização
administrativa.

Caso o TCU identifique que uma aposentadoria por ele já registrada tenha sido concedida de
forma ilegal, sem que se caracterize má-fé do aposentado, a referida corte poderá anular esse
ato, a qualquer tempo. O prazo para anulação de atos em que for favorável ao administrado
quando este estiver de boa-fé é de 5 anos (prazo inicia-se da data da prática do ato). Logo o
ato de aposentadoria a que se refere a questão não pode ocorrer a qualquer tempo.

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De acordo com a teoria dos motivos determinantes, o agente que pratica um ato discricionário,
embora não havendo obrigatoriedade, opta por indicar os fatos e fundamentos jurídicos da sua
realização, passando estes a integrá-lo e a vincular, obrigatoriamente, a administração, aos
motivos ali expostos.

Não é possível o controle de legalidade exercido pelo Poder Judiciário na hipótese de remoção
de servidor público de ofício, mas com características de perseguição política, em razão de a
motivação atender ao interesse da administração. Se a remoção não for exclusivamente por
interesse público, ocorrerá então o desvio de finalidade, devendo o Poder Judiciário fazer o
devido controle (se provocado).

A doutrina majoritária afirma ser a presunção de legitimidade, atributo dos atos


administrativos, privilégio típico de um Estado autoritário, por ser absoluta e não admitir prova
em contrário. A presunção de legitimidade do ato administrativo é relativa, admite-se a prova
em contrário.

O excesso de poder, por uma das modalidades de abuso de poder, configurando-se quando um
agente público pratica determinado ato alheio à sua competência.

Conforme entendimento sumulado do STF, o ato de aposentadoria é considerado ato complexo,


não operando efeitos até que sobrevenha o registro. Dessa forma, não há necessidade de se
assegurar o contraditório e a ampla defesa perante o TCU para esse ato. Assim, da mesma
forma que não se exigem o contraditório e a ampla defesa para o ato de registro, não há
motivo para exigi-los no ato de anulação do registro. Súmula Vinculante 3: “Nos processos
perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando
da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o
interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma e pensão.”

O desvio de finalidade do ato administrativo verifica-se quando o agente pratica o ato visando
a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.

De acordo com a teoria dos motivos determinantes, os atos administrativos, quando tiverem
sua prática motivada, ficam vinculados aos motivos expostos, para todos os efeitos jurídicos.
Havendo desconformidade entre os motivos e a realidade, ou quando os motivos forem
inexistentes, a administração deve revogar o ato. Necessita-se anular o ato.

Os atos praticados sob o manto da delegação imputam-se ao delegante e ao delegado, de


forma concorrente. Considerar-se-ão editadas pelo delegado”.

Como requisito do ato administrativo, a competência é, em princípio, intransferível, só


podendo ser objeto de delegação se estiver estribada em lei.

REVOGAÇÃO PRODUZ EFEITOS EX NUNC (DAQUI PRA FRENTE). Já a ANULAÇÃO PRODUZ


EFEITOS EX TUNC (RETROAGE).

A garantia de instância (caução) para a interposição de todo e qualquer recurso administrativo


está prevista em lei.

A anulação de ato administrativo está inserida no poder de autotutela da administração, não


sendo imprescindível que haja contraditório e ampla defesa. Fica vedado à Administração, sob
pretexto de haver irregularidades formais, desconstituir unilateralmente atos que tenham
integrado o patrimônio do administrado ou do servidor sem a instauração de adequado
procedimento, e respeito às garantias constitucionais do devido processo legal, da ampla
defesa e do contraditório.

A possibilidade da análise de mérito dos atos administrativos, ainda que tenha por base os
princípios constitucionais da administração pública, ofende o princípio da separação dos
poderes e o estado democrático de direito. Ao Poder Judiciário é cabível fazer o controle de
legalidade dos atos administrativos discricionários com base nos princípios da razoabilidade e
proporcionalidade.
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O Poder Judiciário poderá exercer amplo controle sobre os atos administrativos discricionários
quando o administrador, ao utilizar-se indevidamente dos critérios de conveniência e
oportunidade, desviar-se da finalidade de persecução de interesse público.

Cada vez mais a doutrina e a jurisprudência caminham no sentido de admitir o controle judicial
do ato discricionário. Essa evolução tem o propósito de substituir a discricionariedade do
administrador pela do Poder Judiciário.

O ato composto é aquele que resulta de manifestação de dois ou mais órgãos, singulares ou
colegiados, cuja vontade se funde para a formação de um único ato. ATO COMPLEXO.

Atos compostos são aqueles cuja vontade final da administração exige a intervenção de
agentes ou órgãos diversos, havendo certa autonomia, ou conteúdo próprio, em cada uma das
manifestações. ATO COMPLEXO.

Em decorrência do atributo da presunção de veracidade, não pode o ato administrativo ter sua
validade apreciada de ofício pelo Poder Judiciário. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE É QUANTO
AOS FATOS/ PRESUNÇÃO DE LEGITIMINADE É QUANTO AOS ATOS.

Mesmo sem autorização legal expressa, o atributo da autoexecutoriedade do poder de polícia


autoriza o exercício desse poder quando necessária a prática de medida urgente, sem a qual
poderá ocorrer prejuízo maior aos bens de interesse público.

O ato que convalida ato anterior tem efeitos ex nunc. EFEITO EX TUNC.

Os atos praticados em decorrência do reexame de ofício precisam ser motivados, salvo quando
importarem alteração da decisão administrativa.

Em regra, os recursos administrativos possuem efeitos suspensivos.

A imperatividade é atributo presente em todos os atos administrativos, inclusive naqueles que


conferem direitos solicitados pelos administrados e nos atos enunciativos. A imperatividade
(poder extroverso ou poder de império) está presente apenas nos atos que implicam obrigação
para os administrados ou que são a eles impostos e devem ser por eles obedecidos, sem
necessidade de sua anuência, como a imposição de uma multa administrativa.

A revogação do ato administrativo produz efeitos ex tunc. EX NUNC.

O ato administrativo se sujeita ao regime jurídico de direito público ou de direito privado.


Segundo a doutrina, ato administrativo é a declaração do Estado ou de quem o represente, que
produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob o regime jurídico de direito
público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário. De outro lado, considerando o gênero “atos
da Administração”, há incidência do direito privado em determinadas circunstâncias
excepcionais, como na locação e na contratação de seguros (Lei nº 8.666/93, art. 62, § 3º, I).

A alegação, pelo interessado, de violação de enunciado de súmula vinculante não tem


influência nos processos administrativos, visto que as súmulas vinculantes destinam-se a
uniformizar a jurisprudência dos tribunais, e não as decisões em processos administrativos. As
decisões de processos administrativos devem observar concretamente as decisões em Súmulas
Vinculantes.

Para que haja a avocação não é necessária a presença de motivo relevante e justificativa
prévia, pois esta decorre da relação de hierarquia existente na administração pública. Será
permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a
avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

Os atos administrativos gozam de presunção iuris et de iure de legitimidade. Os atos


administrativos possuem presunção relativa de legitimidade, ou seja, iuris tantum.

Segundo a doutrina, a presunção de legitimidade é atributo do ato administrativo e se


caracteriza pelo reconhecimento de que os fatos alegados pela administração são verdadeiros
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e são aptos a produzir seus efeitos. Presunção de legitimidade diz respeito à lei, já a presunção
de veracidade diz respeito aos fatos.

Não é possível que o ato seja imperfeito, válido e eficaz.

Perfeito, válido e eficaz Concluído o seu ciclo de formação, encontra-se ajustado às Possível
exigências legais e está disponível para a deflagração de
efeitos
Perfeito, inválido e eficaz Concluído o seu ciclo de formação, e apesar de não se achar Possível
conformado às exigências normativas, encontra-se
produzindo seus efeitos
Perfeito, válido e ineficaz Concluído o seu ciclo de formação, e estando adequados aos Possível
requisitos de legitimidade, ainda não se encontram
disponíveis a produzir efeitos, por depender de um termo
inicial/condição
suspensiva/autorização/aprovação/homologação da
autoridade controladora
Perfeito, inválido e ineficaz Quando esgotado o ciclo de formação encontra-se em Possível
desconformidade com a ordem jurídica, seus efeitos ainda
não podem fluir, por se encontrarem na dependência de
algum acontecimento previsto quando necessário para a
produção dos efeitos
Imperfeito, válido e É o ato que não completou seu processo de formação, Não é
eficaz portanto, não está apto a produzir seus efeitos possível

Licença é ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a Administração faculta àquele
que preencha os requisitos legais o exercício de uma atividade.

O TCU tem competência para efetuar o registro de aposentadoria dos empregados públicos,
muito embora estes sejam aposentados pelo regime geral de previdência social.

Segundo a jurisprudência dos tribunais superiores, o princípio de que a administração pode


revogar seus próprios atos, por motivos de conveniência ou oportunidade, encontra empecilho
diante da ocorrência de situação jurídica definitivamente constituída e do direito adquirido.

O ato administrativo é nulo quando o motivo se encontrar dissociado da situação de direito ou


de fato que determinou ou autorizou a sua realização. A vinculação dos motivos à validade do
ato é representada pela teoria dos motivos determinantes.

Para relembrar
VERACIDADE FATOS
LEGITIMIDADE ATOS
REVOGAÇÃO EX NUNC/RESPEITA:
VINCULADOS, CONSUMADOS E
DIREITO ADQUIRIDO

O ato se extingue pelo desfazimento volitivo quando sua retirada funda-se no advento de nova
legislação que impede a permanência da situação anteriormente consentida. Situação de
caducidade. A questão aborda o tipo de extinção denominado de caducidade, que é a retirada
do ato em face da superveniência de norma que incompatibiliza sua permanência.
Exemplifique-se com uma autorização para importar determinado produto. Posteriormente, lei
passa a proibir a importação. A autorização, no caso, caducou. Não se trata, portanto, de um
desfazimento volitivo, que seria aquele que depende da vontade do interessado: ele será
extinto independentemente de seu desejo.

É pacífico o entendimento de que os decretos não são considerados atos administrativos, pois
são, em verdade, atos normativos secundários. DECRETO SÃO ATOS ADMINISTRATIVOS,
NORMATIVOS. LEI SÃO ATOS ADMINISTRATIVOS, NORMATIVOS PRIMÁRIOS.

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A licença é definida como ato discricionário por meio do qual a administração pública consente
ao particular o desempenho de certa atividade. LICENÇA É VINCULADA.

Licença Vinculada
Autorizaçã Discricionário e precário
o Pessoa física
Unilateral
Não se caracteriza como
serviço público
Concessão Contrato
Bilateral
Pessoa Jurídica ou
Consórcio
Precedido de licitação
Tarifa
Permissão Contrato de Adesão
Bilateral
Pessoa Física ou
Jurídica
Precedido de licitação

Na hipótese de decisão administrativa contrariar enunciado da súmula vinculante, caberá à


autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de
encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da
súmula, conforme o caso.

A decisão proferida em recurso administrativo não poderá prejudicar a situação da pessoa do


recorrente. RECURSO PODE, MAS A REVISÃO NÃO PODE.

O princípio da oficialidade, aplicável ao processo administrativo, encontra-se presente no


poder da administração de instaurar e instruir o processo, bem como de rever suas decisões.
IMPULSO OFICIAL.

A administração pública pode, independentemente de provocação do administrado, instaurar


processo administrativo, como decorrência da aplicação do princípio da oficialidade.

Atos judiciais/irresponsabilidade do Estado


Soberania do Poder Judiciário Função jurisdicional uma manifestação da
soberania estatal
Incontrastabilidade da coisa julgada Reconhecimento da responsabilidade acarretaria
ofensa à coisa julgada
Falibilidade dos juízes Quem litiga em juízo corre os riscos inerentes às
falhas humanas
Independência da magistratura Inexistiria se o juiz tivesse que se preocupar com a
possibilidade de suas decisões acarretarem a
responsabilidade civil do Estado e a sua própria
responsabilidade, em ação regressiva
Risco assumido pelo jurisdicionado Partes correm os riscos de danos da atuação do
Poder Judiciário ao provocá-la, inobstante o a
inevitabilidade da jurisdição
Os atos normativos, enquanto regras gerais e abstratas, não atingem direitos individuais e são
inatacáveis por ações ordinárias ou por mandado de segurança.

PODERES DA ADMINISTRAÇÃO

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A atribuição conferida a autoridades administrativas com o objetivo de apurar e punir faltas
funcionais, ou seja, condutas contrárias à realização normal das atividades do órgão e
irregularidades de diversos tipos traduz-se, especificamente, no chamado poder hierárquico.
Poder disciplinar.

Suponha que um particular vinculado à administração pública por meio de um contrato


descumpra as obrigações contratuais que assumiu. Nesse caso, a administração pode, no
exercício do poder disciplinar, punir o particular.

O abuso de poder caracteriza-se pelo excesso de poder e pelo desvio de finalidade. O excesso
de poder relaciona-se à competência, uma vez que resta configurado quando o agente público
extrapola os limites de sua atuação ou pratica ato que é atributo legal de outras pessoas.

Considere que um prefeito de um município tenha determinado a desapropriação de uma


fazenda de seu adversário político, como forma de retaliação. Nesse caso, fica configurado o
desvio de finalidade.

Princípios básicos da administração

O princípio da publicidade, no direito administrativo, relaciona-se à publicidade, diretamente


ligada à eficácia do ato, bem como à transparência, derivada, por sua vez, do princípio da
indisponibilidade do interesse público.

supremacia do interesse público sobre o privado e a indisponibilidade do interesse público se


constituem em supraprincípios, que refletem a dualidade existente no exercício da função
administrativa.

O princípio da autotutela possibilita à administração pública anular os próprios atos, quando


possuírem vícios que os tornem ilegais, ou revogá-los por conveniência ou oportunidade,
desde que sejam respeitados os direitos adquiridos e seja garantida a apreciação judicial.

Responsabilidade Civil do Estado

O princípio da legalidade é o fundamento da responsabilidade civil do Estado, quando se


considera as condutas ilícitas.

A responsabilidade civil do Estado nas condutas lícitas tem fundamento na isonomia. Para
reestabelecer a isonomia, o Estado deverá indenizar o cidadão prejudicado.

Segundo os administrativistas, a história da responsabilidade civil do Estado no Brasil começa com a


Teoria da Responsabilidade, ou seja, o Estado era sujeito responsável, mas em situações
pontuais, específicas.

Logo depois, a responsabilidade civil do Estado saiu da responsabilidade em situações pontuais para a
Teoria subjetiva. O Código Civil brasileiro de 1916 já falava na Teoria Subjetiva.

A responsabilidade civil do Estado na Teoria Subjetiva divide-se em dois eixos: culpa do agente e culpa
do serviço público.

Na modalidade de culpa do agente é preciso apontar a pessoa física culpada. Surge só nas condutas
ilícitas, ou seja, culpa ou dolo agente. É preciso visualizar quatro elementos: conduta estatal (ação do
estado), nexo causal, dano e elemento subjetivo (culpa ou dolo).

Na modalidade de culpa do serviço, não precisa apontar a pessoa física culpada. Também não precisa
mais demonstrar a culpa do agente. Surge a chamada culpa anônima, ou seja, a “falha no serviço”. Além
dos quatros elementos anteriores especificado na culpa do agente, é preciso demonstrar se o serviço for
ineficiente e se o serviço foi prestado de forma atrasada.
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A partir da CF/1946, surge a chamada Teoria objetiva do Estado buscando dá maior proteção à vítima e
rigor para o Estado.

São elementos da Teoria objetiva: conduta estatal, nexo causal e dano.

Na Teoria objetiva, o Estado passa a ser responsável nas condutas lícitas e ilícitas. A Teoria objetiva
divide-se em Risco integral, em que não se admite excludente e do Risco Administrativo que admite
excludente.

Na Teoria do Risco Administrativo, a responsabilidade do Estado será afastada quando se observa a culpa
exclusiva da vítima, caso fortuito ou força maior.

Na modalidade de culpa concorrente, não há exclusão da responsabilidade. O Estado responde de acordo


com sua participação (indenização reduzida).

No Brasil, a regra é a Teoria do Risco administrativo.

A teoria do Risco integral vai ser utilizado no Brasil nos casos de material bélico, acidentes
nucleares e dano ambiental.

Em 1946, quando a Teoria Objetiva foi introduzida no Brasil, só era utilizada nos danos
materiais. Hoje, fala-se também em danos morais.

A responsabilidade civil objetiva do Estado tipificado no art. 37, §VI é extracontratual, ou seja,
não decorre do contrato.

São sujeitos da Responsabilidade Civil do Estado: Pessoas jurídicas de Direito Público, Pessoas jurídicas
de Direito privado prestadoras de serviço público (se for exploradora de atividade econômica a Teoria será
subjetiva), concessionárias, permissionárias e autorizatárias de serviço.

A responsabilidade da pessoa jurídica pode ser primária ou subsidiária. Na primária, o Estado responde
pelo ato do seu agente. Já na subsidiária, o Estado responde pelo agente de outra pessoa jurídica, porque
a pessoa jurídica não tem dinheiro para pagar a conta. Responde por que descentralizou.

A responsabilidade subsidiária é diferente da responsabilidade solidária, nesta não tem ordem,


os deois pagam ao mesmo tempo. Na subsidiária, o Estado paga só depois de constatada a
inópia da pessoa jurídica responsável.

Hoje, a responsabilidade é objetiva da pessoa privada prestadora de serviço público tanto em


relação ao usuário como o não usuário do serviço público.

Em caso de omissão, a doutrina e jurisprudência majoritária entendiam que seria aplicado a


Teoria Subjetiva.

Atualmente, os tribunais, em especial o STJ, vêm caminhando no sentindo de também aplicar a


Teoria objetiva na omissão.

Só existirá a responsabilidade por omissão em casos de condutas ilícitas (legalidade).

Na omissão, além dos 4 elementos da Teoria subjetiva, é necessário observar outros parâmetros:
descumprimento do dever-legal, princípio da reserva do possível (prestação do serviço dentro
de um padrão normal).

“Vale a reserva do possível desde que garantido o mínimo existencial” (ADPF-45).

Quando o Estado cria situações de risco, a Teoria adotada é objetiva: defeito semafórico, material bélico/
acidente nuclear (risco integral).

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Preso fugitivo em presídio no centro da cidade e entra na casa da vizinha, o Estado assumi o risco e a
Teoria adotada é a objetiva.

O preso mata outro dentro do presídio, o Estado responde forma objetiva (assumi o risco).

Para ter a responsabilidade civil do Estado, o dano precisa ser jurídico. Dano jurídico é aquele
que gera lesão a um direito. Além de ser jurídico e certo, precisa ser especial (particularizado) e
anormal.

O dano econômico não basta para alegar a responsabilidade civil do Estado.

A vítima ajuíza ação contra o Estado e aa teoria adotada será a objetiva. O Estado pode ajuizar a ação de
regresso contra o servidor e a teoria que será considerada será a subjetiva (dolo ou culpa).

Se a vítima ajuizar uma ação judicial direta contra o servidor a Teoria adotada será a subjetiva.

Para o STF, a vítima deve ajuizar a ação contra o Estado. Porém, decisões recentes do STJ já admitem o
ajuizamento da ação direta contra o agente público.

Uma das hipóteses da denunciação da LIDE no CPC é a ação de regresso. Para a maioria da doutrina não
cabe denunciação da lide, pois traz o agente para o processo (fato novo/dolo ou culpa).

O STJ entende que é possível a denuncia a lide, mas o Estado não será obrigado a fazer.

A doutrina e jurisprudência majoritárias entende que o prazo prescricional de ajuizamento da


ção é de 5 anos (quinquenal).

A ação de regresso é imprescritível.

É condição necessária e suficiente para a aquisição da estabilidade no serviço público o


exercício efetivo no cargo por período de três anos.

Não constitui ofensa à CF a acumulação remunerada de dois empregos públicos em duas


sociedades de economia mista estaduais, dado que a proibição constitucional se aplica
somente à acumulação dos cargos públicos da administração direta e das fundações públicas e
autarquias.

O controle externo da atividade policial civil é função institucional realizada pelo MP estadual.

A concessão de autorização para porte de arma consiste em ato discricionário e precário da


administração, podendo ser revogada a qualquer momento.

Por ser ato geral e abstrato, a expedição do regimento interno de determinado órgão público,
cuja finalidade é a regularização da funcionalidade do órgão, decorre do poder hierárquico.

Em razão do poder regulamentar da administração pública, é possível estabelecer normas


relativas ao cumprimento de leis e criar direitos, obrigações, proibições e medidas punitivas.

A relação de subordinação administrativa decorre do poder hierárquico, segundo o qual o


superior deve rever os atos do subordinado, anulando-os quando ilegais ou revogando-os, por
meio de ofício ou de recurso hierárquico, quando inconvenientes ou inoportunos.

Incorre em abuso de poder a autoridade que nega, sem amparo legal ou de edital, a nomeação
de candidato aprovado em concurso público para o exercício de cargo no serviço público
estadual, em virtude de anterior demissão no âmbito do poder público federal.

A contratação temporária de servidores sem concurso público bem como a prorrogação desse
ato amparadas em legislação local são consideradas atos de improbidade administrativa.
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Para a configuração de ato de improbidade administrativa, exige-se a comprovação de lesão ao
patrimônio público.

Agente público que, ao assumir cargo público, preste, pela segunda vez, falsa declaração de
bens deve ser punido com demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções
cabíveis.

A probidade, que deve nortear a conduta dos administradores públicos, constitui fundamento
do princípio da eficiência.

Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, é legal a cobrança, pela administração


pública, de taxa, para a utilização das vias públicas para prestação de serviços públicos por
concessionária, como, por exemplo, a instalação de postes, dutos ou linhas de transmissão.

Caracterizam-se como serviços públicos sociais apenas os serviços de necessidade pública, de


iniciativa e implemento exclusivo do Estado.

As empresas públicas são submetidas ao regime jurídico instituído pela Lei n.º 8.112/1990.

É vedado à candidata gestante inscrita em concurso público o requerimento de nova data para
a realização de teste de aptidão física, pois, conforme o princípio da igualdade e da isonomia,
não se pode dispensar tratamento diferenciado a candidato em razão de alterações fisiológicas
temporárias.

Na composição de comissão de processo disciplinar, é possível a designação de servidores


lotados em unidade da Federação diversa daquela em que atua o servidor investigado.

A venda de bens de produção no mercado por sociedade de economia mista caracteriza a


prática de ato administrativo.

A transferência de competência ocorre quando um agente público delega a outro agente a


competência para a realização de um ato.

Um agente público que, agindo de forma culposa, gere lesão ao patrimônio público, estará
obrigado a ressarcir integralmente o dano causado.

A condenação criminal do servidor por meio de sentença transitada em julgado acarreta o


reconhecimento automático de sua responsabilidade nas esferas civil e administrativa.

A titularidade do MP na ação penal pública é excepcionalizada pela ação penal privada


subsidiária da pública, direito individual do cidadão, a ele assegurado nos casos em que a ação
não é intentada no prazo legal.

União, Estados, Distrito Federal, Municípios, Administração direta e autarquias são pessoas
jurídicas de Direito Público abrangidas pela responsabilidade objetiva do Estado. Sobre as
pessoas jurídicas de Direito Privado que celebram com a Administração contrato de prestação
de serviços públicos incide a responsabilização solidária junto com a Administração.

O § 6º do art. 37 da Constituição Federal assegurou à Administração o direito de obter do


agente público causador de dano o pagamento aos cofres públicos da importância despendida
no ressarcimento da vítima. No entanto, o direito de regresso não está condicionado à prova
de que o agente agiu com dolo ou culpa, já que a responsabilidade do agente também é
objetiva em relação aos danos causados a terceiros.

Na esfera federal, a União é representada em juízo pela Advocacia Geral (CF. art. 131)
inclusive para a execução da dívida ativa de natureza tributária e, segundo o art. 188 do

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Código de Processo Civil, à Fazenda Pública e ao Ministério Público, quando forem partes, é
concedido o quádruplo do prazo para contestar e o dobro do prazo para recorrer /PGFN.

Atos decorrentes de lei declarada inconstitucional não acarretam a obrigação de indenizar.


José Cretella Júnior declara: "Se da lei inconstitucional resulta algum dano aos particulares,
caberá a responsabilidade do Estado, desde que a inconstitucionalidade tenha sido declarada
pelo Poder Judiciário" (RDA 135/26). Marcelo Alexandrino e Vicente de Paula declaram: “O
estado tem a obrigação de indenizar nos casos de lei inconstitucionais quando declaras
incostitucionais pelo STF. Não é automática. A pessoa deve entrar com uma ação específica
pleiteando a indenização pelo dano decorrente da aplicação dessa lei que foi declarada
inconstitucional”. Dois requisitos:

1- que a lei tenha sido previamente declarada inconstitucional (visto que milita em seu favor a presunção
de constitucionalidade);

2- que o ato legislativo tenha produzido efetivamente danos ao particular.

De acordo com a jurisprudência consolidada do STF, a responsabilidade objetiva do Estado


aplica-se a todos os atos do Poder Judiciário. ERRO JUDICIÁRIO.

Caso o poder público seja condenado em ação de responsabilidade civil pelos danos causados
por seu servidor a terceiro, caberá ação regressiva do Estado contra o servidor, ação esta cujo
prazo prescricional será de três anos. Imprescritível/questão genérica. Segundo entendimento
recente, porém, ainda não pacificado do STJ, o prazo prescricional para que o lesado possa
intentar ação indenizatória contra as pessoas jurídicas de direito público e de direito privado
prestadoras de serviço público é de TRÊS ANOS, nos termos do art. 206, § 3º, inc. V, do CC, que
teria revogado o prazo quinquenal fixado pelo Dec. 20.910/32.

É assente no STF que o poder público ficará sujeito a indenizar o proprietário do bem atingido
pela instituição da reserva florestal, se, em decorrência dessa ação administrativa, o dominus
vier a sofrer prejuízos de ordem patrimonial.

O Estado só responderá pela indenização ao indivíduo prejudicado por ato legislativo quando
este for declarado inconstitucional pelo STF. Ocorre que além dessa situação há também a
responsabilização por "ato legislativo de efeito concreto", aquele com destinatário
determinado.

Na hipótese em que o usuário ou terceiro suporte dano causado por ação do concessionário ou
permissionário, em razão da prestação indireta de serviço público, a responsabilidade do
Estado será subsidiária.

A doutrina administrativista, majoritariamente, admite a responsabilidade extracontratual do


Estado em virtude de atos normativos do Poder Executivo com vícios de inconstitucionalidade
ou ilegalidade.

Se um particular sofrer dano quando da prestação de serviço público, e restar demonstrada a


culpa exclusiva desse particular, ficará afastada a responsabilidade da administração. Nesse
tipo de situação, o ônus da prova, contudo, caberá à administração. Caberá a administração.

A atual fase da responsabilidade objetiva do Estado foi materializada como nova concepção
com o julgamento do caso Blanco em 1873, na França, quando somente as regras de direito
público foram aceitas para a solução do caso, porquanto o Estado aparecia como causador de
dano a administrado.

Quanto à evolução histórica Alexandre Mazza aponta as seguintes:


Teoria da Irresponsabilidade Típica de estados absolutistas, para a qual "o rei não erra" e por
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estatal (feudal ou regalista) isso jamais indenizaria alguém.
Teoria da ResponsabilidadeÉ civilista porque segue a lógica do direito civil, em que a vítima deve
Subjetiva (T. comprovar a existência do ato danoso, seu nexo causal e dolo/culpa.
Responsabilidade com culpa, O divisor de águas entre essa teoria e a anterior foi o Aresto
T. Mista ou T. Civilista) Blanco em 1873 na França.
Teoria da Culpa Administrativa
Doutrina aponta que a é considerada a transição entre as teorias da
(Faute du service) responsabilidade subjetiva e da responsabilidade objetiva.
Teoria da Responsabilidade Afasta a necessidade Teoria do Aceita excludentes de
Objetiva (T. de comprovação de Risco responsabilidade e foi a
responsabilidade sem culpa dolo/culpa do agente Administrativo teoria adotada, EM
ou T. Publicista) público e fundamenta o REGRA, em nossa CF
dever de indenizar na Teoria do Não aceita excludentes
noção de risco. Risco Integral de responsabilidade, a
qual é aplicada nos
casos de acidente de
trabalho, indenização de
seguro DPVAT,
atentados terroristas em
aeronaves e danos
nucleares (maioria da
doutrina).
As empresas públicas e as sociedades de economia mista que exploram atividade econômica
respondem pelos danos que seus agentes causarem a terceiros conforme as mesmas regras
aplicadas às demais pessoas jurídicas de direito privado.

Funcionário Público federal que, dirigindo um veículo oficial, em serviço, colida em um poste,
derrubando-o, somente estará obrigado a ressarcir o dano causado ao patrimônio público se
for condenado judicialmente a fazê-lo.

Um agente público que produza dano ao particular obriga o Estado a indenizar o particular,
desde que a vítima comprove que a omissão é a causa do prejuízo.

A teoria do risco integral obriga o Estado a reparar todo e qualquer dano, independentemente
de aa vida ter concorrido para o seu aperfeiçoamento.

Considere que um paciente internado em hospital público tenha falecido após ter se jogado
pela janela. Nessa situação, a responsabilidade do Estado será objetiva, por omissão.

O Cespe trata a questão do paciente internado em hospital público que se suicida diferente da questão
do preso que se mata.

Serviços Públicos

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Art. 175 Incube ao Diretamente
da CF/88 Poder Público Prestação de
Delegação Concessão Sempre serviços públicos
ou /licitação
permissão

Conceito de Subjetivo orgânico Presença do Poder Público (possível delegado)


serviço
público Objetivo material Atividade de interesse público (nem sempre é serviço
(elementos público)
indicativos) Formal Procedimento de direito público (forma pelo qual é
prestado)/pode ser de direito privado
Teorias que Teoria Será serviço público aquela atividade que possuir
identificam essencialista determinadas características essenciais
serviços Teoria Formalista Será serviço público O Brasil adota a teoria
públicos aquela atividade formalista, pois será
indicada pela lei serviço público atividade
indicada pela lei
independente da sua
essencialidade
Serviços Serviços impróprios do Defesa nacional,
delegáveis Estado fiscalização de
atividades, serviço
judiciário, segurança
pública etc.
Serviços Serviços próprios do Estado
indelegáveis

Serviços coletivos
Prestados a toda a coletividade, seus usuários são
(UTI UNIVERSI)
indeterminados ou indetermináveis. Ex: os serviços
de iluminação pública, de limpeza urbana, de
segurança pública etc.
Serviços Prestados a um número determinado ou determinável
individuais (UTI de indivíduos, sendo mensurável a utilização de cada
SINGULI) um deles. Ex: energia domiciliar, serviço postal,
telefônico etc.
Prevalece o entendimento de que o conceito de serviço público deve ser pautada pelo critério
orgânico ou subjetivo, segundo o qual serviço público é aquele prestado pelos órgãos ou
entidades de natureza pública. Não prevalece esse entendimento.

A titularidade dos serviços públicos é conferida expressamente ao poder publico.

As concessões e permissões de serviços públicos deverão ser precedidas de licitação, existindo


exceções a essa regra. Não tem exceção.

O serviço de iluminação pública pode ser considerado uti universi, assim como o serviço de
policiamento público.

Os serviços de utilidade pública têm características de essencialidade e necessidade para os


membros da coletividade, sendo prestados de forma direta, pela administração púbica, ou
indireta, por meio de concessionários, permissionários ou autorizatários. Apenas melhora a
vida em sociedade, porém não é um serviço público propriamente dito. É dispensável.

A autorização de serviço público constitui ato administrativo bilateral, vinculado e precário. É


unilateral com interesse bilateral e discricionário.

Material velado/intensivo I 2013


Direito Administrativo
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Os serviços públicos não essenciais podem ser prestados diretamente pelo Estado ou
delegados a terceiros mediante remuneração. No caso de delegação, a regulamentação e o
controle são exercidos pelo Estado, mas a prestação se dá por conta e risco dos delegatórios.

Apesar de não constar expressamente no art. 175 da CF, a autorização é considerada forma
indireta de prestação de serviços (prevista no art. 21, XI e XII da CF/88).

As concessionárias, nos estados e no DF são obrigadas a oferecer ao usuário no mínimo seis


datas opcionais para vencimentos dos débitos.

Autorização é a única forma de prestação de serviços que não precisa de licitação e nem de
contrato, pois é um ato, ora vinculado, ora discricionário. Segundo a doutrina será utilizada em
serviços de baixa complexidade e pouco investimento. Ex: Rádio Amador (telecomunicações).
Pode pessoa física ou jurídica. Possui a natureza jurídica de ato administrativo. Não precisa de
licitação e prazo determinado.

Nem toda a autorização será para prestação de serviços públicos, pois existe autorização para
atividades de interesse do particular (ex: porte de arma), bem como para a ocupação
transitória de um bem público (ex: circo/parque de diversões).

Existem duas espécies de permissão: ato administrativo que serve para a exploração de
atividades de interesse público (transporte escolar), bem como para a ocupação de bem
público (banca de jornal). Tal ato é discricionário e precário, não necessitando de licitação.
Como contrato de adesão que serve para prestação de serviços públicos. Tal contrato é
precário e revogável, necessitando de licitação.

O art. 21 da CF/88 estabelece alguns serviços públicos de competência exclusiva da União,


portanto indelegáveis a outros entes
X Manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI Explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de
telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de
um órgão regulador e outros aspectos institucionais;
XII Explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão;

→Serviços de radiofusão sonora, e de sons e imagens;

→Serviços e instalação de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água,


em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;

→Navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária;

→Serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais,


ou que transponham os limites de Estado ou Território;

→Serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;

→Portos marítimos, fluviais e lacustres;


XV Organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia em
âmbito nacional;
XXII Executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;

Os serviços públicos outorgados constitucionalmente à União, como os serviços de transporte


rodoviário interestadual e internacional de passageiros, estão numerados taxativamente na
CF/88.

São competentes para a prestação dos serviços públicos: União [presta os serviços previstos
no art. 21 da CF (rol taxativo)]; Municípios prestam os serviços de natureza local e os Estados
prestam os serviços remanescentes/residuais. Já o DF presta os serviços de competência dos
Estados e Municípios.
Material velado/intensivo I 2013
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Lei Nº 8.987/1995
Regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos
Concessão de Delegação de sua Modalidade de Pessoa jurídica
serviço público prestação, feita pelo poder concorrência/em regra Consórcio de empresas
concedente, mediante (pessoas jurídicas)
licitação

Concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública,


será formalizada mediante contrato, que deverá observar os termos desta Lei, das
normas pertinentes e do edital de licitação
Para Carvalho Filho (2008), a concessão de serviço público é o contrato
administrativo pelo qual a Administração Pública transfere à pessoa jurídica ou a
consórcio de empresas a execução de certas atividades de interesse coletivo,
remunerada através do sistema de tarifas pagas pelos usuários
A concessão é realizada mediante contrato administrativo, portanto, bilateral,
comutativo, intuitu personae e formal
As concessionárias respondem de forma objetiva aos danos causados aos particulares
(usuários e não usuários)
É admitida a subconcessão, nos termos previstos no contrato de concessão, desde
que expressamente autorizados pelo poder concedente

A subconcessão sem previa autorização do poder concedente acarreta a decretação


da caducidade da concessão, como, também, a transferência da concessão ou do
controle societário da concessionária sem prévia anuência do poder concedente.
Permissão de Delegação, a título Qualquer Pessoa física Segundo a doutrina
serviço público precário mediante modalidade pode ocorrer a
licitação permissão por ato
administrativo
Pessoa Utiliza as regras da
jurídica concessão no que não
contrariar
A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que
observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de
licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato
pelo poder concedente
Autorização É a modalidade mais Pessoa física
precária Ato administrativo negocial
Interesse do particular predomina
Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de Serviço adequado é o que satisfaz as
serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, condições de regularidade,
conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no continuidade, eficiência,
respectivo contrato segurança, atualidade,
generalidade, cortesia na sua
prestação e modicidade das tarifas
A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua
conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço
Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua Motivada por razões de ordem técnica
interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, ou de segurança das instalações
quando Inadimplemento do usuário,
considerado o interesse da coletividade
São direitos e Receber serviço adequado
obrigações dos Receber do poder concedente e da concessionária informações para a defesa de
usuários interesses individuais ou coletivos
Obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre vários prestadores de
serviços, quando for o caso, observadas as normas do poder concedente
Levar ao conhecimento do poder público e da concessionária as
irregularidades de que tenham conhecimento, referentes ao serviço
Material velado/intensivo I 2013
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prestado
Comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos praticados pela
concessionária na prestação do serviço
Contribuir para a permanência das boas condições dos bens públicos através
dos quais lhes são prestados os serviços
As concessionárias de serviços públicos, de direito público e privado, nos
Estados e no Distrito Federal, são obrigadas a oferecer ao consumidor e ao
usuário, dentro do mês de vencimento, o mínimo de seis datas
opcionais para escolherem os dias de vencimento de seus débitos

A concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será


formalizada mediante contrato administrativo.

A permissão de serviço público, formalizada mediante celebração de contrato de adesão entre


o poder concedente e a pessoa física ou jurídica que demostre capacidade para o seu
desempenho, por sua conta e risco, tem como característica a precariedade e a possibilidade
de revogação unilateral do contrato pelo poder concedente.

Os serviços locais de gás canalizado são de competência dos Estados que podem prestá-lo
diretamente ou mediante concessão (a CF não permitiu autorização e nem permissão), sendo
vedada a edição de provisória para a sua regulamentação.

Tarifa Representa a contraprestação pecuniária destinada ao prestador do serviço,


paga diretamente pelo usuário do serviço. É um espécie de gênero de preço
público.
Taxa É uma espécie de tributo. Quando o serviço é de fruição obrigatória ele será
remunerado por taxa.
Impostos Serviços de caráter geral constituem atividade tipicamente estatal e essencial
a comunidade, por essas razões devem ser custeadas com recursos oriundos
do pagamento de impostos.

→O STF já declarou, em diversas ocasiões, inconstitucional a taxa de iluminação


pública, considerando-a tributo inviável, dado ter por fato gerador “serviço
inespecífico”, não mensurável, indivisível e insuscetível de se referido a determinado
contribuinte, devendo ser custeada por meio de produtos da arrecadação dos impostos
gerais;

→ A Suprema Corte também considera inconstitucional a instituição de taxa de limpeza


pública e de conservação de vias e logradouros públicos;

→Os serviços públicos de coleta domiciliar de lixo podem ser remunerados por taxa,
pois nesse caso o serviço é específico e divisível;
Conclusões os serviços facultativos são remunerados por tarifa, sendo que o pagamento só
será realizado quando na efetiva utilização do serviço. As tarifas não são tributos, tem
natureza contratual, por esse motivo o serviço prestado mediante o pagamento de tarifa só
podem ser suspensos pelo prestador se o usuário se tornar inadimplente.

A prestação de serviços públicos deve dar-se mediante taxas ou tarifas justas, que
proporcionem a remuneração pelos serviços e garantam o seu aperfeiçoamento, em atenção ao
princípio da modicidade.

Não é possível ao Estado cobrar individualmente pelos serviços gerais. Taxa e contribuição de
iluminação pública, juridicamente, são coisas diferentes.

Quando o Estado cobra pelo serviço diretamente dá-se o nome de taxa.

Quando o serviço for prestado por um particular haverá a cobrança de uma tarifa.

Material velado/intensivo I 2013


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As tarifas poderão ser diferenciadas para cada tipo de usuário. Direitos e deveres do usuário:
receber serviço adequado; receber do poder concedente e da concessionária informações para
a defesa de direitos; obter e utilizar o serviço com liberdade de escolha; levar ao conhecimento
do poder público e das concessionárias a irregularidades acerca da prestação dos serviços;
comunicar as autoridades competentes os ilícitos praticados pelas concessionárias; contribuir
para a permanência das boas condições de bens vinculados a prestação do serviço.

Extinção da Concessão
Termo Indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda
contratual não amortizados ou depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo de
garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido
Encampação Retomada do serviço pelo Lei autorizativa específica
poder concedente durante o Prévio pagamento da indenização
prazo da concessão, por
motivo de interesse público
Caducidade Inexecução total ou parcial Serviço estiver sendo prestado de forma inadequada
do contrato ou deficiente
Precedida da verificação da Concessionária descumprir cláusulas contratuais ou
inadimplência da disposições legais ou regulamentares
concessionária em Concessionária paralisar o serviço ou concorrer para
processo administrativo, tanto, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso
assegurado o direito de fortuito ou força maior
ampla defesa
Declarada a caducidade, Concessionária perder as condições econômicas,
não resultará para o técnicas ou operacionais para manter a adequada
poder concedente prestação do serviço concedido
qualquer espécie de Concessionária não cumprir as penalidades impostas
responsabilidade em por infrações, nos devidos prazos
relação aos encargos, ônus, Concessionária não atender a intimação do poder
obrigações ou compromissos concedente no sentido de regularizar a prestação do
com terceiros ou com serviço
empregados da Concessionária não atender a intimação do poder
concessionária concedente para, em 180 (cento e oitenta) dias,
apresentar a documentação relativa a regularidade
fiscal, no curso da concessão, na forma do art. 29 da
Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993

Rescisão Iniciativa da Mediante ação judicial especialmente intentada


concessionária, no caso de para esse fim
descumprimento das
normas contratuais pelo
poder concedente
Anulação Decretada quando presente o vício de ilegalidade (efeito ex tunc)
Falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, no caso
de empresa individual

O contrato de concessão de serviço público extingue-se pela recisão quando a iniciativa de


extinção do contrato é do poder concedente, em decorrência de descumprimento das normas
contratuais pelo concessionário. CADUCIDADE.

O contrato de concessão de serviço público pode ser rescindido por iniciativa da


concessionária, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim, no caso de
descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente.

No contrato de concessão de serviço público, havendo a encampação, o concessionário não


tem direito à indenização por eventuais prejuízos.

Material velado/intensivo I 2013


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Configurada a hipótese de caducidade na concessão de serviço público, o concessionário tem
direito a indenização e não se sujeita a penalidade de natureza administrativa.

Controle da administração Pública

Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento
de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

Na ação popular, o Ministério Público funciona como fiscal da lei, podendo, todavia, assumir o
polo ativo em caso de desistência do autor popular.

O Poder Legislativo exerce o controle parlamentar sobre os atos da Administração Pública, contando com
vários instrumentos para desempenhar tal atividade de controle externo ou heterocontrole. São
instrumentos de controle à disposição do Legislativo: comissão parlamentar de inquérito, pedido de
informação, convocação de autoridades.

Controle realizado pelo poder legislativo


Vários são os instrumentos por Comissões Parlamentares de Inquéritos
meio dos quais o Poder Sustação pelo Congresso Nacional dos atos regulamentares
Legislativo controla os atos da que exorbitam o poder regulamentar
Administração Pública: Convocação de Ministros
Requerimentos de informações (pedido de informações)
Recebimento de petições, queixas e representações dos
administrados e convocação de qualquer autoridade ou
pessoa para depor
Julgamento do Presidente da República por crime de
responsabilidade
Fiscalização contábil, financeira e orçamentária pelo Poder
Legislativo
De acordo com o STF, o exercício do controle administrativo que implique desfazimento de atos
administrativos, afetando desfavoravelmente os interesses do administrado, deve ser
precedido da instauração de procedimento no qual se dê ao administrado a oportunidade de
contraditório.

Exerce controle judicial a corregedoria do Poder Legislativo de um município que anula


concurso público para o preenchimento de cargos efetivos em sua câmara municipal, devido à
constatação de irregularidade. O controle exercido é administrativo e decorre da autotutela
administrativa. Assim o é, pios se trata de controle interno realizado pela corregedoria do
Poder Legislativo.

O processo administrativo disciplinar e a ação popular são exemplos do exercício do controle


jurisdicional pela administração pública. O processo administrativo disciplinar é exemplo de
controle administrativo.

Tanto o controle hierárquico (também denominado de controle por subordinação - exercício


Administração Direta ou Indireta sobre os seus respectivos órgãos internos) quanto o controle não
hierárquico (também denominado controle por vinculação ou finalístico - exercido pela Administração
Direta sobre as pessoas jurídicas da Administração Indireta) podem se dar de ofício ou por
provocação.

É possível invocar o controle judicial sobre legalidade e mérito de ato administrativo. Hoje em
dia, parte da doutrina e da jurisprudência já admite que o Poder Judiciário possa controlar o
mérito do ato administrativo (conveniência e oportunidade) sempre que, no uso da
discricionariedade admitida legalmente, a Administração Pública agir contrariamente ao
Material velado/intensivo I 2013
Direito Administrativo
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princípio da razoabilidade.
As contas prestadas pelos chefes do poder executivo incluirão as suas próprias, as dos
presidentes dos órgãos dos poderes legislativo e judiciário e do chefe do Ministério Público, e
dependerão de parecer prévio, separadamente, do respectivo Tribunal de Contas.

O controle financeiro exercido pelo Poder Legislativo alcança tanto o Executivo como o
Judiciário e sua própria administração, no que se refere à receita, à despesa e à gestão dos
recursos públicos. Sujeitas a esse controle estão as áreas de atuação contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da Administração Pública pode ser exercida pelo sistema de controle
interno de cada Poder ou mediante controle externo exercido por um órgão vinculado às Casas
do Poder Legislativo: o Tribunal de Contas, que pode ser da União, do Distrito Federal, dos
Estados e dos Municípios. Cada um desses tribunais tem competência somente para fiscalizar
as contas do respectivo ente federativo e devem atuar nos termos previstos para o Tribunal de
Contas da União (art. 75).

O Tribunal dispõe de competência pra fiscalizar, mas não se insere na esfera do Poder
Executivo.

O controle judicial sobre atos da administração pública é exclusivamente de legalidade e, como


regra, realizado a posteriori . Podem haver, no entanto, situações especiais em que se admite
um controle prévio exercido pelo Judiciário. O controle de constitucionalidade preventivo
ocorre antes da promulgação de uma lei ou emenda.

O controle exercido pela administração direta sobre as autarquias é finalístico, externo e


administrativo e não se baseia na subordinação hierárquica.

De acordo com a jurisprudência do STF, os tribunais de contas, no exercício de suas


atribuições, não podem apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público, em
razão de suas decisões serem de caráter eminentemente administrativo. O Tribunal de Contas,
no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do
poder público.

Considerando que a Constituição da República determina que a lavra de recursos minerais


somente poderá ser efetuada mediante autorização ou concessão da União, é correto afirmar
que a expedição de autorização de lavra de recurso mineral é um ato administrativo que
configura exercício de poder de polícia.

O poder normativo ou regulamentar é exercido pelo Chefe do Executivo quando este emite
decretos que não podem contrariar a lei, nem criar direitos, impor obrigações, proibições, ou
penalidades que não estejam previstos em lei. O controle sobre os atos normativos do Poder
Executivo é de legalidade, sendo sempre realizado no âmbito do Poder Judiciário. A Adm. Púb.
também realiza controle de legalidade.

O controle sobre as atividades das fundações públicas é realizada pelo Ministério Público.

O controle que o Poder Legislativo exerce sobre a administração pública limita-se à hipóteses
previstas na CF/1988 e abrange aspectos de legalidade e de mérito do ato administrativo.

O controle exercido pelo Poder Legislativo sobre os atos praticados pela administração pública
limita-se às hipóteses previstas na CF, bem como nas modalidades de controle estabelecidas
nas constituições estaduais.

O controle parlamentar exercido pelo Poder Legislativo se limita às hipóteses previstas na CF.

Material velado/intensivo I 2013


Direito Administrativo
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Se a autoridade administrativa aplicar a pena de demissão, o servidor público poderá utilizar-
se da revisão para provocar o reexame do ato pela administração pública, o qual é uma
modalidade de recurso administrativo e, consequentemente, de controle administrativo.

Reconsideração Mesma Durante o processo


autoridade
Recurso hierárquico Autoridad
e superior
Revisão Depois que o processo acaba

No exercício da fiscalização administrativa somente o controle hierárquico da administração


pública poderá ocorrer de ofício. A revisão pode ocorrer de ofício.

Um juiz que determina a anulação de um ato emanado do prefeito de um município estará


exercendo o controle externo.

O recurso hierárquico impróprio deve ser dirigido à autoridade de outro órgão não integrado à
mesma hierarquia do órgão que proferiu o ato.

Recurso hierárquico próprio Mesma hierarquia


Recurso hierárquico impróprio Hierarquia diferente
O Poder de autotutela da administração pública pode ser exercido de ofício apenas no que se
refere à análise da legalidade, devendo, no caso de insurgência referente ao mérito do ato
administrativo, se provocado pelo interessado, mediante recurso. De mérito também.

O controle exercido pela administração direta sobre as autarquias é finalístico, EXTERNO e


administrativo e não se baseia na subordinação hierárquica. O CESPE adota que é externo
(pessoas jurídicas diferentes).

Abuso de Poder Excesso de Autoridade extrapola do seu poder e atua fora dos limites da
Poder/vício de sua competência.
competência
Desvio de Poder Ato é praticado visando finalidade diversa da prevista em lei.
ou de O agente pratica o ato dando-lhe finalidade diversa
finalidade/vício de
finalidade
O abuso de poder pode ocorrer na forma comissiva quanto na forma omissiva, porque a inércia
da autoridade administrativa lesa o patrimônio jurídico individual quando deixa de exercutar
determinada prestação a que estava legalmente obrigada.

A administração pública exerce seu poder disciplinar ao aplicar sanção de suspensão a servidor
público e seu poder discricionário ao determinar a suspensão como sanção a ser aplicada. O
poder disciplinar é vinculado quanto ao dever de punir e discricionário quanto à seleção da
pena aplicável. De acordo com o art 127 da lei 8112/90 que trata das punições.

Material velado/intensivo I 2013


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O chamado poder regulamentar autônomo trata-se de exercício de atividade normativa pelo
Executivo, disciplinando matéria não regulada em lei, de controversa existência no direito
nacional.
Poder Competências do Chefe do Poder Executivo para editar atos administrativos
Regulamentar normativos, que assumem a forma de decreto. Os decretos, em regra são destinados
a dar fiel execução às leis (decretos de execução ou regulamentares).
Decretos Tratar das matérias Compete Dispor, mediante Organização e
autônomos/ específicas do privativamente ao decreto, sobre funcionamento
EC 32/2001 art.84,VI,CF/(trata Presidente da da
de matéria não República administração
constante em lei) federal, quando
não implicar
aumento de
despesa nem
criação ou
extinção de
órgãos públicos
Extinção de
funções ou
cargos públicos,
quando vagos

O poder de polícia é caracterizado como a atividade estatal que limita o exercício de direitos
individuais em benefício do interesse público e é materializado por atos administrativos do
Poder Executivo, que atua tanto preventiva como repressivamente, nos limites da lei aplicável.

A aplicação de multa e a interdição da fábrica pelo IBAMA decorrem do poder hierárquico de


que o órgão dispõe como ente da administração pública indireta. PODER DE POLÍCIA.

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